Praça da República aguarda por obras

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OLIBERAL BELÉM, QUINTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2015 ATUALIDADES 9 Protesto de donos de vans fecha o Ver-o-Peso. Página 10. CIDADES Praça da República aguarda por obras A Praça da República é um dos monumentos histó- ricos de Belém que mais atrai o público que busca entretenimento, arte, lazer e cultura, em especial aos do- mingos. Mas o mau estado de conservação do espaço e a insegurança incomodam muitas pessoas, que não en- contram banheiro e bancos em boas condições para uso, assim como lixeiras adequa- das para despejo de material. A pichação é que ganha des- taque, no espaço, e chama a atenção de vários visitantes. A Prefeitura de Belém publicou, no entanto, edital de licença prévia e de instalação de projeto de reforma da praça, já tendo sido iniciado o pro- cesso licitatório. A previsão é que as obras - que envolvem recursos da ordem de R$ 4,4 milhões - comecem em agos- to deste ano e sejam concluí- das em junho de 2016. Belém possui 240 praças, das quais 30 a prefeitura afirma que reformou. Além disso, quatro novas foram construídas e duas estão em construção. Estas ações totalizaram cerca de R$ 10 milhões. Ronaldo Gaia tra- balha há 19 anos, no Bar do Parque, um dos quiosques da Praça da República. Respon- sável pelo atendimento, ele lembra que a última reforma do quiosque aconteceu em 1989. “Uma nova reforma é necessária, porque os visi- tantes reclamam muito do banheiro. Sabia que a refor- ma começaria neste mês e a gente está esperando, porque a praça e o Bar do Parque es- tão muito abandonados”, cri- ticou. Para Gaia, a reforma pode melhorar o movimento de pessoas, que, segundo ele, caiu bastante, mas, além da reforma, é preciso aumen- tar a segurança. “As pessoas sentem medo de ficar aqui, principalmente à noite”, acrescentou. “É lamentável ver um es- paço bonito como esse ter um dos seus principais mo- numentos todo sujo e picha- do. Isso acontece sempre, é constante”, censura Patrick Torres, funcionário público de 36 anos. Quem gosta da praça, em sua opinião, fica chateado, não se sente bem. “Fica feio para a imagem da cidade. Quem vem de fora não vê a beleza do lugar. Se a pichação para alguns é ar- te urbana, para mim acaba degradando o monumento e fica feio para quem faz”, acrescentou. Todos os dias a prestado- ra de serviços gerais Adria- na Rodrigues, de 34 anos, que mora no Telégrafo, pas- sa pela praça. “Depois do meu trabalho venho aqui, fico um pouco, porque gosto da praça. É um lugar bonito para trazer as crianças, no final de semana. Mas nos dias de semana é meio pe- rigoso”, avaliou. Ela lembra que faltam bancos - porque muitos só têm os ferros e os que estão bons são ocupados ESPAÇO PÚBLICO Prefeitura lança edital de reforma da praça. Frequentadores criticam abandono. Prefeitura diz que reforma total do espaço será iniciada em agosto FÁBIO COSTA / O LIBERAL sar Farias, de 19 anos, que trabalha como autônomo, aguardava os amigos para um bate-papo na praça. “Es- sa praça é sinônimo de cul- tura. Sempre venho aqui pa- ra encontrar amigos e fazer fotos, mas infelizmente falta bastante melhoria, como se- gurança, banco decente pra sentar. Está meio precária a situação mesmo. Precisa me- lhorar as programações cul- turais para atrair o público e valorizar mais esse local”, destacou o jovem. Segundo o titular da Se- cretaria Municipal de Urba- nismo (Seurb), Adinaldo Oli- veira, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) concedeu a licença prévia, mas nas obras de reforma não haverá supressão de ár- vores. “A Semma participa com a Seurb da ação para nos garantir as autoridades ambientais. A licitação para reforma já está em andamen- to e vamos começar no pró- ximo mês e entregar em 10 meses”, disse o secretário. A obra de reforma da Praça da República envolve todos os pisos, limpeza dos banheiros e dos quiosques (inclusive o Bar do Parque), além da retirada das picha- ções dos monumentos, pin- turas, reforma e inclusão de novos bancos e das lixeiras, entre outras ações. pelos moradores de rua - e limpeza. “Se tiver a reforma será bom, porque é uma área livre e tem muitas coisas bo- as”, disse Adriana. Para Patrick Torres, não há segurança para o patrimônio público. “Há poucos guardas municipais, que deveriam cuidar do patrimônio públi- co, e falta segurança pública para a praça e para os teatros que estão aqui, em especial o Teatro Waldemar Henrique. Estes, por enquanto, não fo- ram pichados e ainda estão limpos, mas sabemos que daqui a um pouco mais esta- rão com os mesmos resquí- cios de vandalismo”, afirmou o funcionário público, que sempre frequenta a praça. Na tarde de ontem, Ce- A reforma, que deve ser concluída em junho de 2016, deve tirar o espaço do abandono e atrair de volta os frequentadores, na opinião de Ronaldo Gaia (à direita)

