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Conceito de organização e empresa Razões de natureza Social Indivíduos Razões materiais Reúnem-se Organizações Conceito de organização: Entidade que surge para operar tecnologias (saber fazer) que em determinado momento ou lugar nenhuma outra se encontra em condições de produzir ou de produzir tão bem e que surge para desempenhar uma função que é sentida por outros agentes do meio ambiente. Conjunto de pessoas divididas funcionalmente que se juntam com o intuito de desempenhar uma função que visa satisfazer uma necessidade na procura da satisfação de objectivos individuais (próprios) e organizacionais (comuns). Organização tradicional: Estável (objectivos, estrutura, pessoas) Focalizada em tarefas, atribuições e responsabilidades Emprego “para a vida” Estatutos laborais rígidos (lei e convenções) Hierarquias “altas” e rígidas Instalações próprias e horários rígidos Organização do futuro: Dinâmica (empreendedora, voltada para inovação) Focalizada em competências e projectos Emprego “a prazo”

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Conceito de organização e empresa

Razões de natureza

Social Indivíduos Razões materiais

Reúnem-se

Organizações

Conceito de organização:

Entidade que surge para operar tecnologias (saber fazer) que em determinado momento ou lugar nenhuma outra se encontra em condições de produzir ou de produzir tão bem e que surge para desempenhar uma função que é sentida por outros agentes do meio ambiente.

Conjunto de pessoas divididas funcionalmente que se juntam com o intuito de desempenhar uma função que visa satisfazer uma necessidade na procura da satisfação de objectivos individuais (próprios) e organizacionais (comuns).

Organização tradicional:

Estável (objectivos, estrutura, pessoas) Focalizada em tarefas, atribuições e responsabilidades Emprego “para a vida” Estatutos laborais rígidos (lei e convenções) Hierarquias “altas” e rígidas Instalações próprias e horários rígidos

Organização do futuro:

Dinâmica (empreendedora, voltada para inovação) Focalizada em competências e projectos Emprego “a prazo” Estatutos laborais flexíveis (part-time, prestações serviços, temporário) Hierarquias “achatados” e participação Desconcentração e horários flexíveis

O desempenho organizacional é o modo como os elementos da organização desempenham as suas funções, e é medido em termos de:

Eficácia: mede o grau em que os objectivos de uma organização são realizados e se algum objectivo não for realizado, não há eficácia. (“fazer as coisas certas”)

Eficiência: mede a forma como a organização utiliza os seus recursos para realizar os objectivos e a eficiência aumenta quando a quantidade de output é alcançado com menor quantidade de inputs. (“…da maneira certa”)

Definição de Empresa:

Unidade constituída por meios humanos, materiais e monetários que actua na lógica das leis de mercado ou do plano e é condicionada por variáveis ambientais que interagem com o seu desenvolvimento.

As empresas são casos particulares das organizações que se caracterizam por ter como objectivo estrutural a eficiência económica e por competirem simultaneamente em diversos mercados (matérias-primas e componentes, bens de equipamento, trabalho, financeiro e produtos/serviços finais).

As empresas procuram satisfazer as necessidades dos clientes, bem como daqueles que com ela trabalham (trabalhadores, gestores, bancos, governos…), necessitando de criar um excedente, não só para os seus proprietários, mas também para a própria empresa de modo a permitir a sua auto-sustentação.

As empresas procuram:

Optimizar o lucro a longo prazo; Manter a estabilidade do ciclo de produção; Combinar de forma óptima os recursos (inputs) para potenciar capacidade produtiva

(outputs); Eficiência (optimizar ratio output/input) como critério central; Ser capaz de sobreviver autonomamente num ambiente competitivo; Eficácia – também como medida de satisfação dos interesses dos stakeholders

(conjuntural).

Critérios de Classificação das Empresas

Quanto ao Sector da actividade económica; Quanto à Classificação jurídica; Quanto à Dimensão; Quanto à Globalização.

Quanto ao Sector da actividade económica: Sector Primário; Sector Secundário; Sector Terciário – Características dos Serviços

Características dos Serviços:

Intangibilidade – os serviços não se podem ver, provar, sentir, ouvir e cheirar antes da compra;

Inseparabilidade – os serviços não se podem separar de quem os presta; Variabilidade – a qualidade dos serviços depende de quem, quando, onde e como são

proporcionados; Carácter perecível – os serviços não se podem armazenar para vender ou utilizar mais

tarde.

Quanto à classificação jurídica:

Empresas

Individuais

Empresário em Nome Individual

EIRL - estabelecimento individual de

responsabilidade limitada

Sociedades

Em nome colectivo (responsabilidade

Ilimitada)

Em comandita (responsabilidade

mista)

Por quotas (responsabilidade

limitada)

Unipessoais por quotas (responsabilidade

limitada)

Anónimas (responsabilidade

limitada)

Quanto à dimensão:

Categoria Nº Trabalhadores Volume de Negócios Balanço TotalMédia Empresa <250 <= 50 Milhões de euros <= 43 Milhões de eurosPequena Empresa <50 <= 10 Milhões de euros <= 10 Milhões de eurosMicro Empresa <10 <= 2 Milhões de euros <= 2 Milhões de euros

Quanto à globalização:

Empresa Local; Empresa Multinacional; Empresa Global; Empresa Transnacional.

Empresa Local

Os produtos desenvolvidos e comercializados no mercado doméstico são vendidos nos mercados externos de uma forma relativamente independente e sem alterações significativas

Exemplo: Azeito Galo

Empresa Multinacional

A empresa procura desenvolver produtos adequados às preferências dos clientes dos diversos mercados geográficos e gere com elevada autonomia as operações de cada país.

Exemplo: empresas de vestuário (Zara)

Empresa Global

Uma gama pouco variada de produtos é fabricada num número restrito de plataformas de produção, com vista a alcançar a liderança de custos à escala mundial

Empresa Transnacional

A empresa explora as suas competências centrais à escala mundial mas prestando atenção às especificidades de cada mercado.

Exemplo: Nike

Os papéis dos stakeholders

Stakeholders – detentor de uma parte da organização, isto é no sentido de que é parte interessada na sua experiência e funcionamento. São organizações ou grupos ou indivíduos que são afectados pelas actividades de uma organização e por isso a podem influenciar.

Externos – Clientes, Fornecedores, Bancos, Estados… Internos

Os interesses destes são muito variados e muitas vezes não são coincidentes ou convergentes exigindo uma componente de capacidade negocial por parte da empresa.

Factores condicionantes na formação de uma empresa

A oportunidade de negócio; A vocação, tendência ou especialização do empreendedor; Capitais necessários ao empreendimento; A escolha da forma jurídica; A localização da empresa.

