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CURSO SANTEIROS E ENTALHES: ESCULTURA EM MADEIRA I - APRESENTAÇÃO Resgatar a história de São Miguel, na Zona Leste, mais que preservar a memória de milhões de habitantes, constitui instrumento indispensável para a preservação do patrimônio cultural e ambiental existente na região. E como conseqüência imediata desse processo, podemos citar o exercício de cidadania, a ponto de gerar orgulho pelo legado deixado por gerações precedentes e a percepção da importância da responsabilidade social por parte de vários segmentos. Esses fatores convergem para a inclusão social e a geração de renda, podendo ser privilegiada a população menos favorecida, e todos os segmentos em geral, especialmente, quando o patrimônio promove atividades de lazer e turismo. Ser indiferente ao passado resulta na falta de identidade da comunidade com o local em que vive que, além das limitações culturais, apresenta outros desdobramentos. Um deles, o desrespeito pelos monumentos mais significativos desse passado, que não resistem às restaurações, seguido pela depredação dos mais contemporâneos, como escolas, para citar um exemplo. A carência de identidade também é responsável pela não conscientização de segmentos econômicos, como empresa e comércio, que podem apoiar projetos culturais visando a valorização do Bairro. Portanto, conhecer a evolução histórica da região, a começar pelas origens, mais que refletir sobre o papel desempenhado em tempos remotos, significa um exercício de reflexão projetado para o futuro com a percepção de que a cultura também proporciona novas oportunidades para melhorar o amanhã.

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  • CURSO SANTEIROS E ENTALHES: ESCULTURA EM MADEIRA

    I - APRESENTAO

    Resgatar a histria de So Miguel, na Zona Leste, mais que preservar a memria de

    milhes de habitantes, constitui instrumento indispensvel para a preservao do

    patrimnio cultural e ambiental existente na regio. E como conseqncia imediata

    desse processo, podemos citar o exerccio de cidadania, a ponto de gerar orgulho

    pelo legado deixado por geraes precedentes e a percepo da importncia da

    responsabilidade social por parte de vrios segmentos. Esses fatores convergem para

    a incluso social e a gerao de renda, podendo ser privilegiada a populao menos

    favorecida, e todos os segmentos em geral, especialmente, quando o patrimnio

    promove atividades de lazer e turismo.

    Ser indiferente ao passado resulta na falta de identidade da comunidade com o local

    em que vive que, alm das limitaes culturais, apresenta outros desdobramentos.

    Um deles, o desrespeito pelos monumentos mais significativos desse passado, que

    no resistem s restauraes, seguido pela depredao dos mais contemporneos,

    como escolas, para citar um exemplo.

    A carncia de identidade tambm responsvel pela no conscientizao de

    segmentos econmicos, como empresa e comrcio, que podem apoiar projetos

    culturais visando a valorizao do Bairro. Portanto, conhecer a evoluo histrica da

    regio, a comear pelas origens, mais que refletir sobre o papel desempenhado em

    tempos remotos, significa um exerccio de reflexo projetado para o futuro com a

    percepo de que a cultura tambm proporciona novas oportunidades para melhorar

    o amanh.

  • II JUSTIFICATIVA

    PATRIMNIO E CULTURA: MOTIVOS A SEREM TRABALHADOS

    O incio da colonizao da Zona Leste de So Paulo foi marcado pela presena de

    Jos de Anchieta quando, em 1560, fundou a aldeia de So Miguel e uma primitiva

    capela foi levantada para marcar a presena crist. Nas terras chamadas de Urura, o

    jesuta reencontrou os ndios guaianazes chefiados por Piquerobi, os quais haviam

    deixado as imediaes do Ptio do Colgio.

    No decorrer do sculo XVI e incio do seguinte, a regio adquiriu importncia no

    contexto da vila de So Paulo por constituir um ponto estratgico no sistema

    defensivo de Piratininga. Ainda destacava-se como fornecedora de braos de guerra

    das expedies de combate aos inimigos -invasores e ndios hostis-, e das incurses

    para o interior em busca dos sonhados minrios.

