PROGRAMA DE TUTORADO - ULisboa · Resultado das reuniões com os Coordenadores de Licenciatura, a...
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PROGRAMA DE TUTORADO
Relatório Final de Avaliação 2004-2005
Luís Lourenço (GEP)
Marta Pile (Coord. GEP) Isabel Gonçalves (Coord. NAP)
Janeiro de 2006
PROGRAMA DE TUTORADO
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ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................................3
2. DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA .........................................................................................4
2.1 ACÇÕES DESENVOLVIDAS 2004/05 ......................................................................................5
Apresentação do Programa ..............................................................................................................5
Reuniões com os Coordenadores de Licenciatura ...........................................................................5
Reuniões de Acompanhamento e apoio aos Tutores .......................................................................7
3. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA ........................................................................................................8
3.1 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO...........................................................................................8
3.2 ASPECTOS POSITIVOS ........................................................................................................10
Identificados pelos Tutorados .........................................................................................................10
Identificados pelos Tutores .............................................................................................................10
Identificados pelo GEP/NAP ...........................................................................................................11
3.3 ASPECTOS A MELHORAR ....................................................................................................12
Identificados pelos Tutorados .........................................................................................................12
Identificados pelos Tutores .............................................................................................................13
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................14
3.5 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA: ANÁLISE DE INDICADORES QUANTITATIVOS ..................17
4. PROPOSTA DE MONITORIZAÇÃO/TUTORADO 2005/2006 .......................................................18
4.1 LICENCIATURAS PREVISTAS NA PARTICIPAÇÃO DO PROGRAMA EM 2005/06..............20
4.2 ORGANIZAÇÃO E ETAPAS DO PROGRAMA........................................................................21
Divulgação aos Tutores ..................................................................................................................21
Divulgação aos estudantes .............................................................................................................21
4.3 ESTRUTURA ORGANIZATIVA DO PROGRAMA...................................................................21
Atribuições funcionais .....................................................................................................................22
4.4 FUNCIONAMENTO ................................................................................................................23
4.5 AVALIAÇÃO............................................................................................................................23
5. ANEXOS.........................................................................................................................................25
ANEXO I - BROCHURA PARA TUTORES .........................................................................................25
ANEXO II - CONCLUSÕES DO INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO.................................................27
ANEXO III - CONCLUSÕES DAS ENTREVISTAS AOS TUTORES E TUTORADOS.........................31
ANEXO IV- INQUÉRITO AOS TUTORADOS .....................................................................................35
PROGRAMA DE TUTORADO
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“Procuramos que as nossas reuniões conjuntas com os alunos decorram em ambiente
informal para que estes se sintam à vontade e, na medida do possível, exponham as
questões que os preocupam sobre a sua vivência no IST.”
Tutor LEEC
Nota Introdutória
O presente relatório de Avaliação do Programa de Tutorado, está organizado em duas partes
centrais. Na primeira apresenta os principais resultados da avaliação do Programa no ano
lectivo 2004/05 e, numa segunda parte desenvolve uma proposta de estrutura e planeamento
de continuação do Programa para o ano lectivo 2005/06.
Explicitando melhor cada uma das partes, na primeira parte do relatório começa-se por fazer
uma breve conceptualização do Programa. Sucedendo-se a apresentação das principais
acções desenvolvidas em 2004/05. No ponto seguinte, são identificados os instrumentos de
avaliação, assim como os resultados da avaliação do Programa. Na penúltima parte, expõe-
se algumas propostas de desenvolvimento e melhoramento do Programa para 2005/06 e
terminamos o relatório com os anexos das principais conclusões dos diferentes documentos
produzidos.
1. INTRODUÇÃO
O sistema de ensino tradicional centrado no docente, sustentado no fraccionamento do
conhecimento, apresentado em disciplinas em que o estudante é um sujeito passivo e
receptivo, constitui um obstáculo para conseguir um sistema de ensino mais flexível, mais
adequado à realidade dos nossos dias.
O Tutorado poderá constituir-se como sistema facilitador da implementação, precisamente de
um sistema de ensino mais flexível, em que o estudante é visto como uma entidade
autónoma, capaz de gerir, por si mesma, a aquisição de conhecimentos.
O Tutorado poderá dar um contributo importante na promoção de um sistema de formação
integral dos estudantes, permitindo a este último superar dificuldades académicas, melhorar
as suas potencialidades, a sua capacidade crítica e inovadora e também promover o seu
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desenvolvimento humano. Nos últimos anos, o Tutorado poderá ainda auxiliar o estudante a
transitar para o mundo do trabalho de forma mais flexível e responsável.
O objectivo geral do Tutorado é o de formalizar e estabelecer um contacto permanente e
formal entre o docente e o aluno, ao longo do seu percurso académico; esta relação
fundamentar-se-á na identificação e prossecução dos objectivos académicos do estudante,
definindo-se claramente a responsabilidade deste último numa perspectiva de autonomia e
de estabelecimento de uma identidade própria. A Tutoria académica tem ainda como
objectivo ajudar o estudante a aprofundar o conhecimento que tem de si mesmo, a tomar
decisões sobre o seu projecto académico, planificando o seu desenvolvimento profissional,
para além de se constituir como motor de promoção de uma melhor qualidade do ensino no
IST.
Os objectivos específicos incluem:
Orientar os estudantes nas suas tarefas académicas, nas aulas e fora destas;
Propiciar nos estudantes o interesse pelo desenvolvimento de actividades de
investigação;
Promover as relações interpessoais e de grupo, numa base de tolerância e respeito
pelas ideias e pelas pessoas;
Identificar os “pontos fortes” e os “pontos fracos” do estudante;
Aconselhar o estudante e responder a questões relativas às disciplinas e áreas de
estudo da sua licenciatura;
Encorajar o estudante em épocas mais frustrantes do ponto de vista académico;
Informar a coordenação de licenciatura/coordenação do Tutorado sobre os
progressos e dificuldades do estudante;
Procurar obter o feedback do estudante em relação ao Tutorado.
2. DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA
O Programa de Monitorização/Tutorado, com o actual formato, teve início em Setembro de
2003, com a apresentação do processo a todas as Licenciaturas em funcionamento no ano
lectivo de 2003/2004, com vista ao acompanhamento do percurso escolar dos alunos
inscritos no 1º Ano, prevendo-se a extensão, nos anos lectivos seguintes, aos restantes anos
curriculares (2º, 3º, 4º e 5º).
Desenvolvido no âmbito das actividades do GEP e do NAP, o Programa foi apresentado pelo
Conselho Pedagógico em reuniões individuais com as Comissões Pedagógicas das várias
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Licenciaturas do IST, no início do 1º semestre, tendo sido distribuída documentação sobre os
pressupostos do Programa e respectiva aplicação.
As motivações que levaram ao desenvolvimento deste Programa são referidas na brochura
de apresentação do mesmo (ver Brochura em Anexo I) e decorrem essencialmente da
constatação de um incremento do fosso entre o ensino secundário e o ensino superior, no
que diz respeito não só aos métodos de estudo e dinâmica de trabalho, mas também à
crescente complexidade curricular dos cursos de Licenciatura, que justificam uma orientação
académica dos seus Alunos de modo a que se possa canalizar com êxito o seu percurso na
Universidade.
Por outro lado, um acompanhamento regular do seu desempenho escolar permite uma
identificação precoce de situações que podem, de algum modo, contribuir para o aumento do
insucesso escolar no IST. Elucidativos destas situações são os resultados apurados para
2003/2004 em que, por exemplo, e para os alunos ingressados (1ª vez), os níveis médios de
reprovação nas disciplinas variaram entre os 10% e os 80%, e as taxas de abandono
(internas e externas) variaram entre os 4% e os 30%, consoante a Licenciatura em causa.