O ciclo de vida da empresa

Qualquer decisão de gestão tem de considerar a fase em que se encontra a empresa:

Fase Embrionária – desenvolvimento de novos produtos, quotas de mercado reduzidas e crescimento rápido das vendas.

Fase de Crescimento – conquista de quota de mercado, quotas de mercado reduzidas e crescimento rápido de vendas.

Fase de Maturidade – maximizar proveitos, quotas de mercado substanciais e crescimento reduzido das vendas.

Fase de Declínio – maximizar receitas, declínio das quotas de mercado e decrescimento das vendas.

As organizações desenvolvem a sua actividade num meio ambiente composto pelas influências externas que têm impacto no seu desempenho, no pressuposto de que as organizações não são nem auto-suficientes, nem independentes. As organizações são sistemas abertos.

Meio ambiente contextual - conjunto de características que definem o exterior da organização, permitindo e condicionando a sua actuação.

Meio ambiente transaccional - conjunto de entidades que entram ou podem entrar em contacto com a organização através de uma relação de troca – transacção – imediata ou mediata.

A organização como sistema aberto

Sistema

As mudanças no meio ambiente

Ambiente mais competitivo Maior facilidade nas relações empresariais Aumenta da concorrência Transformações tecnológicas mais rápidas Preocupações (Responsabilidades) sociais e ambientais Flexibilidade dos processos produtivos Marketing personalizado Ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos Maior integração das áreas funcionais da empresa Grande enfoque na inovação Necessidade de métodos científicos de gestão

Inputs

Matérias-primas Recursos Humanos Capital Tecnologia Informação

Transformação

Actividades/Tarefas dos trabalhadores

Actividades de gestão Processos tecnológicos

e métodos operativos

Outputs

Produtos e Serviços Resultados Informação

Estrutura das organizações

A estrutura interna da organização desempenha um papel na inserção da organização na sua envolvente. É necessária para serem atingidos os fins da organização e se fazer face à turbulência no meio ambiente.

Estrutura organizacional é o conjunto de relações formais entre os grupos e os indivíduos que constituem a organização.

Organização formal versus organização informal. Dimensões para análise dos tipos de estrutura: nº de níveis de hierárquicos, nº

de departamento e serviços, estruturação interna dos serviços e tamanho global.

Dupla diferenciação interna: vertical (expressa na cadeia de comando) e horizontal (expressa numa determinada departamentalização).

Departamentalização

Agrupamento de tarefas segundo uma lógica que facilite a coordenação e que resulta da especialização horizontal.

Tipos de departamentalização:

Funcional; Por Produto ou Serviço; Por Cliente; Por Área Geográfica; Por Projecto.

Tipos de estruturas organizacionais:

Macro estruturas Básicas: estrutura simples, estrutura funcional e estrutura divisional. Macro estruturas Avançadas: estrutura matricial, estrutura por unidades estratégicas

de negócios, estrutura de Holding (ou conglomerados) e estrutura em Rede.

Estrutura Simples – Directo (Empresários ou Gestor – Trabalhadores)

Estrutura Funcional – Estrutura típica das organizações em Portugal

Estrutura divisional – Por função, mas antes da função é dividida por produto

Estrutura Matricial – Cruzar funções com produtos

Estrutura por Unidades Estratégicas de Negócios – Utilizada pelos bancos (Banco de Retalho, Banco Financeiro…)

Estrutura de Holding ou Conglomerado – Empresa “mãe”

Estrutura em Rede – Empresas ligadas à tecnologia

PS – ver slides nº 29 a 35 (para entender melhor as estruturas.)

Perfil e funções do gestor

Gestor – pessoa que utiliza o conjunto de técnicas e ferramentas de gestão e que responde pela interacção da empresa com o meio ambiente. (o gestor tem de estar sempre muito atento)

Gerir – é o processo de trabalhar com e através dos outros a fim de atingir eficazmente os objectivos organizacionais usando eficientemente os recursos escassos num contexto em mudança (estar sempre um pouco à frente dos outros)

Níveis de Actuação

Nível Institucional – estabelece objectivos empresariais, verifica e analisa alternativas estratégicas, toma decisões globais e elabora o planeamento estratégico e políticas.

Nível de Gestão – estabelece objectivos departamentais, verifica e analisa alternativas tácticas, elabora planos tácticos, implementa planos tácticos e avalia resultados.

Nível operacional – verifica e analisa alternativas operacionais, planeia a acção diária, implementa a operação do dia-a-dia e avalia os resultados quotidianos.

Tarefas da Gestão

Planear (Missão, Objectivos, Planos) – Processo de determinar antecipadamente que deve ser feito, como fazê-lo, quando por quem e com que meios.

Organizar (Afectação de recursos, Divisão de tarefas, Agrupamento de pessoas) – Estabelecer relações formais entre as pessoas e, entre estas e os recursos para atingir os objectivos.

Dirigir (Motivar, Comunicar, Liderar) – Processo de afectar ou influenciar o comportamento dos outros.

Controlar (Organizar a cadeia de valor, Verificar níveis de desempenho) – Processo de comparação do desempenho real com o planeado, apontando eventuais acções correctivas.

Origem e evolução do pensamento de gestão

Teorias Clássicas: Administração Cientifica, Teoria Clássica da Administração e Modelo Burocrático.

Abordagem Comportamentalista: Teoria das Relações Humanas e Behaviouristas.

Abordagem Pragmáticas: Abordagem Neoclássica e Administração por Objectivos.

Abordagem Sistémica e Contingencial: Abordagem Sistémica e Modelos Contingenciais.

Novas Tendências (perspectivas contemporâneas): Learning Organization e Gestão do Conhecimento.

Teorias Clássicas (até aos anos 30)

Objectivo – desenvolver um modelo explicativo para o funcionamento das organizações através de um conjunto de regras.

Características Comuns:

Existem regras de funcionamento ideias e absolutas que devem ser “aplicadas” pelos gestores;

A organização é um sistema fechado, centrado na tecnologia, focado em obter a máxima eficiência através da optimização do sistema produtivo (“ser capaz de produzir”)

O indivíduo deve complementar a máquina de forma mecânica, com automatismo (esforço físico).

Administração Cientifica

Frederick Winslow Taylor (EUA, 1856-1915) publicou em 1911 os “Princípios da Gestão Científica” – definiu a Organização Cientifica e Racional do Trabalho.

Conceito fundamental de desempenho ideal: “one and only best way” (existe uma única forma de melhor execução de uma tarefa).

“Estudo de tempos e movimentos” – desagregação de cada tarefa em movimentos físicos – minimizar o tempo de execução para maximizar o output produzido.

As tarefas devem ser simples, menor complexidade possível, automatização física total, reprodução mecânica de movimentos, o todo é a soma das partes.

Coordenação interna e relacionamento com o exterior dispensável, capacidade de produção é suficiente, recursos e clientes sempre disponíveis.