    Prova dessa relevncia a Igreja de So Miguel, segundo templo construdo em

    1622, ainda existente como testemunho ocular deste passado que guarda intactas

    suas linhas arquitetnicas originais. A obra foi encomendada ao Pe. Joo lvares por

    Ferno Munhoz (Hernn Muoz), carpinteiro espanhol que atuou como sertanista em

    So Paulo. A mo de obra utilizada foi a indgena que deixou nos entalhes da madeira

    traos de uma nascente cultura brasileira, entendida como a simbiose cultural de

    nativos e europeus, e ainda traos que lembram a cultura de civilizaes pr-

    colombianas. Estes ltimos indicam que nativos trazidos da Amrica espanhola

    tambm participaram da edificao desta Igreja, constituindo o nico registro

    conhecido da presena desses indgenas no Brasil. Tambm de grande valor artstico

    so os querubins laterais da banca de comunho que, segundo Lcio Costa,

    representam a mais remota manifestao de uma arte genuinamente brasileira, por

    ter sido feita por mos indgenas sob inspirao de feies europias.

  • A Igreja de So Miguel, situada na primitiva aldeia de Urura, o templo religioso

    mais antigo da cidade de So Paulo, sendo que a fundao do aldeamento, em 1560,

    representa um marco na colonizao do atual Estado de So Paulo, antiga capitania

    de So Vicente, e do Brasil nos seus primrdios.

    J o entorno do templo um stio arqueolgico, cuja riqueza ainda est por ser

    desvendada para esclarecer os hbitos, tradies e o cotidiano dos seus antigos

    moradores, dos quais muitos de ns descendemos. Para citar um exemplo, Piquerobi,

    chefe indgena da aldeia, deu origem a vrios ramos de famlias paulistas, sendo seus

    descendentes o poeta Paulo Bonfim e Frei Galvo, fundador do Mosteiro da Luz e

    primeiro santo brasileiro, apenas para lembrar alguns nomes.

    A regio ainda abriga o Stio Mirim, composto por runas de uma casa sertanista do

    sculo XVIII e stio arqueolgico; e a Fazenda Biacica, uma propriedade carmelita do

    sculo XVII com parte de sua mata ainda preservada. Ambas as propriedades

    localizam-se em rea densamente povoada por populao de baixa renda. O primeiro

    margeado pelo Jardim Lapena e o segundo pelo Pantanal.

    Com a expulso dos jesutas e a explorao crescente dos nativos, a regio entrou

    em decadncia. A sesmaria dos ndios guainazes, cuja posse fora oficializada em

    1580, sobre a extenso de terra que ia do Piqueri at os limites atuais de So Paulo

    com Itaquaquecetuba, passou a ser distribuda entre os colonos e a oficialidade local.

    Na metade do sculo XVIII, por volta de 1750, o aldeamento encontrava-se divido

    em vrias propriedades e seus nativos ausentes porque foram servir na guerra

    travada com os espanhis pelos limites do sul do Brasil. Agricultura de subsistncia e

    explorao dos recursos naturais eram as atividades desenvolvidas. O barro do Tiet

    era usado para a confeco de utenslios domsticos, depois para as telhas e o adobe

    usado nas construes da vila. Posteriormente, tijolos e areia eram enviados pelo

  • porto fluvial localizado no Tiet, abaixo da Igreja. Os poucos nativos eram

    insuficientes para o trabalho e o negro passou a ser empregado.

    No final do sculo XIX, a riqueza do caf impulsionou a urbanizao de So Paulo e

    em seguida a indstria propiciou as imensas construes. Ao longo do rio, do

    Tatuap a Aruj, as olarias e os portos de areia se multiplicaram constituindo

    alternativas para os imigrantes europeus no satisfeitos com o trabalho nas fazendas

    de caf do interior do Estado.

    Em 1925, a Estrada de So Paulo-Rio, a mais importante via de comunicao com a

    capital da Repblica foi oficialmente inaugurada. Antes disso, a via frrea j ligava a

    cidade aos pontos mais extremos.

    So Miguel possua estruturas mnimas para a instalao da indstria: o rio como

    sistema de escoamento de detritos qumicos e o trem para distribuir a produo. Em

    1930, a Indstria Nitro-Qumica Brasileira iniciou as suas atividades. No comeo

    absorveu a mo-de-obra imigrante sada da agricultura praticada no interior do

    Estado, depois dos Estados vizinhos, especialmente, de Minas Gerais e sul da Bahia.

