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Prova 623.V1/1.ª F. Página 1/ 15 EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO Prova Escrita de História A 12.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Prova 623/1.ª Fase 15 Páginas Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos. 2014 VERSÃO 1

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No caso da folha de rosto levar texto, colocar numa caixa só a partir desta guia

EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO

Prova Escrita de História A

12.º Ano de Escolaridade

Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho

Prova 623/1.ª Fase 15 Páginas

Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos.

2014

VERSÃO 1

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Indique de forma legível a versão da prova.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.

Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado.

Para cada resposta, identifique o grupo e o item.

Apresente as suas respostas de forma legível.

Apresente apenas uma resposta para cada item.

As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

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GRUPO I

AS SOCIEDADES DE ANTIGO REGIME: ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL, PODER POLÍTICO E DINÂMICAS ECONÓMICAS

Memórias de um membro* do primeiro Conselho reunido por Luís XIV(Vincennes, 1661)

1

5

10

15

20

25

Nós éramos oito, a saber: o senhor chanceler, o senhor superintendente, meu pai [secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros], o senhor de Lionne, o senhor de La Vrillière, o senhor du Plessis-Guénégaud, o senhor Le Tellier e eu*.

O rei descobriu-se e voltou a pôr o seu chapéu. Mantendo-se de pé diante da sua cadeira, dirigiu a palavra ao senhor chanceler:

– Senhor, mandei-vos reunir com os meus ministros e secretários de Estado para vos dizer que, até agora, me aprouve deixar governar os meus negócios pelo falecido senhor cardeal [Mazarino]; é tempo de ser eu próprio a governá-los. Vós me ajudareis com os vossos conselhos, quando vo-los pedir. Excetuando o uso corrente do selo, em que nada pretendo mudar, peço-vos e ordeno-vos, senhor chanceler, que nada seleis por ordem que não seja minha e sem me terdes falado no caso, salvo se um secretário de Estado vos levar [os documentos] da minha parte. […]

Em seguida, o rei voltou-se para nós e disse-nos: – E vós, meus secretários de Estado, proíbo-vos de assinar seja o que for, nem que seja

um salvo-conduto ou passaporte, sem minha ordem, e [ordeno-vos] que me presteis contas, a mim próprio, diariamente, [dos assuntos a cargo]. […] E a vós, senhor superintendente, já vos expliquei as minhas vontades; peço-vos que vos sirvais de Colbert, que o falecido senhor cardeal me recomendou. […]

Depois o rei acrescentou: – A face do teatro muda. No governo do meu Estado, na administração das minhas finanças

e nas negociações diplomáticas, terei outros princípios, diferentes dos do falecido senhor cardeal. Sabeis as minhas vontades, resta-vos agora, senhores, executá-las.

Mais não disse, e o Conselho separou-se.Ao sair deste primeiro Conselho, no qual Sua Majestade começou verdadeiramente a

governar o Estado por si mesmo, fui a correr assistir ao acordar da rainha-mãe.

* Louis-Henri de Loménie, conde de Brienne, secretário de Estado adjunto dos Negócios Estrangeiros de 1658 a 1663.

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Para responder a cada um dos itens de 1. a 4., selecione a opção correta.

Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1. A afirmação do rei «Sabeis as minhas vontades, resta-vos agora, senhores, executá-las.» (linha 22), integra-se num sistema político que se fundamenta

(A) na soberania popular, porque o povo confirma o poder régio através do sufrágio universal e direto dos súbditos.

(B) na soberania da nação, porque se expressa numa constituição escrita, que define as atribuições do rei e dos seus ministros.

(C) no direito divino, porque se aceita que o poder é conferido por Deus aos monarcas, para que o exerçam em seu nome.

(D) no direito senhorial, porque a nobreza condiciona o poder dos monarcas na administração dos assuntos do Estado.

2. Colbert, que o «falecido senhor cardeal» «recomendou» a Luís XIV (linhas 17-18), destacou-se por ter promovido o mercantilismo através

(A) do desenvolvimento da agricultura, com o objetivo de evitar a importação de cereais.

(B) do desenvolvimento das manufaturas, a fim de evitar a importação de bens de consumo.

(C) da iniciativa privada e da livre concorrência, a fim de estimular o comércio internacional.

(D) de Atos de Navegação, com a finalidade de estimular o comércio internacional.

3. A importância de cerimónias como o «assistir ao acordar da rainha-mãe» (linha 25) reflete o peso

(A) da sociedade de corte, assente numa hierarquia rígida e em rigorosas normas de protocolo.

(B) da nobreza de toga, que definia as estratégias de encenação do poder real e os rituais palacianos.