Ford Motor Company (Henry Ford: “Ford modelo T de cor preta”) Henry Fayol (França, 1841-1925) publicou em 1916 a “Teoria Geral de Administração”

onde expôs os seus princípios destinados à organização como um todo. Conceito fundamental de desempenho ideal: análise da estrutura hierárquica das

organizações, o bom funcionamento depende da linha de comando. Cada subordinado tem 1 chefe e a sua dependência é total e pessoal (não é funcional

como para Taylor) Taylor: “homem máquina” VS. Fayol “homem servo” Estudo das funções de cada gestor dentro da cadeia hierárquica e como se deve

processar o relacionamento ao longo desta.

Teoria Geral da Administração

O carácter moral do gestor determina a qualidade das suas decisões. Funções a desempenhar pelo gestor: Planeamento, Organização, Controlo, Comando,

Coordenação e Administração.

Princípios Gerais da Administração de Fayol

Divisão do trabalho; Autoridade / Responsabilidade; Disciplina Unidade de comando; Unidade de direcção; Subordinação do interesse

individual ao interesse geral;

Justa remuneração do pessoal; Centralização; Cadeia de comando; Ordem; Equidade; Iniciativa; Espírito de equipa.

Modelo Burocrático

Max Weber (Alemanha, 1864-1920); académico que aplicou às organizações o seu método de análise que consiste na definição de um “tipo ideal” de organização (modelo puro)

Organização Weberiana: Administração racionalizada, pré-determinada em todos os níveis (comportamentos

pré-fixados, geralmente por escrito), Desempenho ideal – em função de objectivos e actividades definidas previamente,

haverá uma regra para casa situação que o indivíduo deverá aplicar autónoma e automaticamente.

“A Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objectivos pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível ao alcance desses objectivos.” (WEBER)

Abordagem Comportamentalista

Objectivo – Contrapor as teorias clássicas, através do desvio do foco do sistema técnico -produtivo para o sistema social.

Características comuns:

“O indivíduo na organização” – estudo do comportamento humano é necessário para a compreensão do comportamento organizacional;

A organização continua a ser um sistema fechado mas social e dinâmico, com interacção com o meio ambiente resultante da concepção global do homem como trabalhador e individuo;

Motivação e relacionamento interpessoal são as chaves da eficiência produtiva.

Teoria das Relações Humanas:

Elton Mayo “Trabalhador feliz = Trabalhador produtivo” “Experiência de Hawthorne” (1924-1932) – estudo do impacto de variáveis físicas na

produtividade (iluminação e horários). As variáveis mais explicativas para os aumentos de produtividade foram a necessidade de pertença, o espírito de equipa e a relação com as chefias (psicossociológicas).

Sistema social inter-relacionado, com base em conceitos como “organização informal” e “moral” dos trabalhadores (indicador do nível de motivação).

Teoria Behaviouristas:

Aplicação de conhecimentos de psicologia e sociologia à realidade social das organizações;

A organização é um sistema fechado mas com grande dinâmica interna, fruto das vontades e motivações individuais;

O homem é um ser criativo que deve envolver as suas capacidades intelectuais no processo produtivo;

Necessidade de obter consonância dos objectivos individuais com os organizacionais (negociação para gerar consensos).

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow

Estilos de Administração: Teoria X e Teoria Y – McGregor

Necessidades Secundárias

Necessidade de Auto-Realização

Necessidade de Estima

Necessidades Sociais

Necessidades Primárias

Necessidades de Segunrança

Necessidades Fisiológicas

As pessoas são preguiçosas e indolentes;As pessoas evitam o trabalho;As pessoas evitam a responsabilidade, com o objectivo de se sentirem mais seguras;As pessoas precisam de ser controladas e dirigidas;As pessoas são ingénuas e sem iniciativa.

Pressuposições da Teoria X

As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer; O trabalho é uma actividade tão natural como brincar ou descansar; As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios;As pessoas podem ser auto-motivadas e auto-dirigidas; As pessoas são criativas e competentes.

Pressuposições da Teoria Y

Abordagem Pragmática

Abordagem Neoclássica:

Características principais:

Reafirmação dos princípios clássicos (regras flexíveis); Superação da óptica de produção pela óptica de marketing; Ênfase nos objectivos e nos resultados (bottom line approach) – maximizar o lucro.

Princípios básicos da organização:

Enfoque na função inovação; Necessidade de detectar oportunidades no mercado e aproveitá-las activamente

(função do gestor); Não só produzir, mas produzir o que o mercado quer (Marketing), sempre a inovar.

As funções do gestor:

Planeamento; Organização; Direcção; Controlo.

Abordagem da Administração (Gestão) por Objectivos:

O pai da GPO é Peter Drucker (“The Practice of Management 1954)

A gestão por Objectivos é:

Uma filosofia de gestão planeada: metas sectoriais para se atingirem objectivos globais;

Ênfase no estabelecimento de objectivos acordados entre os gestores de grau superior e subordinados;

Objectivos definidos e atingidos são a base fundamental na atenção dos esforços de motivação, avaliação e controlo.

Abordagem Sistémica a Contingencial

Teoria Sistémica

A organização é vista como um todo, um sistema uno, composta por partes inter-correlacionadas.

O gestor tem em atenção todos os elementos organizacionais que são afectados por uma decisão ou um elemento de mudança.

Sistema – é um conjunto de dois ou mais elementos em que:

Cada um tem efeitos no comportamento do todo e entre si, norteados e unificados por um propósito comum;

Não é possível dividir o todo em elementos independentes sem com isso afectar as suas características;

Um sistema é composto por inputs, processo de transformação, outputs e mecanismos de feedback.

O sistema fechado (auto suficiente, sem trocas com o exterior) VS. Sistema aberto (dependem de relacionamentos com o exterior) – a empresa como sistema social aberto em interacção dinâmica com uma envolvente turbulenta.

Modelo Contingencial

Harmonizar a aplicação de diversos métodos de gestão a situações diferentes

O que os gestores fazem depende do conjunto de circunstâncias que caracterizam cada situação

Enfoque para a relação entre a forma como a organização toma as suas decisões e processa a actividade e as características de cada situação específica

A teoria alarga-se a outros domínios específicos da gestão como:

Desenho de tarefas; Liderança; Dinâmica de grupos; Relações de poder.

Novas tendências da gestão

Learning Organization

Peter Senge, “The Fifth Discipline” – mais do que desperdício e ineficiência, falta às organizações um propósito aglutinador para guiar e coordenar os esforços do indivíduo como parte do todo organizacional.

Sistemas capazes de aprender através do modo como utilizam o feedback que recebem do meio envolvente interno e externo

A capacidade de aprendizagem é uma propriedade que faz parte das estruturas da organização

Mais do que capacidade adaptativa o objectivo é a novidade permanente com sistemas descentralizados para alinhamento das decisões locais.

