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Pró-Reitoria Acadêmica
Escola de Saúde e Medicina
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia
QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM ESTOMIA
INTESTINAL
Autora: Elis Marina Carvalho Alves Batista
Orientadora: Profª. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira
Brasília - DF
2017
ELIS MARINA CARVALHO ALVES BATISTA
QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS COM ESTOMIA INTESTINAL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da
Universidade Católica de Brasília, para
obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Liz Cunha de
Oliveira.
Brasília
2017
B333q Batista, Elis Marina Carvalho Alves.
Qualidade de vida de idosos com estomia intestinal / Elis Marina
Carvalho Alves Batista – 2017.
68 f. ; 30 cm
Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2017.
Orientação: Profa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira
1. Idoso. 2. Qualidade de vida. 3. Envelhecimento. 4. Estomia, 5.
Enfermagem. I. Oliveira, Maria Liz Cunha de, orient. II. Título.
CDU 613.98
Dissertação de autoria de Elis Marina Carvalho Alves Batista, intitulada “Qualidade de Vida de
Idosos com Estomia Intestinal”, apresentada como requisito para obtenção do grau de Mestre
no Programa de Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, em 13 de fevereiro de 2017,
defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinado:
________________________________________
Profa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira
Orientadora
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia – UCB
________________________________________
Profa. Dra. Ana Lúcia da Silva
Enfermagem – Universidade de Brasília (UnB)
________________________________________
Profa. Dra. Lucy Gomes Vianna
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia – UCB
Brasília
2017
Dedico este trabalho a minha família, em
especial a minha mãe e esposo, pelo apoio
constante dispensado, sempre com muito amor
e carinho em toda minha trajetória e escolhas.
Por todas as oportunidades a mim permitidas,
meu muito obrigada!
AGRADECIMENTO
Inicio meus agradecimentos por DEUS, por sempre me conceder sabedoria nas escolhas dos
melhores caminhos, sem Ele eu jamais alcançaria meus objetivos. Agradeço à Deus também
por ter colocado pessoas tão especiais a meu lado, sem as quais eu não teria conseguido.
À minha querida mãe, o meu infinito agradecimento. Pela sua dedicação, zelo, compreensão,
incentivo e nunca desacreditar na minha capacidade. Sua fé me deu coragem para acreditar e
força para não desistir. Obrigada pelo apoio de toda a vida e presença constante.
Ao meu irmão, tão cuidadoso e amoroso. Seu exemplo e incentivo foram fundamentais para eu
iniciar nesta jornada. Um ser apaixonado pela docência e pesquisa, fazendo com que eu seguisse
seus passos e trilhasse meus caminhos.
Ao meu esposo Alexandre, pelo companheirismo, carinho, imensa paciência e presteza em
sempre colaborar. Você é uma das pessoas especiais que Deus colocou ao meu lado. Obrigada
por toda compreensão e apoio entre diversas pontes aéreas durante esta e outras jornadas.
Aos meus tios Zezé e Maria Helena, pela solidariedade, carinho e preocupação a mim ofertado
durante toda minha estadia.
Aos meus professores, pela dedicação em promover conhecimento e sempre estimular por mais
saberes. Quero agradecer em especial minha orientadora Maria Liz, pelo exemplo de
pesquisadora e devoção à docência, além de paciência e compreensão pelas orientações à
quilômetros de distância. Muito obrigada!
Por fim, quero agradecer a minha família e amigos pelo envolvimento, afeto e disposição a mim
dispensados.
“O impossível não é um fato: é uma opinião”
Mário Sérgio Cortella
RESUMO
BATISTA, Elis Marina Carvalho Alves. Qualidade de Vida de Idosos com Estomia
Intestinal. 2016. 69 p. Dissertação (Mestrado em Gerontologia) – Universidade Católica de
Brasília, Brasília/DF, 2016.
O papel do enfermeiro estomaterapeuta não se limita apenas às orientações dadas ao estomizado
após a construção do estoma, o seu trabalho começa antes disso. Esse profissional especializado
atua no pré-operatório, intra operatório, pós-operatório imediato, mediato e tardio, com
atendimento domiciliar ou ambulatorial, sendo este último o foco do presente estudo. A
pesquisa tem como objetivo, estudar a qualidade de vida dos idosos com estomia intestinal que
recebem atendimento ambulatorial de enfermagem no Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo
no município de Teresina-PI. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo com abordagem
quantitativa. Para o levantamento das informações foi realizada uma entrevista estruturada,
além do MEEM e da COH-QOL-OQ. O programa de estomizados do ambulatório conta com
584 cadastrados. Destes, 90,41% possuem estoma intestinal e 9,59% estoma urinário; 97,26%
possui apenas uma estomia e 2,74% tem duas estomias. Daqueles cadastrados, 127 são idosos
que, estratificando por faixa etária tem-se: de 60 a 69 anos um quantitativo de 61 idosos, de 70
a 79 anos um quantitativo de 42 idosos e maior ou igual há 80 anos houve um quantitativo de
24 idosos. Podemos concluir que o perfil dos participantes do estudo foi de mulheres, idosas
entre 60 e 69 anos, atualmente viúvas, com o 1º grau de estudo completo, aposentadas, tendo
como etiologia da estomia a neoplasia intestinal e de permanência definitiva. Constatamos que
em nosso estudo, a maior parte dos idosos apresentou uma visão positiva acerca da sua
qualidade de vida, haja vista que houve uma média 381,20 de QV.
Palavras-chave: Idoso. Qualidade de vida. Envelhecimento. Estomia. Enfermagem.
ABSTRACT
The role of the stomal therapy nurse is not only to give guidance to the patient after the
construction of the stoma, his work begins before that. This specialized professional works in
the preoperative, intraoperative, immediate postoperative, midway and late postoperative
periods, with home or outpatient care, which is the focus of the present study.
The objective of this research was to study the quality of life of the elderly with intestinal
ostomy who receive outpatient nursing care at the Lineu Araújo Integrated Health Center in the
city of Teresina-PI. This is an epidemiological, descriptive study with a quantitative approach.
The outpatient ostomate program has 584 enrollees. Of these, 90.41% had intestinal ostomy
and 9.59% had urinary ostomy; 97.26% had only one ostomy and 2.74% had two ostomies. Of
those registered, 127 are elderly, stratified by age range: from 60 to 69 years a quantitative of
61 elderly, from 70 to 79 years a quantitative of 42 elderly and greater or equal 80 years ago
there was a quantitative of 24 elderly. It could be concluded that the profile of the participants
of the study was of women, aged between 60 and 69 years old, widows, who finished primary
school, currently retired, having the stomal etiology of the intestinal neoplasia and definitive
permanence. It could be seen that most of the elderly have a positive view about their quality
of life, considering that there was an average of 381.20 of QOL.
Keywords: Elderly. Quality of life. Aging. Stoma. Nursing.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
a. C – Antes de Cristo
Academia Brasileira de Letras – ABL
American Association of Enterostomal Therapist – AAET
Associação Brasileira de Ostomizados – ABRASO
BEE – Bem estar Espiritual
BEF – Bem estar Físico
BEP – Bem estar Psicológico
BES – Bem estar Social
CISLA - Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo
City of Hope Quality of Life Ostomy Questionnaire - COH-QOL-OQ
Conselho Federal de Enfermagem – COFEN
Consulta de enfermagem – CE
DF – Distrito Federal
ET - Enfermeiro Estomaterapeuta
EUA - Estados Unidos da América
GL – Grau de Liberdade
Grupo de Enfermagem em Enteroestomaterapia – GEE
Grupo de Enfermagem em Estomaterapia – GEEst
Grupo de Interesse Clínico em Enfermagem em Enteroestomaterapia – GICEE
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA
Mini Exame de Estado Menta – MEEM
NA – Não se Aplica
PI – PIAUÍ
QV – Qualidade de vida
SF-36 - Short Form-36
Sistema Único de Saúde – SUS
Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE
SOBEST - Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências
SP – São Paulo
Ti SOBEST - enfermeiro estomaterapeuta SOBEST
Universidade de São Paulo - USP
WCET - World of Council of Enterostomal Therapists
World Health Organization - WHO
World Ostomy and Continence Nursing Society – WOCNS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
1.1 QUESTÕES E HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO ................................................. 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 15
2.1 ENVELHECIMENTO .................................................................................................... 15
2.1 ESTOMIAS ............................................................................................................... 16
2.2.1 Terminologia do Estoma .......................................................................................... 16
2.2.2 História da Estomia .................................................................................................. 17
2.2 TIPOS E ETIOLOGIAS DOS ESTOMAS INTESTINAIS ....................................... 20
2.3 LEGISLAÇÃO .......................................................................................................... 25
2.4 EQUIPAMENTOS PARA ESTOMAIS INTESTINAIS ........................................... 26
2.5 QUALIDADE DE VIDA E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO
ESTOMIZADO INTESTINAL ............................................................................................ 27
3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 30
3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 30
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 30
4 ARTIGO ........................................................................................................................... 31
CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45
APÊNDICE - A ...................................................................................................................... 55
ANEXO – B ............................................................................................................................. 65
12
1 INTRODUÇÃO
Por muito tempo, as pessoas estomizadas eram isoladas da sociedade e até do próprio
convívio familiar, sendo por vezes consideradas inválidas. Entretanto, graças aos avanços
cirúrgicos e melhor confecção e planejamento dos dispositivos coletores, o portador de estomia
melhorou sua condição de sobrevida e qualidade de vida (ESTEVES, 2009).
Nesse contexto, podemos destacar o profissional especialista em cuidar desse público e,
para isso, temos o enfermeiro estomaterapeuta, especialista que surgiu nos Estados Unidos da
América (EUA) entre os anos 50 e 60. Somente na década de 80 o World of Council of
Enterostomal Therapists (WCET) reconheceu o enfermeiro como profissional exclusivo desta
área.
No Brasil, as especializações de estomaterapia são referendadas pela Associação
Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências (SOBEST) e credenciadas
pelo WCET. O enfermeiro pós-graduado em estomaterapia é denominado pela SOBEST como
Enfermeiro Estomaterapeuta (ET) e a titulação de enfermeiro estomaterapeuta SOBEST (Ti
SOBEST) se dá através de concurso público realizado por esta instituição.
O papel do enfermeiro estomaterapeuta não se limita apenas às orientações dadas ao
estomizado após o procedimento de construção do estoma, o seu trabalho começa antes disso.
Esse profissional especializado tem papel importantíssimo intervindo no pré-operatório, intra
operatório, pós-operatório imediato, mediato e pós-operatório tardio, com atendimento
domiciliar ou ambulatorial, sendo este o foco do presente estudo.
Além disso, promove o autocuidado, apoio emocional e torna-se um elo de ligação entre
o paciente e outros profissionais da equipe (médicos, psicólogos, nutricionistas, assistentes
sociais, etc.), hospitais e centros de saúde. Tudo isso, visando o bem-estar e a manutenção da
qualidade de vida deste indivíduo.
A maior parte das pesquisas científicas surge a partir da vivência ou da inquietação do
profissional diante da realidade encontrada, e dessa forma é que se justifica a realização deste
trabalho. Pois, a experiência profissional com pacientes estomizados, me fez pensar em como
seria a vida deste paciente idoso após sua alta hospitalar, sendo dali em diante tudo novo.
Haviam muitos cuidados a serem aprendidos, muitas mudanças fisiológicas e até
psicológicas para serem compreendidas e adaptadas. Pois, os cuidados de enfermagem na
internação não são cronologicamente suficientes para paciente e o profissional trabalharem
questões pós-estoma como: autocuidado, isolamento social, vida sexual, melhor bolsa coletora
13
para cada tipo de estomia, direitos da pessoa estomizada, dentre muitas outras incertezas que
surgem nesse novo caminhar.
Frente a isso, o objetivo da pesquisa foi estudar a qualidade de vida dos idosos com
estomia intestinal que recebem atendimento ambulatorial de enfermagem no município de
Teresina-PI, caracterizando as pessoas estomizadas atendidas no Serviço de Estomaterapia da
instituição. E como proposta, nortear outros trabalhos e colaborar para melhoria dos serviços
prestados a esse público.
14
1.1 QUESTÕES E HIPÓTESES DE INVESTIGAÇÃO
Segundo Marconi e Lakatos (2011), a hipótese é uma resposta provável e provisória a
um problema, cuja verificação e validade é dada mediante investigação científica.
Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e
operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos
resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Dessa forma, o
objetivo da formulação do problema da pesquisa é torna-lo individualizado,
específico, inconfundível (RUDIO, 1980, p. 121).
