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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PRICILIANA ROBERTA JANEIRO LOPES ALTERAÇÕES NO SISTEMA AUDITIVO DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO AO AGROTÓXICO E AO RUÍDO. CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

PRICILIANA ROBERTA JANEIRO LOPES

ALTERAÇÕES NO SISTEMA AUDITIVO DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO AO AGROTÓXICO E AO RUÍDO.

CURITIBA

2014

PRICILIANA ROBERTA JANEIRO LOPES

ALTERAÇÕES NO SISTEMA AUDITIVO DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO AO AGROTÓXICO E AO RUÍDO.

Trabalho acadêmico vinculado com o curso de especialição em Audiologia, como pré-requisito para o título de Especialista em Audiologia.

CURITIBA

2014

RESUMO Introdução:Com o aumento da produção agrícola brasileira aumenta-se concomitantemente o uso de substâncias químicas e consequentemente afeta a qualidade de vida dos trabalhadores. A Organização Mundial da Saúde considera a poluição sonora como uma das três prioridades ecológicas para a próxima década. O ruído é um dos contaminantes mais subestimados apesar de ser quase onipresente e apresentar um efeito negativo acumulativo na saúde.Objetivo: Verificar a relação entre trabalhadores rurais expostos ao ruído ocupacional e ao agrotóxico e a ocorrência de Perda Auditiva Neurossensorial.Metodologia:Foi realizada Audiometria em trinta e um trabalhadores da Usina Santa Terezinha, unidade de Goioêre–Paraná, todos do sexo masculino, com a função de operador de trator agrícola, com idades entre dezenove eoitenta e oito anos, submetidos diariamente ao ruído provocado pelo trator e ao agrotóxico Regent 800 WG utilizado no controle de pragas da lavoura de canade açúcar.Resultados:No presente estudonão foi possível relacionar a Perda Auditiva Neurossensorial com o uso de agrotóxico e nem com a exposição ao ruído, porém verificou-se que o fator idade está mais relacionado com a perda auditiva.Considerações Finais: Através das Audiometrias realizadas verificou-se que 25,80% dos trabalhadores apresentaram algum grau de Perda Auditiva Neurossensorial, 64,52% fazem uso de equipamento de proteção individual, são trabalhadores formais regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho e a empresa segue as Normas Regulamentadoras estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, realizando exames Audiométricos periodicamente. Conscientização dos próprios trabalhadores e dos profissionais de saúde é de suma importância para evitar ou diminuir a ocorrência de Perda AuditivaNeurossensorial. Palavras-chaves:Perda Auditiva Neurossensorial, Audiometria, Qualidade de Vida. ABSTRACT Introduction: With the rise of Brazilian agricultural production concomitantly increases the use of chemicals and hence affects the quality of life of workers. The World Health Organization considers noise pollution as one of three environmental priorities for the next decade. Noise is one of the most underrated contaminants despite being almost ubiquitous and present a cumulative negative effect on health. Objective: To investigate the relationship between exposure to occupational noise and farm workers to pesticides and the occurrence of Sensorineural Hearing Loss. Methodology: - Paraná, all male, with the operator function tractor, aged nineteen eighty-eight, subjected daily to inflict noise audiometry workers a Mill St. Therese, unit Goioere was performed in thirty by tractor and Regent 800 WG pesticide used to control crop pests of sugar cane. Results: In the present study it was not possible to relate the Sensorineural Hearing Loss with the use of pesticides and even with exposure to noise, but it was found that the age factor is more related to hearing loss. Final Thoughts: Through Hearing tests it was found that 25.80% of workers showed some degree of sensorineural hearing loss, 64.52% use of personal protective equipment, formal workers are governed by the Consolidation of Labor Laws and the company follows the Regulatory Standards established by the Ministry of Labour, performing Audiometric examinations periodically. Awareness of the workers themselves and health professionals is of paramount importance to avoid or reduce the occurrence of Sensorineural Hearing Loss. Keywords:Sensorineural Hearing Loss, Auditory, Quality of Life.

SUMÁRIO

1. Introdução...............................................................................................................................5

2. Referencial teórico...................................................................................................................7

3. Materiais e Método................................................................................................................15

4. Resultados............................................................................................................................16

5. Discussão dos dados............................................................................................................26

7. Conclução..............................................................................................................................20

8. Referências bibliográficas......................................................................................................22

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INTRODUÇÃO

Devido ao aumento do uso de substâncias químicas no meio ambiente, vários fatores

acontecem tanto no meio ambiente quanto na população produtiva exposta. Se por um lado o

desenvolvimento tecnológico avança a passos largos, por outro, as pesquisas acerca dos efeitos de

tais tecnologias sobre a saúde humana e ao meio ambiente não se desenvolvem com tanta rapidez.

Ao considerar que as pesquisas se iniciam a partir de um fato gerador, entende-se que o

desconhecimento inicial do impacto dessas substâncias químicas no mundo pode ser muito mais

nocivo e danoso do que o esperado, uma vez que a legislação também é lenta, os efeitos maléficos

já instalados causam problemas de saúde à sociedade e degradação do meio ambiente, inclusive

para as futuras gerações. Uma vez que os dados confiáveis sobre o possível impacto de uma

substância danosa ao meio ambiente e à saúde humana estejam disponíveis, não obstante ainda

haver incerteza científica, deve-se tomar uma decisão baseada no princípio da

precaução.(Comissão das Comunidades Europeias, 2001).

Segundo Peres (1998), Três milhões de pessoas são contaminadas por agrotóxicos em

todo o mundo, sendo 70% desses casos nos países em desenvolvimento, onde o difícil acesso às

informações e à educação por parte dos usuários desses produtos, bem como o baixo controle

sobre sua produção, distribuição e utilização são alguns dos principais determinantes na

constituição dessa situação comum dos importantes desafios de saúde pública.

As exposições podem ser divididas em dois grupos: ocupacionais e ambientais. Dentro do

grupo dos expostos ocupacionalmente encontram-se os agricultures, trabalhadores de indústrias

químicas, aplicadores de controle de vetores (como o Aedes aegypti), entre outros ( Jagaet al.,

2003).

Já com relação às exposições ambientais estão às residências, produtos de limpeza e

dedetização, alimentação (principalmente de neonatos e crianças) e até armas químicas. ( Jagaet

al., 2003).