2.1 ACÇÕES DESENVOLVIDAS 2004/05
O Programa, desde o seu início, encontrou vários níveis de adesão e diferentes níveis de
desenvolvimento de acordo com os recursos disponíveis em cada Licenciatura. No lectivo de
2004/05, as principais actividades acções desenvolvidas foram:
Apresentação do Programa
Apresentação do Programa, em Setembro e Outubro de 2004, pelo Conselho Pedagógico, às
Comissões Pedagógicas das Licenciaturas do IST, com o objectivo de sensibilizar os seus
membros para a importância do desenvolvimento destas iniciativas, com vista à promoção do
desempenho académico dos estudantes.
Reuniões com os Coordenadores de Licenciatura
Promoção de reuniões, no inicio do 2º semestre (Maio a Julho de 2005), com os
Coordenadores de Licenciatura, com o objectivo de trocar impressões sobre as experiências
de Monitorização/Tutorado em curso, bem como indagar das possibilidades e necessidades
de outras licenciaturas em desenvolver este Programa no ano lectivo 2005/06.
Para além destes objectivos, pretendia-se distribuir pessoalmente as grelhas de
monitorização do percurso escolar dos alunos, de cada uma das Licenciaturas, mesmo as
que não aderiram ao Programa.
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Salienta-se que nestas reuniões participaram, para além dos colaboradores do GEP e do
NAP, representantes de 17 dos 211 cursos de Licenciatura oferecidos pelo IST em 2004/05.
Praticamente todos os Coordenadores que participaram nestas reuniões mostraram
interesse em desenvolver este Programa nas suas Licenciaturas.
Lic. Data da reunião Coordenador que participaram
LEAN 18 Março Nuno Fonseca (em representação do Coord.) LEC 4 Maio Helena Margarida Ramos Ferreira LEBiom 12 Maio Maria Teresa Stadler LEGM 16 Maio Maria Amélia Dionísio LEGI 18 Maio Ana Barbosa Póvoa LEEC 23 Maio Isabel Cacho Teixeira LEMat 20 Junho Maria de Fátima Reis Vaz LMAC 20 Junho José de Sousa Ramos LEAmb 20 Junho Julio Maggiolly Novais LEM 21 Junho A. Alexandre (em representação do Coord.) LERCI 21 Junho Rui Rocha LEIC 21 Junho Paulo Ferreira LEIC-TP 21 Junho Rui Rocha LET 27 Junho Jorge Manuel Baptista e Silva LEB 27 Junho Isabel Leite de Almeida LEQ 04 Julho José Madeira Lopes LQ 04 Julho Maria Matilde Marques
Em 2004/05 o GEP+NAP tiveram conhecimento e acompanharam o funcionamento do
Programa em 4 Licenciaturas (LEGM, LEEC, LEGI, LEAN).
Resultado das reuniões com os Coordenadores de Licenciatura, a Coordenadora de LEMat informou, na reunião do dia 20 de Junho do corrente ano, que a Licenciatura tinha avançado
com o Programa em 2003/04 e no em 2004/05 continuou com esta iniciativa. Por esse motivo
em relatórios anteriores e análises de avaliação sobre o Programa nunca esteve
contemplada esta Licenciatura. Também, a Representante do Coordenador da LEM
informou, no âmbito destas reuniões, que a Licenciatura tinha avançado com o Programa em
2004/05, e também neste caso o GEP+NAP apenas tiveram conhecimento nesta reunião,
pelo que em relatórios anteriores e análises de avaliação sobre o Programa nunca veio
contemplada esta Licenciatura.
Em suma, de acordo com o feedback dos representantes destas licenciaturas (quadro
anterior) parece-nos que acções desenvolvidas nestas licenciaturas - LEMat e LEM,
apresentaram um carácter mais informal, face às restantes, pelo que, até ao momento não
1 Saliente-se que o IST no ano lectivo 2004/05 dispõe de 23 Licenciaturas. No entanto, a LEMG e a LCI apenas têm alunos pré-finalistas e finalistas, pelo que não consideramos estas Licenciaturas no âmbito deste Programa.
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dispomos de dados de avaliação. Refira-se ainda que o trabalho desenvolvido não contou
com o apoio do GEP/NAP.
Refira-se que 4 Licenciaturas não mostraram interesse, não tendo respondido ao e-mail
enviado pelo GEP para o agendamento e realização das reuniões:
Lic. Coordenador LEFT Jorge Venceslau Comprido Dias de Deus LEAero Luís Manuel Braga da Costa Campos LA Teresa Frederica Tojal de Valsassina Heitor LEE Moisés Simões Piedade
Relativamente ao Coordenadores que estiveram presentes, alguns propuseram ligeiras
adaptações na forma de actuação para melhor atender à especificidade de cada Licenciatura
nomeadamente referiram que iriam de imediato providenciar diligências com base na
informação divulgada pelo GEP (grelhas de monitorização), com o objectivo de perceber os
motivos do insucesso escolar verificado nas respectivas Licenciaturas, de modo a que as
actuações futuras pudessem contemplar alguns dos aspectos críticos identificados no ano
lectivo de 2004/05.
Reuniões de Acompanhamento e apoio aos Tutores
O GEP, e particularmente o NAP, foram desenvolvendo reuniões com os Tutores e
Coordenadores das Licenciaturas que desenvolveram o Programa no ano lectivo 2004/05:
Lic. 1ºSemestre 2ºSemestre LEGI 26 Outubro 16 Junho LEEC 11 Janeiro (1º ano:Manhã; 2ºano: Tarde) 11 Junho (1º ano: Manhã; 2ºano: Tarde) LEAN 18 Março Várias no decurso do semestre LEGM 11 Novembro Várias no decurso do semestre
Para além destas reuniões de carácter mais formal, os Tutores foram desenvolvendo
contactos isolados com o NAP, sempre que necessitaram de ajuda para a resolução de
problemas com os seus Tutorados; por outro lado, contactaram com o GEP, sempre que
necessitaram de indicadores e estatísticas ou qualquer outra informação relativa ao
desempenho dos Tutorados.
PROGRAMA DE TUTORADO
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3. AVALIAÇÃO DO PROGRAMA
3.1 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Antes de entrar neste capítulo da avaliação do programa importa descrever o modo como se
processou a recolha da informação apresentada, assim como, referir que o Programa nesta
fase, para além dos promotores (GEP+NAP) teve a colaboração activa de 4 alunas da
Licenciatura em Ciências da Educação da FPCE da Universidade de Lisboa, que solicitaram
a nossa cooperação para a realização de um trabalho de campo na área das Tutorias, e que
por sua vez se disponibilizaram a colaborar na avaliação.
A avaliação do Programa por parte dos Tutorados apoiou-se em três fontes de informação:
Inquérito por Questionário2, Entrevistas Semi-Directivas3 e Feedback dos Tutores (avaliação
indirecta). Constituíram-se como uma mais valia e um contributo importante para ajudar à
avaliação e melhoria de diferentes aspectos do Programa.
Os dados recolhidos através de um inquérito por questionário (ver Anexo IV) foram
efectuados por telefone, durante o mês de Julho, a todos os alunos das Licenciaturas que
desenvolveram4 o Programa:
Licenciatura Ano Ano
Ingresso
Pop.
