PROTOCOLO INTEGRADO DE SAÚDE...
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1
PROTOCOLO INTEGRADO DE SAÚDE BUCAL
PREFEITURA MUNICIPAL DE TRÊS LAGOAS /MS
TRÊS LAGOAS /MS
2017
2
PROTOCOLO INTEGRADO DE SAÚDE BUCAL
Angelo Chaves Guerreiro Prefeito Municipal de Três Lagoas
Maria Angelina da Silva Zuque Secretária Municipal de Saúde
Carolina Ramalho Masuko
Diretora do Departamento de Saúde Coletiva
Acácia Gimenez Barreto Coordenadora de Saúde Bucal
TRÊS LAGOAS/MS
2017
3
Organização e Elaboração Acácia Gimenez Barreto Kelly Regina Torres da Silva
Comissões e Colaboradores
Comissão Periodontia: Djalma Morilla Lima (responsável) Juliana dos Santos Pereira Cavaretto Costa Nabil Mohieddine Rui Antônio Rodrigues de Moraes
Comissão Urgência: Denise de Freitas Abud (responsável) Aline Bueno Bottura Christian Castro Mancini de Souza Sérgio Luiz Velasquez Bruzadim
Comissão Endodontia: Luciana Eika Tsumura (responsável) Bruna Alves Taveira Ueno Daniella Leal Borges Jociane Mitsugi Colombo Gaiotto Kelly Regina Torres da Silva Letícia Castuera Rezende Renata Lages Brandão Vargas Sandra Pacheco Pereira Tessari
Comissão Cirurgia: Sérgio Luiz V. Bruzadim (responsável) Adauto Pires Maia Ana Paula Barros Carlos Eduardo Santoro Storti Cátia Aparecida de Lima Gusmão Christian Castro Mancini de Souza Denise de Freitas Abud Edmilson dos Reis Silva Borges Nabil Mohieddine Sandra Pacheco Pereira Tessari
Comissão Prótese: Cátia Aparecida de L. Gusmão (responsável) Akehito Lanzotti Rodrigues Damno Cália Tosta Fernandes Sérgio Luiz Velasquez Bruzadim
Comissão de Gestante de Alto Risco: Juliana dos Santos Pereira C. Costa (responsável) Acácia Gimenez Barreto Ana Paula Barros Marta Maria Mustafá
Comissão Trauma: Bruna Alves Taveiro Ueno (responsável) Karina Dias Monteiro de Campos
Comissão Acolhimento: Sandra Regina Alves O. Cantadori (responsável) José Carlos Prata Tibery Filho Marta Maria Mustafá
Comissão Pacientes Especiais: Alekssandro Domingues de Lima (responsável) Ana Paula Barros José Marcelo Pitteli Juliana dos Santos Pereira Cavareto Costa Marta Maria Mustafá
Comissão Pediatria: Karina Dias M. de Campos (responsável) Ângela Cristine Alexandre Gimenez Letícia Castuera Rezende Michela Melissa Duarte Seixas Sostena Priscila de Lima da Silva Sandra Pacheco Pereira Tessari
Comissão Saúde Bucal do Escolar: Ângela Cristine Alexandre Gimenez (responsável) Acácia Gimenez Barreto Aline Bueno Bottura Arlete Paro Melão Martinho Avany Garcia de Lima Carla Jorge Sanches Edmilson dos Reis Silva Borges Karina Dias Monteiro de Campos Marta Maria Mustafá Sandra Pacheco Pereira Tessari Sílvia da Silva Silvestre Vânia Rosana da Silva Sales
Colaboradores: Anderson Gonçalves Frias Assimina Apostollos Mermires Eliany Maia Dias Eric Augusto Guerra Abid Érica Thomé Marzabal Fernanda de Souza Barbeiro José Roberto Salomão Abud Thereza M. Nakao Shimizu Wagner Neroni
4
Este protocolo foi elaborado em 2017, conforme consenso dos cirurgiões dentistas
da Atenção Básica e dos especialistas do Centro de Especialidades Odontológicas – CEO
visando à adequação e aumento da resolutividade da média complexidade em Odontologia,
bem como a garantia do usuário ao atendimento na rede especializada.
Foram realizados 7 encontros, perfazendo um período de quase 3 meses, em que
os profissionais da Atenção básica e da atenção especializada tiveram a oportunidade de
relatar suas experiências, tenham sido elas exitosas ou não. Inicialmente, foram criadas
comissões para o estudo e elaboração de protocolos, (miscigenando profissionais da
atenção básica e das especialidades). As comissões de estudo criadas foram: Endodontia,
Periodontia, Odontopediatria, Cirurgia Bucomaxilofacial, Prótese Dentária, Pacientes com
necessidades especiais e Urgência
Foram realizados também encontros fora dos horários usuais das reuniões pelas comissões,
a fim de que os profissionais discutissem entre si e apresentassem ao grupo maior suas
conclusões. As reuniões com o grupo maior de profissionais aconteciam quinzenalmente e
pelo período de 2 a 3 horas, momentos estes de rica troca de saberes, em que os colegas
puderam contribuir com sua expertise técnica. Também foi este um momento de ajustes,
concordâncias e discordâncias, mas sempre concluídos de forma a estarem pautados pelos
princípios do SUS, visando o bem estar do usuário e o aumento da resolutividade.
Estas comissões também discutiram orientações para o acolhimento, visando um
atendimento humanizado, integral e organizado ao usuário do SUS, assim como foram
estabelecidos protocolos de atendimento a gestantes de alto risco e crianças em idade
escolar e orientações quanto ao trauma dental para melhor direcionar os procedimentos
que deverão ser realizados tanto na Atenção Básica quanto na atenção especializada.
Por fim, tenho a satisfação de entregar este “Protocolo integrado de saúde bucal do
município de Três Lagoas/MS” a todos os profissionais da rede, a fim de que sirva de
orientação e guia para o atendimento odontológico, com o intuito de estreitar a
comunicação entre os mesmos e trabalharmos de forma harmônica e resolutiva. A todos os
profissionais envolvidos, que contribuíram de alguma forma, a minha mais profunda
gratidão!
Acácia Gimenez Barreto Coordenadora de Saúde Bucal
Três Lagoas, 01 de setembro de 2017.
5
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 6
REFERÊNCIA: ATENÇÃO BÁSICA -CEO ....................................................................... 7
CONTRA-REFERÊNCIA: CEO- ATENÇÃO BÁSICA ........................................................ 9
PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL ....................................... 10 ACOLHIMENTO .................................................................................................... 10 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL .......................................................................... 15 ENDODONTIA ...................................................................................................... 17 PERIODONTIA ...................................................................................................... 22 ODONTOPEDIATRIA ............................................................................................ 23 ATENDIMENTO ÀS GESTANTES ........................................................................... 27 PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS (PNE) ............................................... 30 PRÓTESE DENTÁRIA ............................................................................................ 32 URGÊNCIA ........................................................................................................... 34
Critérios de atendimento clínico de urgência odontológica ............................. 34 Atendimento de urgência na Atenção Básica ................................................... 35 Atendimento de urgência no CEO .................................................................... 35
TRAUMA ............................................................................................................. 36 Fraturas e luxações de dentes permanentes .................................................... 36 Avulsão de dentes permanentes ...................................................................... 39 Lesões da dentição decídua .............................................................................. 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 44
6
INTRODUÇÃO
A Atenção Básica em Saúde Bucal pertence às equipes de Estratégia de Saúde da
Família (ESF) e às Estratégias de Agentes Comunitários de Saúde EACS e prevê um conjunto
de ações, sejam elas individuais e/ou coletivas, que garantam a prevenção, a promoção e a
recuperação da saúde bucal do usuário, repercutindo esta em sua saúde geral. Estas ações
incluem ações de intervenção clínica no consultório odontológico bem como o atendimento
aos ciclos de vida (crianças de 0 a 6 anos, escolares até 14 anos, adultos, gestantes e idosos),
visitas domiciliares e participação nas redes de cuidado em saúde. A Atenção Básica está
organizada segundo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) que estabelece que a
saúde é um direito de todo cidadão; que a atenção prestada à saúde deve ser integral; que
todos os serviços prestados possam ser capazes de atender a população sem que haja
privilégios estabelecendo assim o princípio de equidade; que haja eficiência na resolução dos
agravos à saúde; que haja integração entre serviços de saúde e órgãos públicos e que haja
vínculo entre equipe de saúde e comunidade. Assim, cabe às equipes de saúde bucal
presentes nas unidades básicas, a organização do atendimento de acordo com os princípios
do SUS, a realidade local e a estrutura da unidade.
O Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) consiste no local de referência de
média complexidade dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) para Odontologia da Atenção
Básica. As especialidades oferecidas pelo CEO de Três Lagoas-MS são: Cirurgia
Bucomaxilofacial, Endodontia, Periodontia, e Pacientes Portadores de Necessidades
Especiais (PNE). No momento, a especialidade de Prótese Dentária atende também no CEO
por questões de logística e centralização do serviço, embora faça parte do Laboratório
Regional de Prótese Dentária, que funciona em anexo ao prédio. O agendamento das
consultas no CEO é feito por meio do encaminhamento da Atenção Básica devidamente
preenchido via sistema eletrônico Consulfarma ou em bloco específico. Os profissionais do
atendimento de urgência (UPA) não podem referenciar o usuário ao CEO. Para os usuários
atendidos na UPA a referência ao CEO deve ser feita pelo profissional da Unidade de Saúde
em Atenção Básica da qual ele pertence ou faz uso com rotina.
