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8.dez.2015N.664

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A ameaça terrorista de matriz islâmica

AGENDA

França: As famílias com três filhos, um modelo que sobrevive

Clínica de Golfe junta Alumni em convívio animado

Acrescentar valor ao produto é a solução para manter o preço A objeção de consciência

necessita de mais garantias na Europa

“The Economist”: um sucesso em papel

PDEPorto Palácio Congress Hotel & Spa, 26 de janeiro de 2016

Como falar em públicoLisboa, 7 de março de 2016

Apoio aos Refugiados: Apelo à AçãoPorto Palácio Congress Hotel & Spa, 6 de janeiro de 2016

Empresários aumentam a confiança no mercado nacional e valorizam o digital

Ética empresarial: da teoria à práticaLisboa, 15 e 16 de fevereiro de 2016

Irão, aliado estratégico do Ocidente?Media

“Liderança feminina nas TI”, entre outros…

Serviço 5 estrelasLisboa, 28 e 29 de janeiro de 2016 Make in India: Business

Development Workshop na AESE

Lisboa, 27 de janeiro de 2016

GOS

Mira Clube, 2 de fevereiro de 2016

Lisboa, 1 de fevereiro de 2016 “Há ligações que já não se desfazem”

Passaporte

“Parkland”

Boletim da

Capelania

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A Accenture e a AESE BusinessSchool apresentaram o estudo «AGestão Empresarial e a EconomiaDigital: Opinião dos altos dirigentesdas principais empresas portugue-sas», no dia 18 de novembro, naAESE. Este survey é uma análise àperspetiva dos decisores nacionaisquanto à competitividade das suasempresas nos mercados nacionaise internacionais, e quanto à formade abordar a economia digital, ten-do por base as respostas de 284executivos de topo.

Competitividade e estratégiacompetitivaO Professor Adrián Caldart (nafotografia), coordenador geral doestudo, considera que estainvestigação “segue a linha dotrabalho que temos vindo adesenvolver em conjunto com aAccenture desde 2006, e que pre-

tende conhecer o pensamento dosaltos dirigentes que operam narealidade empresarial, económica esocial portuguesa. O trabalho desteano inclui uma nova secção dedica-da à análise das opiniões no âmbitoda Economia Digital, além de conti-nuar o trabalho desenvolvido nosúltimos anos, relacionado com asestratégias competitivas desenvol-vidas pelas empresas portuguesas,especialmente na esfera interna-cional”.

A perceção da melhoria relativa-mente à competitividade das em-presas portuguesas no mercadointerno aumentou 9 pontos percen-tuais, de 41 % em 2013, para 50 %em 2015. A redistribuição dos re-cursos produtivos nacionais para ossetores relacionados com benstransacionáveis indicava um forta-lecimento da capacidade compe-

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Empresários aumentam a confiança no mercado nacional e valorizam o digital

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Lisboa, 18 de novembro de 2015Accenture e AESE apresentam o estudo «A Gestão Empresarial e a Economia Digital»

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titiva das empresas nacionais, factoque se veio a confirmar. Com-parando com edições anteriores doestudo, a perceção da compe-titividade das empresas portugue-sas começou a melhorar a partir de2011, reforçando-se agora em2015.

Nos mercados internacionais, ootimismo é ainda mais significativo:cerca de 62 % dos executivos con-sultados consideram que as empre-sas portuguesas ganharam emcompetitividade, contra apenas 9 %que dizem ter perdido e 30 % queacham que nada se alterou entre2013 e 2015.

Quanto aos objetivos estratégicos,as organizações portuguesas vol-tam a considerar o aumento darentabilidade como prioridade abso-luta ou muito prioritária (indicadopor 86,8 % das empresas).

Contudo, esta prioridade, à seme-lhança do que se verificara em2014, continua a ser suplantadapela necessidade de melhoria da

eficiência e produtividade das ope-rações (89 %). A inovação mantém--se relevante, com 83 % a con-siderá-la prioritária, mas surge esteano na terceira posição. As vendasno mercado local ganharam pesorelativo em termos de prioridade,passando dos 65 % em 2014, paraos atuais 74 %, ultrapassando ocrescimento no mercado interna-cional.

Entre os objetivos menos priori-tários continua a questão de“fortalecer o marketing” (68 %), oque contrasta com o “handicap demarca” percebido nas respostasdos empresários aos desafios docrescimento internacional. Este émais relevante para as grandesempresas do que para as micro epequenas empresas, para quem aeficiência e a produtividade assu-mem maior relevância, a par damanutenção da rentabilidade nomercado local.

Quanto à internacionalização dasempresas portuguesas, a procurade novas geografias parece ter

perdido algum fôlego, com aestratégia de expansão interna-cional a passar por uma possívelsegunda fase – consolidação dapresença nos mercados para ondejá se internacionalizaram e nos3 CAESE dezembro 2015

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quais têm ganho competitividade.Nesse sentido, regista-se um maiorfoco nos mercados “naturais” deatuação – PALOPs e EuropaOcidental – representando 6 das 7geografias prioritárias. A exceção éa América do Norte que revela avariação mais significativa e entrapela primeira vez no grupo degeografias prioritárias para asempresas portuguesas. No sentidooposto, os países da América doSul e Central perdem protago-nismo, incluindo o Brasil. O con-tinente asiático continua a ser umaárea pouco explorada, embora sejade registar um ganho relativo dedestaque para a China, facto a quenão serão estranhos os recentesgrandes investimentos chineses emPortugal.

A exportação é a estratégia maisconvencional seguida pelas empre-sas para abordar os mercadosinternacionais, sendo privilegiadanos mercados desenvolvidos daEuropa, tanto Ocidental como deLeste, e da América do Norte. Nospaíses emergentes, as aliançascom parceiros locais assumem ummaior peso relativo.

Apesar da notória perceção deaumento de competitividade nosmercados internacionais, a forteconcorrência e a “marca” Portugalcontinuam a ser os principaisentraves à internacionalização paraos mercados desenvolvidos. Nosmercados emergentes destacam-sedificuldades relacionadas com ne-cessidades de investimento, fatoreslegais e disponibilidade de talento.

Após a apresentação do estudo porparte da AESE e da Accenture,Pedro Reis, Presidente do BCPCapital (na fotografia), deu o seucontributo para a reflexão sobre asprincipais conclusões, comentandoa importância de questões relevan-tes a considerar quando se fala deinternacionalização.

“Num momento de bifurcação emudança em que o país se en-contra, é possível que algumasconsiderações se alterem, emfunção do desenrolar dos aconte-cimentos políticos”. Em 2011,quando encetou um trabalho decaptação de investimento externo,detetou uma falta de sincronia entrea forma como Portugal era visto e

como nos víamos internamente.Com o programa de ajustamento,“os mercados estrangeiros deramum carimbo de confiança a Portu-gal.” Para Pedro Reis, urge estabi-lizar a perceção que os mercadostêm atualmente do nosso país, porrazões políticas. O aumento dacompetitividade portuguesa é umfacto consumado nos últimos anos,mas é um processo que deve sercontinuado. “A marca Portugalainda não foi suficientemente traba-lhada” e, na sua opinião, deve sê-loa longo prazo, no foro público e noprivado.

Artigos relacionadosEstudo “ A Gestão Empresarial e aEconomia Digital”

Acesso ao artigo integral no site.

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Representantes de entidades por-tuguesas oficiais e empresários in-dianos reuniram-se na AESE, nodia 23 de novembro, para umencontro, com vista a apresentar opotencial de colaboração empresa-rial entre os dois países.

Índia e Portugal: uma aliançacom História“É com grande prazer que” JoséRamalho Fontes, Presidente daAESE, deu “início a esta conferên-cia que apresenta os benefícios deproduzir na Índia. Estamos cons-cientes das capacidades, do conhe-cimento e do empreendedorismoda população indiana, assim comoda eficiência das suas empresas,conhecidas entre nós pelo trabalhodo Prof. Eugénio Viassa Monteiro,através dos seus numerosos ar-tigos sobre o vasto potencial destepaís. ”

“Na última conferência realizada”,pela Embaixada da Índia, JitendraN. Misra disse ter-se comprometidoa organizar “um encontro entreprotagonistas de casos de sucessode cooperação entre Portugal eÍndia. Hoje, reunimo-los neste en-contro.”

“Temos uma população jovem, comespírito empreendedor” com umelevado potencial de crescimento. AÍndia foi considerada um dos me-lhores locais para investir. Deseguida, o Embaixador da Índiaapresentou os vários oradores, lan-çando o debate sobre as vantagensde “make in India”.

Economia Indiana: a hora donegócioApós uma revisão histórica daEconomia da Índia nos últimosanos, Tavishi Behal, Segunda Se-cretária da Embaixada da Índia,

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Make in India: Business Development Workshop na AESE

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Lisboa, 23 de novembro de 2015Com a Índia aqui tão perto...

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fundamentou as razões para o seupaís ter visto aumentar os inves-timentos. A interação com os esta-dos, a liberalização do mercado, afacilidade e brevidade processualde fazer negócios na Índia, aexistência de um quadro jurídicofacilitador e a segurança foramalguns dos itens desenvolvidos eque constituem um forte atrativopara quem decide investir alémfronteiras.

