PROFESSOR que promove a...

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Rubrica“Temas Comuns” que promove a intertextualidade [novidade] Temas comuns – Estou aqui a preparar lenha para me queimar!... Porque se for para lá instalar- -se, e depois vier o calor, quem é que a torna a ver? Carlos, Os Maias, Capítulo. XII Compara as palavras de Manuel de Sousa Coutinho e de Carlos da Maia no seu valor simbólico, metafórico e trágico. Manuel – Meu pai morreu desastrosa- mente caindo sobre a sua própria espa- da: quem sabe se eu morrerei nas cha- mas ateadas por minhas mãos? Manuel de Sousa, Frei Luís de Sousa, I, XI aq i a preparar lenh páginas 272 e 273 António Vilas-Boas Manuel Vieira

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• Rubrica“TemasComuns”quepromoveaintertextualidade

[novidade]

P R O F E S S O R

Gramática

1.1 Ela exclamou que aquilo era o seu sonho. E acrescentou que então ia ficar toda alterada, cheia de esperanças. Perguntou quando poderia ter uma respos-ta.1.2 «Era já tarde para ir aos Oli-vais. Mas logo na manhã seguin-te, cedo, ia falar com o dono da casa, seu amigo…». Os segmen-tos textuais apresentam-se no discurso indireto sem estarem introduzidos por verbos introdu-tores do discurso indireto.1.3 – É já tarde para ir aos Oli-vais. Mas logo de manhã cedo vou falar com o dono da casa, meu amigo…

Temas comuns

Sugestão didáticaO professor pode propor a relei-tura da cena XI de Frei Luís de Sousa e, imediatamente depois, a releitura do excerto no qual ocorrem as palavras de Carlos.Seguidamente pode abordar com os alunos os conceitos de denotação / conotação, de sím-bolo, de metáfora…

1. Em ambos os textos ocor-rem fortes indícios de tragédia relativos a quem fala. No caso de Manuel de Sousa Coutinho, ao referir as «chamas» por ele «ateadas», perguntando se não morrerá por causa delas, ele usa uma linguagem conotativa, visto que está a falar do incêndio propriamente dito; mas estas «chamas» podem ser simbólica ou metaforicamente entendidas como a paixão que ele teve e tem por D. Madalena: neste sentido, o que ele disse funciona cono-tativamente como presságio de tragédia, pois a sua destrui-ção tem na origem o amor por D. Madalena. No caso de Carlos, passa-se o mesmo: quando ele diz que es-tá a «preparar lenha» que o vai «queimar», estamos perante uma linguagem que aponta para a possibilidade de essa «lenha», a saber, a Toca, isto é, a intimi-dade com Maria, o incesto na verdade, vir a destruí-lo.

1. Explica a natureza do «segredo» de Maria Eduarda.

2. Refere qual a atitude repetida que Maria Eduarda teve para com Carlos neste início do seu amor.

2.1 Comprova o caráter trágico de ambas as atitudes.

3. Explica por que motivo Carlos não dá nenhuma atenção a estas tentativas de Maria Eduarda de lhe comunicar alguma coisa que para ela é muito importante.

4. Comprova que é através da utilização de metáforas que o narrador exprime o mo-mento da paixão simultânea.

Gramática

1. Relê o diálogo.

«– Oh! isso era o meu sonho! Vou ficar agora toda alterada, cheia de esperanças... Quando poderei ter uma resposta?

Carlos olhou o relógio. Era já tarde para ir aos Olivais. Mas logo na manhã seguinte, cedo, ia falar com o dono da casa, seu amigo... » (ll. 21-24)

1.1 Coloca no discurso indireto os segmentos textuais que se encontram no discur-so direto, utilizando os verbos introdutores do discurso adequados.

1.2 Seleciona os segmentos textuais que se encontram no discurso indireto livre e justifica a tua resposta.

1.3 Transforma-o em discurso direto.

Temas comuns

– Estou aqui a preparar lenha para me queimar!... Porque se for para lá instalar--se, e depois vier o calor, quem é que a torna a ver?

Carlos, Os Maias, Capítulo. XII

Compara as palavras de Manuel de Sousa Coutinho e de Carlos da Maia no seu valor simbólico, metafórico e trágico.

Manuel – Meu pai morreu desastrosa-mente caindo sobre a sua própria espa-da: quem sabe se eu morrerei nas cha-mas ateadas por minhas mãos?

Manuel de Sousa, Frei Luís de Sousa, I, XI

aq i a preparar lenh

273

Capítulo XII | Características trágicas dos protagonistas (Maria Eduarda) | Representações do sentimento e da paixão: diversificação da intriga amorosa (Carlos da Maia) 5

páginas 272 e 273

António Vilas-BoasManuel Vieira