    Do nordeste e norte do Brasil chegavam a So Miguel os famosos paus de arara. O

    perfil urbanstico da regio foi alterado com a ocupao dos vastos descampados do

    Itaim Paulista, a exemplo do mesmo processo ocorrido na Penha devido instalao

    do parque industrial na regio do Tatuap e do Brz. J Itaquera e Guaianazes, mais

    afastados das indstrias foram escolhidos por trabalhadores menos remunerados.

    Trata-se de um passado de construo de uma riqueza multicultural que poucas

    cidades do mundo tm o privilgio de possuir, ao contrrio daquelas que registram

    apenas a falncia social com a retirada forada de seus habitantes, como o ocorrido

    com vrias regies africanas, ou devido a migrao espontnea decorrente do

    atrativo por oportunidades existentes em outras regies, a exemplo da atrao

  • desempenhada por So Paulo sobre milhares de forasteiros do semi-rido nordestino

    que refundaram So Miguel. Esse conjunto, formado por migrantes oriundos de norte

    a sul do Brasil e imigrantes europeus, africanos, rabes e asiticos de vrias

    nacionalidades, formam um mosaico cultural amarelo, branco e negro.

    Pelo exposto, v-se a riqueza cultural de So Miguel que aguarda a conveniente

    explorao em benefcio da prpria comunidade. o saber de rendeiras nordestinas,

    de doceiras mineiras, de italianos fazedores de vinhos e licores, de bordadeiras de

    vrias partes migrantes e imigrantes, para citar apenas alguns casos. Trata-se,

    portanto, apenas de recordar lies aprendidas e transmitir o conhecimento renovado

    que ter continuidade atravs da habilidade de novas mos.

    O projeto em questo foi idealizado a partir de algumas constataes e

    entendimentos sobre a necessidade de oferecer para os adolescentes e jovens

    espaos alternativos a escola que fossem ao mesmo tempo lugares de informao,

    reflexo, cultura e lazer. Esses espaos devem tambm pensar nos jovens a partir de

    uma perspectiva ampla, ou seja, considerando-o nas suas dimenses corporal,

    subjetiva e scio-cultural.

    III OBJETIVOS

    Objetivos especficos:

    Valorizar o ser humano atravs de suas aptides somadas ao saber erudito,

    tendo como motivo o seu patrimnio histrico.

    Utilizar o patrimnio cultural para a gerao de renda aos menos favorecidos.

    Descobrir talentos e aptides para a arte.

    Promover a identificao da populao com o seu patrimnio histrico visando

    mant-lo aps o seu restauro.

  • IV PBLICO-ALVO

    Adolescentes e adultos residentes em So Miguel, especialmente nos Jardins

    Lapenna, Pantanal e So Vicente. A delimitao espacial tambm se justifica pela

    proximidade dessas comunidades com relao localizao dos patrimnios

    histricos existentes em So Miguel, a saber: a Capela de So Miguel e Stio Mirim,

    prximos ao Jardim Lapenna, e a Fazenda de Biacica, prxima ao Jardim Pantanal.

    Tambm a comunidade assistida no mbito da Diocese de So Miguel.

    V PARTICIPANTES

    30 alunos divididos em 4 turmas de 7 ou 8.

    VI DURAO

    De maio a setembro de 2007. Cada ms corresponde a um estgio.

    VII METODOLOGIA

    1 - Haver seleo prvia pelos professores monitores, seleo esta baseada em

    critrios de aptido, e seleo final pelo mestre santeiro um dia antes do incio

    dos trabalhos. Os critrios esto sendo definidos pela equipe de trabalho.

    2 - O curso ser desenvolvido em 5 estgios correspondendo aos meses de maio,

    junho, julho, agosto e setembro. As aulas sero iniciadas por entalhes simples

    (portais e motivos existentes na Capela), evoluindo para trabalhos mais

    detalhados (rocalhas, tarjas) at a elaborao de anjos com traos barrocos.