Desta forma, visando uma interação multiprofissional entre Atenção Básica e
Especializada e entre os serviços de saúde bucal e a comunidade, foi elaborado o protocolo
integrado em Saúde Bucal do município de Três Lagoas – Mato Grosso do Sul, pautado nos
princípios do SUS e na realidade local.
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REFERÊNCIA: ATENÇÃO BÁSICA -CEO
O encaminhamento (referência) do usuário ao tratamento odontológico
especializado somente será realizado pelos cirurgiões-dentistas das equipes de saúde bucal
da Atenção Básica. Para tanto, foram estabelecidos critérios de exclusão e inclusão para o
encaminhamento ao CEO de acordo com cada especialidade. Entre os critérios para o
encaminhamento e tratamento no CEO, encontra-se a adequação da condição bucal do
usuário na atenção Básica, assim como a eliminação da sintomatologia dolorosa. Nos casos
em que a condição bucal não estiver adequada, o especialista realizará a contra-referência
com a avaliação clínica e conduta a ser realizada pelo profissional da Atenção Básica. Após a
adequação, o usuário poderá ser reagendado novamente ao CEO.
Para a realização do encaminhamento, o usuário deve estar em tratamento na
Atenção Básica e deve ser encaminhado mediante registro em bloco específico ou por meio
do sistema eletrônico Consulfarma. A via de encaminhamento deverá conter os seguintes
itens:
Nome completo do paciente, local de origem, local a ser encaminhado e
telefone de contato do paciente;
Especialidade desejada;
Descrição detalhada do procedimento necessário a ser realizado pela
especialidade constando o (s) elemento (s) dental (is);
Diagnóstico definitivo ou provável acrescido de informações relevantes ao
caso como medicações utilizadas até o agendamento com a especialidade solicitada;
Condições especiais que priorizem o agendamento;
Radiografia periapical caso esta tenha sido anteriormente solicitada pela
Atenção Básica para auxílio no diagnóstico;
Data, assinatura e carimbo do profissional responsável.
Os usuários devem ser orientados a levarem os exames radiográficos, assim como a
via de encaminhamento na consulta agendada no CEO, sendo que na ausência destes
documentos, o paciente deverá retornar à unidade de Atenção Básica para retirada de uma
segunda via do encaminhamento. Cabe aos profissionais da equipe de saúde bucal a
orientação ao paciente sobre a adequada conservação da via de encaminhamento e a
entrega da mesma ao dentista da especialidade para que não haja dúvidas das informações
contidas em tal documento.
Nos casos em que houver dúvidas quanto ao diagnóstico e/ou tratamento
específico o profissional da Atenção Básica poderá solicitar avaliação e sugestão do
especialista. Assim como, quando houver dúvidas dos especialistas nas informações contidas
no encaminhamento da Atenção Básica, sugere-se que haja a troca de informações entre
ambos os profissionais.
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Para o agendamento das consultas no CEO, também deverá ser levado em
consideração as seguintes situações de prioridade:
Idosos (> 60 anos);
Menores de 12 anos;
Gestantes (a partir do 2° trimestre);
Portadores de doenças crônicas;
Portadores de condições especiais tanto motoras, psíquicas e de privação dos
sentidos (visão, audição e fala).
O agendamento e o aviso do usuário sobre o dia e hora do atendimento
odontológico especializado são de responsabilidade da equipe de saúde bucal da unidade
de saúde da Atenção Básica. Nos casos de falta na consulta especializada, a equipe de saúde
bucal da unidade de onde partiu o encaminhamento do usuário poderá realizar um segundo
agendamento, caso o paciente retorne solicitando-o e justificando sua falta. Nestes casos, o
cirurgião-dentista responsável da Atenção Básica deverá acrescentar nas informações do
encaminhamento a justificativa da falta.
Nos casos das especialidades com grande demanda, e cujo agendamento é somente
realizado uma vez ao mês, poderá orientar o paciente a comparecer ao CEO com a via de
encaminhamento adequadamente preenchida para a tentativa de vaga de desistência. Caso
o usuário não consiga a vaga de desistência, o mesmo deve retornar a sua unidade básica de
origem, e informar o cirurgião-dentista para que o mesmo o encaminha no mês que houver
vaga para a especialidade solicitada.
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CONTRA-REFERÊNCIA: CEO- ATENÇÃO BÁSICA
A contra-referência é a documentação feita pela especialidade informando à
Atenção Básica os procedimentos realizados segundo a documentação de referência, ou os
procedimentos que devem ser realizados previamente na Atenção Básica para posterior
encaminhamento. A contra-referência também poderá orientar o cirurgião-dentista da
Atenção Básica sobre a manutenção do serviço prestado ou sugestão de outros planos de
tratamento.
A contra-referência será feita mediante registro em bloco específico ou por meio
do sistema eletrônico Consulfarma. A via de contra-referência deverá conter as seguintes
informações:
Nome completo do paciente, local de origem, local a ser encaminhado e
telefone de contato do paciente;
Data, assinatura e carimbo do profissional responsável;
Informações sobre o tratamento e a necessidade de manutenção de acordo
com cada especialidade:
ENDODONTIA
Tratamento endodôntico do elemento dentário finalizado com preenchimento da
abertura coronária com material restaurador provisório; solicita-se a restauração
final na Atenção Básica.
ODONTOPEDIATRIA
Tratamento endodôntico do elemento dentário finalizado com preenchimento da
abertura coronária com material restaurador provisório; solicita-se a restauração
final na Atenção Básica.
PERIODONTIA
Tratamento periodontal finalizado; orientação quanto à manutenção na Atenção
Básica.
A contra-referência para a unidade de Atenção Básica deve garantir ao usuário o
agendamento em no máximo 60 dias decorridos do término do tratamento na
especialidade, para que assim possa ser realizada a conclusão do tratamento na unidade
Básica. Cabe aos profissionais da especialidade, a orientação do paciente sobre a adequada
conservação da via de contra-referência e a entrega da mesma ao dentista da Atenção
Básica para que não haja dúvidas das informações contidas em tal documento.
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PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
ACOLHIMENTO
Visando melhor atendimento e relacionamento entre usuário e o profissional da
saúde, foram estabelecidas diretrizes que contribuam para a padronização no acolhimento
do usuário nas unidades de Atenção Básica e especializada. O acolhimento é uma diretriz da
Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local e hora certa par acontecer, nem
um profissional específico para fazê-lo, e deve permitir o acesso do usuário na unidade de
saúde.
A PNH orienta uma organização no atendimento prestado no serviço de saúde por
meio da classificação de risco, sendo considerado que paciente com maior sinal de
gravidade, risco de agravamento, vulnerabilidade e frágeis, devem ter prioridade no
atendimento.
Na área odontológica do município de Três Lagoas, ficou-se estabelecido que a
ordem de atendimento será feita por meio do acolhimento prévio, juntamente com
avaliação clínica, buscando sempre escutar o paciente por meio do relato de sua história e
queixa clínica. Após este acolhimento inicial, feito por qualquer profissional da unidade de
saúde, o paciente será encaminhado à equipe de saúde bucal que irá orientar quanto ao
atendimento de urgência e/ou atendimento de tratamento agendado (não urgente)
disponibilizado na unidade de Atenção Básica ou na unidade de atendimento especializado.
Desta forma, o acesso do usuário ao tratamento odontológico será estabelecido na forma de
atendimento de tratamento agendado (não urgente) e de urgência sendo a classificação de
risco avaliada pelo profissional de odontologia (figura 1). Situações clínicas de emergência,
como traumas extensos da região bucomaxilofacial, ou qualquer situação que coloque em
risco a vida do paciente serão encaminhadas à unidade de pronto atendimento do município
(UPA) após a realização do atendimento inicial e orientação do usuário na Atenção Básica.
Todas as formas de acesso realizadas nas unidades devem ser divulgadas aos usuários em
local visível. Desta forma, não há a negação do atendimento, porém é estabelecida uma
ordem e uma organização no atendimento odontológico com base na classificação de risco
(figura 1).
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Figura 1. Apresentação das classificações de risco no atendimento odontológico e as situações clínicas envolvidas nesta classificação e tempo necessário para intervenção do profissional.
Acesso ao atendimento odontológico na Atenção Básica
Atendimento de tratamento agendado- São ações realizadas após constatar que o paciente
não apresenta situações clínicas que necessitem de intervenção imediata. A ação realizada
neste atendimento destina-se a proteção, recuperação e reabilitação da saúde bucal (quadro
1). Este atendimento será destinado aos usuários que pertencem e estejam cadastrados na
unidade de saúde da família (ESF) e será ofertada mediante agendamento, conforme a
classificação de risco.
Atendimento de urgência - Será realizado todos os dias da semana e é destinado à eliminação da dor do usuário. O tempo para prestação deste atendimento será estabelecido de acordo com a ordem de classificação de risco e disponibilidade de agendamento da equipe de saúde bucal. É proposto que este atendimento ocorra até uma hora do início do expediente de cada turno de trabalho. Poderá haver intervenção clínica e/ou prescrição medicamentosa, a critério do cirurgião-dentista e de acordo com a indicação do caso
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(quadro 1). Após o atendimento de urgência, o usuário será orientado pelo profissional sobre as formas de acesso para atendimento odontológico na Atenção Básica e especializada, se necessário. A descrição da forma de acesso do usuário na Atenção Básica para atendimento odontológico encontra-se no fluxograma 1.
Quadro 1. Descrição dos procedimentos realizados na Atenção Básica.
