Projeto +60: Pesquisa SABE
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Instituto Tellus Projeto 3º Idade | Biblioteca de São Paulo | Fase 2 - Entender | 13/03/2012 1
O projeto SABE (Saúde, bem-‐estar e envelhecimento) foi coordenado pela Organização Pan-‐Americana de Saúde.
Tem o objeEvo de coletar informações sobre as condições de vida dos idosos (60 anos e mais) residentes em áreas urbanas de metrópoles de sete países da América LaEna e Caribe -‐ entre elas, o Município de São Paulo -‐ e avaliar diferenciais de coorte, gênero e socioeconômicos com relação ao estado de saúde, acesso e uElização de cuidados de saúde.
A primeira foi feita em 2000 e a segunda em 2006.
Para saber mais: www.fsp.usp.br/sabe/
SABE (SAÚDE, BEM-ESTAR E ENVELHECIMENTO)
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• Na pesquisa, 4 aspectos estruturais das redes sociais de apoio aos idosos foram examinados: 1-‐a freqüência de contatos, 2-‐a diversidade desses, 3-‐o status de coabitação (se vive só ou não) e 4-‐a situação conjugal:
1 -‐ Mulheres de 80 anos ou mais apresentam chances significaEvamente maiores de ter baixa freqüência de contatos sociais, enquanto nos homens a idade não mostrou exercer influência alguma sobre o número de relações.
2 -‐ Quanto à diversidade das redes sociais , as mulheres demonstraram uma baixa expressiva no número a parEr dos 75 anos de idade.
3 -‐ A faixa etária mostrou efeito significaEvo sobre o fator status de coabitação. Os pesquisadores apontam que as chances de “morar só”, entre as mulheres, são semelhantes em todas as idades, enquanto que, para os homens, a mesma condição é maior e aumenta gradaEvamente de cerca de três a quatro vezes, conforme aumenta a idade.
4 -‐ As chances de se encontrar um idoso acima de 80 anos “não casado” é bem maior, se comparada com os de 60 anos, e as mulheres dessa faixa etária mostraram 1,5 chances a mais de estar nessa condição do que os homens.
5 -‐ As melhores condições nas redes sociais foram observadas nos menores patamares de renda e as piores entre os mais velhos e os ‘não-‐casados’.
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Vida Social e o idoso:
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6 -‐ Para as mulheres, as chances de estarem “não casadas” aumentaram significaEvamente quanto pior era o seu nível educacional. 7 -‐ “Morar só” aumenta significaEvamente as chances de não ocorrerem as trocas sociais e com isso diminuir o apoio funcional. 8 -‐ Os indivíduos com status de “solteiro”, “separado/divorciado” e “viúvo” apresentaram baixas freqüências de ajudas recebidas, assim como de proporcionadas. 9 -‐ Entre as mulheres, exceto as mais jovens no grupo avaliado, todas demonstraram maiores necessidades de obter mais ajuda e a renda costuma afetar os auxílios recebidos, sendo as de nível de rendimento menor aquelas que recebem mais subsídios. 10 -‐ Idosos que foram classificados em níveis de rendas mais baixos apresentam, por um lado, maiores chances de apresentarem piores níveis de integração social (poucos contatos diversificados) e por outro lado, menores chances de estarem na condição de ‘morar só’ e de apresentarem baixas freqüências de apoio funcional.
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Vida Social e o idoso:
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• A maioria dos idosos (32,5%) vive com sua família de procriação (Cônjuge + filho(s), Cônjuge + filho(s) +genro/nora, somente com filho(s)). Reforçando a importância dessa no cuidado dos mesmos.
• 20% dos idosos vivem somente com o cônjuge. Na maioria das vezes, o cônjuge também é idoso ou muito próximo dessa faixa etária e o seu potencial de auxílio pode estar limitado.
• Outro dado preocupante foi o conEngente de idosos vivendo sós (13,1%), pois esse arranjo ocupou o quarto posto. Em 2006 cresceu para 15,9%. As mulheres moram, proporcionalmente, mais sós que os homens.