(N) IC NC P
Amostra
Teórica (n)
Amostra
Teórica (%)
Amostra
Obtida
(n)
Amostra
Obtida
(%)
LEEC 1Àano 2004 248 ~5 95 0,50 130 52,4 66 26,6
LEEC 2Àano 2003 198 ~5 95 0,50 115 58,1 81 40,9
LEGM 1Àano 2004 11 11 100,0 6 54,5
LEGM 2Àano 2003 14 14 100,0 9 64,3
LEGM 3Àano 2002 10 10 100,0 7 70,0
LEGI 1Àano 2004 41 41 100,0 25 61,0
LEGI 2Àano 2003 35 35 100,0 20 57,1
LEAN 1Àano 2004 19 19 100,0 15 78,9
LEAN 2Àano 2003 10 10 100,0 8 80,0
LEMAT 1Àano 2004 13 13 100,0 13 100,0
LEMAT 2Àano 2003 8 8 100,0 4 50,0
LEM 1Àano 2004 130 ~5 90 0,50 89 68,5 20 22,4
Total 737 495 67,2 274 55,3
2 Com o objectivo de não sobrecarregar o Relatório apresenta-se em Anexo II as principais conclusões do Inquérito por questionário, realizado aos Tutorados. SALIENTA-SE QUE A ANÁLISE AO INQUERITO ENCONTRA-SE DISPONÍVEL NO ENDEREÇO: http://gep.ist.utl.pt/html/tutorado/ 3 Com o objectivo de não sobrecarregar o Relatório apresenta-se em Anexo III as principais conclusões das entrevistas realizadas aos Tutores 4 Refira-se ainda que foram inquiridos mais 37 alunos da LEMat - 1º e 2º ano (17 alunos) e LEM - 1ºano (20 alunos), com o objectivo de averiguar o grau de satisfação com o Programa por parte destes alunos. No entanto foi-se constando, ao longo do processo de inquirição, o elevadíssimo desconhecimento por parte dos alunos face ao Programa - cerca de 70% dos 37 alunos, sendo que deste grupo de inquiridos somente 1 aluno referiu ter participado no programa, condição fulcral para responder às restantes questões que pressuponham uma participação no Programa. Numa óptica de optimização dos custos, face ao baixo resultado obtido, considerou-se vantajoso não prolongar este processo de inquirição nestas licenciaturas.
PROGRAMA DE TUTORADO
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Outra das fontes de avaliação foram as entrevistas semi-directivas que tiveram como
finalidade aprofundar, explorar e recolher as opiniões dos Tutorados. Foram realizadas 4
entrevistas, isto é, uma entrevista a um Tutorado de cada Licenciatura que desenvolveu o
Programa.
A avaliação do Programa por parte dos Tutores apoiou-se também em três fontes de
informação: Actas das Reuniões de Acompanhamento, e-mails follow-up e Entrevistas
Directivas
No que concerne à avaliação e aos aspectos identificados pelos Tutores, a informação
apresentada resultou das actas das reuniões de acompanhamento do Programa, assim
como da troca de e-mail ao longo do ano lectivo. Por último, realizaram-se 3 entrevistas
estruturadas a 3 Tutores (1 Tutor da LEEC, 1 Tutor da LEGI, 1 Tutor da LEMG), com o
objectivo de compreender de forma aprofundada a visão que os Tutores têm do seu Trabalho
no Programa, bem como entender as dificuldades sentidas e a forma como foram
ultrapassadas.
A avaliação do Programa por parte dos Coordenadores centrou-se em dois instrumentos de
análise: Actas das Reuniões de Acompanhamento e e-mail follow-up
A opinião e avaliação resultam do acompanhamento do Programa (actas, reuniões, troca de
e-mails, conversas informais) com os coordenadores, do qual resultou também um conjunto
vasto de informação tratada.
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3.2 ASPECTOS POSITIVOS
Identificados pelos Tutorados
o facto de o Tutor ser sempre o mesmo, desde o primeiro ano até ao final da
Licenciatura;
a discussão dos seus problemas académicos com o Tutor fá-los sentir mais acompanhados;
o programa é uma orientação para uma necessidade de acompanhamento que
qualquer estudante tem;
os estudantes sentem que têm acesso a saber mais precocemente em que
cadeiras se podem inscrever, quais os seus conteúdos, créditos e precedências;
os estudantes sentem-se mais acompanhados ao longo do curso, por alguém
(tutor) que está “dentro do assunto”;
os Tutores ajudam os alunos na inserção académica e dão alguns conselhos sobre
o funcionamento do IST, dando exemplos de experiências “ vividas por dentro”;
o tutor consegue resolver alguns problemas e tem um papel importante na motivação;
Identificados pelos Tutores
o facto de os alunos serem uma fonte de financiamento do Ensino Superior, e o
programa contribuir para a diminuição do número de abandonos no 1.º e 2º ano, e do
insucesso académico;
é um Programa que permite melhor integrar os alunos no IST;
verifica-se que os estudantes que participam vão colocando questões cada vez com
mais sentido (notam-se diferenças significativas entre a primeira e a segunda
reunião);
detecção e confronto precoce da postura de “desresponsabilização” dos estudantes
– “é sempre a abrir”, “seja o que Deus quiser”;
o programa tem uma importante função de “rede de segurança” para o caso de algo
correr mal;
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Identificados pelo GEP/NAP5
auxilia os estudantes na transição entre o Ensino Secundário e o Ensino Superior;
facilita a “desmistificação” da figura do docente do Ensino Superior como alguém
distante e inacessível (sobretudo vigente nas “grandes licenciaturas”), promovendo
um contacto directo docente-estudante desde o primeiro ano (comentário de um
aluno, relatado por um tutor: “ai pode-se falar com os professores?”);
permite uma detecção precoce dos problemas dos estudantes do primeiro ano,
criando a possibilidade de uma intervenção precoce por parte do coordenador de
licenciatura (docentes do primeiro ano difíceis de contactar, ausência de página web
de determinada disciplina,…);
promove a adopção de metodologias de avaliação contínua no primeiro ano como
forma de promover desde cedo a assiduidade dos estudantes (o que por sua vez
actua como mecanismo facilitador da transição entre o Ensino Secundário e o
Ensino Superior);
detecção precoce e eventual encaminhamento para o NAP/GAPE/Serviços de Acção
Social da UTL de alunos que apresentem dificuldades a nível pessoal que estejam a
prejudicar a sua integração no IST e/ou o seu rendimento académico;
orientação e acompanhamento precoce dos alunos médios e bons (os que mais
participam), optimizando o seu rendimento académico;
alguma entre-ajuda, no estudo, entre estudantes do mesmo grupo/tutor, com
resultados positivos ao nível das avaliações (1º ano LEGM, p.ex.) e, mesmo em
termos de integração (sensação de pertença);
recolha de dados qualitativos, pelos Tutores e coordenadores de licenciatura,
relativos às causas do insucesso académico dos estudantes;
permite a detecção precoce de algumas dificuldades sentidas pelos alunos, criando
as condições para uma intervenção mais precoce (p.ex. resolução de problemas
relativos ao funcionamento de algumas disciplinas – p.ex. excesso de
barulho/indisciplina, acesso às salas de computadores e salas de estudo, regras e
funcionamento das avaliações e apresentação dos trabalhos práticos);
permite o aconselhamento aos estudantes relativo à necessidade de estabelecer,
desde o início, um conjunto de regras e estruturas de funcionamento eficazes:
Assiduidade às aulas, domínio da língua inglesa, aquisição de material informático (
e qual poderá ser mais útil), estudo continuado ao longo do semestre (necessidade
de praticar), preparação da ida ao horário de dúvidas e cálculo do número de
horas/semana de estudo que será aconselhável para acompanhar a matéria dada;
5 A partir das actas das reuniões de seguimento, com os coordenadores de licenciatura e tutores
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muitos Tutores fazem, no início de cada semestre uma avaliação de como correu o
semestre anterior, ajudando o estudante a planear o semestre e a planear as
avaliações às quais deve comparecer com uma boa possibilidade de sucesso
(procurando evitar que os estudantes se apresentem a exame sem estar
devidamente preparados);
ainda que se verifique uma certa variabilidade entre Tutores, muitos do 2º ano
referem grandes diferenças, entre o primeiro e o segundo ano, nos Tutorados que
comparecem - sentem-nos mais integrados, mais maduros, menos perdidos, mais
activos, com críticas em relação ao funcionamento da licenciatura (que têm mais
sentido);
no caso dos Tutores de 2º ano, verifica-se que o grupo dos Tutorados que participam
se manteve mais ou menos intacto, sendo mesmo o Tutorado a tomar a iniciativa do
contacto com o tutor nalgumas situações (revela interesse e motivação);o contacto
via e-mail parece ser privilegiado pelos Tutorados;
nalguns casos, estudantes com baixo rendimento académico que não participaram
activamente no Tutorado no 1º semestre, apareceram no 2º a pedir ajuda (LEEC);
algum apoio específico dos Tutores a alunos deslocados (p.ex. na gestão da
autonomia em conjunto com a gestão académica), que embora nem sempre
participem activamente no Tutorado, dele são importantes beneficiários;
frequentemente os Tutores “aliviam” o coordenador de licenciatura de algum do seu
trabalho de esclarecimento de dúvidas aos estudantes dos primeiros anos.
