Preâmbulo Para Considerar Estados

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PREÂMBULO PARA CONSIDERAR ESTADOS (EE. 135) A 1 ª parte do Preâmbulo parece caminhar no sentido de valorizar uma opção d vida consagrada ou, pelo menos, de uma vida segundo os conselhos evangélicos. Ao contrapor “primeiro” e “segundo esta-dos”, parece contrapor “observância dos mandamentos” e “perfeição evangélica”.Ou seja,vida leiga, feita de pertença familiar, obedincia aos pais, et consagrada, feita de dedicação ao puro serviço de seu !ai eterno, isto é, devotamento em tempo integral ao serviço de "eus Em seguida, porém, nosso olhar se surpreende com o rumo que toma o texto do Preâmbulo que usa para descrever tanto um como outro “estado” é Cristo nosso Senhor. Ao airmar que o mesm Cristo vive nos dois “estados” , S. !n"cio deixa uma abertura para considerar que tanto um co s#ocristificadores oucrísticos e, portanto, geradores de uma vida a caminho da perfeição evangélica. #ão se trata apenas de “considerar” um ou outro“estado”, mas de, contemplando a vida de $risto % &ue passa pelos dois “estados” ', começar a investigar e perguntar em &ue vida ou estado se &uer servir sua (ajestade. )rata'se de pedir dei*ando + liberdade criadora do sp-rito determinar em &ue direção ou “estado” vai se con gurar nossa vida de serv a "eus e aos outros. /. 0n cio fala de “estados” , por&ue se se trata de liberdade, então tem mais de um. le fala dos “estados” e os de ne como primeiro e segundo. l não diz &ue o primeiro seja leigo e o segundo seja religioso. #ão con 2mandamentos3 e 2perfeição evangélica3 como meios 4vocaç5es espec- cas6. Ambos osestados , “primeiro e segundo”, oram vividos por $esus Cristo. Esses“dois estados” que S. !n"cio n#o deine, ambos s#o considerados como vocação de %eus, que nos chama a um ou a outro “estado”. . Se&a o primeiroou se&a o segundo,trata'se de um chamado, uma vocação, uma graça de %eus. Escolher qual o “estado” que %eus quer para mim e que no seu querer me d" a escolher, é responder a um chamado de %eus. O primeiro estado 4não est falando de vida leiga ou de vida sacerdotal6 /. 0n cio, consiste na obser' v7ncia dos mandamentos. Esse estado de vida é o estado em que $esus viv observância dos mandamentos. 8iveu a vida de uma maneira em &ue os mandamentos de "eus são obedecidos. O segundo estado encontra a sua diferença no &ue /. 0n cio chama perfeição evangélica. A distinção entre esses dois “estados” n#o passa, portanto, pelo leigo ou religioso, leigo ou p Pode ser um padre que, de alguma maneira, se contenta com a observância dos mandamentos. um leigo que procura a perei(#o evangélica. )#o conundir “mandamentos” e “perfeição evangélica” como meios *voca(#o espec+ica . Em algu' mas situa(-es sentimo'nos chamados a uma vida de )a/aré0 (primeiro estado); outras ve/es, senti'mo' nos chamados a uma vida de seguimento mais radical (segundo estado). 9inalmente, depois de fazer essa diferença entre os “estados”,, /. 0n cio escreve: “Mas todos devemos nos dispor para “venir en perfección” em qualquer estado de vida que Deus nos der a escolher”. )rata'se simplesmente de dispor o coração em total indiferença e liberdade para &ue "eus possa agir com seu Amor sempre criativo e novo. Sem discriminar esse ou aquele estado , sem valori/ar mais um que o outro, S. !n"cio destaca a liberdade que se oerece 1 iberdade !ivina 2 esta atua e condu/, soberana e amorosa, e nos mo vida ouestadoem que ela mais ser" servida, em que o 3eino mais se ar" realidade. Os “estados de vida” *religioso, leigo, sacerdotal... podem ser vividos no " o .ou no# o . estado *vida oculta e vida p4blica 2 nos dois “estados” devemos “venir em perfección” , ou se&a, crescer no segui' mento de $esus, na viv5ncia do Evangelho.