Eugénio Viassa Monteiro, Professorda AESE e Presidente da AAPI –Associação de Amizade entre Por-tugal e Índia, apresentou a estru-tura de educação e formação atual-mente em vigor na Índia, forne-cendo uma primeira caracterizaçãodas pessoas e do mercado detrabalho.

“A população indiana é muito jo-vem, sendo que 54 % têm menosde 25 anos. 62 % da população es-tão em idade ativa”: na verdade,existem mais de 502 milhões de in-dianos aptos para trabalhar. A taxade desemprego ronda os 8,6 % ecerca de 66 % da população érural.

A Índia apresenta um PNB percapita de $5900, segundo dados de2014, fazendo com que aproxima-damente 27 % da população vivamabaixo do limiar de pobreza (commenos de $1,25 por dia, em 2010).

A Índia tem uma grande falta detrabalhadores treinados, urgindo “anecessidade de que os novospossam ingressar no mercado detrabalho, nos setores da indústria eserviços.” “É um esforço que temde se fazer. E desde 2009 que secriou a National Mission for SkillDevelopment e, posteriormente, aNational Skill Development Corpo-ration, para concretizar os espera-dos programas de formação.”

Estima-se que a indústria cresçamuito, gerando um crescimento daempregabilidade. A campanha“Make in India” do Primeiro MinistroModi cumpre esse objetivo. É espe-rado que a manufatura passe dos16 % no PNB, para 25 %, em 2025.Também os serviços tenderão amelhorar, especialmente no Turis-mo, na Saúde, na Distribuição e noRetalho.

Desenvolvendo as capacidadesna ÍndiaSeguiram-se dois painéis sobre otema “Invest in India”, nos quaisresponsáveis por áreas específicasapresentaram os aspetos culturaise legais próprios da Índia, bemcomo os setores prioritários parainvestimento.

Participaram nestes painéis, figurasdestacadas como: Ramesh Maha-patra, da Utkal Chamber of Com-merce, Amina Can, da Mundiser-viços, e Bishnupada Sethi, Com-missioner-cum-Secretary, Fisheriesand Animal Husbandry Departmentdo Government of Odisha.

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Jitendra N. Misra, Embaixador da Índia

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Desenvolvendo as capacidadesna ÍndiaVários oradores convidadosparticiparam neste painel. Bishnu-pada Sethi, da Fisheries andAnimal Husbandry Department doGovernment of Odisha – Seafood,Bojamma Gandhi, da Hidesign –Leather Accessories, e PravirChakravorty, Asst Director, do IndiaTourist Office, Paris – Tourism,foram alguns deles.

O comércio na ÍndiaA Herdade do Esporão tornou-sena marca europeia de vinho maisvendida no Brasil, em 2014,ultrapassando Itália e França. JoséRoquette (na fotografia) contoucomo a estratégia de expansãointernacional está agora orientadapara a Índia, constituindo umgrande desafio para a empresa.

Fazer negócio na ÍndiaFernando Brogueira deu a conhe-cer a atuação da Moveon Compo-nentes e Calçado, pertencente aogrupo indiano TATA, que detémuma marca, integra toda a cadeiade valor, assim como a distribuiçãodos seus produtos. Nos últimos

anos, enveredaram pela exploraçãode outros setores, através do de-senvolvimento de equipas próprias.Atualmente, a Moveon tem umafábrica em Portugal e outra naÍndia.

Paulo Castro, Head of Sales andAccount Management, OGMA,falou das vantagens recentementeencontradas pela empresa deproduzir na Índia. As alteraçõespolíticas de “Make in India”, aoinvés de dificultar, facilitaram otrabalho e clarificaram o modo denegociar.

Ricardo Ferreira, da Osiris, salien-tou as razões da empresa terrumado na direção da Índia, pro-movendo o intercâmbio de turistasindianos em Portugal e vice-versa.A língua inglesa, a hospitalidade, avontade de trabalhar e fazer net-work são vantagens competitivasno mercado asiático. A proximidadecultural é manifesta, encontrando--se ainda várias referênciasportuguesas localmente. Tambémas diferenças gastronómicas eculturais constituem fatores decuriosidade e enriquecimento, pro-

postas turísticas atrativas para por-tugueses e indianos.

José Vitor Morgado, da AICEP,cuidou das notas finais do encon-tro. A Índia é um parceiro impor-tante para Portugal e a sua econo-mia cresce com incentivos finan-ceiros ao investimento na manufa-tura e setor de serviços. Existemmais de 500 empresas a atuar naÍndia… “mas estamos ainda longedo potencial de criação de riquezaque podemos alcançar.”

Foi assinado um protocolo de co-operação Portugal-Índia, seguidode uma performance da bailarinaPuspita Mishra.

Consulte a notícia integral aqui .

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O Agrupamento de Alumni da AESEconvidou o Professor do IESEMario Capizzani para falar sobre “Opreço, as marcas e a marca dedistribuição”, numa sessão de con-tinuidade, em Lisboa e no Porto. Assessões decorreram nos dias 11 e12 de novembro, respetivamente.Antes da sessão, o Professor deu aconhecer a experiência que temsobre o tema e concedeu pistas deatuação para quem deseja repen-sar os negócios.

Quais são os principais desafiosque se colocam às marcas?MC: "O desafio é muito claro, comoo caso Dodot ilustra. Os últimosanos de crise, levaram muitas mar-cas (inclusivamente, marcas líde-res) a perderem quota de mercado,a reduzirem as suas margens delucro líquidas e, pior ainda do queisto, a terem de lidar com uma

perceção generalizada dos clientesde que as marcas não são diferen-ciadas, como tradicionalmente. Oproblema surge quando os clientescomeçam a comparar e a experi-mentar marcas que se posicionamcomo marcas de valor, sem seaperceberem de diferenças subs-tanciais em termos de produto. Poroutro lado, os distribuidores têmpromovido as suas próprias marcase começam a fomentar entre osclientes a perceção generalizadade que não há uma benefício subs-tancial entre marcas líderes,marcas de distribuição ou marcasbrancas."

Que lições podemos aprendercom o caso Dodot?MC: "Talvez a lição mais impor-tante, é a tomada de decisão entredefender quota de mercado, defen-der rentabilidade, ou maximizar o

poder da marca, pensando «insidethe box».

Uma marca líder como é a Dodot,que detém 60 % de quota demercado, incorre numa probabili-dade muito elevada de que o seucliente, ao consumir uma gamamais básica, venha a canibalizar

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Acrescentar valor ao produto é a solução para manter o preço

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Lisboa, 11 de novembro de 2015Sessão de continuidade com o Prof. Mario Capizzani, do IESE

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a própria marca. Investir mais empublicidade numa marca que já éuniversalmente reconhecida, nãoacrescentará valor, visto que tantoa Dodot como a Procter & Gamblejá gastam verbas muito elevadasem inovação acima do concorrentemais direto (a Kimberly-Clark), emPortugal e em Espanha. Comoalternativas a evitar uma situaçãode armadilha de comoditização oude guerra depreços, é simplesmente criar umvalor substancial, claro e bemdefinido, tanto para o consumidorfinal como para o canal. Porexemplo, em termos do consumidorfinal, a Procter & Gamble noutromercado, como o norte-americano,estabeleceu uma parceria com aDisney, que lhe possibilita autilização das personagens Mickeyou Mini Mouse nos mesmos canais.Esta é uma forma de criar um valordiferencial e poder cobrar mais porum produto. Uma possibilidade quesomente um líder da categoria sepode permitir, é a de assumir otrabalho de criar capacidades ecompetências suficientes dentro daempresa, para gerir a categoria deproduto dentro da casa do dis-

tribuidor. A Nestlé é disso exemplo,gerindo a categoria dos chocolatesdentro do Carrefour. Só quem temuma elevada quota de mercado oué claramente o líder da categoriapode garantir ao distribuidor umarentabilidade maior no linear edecidir quem são os outros. Esteinvestimento torna a relação damarca líder com o canal muito maisduradoura."

Que sugestões gostaria dedeixar, aos empresários e diri-gentes que atuam no mercadoibérico e internacional?MC: As sugestões, independen-temente do mercado ser ibérico ouinternacional, são as mesmas. Oque vimos nos últimos 10 anos, éque as marcas de distribuição ga-nharam uma percentagem muitoelevada. Nalguns países comoEspanha, chega a ser de 40 % doque consumimos. Talvez em Portu-gal seja um pouco mais baixo, mashá outros mercados como o suíço,o inglês ou o alemão, onde osvalores são ainda mais elevados doque o espanhol. Portanto, o mundoestá a bifurcar-se numa situaçãoem que, ou se é uma marca líder

numa categoria (e aqui haveráainda crescimento no futuro comprodutos que são Premium e SuperPremium), ou quem cresce é amarca do distribuidor. E, ultima-mente, vemos que alguns distribui-dores, com líderes, por exemplo,como a Mercadona em Espanha,estão a avançar com uma

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estratégia de «good, better, best».