3.3 ASPECTOS A MELHORAR
Identificados pelos Tutorados
consideram que o programa é insuficiente para combater os problemas que já
são conjunturais;
acham que existiram falhas de divulgação do Programa aos alunos e que deveria
ter havido uma maior dinamização no Programa;
sentiram dificuldades em contactar os Tutores e em estabelecer uma relação
próxima com estes;
resolução de questões de agendamento, da disponibilidade dos Tutores e da
organização do Programa;
o facto de as inscrições nas cadeiras estarem dependentes do Professor/Tutor (LEEC);
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a periodicidade de contacto com o Tutor apenas duas vezes por semestre é insuficiente, pois assim nunca se estabelece muita aproximação;
Identificados pelos Tutores
carácter de voluntariado do Programa, faz com que os alunos se sintam
desresponsabilizados em participar no Programa, sentem a necessidade de maior
exigência com os alunos na participação no Programa.
necessidade de haver um processo/mecanismo indirecto para os alunos
participarem;
os níveis de adesão são ainda muito baixos, havendo um grande desinteresse por
parte dos alunos;
o professor é visto como um inimigo, existindo uma barreira entre o Tutorado e o Tutor, um problema cultural;
os docentes estão também demasiado ocupados com outras actividades, para
assumirem na plenitude os papéis de Tutor;
a necessidade de resolver os problemas relacionados com a participação dos Tutorados referem sentir-se desmotivados e frustrados por alguns alunos não
participarem mais no Programa
os docentes deveriam ter mais formação para serem Tutores;
crêem que a divulgação [para os alunos] talvez carecesse alguma atenção por parte
da coordenação do Programa e que deveria haver uma maior e melhor organização, constatou-se um deficit de informação acerca do Programa;
tornar as directivas mais claras relativamente ao Programa, criando uma
plataforma com FAQ´s na WEB acerca do Programa, entre outros aspectos;
apostar fortemente na divulgação e visibilidade do Programa, pensam que por um
lado, a página do IST, podia ser mais aproveitada para o efeito, pois os alunos têm
acesso fácil;
a necessidade de fazer uma apresentação do Programa, no começo do ano lectivo;
aqueles alunos que mais precisam são os que menos participam no Programa;
observou-se uma tendência de diminuição na participação dos alunos no 2ºsemestre, face ao 1º semestre, em particular nas reuniões de grupo (alguns
Tutores constataram que os contactos individualizados são mais eficazes);
alguns Tutores constataram que a obrigatoriedade do programa está a afastar os
alunos dos Tutores (LEEC);
necessidade de libertação da parte administrativa das inscrições dos alunos (LEEC);
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3.4 Considerações finais
À laia de conclusão, este Programa, tem na base dos seus objectivos responder à seguinte
questão: “Os Programas de Tutorado promovem o sucesso académico?” Esta questão, terá
necessariamente que ser respondida com indicadores a médio prazo. De antemão pode-se
constatar uma evolução positiva, neste segundo ano do Programa, da qual podemos extrair
algumas hipóteses de trabalho, bem como pistas/soluções que parecem ser as mais
adequadas para superar determinados obstáculos e resistências à essência de um Programa
que procura fomentar os níveis de qualidade do ensino no IST.
Deste modo, apresentam-se de seguida algumas hipóteses de trabalho, cuja natureza é
simplesmente explorar e discutir aspectos de melhor adequação e pertinência do Programa e
daí resultarem efeitos práticos para o futuro:
Hipótese: O Tutorado corre bem se os Tutores tomam um papel mais
activo/interventivo/estão mais motivados para o Tutorado.
Problema: O Tutorado fica demasiado dependente das características pessoais dos Tutores.
Solução: Apostar na formação dos Tutores.
Hipótese: O Tutorado corre melhor nas licenciaturas em que os coordenadores de
licenciatura “vestem a camisola” do Tutorado e se envolvem mais activamente nas
actividades do mesmo, quer junto dos estudantes, quer junto dos docentes.
Problema: O Tutorado fica demasiado dependente do coordenador de licenciatura.
Solução: Fazer depender o Tutorado mais das estruturas NAP + GEP, sendo o coordenador
de licenciatura interlocutor privilegiado.
Hipótese: O Tutorado promove desempenhos de qualidade no ensino, reduzindo o
insucesso académico, particularmente, ao nível do abandono.
Problema: como detectar abandonos precocemente/o que fazer nesses casos (p.v. do aluno
e do IST/Licenciatura)?
Solução: Tentar identificar o perfil dos alunos em risco de abandono e criar um “Sistema de
Alerta Rápido” a ser desenvolvido pelos serviços do IST /GEP/NAP) em colaboração com o
Tutor.
Hipótese: Um dos pressupostos para o sucesso do Programa subentende a participação
activa e proactiva dos Tutorados nas reuniões e contacto com o Tutor.
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Problema: Falta de assiduidade e interesse pelo Programa por parte dos Tutorados.
Passividade perante a convocatória, mas se o Tutor vai ter com os Tutorados, observa-se
uma reacção e discutem-se os problemas.
Solução: Insistir com os docentes do 1ºano para serem Tutores. Analisar o perfil dos Tutores
que conseguem captar mais facilmente os alunos para as reuniões.
Relembramos que os objectivos do Tutorado, para além da promoção do sucesso
académico, visa a redução do impacto da transição entre o Ensino Secundário e o Ensino
Superior, a promoção da integração académica (por oposição a social – Mentorado), a
reinterpretação do papel do docente, por via do estabelecimento de uma relação precoce de
confiança e a orientação do estudante face à complexidade do currículo das licenciaturas.
De modo a sintetizar os principais aspectos que resultaram do acompanhamento e
orientação do Programa, destacamos os principais resultados das opiniões, análises e
observações que foram expressas pelos diferentes interlocutores ao longo do último ano:
Apoio aos alunos em momentos de maior stress, transmitindo calma e serenidade
Promoção do contacto entre os Tutores e os outros docentes da licenciatura que se
traduz numa melhor coordenação entre disciplinas
Diagnóstico precoce das potencialidades e dificuldades dos estudantes em cada ano
(geração):
Orientação e acompanhamento dos alunos médios e bons, optimizando o
seu rendimento académico e identificação precoce de problemas de
desempenho dos alunos com a actuação institucional adequada (SAR)
Promoção da entre-ajuda no grupo de Tutorados de cada Tutor
Apoio na resolução de problemas práticos do estudante
Relativamente às principais dificuldades destacamos:
Falhas no compromisso institucional face ao programa
Falhas na divulgação do programa para os docentes e para os estudantes do IST
Fragilidade da figura do Tutor (voluntariado), sem contrapartidas institucionais
Desinteresse dos estudantes pelo Programa e não participação nas reuniões
Falta de formação sobre Tutorias (Tutores)
Insuficiência de Tutores voluntários
Passividade do papel do Tutor
Resistências culturais ao programa (“paternalista”)
Dificuldades de comunicação Tutor/Tutorado
PROGRAMA DE TUTORADO
16
Dificuldades (sentidas pelos Tutores) para conseguirem intervir sobre o insucesso
académico
Com base nos aspectos referidos anteriormente, destacamos resumidamente um conjunto
de pressupostos que deverão fazer parte da estrutura e organização do Programa, logo no
início do próximo ano lectivo:
Apostar sobretudo na organização/apoio aos Tutores dos 2 primeiros anos,
deixando “formato livre” para os anos seguintes
Apostar na formação dos Tutores para que não fique tão dependente o sucesso da
iniciativa da boa-vontade/apetência do tutor relativamente a esta nova função
Apostar em contrapartidas concretas (sistema de créditos - 1 crédito por cada 5
alunos?)
