Praticas de Treinamento Desportivo

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TREINAMENTO DESPORTIVO PRÁTICAS DE TREINAMENTO DESPORTIVO Autora: Rosana Cristina Ferreira da Silva Revisão: Fernanda Silveira Pinheiro Barra do Corda/MA 2013

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  • CURSODEESPECIALIZAOEMTREINAMENTODESPORTIVOPRTICASDETREINAMENTODESPORTIVO

    Autora:RosanaCristinaFerreiradaSilvaReviso:FernandaSilveiraPinheiro

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    SUMRIOAPRESENTAO............................................................................................................................................................3UNIDADE1INTRODUO..........................................................................................................................................4UNIDADE2DEFINIODETREINAMENTODESPORTIVO..........................................................................................42.1OsPrincpiosdoTreinamentoDesportivo..........................................................................................................62.1.1PrincpiodeUnidadeFuncional...................................................................................................................72.1.2PrincpiodaMultilateralidade.....................................................................................................................72.1.3PrincpiodaEspecificidade..........................................................................................................................92.1.4PrincpiodaSobrecarga...............................................................................................................................92.1.5PrincpiodaSupercompensao...............................................................................................................102.1.6PrincpiodaProgresso.............................................................................................................................102.1.7PrincpiodaIndividualidade......................................................................................................................112.1.8PrincpiodaPerspectivaEvolutiva.............................................................................................................112.1.9PrincpiodaRecuperao..........................................................................................................................112.10PrincpiodaParticipaoAtivaeConscientedoTreino.............................................................................112.11PrincpiodaTransferncia..........................................................................................................................122.12PrincpiodaPeriodizao............................................................................................................................122.13PrincpiodaAdequao..............................................................................................................................122.14PrincpioPedaggicos.................................................................................................................................12

    2.2OTreinamentodeFora...................................................................................................................................122.2.1ODesenvolvimento...................................................................................................................................132.2.2DesenvolvimentoMotor............................................................................................................................142.2.3AMusculaturadeCrianaseAdolescentes...............................................................................................17

    2.3TreinamentodeFora:Fundamentos..............................................................................................................182.3.1AdaptaesFisiolgicasaoTreinamentodeFora...................................................................................202.3.2OTreinamentoeoSistemaMusculoesqueltico......................................................................................202.3.3OTreinamentoeoSistemaCardiopulmonar............................................................................................21

    2.4TiposdeTreinamento.......................................................................................................................................222.4.1ObjetivosdoTreinamento.........................................................................................................................222.4.2OsBenefciosdoTreinamento..................................................................................................................242.4.3ProgramadeTreinamento.........................................................................................................................24

    2.5DESEMPENHOERESISTNCIA..........................................................................................................................262.5.1DiferenasnaCapacidadeAnaerbicaentreCrianaseAdultos..............................................................262.5.2ATreinabilidadedaCapacidadeAnaerbica.............................................................................................272.5.3OTreinamentoeoSistemaEndcrino......................................................................................................28

    2.6OCondicionamentoDesportivoparaCrianas.................................................................................................282.6.1TreinamentosAdequados..........................................................................................................................292.6.2Recomendaes.........................................................................................................................................29

    2.7OTreinamentoparaosIdosos..........................................................................................................................322.7.1AAutoestimaAtravsdoTreinamento.....................................................................................................32

    2.8PlanejamentoePreparaodoTreinamentoDesportivo................................................................................332.8.1PlanejamentodaPreparaodoDesporto...............................................................................................33

    2.9AvaliaoDesportiva........................................................................................................................................34UNIDADE3CONCLUSO..........................................................................................................................................35REFERNCIAS..............................................................................................................................................................36

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    APRESENTAO Professor,bemvindo Disciplina PRTICASDE TREINAMENTODESPORTIVO. Voc tem em seupoderummaterialdepesquisa imprescindvelparaoexercciodasuaprofisso.EsteestudotrazpossibilidadespararefletirasmultiplicidadesqueenvolvemasquestesrelativasEducaoFsica,levandoemconsideraoodesenvolvimentointegraldapessoahumana.Devesetambmlevaremconsideraoque,todoprofissionaldeveestender os seus estudos, isto , buscar sempre mais conhecimentos para ampliar a sua viso de mundo,melhorando,consequentemente,asuaprtica. Desde o fim da ltima guerramundial, o treinamento desportivo passou a ser visto como umaatividadequeconcerneaoesporte,sadeeeducao.Aimportnciadoesporteedascompetiesrelacionasecomaexpanso intelectuale fsicadapessoa,consequentemente, temcapacidade dealcanara formaointegral,umavezqueoesporteindispensvel,assimcomoterboasade. Aimportnciaquerevesteofatodeseproporcionarimagenscorretasevlidasparaotreinamentodesportivo fica resumida na prtica pelo princpio de que os melhores treinadores devero se dedicar preparaofsicadajuventude. Dessemodo,precisoqueoprofissionaldeEducaoFsicasejareflexivoecrticoparaquepossatrabalhar com seus alunos, buscando sempre o seu desenvolvimentomotor, intelectual e afetivo, ou seja, odesenvolvimentodotodo. Aprxisdocentedeveserumexercciodecidadania,deresponsabilidade,decomprometimento,deamor e, sobretudo, fundamentada nos saberes indispensveis sua prtica, portanto, fazse necessrioconhecerasespecificidadesdoTreinamentoDesportivo.

    Estudebastante!

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    UNIDADE1INTRODUO Desde os tempos imemoriais, os homens sentem a imperiosa necessidade demedir suas foras.MuitasobrasdeartistasdaAntiguidademostramumvivotestemunhodessefato.Quasetodosospersonagensdessapocacomodanarinasegpcias,atletasgregosegladiadoresromanososhomens,aolongodostempos,viramsesempredominadospelatendnciadacompetio,dalutaedavida. DeacordocomMollet(1980),existemmuitosdocumentosantigosquecomprovamqueoshomenspraticavampesadas tarefasa fimdemantera formanodiadocombate,em torneiosoucompetioolmpica.Assim,osatletasqueaplicavamem seu corpomassagensdeleoou sepreparavamemmarchapreparatriaantesdacompetio,entregavamse,narealidade,acertasformasdetreinamento. Na linguagem desportiva, a palavra treinamento adquiriu uma significao ligada aodesenvolvimento da energia do atleta. Tratase da aptido que permite quele que a tenha desenvolvidadeterminadasuperioridadedeexecuonosmovimentosdeumcertoexerccio. Diantedessapartehistrica,percebesequeotreinamento,htempos,fazpartedavidadohomem.Assim, o treinamento um assunto de extrema importncia e que deve ser estudado com profundidade eatenopelosprofissionaisdarea. Nessesentido,estaapostilaestestruturadaempartesquefundamentamotreinamentoemrelaoaosseusavanoseosprincpiosqueosustentam.UNIDADE2DEFINIODETREINAMENTODESPORTIVO A palavra desporto tem origem francesa, desport, significando prazer, descanso, espairecimento,recreio.Naincorporaodotermo,noentanto,osinglesesatriburamlheosentidodeumusoatlticosubmetidoaregras,dandolhesignificaodesport. Posteriormente,ovocbuloinglsfoiaportuguesadocomoesporte,entretanto,osquinhentistasdePortugal faziam uso e empregavam o termo desporto em seus escritos. H registros de que a terminologiadesporto,noBrasil,umarcasmorevividoquantoacriaodaConfederaoBrasileiradeDesportos.Emadio,podeseincluiroestudoetimolgicoqueapontaparaoFrancesdeporteparaoantigocastelhanodepuertocomoderivadosdolatimdeportare,ouseja,divertirse,regozijarse. medidaqueasociedadefoisendoredimensionadaemseusfatoresdedesenvolvimentoorgnicosuas tcnicasdeproduo e industrializao,suasmanifestaesculturaiseseussistemasdereconhecimentosocial, o desporto, tambm, adquiriu novas funes e definies sociais e, com elas,outras possibilidades deanlise. Osdesportossadquiriramreconhecimento,enquantomanifestaocultural,nofinaldosculoXIX,comarealizaodosJogosOlmpicosdaeramoderna. Diante da sistematizao e da proliferao de interesses polticos e econmicos observados nodesporto,sucumbiramosseusprincpios. Tubino (1992) ressalta que o desporto tem o seu vis nos jogos de rendimento e pelo iderioolmpico. Em seu uso poltico passou por modificaes conceituais quanto sua abrangncia e contedos.Respeitando o seu cartermultifuncional e cultural, foram desenvolvidas as perspectivas da competio, daparticipaoedaeducao. ParaVargas(1995),odesportotemacapacidadederefletirosfenmenoseconmicoseindustriaisdasociedadenamedidaemqueseusaspectosorganizacionaisrefletemasestruturassociais.Odesportopodeserinterpretadocomooresultadodaacumulaodevaloresdecunhotransitriodelineadospelohomem. Diante do exposto, fica evidente que no pertinente e nem objetivo apresentar uma nicadefinio para o termo desporto,mas devese evidenciar possibilidades de anlise e criticidade da leitura dotermo.

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    Nessesentido,deacordocomHolt(1989),deveseperceberanfasenapluralidadedosfenmenossociaiseaideiadequeoesportepodeparecerumapalavrasingular,eaquiseencontraomagodoproblema. Para Mollet (1980), a noo de treinamento equivale ao hbito de rendimento superior dodesportista. A maioria j ouviu dizer que: no posso suplantar o meu rival porque est muito treinado.Entretanto, essa definio insuficiente, resulta condicionada e excessivamente limitada a uma atividadeconcreta.Deveselevaremconsideraoqueohomemtreinadononecessariamenteumatletaespecializado.A ttulo de ilustrao, o membro de um comando ou mesmo soldados ou paraquedistas podem estarperfeitamentetreinadose,apesardisso,noserematletascomoosquepraticamo lanamentodepesoouos200metrosrasos;poroutrolado,umespecialistaemsaltosemaltura,capazdesuperar1,90m,podeencontrarsedespreparado,econtinuarsendo,noobstante,umespecialista.Otreinamentodeve,portanto,definirsenumsentidomaisamplo.Diantedisso,fazsenecessrioatentarseparaasdefiniesaseguir. Segundo Matveiev (2004), o treinamento desportivo a forma fundamental de preparaofundamentada em exerccios sistematizados que representam um processo organizado, principalmente, emquestespedaggicas.Temporobjetivoodirecionamentododesportistaevoluo. De acordo com oDicionrio de Cincias do Esporte (2000), necessrio que o treinamento sejamoldadoemumaatividadesistemticaeorganizada.Deveterointuitodeviabilizarasuaprtica.Paratanto,fazsenecessrioaexistnciadeumplano.Paraumplanejamentoeficiente,devesedefinirosobjetivosgeraiseespecficos,oscontedoseosmtodosde treinamento,cujarealizaodevedesenvolvermedianteocontroledosmesmos. Existemvriasdefiniessobreotreinamento,entreelas,podemsecitaralgumasmaissignificativas.Em uma das definies agregadas a essa atividade, Bompa (1983) conceitua que o Treinamento para umaatividadedesportivadevesersistemtico,de longadurao,graduadodeformaprogressivae individual.Dessemodo,otreinamentodesportivotemoobjetivodeprepararasfuneshumanas,psicolgicasefisiolgicasparapodersuperarastarefasmaisexigentes. Podeseaindadizerque,deacordocomGrosser(2000),otreinamentoserefereaumconjuntodeprocedimentosquebuscamaconduodoindivduoaomximodesuaspossibilidadesfsicas. Para Boigey citado porMollet (1980), um organismo treinado aquele que tem propriedade deresistirfadiga.Dentrodetalordemdeideias,ficaclaroquetantooorganismodocomandocomoodeumparaquedistatemmaioresprobabilidadesderesistnciaaocansaoqueodomaltreinadoespecialistaemsaltosemaltura. Segundo Grosser (2000), o Treinamento Desportivo considerado um meio para exercitar ecoordenarasfunesfisiolgicasdediferentesgruposmuscularesdoorganismo.OTreinamentodesportivodeveserorganizado,sistematizadoecientfico,fazsenecessrioqueoprofissionaltenhaumaideiaclaraeobjetivadoque se prope a realizar para pr em prtica o treinamento, de tal forma que possa alcanar um resultadosatisfatriocomumamelhorperformance. De acordo com Boigey citado por Mollet (1980), um indivduo que passa pelo processo detreinamentoaqueleque resistemelhor intoxicaoproduzidapela fadiga,pela razoque,nestecaso,haneutralizao perfeita e eliminao mais completa das toxinas. O treinamento tambm assegura a perfeitaconservao muscular, considerando o msculo como elemento transformador de energia. Isso pode sercomprovadodevidonutriogeralbemequilibrada,hematoseecirculaoativas,consegueaumentaramassamuscular,possuicoordenaofuncional,isto,maiorsinergia. ConformeMatveiev (2004),oTreinamentodesportivoserefereaumconjuntodeatividadespelasquaisumindivduoseenvolveeseentregacomafinalidadededesenvolversuasqualidadesprogressivamenteecomeficincia, tantoem aspectosmentais como fsicos.Almdisso,o treinamentopode ser consideradoumconjuntode atividadesquepodemdesenvolverqualidadespsquicas e fisiolgicas. Temporobjetivo atingirorendimentoindividualmximo.

