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Carl Rogers
1902-‐1987
Abordagem ou terapia centrada na pessoa
• Psicoterapia • Aconselhamento • Educação • Organizações • Empresas • PolíDca internacional • Retórica
Entre os psicólogos clínicos só perde em reconhecimento e eminência para Freud.
A Terceira força na psicologia: Psicologia Humanista
• ênfase na experiência consciente • Fé na integridade da natureza humana • Foco no livre-‐arbítrio, espontaneidade e criaDvidade do indivíduo. • Estudo de todos os fatores relevantes a condição humana.
Abraham Maslow, Carl Rogers, Rollo May
Tornar-‐se pessoa MarDns Fontes
1961
Rogers acreditava que o cliente (paciente) ao estabelecer um relacionamento com um terapeuta compreensivo e acolhedor poderia superar seus problemas e obter o insight necessário para re-‐estruturar sua vida.
Não estamos percorrendo um caminho cujo objeDvo é tornar-‐nos mais “ajustados” ou “realizados”. O propósito da exsitência não é chegar a algum lugar, porque a existência não é uma jornada a um ponto final, mas um processo con^nuo de crescimento e descoberta que só tem fim quando morremos.
tradução errada!
No início de minha carreira profissional eu me perguntava: Como eu posso tratar, ou curar, ou mudar essa pessoa? Agora eu reformulo a pergunta desse modo: Como eu posso oferecer um relacionamento tal que essa pessoa possa usar para o seu próprio crescimento pessoal?
valorização posiDva incondicional
é quando os pais e outros significantes (exemplo, o terapeuta) aceitam e amam a pessoa pelo que ela é. A consideração posiDva não é reDrada se a pessoa fizer algo errado. Consequência da consideração posiDva incondicional é a pessoa se senDr livre para experimentar coisas diferentes e cometer erros.
valorização posiDva condicional
é quando a aprovação e aceitação dependem da criança, por exemplo, comportar-‐se do modo que os pais consideram correto. Assim, a criança não é amada pelo que ela é, mas sob a condição de que ela se comporte do modo esperado pelos pais.
autoconsideração posi9va condicional -‐ originada pela tendência que as pessoas têm a absorver os valores culturais e uDlizá-‐los como parâmetro para a valorização de si mesmas.
Do conflito entre o indivíduo ("sou") e o que se exige dele ("devo ser") nasce o que Rogers chama de incongruência, que gera sofrimento. Esse é o processo que, para ele, define neurose. Ao se ver pressionada a corresponder às expectaDvas sociais, a pessoa se vê numa situação de ameaça, o que a leva a desenvolver defesas psicológicas.
Diante disso, o objeDvo do terapeuta e do professor é permiDr que seus clientes e alunos se tornem pessoas "plenamente funcionais", ou seja, saudáveis. As principais marcas desse estado de funcionalidade são a abertura a novas experiências, capacidade de viver o aqui e o agora, confiança nos próprios desejos e intuições, liberdade e responsabilidade de agir e disponibilidade para criar.
Já que se tornar uma pessoa saudável é, basicamente, uma questão de ouvir a si mesma e saDsfazer os próprios desejos (ou interesses), as melhores qualidades de um terapeuta ou de um professor são saber facilitar esses processos e interferir o menos possível. É esse o significado do termo "não-‐direDvo", a marca registrada do rogerianismo. Para que o terapeuta ou o professor seja capaz de exercer tal papel, três qualidades são requeridas: congruência -‐ ser autênDco com o cliente/aluno; empaDa -‐ compreender seus senDmentos; e respeito -‐ "consideração posiDva incondicional", no jargão rogeriano.
hjp://revistaescola.abril.com.br/formacao/carl-‐rogers-‐428141.shtml?page=1
The good life is a process, not a state of being. It is a direcDon not a desDnaDon.