Envolver mais a instituição (CP, GEP, NAP) nas actividades de acompanhamento
dos Tutores para que não fique tão dependente da simpatia/fé do coordenador face
ao programa
Desenvolver estudos de identificação de um perfil do aluno de risco para a
aplicação de um alerta rápido aos alunos em vias de abandono para o IST actuar
precocemente (GEP, NAP, Tutores, Coordenadores)
Investir no “marketing” do programa (com especial atenção nas acções/timings de
divulgação do mesmo) junto de docentes e alunos para captação do seu interesse
para as vantagens do programa
17
3.5 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA: ANÁLISE DE INDICADORES QUANTITATIVOS
Complementarmente, e conforme mencionado no capítulo anterior, as análises quantitativas
feitas a partir dos elementos recolhidos relativamente a 2004/2005 encontram-se numa fase
preliminar, dado que ainda existem algumas notas por lançar; neste sentido, optou-se por
não apresentar resultados definitivos, dado que esta situação pode enviesar as taxas de
aprovação, para além de que as inscrições dos Alunos em 2005/2006 ainda não estão
suficientemente estabilizadas para aferir com fiabilidade a taxa de abandonos de 2004/2005.
No entanto, apresenta-se parte do trabalho em curso, que teve em conta os resultados de
uma caracterização dos Alunos que integraram, de alguma forma, as actividades do
Tutorado. Foi pedido aos Tutores que avaliassem, individualmente, a participação de cada
Aluno, de acordo com uma escala que variava entre participação nula (0% de participação) e
participação muito boa (entre 75% a 100% de participação). Os resultados, apresentados no
gráfico seguinte, são muito preliminares e referem-se aos cursos/anos lectivos: LEGI e LEAN
- 2004/2005; LEEC - 2003/2004 e 2004/2005; LEGM - 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005. A
escolha destes cursos e anos prendeu-se com a existência de avaliações e/ou respostas por
parte dos Tutores. Estes resultados devem ser encarados com muitas ressalvas dado que o
número de Alunos avaliados é de cerca de 1/3 do total da população em causa.
Resultados Avaliação dos Tutores face à Taxa de Aprovação
0%
25%
50%
75%
100%
Insuficiente Razoável Boa Muito boa SemAvaliação
Escala de avaliação
Taxa
Apr
ovaç
ão
120
140
160
180
200
Méd
ia N
ota
de
Seria
ção
Taxa de Aprovação Taxa Aprovação IST Média Nota de Seriação
Percentagem de Alunos por categoria de Avaliação
Boa15%
Muito boa15%
Sem Avaliação
64%
Razoável2%
Insuficiente4%
Como se pode observar, a fraca representatividade de Alunos em algumas classes,
especialmente as que indicam menor participação no Programa (insuficiente e razoável), não
nos permite retirar quaisquer conclusões. Apenas delinear uma hipótese de trabalho: que os
Alunos que participam mais activamente no Programa revelam um melhor desempenho,
embora estes tenham igualmente classificações médias na nota de seriação mais elevadas,
e apesar deste indicador, por si só, não ser indicador de um bom desempenho no IST.
Obviamente que para se retirarem resultados conclusivos, e extrapoláveis à população, é
necessário continuar a recolha desta informação de uma forma activa, em paralelo com a
caracterização dos Alunos ingressados.
18
4. PROPOSTA DE MONITORIZAÇÃO/TUTORADO 2005/2006
Com base na avaliação do programa, ressaltaram um conjunto de procedimentos e acções
necessários para que a continuidade e sucesso do Programa seja assegurado de forma
válida, ou seja, para que os objectivos e pressupostos subjacentes ao Programa se
concretizem:
Implementação de um sistema de créditos6
Está a ser estudada pelos Órgãos Centrais uma forma de imputar um número de créditos (a
definir), aos Docentes que exerçam a função de Tutores, à semelhança do que acontece
para o desempenho de cargos de gestão por docentes. Esta atribuição de créditos, por
desempenho de funções no âmbito do Programa de Monitorização-Tutorado, ficaria
condicionada pela participação do Docente/Tutor numa acção de formação sobre Tutorias.
Realização de um Workshop sobre Tutorias no Ensino Superior
Pretende-se que no final da formação os participantes dominem as competências
necessárias ao exercício da função de tutor, que se sintam motivados para a mesma, que
sejam capazes de planear as actividades do Tutorado pelo menos por um período de dois
anos lectivos, que compreendam as características de desenvolvimento dos estudantes do
ensino superior e o modo como poderão contribuir para optimizar a sua integração no IST e o
seu rendimento académico; pretende-se ainda que identifiquem e saibam como encaminhar
os estudantes com dificuldades especiais e que saibam como organizar o “feedback” e a
informação por recurso aos instrumentos de avaliação do Tutorado.
Uma divulgação eficaz e atempada (Alameda e TagusPark)
Esta acção deverá ser tida em conta como factor de sucesso do Programa. Divulgação aos
Docentes, alunos e restante comunidade académica. Considera-se imprescindível o
envolvimento dos alunos do 1º ano desde o primeiro momento que contactam com o IST. A
antecipação do processo elimina algum insucesso do Programa.
As modalidades de divulgação passariam por diferentes formatos: junto aos documentos de
inscrição, direct-mail, cartazes, página-web (IST, NAP e GEP) acções de divulgação com as
principais estruturas do IST que desenvolvem um contacto directo junto dos estudantes
(GAPE, AEIST, Núcleos de Estudantes, Representantes dos Alunos, entre outros).
Módulo sobre métodos de estudo
Integrado no plano curricular, este módulo teria o formato da iniciativa desenvolvida por
algumas Licenciaturas do DEQ (Módulo de Comunicação). Os alunos do 1º ano, 1ªvez
ficariam “obrigados” a participar.
6 O Sistema de Tutorado, com base no acompanhamento e orientação de grupos de alunos poderá ser uma forma de distribuir docentes para actividades pedagógicas, mas não lectivas.
19
Reforçar o Programa ao nível do 1º e 2º Ano curriculares
O objectivo inicial era acompanhar a integração dos alunos no IST e compreender
precocemente as causas de insucesso, função essa, que incide essencialmente no
acompanhamento dos alunos dos dois primeiros anos de permanência no IST. Deste modo,
o Programa deve centrar-se no acompanhamento dos alunos nestes anos e depois libertá-
los da formalidade das reuniões e deixar serem eles a procurarem autonomamente a
resolução de potenciais problemas (que não serão potencialmente problemas de adaptação
e integração). Devem, no entanto, manter-se as ligações com os alunos, deixando-os e
incentivando-os a contactarem o antigo Tutor caso tenham problemas ou até mesmo só para
conversar e manter uma relação mais aberta.
Centro de Estudos
Outra estratégia de combate ao insucesso académico poderia passar pela existência de
Tutores de apoio às disciplinas base da engenharia (matemática, química e física) que teriam
um espaço específico para receberem os alunos. Este espaço de estudo e encontro seria
partilhado também por alunos finalistas que também poderiam ajudar na resolução das
dificuldades dos mais novos. A participação destes alunos nos Centros de Estudo, poderia
ser positiva, pois a não convergência cultural entre alunos e professores seria anulada com a
participação de alunos mais velhos que passaram recentemente por dificuldades e vivências
semelhantes.
Estrutura de Apoio Permanente
Criar uma estrutura de apoio que coadjuvasse todos os Tutores na resolução de problemas
académicos com o seu grupo de Tutorados. Com o objectivo de facilitar o trabalho dos
Tutores deverá haver um apoio específico (eventualmente fornecido pelo NAP), no sentido
de, pelo menos, contactar precocemente os alunos com baixa assiduidade ao programa.
Pode ser vantajoso que a Coordenação da Licenciatura disponibilize uma sala para a
realização de actividades (nomeadamente reuniões) relacionadas com o Programa.
Serviço de Alerta Rápido
Com base na experiência acumulada constatou-se que os alunos que mais precisam de
apoio académico, são os alunos que menos beneficiam deste Programa. São alunos que
tipicamente apresentam taxas de absentismo às aulas e alunos que no final do ano
apresentam insucesso académico extremo. Este instrumento possibilitaria agir
precocemente, logo que o aluno apresentasse sinais típicos de insucesso (não comparência
às aulas, não comparência inicial no programa, não comparência nos testes e exames, etc).