Essa exposição produz alterações clínicas que não são detectadas no exame neurológico e

nem pelos marcadores biológicos e que de forma silenciosa, vai modificando a vida do trabalhador

rural. (Gomes et al.,1998). Os sintomas clínicos, considerados como sinal precoce da intoxicação

podem ser avaliados por meio de exames neurofisiológicos e neuropsicológicos, apresentando

alterações tanto do sistema nervoso periférico como central, sendo a tontura e o zumbido um

sintoma clínico como consequência da exposição aguda ou longo prazo ao agrotóxico amplamente

divulgada na literatura ( Ellenhornet al., 1997).

Segundo Araújo, 2007. As substâncias podem ter seu efeito potencializado se estiver

combinada com outra substância tóxica ou em condições favoráveis como variação de temperatura

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ou ambiente (água, ar, etc), elevando sua concentração e aumentando seu grau de toxicidade. As

manifestações clínicas mais comuns devido à exposição aos agrotóxicos são dor de cabeça,

distúrbios gastrintestinais e tonteira (Delgado et al., 2004).

A perda auditiva induzida por nível de pressão sonora elevada (PAINPSE) e uso de

agrotóxico é uma doença profissional, de grande interesse dos profissionais da área da saúde

ocupacional, pois traz limitação no ambiente de trabalho e psicossocial, além de ocasionar

consequências maléficas na qualidade de vida e na saúde geral dos indivíduos.

O uso indiscriminado de agentes tóxicos sem os devidos cuidados gera um número

significativo de intoxicações, agudas ou crônicas, além de degradar o meio ambiente e tornar-se um

dos principais problemas de saúde pública no meio rural brasileiro.

Os programas que visam à segurança e o bem estar dos trabalhadores ainda enfrentam

desafios a serem vencidos junto com a colaboração de todos os envolvidos. Há a necessidade de

uma força de trabalho saudável, motivada e preparada para corresponder à competição existente,

refletindo diretamente no resultado da empresa e sendo o ideal para a qualidade de vida no

trabalho.

Mesmo com as leis existentes esses trabalhadores muitas vezes são seus próprios patrões

e não cumprem com a segurança para o bem estar. Neste sentido, investigar os achados

audiológicos de trabalhadores expostos a ruídos e ao agrotóxico é de fundamental importância para

elaborar estratégias na prevenção e promoção de saúde auditiva ocupacional de trabalhadores

rurais.

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REFERENCIAL TEÓRICO

Os agrotóxicos são definidos como produtos químicos ou biológicos utilizados para

exterminar pragas ou patógenos que ataquem as culturas agrícolas. Estima-se que atualmente

cerca de três milhões de toneladas de agrotóxicos sejam utilizados anualmente na agricultura em

todo o mundo. (RAMOS, 1999)

As pessoas mais expostas aos perigos da contaminação pelos agrotóxicos são as que

apresentam contato com eles no campo. Existem os aplicadores, preparadores de caldas e os

responsáveis por depósitos, todos mantendo contato direto com os produtos. Além do contato direto

há também o indireto ao realizar capinas, roçadas, colheitas, sendo este de maior risco, pois o

contato com os venenos são feitos sem o uso de proteção e sem respeitar o intervalo de reentrada

nas lavouras (LONDRES, 2011).

Para OLIVEIRA (2010), a saúde humana pode ser afetada pelos agrotóxicos por meio do

contato direto do organismo com estas substâncias por três vias principais de contaminação:

ocupacional (trabalhadores que manipulam essas substâncias), ambiental (dispersão no meio

ambiente) e alimentar (ingestão de produtos contaminados por agrotóxicos), desta forma os efeitos

deletérios sobre a saúde atingem os trabalhadores, a comunidade e o meio ambiente.

Os trabalhadores atingidos pelos agrotóxicos são desde camponês pequeno proprietário até

um trabalhador contratado por empresas. Desde um piloto de avião que vai pulverizar agrotóxicos

até um pequeno produtor, todos estão expostos aos agrotóxicos. E há uma simples questão: eles

conhecem pouco os procedimentos para se proteger (BOMBARDI, 2011).

O uso de agrotóxicos no meio rural brasileiro trouxe uma série de consequências tanto para

o meio ambiente como para a saúde do trabalhador exposto. As consequências são condicionadas

a fatores ligados ao uso inadequado dessas substâncias, alta toxicidade de alguns produtos, falta

de utilização de equipamentos de proteção adequados e a falta de vigilância. O nível

socioeconômico e cultural da grande maioria desses trabalhadores agrava ainda mais o quadro

(MANJABOSCO, 2005).

Os trabalhadores rurais, além de expostos a agressores mecânicos, agentes químicos e

biológicos, se submetem a agentes físicos, como a radiação solar, descargas elétricas,

temperaturas extremas, frio e calos e o ruído.

A intoxicação por agrotóxico pode ocorrer por três vias: inalação, ingestão e dérmica. O

envenenamento por inalação apresenta como sintomas iniciais mais comuns dores de tórax,

dificuldade de respiração e dores de cabeça, aliadas à visão borrada e lacrimejante. Quando

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ingerido causa náuseas, vômitos, diarréias e câimbras, sintomas comuns de envenenamento.

Contrações e suor na pele são sintomas observados em caso de contato do agrotóxico em partes

do corpo (LIMA, 2011).

Segundo Londres (2011) existem três tipos de intoxicação:

- Intoxicação aguda, cujos sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição ao agrotóxico. Os efeitos podem incluir dores de cabeça, náuseas, vômitos, dificuldades respiratórias, fraqueza, salivação, cólicas abdominais, tremores, confusão mental, convulsões, entre outros. Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, dependendo da quantidade absorvida. Em muitos casos pode levar à morte.

- intoxicação subaguda ou sobreaguda, ocorre por exposição moderada ou pequena a produtos alta ou medianamente tóxicos. Os efeitos podem aparecer em alguns dias ou semanas, podem incluir dores de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago, sonolência, entre outros.

- Intoxicação crônica que caracteriza-se pelo surgimento tardio. Aparece após meses ou anos de exposição leve ou moderada a um ou vários produtos tóxicos. Os sintomas são normalmente subjetivos e podem incluir perda de peso, fraqueza muscular, depressão, irritabilidade, insônia, anemia, dermatites, alterações hormonais, problemas imunológicos, efeitos na reprodução (infertilidade, malformações congênitas, abortos), doenças do fígado e dos rins, doenças respiratórias, efeitos no desenvolvimento da criança, entre outros. Normalmente o diagnóstico da intoxicação crônica é difícil de ser estabelecido. Os danos muitas vezes são irreversíveis, incluindo paralisia e vários tipos de câncer.