    3 - Os alunos recebero a madeira aparelhada e cortada segundo modelo a ser

    desenvolvido.

    4 - Nas aulas do mestre santeiro (BLOCO 1), sero ensinados os princpios de

    cada estgio, segundo os modelos a serem trabalhados. As aulas do BLOCO 1

  • tero a assistncia de um professor monitor. As obras sero desenvolvidas e

    concludas, se possvel, ao longo da semana sob a superviso do mestre. Neste

    bloco, os alunos recebero orientao para prosseguirem os trabalhos que no

    foram finalizados e tarefas a serem desenvolvidas no bloco 2, sob a superviso

    dos professores monitores.

    5 - No BLOCO 2, na ausncia do mestre, sero desenvolvidas atividades nas

    restantes semanas, assistidas por um professor monitor visando finalizar os

    trabalhos ou iniciar tarefas deixadas pelo mestre santeiro.

    6 - Os alunos recebero apostila com noes bsicas sobre entalhes em madeira e

    em momentos oportunos ser utilizada msica clssica para ambientao do

    espao.

    7 - No BLOCO 2, os alunos tero palestras sobre barroco, igrejas mineiras e

    paulistas,arte sacra, oferecidas pelo prof. Dr. Percival Tirapeli, do Instituto de

    Artes da UNESP, pelo prof. Dr. Carlos Castro Brunetto, do Departamento de Artes,

    da Universidade de La Laguna, Espanha, e pela profa. Dra. Roseli Santaella Stella,

    coordenadora do curso, conforme programa e cronograma estabelecido. Tambm

    haver projeo de fotos e desenhos sobre a temtica do curso, sobre o

    patrimnio brasileiro, e acervos de museus sacros da Espanha, de Roma e do

    Vaticano.

    VII ABORDAGEM DO PBLICO-ALVO

    A divulgao e seleo dar-se- da seguinte forma:

    Etapa 1 Tendo definido o pblico-alvo, o projeto ser divulgado entre as famlias

    do programa Ao Famlia, realizado pela Fundao Tide Setubal e Instituto Alana. O

    programa abrange moradores e 300 famlias cadastradas dos Jardins Lapenna,

    Pantanal e So Vicente. A divulgao ser realizada no Jardim Lapenna, - Galpo de

    Cultura e Cidadania, Rua Serra da Juruoca, s/n (ao lado da Sociedade Amigos do

  • Jardim Lapenna); no Jardim Pantanal - Instituto Alana, Rua Borboleta Amarela, 481 e

    no Jardim So Vicente - Clube da Comunidade Tide Setubal, Rua Mrio Dallari, 170, e

    no mbito da Diocese de So Miguel.

    A divulgao inclui a definio dos objetivos e tipo de trabalho a ser desenvolvido,

    pois o pr-requisito para a inscrio o interesse do candidato decorrente da

    afinidade com o tema, sensibilidade para a arte e aptido para trabalhos artsticos.

    Feita a inscrio dos candidatos at o nmero de 25, ter incio a Etapa 2 da

    divulgao, a ser realizada junto Diocese de So Miguel, cujo mbito de ao atinge

    igualmente o pblico alvo atravs das vrias Parquias distribudas nos Jardins

    Lapenna, Pantanal e So Vicente, podendo inscrever-se tambm at o nmero de 25

    candidatos motivados pelo interesse acima descrito.

    Cabe esclarecer que alm do pblico-alvo, este projeto possibilita a participao de

    candidatos com os pr-requisitos citados, independente de sua situao social.

    Durante a divulgao do projeto ser esclarecido que os candidatos passaro por

    uma pr-seleo feita pelos professores monitores e coordenao do curso, seleo

    essa, baseada em critrios de aptido e sensibilidade artstica. Os candidatos

    aprovados passaro por seleo final feita pelo mestre santeiro, para atingir o

    nmero final de 30 alunos.

    IX PROGRAMA DE TRABALHO

    1 BLOCO 1 (aulas com o mestre santeiro - PAIVA):

    Ocorrero na primeira ou segunda semana dos meses de maio, junho, julho e agosto

    e setembro. De segunda a sexta. Cada turma ter durao de 3 horas.