CÓDIGO PROCEDIMENTOS DA ATENÇÃO BÁSICA
01.01.02.005-8 AC- Aplicação de cariostático (por dente)
03.07.02.001-0 APM- Acesso a polpa dentária e medicação (por dente)
01.01.02.006-6 AS- Aplicação de selante (por dente)
01.01.02.007-4 ATF- Aplicação tópica de flúor (individual por sessão)
03.07.01.001-5 CAP- Capeamento pulpar
03.01.06.003-7 CAU- Atendimento de urgência em Atenção Básica
03.07.02.002-9 CD- Curativo de demora c/ ou s/ preparo biomecânico
01.01.02.008-2 CPB- Evidenciação de placa bacteriana
03.07.03.002-4 CSG- Raspagem e alisamento subgengivais (por sextante)
04.14.02.012-0 ED- Exodontia de dente decíduo
03.01.01.003-0 EO- Consulta de profissionais de nível superior (exceto
médico)
03.01.01.015-3 EO- Primeira consulta odontológica programática
04.14.02.013-8 EP- Exodontia de dente permanente
04.04.02.005-4 IDA - Drenagem de abscessos da boca e anexos
01.01.02.009-0 IRM- Selamento provisório de cavidade dentária
03.07.02.007-0 PPM- Pulpotomia dentária
03.07.03.004-0 PROF- Profilaxia/ Remoção de placa bacteriana
03.07.03.005-9 RAP- Raspagem e alisamento supragengival (por
sextante)
03.07.01.002-3 RD- Restauração de dente decíduo
03.07.01.003-1 RA- Restauração de dente permanente anterior
03.07.01.004-0 RP- Restauração de dente permanente posterior
03.01.10.015-2 RPCB- Retirada de pontos por cirurgia básica
04.14.02.038-3 TA- Tratamento de alveolite
TC- Tratamento completado
04.14.02.040-5 UL- Ulotomia/ulectomia
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Fluxograma 1. Formas de acesso do usuário para atendimento odontológico na Atenção Básica.
Acesso do usuário ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO)
Atendimento de tratamento agendado – O encaminhamento e agendamento ao CEO
somente será feito pelos profissionais da Atenção Básica. Após a primeira consulta no CEO o
usuário poderá continuar em atendimento na Atenção Básica, desde que o tratamento
finalizado não seja critério de inclusão para encaminhamento à especialidade. Após a
finalização do atendimento especializado, o usuário retornará à Atenção Básica para
acompanhamento e a conclusão do caso por meio da contra-referência encaminhada pela
especialidade. Nos casos de tratamento endodôntico, devido à grande demanda, ficou
determinado que os agendamentos no centro de especialidades odontológicas (CEO) irão
ocorrer no início de cada mês podendo ser sugerido ao usuário a possibilidade de tentativa
de vaga de desistência.
Atendimento de urgência. Os serviços do CEO são de caráter eletivo. O CEO não deve ser
utilizado para referência de urgência de qualquer unidade básica de saúde, a não ser em
situações excepcionais que devem ser relatadas diretamente à coordenação local que
avaliará a necessidade e a viabilidade do atendimento (encaixe), de acordo com a
especialidade solicitada. Caso o usuário procure espontaneamente o atendimento no CEO e
seja constatado que o mesmo esteja nas condições de risco e necessite de atendimento de
urgência, orienta-se que o mesmo seja atendido pelos profissionais do CEO e após o
atendimento, que o usuário seja orientado a procurar atendimento na unidade básica da sua
área adscrita. A descrição da forma de acesso do usuário na atenção odontológica
especializada encontra-se no fluxograma 2.
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Fluxograma 2. Formas de acesso do usuário para atendimento odontológico na atenção especializada (Centro de Especialidades Odontológicas -CEO).
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PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAL
A Portaria Nº 1464/GM, de 24 de setembro de 2011, estabelece, para a
especialidade de Cirurgia Bucomaxilofacial, os seguintes procedimentos oferecidos pelo CEO:
CÓDIGO PROCEDIMENTO
02.01.01.023-2 BGS- Biópsia de glândula salivar
02.01.01.052-6 BTM- Biópsia de tecidos moles da boca
04.14.02.004-9 CBM- Correção de bridas musculares
04.04.02.044-5 CDS- Contenção de dentes por splintagem
04.14.02.007-3 CP- Curetagem periapical
04.14.02.005-7 CRA- Correção de irregularidades de rebordo alveolar
04.14.02.006-5 CTM- Correção de tuberosidade do maxilar
04.04.02.005-4 DAB- Drenagem de abscesso da boca e anexos
04.14.01.036-1 ECO-Exerese de cisto odontogênico e não odontogênico
04.04.02.009-7 ELB- Excisão e sutura de lesão na boca
04.14.02.014-6 EM-Exodontia múltipla c/ alveoloplastia por sextante
04.01.01.008-2 FRE- Frenectomia
04.14.02.021-9 ORT-Odontosecção/ radilectomia/ tunelização
04.14.02.027-8 RDR- Remoção de dente retido (incluso/impactado)
04.14.02.038-3 TA-Tratamento de alveolite
04.14.01.038-8 TFIE- Tratamento cirúrgico de fístula intra/extraoral
T04.14.02.035-9 THB- Tratamento cirúrgico de hemorragia buco-dental
04.14.02.040-5 UL- Ulotomia/ulectomia
Quadro 2. Descrição dos procedimentos realizados pela especialidade de Cirurgia Bucomaxilofacial.
Requisitos básicos para referência
O paciente deve estar em tratamento na Atenção Básica;
Os procedimentos cirúrgicos serão realizados após tratamento finalizado na
Atenção Básica, visto que são procedimentos eletivos;
Cabe à Atenção Básica realizar ações para adequação do meio bucal (controle
de infecção; remoção de fatores retentivos de placa; remoção de restos radiculares;
selamento de cavidades; orientações de higiene bucal; profilaxia e controle de placa
bacteriana);
A especialidade irá atender situações que apresentem complexidade ou
ausência de condições técnicas para realização do procedimento na Atenção Básica.
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Critérios de exclusão
Exodontias simples;
Pacientes sem adequação prévia, com presença de processos inflamatórios
pulpares e/ou periapicais em dentes adjacentes ao leito cirúrgico;
Pacientes que necessitem procedimentos cirúrgicos de alta complexidade e
também aqueles com algum comprometimento sistêmico, que inviabilize o procedimento
cirúrgico em nível ambulatorial;
Terceiros molares erupcionados, sem dilaceração radicular/anquilose ou que não se encontram próximo a estruturas anatômicas importantes (seio maxilar e canal mandibular). Deve-se avaliar a necessidade da exodontia destes pelo posicionamento e oclusão, bem como a ausência dos primeiros ou segundos molares;
Observação: Para encaminhamento ao CEO, o paciente deverá possuir o encaminhamento
da Atenção Básica. Cabe ao especialista do CEO a solicitação do exame radiográfico
panorâmico, quando necessário. Caso o profissional da Atenção Básica necessite de tal
exame para planejamento e tratamento na própria unidade, este poderá solicitar
autorização ao CEO para aquisição de um exame panorâmico ao mês.
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PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
ENDODONTIA
A Portaria Nº 1464/GM, de 24 de setembro de 2011, estabelece para a
especialidade de Endodontia os seguintes procedimentos oferecidos pelo CEO:
CÓDIGO PROCEDIMENTO
03.07.02.006-1 TEU- Obturação em dente permanente unirradicular 03.07.02.004-5 TEB- Obturação em dente permanente birradicular 03.07.02.005-3 TET- Obturação em dente permanente com três ou mais raízes. 03.07.02.010-0 RTEU-Retratamento endodôntico em dente permanente unirradicular 03.07.02.008-8 RTEB-Retratamento endodôntico em dente permanente birradicular 03.07.02.009-6 RTET-Retratamento endodôntico em dente permanente com três ou
mais raízes. 03.07.02.007-0 PPM- Pulpotomia dentária
Quadro 3. Descrição dos procedimentos realizados pela especialidade de Endodontia.
No quadro 4 constam as orientações sobre avaliação clínica e conduta a ser
realizada na unidade de atenção básica, assim como as situações na qual o tratamento
deverá ser encaminhado para a especialidade.
Requisitos básicos para referência
Paciente deve estar em tratamento na Atenção Básica
Em caso de situação de urgência, a Atenção Básica deve prestar o primeiro
atendimento ao paciente por meio da prescrição de medicação, associado à abertura
coronária, com colocação de curativo (desde que as condições clínicas do paciente sejam
viáveis para tal procedimento);
Em caso de proteção pulpar direta ou indireta, deve-se realizar a proservação
antes de encaminhar à especialidade;
Cabe à Atenção Básica realizar ações para adequação do meio bucal (controle
de infecção; remoção de fatores retentivos de placa; remoção de restos radiculares;
selamento de cavidades; instruções de higiene bucal; profilaxia e controle de placa
bacteriana), principalmente a remoção da cárie do elemento dentário a ser submetido ao
tratamento endodôntico. Deve-se adequar os elementos dentários adjacentes ao dente a
ser encaminhado, realizando concomitantemente todos os procedimentos necessários para
a finalização do tratamento;
Antes de encaminhar, a Atenção Básica deve avaliar as condições clínicas que
favoreçam a realização do tratamento endodôntico (ausência de mobilidade; coroa clínica
para colocação de grampo e menos de 2/3 de extrusão) e posterior restauração;
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Se necessário, o paciente deve ser encaminhado previamente ao serviço de
Periodontia para aumento de coroa clínica, bem como para avaliação em caso de lesões
endo-perio;
Dentes com indicação de prótese unitária (serviço não oferecido na rede
pública), o paciente deverá ser orientado na atenção básica quanto à necessidade do
tratamento após a endodontia e assinar um termo de ciência e esclarecimento quanto à
continuidade do tratamento. O termo deverá ser entregue no CEO junto ao
encaminhamento (termo anexo ao protocolo);
Dentes com tempo de espera superior a 6 meses deverão ser reavaliados na
atenção básica antes de serem encaminhados ao CEO, visto que poderão surgir novas
situações, tais como fraturas dentárias que impossibilitem o atendimento ou até mesmo a
perda do elemento dentário;
Pacientes com Necessidades Especiais devem ser encaminhados primeiro ao
especialista desta área para avaliação das condições de atendimento, e então
direcionados ao Endodontista.