Para isso, é importante considerar o processo de envelhecimento em toda sua
amplitude e totalidade, sabendo que pode variar de indivíduo para indivíduo. Alguns fatores
como: gênero, estilo de vida, condições socioeconômicas, doenças crônicas, são determinantes
nesta faixa etária (CAETANO, 2006; FIGUEIREDO, 2007). Entretanto, o estado de saúde e
doença dependerá muito de como o indivíduo encara o seu processo de envelhecer. Portanto,
conforme Frechini e Trompiere (2012), falar de envelhecimento é abrir o leque de
interpretações que se entrelaçam ao cotidiano e as diferentes perspectivas pessoais e culturais.
Lembrando que, envelhecimento não é referir-se necessariamente à inserção do idoso a um
processo de doença.
Com isso, algumas questões foram formuladas para que assim se chegue às informações
necessárias. Dentre as questões estão:
Qual a média da pontuação de qualidade de vida (QV) dos participantes no estudo?
Qual o impacto da estomia de eliminação intestinal no estilo de vida dos
participantes do estudo, na opinião deles?
Qual a proporção de participantes do estudo que recebeu apoio social e psicológico?
Para Fortin et al. (2009) as hipóteses e os questionamentos são fundamentais para uma
investigação científica. Os autores afirmam que a hipótese de um estudo colabora com a coleta
de dados e a discussão dos resultados. Acrescenta também que, um estudo pode ter mais de
uma hipótese, porém, é necessário que elas sejam claras e verificáveis.
As hipóteses determinadas pelas pesquisadoras foram:
1) Não há diferença significativa quanto ao gênero.
2) Não há diferença significativa quanto à etnia.
3) Não há diferença significativa quanto aos grupos etários.
4) Não há diferença significativa quanto à escolaridade.
5) Não há diferença à etiologia da estomia.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ENVELHECIMENTO
O estudo do processo de envelhecimento não é algo novo, pois como visto por Papaléo
(2000), o assunto já vem sendo estudado desde os anos 1900. Onde o autor afirma que em 1903
e em 1909, os pioneiros Metchinikoff e Nascher, respectivamente, estabeleceram os
fundamentos da gerontologia e geriatria e acreditavam que estas ciências correlatas iriam se
transformar em campos de produções científicas. E Nascher, como médico, estimulou as
pesquisas sociais e biológicas sobre o envelhecimento, sendo considerado o pai da geriatria e
fundador da Sociedade de Geriatria de Nova Iorque em 1912.
No Brasil, a Lei nº 10.741 de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do
Idoso e dá outras providências, considera idoso todo indivíduo com idade igual ou superior a
60 anos. Estudo realizado em 2012 afirma que existem vários termos utilizados para referir-se
aos indivíduos desta faixa etária, havendo um predomínio da nomenclatura idoso na revisão
bibliográfica realizada (HEIN; ARAGAKI, 2012).
O envelhecimento não deve ser visto somente como uma fase na vida do indivíduo, pois,
segundo Fonseca et al. (2008) trata-se de um processo biológico dinâmico e progressivo que se
inicia desde a formação do ser, corroborando Freitas et al. (2006), que dizem que o
envelhecimento não possui um marcador biofisiológico de início. Complementando essa ideia,
Castro (2005) afirma que os aspectos psicológicos e culturais são também parte integrante desse
processo.
Apesar do critério cronológico não ser um bom marcador do desenvolvimento humano,
pois, o processo de envelhecimento possui outras dimensões e significados que extrapolam as
dimensões da idade cronológica (Schneider; Irigaray 2008), existe, por questões demográficas,
a necessidade de determinar a partir de quando o indivíduo se torna idoso. Nos países
desenvolvidos estabeleceu-se que idoso é aquele indivíduo com idade a partir de 65 anos e nos
países em desenvolvimento, quem possui acima de 60 anos (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS, 1982).
Para Neri (2000) o gênero, a classe social, a saúde, a educação, os fatores de
personalidade, história passada, e o contexto socioeconômico são elementos essenciais para
diferenciar os idosos entre 60 e 100 anos.
Por sua vez, esta categoria ainda pode ser subdividida em: os idosos jovens, os idosos
velhos e os idosos mais velhos. O primeiro se refere a pessoas de 65 a 74 anos, caracterizadas
16
como pessoas ativas e com vitalidade. Os idosos velhos são aqueles de 75 a 84 anos de idade e
os idosos mais velhos são aqueles que possuem mais de 85 anos, e que geralmente apresentam
enfermidades e dificuldades para desempenhar algumas atividades da vida diária (PAPALIA;
OLDS; FELDMAN, 2006). Mas, como bem lembrado por Paskulin e Molzahn (2007), homens
e mulheres enfrentam o envelhecimento de formas diferentes.
A World Health Organization (WHO) (2011) acredita que o aumento da população
idosa seja consequência de dois fatores: diminuição da taxa de fecundidade e aumento da
expectativa de vida. Ainda afirma que isso leva a um aumento nas taxas de morbi-mortalidade,
com consequente crescimento das doenças crônico-degenerativas, o que, segundo Veras (2012)
faz com que o serviço de saúde brasileiro se adapte para atender a esse novo público. Pois, no
Brasil, estima-se que em 2050 o universo de idosos brasileiros seja 29,75% da população total
brasileira (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2008).
Para Leite e Gomes (2007), Santana e Maia (2009) e Laranjeira (2010), nos dias de hoje
a velhice é desvalorizada e apresentada de forma fracassada, envolta de doenças e sofrimentos,
onde apresentam idosos que reagem às estas características de diversas formas que vão desde o
comportamento passivo, depressivo e isolado, ansioso até o comportamento agressivo.
Frechine e Trompiere (2012) afirmam que, se o idoso for capaz de manter seus papéis
sociais, seus hábitos, sua motivação, este será capaz de retardar os processos deletérios do
envelhecimento.
Brasil, México e Índia começaram a reduzir sua taxa de fecundidade mais tarde que em
outros países. Pois, somente em 1950 é que a quantidade de filhos por mulher baixou para 5.
Tendo em vista que, nessa época França e Inglaterra já possuíam taxa de fecundidade menor
que 5 filhos por mulher. Se a população idosa brasileira mantiver o mesmo ritmo de
crescimento dos dias de hoje, no futuro representará grande parte da população total.
(MONTEIRO; ALVES, 1995).
2.1 ESTOMIAS
2.2.1 Terminologia do Estoma
Na área médica, existem diversas terminologias sendo utilizadas de forma equivocada
e incongruente (FIGUEIREDO, 1922; LIMA, 1967; MELO, 1943; REZENDE, 1998. Em
virtude de os termos estomia e ostomia serem bastante difundidos na área de ciências da saúde,
17
em 2004 a SOBEST consultou a Academia Brasileira de Letras (ABL) para que se visse um
consenso da terminologia correta e esta fosse utilizada por todos. Em esclarecimento, a ABL
informou que as expressões estoma e estomia provêm do grego stoma (MARTINS et al., 2007).
Para Bacelar et al. (2004), as palavras da língua portuguesa que derivam do grego stoma são
feitas com “e” inicial e não com “o”, portanto, a nomenclatura correta é estoma e não ostoma.
Segundo Martins et al. (2007), no vocábulo colostomia a letra “o” não pertence a
estoma, e sim à palavra colo. Dessa forma, a SOBEST passou a adotar a palavra “estomia”,
enquanto que a ABRASO (Associação Brasileira de Ostomizados) continua utilizando o termo
“ostomia” devido sua visibilidade e uso frequente. Portanto, os autores desta pesquisa utilizarão
o termo indicado pela ABL.
O estoma é definido como sendo um orifício, realizado a partir de intervenção cirúrgica,
o qual estabelece comunicação entre uma unidade orgânica oca e o exterior do corpo. No caso
de estomas intestinais, tem-se o objetivo de eliminar o conteúdo intestinal para uma bolsa
coletora que é fixada externamente ao corpo do usuário (BARBUTTI; SILVA; ABREU, 2008).
Porém, existem estomias com finalidade alimentar, como a gastrostomia e jejunostomia
(GEOVANINI; OLIVEIRA JUNIOR, 2008).
As estomias podem variar de nomenclatura de acordo com sua localização, tempo de
permanência e técnica cirúrgica. Para Santos e Cesaretti (2005), de acordo com a localização,
essa abertura recebe o nome de colostomia, ileostomia e jejunostomia, de acordo com sua
posição anatômica. Conforme a temporalidade, o estoma pode ser temporário ou definitivo e,
segundo a técnica cirúrgica, a nomenclatura varia como terminal, em alça ou dividida em duas
bocas (GEOVANINI; OLIVEIRA JUNIOR, 2008).
Segundo Miranda (2013) a construção de um estoma dependerá da especificidade de
cada paciente bem como de seu tratamento. Portanto, podemos citar três finalidades do estoma:
ventilação respiratória, nesse caso com uma traqueostomia; drenagem das eliminações
fisiológicas, sendo urinária chama-se cistostomia e fecal denominada jejunostomia, ileostomia
ou colostomia; e, por fim, o estoma, que pode ter como finalidade favorecer a alimentação
titulada de gastrostomia.
2.2.2 História da Estomia
Segundo Cesaretti e Dias (2002) as primeiras cirurgias abdominais relatadas nas
escrituras de Aurelianus Caelius, foram executadas por Praxágoras, influente médico da antiga
18
Grécia, no ano de 400 a.C. Consistiu em uma laparotomia na qual realizou a abertura do íleo,
explorou e fechou em seguida.
Séculos depois, em 1710, um cirurgião francês chamado Alex Littré sugeriu que fosse
realizado uma colostomia em um recém-nascido de seis dias que sofria de atresia anal. Porém,
o procedimento não chegou a ser realizado e a criança faleceu. Após autópsia, verificou-se que
o problema teria sido solucionado e o recém-nascido provavelmente sobrevivido se a alça
intestinal tivesse sido exteriorizada à parede abdominal (CESARETTI; DIAS, 2002).
Segundo Cesaretti e Dias (2002) em 1776, Pillore, cirurgião francês, realizou uma
cecostomia pela primeira vez e de forma eletiva. O caso era de um paciente com obstrução
intestinal grave devido uma neoplasia retal, que veio a falecer no 12º dia pós-operatório por
perfuração do intestino delgado, contudo, acredita-se que a causa da morte foi a grande
quantidade de mercúrio ingerida como terapêutica clínica pré-operatória.
A partir daí diversas técnicas foram criadas e aprimoradas para a realização do estoma,
a fim de que a alça intestinal exteriorizada fosse manuseada pela própria pessoa, pois, até então
os estomas a partir do intestino delgado era de difícil manipulação pela pessoa com ileostomia
(KRETSCHMER, 1980). E em 1883, Karel Maydl obteve êxito no procedimento cirúrgico após
operar o primeiro indivíduo a sobreviver a uma construção de ileostomia (ANDERSON, 2000).
Em 1930 aconteceu a primeira publicação científica a respeito de pessoas estomizadas
e seus cuidados sendo divulgada no American Journal of Nursing, em que o autor, Du Bois,
considera o estoma como deficiência além de abordar sobre alimentação, localização do estoma,
procedimentos cirúrgicos e cuidados (ANDERSON, 2000).
Após os anos 50 houve um aumento no número de publicações tratando sobre novas
técnicas cirúrgicas, cuidados pós-operatórios, balanço hidroeletrolítico, cuidados com a bolsa
de colostomia, maneiras de controlar o odor, dimensões sexuais, gravidez, reabilitação e lado
psicológico (TURNBULL; TURNBULL, 1993).
Segundo Mc Garity (2000) em 1958, Rupert Turnbull contratou uma ex-paciente sua
chamada Norma Gill, que também possuía uma ileostomia após uma Retocolite Ulcerativa, para
que ela atuasse na Cleveland Clinic Foundation como “técnica em estomia”, apesar de Norma
não ter nenhuma formação na área da saúde. Apoiado nisso, a estomaterapia se iniciou e Norma
Gill foi considerada a primeira estomaterapeuta e Turnbull a “mãe da estomaterapia”.
A primeira organização de estomaterapeuta do mundo surgiu em 1968, por sugestão do
Dr. Turnbull e tendo à frente Norma Gill. Chamada de American Association of Enterostomal
Therapist (AAET) e hoje em dia chama-se World Ostomy and Continence Nursing Society
(WOCNS) (SANTOS; SOUZA Jr, 1993; TURNBULL; TURNBULL, 2000). Com isso,
19
surgiram os primeiros passos para um cuidado aos estomizados baseado em evidências através
dos cursos de estomaterapia. Já em 1973 a América possuía 351 especialistas em cinco
programas educacionais (CESARETTI; LEITE, 2000).