Estas são competências que tradi-cionalmente eram dos fabricantes,não das marcas dos distribuidores,mas uma vez que a marca dodistribuidor é popular, aceitável evalidada em qualidade pelo públicoem geral, abre uma porta aodistribuidor para subir e poder colo-car ele próprio produtos Premium.Portanto, a bipolaridade a que mereferia, termina fundamentalmentenuma situação em que só há duasmarcas com futuro: uma é a dodistribuidor e a outra é a marcalíder da categoria. O problema é seuma marca está situada na posiçãoB. Muitas delas vão deixar deexistir, se ainda não o fizeram.Portanto, existem alguns que sealiaram a um distribuidor e as coi-sas correram bem, como fornece-dores especializados. Mas, infeliz-mente, o futuro das restantesmarcas B é muito pouco radioso.Globalmente, o futuro para asmarcas é muito problemático, não

obstante estimar-se que a marcado distribuidor e a marca Premiumcresçam nos próximos 10 anos."

Artigos relacionados"Há que pensar em grande!"Porto, 12 de novembro de 2015

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"Aproveitando um excelente dia deoutono, os Alumni da AESE ealguns convidados encontraram-seno Belas Clube de Campo para umconvívio cujo tema de fundoconsistiu na iniciação ao Golfe.”Raul Bessa Monteiro, Diretor-Geraldo Agrupamento de Alumni daAESE, acompanhou comentusiasmo mais esta inciativa dosAlumni, realizada a 14 denovembro de 2015.

“A afluência obrigou à constituiçãode 2 grupos que, orientados porProfessores profissionais, deram asprimeiras tacadas num agradávelambiente de fim de semana.”

Os Alumni, os cônjuges e, emmuitos casos, os filhos, divertiram--se, trocaram impressões e, nofinal, almoçaram em conjunto noClube House.

Com a continuação da aprendiza-gem e a prática, os participantespoderão em breve participar noTorneio de Golfe anual da AESE,que este ano decorreu no dia 17 deoutubro.

O 6.º Torneio de Golfe dos AlumniAESE teve o patrocínio da DHL,Konica Minolta, Vortal e BelasClube de Campo.

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Clínica de Golfe junta Alumni em convívio animado

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Lisboa, 14 de novembro de 2015Os primeiros passos para participar no Torneio dos Alumni da AESE

Alguns participantes na Clínica

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De 16 a 20 de novembro, o 7.º PDE– Programa de Direção de Em-presas da ASM – Angola School ofManagement rumou a Lisboa paraa sua semana internacional, naAESE.

Olavo Silva Ferreira (OLF), Diretor--Geral na Ponto Câmbio, KatilaJesus (KJ), do DepartamentoFinanceiro da Media Rumo, Alexan-dre Garcia (AG), coordenadorregional do Banco Sol, e PedroChovila (PC), Diretor-Geral adjuntopara a área de produção e ambien-te da Empresa Pública de Águas deLuanda, contam-nos como foi a suaexperiência.

Sente o impacto da aprendiza-gem no exercício das suasfunções?OSF: Já começo a sentir. Acreditoque a novidade está na forma comoos temas são explorados, como

decorre a discussão entre osgrupos, como as conferências dosprofessores são apresentadas. Issodá para sentir.Dirijo uma empresa pequena. o queé muito difícil. Disse que sou odiretor-geral, mas na verdade soutambém diretor financeiro, diretorde recursos humanos, de mar-keting… acabo por fazer tudo e oPDE veio dar-me uma outra visãoda empresa.Dantes pensava que quandocomeçasse a crescer iria estruturá--la, mas agora não. Quando voltar[da viagem] vou reorganizar asfunções das pessoas que traba-lham comigo e otimizar o rendi-mento. O PDE acaba por dar esseincentivo.

KJ: No meu caso foi um poucodiferente, porque independente-mente de estar a trabalhar noDepartamento Financeiro, com esta

formação dei-me conta de algunspormenores importantes que igno-rava. E desde que comecei a fazera formação, comecei a ver ascoisas de uma outra maneira. Foicomo o despertar do monstro. Como PDE, comecei a ver a empresade uma outra forma, não só comofuncionária, mas até mesmo comogestora. Achei formidável, porquecomecei até a ver a diferença emmim. E isso foi o melhor de tudo.Hoje já consigo planificar o futuro.Já penso a empresa amanhã, daquia dois, três anos.

“Há ligações que já não se desfazem”

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Semana internacional da ASM

Lisboa, 16 de novembro de 2015

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AG: Já sinto o efeito do programa,porque chego à conclusão que oPDE trabalha mais as atitudes.Estou a aprender coisas novas,mas estou a aprender a lidar comaquilo que hoje já sei, aquilo que jáestudei, já experimentei, que erreiou que acertei. É uma mudançadiária. A cada leitura de um caso háum choque de conhecimentos, dodesconhecido e do já conhecido.Aumenta acima de tudo a confian-ça. E num mercado como o nosso,em que tudo acontece em escala éfundamental. Está a ser muito bom.

PC: Sinto o impacto do PDE,porque hoje já interpreto a mani-festação dos trabalhadores de umaforma diferente do que acontecia. Econsigo encontrar soluções, semprejudicar nem a empresa nem opróprio trabalhador.

Com o PDE tornaram-se melho-res decisores?OSF e KJ: Sim, com certeza!

AG: Com certeza. O programaobriga a ter uma elasticidademental na hora de tomar decisões.

Os colegas diziam a princípio, queeu era muito radical na forma comoterminava os casos, na forma comodecidia os casos. Mas no fundo,depois começaram a ver, que erapela diferença de atividades. Esta-mos na banca, temos de pensar“mais rápido”, temos de decidirmais rápido, porque trabalhamoscom a “cara no forno”: ou tira opão, rápido, ou queima a pestana eainda queima o pão. Para nós, abanca é mais ou menos assim,temos de ser muito, muito rápidosnas respostas e nas soluções. Nãopodemos arrastar um problema pormuito tempo. Ou decidimos, oudecidem por nós. E se decidem pornós é o nosso fim. Temos de serfrontais, de ser objetivos, de serpragmáticos, de ser um pouco detudo isso para poder dirigirpessoas. No meu caso, os resul-tados têm muito mais a ver com adinamização de equipas detrabalho. São vários balcões etenho um fenómeno fantástico: detrabalhar com várias étnias aomesmo tempo. 100 quilómetrosmudam tudo.

O 7.º PDE da ASM aproveitouainda a estada em Lisboa paravisitar as empresas Millennium bcpe Grupo Luís Simões, onde foramrecebidos pelos responsáveis dasempresas.

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Novembro iniciou-se com asolenidade de todos os Santos. Naimpossibilidade de celebrar liturgi-camente cada um dos bem-aven-turados, desconhecidos na suagrande maioria, dedica-se esse diasanto à piedosa evocação de todosos justos que, no Céu, dão glória aDeus e intercedem por nós.

Esta festividade que, sem presun-ção, poder-se-ia denominar o diado orgulho cristão, é também, comotodas as efemérides do calendáriolitúrgico, uma graça, um ensina-mento e um apelo. Com efeito, re-corda que todos os seres humanossão chamados à santidade e aoapostolado na Igreja, como o Con-cílio Vaticano II solenemente pro-clamou e São Josemaría já antestinha preconizado. A esta exigênciade perfeição corresponde tambémuma certeza: a de que todos oscristãos, quaisquer que sejam as

suas condições, podem, com aajuda da graça de Deus, alcançaressa meta.

Muitas biografias de santos tendema exagerar as suas qualidadeshumanas e sobrenaturais, de talmodo que, por vezes, torna-sedifícil reconhecer a nossa naturezanesses super homens ou supermulheres. Mas a verdade é que osbem-aventurados também conhe-ciam as nossas limitações: nãoforam santos porque não tinhamdefeitos, nem tentações, mas por-que, com a graça divina, lutaram,por amor, até ao fim.

São Josemaría dizia-se capaz dospiores pecados, para nosso espan-to mas também para nossa conso-lação. O seu sucessor à frente doOpus Dei, o Beato Álvaro delPortillo, que, como recorda o seub iógrafo John F. Coverda le ,

“durante o primeiro ano do últimociclo do liceu, passou em matemá-tica com a nota mínima”, teve, porisso, muita dificuldade em concre-tizar o seu sonho de ser en-genheiro. Com efeito, só depois de

14 CAESE outubro 2015

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O dia do orgulho cristão

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Boletim da Capelania

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Novembro de 2015

Page 15: PowerPoint Presentation€œfortalecer o marketing” (68 %), o que contrasta com o “handicap de marca” percebido nas respostas dos empresários aos desafios do crescimento internacional.

cinco anos letivos de intensapreparação numa academia foi,finalmente, admitido na EscolaSuperior de Engenharia Civil. Como seu trabalho, dedicação e perse-verança, logrou um objetivo que, àpartida, parecia quase impossível.