Learning Organization (Definições)

“Organizações que estabelecem relações de compromisso com os clientes, que se adaptam rapidamente às mudanças, que desenvolvem o potencial dos seus trabalhadores e que procuram, constantemente, melhorar o seu desempenho.” (Hayes e tal., 1988)

“Organizações onde as pessoas se desenvolvem, constantemente, de modo a atingirem os objectivos (…), onde se incentiva a necessidade de encontrar novos padrões de pensamento, onde se desenvolve a inspiração colectiva e onde as pessoas estão sempre a aprender como se aprende.” (Senge, 1990)

“Uma organização capaz de criar, adquirir e transferir conhecimentos, capaz de modificar o seu comportamento em função de novos conhecimentos e tomadas de consciência.” (Garvin,1993)

Actividades desenvolvidas pelas learning organizations:

A resolução sistemática de problemas (através de métodos racionais de diagnóstico e análise dos problemas);

A experimentação (procura sistemática de novas soluções); O aprender com a experiência (através da análise e avaliação sistemáticas dos

fracassos e dos sucessos, e da sua divulgação); Observar e aprender com os outros (práticas de benchmarking); A transferência e divulgação dos conhecimentos por toda a organização (através da

montagem de sistemas de informação eficazes).

Gestão do Conhecimento

A necessidade de desenvolver a capacidade de rápida aprendizagem individual e organizacional, exige um novo modelo de gestão, centrado no conhecimento.

Gestão do conhecimento: conjunto de processos e meios para se criar, utilizar e disseminar conhecimento numa organização com a finalidade de se atingir as metas e objectivos traçados (Silva, R.; 2003).

Nas “empresas do conhecimento” o resultado final depende, então, sobretudo das pessoas.

Características de um ambiente de partilha

Confiança, confiança, confiança; Capacidade de comunicação; Contexto e linguagem comuns; Objectivos e razão para partilhar; Espaço para pensar e reflectir; Capacidade de interagir com as outras pessoas; Autonomia para partilhar; Compreensão de que o conhecimento não se transfere facilmente; Estrutura organizacional flexível; Infra-estrutura para apoiar a partilha de informação e conhecimento.

As dificuldade na Gestão do Conhecimento

A mudança cultural – criação de um ambiente de partilha. Distinguir Gestão do Conhecimento de Gestão da Informação. Conseguir o envolvimento (serem praticantes) dos gestores de topo. Não ser influenciado pelos vendedores de plataformas tecnológicas rotuladas de

gestão do conhecimento.

Marketing

Conceitos de Marketing

“O Marketing é o conjunto dos métodos e dos meios de que uma organização dispõe para promover, nos públicos pelo qual se interessa, os comportamentos favoráveis à realização dos seus próprios objectivos.”

Necessidade – Uma necessidade humana é um estado de carência percebida. Por ex.: necessidades de alimentação, vestuário, segurança, afecto…

Desejo – Os desejos são o modo como as pessoas comunicam as suas necessidades. Por ex.: um indivíduo com fome pode querer hambúrguer, pizza…

Procura – Quando acompanhados de poder aquisitivo, os desejos convertem-se em procura.

Mercado – Agrupamento de todos os agentes económicos que, partilhando uma mesma necessidade ou desejo, estão real ou potencialmente, interessados em entrar num processo de transacção a fim de obterem satisfação para as suas necessidades.

Produto – Veículo capaz de satisfazer as necessidades do mercado; é o output da empresa que ela deseja trocar no mercado e é tangível ou intangível.

Troca – Processo através do qual uma entidade decide livremente dar um produto a outra a fim de vir a receber algo que é do seu interesse – dinheiro ou outro produto.

Evolução:

Defende que os consumidores preferem os produtos que estão disponiveis e que consideram monetariamente acessiveis. O foco da gestão deve ser na eficiência da produção e distribuiçãoConceito baseado

na Produção

Defende que consumidores preferem os produtos já existentes que ofereçam as melhores caracteristicas. O foco da gestão deve ser na melhoria desses produtos. Conceito baseado

no produto

Defende que os consumidores comprarão produtos apenas se a empresa fizer elevado esforço de promoção e venda dos mesmos.Conceito baseado

nas vendas

Centra-se nas necessidades e desejos do mercado e em oferecer satisfação de maneira mais eficaz que os concorrentes.Conceito de

marketing

Acrescenta ao conceito de marketing a preocupação com o bem-estar do consumidor e da sociedade. Conceito de

marketing social

O marketing como filosofia de gestão

Na óptica mais recente, o Marketing evoluiu de posição acessória relativamente às restantes funções organizacionais, tornando-se na função que, mais do que qualquer outra, condiciona a sobrevivência da organização, a sua prosperidade e o seu crescimento.

Numa empresa em que a gestão pela óptica de marketing esteja perfeitamente implantada e praticada, as funções desempenhadas pelo departamento de marketing, serão, principalmente, as seguintes:

Planeamento/Controle Comercial Estudos de Mercado Vendas/Distribuição Promoção/Publicidade Desenvolvimento de novos produtos/serviços (capacidade de inovar)

Marketing é tanto uma filosofia como uma técnica:

Como filosofia, é uma postura mental, uma atitude, uma forma de conceber uma determinada relação de troca por parte de uma organização que mantém uma oferta no mercado. (sempre atento às inovações e ao que as pessoas querem)

Como técnica, o marketing é o modo específico de executar e levar a cabo a relação de mudança, que consiste em identificar, criar, desenvolver e servir a procura. (técnicas para chegar ao mercado)

Atitude de marketing caracteriza-se, simultaneamente, pela preocupação em conhecer o público, para melhor se lhe adaptar e para agir de forma mais eficaz.

Conhecer o público – graças às técnicas dos estudos de mercado.

Adaptar-se ao público – tentar não ir contra os seus hábitos, satisfazer as suas necessidades e as suas preferências, falar uma linguagem à qual seja sensível.

Agir de forma eficaz – significa influenciar o público, tentando modificar as suas atitudes e os seus comportamentos num sentido mais favorável aos objectivos da organização.

Estudo de mercado – consiste em recolher informações sobre os diferentes públicos constitutivos do mercado:

Cliente Final (consumidor, utilizador, utente) Comprador Prescritor (pessoas que são uma referência “VIP”) Distribuidor Concorrência (saber o que gostam, o que sai mais…)

Ou sobre o meio envolvente, para resolver um problema de marketing e permitir a tomada de decisões.

As principais decisões de Marketing

Tipos de Abordagens ao mercado

As estratégicas utilizadas são diferentes para cada tipo de objecto.