Este sistema permite actuar “just-in-time” sobre os alunos de 1º ano, 1ª inscrição que não
comparecem nos testes. Este sistema teria que funcionar com a participação dos Tutores,
que recebiam os alunos, após um contacto (telefónico e escrito) do IST para se
apresentarem na escola, ficando este Tutor com a responsabilidade de diagnosticar as
causas desse insucesso, apoiando e orientando o aluno.
Grelhas de Monitorização do Programa
20
Reformular o conteúdo das grelhas de Monitorização do Programa, com a apresentação de
outros indicadores de caracterização dos alunos, considerados relevantes.
4.1 LICENCIATURAS PREVISTAS NA PARTICIPAÇÃO DO PROGRAMA EM 2005/06
De acordo com a avaliação feita, prevê-se que em 2005/06, participem no Programa as
Licenciaturas com os seguintes anos curriculares:
Iníc
io05
/06
Iníc
io04
/05
Iníc
io03
/04
25 20 1Tutores 28 74
LETLEAeroLEAmb
141
LEMLEANLEGI
411
412
11
LEMatLEECLEGM
1141
1161
1161 1
Lic.
1ºan
o 05
/ 06
2ºan
o04
/ 05
3ºan
o 03
/ 04
4ºan
o 02
/ 03
Ano Curricular
1
4
1
8
3
4
3
46
4
Tuto
res
1152
16
62
23
254
30
94
35
610
28
Alu
nos
16
16
16
23
32
10
24
12
13
7
Rác
ioA
luno
s/D
ocen
te
Iníc
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Estimativa do nº de Tutores para o
ano lectivo 2005/06
PROGRAMA DE TUTORADO
21
4.2 ORGANIZAÇÃO E ETAPAS DO PROGRAMA
Divulgação aos Tutores
Reunião (na 1º semana de Setembro) com todos os coordenadores de Licenciatura que
manifestaram interesse em iniciar e continuar a desenvolver o Programa no ano lectivo
2005/2006, com a participação do Presidente do Conselho Pedagógico. Esta reunião teria
como objectivo o fornecimento de um conjunto de informação de apoio e persecução do
programa: brochura, programa de formação de docentes e alunos (módulo sobre métodos de
estudo), ficha de recrutamento de novos Tutores, modelo de grelha de avaliação e
acompanhamento de desempenho dos Tutorados, contactos dos alunos, e relatório de
avaliação 2004/05.
Divulgação aos estudantes
Durante as inscrições será fornecido aos alunos do 1º ano, 1ªvez, um documento
informativo/brochura acerca do Programa (objectivos e pressupostos), para além de se
divulgar na página web do IST.
Beneficiar das sinergias de outras estruturas do IST que desenvolvem acções de apoio e
representação dos alunos dentro do IST e envolvê-los no Programa, com (link) informação
disponível na sua página web.
Serão afixados em diversos locais do IST, cartazes com informação sobre o Tutorado.
4.3 ESTRUTURA ORGANIZATIVA DO PROGRAMA
Criar uma estrutura organizada com papéis e funções definidas, de modo a existir uma maior
responsabilização dos intervenientes em todo o Programa
Padrinho do Caloiro
Delegados de Ano e de curso
AEIST
Núcleos de estudantes
Mentorado (GAPE)
TUTORADO
PROGRAMA DE TUTORADO
22
Coordenador(representante do CP)
Coordenadores de Licenciatura
GEP NAP
Tutores de Campo
Coordenador(representante do CP)
Coordenadores de Licenciatura
GEP NAP
Tutores de Campo
a) Coordenação
b) Apoio Técnico
d) Supervisão
e) Tutoria
Atribuições funcionais
Coordenação
Coordenação e definição das linhas estratégicas do Programa.
Apoio Técnico
Organização e planeamento do Programa; Avaliação, produção de estatísticas e estudos de
apoio. Apoio e orientação dos Coordenadores e Tutores
Supervisão
Validação, adaptação e dinamização do programa na Licenciatura que coordena.
Supervisiona e orienta, motiva os Tutores de campo. Coordenação das acções
desenvolvidas pelos Tutores, promovendo o sucesso dos mesmos.
Tutores de Campo
O docente/Tutor tem um papel, simultaneamente, de Conselheiro, de Orientador
Científico/Pedagógico e ainda de ligação, primeiro entre o ensino secundário e o ensino
superior e mais tarde entre o IST e o mercado de trabalho.
Na medida em que monitoriza o progresso académico dos seus Tutorados, dando-lhes o
feedback apropriado para que possam melhorar o seu desempenho, numa lógica de
responsabilização do aluno pelo seu percurso académico;
Na medida em que encoraja/motiva o estudante e contém a sua ansiedade, por intermédio
da validação das dificuldades inerentes à integração no IST e do reforço positivo face aos
resultados satisfatórios entretanto alcançados;
Na medida em que permanece disponível para o esclarecimento de dúvidas do aluno,
sempre que este tem dificuldades, nomeadamente no que se refere ao aconselhamento e
definição dos planos de estudos (escolha de disciplinas, área de estudo);
Na medida em que diagnostica potencialidades e dificuldades do estudante e o encaminha,
sempre que necessário, para estruturas de apoio específicas, como o NAP ou o GAPE;
PROGRAMA DE TUTORADO
23
Na medida em que facilita a integração do aluno do 1º ano no IST, nomeadamente no que
diz respeito à sua integração na Licenciatura, envolvendo-os desde logo em actividades
(visitas de estudo, conferências) ao nível da Licenciatura e do IST
Na medida em que apoia na orientação profissional: o Tutor tornaria a ter um papel relevante
no percurso final do aluno no IST, nomeadamente ao nível da orientação profissional,
enquadramento do mercado de trabalho, perspectivas, etc. Este apoio seria coadjuvado com
outras estruturas do IST direccionadas para esta função específica (UNIVA e NAP).
No final de cada ano, espera-se ainda que os Tutores possam apresentar um conjunto de
sugestões que permitam um melhor funcionamento do Tutorado no ano lectivo seguinte, de
modo a que toda a escola possa beneficiar da experiência das várias Licenciaturas.
4.4 FUNCIONAMENTO
Dependendo do número de alunos inscritos em cada Licenciatura (1º Ano/1ª vez), é tarefa do
Coordenador dividi-los em pequenos grupos de 15 alunos logo no início do ano lectivo, e
atribuir a cada grupo um docente (Tutor) que acompanhará esses alunos durante todo o seu
percurso académico. Sugere-se que os Tutores se organizem em pares, de modo a que
possam apoiar-se mutuamente, resolvendo eventuais dificuldades mais rapidamente e até
assegurando o acompanhamento dos Tutorados ao longo do curso no caso da ausência de
um dos Tutores do par.
O Tutor deve reunir com os seus Tutorados logo no início de cada semestre, privilegiando-se
o contacto por e-mail, seguido de telefone e/ou CTT em caso de necessidade. A marcação
das reuniões (ver cronograma) é da responsabilidade do Tutor, que deverá providenciar a
realização de pelo menos 4 reuniões (individuais ou em grupo) durante o ano lectivo, para
além da reunião de apresentação do programa aos alunos do 1º Ano. Estima-se uma média
de 15 horas por semestre relativamente ao tempo despendido pelos Tutores com os alunos.
Para a monitorização do desempenho escolar, é entregue aos Coordenadores de
Licenciatura, no final de cada semestre, uma “grelha” representativa do percurso académico
dos alunos que se inscreveram no IST no corrente ano lectivo, que por sua vez a distribuirá
pelos Tutores.
