Protocolo de Encaminhamento Engenharia electrotécnica e de ...
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Protocolo de Encaminhamento
Route Alternating Multipath AODV (RAM-AODV)
Justimiano Andrade Alves
Dissertao para obteno do Grau de Mestre em
Engenharia electrotcnica e de computadores
Jri:
Presidente: Professor Nuno Cavaco Gomes Horta
Orientador: Professor Antnio Manuel Raminhos Cordeiro Grilo
Co-orientador: Professor Paulo Rogerio Barreiros d'Almeida Pereira
Vogal: Professor Carlos Manuel Ribeiro Almeida
Abril 2012
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Resumo
As redes mveis ad-hoc (Mobile Ad-hoc Networks - MANET) e a proliferao de dispositivos portteis com
capacidade de comunicao sem fios tm incentivado a investigao na rea dos protocolos de
encaminhamento. Devido liberdade de movimento dos ns, sua configurao imprevisvel, s
limitaes de autonomia dos dispositivos e da largura de banda da rede, as falhas de comunicao podem
tornar-se comuns neste tipo de redes.
De modo a ultrapassar estas limitaes, e com os objectivos de determinar vrios percursos, minimizar a
sobrecarga da rede e maximizar a largura de banda, neste trabalho implementou-se um protocolo Route
Alternating Multipath AODV (RAM-AODV) com encaminhamento multi-percurso. O protocolo
implementado possibilita a descoberta de mltiplos percursos entre os ns de origem e de destino, como
tambm permite especificar o nmero de percursos parcialmente disjuntos a serem descobertos, o que
permite reduzir significativamente a sobrecarga da rede. semelhana do protocolo Ad-hoc On-Demand
Distance Vector (AODV), no protocolo RAM-AODV feita monitorizao local dos vizinhos e so
descartados pedidos redundantes Route Request (RREQ) nos ns intermdios. Para comparar o
desempenho do protocolo desenvolvido com o protocolo AODV foram realizadas vrias simulaes para
diferentes cenrios, onde o protocolo implementado mostrou ter um melhor desempenho do que o
protocolo AODV. Os resultados obtidos mostram-nos que o protocolo desenvolvido eficiente na reduo
do nmero de pacotes perdidos, no tempo de atraso na comunicao e na utilizao da largura de banda.
Em todos os cenrios em que o protocolo foi testado, revelou ser mais eficiente do que o protocolo AODV.
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III
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IV
Abstract
The Mobile Ad-hoc Networks (MANET) and the proliferation of the portable devices capable of wireless
communication have encouraged the research in the area of communication protocols. Due to the freedom
of movement of the nodes, the undefined networks configuration, the limitations of the devices
autonomy and of the networks bandwidth, the communication failures are very common in these
scenarios.
In order to overcome these limitations, as well as with the goals of determining various routes and
minimizing overhead and maximizing the networks bandwidth, an RAM-AODV protocol (Route
Alternating Multipath AODV - RAM-AODV) with multi-path routing functionality was implemented in this
thesis project. The implemented protocol enables the discovery of multiple paths between the origin and
the destination nodes, but also offers the possibility of specifying the number of partially disjoint paths to
be discovered, which significantly reduces the networks overhead. The similarities of the developed
protocol with the Ad-hoc On-Demand Distance Vector (AODV) protocol are the local monitoring and the
discarding of the duplicated Route Requests (RREQ) at the intermediate nodes. In order to compare the
performance of the developed protocol with the AODV protocol, several simulations for different
scenarios were performed, where the implemented protocol showed to have better performance than
AODV protocol. The results show us that the developed protocol is effective in reducing of number of the
lost packets and the delivery delay, while improving the bandwidth usage. In all the scenarios in which the
RAM-AODV was tested it showed to have a much better performance than the AODV.
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V
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VI
ndice
1 Introduo ................................................................................................................................................ 2
1.1 Enquadramento .............................................................................................................................. 2
1.1.1 Arquitectura das redes MANET ....................................................................................... 2
1.1.2 Implementao das redes MANET ................................................................................. 4
1.2 Motivao .......................................................................................................................................... 6
1.3 Objectivos .......................................................................................................................................... 7
1.4 Estrutura da tese ............................................................................................................................ 8
2 Protocolos de encaminhamento para as redes MANET ....................................................... 10
2.1 Protocolo de encaminhamento com percurso nico para as redes MANETs ...... 10
2.1.1 Aspectos gerais.................................................................................................................... 10
2.1.2 AODV Ad-hoc On-Demand Distance Vector .......................................................... 12
2.1.3 DSR - Dynamic Source Routing ..................................................................................... 13
2.1.4 OLSR Optimized Link State Routing ........................................................................ 13
2.1.5 DSDV - Destination-Sequenced Distance-Vector ................................................... 16
2.1.6 ZRP - Zone Routing Protocol .......................................................................................... 17
2.1.7 Consideraes finais e concluso ................................................................................. 20
2.2 Protocolos de encaminhamento multi-percurso para as redes MANET ............... 21
2.2.1 Aspectos gerais.................................................................................................................... 21
2.2.2 Ad-hoc On-Demand Multipath Distance Vector Routing (AOMDV) ............... 22
2.2.3 Optimized AOMDV routing protocol (OAOMDV) ................................................... 24
2.2.4 Mobility Prediction Ad-hoc on-demand multipath distance vector (MP-
AOMDV) .................................................................................................................................................. 28
2.2.5 New Multipath Node-Disjoint routing based on AODV protocol (NMN
AODV) 31
2.2.6 Multipath Optimized Link State Routing Protocol (MP-OLSR) ..................... 32
2.2.7 Consideraes finais e concluso ................................................................................. 34
3 Route Alternating Multipath AODV (RAM-AODV) ................................................................. 38
3.1 Formato das mensagens ........................................................................................................... 38
3.2 Estuturas de dados ..................................................................................................................... 40
3.3 Gesto de mltiplos percursos .............................................................................................. 42
3.4 Manuteno dos percursos ..................................................................................................... 43
3.5 O funcionamento do protocolo RAM-AODV ..................................................................... 44
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VII
3.5.1 Processamento do RREQ ................................................................................................. 44
3.5.2 Processamento do pacote RREP ................................................................................... 45
3.5.3 Ilustrao do funcionamento do protocolo atravs de um cenrio. ............... 46
4 Resultados de Simulao .................................................................................................................. 48
4.1 Mtodo de recolha de dados ................................................................................................... 48
4.2 Cenrio 1 - Topologia esttica da rede. .............................................................................. 52
4.2.1 Teste de variao da densidade de rede ................................................................... 53
4.2.2 Teste de variao do intervalo de envio dos pacotes ........................................... 58
4.3 Cenrio 2 Topologia dinmica da rede ............................................................................ 61
5 Concluso ............................................................................................................................................... 66
6 Bibliografia ............................................................................................................................................ 70
Apndice A ...................................................................................................................................................... 74
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Lista figuras
Figura 1-1: Rede MANET com 5 ns [Fonte: [1]] ....................................................................................................................... 2
Figura 1-2: Rede MANET com 7 Interfaces. [Fonte: [1]] ......................................................................................................... 3
Figura 1-3: MANET: Assimetria entre as interfaces. [Fonte: [1]] ........................................................................................ 4
Figura 2-1: Categoria dos protocolos de encaminhamento para as redes MANET. ................................................. 11
Figura 2-2: Arquitectura do protocolo ZRP. [Fonte: [11]] .................................................................................................. 18
Figura 2-3: Zona de encaminhamento do n S. [Fonte: [12]] ............................................................................................ 18
Figura 2-4: Zona de encaminhamento do n. [Fonte: [12]] ................................................................................................ 19
Figura 2-5:Zona de encaminhamento do n T. [Fonte: [12]] ............................................................................................. 19
Figura 2-6:Processo de descoberta de rotas AOMDV. ....................................................................................................... 23
Figura 2-7:Processo de definio do percurso inverso protocolo OAOMDV. .......................................................... 24
Figura 2-8: Formato do pacote RREQ do OAOMDV. ............................................................................................................... 25
Figura 2-9: Formato da mensagem RREP_ACK do protocolo OAOMDV ........................................................................ 26
Figura 2-10:Processo de definio de percurso directo - protocolo OAOMDV. ......................................................... 26
Figura 2-11:Processo de definio do percurso omitido - protocolo OAOMDV. ....................................................... 27
Figura 2-12:Processo de clculo de ns disjuntos MP-AOMDV. ....................................................................................... 29
Figura 2-13:O algoritmo Dijkstra de multi-percuros. [fonte: [15]] ................................................................................. 33
Figura 2-14: Algoritmo Dijkstra com fp (c) = fe (c) = 2c. Na primeira figura foram calculados 3 percursos e
na segunda figura foram calculadas 10 percursos [fonte: [15]]. .......................................................................... 33
Figura 2-15: processo de descoberta de rota pelo n F. ....................................................................................................... 34
Figura 3-1:Formato do pacote Route Request RREQ. ......................................................................................................... 39
Figura 3-2:Formato do pacote Route Reply RREP. ............................................................................................................... 39
Figura 3-3:Formato do pacote Route Error - RRER. ............................................................................................................... 39
Figura 3-4: Formato do pacote Route Reply Acknowledgement - RREP_ACK. ............................................................. 40
Figura 3-5: Formato da tabela de encaminhamento. ............................................................................................................. 40
Figura 3-6:Formato da entrada da tabela de encaminhamento. ...................................................................................... 41
Figura 3-7:Formato da lista de prximos saltos. ..................................................................................................................... 41
Figura 3-8:Formato da tabela de vizinhos processados. ...................................................................................................... 42
Figura 3-9:Formato da tabela de RREQ Pendentes. ............................................................................................................... 42
Figura 3-10:Tabela de Contador de percurso para o n de destino. ............................................................................... 43
Figura 3-11:Fluxograma do algoritmo implementado no n de destino para processar o pacote RREQ. ..... 45
Figura 3-12: Processo de descoberta de rota do protocolo RAM-AODV. ...................................................................... 47
Figura 4-1: Exemplo de uma topologia esttica lgica e genrica da rede. ................................................................. 53
Figura 4-2: Valores mdios do atraso extremo-a-extremo em redes estticas, com nmero de ns varivel.