Pulpotomias serão realizadas no CEO, inclusive casos de rizogênese
incompleta com vitalidade pulpar;
Gestantes poderão ser encaminhadas no segundo trimestre de gestação,
solicitando junto ao encaminhamento o parecer médico quanto às condições de saúde geral;
cabe a Atenção Básica orientar e avaliar o comprometimento do paciente antes de
encaminhá-lo ao tratamento endodôntico (termo de esclarecimento oferecido e assinado
pelo paciente e arquivado na unidade de Atenção Básica e especializada);
Devido à grande demanda para a Endodontia, os casos de retratamento
somente serão realizados desde que feitos no próprio CEO, comprovados por meio de ficha
clínica de atendimento, no período de até 5 anos e direcionados ao profissional que realizou
o atendimento. Orienta-se que nos dentes assintomáticos que apresentem imagens
radiográficas apontando tratamento inadequado, com ou sem lesão periapical, que seja
realizado o acompanhamento radiográfico na atenção básica e/ou especializada;
Fica-se estabelecido que após a conclusão do tratamento endodôntico, a
restauração final do elemento dentário deverá ser feita pela Atenção Básica por meio de
encaminhamento via contra-referência do CEO.
Critérios de exclusão
Dentes abertos ou sem curativo de demora;
Dentes com grande destruição coronária que impeça a colocação de grampo
para isolamento absoluto;
Dentes com mobilidade acentuada e lesão de furca grau 4 (comprovados
radiograficamente);
Terceiros molares;
Usuários sem tratamento completado dentro das especificações do
protocolo;
19
Retratamento realizado em outras clínicas odontológicas que não seja o CEO. Observação: As radiografias periapicais que forem solicitadas pela Atenção Básica para fins
de diagnóstico e que pertençam ao elemento dentário que será submetido ao tratamento
endodôntico, devem ser encaminhadas junto à referência para o CEO.
20
TERMO DE ESCLARECIMENTO
Pelo presente termo de esclarecimento, eu, ___________________________ ______________, paciente (ou responsável legal do(a) menor __________________________________), portador(a) do RG nº ______________, CPF nº ________________, residente a rua _______________________________________, (cidade) ____________, MS, declaro que o (a) Cirurgião(ã)-Dentista_____________________________________________, devidamente inscrito(a) no Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul sob o nº _________, servidor público da atenção primária do município de TRÊS LAGOAS-MS, me esclareceu e orientou sobre a necessidade de prótese unitária restauradora ao dente nº_____ (serviço não oferecido na rede pública deste município) devido a falta de estrutura dentária remanescente.
Declaro que estou ciente que tal procedimento deve ser realizado a curto prazo de tempo após o término do tratamento endodôntico realizado no Centro de Especialidades Odontológicas –CEO de Três Lagoas-MS.
Três Lagoas, ___ de _________________ de __________
__________________________________________
Assinatura do paciente ou seu responsável legal
__________________________________________
Assinatura e carimbo do cirurgião (ã) dentista
21
DOR POLPA
DENTÁRIA VITALIDADE TRATAMENTO
MEDICAÇÃO INDICADA
ESPONTÂNEA
EXPOSTA
PRESENTE PULPOTOMIA OU BIOPULPECTOMIA
OTOSPORIN; HIDRÓXIDO DE CÁLCIO; CALEN;
PARAMONO.
AUSENTE TRATAMENTO ENDODÔNTICO
TRICRESOL; FORMOCRESOL;
PARAMONO.
NÃO EXPOSTA
PRESENTE PULPOTOMIA OU BIOPULPECTOMIA
OTOSPORIN; HIDRÓXIDO DE
CÁLCIO; CALEN;PARAMONO
.
AUSENTE TRATAMENTO ENDODÔNTICO
TRICRESOL; FORMOCRESOL;
PARAMONO.
PROVOCADA
EXPOSTA PRESENTE PULPOTOMIA OU BIOPULPECTOMIA
OTOSPORIN; HIDRÓXIDO DE CÁLCIO;CALEN; PARAMONO.
NÃO EXPOSTA PRESENTE PROTEÇÃO INDIRETA
DYCAL + CIV
AUSENTE
EXPOSTA
PRESENTE PULPOTOMIA OU BIOPULPECTOMIA
OTOSPORIN; HIDRÓXIDO DE CÁLCIO;CALEN; PARAMONO;
AUSENTE TRATAMENTO ENDODÔNTICO
TRICRESOL; FORMOCRESOL;
PARAMONO.
NÃO EXPOSTA
PRESENTE PROTEÇÃO INDIRETA
DYCAL + CIV
AUSENTE TRATAMENTO ENDODÔNTICO
TRICRESOL; FORMOCRESOL;
PARAMONO.
Quadro 4. Orientações quanto à avaliação clínica e conduta a ser realizada na unidade de Atenção Básica. Os casos que necessitem de tratamento endodôntico especializado estão destacados em vermelho.
22
PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
PERIODONTIA
A Portaria Nº 1464/GM, de 24 de setembro de 2011, estabelece para a
especialidade de Periodontia os seguintes procedimentos oferecidos pelo CEO:
CÓDIGO PROCEDIMENTO
04.14.02.015-4 Gengivectomia (por sextante)
04.14.02.016-2 Gengivoplastia (por sextante)
03.07.03.003-2 Raspagem corono-radicular (por sextante)
04.14.02.037-5 Tratamento cirúrgico periodontal (por sextante)
Quadro 5. Descrição dos procedimentos realizados pela especialidade de Periodontia.
Requisitos básicos para referência
Paciente deve estar em tratamento na Atenção Básica;
Cabe à Atenção Básica realizar ações para adequação do meio bucal (controle
de infecção; remoção de fatores retentivos de placa; remoção de restos radiculares;
selamento de cavidades; instruções de higiene bucal; profilaxia e controle de placa
bacteriana);
Nos casos em que há grande demanda na Atenção Básica, fica-se estabelecido
a possibilidade de encaminhamento para a especialidade, a fim de realizar os procedimentos
básico iniciais (orientação de higiene bucal, profilaxia, controle da placa bacteriana,
raspagem, remoção do tecido cariado e selamento provisório);
Pacientes que necessitem de cirurgia periodontal com acesso, cirurgia para
finalidade de aumento de coroa clínica e curetagem subgengival podem ser encaminhados ao
CEO;
Fica-se estabelecido que após a conclusão do tratamento periodontal, a
manutenção do tratamento deve ser feita pela Atenção Básica por meio de encaminhamento
via contra-referência do CEO.
Critérios de exclusão
Dentes com lesões endodônticas (avaliadas radiograficamente);
Dentes com acentuada mobilidade - grau 2 e grau 3- com impossibilidade de
tratamento periodontal (perda óssea de mais de 60% do dente, comprovada
radiograficamente);
Dentes que necessitem de coroas protéticas.
23
PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
ODONTOPEDIATRIA
A Especialidade de Odontopediatria não está regida por portaria específica, sendo
os procedimentos oferecidos baseados na necessidade da demanda específica da área. O
atendimento de Odontopediatria é realizado na Clínica da Criança e deverá ser referenciado
da mesma forma que os demais encaminhamentos para o CEO.
Requisitos básicos para referência
Paciente deve estar em tratamento na Atenção Básica;
Nos casos de urgência, a Atenção Básica deve prestar o primeiro
atendimento ao paciente por meio da prescrição de medicação associado à abertura
coronária com colocação de curativo (desde que as condições clínicas do paciente sejam
viáveis para tal procedimento);
Cabe à Atenção Básica realizar ações para adequação do meio bucal (controle
de infecção; remoção de fatores retentivos de placa; remoção de restos radiculares;
selamento de cavidades; instruções de higiene bucal; profilaxia e controle de placa
bacteriana), bem como realização de tratamento preventivo e terapia com fluoretos;
Fica estabelecido que a Atenção Básica é responsável por realizar todos os
procedimentos descritos no quadro 1 (apresentado no protocolo de acolhimento),
independente da idade da criança;
Crianças de 0 a 4 anos serão encaminhadas à especialidade de
Odontopediatria somente após três tentativas comprovadas em prontuário eletrônico de
atendimento na Atenção Básica.
Nos casos de tratamento endodôntico de dentes decíduos, este será feito
pela especialidade, sendo recomendado que a Atenção Básica realize avaliação do tempo de
permanência dos dentes na cavidade bucal para maiores benefícios do tratamento
endodôntico.
Devido à complexidade na realização de pulpotomia na Atenção Básica, foi
estabelecida a possibilidade de encaminhamento à especialidade;
Pacientes que necessitem de tratamento endodôntico, frenotomia lingual
(faixa etária de 45 dias a 2 anos), ulotomia e trauma em dentição decídua, devem ser
encaminhados à especialidade para avaliação e/ou tratamento;
O atendimento odontológico a bebês (faixa etária de 0 a 2 anos) pode ser
feito na unidade de Atenção Básica ou pode ser encaminhado à Clínica da Criança para
realização de atividades educativas/preventivas assim como tratamento clínico/preventivo
(maiores detalhes serão abordados a seguir).