4.5 AVALIAÇÃO
A avaliação do Programa será sempre com base em indicadores qualitativos e quantitativos,
tal como em avaliações anteriores. Se possível, introduzir-se-á novos instrumentos e
técnicas de avaliação:
PROGRAMA DE TUTORADO
24
Reuniões com todos os Coord. Licenciatura;
Entrevistas directivas aos Tutores e Tutorados;
Inquérito de opinião aos Tutorados;
Análises Estatísticas:
o Análise detalhada (geracional) dos Abandonos, identificando o perfil do aluno
de risco;
o Análise comparativa das Taxas de Aprovação (disc. inscritas x disc.
realizadas);
o Análise comparativa das Médias das Disciplinas Aprovadas.
25
5. ANEXOS
ANEXO I - BROCHURA PARA TUTORES
26
27
ANEXO II - CONCLUSÕES DO INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO
A população em estudo abrangeu todos os alunos das licenciaturas que
desenvolveram o Programa de Tutorado em 2004/05– LEEC, LEGI, LEAN, LEMAT (1º e 2º ano); LEGM – 1º, 2º e 3º ano; LEM (1ªano), representando cerca de 737 alunos.
Obtivemos uma taxa de resposta de 55,3% correspondente a 274 alunos inquiridos. No entanto, importa ressalvar que a análise ao inquérito corresponde a 40% da população,
o que totaliza cerca 586 alunos7.
NÍVEIS DE CONHECIMENTO E PARTICIPAÇÃO DO PROGRAMA
Conhece o Programa? Como teve conhecimento do Programa?
A grande maioria dos Tutorados, referiu que tinham conhecimento do Programa, em
particular naquelas licenciaturas que aderiram a esta iniciativa desde o início (2003/04).
O principal meio de divulgação do Programa, foi naturalmente, o Tutor, seguindo do
Coordenador de Licenciatura. Estes meios de divulgação foram de uma forma geral,
reproduzidos em todas as licenciaturas.
Participou em algum momento no Programa? Porquê?
Cerca de 70% dos alunos que responderam ao inquérito, referiu ter participado no Programa.
A totalidade dos alunos inquiridos da LEM (1ºano), LEMAT (1º e 2º ano) e LEGI (2ºano),
referiu nunca ter participado em nenhuma acção relacionada com o Tutorado.
A principal justificação para a não participação, segundo os alunos deve-se à falta de tempo
para as diferentes solicitações académicas. O principal incentivo à participação, partiu na
maior parte dos casos do Tutor.
AVALIAÇÃO DA UTILIDADE DO PROGRAMA
Qual a utilidade/pertinência do Programa?
A maioria das licenciaturas refere que o Programa foi principalmente útil no que concerne à
postura dos estudantes para com os docentes fazendo-os sentir-se mais à vontade. Outro
dos aspectos, também referido com maior intensidade, foi a ajuda na compreensão dos
planos de estudo.
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO TUTOR COMO SEU PROFESSOR
7 Nesta taxa de resposta não estão englobados os alunos das Licenciaturas em Engenheira e Gestão Industrial (2ªano), Engenharia dos Materiais (1º e 2ºano) e LEM (1ºano), dado que na sua totalidade referiram não ter participado no Programa de Tutorado, pelo que não faria sentido avaliar uma iniciativa em que não cooperaram de forma activa.
28
O Tutor é/ foi seu professor?
Verifica-se que em cerca de metade das respostas os docentes são Tutores e docentes ao
mesmo tempo. Grande parte dos alunos referiu que não tinha opinião sobre os benefícios ou
desvantagens desta duplicidade de papéis – Tutor/Docente. Outra parte importante dos
alunos referiu que esse facto era positivo.
A principal vantagem desta situação referida pelos alunos foi o facto do se criar maior
proximidade, quando o Tutor é ao mesmo tempo seu professor, seguido do facto dessa
duplicidade de papéis favorecer o contacto entre ambos.
FORMA E OBJECTIVO DO CONTACTO
Qual(ais) o meio de contacto mantido com o Tutor, durante o ano lectivo? Qual foi o propósito dos contactos com o Tutor durante o semestre?
Os principais meios de contacto entre Tutor e alunos foram as reuniões de grupo e o
contacto via e-mail. Os principais motivos do contacto com o Tutor foram a avaliação dos
resultados obtidos e o aconselhamento sobre as escolhas das disciplinas.
Como classifica os meios de contacto que considera serem adequados para o funcionamento do Programa?
Qualquer dos meios de contacto é do agrado dos alunos, sendo o telefone, aquele que reúne
menor preferência. O e-mail e as reuniões de grupo são aqueles que se destacam na maioria
das licenciaturas como os mais adequados.
RELAÇÃO COM O TUTOR
Como classifica a relação com o seu Tutor?
A relação entre alunos e Tutores é tendencialmente próxima, descontraída e processa-se
normalmente de forma autêntica. Quanto à formalidade da relação, constata-se que para
algumas licenciaturas apresenta um carácter mais formal, sendo que para outras a tendência
é para alguma informalidade.
Sempre que teve dificuldades ou algum problema procurou o Tutor? Se respondeu não, qual o motivo?
A tendência de resposta varia consoante as licenciaturas. Para a LEAN (1ºano), LEGI
(1ºano) e LEGM (2ºano), na maioria dos casos foi para não procurar o Tutor. Nas restantes
houve sempre procura, pelo menos algumas vezes.
Sentiu dificuldades de contacto com o Tutor? Se sim, qual(ais) foi/foram a(s) dificuldade(s) desse contacto?
29
Na maioria das licenciaturas, as respostas dos alunos recaíram sobre a não necessidade de
ajuda, logo não encontraram motivo para procurar o Tutor. Praticamente a totalidade dos
alunos inquiridos referiram que não existiu dificuldade em contactar o Tutor.
AVALIAÇÃO DA DUPLICIDADE DE PAPÉIS TUTOR/DOCENTE
Qual o grau de satisfação em relação ao seu Tutor?
Constata-se existir uma satisfação generalizada com o Tutor. Não obstante, se se quiser
destacar um aspecto que mais satisfação causou, esse aspecto foi a disposição para
atender/receber os alunos. Refira-se ainda, que o aspecto que menos satisfação gerou nos
alunos foi a capacidade do Tutor em estimular o estudo independente e fomentar a
autonomia.
AUTO-AVALIAÇÃO ENQUANTO ESTUDANTE
Avalie a sua postura enquanto estudante?
Em termos globais os alunos que responderam ao inquérito, consideram-se alunos com uma
boa e/ou muito boa postura enquanto estudante.
Aspectos positivos e negativos
Quais os aspectos positivo(s) e negativo(s) que pode indicar acerca do Programa?
Positivos
Os aspectos positivos que os Tutorados referem, vão ao encontro dos principais objectivos
inicialmente programados, isto é, o Programa permitiu, através da figura do Tutor, que os
alunos tivessem alguém que permaneceu disponível para o esclarecimentos de dúvidas que
foram surgindo ao longo do ano, ajuda nas dificuldades subjacentes à transição do ensino
secundário para o IST, nomeadamente no apoio e aconselhamento com vista a uma melhor
integração no meio académico, bem como na ajuda e orientação pedagógica e curricular e,
por último, a disponibilidade e acompanhamento permanente.
Negativos
No que concerne aos aspectos a serem melhorados, estes estão relacionados com a
incapacidade dos Tutores na resolução de alguns problemas. Uma percentagem significativa
referiu não encontrar aspectos negativos no Programa.
Sugestões para a melhoria do funcionamento do Programa:
Quanto à organização do Programa: Maior divulgação/informação; alargar a todo o IST;
coordenar acções entre Mentores e Tutores; mais reuniões.
30
Quanto ao desempenho dos Tutores: Mais formação para os Tutores; capacidade para
intervir mais nos problemas dos alunos; possibilidade dos Tutores serem simultaneamente
professores dos Tutorados.
31
ANEXO III - CONCLUSÕES DAS ENTREVISTAS AOS TUTORES E TUTORADOS
Refira-se que as conclusões foram retiradas integralmente do trabalho realizados
pelas 3 alunas (Ana Paula Vasconcelos, Joana Tomé e Maria Craveiro) do 2º ano da Licenciatura em Ciência da Educação da Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação da Universidade de Lisboa.