No Brasil, a década de 80 foi marcada pela partida de muitas enfermeiras para o exterior
afim de uma formação especializada e contribuir na difusão da especialidade pelo mundo com
reciclagem de outros profissionais (SANTOS, 2006). Onde a primeira enfermeira
estomaterapeuta do Brasil foi Gelse Zerbeto, entretanto os primeiros estomaterapeutas
brasileiros foram dois médicos do Rio de Janeiro treinados na Cleveland Clinic Foundation
pela própria Norma Gill. Vera Lúcia C. G. Santos foi outra enfermeira que teve formação no
exterior, sendo ela, em 1990, a responsável pela criação do primeiro curso de especialização
em estomaterapia no Brasil e segundo da América Latina, através da Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo (USP), sendo este o único curso existente no país até 1998
(YAMADA, 2015).
Em 1985, época em que os conhecimentos em estomias estavam sendo disseminados
pelo mundo, no Brasil surgia a Sociedade Brasileira de Ostomizados, que atualmente é chamada
de Associação Brasileira de Ostomizados (ABRASO), cujo objetivo é a defesa da cidadania da
pessoa com estomia sem distinção de idade (SANTOS, 2006). Todas as regiões do país possuem
núcleos representativos e de atendimento aos estomizados.
Para Santos (2006), o aumento de estomaterapeutas no Brasil, inerente ao Curso de
Especialização, provocou em 1992, a fundação da Sociedade Brasileira de Estomaterapia
(SOBEST), que nasceu no município de São Paulo a partir do Grupo de Interesse Clínico em
Enfermagem em Enteroestomaterapia (GICEE), posteriormente denominado Grupo de
Enfermagem em Enteroestomaterapia (GEE) e por último Grupo de Enfermagem em
Estomaterapia (GEEst). Em 1997 a SOBEST teve sua nomenclatura alterada juntamente com
seu estatuto, passando a ser chamada de Sociedade Brasileira de Estomaterapia: ostomias,
feridas e incontinências. E no ano de 2005, em cumprimento ao Novo Código Civil Brasileiro
e às orientações da ABL aconteceu à segunda alteração, a organização passou a ser denominada
Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências – SOBEST.
Em 1994 Santos e Sousa Jr (1994) realizaram levantamento bibliográfico no período de
1970 a 1992 e perceberam que com a implantação do curso de especialização houve um
aumento e certa regularidade de publicações científicas, onde ocorreu, pelo menos, uma
dissertação ou tese e duas publicações em periódicos ao ano, tendo como grande maioria das
autoras enfermeiras estomaterapeutas.
20
No ano de 2004, Souza e colaboradores estudaram 121 publicações acerca do assunto,
publicadas entre 1970 e 2004, dentre elas 106 dissertações de Mestrado, 12 teses de Doutorado
e 3 teses de Livre Docência (SOUZA et al., 2004). Para Souza et al., (2014), esse aumento nos
estudos e pesquisas envolvendo estomias se deve à elevação no número de atendimentos a
clientes com lesões de pele, estomas e incontinências e em virtude dos inúmeros produtos que
hoje em dia são lançados no mercado além do desejo de capacitação profissional.
2.2 TIPOS E ETIOLOGIAS DOS ESTOMAS INTESTINAIS
Barbutti, Silva e Abreu (2008), acreditam que são vários os motivos que levam uma
pessoa a precisar de uma estomia intestinal e fazer com que o trânsito das fezes seja modificado
e possa exteriorizar o organismo como, patologias crônicas, doença de Chagas, doença de
Chron, câncer, traumas abdominais.
Para Bound (2004), a colostomia, quando o procedimento cirúrgico é realizado na
porção do cólon, e ileostomia, quando acomete o íleo, são necessários quando cirurgias
conservadoras e outras técnicas de tratamento não foram suficientes para reprimir a
enfermidade: prolapso retal irreparável, disfunções neurológicas graves, traumatismo que
afetam o reto e esfíncter anal ou em situações que o paciente desenvolva complicações como
obstrução, abscesso ou fístulas.
Gutman (2011) ainda acrescenta como causas que podem conduzir a uma intervenção
cirúrgica da qual resulta a construção de uma estomia de eliminação intestinal patologias como:
diverticulite, perfuração intestinal e doenças congênitas (doença de Hirschsprung, polipose
adenomatosa).
O estudo de Miranda et al. (2014) aponta que indivíduos que possuem uma estomia por
consequência de um trauma abdominal sofrem uma severa mudança de vida assim como os que
necessitaram do estoma de forma eletiva, entretanto, os primeiros não tiveram um preparo
prévio tanto no que diz respeito ao procedimento cirúrgico quanto ao lado psicológico. Fazendo
com que o processo de reabilitação seja ainda mais difícil, tendo em vista que a pessoa se
apresentava em perfeito estado de saúde antes do trauma e teve que se adequar a uma vida com
restrições desconhecidas.
O estudo de Sesaki et al. (2012) realizado em São José do Rio Preto (SP) em 2012,
constatou que o câncer foi a principal causa de estomia correspondendo a 54,5% dos casos
pesquisados, sendo a neoplasia retal como a mais prevalente seguida da de colón com 14% dos
casos investigados. Diferente do encontrado no estudo de Martins e Alvim (2011) realizado em
21
um munícipio do Estado do Rio de Janeiro, onde tiveram a Doença de Chron como segunda
causa para a confecção de um estoma intestinal.
O tipo e/ou nomenclatura do estoma dependerá da porção intestinal cirurgiada assim
como a consistência das fezes eliminadas. Na jejunostomia a cirurgia é realizada no jejuno, as
fezes apresentam-se líquidas, de cor esverdeada e em grande quantidade por dia; A ileostomia,
como o próprio nome sugere, é construída no íleo (porção final do intestino delgado), as fezes
são líquidas, porém, viscosas e de cor amareladas/esverdeadas; Já a colostomia são feitas no
cólon, podendo ser na parte ascendente, transverso, descendente ou sigmóide, variando suas
características dependendo do segmento utilizado para as eliminações (GUTMAN, 2011).
A localização anatômica também diz muito sobre as características das eliminações.
Segundo Gutman (2011), as jejunostomias, ileostomias e colostomias do cólon ascendente são
preferencialmente confeccionadas no quadrante inferior ou superior direito, aparentemente
líquidas, corrosivas (devido pH) e com eliminação quase contínua. Já as colostomias que
utilizam o cólon transverso ficam exteriorizadas no quadrante superior direito ou esquerdo, com
liquidez e corrosão diminuídas. As fezes provenientes das colostomias descendentes e
sigmoides possuem características bem definidas: onde a primeira localiza-se no quadrante
superior esquerdo do abdômen, fezes pastosas e odor habitual e a segunda localiza-se no
quadrante inferior esquerdo do abdômen e as fezes são de consistência sólida e com odor
habitual.
A permanência do estoma pode ser definitiva ou temporária, a indicação da construção
do estoma é que definirá a sua temporalidade. Miranda (2013) diz que as principais razões para
a realização de uma estomia definitiva são: neoplasias do cólon e reto, prolapso retal irreparável,
incontinência anal incorrigível, fístulas retovaginais ou reto uretrais sem resolução médica,
lesões traumáticas e doenças congênitas. Onde Santos (2006) declarou em seu estudo que o
cancro colorretal é a principal causa para uma estomia definitiva.
Para Keighley e Williams (1993), a confecção de uma estomia temporária é indicada
em situações emergenciais devido às obstruções intestinais por tumores, volvo do sigmoide,
doença diverticular, perfurações por isquemias, traumas, deiscências de anastomoses, doença
de Crohn, infecções por fístulas complexas, síndrome de Fournier e proteção de anastomoses.
Maruyama (2004) enfatizam que o indivíduo que passa a ter um estoma devido um
câncer é afetado de duas formas e visualizam dois significados culturais: primeira pelo estigma
do câncer – doença que leva em seu significado a morte, e segundo o estoma em si – pois é
visto como mutilação física e carrega com ela várias consequências. Para Menezes e Quintana
22
(2008), o ser colostomizado atribui aquela situação a um momento de luto e como tal necessita
de um período para lhe dar com os sentimentos de perda.
Nesse contexto, a família torna-se um apoio fundamental para o ente colostomizado,
pois, este precisará se adaptar a uma nova forma de vida (SANTANA et al., 2010). Pode-se
considerar o enfermeiro como um personagem importante nessa trajetória, tendo em vista seu
papel também de educador em saúde, onde, segundo Sousa et al. (2005), este profissional
oferece apoio e orientações de cuidados aos pacientes e familiares do estomizado.
Concordando, dessa forma, com Ferreira (2011) e Batista et al. (2011), que admitem o
enfermeiro como assessor, consultor e gestor de cuidados.
Outra ordem relevante à essa rede de apoio são os grupos de apoio social, que segundo
Pietrukowicz (2001), são formados por pessoas ou grupos que estabelecem vínculos entre si,
oferecendo amparo seja ele afetivo ou material. Esse arrimo pode ser dado na forma de escuta,
onde as pessoas se sentem à vontade para compartilhar seus medos, ansiedades e angústias.
Acontecendo também orientações de modo que o estomizado se sinta acolhido e mais seguro
para seguir. Um exemplo disso foi visto no estudo de Silva e Shimizu (2007), com a Associação
dos Ostomizados, pois, lá tornou-se um local onde os estomizados encontram todos os apoios
citados anteriormente, além de técnicas para o autocuidado e ainda amenizam o isolamento
social.
As pessoas estomizadas requerem cuidados específicos, pois, existe um elevado grau de
complicações após o procedimento. Os possíveis problemas dependerão de fatores como a
localização do estoma, características da pele do portador, alimentação realizada pela pessoa,
tipo de dispositivo usado e cuidados de higiene (MIRANDA, 2013). Morais, Seiça e Pereira,
(2012) dividem essas complicações em precoces e tardias. As complicações precoces são:
Deiscência da sutura muco-cutânea - que consiste na separação total ou parcial do
estoma da pele;
Isquemia – resultado de uma ostomia com má circulação sanguínea;
Necrose – resultado de um fluxo sanguíneo insuficiente, levando à mucosa do estoma
ficar escura e flácida;
Hemorragia – acontece devido uma hemostasia inadequada durante o procedimento
cirúrgico;
Retração – ocorre por razão de uma tensão excessiva ao nível da sutura mucocutânea,
ocorrendo uma separação do estoma do plano cutâneo.
Abcesso – Presença de sinais inflamatórios
23
Oclusão - presença de fecalomas ou existência de aderências intra-abdominais;
Edema – em geral é fisiológico e desaparece após três semanas;
As complicações tardias contemplam:
Prolapso - protrusão excessiva da alça intestinal para o exterior do estoma;
Ulceração – ocorre devido algum traumatismo no estoma;
Estenose – estreitamento do estoma e acontece devido ao processo de cicatrização
periestomal;
Hérnia - protrusão do estoma por vezes volumosa, devido má localização do estoma,
enfraquecimento da musculatura abdominal, aumento de peso, emagrecimento ou
envelhecimento;
Invaginação - o estoma retrai-se total ou parcialmente para o interior da cavidade
abdominal devido a construção e fixação incorreta;
Fístula
Granuloma - irritação cutânea da mucosa devido a corte incorreto;
Odores – causados muitas vezes por bactérias que colonizam o local, medicamentos
em uso, higiene precária ou certos tipos de alimentação.
Tais complicações ocorrem em 30% das cirurgias já no primeiro mês pós-operatório. E
o principal problema ocorrido é prolapso e necrose, com 22% dos casos, seguido de estenose e
irritação, com 17% e infecção, hemorragia e retração, com 15% e 5%, respectivamente
(DUCHESNE et al., 2002). Em mesmo estudo, os autores perceberam que 95 % dos pacientes
foram tratados por enfermeiro estomaterapeuta e acreditam que devido a isso houve uma
diminuição, em até seis vezes, das complicações.
Aceitar a ideia de ser estomizado já é difícil para os jovens imagine para uma pessoa
idosa. Este apresentará maior dificuldade no enfrentamento do que está por vir, na realização
dos cuidados necessários, não só pelo lado prático, mas também pelo inesperado que a cirurgia
causará no seu modo de viver além da ideia de mutilação e alteração da sua autoimagem
(BARROS et al., 2012). Porém, segundo Barra et al. (2006), as potencialidades do idoso
estomizado não podem ser esquecidas, pois, ele precisa ser visto como um sujeito capaz de
realizar suas atividades e manter sua autonomia.