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    O Treinamento Desportivo constitui uma preparao sistemtica do organismo, respeitando osprocessosdeadaptaespsicobiolgicasquevisamobterumaltorendimentodoindivduo.Tratasedasomadesolicitaes corporais repetidas,executadasemespaosde tempopredeterminados,destinadasaaumentarorendimento,asquaislevammodificaesmorfolgicasefuncionaisdoorganismo. SegundoMollet (1980),oTreinamentoDesportivoaexpressodedesenvolvimentocompletodoorganismo, tanto no aspecto fisiolgico como no anatmico. Se um atleta observa essas exigncias bsicas,produzemseneleaconstnciadopesocorporal,assim,comoapermannciadaforamuscular,daagilidadeedaflexibilidade,isto,aconquistadeumestadofsicoharmonioso.Aoatingiroequilbrioharmnico,odesportistacumpre,pois,umprimeiroeimportanteobjetivo:aaquisiodasade. OTreinamentoDesportivopodeservistocomofenmenofsico,social,cientficoepedaggico.Aolongo dos tempos, tornouse um processo especializado da Educao Fsica orientada que tem comometa oalcancederesultadosdesportivossatisfatrios. SegundoGrosser (2000), preciso salientarque apreparaodesportiva temo envolvimentodoaproveitamentodeumconjuntodemeiosqueasseguramaobtenoeaelevaodapredisposioparaalcanarresultadosdesportivos.Sobopontodevistapedaggicosocial,entendesequeoTreinamentoDesportivouminstrumentode capacitao individuale socialdo esportista, atravsdaotimizaodosprocessos formativoseducacionais. Otreinamentodesporvotemcomoperspecvaosseguintesobjevos:

    Ganhareaumentarodesenvolvimentomultilateralefsico; Asseguraremelhorarosdesenvolvimentos fsicosespecficosdeterminadospelasnecessidades

    decadadesportoemparticular; Realizareaperfeioarastcnicasdodesportoescolhido; Melhorareaperfeioarasestratgiasnecessrias; Cultivarasqualidadesvolitivas; Assegurareprocurarumapreparaotimaparaaequipe; Fortaleceroestadodesadedecadaatleta; Prevenirleses; Incrementaroconhecimentotericodoatleta.

    Nos dias atuais, podese perceber que a Educao Fsica sofreu mudanas relevantes em seucontexto,trazendomelhoriassignificativasparaotreinamento. Isso implicaqueo trabalhoempricodo treinadordeve ser sistematizado,organizadoe,acimadetudo,dentrodasperspectivasatuaisbaseadasnaCinciaenaPsicologia. Snches&Bauelos(1993)emumaperspectivacientfica,defineotreinamentocomoumaatividadede busca contnua dos limites fsicos que pode chegar o ser humano no contexto da competio desportiva,baseado nomtodo cientfico. Para tanto, percebese que o treinador deve termuito conhecimento sobre apreparaoeplanejamentodotreinamento,conhecerosindivduosquepassaropeloprocessodessaatividadecomointuitodealcanarosobjetivosquesoosresultadosdesportivossatisfatrios. Emresumo,oselementosconstitutivosdotreinamentodesportivoso:oequilbriofsico;asadeeoapogeudefora(dentrodoesportepraticado),seaesseselementosadicionarosentidoprofundamentesocialehumano,almdeselevarememcontaaspossibilidadesdeadaptaodotreinamentodesportivoedoimpulsovitalquepodeproporcionaraideiaclaradetreinamento.2.1OsPrincpiosdoTreinamentoDesportivo Existemalgunsprincpiosdo treinodesportivo,podendohaveralgumasdiferenciaespessoaisdeautores que lidam com o treinamento, afirmando aindamais a necessidade de aprofundamento nosmeiostericosparaocontroleprticodostreinos.

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    Toda e qualquer atividade necessita de regras para uma aplicao. No caso do treinamentodesportivoemusculao,halgumasnormaseregrasqueforamsendocriadasoudesenvolvidascombaseemprincpiosrelacionadoscomaconstituiofsicahumanaecomasrespostasorgnicasaosestmulosaplicados. comumosurgimentodesubdivisesdentrodealgumdosprincpiosdotreinamento.Diantedisso,otreinamentodesportivotemosseguintesprincpios:2.1.1PrincpiodeUnidadeFuncional O organismo funciona como um todo, qualquer falha em algum rgo ou sistema prejudica otreinamento. Devese ter ateno para o desenvolvimento dos diferentes sistemas. Para Mollet, tudo estconectado, msculos, nervos, sistema sanguneo, isto , todo o corpo fsico e, ainda, devese levar emconsideraoosaspectospsquicosesociais.2.1.2PrincpiodaMultilateralidade SegundoFria(2001),paraconheceroprincpiodamultilateralidade,precisocompreenderotemadalateralidadequetemsidoestudadodesdeaabordagemsobreadominnciacerebralfeitaporPaulBroca,em1965. A partir da referida abordagem foram obtidas importantes informaes que contriburam para odesenvolvimentodosestudosneurolgicos. Segundo Fonseca (1989), a lateralidade constitui um processo essencial s relaes entre amotricidadee aorganizaopsquica intersensorial.Representa a conscientizao integradae simbolicamenteinteriorizadadosdois ladosdocorpo, ladoesquerdoe ladodireito,oquepressupeanooda linhamdiadocorpo. Desse radar vo decorrer, ento, as relaes de orientao face aos objetos, s imagens e aossmbolos,razopelaqualalateralizaovaiinterferirnasaprendizagensescolaresdeumamaneiradecisiva. A lateralizao, alm de ser uma caracterstica da espcie humana em si, pe em jogo aespecializao hemisfrica do crebro, reflete a organizao funcional do sistema nervoso central. Aconscientizaodocorpopressupeanoodeesquerdaedireita, sendoquea lateralidadeatravsda fora,preciso,preferncia,velocidadeecoordenaoparticipanoprocessodematuraopsicomotordacriana. A capacidade de a criana ascender simbolizao passa pela dominncia cerebral, pois, casocontrrio,resultaemdistrbios,quernalinguagemfalada,quernalinguagemescrita. Sabesequeametadeesquerdadocorpocontroladapelohemisfriodireito,aopassoqueaoutrametade controlada pelo hemisfrio esquerdo. Quando h dominncia do hemisfrio esquerdo, temse oindivduodestro;quandoocorreadominnciadohemisfriodireito,temseoindivduocanhoto. possvel admitir que haja colaborao dos dois hemisfrios na elaborao da inteligncia. Aliteraturacontaqueosinistrooinversododestro,queissoimplicaumaorganizaocerebraldiferenteequeodesenvolvimento neurolgico diferente, tanto nos dois hemisfrios cerebrais, quanto nos seus territriosneurossensomotores. De acordo com Romero (1988), o predomnio lateral funcional e relativo, no significando aexistncia damesma proporo de destros e canhotos. Alm disso, a lateralidade complementa uma funocoordenadacomadominante;tratasedeumadireoasseguradaporumdosmembrosaorealizarumasriedemovimentosouaoentraremjogoumconjuntoneuromuscular. Segundooquealiteraturacientficatemmostrado,odestronoaquelequeutilizasomenteamodireita,pois, em vrios atosmotores, servesedasduasmosnormalmente. Entretanto, a esquerda temnosmovimentos,habitualmentecoordenados,umafunodeapoionojogocomplementardeambas.

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    Segundo Faria (2001), o predomnio motor pode mudar de acordo com a atividade a serdesempenhada.Odestrobemlateralizadoapresentadominnciadohemisfrioesquerdo,oqueparecenosertotalmenteaceitoparaocasooposto. Pesquisasapontamque,aproximadamente,98%dapopulao, incluindonessapercentagempelomenos ametade dos sinistros, tm dominncia do hemisfrio esquerdo, como consequncia, sopoucos oscasosdesinistrosoudedominnciacerebraldireita. ParaLeBouch(1986,p.118),a lateralizaoumatraduodeumpredomniomotorreferidoaosegmentodireitoouesquerdodocorpo. Podese dizer ainda que lateralidade , por um lado, uma bagagem inata e, por outro, umadominnciaespacialadquirida.Negrine(1986)dizqueotermolateralidadesereferesprevalnciasmotorasdeum ladodocorpo.Essa lateralizaomotoracoincidecomapredominnciasensorialdomesmo ladoecomaspossibilidadessimblicasdohemisfriocerebraloposto. Dessamaneira,possvelaceitaraideiadequealateralizaonosemanifestasomentepormeiodeafernciassensoriaisesensitivasepormeiodadiferenciaofuncionaldeambasasmetadesdocrebro. Romero(1988)definealateralidadecomoapreensodaideiadedireitaesquerda.Enfatizaoautorqueaautomatizaoda lateralizao,tantonecessriaquanto indispensveleafirmaqueesseconhecimentodeveserautomatizadoomaiscedopossvelequeadetecodeveserfeitaoquantoantes,sepossvelquandoacrianaaindaestivernojardimdeinfncia. Podese dizer que a lateralidade est relacionada ao conhecimento corporal, o qual de grandeimportncianasrelaesentreoeueomundoexterior,oque,segundoWallon,umelementoindispensvelna constituio da personalidade do ser humano. O conhecimento do corpo no depende unicamente dodesenvolvimento cognitivo. Depende, tambm, da percepo formada, tanto de sensaes visuais, tteis,sinestsicas;quanto,emparte,dacontribuioda linguagem.ParaFaria,a lateralidade:aconscincia internaqueacrianatemdosladosdireitoeesquerdodeseucorpo,nosetratandodeumconceitoadquirido,masdeprogramasdeatividadescuja finalidadeodesenvolvimentodeacuidadessensoriaisehabilidadesmotoras, jqueacrianaexpostaaumagrandequantidadedeestmulosqueaumentamestaconscincia.(FARIA,2001,p.69). Faria(2001,p.84)classifica,emrelaolateralidade,ossujeitosdaseguinteforma:

    Destros so aqueles nos quais existe um predomnio claro estabelecido do lado direito nautilizaodosmembrosergos;

    Sinistrosoucanhotossoaquelesnosquaisexisteumpredomnioclaroestabelecidodo ladoesquerdonautilizaodosmembrosergos;

    Ambidestrossoaquelesnosquaisnoexistepredomnioclaroestabelecido,ocorrendoousoindiscriminadodosdoislados.

    Coste(1992,p.63)definequatrotiposdelateralidade: Destralidadeverdadeiraadominnciacerebralestesquerda; Sinistralidadeverdadeiraadominnciacerebralestdireita; Falsasinistralidadecasoemqueo indivduoadotaasinistralidadeemconsequnciadeuma

    paralisiaoudeumaamputao,queimpossibilitouautilizaodobraodireito; Falsadestralidadecasoemqueaorganizaoinversadaobservadanafalsasinistralidade.