Comparando os dados fornecidos pelas análises de conteúdo das entrevistas realizadas a
Tutores e Tutorados, com a caracterização do Projecto de Tutorias, poderemos tirar algumas
conclusões.
Os alunos referenciam inúmeras vezes que foram inseridos automaticamente dentro do
Projecto, não havendo uma apresentação prévia; tudo o que sabem do programa é-lhes dito
pelo seu tutor, achando que há pouca divulgação. Os professores-Tutores concordam com
este aspecto de se necessitar uma maior divulgação do projecto junto dos alunos.
Os Tutores afirmam terem sido convidados a participar no Projecto, sendo-lhes fornecida
alguma documentação para se inteirarem; coloca-se deste modo, a questão da formação – já
que os docentes universitários têm pouca formação pedagógica, deveria haver uma
formação sobre as tutorias, pois trata-se de uma nova prática educativa que poucos
conhecem.
Coloca-se também em questão o tipo de documentação fornecida aos Tutores, pois estes
recebem apenas uma folha com a média e as disciplinas que passaram e/ou reprovaram,
relativamente aos alunos. Para que os Tutores possam “acompanhar os alunos durante o
seu percurso no IST” e para que possam “promover este [tal] sucesso académico”, os
Tutores deveriam ter acesso a mais do que uma simples média. Deveriam assim, ter acesso
aos desempenhos dos alunos nas várias cadeiras, desde o início e ao longo do semestre.
Deste modo, não só poderiam acompanhar mais de perto os alunos/Tutorados, como
conhecer melhor a sua realidade. Uma hipótese seria a realização de algumas estatísticas
para prever casos mais problemáticos, como possíveis desistências.
A própria organização do Projecto parece não permitir que se estabeleça uma relação mais
próxima ente Tutores e Tutorados. Fazem-se apenas duas reuniões por semestre, podendo
haver outras durante o mesmo, mas os dados fornecidos aos Tutores não parecem ser
suficientes para que estes possam acompanhar os Tutorados mais de perto.
32
De acordo como o Projecto, ser tutor é ser conselheiro, ser orientador científico/pedagógico;
é monitorizar o progresso académico dos Tutorados; é motivar o estudante; é esclarecer
dúvidas referentes à definição dos planos de estudos; é diagnosticar potencialidades e
dificuldades do estudante; é facilitar a integração do aluno no IST.
É precisamente assim, que se vêem os Tutores; consideram-se orientados e
aconselhadores; crêem-se guias que permitem enquadrar os alunos; podem orientar nas
opções de enquadramento. Os Tutorados vêem o tutor como alguém que aconselha e
orienta e que lhes dá motivação, ajudando na inserção académica e dando conselhos sobre
o funcionamento do Técnico. Deste modo, todos têm uma clara noção do papel do tutor e
sabem que, neste projecto, ele não serve para dar um apoio mais a nível social.
Os Tutorados consideram-se alvo de um maior acompanhamento dentro das escolhas nas
Licenciaturas. Como todos os Tutorados entrevistados são alunos que responderam
positivamente ao projecto, são Tutorados com participação activa no programa.
Relativamente ao projecto-piloto do ano lectivo 2003/2004 na LEEC e na LEGM,
identificaram-se uma série de aspectos positivos como a detecção precoce de alguns
problemas, o que permite a criação de condições para intervir e remediar mais precocemente
determinadas situações.
Os Tutores vêem como vantagens a diminuição do número de desistências no 1.º ano;
acham que o projecto ajuda a que os Tutorados não desistam tão facilmente e vêem a tutoria
como um aspecto que poderá diminuir o abandono e o insucesso escolares; os Tutorados
acham bastante vantajoso o facto de terem um acompanhamento feito sempre pela mesma
pessoa, do 1.º ano ao último ano do curso.
Quanto a dificuldades sentidas, os Tutores acham que os alunos ainda os vêem como ”o
inimigo”, existindo uma barreira entre os dois; acham que pelo facto de o programa ser
voluntariado, não se pode obrigar os alunos a participarem e que deste modo, aqueles que
mais precisam são os que menos participam; sentem-se também frustrados por alguns
alunos não participarem mais no projecto; dizem também que o relatório fornecido pelo NAP
deveria ser mais estruturado. Falam muito de problemas a resolver como a divulgação do
projecto principalmente para os alunos; acham que há problemas com a forma como todo o
projecto está organizado, começando por haver pouco investimento nas notas. Um dos
Tutores acha que os docentes deveriam ter mais alguma formação para serem Tutores e que
fora do âmbito deste projecto dever-se-ia tentar resolver o problema da presença dos alunos
nas aulas.
Os Tutorados revelam sentir dificuldades em contactar os Tutores e em estabelecer uma
relação próxima com estes – é também uma questão de organização. Têm de se resolver
questões de agendamento, da disponibilidade dos Tutores e da organização do projecto;
acham que o programa é insuficiente para combater os problemas conjunturais.
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É unânime o pensamento de que o projecto deveria ser mais divulgado. Os alunos fazem
também referência ao Projecto de Mentorado, mas no entanto não têm muito conhecimento
desse mesmo projecto. Sabem que está mais direccionado para uma inserção social, mas
não têm de conhecimento de resultados práticos.
Síntese Global
De acordo com os resultados do Estudo “Insucesso Académico no IST”, realizado numa
cooperação do NAP e do GEP pode-se verificar que existe uma taxa de insucesso de
aproximadamente 60% e de abandono 30%. Segundo os Tutores entrevistados, este
insucesso deve-se fortemente a problemas de foro cultural e da própria inserção no meio
académico, que no caso do IST se revela ainda mais complicada, devido não só à
enormidade do espaço físico como também a nível da exigência académica.
É neste contexto que se começam a pensar medidas de combate ao insucesso e abandono
académico, nomeadamente o “Programa de Monitorização/Tutorado” desenvolvido pelo
NAP. Depois de analisarmos alguns projectos de tutorias desenvolvidos noutros países,
achamos que da forma como está desenvolvido e organizado, este projecto não responde
aos objectivos a que se propõe inicialmente. Na maioria dos projectos analisados verificamos
que os projectos de tutorias e de mentorização funcionam sempre em parceria, de forma, a
apoiarem o aluno na sua totalidade.
Quanto ao projecto em estudo, parece-nos existir uma carência nesta cooperação, pois o
facto de se ter separado a tutoria da mentorização, faz com que fique em falta a componente
social, o que eventualmente justifica a falta de resultados do projecto. No entanto não
podemos afirmar que seja só este o motivo; conforme nos foi referenciado pelos Tutores, o
problema da divulgação também poderia ajudar ao sucesso do projecto. Da mesma forma,
Tutores e Tutorados afirmam que existem falhas na organização do programa, passando
estas por: número insuficiente de reuniões entre Tutores e Tutorados; falta de informação
sobre o desempenho dos alunos; reuniões tardias para a inscrição dos Tutorados nas
disciplinas e dificuldade de comunicação entre Tutores/Tutorados.
Concordantemente com um dos Tutores, parece-nos que este é um projecto com mérito e
bons objectivos, no entanto, achamos que ele necessita de uma reestruturação, que se
justifica não só pelos motivos acima descritos, como pela ausência de resultados práticos.
Nota-se uma insuficiência da concretização dos objectivos assim como há uma ausência de
resultados práticos. Tudo isto, leva a uma falta de motivação tanto por parte dos Tutores
como por parte dos Tutorados.
Não queremos deixar de salientar que a nosso ver, o projecto não está a ir ao encontro das
principais causas de insucesso apontadas pelo estudo já referido. Já que estas se prendem
com motivos de ordem logística, de deficiente exposição das matérias nas aulas e de
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descoordenação entre as diversas disciplinas do mesmo curso, para além do desinteresse
dos alunos em frequentar as aulas, parecera-nos pertinente desfocalizar a problemática
sobre os alunos e tomar em atenção estes aspectos acima referidos.
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ANEXO IV- INQUÉRITO AOS TUTORADOS
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