Barros et al. (2012) afirmam que o ambiente em que o idoso estomizado está inserido é
peça fundamental para que haja uma reabilitação adequada assim como uma adaptação serena
à nova condição de vida. Tendo em vista que ambiente é definido por Kim (1992) como a
24
essência do indivíduo que está externamente a ele e que esse ambiente é modificado
constantemente pelo ser e vice-versa.
Em seu estudo, Barros et al. (2012) propõem que três tipos de ambientes circundam os
idosos estomizados: ambiente domiciliar, ambiente grupal e ambiente hospitalar. E diz que para
o idoso estomizado o ambiente domiciliar é um ponto de apoio, pois, é lá onde ele encontra
suas lembranças e conquistas além de proporcionar ao idoso um refúgio confortável durante o
período de adaptação. O ambiente grupal é representado pelos grupos de convivência, onde há
trocas de saberes o qual proporciona a possibilidade de uma nova perspectiva acerca do seu
“problema”. Já o ambiente hospitalar, por se tratar de um local que remete doença e que não se
parece em nada com o que estão acostumados, torna-se o lugar onde ninguém deseja estar.
Portanto, Barros et al. (2012) reafirmam o tratamento especial que deve ser dado a esse público,
devido suas complexidades e peculiaridades, mas não só o que abrange o cuido ao estoma mas
também quanto aos aspectos bio-psico-espirituais.
Deve-se aproveitar a inserção do idoso estomizados nesses ambientes, principalmente
no hospitalar, e envolver toda a família no processo. Pois, segundo Barros et al. (2012), as
orientações para que os cuidados tenham continuidade na assistência domiciliar necessitam
serem dadas.
Ótimas ações de orientação e apoio estão sendo bem disseminadas entre aqueles que
precisam de informação sobre ser estomizado. Um exemplo disso pode ser visto no estudo de
Barros et al. (2012), desenvolvido no Serviço de Estomaterapia de um Hospital Universitário
da região sul do Brasil, onde os pesquisadores produziram uma cartilha educativa para cuidado
ao idoso estomizado. Nesse produto, apresentado como uma gerontotecnologia educativa,
foram dadas informações sobre: direitos dos estomizados; conceitos e tipos de estomas;
cuidados com a estomia e importância da família e do grupo de apoio para o cuidado.
Barros et al. (2014) concordam que as gerontotecnologias são importantes, pois, fazem
com que os idosos estomizados não percam a sua autonomia e assim possam executar seu
autocuidado e adaptarem-se à nova condição de vida.
Tais iniciativas são de grande valor, pois, auxiliam os trabalhos educativos
desenvolvidos pelos enfermeiros tanto no âmbito hospitalar quanto no ambiente ambulatorial,
trabalho esse muito executado nas consultas de enfermagem. Tal atividade, privativa do
enfermeiro, é regulamentada, através do Conselho Federal de Enfermagem, pela Resolução nº
358 (2009) tornando assim, o trabalho de orientação e investigação em saúde ainda mais
sistematizado, pois, é realizado em cinco etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de
enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem. Com
25
isso, podemos dizer que esse tipo de abordagem atende ao modelo de atenção integral tão
pregado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
No estudo de relato de experiência de Corso et al. (2013) no Centro Interdisciplinar de
Atendimento aos Portadores de Esclerose Múltipla de um hospital público que integra a rede
SUS do Município de Fortaleza-CE, três instrumentos foram elaborados para que a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) fosse aplicada no ambulatório de
enfermagem. Onde o primeiro realizava o histórico de enfermagem do paciente, buscando
dados pessoais, socioeconômicos, culturais, nutricionais, eliminações fisiológicas, etc; o
segundo instrumento propunha realizar o acompanhamento do paciente nas consultas
subsequentes e assim avaliar as intervenções propostas; já o terceiro instrumento faz
consideração ao diagnóstico e intervenções de enfermagem. Com isso, percebe-se que o
atendimento se torna mais estruturado, fazendo com que a execução do trabalho atenda às
necessidades do indivíduo, tendo em vista que serão obtidas informações sobre a pessoa, família
ou coletividade humana e suas respostas ao processo saúde-doença.
2.3 LEGISLAÇÃO
Considerando que a pessoa estomizada necessita de uma atenção integral e
especializada, com profissionais capacitados bem como dispor de uma estrutura física adequada
e recursos materiais específicos, estabeleceu-se diretrizes para a atenção à saúde desse público
no âmbito do SUS. Normativa esta, instaurada na Portaria nº 400/2009 do Ministério da Saúde
(MS), que define que as ações de atenção à saúde das pessoas com estomas sejam desenvolvidas
na atenção básica e nos Serviços de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas (BRASIL,
2009).
No domínio da atenção primária devem ser realizadas ações de orientação quanto ao
autocuidado e prevenção de complicações nos estomas. Já os Serviços de Atenção à Saúde das
Pessoas Ostomizadas são classificados em: Atenção à Pessoa Ostomizada I e Atenção à Pessoa
Ostomizada II. Onde o primeiro realiza atividades de orientação para o autocuidado, prevenção
de complicações e fornecimento de dispositivos coletores e adjacentes de proteção e segurança.
O Serviço de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas II realiza todas as ações contempladas
no primeiro além de tratar complicações nas estomias e capacitar profissionais (BRASIL,
2009). Tudo isso, devendo estar inserido em instalações físicas adequadas e integradas à
estrutura física de um centro de saúde.
26
A pessoa estomizada é caracterizada por ser um público peculiar, portanto, exige
atendimento próprio e especial. Nesse contexto, os direitos dos estomizados foram inseridos à
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência na lei nº 7.853/1989,
regulamentada pelo Decreto nº 3.298/1999, onde inclui as bolsas coletoras como ajuda técnica
(BRASIL, 1999).
Outra conquista alcançada em virtude dos grandes passos dados pela sociedade
organizada afim de garantir ao estomizado direitos e uma vida digna veio através do Decreto nº
5.296/2004, que regulamenta as leis nº 10.048/2000 e 10.098/2000 (BRASIL, 2004). Portanto,
o estomizado possui também o direito ao atendimento prioritário e à acessibilidade. Com isso,
os estomizados ganham o amparo de um significativo conjunto de leis.
Em um cenário recente, sancionou-se a lei que estabelece o Símbolo Nacional de Pessoa
Ostomizada, tornando obrigatória a colocação do símbolo, de forma visível, em todos os locais
que possibilitem acesso, circulação e utilização por pessoas estomizadas e em todos os serviços
que forem postos à sua disposição ou que possibilitem o seu uso, principalmente no acesso aos
banheiros públicos e privados (BRASIL, 2014).
2.4 EQUIPAMENTOS PARA ESTOMAIS INTESTINAIS
A primeira tentativa de se confeccionar uma bolsa coletora para ileostomizados foi
realizada em 1930 por Alfred A. Strauss e aprimorado por Koenig, que era um ileostomizado e
estudante de química. O invento era feito de borracha aderente que cobria o estoma e fixado à
pele através de um preparo de látex, a bolsa poderia ser ajustada ao corpo devido um cinto que
concedia maior segurança ao usuário. Em 1940, tal utensílio era bem aceito e conhecido como
Bolsa de Strauss Koenig Rutzen (MC GARITY, 2000).
Tais dispositivos foram as únicas opções até 1960. Gill-Thompsom (1990), descrevia-
os como sendo bolsas de borracha que eram grosseiramente cimentadas ao corpo e seguras com
correias. Relata também que até latas de atum eram utilizadas para a finalidade coletora.
Outra grande contribuição dada aos estomizados foi a descoberta do pó de Karaya por
Turnbull em 1952, que apesar de ter sido de modo acidental trouxe benefícios notáveis, pois,
trata-se de uma goma extraída de uma árvore da Índia que tem poder absorvente e restaurador
do pH da pele. Devido os grandes resultados demonstrados nos pacientes, Turnbull contratou
um engenheiro químico, chamado Leonard Fenton, para que produzisse o pó em escala
industrial (MC GARITY, 2000; TURNBULL; TURNBULL, 1993).
27
Atualmente, o mercado comercial oferece uma diversidade de produtos às pessoas
estomizadas. Fazendo com que o enfermeiro busque conhecimento profundo das características
de tais dispositivos, assim como do estoma e dos hábitos de vida do paciente, para que aspectos
como, conforto, segurança, praticidade, proteção da pele, adaptação adequada e permanência
na região periestoma, seja avaliado para que o melhor equipamento seja indicado
(CESARETTI; PAULA; PAULA, 2006).
Dentre os equipamentos de coleta fecal existem as bolsas com sistemas drenável ou
fechado; de uma ou duas peças; bolsas opacas ou transparentes e ainda com resina recortável
ou pré recortada (BEZERRA, 2007). As bolsas que possuem base de resina aderente à pele,
podem ser planas ou convexas, estas são indicadas para estomas planos, sem protrusão ou
retraído, já as bolsas planas são mais usadas em estomas com protrusão que permita adaptação
ao estoma (CESARETTI; PAULA; PAULA, 2006).
Em seu estudo, Bezerra (2007) orienta que no pós-operatório imediato e mediato seja
utilizado bolsas transparentes e de peça única para facilitar a visualização e avaliação do
estoma, bem como dos resíduos.
Existe no mercado uma variedade de produtos complementares às bolsas, tais como:
cintos de elástico, discos convexos, lingerie de bolsa, clip de fechamento, solventes para
remoção de resíduos de resina na pele, filtros de carvão, loções limpadoras e desodorizantes
líquidas e em pó (CESARETTI, PAULA, PAULA,2006). Importante destacar que tais
equipamentos adjuvantes devem ser indicados de acordo com a particularidade de cada pessoa
para assim proporcionar uma melhor qualidade de vida, portanto, a avaliação do enfermeiro ou
do estomaterapeuta é o diferencial para que o paciente tenha acesso a esses recursos e se adeque
ao estilo de vida de cada um (Bezerra 2007).
2.5 QUALIDADE DE VIDA E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO ESTOMIZADO
INTESTINAL
Qualidade de vida, na visão de Aristóteles, estava relacionada à felicidade plena e ainda
dizia que: “[...] a essência da felicidade estaria na atividade virtuosa, sendo todos os demais
bens condições necessárias e contributivas para ela” (ASSUMPÇÃO JUNIOR; KUCZYNSKI,
2010, p. 24). Buscando na origem da palavra, qualidade significa o grau ou estado de excelência
atribuído a alguma coisa; e vida representa o estado completo de atividade funcional da pessoa,
bem como seu, desenvolvimento, prazer ou sofrimento (CANAVARRO; SERRA, 2010).
28
A expressão qualidade de vida se consolidou a partir de 1964, quando o então presidente
norte americano, Lyndon Jonhson, disse que os objetivos de um país devem ser medidos por
meio da QV que proporcionam às pessoas. Desde então, por volta de 1970, o conceito de
qualidade de vida passou a incorporar também aspectos abstratos da vida (GOMBOSKI, 2010).
Conceituar ou considerar qualidade de vida é algo complexo e amplo, pois, envolve
muitas dimensões. Além de ser subjetivo e individual, tendo em vista que envolve valores,
culturas, crenças e prioridades.
Neste sentido, o conceito de QV está associado à autoestima e ao bem-estar pessoal e
abarca uma série de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado
emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o
próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a
satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e o ambiente em que se vive. (SANTOS,
2009; VELARDE; ÁVILA 2002; VECHIA; BOCCHI; CORRENTE 2005).
Tantas opiniões e gerações de ambiguidades levou, ao longo dos anos, à construção de
instrumentos que mensurassem a QV. Segundo Miranda (2013), um dos instrumentos mais
conhecidos, para “medir” QV, a nível internacional é o SF-36 (Medical Outcomes Study 36 -
item Short-Form Health Survey). E como a grande maioria desse tipo de ferramenta, só se
verifica a qualidade de vida de forma global, não possuindo itens específicos para portadores
de estomias.
Para isso, constrói-se, em 1983 por Grant e colaboradores, o primeiro instrumento que
visava avaliar a qualidade de vida da pessoa colostomizada, chamado de Quality of Life Index
(GRANT et al., 2004). Em 2004, os mesmos autores construíram o City of hope – Quality of
Life Questionnaire for a patient with an ostomy, instrumento específico de avaliação da QV de
pessoas ostomizadas, onde foram inclusos quatro domínios:
Bem-estar físico (BEF) - inclui a alimentação, o apetite, a sexualidade, o repouso,
a percepção da saúde e da doença, a força física e/ou a sensação de fadiga. Indo dos
itens 1 ao 11.