............................................................................................................................................................................................................ 54
Figura 4-3: Valores mdios do jitter em redes estticas, com nmero de ns varivel. ........................................ 55
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Figura 4-4: Valores de taxa mdia dos pacotes recebidos em redes estticas, com nmero de ns varivel.
............................................................................................................................................................................................................ 56
Figura 4-5: Valores mdios do dbito em redes estticas, com nmero de ns varivel. ..................................... 57
Figura 4-6: Valores mdios do atraso extremo-a-extremo em redes estticas, com intervalo de envio de
pacotes varivel. ......................................................................................................................................................................... 58
Figura 4-7: Valores mdios do jitter em redes estticas, com o intervalo de envio de pacotes varivel........ 59
Figura 4-8: Valores de taxa mdia de pacotes recebidos em redes estticas, com intervalo de envio de
pacotes varivel. ......................................................................................................................................................................... 60
Figura 4-9: Valores mdios do dbito em redes estticas, com intervalo de envio de pacotes varivel. ....... 60
Figura 4-10: Valores mdios do atraso extremo-a-extremo em redes dinmicas, com velocidade de
movimento dos ns varivel. ................................................................................................................................................ 63
Figura 4-11: Valores mdios do jitter em redes dinmicas, com velocidade de movimento dos ns varivel.
............................................................................................................................................................................................................ 63
Figura 4-12: Valores de taxa mdia de pacotes recebidos em redes dinmicas, com velocidade de
movimento dos ns varivel. ................................................................................................................................................ 64
Figura 4-13: Valores mdios do dbito em redes dinmicas, com velocidade de movimento dos ns
varivel. .......................................................................................................................................................................................... 65
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Lista de tabelas
Tabela 2-1: Entrada da tabela de encaminhamento do protocolo OAOMDV. ............................................................. 25
Tabela 2-2: Estrutura da Lista de percursos do protocolo OAOMDV. ............................................................................ 25
Tabela 4-1: Definio dos parmetros constantes para os dois cenrios. .................................................................... 49
Tabela 4-2: Atributos e valores por omisso. ............................................................................................................................ 50
Tabela 4-3: Definio dos parmetros para o teste 1. ........................................................................................................... 53
Tabela 4-4:Definio dos parmetros para o cenrio da mobilidade............................................................................. 62
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Acrnimos
ABR - Associativity Based Routing
AODV Ad-hoc On-Demand Distance Vector
AODV-DM Ad-hoc On-Demand Distance Vector - Decoupled Multipath
AODVM - Ad-hoc On-demand Distance Vector Multipath Routing Protocol
AOMDV - Ad-hoc On-Demand Multipath Distance Vector
API - Application Programming Interface
ATM - Asynchronous Transfer Mode
BRP - Bordercast Resolution Protocol
CGSR - Cluster Gateway Switch Routing
DV Distance Vector
DSDV - Destination-Sequenced Distance Vector
DSR - Dynamic Source Routing
FSR - Fisheye State Routing
IARP - Intrazone Routing Protocol
IERP - Interzone Routing Protocol
LNH -List next hops
LS Link State
IMANET - Internet Based Mobile Ad-hoc Networks
InVANETs - Intelligent Vehicular Ad-hoc Networks
MANET - Mobile Ad-hoc Network
MMDV - Multipath and MPR based AODV routing protocol
MDA - Multipath Dijkstra Algorithm
MOLSR - Multicast Optimized Link State Routing
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MPR - Multipoint Relay
MP-AOMDV - Mobility Prediction Ad-hoc On-Demand Multipath Distance Vector
MP-DSR - Multi-Path DSR routing protocol
MP-OLSR - Multipath Optimized Link State Routing
NMN-AODV - New Multipath Node-Disjoint Routing Based on AODV Protocol
NDP - Neighbor Discovery Protocol
NS-2 Netowrk Simulator 2
NS-3 Network Simulator 3
OAOMDV- Optimized Ad-hoc On-Demand Multipath Distance Vector
OLSR - Optimized Link State Routing
QOLSR - Quality of Service for Ad-hoc Optimized Link State Routing Protocol QoS - Quality of service
RAM-AODV - Route Alternating Multipath AODV
RREP_ACK Route Reply Acknowledgement
RREP Route Reply
RREQ - Route Request
SSA - Signal Stability-Based Adaptive Routing Protocol
TPN - Table processed neighbors
TC - Topology Control
TORA - Temporally Ordered Routing Algorithm
VANETs - Vehicular ad-hoc Networks
WMN - Wireless Mesh Network
WSN Wireless Sensor Network
WRP - Wireless Routing Protocol
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ZRP - Zone Routing Protocol
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1 Introduo
1.1 Enquadramento
As redes mveis ad-hoc (Mobile Ad-hoc Networks MANETs), so redes auto-configurveis que se formam
espontaneamente a partir de um conjunto de dispositivos mveis sem fios. A rede funciona de uma forma
autnoma, ou seja, sem qualquer infra-estrutura fixa pr-existente ou controlo centralizado. Nesta rede,
dois dispositivos (tambm designados por ns) podem comunicar directamente, desde que estejam
dentro do alcance rdio um do outro. Alm de efectuarem uma comunicao directa (comunicao one-
hop), os dispositivos cooperam mutuamente para garantir comunicao indirecta (comunicao multi-
hop) entre os dispositivos que no se conseguem alcanar directamente, ou seja, que esto fora do alcance
rdio. Nestes tipos de redes as ligaes so definidas pelos raios de comunicao de cada n da rede. O
raio de alcance mximo dos ns influenciado pelo tipo de equipamento de que dispem e por efeitos de
propagao e interferncia. Quando dois dispositivos (ns) se afastam, ficando fora do alcance de
comunicao um do outro, ocorre uma falha de ligao. Devido liberdade de movimento dos terminais, a
topologia est constantemente em alterao e de forma imprevisvel. No entanto, a sua rpida instalao e
configurao simplificada, fazem com que este tipo de rede seja indispensvel em situaes de catstrofe,
emergncia ou operaes militares, onde partida no existe uma infra-estrutura de rede montada. Na
Figura 1-1 est exemplificada uma rede com 5 interfaces MANET, em que a rea da cobertura de cada um
dos ns est representada por um disco simples de raio fixo. Indica-se a com cor cinza a rea de cobertura
da zona rdio de cada interface, correspondendo as reas mais escuras sobreposio de reas de
cobertura. Nesta figura a interface N1 est fora do alcance rdio da interface N5, portanto, a rede tem que
suportar a funcionalidade da comunicao multi-hop descrita previamente.
Figura 1-1: Rede MANET com 5 ns [Fonte: [1]]
1.1.1 Arquitectura das redes MANET
Dois tipos de cenrios de utilizao das redes MANET podem ser distinguidos. No primeiro cenrio, a rede
MANET est conectada pelo menos a uma rede externa (normalmente a Internet) que requer uma gama
de endereos configurados, ou seja, o uso de endereos ou prefixos derivados de um prefixo global. Um
exemplo tpico desta configurao so as redes pblicas sem-fios de pontos de acesso WLAN fixos
espalhados, que fazem parte de uma rede MANET e que funcionam como routers para utilizadores mveis.
No segundo cenrio, as redes MANETS so autnomas, ou seja, no possuem qualquer n que impe o uso
de prefixos ou endereos derivados de um prefixo global. Exemplos tpicos de redes MANET autnomas
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so as redes privadas ou temporrias, instaladas em reas onde no existe uma infra-estrutura de
telecomunicaes (exemplo redes de emergncias para recuperao de acidentes, redes de sala de
conferncias, etc.). Para ambos os cenrios, a abordagem do ponto de vista da arquitectura semelhante.
Faz-se o estudo da arquitectura MANET, a comear por estudar algumas caractersticas importantes das
interfaces MANET, tais como: Interfaces semi-broadcast1, largura de banda partilhada, terminal
escondido e conectividade assimtrica. Para fins ilustrativos considera-se a interface N3 da Figura 1-2,
onde se pode ver que a sua zona de cobertura representada pelo disco com a cor cinzento-escuro alcana a
interface N2 e N4 (i.e. as suas transmisses podem ser recebidas pela interface N2 e N4), no entanto no
recebida pelas interfaces N1 e N5. Isto indica que as interfaces N3, N2 e N4 partilham a mesma ligao, no
entanto tm uma viso diferente da rede. O n N3 considera que faz parte da mesma ligao com a
interface N2 e N4, enquanto a interface N4 considera que partilha a mesma ligao com N3 e N5. Esta
caracterstica designada por interfaces semi-broadcast com vizinhos no transitivos. No entanto, a
transmisso da interface N3 pode ser detectada pelas interfaces N1 e N5, mas esta no descodificada
correctamente. Isto ir provocar interferncia com as possveis transmisses recebidas das interfaces N0
e N6.
Figura 1-2: Rede MANET com 7 Interfaces. [Fonte: [1]]
Dependendo da tecnologia de rdio utilizada (por exemplo IEEE 802.11), as interfaces MANET podem
interferir umas com as outras. Considerando a Figura 1-2, quando N3 est a transmitir, N2 e N4 no
podem transmitir simultaneamente porque a largura de banda disponvel partilhada entre estas
interfaces MANET [2].
A interface N2 transmite para a interface N3. O N4 no detecta esta comunicao e considera o meio livre
e transmite dados para o N3. Como este est em comunicao com o N2, resulta em uma coliso.
Considera-se que o terminal N2 est escondido em relao ao terminal N4.