Marketing de massas

Nao atende, deliberadamente, às diferenças entre os consumidores. Política indiferenciada para o "consumidor médio"

Marketing individualizado (one-to-one)

Toma em consideração as particularidades dos individuos, através do desenvolvimento de políticas "por medida"

Marketing segmentado

Abordagem intermédia

Principais etapas para elaboração de uma estratégica de Marketing

Opções fundamentais de uma estratégica de marketing

Alvo – quem vamos tentar fazer comprar e consumir este produto? O posicionamento do produto – o posicionamento é o conjunto dos traços salientes da

imagem de um produto que permitem ao mercado situar o produto no universo dos produtos análogos (Identificação) e distingui-lo dos outros (Diferenciação). O posicionamento depende do alvo escolhido.

As fontes de mercado – com que outros produtos estaremos em concorrência? A clarificação das fontes de mercado é importante para avaliar a importância do mercado potencial, por exemplo. A cada par “alvo – posicionamento” corresponderão determinadas fontes de mercado. (Quem são os meus clientes? O que quero vender? Qual é que é a minha concorrência? Os produtos que quero colocar no mercado e quais são os concorrentes que têm produtos iguais aos meus?...)

Fixação de Objectivos Gerais

Análise/Diagnóstico Externo (Mercado)Interno (Empresa)

Opções Estratégicas FundamentaisAlvos / ObjectivosFontes de mercadoPosicionamento

Marketing - MIXProdutoPreçoDistribuiçãoComunicação

Avaliação Previsional da Estratégica

Variáveis do Marketing-MIX

4P’s

Produto Preço

Comunicação Distribuição

Política do Produto

Conceito de marketing de um produto

O conceito de marketing é a resposta às questões – o que espera o consumidor? Porque é que comprará o produtor? O que fará do produto?

Exprime-se em termos do consumidor, não do produtor Pode existir o conceito para comprador e o conceito para utilizador Deve ser durável, mas pode evoluir no tempo Deve estudar-se e testar antes da comercialização do produto

As componentes de um produto

Características funcionais do produto que dependem de características físicas e dos serviços complementares.

Características da imagem – um produto comunica pelo seu design, pela marca, pelas qualidades ou defeitos que revela aquando da sua utilização.

Marca

Combinação de denominação, expressão gráfica ou sonora, e slogan associados a um produto que claramente o identifica de entre outros.

Deve ser original e distinguir-se claramente da concorrência

Política do Preço

As estratégias de preço têm um papel directo na viabilidade financeira da empresa, pelo que o responsável de marketing deve dividir as suas decisões com a direcção financeira e a direcção-geral. Contrariamente às outras variáveis, todas as decisões sobre o preço podem ter uma aplicação com efeito imediata. A decisão sobre o preço de lançamento é altamente estratégica, pois é o posicionamento, a imagem e todo o futuro económico do produto que está em causa.

Abordagem para a determinação do preço

Custo Procura Concorrência

Determinação do preço de custo

Total

+ uma margem

= preço da venda

Determinação do preço psicológico

- preço do custo

= margem

Preço de referência da concorrência

Decisão de ser mais barato, mais caro ou idêntico

= margem

Como evoluirão os nossos custos?

A este preço, qual é o volume do

mercado potencial?

Como pode evoluir a nossa posição concorrencial?

Preço de Venda

Política de Distribuição

Esta variável do marketing-MIX diz respeito a como os produtos ou serviços ficam disponíveis no mercado para os clientes. Refere-se não só ao local, mas também aos canais de distribuição através dos quais os produtos chegam ao consumidor final, e os meios físicos utilizados para tal.

Circuito de Distribuição

Itinerário percorrido por um produto ou serviço para ir do estádio da produção ao do consumo, constituído por um conjunto de indivíduos e de empresas, denominados intermediários.

Canal de Distribuição

Categoria de intermediários do mesmo tipo. Quanto mais longo é um circuito, maior é o número de níveis de intermediários que dele fazem parte.

Profundidade de um Circuito

Número de níveis de intermediários que constituem o circuito

Política de Comunicação

Entende-se por comunicação o conjunto dos sinais emitidos pela empresa em direcção aos seus clientes, aos seus distribuidores, aos lideres de opinião, aos prescritores e a todos os alvos.

Engloba:

Venda Pessoal; Publicidade; Promoção;

Merchandising; Marketing directo; Relações Públicas.

Mas são várias as formas como a mensagem chega ao consumidor, algumas controláveis (ex. publicidade), outras incontroláveis (ex. passa-palavra)

Alcança muitos compradoresRepete a mensagem muitas vezesÉ impessoal Inventimento elevado

Publicidade

Interacção pessoalEstabelece/desenvolve relacionamentoFerramenta de comunicação mais cara

Venda Pessoal

Vários instrumentos possíveisPremeia a resposta rápidaEfeitos de curta duração

Promoção de vendas

Muita credibilidadeMelhora imagem da empresa ou produto

Relações Públicas

Personalizado Interactivo

Marketing Directo Estratégicas PULLEstratégica que consiste em investir em publicidade e promoções para aumentar (atrair) a procura por parte dos consumidores

A escolha da estratégica depende de:Tde produto-mercado Fase do ciclo de vida do produto

Estratégica Push Estratégica que consiste em utilizar a força de vendas para "empurrar" o produto através dos canais.

Marketing-MIX alargado

7P’s

Produto Preço Comunicação Distribuição

Instalações (físicas e virtuais) Serviço ao cliente Processos

Instalações

Os consumidores esperam um elevado nível de apresentação por parte das empresas Dão importância não só no que se refere à facilidade de deslocação nos espaços como

a questões estéticas, de organização, etc. O mesmo se aplica aos espaços virtuais (WEB) Particularmente importante nos serviços

Serviço ao Cliente

Os consumidores tendem a ser mais leais às empresas que os servem bem, desde o atendimento telefónico às interacções face-a-face

No que diz respeito ao sector dos serviços, está no centro da sua actividade.

Processos

Sequência de actividades da empresa que permitem tornar o esforço de marketing mais eficaz.

Exemplos: Processo de levantamento das necessidades e requisitos do cliente, processo de reserva, processo de gestão de reclamações, etc.

Definição e Objectivos da Gestão Financeira

Em termos financeiros, todas as actividades levadas a cabo numa organização originam fluxos de entradas e saídas de fundos que é necessário manter em permanente equilíbrio.

A empresa é, assim, vista como uma corrente de fluxos monetários que importa garantir.

À gestão financeira cabem as análises, decisões e actuações relacionados com os meios financeiros necessários à actividade da empresa. Desta forma, a função financeira integra todas as tarefas ligadas à obtenção, utilização e controlo de recursos financeiros.

Gestão Financeira - Processo de obtenção de recursos financeiros que possibilitem à empresa atingir e manter o seu nível de actividade desejada.