Bem-estar psicológico (BEP) – inclui a satisfação com a vida, a utilidade de viver,
a satisfação com a imagem corporal, a ansiedade, as emoções, a capacidade de
controlo interno, o lazer, a diversão, o autodesenvolvimento e a aprendizagem. Indo
dos itens 12 ao 24.
Bem-estar social (BES) – inclui o funcionamento interpessoal, as atividades sociais,
a presença e o apoio de pessoas importantes, a função do papel pessoal na família.
Indo dos itens 25 a 36.
29
Bem-estar espiritual (BEE) – inclui aspetos religiosos e preocupações existenciais.
Indo dos itens 37 a 43.
Miranda (2013) diz em seus estudos que o estoma está muito relacionado ao que não é
belo ou não é limpo, e isso atinge diretamente na qualidade de vida do indivíduo. E isso vai de
encontro com os estudos de Persson e Hellstrom (2002), onde todos os indivíduos pesquisados
disseram que o estoma alterou negativamente sua vida sexual e social, relatando ainda que
perderam autoconfiança e o autor respeito e que o primeiro contato visual com o estoma gerou
sentimentos de choque e repugnância, afirmando que a presença de um estoma nas suas vidas
afetou negativamente a sua QV.
O apoio do profissional especializado nesta área, enfermeiro estomaterapeuta,
proporciona um esclarecimento dessas angústias e cessão de sentimentos negativos que advém
com o estoma. Barbosa, Teixeira e Pereira (2007) destacam que, a escuta atenta é uma peça
importante para que haja confiança do paciente para com o profissional. Além de ser um fator
decisivo no comparecimento e na regularidade do paciente ao ambulatório.
Em seu estudo realizado em 2007, Bezerra afirma que: “a assistência de enfermagem ao
colostomizado deve possibilitar além da recuperação fisiológica, a retomada das atividades
cotidianas com qualidade de vida, ou seja, o alcance da reabilitação” (BEZERRA, 2007, p. 93).
Durante a consulta de enfermagem o estomizado tem a oportunidade de receber
informações que serão essenciais para o dia a dia, o que será fundamental na reabilitação desse
indivíduo. Faro (2006) e Souza et al. (2007), ressaltam que durante a CE o profissional deve
elaborar estratégias que incentive esse estomizado ao retorno ao mundo do trabalho o que leva
à um bom envolvimento social que, por vezes, pode ter sido perdido.
E para isso, a lei 7.498/86 estabelece que a consulta de enfermagem (CE) é uma
atividade privativa do enfermeiro. E contribuindo com esse contexto, a Resolução 159/1993 do
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), estabelece que essa atividade seja obrigatória em
todos os níveis de assistência à saúde em instituições públicas ou não (COFEN, 1993).
30
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Estudar a qualidade de vida dos idosos com estomia intestinal que recebem atendimento
ambulatorial de enfermagem no Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo (CISLA) no
município de Teresina-PI.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Realizar caracterização sociodemográfica de idosos estomizados atendidas no Serviço
de Estomaterapia do Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo no município de Teresina-
PI.
Estudar o domínio físico, psicológico, social e espiritual da qualidade de vida em idosos
com estomia intestinal.
31
4 ARTIGO
INTERNATIONAL ARCHIVES OF MEDICINE – QUALIS/CAPES B1
Qualidade de Vida de Idosos com Estomia Intestinal
Quality of Life of Elderly with Intestinal Ostomy
Elis Marina Carvalho Alves Batista1; Maria Liz Cunha de Oliveira2
1 Enfermeira. Mestrando. Universidade Católica de Brasília. Programa de Pós Graduação
Stricto Sensu em Gerontologia. Brasília, DF - Brasil.
2 Enfermeira. Phd. Pesquisadora/Professora da Universidade Católica de Brasília -DF, Brasil.
Endereço para correspondência
Elis Marina Carvalho Alves Batista
E-mail: [email protected]
RESUMO
O papel do enfermeiro estomaterapeuta não se limita apenas às orientações dadas ao estomizado
após a construção do estoma, o seu trabalho começa antes disso. Esse profissional especializado
atua no pré-operatório, intra operatório, pós-operatório imediato, mediato e tardio, com
atendimento domiciliar ou ambulatorial, sendo este último o foco do presente estudo. A
pesquisa tem como objetivo, estudar a qualidade de vida dos idosos com estomia intestinal que
recebem atendimento ambulatorial de enfermagem no Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo
no município de Teresina-PI. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo com abordagem
quantitativa. Para o levantamento das informações foi realizada uma entrevista estruturada,
além do MEEM e da COH-QOL-OQ. O programa de estomizados do ambulatório conta com
584 cadastrados. Destes, 90,41% possuem estoma intestinal e 9,59% estoma urinário; 97,26%
possui apenas uma estomia e 2,74% tem duas estomias. Daqueles cadastrados, 127 são idosos
que, estratificando por faixa etária tem-se: de 60 a 69 anos um quantitativo de 61 idosos, de 70
a 79 anos um quantitativo de 42 idosos e maior ou igual há 80 anos houve um quantitativo de
24 idosos. Podemos concluir que o perfil dos participantes do estudo foi de mulheres, idosas
entre 60 e 69 anos, atualmente viúvas, com o 1º grau de estudo completo, aposentadas, tendo
como etiologia da estomia a neoplasia intestinal e de permanência definitiva. Constatamos que
em nosso estudo, a maior parte dos idosos apresentou uma visão positiva acerca da sua
qualidade de vida, haja vista que houve uma média 381,20 de QV.
Palavras-chave: idoso, qualidade de vida, envelhecimento, estomia, enfermagem.
32
ABSTRACT
The role of the stomal therapy nurse is not only to give guidance to the patient after the
construction of the stoma, his work begins before that. This specialized professional works in
the preoperative, intraoperative, immediate postoperative, midway and late postoperative
periods, with home or outpatient care, which is the focus of the present study.
The objective of this research was to study the quality of life of the elderly with intestinal
ostomy who receive outpatient nursing care at the Lineu Araújo Integrated Health Center in the
city of Teresina-PI. This is an epidemiological, descriptive study with a quantitative approach.
The outpatient ostomate program has 584 enrollees. Of these, 90.41% had intestinal ostomy
and 9.59% had urinary ostomy; 97.26% had only one ostomy and 2.74% had two ostomies. Of
those registered, 127 are elderly, stratified by age range: from 60 to 69 years a quantitative of
61 elderly, from 70 to 79 years a quantitative of 42 elderly and greater or equal 80 years ago
there was a quantitative of 24 elderly. It could be concluded that the profile of the participants
of the study was of women, aged between 60 and 69 years old, widows, who finished primary
school, currently retired, having the stomal etiology of the intestinal neoplasia and definitive
permanence. It could be seen that most of the elderly have a positive view about their quality
of life, considering that there was an average of 381.20 of QOL.
Keywords: elderly, quality of life, aging, stoma, nursing
INTRODUÇÃO
O papel do enfermeiro estomaterapeuta não se limita apenas às orientações dadas ao
paciente estomizado após o procedimento de construção do estoma. Esse profissional
especializado tem papel importantíssimo intervindo no pré-operatório, intra operatório, pós-
operatório imediato, mediato e tardio, com atendimento domiciliar ou ambulatorial. Muitas
vezes, apoia emocionalmente e torna-se o elo entre o paciente e outros profissionais da equipe,
hospital e centro de saúde.
Para isso, é importante considerar o processo de envelhecimento em toda sua amplitude
e totalidade, sabendo que pode variar de indivíduo para indivíduo. Alguns fatores como: gênero,
estilo de vida, condições socioeconômicas, doenças crônicas, dentre outros, são determinantes
nesta faixa etária.1,2 Entretanto, o estado de saúde e doença dependerá muito de como o
indivíduo encara o seu processo de envelhecer. Portanto, conforme Frechini e Trompiere3, falar
de envelhecimento é abrir o leque de interpretações entrelaçadas ao cotidiano e às diferentes
perspectivas pessoais e culturais. Observando que envelhecimento não é referir-se
necessariamente à inserção do idoso a um processo de doença.
Para melhor entendimento e uso correto da nomenclatura colostomia, a SOBEST
consultou a Academia Brasileira de Letras (ABL) para que se visse um consenso de
terminologia.4 Em esclarecimento, a ABL informou que as expressões estoma e estomia provêm
do grego stoma. Complementando esta informação, Bacelar et al.5 declara que as palavras da
33
língua portuguesa que derivam do grego stoma são feitas com “e” inicial e não com “o”,
portanto, a nomenclatura correta é estoma e não ostoma.
Dessa forma, a SOBEST passou a adotar a palavra “estomia”, enquanto a ABRASO
(Associação Brasileira de Ostomizados) continua utilizando o termo “ostomia”, devido sua
visibilidade e uso frequente. Portanto, os autores desta pesquisa utilizarão o termo indicado pela
ABL.4
Em 1776, Pillore, cirurgião francês, realizou uma cecostomia pela primeira vez e de
forma eletiva. O caso era de um paciente com obstrução intestinal grave devida à neoplasia
retal, que veio a falecer no 12º dia pós-operatório por perfuração do intestino delgado. Contudo,
acredita-se que a causa da morte foi a grande quantidade de mercúrio ingerida como terapêutica
clínica pré-operatória.6
No Brasil, a década de 80 foi marcada pela partida de muitas enfermeiras para o exterior
a fim de adquirirem uma formação especializada e contribuir na difusão da especialidade pelo
mundo com reciclagem de outros profissionais.7
A permanência do estoma pode ser definitiva ou temporária, sendo que é a indicação da
construção do estoma que definirá a sua temporalidade. Miranda8 diz que as principais razões
para a realização de uma estomia definitiva são: neoplasias do cólon e reto, prolapso retal
irreparável, incontinência anal incorrigível, fístulas retovaginais ou reto uretrais sem resolução
médica, lesões traumáticas e doenças congênitas.
O idoso apresentará maior dificuldade no enfrentamento do que está por vir, na
realização dos cuidados necessários, não só pelo lado prático, mas também pelo inesperado que
a cirurgia causará no seu modo de viver além da ideia de mutilação e alteração da sua
autoimagem.9
Conceituar ou considerar QV é algo complexo e amplo, pois, envolve muitas dimensões.
Além de ser subjetivo e individual, tendo em vista que envolve valores, culturas, crenças e
prioridades. Tantas opiniões e gerações de ambiguidades quanto à QV, levou, ao longo dos
anos, à construção de instrumentos que a mensurassem. Segundo Miranda8, um dos
instrumentos mais conhecidos, para “medir” QV, a nível internacional é o SF-36 (Medical
Outcomes Study 36 - item Short-Form Health Survey). Porém, verifica a QV de forma global,
não possuindo itens específicos para portadores de estomias.
Com este fim, foi construído por Grant et.al, em 1983, o primeiro instrumento que visava
avaliar a qualidade de vida da pessoa colostomizada, chamado de Quality of Life Index.10 Em
2004, os mesmos autores construíram o City of hope – Quality of Life Questionnaire for a
patient with an ostomy, instrumento específico de avaliação da QV de pessoas estomizadas,
34
onde foram inclusos quatro domínios: bem estar físico (BEF), nos itens 1 ao 11; bem estar
psicológico (BEP), itens 12 ao 24; bem estar social (BES), itens 25 ao 36; e bem estar espiritual
(BEE), itens 37 ao 43.
Com isso, algumas questões foram formuladas para que assim se chegue às informações
necessárias. Dentre as questões estão:
Há predominância entre os pacientes estomizados de gênero, etnia, grupo etário,
escolaridade?
Qual a etiologia predominante da estomia?
Qual a proporção de participantes do estudo que recebeu apoio social e psicológico
da equipe de saúde e enfermagem?
Frente a isso, entendemos que estudar os domínios físico, psicológico, social e espiritual
da qualidade de vida em idosos com estomia intestinal que recebem atendimento ambulatorial
de enfermagem no Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo (CISLA), no município de
Teresina-PI, nortearão outros trabalhos e colaborarão para melhoria dos serviços prestados a
esse público.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo com abordagem quantitativa,
realizado no serviço de estomizados do ambulatório do Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo
(CISLA), no município de Teresina-PI.