    Existem grandes variaes dentro da lateralidade. Esto inclusos nessa categoria os sinistroscontrariados, ou seja, aqueles que tm sua dominncia discordante entre ummembro e outro (lateralidadecruzada). SegundoNegrine(1986)alateralidadecruzadaserefereaoindivduoquenascecompotencialparaser sinistro,mas que, em virtude da presso exercida sobre ele, acaba utilizando amo direita. Assim, esseindivduosinistrocontrariadoacabatendosualateralidadecruzada.

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    Apredominnciacerebralpodeserpatolgica.Dessaforma,um indivduopodesersinistroporquehouvelesonumhemisfrioeooutroassumiuocomando. Omesmopodeocorrercomadestricidade,quepodeseapresentarcomonormaloupatolgica. Estudos cientficos mostram que o crebro humano est continuamente fortificando ouenfraquecendo suas conexes conformeaexperincia,graasaumapropriedadequeestpermanentementeativa em cada neurnio. a plasticidade neural que confere ao crebro a habilidade para assumir funesespecficascomoresultadodaexperincia,ouseja,osneurniospodemmodificarsuasconexesconformeousoou o desuso de determinados circuitos neurais. Podese dizer ainda que a plasticidade tratase de umacaractersticanicaem relaoa todososoutrossistemasorgnicos,aplasticidadeneuralapropriedadedosistemanervosoquepermiteodesenvolvimentode alteraes estruturais em resposta experincia e comoadaptaoacondiesmutanteseaestmulosrepetidos. Negrine(1986)estabeleceuumarelaomuitoestreitaentrelateralidadedestraelinguagem.Ofatodoscentrosda linguagem seencontrarem localizadosnohemisfrioesquerdoexplicaria,assim,os transtornosapresentados nessa esfera.No caso do recmnascido, a plasticidade diminui conforme a idade, tornandoselimitadaouatinexistenteapsaadolescncia. Segundo Romero (1988), vrias pesquisas e estudos vm estabelecendo relaes entre ostranstornosdelateralidadeeaaprendizagem.HarrisapudRomero(1988),porexemplo,relacionouaconfusonadominnciacerebralcominabilidadesparaleitura.BarretoapudRomero(1988)emseuestudocomcrianascomdificuldadesparaaaprendizagem,encontrouumaporcentagemsignificativadecrianascomlateralidadecruzadacomdificuldadesparaaaprendizagem,oqueevidenciaumagranderelaoentreessesfenmenos. Diantedoexposto,podeseconcluirqueoprincpiodamultilateralidade aatenoespecialemrelaoaotrabalhocomcrianas.Atletascommaiordomniodemovimentosapresentamumamaiorvariedadedeaomotrizecomoconsequncia,desenvolveumamaiorcapacidadedeassimilarnovastcnicasemtodosdetreinamentomaiscomplexos. Devese levar em considerao que uma aprendizagem nasce sobre outros esquemasmotores jadquiridos. Existe amultilateralidade geral,que quando a crianapratica vriasmodalidades esportivas e amultilateralidadeespecfica,quequandoacrianapraticatodasaspossibilidadesquesooferecidasporumsesporte.2.1.3PrincpiodaEspecificidade Tratasedasadaptaesfisiolgicasespecficas,dotipodetreinamentoeformasdeavaliao.2.1.4PrincpiodaSobrecarga Tratasedaaplicaodeumesforoespecficoquevisaestimulaodeumarespostaadaptativadesejadasemproduzirumprocessodedesgastefsicoexagerado. Esseprincpiotemcomopontosfundamentaisasuperaodolimiteinferiordeesforoeaomesmotemponoatingirolimitesuperiordeesforo.Relacionaseaplicaodascargasdetrabalho. Opresenteprincpioest intimamente ligadoao treinamentodiriodo indivduoem saladeaula,assimcomopossuiestreitarelaocomoprincpiodaadaptaoecomoprincpiodacontinuidade. Segundo Burke (1991), o ponto ideal de treinamento corresponde a uma carga fsica quando aintensidadee/ouvolumesosuficientesparaprovocarumaativaodometabolismoenergticoouplasmticodaclulaemconjuntocomasntesedenovassubstncias. Opontodedesgastepodeocorrernosprimeiros anosde treinamento,o volumedeve aumentarprogressivamente,masmedidaqueoatletamelhoraonvel,aimportnciadovolumevaidiminuindoeofatorintensidadedeverterprioridade.

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    Existemalgumasalteraesquedemonstramafadiga,como: Adiminuionacapacidadedetrabalho; OaumentodaFcxnveldecarga; Oaumentodoconsumodeoxignio(submximo); Aumentodaventilao(submximo); Diminuiodafora; Diminuiodacoordenaoeaumentodoserrostcnicos.Htambmalgumasalteraesnoestadogeral,como: Cansaogeral; Insnia; Sudoresenoturna; Perdadeapetite; Perdadepeso; Amenorria; Cefalias; Nuseas; Distrbiosgastrointestinais; Doresmuscularesoutendinosas; Diminuiodasdefesas; Febreereativaoaherpes.

    2.1.5PrincpiodaSupercompensao Comaaplicaodeestmulosdetreinamento,produzsealteraesestruturais,tantosomticacomofuncionais,provocandonoperododerecuperaooretornoaosnveisiniciaise,inclusive,demelhora. H alguns fatores que interferem na composio da curva: volume; intensidade; qualidade fsicatreinada; nvel de condicionamento fsico do praticante; condies climticas e alimentao (antesdurantedepois). O fenmenoda supercompensaoaplicadoaosmecanismosenergticosorgnicos caracterizasepor promover o armazenamento a nveis ligeiramente acima daquele encontrado durante o incio dotreinamento.Asreservasenergticasestaro,apsumarelaoequilibradaentrerepousoereposioalimentaradequada, com um supervit ou estoque extra de energia para ser utilizada prontamente no prximotreinamento.2.1.6PrincpiodaProgresso O aumento da carga de treino dever ser de forma gradual, esperando para que ocorra umaadaptaogeral.OsprincipaisparmetrosdecontrolesooVolume+ Intensidade.Quandonosesegueumaprogressocoerente,noseobtmnenhumbenefcioeavidaesportivadoatletaserprejudicada. Aevoluodasobrecargadeve,portanto,ocorrernaturalmente.Tratasedoganhodeperformance.Nesse sentido, a manuteno dos nveis consegue ser atingida. Existem alguns fatores que impedem oprosseguimento,como:leses,doenas,fatoressociais,perododotreino;prcompetio.Indivduostreinadosserecuperammaisrapidamente.

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    2.1.7PrincpiodaIndividualidade Independentementedesexo,cadadesportistaapresentapeculiaridadesindividuaiscomoestruturasfsicasepsicolgicas individualizadasoudiferenciadasdosdemais, sugerindoque cadaum sernico.O serhumanoaunioentreascaractersticasdogentipo(cargagenticarecebida)comofentipo(cargageraldeelementosquesoadicionadosaoindivduoapsonascimento)quecriamosuportedeindividualizaohumana. Tratasedaelaboraodeumprograma idealde treinoquedeve ser levadoem consideraoosseguintes fatores: costumes, gostos,necessidades, adaptao emetas. Poroutro lado, sodetectados algunsfatoresqueafetama resposta individual,como:agenticadecada indivduo,o tempodedescansoesonodecadaum;omeioambienteondeapessoavive;amaturao;asade;anutrio;amotivaodosujeito;operfilpsicolgicoemqueapessoaseencontrae,porltimo,onveldecondio. Asrespostasaotreinamentoaplicadosodeterminadasporcaractersticashereditriasassociadassinflunciasdomeioambiente.Buscamoscontinuamenteoaperfeioamentodascaractersticastcnicoesportivasdaformamaisespecficaeindividualizadapossvel. De acordo comMollet (1980), quantomais o treino aproximarse das caractersticas positivas derespostas individuais,maiores seroasperformancesalcanadas.Cada serhumanonicoeporessemotivonecessita de um direcionamento personalizado para o treinamento, visando o alto rendimento fsico edesportivo.inadmissvelapadronizaodequalquerformadetreinamentoparagruposinteirosdeindivduos.2.1.8PrincpiodaPerspectivaEvolutiva ParaNavarro(2000),quantomaistreinadooatleta,ficamaisdifcilobterumaevoluo.Esseautorpropeque,aps3a5anosdeesforomximo,necessrioumperodode6a12mesesderegenerao.2.1.9PrincpiodaRecuperao Existemaesrecuperativascomexercciosquepodemocorrerduranteomacrociclo;omesociclo;omicrociclo;asessooudiadetrabalhoexercciorecuperadores.Empregodemeiosmecnicose/ounaturaisderecuperao,como:Raiosultravioletas;Eletroestimulao;Crioterapia;Oxigenoterapia;Hidroterapia(duchas,banhos vapor, sauna); Massagem (superficial, frico, percusso, vibrao); Presso local negativa;Gravitoterapia. Outras formas de acelerar o processo de recuperao so os produtos recuperadores meiosergonutricionais, como: Dieta com suplementao de hidratos de carbono; Suporte hdrico; Meiosfarmacolgicos;Bicarbonato;Glutamina,Cafena.2.10PrincpiodaParticipaoAtivaeConscientedoTreino Osobjetivosnecessriosaesseprincpioso:determinarparaoatletaumobjetivoderendimentoaseratingido;ofereceraoatletaconhecimentoestritotarefadetreinamento;formularexignciasquerequeiramreflexo, iniciativae responsabilidadeporpartedoatleta;educaraoatletaparaque seja capazde se avaliar;confiar responsabilidades de condio pedaggica a atletas apropriados; capacitar ao atleta para efetuar umcontrole consciente de sua prpria sequncia de movimentos; possuir um registro prprio de controle dosresultadosecomparloscomosanteriormenterealizadosecomorealizadonarealidade.

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    2.11PrincpiodaTransferncia A transfernciadeum tipode treinopoderserpositiva,negativaounula.LateralouhorizontalFutsalFutebolVerticalProgressodedificuldadede tarefas.,exemplo,mortalmortal c/giro. Problemasrelacionadoscomatransferncia:trabalhodemusculao;aprendizagemdeumnovomovimento;modificarummovimentotcnicojsedimentado;aprendizagemdetransmissocruzada,deumamodalidadeoutra.2.12PrincpiodaPeriodizao Segundo Fortaleza e Ranzola (1988), as razes fundamentais para a estruturao do treino emperodosso:oatletanopodemanterpormuitotempoaforma,porlimitaesfisiolgicas;astrocasperidicasdaestruturaecontedodotreinamentosoumacondionecessriaparaoaperfeioamentoatlticovisandopoderalcanarumnovoesuperiordegraunodesenvolvimentodoatleta.2.13PrincpiodaAdequao Oprincpiodaadaptaodoorganismoaotreinamentopossuiparticularidadesrelacionadascomonveldeestmuloaeleaplicado.Duranteaaplicaodeestmulosdetreinamentosobreoorganismo,deparamonoscomoconceitodesndromedeadaptaogeral. Esseprincpiopossuifasescorrelacionadascomosestmulosouestresses,existeumpontoidealdetreino em que a solicitao no pode ser baixa ao ponto de provocar uma desmotivao ao atleta, nemexcessivamenteforteaopontodeprejudicloouinduzilotambmaumacondiodesmotivante.Assim,TreinoPrazerObjetivoTriunfoNovasituaoproblema,irdepoucoparamuito;dofcilparaocomplexo;doconhecidoparaodesconhecido.2.14PrincpioPedaggicos ExistemosPrincpiosdeparticipaoativaeconscientenoTreinamentoDesportivo,oPrincpiodaTransfernciadotreinamentoeoPrincpiodaAcessibilidade.2.2OTreinamentodeFora Segundo Mollet (1980), na prtica desportiva, progressivamente, vai sendo reconhecida anecessidadedeproporcionarmaiorpotnciaaocorpo.Naatualidade,essefatotendeclaramenteatranscenderprpria tcnica.O fenmenopodeserobservado,demodomaispositivo,nosesportesdecarter individualenaquelesemqueoestiloestcedendoterrenoanteanecessidadedevigorfsico. Diantedetalperspectiva,osimplestreinamentoespecializadojnopermiteaconquistademarcascada vez maiores. Fazse indispensvel recorrer a meios situados fora da especialidade, ou de modo maisconcreto,oatletadevesevalerdeumaeducaofsicapeculiar,ento,surgeotreinamentodefora. O treinamentode foracomumentechamadodemusculao, tratasedosmeiosdepreparaofsicautilizadosparaodesenvolvimentodasqualidadesfsicasrelacionadascomasestruturasmusculares. O fato de existirem poucos estudos sobre mtodos de treinamento, at o presente momento,mostraquedificilmentealgumpoderafirmarqueummelhorqueooutroeessaquestodeveservistacommuitocuidado. preciso levar em considerao que, para se chegara os objetivos desejados, existem diversosmtodosesistemasdetreinamentodefora,oquepodegerarpolmicaedistoresemrelaosuperioridadedeumsobreooutro.