Nas redes tradicionais comum assumir que a conectividade entre os ns vizinhos simtrica, no entanto
nas redes MANET o mesmo no se verifica. Por exemplo, considerando a rede MANET da Figura 1-3, em
1 Semi-broadcast- interfaces que partilham a mesma ligao, mas no partilham a mesma viso da rede.
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que por alguma razo (potncia de transmisso, largura da antena ) a interface N1 tem uma rea de
cobertura muito ampla de modo que as suas transmisses so recebidas pela interface MANET N2. A
interface N2 tem um raio de cobertura menor, tal que as suas transmisses no so recebidas pela
interface N1, portanto o N2 considera o N1 como seu vizinho, uma vez que consegue receber as suas
transmisses. No entanto o N1 no o considera como vizinho, por no ser possvel receber as suas
transmisses. Esta uma das caractersticas das interfaces MANET designada por conectividade
assimtrica.
Figura 1-3: MANET: Assimetria entre as interfaces. [Fonte: [1]]
As interfaces MANET formam um grfico dinmico e arbitrrio entre si. Isto indica que a rede de uma
interface MANET varia ao longo do tempo, quer por razoes da mobilidade dos ns ou devido a factores
ambientais que afectam a rea da cobertura das interfaces [1].
1.1.2 Implementao das redes MANET
A utilizao das redes MANET oferece vrias vantagens, que podem variar consoante a sua
implementao. Apresentam-se de seguida os tipos de implementao das redes MANET:
Vehicular Ad-hoc Network (VANET) - so casos particulares, onde as redes MANET so
utilizadas para comunicaes entre veculos e comunicaes entre veculos e equipamentos
instalados nas auto-estradas. O objectivo destas redes de proporcionar segurana e conforto aos
viajantes. Para garantir o seu funcionamento, incorporado dentro de cada veculo um
dispositivo electrnico atravs do qual concebida a rede. Esta rede funciona perfeitamente na
ausncia de qualquer infra-estrutura fixa. Cada viatura equipada com um dispositivo VANET
funciona como um n da rede e est capacitada para receber e retransmitir informaes de/para
a rede. As preocupaes operacionais das MANETs so as mesmas para VANET, mas os detalhes
so diferentes. O movimento nas redes MANET aleatrio enquanto nas redes VANET os veculos
tendem a mover-se de uma forma organizada. A interaco com os equipamentos beira da
estrada pode tambm ser caracterizada com bastante preciso e alm disso, os veculos tm
restries de movimento.
Intelligent Vehicular Ad-hoc Network (InVANET) - descreve uma forma inteligente de utilizar
VANET. Baseia-se na integrao de mltiplas tecnologias de redes, tais como Wireless Fidelity
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(WIFI), Worldwide Interoperability for Microwave Access (WiMAX), Bluetooth, ZigBee e outras
redes a fim de obter uma comunicao fcil, precisa, simples e eficaz entre os veculos sobre a
mobilidade dinmica. Comunicao multimdia entre veculos, bem como rastreamento
automtico de veculos tambm pode ser activado.
A piconet - uma forma fundamental de comunicao para a tecnologia sem-fios Bluetooth.
Neste tipo de rede um dispositivo equipado com Bluetooth fornece a referncia da sincronizao e
conhecido como o mestre, enquanto outros dispositivos na rede so conhecidos como escravos.
O Bluetooth uma tecnologia sem-fios normalizada de curto alcance para conectividade pessoal
de uma gama de dispositivos electrnicos.
Internet Based Mobile Ad-hoc Network (iMANET) - Tipo de rede que estabelece conectividade
entre ns fixos e ns mveis. uma tcnica emergente que combina redes com fios (Internet) com
as redes mobile Ad-hoc (MANET) para desenvolvimento de uma infra-estrutura de comunicao
ubqua2.
Atravs das vrias implementaes mencionadas, o uso da rede MANET promissor devido s grandes
vantagens:
Rpida instalao: podem ser instaladas rapidamente em locais sem nenhuma infra-estrutura
prvia.
Resistncia a falha de conexo: falha de um dispositivo pode ser facilmente seleccionado com a
reconfigurao da rede ou escolha de uma nova ligao.
Conectividade: se duas ou mais estaes esto ao alcance da onda de rdio, ento existe um canal
de comunicao entre elas. Nas redes fixas, as estaes podem estar uma ao lado dao outras, mas
s comunicam se estiverem ligadas por um meio guiado.
Custo reduzido: a ausncia da infra-estrutura fixa e de controlo centralizado reduz
consideravelmente o custo.
Interoperabilidade: uma grande vantagem que as redes Ad-hoc no se restringem apenas para
uso de computadores, podem ser ainda utilizadas para conectar, telemveis, PDA e Smartphone,
desde que estes tenham suporte para tal.
Mobilidade: constitui uma das vantagens primordiais das redes mveis.
Quando se desenvolve um protocolo para funcionar nas redes MANET h que ter em considerao
diferentes tipos de desafios presentes nestas redes. Salienta-se como os principais desafios:
2 Ubquo - Que est ao mesmo tempo em toda a parte.
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Topologia dinmica os terminais (ns) so livres para se mover arbitrariamente. Portanto a
topologia que tipicamente multi-saltos pode variar de forma aleatria e imprevisvel vrias
vezes.
Largura de banda limitada e capacidade das ligaes variveis as redes wireless continuam
a ter capacidade de ligao significativamente menor quando comparado com os dispositivos que
operam nesta rede. Como consequncia, pode-se verificar forte congestionamento nas redes por
demasiado trfego enviado pelos ns.
Tempo de vida dos dispositivos limitada para algumas das aplicaes, em que os terminais
so equipados com baterias, tem-se como critrio a mxima optimizao da energia a fim de
aumentar o tempo de sobrevivncia da rede.
Segurana fsica limitada as redes sem fios so mais susceptveis s ameaas de segurana
quando comparadas com as redes com fios. As tcnicas de segurana existentes so aplicadas s
redes sem fios para reduzir as ameaas.
Para superar os desafios das redes MANET acima referidos, vrios estudos foram feitos aos longos dos
anos, muitos artigos foram publicados e muitos protocolos foram desenvolvidos para operar nestes tipos
de rede. Neste ltimos anos, as tecnologias de informao e telecomunicao tm-se desenvolvido num
ritmo muito acelerado. Isto tem contribudo fortemente para o aparecimento de novos dispositivos e
aplicaes para funcionar nas redes MANET. Apesar da existncia de uma vasta gama de protocolos, estes
continuam a ter algumas limitaes, como tambm surgem novas limitaes com o aparecimento de novas
tecnologias para as redes MANET. Sendo assim, existe uma necessidade contnua de no s efectuar a
actualizao dos protocolos existentes, mas tambm de desenvolver novos protocolos para poder
responder s novas exigncias dos dispositivos e aplicaes.
1.2 Motivao
A proliferao de dispositivos portteis com capacidade de comunicao sem fios (por exemplo,
802.11a/b/g, etc.) tem incentivado a investigao na rea de protocolos e aplicaes para redes MANET.
Devido liberdade de movimento dos ns na rede e o seu comportamento tipicamente imprevisvel, as
falhas de comunicao podem tornar-se comuns neste ambiente de operao. portanto necessrio ter
em conta alguns requisitos quando se desenvolve um protocolo para funcionar neste tipo de cenrio. Um
sistema destinado a funcionar numa MANET deve ser capaz de tolerar falhas de comunicao e ter em
conta as restries de processamento e memria tpicas dos dispositivos mveis. Finalmente, a largura de
banda disponvel tende a ser tambm limitada, pelo que uma distribuio uniforme da carga de
comunicao pelos ns da rede reduz o esforo individual de comunicao, processamento e consumo
energtico dos ns intervenientes. de extrema importncia realizar um protocolo que maximize a taxa
de transferncia e ao mesmo tempo imponha o mnimo de sobrecarga de controlo. Os protocolos com
encaminhamento multi-percurso actuais tentam aliviar este problema atravs do clculo e
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armazenamento na cache de vrios percursos obtidos durante uma nica descoberta de percursos. Os
protocolos, com base num critrio (mtrica) especfico, avaliam os vrios percursos obtidos e escolhem
um como o principal. Os restantes so guardados na cache. Estes percursos apenas so utilizados quando
o percurso principal falhar. Uma nova descoberta s ser possvel quando falharem todos os percursos
guardados na cache. Alguns destes protocolos no realizam qualquer tipo de manuteno dos vrios
percursos calculados durante o processo de descoberta. Como resultado, quando um percurso alternativo
seleccionado para enviar dados, muito provvel que este tambm esteja invlido. Usando resultados
to obsoletos e percursos invlidos, resulta num aumento considervel de perdas de pacotes e num atraso
maior da comunicao. Actualmente, j existem protocolos com encaminhamento multi-percurso que
fazem manuteno dos vrios percursos concebidos durante o processo de descoberta. Em alguns destes
protocolos tais como Ad-hoc On-Demand Multipath Distance Vector (AOMDV), Optimized Ad-hoc On-
Demand Multipath Distance Vector (OAOMDV) e New Multipath Node-Disjoint Routing Based on AODV
Protocol (NMN-AODV) a manuteno realizada localmente entre os ns vizinhos atravs do envio
peridico das mensagens hello [3], [4], [5]. No caso do protocolo Mobility Prediction Ad-hoc On-Demand
Multipath Distance Vector (MP-AOMDV), a manuteno feita ao longo do percurso desde o n de origem
at o n de destino, atravs do envio peridico da mensagem heartbeat [4].
Foi proposto para esta tese a implementao e avaliao de desempenho de um protocolo com
encaminhamento multi-percurso. O protocolo desenvolvido teve como base o protocolo Ad-hoc On-
Demand Distance Vector (AODV) (RFC 3561). Escolheu-se o protocolo AODV devido ao seu bom
desempenho em redes densas e na presena de mobilidade. O protocolo desenvolvido realiza a verificao
peridica dos vrios percursos concebidos durante o processo de descoberta. Esta verificao realizada
com base na monitorizao da conectividade local entre os ns vizinhos atravs do envio peridico da
mensagem hello. Deste modo, elimina-se a possibilidade de usar percursos alternativos invlidos. O
protocolo flexvel ao nmero de percursos que se pretende calcular durante o processo de descoberta. O
nmero mximo de percursos a ser determinado durante o processo de descoberta definido atravs da
configurao manual de um parmetro. Este parmetro foi definido com a finalidade de minimizar o fluxo
das mensagens de controlo que circulam na rede, contribuindo desta forma para reduo de sobrecarga
da rede.