(C) dos ministros, que partilhavam o poder com o soberano e influenciavam o quotidiano da família real.

(D) do Conselho régio, a quem competia controlar os atos públicos e privados dos familiares do monarca.

4. O modelo político de Luís XIV e de outros monarcas da época foi criticado pelos filósofos iluministas relativamente à

(A) divisão dos poderes legislativo, executivo e judicial entre o rei e os ministros.

(B) divisão dos poderes legislativo, executivo e judicial entre o rei e as Cortes.

(C) concentração dos poderes legislativo, executivo e judicial nas Cortes.

(D) concentração dos poderes legislativo, executivo e judicial nas mãos do rei.

Identificação da fonte

Mémoires inédits de Louis-Henri de Loménie, comte de Brienne, secrétaire d’État sous Louis XIV, T. 2, Paris, Ponthieu, 1828, in http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k2052495/f158.image (consultado em 14/11/2013) (adaptado)

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GRUPO II

A CONSTRUÇÃO DO LIBERALISMO EM PORTUGAL: ANTECEDENTES E DIFICULDADES

Documento 1

A Primeira Invasão Francesa – gravura satírica da época (1807)

Legenda:

ENTRADA DOS PROTETORES EM PORTUGALA entrada destes guerreiros Descalços de pé e pernaFoi com grande intrepidez Dois aqui, acolá três.

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Documento 2

Publicação de jornais por portugueses no exílio(1808-1820)

Anode início Jornal Local

1808 Correio Brasiliense ou Armazém Literário Londres

1809 Argus Lusitano ou Cartas Analíticas Londres

1811 O Investigador Português em Inglaterra Londres

1813 Espelho Político e Moral Londres

1814 Microscópio de Verdades ou Óculo Singular Londres

1814 O Português ou Mercúrio Político, Comercial e Literário Londres

1815 O Observador Lusitano em Paris ou Coleção Literária, Política e Comercial Paris

1818 Anais das Ciências, das Artes e das Letras Paris

1818 Le Plenipotentiaire de la Raison Hamburgo

1819 O Campeão Português ou O Amigo do Rei e do Povo Londres

1820 O Padre Amaro ou Sovela Política, Histórica e Literária Londres

1820 Azorrague das Cortes Novas Londres

1820 O Contemporâneo Político e Literário Paris

1. Nomeie a imposição napoleónica que, não tendo sido cumprida por Portugal, esteve na origem das Invasões Francesas (documento 1).

2. Refira, a partir dos documentos 1 e 2, três das consequências das Invasões Francesas para Portugal.

3. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos relativos à implantação do liberalismo em Portugal. Escreva, na folha de respostas, a sequência correta das letras.

(A) Início da guerra civil entre absolutistas e liberais.

(B) Reação absolutista da Abrilada.

(C) Outorga da Carta Constitucional.

(D) Ida da família real para o Brasil.

(E) Aprovação da primeira Constituição.

Identificação das fontes

Doc. 1 – In António Pires Nunes, «A Primeira Invasão Francesa», in Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano Teixeira (dir.), Nova História Militar de Portugal, vol. 3, Lisboa, Círculo de Leitores, 2004, p. 44

Doc. 2 – Isabel Vargues e Luís Reis Torgal, «Da revolução à contra-revolução: vintismo, cartismo, absolutismo. O exílio político», in José Mattoso (dir.), História de Portugal, vol. 5, Lisboa, Círculo de Leitores, 1993, p. 82 (adaptado)

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GRUPO III

PORTUGAL DESDE O FINAL DA DÉCADA DE 1920 ATÉ MEADOS DA DÉCADA DE 1960: DOS ALICERCES ÀS ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA DO ESTADO NOVO

Documento 1

Uma visão do Estado Novo – entrevistas a Oliveira Salazar (1961 e 1963)

Angola é uma parcela da Nação portuguesa e, como tal, tanto contribui para a economia do todo, como beneficia da existência e das atividades das restantes parcelas, incluindo o território metropolitano. […]

A par do fomento do comércio, orientámo-nos sempre, no contacto com as populações locais, pelo ideal da igualdade do homem perante Deus e a lei, qualquer que fosse a sua raça […]. Esta é a base da nossa tradicional política de não discriminação racial, de assimilação espiritual por meio de interpenetração de culturas, quando podia ser esse o caso, e, finalmente, de integração económica, social e política de todas as populações numa entidade política unitária. […]

Os votos dos Estados Unidos contra Portugal, na ONU, causaram no povo português grande ressentimento, muito maior do que transparece na imprensa ou nas episódicas manifestações de rua. Espero que, uma vez esclarecidos na consciência americana estes problemas, seja possível ao seu governo retomar uma orientação respeitadora dos nossos legítimos direitos. […]