1969 Ensino centrado no aluno
No campo da educação, Carl Rogers pouco se preocupou em definir práDcas. Chegou a afirmar que "os resultados do ensino ou não têm importância ou são perniciosos". Acreditava ser impossível comunicar diretamente a outra pessoa o conhecimento que realmente importa e que ele definiu como "a verdade que foi captada e assimilada pela experiência pessoal". Além disso, Rogers estava convencido de que as pessoas só aprendem aquilo de que necessitam ou o que querem aprender. Sua atenção recaiu sobre a relação aluno-‐professor, que deve ser impregnada de confiança e desDtuída de noções de hierarquia. InsDtuições como avaliação, recompensa e punição estão completamente excluídas, exceto na forma de auto-‐avaliação. Embora anDconvencional, a pedagogia rogeriana não significa abandonar os alunos a si mesmos, mas dar apoio para que caminhem sozinhos.
hjp://elisakerr.wordpress.com/concepcao-‐de-‐aprendizagem-‐de-‐carl-‐rogers
Filosofia da educação democráDca:
• A educação tem como finalidade primeira a criação de condições que facilitem a aprendizagem do aluno e como objeDvo básico liberar a sua capacidade de auto-‐aprendizagem. • Os moDvos de aprender deverão ser os do próprio estudante. • Deixa a responsabilidade da educação fundamentalmente ao próprio estudante. • O processo da educação centrada no aluno busca a autonomia (dar-‐se regras a si mesmo) em oposição à anomia (ausência de regras) e à heteronomia (normas dadas por outros). • Uma situação formal de educação é entendida com um encontro deliberado e intencional entre pessoas que objeDvam experiências significaDvas, crescimento, atualização e mudança. É um processo buscado, escolhido e não obrigado ou imposto.
Se as experiências dos outros forem iguais as minhas, e nelas se descobrirem significados idênDcos, daí decorreriam muitas consequências: 1. Tal experiência implica que se deveria abolir o ensino. As pessoas que
quisessem aprender se reuniriam umas com as outras. O ensino é uma aDvidade sem importância, enormemente supervalorizada.
2. Abolir-‐se-‐iam os exames. Estes só podem dar a medida de um Dpo de aprendizagem inconsequente.
3. Pela mesma razão, abolir-‐se-‐iam notas e créditos. 4. Em parte, pela mesma razão, abolir-‐se-‐iam os diplomas dados como ^tulos
de competência. Outra razão está em que o diploma assinala o fim ou conclusão de alguma coisa e o aprendiz só se interessa por um processo conDnuado de aprendizagem.
Rogers, Liberdade para aprender
Rogers sobre o ensino/aprendizagem:
1. Minha experiência tem sido a de que não posso ensinar outra pessoa como ensinar.
2. Parece-‐me que qualquer coisa que eu possa ensinar a outro é relaDvamente irrelevante e tem pouca ou insignificante influência sobre seu comportamento.
3. Acabei por senDr que a única aprendizagem que influi significaDvamente sobre o comportamento é a que for auto-‐dirigida e auto-‐apropriada.
4. Toda aprendizagem autodescoberta, a verdade pessoalmente apropriada e assimilada no curso de uma experiência, não pode ser diretamente comunicada a outro.
5. Daí chego a senDr que as consequências do ensino ou não têm importância ou são nocivas.
6. Quando revejo os resultados da minha aDvidade docente, no passado, as consequências reais são as mesmas – ou produziram dano ou nada ocorreu. Isso é francamente afliDvo.
7. Acho muito compensador o aprendizado, em grupos, em relacionamento individual, como na terapia, ou por conta própria.
Desejo iniciar este capítulo com uma declaração que, para algumas pessoas, pode parecer surpreendente, e, para outras, talvez ofensiva. Ela é, simplesmente: Ensinar, para mim, é uma a9vidade rela9vamente sem importância e vastamente supervalorizada.
Ensinar significa “instruir”. Pessoalmente, não me acho muito interessado em instruir outros sobre o que devem saber ou pensar, embora algumas pessoas pareçam adorar fazê-‐lo. “TransmiDr conhecimentos ou habilidades.” Minha reação é perguntar se não se pode ser mais eficiente usando-‐se um livro ou a aprendizagem programada. “Fazer saber”. Aqui, os meus cabelos se eriçam: não tenho desejo algum de fazer alguém saber algo. “Mostrar, guiar, orientar.” Tal como o vejo, já se mostrou, guiou e orientou pessoas demais.
Assim que dirigimos a atenção para o ensino, surge a questão: o que ensinaremos? O que, desde nosso elevado ponto de vista, a outra pessoa precisa saber? Fico pensando se, neste nosso mundo moderno, achamo-‐nos jusDficados em presumir que somos sábios a respeito do futuro e que os jovens são tolos. Estamos realmente certos do que eles devem saber?