Numa cultura de facilitismo, asantidade pode parecer utópica,mas também agora é praticável,com empenho pessoal e a graça deDeus. Quando alguém perguntou aSão Tomás de Aquino o que eramais necessário para chegar àsantidade, este santo teólogo deuuma resposta lapidar: Querer! Umquerer que não é apenas poder,mas sobretudo amor a Deus, atodas as almas e também – porquenão?! – à própria felicidade, terrenae eterna.

Pe. Gonçalo Portocarrero deAlmada

Boletins da Capelania

Um pedido insistente da Mãe doCéuOutubro – Novembro de 2015

Matar as cegonhasSetembro de 2015

São Josemaría, gestorJunho de 2015

Cumprir FátimaMaio de 2015

15 CAESE outubro 2015

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Para quem não conhece bem aÍndia, causa total surpresa a notade meritocracia que se segue, comgrande força transformadora dasociedade. Parece algo banal, masnem sequer no Ocidente se vênada assim: seis dos maioresgrupos de TI-Tecnologias deInformação mundiais, com amplasoperações na Índia, têm naPresidência local uma mulher.

Algumas das operações com maisde 100 000 trabalhadores, dealtíssimo nível intelectual e depreparação. Em muitas empresasde TI indianas ou estrangeirasoperando na Índia, são mais astrabalhadoras, em proporção maiorque em Sillicon Valley.

Citando nomes: a Accenturenomeou na semana passada,Rekha Menon para a Chairpersonda Índia (tem mais de 100 000trabalhadores na Índia, do total de

330 000); Vanita Narayanan éDiretora-Geral da IBM-India (commais de 130 000 trabalhadores naÍndia, de um total de 380 000);Neelam Dhawan é DG da HP India(30 000 trabalhadores na Índia dototal de 302 000); Aruna Jayanthi éa CEO da Capgemini, atualmentecom quase 100 000 trabalhadoresna Índia, após a aquisição da iGate(total mundial poderá ser 150 000);Kumud Srinivasan, Presidente daIntel India (mais de 6000 na Índia,5 % do total); Kirthiga Reddy, DGdo Facebook India (mais de 10 000na Índia de um total de 55 000).

Não é que o mérito não contassena Índia, pois sempre houvemulheres em grande destaque.Mas há um dado cultural: a mulheré insubstituível em casa, naatenção da família e na educaçãodos filhos; as famílias são muitounidas e os filhos têm ótimosresultados escolares e boa

16 CAESE dezembro 2015

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Liderança feminina nas TI

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In “Público”,1 de dezembro de 2015

AESE nos Media

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formação. Por isso mesmo, asociedade valoriza o papel damulher e protege-a de ‘tentações”’para sair daquilo em que é perita esábia. Mesmo assim, havia casosde mulheres em posição de topo.Hoje mesmo, também nasempresas indianas se nota mais asua presença no vértice dasinstituições.

Há uns meses, o Financial Timesreferia que 40 % dos ativosfinanceiros de instituições quefazem empréstimos no país,estavam sob a alçada de mulheres,e não há outro sistema financeiro,em parte alguma, com umapresença tão proeminente. O“Público” trazia uma interessantereportagem sobre a Presidente daNSE-National Stock Exchange daÍndia, Chitra Ramkrishna. Um dosmelhores e maiores bancosprivados da Índia, o ICICI, parecidocom o BCP, nos tempos áureos,guardada a proporção, temChanda Kochhar como CEO.Também Arundhati B., CEO do UBI,Archana B., Cahairperson do SBI,Shubhalakshimi P. CEO doAllabadh Bank, Shibha S., CEO

AXIS Bank, Naina Lal K., CEOHSBC-Asia, etc. são um escol demulheres dirigentes da primeiralinha das maiores instituiçõesfinanceitas do país.

No governo das freguesias,autarquias, distritos, Estados ouGoverno Central, está a fazer-seum grande esforço para que hajano mínimo 1/3 de presençafeminina. Todos coincidem em queelas não descansam enquanto osproblemas não estão resolvidos;não se perdem em palavreado inútilcomo os homens; vão ao grão.

Nas empresas de TI ou financeiras,elas não subiram por favor.Absoluta e exclusivamente pormérito próprio e, além disso, contraas ideias sociais dominantes. NaÍndia, hoje, também nas empresasse quer uma certa presençafeminina nos Conselhos deAdministração e nas hierarquiassuperiores. Há metas para se iralcançando, não para se cumprir já.

O atual Governo Central temMinistras com pastas importantes,dando elas boa conta das

atribuições, sobretudo com um bomtrabalho de casa. Aliás o PM Modi éimplacável, não tem tempo a perdercom atrasos ou incompetências,que prejudicam o país, em especialos mais vulneráveis. E, felizmente,a Índia tem muita gente de altacompetência, por onde escolher.

Há no Governo 7 ministras: a dosNegócios Estrangeiros, SushmaSwaraj; a dos Recursos Humanos,Zubin Irani (equivalente à nossaEducação e Ciência); a Ministrados Assuntos das Minorias, NajmaA. Heptulla; a Ministra dos temasda Mulher e da Criança, ManekaGandhi; a Ministra da Indústria deProcessamento de alimentos,Harsimrat Kaur Badal; a Ministra deRecursos Aquáticos, Desenv. deRios e recup. da bacia do Ganga,Uma Bharati; a Ministra doComércio, Indústria e FinançasCorporativas, Nirmala Sitharaman.

É bom constatar os grandesesforços de aplicação e osresultados que hoje são palpáveisdevido aos méritos e referir queelas estão a notabilizar-se emtodos os domínios: da ciência, da

17 CAESE dezembro 2015

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política, da medicina, dos negócios,etc.

A par da chefia feminina dasmultinacionais (MNC) na Índia, nosEUA, estão numa afanosa procurade cérebros indianos para dirigir assuas empresas. Depois de SatyaNadella de CEO da Microsoft, IndraNooyi da Pepsico,... foi a vez daGoogle nomear seu CEO, umjovem de 42 anos, de Chennai,Sunda Pichai.

Fica bem recordar estes factos, eas providências tomadas, degrande otimismo, no aniversário daIndependência de uma dominaçãocatastrófica que tanta desgraça,morte e destruição levou à India,com marcas profundas, difíceis desarar.

Eugénio Viassa MonteiroProfessor de Comportamento Hu-mano, da AESE

AESE nos media, clique aqui.18 CAESE dezembro 2015

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Liderança feminina nas TI PÚBLICO - 1.12.2015

ORIENTE JORNAL NEGÓCIOS - 1.12.2015

Colunista Nuno Campilho (Água e Resíduos - Regulação): E a autonomia do Poder Local? AMBIENTEONLINE - 30.11.2015

Orçamento do Estado em debate EXPRESSO /ECONOMIA – 28.11.2015

René Girard EXPRESSO /ECONOMIA – 28.11.2015

Tecnologia é o principal desafio das empresasVIDA ECONÓMICA - 27.11.2015

Saldo comercial do calçado português atinge 1,2 mil milhões de eurosVIDA ECONÓMICA - 27.11.2015

Resiliência PÚBLICO - 26.11.2015

Eficiência e produtividade é...HRPORTUGAL.PT - 25.11.2015

Navarra quer captar mais visitantes portugueses AMBITUR.PT - 24.11.2015

AESE nos Media

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De 14 de novembro a 4 de dezembro de 2015

19 CAESE dezembro 2015

Adalberto Campos Fernandes, um médico e gestor como ministro da SaúdePÚBLICO ÚLTIMA HORA - 24.11.2015

16:40 Adalberto Campos Fernandes, um médico e gestor como ministro da Saúde PÚBLICO ÚLTIMA HORA - 24.11.2015

Quem são os novos ministros? PÚBLICO ÚLTIMA HORA - 24.11.2015

Francisco Mateus é o novo presidente da CVR Alentejana DINHEIRO VIVO ONLINE - 24.11.2015

Francisco Mateus lidera Vinhos do Alentejo JORNAL DE NEGÓCIOS ONLINE - 24.11.2015

Empresários portugueses mais confiantes e em busca da evolução digital OJE.PT - 23.11.2015

Empresários mais confiantes, diz AESE DIÁRIO ECONÓMICO /UNIVERSIDADES E EMPREGO - 23.11.2015

"Um sorriso abre muitas portas" DIÁRIO ECONÓMICO /UNIVERSIDADES E EMPREGO – 23.11.2015

Não é preciso abandonar as redes sociais, mas sim alguns hábitosRÁDIO RENASCENÇA / CARLOS BASTOS – 20.11.2015

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AESE nos Media

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De 14 de novembro a 4 de dezembro de 2015 (continuação)

20 CAESE dezembro 2015

"Acordo à esquerda está abaixo do limiar mínimo mas é um mal menor"“COMISSÃO EXECUTIVA”, ECONÓMICO.PT - 18.11.2015Intervenções do Prof. Jorge Ribeirinho Machado00:05:55– 00:08:5700:13:01 – 00:14:4500:21:05 – 00:22:52