• O s homens co-‐residem mais com cônjuge e/ou filho(s) ou somente com cônjuge. • Em decorrência desta realidade, existe um maior potencial de ajuda para os homens
que para as mulheres. • As idosas, por sua vez, são mais acolhidas em arranjos trigeracionais (igual à família
de procriação mais os netos), que correspondem a (18,9%), talvez por poderem colaborar nas funções familiares como, por exemplo, o cuidado dos netos.
• Co-‐residir com cuidador contratado ocupou a úlEma posição (4,3%), demonstrando ser a família o principal recurso disponível para atender às demandas dos idosos
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Vida Social e o idoso:
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• As principais razões para o idoso aceitar residir em uma ILPI (Residência em InsEtuições de Longa Permanência para Idosos) foram: falta de opção ou opção de terceiros (39,7%), ausência de um cuidador no caso de ser dependente (17,5%) e incapacidade ou falta de desejo da família em assisE-‐lo (15,9%). Já 14,3% deles referiram que fariam essa opção para ter companhia ou ficar próximo de pessoas da mesma idade.
• Entre os que não aceitariam morar em uma ILPI as principais razões citadas foram acreditar que estas oferecem um tratamento inadequado (27,6%) e caber à família o cuidado das pessoas mais velhas (17,2%) (NERI, 2007).
• A família, em especial os filhos co-‐residentes, representam o maior potencial de ajuda para as pessoas idosas (SAAD, 2004).
• Os homens costumam ter uma rede de suporte menor e contato mais distante com filhos e outros membros da família. Quando viúvos, pode ocorrer um maior enfraquecimento nos contatos familiares e conseqüente diminuição do apoio social (ARBER, 2004; DAVIDSON, 2000).
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• Às mulheres é atribuído o papel de cuidar do cônjuge, pais, outros parentes idosos e de filhos e netos, o que ocasiona um maior ônus tsico, psíquico e social (NERI, 2007).
• Entre as mulheres, observa-‐se uma rede de suporte social mais ampla, além de maior facilidade no desenvolvimento de novas relações de amizade.
• Percebe-‐se um processo já muito discuEdo e preocupante de feminização da velhice. Tal fenômeno resulta da maior longevidade das mulheres, em especial nos estratos mais longevos.
• Os problemas sociais, econômicos e de saúde dos idosos são, em grande parte, os das mulheres idosas. Ao se tornarem viúvas, têm maior dificuldade em contrair novo matrimônio, geralmente apresentam menores níveis de instrução e renda, maior freqüência de queixas de saúde e mais condições incapacitantes, por essa razão, parte delas necessita de auxílio durante uma grande parte de sua velhice (CAMARANO, 2004; SANTOS, 2003).
• Segundo Neri (2007), a percepção da velhice entre jovens e idosos está associada principalmente a aspectos negaEvos (90% e 88%, respecEvamente).
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• Quanto maior a faixa etária, mais ajuda funcional o idoso precisa. Esta situação se agrava para as mulheres.
• Quanto maior a faixa etária, maior a tendência do idoso piorar a qualidade da sua rede social de apoio, isto é, de viver só, de diminuir a frequência de contatos sociais e a diversidade destes contatos.
• Portanto, quanto mais o idoso avança na idade mais ele precisa de ajuda funcional e menor é a chance dele obtê-‐la.
• Quanto melhor a qualidade da rede social de apoio do idoso, mais ajuda ele receberá.
• O idoso precisa de ajuda para construir e manter suas redes sociais de apoio. • É fundamental criar condições (aEvidades, ambiente, etc.) para que eles tenham
uma maior freqüência de contatos sociais, diversidade desses contatos e encontrem companheiros.
• Importanvssimo envolver e pensar na família neste processo, em especial os filhos, pois é o principal recurso disponível para atender às demandas dos idosos.
• É preciso considerar que existe uma tendência de aumento na já grande quanEdade de idosos morando sozinhos no Município de São Paulo (já de 15,9% em 2006).