24
Critérios de exclusão
Pacientes que não estejam em atendimento na Atenção Básica; Usuários sem adequação de meio bucal;
Dentes com mobilidade, comprometimento de furca/soalho de câmara pulpar com comprovação radiográfica e fístula em crianças com mais de 08 anos de idade (nestes casos é indicada a exodontia ao invés da necropulpectomia);
O atendimento de urgência não poderá ser referenciado à especialidade de Odontopediatria. Caso o atendimento de urgência seja feito na atenção especializada, solicita-se que após o atendimento o paciente seja orientado a procurar atendimento na unidade básica da sua área adscrita.
Observação: Fica orientado que para maiores benefícios ao usuário e favorecimento no
atendimento odontológico, é necessário que haja a troca de informações entre profissionais
da Atenção Básica e especialidades, assim como entre profissionais e pais/responsáveis,
principalmente quanto ao atendimento e a cooperação da criança. Desta forma, a consulta
especializada ou na Atenção Básica não garante que a criança mudará de comportamento.
Caso seja necessário, o especialista poderá encaminhar ao psicólogo para tentativa de
aceitação do tratamento pela criança.
As radiografias periapicais que forem solicitadas pela Atenção Básica para fins de diagnóstico
e que pertençam ao elemento dentário que será submetido ao tratamento endodôntico
deverão ser encaminhadas junto à referência para a Clínica da Criança.
Atendimento odontológico a bebês
Tal atendimento tem como objetivo a educação e a prevenção. A odontologia para
bebês busca a conscientização dos pais ou responsáveis pela criança para a saúde bucal
como parte da saúde geral. O atendimento é destinado a crianças com faixa etária de 0 a 24
meses, todas as sextas-feiras na Clínica da Criança. Nestes atendimentos os pais ou
responsáveis são orientados sobre os problemas que acometem a saúde bucal, o tipo de
atendimento que será desenvolvido na criança e o compromisso que eles devem assumir
frente a prevenção e combate à doença cárie. A educação dos pais é essencial para que eles
possam gerar a prevenção, sendo a conscientização do núcleo familiar fundamental para a
motivação. Além disso, a participação de profissionais da saúde formando uma rede
multiprofissional (dentistas, pediatras, nutricionistas e fonoaudiólogos) se faz necessária
para a divulgação e conscientização da importância do atendimento precoce. O atendimento
odontológico a bebês engloba: atividades educativas/preventivas e tratamento
clínico/preventivo.
Atividades educativas/preventivas
Destinadas aos pais/responsáveis
Realizada de forma individual e/ou coletiva. Os pais/responsáveis recebem
25
orientações a fim de contribuir para uma conscientização e desenvolvimento de hábitos
saudáveis. Dessa forma, são abordados os seguintes assuntos: doença cárie e sua prevenção;
importância dos dentes decíduos; influência dos hábitos alimentares e uso racional do
açúcar; importância do aleitamento materno; cuidados sobre amamentação noturna;
responsabilidade dos pais na higiene bucal da criança; orientação de higiene bucal; higiene
antes de dormir; comprometimento familiar na manutenção das instruções de higiene e do
controle da dieta; orientação sobre o uso do flúor, hábitos deletérios, traumatismo, erupção,
oclusão, alterações comuns e doenças da boca.
Destinadas a outros profissionais
Ações dirigidas a outros profissionais (pediatras, obstetras, fonoaudiólogos,
nutricionistas, enfermeiras, dentistas das unidades básicas, dentistas das escolas,
profissionais da maternidade Nossa Senhora Auxiliadora) a fim de divulgar o atendimento
odontológico a bebês, objetivando orientá-los sobre encaminhamento deste grupo de
pacientes infantis para a Clínica da Criança. Essas ações englobam visitas a esses
profissionais, divulgação por via impressa, promoção de ações conjuntas, entre outras.
Tratamento clínico/preventivo
Primeira consulta
Anamnese; exame clínico geral e encaminhamento para outros profissionais caso
seja necessário; determinação do riso de cárie (observação da possibilidade do bebê vir a
adquirir a doença cárie); orientações educativas específicas de acordo com o risco de cárie.
Para o atendimento a criança é posicionada sozinha na cadeira odontológica, no colo da
mãe/responsável sentado na cadeira odontológica ou na posição frente a frente. Os
pais/responsáveis devem estar sempre presentes durante o atendimento.
Risco de cárie pode ser dividido em: risco indeterminado (baixo risco) e
determinado (alto risco). O tratamento risco indeterminado é realizado em duas consultas
consecutivas com intervalo 15 dias. Os procedimentos clínicos realizados incluem higiene
bucal com água oxigenada diluída (1:3), água ou soro fisiológico. Para aqueles que
apresentem dentes anteriores após a limpeza é realizada aplicação tópica de flúor gel
neutro, e para dentes molares é realizada profilaxia com escova de Robson e pasta e
aplicação de flúor gel neutro. O responsável receberá demonstração clínica de como realizar
a higiene. As orientações de higiene em casa são definidas segundo presença ou ausência de
dentes na cavidade bucal, a idade da criança, o nível de compreensão e colaboração do
responsável. Dessa forma, a higiene em casa pode ser realizada por meio da limpeza da boca
com gaze ou fralda limpa umedecida em água filtrada ou fervida ou soro fisiológico por meio
de fricção das superfícies, uso de escova e creme dental em quantidade específica. Após 15
dias, a mãe realizará a higiene bucal mediante supervisão do profissional, e reforços e
possíveis falhas serão enfatizados. Os retornos posteriormente serão trimensais avaliando-se
a necessidade e risco. O tratamento risco determinado é realizado em quatro consultas
consecutivas com intervalo 7 dias. Os procedimentos clínicos realizados incluem os mesmos
26
descritos para o risco indeterminado-higiene bucal com água oxigenada diluída (1:3), água
ou soro fisiológico. Para aqueles que apresentem dentes anteriores após a limpeza é
realizada aplicação tópica de flúor gel neutro, e para dentes molares é realizada profilaxia
com escova de Robson e pasta e aplicação de flúor gel neutro. Para as lesões de mancha
branca é realizado tratamento de choque com profilaxia e aplicação tópica de flúor gel
neutro por quatro sessões consecutivas e acompanhamento para controle. O responsável
receberá demonstração clínica de como realizar a higiene. As orientações de higiene em casa
são definidas segundo presença ou ausência de dentes na cavidade bucal, a idade da criança,
o nível de compreensão e colaboração do responsável. Dessa forma, a higiene em casa pode
ser realizada por meio da limpeza da boca com gaze ou fralda limpa umedecida em água
filtrada ou fervida ou soro fisiológico por meio de fricção das superfícies, uso de escova e
creme dental em quantidade específica. Na consulta de retorno a mãe realizará a higiene
bucal mediante supervisão do profissional, e reforços e possíveis falhas serão enfatizados.
Os retornos posteriormente serão mensais e posteriormente bimensais, avaliando-se a
necessidade e risco. Nos bebês que possuem lesões de cárie ativa deve ser incluído no
tratamento a adequação do meio bucal com tratamento restaurador atraumático com
ionômero de vidro.
27
PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
ATENDIMENTO ÀS GESTANTES
O atendimento a gestantes deverá ser realizado nas unidades básicas de saúde e o
encaminhamento à Clínica da Mulher somente deverá ser feito em casos de gestantes de
alto risco.
São consideradas gestantes de alto risco pacientes com: síndromes hemorrágicas,
síndrome hipertensiva, desvios de crescimento fetal, alterações do volume do líquido
amniótico, isoimunização materno-fetal (incompatibilidade sanguínea), rotura prematura da
bolsa amniótica, anemias, intercorrências clínicas (infecção urinária, toxoplasmose, etc.),
endocrinopatias (diabetes melito, tireoideopatias, etc.) e infecções crônicas (cavidade bucal,
reumatológicas).
Requisitos básicos para referência
Paciente deve estar em tratamento na Atenção Básica;
Em caso de situação de urgência, a Atenção Básica deve prestar o primeiro
atendimento à paciente, por meio da prescrição de medicação, associado à abertura
coronária com colocação de curativo (desde que as condições clínicas do paciente sejam
viáveis para tal procedimento);
Fica estabelecido que a Atenção Básica é responsável por realizar todos os procedimentos descritos no quadro 1 e caso a paciente se enquadre nos critérios de risco mencionados anteriormente, será encaminhada para atendimento especializado na Clínica da Mulher;
Para o tratamento na Atenção Básica ou na atenção especializada, deve-se avaliar a extensão do tratamento, bem como o período da gestação, sendo preferível o atendimento no segundo trimestre, de modo a reduzir incômodos que dificultem o atendimento, bem como garantir que a embrião/feto já apresentem formação completa.
Critérios de exclusão
Pacientes que não estejam em atendimento na Atenção Básica; Pacientes que não se enquadrem no quesito alto risco.
Observação:
TIPOS DE PROCEDIMENTOS:
Podem ser realizados: exodontias não complicadas, tratamento periodontal básico,
restaurações dentárias, tratamento endodôntico, colocação de próteses. Reabilitações
oclusais extensas e cirurgias mais invasivas: programá-las para o período pós-parto.
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ÉPOCA DE ATENDIMENTO:
1° Trimestre: Indisposição, enjoos e náuseas dificultam o atendimento. Fase em que ocorre
a organogênese e maior incidência de abortos espontâneos. Porém, não há evidências que
comprovem que o tratamento dentário ou medicações provoquem aborto.
