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CURSO SANTEIROS E ENTALHES: ESCULTURA EM MADEIRA
I - APRESENTAO
Resgatar a histria de So Miguel, na Zona Leste, mais que preservar a memria de
milhes de habitantes, constitui instrumento indispensvel para a preservao do
patrimnio cultural e ambiental existente na regio. E como conseqncia imediata
desse processo, podemos citar o exerccio de cidadania, a ponto de gerar orgulho
pelo legado deixado por geraes precedentes e a percepo da importncia da
responsabilidade social por parte de vrios segmentos. Esses fatores convergem para
a incluso social e a gerao de renda, podendo ser privilegiada a populao menos
favorecida, e todos os segmentos em geral, especialmente, quando o patrimnio
promove atividades de lazer e turismo.
Ser indiferente ao passado resulta na falta de identidade da comunidade com o local
em que vive que, alm das limitaes culturais, apresenta outros desdobramentos.
Um deles, o desrespeito pelos monumentos mais significativos desse passado, que
no resistem s restauraes, seguido pela depredao dos mais contemporneos,
como escolas, para citar um exemplo.
A carncia de identidade tambm responsvel pela no conscientizao de
segmentos econmicos, como empresa e comrcio, que podem apoiar projetos
culturais visando a valorizao do Bairro. Portanto, conhecer a evoluo histrica da
regio, a comear pelas origens, mais que refletir sobre o papel desempenhado em
tempos remotos, significa um exerccio de reflexo projetado para o futuro com a
percepo de que a cultura tambm proporciona novas oportunidades para melhorar
o amanh.
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II JUSTIFICATIVA
PATRIMNIO E CULTURA: MOTIVOS A SEREM TRABALHADOS
O incio da colonizao da Zona Leste de So Paulo foi marcado pela presena de
Jos de Anchieta quando, em 1560, fundou a aldeia de So Miguel e uma primitiva
capela foi levantada para marcar a presena crist. Nas terras chamadas de Urura, o
jesuta reencontrou os ndios guaianazes chefiados por Piquerobi, os quais haviam
deixado as imediaes do Ptio do Colgio.
No decorrer do sculo XVI e incio do seguinte, a regio adquiriu importncia no
contexto da vila de So Paulo por constituir um ponto estratgico no sistema
defensivo de Piratininga. Ainda destacava-se como fornecedora de braos de guerra
das expedies de combate aos inimigos -invasores e ndios hostis-, e das incurses
para o interior em busca dos sonhados minrios.
Prova dessa relevncia a Igreja de So Miguel, segundo templo construdo em
1622, ainda existente como testemunho ocular deste passado que guarda intactas
suas linhas arquitetnicas originais. A obra foi encomendada ao Pe. Joo lvares por
Ferno Munhoz (Hernn Muoz), carpinteiro espanhol que atuou como sertanista em
So Paulo. A mo de obra utilizada foi a indgena que deixou nos entalhes da madeira
traos de uma nascente cultura brasileira, entendida como a simbiose cultural de
nativos e europeus, e ainda traos que lembram a cultura de civilizaes pr-
colombianas. Estes ltimos indicam que nativos trazidos da Amrica espanhola
tambm participaram da edificao desta Igreja, constituindo o nico registro
conhecido da presena desses indgenas no Brasil. Tambm de grande valor artstico
so os querubins laterais da banca de comunho que, segundo Lcio Costa,
representam a mais remota manifestao de uma arte genuinamente brasileira, por
ter sido feita por mos indgenas sob inspirao de feies europias.
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A Igreja de So Miguel, situada na primitiva aldeia de Urura, o templo religioso
mais antigo da cidade de So Paulo, sendo que a fundao do aldeamento, em 1560,
representa um marco na colonizao do atual Estado de So Paulo, antiga capitania
de So Vicente, e do Brasil nos seus primrdios.
J o entorno do templo um stio arqueolgico, cuja riqueza ainda est por ser
desvendada para esclarecer os hbitos, tradies e o cotidiano dos seus antigos
moradores, dos quais muitos de ns descendemos. Para citar um exemplo, Piquerobi,
chefe indgena da aldeia, deu origem a vrios ramos de famlias paulistas, sendo seus
descendentes o poeta Paulo Bonfim e Frei Galvo, fundador do Mosteiro da Luz e
primeiro santo brasileiro, apenas para lembrar alguns nomes.