O ensino e a parDlha de conhecimentos fazem sen9do num ambiente que não se altera. É por isso que eles representaram uma função indiscuDda durante séculos. Mas, se é que existe uma verdade sobre o homem moderno, é que ele vive num ambiente que está conDnuamente se alterando.
O único homem instruído é aquele que aprendeu como aprender, o que aprendeu a adaptar-‐se e a mudar, o que se deu conta de que nenhum conhecimento é garan9do, mas que apenas o processo de procurar o conhecimento fornece base para a segurança.
A qualidade de ser mutável, um suporte no processo, mais do que no conhecimento estáDco, consDtui a única coisa que faz qualquer senDdo como objeDvo para a educação no mundo moderno.
Nosso sistema educacional, acredito eu, está falhando em atender às necessidades reais de nossa sociedade. Já disse que nossas escolas, de modo geral, consDtuem a insDtuição mais tradicional, conservadora, rígida e burocráDca de nossa época, e a mais resistente à mudança. Lembra Skinner?
Outra intenção mais ampla de meu trabalho é o fato de desejar auxiliar o desenvolvimento de nosso mais precioso recurso natural – as mentes e os corações de nossas crianças e jovens. São a sua curiosidade, a sua avidez por aprender, a sua capacidade de efetuar escolhas diwceis e complexas que decidirão o futuro de nosso mundo.
… muitos se acham dizendo que devemos ensinar apenas os “fundamentos”, que devemos dizer às crianças o que é certo e o que é errado, que devemos ensiná-‐las a obedecer e a seguir. Ele acredita nos jovens. Dá testemunho de que, num ambiente genuinamente humano, ao qual o professor pode dar início, um jovem pode ser respeitado, pode efetuar escolhas responsáveis, pode experimentar a emoção da aprendizagem, pode lançar a base da vida de um cidadão eficiente e interessado, bem informado, competente em conhecimentos e habilidades, confiante em face do futuro.
Liberdade para Aprender
O livro visa a:
• um ambiente de confiança na sala de aula, no qual a curiosidade e o desejo natural de aprender possam ser nutridos e realçados; • um modo parDcipatório de tomada de decisão em todos os aspectos da aprendizagem, no qual alunos, professores e administradores desempenhem um papel: • auxiliar os estudantes a se prezarem, a aumentar sua confiança e autoesDma; • desvelar a emoção existente na descoberta intelectual e emocional que leva os estudantes a quererem aprender pelo resto da vida; • desenvolver nos professores as aDtudes que a pesquisa demonstrou serem as mais eficientes para facilitar a aprendizagem; • ajudar os professores a evoluir como pessoas, a encontrar uma saDsfação plena em sua interação com os que aprendem.
O que significa ensinar?
Pareceria à maior parte das pessoas, que ensinar envolve manter a ordem na aula, despejar fatos – geralmente através de palestras e livros didá9cos – fazer exames e dar notas.
Ensinar é ainda mais di4cil do que aprender (...) e por que assim é? Não porque o professor tem de possuir um estoque mais amplo de informações, e tê-‐lo sempre à mão. Ensinar é mais di4cil do que aprender, porque o que o ensino exige é o seguinte: deixar aprender. O verdadeiro professor, em verdade, não deixa que nada mais seja aprendido, a não ser a aprendizagem.
MarDn Heidegger
A missão primária do professor é permiDr que o estudante aprenda alimentar sua curiosidade. Absorver simplesmente fatos só tem um valor superficial no presente e, geralmente, é de ainda menos valor no futuro. Aprender a maneira de aprender consDtui o elemento que sempre é de valor agora e no futuro.
O que é a aprendizagem?
“Quero falar sobre a aprendizagem, mas não da matéria morta, estéril, fúDl e rapidamente esquecida que é entulhada na cabeça do pobre e desamparado indivíduo preso à sua cadeira por férreas amarras de conformismo!”
aprendizagem significante
Outro exemplo é dado por Marshall McLuhan*. Ele diz que se uma criança de cinco anos de idade for levada para um país estrangeiro e deixada brincar livremente, durante horas, com seus novos companheiros, sem qualquer instrução sobre a língua, ela aprenderá a nova linguagem em alguns meses e adquirirá ainda a pronúncia correta, pois está aprendendo de uma maneira que possui significância e senDdo para ela, e uma aprendizagem desse Dpo progride a um ritmo excepcionalmente rápido. Mas bastará que alguém tente instruí-‐la na nova 1íngua, baseando essa instrução nos elementos que têm senDdo para o professor, e a aprendizagem retardar-‐se-‐á tremendamente, ou até mesmo se interromperá.