1.3 Objectivos
Nesta dissertao realizado o estudo e implementao de um protocolo com encaminhamento multi-
percurso para as redes MANET. O estudo foi conduzido atravs de simulao, utilizando o Network
Simulator 3 (NS-3) [6]. Foi implementado o protocolo Route Alternating Multipath AODV (RAM-AODV)
baseando no protocolo AODV que j existe no NS-3. O protocolo RAM-AODV foi programado para
determinar vrios percursos entre o n de origem e o n de destino, num s processo de descoberta de
percursos. Os vrios percursos obtidos so actualizados e so utilizados alternadamente para enviar
dados. Com isto pretende-se alcanar os seguintes objectivos:
Minimizar o atraso de comunicao extremo-a-extremo.
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Maximizar o dbito da rede.
Distribuio uniforme do processamento pelos vrios ns da rede, maximizando assim o tempo
de vida de cada dispositivo.
Diminuir a frequncia com que feito o pedido de aquisio de percursos.
Desta forma, espera-se que as aplicaes que correm sobre a rede MANET deixem de ser prejudicadas
pelos problemas acima referidos. Tambm se espera com este protocolo minimizar o nmero de pacotes
descartados e distribuir de forma uniforme a sobrecarga do envio de dados pela rede. Tambm se tem
como objectivo, realizar vrios testes de simulao com o propsito de avaliar o desempenho do protocolo
desenvolvido. Para isto, ir ser utilizada uma diversidade de cenrios possveis, de forma a ter em
considerao todos os casos possveis que eventualmente possam acontecer numa situao real.
1.4 Estrutura da tese
Este documento encontra-se dividido em 5 captulos.
No captulo 2 faz-se um estudo dos principais protocolos de encaminhamento com percurso nico e os
protocolos com encaminhamento multi-percurso para as redes MANET. Nesses estudos aborda-se de
forma resumida o funcionamento destes protocolos.
O captulo 3 aborda de uma forma detalhada e pormenorizada o protocolo desenvolvido. Explica
detalhadamente o modo de operao em termos de clculos dos diferentes percursos e a manuteno dos
mesmos.
No Captulo 4 apresenta-se resultados de vrios testes e simulaes, avaliando o desempenho do
protocolo desenvolvido.
No captulo 5 apresenta-se as concluses do trabalho, e indicam-se algumas melhorias que podem ser
realizadas no futuro.
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2 Protocolos de encaminhamento para as redes MANET
2.1 Protocolo de encaminhamento com percurso nico para as redes
MANETs
2.1.1 Aspectos gerais
Os protocolos de encaminhamento tradicionais da Internet so algoritmos sofisticados que tm o
propsito de mapear endereos de destino em interfaces de sada por meio de tabelas. Essas tabelas so
designadas por tabelas de encaminhamento. Depois de preencher as tabelas de encaminhamento com os
endereos IP dos ns da rede, tem-se a topologia da rede construda. Tendo em considerao as
caractersticas especficas das MANETs (mobilidade, ausncia da infra-estrutura fixa), os protocolos
desenvolvidos para as redes infra-estruturadas revelaram-se ineficientes. Atualmente existe um nmero
elevado de protocolos de encaminhamento desenvolvidos para as redes MANET. Foi sempre impossvel
desenvolver um protocolo ptimo para todos os cenrios de aplicao. Neste captulo estuda-se apenas
alguns dos protocolos de encaminhamento com percurso nico mais citados para as redes MANET. Os
protocolos da rede MANET podem ser classificados por categorias:
Reactivos
Pr - activos
Hbridos
Orientados localizao
Orientados energia
Existem vantagens e desvantagens em cada uma das categorias, dependo do tipo de aplicaes. Os
protocolos reactivos (On-Demand) caracterizam-se pelo facto de nem sempre terem disponveis na sua
tabela de encaminhamento os percursos para todos os ns da rede. Estes tipos de protocolos foram
desenvolvidos para que um caminho s seja calculado apenas quando necessrio. Quando um n
necessita de enviar um pacote para outro n na rede, inicia-se um processo de descoberta dos percursos.
Este processo termina quando o percurso calculado com sucesso, ou caso no exista um percurso
disponvel nesse momento (o que pode indicar um partio na rede). A manuteno dos percursos vai
sendo realizada enquanto o n de destino permanecer alcanvel, ou at j no ser mais necessria.
Nos protocolos pr-activos (table-driven), os ns da rede mantm informaes de encaminhamento para
todos os ns da rede, de forma que quando for necessrio enviar dados para um determinado n da rede,
o caminho para este n j conhecido, eliminando desta forma o atraso provocado pelo processo de
descoberta de rota. Cada n envia mensagens de actualizaes para a rede, a fim de manter as suas tabelas
consistentes com o estado actual da rede e de poder acompanhar as mudanas da topologia. Uma vez que
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estas mensagens so iniciadas por mecanismo de temporizao, haver sempre um nmero regular de
mensagens de actualizao enviadas para a rede em intervalos de tempo fixo, mesmo quando a rede j se
encontra em equilbrio. Desta forma, para uma rede densa, o fluxo de mensagem ser demasiado, de tal
forma que a rede ficar sobrecarregada. Recomenda-se o uso destes tipos de protocolos, apenas para as
redes em que os vrios ns esto sempre a comunicarem entre si. Sendo assim o envio peridico das
mensagens tem o propsito de diminuir o atraso devido a reconstruo peridica dos percursos. Estes
tipos de protocolos no devem ser utilizados em redes em que os equipamentos de pequena dimenso so
equipados com baterias, e nem em redes com largura de banda muito limitada.
Os protocolos hbridos so um compromisso entre os protocolos reactivos e pr-activos. Com este tipo de
protocolo pretende-se resolver os problemas dos dois tipos protocolos anteriores e aproveitar as suas
vantagens.
Os protocolos orientados localizao s podem ser aplicados quando a informao geogrfica est
disponvel (e.g. GPS). Estes protocolos so aconselhveis para redes estticas ou redes com poucas
variaes de topologia. Caso contrrio a informao indicada por um n, pode ficar invlida
imediatamente no instante a seguir devido mobilidade.
Os protocolos orientados energia fazem sentido em redes em que os equipamentos de pequena
dimenso esto equipados com uma bateria (e.g. PDAs, portteis, telemveis, RFID activo, etc.).
Como se pode verificar, o bom desempenho do protocolo est muito dependente do tipo de aplicao e das
caractersticas da rede onde ir ser utilizado. A Figura 2-1 mostra as principais categorias dos protocolos e
exemplifica com alguns dos protocolos mais utilizados nas redes MANET [7].
Protocolos de Emcaminhamneto para
Rede MANET
Pr-activo
Reactivo
Hibrido
OLSR
WRP
CGSR
DSR
TORA
ABR
ZRP
FSR
AODV
DSDV
SSA
Figura 2-1: Categoria dos protocolos de encaminhamento para as redes MANET.
Pode-se concluir que os protocolos reactivos so bons quando o trfego espordico, e so mais
escalveis desde que as condies do canal sejam aceitveis. Por outro lado, dado que no mantm a
informao para todos os ns da rede, existe sempre um atraso no incio da comunicao. Enquanto isso,
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os protocolos pr-activos so mais robustos em relao a perdas e no tm o atraso inicial no envio de
dados provocado pelo processo de descoberta de percursos. No entanto so menos escalveis, a no ser
que se limite o nmero de destinos para os quais necessrio saber o caminho.
2.1.2 AODV Ad-hoc On-Demand Distance Vector
O AODV um protocolo reactivo, em que os percursos so determinados apenas quando so necessrios.
Quando um n de origem pretende criar um percurso para o n de destino, um pedido de descoberta de
percurso enviado para a rede. Os ns que recebam este pedido, actualizam a sua informao de
encaminhamento para o n de origem. O pedido de descoberta de percurso contm o nmero de
sequncia mais recente que o n de origem conhece em relao ao n de destino. Se um n intermdio
conhecer um percurso mais recente para o n de destino, responde ao n de origem com essa informao,
caso contrrio, retransmite este pedido para a rede. Quando um n receber um pedido de descoberta de
percurso, ou seja, quando receber o pacote RREQ com o mesmo endereo IP que j tenha processado e o
mesmo identificador de pacote, este pedido descartado. Quando um n recebe uma resposta de pedido
de descoberta de percurso, ou seja, o pacote Route Reply (RREP) de um destino, pode comear a utilizar
esse percurso para enviar dados. No entanto, se mais tarde receber uma resposta de aquisio de percurso
com um nmero de sequncia maior (ou com um nmero de sequncia igual mas com um nmero de
saltos at ao destino menor que o percurso actual) esse percurso actualizado. Um percurso apenas
mantido enquanto estiver a ser utilizado, pelo que quando um n de origem deixa de enviar dados por ele,
este ir eliminar-se por time-out. Se, no entanto, um percurso falhar enquanto estiver a ser utilizado, uma
mensagem de falha de percurso devolvida ao n de origem. O n de origem ter de reiniciar um novo
processo de aquisio de percursos.
Para a manuteno dos percursos, este protocolo definiu um novo pacote chamado hello. Este pacote
enviado periodicamente entre os ns com o propsito de averiguar se h ligaes interrompidas. Neste
pacote so enviadas as informaes relativamente ao endereo IP do n, o seu nmero de sequncia, (que
no incrementado na mensagem hello) e o campo TTL inicializado a um, indicando que apenas os
vizinhos o recebem e actualizam sua informao de conectividade local. As mensagens de hello s so
enviadas pelos ns que fazem parte de uma rota activa e que no enviaram nenhuma mensagem de
difuso dentro de um intervalo de tempo configurvel.