A regio ainda abriga o Stio Mirim, composto por runas de uma casa sertanista do
sculo XVIII e stio arqueolgico; e a Fazenda Biacica, uma propriedade carmelita do
sculo XVII com parte de sua mata ainda preservada. Ambas as propriedades
localizam-se em rea densamente povoada por populao de baixa renda. O primeiro
margeado pelo Jardim Lapena e o segundo pelo Pantanal.
Com a expulso dos jesutas e a explorao crescente dos nativos, a regio entrou
em decadncia. A sesmaria dos ndios guainazes, cuja posse fora oficializada em
1580, sobre a extenso de terra que ia do Piqueri at os limites atuais de So Paulo
com Itaquaquecetuba, passou a ser distribuda entre os colonos e a oficialidade local.
Na metade do sculo XVIII, por volta de 1750, o aldeamento encontrava-se divido
em vrias propriedades e seus nativos ausentes porque foram servir na guerra
travada com os espanhis pelos limites do sul do Brasil. Agricultura de subsistncia e
explorao dos recursos naturais eram as atividades desenvolvidas. O barro do Tiet
era usado para a confeco de utenslios domsticos, depois para as telhas e o adobe
usado nas construes da vila. Posteriormente, tijolos e areia eram enviados pelo
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porto fluvial localizado no Tiet, abaixo da Igreja. Os poucos nativos eram
insuficientes para o trabalho e o negro passou a ser empregado.
No final do sculo XIX, a riqueza do caf impulsionou a urbanizao de So Paulo e
em seguida a indstria propiciou as imensas construes. Ao longo do rio, do
Tatuap a Aruj, as olarias e os portos de areia se multiplicaram constituindo
alternativas para os imigrantes europeus no satisfeitos com o trabalho nas fazendas
de caf do interior do Estado.
Em 1925, a Estrada de So Paulo-Rio, a mais importante via de comunicao com a
capital da Repblica foi oficialmente inaugurada. Antes disso, a via frrea j ligava a
cidade aos pontos mais extremos.
So Miguel possua estruturas mnimas para a instalao da indstria: o rio como
sistema de escoamento de detritos qumicos e o trem para distribuir a produo. Em
1930, a Indstria Nitro-Qumica Brasileira iniciou as suas atividades. No comeo
absorveu a mo-de-obra imigrante sada da agricultura praticada no interior do
Estado, depois dos Estados vizinhos, especialmente, de Minas Gerais e sul da Bahia.
Do nordeste e norte do Brasil chegavam a So Miguel os famosos paus de arara. O
perfil urbanstico da regio foi alterado com a ocupao dos vastos descampados do
Itaim Paulista, a exemplo do mesmo processo ocorrido na Penha devido instalao
do parque industrial na regio do Tatuap e do Brz. J Itaquera e Guaianazes, mais
afastados das indstrias foram escolhidos por trabalhadores menos remunerados.
Trata-se de um passado de construo de uma riqueza multicultural que poucas
cidades do mundo tm o privilgio de possuir, ao contrrio daquelas que registram
apenas a falncia social com a retirada forada de seus habitantes, como o ocorrido
com vrias regies africanas, ou devido a migrao espontnea decorrente do
atrativo por oportunidades existentes em outras regies, a exemplo da atrao
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desempenhada por So Paulo sobre milhares de forasteiros do semi-rido nordestino
que refundaram So Miguel. Esse conjunto, formado por migrantes oriundos de norte
a sul do Brasil e imigrantes europeus, africanos, rabes e asiticos de vrias
nacionalidades, formam um mosaico cultural amarelo, branco e negro.
Pelo exposto, v-se a riqueza cultural de So Miguel que aguarda a conveniente
explorao em benefcio da prpria comunidade. o saber de rendeiras nordestinas,
de doceiras mineiras, de italianos fazedores de vinhos e licores, de bordadeiras de
vrias partes migrantes e imigrantes, para citar apenas alguns casos. Trata-se,
portanto, apenas de recordar lies aprendidas e transmitir o conhecimento renovado
que ter continuidade atravs da habilidade de novas mos.
O projeto em questo foi idealizado a partir de algumas constataes e
entendimentos sobre a necessidade de oferecer para os adolescentes e jovens
espaos alternativos a escola que fossem ao mesmo tempo lugares de informao,
reflexo, cultura e lazer. Esses espaos devem tambm pensar nos jovens a partir de
uma perspectiva ampla, ou seja, considerando-o nas suas dimenses corporal,
subjetiva e scio-cultural.