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Vida Social e o idoso, Aprendizados:
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Incapacidade Funcional e o idoso:
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• A limitação de aEvidades é bastante importante no idoso e o conjunto "artrite/reumaEsmo/artrose" é um dos principais responsáveis por esse quadro.
• Neste estudo, 22,1% informaram ter muita limitação e 40,5% pouca limitação, somando 62,6% com algum Epo de limitação, dentre aqueles que referiram "artrite/reumaEsmo/artrose".
• A maioria dos idosos, 80,7%, não apresenta limitações funcionais que impeçam o seu auto-‐cuidado nas ABVDs (AEvidades Básicas de Vida Diária).
• 26,5% dos idosos apresentaram dificuldades no desempenho das AIVDs (AEvidades Instrumentais de Vida Diária), que se relacionam com a parEcipação efeEva do idoso na comunidade.
• Segundo Nóbrega (1999), a aEvidade tsica regular melhora a qualidade e a expectaEva de vida do idoso. Promove também o aumento da massa muscular, a melhora do equilíbrio e da marcha, a redução do peso corporal, a melhora da auto-‐esEma e da autoconfiança, entre outros.
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Incapacidade Funcional e o idoso:
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• Dificuldades no desempenho das AIVDs (AEvidades Instrumentais de Vida Diária) implica mais em uma redistribuição de tarefas entre os membros familiares (como alguém para ir fazer compras ou auxiliar nas tarefas domésEcas) ou de outras pessoas que atuem como elo de ligação entre eles e seu entorno social.
• Isso é mais acentuado entre as mulheres de ambas as faixas etárias analisadas e pioram expressivamente para ambos os sexos na velhice avançada, contribuindo para o afastamento do idoso do convívio social e conseqüente tendência ao isolamento.
• Esses dados reforçam a já conhecida relação hierárquica de perda de habilidades funcionais que ocorre fisiologicamente no envelhecimento e que se direciona, normalmente, das AIVDs (AEvidades Instrumentais de Vida Diária) para as ABVDs (AEvidades Básicas de Vida Diária).
• InconEnência urinária e fecal causam forte impacto na qualidade de vida do idoso e na de seus familiares. Tais ocorrências influenciam de modo relevante o desempenho de aEvidades sociais gerando maior isolamento e conseqüente depressão.
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Incapacidade Funcional e o idoso:
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• A maioria dos idosos sente algum Epo de limitação para desempenhar aEvidades, principalmente em decorrência de "artrite/reumaEsmo/artrose". Por isso, ele pode levar mais tempo na execução das tarefas e até evitar certas aEvidades.
• Portanto, é necessário oferecer equipamentos, espaços e serviços que minimizem os esforços e estresses desnecessários.
• Também é fundamental criar um clima de não julgamento e de não constrangimento, evitando, por exemplo, supor que “ele é preguiçoso, mimado” ou “está exagerando para ter atenção” e “ele faz assim pra ter favores”.
• Uma quanEdade considerável de idosos tem alguma dificuldade em desempenhar as AEvidades Instrumentais de Vida Diária, o que favorece o afastamento do idoso do convívio social e conseqüente tendência ao isolamento.
• Oferecer instrumentos que facilitam e ajudam o idoso (ou seus familiares e cuidadores) a desempenhar suas aEvidades instrumentais é um excelente caminho para fidelizar o idoso e contribuir para o seu bem-‐estar.
• EsEmular o idoso a uElizar e exercitar o corpo de forma apropriada, sem pressioná-‐los, constragê-‐los e inibí-‐los.
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Incapacidade Funcional e o idoso:
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• Dados da presente invesEgação, demonstram que apenas uma pequena parcela dos idosos idenEficados como tendo sintomas depressivos, leves ou graves, referiu o uso de medicação anEdepressiva, provalvemente porque a depressão em idosos ainda é pouco diagnosEcada.
• Algumas condições podem alterar a percepção das pessoas em relação à sua saúde. Idosos sem escolaridade se auto-‐avaliam como tendo uma saúde regular ou má 1,2 vezes maior do que aqueles com 7 a 12 anos de estudo.