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    Valesalientarque,emmuitoscasos,umapessoapoderespondermelhoroupioraumdeterminadosistemaoumtododetreinamento,oquenosignificaqueestesejaomelhorouopior,pois,quandosefalaem aumento de massa muscular ou fora, muitas variveis devem ser levadas em considerao, como porexemploasadedapessoa,aprpriamusculatura,entreoutros,enosomenteotreinamento. ConformeMonteiro(1992),precisosaberqueotreinamentodeforacomsobrecargaprejudicaocrescimentodosorganismosjovens,esseumconceitoquedeveserpesadocommuitocuidadosempre,claroqueprecauesdevemsertomadas,masexerccioscujascargassoadequadasaoestgiodematuraotendematrazerbenefcios. O importante no saber a idade com que se comea um treinamento, mas conhecer acorrespondnciadascargasusadascomaspossibilidadesdaidade. Nessecontexto,adeterminaodaidadebiolgicapodeserdegrandeimportnciaparaaaplicaodascargasdetreinamentoemindivduosjovens.2.2.1ODesenvolvimento Noesportede competio, tantopara crianasquantoparaadultos,no se fazemmilagres, tudoestbaseadonaorganizao,nainvestigao,naaplicaoenaadaptao.Dentrodeumtreinamentoespecficonoaceitvelaimprovisao. Diantedisso,degrandeimportnciaconhecerodesenvolvimentohumano,afimdesaberemqualestgiodedesenvolvimentoestapessoapara,ento,escolherastcnicasdetreinamentoadequadas. Para tanto, preciso saber que a criana tem a suamentalidade e outros aspectos fsicos bemdiferentesdoadulto.SegundoWeineck(1991),acrianapodedesempenharatividadesfisiolgicasepsicolgicaspotencialmente toquestionveise/ou tobemparecidas comasdoadulto,embora sejanecessrio reverasatividadescomcuidadoedeacordocomassuascondies. SegundoWeineck (1991), as crianas e adolescentes, em comparao com os adultos, ainda seencontram em fase de crescimento. nesse perodo que aparecem muitas alteraes fsicas, psquicas,emocionais,psicolgicasepsicossociais,quepodemprovocarconsequnciasparaaatividadefsicaouesportiva.Dessamaneira,oprofissionaldeEducaoFsicanodeve transferiraos jovensomesmo tipode treinamentoaplicadoaosadultossemasdevidasadaptaesnecessrias. ParaWeineck(1991),ascrianasnopossuemumdesenvolvimentoassimcomoosadultos,porisso,so imaturas.Dessemodo,necessrioestruturarexperinciasmotorasquesejamsignificativas,adequadaseapropriadasparaasparticularidadesdecadauma, levando issoemconsiderao,oprofissionaldeveperceberqueascrianasseinteressamporatividadesldicaseprazerosas. DeacordocomFleckeKraemer(1999),existeumamelhorasistemtica,porexemplo,navelocidadedecorridadecrianasnoperodomdioenofinaldosanosda infncia.Essamelhoranavelocidadedecorridacontinuanaadolescncia.Paraesseautor,oequilbriomelhorados3aos18anos,mas,salientaque,apesardasdificuldadesdemensurao,possvelconcluirqueoequilbriomelhoracomaidadenainfnciaeadolescncia. Podese dizer que, a aptido relacionada sade e ao desempenho do adolescente passa porgrandesalteraesdesdeoinciodoperododaadolescnciaatoseufinal. SegundoFleckeKraemer(1999),ocomportamentodoadolescenteessencialepodeserexplorado,emborano sedeve esperarqueos adolescentesdemonstremuma certa rigorosidadenas atividades e emtarefascomunsnocotidiano.Mas,sehouverumadultoquedexemplospositivosdepapisadesempenhareuma orientao que desenvolva a coragem, certamente a criana ter mais condies para o seudesenvolvimentopsicossocial,afetivo,emotivo,entreoutros. DeacordocomFleckeKraemer(1999)odesenvolvimentomotorpossuiseisestgiosquepodemser:

    Reflexivo; Pradaptativo;

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    Dehabilidadesmotorasfundamentais; Dehabilidadesmotorasespecficasdocontexto; Habilidosa; Compensatria.

    Aprogressodeumperodoparaoutrovaidependerdasmudanasnasrestriescrticas,emqueashabilidadeseasexperinciasadquiridasnoperodoanteriorservemcomobaseparaaaquisiodehabilidadesposteriores.Noentanto,paraessemodelo,as idadesdadasparacadaperodosoapenasestimativas;aordemdosperodosquesignificante,enoaidadeproposta. DeacordocomWeineck(1991),cadafaixaetriatemsuasatividadesdidticasespeciais,bemcomoparticularidades especficas do seu desenvolvimento. Com a queda no aprendizado de novas habilidadescoordenativasnapubescncia,devidoafatoresdecrescimentoedesenvolvimento,deveriaserdadanfasenoaperfeioamentoe fixaode sequnciasmotoras jdominadase tcnicasesportivas.Naadolescnciaocorreumaestabilizaogeraldaconduodemovimentos,umamelhoradacapacidadedecontrole,deadaptao,dereorganizaoedecombinao. De acordo comWeineck (1991), a adolescncia comea, normalmente, aos 14/15 anos e vai at18/19 anos. A adolescncia forma o fim do desenvolvimento da criana para o adulto, caracterizada peladiminuiodetodososparmetrosdecrescimentoedesenvolvimento.Nessaetapaocorreumaharmonizaodaspropores,oquefavorvelemrelaoaumamelhoradascapacidadescoordenativas.Paraotreinamento,essa fase apresentamelhoras,poisocorreum equilbriopsicolgico. Eledeve ser atribudo estabilizaodaregulao hormonal que aindamostrava turbulentas alteraes na fase anterior: osmecanismos de controleneurohumoraishipotlamohipofisriossofremumacertodefinitivo.Aocontrriodafaseanterior,agoraapenasquantidades grandes de hormnios acionam os receptores do centro de regulao do hipotlamo. Com asproporesequilibradas,apsiqueestabilizada,amaior intelectualidadeeamelhor capacidadedeobservaofazemdaadolescnciaumadasmelhoresidadesdaaprendizagem. No conjunto, de acordo com Weineck (1991), essa fase apresenta um bom perodo para aaprendizagemmotoranos jovensdo sexomasculinomais acentuadaquenas jovensquepossibilitaumtreinamentocoordenativoilimitadoemtodasasmodalidadesesportivas. ParaMollet (1980), imprescindvelconhecerasquestes fisiolgicasepsicolgicasdeumatleta,poismuitostreinadoressedeixamseduzirpornovastendnciasequeremmodificarapreparaosemlevaremconsiderao que as alteraes podem causar erros graves e, emmuitos casos, irreversveis. fundamental,portanto, no deixar o problema se tornar agudo, devido a ausncia de conhecimentos por parte dospreparadores. As consequncias so sofridas, principalmente, pelos treinadores e preparadores fsicos queignoramodesenvolvimentohumano.2.2.2DesenvolvimentoMotor O estudo do desenvolvimento motor um importante instrumento para que o profissional deEducaoFsicasejacoerentenasuaintervenoprtica.Sejanaaulacurriculardeeducaofsicaounainiciaoesportiva,asequnciadodesenvolvimentomotordeveserconsideradaelevadaemconsiderao. De acordo com Fleck e Kraemer (1999), a formao do futuro atleta de alto rendimento, ou atmesmoadeumapessoacomboaqualidadedesadeeaindasemriscosde leses,dependedeumaricabasemotoradesenvolvidaduranteainfncia.Paraosautores,otreinamentoesportivoiniciasenasaulasdeEducaoFsicaounas escolinhasesportivasatravsdeum trabalhoquevisaodesenvolvimentoea combinaodosmovimentosfundamentais,tambmdenominadosdehabilidadesbsicas. O estudo do desenvolvimentomotor da criana deve fornecer subsdios para os profissionais deEducao Fsica e treinamento esportivo. Nesse sentido, tornase fundamental para estas reas um

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    aprofundamentonaspesquisasdedesenvolvimentomotor,tantoemnvelbsico(conheceroprocesso),quantoaplicado(utilizaodessesconhecimentosemsituaesreais). De acordo com Bee (1996, p. 123), o desenvolvimento de algumas habilidades motoras estsequenciadoemrelaoidade,daseguinteforma:

    1msergueacabea,seguraobjetos,secolocadosemsuamo; 4a6mesessentacomapoio,mantmacabeaeretanumaposiosentada,estendeobrao

    parapegarobjetoseoagarra; 7a9mesessentasemapoio,rolasobresimesmo,ficaempusandomveis,transfereobjetos

    deumamoparaoutra; 10a12mesesengatinha,caminhausandoosmveis,caminhasemajuda; 13a18mesescaminhapara trseparaos lados,empilhadoisblocos;colocaosobjetosem

    pequenosrecipienteseoesvazia; 3a4anossobeescadascolocandoumpemcadadegrau,pedalaedirige triciclo,agarraas

    bolasgrandes,cortapapelcomtesoura,seguralpisentreopolegareosdoisdedos; 7a8anospula livremente,andaembicicletadeduas rodas, joga jogosdebolas com certa

    habilidade,escreveletrasseparadas. importante lembrarqueapartirdomomentoemqueacrianaaprendeaandar,amaioriadasatividadesqueirofazerpartedoseucotidianoseroldicas.

    FASESDODESENVOLVIMENTOMOTORFAIXAETRIAMDIA DESENVOLVIMENTO

    MOTORDESENVOLVIMENTOPSICOMOTOR(Geral)

    DESENVOLVIMENTODOESQUEMACORPORAL

    ZEROA1ANO FASEDOSMOVIMENTOSREFLEXOS

    FASENEUROMOTORA FASEDOCORPOSUBMISSO

    Respostasglobaisdocorpo;

    movimentosprogramadosgeneticamente;movimentoscontrolados

    inconscientemente(descargasmotoras).

    Desenvolvimentodosistemaderespostas

    inatas.

    Movimentosestritamenteautomticos,

    dependentesdabagageminata(reflexose

    automatismosdealimentao,dedefesa

    edeequilbrio).De1a2ANOS FASEDOS

    MOVIMENTOSRUDIMENTARES

    Primeirasformasdemovimentosvoluntrios;

    controletnicopostural;

    Manipulao(pegar,receberearremessar);Movimentaodelocomoo(rolar,

    rastejar,quadrupediareandar).

    FASESENSRIOMOTORA

    Desenvolvimentodosistemamotorglobal

    (locomoo).

    FASEDOCORPOVIVIDO(1a4anos)

    Experinciavividadomovimentoglobal;

    Primeiroesboodoesquemaimagem

    corporal.