PESSOAS EXPRESSO /ECONOMIA – 14.11.2015

Catarina Tendeiro é a nova...HRPORTUGAL.PT - 13.11.2015

"Acordos à esquerda têm muito pouco conteúdo"“COMISSÃO EXECUTIVA”, ECONÓMICO.PT – 11.11.2015Intervenções do Prof. Jorge Ribeirinho Machado00:11:56– 00:14:56

ColaboradoresHOTELARIA - 1.11.2015

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AGENDA

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Evento

Sessão de continuidadeÉtica empresarial: da teoria à práticaLisboa, 15 e 16 de fevereiro de 2015Saiba mais >

ProgramaGOSLisboa, 1 de fevereiro de 2016 Mira Clube, 2 de fevereiro de 2016 Saiba mais >

ProgramasProgramaPDE

Lisboa, 27 de janeiro de 2016 Saiba mais >21 CAESE dezembro 2015

Sessão de continuidadeApoio aos Refugiados: Apelo à Ação

Saiba mais >

Sessão de continuidade

Sessão de continuidadeComo falar em públicoLisboa, 7 de março de 2016Saiba mais >

Seminário

SeminárioServiço 5 estrelasLisboa, 28 e 29 de janeiro de 2016Saiba mais >

Porto Palácio Congress Hotel &

Porto Palácio Congress Hotel &

Spa, 26 de janeiro de 2016

Spa, 6 de janeiro de 2016

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Nesta secção, pretendemos dar notícias sobre algumas trajetórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni.Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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22 CAESE dezembro 2015

António Fragateiro (2.º PGL), é o Financial Advisor no Banco de Investimento Global.

Ricardo Bexiga (7.º Executive MBA), é agora Deputado na Assembleia da República.

Francisco Mateus (56.º PDE), é o novo presidente da CVR Alente-jana.

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PANORAMA

França: As famílias com três filhos, um modelo que sobreviveA França e a Irlanda são os doispaíses mais férteis da Europa,com 2,01 filhos por mulher,contra 1,58 de média na UniãoEuropeia. Em França, comoinforma o “La Croix” (“Pourquoien France, la natalité résiste à lacrise”, 6.3.2015), não se perdeua tradição cultural da famílianumerosa. Os casais mais jo-vens querem imitar o que vi-veram na sua época: por isso, ediversamente de outros países,

não são poucos os que optampor ter pelo menos três filhos.

De facto, e de acordo com asestatísticas oficiais, a percenta-gem de mulheres com três filhosmantém-se estável: duas em ca-da dez mulheres nascidas em1960, tanto como em 1930. Orelatório demográfico de 2014 doINSEE (“Avoir trois enfants ouplus à la maison”, NathalieBlanpain e Liliane Lincot, division

Enquêtes et études démographi-ques) confirma que “os filhosreproduzem em parte o modelofamiliar dos seus pais (…)Quanto mais irmãos tiveram,mais provável resulta que dese-jem formar uma família nume-rosa”. Em 2011, 16 % das famí-lias tinham três ou mais filhos(ver, a seguir, quadro inserto em“Aceprensa”).

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23 CAESE dezembro 2015

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A essa realidade cultural e socialjunta-se a importância prática dossubsídios familiares, uma tradiçãofrancesa que sobrevive de modosubstancial apesar da alternânciapolítica, embora nos últimos anostenha sofrido cortes (“Aceprensa”,“Francia: Las prestaciones porhijos variarán según el nivel derenta”, 27.10.2014). Facilitam naverdade a liberdade de escolha,independentemente do nível derendimentos familiares, como con-firmam os demógrafos do INED:“As políticas públicas têm umalonga história e os cidadãos con-fiam nelas”. Nada a ver, diz apsiquiatra Monique Bydlowski,com outros países, como Itália,que não têm um sistema de as-sistência à infância desenvolvido:

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24 CAESE dezembro 2015»»

França: Famílias segundo o número de filhos com menos

de 18 anos (%)

1975 1990 2011

1 filho 42,5 % 44,0 % 45,3 %

2 filhos 32,2 % 36,7 % 38,5 %

3 filhos 14,8 % 14,1 % 12,8 %

4 filhos ou mais 10,5 % 5,2 % 3,6 %

Total de famílias com filho(s)

com menos de 18 anos7338,7 7429,5 7688,1

Fonte: INSEE

Âmbito: França metropolitana

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“Se a mãe quer trabalhar, maisvale que a avó esteja disponível”(“Les Enfants du désir”, OdileJacob, 2008).

Aí a França marca a diferença: achegada de um filho não é sinó-nimo de regresso ao lar para asmães que trabalham. Atualmente,mais de 80 % das francesas entreos 25 e os 49 anos trabalham,sem que o nascimento do primeirofilho implique deixar o emprego (ataxa de ocupação só diminui subs-tancialmente a partir do terceirobebé). Também porque não estámal visto socialmente deixar o fi-

lho na creche durante o horáriolaboral. Inclusivamente, é valoriza-do positivamente, na perspetivada “socialização precoce”.

Esta realidade é compatível com ofacto de que muitos filhos nascemfora do casamento, mesmo queesse nascimento determine queos seus pais se casem ou se“pacsem” (PACS: figura civil queregula minimamente a vida emunião de facto sem casamento).

O tipo e origem da família tambéminflui na natalidade. Em cada seisfamílias numerosas, quatro são de

casamentos estáveis; uma é fa-mília recomposta; e outra, mo-noparental.

O número de filhos nas famíliascatólicas praticantes é superior àmédia. As famílias de imigrantestêm uma descendência de 2,5filhos, contra a de 1,9 das nasci-das em França, diferença quediminui na geração seguinte (podeconsultar-se a web do InstitutoNacional de Estudos Demográfi-cos: www.ined.fr).

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25 CAESE dezembro 2015»»

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PANORAMA

“The Economist”: um sucesso em papelMuitas revistas perdem difusão,mas a “The Economist” cresce.Os títulos vetustos assentam assuas esperanças na versão digital.Alguns abandonam o papel, comoa “U.S. News & World Report” oua “Newsweek” (durante quinzemeses: a seguir, retomou-o), e ou-tros novos, como a “Slate”, nuncao tiveram. Pelo contrário, a “TheEconomist” registou um forte au-mento da sua edição impressa. Osemanário britânico, que tem novadiretora, prospera no novo cenárioda imprensa com o seu produtotradicional e as suas ideias desempre.

É verdade que a “The Economist”segue a tónica geral de descidanas vendas de exemplares em

quiosques (uma notável exceçãonos Estados Unidos é a “The NewYorker”, que há dois anos come-çou a aumentar). Mas compensade sobra com o aumento de as-sinaturas e não principalmente di-gitais. Em dez anos (2004-2014),a sua difusão subiu 64 %, até ummilhão e meio de leitores pagan-tes. Deles, não mais de cem mil(6 %) são assinantes somente daedição digital. A impressa contribuicom 90 % das receitas.

O público sustenta diretamente arevista em grande parte. A publi-cidade proporciona 29 % do quefatura o grupo (incluindo outrasduas publicações menores, a bi-mestral “Intelligent Life” e o anuá-rio “The World In…”). Muito mais,

50 %, provém de assinaturas evenda de exemplares. E a “TheEconomist” não é barata: 6,50euros por número (Europa conti-nental), 226 euros a subscriçãoanual das duas edições, 188euros a digital. (Comparativamen-te, as tarifas da “Time” são, res-petivamente, 4,70, 37,80 e 28,30euros.)

A “The Economist” nasceu em1843, na cidade de Londres, e oseu acionista principal é o grupobritânico Pearson, proprietário do“Financial Times”. Mas hoje osseus leitores estão, na sua maio-ria, na América do Norte: 51 %nos Estados Unidos e outros 6 %no Canadá. Na Grã-Bretanha, seupaís de origem, o semanário tem

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26 CAESE dezembro 2015

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14 % da audiência, e 16 % noresto da Europa. Na Ásia e noPacífico (10 %), é difundido sobre-tudo na Índia, Hong Kong, Austrá-lia e Singapura. Em África e noMédio Oriente (2 %) e na AméricaLatina (1 %) é pouco lida.

Na Europa continental (sem con-tar com a Rússia), os maiorescontingentes estão nos dois paí-ses com mais habitantes, Ale-manha e França. Mas depois de-les, a ordem não tem correspon-dência com o tamanho da popu-lação, mas mais com a riqueza, apercentagem de poliglotas e apresença de negócios multinacio-nais. Assim, o terceiro país commais leitores da “The Economist”é a Suíça, seguida pela Bélgica epela Holanda. Também têm mui-tos, proporcionalmente, os escan-dinavos.

Zanny Minton Beddoes, diretoradesde fevereiro passado, disse ao“Le Monde” (“Zanny MintonBeddoes, ‘The Economist(e)’6.4.2015,”), que o seu público sãoos “curiosos mundiais”, que sedistinguem não pela idade ou pelaprofissão, mas pela “forma deolhar o seu ambiente”. Interes-sam-se pelo mundo inteiro e pro-curam uma perspetiva mais inter-nacional que a de revistas concor-rentes como a “Time” ou a “News-week”, de cariz claramente norte--americano. De facto, a “The Eco-nomist” não se tem preocupadoem fazer uma adaptação às diver-sas regiões do planeta. As suasoito edições (Grã-Bretanha, Amé-rica do Norte, União Europeia,África…), todas em inglês, são narealidade a mesma, sem outrasdiferenças excetuando a capa e aordem das secções (e artigos da

edição britânica que não apare-cem nas restantes).

