Proposta de atividades práticas no Ensino de Ciências
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Proposta Inicial
• Organização em pequenos grupos das duplas ou de 3 a 4 pessoas;
• Discutir:➢O que é uma atividade prática e para que serve?
➢No contexto do projeto da dupla (grupo) , que atividade pode ser proposta para as crianças?
• Após 15 minutos (o tempo de discussão). Colocar as respostas do grupo que deverá ser confrontada com a segunda atividade da aula.
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Crise no ensino e ou no aprendizado das Ciências da Natureza?
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• Há quase duas décadas pesquisadorescomo G. Fourez (2003), J. Lemke (2006)vem apontando uma grave crise noensino de ciências na Europa. Crise estamarcada pela/pelo:
• Desinteresse dos jovens pela atividadecientífica;
• Atividade destinada para poucosgênios;
• Pouco ou nada instigante do ponto devista cognitivo;
• Fora do contexto do mundo real.
• No Brasil Krasilchik (2004, 2007 e 2009)tem insistido que não somente noBrasil, mas que a preocupação com oensino de ciências é mundial.
Ela cita no seu texto de 2009, o editor darevista Science dizendo que: Em lugar deaprender como pensar cientificamente, osestudantes apenas ouvem falar de ciênciae devem lembrar fatos.
• Laranjeiras (2014; 2019), insiste em queo problema é que não existe ensino deciências no Brasil, sem atividadespráticas.
Observe o texto e responda as perguntas:
De cranta, um brosqui pidró as grascas e uma murolla nascrófilotudamente. Não a ligaram ligamente, mas a sarretaram tan plam. Quando o brosqui manijó as grascas, a murolla drinó priscamente. (Adaptado de Petrosino, 2000).
1. O que pidró as grascas?
2. Como nascró a murolla?
3. Como sarretaron a murolla?
4. Quando a murolla drinó priscamente?
Para observar, realizar e refletir:
Crise no ensino e ou no aprendizado da Biologia e das Ciências da Natureza?
O exemplo do átomo de carbono O exemplo da célula
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental I
Em um clima de muita cordialidade, aprofessora inicia as atividades. As criançasencontram-se organizadas em grupos de 5 porcada mesinha de trabalho. Sobre cada mesa aprofessora colocou uma diversidade demateriais concretos (plantas comestíveis e nãocomestíveis).
A professora coloca intencionalmente, sobre a mesa de cada grupo de crianças uma planta de violeta e uma planta de cenoura. E assim começa a aula...
- Crianças – ela diz – observem cuidadosamente o material que vocês têm sobre a mesa.
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental I
Dá um tempo para que as crianças observem e,enquanto observam, elas formulam perguntasem relação ao material que têm sobre asmesas. A sala se BAGUNÇA um pouco.
- Bom – diz a professora- vamos tentar fazersilêncio para poder nos escutar e para aprendermuitas coisas sobre as plantas. Estes seresvivos maravilhosos!
- Pro – interrompe uma das crianças – Asplantas são seres vivos? Elas não tem boca enão podem correr como meu cachorro ou comoeu.
- O que vocês pensam do que diz o Pedro?Pergunta a professora
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental I
As crianças começam a discutir, novamente adesordem se instala na sala de aula. Elas não seescutam. Alguns estão de acordo com o Pedro,outros dizem que sim que são seres vivos porque aprofessora anterior já tinha dito isso.
-Bom- diz a professora- uma vez que não entramos emacordo, poderiam pensar em como poderíamos fazerpara saber se as plantas são ou não seresvivos?...Enquanto pensamos entre todos, continuemostrabalhando com as plantas e a medida quetrabalhemos com elas tentaremos resolver esteproblema.
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental I
- Agora me digam qual posso comer? ( mostra ovasinho de violeta e a planta de cenoura)
- mas pro! Esta aqui (cenoura) não é planta é umaverdura que a minha mãe põe na sopa ou nasalada!...diz uma criança
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental I
O grupo em geral responde dizendo:
- João, é uma planta sim, olha, tem folhas e raiz etambém deve ter caule, mas não o vemos. Todasas plantas tem raiz, caule e folhas!
- Muito bem! Diz a professora. Agora vamos tentarencontrar a raiz, o caule e as folhas de todas asplantas que temos sobre a mesa.
Assim, a professora deixa um tempo para que ascrianças manipulem o material e pede que, deforma individual, desenhem nos seus cadernos aplanta de violeta e a planta de cenoura indicandosuas partes e qual é comestível ou não.