III OBJETIVOS
Objetivos especficos:
Valorizar o ser humano atravs de suas aptides somadas ao saber erudito,
tendo como motivo o seu patrimnio histrico.
Utilizar o patrimnio cultural para a gerao de renda aos menos favorecidos.
Descobrir talentos e aptides para a arte.
Promover a identificao da populao com o seu patrimnio histrico visando
mant-lo aps o seu restauro.
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IV PBLICO-ALVO
Adolescentes e adultos residentes em So Miguel, especialmente nos Jardins
Lapenna, Pantanal e So Vicente. A delimitao espacial tambm se justifica pela
proximidade dessas comunidades com relao localizao dos patrimnios
histricos existentes em So Miguel, a saber: a Capela de So Miguel e Stio Mirim,
prximos ao Jardim Lapenna, e a Fazenda de Biacica, prxima ao Jardim Pantanal.
Tambm a comunidade assistida no mbito da Diocese de So Miguel.
V PARTICIPANTES
30 alunos divididos em 4 turmas de 7 ou 8.
VI DURAO
De maio a setembro de 2007. Cada ms corresponde a um estgio.
VII METODOLOGIA
1 - Haver seleo prvia pelos professores monitores, seleo esta baseada em
critrios de aptido, e seleo final pelo mestre santeiro um dia antes do incio
dos trabalhos. Os critrios esto sendo definidos pela equipe de trabalho.
2 - O curso ser desenvolvido em 5 estgios correspondendo aos meses de maio,
junho, julho, agosto e setembro. As aulas sero iniciadas por entalhes simples
(portais e motivos existentes na Capela), evoluindo para trabalhos mais
detalhados (rocalhas, tarjas) at a elaborao de anjos com traos barrocos.
3 - Os alunos recebero a madeira aparelhada e cortada segundo modelo a ser
desenvolvido.
4 - Nas aulas do mestre santeiro (BLOCO 1), sero ensinados os princpios de
cada estgio, segundo os modelos a serem trabalhados. As aulas do BLOCO 1
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tero a assistncia de um professor monitor. As obras sero desenvolvidas e
concludas, se possvel, ao longo da semana sob a superviso do mestre. Neste
bloco, os alunos recebero orientao para prosseguirem os trabalhos que no
foram finalizados e tarefas a serem desenvolvidas no bloco 2, sob a superviso
dos professores monitores.
5 - No BLOCO 2, na ausncia do mestre, sero desenvolvidas atividades nas
restantes semanas, assistidas por um professor monitor visando finalizar os
trabalhos ou iniciar tarefas deixadas pelo mestre santeiro.
6 - Os alunos recebero apostila com noes bsicas sobre entalhes em madeira e
em momentos oportunos ser utilizada msica clssica para ambientao do
espao.
7 - No BLOCO 2, os alunos tero palestras sobre barroco, igrejas mineiras e
paulistas,arte sacra, oferecidas pelo prof. Dr. Percival Tirapeli, do Instituto de
Artes da UNESP, pelo prof. Dr. Carlos Castro Brunetto, do Departamento de Artes,
da Universidade de La Laguna, Espanha, e pela profa. Dra. Roseli Santaella Stella,
coordenadora do curso, conforme programa e cronograma estabelecido. Tambm
haver projeo de fotos e desenhos sobre a temtica do curso, sobre o
patrimnio brasileiro, e acervos de museus sacros da Espanha, de Roma e do
Vaticano.
VII ABORDAGEM DO PBLICO-ALVO
A divulgao e seleo dar-se- da seguinte forma:
Etapa 1 Tendo definido o pblico-alvo, o projeto ser divulgado entre as famlias
do programa Ao Famlia, realizado pela Fundao Tide Setubal e Instituto Alana. O
programa abrange moradores e 300 famlias cadastradas dos Jardins Lapenna,
Pantanal e So Vicente. A divulgao ser realizada no Jardim Lapenna, - Galpo de
Cultura e Cidadania, Rua Serra da Juruoca, s/n (ao lado da Sociedade Amigos do
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Jardim Lapenna); no Jardim Pantanal - Instituto Alana, Rua Borboleta Amarela, 481 e
no Jardim So Vicente - Clube da Comunidade Tide Setubal, Rua Mrio Dallari, 170, e
no mbito da Diocese de So Miguel.