A Função Financeira Integra:

A determinação das necessidades de recursos financeiros (planeamento das necessidades, a inventariação dos recursos disponíveis, a previsão dos recursos libertos, o cálculo das necessidades de financiamento externo);

A obtenção de financiamento da forma mais vantajosa (tendo em conta os custos, prazos e outras condições contratuais, as condições fiscais, a estrutura financeira da empresa);

A aplicação criteriosa dos recursos financeiros, incluindo os excedentes de tesouraria (por forma a obter uma estrutura financeira equilibrada e adequados níveis de eficiência e de rentabilidade);

A análise financeira (incluindo a recolha de informações e o seu estudo por forma a obter respostas seguras sobre a situação financeira da empresa);

A análise da viabilidade económica e financeira dos investimentos.

As tarefas de Gestão Financeira

Politica de InvestimentosPolitica de FinanciamentoPolitica de Distribuição de Resultados

Médio e Longo Prazo (Estratégica Financeira)

Gestão do Activo Circulante Gestão dos Débitos de Curto Prazo

Curto Prazo (Gestão de Tesouraria) Decisões Operacionais

O papel do Gestor Financeiro

Óptica de curto prazo => Gestão da Tesouraria

Gestão da Tesouraria – Processo de regulação dos pagamentos e recebimentos da empresa de forma a fazer face, sem falhas, às responsabilidades assumidas.

Óptica de médio e longo prazo = Estabilidade e rendibilidade da empresa

Estabilidade e Rendibilidade da Empresa – Define a Estratégia de Financiamento e optimiza a estrutura financeira.

Regular o acesso da empresa ao mercado financeiro para obter os recursos essenciais à sua actividade, de forma a optimizar o custo em que a empresa irá incorrer por essa utilização.

“Compete ao gestor financeiro a negociação permanente com o meio envolvente da empresa, nomeadamente a nível dos mercados financeiros, a fim de obter (ou aplicar) da melhor forma, os meios financeiros em falta (ou excesso) resultados do ciclo de actividade corrente da empresa e da renovação do seu aparelho produtivo - investimento (ou desinvestimento)”

Fases de Formulação da Estratégica Financeira

Estudo das Fontes de Financiamento:

Compreende o levantamento das entidades e formas através das quais a empresa pode obter recursos financeiros adicionais.

Podem ser Capitais Próprios, de actuais e de novos sócios, resultados líquidos não distribuídos, subsídios atribuídos pelo Estado.

Podem ser Capitais Alheios. Ex: Fornecedores e clientes que na sua actividade corrente financiam parcialmente o ciclo de actividade da empresa, bancos, locadoras, factoring, entre outras.

Objectivos da Empresa:

Como a empresa encara a relação risco/rendibilidade é o aspecto essencial quanto ao vector de objectivos com repercussão na gestão financeira.

Estratégia Financeira:

Gestão de Tesouraria – para além dos pagamentos e recebimentos, inclui a definição de políticas de crédito a clientes, de compras e de stocks. Envolve ainda a definição de política de financiamento e aplicações financeiras de curto prazo.

Gestão da Estrutura Financeira – Define o leverage financeiro aceitável, selecciona fontes e formas de financiamento. Leverage financeiro = efeito multiplicador que o financiamento em capitais alheios provoca sobre a rendibilidade dos capitais próprios.

Plano Financeiro:

Orçamentação dos pagamentos e dos recebimentos correntes, bem como dos gastos de capital, e ainda das movimentações junto das fontes de financiamento e respectivos custos e proveitos.

Implementação:

Implica disponibilidade de um bom sistema de informação interno, para permitir tomar as decisões sobre o recurso a fontes de financiamento e aplicações financeiras.

Controlo:

Utilização do sistema de informação para detectar desvios entre o realizado e o orçamentado, para se poderem tomar medidas correctivas em tempo útil.

Os fluxos e os ciclos da actividade empresarial

O fluxo é caracterizado pela quantidade de bens ou dinheiro, que dois agentes económicos transferem entre si num dado período.

Fluxos reais (representados pelos bens, serviços e investimentos).

Fluxos financeiros / monetários (representados pela tesouraria onde se recebe o dinheiro derivado das actividades da empresa).

Três ópticas para análise dos fluxos da actividade de uma organização:

Financeira – diz respeito à constituição de obrigações de pagamento (Despesas) e direitos de recebimento (Receitas).

Económica – ligada aos consumos de recursos (Custos) e à obtenção de um produto final para venda (Proveitos).

Tesouraria – entrada (Recebimentos) e saída (Pagamentos) de valores monetários

Ciclos da Empresa

Do ponto da vista da gestão financeira, a actividade da empresa pode ser dividida em três ciclos:

Ciclo de exploração Ciclo de investimento Ciclo de financiamento

Ciclo das operações de Exploração

É o conjunto das operações realizadas pela empresa para atingir o seu objectivo: produzir bens e serviços para troca.

Consumo de matérias-primas, de capital (depreciação dos investimentos) e de fornecimentos diversos com o objectivo de assegurar a venda de produtos ou serviços.

Ciclo das operações de Investimento

Refere-se à decisão de realizar novos investimentos em capital fixo (aquisição de terrenos, edifícios, equipamentos, instalações, etc.).

Realização de desembolsos certos (em activos fixos, aqueles que perduram para além de um ano) tendo em vista a obtenção de benefícios futuros de natureza estimada.

Do ponto de vista económico, existe um investimento de capitais imediato, que altera de forma significativa as estruturas técnicas, produtivas e administrativas.

Do ponto de vista financeiro, se o financiamento dos investimentos for incorrecto irá originar desequilíbrios na tesouraria da empresa, facto que poderá abalar a sua sobrevivência.

Ciclo das operações Financeiras

Obtenção de capitais necessários ao crescimento e gestão da empresa. O ciclo das operações financeiras está ligado aos fluxos financeiros autónomos e

abrange um conjunto de operações activas e passivas que afectam a tesouraria. Este ciclo tem como objectivo a obtenção de fontes de financiamento (por ex.

empréstimos, créditos bancários, para garantir o futuro da empresa.

A Contabilidade Analítica e a Contabilidade Geral

Contabilidade Geral

Consiste na utilização de um método, o método contabilístico, de registo dos factos patrimoniais ocorridos numa empresa de forma a permitir a sua relevação patrimonial geral e sistemática.

Relevação , significa figurar, representar, descrever, pôr em evidência. Património pode definir-se como um conjunto de valores afectos a determinado

objectivo. Dá-nos a situação da empresa num determinado momento (visão estática). Respeita os Princípios de INTEGRALIDADE, ESPECIALIZAÇÃO INTERTEMPORAL E

FIABILIDADE.

Método Contabilístico

Processo de tratamento da informação sobre alterações do património da empresa que se baseia na classificação dos valores patrimoniais das contas.

