Processo Judicial Tributário - Aula 5

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Processo Tributário Judicial LLM Direito Tributário PUC Minas, 2016 Guilherme de Almeida Henriques

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Processo Tributário Judicial

LLM Direito TributárioPUC Minas, 2016

Guilherme de Almeida Henriques

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Bibliografia Específica

Aula 5. Sistema de Precedentes no CPC/2015

GODOI, Marciano Seabra. “Novo Código de Processo Civil e sua Normatização sobre Precedentes Judiciais”, in Os Impactos do Novo CPC sobre o Processo Judicial Tributário. Belo Horizonte: D’Plácido, 2016.

ARAÚJO, Juliana Furtado Costa. “O Precedente no Novo CPC e suas Implicações Tributárias” in O Novo CPC e seu Impacto no Direito Tributário. São Paulo: Fiscosoft, 2015.

http://www.conjur.com.br/2016-ago-11/supremo-rever-temas-repercussao-geral-afirma-barroso

http://www.conjur.com.br/2015-out-13/direito-tributario-tema-25-sumulas-vinculantes-stf

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Sistema de Precedentes

Contexto: Crise no Poder Judiciário

Histórico: julgamentos monocráticos, súmulas vinculantes, recursos repetitivos

Críticas: formação do precedente sem uma ratio decidendi, instabilidade jurisprudencial, aplicação mecânica

Soluções Apontadas pelo CPC/2015:

a) Fundamentação das Decisões e Precedentes (art. 489, §1º)b) Uniformização da Jurisprudência (art. 926)c) Rol Expresso de Precedentes Obrigatórios (art. 927)d) Contraditório obrigatório e Express Overruling (art. 927, §§1º a 4º)e) Distinguish (art. 1.037, §§9º a 13)f) Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (arts. 976 a 987)

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Art. 489 (...)§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

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Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.

Crítica: ausência de sanção

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Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;II - os enunciados de súmula vinculante;III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Remédio: Reclamação (art. 988 do CPC/2015)

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Art. 927 (...)§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.

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Art. 1.037 (...)§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo.§ 10. O requerimento a que se refere o § 9o será dirigido:I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso extraordinário no tribunal de origem;IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário cujo processamento houver sido sobrestado.§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o §9o, no prazo de 5 (cinco) dias.

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Art. 1.037 (...)§ 12. Reconhecida a distinção no caso:I - dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao processo;II - do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao presidente ou ao vice-presidente que houver determinado o sobrestamento, para que o recurso especial ou o recurso extraordinário seja encaminhado ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.030, parágrafo único.§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9o caberá:I - agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;II - agravo interno, se a decisão for de relator.

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Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:I - incidente de resolução de demandas repetitivas;II - recursos especial e extraordinário repetitivos.Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.

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Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.(...)§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.§ 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

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Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982, salvo decisão fundamentada do relator em sentido contrário.

Art. 982. Admitido o incidente, o relator:I - suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso;II - poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 (quinze) dias;III - intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias.

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Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso.§ 1o O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida.§ 2o Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito.

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Caso Prático 1:

Em 01/12/2011, o STF reconheceu a repercussão geral da discussão envolvendo a obrigação de estorno de créditos de ICMS baseada na concessão de benefício fiscal irregular (RE 628.075). Em 14/03/2016, foi publicada sentença sobre essa matéria, julgando procedente o pedido do contribuinte para declarar a inexistência da referida obrigação. Em 28/03/2016, foi protocolada apelação do Estado, pedindo a reforma da sentença. Contrarrazoada a apelação, os autos foram distribuídos a uma Câmara Cível com posicionamento amplamente favorável à tese do Estado. Valendo-se do sistema de precedentes do CPC/2015, elabore uma estratégia processual para tentar evitar a reforma a sentença.

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Caso Prático 2:

Considere que o TJMG confirme a sentença do caso anterior e transite em julgado esta decisão. Três anos após o trânsito em julgado, o STF julga constitucional a referida obrigação. Valendo-se do sistema de precedentes do CPC/2015, elabore uma estratégia processual para tentar reverter esse quadro.

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