Quando a mensagem hello no recebida num determinado intervalo de tempo pr-configurado, ento
conclui-se que houve quebra de ligao. O n que detecta esta quebra de ligao, tem a responsabilidade
de enviar uma mensagem Route Error (RERR) para todos os ns afectados. Para alm das mensagens de
hello, tambm averiguado o estado da ligao atravs da recepo ou no do ACK (confirmao). Quando
um n enviar a mensagem Route Reply (RREP) com a flag que indica o reconhecimento da mensagem
activa, o n destino deve responder com o pacote ACK para confirmar que recebeu o pacote RREP. Se
passar um intervalo de tempo pr-configurado e n emissor do pacote RREP no receber a confirmao,
admite-se que houve uma quebra de ligao e procede-se com o processo de manuteno dos percursos
afectadas. O processo anlogo ao que se faz no caso das mensagens hello (RFC 3561 ) [8].
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2.1.3 DSR - Dynamic Source Routing
O DSR um protocolo de encaminhamento simples e eficiente desenvolvido especificamente da
comunicao multi-hop nas redes MANET. composto por dois mecanismos essenciais de funcionamento:
A descoberta de rota (Route Discovery) e manuteno de rota (Route Maintenance). A descoberta de rota
responsvel por determinar um percurso entre um n origem a qualquer outro n da rede atravs do seu
endereo IP. O mecanismo de manuteno de rota verifica se a informao de encaminhamento de uma
dada rota ainda valida. Segue-se a explicao mais detalhada do protocolo:
Descoberta de Rota (Route Discovery): Quando um n origem S, pretende enviar uma
mensagem para um n destino D, e que no consta nas suas rotas armazenadas na cache, o n S
iniciar ento um pedido de rota (Route Request). Este pedido vai ser enviado para rede em
broadcast ( adicionado o endereo IP dos ns que encaminham o pedido) at encontrar o destino
D. O n D ir ento responder ao n origem S confirmando o seu pedido de rota, devolvendo uma
lista de ns intermdios, que formam o caminho pelo qual o n S o pode contactar.
Manuteno de Rota (Route Maintenance): Quando um n tenta enviar uma mensagem para
outro n atravs de um caminho conhecido, cada n intermdio necessita confirmar que o
prximo salto da mensagem recebe o pacote com sucesso. Em situaes de falha, este pacote ser
em princpio retransmitido pelo protocolo MAC (at um nmero mximo de vezes) se mesmo
assim falhar, um erro de rota gerado e devolvido ao n de origem. Quando o n de origem
receber a mensagem de erro de rota, remove da sua cache a informao relativa a esta rota.
Existem dois factores importantes a reter destes mecanismos. Primeiro, o processo de descoberta de rotas
muito dispendioso em termos de carga na rede, visto que inunda a rede com um pedido de procura de
um n. Segundo, a manuteno das rotas ela tambm reactiva, pelo que um n s sabe que um percurso
invlido se o tentar usar (excepto se a validade da informao na cache expirar). Cada n DSR contm
uma cache de encaminhamento onde mantm informao em como contactar outros ns. Esta informao
pode ser obtida atravs do mecanismo de descoberta de rotas, ou por overhearing de informao de
encaminhamento a ser transmitida para outros ns. Adicionalmente, um n pode receber mltiplas rotas
para comunicar com um determinado n quando efectua um pedido de rota, e como tal, as tabelas de
encaminhamento contm informao de encaminhamento redundante, o que aumenta a capacidade de
tolerar reconfiguraes topolgicas da rede (RFC 4728) [9].
2.1.4 OLSR Optimized Link State Routing
O OLSR um protocolo de encaminhamento distribudo e pr-activo, com optimizao de topologia,
desenvolvido para redes sem fios que apresentem uma arquitectura Ad-hoc. A principal caracterstica
deste protocolo est na seleco de um conjunto de ns denominados de Multipoint Relays (MPR) que so
responsveis pela difuso das mensagens topolgicas na rede, ao contrrio do originalmente definido pelo
conceito de encaminhamento link-state, em que todos os terminais difundiam esta informao razo pela
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qual se verifica o uso deste protocolo com bastante regularidade em redes sem fios. O protocolo OLSR,
para alm das mensagens de controlo de topologia caractersticas do encaminhamento link-state, no gera
qualquer outro tipo de trfego extra para informar sobre a quebra ou a formao de uma nova ligao.
Devido ao envio peridico da topologia da rede, todos os ns ficam informados sobre as alteraes
verificados na rede. Pode assim ser considerado como um protocolo robusto a perdas. O tipo de
encaminhamento realizado salto-a-salto em que cada n utiliza a informao que possui acerca da sua
vizinhana a 1-salto para enviar pacotes, deixando o prximo n que recebe o pacote decidir qual o
prximo destinatrio do mesmo. De seguida explica-se os trs procedimentos importantes dos protocolos
OLSR:
Descoberta dos ns vizinhos.
Eleio do conjunto MPR.
Construo da tabela de encaminhamento.
Numa primeira fase, cada n precisa descobrir quais so os seus ns vizinhos a 1-salto, com os quais tem
uma ligao directa e bidireccional. Seguindo o funcionamento padro do protocolo link-state, cada n
OLSR descobre o seu vizinho atravs do envio peridico da mensagem hello. Esta mensagem difundida
em broadcast, contendo a informao sobre os seus actuais vizinhos (que podem ser classificados como
Symmetric, MPR ou Not Neighbor) e os estados das respectivas ligaes (Unspecified, Asymmetric
(Unidireccional), Symetric (Bidireccional) e Lost). Esta troca de mensagens hello permite no s o
conhecimento da vizinhana a 1-salto, mas tambm a 2-saltos. com base na informao trocada por estas
mensagens, e depois guardada numa tabela de vizinhana durante um certo perodo de tempo, que cada
n selecciona os seus ns MPR. Estes so indicados na mensagem hello com o seguinte par [vizinho MPR,
ligao bidireccional]. A troca de mensagens hello, permite que um n construa a sua tabela de MPR
Selectors, que contm todos os seus ns vizinhos que o seleccionaram como n MPR. Esta mensagem
enviada a todos os ns a 1-salto e no reencaminhada por estes. Depois de ter o conhecimento dos
vizinhos a 1-salto, procede-se eleio dos ns MPR. Assim que forem seleccionados os ns MPR
suficientes, h que informar os restantes ns, podendo por fim ser calculada a tabela de encaminhamento,
de modo a se proceder ao envio dos dados. importante realar que o clculo do conjunto de MPR
realizado de forma que consiga garantir a cobertura de todos os vizinhos a 2-saltos. Explica-se o
procedimento de eleio de ns MRP, considerando o n S como o n de referncia. Todos os vizinhos a 1-
salto do n S que apresenta willingness 3= WILL ALWAYS so automaticamente eleitos para o conjunto de
ns MPR. Existem outros critrios a ter em considerao no clculo de MPR - aconselha-se uma breve
3 Willingness O parmetro willingness (n) (interpretado por voluntariedade) est associada a cada n, e representa o
seu livre interesse em retransmitir trfego. Este parmetro pode assumir os seguintes valores, WILL NEVER, WILL
ALWAYS e WILL DEFAULT, e os seus respectivos significados so, nunca pode seleccionado como MPR, pode ser
seleccionado e por ltimo corresponde a inicializao do parmetro.
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consulta a [10]. O clculo da eleio do MPR sempre efectuado desde que se verifiquem as seguintes
situaes:
Uma mudana na topologia da rede a 1-salto, com o aparecimento ou a quebra de uma ligao
bidireccional.
Uma mudana no subconjunto de vizinhos a 2-saltos, com o conhecimento de uma nova ligao
bidireccional.
Depois de S elaborar o seu conjunto de ns MPR, necessrio informar os seus vizinhos a 1-salto, no
prximo envio peridico da mensagem hello. Assim, cada n vizinho que receber a mensagem pode
construir a sua tabela de MPR Selectors. De forma a ser possvel a construo das tabelas de
encaminhamento, cada n difunde em modo de broadcast mensagens de controlo especificas,
denominadas de Topology Control (TC) messages. Esta mensagem apenas so difundidas e retransmitidas
pelos ns previamente seleccionados como ns MPR, enquanto o seu tempo de vida associado no expirar.
O envio desta mensagem por cada n peridico, de forma a informar a rede sobre o seu conjunto de MPR
Selector. Cada n da rede que receber esta mensagem, tem a possibilidade de construir a sua tabela de
encaminhamento. Resumidamente, o protocolo funciona do seguinte modo. Cada n S da rede selecciona
um conjunto de ns entre os seus vizinhos a 1-salto, responsveis pela retransmisso das mensagens de
topologia. Todos os outros vizinhos de S que no faam parte deste conjunto apenas recebem a mensagem,
processam-na, mas no a retransmitem. Para tal, cada n MPR mantm um conjunto de vizinhos
denominados MPR Selectors, e sempre que uma mensagem de topologia vinda de um n pertencente a
este conjunto recebida, sabe-se que deve ser retransmitida, pois o n receptor foi escolhido como MPR
pelo n emissor. Cada n escolhe o seu conjunto de ns MPR de entre todos os seus vizinhos a 1-salto que
possam garantir, em termos de alcance rdio, a total cobertura dos ns a 2-saltos. O conjunto de ns MPR
do n S, denominado de MPR (S), considerado um subconjunto da vizinhana de S que perfaz a condio
em qualquer n na vizinhana a 2-saltos de S, tem que ter uma ligao bidireccional com o conjunto MPR
(S). Quanto menor for MPR (S) maior a optimizao do protocolo, pois exige um menor numero de
retransmisses de mensagens.
Consequentemente, o nmero de retransmisses necessrias para informar todos os ns vizinhos a 2-
saltos de S reduzido. Os ns MPR no servem apenas para transmitir a informao topolgica da rede,
mas tambm o encaminhamento deve tambm ser feito pelos ns MPR. Para tal, cada n transmite
periodicamente o conjunto de ns que o seleccionaram como n MPR. Com base nesta informao, cada n
calcula e actualiza o seu percurso para cada n de destino conhecido, atravs do seu n MPR, construindo
assim sempre que possvel, um encaminhamento atravs de ns MPR. O facto de existir uma ligao
bidireccional entre os ns MPR e os seus MPR Selectors garante que a transferncia de dados se possa
realizar em ligaes bidireccionais (RFC 3626) [10].