A movimentação das contas é efectuada de acordo com o sistema das partidas dobradas, onde a cada variação numa conta corresponde sempre uma variação de sinal contrário noutra ou noutras contas, de forma, a que seja idêntico o total, em valor, de variações positivas e negativas nas diversas contas do POC (Plano Oficial de Contas).

Existem factos PERMUTATIVOS ou MODIFICATIVOS. Apenas os modificativos alteram o valor do património da empresa, os permutativos resultam de transferências de valores entre contas.

A Conta

É uma classe de valores patrimoniais que apresenta características comuns. Obedece aos princípios de: Homogeneidade (cada conta só deve conter elementos

com a mesma característica comum), Integralidade (uma conta deve conter todos os elementos que apresentam a característica comum que a individualiza) e Constância (é a característica comum que permite fazer a classificação dos valores patrimoniais em contas, logo o fundamento individualizador da conta, e deve manter-se constante pelo menos durante o período de análise)

CONTAS DO ACTIVO

Debitam-se pelos aumentos, creditam-se pelas diminuições.

Contas de Meios Monetários ou Disponibilidades – Neste grupo encontram-se as contas onde se classificam os valores patrimoniais que são já dinheiro ou que podem rapidamente converter-se nele. (Caixa, Depósitos à Ordem, Depósitos a Prazo…)

Contas de Terceiros – Contas representativas de débitos e créditos perante Terceiros. (Clientes, Estado e outros entes públicos, Sócios, Outros Devedores)

Contas de Existências – Registam os Inputs e Outputs que a empresa tem na sua posse jurídica num determinado momento. (Compras, Mercadorias, Produtos acabados…)

Contas de Imobilizações – Registam os bens que a empresa utiliza na sua actividade produtiva ou tem permanentemente ao seu serviço. (Investimentos Financeiros, Imobilizações Incorpóreas e Imobilizações Corpóreas)

Contas de Regularização – O objectivo é fazer face a factos certos (mas de montante incerto) ou a factos incertos (ainda que de montante conhecido ou não) que virão, ou poderão vir, a afectar qualitativamente o património da empresa. (Amortizações, Provisões, Dívidas de Cobrança Duvidosa, Depreciações de Existências e Acréscimos e Diferimentos)

CONTAS DO PASSIVO

Debitam-se pelas diminuições, creditam-se pelos aumentos.

Contas que registam as obrigações que a empresa contraiu para com terceiros. (Fornecedores, Empréstimos (Bancos), Estado e outros entes públicos, Outros Credores e Acréscimos e Diferimentos)

Principais Contas

Contas do Activo Registam os bens e

créditos da empresa sobre terceitos

Contas do Passivo

Registam as obrigações, as dividas ou responsabilidades

assumidas pela empresa face a

terceitos

Contas de Capital PróprioOnde se regista o valor líquido do património da

empresa, ou seja, o que resulta da

diferença entre os direitos e as obrigações

Contas de Custos e Proveitos

Onde se registam os rendimentos que a

empresa vai gerando com a sua actividade

e os encargos respectivos

CONTAS DO CAPITAL PRÓPRIO

Debitam-se pelas diminuições, creditam-se pelos aumentos.

Representam em termos abstractos, o valor do património líquido da empresa. O Capital Próprio resulta da diferença entre o Activo e o Passivo. (Capital Social, Prestações Suplementares, Reservas, Resultados Transitados e Resultados Líquidos)

CONTAS PROVEITOS

Debitam-se pelas diminuições, creditam-se pelos aumentos

Proveitos Operacionais Proveitos Financeiros Proveitos Extraordinários

CONTAS CUSTOS

Debitam-se pelos aumentos, creditam-se pelas diminuições

Custos Operacionais Custos Financeiros Custos Extraordinários

Contabilidade de Gestão (ou analítica)

Tem por objectivo essencial tratar a informação sobre, e gerada pelo, sistema interno da empresa a fim de prover os principais tomadores de decisões com elementos que facilitem e fundamentem as decisões. As preocupações fundamentais são o Estudo dos Custos, o Planeamento de Actividades e o Controlo de Execução.

Estudo dos Custos

Distinguir diferentes tipos de custos: Custo Fixo; Custo Variável, Custo Médio Unitário; Custo Marginal.

Planeamento de Actividades

Em termos de Orçamentação. Um orçamento é a expressão quantitativa e formalizada de um plano de actividades. Atribuir custos a actividades e em seguida reparti-los pelos outputs que são o resultado dessas mesmas actividades.

Controlo de Execução

Consiste na análise de desvios, comparação entre o que foi orçamentado e o custo real efectivamente suportado, para assim se poder detectar as diferenças, identificar as razões e tomar as decisões pertinentes.

A contabilidade analítica e contabilidade geral

Documentos Financeiros e análise de contas

Balanço Funcional

A gestão financeira exige o conhecimento da situação económica e financeira da empresa

Recorre-se aos documentos contabilísticos, nomeadamente ao balanço e à demonstração de resultados e respectivos anexos.

Balanço Contabilístico

O balanço contabilístico expressa a situação patrimonial da empresa tendo por base critérios de legalidade

O balanço contabilístico é o documento base sobre o qual são feitas regularizações para o balanço financeiro

Balanço Funcional ou Financeiro

Tem por base critérios de natureza económica. Apresenta em moldes financeiros a estrutura económica e financeira da empresa, após

correcções Tem como objectivo analisar o equilíbrio económico e financeiro Expressa a situação económico-financeira agregando os fluxos por aplicações e

recursos provenientes dos ciclos de funcionamento da empresa

Em termos práticos a apresentação mais comum é:

Estruturar o Balanço de forma a realçar:

Fundo de Maneio Funcional Necessidades de financiamento do ciclo de exploração (NFM) Tesouraria Líquida Princípio do equilíbrio financeiro funcional: recursos estáveis devem financiar

aplicações estáveis, empréstimos de curto prazo devem cobrir necessidades de tesouraria, há que assegurar a manutenção de uma margem de segurança: o Fundo de Maneio

Teoria Tradicional: Regra do equilíbrio financeiro mínimo

“Os capitais utilizados por uma empresa para financiar uma imobilização, uma existência ou outro activo, devem permanecer à sua disposição durante um tempo que corresponda pelo menos à duração dessa imobilização, existência ou outro activo”.

“Nenhum activo deve ser financiado por um meio cujo prazo de exigibilidade seja inferior ao seu respectivo grau de liquidez (do activo).”

Condições de equilíbrio financeiro:

Activo Fixo < Capitais Permanentes Activo Circulante > Passivo Exigível de curto prazo

Fundo De Maneio = Capitais Permanentes – Activo Fixo

OU

Fundo De Maneio = Activo Circulante – Passivo Exigível curto prazo

Demonstração de Resultados

Conhecer os custos da empresa e a respectiva evolução é fundamental para um correcto controlo de gestão, em moldes financeiros. Requer um esforço de clara identificação dos custos fixos e dos variáveis. Uma correcta classificação dos custos, dentro de cada actividade, permite uma melhor identificação dos custos directos e dos indirectos.