• A presença de incapacidade parece ser um fator determinante na auto-‐avaliação de saúde. Ter, pelo menos, uma incapacidade para as aEvidades básicas de vida diária, reduz à metade a disposição de considerar a sua saúde muito boa ou boa.
• Outros encontraram que divorciados/separados apresentam piores condições de saúde que os casados e isso se repete entre os homens solteiros, quando comparados aos casados.
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Saúde e o idoso:
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• Além das doenças, outros agravos tais como as quedas consEtuem uma importante ocorrência nos idosos (62,9% já Everam queda) sendo que elas têm como principal conseqüência as fraturas, em parEcular do fêmur (colo ou outras partes). As fraturas nos idosos podem levar a vários Epos de complicações, parEcularmente pós-‐cirúrgicas, e têm como conseqüências a imobilidade, isolamento, incapacidade e morte.
• Em relação à saúde bucal dos idosos, menos de 1% deles tem todos os dentes. O amplo emprego de vários Epos de próteses dentárias parece contribuir para minimizar os efeitos da muElação e para uma autopercepção posiEva das condições bucais.
• A quase totalidade dos idosos se considerou bem nutrida (90,0%).
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Saúde e o idoso:
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Saúde e o idoso:
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• Quanto mais sozinho, mais idade, menor escolaridade e mais incapacidades tem um idoso, mais chance este idoso tem de considerar sua saúde ruim.
• A maioria dos idosos sente alguma dor crônica, isto é, está sempre com uma sensação de desconforto.
• Quanto mais um idoso considera sua saúde ruim, mais ele tende a se isolar e evitar trocas sociais. Entender isto é importante para criar ambientes e serviços acolhedores e que, na medida do possível, possam ir até o idoso.
• É fundamental procurarmos minimizar as chances de um idoso cair ou de se machucar.
• Pra isto, temos que oferecer espaços e condições para que ele se sinta seguro (sinta que as chances de cair ou se machucar são baixas) e confortável (minimizem suas sensações de desconforto e constrangimento).
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Saúde e o idoso, Aprendizados:
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• Com relação à situação laboral e de renda, observa-‐se que, em 2000, 28,6% dos idosos ainda trabalhavam, tendo diminuído, esse conEngente, em 2006, para 22,6%.
• Em termos proporcionais, as pessoas de 60-‐64 anos de idade respondem por 45% da população idosa economicamente aEva, o grupo de 65-‐69 anos, por 25%, e os acima de 70 anos, pelos demais 30%.
• Atualmente, a questão preponderante em relação à velhice está, portanto, relacionada ao equilíbrio entre as necessidades e as exigências mínimas dos idosos e a capacidade assistencial disponível para atendê-‐las, em nível familiar ou coleEvo, pois, nessa fase da vida, tais aspectos adquirem caracterísEcas especiais.
• As condições econômicas refletem-‐se no seu acesso aos serviços de saúde, pois entre os mais pobres são observados os piores indicadores de saúde e de capa-‐ cidade funcional.
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Renda e o idoso:
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Renda e o idoso:
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• Considerar que a maioria dos idosos ganha menos do que 2 salários mínimos e não trabalha de forma remunerada.
• Quanto mais a BSP puder oferecer serviços e produtos que se conectem com os de outras insEtuições (principalmente de áreas complementares, como saúde, transporte, assistência social, etc.), que os oferecem também de forma gratuita, maior será o impacto gerado e relevância do que for oferecido.
• Qualquer coisa que o idoso puder economizar de dinheiro, tempo e esforço, será de grande ajuda para ele. Pois estes recursos são escassos para a maioria deles.
• Pensar em aEvidades que ajudem o idoso a se capacitar para o mercado de trabalho e empreendedorismo, de forma que ele possa complementar sua renda. Pois a maioria dos idosos possue pessoas que ainda dependem da sua renda.
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Renda e o idoso, Aprendizados:
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www.tellus.org.br
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