    Turma 1: de 08:00h as 11:00h

    Turma 2: de 12:00h as 15:00h

  • Turma 3: de 15:00h as 18:00h

    Turma 4: de 19:00h as 22:00h

    2 BLOCO 2 (atividade monitorada)

    Ocorrero no mnimo duas vezes por semana, monitoradas por um professor monitor,

    at o incio do prximo BLOCO com o mestre santeiro. Sero oferecidas atividades de

    formao, como palestras, excurses de campo e visitas a museus.

    X INFRA-ESTRUTURA

    No local de trabalho haver todo o material necessrio, alguns pessoais e outros a

    serem compartilhados entre os mesmos alunos. Desde material de papelaria at

    ferramentas e madeira ser fornecido gratuitamente.

    Local iluminado e arejado gua, caf, suco, leite, lanche e bolachas Copos descartveis para caf e gua Guardanapos de papel 1 vassoura, p para lixo, lixeira e saco plstico. 10 bancadas de madeira, medindo 0,90cm de altura x 0,60cm de largura x 1,0m de comprimento 10 banquetas 30 cadeiras ou carteiras para as palestras em grupo 1 pequeno aparelho de som Cds de msica clssica barroca e clssica (Vivaldi, Mozart, Bach, Chopin, etc...). Lousa Giz e apagador 40 rguas de madeira 1 calculadora simples 32 Apostila Bsica de Escultura MATERIAL

  • Madeira para os trabalhos (cedro): 19,40 mts. lineares de 30 cm de largura x 4 cm espessura ou o 10 pranchas de madeira 40cm x 40cm x 3,5cm 77 pincis: -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 0, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 8, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 10, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 12, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 14, -11 tigre 815 cabo amarelo, quadrado, n 16, -11 tigre 815 cabo marrom, redondo, n. 00 ou 0. 20 garrafas plsticas de refrigerantes vazias 10 mts. de flanela 3 serrotes pequenos 4 pacotes de lixa para madeira amarela: -1 pacote n 100, -1 pacote n 120, -1 pacote n 150, -1 pacote n 220. 132 frascos pequenos de tinta Acrilex para madeira: -12 marrom, -12 azul turquesa -12 vermelho fogo -12 verde bandeira, -12 amarelo ouro, -12 amarelo pele, -12 amarelo cdmio, -12 preta, -12 laranja, -12 violeta, -12 branca. 15 escovas de lavar roupa, cerda de plstico. 26 escovas de dente mdia, em duas cores (13 de cada cor) 30 placas acrlica ou bandejas mdias de isopor 11 lts. de lcool 12 latas de cera incolor Inglesa ou Micro Cristal de abelha 11 latinhas de graxa Nuguete marrom 30 vidrinhos de purpurina dourada 10 vidros pequenos de betume 10 vidros de extrato de nogueira 10 vidros pequenos de goma laca 10 vidros de mordente

  • formes/goivos (comprimento total mnimo: 19 cm) -11 goivos retos de 3mm, -11 goivos retos de 5 ou 6mm, -11 goivos retos 10mm, -11 goivos retos de 12, 13 ou 14 mm, -01 goivo reto de 20mm, -01 goivo reto de 30mm, -11 goivos retos rasos de 11mm, -11 goivos angulados de 6mm, -11 goivos angulados de 10mm, -11 formes retos de 5mm, -11 formes retos de 7mm, -11 formes retos de 11 ou 12 mm, -11 formes retos de 20mm, -11 formes retos de 25mm, -01 formo reto 40mm, -11 gorchevisco conforme medida, -11 gorchevisco conforme medida um pouco maior. 2 caixas de pregos 18 x 30 2 caixas de pregos 17 x 21 2 caixas de pregos 15 x 15 8 martelos pequenos e 12 macetes 50 folhas de papel pardo 1 pacote de papel ofcio 1 caixa de papel carbono 3 caixas de folha de ouro 30 apontadores 30 pastas com elstico de 0,4 cm. de largura 30 etiquetas grandes 30 cadernos pequenos 30 borrachas mdias brancas 11 bisnagas de cola Super Bonder Loctite 11 frascos de cola branca Cascorez 10 rguas de 0,30cm 1 caixa de lpis preto 6 B 8 tesouras