A divulgao inclui a definio dos objetivos e tipo de trabalho a ser desenvolvido,
pois o pr-requisito para a inscrio o interesse do candidato decorrente da
afinidade com o tema, sensibilidade para a arte e aptido para trabalhos artsticos.
Feita a inscrio dos candidatos at o nmero de 25, ter incio a Etapa 2 da
divulgao, a ser realizada junto Diocese de So Miguel, cujo mbito de ao atinge
igualmente o pblico alvo atravs das vrias Parquias distribudas nos Jardins
Lapenna, Pantanal e So Vicente, podendo inscrever-se tambm at o nmero de 25
candidatos motivados pelo interesse acima descrito.
Cabe esclarecer que alm do pblico-alvo, este projeto possibilita a participao de
candidatos com os pr-requisitos citados, independente de sua situao social.
Durante a divulgao do projeto ser esclarecido que os candidatos passaro por
uma pr-seleo feita pelos professores monitores e coordenao do curso, seleo
essa, baseada em critrios de aptido e sensibilidade artstica. Os candidatos
aprovados passaro por seleo final feita pelo mestre santeiro, para atingir o
nmero final de 30 alunos.
IX PROGRAMA DE TRABALHO
1 BLOCO 1 (aulas com o mestre santeiro - PAIVA):
Ocorrero na primeira ou segunda semana dos meses de maio, junho, julho e agosto
e setembro. De segunda a sexta. Cada turma ter durao de 3 horas.
Turma 1: de 08:00h as 11:00h
Turma 2: de 12:00h as 15:00h
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Turma 3: de 15:00h as 18:00h
Turma 4: de 19:00h as 22:00h
2 BLOCO 2 (atividade monitorada)
Ocorrero no mnimo duas vezes por semana, monitoradas por um professor monitor,
at o incio do prximo BLOCO com o mestre santeiro. Sero oferecidas atividades de
formao, como palestras, excurses de campo e visitas a museus.
X INFRA-ESTRUTURA
No local de trabalho haver todo o material necessrio, alguns pessoais e outros a
serem compartilhados entre os mesmos alunos. Desde material de papelaria at
ferramentas e madeira ser fornecido gratuitamente.
Local iluminado e arejado gua, caf, suco, leite, lanche e bolachas Copos descartveis para caf e gua Guardanapos de papel 1 vassoura, p para lixo, lixeira e saco plstico. 10 bancadas de madeira, medindo 0,90cm de altura x 0,60cm de largura x 1,0m de comprimento 10 banquetas 30 cadeiras ou carteiras para as palestras em grupo 1 pequeno aparelho de som Cds de msica clssica barroca e clssica (Vivaldi, Mozart, Bach, Chopin, etc...). Lousa Giz e apagador 40 rguas de madeira 1 calculadora simples 32 Apostila Bsica de Escultura MATERIAL
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Madeira para os trabalhos (cedro): 19,40 mts. lineares de 30 cm de largura x 4 cm espessura ou o 10 pranchas de madeira 40cm x 40cm x 3,5cm 77 pincis: -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 0, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 8, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 10, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 12, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 14, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 16, -11 tigre 815 cabo marrom, redondo, n. 00 ou 0. 20 garrafas plsticas de refrigerantes vazias 10 mts. de flanela 3 serrotes pequenos 4 pacotes de lixa para madeira amarela: -1 pacote n 100, -1 pacote n 120, -1 pacote n 150, -1 pacote n 220. 132 frascos pequenos de tinta Acrilex para madeira: -12 marrom, -12 azul turquesa -12 vermelho fogo -12 verde bandeira, -12 amarelo ouro, -12 amarelo pele, -12 amarelo cdmio, -12 preta, -12 laranja, -12 violeta, -12 branca. 15 escovas de lavar roupa, cerda de plstico. 26 escovas de dente mdia, em duas cores (13 de cada cor) 30 placas acrlica ou bandejas mdias de isopor 11 lts. de lcool 12 latas de cera incolor Inglesa ou Micro Cristal de abelha 11 latinhas de graxa Nuguete marrom 30 vidrinhos de purpurina dourada 10 vidros pequenos de betume 10 vidros de extrato de nogueira 10 vidros pequenos de goma laca 10 vidros de mordente
