Projeto de Monografia Parque Estadual Ilha Anchieta (Final)
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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Escola de Museologia
Departamento de Estudos e Processos Museológicos – DEPM
Metodologia da Pesquisa Aplicada à Museologia
Parque Estadual Ilha Anchieta
Docente: Avelina AddorDiscente: Ana Luiza Castro do AmaralOrientadora: Ana Lúcia Siaines de Castro
Rio de Janeiro
Dezembro de 2009
1.) TEMA
Com a ampliação do conceito de espaço de memória, muitos locais
que já tiveram a condição de cárcere estão sendo devolvidos à sociedade
como espaços culturais. São abertos ao público de maneira que estes
interajam com o local a partir de exposições históricas. São exemplos
desses espaços os campos de concentração nazistas, como Bergen-Belsen
na Alemanha; as casas de câmara e cadeia, como o atual Museu da
Inconfidência na cidade de Ouro Preto - MG; e as ilhas prisões, como a Ilha
Grande.
Esse estudo tem como foco o Parque Estadual da Ilha Anchieta, uma
ilha prisão localizada no estado de São Paulo, no município de Ubatuba;
considerada, em sua inauguração no ano de 1908, o primeiro presídio de
segurança máxima do estado. A análise leva em conta a história do local
como espaço carcerário, incluindo uma grande rebelião que deu fim ao
presídio; verifica a ligação existente entre os atuais moradores e a ilha,
considerada espaço de memória; e discute como essa história é repassada
e divulgada aos espectadores e visitantes.
2.) JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA
Em 1977, a Ilha Anchieta se tornou Parque Estadual Ilha Anchieta,
administrado pelo Instituto Florestal de São Paulo. A partir desse momento
a ilha se voltou para o setor turístico valorizando a riqueza natural, com a
formação de trilhas para as suas diversas praias; e histórica, através da
exposição do presídio local.
Apesar de a ilha apresentar uma rica memória e gerar interesse por
parte de muitos; é ainda pouco explorada e desconhecida, até mesmo por
moradores das regiões próximas à Ubatuba.
Esse estudo, tendo como base a museologia com cunho social,
pretende avaliar esses interesses e trabalhar diretamente com os
moradores para aprofundar os conhecimentos sobre a história local, a partir
de pesquisa documental e análise da memória oral e escrita.
A análise da memória resgatada e a forma como ela é divulgada
constituem o objeto de interesse do trabalho, que visa principalmente a
fidelidade da história.
3.) OBJETIVOS
3.1.) Geral
Avaliar os documentos existentes sobre os episódios mais
importantes da história da Ilha, seu passado e a reutilização do local como
ponto turístico. Avaliar se essa nova atividade significa uma perda da
história e do valor simbólico do espaço de opressão existente no período
prisional.
3.2.) Específico
3.2.1) Utilizar os conceitos da museologia com cunho social e da memória
como instrumentos de preservação histórica, para que a divulgação da
história oficial não prevaleça. Estabelecer um paralelo com o presídio da
Ilha Grande, que apresenta uma história e situação similar.
3.2.2) Analisar a documentação da época, dos personagens envolvidos
para ganhar uma revisão do papel de cada um na história. Verificar como a
ilha se tornou um espaço prisional e como o Estado reagiu frente a essa
responsabilidade.
3.2.3) Avaliar a transformação do espaço prisional em ponto turístico,
levando em conta os conceitos de turismo cultural, para que a história não
se torne esquecida.
4.) CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
O estudo tem caráter interdisciplinar e apresenta como principal área
de discussão a Museologia. Porém, outras áreas também podem ser
vinculadas ao assunto, como a História, o Turismo e a Antropologia Social.
5.) HIPÓTESES
5.1) Gerais
Até que ponto os órgãos administrativos da Ilha Anchieta promovem
e divulgam a história e memória local?
5.2.) Secundárias
Como a memória local é absorvida, reconhecida e repassada pelos
visitantes da ilha?
6.) PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Análise de textos museológicos, para criar uma base teórica sobre a
discussão temática;
Coletar o depoimento de pessoas envolvidas com a Ilha Anchieta e
sua história, tendo a História Oral como suporte, a partir de técnicas
pioneiramente utilizadas pela FGV;
Pesquisar documentos da época correspondentes à história.
7.) CRONOGRAMA
Março de 2010 - Início do projeto;
Março a Julho de 2010 - Levantamento bibliográfico e pesquisa
histórica;
Julho a Agosto de 2010 - Análise dos depoimentos;
Agosto a Novembro de 2010 – Análise do material documental;
Dezembro de 2010 - Conclusão do projeto.
8.) BIBLIOGRAFIA PRELIMINAR COMENTADA
AMARAL, Eduardo Lúcio Guilherme. Reflexão sobre o papel
educativo do museu. Fortaleza: Ver. Humanidades, v.18, n.1, p.9-16,
2003.
Refletir sobre a função educativa dos museus e as demais
instituições geradoras de conhecimento. E avaliar o diálogo existente
entre as instituições disseminadoras de informação e seu “espectador”.
CASTRO, Ana Lúcia Siaines de. Museu e turismo: uma relação
delicada. ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIENCIA DA
INFORMACAO, 8., 2007, Salvador. Anais. Salvador: UFBA, 2007.
Discutir a relação entre o conceito de museu como espaço
social e turismo cultural. Analisando o fator de guardião da
cultura material da humanidade dos museus e a vertente social
do turismo, para assim evitar conflitos de interesses entre a
preservação do patrimônio cultural e as demandas turísticas.
CASTRO, Ana Lúcia Siaines de. Memórias clandestinas e sua
museificação. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
Trabalhar o conceito de memória a partir de um resgate do passado,
conceituando a memória clandestina. E avaliar essa memória
contextualizada no período da ditadura militar brasileira.
DIAS, Benedito Nunes. Motim da Ilha – Episódios Policiais. São
Paulo: Soma, 1984.
Relato histórico detalhado sobre o grande acontecimento da ilha, o
levante de 1952, que promove uma base histórica rica sobre o objeto de
estudo, a Ilha Anchieta.
OLIVEIRA, Samuel Messias de. Ilha Anchieta Rebelião, Fatos e
Lendas. São Paulo: Ed. São Benedito, 2000.
Base histórica com foque na rebelião que ocorreu na ilha em 20 de
Junho de 1952. Análise da história a partir de depoimentos de pessoas
que tiveram contato ou presenciaram o acontecimento.