O ambulatório foi inaugurado em 1982 e os programas especiais funcionam de segunda
a sexta das 7h às 17h, tais como:
Centro de Convivência da Terceira Idade;
Centro Especialidade Odontologia (CEO);
Centro de Atenção ao Diabético – CAD;
Distribuição de Medicamentos;
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST-Aids);
Hipertensão;
Hormônio de Crescimento e Puberdade Precoce;
Estomia.
Os participantes foram os idosos estomizados residentes no município que atenderam
aos critérios de inclusão: possuir estoma de eliminação intestinal ou urinário, temporário ou
35
definitivo e ter acima de 60 anos. Foram excluídos aqueles que pontuassem escores de cortes
mais baixos na realização do Mini Exame de Estado Mental (MEEM) e possuir somente estoma
respiratório ou aqueles com finalidade alimentar. Devido à influência do nível de escolaridade
sobre os escores totais do MEEM, adotou-se notas de corte diferentes para pessoas com
distintos graus de instrução. Assim, sugerimos a nota de corte proposta por Brucki et al.11, ou
seja, 20 pontos para analfabetos; 25 pontos para pessoas com escolaridade de 1 a 4 anos; 26,5
para 5 a 8 anos; 28 para aqueles com 9 a 11 anos e 29 para mais de 11 anos.
Após 10 dias permanecendo no consultório de enfermagem para realizar a coleta dos
dados, percebeu-se a baixa adesão dos idosos às consultas de enfermagem no ambulatório,
tendo em vista que somente dois idosos compareceram ao atendimento de enfermagem durante
o período. Frente a isso, foi necessário realizar o contato telefônico com os 68 idosos
cadastrados que residiam em Teresina. Contratempos como, falecimento de alguns cadastrados,
telefone desatualizado, viagens e mudança de endereço, nos proporcionaram uma amostra de
15 idosos. A partir disto, as entrevistas foram realizadas através de visita domiciliar. Após
explicação sobre os objetivos da pesquisa, os sujeitos que aceitaram participar assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Os dados foram coletados nos meses de outubro e novembro de 2016, utilizando-se
como instrumento de pesquisa uma entrevista estruturada preenchida pela pesquisadora após
questionar cada item da ferramenta. Primeiro aplicava-se o MEEM, em seguida realizava-se
perguntas sócio demográficas e por fim utilizou-se o City of Hope Quality of Life Ostomy
Questionnaire (COH-QOL-OQ), confeccionado por Grant et al. (2004)10. Neste, usamos a
versão traduzida e adaptada culturalmente e validada para a língua portuguesa no Brasil por
Gomboski.12
O questionário foi aplicado em um idoso estomizado escolhido aleatoriamente, para
verificar a compreensão inicial, a fim de eliminar qualquer dificuldade de preenchimento ou
mesmo de interpretação do entrevistado.
Os dados descritivos da amostra foram analisados pelas médias, desvios e frequências.
No tratamento estatístico inferencial foram utilizados os procedimentos MEANS e
FREQ. Este, produz tabelas de frequência e de cruzamento de uma via a outra. Para
quadros bidirecionais, o procedimento FREQ computa testes e medidas de associação. O
procedimento MEANS produz estatísticas descritivas uni variadas simples para variáveis
numéricas.
36
O teste estatístico utilizado foi o de Kruskal Wallis, obtido pelo procedimento
NPAR1WAY do software SAS (versão 9.0) para amostras independentes. O teste de Kruskal
Wallis é o teste não paramétrico utilizado na comparação de três ou mais amostras
independentes. Ele nos indica se há diferença entre pelo menos dois deles. A aplicação do teste
utiliza os valores numéricos transformados em postos e agrupados num só conjunto de dados.
O projeto de pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da Fundação Hospitalar de Teresina, respeitando os princípios éticos conforme a
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS
O programa de estomizados do ambulatório conta com 584 cadastrados. Destes, 90,41%
possuem estoma intestinal e 9,59% estoma urinário; 97,26% possui apenas uma estomia e
2,74% tem duas estomias. Daqueles cadastrados, 127 são idosos que, estratificando por faixa
etária tem-se: de 60 a 69 anos um quantitativo de 61 idosos, de 70 a 79 anos um quantitativo de
42 idosos e maior ou igual há 80 anos houve um quantitativo de 24 idosos.
Devido à baixa presença dos idosos nas consultas de enfermagem, tivemos uma amostra
de 15 pacientes. A média de idade dos pacientes idosos estomizados entrevistados foi de 73,7
com desvio de ± 8,5 anos. A caracterização sóciodemográfica completa dos participantes
apresenta-se na Tabela 1.
Tabela 1 - Caracterização sóciodemográfica dos 15 pacientes idosos estomizados, Teresina,
Piauí, 2016. Variáveis N %
Sexo Masculino 5 33%
Feminino 10 67%
Faixa etária 60-69 anos 6 40%
70-79 anos 5 33%
≥80 anos 4 27%
Filhos 0 a 3 9 60%
4 a 7 3 20%
8 a 10 2 13%
11 a14 0 0%
14 a 16 1 7%
Etnia Afro-americana 0 0%
Índio-americana 0 0%
Asiática 0 0%
Negra 9 60%
Caucasiana 6 40%
Estado civil antes da estomia Solteiro 1 7%
Casado 5 33%
37
Divorciado 0 0%
Viúvo 8 53%
Separado 0 0%
União Estável 1 7%
Estado civil depois da estomia Solteiro 0 0%
Casado 4 27%
Divorciado 0 0%
Viúvo 8 53%
Separado 0 0%
União Estável 3 20%
Zona de moradia Urbana 15 100%
Rural 0 0%
Escolaridade Nenhuma 0 0%
1º grau incompleto 4 27%
1º grau completo 6 40%
2º grau incompleto 1 7%
2º grau completo 2 13%
3º grau incompleto 0 0%
3º grau completo 2 13%
Pós-graduação 0 0%
Situação profissional Empregado 3 20%
Desempregado 0 0%
Aposentado 11 73%
Licença médica 1 7%
Causas Câncer de intestino
Câncer de reto
Fístula pós radioterapia
Diverticulite
6
5
3
1
40%
33%
20%
7%
Total
15 100%
Fonte: Próprio autor
Apoio social e psicológico
Todos os entrevistados relataram ter o CISLA como o único apoio social e, entende-se
como apoio social a consulta de enfermagem. O serviço prestado no local, custeia parcialmente
os gastos com a estomia de 67% dos participantes da pesquisa, pois relatam que sentem a
necessidade de comprar outros materiais complementares para a realização da limpeza e
autocuidado, como exposto na Tabela 2, e 33% dizem serem assistidos totalmente pelo apoio
social.
38
Tabela. 2: Distribuição dos itens relativos ao apoio social em 15 idosos estomizados, Teresina,
Piauí, 2016.
Variável Itens Não Sim
N % N %
Apoio social
Tem algum tipo de apoio social? 0 0% 15 100%
Teve dificuldade em obter o apoio social? 15 100% 0 0%
Teve dificuldade em justificar a manutenção do
apoio social? 15 100% 0 0%
Os custos com a estomia são suportados
totalmente pelo apoio social? 10 67% 5 33%
Os custos totais com a estomia são suportados
apenas em parte pelo apoio social? 5 33% 10 67%
Suporte
psicológico
Ficou deprimido após o estoma? 12 80% 3 20%
Teve ideias suicidas ou tentou concretizar o
suicídio após o estoma? 15 100% 0 0%
Pertence a algum grupo de apoio ao
estomizado? 15 100% 0 0%
Teve a oportunidade de falar com algum
estomizado ou candidato a estomizado? 12 80% 3 20%
Fonte: Próprio autor
No elemento suporte psicológico, 20% dos pesquisados ficaram deprimidos após a
estomia e o mesmo quantitativo teve oportunidade de conhecer outras pessoas com estomia,
além de nenhum dos participantes mencionar pensamentos suicida (Tabela 2).
Impacto no estilo de vida
Após a realização de uma estomia mudanças ocorrem no estilo de vida, seja relacionada
ao trabalho, atividade sexual, vestuário e alimentação (Tabela 3).
Houve grande impacto sobre a atividade laboral, pois 90% dos idosos são aposentados,
o único indivíduo que relatou manter-se na ativa laboralmente relatou que possui o mesmo
trabalho que tinha antes da estomia. Dentre os aposentados, houve relatos de que a estomia não
é problema para trabalhar e sim as comorbidades relacionadas à causa da estomia, ou seja as
consequências em decorrência do câncer.
39
Tabela 3: Impacto da estomia no trabalho, atividade sexual, vestuário e alimentação em 15
idosos estomizados, Teresina, Piauí, 2016.
Variáveis Itens Não Sim NA (não se aplica)
N % N % N %
Trabalho
Trabalha em tempo integral? 2 13% 1 7% 12 80%
Trabalha em tempo parcial? 1 7% 2 13% 12 80%
É reformado/aposentado? 1 7% 12 80% 2 13%
Tem o mesmo trabalho que tinha
antes da estomia? 2* 13% 3 20% 10 67%
Se não tem o mesmo trabalho que
tinha antes da estomia, alterou
devido a estomia? 3 20% 2 13% 10 67%
Atividade sexual
Era sexualmente ativo antes da
cirurgia? 9 60% 6 40% 0 0%
Reduziu sua atividade sexual depois
de ter uma estomia? 2 13% 4 27% 9 60%
Está satisfeito com sua atividade
sexual? 1 7% 14 93% 0 0%
Se é homem, tem problema de
ereção ou manutenção da mesma? 4 26% 1 7% 10 67%
Vestuário
A localização da estomia causa-lhe
problema? 13 87% 2 13% 0 0%
Teve que alterar o estilo de vestuário
devido a estomia? 12 80% 3 20% 0 0%
Alimentação
Reajustou a sua alimentação por
causa do estoma? 8 53% 7 47% 0 0%
Ajustou a sua dieta para prevenir a
emissão de gases em público? 5 33% 10 67% 0 0%
Evita bebidas com gás? 2 13% 13 87% 0 0%
Evita comer produtos derivados do
leite? 12 80% 3 20% 0 0%
Evita comer frutas? 15 100% 0 0% 0 0%
Evita comer petisco? 0 0% 15 100% 0 0%
Evita comer vegetais? 13 87% 2 13% 0 0%
Fonte: Próprio autor. *Licença médica
Em nossa pesquisa, a atividade sexual do estomizado tem uma relação direta com o
estado civil dos entrevistados. Pois, 53% do idosos participantes são viúvos e, com isso
declararam não possuir vida sexual ativa, 27% dizem terem reduzido sua atividade sexual e
13% relatam que a colostomia não interferiu na sua vida sexual. 93% dos pesquisados afirmam
estarem satisfeitos com a atividade sexual atual e 7% com vida sexual ativa diz ter problema de
ereção. Relacionado ao assunto, em um dos relatos dados na pesquisa de Sales et.al13 um
entrevistado diz: “a estomia é um grande problema pra quem é solteiro. Na hora da intimidade,
tratando-se de sexo, é muito difícil, fiquei muito tempo sem ter ereção”.
A alimentação é outro aspecto muitas vezes alterado após a cirurgia. Passando o pós-
operatório, a nutrição será muitas vezes uma questão de experimentação dos alimentos, pois
não há uma dieta específica para esse público.14
Metade dos nossos entrevistados relataram não terem reajustado a alimentação, porém,
a maioria (67%) diz ter modificado a dieta para prevenir a emissão de gases em público e, 93%
40
referiram terem demorado meses para sentirem-se confortáveis com a alimentação, mesmo
período para a retomada do apetite.
Foi questionado a respeito do autocuidado e sobre o tempo demandado diariamente para
o cuidado com a estomia. 80% responderam que levaram meses para sentirem-se confortáveis
no autocuidado do seu estoma e 20% disseram nunca terem alcançado este alvo. Aqueles que
não conseguem realizar a troca das bolsas coletoras e higiene diária da estomia se deve ao fato
de terem idade avançada ou pela comodidade de outra pessoa fazê-lo ou razões alheias à
estomia, como o caso de um entrevistado com sequela de acidente vascular encefálico, portanto,
apresentando dificuldade para executar essa tarefa.
Qualidade de vida dos idosos estomizados
A QV dos idosos participantes desta pesquisa, foi avaliada através do COH-QOL-OQ.
A escala é composta por 43 itens divididos em quatro domínios, conforme já detalhado
anteriormente.