2° Trimestre: Melhor época para o atendimento. A organogênese está completa. Gestante
se sente mais confortável. Risco apenas de hipotensão postural (ao se levantar
bruscamente).
3° Trimestre: Tratamento prolongado não é indicado. Aumento da frequência urinária,
hipotensão postural, inchaço nas pernas, desconforto na posição supina devido à
compressão causada pelo feto são intercorrências comuns neste período, dificultando o
atendimento às gestantes.
Obs.: Urgências odontológicas não podem ser adiadas! Pulpite, pericementite, abscessos
agudos e suas consequências podem ser muito mais maléficos à gestante e ao feto do que
o tratamento odontológico em si. Precisamos levar em conta RISCO X BENEFÍCIO!
HORÁRIO, DURAÇÃO DAS CONSULTAS E POSICIONAMENTO DA CADEIRA:
Sessões curtas, de preferência na segunda metade da manhã. Evitar atender gestantes em
mesmo horário que crianças (risco de contágio de doenças viróticas da infância). Se o
dentista ou auxiliar estiverem acometidos de gripe ou resfriado, o atendimento também
deve ser evitado. Em caso de hipotensão postural da gestante (a partir do 6° mês), colocar a
paciente sentada ou deitada do lado esquerdo, por alguns minutos, antes dela se levantar da
cadeira.
EXAME RADIOGRÁFICO:
Avaliar a real necessidade de fazê-lo. Proteger a gestante com avental de chumbo,
empregar filmes ultra-rápidos (diminuem tempo de exposição), evitar erros na tomada
radiográfica e processamento do filme (para evitar repetições).
SEDAÇÃO CONSCIENTE:
Melhor opção: verbalização ou tranquilização verbal. Evitar meios farmacológicos. Uso de
benzodiazepínicos é questionável (estudos mostram relação de diazepam com incidência de
fendas palatinas e labiais).
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ANESTESIA LOCAL:
Urgências (dor ou infecção), gestação normal, grávidas com história de anemia ou com
hipertensão arterial controlada:
Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 (vasoconstritor felipressina é contra-indicado, por
sua semelhança com ocitocina).
Grávidas com hipertensão arterial não controlada:
Mepivacaína 3% sem vasoconstritor (avaliar risco/benefício com o médico).
Obs.: Volume máximo de anestésico recomendado: 2 TUBETES POR SESSÃO DE
ATENDIMENTO, em injeção lenta (2 min, para cada tubete de 1,8 ml).
* Prilocaína com felipressina é contra-indicado.
ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS:
Paracetamol, Dipirona sódica (contra-indicada no 3°trimestre- segundo o fabricante).
Aspirina e outros anti-inflamatórios não-esteroides: devem ser evitados, especialmente no
último mês de gestação (complicações no parto).
Betametasona ou dexametasona: dose única de 2 a 4 mg.
ANTIBIÓTICOS:
Penicilina, amoxicilina, ampicilina, azitromicina, cefaclor, cefalexina, estearato de
eritromicina, clavulanato de potássio, clindamicina. Infecções avançadas:
Penicilina+Metronidazol, ou, para alérgicas a penicilina, azitromicina ou clindamicina.
Enxaguantes com clorexidina também não são contra-indicados.
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PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS (PNE)
Paciente com necessidades especiais (PNE) é todo usuário que apresente uma ou
mais limitações, temporárias ou permanentes, de ordem mental, física, sensorial, emocional,
de crescimento ou médica, que o impeça de ser submetido a uma situação odontológica
convencional. É importante destacar que esse conceito é amplo e abrange diversos casos
que requerem atenção odontológica diferenciada. Ou seja, não diz respeito apenas às
pessoas com deficiência visual, auditiva, física ou múltipla (conforme definidas nos Decretos
3296/99 e 5296/04) que, por sua vez, não necessariamente, precisam ser submetidas à
atenção odontológica especial.
A portaria nº 599/GM, de 23 de março de 2006, define que na implantação dos
centros de Especialidades Odontológicas e dos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias
seja realizado o atendimento aos portadores de necessidades especiais. Ao paciente com
necessidade especial é oferecido procedimentos de Atenção Básica na qual compreendem
procedimentos individuais preventivos, dentística e cirurgia básica que estão demonstrados
no quadro 1 (apresentado no protocolo de acolhimento).
Requisitos básicos para referência
Cabe à Atenção Básica a seleção dos casos que serão encaminhados ao CEO;
É orientado que a Atenção Básica realize o atendimento ao usuário com
necessidade especial, entretanto, caso o profissional não esteja capacitado para tal
atendimento ou o usuário necessite de atenção especializada, solicita-se encaminhamento;
Poderão ser encaminhados ao CEO: pacientes não colaboradores ou com
comprometimento severo; pacientes com movimentos involuntários; pacientes portadores
de sofrimento mental e com deficiência mental; pacientes deficientes sensoriais e físicos;
pacientes com patologias sistêmicas crônicas, endócrino-metabólicas, alterações genéticas
associadas ao distúrbio de comportamento; pacientes com doenças degenerativas do
sistema nervoso central; pacientes autistas;
Critérios de exclusão
Pacientes que não tenham sido avaliados pela Atenção Básica;
Deficientes e doentes mentais e sistêmicos crônicos descompensados que necessitam de um manejo odontológico diferenciado e adequado para cada necessidade, como condições de equipamentos, materiais e suporte básico e/ou avançado de vida. Esta estrutura deve ser oferecida nos serviços de média e alta complexidade, por profissionais capacitados;
Pacientes com necessidades mais complexas como anestesia geral, preparo prévio com hemoderivados, monitorização cardíaca complexa em cardiopatas graves, hepatopatias, pacientes já internados em ambiente hospitalar, imunodeprimidos que
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necessitem ambiente biosseguro e asséptico e outros, de acordo com a evolução e dificuldade de compensação clínica de cada doença, necessitam de assistência de alta complexidade em ambiente hospitalar;
Pacientes que necessitam de tratamento odontológico e apresentam alterações sistêmicas graves que necessitem de monitoramento das funções vitais durante a cirurgia.
Observação: Pacientes não colaboradores ou com comprometimento severo, devem ser
encaminhados para a especialidade que efetuará o atendimento após tentativa de
atendimento na Atenção Básica.
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PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
PRÓTESE DENTÁRIA
O Laboratório Regional de Prótese Dentária (LRPD) de Três Lagoas/MS oferece os seguintes serviços na especialidade de Prótese Dentária:
Quadro 6. Descrição dos procedimentos realizados pela especialidade de Prótese Dentária. Requisitos básicos para referência
Cabe à Atenção Básica a seleção dos casos que serão encaminhados ao LRPD e em caso de dúvida, orienta-se a troca de informações entre a Atenção Básica e a especializada;
Paciente deve estar em tratamento na Atenção Básica;
Cabe à Atenção Básica realizar ações para adequação do meio bucal (controle de infecção; remoção de fatores retentivos de placa; remoção de restos radiculares; selamento de cavidades; instruções de higiene bucal; profilaxia e controle de placa bacteriana);
Orienta-se que seja feita a regularização do rebordo alveolar, que o paciente não apresente lesões em tecidos duros e moles e nos casos que necessitem de exodontia com finalidade protética, que estas sejam feitas com pelos menos 30 dias antes do encaminhamento ao LRPD;
Após a conclusão do atendimento na Atenção Básica, o paciente poderá ser referenciado à especialidade de Prótese;
Solicita-se o encaminhamento de pacientes que necessitem do serviço de prótese total superior e/ou inferior e prótese parcial removível, sendo esta última realizada após avaliação do especialista sobre a indicação da confecção da mesma;
Pacientes que apresentem prótese há mais de 5 anos poderão ser encaminhados para confecção de nova prótese após avaliação pela Atenção Básica.
Critérios de exclusão
Pacientes com síndrome motora, psiquiátrica ou nervosa severa, que impossibilite a tomada de impressão e a consequente confecção e utilização da prótese;
Presença de elementos dentários que possam ser devidamente restaurados ou tratados de forma convencional e que garantam uma condição estética e/ou funcional ao usuário na arcada indicada para prótese;
Pacientes que apresentem hiperplasia de mucosa ou que necessitem de
CÓDIGO PROCEDIMENTO
07.01.07.013-7 Prótese Total Superior 07.01.07.012-9 Prótese Total Inferior 07.01.07.009-9 Prótese Parcial Inferior 07.01.07.010-2 Prótese Parcial Superior 03.07.04.007-0 Planejamento e moldagem 03.07.04.003-8 Adaptação e instalação de prótese dentária 03.07.04.008-9 Reembasamento e conserto de prótese
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aumento de rebordo devem ser encaminhados primeiramente para a cirurgia pré-protética;
Presença de elementos dentários de número e forma que impossibilitem a confecção da prótese total, comprometendo sua estabilidade e longevidade.
Observação: Ainda que esteja prevista na Atenção Básica/Estratégia da Saúde da Família, no
momento, a confecção de próteses dentárias em Três Lagoas é executada no Laboratório
Regional de Protése Dentária- LRPD, prédio anexo ao CEO, pela facilidade de sua
operacionalização.
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PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
URGÊNCIA As urgências são situações que requerem assistência rápida, no menor tempo
possível, a fim de evitar complicações e sofrimento. Em odontologia, conforme estabelecido
no protocolo integrado de saúde bucal, cabe a Atenção Básica o acolhimento do paciente e a
classificação de risco no atendimento odontológico pela equipe de saúde bucal. Situações
clínicas descritas como emergência são aquelas na qual há ameaça iminente à vida,
sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento
médico imediato. Portanto em odontologia não há procedimentos odontológicos que
apresentem caráter emergencial. Situações clínicas de emergência, como traumas extensos
da região bucomaxilofacial, ou qualquer situação que coloque em risco a vida do paciente
serão encaminhadas a unidade de pronto atendimento do município (UPA) após a realização
do atendimento inicial e orientação do usuário na Atenção Básica.