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formes/goivos (comprimento total mnimo: 19 cm) -11 goivos retos de 3mm, -11 goivos retos de 5 ou 6mm, -11 goivos retos 10mm, -11 goivos retos de 12, 13 ou 14 mm, -01 goivo reto de 20mm, -01 goivo reto de 30mm, -11 goivos retos rasos de 11mm, -11 goivos angulados de 6mm, -11 goivos angulados de 10mm, -11 formes retos de 5mm, -11 formes retos de 7mm, -11 formes retos de 11 ou 12 mm, -11 formes retos de 20mm, -11 formes retos de 25mm, -01 formo reto 40mm, -11 gorchevisco conforme medida, -11 gorchevisco conforme medida um pouco maior. 2 caixas de pregos 18 x 30 2 caixas de pregos 17 x 21 2 caixas de pregos 15 x 15 8 martelos pequenos e 12 macetes 50 folhas de papel pardo 1 pacote de papel ofcio 1 caixa de papel carbono 3 caixas de folha de ouro 30 apontadores 30 pastas com elstico de 0,4 cm. de largura 30 etiquetas grandes 30 cadernos pequenos 30 borrachas mdias brancas 11 bisnagas de cola Super Bonder Loctite 11 frascos de cola branca Cascorez 10 rguas de 0,30cm 1 caixa de lpis preto 6 B 8 tesouras
XI FORMAO/MOTIVAO
1 - Excurses de campo sero organizadas para o melhor aprendizado, iniciando pelo
reconhecimento do patrimnio da regio, expandindo as visitas ao Museu de Arte
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Sacra de So Paulo, Museu Padre Anchieta e Pinacoteca do Estado. De acordo com as
possibilidades podero ser organizadas excurses s vrias igrejas de Itu, dos
jesutas em Embu, de Nossa Senhora da Escada em Guararema, e igreja da Ordem
Terceira de Mogi das Cruzes.
2 - Visando motivar toda a equipe, na primeira semana de agosto, ser organizada
uma exposio e venda das obras do mestre santeiro e dos monitores do curso. Na
mesma ocasio sero apresentados painis e vdeos para demonstrar as atividades
dos alunos em fase de desenvolvimento.
3 - Haver a primeira exposio dos trabalhos produzidos durante o curso, com a
venda revertida ao autor da obra, por ocasio do aniversrio de So Miguel ou da
inaugurao das obras de restauro de Capela. A combinar o local da venda, no caso
de haver loja na Capela e a combinar com a Diocese o pagamento de comisso
relativa venda de pea com motivos da Capela.
XII CONTINUIDADE DO PROJETO
1 - O projeto no se encerra com o final desta oficina. O santeiro deixar discpulos
em So Miguel que sero agentes reprodutores da sua arte. Outros podero
desenvolver estilo diverso para a criao de objetos decorativos e utilitrios. Os
alunos mais destacados podero iniciar novos candidatos na arte escultrica,
tornando-se monitores de outros cursos. Cabe lembrar que So Miguel sedia a
Diocese, um Seminrio e encontra-se prximo a santurios e museus, podendo
tornar-se um centro de criao de imaginria ou Escola de Santeiros e Entalhes,
experincia nica na cidade de So Paulo.
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2 - Por tratar-se de alunos de baixa renda, a infra-estrutura das aulas ser utilizada
para a seqncia de trabalhos dos alunos que queiram continuar com a sua
produo, em horrios estabelecidos previamente.
3 - Sabendo-se que o projeto constitui o embrio de uma escola de arte, este curso
dever ser complementado, com aulas de policromia, entalhe de madeira com noes
de anatomia para aperfeioamento da tcnica com outros santeiros, ou com o mesmo
mestre santeiro que poder retornar esporadicamente para ensinar novos modelos.
4 - A sugerida Escola de Santeiros e Entalhes, de acordo com a sua especificidade,
poder atender encomendas de lojistas, colecionadores e decoradores, sabendo-se
que os entalhes no sero sacros, exclusivamente.
XIII AES PARA DAR SEQNCIA S ATIVIDADES
- Convidar os alunos mais destacados para futuros monitores.
- Organizar outros cursos na rea
- Promover a divulgao dos trabalhos e do projeto
- Oferecer assessoria para marketing
- Conscientizar sobre a importncia do aperfeioamento da tcnica
- Implantar estratgias para comercializao
- Assessorar o estabelecimento de preos
- Encaminhar o reconhecimento profissional, junto a Secretaria do Emprego e
Valorizao do Trabalho, e a Superintendncia do Trabalho Artesanal nas
Comunidades (SUTACO), da Secretaria de Cultura do Estado de So Paulo.