Como visto, os agrotóxicos causam muitos danos à saúde, um dela referente é a perda

auditiva. Todo tóxico que causa dano ao ouvido, órgãos ou nervos responsáveis pela audição e pelo

equilíbrio são chamados de ototóxicos. No sistema vestibulococlear, o efeito de agentes ototóxicos

pode manifestar-se em lesões de células ciliadas externas (CCE), lesões do VII par craniano,

alterações no sistema vestibular e alterações no sistema nervoso central (SNC). A ação neurotóxica

de algumas substâncias químicas encontradas nos ambientes de trabalho pode afetar não somente

a audição e o equilíbrio, mas também o tronco cerebral e vias auditivas centrais (BERNARDI, 2003).

A ototoxicidade deve ter enfoque como problema de saúde pública. Estudos mostram que

existem mais de 200 substâncias ototóxicas, sendo em sua maioria não identificadas como nocivas

ao homem. (HOSHINO, 2008). A perda auditiva pode ser uma manifestação precoce de intoxicação

por organofosforado.

Um composto organofosforado ou simplesmente organofosforado é um composto orgânico

degradável contendo ligações carbono-fósforo e são utilizados no controle de pragas. Eles são

amplamente utilizados na agropecuária com inseticidas, herbicidas e reguladores do crescimento

das plantas, na guerra química e como agentes terapêuticos.

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Pesticidas do grupo dos organofosforados, compostos anticolinesterásicos que causam variado grau de toxicidade para o ser humano, são amplamente utilizados na agricultura há muitas décadas. Em razão do benefício do agrotóxico para o sucesso do plantio, o trabalhador tem a tendência de superestimar seus efeitos benéficos para o plantio, desconsiderando os malefícios à saúde em curto, médio e longo prazo. Embora um grande número de pesticidas tenha sido descoberto no início do século, seus efeitos deletérios foram relatados somente a partir de 1932. (KÖRBES, 2010)

De acordo com Morata (2003), os inseticidas organofosforados tem sido investigados como

potencialmente ototóxicos por estarem presentes em diversos processos produtivos e foram

introduzidos em grupos de pesquisa relacionada à ototoxicidade.

Estudos indicam que os agrotóxicos organofosforados induzem a alterações do sistema

auditivo e do sistema vestibular, sendo comprovado também o potencial neurotóxico na população

exposta a este químico. Os efeitos sobre a saúde humana envolvem sinais e sintomas muito além

da visibilidade clínica, sendo necessária uma abordagem complexa à saúde, como forma de garantir

uma intervenção terapêutica e preventiva nas ações de saúde ambiental e do trabalhador.

A exposição crônica a inseticidas pode ser responsável pelo comprometimento da audição

em nível periférico e central. Esta lesão auditiva aconteceria independentemente da exposição ao

ruído e em caso de exposição combinada, ruído e inseticidas, haveria interação entre estes dois

agentes, levando a uma potencialização da perda auditiva em nível periférico (AUGUSTO, 2003).

O agente ototóxico é definido como substância química ou droga que causa dano funcional

ou lesão celular na orelha interna, especialmente em nível da cóclea ou canais semicirculares e V III

par craniano, e, os agentes neurotóxicos alterariam a função vestibular ou auditiva agindo

primariamente nas vias auditivas centrais e sistema nervoso central. (HYPPOLITO, 2005).

Os produtos ototóxicos além de contribuírem aos efeitos do sistema auditivo, atingindo o

ouvido interno, é degradante neural. O dano neural não se limita a perda auditiva, prejudica também

a visão, olfato e as funções motoras em maior ou menor grau, temporária ou permanente

(KITAMURA, 2003).

A configuração da perda auditiva causada por agrotóxicos pode ser semelhante à

relacionada com ruído. Estudiosos dessas desordens são muito semelhantes: perda auditiva

neurossensorial para frequências de 3000 a 6000 Hz, com lesão principalmente em células ciliadas

cocleares, sendo a alteração bilateral, simétrica e irreversível. (MORATA, 2003)

As dificuldades na comunicação se manifestam pela presença do comprometimento da

inteligibilidade de fala apresentada pelo portador de perda auditiva sensório-neural, principalmente

quando este se encontra em local ruidoso. O comprometimento das frequências altas torna difícil a

percepção das consoantes, diminuindo a probabilidade de entendimento da mensagem falada,

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levando o sujeito ao isolamento social e ao seu afastamento das situações de comunicação.

(SCHOCHAT, 2007).

A lesão na orelha interna, muitas vezes, é acompanhada de intolerância a sons intensos,

com prejuízo no reconhecimento da fala, comprometendo a seletividade do som e a dificultando na

comunicação oral. Os zumbidos e as tonturas também se manifestam neste tipo de lesão e estes

podem desencadear distúrbios comportamentais, tais como mau humor e irritabilidade, que podem

ser potencializados pelos agrotóxicos.

A perda auditiva induzida por exposição a ruídos é normalmente limitada à faixa de

frequências mais altas enquanto que a causada por produtos químicos afetam a audição em

qualquer faixa de frequência.

A Organização Mundial da Saúde considera a poluição sonora como uma das três

prioridades ecológicas para a próxima década. Como este problema não é visível, muitas vezes a

percepção da gravidade da exposição ao ruído não é avaliada em toda sua extensão. O ruído é um

dos contaminantes mais subestimados apesar de ser quase onipresente e apresentar um efeito

negativo acumulativo na saúde. É a principal causa de perda auditiva evitável em todo o mundo e

provoca alterações lentamente progressivas e sintomas que aparecem após vários anos de

exposição e geralmente coincidindo com o aparecimento da presbiacusia, caracterizada pelo

desgaste natural do sistema auditivo que ocorre com o passar dos anos. (KITAMURA, 2003).

De acordo com Kós (2012), para diminuir o nível de ruído e consequente melhora do

ambiente de trabalho, necessita-se entender os princípios básicos de sua geração, transmissão e

recepção.