Beddoes tem o desafio de mantero crescimento experimentadodurante o mandato do seu prede-cessor, John Micklethwait (2006--2015), que deixou a “The Econo-mist” para ser diretor da agência“Bloomberg News”. Ela pensa fa-zê-lo mantendo as essências darevista, em primeiro lugar, o seuliberalismo, que – afirma – “não éideológico: funda-se numa análiserigorosa dos factos”. Um leitorhabitual poderia matizar que issose aplica a bastantes abordagensde política económica, educativaou social, mas noutros temas sãoreconhecíveis os preconceitos da“The Economist”. A sua insistênciaem que se permita o livre comér-cio de drogas não tem em seufavor a inexistente experiência dos

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benefícios que acarreta tal me-dida. Ainda mais, assenta nahipótese de que o mercadoeliminará o crime concomitante aotráfico ilegal e no convencimentode que não aumentará a de-pendência e, de qualquer forma,que é decisão dos adultos con-sumir ou não.

Mas a fixação ideológica maisfirme da “The Economist” residena sua secção de Ciências, ondedefende um darwinismo universalque pretende explicar todas ascoisas humanas, incluindo aescolha de cônjuge ou o com-portamento altruísta, pela seleção

natural. Nessas páginas, a van-tagem adaptativa cumpre a funçãoque nas de economia e empresatem a busca do maior lucro aomenor custo. Daí que quem numaparte da revista seja um agenteracional, noutra se mova porimpulso da evolução biológica.

A “The Economist” por vezes sabenavegar contra a corrente, comona sua defesa da imigração,pouco popular hoje, alegando asvantagens que traz para os paísesrecetores. Mas o seu liberalismocostuma sulcar as águas mansasdo politicamente correto nosconsabidos temas de família, na-

talidade ou género. Para a re-ligião, da qual se ocupa pouco,tem mau ouvido, como teve dereconhecer sete anos depois deter anunciado a morte de Deus noprincípio do novo milénio. Muitasvezes, a fé está simplesmentefora do alcance das suas antenas:quando o Papa Francisco anun-ciou o jubileu extraordinário dedi-cado à misericórdia, a única coisaa que à “The Economist” ocorreupublicar, foi um breve artigo sobreprevisíveis rendimentos económi-cos da afluência de peregrinos aRoma.

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Pelo contrário, noutras matériasmostra maiores “rigor na análise ecapacidade de antecipação”, tra-ços sublinhados por Beddoesentre os distintivos do semanário.Não se quer limitar a contar aúltima novidade; aspira a fazê-locompreender mais profundamentesituando-a num contexto amplo. A“The Economist” é muito menosadepta do que a imprensa norte--americana no encher de linhascom histórias pessoais que supos-tamente mostram um fenómenogeral, e se preocupa mais emfornecer dados e antecedentes.Explica mais do que a generali-

dade dos meios de comunicação,à custa de, por vezes, se lheescapar um certo didatismo, fre-quente nos seus editoriais redigi-dos com ares de saber tudo.

Para isso, contribui outra pecu-liaridade da “The Economist”: osjornalistas não assinam. O quenão se insere na moda do mo-mento, que prescreve o tom pes-soal e a interação com os leitores.Mas na “The Economist”, afirmaBeddoes, “este anonimato conti-nua a ser o elemento central danossa identidade coletiva”. Osredatores estão comprometidos

com os valores liberais e de-fendem-nos como uma só voz,inclusivamente com uma notávelunidade de estilo em todas aspáginas. A revista não tem nemquer outra assinatura a não ser asua própria: The Economist dixit.

R. S.

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29 CAESE dezembro 2015 »»

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PANORAMA

A objeção de consciência necessita de mais garantias na EuropaA Assembleia Parlamentar doConselho da Europa aprovou umaresolução em que pede a prote-ção efetiva da liberdade religiosae ideológica, com especial aten-ção aos cristãos.

A Assembleia, com sede em Es-trasburgo, é composta por parla-mentares dos 47 Estados mem-bros do Conselho da Europa. Aresolução (Resolution 2036(2015), “Tackling intolerance anddiscrimination in Europe with aspecial focus on Christians”. Ba-seada no relatório apresentadopela Comissão de Igualdade eNão Discriminação da Assem-bleia) é motivada pelas denúncias

de vários cidadãos europeus queafirmam ter sido discriminadosdevido às suas crenças religiosas.

Entre os casos mencionados pelorelatório que serve de base àresolução, destacam-se váriosocorridos na Grã-Bretanha. Deles,quatro foram julgados em 2013pelo Tribunal Europeu de DireitosHumanos (“Aceprensa”, “El Tribu-nal Europeo de Derechos Huma-nos y los límites a la conciencia”,18.1.2013).

A estes deve acrescentar-se outrocom eco na imprensa britânica:Sarah Mbuyi, enfermeira em Lon-dres, disse ter sido despedida pe-

la sua posição contrária ao casa-mento gay. E denuncia que lhe foiexigido, contra as suas con-vicções, que lesse às criançasinternadas no hospital contosprotagonizados por casais domesmo sexo.

A resolução pede aos Estadosmembros do Conselho da Europaque atuem contra a intolerância ea discriminação por motivos reli-giosos: “Durante os últimos anosregistaram-se numerosos atos dehostilidade, violência e vandalismocontra os cristãos e os seuslugares de culto, mas muitas ve-zes estes atos passam desperce-bidos às autoridades nacionais”.

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30 CAESE dezembro 2015

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Outras vezes, a expressão públicadas crenças religiosas – seja noslugares de trabalho ou emqualquer outro âmbito da vidasocial – vê-se “severamenterestringida pelas próprias leis epelas políticas nacionais, que nãopermitem a acomodação dascrenças religiosas e das suaspráticas”.

Isto ocorre, por exemplo, quandono conflito entre a liberdadereligiosa e um direito de outraíndole, os tribunais se inclinam pordar primazia ao segundo, em vezde procurar uma acomodaçãoentre ambos os direitos.

Para corrigir este desequilíbrio,cada vez mais habitual nos casosrelacionados com as reivindica-ções que se fazem a partir dos

postulados da ideologia de gé-nero, o Conselho da Europa reco-menda aplicar o critério da “aco-modação razoável” entre as cren-ças e a lei, como “uma formaprática de garantir um pleno eefetivo desfrute da liberdade reli-giosa”.

Como pode haver dúvidas emrelação ao que é “razoável”, aAssembleia Parlamentar do Con-selho sublinha que a ponderaçãodeverá garantir:

- O respeito pela liberdade reli-giosa de todos os indivíduos, eda sua liberdade de consciênciano local de trabalho.

- O direito dos pais a propor-cionar aos seus filhos umaeducação de acordo com as

suas convicções religiosas efilosóficas.

- E o direito dos cristãos a par-ticipar plenamente na vida pú-blica.

Os ataques ao direito à objeçãode consciência foram o tema deuma reunião realizada em Bratis-lava (Eslováquia), de 4 a 6 demarço, entre os assessores jurídi-cos das Conferências Episcopaisde quase vinte países europeus.Nela foi destacada a importânciade conseguir o reconhecimentodesse direito – tanto para os indi-víduos como para as instituições –nas leis referentes à educação,saúde e casamento.

Ora, nessa altura, estava a discu-tir-se em França a supressão da

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cláusula de consciência dos mé-dicos a propósito da reforma da leisobre o fim da vida. E um grupode deputadas planeava introduziruma emenda no projeto de leisobre a saúde, com a ideia desuprimir a exceção que permiteaos médicos negarem-se a fazerabortos.

O professor Marek Šmid, reitor daUniversidade de Trnava, na Eslo-váquia, explicou que o reconheci-mento do direito à objeção deconsciência, que deve incluir odireito de recusar uma tarefaprofissional se contrária às con-vicções próprias, não equivale adesprezar as leis do Estado. Pelocontrário, esse direito é o quepermite a um indivíduo acataressas leis e cumprir com as exi-gências da sua consciência.

E mais: as cláusulas de cons-ciência não só protegem os direi-tos dos indivíduos e das institui-ções, como também garantem opluralismo dos Estados que ver-dadeiramente aspiram a ser de-mocráticos. Por isso, a objeção deconsciência deve ser vista comoum bem para toda a sociedade,que não tira nada a ninguém.

Outras sessões lembraram algunstemas que exigem particular aten-ção na atualidade:

- O avanço da ideologia de gé-nero, através das reformas edu-cativas e das leis antidiscri-minação.

- A objeção de consciência dopessoal de saúde (enfermeiras,psicólogos, trabalhadores so-

ciais…), e não só dos médicos,em relação à sua participaçãoem práticas que sejam con-trárias às suas convicções oucrenças.

- A dimensão institucional do di-reito à objeção de consciência,de que também são titulares asescolas e os hospitais.

