Qual é o espaço para as PMES das economias periféricas num mundo globalizado?
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ARRANJOS PRODUTIVOS E DINÂMICA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Fábio Scatolin, Gabriel Porcile, Marcelo Curado e Nilson de Paula
Professores da Universidade Federal do Paraná
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Qual é o espaço para as PMES das economias periféricas num mundo globalizado?
A apresentação subdivide-se nos seguintes tópicos:
(I) competitividade e concentração de mercados em nível internacional a partir de processos cumulativos de inovação e aprendizado;(II) tendências recentes na economia internacional e no Brasil relativas à participação das PMES no comércio internacional.
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(a) Concorrência schumpeteriana: construção de barreiras à entrada e à mobilidade a partir da inovação
(b) A intensidade relativa da seleção e da adaptação é função(i) das características da tecnologia,(ii) da distribuição inicial das assimetrias tecnológicas e(iii) do marco institucional do aprendizado e da concorrência.
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Características da Tecnologia
cumulatividadeoportunidade tecnológicacomponente tácito do conhecimentocaráter específico e localizado do aprendizado tecnológico
(inércia, path-dependency)
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Retornos crescentes e concentração de mercado: uma outra perspectiva de Marshall
Interação produtor-usuário, a complementaridade entre as capacidades tecnológicas, o fluxo de informações entre agentes heterogêneos atuando em condições diversas (tanto tecnológicas quanto econômicas), a circulação de idéias e pessoas entre firmas e entre setores, a produção de bens públicos que representam um ativo coletivo da indústria ou da região
Papel das políticas públicas em fortalecer redes de interações
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Formas de inserção do arranjo local na economia internacional
a) vínculos de mercado na produção e consumo de bens padronizados, que não incluem a construção de mecanismos institucionais de cooperação de longo prazo;
b) relações de rede, que surgem quando as capacidades dos atores são complementares, e elas as combinam e desenvolvem de formam a elevar dinamicamente a competitividade da rede;
c) relações quase-hierárquicas, onde existem investimentos destinados a elevar a capacidade competitiva do conjunto, mas claramente há uma parte dominante na relação (geralmente o comprador) que determina os parâmetros de qualidade, tecnologia, materiais e prazos a serem seguidos.;
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d) relações hierárquicas, que surgem quando uma firma compra outras firmas do arranjo ou se estabelece diretamente como produtora no arranjo através do IDE.
O desafio da política é ampliar o espaço viável de crescimento das PMEs locais via transformação dos arranjos de tipo (a) e (d) em arranjos de tipo (b) - passando, em alguns casos, por uma situação intermediária, como a definida pelo tipo (c).
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Dinâmica Recente da Economia Mundial Abertura das economias nacionais ao comércio e o investimentoIntensidade dos fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE)Expansão do comércio intra-industrial e intra-firmaFusões, aquisições e alianças entre EMNsLimitação da margem de manobra das políticas industrial e
tecnológica
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Inserção da PMEs Brasileiras no Comércio Internacional O Brasil ainda mostra uma pauta de exportações onde a participação
dos bens de mais alta tecnologia (24%) é inferior à média mundial (47%). Mas há uma tendência positiva nos noventa.
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Atividades intensivas em tecnologia 1991
1995 2000
Máquinas, apar. e instr. Mecânicos 4,8 5,5 5,3
Material de transporte e componentes 10,2
9,9 17,4
Materiais elétricos e eletrônicos 3,1 3,1 5,3
Produtos químicos 4,1 5,0 5,8
Atividades menos intensivas em tecnologia
Calçados e couro 4,9 4,4 4,3
Produtos Têxteis 3,4 2,4 1,8
Produtos cerâmicos 0,4 0,5 0,5
Produtos Metalúrgicos 17,7
13,5 10,3
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Segundo Carvalho Jr e Nassif (1999) as exportações realizadas pelas PMEs, identificadas pelo critério do número de empregados, cresceram a uma taxa média anual de 14,2%, praticamente o dobro do crescimento das exportações totais brasileiras, que ficaram em 7,2% entre 1990 e 1996.
Em 1990, 58% das suas exportações de PMEs eram de produtos oriundos de atividades decadentes ou em regressão, enquanto apenas 17% eram constituídos de produtos dinâmicos ou muito dinâmicos. Em 1996 esses percentuais passaram para 48% e 39% respectivamente. Visto de uma outra perspectiva os produtos considerados de baixa intensidade tecnológica reduziram sua participação no conjunto das exportações das PMEs de 73% para 59% no mesmo período.
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Conclusões
Arranjos produtivos como espaço de aprendizado e construção das vantagens competitivas das PMEs
A política industrial como uma dimensão chave do âmbito institucional que sustenta o aprendizado no interior do arranjo
As formas de inserção externa do arranjo como elemento chave da competitividade efetiva e potencial – relações horizontais versus hierarquias
Tema do tratamento especial e diferenciado na difusão de tecnologia e na implantação de novos setores de exportação e substituição de importações