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2.1.5 DSDV - Destination-Sequenced Distance-Vector
O DSDV um protocolo pr-activo, inspirado no protocolo vector-distncia (VD). Este protocolo procura
manter a simplicidade do protocolo vector-distncia, mas resolvendo os dois problemas que limitam o seu
uso nas redes MANET. O primeiro a possvel criao de ciclos pelo protocolo VD. O segundo a
necessidade de um ajuste mais rpido da topologia da rede na medida em que os seus ns se movem.
Todos os ns DSDV possuem uma tabela de encaminhamento com o endereo do n de destino, o nmero
de saltos (hop) para alcanar este destino, o nmero de sequncia do n de destino, o endereo IP do
prximo salto e a identificao do n para qual mantida a tabela.
O protocolo funciona do seguinte modo: cada n da rede envia mensagens de actualizao periodicamente
ou imediatamente quando verificar alguma alterao importante na topologia da rede. Quando um n
receber uma mensagem de actualizao, se for uma mensagem nova inserida de imediato a entrada da
tabela de encaminhamento. Caso j exista uma entrada referente ao destino da mensagem de actualizao
recebida, ento procede-se com a actualizao da entrada da tabela, se verificar uma das duas seguintes
situaes:
Se o nmero de sequncia da mensagem da actualizao recebida for mais recente, ento
actualizada a informao na entrada da tabela de encaminhamento. No entanto, no enviada de
imediato, devido ao facto de haver possibilidade de receber outra rota distinta, com melhor
mtrica para o mesmo destino.
Se os nmeros de sequncia forem iguais, faz-se actualizao da informao na entrada da tabela
s no caso do nmero de saltos da mensagem de actualizao ser menor ao que j se encontra na
entrada da tabela.
Por forma a minimizar o congestionamento da rede, foram implementados dois tipos de actualizaes:
Incremental Update: Neste tipo de actualizao o n envia para o seu vizinho apenas as ltimas
actualizaes ocorridas desde o envio do ltimo pacote. O n adjacente recebe o pacote e adiciona
as suas informaes recentes sobre a topologia e retransmite para os seus vizinhos. Quando o
pacote estiver completamente preenchido e no houver mais espao, automaticamente
alternado para o segundo tipo de actualizao Full Update.
Full Update: O n envia toda a informao contida em sua tabela.
Quando um n envia a sua tabela de informao, mesmo que no seja alterada, incrementa o nmero de
sequncia de duas unidades e inicializa a sua mtrica a zero. Quando um n detectar uma falha de ligao
e consequentemente a perda de um vizinho, ento altera o nmero de sequncia referente a este vizinho
para o prximo nmero mpar (incrementa apenas uma unidade).
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2.1.6 ZRP - Zone Routing Protocol
O ZRP um protocolo desenvolvido para resolver os problemas apresentados nos protocolos reactivos e
pr-activos. Trata-se de um protocolo hbrido, ou seja, pode ser tanto um protocolo reactivo como um
protocolo pr-activo, de maneira a aproveitar as vantagens dos dois tipos de protocolos. Como o prprio
nome indica, este protocolo baseia-se no conceito de zonas, portanto divide toda rede em zonas de
encaminhamento de tamanho R4. A zona de encaminhamento de cada n definida separadamente e de
forma independente, sendo assim, as zonas de encaminhamento de cada n podem ter tamanhos variveis
e podem estar sobrepostas. Os ns que esto separados a uma distncia menor do que o parmetro R do
n central, so designados por ns internos, e os que estiveram a uma distncia igual a R do n central so
designados por ns perifricos. O ZRP refere-se ao protocolo de encaminhamento pr-activo no interior
da zona como Intra-zone Routing Protocol (IARP) e ao protocolo de encaminhamento reactivo global
designa-se por Inter-zone Routing Protocol (IERP). O IERP e IARP no so protocolos especficos. O IARP
uma famlia protocolos de encaminhamento pr-activo Link-state de profundidade limitada. O IARP
mantm informao de encaminhamento para os ns que esto dentro da zona de encaminhamento do n
central, enquanto o IERP uma famlia de protocolos de encaminhamento reactivo que oferece maior
descoberta de percursos e servios de manuteno de percursos baseado no estado da ligao local
monitorizado por IARP. Dado que conhecida a topologia do interior da zona de cada n, pode-se reduzir
o trfego quando a descoberta de um percurso fora da zona for necessrio. Em vez de enviar os pacotes
em broadcasting, o ZRP usa um conceito chamado bordercasting. Este conceito chamado Bordercasting
utiliza a informao fornecida pela topologia IARP para solicitar uma consulta directamente aos ns
perifricos da zona, uma vez que cada n perifrico tem o conhecimento global da sua zona de
encaminhamento. O servio de pacote bordercast fornecido por Bordercast Resolution Protocol (BRP).
Considerando a arquitectura do protocolo ZRP, assim como ilustrado na Figura 2-2, o processo de
encaminhamento do protocolo ZRP inicia-se com o Neighbor Discovery Protocolo (NDP). O NDP fornecido
pela camada MAC.
4 R significa o raio da zona. Contabiliza o nmero de saltos desde o n central da zona at os ns
perifricos.
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Figura 2-2: Arquitectura do protocolo ZRP. [Fonte: [11]]
Inicialmente cada n precisa de conhecer quais so os seus ns vizinhos e os seus ns perifricos. O n
detecta os seus vizinhos atravs do protocolo NDP e constri a sua tabela contendo os seus ns vizinhos.
Esta tabela posteriormente completada de forma pr-activa com os restantes ns que fazem parte da
zona de encaminhamento atravs do protocolo IARP. Caso haja qualquer alterao por parte dos ns
vizinhos, o protocolo NDP informa o protocolo IARP acerca do sucedido, para poder manter a sua tabela
sempre actualizada.
Dado que cada n conhece sua zona de encaminhamento e os seus respectivos ns perifricos, um pedido
de aquisio de rotas, processa da seguinte forma: considera-se a rede da Figura 2-3, o n S tem um pacote
para enviar para o n destino X, o raio da zona de 2-saltos. O n S usa a tabela de encaminhamento
fornecida pelo IARP para verificar se o n de destino pertence sua zona de encaminhamento. Como no
pertence sua zona de encaminhamento, um pedido de aquisio de rota feito usando o IERP. O pedido
enviado em bordercast para ns perifricos. Todos os ns perifricos procuram na sua tabela de
encaminhamento pelo n de destino. Assim como se encontra ilustrado na Figura 2-3, os ns perifricos
so, H, G, J e I.
Figura 2-3: Zona de encaminhamento do n S. [Fonte: [12]]
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O n I no encontra o n de destino na sua tabela de encaminhamento, consequentemente faz o bordercast
para os seus respectivos ns perifricos. Assim como mostra o desenho da Figura 2-4, os ns perifricos
do n I so Q, R, F, S, D e T.
Figura 2-4: Zona de encaminhamento do n. [Fonte: [12]]
Devido ao mecanismo do controlo do query o pedido no enviado de volta, para os ns D, F e S.
Finalmente o pedido de aquisio de rota recebido pelo n T, no qual consegue encontrar o n destino
dentro da sua zona de encaminhamento, assim como mostra a Figura 2-4.
Figura 2-5:Zona de encaminhamento do n T. [Fonte: [12]]
O n T gera uma resposta de rota e envia-a para o n que lhe tinha interrogado sobre o n destino X. Essa
resposta faz o mesmo percurso que tinha sido feito pelo pedido de aquisio, mas no sentido inverso at
chegar ao n de origem. O caminho inverso at chegar ao n de origem possvel, devido ao facto de todos
os ns perifricos por onde passou o pedido de aquisio de rota terem inserido os seus prprios
endereos antes de reencaminharem o pedido.
De forma a no pr em causa o desempenho deste protocolo, muito importante uma boa definio do
raio da zona de encaminhamento. O raio da zona de encaminhamento pode ser definido manualmente
pelo administrador da rede. bvio que esta a forma mais fcil, mas longe de ser a mais eficiente. No
caso de uma rede que sofre poucas variaes, este mtodo pode ser eficaz. A outra forma mais eficiente a
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configurao dinmica, isto , cada n pode definir o raio da sua zona de encaminhamento baseado em
medidas locais do trfego.
Se o valor do raio for muito grande, o protocolo ZRP converge num protocolo puramente pr-activo e
deixamos de ter os protocolos reactivos IERP e o protocolo BRP. Sendo assim, no se pode aproveitar as
vantagens dos protocolos reactivos. Por outro lado se o raio for muito pequeno, o protocolo ZRP converte-
se num protocolo puramente reactivo. Sendo assim, torna-se impossvel ter as vantagens do protocolo
IARP e continuamos com os problemas dos protocolos reactivos. O valor do raio da zona de
encaminhamento de cada n deve ser definido com o mximo de rigor, de forma a eliminar as
desvantagens dos dois tipos de protocolos reactivos e de aproveitar ao mximo as vantagens destes dois
tipos de protocolos.
2.1.7 Consideraes finais e concluso
Neste captulo apresentou-se os principais protocolos que operam nas redes MANET. Atravs dos estudos
realizados, pode-se concluir que todos os protocolos so importantes e tm as suas vantagens e
desvantagens. O que se deve ter em considerao que os protocolos foram desenvolvidos para cenrios
especficos. impossvel desenvolver um protocolo que seja bom em todos os cenrios. Existem diversas
aplicaes, cada uma com exigncias diferentes, portanto, para o desenvolvimento de um determinado
protocolo, h que ter sempre em considerao os requisitos da rede ou do tipo de aplicao para a qual
desenvolvido.
Os protocolos reactivos e pr-activos baseiam-se de alguma forma nos algoritmos de clculo de vector
distncia (DV) e de Link State (LS) utilizados nas redes tradicionais. Os protocolos do tipo DV
apresentam bons desempenhos em redes estticas, uma vez que todos os ns da rede mantm uma viso
da topologia de toda a rede. So fortemente indicados para redes estticas ou que requeiram trfego
intenso, mas no para as redes dinmicas, pois apresentam convergncia lenta e trfego de controlo
excessivo.