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental I
Enquanto as crianças trabalham, aprofessora circula pela sala respondendoperguntas e orientando às crianças,estimulando-as continuamente a umaobservação cuidadosa do material a aoregistro das suas observações.
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental I
Logo depois, fornece uma nova variedadede material cenouras, alface, couve,aspargo, batata, cebolas, etc. Todo estematerial é disposto em uma mesa central elogo as crianças são chamadas a seaproximar. Com todo o grupo reunido elacomeça a perguntar:
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Análise crítico- reflexiva de uma aula de ciências
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Aula de ciências do ensino fundamental
- Que parte de estas plantas comemos?
- Que parte da alface é a que nos comemos? E da batata?
- Separem este material em três grupos: aqueles que comemos a raiz, aqueles que comemos o caule e aqueles que comemos as folhas.
As crianças começam a discutir e a professora indica que após a discussão retornem a suas mesas.
A professora distribui cópias onde aparecem diferentes ilustrações de plantas comestíveis e pede que marquem as partes que se comem.
Avisa que na aula seguinte todos visitarão um sacolão do bairro para observar maior variedade do material e trazerem perguntas para fazer aos vendedores.
Adaptado de Veglia, S (2007)
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Para refletir, discutir e responder:
1. Quais são as convergências do grupo sobre atividade prática?
2. Quais são as divergências do grupo sobre atividade prática?
3. As atividades desenvolvidas pela professora doexemplo constituem uma atividade prática?Explique
Crise no ensino e/ou no aprendizado das Ciências da Natureza?
Para alguns autores na década de 90 (Valcarcél, ProBueno, Banet e Sánchez,1990) era evidente que o ensino de ciências escolar enfrentava sériasdificuldades tais como:
• Escassa bagagem de conteúdos de Ciências e/ou Biologia que perdura nosalunos no tempo;
• Os alunos quando lembram de algum conteúdo conceitual muitas vezeslembram de conteúdos errados ou mal compreendidos;
• Introdução de soluções quase instantâneas para que professores solucionemos problemas do ensino. Ondas de diferentes modas, entre elas, maisrecentemente o slogan também do construtivismo (Massabni, 2007).
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Um caminho para o ensino de Ciências : As atividades práticasComo podemos definir atividades práticas?
Desde a década de 50 muitos autores tem oferecido diversas interpretaçõespara atividades práticas em ciências (Weissmann, 2002; Andrade e Massabni,2011), valorizando principalmente o fazer .
• Passeios;
• Experimentos;
• Demonstrações.
• No Brasil, o Projeto mão na massa originado na França e lançado aqui em2001, têm trabalhado intensamente a abordagem da experimentação e odiálogo a partir de atividades desenvolvidas em espaços de educação nãoformal como o museu interativo Catavento na cidade de São Paulo (Imbernone colaboradores, 2010).
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Um caminho para o ensino de: As atividades práticas
Embora, todas as contribuições para delimitar o que é uma atividade prática noensino de ciências tem sido propostas interessantes, falta um aspectofundamental nelas:
Para Andrade e Massabni (2011), se as atividades práticas em Biologia ouCiências são realmente investigativas e problematizadoras, contribuirão paraque as aulas de ciências gerem um genuíno interesse nos estudantes epermitiram também que os alunos aprendam Ciências.
As atividades práticas precisam ser problematizadoras, investigativas einstigar o pensamento dos alunos em qualquer nível de escolaridade em queestes se encontrem.
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Um caminho para o ensino de Ciências: As atividades práticas
Atividades práticas:
…aquelas tarefas educativas que requerem do estudante a experiência diretacom o material presente fisicamente, com o fenômeno e/ou com dados brutosobtidos do mundo natural ou social.
Nesta experiência, a ação do aluno deve ocorrer - por meio da experiênciafísica - seja desenvolvendo a tarefa manualmente, seja observando o professor emuma demonstração, desde que, na tarefa, se apresente o objeto materialmente.
Andrade e Massabni (2011, p, 840)
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Um caminho para o ensino de Ciências: As atividades práticas
Atividades práticas:
A ação têm um papel muito importante no ensino de ciências desde omovimento da “escola ativa” de J. Dewey. A atividade do aluno é fundamentalem toda proposta que se pretenda inovadora.
Em aulas de ciências podemos ver alunos manipulando, objetos ou materiais delaboratório, observam, filtram, misturam, medem, fazem gráficos, etc. Maspodemos nos perguntar se são alunos ativos do ponto de vista cognitivo? Se asatividades são problematizadoras? Como na atividade da professora queilustrou o inicio de esta aula?