J. M.

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PANORAMA

“Parkland”“Parkland”

Realizador: Peter LandesmanAtores: Zac Efron; Tom EllingDuração: 93 min.Ano: 2013

O título do filme corresponde aonome do hospital de Dallas paraonde levaram o presidente JohnKennedy depois do atentado queo vitimou. Retrata a supresa comomédicos e enfermeiros receberamde modo inesperado uma pessoadaquele estatuto naquelas con-

dições e lidaram com a situação.Ilustra também as reações dosagentes de segurança e do círculomais próximo dos que o acom-panhavam, em especial a suamulher, Jacqueline. Além disso, aoser logo apresentado um pre-sumível culpado, Lee Osvald, afamília deste passa a estar emfoco. Tudo piora quando o próprioOsvald é também assassinado elevado de urgência para Parkland.No entanto, a reação do pessoalhospitalar vai ser completamentediferente, tal como o tratamento

que será feito pelo meios decomunicação social

Este acontecimento originou vá-rias teorias conspirativas, mas ofilme não as aborda. O que ficaclaro é que os serviços de se-gurança falharam e os seusgestos posteriores não ajudaram aesclarecer os factos. No entanto,outros mantiveram a dignidade deser fiéis ao que se passara, semalterar nada do que testemunha-ram nesse dia...

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Tópicos de análise:

1. Ter previstos procedimentosajuda a saber como atuarnuma crise.

2. Assumir as responsabilidadescredibiliza o autor dessasações.

3. Contar com pessoas de con-fiança é essencial para solu-cionar os problemas.

Hiperligação

Paulo Miguel MartinsProfessor da AESE

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DOCUMENTAÇÃO

A ameaça terrorista de matriz islâmicaEmbora o Islão se divida em diver-sas denominações que adotammuitas vezes posições divergen-tes, nos últimos tempos a ameaçaterrorista no mundo ocidental ésobretudo de matriz islâmica. Como aparecimento do Estado Islâ-mico e o seu domínio de parte doIraque e da Síria, o extremismoadota um projeto geopolítico maisamplo no cenário do MédioOriente. Mas, graças ao acordonuclear com o Irão, o Ocidentepode encontrar um aliado estra-tégico na região, segundo pensaRoberto Rapaccini neste artigopublicado originalmente em “Stu-di Cattolici” (setembro 2015).

Até ao ano 2000, o terrorismo eravisto na Europa como uma emer-

gência exclusivamente nacional.Concretamente, a Espanha en-frentava o terrorismo da ETA,enquanto que a Grã-Bretanha ti-nha a problemática da violênciana Irlanda do Norte. O terrorismoislâmico, seguido de perto pelosEUA, não era considerado na Eu-ropa um assunto de importânciacomunitária. As iniciativas da UElimitavam-se a supervisionar asituação nacional dos Estadosmembros. Mas o ataque aos EUA,em setembro de 2001, fez sa-lientar que o terrorismo islâmicoera uma ameaça de importânciaprimária para todo o mundo oci-dental, incluindo a Europa, comomais tarde o demonstraram ostrágicos atentados de Madrid(2004) e Londres (2005).

A abordagem adotada pelos ser-viços de inteligência na análise doterrorismo é diferente da aplicadaao crime organizado. Tambémeste último, para ser contrariadode modo efetivo, deve ser objetode exame e estudo. Mas no casodo terrorismo, tem de se levar emconta que os fenómenos subversi-vos são geralmente o produtoerrado de uma ideologia e, por-tanto, o momento da análise é deprimordial importância para a pre-venção e repressão.

A sociedade islâmica está impre-gnada de uma religião especial-mente invasiva, que expressauma exigência de radical transfor-mação das instituições em sentidoconfessional: consequentemente,

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embora o Islão e o terrorismo nãose possam considerar diretamenterelacionados entre si, percebe-se,todavia, que a fé muçulmanapersegue um projeto político quepode constituir um terreno fácilpara o nascimento de manifes-tações violentas. Deve assinalar--se, em primeiro lugar que, aoanalisar a verdadeira atitude doIslão para com o Ocidente, depa-ramo-nos com a dificuldade doseu caráter heterogéneo. O Islão,de facto, não pode ser consi-derado como uma mónada detraços definidos, pois divide-se emmuitas denominações que, fre-quentemente, adotam posiçõesdivergentes entre si.

Os equívocos da jihad

O terrorismo islâmico é uma formade pôr em prática a jihad. O termo

traduz-se muitas vezes como“guerra santa”, significando comisso o recurso coletivo à violênciapara a submissão dos infiéis. Defacto, jihad no árabe padrão si-gnifica genericamente máximo es-forço e, frequentemente, é segui-do pela expressão fi sabil Allah,que quer dizer “ao longo do cami-nho de Deus”; portanto, com estafrase, deveria entender-se a lutainterior e individual que o fielrealiza em todos os momentos davida para preparar a compreensãodos mistérios divinos e resistir àspulsões alheias ou contrárias àmoral religiosa.

Por outro lado, a guerra santa emárabe não se designa por jihad

mas por al Harb al Qdsiyah. Se seatribui ao termo jihad o significadode uma mobilização coletiva paraa defesa do Islão, desde o fim do

Califado em 1924, tem sido levan-tada a questão sobre que auto-ridade, enquanto guia da comuni-dade muçulmana, a pode declarar.Na ausência de um califa, somen-te os líderes políticos muçulmanospodiam ser depositários deste po-der; era problemático, no entanto,identificar concretamente que lídermuçulmano poderia ser conside-rado um primus inter pares.

Passando por cima da autoridadepolítica dos estados muçulmanosou da dos líderes religiosos, a AlQaeda antes e agora o EstadoIslâmico parecem ter-se atribuídoo poder de proclamar a jihad

contra os governos consideradosanti-islâmicos, filo-ocidentais ousimplesmente corruptos e ateus;em geral, as suas iniciativas ter-roristas não têm fins locais (isto é,estrategicamente limitados ao

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impacto no contexto regional noqual se realizam), mas são pro-clamadas como um instrumentode um projeto geopolítico maisamplo. Pelo contrário, a maiorparte das organizações terroristasislâmicas tem perseguido finslimitados ao território no qual osatos se realizam.

O Estado Islâmico, à frente daAl Qaeda

A publicação do relatório anual (doano de 2014) do Departamento deEstado dos Estados Unidos sobreo terrorismo no mundo, contémum dado aparentemente trivial: abrutalidade do Estado Islâmicocoloca o grupo jihadista à frenteda Al Qaeda como líder do terro-rismo global. Esta afirmação podedar lugar a algumas reflexõessobre as estratégias dos grupossubversivos violentos. A iniciativa

criminosa dos movimentos dematriz islâmica, que muitas vezestem caráter suicida, acontece ge-ralmente no meio da população,causando de maneira indiscrimi-nada muitas mortes de civis.

Este modo de atuar não é casual:estas iniciativas, que geram umrisco ao qual estão expostos todosos membros da comunidade civilde modo indiferenciado, criam umsentimento geral de insegurança ede medo. Foi constatado que mui-tos movimentos terroristas de ins-piração não islâmica planificamatos criminosos com o fim deafetar somente objetivos pré--determinados (por exemplo, pla-neiam o assassínio de personali-dades institucionais ou políticas),evitando cuidadosamente implicarcivis de forma indiscriminada. Oterrorista de matriz islâmica, pelocontrário, cria um sentimento ge-

neralizado de medo através doenvolvimento amplo e indiscrimi-nado da população civil; este mo-do de atuar radicaliza o conflitocom o mundo ocidental, mos-trando a ausência de interesse emchegar a uma pacificação.

Os eurojihadistas

O recrutamento de jihadistas naEuropa é cada vez maior. É umtema complexo que não se podesubestimar reduzindo estes casosa situações de falta de integraçãodos novos imigrantes. O fenóme-no refere-se tanto aos novos con-versos de nacionalidades ociden-tais, como aos imigrantes de se-gunda geração, nascidos e cria-dos no Ocidente. São irrelevantesas classes sociais de origem: umainvestigação sociológica pôs emevidência a falsidade do chavãosegundo o qual o terrorista seria

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indigente ou pertencente às clas-ses mais desfavorecidas; compro-vou-se que alguns autores de atoscriminosos de matriz islâmica ti-nham completado estudos uni-versitários, enquanto outros ti-nham trabalho fixo, em certos ca-sos, de bom nível.

No passado, o recrutamento depotenciais terroristas realizava-seatravés da aproximação ao radi-calismo islâmico no seio do am-biente familiar ou através de ami-gos. Se o jovem se mostravasensível, a sua formação tornava-se mais incisiva com o objetivo deconvertê-lo num muyahidin, numcombatente jihadista. O ambientemais habitual destas iniciativasera constituído pelas mesquitas,que não são só lugares de culto,como âmbitos nos quais, no planolocal, se organiza uma parte im-

portante da vida social, têm lugareventos de convívio e se reforçamos sentimentos de solidariedadeentre os muçulmanos. A visãofundamentalista – geralmente detipo salafista – induzida nos jo-vens, é um terreno fértil para quese forme a convicção do dever deir combater na Síria ou no Iraquepara apoiar o Estado Islâmico, avanguarda da jihad global. A estafase segue-se o contacto diretocom um membro ativo da subver-são para dar resposta às aspi-rações do recém-filiado, propor-cionando-lhe o apoio material ne-cessário.