Considerando que a pontuação total da escala de QV varia entre 0 e 430 pontos e que o
ponto médio deste intervalo corresponde a 215 pontos, constatamos que todos os participantes
da pesquisa têm uma percepção positiva a respeito da sua QV, com uma média de 381,2 pontos
e desvio de ±53,3 pontos (Tabela 4).
No domínio bem estar físico (BEF), a média pontuada foi de 103,7 apresentando um
desvio de ±7. No domínio bem estar psicológico (BEP), a média foi de 113,6 com desvio de
±19,4. No domínio bem estar social (BES), a pontuação média foi de 101,4 com desvio de ±17.
E o quarto domínio, bem estar espiritual (BEE), apresentou média de 62,5 e desvio ±9. Munido
destes dados, e relacionando os quatro domínios, temos 94% dos participantes apresentando um
BEF e BEE maior que BEP e BES (Tabela 4).
Tabela 4: Escore total e domínios em 15 idosos estomizados, Teresina, Piauí, 2016.
Escalas da QV Mínimo Máximo Média Desvio padrão
BEF 82 110 103,7 7,10
BEP 56 128 113,6 19,4
BES 60 120 101,4 17,05
BEE 35 70 62,5 9,75
Total QV 233 428 381,2 53,3
Fonte: Próprio autor
41
Voltando-nos para o teste estatístico não paramétrico de Kruskall Wallis, tiveram seus
resultados expostos em tabelas para uma melhor compreensão. O trabalho estatístico ocorreu a
partir do cruzamento entre faixa etária, gênero, etnia, escolaridade e etiologia da estomia e os
item compreendido em cada domínio. Na apreciação dos resultados, vamos nos ater
particularmente sobre aqueles significativos.
Na Tabela 5 encontram-se os cruzamentos feitos entre as variáveis referidas
anteriormente e o domínio BEF. Somente as questões a respeito de interrupção do sono e
diarréia tiveram uma diferença significativa (p=0.030) e (p=0.032) quando cruzadas com etnia
e faixa etária, respectivamente. Ou seja, os idosos de etnia caucasiana apresentaram um menor
escore em comparação com a negra e, os idosos entre 60 e 79 anos apresentaram um escore
abaixo dos octogenários, portanto, uma melhor QV nestes itens. Constatando que não houve
diferença significativa com as variáveis: sexo, escolaridade e etnia.
Tabela 5: Associação entre o domínio Bem Estar Físico e as variáveis faixa etária, etnia,
escolaridade e etiologia da estomia em 15 idosos estomizados, Teresina, Piauí, 2016.
Faixa etária Gênero Etnia Escolaridade Etiologia da estomia
Força física
ᵡ2 0.233 ᵡ2 1730 ᵡ2 2307 ᵡ2 3.158 ᵡ2 2320
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3.000
p 0.889 p 0.188 p 0.128 p 0.367 p 0.508
Fadiga
ᵡ2 0.049 ᵡ2 0.049 ᵡ2 1.292 ᵡ2 0.758 ᵡ2 1776.000
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.975 p 0.824 p 0.255 p 0.859 p 0.620
Interrupção
sono
ᵡ2 1.260 ᵡ2 3.500 ᵡ2 4.666 ᵡ2 2.240 ᵡ2 1,540
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.532 p 0.061 p 0.030 p 0.524 p 0.673
Dor
ᵡ2 2.750 ᵡ2 0.500 ᵡ2 0.666 ᵡ2 1.500 ᵡ2 1.500
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.252 p 0.479 p 0.414 p 0.682 p 0.682
Gases
ᵡ2 3.111 ᵡ2 0.690 ᵡ2 1.283 ᵡ2 1.396 ᵡ2 2.836
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.211 p 0.406 p 0.257 p 0.706 p 0.417
Odor
ᵡ2 0.028 ᵡ2 2.223 ᵡ2 0.861 ᵡ2 4.133 ᵡ2 1.945
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.985 p 0.136 p 0.353 p 0.247 p 0.583
Diarréia ᵡ2 6.837 ᵡ2 2.500 ᵡ2 0.208 ᵡ2 1.988 ᵡ2 1.988
42
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.032 p 0.113 p 0.648 p 0.574 p 0.574
Vazamento
ᵡ2 1.121 ᵡ2 1.943 ᵡ2 3.634 ᵡ2 1.110 ᵡ2 1.732
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.570 p 0.163 p 0.056 p 0.774 p 0.629
Bem estar físico
geral
ᵡ2 3.205 ᵡ2 0.065 ᵡ2 0.460 ᵡ2 4.920 ᵡ2 2.628
GL 2 GL 1 GL 1 GL 3 GL 3
p 0.201 p 0.797 p 0.497 p 0.177 p 0.452
Fonte: Próprio autor
No cruzamento entre as variáveis e o domínio BEP, não houve diferenças significativas
nas variáveis: faixa etária, etnia, escolaridade e etiologia da estomia. Foram encontradas
diferenças estatísticas no cruzamento entre sexo e o sentimento de constrangimento pela
estomia (p=0.033), sendo que os homens apresentaram maior frequência neste item.
Realizando associação dos itens do BES e estas mesmas variáveis, percebeu-se
significância entre o sexo dos entrevistados e a interferência da estomia na intimidade destes
idosos (p=0.001), sendo que os homens apresentaram maior frequência nesta resposta, porém,
acredita-se que isto ocorreu devido a que as mulheres participantes (67%) não serem
sexualmente ativas, ao contrário dos homens. Não houve diferenças significativas nas variáveis:
faixa etária, etnia, escolaridade e etiologia da estomia.
Em relação ao domínio BEE, a variável sexo apresentou significância estatística
(p=0.051), quando cruzada com o item que questiona se o apoio recebido com as atividades
espirituais, como ir à igrejas e templos religiosos, são suficientes, sendo que as mulheres
apresentaram um diferencial em sua frequência. Porém, a significância não aconteceu com as
variáveis: faixa etária, etnia, escolaridade e etiologia da estomia. Foi constatado neste estudo
que, as mulheres apresentam uma maior religiosidade que os homens.
Ainda sobre o resultado encontrado no domínio BEE, podemos abrir um parêntese
quanto as questões de sexo e a prática religiosa. No estudo de Ferreira15, realizado em um
assentamento agrário, detectou que “religião é coisa de mulher”, conforme relatado por um dos
entrevistados. E é comum ouvir que “o papel de rezar é das mulheres, pois quem trabalha no
pesado são os homens”.
43
DISCUSSÃO
Analisando às características sociodemográficas dos participantes do estudo, percebe-
se uma mudança se confrontarmos a variável gênero com o estudo de Luz et.al16realizado num
hospital público em Teresina-PI, onde evidenciaram que 52,63% dos estomizados eram do sexo
masculino, porém, tal discordância deve-se ao cenário do estudo ter sido um serviço de
emergência e a causa básica encontrada estava associada à trauma e violência, fatos em que o
homem está mais exposto.
Refletindo sobre o tema ocupação profissional desta pesquisa, Farias et.al17destaca a
alteração do papel e do status social do cliente na família e na sociedade como uma das modificações
ocasionadas pela estomia.
Estudo realizado nos Estados Unidos da América com pessoas estomizadas, evidenciou
uma grande diferença se compararmos o grau de escolaridade, devido 39,3% dos pesquisados
possuírem ensino superior e 2,1% o ensino básico. Em contrapartida, nosso estudo demonstra
que 13% dos nossos idosos tem o ensino superior e 40% apenas o ensino básico. Ter
conhecimento da escolaridade do público assistido é de suma importância, pois permite ao
enfermeiro uma adequação no entendimento. Este resultado revela um perfil preocupante, pois é
sabido que quanto menor a escolaridade, mais obstáculos haverá na expressão linguística dos sujeitos
para questionar os profissionais acerca de seus problemas de saúde, do cuidado a ser efetivado e sobre
os direitos que lhes são inerentes.18
Com relação às causas que levaram os idosos entrevistados a possuírem uma estomia
estão: neoplasias, fístula intestinal e diverticulite, (Tabela 1). Sendo 33% por câncer de reto,
40% por câncer de intestino, 20% por fístula intestinal após tratamento com radioterapia e 7%
por diverticulite. 80% dos casos deterão a estomia definitivamente, os restantes dos casos,
segundo os entrevistados, serão avaliados sobre o fechamento ou não da estomia após o
tratamento quimioterápico em curso. Estes resultados estão em concordância parcial com o
estudo de Miranda8, o qual a maioria dos casos se deu por neoplasias (73%), seguido de
perfuração intestinal (8%), doença inflamatória intestinal e diverticulite (4%) e fistula (3%).
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)19 estima, para
2016, a incidência de câncer de cólon e reto no Brasil seja de 16.660 em homens e de 17.620
em mulheres. Estes valores correspondem a um risco estimado de 16,84 casos novos a cada 100
mil homens e de 17,10 para cada 100 mil mulheres.
Para o Brasil, no ano de 2016, o câncer de cólon e reto foi a terceira causa de casos
novos de neoplasias entre os homens (7,8%) e a segunda causa entre as mulheres (8,6%).19
44
Os achados da Tabela 2 estão em concordância com os encontrados no estudo de
Youngberg18 cujo apoio social está presente em 95,7% dos indivíduos, referindo poucas
dificuldades na obtenção e/ou manutenção do mesmo.
A mesma situação de custeio não foi vista por Miranda8, considerando que 48% dos
entrevistados arcava com as despesas totais da estomia.
No estudo de Miranda, realizado no Centro Hospitalar de Trás-dos-Montes e Alto
Douro, distrito de Vila Real e Bragança em Portugal8, 80% dos estomizados referiram
depressão e 16% admitiram ideia suicida após a estomia. 100% dos partícipes não integram
associação/grupo de apoio às pessoas estomizadas. Neste ponto, a pesquisa atual se equipara à
de Miranda8, uma vez que todos os entrevistados também responderam negativamente quando
interrogados sobre participarem de algum grupo de apoio ao estomizado.
Em demais pesquisas, resultados distintos podem ser encontrados com relação ao
suporte psicológico, haja vista que as pessoas se posicionam de várias formas frente a novas
condições de vida. Acredita-se que a inserção deste público em associações e grupos de apoio
para estomizados seria um primor para a base psicológica. Gostaríamos de destacar também
que as diferenças culturais e características econômicas dos países são fatores que influenciam
no caminhar dessa jornada. Podemos exemplificar com o estudo de Youngberg18 realizado nos
Estados Unidos da América, onde um grande percentual de estomizados relatou pertencer a
grupos de apoio e associações (78,6%) e falar com outros estomizados (77,9%). Naquele país
existem grandes associações que divulgam e participam ativamente ao apoio às pessoas
estomizadas em suas diversas circunstâncias.
A respeito da atividade sexual, no estudo de Nascimento et. al20 verifica-se que não
manter-se sexualmente ativo é comum, pois a maioria dos pacientes demostrou ter diminuído
sua atividade sexual devido a não aceitação ou recusa pelo parceiro. As dificuldades sexuais
enfrentadas são relacionadas às alterações na imagem corporal iniciada após a cirurgia.21
CONCLUSÕES
Detectamos que o perfil dos participantes do estudo foi de mulheres, idosas entre 60 e
69 anos, atualmente viúvas, com o 1º grau de estudo completo, aposentadas, tendo como
etiologia da estomia o câncer de intestino e permanência definitiva. Foram unânimes quanto à
participação em associação ou grupos de apoio ao estomizado e 80% dos participantes relataram
45
não ter convivido com outros estomizados, 93% estão satisfeitos com suas vidas sexuais atuais
e 80% não apresentaram depressão ou ideia suicida. A localização da estomia não causa
problema em 87% dos participantes, porém, 20% relataram alteração no vestuário devido a
estomia.
Constatamos que em nosso estudo, a maioria dos idosos apresentou uma visão positiva
acerca da sua qualidade de vida, haja vista que houve uma média 381,20 de QV.
Diante destes resultados, é bem justificado a criação de estratégias para melhor
acompanhamento destes estomizados, como as evoluções de enfermagem, elaboração de um
protocolo de cuidado que facilite a continuidade dos cuidados na atenção primária, bem como
aprimoramento dos profissionais enfermeiros, que não possuem formação em estomaterapia.
Por fim, sugere-se a realização de novas pesquisas aprofundando no assunto sobre a
qualidade de vida em idosos estomizados.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A grande limitação do nosso estudo foi o acesso aos entrevistados, pois, como já foi dito
anteriormente, os idosos pouco comparecem às consultas de enfermagem, tornando o
ambulatório apenas um ponto de entrega das bolsas coletoras e produtos suplementares. Outra
limitação ao estudo, foram os dados cadastrais desatualizados, com fichas de pacientes já
falecidos.