    De2a7ANOS FASEDOSMOVIMENTOS

    FASEPERCEPTIVOMOTORA

    FASEDOCORPODESCOBERTO(4a5

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    FUNDAMENTAISMovimentosmais

    eficientesecomplexos;Movimentos

    locomotores(andar,correr,saltaresaltitar);

    Movimentosnolocomotores(flexionar,estender,torcer,girar,

    levantar);Movimentos

    manipulativos(lanar,pegar,bater,rebater,

    chutar,quicar).

    Desenvolvimentodossistemasdelocomoo,preensoevisomotor.

    anos)Conscinciadascaractersticascorporais;

    Descobertadossegmentoscorporais;

    Verbalizaodaspartesdocorpopelo

    jogodafunosimblica.

    De7a12ANOS FASEDECOMBINAODOSMOVIMENTOSFUNDAMENTAIS

    Melhoriadaexecuoeaumentodacapacidadedecombinaodemovimentosfundamentais;

    Inciododomniodehabilidadesespecficas.

    FASEPSICOMOTORADesenvolvimentodossistemasdelocomoo,preenso,visomotore

    udiomotor.

    FASEDOCORPOREPRESENTADO(6a10

    anos)Controlevoluntriode

    atitudescorporais;aquisiodoesquema

    postural.(imagemposturalesttica).FASEDOCORPO

    OPERATRIO(10a12anos)

    Imagemantecipatriadosmovimentosemsequncia(esquemaimagemcorporal

    dinmica);Estruturaoespaotemporaldentrododomniocorporal.

    De12ANOSemDiante FASEDOSMOVIMENTOS

    CULTURALMENTEDETERMINADOS

    Melhoriadaexecuodehabilidadesespecficas;

    Diversificaoeaprimoramentode

    movimentoculturalmentedeterminados.

    FASESCIOMOTORAAprimoramentodos

    sistemasdafaseanterior;

    Desenvolvimentodossistemascinestsicossimblicoeudio

    simblico.

    ESQUEMACORPORALBASICAMENTEFORMADO

    Quadro1Desenvolvimentomotor.Fonte:Mattos(1999).

    Comojfoiditoanteriormente,masvaleressaltarque,aprogressodeumperodoparaoutropodedependerdemudanasdiversasemqueashabilidadeseasexperinciasadquiridasnoperodoanteriorpodemservirdebaseparaaaquisiodehabilidadesposteriores.Noentanto,paraessemodelo,as idadesdadasparacadaperodosoapenasestimativas;aordemdosperodosquesignificante,enoaidadeproposta.Assim,

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    cada faixa etria tem suas atividades didticas especiais, bem como particularidades especficas do seudesenvolvimento. Segundo Weineck (1991), com a queda no aprendizado de novas habilidades coordenativas napubescncia,devidoafatoresdecrescimentoedesenvolvimento,deveriaserdadanfasenoaperfeioamentoefixao de sequnciasmotoras j dominadas e tcnicas esportivas.Na adolescncia ocorre uma estabilizaogeraldaconduodemovimentos,umamelhoradacapacidadedecontrole,deadaptao,dereorganizaoedecombinao. Quandosefalaembrincadeirase jogos,existemalgumasdessasmodalidadesque,segundoEckert(1993),podemserdivididasdaseguinteforma:

    Brinquedosparadesenvolveraforaeocrescimentodocorpoemumavariedadedehabilidadesfsicas;

    Brinquedosconstrutivosecriativos,taiscomoblocos,argila,martelos,pregoseserrotes; Brinquedos que enfatizam o lado artstico, tais como msica, instrumentos e brinquedos

    artesanais; Brinquedosparadramatizaoeimitao,comocasas,carros,fazendas,etc.; Brinquedosparapromoverodesenvolvimentointelectualcomoquebracabeas,jogos,etc.

    2.2.3AMusculaturadeCrianaseAdolescentes De acordo com Wilmore e Costill (2001), do nascimento at a adolescncia, o tecido muscularaumenta de forma contnua. Na puberdade ocorre o maior desenvolvimento muscular. De acordo com osmesmosautores,nohomemqueamassamusculartotalaumentade25%dopesocorporalnonascimentoparaaproximadamente50%oumaisnavidaadulta.Opicedocrescimentonapuberdadesedeveaumaumentode10vezesmaisnaproduodetestosterona. Nocasodasmeninas,comoelasnoapresentamesseaumentomuscularaceleradonaadolescncia,asuamassamuscularcontinuaaumentandodeformamaislentaqueadosmeninos. Omsculoumagentede fora,porm,noanica fora.Osmsculosdependemdosistemanervosoqueosdirige,dosanguequeosalimentaporintermdiodasviascirculatrias,dadigestoqueforneceos elementos nutritivos,minuciosamente selecionados, dos ossos e das articulaes que constituem em seuspontosdeapoio.Nainterdependnciadetaisfatoresqueestbaseadaaproblemticadotreinamentototal. Ofatorforatambmpossui importncianodesenvolvimentodacapacidadefsicadacrianaedoadolescente.No raro,ascrianasde idadeescolarapresentamvciosdepostura,devidoaodesenvolvimentoprecriodamusculaturadetronco,ombrosequadris. Aforapodesertreinadaemqualquerperodoetrio.Antesdapuberdadequasenoseobservamdiferenasemrelaomassaeforamuscularesentreosdoissexos.Aporcentagemdotecidomusculardaordemde27%damassacorporal.Asalteraesendcrinasqueocorremduranteapuberdadeaumentamessaporcentagemdetecidomuscularpara42%nosexomasculinoepara36%nosexofeminino. Graasfadigaqueseinstala,amusculaturanochegaasofrerquandoseexageraotreinamentodafora,masoaparelholocomotorpassivoafetado. Durante a fase de crescimento, os ossos, o tecido cartilaginoso, os ligamentos e os tendesapresentammenorresistnciaquenoadulto;essefato impe limites intensidadeeduraodostreinosdefora. Otreinamentodaforanoencontraindicaonaidadeprescolar.Amusculaturaeoaparelhodelocomoopassivo recebemosestmulosnecessriosao seudesenvolvimento,desdequea crianapossadarvazoasuatendnciaparasemovimentar. Essa tendncia movimentao merece ser dirigida no incio da idade escolar, no sentido defavorecer o fortalecimento dinmico damusculatura inteira e, em especial, dosmsculos responsveis pela

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    postura.Noescolardemaisidade,podemosrecorreraosexercciosmetdicosqueaproveitamopesodoprpriocorpoedepequenospesossuplementares. Duranteapuberdade,aproduodetestosteronaprovocaumsurtodecrescimentolongitudinal;oefeitoanabolizantedessehormniocriacondiesfavorveisaodesenvolvimentodaforamuscular.Osurtodecrescimento acarretadiminuio temporriada resistnciadoaparelho locomotorpassivo,principalmente,dacoluna vertebral, diante das solicitaes, condio esta que precisa ser devidamente levada em conta, noobstanteamelhoriadascondiesparaotreinamentodamusculatura. Duranteesseperodo,recomendasedarprefernciaaosexercciosdeforaqueseutilizemopesodoprpriocorpo,mantendo,nomnimo,asolicitaodacoluna. Noadolescente,otreinamentodaforasemelhanteaodoadulto.Oaumentodasolicitaosercontnuo,consistindoinicialmenteemaumentodaduraoesmaistardeemaumentotambmdaintensidadedotreino.2.3TreinamentodeFora:Fundamentos Oprincpiodoesportefoiojogo,porm,anecessidadededominar,melhoreutilizaroinstrumentodecompetio,assimcomodeorientardemodoeficazoesforocorporalemsua lutacontraagua(natao),comotempo(atletismo)oucomoanimal(equitao),fezsurgirastcnicaseotreinamentodeforaadequados. Emconsequncia,proliferaramdiversosmtodos,estilosetiposdeeducaofsica. Iniciavaseodesenvolvimentoesportivocomo fatosocialdevalidezuniversal.Paratanto,segundoMollet(1980),assessesdepreparaofizeramsemaisfrequentes,passaramaserdiriaseemdeterminadasocasies,repetiamsevriasvezesnomesmodia.Assim,otreinadorenriqueceueaperfeioouosprogramasdetreinamentoparaseremmaisprodutivoserentveis. SegundoFleckeKraemer(1999),otreinamentodeforaconhecidocomotreinamentocompesosoutreinamentocomcargaseconsideradocomoumaformadeexerccioparaocondicionamentodeatletasouno.Paraosmesmosautores,carga,pesoetreinamentodeforaservemparadescreveralgumtipodeexercciopara que os msculos se movam ou tentem se mover contra uma fora contrria, com algum tipo deequipamentoousemnenhuminstrumento. De acordo com Fleck e Kraemer (1999), o termo de treinamento de fora abrange uma grandevariedadedetiposdetreinamento,incluindoexercciospliomtricosecorridaemaclive.Treinamentocompesos,normalmente, utilizado para se referir ao treinamento com resistncia normal que usa pesos livres ouequipamentoscompesos.Aspessoasqueparticipamdeumprogramadetreinamentodeforaesperamqueoprograma produza alguns benefcios, tais como o aumento de tamanho de msculos, melhor desempenhoesportivo, crescimento de massa livre de gordura e diminuio de gordura do corpo. Dessa maneira, umprogramadetreinamentodeforaplanejadodeformaadequada,temcondiesdeproduzirmuitosbenefcios. SegundoFleckeKraemer(1999,p.20),existemdefiniessobretreinamentodeforacomo:

    Repetioummovimentorepetitivodeexerccio; Srieumgrupoderepetiesdesenvolvidasdeformacontnua,semrepeties; Repetio mxima (RM) o nmero mximo de repeties para uma srie que se pode

    executarcomumadeterminadacarga; Potnciaavelocidadeemquesedesempenhaotrabalho; Foramuscularaquantidademximadeforaqueummsculoougrupomuscularpodegerar

    emumpadroespecficodemovimentoemumadeterminadavelocidadedemovimento; Aomusculareconcntricaquandoumpesoestsendo levantado,osmsculosenvolvidos,

    normalmente,estoseencurtando,issodenominadoumaaomuscularconcntrica; Aomuscularexcntricaquandoumpesoestsendoabaixadodeumamaneiracontrolada,os

    msculosenvolvidosestosealongando,tambmdeumamaneiracontrolada;

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    Ao muscular isomtrica quando um msculo ativado e desenvolve fora sem causarmovimentonumaarticulao,ocorreumaaomuscularisomtrica.