*Aldeia global (1960): um espaço de convergência, onde a evolução tecnológica permiDria em qualquer circunstância a comunicação direta e sem barreiras. O meio é a mensagem: relações sinestésicas entre o meio e senDdo explorado pela extensão.
Aprendizagem significante. Ela tem uma qualidade de envolvimento pessoal – com toda a pessoa, em seus aspectos sensórios e cogniDvos achando-‐se dentro do ato da aprendizagem. A aprendizagem é autoiniciada. Mesmo quando o ímpeto ou o es^mulo provém do exterior, o senso de descoberta, de alcance, de apreensão e compreensão, vem de dentro. A aprendizagem é difusa. Faz diferença no comportamento, nas aDtudes, talvez mesmo na personalidade do que aprende. A aprendizagem é avaliada por ele. Ele sabe se ela está atendendo às suas necessidades, quer conduza para o que ele quer saber, quer ilumine a área sombria de ignorância que está experimentando. O locus da avaliação, poderíamos dizer, reside definiDvamente no que aprende*.
* – Não, não, não é isso o que quero. – Espere aí! Isso se aproxima mais daquilo em que estou interessado, do que preciso. – Ah, aqui está!
O dilema
Quando colocamos num só esquema elementos tais como currículo prescrito, tarefas semelhantes para todos os estudantes e palestras como o único modo de instrução; testes padronizados pelos quais todos os estudantes são externamente avaliados, e notas escolhidas pelo instrutor como mensuração da aprendizagem, podemos quase garanDr que a aprendizagem significante situar-‐se-‐á num mínimo absoluto.
Alterna9vas Minha experiência tem sido a de que não posso ensinar outra pessoa como ensinar.
Para que o terapeuta ou o professor seja capaz de exercer tal papel [facilitador], três qualidades são requeridas: congruência -‐ ser autênDco com o cliente/aluno; empaDa -‐ compreender seus senDmentos; e respeito -‐ "consideração posiDva incondicional"
O professor tradicional – o bom professor tradicional – pergunta-‐se questões deste Dpo: “O que acho que seria bom para um estudante aprender, nesta idade e nível de competência específicos? Como posso preparar para ele um currículo adequado? Como posso inculcar-‐lhe moDvação para aprender este currículo? Como posso instruí-‐lo de maneira tal que conquiste o conhecimento que deveria conquistar? Qual a melhor maneira de formular um exame que permita ver se esse conhecimento foi realmente apreendido?”
O facilitador da aprendizagem, por outro lado, formula questões como as seguintes, não a si mesmo, mas aos estudantes: – O que querem aprender? Quais são as coisas que os deixam intrigados? Sobre o que é que têm curiosidade? Quais os assuntos que os preocupam? Quais os problemas que gostariam de resolver? – Quando ele ou ela já tem as respostas para estas perguntas, formula outras questões: – Agora, como posso ajudá-‐los a encontrar os recursos – as pessoas, as experiências, as facilidades de aprendizagem, os livros, o conhecimento que eu detenho – que os ajudarão a aprender por maneiras que forneçam respostas às coisas que os preocupam, as coisas que estão ávidos por aprender? – E depois, mais tarde: – Como posso ajudá-‐los a avaliar o seu próprio progresso e fixar objeDvos de aprendizagem futuros, baseados nessa autoavaliação?
O construDvismo radical considera que não cabe à escola planejar aquilo que a criança vai aprender. Não deve haver currículo, portanto, pois todo o conhecimento advém da livre aDvidade do educando. Quem conduz o processo de ensino é o aluno, ficando o professor incumbido de organizar condições para que essa aDvidade aconteça de modo espontâneo. Ao desprezar o valor dos conteúdos das matérias escolares, o construDvismo radical é comumente criDcado por colocar em plano secundário todo o saber desenvolvido pela humanidade ao longo de sua história e, mais ainda, por acreditar que a criança pode elaborar espontaneamente os conhecimentos – bem como conceitos e juízos morais -‐ de que necessita para integrar-‐se socialmente. Em vez de ser um processo socializador desDnado a integrar o indivíduo na sociedade, a educação torna-‐se um processo psicologizante.
M.V. da Cunha, Psicologia da Educação
Constru9vismo radical