    XI FORMAO/MOTIVAO

    1 - Excurses de campo sero organizadas para o melhor aprendizado, iniciando pelo

    reconhecimento do patrimnio da regio, expandindo as visitas ao Museu de Arte

  • Sacra de So Paulo, Museu Padre Anchieta e Pinacoteca do Estado. De acordo com as

    possibilidades podero ser organizadas excurses s vrias igrejas de Itu, dos

    jesutas em Embu, de Nossa Senhora da Escada em Guararema, e igreja da Ordem

    Terceira de Mogi das Cruzes.

    2 - Visando motivar toda a equipe, na primeira semana de agosto, ser organizada

    uma exposio e venda das obras do mestre santeiro e dos monitores do curso. Na

    mesma ocasio sero apresentados painis e vdeos para demonstrar as atividades

    dos alunos em fase de desenvolvimento.

    3 - Haver a primeira exposio dos trabalhos produzidos durante o curso, com a

    venda revertida ao autor da obra, por ocasio do aniversrio de So Miguel ou da

    inaugurao das obras de restauro de Capela. A combinar o local da venda, no caso

    de haver loja na Capela e a combinar com a Diocese o pagamento de comisso

    relativa venda de pea com motivos da Capela.

    XII CONTINUIDADE DO PROJETO

    1 - O projeto no se encerra com o final desta oficina. O santeiro deixar discpulos

    em So Miguel que sero agentes reprodutores da sua arte. Outros podero

    desenvolver estilo diverso para a criao de objetos decorativos e utilitrios. Os

    alunos mais destacados podero iniciar novos candidatos na arte escultrica,

    tornando-se monitores de outros cursos. Cabe lembrar que So Miguel sedia a

    Diocese, um Seminrio e encontra-se prximo a santurios e museus, podendo

    tornar-se um centro de criao de imaginria ou Escola de Santeiros e Entalhes,

    experincia nica na cidade de So Paulo.

  • 2 - Por tratar-se de alunos de baixa renda, a infra-estrutura das aulas ser utilizada

    para a seqncia de trabalhos dos alunos que queiram continuar com a sua

    produo, em horrios estabelecidos previamente.

    3 - Sabendo-se que o projeto constitui o embrio de uma escola de arte, este curso

    dever ser complementado, com aulas de policromia, entalhe de madeira com noes

    de anatomia para aperfeioamento da tcnica com outros santeiros, ou com o mesmo

    mestre santeiro que poder retornar esporadicamente para ensinar novos modelos.

    4 - A sugerida Escola de Santeiros e Entalhes, de acordo com a sua especificidade,

    poder atender encomendas de lojistas, colecionadores e decoradores, sabendo-se

    que os entalhes no sero sacros, exclusivamente.

    XIII AES PARA DAR SEQNCIA S ATIVIDADES

    - Convidar os alunos mais destacados para futuros monitores.

    - Organizar outros cursos na rea

    - Promover a divulgao dos trabalhos e do projeto

    - Oferecer assessoria para marketing

    - Conscientizar sobre a importncia do aperfeioamento da tcnica

    - Implantar estratgias para comercializao

    - Assessorar o estabelecimento de preos

    - Encaminhar o reconhecimento profissional, junto a Secretaria do Emprego e

    Valorizao do Trabalho, e a Superintendncia do Trabalho Artesanal nas

    Comunidades (SUTACO), da Secretaria de Cultura do Estado de So Paulo.

    XIV EQUIPE DE TRABALHO

  • Concepo do projeto, acompanhamento e coordenao: Dra. Roseli Santaella

    Stella.