    De acordo comOzmun (1994), inmeros estudos realizados em pradolescentes e adolescentesforamrelatadoscomautilizaodevriasformasderesistncia.Amaiorpartedaspesquisasrealizadasmostrouqueaumentossignificativosnaforapodemserobtidoscomumestmulodetreinamentoadequado. SegundoZatsiorki (1999),evidnciascientficasapontamque,emvirtudedeumsistemahormonalem desenvolvimento, limitando as possibilidades de sntese protica para hipertrofiamuscular, os ganhos deforaemcrianassoobtidos,principalmente,devidoaoaprimoramentodocomponenteneural. Quanto opinio geral de que o treinamento com sobrecarga prejudica o crescimento dosorganismos jovens,esseumconceitoquedeveserpesadocommuitocuidado.ConformeMonteiro(1992),claroqueprecauesdevemsertomadas,mas,exerccioscujascargassoadequadasaoestgiodematurao,tendematrazerbenefcios.O importantenosabera idadecomquesecomeaumtreinamentocompesos,mas conhecer a correspondncia das cargas usadas com as possibilidades da idade. Nesse contexto, adeterminaoda idadebiolgicapodeserdegrande importnciaparaaplicaodascargasdetreinamentoemindivduosjovens. De acordo com Adelino (2003), estudos envolvendo o treinamento de fora com o controle dosefeitosintervenientesdocrescimentoedaaquisiodahabilidademotorafornecemevidnciasconvincentesdequeotrabalhocontraresistnciapoderesultaremaumentossubstanciaisnaforaduranteapradolescncia. Comparandoasrespostasdotreinamentodeforaemcrianas,adolescenteseadultosverificouseque, independentementedonveldematuridade,podem serobtidosganhos significativosda fora.Santarm(2000), em extensa reviso sobre a treinabilidade da fora em crianas e adultos, prope que, em termosabsolutos,opradolescentesejamenostreinvel.Contudo,emtermosrelativos,nadependnciadaintensidadeevolumedaaplicaodascargas. Santarm (2000), relata que crianas prpberes demonstram ganho de fora muscular comoresultadodotreinamentoequeotreinamentodeforaaumentaodesempenhomotornessascrianas.Contudo,algunscuidadosdevemsertomadosparaumaadequadaprescriodosexerccios. O primeiro diz respeito ao gosto da criana pelos programas de exerccios. Praticantes jovensnecessitamde tempoparaseadaptaraoestressedo treinamentocompesos,ealgumascrianasachamdifciltreinarounogostamdotrabalhocomsobrecargaemalgumas idades.Logo,segundoFleckeKraemer (1999),aspectoscomointeresse,crescimento,maturidadeepossibilidadedecompreensoinfluenciamavisodacrianaesuaseguranaemrelaoaotreinamentocompesos. Osegundoaspectoaserconsideradodizrespeitospossibilidadesdelesoqueotreinamentopodecausar em indivduos jovens. Santarm (2000) ressalta que os ossos e articulaes em crescimento somaissuscetveisacertostiposdelesesqueosadultos,emespecial,assuperfciesarticulares,osdiscosepifisrioseasinseres tendes/ossos.Por isso,atenoespecialdeve ser tomada,principalmente,duranteaconduodosexercciosempradolescentes.Umaconduta interessantequepodeauxiliarnaprevenode leses impedirqueotrabalhocompesossejarealizadocomcargaselevadasequesejaconduzidoatravsdeexercciosbalsticose extremos de amplitudes articulares. Essa conduta preventiva parece ser relevante, no somente para otreinamentodefora,masparaqualqueratividadefsicadirecionadaacrianas. Em funo das caractersticas individuais e objetivos da prescrio dos exerccios, diferentesestratgiaspoderoseradotadasnaelaboraodotreinamentodeforaemcrianas.Algumasdiretrizesbsicasquepodemajudarnessatarefasodescritasaseguir.

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    2.3.1AdaptaesFisiolgicasaoTreinamentodeFora De acordo com Bompa (2002), o processo fisiolgico que o corpo se adapta aos exerccios, conhecidocomoadaptaoaotreinamento.Essesseguemumpadroespecfico.Umprogramadetreinamentopoder iniciar a adaptao,que atravsda exposio repetida ao estmulo acarretarumamudana emumaclula, tecido ou algum sistema. Assim, existe uma soma das transformaes estruturais e fisiolgicas naadaptaoaotreinamento. Podemse citar, segundo FleckeKraemer (1999), algunsexemplosdealteraeseadaptaesdetreinamento,como:

    Adaptaesdasfibrasmusculares; Adaptaodosistemanervoso; Curvaforavelocidade; Velocidadededesenvolvimentodefora; Mecanismosprotetoresneurais; Adaptaescrdiovasculares; Alteraesnacomposiocorporal; Alteraesbioenergticas; Adaptaesnosistemaendcrino.

    2.3.2OTreinamentoeoSistemaMusculoesqueltico Segundo FleckeKraemer (1999),acreditasequeum treinamento vigorosoorganizadoemalgunstiposdeesporte(natao,basquetebol,voleibol,competiesdepistaedecampo)noafetadeformaadversaocrescimentoeodesenvolvimentoinfantildemeninosnemdemeninas. De fato,o treinamento fsicomoderado revelouaumentarouotimizaro crescimento infantil.Poressarazo,muitoscientistasconcluramquecertaquantidadedeatividadefsicanecessriaparaocrescimentoeodesenvolvimentonormal.Noentanto,hdvidasem:Existealgumperigodesupertreinamento?Ascrianaspodem realizar treinamento de endurance intenso ou treinamento de fora sem que ocorram problemasmusculoesquelticosemlongoprazo? Essasquestespermanecemduvidosas.ParaFleckeKraemer(1999),hevidnciasdequeosossosemcrescimentodeumacrianasomaissusceptveisacertos tiposde lesomecnicadoqueosdosadultos,sobretudo,emrazodapresenadacartilagemdecrescimento,aqualest presentenaplacadecrescimento(placa epifisria), na cartilagem articular (cartilagem nas articulaes) e nos locais de insero dos principaismsculosetendesdacriana. A placa de crescimento o local do crescimento sseo dos ossos longos.Omomento em que ocrescimentosseocessavariaparacadaosso,mas,geralmente,eleterminaemtornodosdezoitoaosvinteanosde idade. No trmino do crescimento, as placas de crescimento ossificam (endurecem com o clcio) edesaparecem,eacartilagemdecrescimentosubstitudapelacartilagem"adulta"permanente. Dessamaneira, surge a seguinte questo: Existe um nvel ideal de treinamento para as crianas,acima do qual podem ocorrer lesesmsculo esquelticas?Aparentemente, a resposta "sim". Para Fleck eKraemer (1999), evidncias clnicas sugerem que os arremessos excessivos nas ligas juvenis organizadas debeisebolacarretamlesonocotovelo.Essemesmoproblemanoobservadoemsituaesdejogosrecreativos. De fato, esto surgindo novos padres de leso em crianas medida que o nmero dasparticipantesdeesportesorganizadosaumenta. UmrelatriorecentedoAmericanCollegeofSportsMedicineindicou que at 50% de todas as leses sofridas por crianas, enquanto elas participavam de esportes

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    organizados,poderiamserevitadaspelaatenostcnicasadequadasdetreinamento,pelosprocedimentosdeseguranaepelousoadequadodosequipamentosdesegurana. Conforme Fleck e Kraemer (1999), uma preocupao importante em relao s crianas queparticipamdeumtreinamentodeendurance(corrida)oudeumtreinamentodefora(levantamentodepeso)queomicrotraumatismoconstantedotreinamentorepetitivopodeprovocarfechamentoprematurodaplacadecrescimentoe,consequentemente,retardarocrescimentonormaldosossoslongos. Aliteraturaexperimentalsobreotreinamentoesobreoscomprimentosespecficosdosossosindicacomprimentosreduzidosdeossosemratosecamundongosexpostosnataooucorridasforadas. No h dados humanos correspondentes disponveis. No entanto, considerandose as evidnciassobrea influnciadaatividadefsicanocrescimentoenodesenvolvimentosseo,parecequeoconselhodadopor Steinhaus,hmaisde cinquenta anos, razovel. Isto,osefeitosdapressodaatividade fsica regularpodemestimularocrescimentosseoatumcomprimento ideal,masapressoexcessiva (supertreinamento)poderetardarocrescimentolinear. Aose trabalharcom jovensatletasdifcildefinirapressoexcessiva.Emoutraspalavras,nosesabe,comcerteza,quetipodetreinamentoidealparaobterasrespostasfisiolgicasdesejadasdotreinamentosemquecauseproblemasmusculoesquelticos. Atomomento,noexisteuma resposta simplesaessaquesto.Existeevidentenecessidadedeumapesquisadetalhadanessareaafimdequesejamproduzidasorientaesparaostcnicosetreinadoresdejovensnoque se refereelaboraodeprogramasdecondicionamentoparacrianasengajadasemesportescompetitivos.2.3.3OTreinamentoeoSistemaCardiopulmonar Ocoraododesportistasecaracterizapor:

    Ritmolentoefrequnciadepulsaesclaramenteinferioradosindivduosnotreinados; Rpidoretornonormalidadecardaca,depoisderealizadoalgumesforo; Volume cardaco superior ao normal (as fibras cardacas adquirem extenso e espessura e as

    cavidadesinternascrescem); Aumentodaonda sistlica, isto,daquantidadede sangue injetadanacirculaoporuma s

    sstole(contrao). ParaMollet (1980), todo treinamentodesportivo contribuipara formarum coraodesportivo.medidaqueapopularidadedejovensesportistasaumenta,umadasprimeirasquesteslevantadas:"Ocoraodacriana suficientemente forteparaocondicionamentoesportivo intensivo?",emoutraspalavras,existeapossibilidadede"supertreinamento"dosatletasjovens,tendocomoresultadoumdanopermanenteaosistemacardiopulmonar?A resposta "no".As crianas envolvidas em esportesde endurance, como a corridaou anatao, aumentam sua potncia aerbica mxima de forma comparvel aos adultos e no apresentamindicaesdedanoaosistemacardiopulmonar. Nosltimosanos,crianasforamtreinadascomseguranaecompletaramcorridasdemaratonaemmenosdequatrohoras.Seforemutilizadastcnicasadequadasdetreinamentofsico,comaumentoprogressivodo estresse cardiopulmonar, as crianas parecem se adaptar ao treinamento de endurance de maneirasemelhanteadosadultos. O treinamento de velocidade intensifica a fora muscular e a coordenao nervomuscular. Ocorao, a respirao e as mudanas gasosas desempenham um papel de fato pequeno nesse gnero deexerccios.Nohdvidasdequeoatletadotadodeumcoraodetipomdiopodeconseguirtriunfosbastanteconsiderveis,melhorandoseucoraopormeiodetreinamentoadequadoechegarassimasetransformaremverdadeirocampeo.

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    2.4TiposdeTreinamento Existemvriosfatoresetiposdetreinamentodeforaquedevemserlevadosemconsiderao.Deacordocomo treinamento,pesose forasutilizadas interferemnoprocessodedesempenhomotorououtrosprocessos.Aforaaumentadaoudiminudadeacordocomasescolhasdotipodetreinamento. Sendoassim,deacordocomFleckeKraemer (1999), precisoqueoprofissionalsaibadecidirouoptar pelo treinamento de fora que melhor se adapte ou o mais indicado para o indivduo, levando emconsideraoasuaidadeesexo. Sovriosos tiposde treinamentode fora,entreeles,destacamseoTreinamento IsomtricoouTreinamento de Carga Esttica, este referese a uma aomuscular durante a qual no ocorremudana nocomprimentodomsculo. Essetipodetreinamentodeforautilizadocontraumobjetoimvel.ParaFleckeKraemer:

    TreinamentoDRI implicaqueopesoou resistncia sendo levantado constanteemantidoconstante. Quando se usam pesos livres ou equipamentos, a resistncia externa ou pesolevantadoescolhido.Assim,oDRIdescrevemelhorestetipodetreinamentodeforadoqueoantigotermoisotnico.(FLECKeKRAEMER,1999,p.32).

    Existe tambm o Treinamento de Fora de Resistncia Varivel que utiliza o equipamento deresistnciavarivel.Esseoperaatravsdeumbraodealavanca,engrenagemouarranjodepolias,seupropsitoalterararesistnciaemumatentativadeacompanharosaumentosediminuiodefora. Almdesses tiposde treinamento,existeoTreinamento Isocintico.Eleserefereaomuscularrealizadacomvelocidadeangulardomembroconstante.DeacordocomFleckeKraemer(1999),aocontrriodeoutros tipos de treinamento de fora, no h carga especfica opondo aomovimento; o que ocorre que avelocidadedomovimentocontrolada. OTreinamentoExcntrico,conhecidotambmcomoTreinamentodeResistnciaNegativa,refereseaumaaomuscularnaqualomsculosealongadeummodocontrolado,issoocorrenasatividadesdirias,comocaminhar.SegundoFleckeKraemer:

    Este treinamento pode ser executado em muitos equipamentos de treinamento de foralevantandocargasmaioresdoque1RMcomosdoisbraosouduaspernasabaixandoacargasomentecomumbraoouumaperna.Devesetercuidadocomarealizaodessetreinamento,especialmentecomousodepesos livresouequipamentosnoisocinticos,porquefcilusarmaispesodoquepodeserabaixadodemaneiracontroladaesegura(FLECKeKRAEMER,1999,p.42).