Os protocolos do tipo LS so mais adequados para as redes que exigem garantia de QoS, porque permitem
que se associe os custos s capacidades das ligaes, mas o seu trfego de controlo ainda maior, uma vez
que todos os ns da rede precisam conhecer a topologia completa e actualizada da rede.
O protocolo OLSR introduz uma optimizao adicional no algoritmo LS, minimizando o nmero de ns que
retransmitem o pacote de controlo, ao determinar um conjunto mnimo de ns vizinhos imediatos
(conjunto MRP) requeridos para alcanar todos os vizinhos a dois saltos.
Os protocolos reactivos, como o caso do AODV geram menor trfego de controlo que os protocolos pr-
activos porque no h necessidade de obter rotas para todos os ns da rede a priori, e no gerado
nenhum trfego de actualizao de rotas. Este tipo de protocolo apresenta melhor desempenho do que os
protocolos pr-activos, mesmo em cenrio de alta mobilidade, embora pagando o preo de uma latncia
inicial adicional para aquisio de rota. Uma outra desvantagem dos protocolos reactivos surge devido ao
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21
facto de detectar quebra de uma ligao apenas quando h envio de um pacote atravs deste percurso.
Neste caso, h uma latncia maior para a aquisio de nova rota. Este o caso do protocolo DSR que utiliza
rota na origem e os ns intermedirios no precisam de saber os percursos para o destino.
O protocolo ZRP tenta mitigar os problemas no resolvidos pelos protocolos reactivos e pr-activos. Uma
vez que no se especifica qual o protocolo reactivo utilizado fora da zona de encaminhamento e no se
especifica tambm qual o protocolo pr-activo utilizado dentro da zona de encaminhamento, isto
constitui uma desvantagem do protocolo ZRP. Posto isto, podemos ter diferentes protocolos pr-activos a
funcionar nas zonas de encaminhamento e diferentes protocolos reactivos a funcionar fora da zona de
encaminhamento. Como consequncia, tem-se o problema da interoperabilidade entre os protocolos
dentro da mesma zona de funcionamento.
2.2 Protocolos de encaminhamento multi-percurso para as redes MANET
2.2.1 Aspectos gerais
O encaminhamento multi-percurso tem sido explorado em vrios domnios da comunicao. Nas redes
telefnicas tradicionais com comutao de circuitos utilizava-se o encaminhamento multi-percurso
designado por percursos de encaminhamento alternativo. Assim, cada n de origem e de destino tinham
um conjunto de percursos. Estes percursos dividiam-se em percurso primrio e percursos alternativos.
Esta tcnica foi proposta com o objectivo de diminuir o bloqueio das chamadas e aumentar a utilizao da
rede global [13].
O encaminhamento multi-percurso foi tambm utilizado em redes de dados que suportam o servio
orientado conexo com qualidade de servio (QoS). Por exemplo Asynchronous Transfer Mode (ATM),
redes que utiliza o protocolo de sinalizao, para definir mltiplos percursos entre o n de origem e o n
de destino. O encaminhamento multi-percurso pode oferecer balanceamento de carga pela rede,
tolerncia a falhas e uma maior largura de banda agregada. O balanceamento de carga pode ser
conseguido ao espalhar a carga ao longo dos vrios percursos, e por conseguinte diminui tambm o
congestionamento. O encaminhamento multi-percurso consiste em trs componentes: descoberta de
percursos, manuteno dos percursos e alocao de trfego.
A descoberta de percursos e manuteno dos percursos consiste em encontrar mltiplos percursos entre
o n de origem e o n de destino. O protocolo de encaminhamento multi-percurso determina percursos
com os ns disjuntos e percursos com ligaes disjuntas. Os percursos com os ns disjuntos so tambm
conhecidos como percursos totalmente disjuntos, no tm ligaes nem ns em comum. Os percursos com
ligaes disjuntas no tm nenhuma ligao em comum, mas podem conter ns em comum.
A alocao de trfego define as estratgias utilizadas pelos ns de origem para enviar os dados para o n
destino pelos vrios percursos disponveis. Pode-se fazer alocao de trfego por conexo, em que se
envia todo o trfego atravs de um s caminho, ou pode-se fazer alocao de trfego por pacotes, no qual
os pacotes so distribudos atravs de mltiplos caminhos. A alocao de trfegos por conexo
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apropriada para sistemas de comunicaes que apresentam trfegos constantes (por exemplo de uma
comunicao por voz), necessitando de uma conexo dedicada para a transferncia de informaes
contnuas. A alocao de trfegos por pacotes utilizada para optimizar o uso da largura de banda da rede,
minimizar a latncia e aumentar a robustez da comunicao. Este tipo de alocao mais complexo,
apresentando maior variao na qualidade de servio, porm utiliza melhor os recursos da rede.
A seguir apresentam-se alguns protocolos de encaminhamento multi-percurso mais citados no contexto
das redes MANETs.
2.2.2 Ad-hoc On-Demand Multipath Distance Vector Routing (AOMDV)
Este protocolo uma extenso do protocolo AODV para realizar o encaminhamento multi-percurso. Ao
contrrio do AODV, cada pacote RREQ considerado pelo n de destino. Consequentemente, mltiplos
percursos podem ser descobertos num s pedido de descoberta. A entrada da tabela de encaminhamento
contm uma lista de endereos IP de ns para prximos saltos e os respectivos valores de hop-count. O
AOMDV utiliza apenas as mensagens informativas do protocolo AODV, limitando deste modo a sobrecarga
da rede durante o processo de descoberta dos vrios percursos. As nicas fontes de sobrecarga em relao
ao protocolo AODV, so as mensagens RREPs e RRERs extra para descoberta e manuteno dos vrios
percursos, juntamente com alguns campos suplementares no encaminhamento dos pacotes de controlo
(RREQs, RREPs e RRERs).
De modo a garantir que os vrios percursos calculados esto actualizados, consistentes com a informao
actual da rede e sem ciclos, o AOMDV mantm um nmero de sequncia das mensagens mais recentes
recebidas do n de destino. O AOMDV mantm o mesmo nmero de sequncia para todos os percursos
descobertos para o mesmo destino. Quando recebida uma mensagem de anncio de percurso com um
nmero de sequncia mais recente, todos os percursos mantidos para o nmero de sequncia anterior so
eliminados. A entrada da tabela actualizada com o percurso referente ao nmero de sequncia mais
recente.
Para o clculo de percursos sem ciclos, so impostas duas regras para as mensagens de anncio e
aceitao de percurso, com o nmero de sequncia igual ao nmero de sequncia da entrada da tabela de
encaminhamento:
Regra do anncio de percurso: nunca anunciar um percurso menor do que j foi anunciado.
Regra da aceitao de percurso: nunca aceitar um percurso maior do que j foi anunciado.
O protocolo AOMDV mantm vrios caminhos com o mesmo nmero de sequncia utilizando o conceito
de advertised-hop-count. Cada n mantm uma varivel chamada advertised-hop-count para cada destino.
Esta varivel representa o nmero mximo de saltos para um determinado n de destino, permitido pelos
ns e permanece inaltervel para o mesmo nmero de sequncia. No entanto, quando um Route Response
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(RREP) recebido com um nmero de sequncia mais recente, a lista dos endereos IP dos prximos
saltos e o advertised-hop-count so actualizados [5].
Para alm de manter vrios percursos sem ciclos, o AOMDV visa encontrar percursos alternativos
disjuntos. Os percursos alternativos disjuntos (percursos com ligaes disjuntas) revelam-se mais
tolerantes as falhas da rede quando comparados com os percursos alternativos sobrepostos. O mecanismo
proposto para garantir percursos alternativos disjuntos requer a actualizao da informao do ltimo e
do prximo salto para todos os percursos. O ltimo salto de um caminho a partir de um n de origem P
para um n de destino D refere-se ao n precedendo imediatamente o n D neste percurso. O prximo
salto refere-se ao n vizinho do n P, para qual transmitido o pacote RREQ. Para um percurso com
apenas um salto, o prximo salto o n D e o ltimo salto o n P. Sendo assim, considera-se que dois
percursos do n de origem P para o n de destino D so percursos disjuntos, se possurem a unicidade no
prximo e ltimo salto. No entanto, para obter percursos com os ns disjuntos, a condio da unicidade no
prximo e no ltimo salto no suficiente. Como se pode ver na rede da Figura 2-6, apesar de existir
unicidade no prximo e no ltimo salto nos percursos (S-A-I-X-D) e (S-B-I-Y-D), estes percursos no so
percursos com os ns disjuntos (possuem n I em comum). Neste exemplo, para garantir percursos com
os ns disjuntos deve-se introduzir uma restrio adicional. Esta restrio implica que cada n intermdio
deve fazer parte apenas de um percurso.
S
B
A
D
X
I
Y
RREQ
RREQ
RREQ
RREQ
RREQ RREQ
RREQ
RREQ
Pacote descartado.
Pacote no descartado.
Figura 2-6:Processo de descoberta de rotas AOMDV.
O processo de descoberta de percurso iniciado pelo n de origem, quando este pretende enviar dados
para o n de destino e no possui nenhum percurso disponvel. O n de origem gera o pacote RREQ e
envia-o em broadcast para a rede. Quando um n intermdio recebe o pacote RREQ, se no tiver nenhum
percurso disponvel para o n destino, retransmite o pacote. No caso de o n intermdio ter percurso
disponvel para o n de destino, gera o pacote RREP e responde para o n de origem pelo percurso
inverso. O n intermdio pode responder a vrios pacotes RREQ, consoante o nmero de percursos
diferentes que tiver disponveis para o n de destino. Para cada pacote RREQ o n intermdio responde
com o pacote RREP diferente, e quando enviar todos os percursos disponveis e voltar a receber o pacote
RREQ, este descartado. O n de destino, quando recebe o pacote RREQ responde com o pacote RREP pelo
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percurso inverso para o n de origem. Considerando a rede da Figura 2-6, temos como o n de origem o
n S e o n de destino o n D. O n S envia o pacote RREQ para a rede procura do n de destino D.