O sistema auditivo processa os sons da seguinte forma: as ondas sonoras chegam à orelha

interna através de duas vias de condução: a aérea e a óssea. O som captado pela orelha externa

que passa pela membrana timpânica e, através dos ossículos do ouvido médio é transferido até a

cóclea, caracteriza a transmissão via aérea. Através das vibrações dos ossos do crânio, a condução

óssea realiza movimentos na base do estribo, provocando movimentos equivalentes na janela oval

e atingindo os líquidos do ouvido interno, estimulando os receptores do órgão de Corti. Este possui

células ciliadas internas e externas e estas últimas são bastante sensíveis a altas e prolongadas

pressões sonoras, podendo levar à chamada exaustão metabólica, com depleção enzimática e

energética, perda de oxigênio e nutrientes que leva à morte celular. Ocorrem formações cicatriciais

onde havia essas células, o que resulta em déficit permanente na audição. A Perda Auditiva

Induzida por Ruído (PAIR) é uma doença crônica e irreversível que lesa as células ciliadas do

Órgão de Corti, decorrente da frequente exposição a ruído, cujos níveis de pressão sonora (NPS)

são elevados (FERREIRA JUNIOR, 1998).

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O agente nocivo à saúde encontrado com maior frequência no ambiente de trabalho e

causador da maioria das doenças ocupacionais é o ruído. Uma das consequências da exposição ao

ruído é a PAINPSE (Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevado), que ocupa o

segundo lugar na lista de causas responsáveis pela perda auditiva em homens (PADOVANI, 2004).

Anteriormente foi definida como PAIR (Perda Auditiva Induzida pelo Ruído), mas as

características são as mesmas, ou seja, diminuição gradual da acuidade auditiva por consequência

da constante exposição à pressão sonora.

Entre as resoluções que tratam do ruído, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio

Ambiente) em sua resolução nº 1, de 08 de março de 1990 estabelece que a emissão de sons e

ruídos em decorrência de atividade industrial, comercial, social ou recreativa, incluindo as

propagandas, deverá atender, no interesse da saúde, segurança e sossego público, sendo 70 dB

(A) durante o dia e 60 dB (A) durante a noite. Diante do exposto percebe-se que mesmo a vinte e

quatro anos atrás já existia preocupação com a saúde dos trabalhadores.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, em seu artigo 168 da CLT

(Consolidação das Leis do Trabalho) Norma Regulamentadora 7 e Portaria SSST/MTb nº 5,

publicada em 25 de fevereiro de 1997 estabelece diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação

e o acompanhamento da audição dos trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevados.

A PAINPSE foi definida como perda auditiva gerada por níveis de pressão sonora elevados, com

alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, devido exposição ao ruído ocupacional,

caracterizada pela irreversibilidade e progressão gradual com o tempo de exposição ao risco.

Quase sempre é bilateral, simétrica e irreversível (MORATA, 2005).

A PAINPSE pode ser prevenida, mas se não tratada adequadamente traz prejuízos de

diversas naturezas, podendo levar à incapacidade auditiva, disfunções auditivas (zumbidos e

alterações vestibulares) e até mesmo prejudicar a inserção no mercado de trabalho.

Inicialmente a PAINPSE acometi os limiares auditivos em uma ou mais frequências situado

na faixa de 3000 a 6000 Hz (Hertz). De acordo com Barbosa-Branco (2004) as frequências mais

altas e mais baixas podem levar mais tempo para serem comprometidas.

A constante exposição a sons com níveis elevados pode gerar, além de dano auditivo,

outras alterações secundárias como: estresse, alterações fisiológicas no ritmo cardíaco e na

pressão sanguínea, dificuldade com os sons da fala, exaustão física, alterações químicas,

metabólicas e mecânicas do órgão sensorial auditivo e como resultado final uma perda auditiva

parcial ou total do Órgão de Corti, parte interna do ouvido.

Com níveis excessivos acima de 85 Decibéis, a exposição continuada ao longo dos anos

pode levar a uma perda auditiva permanente e irreversível. O uso de EPI (Equipamento de proteção

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Individual) de proteção auditiva é obrigatório em ambiente acima desse nível e tem por objetivo

prevenir uma possível perda auditiva, pois não existe tratamento clínico para restaurar a audição

(MENEZES, 2005).

Os zumbidos são o primeiro sinal de alerta em consequência da exposição a um estímulo

sonoro excessivo e pode indicar maior suscetibilidade a uma lesão causada pelo ruído. De acordo

com os estudos de Araújo (2004), além da perda auditiva, uma queixa comum entre os

trabalhadores que atuam em ambiente ruidosos com níveis de 85 dB NPS (Nível de Pressão Sonora

com decibel) ou maiores é o ruído, presente em 4% dos registros de casos observados.

Para dimensionar a nocividade do som com nível elevado devem-se considerar fatores

como intensidade, tipo de espectro, duração e distribuição da exposição do ruído durante uma

jornada de trabalho ou lazer, tendo em conta a suscetibilidade individual. (MENEZES, 2009)

As pessoas são expostas diariamente a níveis elevados de pressão sonora em ambiente de

trabalho, de lazer, sem ter conhecimento da legislação que rege o assunto e os danos causados.

Deve-se diferenciar música e ruído, enquanto música apresenta frequências dominantes baixas e

prazerosa o ruído possui padrão temporal contínuo, frequências altas e desagradáveis ao ouvido

(MENDES, MORATA E MARQUES, 2008).

Na indústria é praticamente inevitável a emissão de elevados níveis de ruído, mas nem

sempre é necessário. Há um número considerável de situações que promovem a geração de ruídos

totalmente evitáveis. Ambiente de trabalho tais como metalúrgicas, fábricas, montagem de

máquinas, oficinas mecânicas e construção civil geralmente são bastante ruidosos, podendo levas

os trabalhadores a sintomas relacionados à exposição ao ruído. Estes sintomas podem ser auditivos

(perda auditiva, zumbidos e dificuldades na compreensão da fala) e extra auditivos (alterações do

sono e transtornos neurológicos, vestibulares, digestivos, comportamentais, cardiovasculares e

hormonais). Em relação aos sintomas auditivos, a perda da audição ocorre de forma lenta e

progressiva, dificultando a percepção do trabalhador em relação ao dano auditivo, retardando a

busca por acompanhamento médico (NUDELMANN, 2001).

Segundo Rodrigues (2004), as ações do ruído sobre o organismo pode ser relacionado em

três grupos: Efeito sobre o organismo – perturbar circulação sanguínea e provocar efeitos

psicológicos como stress; Efeitos sobre rendimento do trabalho – fadiga, falta de atenção, má

qualidade da produção e perda de tempo e material; Ocorrência de Acidentes – causa indireta.