Tentámos uma fórmula não totalitária mas autoritária e, digamos sinceramente, moderadamente autoritária. […] Não me parece que, com justiça, se possa dizer que a participação na vida nacional não está aberta a todos os homens de boa vontade. […]

Se conseguirmos continuar a trabalhar e a progredir em clima de paz interna, podemos, em breve, entrar numa fase do nosso desenvolvimento em que o ritmo da política social se aproxime cada vez mais dos objetivos que desejamos: […] o progresso e o bem-estar das nossas populações, sem discriminação de raça, de cor ou de religião.

Documento 2

Uma visão do Estado Novo – manifesto clandestino da oposição (1961)

Desde 1926 que as Forças Armadas portuguesas sustentam no poder o regime que arrancou à Nação as liberdades públicas fundamentais e os direitos cívicos reconhecidos ao povo pela República. […] Jamais estes e outros factos – como as fraudes cometidas contra as votações em favor do general Humberto Delgado – levaram as altas patentes das Forças Armadas a um momento de reflexão e discordância. […]

Portugal, grande potência ultramarina, e podendo por esse facto, ao menos na metrópole, fazer os portugueses desfrutarem de um nível de vida comparável aos padrões europeus, mantinha-se uma vergonha nas estatísticas mundiais: os mais baixos índices de produção e de consumo, as mais baixas médias de rendimento e de salários, de vida económica, social, sanitária e educativa. O mais pobre país da Europa, como recentemente fomos classificados […].

Os protestos e as manifestações, que a imprensa e a televisão relataram (até com imagens falsificadas) como desagravo às declarações proferidas na ONU, foram organizados, como todos sabem, pelos departamentos oficiais ou conduzidos através de conhecidos processos de coação […].

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A ordem e a paz que o Governo dizia haver no ultramar, agora desmentidas pelos sangrentos acontecimentos de Luanda, […] são as mesmas que reinam no continente, a ordem dos submetidos, dos amordaçados e dos reduzidos à miséria, a ordem imposta pela força e pelas polícias, a paz dos vencidos, o silêncio do medo. […]

Por tudo isto, pergunta-se: porque é que os portugueses haviam de estar indignados contra as críticas da ONU, afinal críticas ao Governo e não a Portugal, quando nenhuma responsabilidade têm na governação e, há muito, eles próprios as fazem mais severas?!

1. Explique, a partir do manifesto da oposição (documento 2), três dos fatores político-sociais que favoreceram a afirmação de um regime autoritário em Portugal.

2. Compare as duas perspetivas acerca do Estado Novo, expressas nos documentos 1 e 2, quanto a três dos aspetos em que se opõem.

3. Associe cada um dos elementos relacionados com as organizações estruturantes do Estado Novo, presentes na Coluna A, à designação correspondente, que consta da Coluna B.

Escreva, na folha de respostas, apenas as letras e os números correspondentes. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA A COLUNA B

(a) Imposição de princípios de harmonização das relações laborais e recusa da luta de classes.

(b) Enquadramento das massas através do controlo exercido sobre a ocupação dos tempos livres dos trabalhadores.

(c) Defesa do regime e combate contra as doutrinas subversivas, através de uma ação paramilitar.

(d) Formação física e moral da juventude e sua doutrinação nos valores nacionalistas do regime.

(e) Promoção da «política do espírito» para desenvolver e influenciar diversas manifestações culturais.

(1) Secretariado da Propaganda Nacional (SPN)

(2) Obra das Mães para a Educação Nacional

(3) Mocidade Portuguesa

(4) Legião Portuguesa

(5) Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE)

(6) Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT)

(7) Sindicatos independentes

(8) Corporações

Identificação das fontes

Doc. 1 – Oliveira Salazar, Entrevistas, 1960-1966, Coimbra, Coimbra Editora, Lda., 1967, pp. 51-55 e 163-172 (adaptado)

Doc. 2 – Manifesto clandestino «A Oposição na Defesa de Portugal e da Verdade», in José Magalhães Godinho, Pedaços de Uma Vida, Lisboa, Pégaso Editores, 1992, pp. 47-53 (adaptado)

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GRUPO IV

DA GUERRA FRIA ÀS AMEAÇAS À PAZ NO MUNDO ATUAL

Documento 1Reação de Estaline ao discurso da «Cortina de Ferro», de Churchill

– entrevista no jornal Pravda (14 de março de 1946)