No primeiro caso – fixos e variáveis – o mapa a elaborar deve andar em torno dos seguintes parâmetros:

No caso de dificuldade de conhecimento dos custos directos e indirectos e sabendo-se que as tradicionais imputações contabilísticas estão fortemente envoltas de subjectividade, podendo distorcer a realidade e subsequentes análises, podemos construir uma demonstração de resultados, com a seguinte configuração:

Análise de Contas

A análise económico-financeira da empresa consiste na determinação dos principais agregados económicos obtidos a partir da demonstração de resultados, do balanço e do mapa de fluxos de caixa. A técnica mais divulgada é a da análise dos rácios, que pode ser efectuada em termos estáticos ou dinâmicos

Objectivo – Estudo do potencial económico e da estrutura financeira

Principais Rácios

Rácios = Indicadores que exprimem uma relação entre elementos constantes dos principais documentos contabilísticos

É habitual considerar 4 grandes tipos de rácios:

Rácios de Liquidez ou de tesouraria (Indicam a capacidade da empresa satisfazer os seus compromissos de curto prazo)

Rácios de Solvabilidade (Permitem avaliar o grau de risco de insolvência a longo prazo em que a empresa incorre)

Rácios de Actividade (Explicitam a forma como a empresa está a utilizar os recursos de que dispõe)

Rácios de Rendibilidade (Indicam o grau de eficiência com que a empresa utilizou os recursos)

Análise de Investimentos

Conceito de Investimento – Conjunto de despesas feitas com a aquisição de activos imobilizados bem como todos os encargos que a empresa irá suportar decorrentes dessa decisão de aquisição.

Tipos de Investimento

Investimento Financeiro Investimentos não directamente produtivos Investimento de subtituição Investimentos de expansão

Componentes de um projecto de investimento – Estudo de Mercado; Estudo Técnico; Quantificação do Investimento; Estudo Financeiro

Noções básicas de Cálculo Financeiro

Fórmula do Juro Simples: JS = C₀ (i) (n)

JS - Juro simples, C₀ - Capital no momento t=0, i - Taxa de juro do período, n - N.º de períodos

Cálculo do valor futuro do capital

C1 = C0 + juro = C0 + C0 (i)*1

Capitalização: processo pelo qual um capital inicial (Ct) referido a um momento no tempo (t) se transforma num capital (Ct+n) – valor acumulado - no momento t+n, em que n é o período de aplicação do capital a uma dada taxa de capitalização (juro).

Desconto: Consiste num fenómeno inverso ao da capitalização. Transforma um capital Ct que se vence no momento t, num capital inferior Ct-n – valor actual - referido a um momento anterior no tempo.

Critérios de decisão quanto aos investimentos

Critério do período de recuperação do investimento (PR) ou payback Critério do valor actualizado líquido (VAL) Critério da taxa interna de rendibilidade (TIR) Rácio benefício/custo (B/C)

Período de Recuperação do Investimento ou Payback Period (PR)

CF = Cash Flow

I = Cash-Flow do Investimento

n = ano em que o valor dos cash-flows acumulados apresentam um valor imediatamente anterior ao valor do investimento total

PR=n+∑n=0

t

I−∑n=0

t

CFn

∑n=0

t

CFn+1−∑n=0

t

CFn

Vantagens:

Facilidade de compreensão Simplicidade de aplicação Fornece uma ideia do grau de liquidez e de risco do projecto

Limitações:

O PR ignora os CF após o período de reembolso e portanto a taxa de rendibilidade do investimento

Despreza o “timing” e a magnitude dos CFL totais.

Valor actualizado líquido (VAL)

Traduz o valor no momento presente, do excedente de fundos gerado pelo projecto, uma vez remunerado e reembolsado o capital investido.

CF = Cash Flow de exploração no período tI = Cash-Flow do Investimento no período tn = horizonte de análisei = taxa de actualização = (1+i1).(1+i2).(1+i3)-1, em que i1= Rendibilidade mínima exigida pelo investidor; i2 = taxa de inflação média esperada; i3 = Prémio de RiscoVR = valor residual do investimento

Critérios de Decisão:

Se VAL > 0 : Aceita-se o projecto Se VAL = 0 : Indiferença Se VAL < 0 : Rejeita-se o projecto

Vantagens:

Reconhece o valor temporal do dinheiro Considera os in-flows e os out-flows que se esperam vir a ser gerados pelo projecto Permite incorporar diferentes custos de capital

Limitações:

¿n¿¿

Requer o conhecimento do custo do capital Medida absoluta que não tem em conta escala do investimento Pode dar resultados não satisfatórios em projectos com vidas esperadas diferentes

Taxa Interna de Rendibilidade (TIR)

Traduz a taxa de actualização que aplicada a dois conjuntos de cash-flows, respectivamente negativos e positivos, os torna equivalentes. Ou seja, corresponde à taxa de actualização que torna nulo o VAL do projecto.

CF = Cash Flow de exploração no período tI = Cash-Flow do Investimento no período tn = horizonte de análisei = taxa de actualização VR = valor residual do investimento

Critérios de decisão:

Se TIR > Custo do Capital (K) : aceita-se o projecto Se TIR = K : indiferença Se TIR < K : rejeita-se o projecto

Vantagens:

Reconhece o valor temporal do dinheiro Considera todos os cash in e out-flows Não requer o conhecimento custo de capital para o seu cálculo É fácil de entender e de comparar

Limitações:

Conclusões erradas em mútua exclusividade Assume-se a possibilidade de reinvestimento dos CFL à taxa TIR

¿ n=∑t=0

n CFt(1+i )t

+∑t=0

n VRt(1+i)t

¿ ¿ ¿¿

Rácio Benefício / Custo

Exprime-se pelo quociente entre os benefícios e os custos gerados pela situação de investimentos, depois de actualizados a uma taxa conveniente (normalmente a usada no cálculo do VAL).

Critérios de Decisão:

Se B/C > 1 : Aceita-se o projecto Se B/C = 1 : Indiferença Se B/C < 1 : Rejeita-se o projecto

Vantagens:

Medida relativa do benefício por € investido Reconhece o valor temporal do dinheiro Considera todos os cash in-flows e out-flows É fácil de entender e de comparar

Limitações:

Redundante em relação ao VAL Critério teórico

B/C=∑t=0

n

B t (1+i )−t

∑t=0

n

( I t+Ct )(1+i )−t ou B /C=

∑t=0

n

(Bt−C t )(1+i)−t

∑t=0

n

I t(1+i )−t