As emissões otoacústicas (EOA) são sons detectados no meato acústico externo (MAE),

produzidos na cóclea, sendo especificamente o registro da mobilidade e habilidade mecânica das

células ciliadas externas (CCE). Os movimentos das CCE podem ser espontâneos (ausência de

estímulo acústico) ou evocados, em resposta a um estímulo acústico. A cóclea não só recebe

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energia acústica de uma maneira passiva, mas também amplifica ativamente certos sons. O

mecanismo passivo é acionado por sons intensos, movendo diretamente os estereocílios das

células ciliadas internas (CCI) e o mecanismo ativo é acionado por sons de fraca intensidade,

quando a energia é insuficiente para movimentar diretamente as CCI, provocando a movimentação

dos estereocílios das CCE (COSTA FILHO, 2003).

O processo eletrobiomecânico ativo coclear, embora não funcione receptores cocleares,

tem capacidade de contração rápida e lenta, funcionando como efetores cocleares ativos, uma vez

que, ao liberar ebergia mecânica durante as contrações rápidas, torna-se responsável pelas EOA.

As emissões otoacústicas transientes (EOAT) são desencadeadas por um estímulo breve de banda

larga, avaliando a cóclea como um todo, e sua presença pode confirmar a integridade do

mecanismo coclear, já que quando ausente, e sem alteração de orelha externa e média, é

significativo de uma perda auditiva em torno de 25 a 30 dB NA (decibel nível de audição) (LOPES

FILHO, 2005).

O ambiente de trabalho considerado agressivo ao homem é quando há o somatório de

situações desconfortáveis, como elevado nível de ruído, excesso de calor. Além de prejudicial,

implica perda de produtividade e qualidade de vida do trabalhador. (FERNANDES, 2012)

O Programa de Conservação Auditiva (PCA) é o modo mais importante de prevenção da

perda auditiva ocupacional. Deve-se em primeiro lugar, verificar se há risco ou não, através de

medidas abrangentes dos níveis sonoros em cada ambiente da empresa. Se estes níveis sonoros

oferecem riscos, o local de trabalho deve ser identificado e as medidas de conservação auditiva

devem ocorrer, como, por exemplo, reduzir o ruído na fonte. Outra forma de preservar a saúde

auditiva do trabalhador é monitorar o período de exposição ao ruído sobre a audição. A utilização

dos protetores auriculares é bastante eficaz, observando-se alguns critérios, como: qualidade do

protetor, ajuste ao ouvido, manutenção e conforto. (BEZERRA, 2006)

A monitoração cuidadosa é necessária em qualquer Programa de Conservação Auditiva.

Através da realização da audiometria pré-admissional a empresa pode isentar-se da

responsabilidade de uma perda auditiva já existente e através dos testes periódicos é possível

identificar os funcionários cuja audição está piorando. Dessa maneira, pode-se perceber se o

Programa de Conservação Auditiva está sendo eficaz ou não. A prevenção das Perdas Auditivas

Induzidas por Ruído relaciona-se com a capacidade de prever se uma perda auditiva vai se

desenvolver ou não, considerando-se quais são as propriedades físicas do ambiente ruidoso.

(LOPES FILHO, 2004)

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Um PCA não é apenas distribuir equipamento de proteção auditiva aos funcionários, mas

sim um conjunto de medidas que devem ser implementadas, como o mapeamento do ruído, a

indicação das áreas de risco de ruído e avisos de alerta, o controle do ruído, a proteção da audição,

a educação, o treinamento e o programa de testes audiométricos.

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METODOLOGIA

O presente estudofoi realizado utilizando modelo de pesquisadescritiva, qualitativa e

transversal no qual foram analisadas audiometrias de trinta e um trabalhadores rurais do sexo

masculino com idades entre dezoito e oitenta e oito anos, prestadores de serviço na empresa Usina

Santa Terezinha, unidade de Goioêre – Paraná, todos com a função de Operador de Trator e que

estão expostos ao ruído de oitos horas diária produzido pelo trator e ao agrotóxico de nome Regent

800 WG, produzido pelo laboratório Bayer CropScience S.A., distribuído no Brasil pela empresa

BASF S.A., devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob

número 05794, utilizado na lavoura de cana de açucar. Os Critérios usados para seleção dos

examinados foram o manuseio do agrotóxico e junto a fonte de ruido.

Os exames audiométricos e a coleta de informações foram realizadas na Clínica Sonora,

localizada na cidade de Umuarama – Paraná, pela Fonoaudióloga Priciliana Roberta Janeiro Lopes,

CRFa3:10.163, utilizando o aparelho audiométrico AB 250D da marca ORLANDI.

Primeiramente os trabalhadores responderam um questionário com perguntas fechadas que

incluía idade, tempo de serviço, tempo de exposição a ruídos, fonte de ruídos, histórico de

intoxicação aguda, tipo de lavoura, tipo de agrotóxico, uso de EPI, tipo de EPI, histórico de doenças

ou sintomas relacionados com a perda auditiva e hábitos de cada trabalhador.

A avaliação clínica foi realizada através de exame de audiometria nas frequências de 250

Hz, 500 Hz, 1 KHz, 2 KHz, 3 KHz, 4 KHz, 6 KHz e 8 KHz por via aérea e nos que estavam acima do

limites também por via óssea.

Para estes estudo foi utilizados artigos científicos entre os anos de 1998 a 2014, localizados

em revistas cientificas e sites como Bireme e Scielo.

Com os resultados obtidos foi elaborada planilha estatística a fim de relaciona-la com o

referencial teórico, com o objetivo de comprovar ou não o tema do presente estudo que são as

alterações no sistema auditivo decorrentes da exposição ao agrotóxico e ao ruído.

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RESULTADO E DISCUSSÃO

O estudo foi composto por 31 trabalhadores rurais, operadores de trator agrícola expostos

ao agrotóxico Regent 800 WG utilizado na lavoura de cana de açúcar e ao ruído produzido pelo

trator, todos responderam a um questionário relacionado à saúde auditiva e também realizarem

audiometria.

Os trabalhadores eram todos do sexo masculino, com idade média de 30,06 anos, variando

entre 19 e 88 anos, com mediana de 31 e desvio-padrão de 18,11. Tempo de serviço médio é de

7,03 anos, variando entre 1 e 50 anos, com mediana de 4 e desvio-padrão de 10,96. O tempo de

exposição ao ruído médio de 3,968 anos, que varia entre 1 e 15 anos, com mediana 2 e desvio-

padrão 3,42, conforme gráficos abaixo.

9999000077770000555500003333000011110000

11112222

11110000

8888

6666

4444

2222

0000

IDADE

Freq

uênc

ia

1

2

8

12

8

Histograma de IDADE (anos)

Gráfico 1 - Nota-se que sua população está na sua maioria até 60 anos, mais concentrado ainda na faixa entre 20 e 40 anos.