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PREMBULO PARA CONSIDERAR ESTADOS (EE

PREMBULO PARA CONSIDERAR ESTADOS (EE. 135)

A 1 parte do Prembulo parece caminhar no sentido de valorizar uma opo de vida consagrada ou, pelo menos, de uma vida segundo os conselhos evanglicos. Ao contrapor primeiro e segundo esta-dos, parece contrapor observncia dos mandamentos e perfeio evanglica. Ou seja, vida leiga, feita de pertena familiar, obedincia aos pais, etc. e vida consagrada, feita de dedicao ao puro servio de seu Pai eterno, isto , de devotamento em tempo integral ao servio de Deus

Em seguida, porm, nosso olhar se surpreende com o rumo que toma o texto do Prembulo. O exemplo que usa para descrever tanto um como outro estado Cristo nosso Senhor. Ao afirmar que o mesmo Cristo vive nos dois estados, S. Incio deixa uma abertura para considerar que tanto um como outro so cristificadores ou crsticos e, portanto, geradores de uma vida a caminho da perfeio evanglica.

No se trata apenas de considerar um ou outro estado, mas de, contemplando a vida de Cristo que passa pelos dois estados -, comear a investigar e perguntar em que vida ou estado se quer servir sua Divina Majestade. Trata-se de pedir deixando liberdade criadora do Esprito determinar em que direo ou estado vai se configurar nossa vida de servio a Deus e aos outros.

S. Incio fala de estados , porque se se trata de liberdade, ento tem de haver mais de um. Ele fala dos estados e os define como primeiro e segundo. Ele no diz que o primeiro seja leigo e o segundo seja religioso. No confundir mandamentos e perfeio evanglica como meios (vocaes especficas). Ambos os estados, primeiro e segundo, foram vividos por Jesus Cristo.

Esses dois estados que S. Incio no define, ambos so considerados como vocao de Deus, que nos chama a um ou a outro estado.. Seja o primeiro ou seja o segundo, trata-se de um chamado, uma vocao, uma graa de Deus. Escolher qual o estado que Deus quer para mim e que no seu querer Ele me d a escolher, responder a um chamado de Deus.

O primeiro estado (no est falando de vida leiga ou de vida sacerdotal) para S. Incio, consiste na obser-

vncia dos mandamentos. Esse estado de vida o estado em que Jesus viveu a observncia dos

mandamentos. Viveu a vida de uma maneira em que os mandamentos de Deus so obedecidos.

O segundo estado encontra a sua diferena no que S. Incio chama de perfeio evanglica.

A distino entre esses dois estados no passa, portanto, pelo leigo ou religioso, leigo ou padre.

Pode ser um padre que, de alguma maneira, se contenta com a observncia dos mandamentos. Pode ser um leigo que procura a perfeio evanglica.

No confundir mandamentos e perfeio evanglica como meios (vocao especfica). Em algu-mas situaes sentimo-nos chamados a uma vida de Nazar (primeiro estado); outras vezes, senti-mo-nos chamados a uma vida de seguimento mais radical (segundo estado).

Finalmente, depois de fazer essa diferena entre os estados,, S. Incio escreve: Mas todos devemos nos

dispor para venir en perfeccin em qualquer estado de vida que Deus nos der a escolher.

Trata-se simplesmente de dispor o corao em total indiferena e liberdade para que Deus possa agir com seu Amor sempre criativo e novo.

Sem discriminar esse ou aquele estado, sem valorizar mais um que o outro, S. Incio destaca apenas a liberdade que se oferece Liberdade Divina; esta atua e conduz, soberana e amorosa, e nos move vida ou estado em que ela mais ser servida, em que o Reino mais se far realidade.

Os estados de vida (religioso, leigo, sacerdotal...) podem ser vividos no 1o. ou no 2o. estado (vida oculta e vida pblica); nos dois estados devemos venir em perfeccin, ou seja, crescer no segui-mento de Jesus, na vivncia do Evangelho.

Nada de juzos de valor! (o que mais importante: a vida em Nazar ou a vida pblica?). Apenas a comunicao imediata do Criador com a criatura, nico caminho capaz de levar qualquer um religioso(a) ou leigo(a) perfeio da comunho com Deus, do seguimento de Cristo e do servio aos irmos.

Portanto, em qualquer estado de vida (matrimnio, vida religiosa, vida sacerdotal, leigo consagrado...), a pessoa deve se esforar para venir en perfeccin, ou seja, crescer no caminho do seguimento de Jesus.

A distino que S. Incio faz est nessa palavra: evanglica perfeio evanglica.

A distino est no adjetivo. Qualquer cristo, para S. Incio, deve procurar, no seu estado de vida, caminhar em direo perfeio evanglica. Portanto, a diferena est na maneira como os leigos, sacerdotes e religiosos escolhem a possibilidade que Deus lhes d de viver como Jesus Cristo.

A distino passa pelo modo como nos sentimos chamados a seguir Jesus Cristo.

A perfeio evanglica pode ser escolhida na vida religiosa ou fora da vida religiosa.