XIV EQUIPE DE TRABALHO
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Concepo do projeto, acompanhamento e coordenao: Dra. Roseli Santaella
Stella.
Mestre santeiro: Jos Mercs Paiva, santeiro natural de Mariana, MG, nascido
em 1959, especialista em imaginria de estilo barroco, cuja obra est
inspirada, principalmente, nos ornamentos da Catedral de Nossa Senhora da
Assuno, a S de Mariana, entalhados por Francisco Xavier de Brito, um dos
mestres de Aleijadinho. Ainda faz parte de sua formao as esculturas em
pedra sabo de Aleijadinho existentes na Igreja de So Francisco de Assis e
Nossa Senhora do Carmo. Em So Paulo, os trabalhos de Paiva encontram-se
na loja do Museu de Arte Sacra. Um dos grandes admiradores e
compradores das suas peas a Cia Vale do Rio Doce que presenteia os
seus clientes especiais do Brasil e do exterior com as obras entalhadas por
suas mos. Encontram-se em Portugal, Alemanha, Espanha, Frana, Itlia,
Sua, Argentina, Japo e Estados Unidos, entre outros. O Papa Joo Paulo II
foi presenteado pelo Bispo de Mariana com trs imagens de sua autoria, e
Itamar Franco, ento governador do Estado, com uma imagem de Nossa
Senhora do Carmo, padroeira de Mariana, por ocasio de sua visita oficial a
cidade nas comemoraes do seu aniversrio. Tambm so de sua autoria as
peas utilizadas pela Rede Globo, na mini-srie Aleijadinho, quando o
personagem parecia entalhar as imagens. Sua especialidade so os entalhes
de imagens sacras variadas, alm de anjos querubins e serafins, com
instrumentos musicais, em colunas, medalhes e outras peas. A expresso
alegre uma de suas caractersticas, classificadas como neo-barroco
mineiro. Paiva comeou sua carreira artstica em 1983. Em 1988 conheceu
Hlio Petrus, escultor internacionalmente conhecido, que o motivou a seguir
a profisso e com quem trabalhou como ajudante at 1995. Alm da
qualidade da obra de Paiva, o artista foi escolhido em funo de certas
convergncias do seu meio com a histria de So Miguel. Basta lembrar que
Frei Mariano da Conceio Veloso, natural de Mariana, atuou em So Miguel
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na dcada de 1790, quando foi o responsvel pela reforma da Igreja. Dada a
sua formao entre as obras barrocas existentes no seu meio, teve a
sensibilidade para promover a reforma sem destruir a construo original,
apenas acrescentando elementos que lhe conferem similitude com igrejas
mineiras, como o posicionamento das janelas fronteiras, culo, coro, o
plpito, altares laterais e altura da nave central. Este conjunto muito
semelhante ao interior de certas igrejas barrocas do entorno de Ouro Preto,
como a Igreja de Santo Antnio de Itatiaia, em Ouro Branco. Por outro lado,
os trabalhos de restauro do altar da capela lateral da Igreja de So Miguel,
sugerem o estilo barroco em sua pintura de cores fortes e traos marcantes.
E no estgio final do curso trabalhar elementos decorativos deste estilo
engrandecer a obra dos nossos futuros artistas, sabendo-se que a
imaginria paulista nesse estilo pouco foi continuada.
Professor monitor: Juarez Martins, residente em So Miguel, professor e artista
plstico, com trabalho publicado no catlogo Um olhar sobre So Miguel, da
Fundao Cultural Ita, com exposies individuais em espaos de destaque,
como o Sesc Pompia.
Professor monitor marceneiro: Jaime Olympio, residente em So Miguel,
artista plstico e entalhador, marceneiro de mveis rsticos, participante da
Feira Revelando So Paulo, entre outras, com exposies individuais em
espaos de destaque, como a Assemblia Legislativa de So Paulo.
Palestrantes:
Prof. Dr. Percival Tirapeli, especialista em igrejas paulistas e barroco, do
Instituto de Artes, da UNESP.
Prof. Dr. Carlos Castro Brunetto, especialista em barroco brasileiro, do
Departamento de Artes, da Universidade de La Laguna, Espanha.
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O projeto ainda contar com o grupo de apoio da Fundao Tide SetUbal e do
Conselho da Mulher Empreendedora (CME), Distrital So Miguel, da Associao
Comercial de So Paulo).
XV REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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