17

444488883333666622224444111122220000

11116666

11114444

11112222

11110000

8888

6666

4444

2222

0000

Tempo serviço

Freq

uênc

iaHistograma de Tempo de serviço

Gráfico 2 – Percebe-se que a grande maioria tem pouco tempo de serviço.

111166661111444411112222111100008888666644442222

11118888

11116666

11114444

11112222

11110000

8888

6666

4444

2222

0000

Ruído anos

Freq

uênc

ia

Histograma de Ruído anos

Gráfico 3 – Como no gráfico anterior, pouco tempo de serviço e pouco tempo de exposição a ruídos. O questionário com perguntas fechadas constava das seguintes questões: Problemas

estomacais, irritabilidade, diabete, hipertensão, etilismo, fumante, dor no ouvido, cefaleia,

18

traumatismo auditivo, ouvido tapado, perda auditiva, tontura, zumbido, uso de EPI e intoxicação

aguda, todas com a opção sim e não. Abaixo podemos ver a tabela:

A partir dessas informações podemos definir as correlações mais significativas conforme a

matriz de Correlação de Spearman com 95% de confiança.

IDADE

PERDA AUDITIVA 0,70

OUVIDO TAPADO 0,70

HIPERTENSÃO 0,75

DIABETE 0,79

OD 0,72

OE 0,72

Os valores ente 0,6 e 0,7 pode dizer que há uma correlação média e que entre 60 a 70%

dos dados podem ser explicados matematicamente. Para os valores acima de 0,7 até 1,0 a ideia é a

mesma, mas com 70 a 100% de correlação. Quando os valores são positivos quer dizer que se a

idade aumenta, outras variáveis também tendem a acontecer, ou seja, nestes dados, mostra-se que

quanto mais velho, mais tendência a ter perda auditiva, ouvido tapado, hipertensão, com resultado

de Perda Auditiva Neurossensorial. Adicional a esta constatação, temos ainda:

ZUMBIDO TONTURA

TONTURA 0,71 - PERDA AUDITIVA - 0,62 OUVIDO TAPADO - 0,62

19

O zumbido costuma estar presente em torno de 30% dos casos de Perda Auditiva Induzida

por Ruído, e em alguns países como Canadá e Inglaterra, o zumbido é válido como um dos critérios

para indenizações (GIUSTINA, 2009).

PERDA AUDITIVA OUVIDO TAPADO

DIABETE 0,71 0,71

OD 0,92 0,92

OE 0,92 0,92

Esta correlação é interessante, pois mostra que as pessoas que disseram ter perda auditiva

e ouvido tapado também tiveram resultados perda auditivaneurossensorial com uma fortíssima

correlação, o que indica que as pessoas já sabiam disso antes do resultado.

OOOODDDD OOOOEEEE

PASN8; 25,8%

NORMAL23; 74,2%

PASN8; 25,8%

NORMAL23; 74,2%

Resultados audiométricos

Gráfico 4 – Resultados da Audiometria.

Com base nos dados acima não identificamos a perda auditiva relacionada ao tempo de

serviço na função de operador de trator, nem ao tempo de exposição diária, porém foi verificada a

perda auditiva com relação à idade do trabalhador.

IDADE TEMPO serviço

RUIDO anos

OD 0,72 0,43 0,31 OE 0,72 0,43 0,31

20

Conforme a tabela acima, a quantidade de tempo de serviço e exposição ao ruído não

aumentam significativamente a chance de ter perda auditiva, mas a idade sim, pois a correlação é

maior que 0,7, ou seja, quando a idade aumenta, aumenta a chance de ter alteração para perda

Auditiva Neurossensorial em ambas às orelhas. Segundo estudo de Teles e Medeiros (2009) em

grupos de trabalhadores o número de casos de Perda Auditiva Induzida por Ruído superam os

casos negativos após 20 anos de exposição ao ruído ocupacional.

PERDA AUDITIVA X SINTOMAS X AGROTÓXICO

TONTURA PERDA

AUDITIVA OUVIDO TAPADO HIPERTENSÃO DIABETE

OD 0,54 0,92 0,92 0,64 0,64 OE 0,54 0,92 0,92 0,64 0,64

Nesta comparação podemos identificar que o contato com agrotóxico desses trabalhadores

não afetaram ainda em perda auditiva, mas relacionam-se os sintomas com a perda auditiva.

Observamos que as relações em amarelo são médias, mas devem ser consideradas significantes

segundo correlação de Spearmam, as em verde são bem fortes e quanto se tem incidência de

perda auditiva ou ouvido tapado, ou seja, quando as pessoas notaram esses sintomas, foi certo que

o exame de Audiométrico deu alterado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que dos 31 trabalhadores expostos ao ruído e ao agrotóxico, todos do sexo

masculino e com média de idade de 30,06 anos, o tempo médio no serviço é de 7,03 anos e o

tempo de exposição é de 3,968 anos.

Através das Audiometrias foi verificado que 25,80% dos trabalhadores possuem algum grau

de perda auditiva neurossensorial. O fato deste percentual de trabalhadores terem apresentado

perda auditiva neurossensorial esta mais ligada à idade do trabalhador do que com o fato de

trabalharem como operadores de trator.

Outro dado interessante e de suma importância é que 64,52% dos trabalhadores que

participaram desta pesquisa fazem uso de EPI (Equipamento de proteção individual) como concha

ou plugue, ou seja, apenas 4 trabalhadores que fazem uso de EPI apresentaram perda auditiva

neurossensorial.

Não foi possível associar a perda auditiva com o uso de agrotóxico, essa relação só seria

possível se tivesse pessoas que não estivessem em exposição para poder comparar se o uso de

agrotóxico causa perda auditiva neurossensorial ou não. O agrotóxico usado na lavoura de cana de

açúcar é o Regent 800 WG e é a base fipronil. Segundo Morata (2003) estudos indicam que os

21

agrotóxicos organofosforados induzem a alterações do sistema auditivo e do sistema vestibular,

sendo comprovado também o potencial neurotóxico na população exposta a este químico. Os

efeitos sobre a saúde humana envolvem sinais e sintomas muito além da visibilidade clínica, sendo

necessária uma abordagem complexa à saúde, como forma de garantir uma intervenção terapêutica

e preventiva nas ações de saúde ambiental e do trabalhador.