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Um caminho para o ensino de Ciências: As atividades práticas
Atividades práticas:
Neste sentido, uma proposta de aula é ativa ou uma atividade é prática quandoao interagir com o mundo material ou social o aluno se enfrenta averdadeiros desafios, precisa pensar, propor alternativas, soluções e construirnovos significados em colaboração com o grupo. Se isto não ocorre estamos empresença de apenas ações físicas meros movimentos carentes de conteúdo queFumagalli (2002) denomina de ativismo.
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Para que atividades práticas no ensino de ciências?• Que conhecimentos se trabalham?
• Que metodologia?
• Que atitude?
Conteúdos
conceituais
Conteúdos
procedimentais
Conteúdos
atitudinaisInteresse
Aprendizagem
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• O conhecimento científico possui três dimensões:
1.UM CORPO CONCEITUAL;
2. UM CORPO METODOLÓGICO;
3. UM CORPO ATITUDINAL.
Esta estrutura de Ciência permite pensar em três tipos de conteúdos na hora de ensinar.
Para que atividades práticas no ensino de ciências?
Para que atividades práticas no ensino de ciências?
Corpo conceitual de conhecimentos
Metodologia da investigação
Atitude científica
Conteúdos procedimentais
Conteúdos atitudinais
Conteúdos conceituais
Atividade prática de Ciências
Corpo conceitual de conhecimentos Conteúdos conceituais
Os conteúdos conceituais na atividade da aula modelo apresentada hoje:
•Diversidade vegetal•Plantas são seres vivos;•Plantas tem raiz caule e folhas; •Algumas plantas são comestíveis;
Atividade prática de Ciências
Metodologia da investigação Conteúdos procedimentais
Os conteúdos procedimentais na atividade de hoje:•Observação;•Classificação;•Formulação de hipóteses;•Formulação de perguntas;•Registro;•Elaboração de conclusões;•Comunicação de resultados.
Atividade prática de Ciências
Atitude Científica Conteúdos Atitudinais
Os conteúdos atitudinais na aula descrita:
•Respeito pela opinião do outro;•Atitude crítica e reflexiva;•Sensibilidade com os seres vivos;•Curiosidade.•Etc.
Finalmente
• A atividade prática é fundamental no ensino-aprendizagem das Ciências. Nãoexiste educação em ciências sem o modo de fazer ciência, sem umaproblematização autêntica que gere interesse e busca por respostas.
• Para a professora Vânia Massabni (2007 “...aprende-se (e isso é difícil admitirpela ótica do Construtivismo pedagógico) nas rotinas, no registro, na perguntaprevisível. Aprende-se desde que nestas rotinas haja ação mental, desde quese atinja o pensamento do aluno, desde que se mostre a relação doconhecimento com aquilo que ele conhece e experienciou, desde que oprofessor apresente objetos sobre os quais o aluno tem instrumentosintelectuais desenvolvidos o suficiente para poder pensar sobre o que estásendo apresentado, dando-lhe significado”.
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Atividades para pensar:
Experimentação, saída de campo, estudo do meio, visita a um museu, análise de rochas, análise de imagens ou mapas em sala de aula podem ser ou não consideradas atividades práticas no ensino de Ciências?
1. Explique porque cada uma delas poderiam não ser consideradas atividades práticas?
2. Descreva como você realizaria uma das atividades acima indicadas para serem consideradas atividades práticas dentro da disciplina Biologia e/ ou Ciências.
3. Quais são as principais dificuldades apontadas pelos professores para justificar a não realização de atividades práticas.
Referências
Andrade, M; Massabni, V. O desenvolvimento de atividades práticas na escola: Um desafio para os professores de ciências. Ciência & Educação, v. 17, n. 4, p. 835-854, 2011
Caldeira, A. M; Araújo. E. Introdução à Didática da Biologia. São Paulo: Escrituras, 2009.
Massabni, V . O construtivismo na prática de professores de ciências: realidade ou utopia? Ciências & Cognição,v.10, p. 104-114, 2007.
Veglia, S. Ciencias Naturales y Aprendizaje Significativo. Claves para la reflexión didáctica y planificación. Buenos Aires: Novedades Educativas, 2007
Weissman, H. Didáctica de las ciencias naturales: aportes y reflexiones. BuenosAires: Paidós Educador, 2002.