A classificação de risco no atendimento odontológico orienta o estabelecimento da
ordem de atendimento e as situações clínicas nelas envolvidas (figura 1). O atendimento de
urgência é realizado nas unidades básicas, entretanto caso o usuário busque atendimento
espontâneo na especialidade, situada no centro de especialidades odontológicas (CEO), esta
deverá acolher, intervir para amenizar sua dor e orientá-lo quando a busca de atendimento
em sua unidade básica de saúde. Desta forma, não há a negação do atendimento, porém é
estabelecida uma ordem e uma organização no atendimento odontológico com base na
classificação de risco (figura 1, apresentada no protocolo de acolhimento).
A consulta de urgência diferencia-se das consultas odontológicas de rotina, pois visa
à resolução pontual do agravo que motivou a busca por atendimento. Desta forma, haverá
uma adequação da anamnese e exame do paciente buscando, primordialmente, informações
que possam influenciar na escolha da conduta. O exame clínico na consulta de urgência
deverá focar aspectos significativos sobre a patologia que motivou o atendimento, não
deixando de observar aspectos relevantes de saúde do paciente (anamnese e exame clínico
detalhado). Na busca do diagnóstico, além das características clínicas, podem ser utilizados
os testes de vitalidade pulpar, pressão e percussão. Exames complementares devem ser
realizados sempre que necessários, como radiografias, verificação de sinais vitais,
hemoglicoteste, etc.
Critérios de atendimento clínico de urgência odontológica
Pacientes com dor orofacial;
Pacientes com traumatismo dentoalveolar;
Pacientes com infecções de origem odontogênica ou dos tecidos moles que
necessitem intervenção clínica como pulpite reversível, pulpite irreversível, necrose pulpar,
abcesso dentoalveolar, abcesso periodontal; pericoronarite; pericementite e alveolite;
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Paciente que necessitem de exodontia quando o elemento dentário é o fator
causal da dor ou na impossibilidade de realização de outros tratamentos.
Atendimento de urgência na Atenção Básica
Será realizado todos os dias da semana e é destinado à eliminação da dor do
usuário. O tempo para prestação deste atendimento será estabelecido de acordo com a
ordem de classificação de risco e disponibilidade de agendamento da equipe de saúde bucal.
É proposto que este atendimento ocorra até uma hora do início do expediente de cada turno
de trabalho. Poderá haver intervenção clínica e/ou prescrição medicamentosa, a critério do
cirurgião-dentista e de acordo com a indicação do caso. Após o atendimento de urgência, o
usuário será orientado pelo profissional sobre as formas de acesso para atendimento
odontológico na Atenção Básica e especializada, se necessário. A descrição da forma de
acesso do usuário na Atenção Básica para atendimento odontológico encontra-se no
fluxograma 1 descrito no protocolo de acolhimento.
Atendimento de urgência no CEO
Os serviços do CEO são de caráter eletivo. O CEO não deve ser utilizado para
referência de urgência de qualquer unidade básica de saúde, a não ser em situações
excepcionais que devem ser relatadas diretamente a coordenação local que avaliará a
necessidade e a viabilidade do atendimento (encaixe), de acordo com a especialidade
solicitada. Caso o usuário procure espontaneamente o atendimento no CEO e seja
constatado que o mesmo esteja nas condições de risco e necessite de atendimento de
urgência orienta-se que o mesmo seja atendido pelos profissionais do CEO e após o
atendimento que o usuário seja orientado a procurar atendimento na unidade básica da sua
área adscrita. A descrição da forma de acesso do usuário na atenção odontológica
especializada encontra-se no fluxograma 2 descrito anteriormente no protocolo de
acolhimento.
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PROTOCOLO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL
TRAUMA
O atendimento de trauma em odontologia envolve situações clínicas de muita
urgência e urgência moderada conforme as classificações de risco apresentado na figura 1.
Este atendimento deve ser prestado na unidade na qual o paciente procurou atendimento,
incluindo a Atenção Básica e especializada. A elaboração das orientações no atendimento
de traumatismo dentários no município de Três Lagoas seguem as Diretrizes da Associação
Internacional de Traumatologia Dentária (IADT). Estas orientações estão divididas em:
fraturas e luxações de dentes permanentes; avulsão de dentes permanentes e lesões da
dentição decídua.
Fraturas e luxações de dentes permanentes
De modo geral, para as situações clínicas que envolve dentes luxados e com raízes
fraturadas é orientado a contenção não rígida e de curta duração para garantir o correto
posicionamento e conforto ao paciente. A prescrição medicamentosa de antibióticos deve
ser considerada de acordo com o exame clínico e estado de saúde do paciente, sendo
orientado nos casos que envolvem além das lesões dentárias as lesões em tecido mole. O
teste de sensibilidade frequentemente não gera nenhuma resposta no momento do
acidente, sendo necessário consultas de retorno regulares para avaliação e diagnóstico da
condição do tecido pulpar. Nos casos de dentes com rizogênese incompleta deve-se tomar
medidas que garantam a continuidade do desenvolvimento radicular. Caso haja exposição
da polpa recomenda-se o uso de terapias conservadoras para manutenção da vitalidade
pulpar e desenvolvimento radicular. Dentes com rizogênese completa que sofrem
traumatismos estão sujeitos a necrose pulpar sendo recomendado a pulpectomia
preventiva. Deve ver lembrado a importância do paciente retornar para avaliação e
monitoramento do dente traumatizado, além de orientação sobre a higiene bucal com
complemento com enxaguatório como gluconato de clorexidina 0,1% de 2 a 3 vezes ao dia
por 1 a 2 semanas.
Trinca de esmalte
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura incompleta de esmalte, ausência de sensilidade à percurssão (se houver investigar lesão de luxação ou fratura radicular), exame radiográfico normal
Restauração com resina composta na área em que há a trinca
Não é necessário
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Fratura de esmalte
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura completa do esmalte, ausência de dentina exposta, ausência de sensilidade à percurssão(se houver investigar lesão de luxação ou fratura radicular), exame radiográfico com perda de esmalte
Colagem do fragmento dentário se estiver presente e/ou restauração com resina composta da área fraturada
6 a 8 semanas; até 1 ano.
Fratura de esmalte e dentina
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura completa do esmalte e dentina, ausência de polpa exposta, ausência de sensilidade à percurssão(se houver investigar lesão de luxação ou fratura radicular), exame radiográfico com perda de esmalte e dentina.
Colagem do fragmento dentário se estiver presente e/ou restauração com resina composta da área fraturada. Se a fratura estiver próximo a polpa realizar capeamento com hidróxido de cálcio ante da restauração.
6 a 8 semanas; até 1 ano.
Fratura de esmalte, dentina e polpa
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura envolvendo esmalte e dentina com polpa exposta, ausência de sensilidade à percurssão(se houver investigar lesão de luxação ou fratura radicular), exame radiográfico com perda de esmalte e dentina.
Pacientes jovens: capeamento ou pulpotomia Colagem do fragmento dentário se estiver presente e/ou restauração com resina composta da área fraturada.
6 a 8 semanas; até 1 ano.
Fratura corono-radicular sem exposição pulpar
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura envolvendo esmalte, dentina e cemento sem polpa exposta, fratura abaixo da margem gengival, sensibilidade à percussão, mobilidade do fragmento, radiografia não apresenta extensão apical da fratura
Estabilização do fragmento, escolhas de alternativas de tratamento: remoção, extrusão, tratamento endodôntico e coroa com pino.
6 a 8 semanas; até 1 ano.
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Fratura corono-radicular com exposição pulpar
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura envolvendo esmalte, dentina e cemento com polpa exposta, fratura abaixo da margem gengival, sensibilidade à percussão, mobilidade do fragmento, radiografia não apresenta extensão apical da fratura
Estabilização do fragmento, escolhas de alternativas de tratamento: remoção, extrusão, tratamento endodôntico e coroa com pino; capeamento ou pulpotomia em pacientes jovens.
6 a 8 semanas; até 1 ano.
Fratura radicular
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Sangramento no sulco gengival, sensibilidade à percussão, mobilidade do fragmento, teste de sensibilidade negativo, radiografia apresenta fratura na porção da raiz.
Reposicionar o fragmento em caso de deslocamento, estabilizar o elemento com contenção flexível por 4 semanas, tratamento endodôntico até a linha da fratura em caso de necrose
4 a 8 semanas; 1 a 5 anos acompanhando a vitalidade pulpar
Fratura alveolar
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Mobilidade e deslocamento do segmento com diversos dentes em movimento, desalinhamento oclusal, teste de sensibilidade positivo ou não, linha da fratura visível no exame radiográfico
Reposicionar o fragmento em caso de deslocamento, estabilizar o elemento com contenção flexível por 4 semanas.
4 a 8 semanas; 1 a 5 anos acompanhando a vitalidade pulpar
Concussão
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Sensibilidade à percussão, sem achados radiográficos
Nenhum 6 a 8 semanas; até 1 ano.
Subluxação
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Sensibilidade à percussão, mobilidade sem deslocamento, sangramento gengival, sem achados radiográficos
Nenhum ou contenção flexível por 2 semanas para conforto do paciente
2 a 8 semanas; até 1 ano.