Importante salientar que todos são funcionários registrados e regidos pela CLT

(Consolidação das Leis do Trabalho), e que fazem acompanhamento periódico com Fonoaudióloga

da Usina Santa Terezinha. O Ministério do Trabalho já publicou várias Normas Regulamentadoras

com diretrizes e parâmetros mínimos para a avaliação e o acompanhamento da audição dos

trabalhadores expostos a ruídos ocupacionais, exige-se também que as empresas tenham em seu

quadro de funcionários Técnicos em segurança do Trabalho, para fiscalizar e orientar os

trabalhadores, porém percebe-se que é também uma questão cultural, pois dos 8 trabalhadores que

apresentaram perda auditiva 6 tem 50 anos ou mais e destes, 4 não fazem uso de EPI.

De acordo com Menezes (2005) níveis excessivos acima de 85 Decibéis, a exposição

continuada ao longo dos anos pode levar a uma perda auditiva permanente e irreversível. O uso de

EPI é obrigatório em ambiente acima desse nível e tem por objetivo prevenir uma possível perda

auditiva, pois não existe tratamento clínico para restaurar a audição.

Com os novos trabalhadores conscientizados dos riscos ocupacionais ao qual estão

submetidos diariamente, espera-se que os casos de perda auditiva relacionadas ao trabalho

possam diminuir e que a política de prevenção continue e se fortaleça, pois se estes trabalhadores

não fizessem exame de audiometria através da empresa, talvez nunca o fizessem. É preciso que os

trabalhadores da área da saúde tenham a mentalidade de que são os trabalhadores os maiores

responsáveis pela produção de riquezas de um país.

Em cada sociedade se estabelece o seu modo de produção e consumo, este aspecto é

determinante da saúde e doença das pessoas e dos ecossistemas em que vivemos. As relações de

saúde-trabalho de cada sociedade estão de acordo com o modelo de desenvolvimento adotado e os

trabalhadores estão inseridos neste modelo, como parte fundamental na produção de bens, serviços

e significados. São ou podem ser vítimas, sentinelas ou sujeitos nesse processo (RIGOTTO, 2005).

O presente estudo foi realizado com objetivo de identificar trabalhadores expostos aos

riscos ocupacionais, orienta-los e espera-se que continuem fazendo exames periodicamente e que

tenham consciência de que com a idade e a longo prazo podem ocorrer perdas auditivas, mas que a

prevenção é a melhor solução para que possam evitar esse possível problema.

22

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25

ANEXOS

PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM

DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO

QUESTIONÁRIO PARA OS TRABALHADORES QUE APLICAM

PESTICIDAS

Estas informações permanecerão confidenciais. É importante não mudar seus hábitos ao responder a este questionário.

A fim de interpretar corretamente os resultados de análise de urina, é muito importante que você responda honestamente este questionário. Não existe resposta boa ou errada. Agradecemos a sua colaboração. Esta é

muito apreciada e necessária para o desenvolvimento deste projeto.

Nome:

DN: Idade:

Peso: Altura:

Entrevistador: Data:

Pesticida que aplica (nome comercial): _______________________________________

Produtoativo:

Malathion Diazinon

Guthion Chorpyrifos

Orthene

Há quanto tempo: ____________________________________________________

26

Data de aplicação dos pesticidas: ___________________________________________

Hora do início da manipulação dos pesticidas: ______________________________

Hora do término da manipulação dos pesticidas: _____________________________

Tarefas realizadas nesse período (breve descrição): ____________________________

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Para o pesquisador:

Número de Identificação: ___________ Data da Análise de urina: ___________

Período do questionário: ____________

A) Coleta de urina

A fim de interpretar corretamente a análise de seu exame, precisamos das seguintes informações. É importante dar o maior número de informações possíveis.

1. Dentro dos três dias que antecederam a sua coleta de urina e durante a coleta, você usou os pesticidas relatados ou alguns outros pesticidas? Sim Não

Caso positivo, qual foi o pesticida?

Durante a coleta de urina (nas 24 horas)

1º dia – 0-24 h

antes do início

de coleta de urina

2º dia -24-48 h

antes do início

de coleta de urina

3º dia -48-72 h

antes do início

de coleta de urina

B) Hábitos de trabalho e manipulação de pesticidas

27

Esta seção destina-se a caracterizar a sua exposição aos pesticidas e fornecer-nos mais informações sobre seus hábitos de trabalho. Mais uma vez, é muito importante ser bem preciso em suas respostas. Elas permanecerão confidenciais e em nenhuma circunstância seus hábitos serão julgados.

1. Durante o período de tempo que tem que manipular os pesticidas analisados, que tarefas você realiza? (marcar quantas você quiser)

Preparação do produto Aplicação Limpeza do material

2. Durante o seu período de trabalho, você tem usado o equipamento de proteção individual conforme listado abaixo? Verifique se utilizou o equipamento de proteção adequado de acordo com as tarefas listadas. Equipamentos de proteção

Tarefas

Preparação Aplicação Limpeza Proteção respiratória -meia-máscara com filtro -capacete completo com filtro -capacete completo com ar forçado -máscara de poeira Roupas descartáveis Chapéu impermeável Chapéu de tecido Botas de borracha Botas de couro Luvas impermeáveis Luvas de couro ou tecido Capa de chuva Blusa Óculos de proteção Outros (especificar) 3. Por favor, relate se os equipamentos de segurança têm sido descontaminados antes e depois de seu uso; escreva abaixo o meio de descontaminação escolhido em cada caso.

Equipamentos

Descontaminação

Meios de Descontaminação

Antes Depois Proteção respiratória (máscara) Roupas descartáveis Chapéu Botas Luvas Capa de chuva Blusa Óculos de proteção Outros (especificar) 4. Essas tarefas foram concluídas, em que locais: Tarefas Interior com

ventilação Ventilação Média - exaustor, ventilador

Interior sem ventilação

Lado de fora

28

Medida e pesagem dos pesticidas

Pré-Mix (se necessário)

Preparação da pasta de pesticidas

5. Qual o instrumento (equipamento) você utilizou para aplicar os pesticidas? Arma Spray Veículos rastreados

Trator com cabine Trator sem cabine Helicóptero

6. Houve algum incidente (derrame de produtos...) ou danos no equipamento enquanto você estava manipulando os pesticidas? Sim Não Se sim, descreva brevemente: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Após a manipulação de pesticidas (preparação, aplicação, limpeza), você tem lavado suas mãos com água e sabão? Sim Não 8. Você toma banho no final do dia? Sim Não 9. Quando você remove a roupa do seu trabalho? No trabalho, no final do dia Assim que volta para casa Em casa, no final da noite 10. Durante ou depois de todas essas tarefas relacionadas com os pesticidas, você tem experimentado um desses sintomas? Náusea Transpiração Dor de Cabeça Dor de estômago Irritação da pele Diarréia Irritação nos olhos Perda de apetite Secura da pele Vertigem Fadiga extrema Outros: 11. Você tem alguma sugestão para diminuir seus níveis de exposição a pesticidas? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