    Mestre santeiro: Jos Mercs Paiva, santeiro natural de Mariana, MG, nascido

    em 1959, especialista em imaginria de estilo barroco, cuja obra est

    inspirada, principalmente, nos ornamentos da Catedral de Nossa Senhora da

    Assuno, a S de Mariana, entalhados por Francisco Xavier de Brito, um dos

    mestres de Aleijadinho. Ainda faz parte de sua formao as esculturas em

    pedra sabo de Aleijadinho existentes na Igreja de So Francisco de Assis e

    Nossa Senhora do Carmo. Em So Paulo, os trabalhos de Paiva encontram-se

    na loja do Museu de Arte Sacra. Um dos grandes admiradores e

    compradores das suas peas a Cia Vale do Rio Doce que presenteia os

    seus clientes especiais do Brasil e do exterior com as obras entalhadas por

    suas mos. Encontram-se em Portugal, Alemanha, Espanha, Frana, Itlia,

    Sua, Argentina, Japo e Estados Unidos, entre outros. O Papa Joo Paulo II

    foi presenteado pelo Bispo de Mariana com trs imagens de sua autoria, e

    Itamar Franco, ento governador do Estado, com uma imagem de Nossa

    Senhora do Carmo, padroeira de Mariana, por ocasio de sua visita oficial a

    cidade nas comemoraes do seu aniversrio. Tambm so de sua autoria as

    peas utilizadas pela Rede Globo, na mini-srie Aleijadinho, quando o

    personagem parecia entalhar as imagens. Sua especialidade so os entalhes

    de imagens sacras variadas, alm de anjos querubins e serafins, com

    instrumentos musicais, em colunas, medalhes e outras peas. A expresso

    alegre uma de suas caractersticas, classificadas como neo-barroco

    mineiro. Paiva comeou sua carreira artstica em 1983. Em 1988 conheceu

    Hlio Petrus, escultor internacionalmente conhecido, que o motivou a seguir

    a profisso e com quem trabalhou como ajudante at 1995. Alm da

    qualidade da obra de Paiva, o artista foi escolhido em funo de certas

    convergncias do seu meio com a histria de So Miguel. Basta lembrar que

    Frei Mariano da Conceio Veloso, natural de Mariana, atuou em So Miguel

  • na dcada de 1790, quando foi o responsvel pela reforma da Igreja. Dada a

    sua formao entre as obras barrocas existentes no seu meio, teve a

    sensibilidade para promover a reforma sem destruir a construo original,

    apenas acrescentando elementos que lhe conferem similitude com igrejas

    mineiras, como o posicionamento das janelas fronteiras, culo, coro, o

    plpito, altares laterais e altura da nave central. Este conjunto muito

    semelhante ao interior de certas igrejas barrocas do entorno de Ouro Preto,

    como a Igreja de Santo Antnio de Itatiaia, em Ouro Branco. Por outro lado,

    os trabalhos de restauro do altar da capela lateral da Igreja de So Miguel,

    sugerem o estilo barroco em sua pintura de cores fortes e traos marcantes.

    E no estgio final do curso trabalhar elementos decorativos deste estilo

    engrandecer a obra dos nossos futuros artistas, sabendo-se que a

    imaginria paulista nesse estilo pouco foi continuada.

    Professor monitor: Juarez Martins, residente em So Miguel, professor e artista

    plstico, com trabalho publicado no catlogo Um olhar sobre So Miguel, da

    Fundao Cultural Ita, com exposies individuais em espaos de destaque,

    como o Sesc Pompia.

    Professor monitor marceneiro: Jaime Olympio, residente em So Miguel,

    artista plstico e entalhador, marceneiro de mveis rsticos, participante da

    Feira Revelando So Paulo, entre outras, com exposies individuais em

    espaos de destaque, como a Assemblia Legislativa de So Paulo.

    Palestrantes:

    Prof. Dr. Percival Tirapeli, especialista em igrejas paulistas e barroco, do

    Instituto de Artes, da UNESP.

    Prof. Dr. Carlos Castro Brunetto, especialista em barroco brasileiro, do

    Departamento de Artes, da Universidade de La Laguna, Espanha.

  • O projeto ainda contar com o grupo de apoio da Fundao Tide SetUbal e do

    Conselho da Mulher Empreendedora (CME), Distrital So Miguel, da Associao

    Comercial de So Paulo).

    XV REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALVES, L. E. S. Governana e Cidadania Empresarial. RAE - Revista de Administrao de Empresas. Escola de Administrao de Empresas de So Paulo/Fundao Getlio Vargas. So Paulo, v.41, n.4, out/dez 2001. Seo Economia, p.78-86.

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