Atualmente, esta prática tornou-semais arriscada e menos eficaz emresultado das atividades preventi-vas dos serviços de inteligência, eacrescentou-se-lhe a propagandana web de pregadores especial-

mente carismáticos. (…) As pági-nas web são preparadas com mui-to cuidado, com vídeos e imagenspensados para provocar a rejeiçãoda cultura ocidental, traidora einfiel, e considerar a guerra afavor dos irmãos muçulmanos emdificuldade como uma obrigaçãopara o verdadeiro crente. O recru-tamento de jihadistas não é umfenómeno de massas, e limita-seaos jovens particularmente deso-rientados pelo relativismo domi-nante. O Estado Islâmico, com oseu eficaz aparelho de propagan-da, oferece como alternativa, só-lidos princípios forjados na suapropensão para a certeza fácil. Demodo mais ou menos consciente,alguns jovens sentem que ainsegurança gerada pela crise deidentidade pode ser superadaatravés da sua integração numgrupo cuja coesão é dada pela fé.

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A génese da ameaça fundamen-talista

A atualidade acostumou-nos aconsiderar como natural o con-fronto político com os paísesislâmicos. Na realidade, esta si-tuação tem uma origem recente.Até aos anos 70, de facto, acultura muçulmana era motivo deatenção somente para os es-tudiosos da matéria, enquanto quea maioria das pessoas, imersa noseu próprio etnocentrismo, obser-vava com desapego e com cu-riosidade superficial um mundocaraterizado por costumes tão di-ferentes dos nossos; o seu inte-resse centrava-se exclusivamen-te nas aparências, nas super-estruturas, nos aspetos exóticos.

Os árabes que então emigravampara os países europeus tentavamintegrar-se, abandonando espon-taneamente o costume de usar ovestuário tradicional, enquantoque hoje o retorno ao uso doniqab, do chador, da burka e doqamis se converteu num meiopara expressar a rejeição dahomologação ocidental.

O Islão, nesses dias, não tinha umvalor político; na Turquia, desde otempo de Kemal Atatürk, e noIrão, governado pela famíliaPalhevi, havia processos de mo-dernização e ocidentalização, en-quanto que nos países árabes, acomeçar pelo Egito de Nasser, seafirmava um socialismo de cunhosecular. A situação começou amudar em 1979 com a Revolução

iraniana de Khomeini, que indi-cava uma via muçulmana para o

futuro, que não coincidia com umregresso ao passado, mas que,pelo contrário, aspirava a construirum futuro alternativo. (…) Desdeentão, o Islão converteu-se numarealidade geopolítica em confrontocom um Ocidente agnóstico (in-corretamente definido como cris-

tão pela propaganda fundamen-talista). Os países islâmicos saíamde um anterior eclipse do sagrado.Esta mudança de importânciahistórica, que não foi bem com-preendida, converteu-se em ter-reno fértil para a génese daameaça fundamentalista e terro-rista de matriz islâmica.

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DOCUMENTAÇÃO

Irão, aliado estratégico do Ocidente?O acordo assinado a 14 de julhodepois de prolongadas negocia-ções entre os chamados 5 + 1 (ouseja, os membros permanentes doConselho de Segurança da ONU+ Alemanha, como representantesda comunidade internacional) eIrão, tem uma grande importânciahistórica com prováveis repercus-sões sobre a ameaça terrorista dematriz islâmica. O Irão é conside-rado como um país patrocinadordo terrorismo, enquanto compro-metido em comportamentos peri-gosos e desestabilizadores doMédio Oriente: contribui para sus-tentar o regime de Assad na Síria,apoia o Hezbollah no Líbano e oHamas na Faixa de Gaza, ajudaos rebeldes houthi no Iémen.

O acordo tem como objetivo prin-cipal o controlo do programa nu-clear do Irão: os organismos res-ponsáveis poderão verificar que édirigido para fins civis e, comocontrapartida, serão suprimidas assanções que pesam sobre o Esta-do persa. A principal consequên-cia será a entrada no mercado dopetróleo iraniano, com queda dospreços e outros efeitos não de to-do imagináveis. O Irão, de facto,sai do isolamento a que o haviamrelegado o embargo e a inter-rupção das relações comerciais,para voltar a ser um interlocutornormal do Ocidente.

No contexto geopolítico atual, éuma grande notícia: o Irão poderia

ser, numa perspetiva estratégica,esse aliado no mundo islâmico deque o Ocidente tem uma neces-sidade vital. Em primeiro lugar, asua adesão ao tipo xiita do Islãofaz com que seja um sócio fiávelpara contrariar o Estado Islâmicoe, sobretudo, a ambiguidade domundo islâmico sunita, cujas atitu-des de condenação do Estado Is-lâmico, muitas vezes não corres-pondem aos factos: alguns com-ponentes das monarquias sunitasdo Golfo proporcionam apoio eco-nómico, militar e político ao funda-mentalismo que tem a sua pontade lança no Estado Islâmico. Alémdisso, o atual governo da Repú-blica Islâmica do Irão é sólido,moderado e reformista, e está a

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valorizar os progressos no campodas liberdades civis que foramobjetivos do passado líder Kha-tami, o qual com a sua presidên-cia fez pensar na chegada de umapossível primavera do Irão, abor-tada com a ascensão de Ahma-dinejad.

A população persa, em termossubstanciais está secularizada, econserva um substrato culturalocidental. No entanto, não deve-mos esquecer que a complexaarquitetura de via dupla dessepaís prevê no governo, além deum vértice civil, o presidente Rou-hani, um líder religioso, o ayato-llah Khamenei, expressão do espí-rito conservador teocrático e tra-vão real do progresso. (…) Devereconhecer-se a Obama ter con-duzido as negociações completan-

do este projeto, apesar da hostili-dade manifesta de Israel e damenos aparente das tradicionaisaliadas monarquias sauditas quereceiam a ascensão da potênciairaniana na região do Médio Ori-ente. (…) (“Aceprensa”, “Ante elacuerdo nuclear con Irán: Crece ladesconfianza en Oriente Medio”,20.7.2015).

Terrorismo franchising

Em junho de 2014, Abu Bakr al--Baghdadi, conhecido como o xe-

que invisível e guia do EstadoIslâmico, declarou a instituição deum califado – denominado EstadoIslâmico – nos territórios ocupa-dos na Síria e no Iraque, com oobjetivo de estender a sua auto-ridade sobre todas as terras habi-tadas por muçulmanos. As rela-

ções entre o Estado Islâmico e aAl-Qaeda não são claras: por umlado, tem-se falado da sua riva-lidade na liderança do jihadismomundial – também relativamente àsua diferente visão estratégica,pois a Al-Qaeda dá prioridade aoataque contra o inimigo externo,isto é, contra o Ocidente, enquan-to que o Estado Islâmico dirige asua atenção para um projeto dehomologação do universo muçul-mano de acordo com os seus dita-mes; por outro lado, de uma alian-ça, ou mais concretamente, dasua possível fusão (ou melhor, aAl-Qaeda estaria disposta a con-fluir no Estado Islâmico), com re-sultados devastadores e lamentá-veis para um Ocidente assediadopela ameaça dos terroristas islâ-micos.

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O Irão continua a ser o verdadeiroaliado do Ocidente contra o Esta-do Islâmico, apoiando um exércitoiraquiano que se desmorona pou-co a pouco e perde as suascapacidades defensivas e ofensi-vas reais. Perante o Estado Islâ-mico, alguns países do Golfo,apesar de uma declarada e débilhostilidade de fachada, mantêmuma atitude ambígua e um pro-vável apoio financeiro. A falta deiniciativas concretas para com-bater o Estado Islâmico por partedos Estados Unidos e Europa,que contemporizam perigosamen-te, dá lugar à suspeita de queexiste um interesse não declaradode alguns países a favor da exis-

tência do Estado Islâmico, mesmoque em termos territorialmente emilitarmente contidos.

Na complexa região do MédioOriente, de facto, a presença doEstado Islâmico sunita pode serum instrumento para contrariar eequilibrar a potência emergente, aRepública xiita do Irão, que devidoao acordo sobre a questão nu-clear e a revisão das sanções,está destinada a recuperar todo oseu anterior peso político. Hoje, osatos terroristas imputáveis à ma-triz jihadista são feitos muitasvezes por células independentesque se autoacreditam como ex-poentes de uma determinada or-

ganização. Fala-se de franchising

do terrorismo. Por outras palavras,o terrorismo islâmico parece es-truturado verticalmente do pontode vista da tomada de decisões, ehorizontalmente de um ponto devista operacional e executivo. Estacaraterística converte, de facto,uma organização terrorista centra-lizada com objetivos globais emperigosas agências nas diversasáreas do mundo com objetivoslocais e imprevisíveis.

R. R.

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