C) Hábitos de vida a) Tabaco Os poluentes encontrados no tabaco podem interferir nos resultados de sua análise de urina. As próximas perguntas irão avaliar sua exposição ao tabaco. 1. Você é fumante? Sim Não

29

2. Se você é fumante, ao longo dos últimos três dias, quantos cigarros, charutos (ou outras formas de tabaco) você fumou? Por favor, especifique. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Prescrição e não prescrição de medicamentos

A prescrição e a não prescrição de medicamentos que podem interferir nos resultados da análise de urina. As próximas perguntas irão avaliar o seu consumo de medicamentos. 3. Você atualmente toma algum medicamento? Sim Não Em caso afirmativo, qual (is)? ____________________________________________ 4. Você está atualmente sendo acompanhado por seu médico para tratamento medicamentoso? Sim Não Em caso afirmativo, qual (is) e para quê?_____________________________________ 5. Durante os três dias anteriores à coleta de urina e durante a coleta, você usou ibuprofeno (Alivium, Advil,Motrin)? Sim Não Em caso afirmativo, qual (is)?______________________________________________ 6. Durante os três dias anteriores à coleta de urina e durante a coleta, você usou qualquer outro medicamento com ou sem receita médica? Sim Não Em caso afirmativo, qual (is)?______________________________________________ c) Álcool O consumo de álcool pode influenciar na quantidade de urina que você produz; por isso, precisamos saber sobre seu consumo de álcool durante o período da coleta. 7. Durante os três dias que antecederam a coleta de urina e no dia da coleta de urina, qual a quantidade de bebidas você consumiu ao todo? Se você não consumiu álcool, por favor, indique zero (0). Quantidade consumida Total durante os 3 dias que

antecederam a coleta No dia da coleta

Cerveja (350 ml) Vinho (4 a 5 taças ou 120 a 150 ml) Espíritos (fortes)–(1 dose ou 30 ml) Total d) Dieta Um grande número de alimentos pode conter resíduos de pesticidas. Sua ingestão de alimentos será, portanto, avaliada de acordo com o quadro seguinte. 8. Para cada alimento descrito no gráfico a seguir, por favor, indique qual a quantidade que foi consumida no dia da coleta de urina. Indique também, se possível, se o alimento foi considerado orgânico.

Alimentos Orgânico Dia de coleta de urina

30

Todo vegetal fresco Vegetais frescos (125 g) Vegetais congelados (125 g) Salada de legumes (125 g) Fruta (tamanho médio) Frutas frescas (125 g) Frutas congeladas (125 g) Salada de frutas (125 g) Cereais secos (30 g) e) Atividades físicas 9. Você pratica esporte ou atividade física? Nenhuma Uma vez por semana Duas ou três vezes por mês Uma vez por mês Mais de uma vez por semana Em caso afirmativo, qual atividade você está praticando? ________________________ ______________________________________________________________________ O questionário está terminado. Obrigada por sua atenção ao responder às nossas perguntas e por disponibilizar suas amostras de urina. Entraremos em contato novamente para o seguimento do

estudo. Nós agradecemos muito a sua colaboração neste projeto. Se você tem algum comentário, por favor, anote-os abaixo.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

COMPLEMENTO

AUDIÇÃO:

1. Você ouve bem? Sim ( ) Não ( )

1.1 Caso negativo, há quanto tempo? __________________________________

2. Quando criança teve infecções de ouvido?

2.1 Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( )

2.2 Quantos episódios por ano?

( ) Menos de 1 por ano

( ) 1 por ano

( ) Mais de 1 por ano

( ) Não sabe

3. Atualmente, você tem infecções de ouvido?

31

3.1 Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( )

3.2 Quantos episódios por ano?

( ) Menos de 1 por ano

( ) 1 por ano

( ) Mais de 1 por ano

( ) Não sabe

4. Teve (tem) alguma(s) dessa(s) doenças?

( ) Sarampo ( ) Pressão Alta ( ) Insuficiência Renal

( ) Tuberculose ( ) Diabetes ( ) Caxumba

( ) Nenhuma

4.1 Percebeu alguma diminuição da audição durante ou após esta doença?

Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( )

5. Teve alguma doença que o levou a perder a audição?

Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( )

6. Teve algum resfriado ou sinusite nas últimas quatro semanas?

Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( )

7. Alguma vez, sofreu algum golpe na cabeça que o deixou inconsciente?

Sim ( ) Não ( ) Não sabe ( )

7.1 Caso positivo, há quanto tempo? __________________________________

8. Alguma vez foi exposto a uma explosão que ocasionou dor de ouvido, perda de audição e zumbido?

( ) Não

( ) Sim, em ambos os ouvidos

( ) Sim, só no ouvido direito

( ) Sim, só no ouvido esquerdo

( ) Sim, não sabe referir o lado

( ) Não recorda

8.1 Caso positivo, há quanto tempo? __________________________________

32

9. Foi submetido a alguma cirurgia dos ouvidos?

( ) Não

( ) Sim, bilateralmente

( ) Sim, no ouvido direito

( ) Sim, no ouvido esquerdo

( ) Sim, não sabe referir o lado

( ) Não recorda

9.1 Caso positivo, há quanto tempo? __________________________________

10. Algum membro da família apresenta deficiência auditiva?

( ) ninguém

( ) Sim, pai

( ) Sim, mãe

( ) Sim, irmão(ã)

( ) Sim, avós (avôs)

( ) Sim, tios (tias)

( ) Não sabe

11. Tem zumbido (barulho) nos ouvidos?

Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Sempre ( )

11.1 Qual o lado? ( ) OD ( ) OE ( ) OD e OE ( ) Não sabe

12. Alguma vez tomou um medicamento que tenha afetado a audição ou que tenha provocado zumbido nos ouvidos?

( ) Não

( ) Sim, perda de audição

( ) Sim, zumbido

( ) Sim, ambos

( ) Não sabe

13. Faz uso de fone de ouvido? Não ( ) Sim ( )

15.1 Caso positivo, qual a frequência? _________________________________

33