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O LIBERALBELÉM, QUINTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2015 ATUALIDADES 9

Protesto de donos de vans fecha o Ver-o-Peso. Página 10. CIDADES

Praça da República aguarda por obras

A Praça da República é um dos monumentos histó-ricos de Belém que mais

atrai o público que busca entretenimento, arte, lazer e cultura, em especial aos do-mingos. Mas o mau estado de conservação do espaço e a insegurança incomodam muitas pessoas, que não en-contram banheiro e bancos em boas condições para uso, assim como lixeiras adequa-das para despejo de material. A pichação é que ganha des-taque, no espaço, e chama a atenção de vários visitantes. A Prefeitura de Belém publicou, no entanto, edital de licença prévia e de instalação de projeto de reforma da praça, já tendo sido iniciado o pro-cesso licitatório. A previsão é que as obras - que envolvem recursos da ordem de R$ 4,4 milhões - comecem em agos-to deste ano e sejam concluí-das em junho de 2016.

Belém possui 240 praças, das quais 30 a prefeitura afirma que reformou. Além disso, quatro novas foram construídas e duas estão em construção. Estas ações totalizaram cerca de R$ 10 milhões. Ronaldo Gaia tra-balha há 19 anos, no Bar do Parque, um dos quiosques da Praça da República. Respon-sável pelo atendimento, ele lembra que a última reforma do quiosque aconteceu em

1989. “Uma nova reforma é necessária, porque os visi-tantes reclamam muito do banheiro. Sabia que a refor-ma começaria neste mês e a gente está esperando, porque a praça e o Bar do Parque es-tão muito abandonados”, cri-ticou. Para Gaia, a reforma pode melhorar o movimento de pessoas, que, segundo ele, caiu bastante, mas, além da reforma, é preciso aumen-tar a segurança. “As pessoas sentem medo de ficar aqui, principalmente à noite”, acrescentou.

“É lamentável ver um es-paço bonito como esse ter um dos seus principais mo-numentos todo sujo e picha-do. Isso acontece sempre, é constante”, censura Patrick Torres, funcionário público de 36 anos. Quem gosta da praça, em sua opinião, fica chateado, não se sente bem. “Fica feio para a imagem da cidade. Quem vem de fora não vê a beleza do lugar. Se a pichação para alguns é ar-te urbana, para mim acaba degradando o monumento e fica feio para quem faz”, acrescentou.

Todos os dias a prestado-ra de serviços gerais Adria-na Rodrigues, de 34 anos, que mora no Telégrafo, pas-sa pela praça. “Depois do meu trabalho venho aqui, fico um pouco, porque gosto da praça. É um lugar bonito para trazer as crianças, no final de semana. Mas nos dias de semana é meio pe-rigoso”, avaliou. Ela lembra que faltam bancos - porque muitos só têm os ferros e os que estão bons são ocupados

ESPAÇO PÚBLICOPrefeitura lança edital de reforma da praça. Frequentadorescriticam abandono.

Prefeitura dizque reforma total do espaço será iniciada em agosto

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sar Farias, de 19 anos, que trabalha como autônomo, aguardava os amigos para um bate-papo na praça. “Es-sa praça é sinônimo de cul-tura. Sempre venho aqui pa-ra encontrar amigos e fazer fotos, mas infelizmente falta bastante melhoria, como se-gurança, banco decente pra sentar. Está meio precária a situação mesmo. Precisa me-lhorar as programações cul-turais para atrair o público e valorizar mais esse local”, destacou o jovem.

Segundo o titular da Se-cretaria Municipal de Urba-nismo (Seurb), Adinaldo Oli-veira, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) concedeu a licença prévia, mas nas obras de reforma não haverá supressão de ár-vores. “A Semma participa com a Seurb da ação para nos garantir as autoridades ambientais. A licitação para reforma já está em andamen-to e vamos começar no pró-ximo mês e entregar em 10 meses”, disse o secretário.

A obra de reforma da Praça da República envolve todos os pisos, limpeza dos banheiros e dos quiosques (inclusive o Bar do Parque), além da retirada das picha-ções dos monumentos, pin-turas, reforma e inclusão de novos bancos e das lixeiras, entre outras ações.

pelos moradores de rua - e limpeza. “Se tiver a reforma será bom, porque é uma área livre e tem muitas coisas bo-as”, disse Adriana.

Para Patrick Torres, não há segurança para o patrimônio público. “Há poucos guardas municipais, que deveriam cuidar do patrimônio públi-co, e falta segurança pública para a praça e para os teatros que estão aqui, em especial o

Teatro Waldemar Henrique. Estes, por enquanto, não fo-ram pichados e ainda estão limpos, mas sabemos que daqui a um pouco mais esta-

rão com os mesmos resquí-cios de vandalismo”, afirmou o funcionário público, que sempre frequenta a praça.

Na tarde de ontem, Ce-

A reforma, que deve ser concluída em junho de 2016, deve tirar o espaço do abandono e atrair de volta os frequentadores, na opinião de Ronaldo Gaia (à direita)