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54
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=47>. Acesso em: 27 de setembro de 2015.
55
APENDICES - A
QUESTIONÁRIO - PESSOA ESTOMIZADA
Dados Sociodemográficos
1) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
2) Idade: _____
3) Tem Filhos: ( ) Sim ( ) Não Quantos: _____
4) Etnia:
( ) Afro-Americana ( ) Índio-Americana ( ) Asiática ( ) Negra ( ) Caucasiana ( ) Hispânica
( ) Outras____________
5) Estado Civil antes da cirurgia:
( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) Outros: ______
6) Estado Civil atual:
( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) Outros: _____
7) Zona de moradia:
Urbana Rural
8) Escolaridade:
( ) Nenhum ( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 3º
grau incompleto ( ) 3º grau completo ( ) Pós graduação
9) Situação profissional:
Empregado Desempregado Aposentado Licença médica
56
Avaliação do Nível Cognitivo (MEEM)
Orientação temporal (5 pontos)
Qual a hora aproximada?
Em que dia da semana estamos?
Que dia do mês é hoje?
Em que mês estamos?
Em que ano estamos?
Orientação espacial (5 pontos)
Em que local estamos?
Que local é este aqui?
Em que bairro nós estamos ou qual o endereço daqui?
Em que cidade nós estamos?
Em que Estado nós estamos?
Registro (3 pontos) Repetir: CARRO, VASO, TIJOLO
Atenção e Cálculo (5 pontos) Subtrair: 100-7= 93-7= 86-7= 79-7= 72-7= 65
Memória de evocação (3 pontos) Quais os três objetos perguntados anteriormente?
Nomear 2 objetos (2 pontos) Relógio e Caneta
Repetir (1 ponto) "Nem aqui, nem ali, nem lá"
Comando de estágios (3 pontos)
Apanha esta folha de papel com a mãe direita, dobre-a ao meio e coloque-
a no chão
Escrever uma frase completa (1
ponto) Escrever uma frase que tenha sentido
Ler e executar (1 ponto) Feche seus olhos
Copiar diagrama (1 ponto)
Copiar dois pentágonos com interseção
57
Para as seguintes questões, nas opções Sim, Não ou NA (Não se aplica),
assinale um "X" na que considera apropriada
NÃO SIM NA
Itens Relacionados com o trabalho
1) Trabalha em tempo integral?
2) Trabalha em tempo parcial?
3) Está reformado/aposentado?
4) Tem o mesmo trabalho que tinha antes da estomia?
5) Se não tinha o mesmo trabalho que tinha antes da estomia, alterou
devido à estomia?
Apoio Social
6) Tem algum tipo de apoio social?
7) Teve dificuldade em obter o apoio social?
8) Teve dificuldade em justificar a manutenção do apoio social?
9) Os custos coma estomia são suportados pelo apoio social?
10) Os custos totais com a estomia são suportados apenas em parte pelo
apoio social?
Atividade Sexual
11) Era sexualmente ativo antes do estoma?
12) Reduziu sua atividade sexual depois de ter uma estomia?
13) Está satisfeito com sua atividade sexual?
14) Se é homem, tem problemas de ereção ou manutenção da mesma?
Suporte Psicológico
15) Ficou deprimido após o estoma?
16) Teve ideias suicidas ou tentou concretizar o suicídio após o estoma?
17) Pertence a algum grupo de apoio ao estomizado?
18) Pertence a outro tipo de associação?
19) Teve a oportunidade de falar com algum estomizado ou candidato a
estomizado?
Vestuário
20) A localização da estomia causa-lhe problemas?
21) Teve que alterar o estilo de vestuário devido a estomia?
Alimentação
22) Reajustou a sua alimentação por causa do estoma?
23) Ajustou a sua dieta para prevenir a emissão de gases em público?
Para as seguintes questões, nas opções Meses, Anos ou Nunca (Não se
aplica), assinale um "X" na que considera apropriada
Meses Anos Nunca
24) Quanto tempo demorou a sentir-se confortável no autocuidado do seu
estoma?
25) Quanto tempo demorou a sentir-se confortável com a sua
alimentação?
26) Quanto tempo demorou ater apetite?
Para as seguintes questões, nas opções Não, Sim ou NA (Não se aplica),
assinale um "X" na que considera apropriada
58
Avaliação da qualidade de vida do paciente com estomia (“Quality of life questionnaire
for patients with an ostomy”)
As questões seguintes estão relacionadas com o cuidado à estomia. Por favor escreva
32) De um modo geral, quanto tempo (minutos) demora em média, por dia, a cuidar da sua
estomia?
____________________________________________________________
33) Se usa bolsa coletora, diga o tipo e a marca?
____________________________________________________________
34) Se usa bolsa coletora e tem problemas com o mesmo, diga o tipo de problema.
____________________________________________________________
Estamos interessados em saber como ter uma estomia afeta sua qualidade de vida. Por favor,
responda a todas as perguntas a seguir, com base na sua vida neste momento.
Circule, por favor, o número de 0-10 que melhor descreve suas experiências.
Exemplo: Quanto é difícil para você subir escadas?
Sem nenhuma dificuldade 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 extremamente difícil
Circular a resposta 2, significa que não sente muita dificuldade para subir escadas.
________________________________________________________________________
Não Sim NA
Grupo de Alimentos
27) Evita bebidas com gás?
28) Evita comer produtos derivados do leite?
29) Evita comer frutas?
30) Evita comer petiscos?
31) Evita comer vegetais?
59
Com relação à estomia, até que ponto os itens a seguir são um problema para você?
1. Força física
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
2. .Fadiga
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
3. Pele ao redor da estomia
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
4. Interrupções de sono
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
5. Dores ou sofrimentos
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
6. Gases
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
7. Odor
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
8. Constipação (dificuldade para evacuar)
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
9. Diarréia
60
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
10. Vazamentos da bolsa (ou ao redor da bolsa)
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
11. Bem estar físico geral
Não é problema 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 problema grave
12. Quanto tem sido difícil para você se adaptar à estomia?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bastante (muito difícil)
13. Quanto você se sente útil?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente útil
14. Quanta satisfação ou prazer você sente pela vida?
Nenhuma 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Muita
15. Quanto você se sente constrangido por causa de sua estomia?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente constrangido
16. Quanto é boa sua qualidade de vida no geral?
Extremamente ruim 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Excelente
17. Como está sua memória?
61
Extremamente ruim 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Excelente
18. Quanto é difícil para você olhar para sua estomia?
Nenhum pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente difícil
19. Quanto é difícil para você cuidar de sua estomia?
Nenhum pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente difícil
20. Você sente que tem controle sobre as coisas na sua vida?
Nenhum pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Completamente
21. Quanto você está satisfeito com sua aparência?
Nenhum pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente satisfeito
22. Quanta ansiedade você tem?
Nenhum 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extrema
23. Quanta depressão você tem?
Nenhum 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extrema
24. Você tem receio que sua doença volte?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Receio extremo
25. Você tem dificuldade para conhecer novas pessoas?
Nenhum 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Dificuldade extrema
62
26.Quanto encargo financeiro resultou de sua doença ou tratamento?
Nenhum 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremo
27. Quanto a sua doença tem sido angustiante para a sua família?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente angustiante
28. Quanto a sua estomia interfere na sua capacidade para viajar?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Completamente
29. A sua estomia tem interferido nas suas relações pessoais?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Completamente
30. Quanto isolamento é causado pela sua estomia?
Nenhum 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Muito
31. O apoio de seus amigos e família é suficiente para atender suas necessidades?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente
32. A sua estomia tem interferido nas suas atividades recreativas/esportivas?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bastante
33. A sua estomia tem interferido nas suas atividades sociais?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bastante
63
34. A sua estomia tem interferido na sua intimidade?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bastante
35.Você tem privacidade suficiente em casa para cuidar de sua estomia?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bastante
36.Você tem privacidade suficiente, quando viaja, para realizar os cuidados com sua estomia?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bastante
37. Quanta incerteza você sente com relação ao seu futuro?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Muita
38. Você sente que tem uma razão para estar vivo?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Muita
39. Você tem um sentimento de paz interior?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Muito
40. Quanto você se sente esperançoso?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Extremamente
41. O apoio que você recebe de suas atividades espirituais, tais como rezar ou meditar, é suficiente para atender suas necessidades?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Completamente
64
42. O apoio que você recebe de atividades religiosas, tais como ir a algum templo religioso (igreja ou sinagoga), é suficiente para atender suas necessidades?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Completamente
43. Ter uma estomia tem trazido mudanças positivas na sua vida?
Nem um pouco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bastante
Muitas pessoas têm compartilhado histórias sobre suas vidas com uma estomia. Por favor,
compartilhe conosco o maior desafio que você enfrentou por ter uma estomia.
65
ANEXO – B
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O (a) Senhor (a) está sendo convidado (a) a participar do projeto: Assistência
ambulatorial de enfermagem ao idoso estomizado e implicações na sua qualidade de vida, sob
responsabilidade doa Profª. Maria Liz Cunha de Oliveira e aluna Elis Marina Carvalho Alves
Batista.
O objetivo desta pesquisa é: Identificar as consequências da assistência ambulatorial de
enfermagem na qualidade de vida dos idosos estomizados atendidos no ambulatório do Centro
Integrado de Saúde Lineu Araújo no município de Teresina-PI, esta pesquisa justifica-se, pois,
a maior parte das pesquisas científicas surge a partir da vivência ou da inquietação do
profissional diante da realidade encontrada, e dessa forma é que se justifica a realização deste
trabalho. Pois, a experiência profissional com pacientes estomizados, me fez pensar em como
seria a vida deste paciente após sua alta hospitalar, tendo em vista que dali em diante tudo seria
novo. Haviam muitos cuidados a serem aprendidos, muitas mudanças fisiológicas e até
psicológicas para serem compreendidas e adaptadas.
O (a) senhor (a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da
pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá, sendo mantido o mais rigoroso sigilo
por meio da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo(a). O Senhor
(a) pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo
desistir de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o(a)
senhor(a).
A sua participação será da seguinte forma: será realizado uma entrevista contendo
perguntas de múltipla escolha ou descritiva a respeito de características sociodemográficas e
como avalia a qualidade de vida após a estomia e, será aplicado também, um teste rápido para
avaliar o seu nível cognitivo (chamado de mini exame do estado mental). A entrevista será
realizada no próprio serviço ambulatorial no horário de sua preferência, em uma sala onde a
privacidade do (a) Senhor (a) seja preservada. O tempo estimado para sua realização é de 30
minutos.
Os resultados da pesquisa serão divulgados na Instituição Universidade Católica de
Brasília podendo ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa
ficarão sobre a guarda do pesquisador.
Este projeto possui os seguintes benefícios a pesquisa fornecerá dados fundamentados em
evidências que possam conduzir outros estudos relacionados à população estomizada e a
assistência ambulatorial de enfermagem prestada a ele. E assim colaborar para melhorias de
atendimento nos serviços que já oferecem esse apoio bem como incentivar outras instituições a
construírem estratégias e ações que envolvam esse público que, em muitos lugares são
desamparados e, apresenta os seguintes riscos: desgaste psicólogico daqueles que tem
dificuldade em aceitar a presença do estoma ou que não possuem o apoio familiar. Tais riscos
serão minimizados da seguinte forma: fornecimento de apoio psicológico através da escuta e se
necessário o paciente será encaminhado ao serviço de psicologia de referência da instituição.
66
É de nossa responsabilidade a assistência integral caso ocorra danos que estejam
diretamente ou indiretamente relacionados à pesquisa. Esta pesquisa não lhe trará custos e é de
nossa responsabilidade o ressarcimento de custeio de despesas relacionadas à pesquisa.
Se o (a) Senhor (a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor telefone para:
Elis Marina Carvalho Alves Batista, (86) 98851-7391, no horário de 14h às 17h.
Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do
protocolo 1.740.007. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da
pesquisa podem ser esclarecidas no CEP/UCB pelo telefone: (61) 3356-9784. O CEP da UCB
está localizado na sala L02, no endereço Campus I - QS 07 – Lote 01 – EPCT – Águas Claras
– Brasília – DF.
Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável
e a outra com o voluntário da pesquisa.
______________________________________________
Nome / assinatura
____________________________________________
Pesquisador Responsável
Nome e assinatura
Brasília, ___ de __________de _________
67