    ConformeWestcott(2000),podeseperceberquehumavastamodalidadedetreinamentodeforae cada uma com suas caractersticas e especialidades. Dessa forma, resta ao profissional saber, identificar eescolheromelhor,ouseja,omaisadequadoaotipodetreinamentoparacadaindivduo,especialmentenocasodos idosos. Em todos os tipos de treinamento de fora, os exerccios devem respeitar a um programa bemestruturadoparaquesepossaobterresultadossatisfatrios.2.4.1ObjetivosdoTreinamento SegundoWestcott(2000),sabesequeasatividadesfsicassoimportantesparaasadedohomem.Sendoassim, importantequeasatividades sejamdefinidasebemestruturadasparaquepossaalcanarumnveldesatisfaoquepropiciaaautoestimadapessoae,sobretudo,melhoradasadecomoumtodo. Dessa forma, tendo a conscinciada importnciadas atividades fsicas ficamais fcil reconhecer,portanto,osseusobjetivos.Otreinamentodeforaretardaadiminuiodacapacidadefuncionalquepodeserrecompensadapelaprticaregulardeexercciosoupeloestilodevidamaisativoemaissaudvel. Conforme Sale (1988), todas as atividades fsicas tm seubenefcioe,nasltimasdcadas,essesbenefcioseassuasvantagensestoemevidncia,devidoaosestudosereconhecimentodesuaimportncia,por

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    isso,osobjetivosdotreinamentodeforavoaindamaislonge,poisbuscamalcanaromelhoramentodoestilodevidae,consequentemente,alcanarummelhorcondicionamentofsicoemelhorarodesempenhodohomememtodaasuaplenitude. De acordo com Westcott (2000), as atividades fsicas ajudam no retardamento da velhice, issosignificamelhorcondicionamentofsicoementale,sobretudo,umavelhicemaissaudvelemaisprodutiva.Porisso,ostreinamentosdeforaauxiliamnamelhoraconstantedavidadoserhumano,proporcionandomelhoresperspectivas,tantoindividual,quantocoletivaparaoindivduo.Apartirdameiaidade,osbenefciosdaatividadefsica podem ser melhor analisados atravs das perspectivas individuais e da sociedade. No tocante individualidade.Notocantesociedade,podesedizerqueasatividadesfsicas,duranteosexerccios,oindivduopassa a termelhorias como um todo, pois as diversasmodificaes estruturais e funcionais que acontecempodem ser observadas depois de algumas semanas ou meses. Essas modificaes so importantes para oindivduocommaisde60anos. necessrio ressaltar a importncia da atividade fsica para o ser humano e, principalmente, asatividadesrelacionadasaotreinamentodeforaparaidosos. Segundo Westcott (2001), o exerccio fsico pode melhorar a condio e a capacidadecardiorrespiratriaeneuromuscularemqualquer idade.Osmsculos soosmotoresdocorpo.Essesmotorestambmdoproblemaseprecisambuscarumasoluo.Mas,comoaidadeirreversvel,osmsculosperdemafora, o que resulta em fraqueza fsica e vrios problemas degenerativos.Da surge amaior importncia dasatividades fsicasedo treinamentode fora,pois sabese,atravsdemuitosestudos,queasatividades fsicascontribuem para o retardamento da velhice,melhora a capacidade dosmsculos, permitindo uma vidamaisprodutiva. Dessaforma,denotaseaimportnciadaprticadeatividadesdesdeafasejovem,poisassim,podeseevitarcommaisexatidooenvelhecimentodosmsculos.DeacordocomWestcott(2001),comotreinamentode fora podese evitar a perdamuscular pormeio de exerccios regularmente e uma grande quantidade dacapacidademuscularperdidapodesersubstitudaemum tempo relativamentecurtopormeiodeumsimplesprogramadetreinamentodefora. Aatividadefsicapara idososdevesertratadacommuitocuidadoeteracompanhamentoespecial.Almdisso,otreinamentodeforadeveserdemaneiraintegraldandonfaseaosmembrosinferiores.Sabesequeoorganismohumanocompostoporsistemasorgnicosdiferenteseessesestosujeitosaumprocessodeenvelhecimentotambmdiferenciado. Sendo assim, conformeWestcott (2000), com o envelhecimento, o ser humano perde as forasgradativamente. Issopoder ocorrercommaisagressividadeaosmembros inferioresede formadiferenteemcadaserhumano. Porm,valelembrarmosque,comumtreinamentodeforaadequadoebemestruturado,poderseamenizaroumesmosanaresseproblema.Dependerdograudaperdaedoprogramaproposto. SegundoosestudosdeFleckeKraemer(1999),aimportnciadotreinamentodeforaparaoidosoconsisteem:

    Evitaradiminuiodamassamuscular; Evitaraquedademetabolismobasal; Prevenirproblemaslombarescrnicos; Reduziradiminuiodecontedosmineraissseos; Prevenirdoresedesconfortos,menorinstabilidadearticular; Prevenirquedas; Prevenirdependnciafinal.

    SegundoWestcott(2000),emboraaexpectativadevidadoserhumanotenhaaumentado,precisobuscarumaalternativaquemelhoreouamplieessaexpectativa,umadelasumprogramadetreinamentodeforaadequadoeeficaz,equantomaiscedomelhor.

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    2.4.2OsBenefciosdoTreinamento De acordo com Fleck e Kraemer (1999), um dos problemas, ou seja, uma das consequncias doenvelhecimento o aumentoda incidnciadedoenasdegenerativas. Isso leva aspessoas adependeremdeoutras,desdeemtarefassimples,atasmaiscomplexas. Para Westcott (2001), h uma reduo significativa da qualidade de vida do ser humano, suaconsequncia pode ser vista por diversos ngulos,mesmo porque essa reduo pode variar de pessoa parapessoa,vaidependerdoestilodevidaqueleva.Assim,necessrioreconhecerqueotreinamentodeforauminstrumentoinfalvelnotratamentodeperdasmuscularese,sobretudo,narecuperaodaautoestimaedeumavidamais saudvel, commaismobilidade e liberdade. Nessa perspectiva, o treinamento de fora tem seusbenefcios que s podem ser alcanados com um programa de treinamento de fora estruturado e comacompanhamentodeumprofissional. Acreditasequeamanutenodeatividades fsicas ementais retardaosefeitosprovocadospeloenvelhecimento.Existeumadiminuiodacapacidadefuncionaldoserhumanoqueacontecedevidofaltadeumestilodevidasaudveledafaltadeatividadesfsicas. Levandoessasideiasemconsiderao,podeseperceberaimportnciaqueotreinamentodeforatem para o indivduo. Segundo Westcott (2000), existem alguns benefcios que devem ser tratados comseriedade, pois apresentam uma srie de aspectos que necessitam de uma abordagem sistemtica. Essesbenefciossereferemaosaspectosfisiolgicos,psicolgicosesociais. ParaMiller(2002),obenefciofisiolgicoadquiridoatravsdosresultadosdotreinamentodeforano organismo e podem ser imediatos. caracterizado por permitir o controle do nvel de glicose, melhorqualidadenosonoeestimulaaativaodecatecolaminas. H os benefcios que so adquiridos amdio prazo, como o ganho de capacidade aerbica, amanutenooumenorperdamusculareresistnciaoquepermiterealizaratividadesdiriascommaiseficincia.Percebese que pode acontecer amelhoria da flexibilidade tanto em atividades de treinamento quanto ematividades caseiras, propiciando, conforme Westcott(2000), a melhoria e manuteno do equilbrio, dacoordenaomotoraedavelocidadedemovimentos. Esses so fatores que do mais segurana e ajudam na preveno de quedas e acidentes compessoasidosas. Osbenefciospsicolgicosconseguidosatravsdotreinamentodeforasodeextremaimportnciaparao indivduo,poisapresentamelhoriasnasadementaldapessoa idosa.Essessoconsideradosbenefciosimediatosjqueatuamdiretamentenapartepsquica,agem,especialmente,nareduodosnveisdeansiedadeecontroledoestresse,provocarelaxamento,trazumasensaodebemestar,apessoatemumriscomenordedepressoetrazmelhoriasnoprocessocognitivo Os benefcios sociais so caracterizados pelo comportamento.O treinamento de fora possibilitabenefciosimediatoscomoumasensaodesegurana,imprescindvelparaaliberdadedoidoso,melhoraasuaintegraosocialecultural. Amdioprazo,paraWestcott(2000),consegueseobterumamaiorintegraodoserhumanocomacomunidade,melhoraaredesocial,ouseja,oscontatos,eampliaavisodemundoeaculturacomoumtodo. precisoqueoidososintaseimportante,tileprodutivo,possvelperceberqueasociedadeatualprecisareveroconceitoquesetemdapessoaidosa,poisnecessrioqueapopulaoseesforceparagarantiraosidososapossibilidadedeseremlivrese,sobretudo,respeitados.2.4.3ProgramadeTreinamento Segundo Pires (2002), os objetivos de um programa de atividade fsica devem obter exercciosdiretamente relacionados com as modificaes mais importantes e que so decorrentes do processo deenvelhecimento,como:

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    Promoveratividadesrecreativas (paraaproduodeendorfinaeandrgeno,responsveispelasensaodebemestarerecuperaodaautoestima);

    Atividadesdesocializao(emgrupo,comcarterldico); Atividadesmoderadas e progressivas (preparando gradativamente o organismo para suportar

    estmuloscadavezmaisfortes); Atividades de fora, com carga (principalmente para os msculos responsveis por

    sustentao/postura,evitandocargasmuitofortesecontraesisomtricas); Atividadesderesistncia(comvistasareduodasrestriesnorendimentopessoal); Atividadesderelaxamento(diminuindotensesmuscularesementais).

    Podese exemplificar algumas atividades para um programa de treinamento para idosos,mesmoporque a chave da conquista de msculos mais fortes um sistema de treinamento progressivo, capaz deaumentararesistnciaemrelaoaoexerccio.preciso,noentanto,atentarseaalgunsdetalhes,como:

    A atividade fsica com sustentao do peso essencial para o desenvolvimento normal e amanutenodeumesqueleto sadio.asatividadesque focalizamoaumentoda foramusculartambmpodemserbenficas,particularmente,paraosossosquenoparticipamdasustentaodopeso;

    As mulheres sedentrias podem aumentar ligeiramente a massa ssea ao tornaremse maisativas,pormobenefcioprimriodamaioratividadepoderesidiremevitaraperdaadicionaldeossoqueocorrecomainatividade;

    Oexerccionopodeserrecomendadocomoumsubstitutoparaaterapiahormonal,porocasiodamenopausaouporoutrosfatores;

    O programa eficaz para os mais idosos deveria incluir atividade que aprimoram a fora, aflexibilidadeeacoordenaoequepodemreduzir,indiretamente,pormdemaneiraefetiva,aincidnciadefraturasosteoporticasportornaremasquedasmenosprovveis.

    SegundoFleckeKraemer(1999),precisoobservarque,paraumprogramadetreinamentoseguroebemsucedido,deveselevaremconsideraotodososprincpiosdotreinamento.degrandeimportnciaqueoprofissionalfaaumaseleodoexerccioesuasequnciaparadesenvolveraforadeformaequilibrada. Deve,assim,realizarotreinamentodeforaemdoisoutrsdiasnoconsecutivosporsemana.Aoiniciaroprogramadetreinamento necessriorealizarumasriedecadaexerccioeavanar,medidaqueotreinamentotambmavanar.Paraamaiorpartedosobjetivosdetreinamento,deveseusarumacargaquesepode levantar em 8 a 12 repeties. preciso que haja uma progresso sucessiva do treinamento, podeseaumentar o esforo de treinamento pormeio da realizao demais sries de um determinado exerccio ouatravsdarealizaodemaisexercciosparaumdeterminadogrupomuscular. Almdetudo,existemosfatorestcnicosquesereferemvelocidadedemovimento,essasdevemserobservadascommaiscuidadonocasodosidosos,devemsermoderadasedeacordocomcadaaluno. Aoselecionarummodelodeprogramadetreinamento,deveseobservaroseguinte,deacordocomWestcott(2000):

    Registrarascargasqueseplanejausareonmeroderepeties; Realizarosexercciosnasequncia; Modificarascargasiniciaiscomodescrito; Tentarrealizaronmeroindicadoderepeties,supondoonmeroquesepossacompletar; Aoseexecutarmaisdeumasriedeumexerccio,aumentaracarga; Registrarosresultadosdacadatreinamento.