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Luxação extrusiva
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Dente parece alongado e com excessiva mobilidade, aumento do espaço do ligamento periodontal ao exame radiográfico
Reposicionar o dente e contenção flexível por 2 semanas, endodontia é recomentado nos casos de necrose
2 a 8 semanas; até 5 anos.
Luxação lateral
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Dente deslocado no sentido palatino/lingual ou labial, dente imóvel e som metálico à percussão, aumento do espaço do ligamento periodontal ao exame radiográfico
Reposicionar o dente e contenção flexível por 4 semanas, endodontia é recomentado nos casos de necrose
2 a 8 semanas; até 5 anos.
Intrusão
Achados clínicos e radiográficos
Tratamento
Acompanhamento
Dente deslocado no sentido do osso alveolar, dente imóvel e som metálico à percussão, ausência do espaço do ligamento periodontal ao exame radiográfico
Rizogênese incompleta e completa: acompanhar e se não houver movimentação em 2 a 4 semanas reposicionar ortodônticamente e conter por 4 a 8 semanas. Nos casos de intrusão com mais 7 mm reposicionar cirurgicamente. endodontia é recomentado nos casos de necrose, comum nos dentes com rizogênese completa
2 a 8 semanas; até 5 anos.
Avulsão de dentes permanentes
Nestas situações clínicas o reimplante imediato é o melhor tratamento,
entretanto deve-se avaliar o tempo que o dente se encontra avulsionado e as condições de
seu armazenamento. O reimplante do dente avulsionado somente será realizado quando o
elemento dentário for dente permanente com rizogênese completa e/ou incompleta. Os
primeiros socorros a serem prestados no local do acidente devem incluir: manter o paciente
calmo, pegar o dente pela coroa, lavar em água corrente por 10 segundos caso esteja sujo,
reposicionar o dente no alvéolo e manter ele posicionado por meio de leve mordida e
procurar atendimento odontológico imediato. Caso não seja feito o reimplante no local
orienta-se a manter o dente em um copo com leite ou saliva até que haja intervenção do
cirurgião-dentista.
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Dentes permanentes avulsionados com rizogênese completa
Dente reimplantado no local do acidente
Dente mantido ou não em algum meio até 60 minutos
Dente mantido ou não em algum meio após 60 minutos
- Mantenha o dente no local; - Limpe a área com água ou soro; - Contenção flexível por até 2 semanas; - Verificar a necessidade de antibiótico e vacina contra tétano; - Tratamento endodôntico 7-10 dias após reimplante; - Instruções e acompanhamento (4 semanas a 1 ano)
- Limpe a raiz com solução salina; - Após anestesia, examine e limpe o alvéolo com solução salina; - Reimplante o dente; Contenção flexível por até 2 semanas; - Verificar a necessidade de antibiótico e vacina contra tétano; - Tratamento endodôntico 7-10 dias após reimplante; - Instruções e acompanhamento (4 semanas a 1 ano)
Limpe a raiz com solução salina; - Após anestesia, examine e limpe o alvéolo com solução salina; - Reimplante o dente; Contenção flexível por até 4 semanas; - Verificar a necessidade de antibiótico e vacina contra tétano; - Tratamento endodôntico 7-10 dias após reimplante; - Instruções e acompanhamento (4 semanas a 1 ano) (prognóstico desfavorável).
Dentes permanentes avulsionados com rizogênese incompleta
Dente reimplantado no local do acidente
Dente mantido ou não em algum meio até 60 minutos
Dente mantido ou não em algum meio após 60 minutos
- Mantenha o dente no local; - Limpe a área com água ou soro; - Contenção flexível por até 2 semanas; - Verificar a necessidade de antibiótico e vacina contra tétano; - Tratamento endodôntico 7-10 dias após reimplante; - Instruções e acompanhamento (4 semanas a 1 ano)
- Limpe a raiz com solução salina; - Após anestesia, examine e limpe o alvéolo com solução salina; - Reimplante o dente; Contenção flexível por até 2 semanas; - Verificar a necessidade de antibiótico e vacina contra tétano; - Tratamento endodôntico 7-10 dias após reimplante; - Instruções e acompanhamento (4 semanas a 1 ano)
Limpe a raiz com solução salina; - Após anestesia, examine e limpe o alvéolo com solução salina; - Reimplante o dente; Contenção flexível por até 4 semanas; - Verificar a necessidade de antibiótico e vacina contra tétano; - Tratamento endodôntico 7-10 dias após reimplante; - Instruções e acompanhamento (4 semanas a 1 ano) (prognóstico desfavorável).
Lesões da dentição decídua
Em toda intervenção clínica o dente decíduo traumatizado deve estar saudável e
livre de cárie. Os exames radiográficos auxiliam na elaboração do diagnóstico sendo os
exames recomendados: radiografia periapical; radiografia oclusal e radiografia lateral extra-
bucal, essa em especial auxilia a visualização da relação ápice do dente deslocado com o
germe do dente permanente, assim como a direção do deslocamento. Nos casos em que há
envolvimento do germe permanente orienta-se que os pais sejam informados, sendo tal
informação documentada e assinada pelos pais ou responsáveis. A contenção também está
indicada nos casos de fraturas ósseas alveolares e fraturas radiculares intra-alveolares. O uso
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de antibióticos, testes de sensibilidade e instruções ao paciente segue as mesmas
orientações descritas acima. Dentes decíduos traumatizados podem apresentar descoloração
coronária que pode desaparecer, entretanto, esta descoloração frequentemente está
associada a necrose pulpar sendo indicado o tratamento endodôntico. Nos casos de trinca,
fratura de esmalte, esmalte/dentina sem exposição pulpar segue as mesmas orientações
descritas para as fraturas da dentição permanente. Demais situações apresentam as
seguintes orientações:
Fratura coronária com exposição pulpar
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura envolvendo esmalte, dentina com exposição da polpa.
O tratamento depende da idade e colaboração da criança. A pulpotomia está indicada assim como extração.
1 a 8 semanas; até 1 ano caso o dente seja preservado na cavidade bucal.
Fratura corono-radicular
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura envolvendo esmalte, dentina e estrutura radicular com ou sem exposição pulpar.
Está indicado a extração do elemento envolvido ou a remoção do fragmento caso a fratura envolva apenas uma pequena porção da raiz e permita a realização de tratamento restauraddor.
1 a 8 semanas; até 1 ano caso o dente seja preservado na cavidade bucal.
Fratura radicular
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Fragmento coronário com mobilidade ou deslocado
Se o fragmento não está deslocado somente é indicado o acompanhamento; Fragmento deslocado deve-se reposicionar e realizar contenção, ou remover somente o fragmento coronário e deixar o apical para ser reabsorvido.
1 a 8 semanas; até 1 ano caso o dente seja preservado na cavidade bucal. Acompanhamento anual até a esfoliação.
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Fratura alveolar
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Fratura envolvendo o osso alveolar, com fragmento coronário com mobilidade ou deslocado.
Reposicionar o segmento deslocado e realizar contenção.
1 a 8 semanas; até 1 ano caso o dente seja preservado na cavidade bucal. Acompanhamento anual até a esfoliação.
Concussão
Achados clínicos Tratamento
Acompanhamento
Sensibilidade à percussão Nenhum 1 a 8 semanas
Subluxação
Achados clínicos Tratamento
Acompanhamento
Mobilidade dentária sem deslocamento, pode haver sangramento via sulco gengival
Nenhum 1 a 8 semanas
Luxação extrusiva
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Dente deslocado do alvéolo aparentando alongado
Extrusão menor que 3 mm com rizogênese incompleta – reposicionar ou acompanhar o reposicionamento espontâneo; Extrusão acentuada e dentes com rizogênese completa- extração
1 a 8 semanas; até 1 ano caso o dente seja preservado na cavidade bucal.
Luxação lateral
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Dente deslocado para palatino/lingual ou vestibular sem mobilidade
Ajuste oclusal. Reposicionar ou acompanhar o reposicionamento espontâneo; Nos casos severos com deslocamento da coroa para vestibular está indicado a extração.
1 a 8 semanas; até 1 ano caso o dente seja preservado na cavidade bucal.
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Luxação intrusiva
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Dente geralmente deslocado para tábua óssea vestibular ou colidindo com o dente permanente
Extração caso comprometa o dente permanente, ou acompanhamento do reposicionamento espontâneo do dente caso não comprometa o dente permanente.
1 a 8 semanas; até 1 ano caso o dente seja preservado na cavidade bucal.
Avulsão
Achados clínicos
Tratamento
Acompanhamento
Dente fora do alvéolo Não realiza reimplante -
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde Bucal. Cadernos de Atenção Básica - Saúde Bucal. nº 17; Brasília, 2006.
Colombo, Paraná. Prefeitura Municipal de Colombo. Secretaria Municipal de Saúde.
Protocolo municipal de Saúde Bucal. nº 2; Colombo, 2012.
Dourados, Mato Grosso do Sul. Prefeitura Municipal de Dourados. Secretaria Municipal
de Saúde Pública. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Assistência à Saúde Bucal.
Protocolo Integrado de Referência e Contra-Referência. nº 4; Dourados, 2016.
Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Secretaria
Municipal de Saúde. Coordenação de áreas técnicas. Área técnica de Saúde Bucal.
Protocolo de atenção em saúde bucal de Porto Alegre. Organização da rede e fluxos de
atendimento. Porto Alegre, 2014.
Ribeirão Preto, São Paulo. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Secretaria Municipal de
Saúde Pública. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Saúde Bucal. Protocolo
Clínico e de Regulação Odontológico. Ribeirão Preto, 2010.