Admitindo que a cpia do pacote RREQ via o n A chega primeiro ao n I, como o primeiro pacote RREQ
que ele recebe e uma vez que ainda no tem nenhum percurso para o n de destino, retransmite o pacote
para rede. De seguida, o n I vai receber a cpia RREQ via o n B. Com base na informao do , o n I conclui que o pacote RREQ uma duplicao, portanto, descartado. O n destino D
quando recebe o pacote via n X, responde com o pacote RREP. Pouco tempo depois recebe a cpia via n
Y, este apenas garante unicidade no ltimo salto (n Y o ultimo salto, que diferente do n X). O prximo
salto o n A, que igual cpia do RREQ via o n X, portanto, a cpia via n Y descartada pelo n de
destino D. No final do processo temos determinados dois percursos no sentido directo (n de origem para
o n de destino), (S-A-I-X-D) e (S-B-I-Y-D). No sentido inverso formado apenas um percurso (D-X-I-A-S). O
percurso (D-Y-I-B-S) no foi formado, uma vez que o seu percurso directo no verifica a condio de
unicidade no prximo salto. Este fenmeno designado como problema de route cutoff e constitui uma
desvantagem do protocolo AOMDV.
2.2.3 Optimized AOMDV routing protocol (OAOMDV)
Este protocolo foi desenvolvido para resolver o problema de route cutoff do protocolo AOMDV. Quando
existe mais do que um n intermdio comum nas ligaes disjuntas entre o n de origem e o n de destino,
torna-se difcil determinar todos os percursos inversos5 existentes entre eles. Para minimizar a frequncia
com que feito o pedido de descoberta de percurso, muito vantajoso descobrir todos os percursos
directos6 e inversos disjuntos existentes entre os ns de origem e de destino.
Se houver dois percursos disjuntos com um ou mais ns intermdios em comum entre o n de origem e o
n de destino, pode-se formar ento dois percursos directos disjuntos e dois percursos inversos disjuntos.
Considerando a rede representada na Figura 2-7, possvel determinar dois percursos directos (S-A-C-E-
D) e (S-B-C-F-D) e dois percursos inversos (D-E-C-A-S) e (D-F-C-B-A) [3].
S
A
B
C D
E
F
RREQ
RREQRR
EQ(B)
RREQ(A) RREQ
(A)
RREQ(A)
RREQ
(A)
RREQ(A)
Detectao do RREQ
Caminho inverso
Figura 2-7:Processo de definio do percurso inverso protocolo OAOMDV.
5 Percurso inverso um percurso definido desde o n de destino at ao n de origem. 6 Percurso directo um percurso definido desde o n de origem at ao n de destino.
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Para que isto seja possvel, o protocolo OAOMDV implementa um mecanismo de funcionamento diferente
do protocolo AOMDV. O pacote RREQ utilizado para determinar o percurso inverso, o pacote RREP
utilizado para determinar o percurso directo e o pacote Route Reply Acknowledgement (RREP_ACK)
utilizado para resolver o problema de route cutoff. O processo de descoberta do percurso directo inicia-
se quando um n de origem tiver que enviar dados para um determinado n de destino e no tiver
percurso disponvel. O n de origem envia o pacote RREQ em broadcast para rede. Quando um n vizinho
do n de origem receber o pacote RREQ guarda o seu endereo IP no campo Last hop do pacote RREQ,
para poder identificar os percursos disjuntos inversos, e de seguida retransmite o pacote para a rede.
TYPE
ACK
Last Hop
Hop Count
Destination IP Address
Destination Sequence Number
Originator IP Address
Lifetime
Figura 2-8: Formato do pacote RREQ do OAOMDV.
Os ns intermdios quando recebem o pacote RREQ, se tiverem um percurso disponvel para o n de
destino, geram um pacote RREP e encaminham-o para o n de origem. Caso os ns intermdios no
tenham nenhum percurso disponvel para o n de destino, ento processam o pacote RREQ. Se for o
primeiro pacote RREQ recebido do n origem, ento actualizam a entrada da sua tabela de
encaminhamento com as informaes do pacote RREQ e depois transmitem-no para rede. A Tabela 2-1 e a
Tabela 2-2 ilustram alguns dos campos da entrada da tabela de encaminhamento e da lista de percursos,
que so actualizadas com informaes do pacote RREQ.
Tabela 2-1: Entrada da tabela de encaminhamento do protocolo OAOMDV.
Destination
Sequence Number
Advertised hop count
Route List
Tabela 2-2: Estrutura da Lista de percursos do protocolo OAOMDV.
Hop_count1
Next_Hop1
Last_Hop1
Expiration_timeout1
Hop_count2
Hop_count2
Last_Hop1
Expiration_timeout2
Caso no seja o primeiro pacote RREQ, ento este processado consoante a informao disponvel nos
campos Last hop e hop-count. O n intermdio apenas aceita RREQ com diferentes valores de Last
hop e com hop-count inferior ao advertisid-hop-count mantido na entrada da tabela de encaminhamento
para o destino do RREQ. O n de destino quando recebe o pacote RREQ pela primeira vez, actualiza a
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entrada da sua tabela de encaminhamento e gera o pacote RREP para enviar para o n de origem. Para
salvaguardar a situao de route cutoff, o valor do campo Last hop do pacote RREQ copiado para o
campo ACK do pacote RREP. O percurso directo definido medida que o n de destino envia o pacote
RREP para o n de origem. O vizinho do n de destino quando recebe o pacote RREP, adiciona o seu
prprio endereo no campo Last hop para poder identificar mltiplos percursos disjuntos directos para
o n de destino. Quando o n de origem receber o pacote RREP, ficam definidos os percursos directos e
inversos. Para resolver o problema de route cutoff ou do percurso omitido, este protocolo criou um novo
pacote de encaminhamento designado por Route Reply Acknowledgement (RREP_ACK).
A Figura 2-9 mostra os campos do pacote RREP_ACK. O campo LAST RPHOP contm o endereo IP do n
vizinho do n de origem e o campo LAST FPHOP contm o endereo IP do n vizinho do n de destino.
TYEPE ORIGINATOR SEQUENCE NUMBERORIGINATOR IP ADDRESSDESTINATIO IP ADDRESSLAST FPHOPLAST RPHOP
Figura 2-9: Formato da mensagem RREP_ACK do protocolo OAOMDV
Para ilustrar melhor como o protocolo resolve o problema do route cutoff, considera-se o exemplo da
rede da Figura 2-10. Assumindo que o n S o n de origem e o n D o n de destino e o pacote RREQ
com o Last hop X designado por RREQ (X). O n S ir fazer o broadcast do pacote RREQ para a rede.
Quando o n A e B recebem o pacote RREQ, estes adicionam os seus prprios endereos no campo Last
hop dos seus respectivos pacotes. O n A faz broadcast do RREQ (A) e n B faz broadcast de RREQ (B).
Depois de o n C receber o RREQ (A) e RREQ (B), so formadas duas ligaes disjuntas inversas (C-A-S) e
(C-B-S). O n C ir enviar em broadcast o RREQ (A) caso no tenha nenhum percurso disponvel para o n
de destino, caso contrrio responde com o pacote RREP para o n S. Quando o n E e F recebem o pacote
RREQ (A), estes formam respectivamente os caminhos inversos (E-C-A-S) e (F-C-A-S). Por ltimo o n de
destino D recebe sucessivamente RREQ (A) de E e F. Se D receber primeiro RREQ (A) de E, definido o
percurso inverso (D-E-C-A-S). Quando ele recebe o segundo RREQ (A) de F, na qual tem o mesmo Last
hop no formado o percurso inverso (D-F-C-A-S).
S
A
B
C D
E
F
RREP
(E)
RREP (E)
RREP (E)
RREP (E)
RREP (F)
RREP
(F)
RREP (F)
RREP
(F)
Direo do RREQ
Percurso directo
Figura 2-10:Processo de definio de percurso directo - protocolo OAOMDV.
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O n de destino D responde para E com o pacote RREP, depois de ter copiado o Last hop do RREQ (A)
para dentro do campo ACK do pacote RREP (ACK =A). Quando o n E receber o RREP, ir adicionar o seu
endereo no campo Last hop do pacote RREP para identificar o percurso disjunto no sentido directo de
transmisso. formado o percurso directo (E-D) e o n E retransmite o RREP (E) para o prximo next-
hop. Como o caminho inverso (D-E-C-A-S) via E j esta bem definido, ento onext-hop1 o n C. O n C
ir formar o percurso (C-E-D) e transmitir o pacote RREP (E) para seus prximos ns (next-hop1 = A ou
next-hop2=B). Por ltimo quando o n origem S receber RREP (E), ser formado o percurso directo (S-A-
C-E-D). O n D ir receber RREQ (A) do n F pouco tempo depois e responde para F com um RREP. O
campo ACK do pacote RREP definido com o valor do Last hop do pacote RREQ (A). O N F conhece o
percurso para o n de origem S gerado pelo pacote RREQ durante o processo de descoberta, portanto,
considera como o next-hop1 o n C. Quando o n C receber o RREP (F), define-se o percurso directo (C-F-
D) e depois procura o prximo salto para de origem S. O N C tem duas ligaes disjuntas no percurso
inverso (C-A-S) e (C-B-S) uma das quais j tinha sido utilizado para transmitir o RREP (E).
Consequentemente, ir transmitir o pacote para o percurso via o n B. Finalmente um outro percurso
directo (S-B-C-F-D) ir ser considerado pelo n de origem S, uma vez que o Last hop de RREP (F)
diferente de RREP (E).
S
A
B
C D
E
F
Direo do RREQ
Percurso directo
Percurso inverso
RREP_ACK
RREP_
ACK
RREP_
ACK
RREP_ACK
Figura 2-11:Processo de definio do percurso omitido - protocolo OAOMDV.
Na Figura 2-11, quando o n origem S receber o primeiro pacote RREP (E) do seu vizinho A, ele ir