    ParaFleckeKraemer (1999),precisotambmescolherumtipodetreinamentodeacordocomanecessidade,porexemplo,seforocasodeprivilegiarahipertrofiamuscular,ouodesenvolvimentodefora,ouaresistnciamuscular e, ainda, se o objetivo formelhorar a composio corporal, devese levar tudo que foiexplanadoemconsideraoaoescolherumprogramadetreinamentoparaquesejabemsucedidoeeficiente.

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    2.5DesempenhoeResistncia De acordo comWestcott (2000), o tamanho e a fora de ummsculo aumentam com o uso ediminuisenoforusado.Arestauraodafunomuscularcrticaapsumaleso,cirurgiaouqualquerperodode restrio demovimento. A gua proporciona ummeio excelente para exercitar quando uma pessoa estnessassituaes.Aresistnciamuscularahabilidadedeumgrupomusculardeexecutarrepetidascontraesemumdeterminadoperododetempo.Aforaearesistnciamuscularreferemsecapacidadedelevantareoumovimentarumaquantidadesubmxima. ParaWestcott(2000),aindanoexisteevidnciadequeapenasoexerccio,ouestemaisoacrscimodaingestodeclcio,possaprevenirareduomximanamassasseanosanospsmenopusicos(nocasodasmulheres)imediatos. No obstante, todos os idosos devem ser encorajados a se exercitarem para no perderem nemforaeresistncia. Segundo Fleck e Kraemer (1999), independentemente da atividade possuir um componenteosteognicosignificativoquepermiteobterosoutrosbenefciosdesadeque resultamdoexerccio regular,aatividadefsicadiriadesuportaropesodoprpriocorpoessencialparaasadedoesqueleto,nessesentido,aresistnciaeodesempenhovodependerdecadaumedeacordo comoestilodevidaadotadoao longodotempo. A tenso mecnica do peso do corpo constitui o principal fator exgeno que atua sobre odesenvolvimentoearemodelaossea. Porm,notasequeumapessoasedentriacorreo riscomaiorde tornarseosteoporticadoqueoutraquepraticaexercciosqueenvolvamsuportaroprpriopeso. DeacordocomWestcott (2000),apessoaquepraticouginsticadurante todaasuavida,desdeaadolescncia,chegamenopausacommassamuscularmaior. Amulherquetemamusculaturamaisfirmeestmaisprotegidacontraaosteoporose. DeacordocomFleckeKraemer(1999),oesporteexageradopodedarmsculos,maspodeatrasaramenstruao, deixandoa irregular, e a irregularidade ajuda no aparecimento da osteoporose, se ocorrer naadolescnciaounafaseprmenopausa. De acordo com Westcott (2000), especialmente a atividade de condicionamento fsico estimuladefinitivamentea formaodenovotecidosseoe isso foidemonstradoemanimais. Jsesabe,hanos,quepacientesimobilizadosnacamaeatmesmoastronautassaudveisemvoosespaciaisdestitudosdegravidade,ficamcomosossosmaisfinos.Osatletas,emgeral,tmossosmaisfortesdoqueaspessoasquenopraticamesportes,contudo,otreinamentoexcessivonasmulherespode,naverdade,provocarmaisosteoporose.Comojhavamos citadoanteriormente,descobriusequemulheresqueparticipamde treinamento fsico rgido, comocorridasprolongadasdelongadistncia,podemterperodosmenstruaismenosregulares.Amenstruaopodeatmesmo parar temporariamente, como resultadodasmudanasnosnveisde estrgenosprovocadaspelotreinamento fsico. Essasmudanas hormonais, em alguns casos, podem resultar em perda demassa ssea,osteoporoseefraturas,oqueconsequentementeinfluenciarnodesempenhoenaresistncia.2.5.1DiferenasnaCapacidadeAnaerbicaentreCrianaseAdultos DeacordocomFosseKeteyian(1998),inicialmente,caberessaltaracarnciadeestudosreferentessdiferenasentre adultosecrianasnoquedizrespeitoaosdiversosparmetrosfisiolgicos indicadoresdosnveisdecapacidadeanaerbica.Noentanto,algunsestudosapontamparaumamenorcapacidadeanaerbicaemcrianas(indivduosantesdapuberdade),quandocomparadasaadultos. Essasdiferenassemostramatravsdocomportamentodosseguintesfatores:

    Crianas apresentammenor capacidade anaerbica (potnciapormassa corporalexpressaemwatts/kgeemtermosabsolutos)emtestesespecficosparaessaqualidadefsica;

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    Crianas apresentammenores concentraesmximas de lactato sanguneo, apsoexercciomximodecurtaduraoquandocomparadasaadultos;

    Crianas apresentammaior pH sanguneo e intramuscular aps o exercciomximo de curtadurao,quandocomparadasaadultos,oquecondizcomasmenoresconcentraesdelactato;

    Crianasapresentammenordbitodeoxignioapsexercciomximodecurtadurao,quandocomparadasaadultos,oqueindicamenorativaodasviasanaerbicasdeproduodeenergiaduranteessetipodeexerccio;

    As concentraesdeadrenalinaenoradrenalinano sangue somenoresem crianasqueemadultos,apsexercciomximodecurtadurao,oquepoderefletirumareduzidaestimulaoadrenrgica sobrea atividadeda enzima fosforilase,ou seja, sobre adegradaode glicogniomuscularparaaatividadefsicamxima;

    Asconcentraessanguneasdeamniasomenoresemcrianasqueemadultos,tambmapsoexercciomximodecurtadurao, indicativodeumamenoracidose intramuscular,queofatorestimuladordaenzimaresponsvelpelaformaodeamnianaclulamuscularduranteoexercciointenso,aAMPdesaminase.

    Devese mencionar, no entanto, que poucas investigaes tiveram como objeto de estudo ocomportamento do dbito de oxignio, dometabolismo de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e daamniamuscularemcrianaseadolescentesapsatividadesespecficas,ouseja,perodosdeexerccioscurtosedeintensidadesubjetivamxima.2.5.2ATreinabilidadedaCapacidadeAnaerbica Segundo Foss e Keteyian (1998), os dados sobre a treinabilidade da capacidade anaerbia emcrianas so limitados e contraditrios, pois constatouse um aumento significativo da atividade da enzimaglicoltica fosfofrutocinase (PFK)apsumperodode treinamentoaerbioeanaerbio,ouseja,noespecficoparaodesenvolvimentodacapacidadeanaerbicasomente. Foss e Keteyian (1998), observaram um pequeno aumento da capacidade anaerbia, pormsignificativo,duranteo testedeWingate,em voluntriosentre11e13anosde idade,aps treinamentonoespecfico.Aoanalisarosdadosobtidos,sugeriramatreinabilidadedometabolismoanaerbioemcrianas. Segundo Foss e Keteyian (1998), a acidose mxima no sangue e na musculatura alcanada porcrianaseadolescentes, duranteoexercciosupramximo,nosedeixa influenciarportreinamentoespecfico,sendoqueesteseriaoefeitoesperadoemadultos. Bompa (2002) tambm,nopdedetectarnenhumadiferenasignificativanosnveismximosdelactatosanguneoentreindivduos"treinados"e"notreinados",sem,noentanto,definiremseuestudooqueestariacompreendidocomessestermos. DeacordocomFosseKeteyian (1998),no foiconstatadaalteraoalgumaem rapazes,antesdapuberdade,nosnveissanguneosde lactato,amnia,adrenalinaenoradrenalina,assimcomonodesempenhoem testes anaerbios, aps um perodo de seis semanas de treinamento anaerbio ltico especfico. Osvoluntriosadultos,noentanto,demonstraramumamelhorasignificativadedesempenhoemtestesanaerbiosespecficos,acompanhadosporumareduosignificativadosnveisdeamniaeumaelevaosignificativadasconcentraespsesforodeadrenalinaenoradrenalinanosangue. Segundo Foss e Keteyian (1998), h alguns princpios de treinamento para atividades e eventosanaerbicoseaerbicos: Especificidadedo treinamento: identificaros sistemasenergticospredominantes;utilizandoumamodalidade especfica ao desporto, implementar um esquema de treinamento destinado a desenvolver ossistemas energticos predominantes. Os princpios de sobrecarga: intensidade, freqncia e durao (FOSS;KETEYIAN,1998,p.246).

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    2.5.3OTreinamentoeoSistemaEndcrino De acordo com Powers e Edwards (2000), o treinamento tem como principal objetivo causaradaptaes biolgicas destinadas a aprimorar o desempenho numa tarefa especfica. Alm disso, os doisprincipaissistemashomeostticosenvolvidosnocontroleenaregulaodevriasfunescardiovascular,renal,metablica, entre outras, so os sistemas nervoso e endcrino. As glndulas endcrinas liberam hormnios(mensageirosqumicos)diretamentenosangue,queostransportamatotecidoondevoexercerseusefeitos,dessemodo,ohormniocirculaportodosostecidos. Ocontrolehormonaldamobilizaodosubstratoduranteosexercciosvaidependerdaintensidade,da velocidadeedaduraodas atividades. SegundoPowerseEdwards (2000), apesardadieta edonveldetreinamento da pessoa serem importantes, os fatores da intensidade e durao do exerccio costumam serproeminentes. Assim, no incio damaioria dos exerccios e em toda durao de um exerccio extenuante, oprincipal substrato energtico para o trabalho muscular o carboidrato oriundo do glicognio muscular. Aintensidadedoexerccioqueestinversamenterelacionadaduraodoexerccio,determinaavelocidadecomqueo glicogniomuscularutilizado como substrato.Quantomais rpido foroexerccio,mais rpida seradegradaodoglicognio.Oshormnios tiroxina,cortisoledocrescimentoatuamdemaneirapermissivaparadarsuportesaesdeoutroshormniosduranteoexerccio.Ohormniodocrescimentoeocortisoltambmproduzemumefeitodeaolentasobreometabolismodoscarboidratosedasgordurasduranteosexerccios.2.6OCondicionamentoDesportivoparaCrianas Existem muitas questes no esclarecidas relacionadas s respostas fisiolgicas das crianassaudveisevriostiposdeexerccios,issosedevequantidadelimitadadecientistaqueestudamascrianaseosexerccioses consideraesticasdoestudode crianas,porexemplo,poucos cientistaspuncionariamaartria, realizariam uma bipsiamuscular ou exporiam uma criana a ambientes hostis (calor, frio, altitudeselevadas)parasatisfazeracuriosidadecientfica. Em razodisso,o conhecimento sobreo treinamento para crianasest limitado, sobretudo, aosistema cardiopulmonar, comum volume crescente de informaes sobre a possibilidade de leso msculoesquelticacomoresultadodetiposespecficosdetreinamentoesportivo. Asnecessidadesde cada criana, comoaquelasdosadultos, so individuais.As crianasprecisamdesenvolver condicionamento cardiovascular, flexibilidade e habilidades motoras assim como fora. Umprogramadetreinamentodeforanodeveconsumirtantotempoquechegueaignorarestesoutrosaspectosde condicionamento no desenvolvimento de uma criana e interferir com o seu tempo de brincar. (FLECK;KRAEMER,1999,p.191). SegundoWeineck (1991),ato inciodapuberdade, meninosemeninaspoucodiferemquantofora muscular e sistema hormonal. Aps a primeira fase puberal, elevase o nvel de testosterona,aproximadamente 10 vezes nosmeninos, e emmeninas uma discreta elevao, acarretando um dimor