O senhor Churchill está a incitar à guerra. […] O senhor Churchill e os seus amigos julgam que as nações de língua inglesa […] deveriam dirigir as restantes nações do mundo… Como resultado da invasão e da ocupação alemã e devido à deportação de cidadãos soviéticos para os campos de trabalho forçado na Alemanha [durante a guerra], a URSS perdeu sete milhões de pessoas. […]

Pode-se pois perguntar o que há de surpreendente no facto de, com o objetivo de garantir a nossa segurança futura, desejarmos que os países [da Europa de Leste] tenham governos cujas relações com a União Soviética assentem na lealdade? […]

O aumento da influência do comunismo não pode ser considerado acidental. […] Cresceu porque, durante os duros anos de domínio fascista na Europa, os comunistas foram, na luta contra os regimes fascistas em prol da liberdade dos povos, combatentes fiáveis, audazes e com espírito de sacrifício.

O senhor Churchill, nos seus discursos, recorda-se por vezes dos cidadãos comuns, batendo- -lhes nas costas, de modo paternalista, e exibindo-se como seu amigo. Mas […] foram eles, estes milhões de cidadãos comuns, que derrotaram o senhor Churchill e o seu partido na Grã-Bretanha, desviando os seus votos para os Trabalhistas. Foram eles, estes milhões de cidadãos comuns, que […] deram a sua preferência aos partidos democráticos de esquerda.

Documento 2«Autocarros rivais» – caricatura publicada

na revista britânica Punch (18 de junho de 1947)

Legenda:

1 Caminhos de ferro dos Balcãs

2 Hotel Liberdade – Alojamento confortável

3 Pensão Russa – Tudo incluído

4 Truman

5 Grécia

6 Turquia

7 Estaline

8 Hungria

9 Bulgária

10 Áustria

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Documento 3

Berlim: uma cidade dividida (1945-1989)

5 kmMuro de Berlim (1961-1989)

Posto de controlo fronteiriçoMuro periférico (fronteira)

Sectorsoviético

Sectorbritânico

Sectorfrancês

Sectornorte-americano

BerlimOriental

BerlimOcidental

N

Documento 4

Evolução do número de armas nucleares de alguns países(1945-2005)

AnoPaís 1945 1955 1965 1975 1985 1995 2005

EUA 2 2422 31 139 27 519 23 368 10 904 8360

URSS/Rússia 0 200 6144 19 235 38 582 18 179 7000

Reino Unido 0 10 271 500 350 234 280

França 0 0 32 188 360 500 350

R. P. China 0 0 5 180 222 234 235

Israel 0 0 0 20 42 63 80

Índia 0 0 0 0 0 0 38

Paquistão 0 0 0 0 0 0 44

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1. Explicite três dos argumentos apresentados por Estaline (documento 1) justificativos da política internacional da URSS, no imediato pós-guerra.

2. Desenvolva, a partir dos documentos de 1 a 4, o seguinte tema:

Das tensões do mundo bipolar aos problemas do mundo atual.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos de cada um dos seguintes tópicos de referência:

•  características do confronto bipolar;•  cenários de tensão: a Alemanha no centro do confronto bipolar;•  ameaças à paz no mundo pós-Guerra Fria.

Identificação das fontes

Doc. 1 – In www.fordham.edu/Halsall/mod/1946stalin.asp (consultado em 07/11/2013) (adaptado)

Doc. 2 – In http://study.abingdon.org.uk/history/rivalbuses.jpg (consultado em 07/11/2013)

Doc. 3 – Pedro Vieira, «Tragédia e Glória de Berlim», in Visão História, n.º 6, outubro 2009, p. 40 (adaptado)

Doc. 4 – Hans M. Kristensen e Robert S. Norris, «Global nuclear weapons inventories, 1945-2013», in Bulletin of the Atomic Scientists, setembro-outubro 2013, pp. 75-80, in http://bos.sagepub.com/content/69/5/75.full (consultado em 25/11/2013) (adaptado)

FIM

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COTAÇÕES

GRUPO I

1. ........................................................................................................... 5 pontos2. ........................................................................................................... 5 pontos3. ........................................................................................................... 5 pontos4. ........................................................................................................... 5 pontos

20 pontos

GRUPO II

1. ........................................................................................................... 5 pontos2. ........................................................................................................... 20 pontos3. ........................................................................................................... 5 pontos

30 pontos

GRUPO III

1. ........................................................................................................... 30 pontos2. ........................................................................................................... 30 pontos3. ........................................................................................................... 10 pontos

70 pontos

GRUPO IV

1. ........................................................................................................... 30 pontos2. ........................................................................................................... 50 pontos

80 pontos

TOTAL ........................................ 200 pontos