Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA POSSIBILIDADES EDUCATIVAS DA GINÁSTICA RÍTMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL PORTO VELHO 2013

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

POSSIBILIDADES EDUCATIVAS DA GINÁSTICA RÍTMICA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

PORTO VELHO

2013

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ELUZIANE VIANA ARAÚJO

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Monografia apresentada ao Departamento

de Educação Física da Universidade

Federal de Rondônia (RO) como requisito

parcial para obtenção de grau de

LICENCIADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA.

PORTO VELHO

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ii

FICHA CATALOGRÁFICA

Biblioteca Central Prof. Roberto Duarte Pires

Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11-549

Araújo, Eluziane Viana.

A663p

Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental. /

Eluziane Viana Araújo. Porto Velho, Rondônia, 2013.

53f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena em Educação Física) –

Departamento de Educação Física, Núcleo de Saúde (NUSAU), Fundação

Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, Rondônia, 2013.

Orientadora: Profa. Ms. Eurly Kang Tourinho.

1. Ginástica Rítmica. 2. Escola. 3. Socialização. I. Título.

CDU: 796

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iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA A

MONOGRAFIA

POSSIBILIDADES EDUCATIVAS DA GINÁSTICA RÍTMICA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

ELABORADA POR

ELUZIANE VIANA ARAÚJO

COMO REQUISITO PARCIAL PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

LICENCIADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

COMISSÃO EXAMINADORA:

______________________________________________

Profª. Ms. Eurly Kang Tourinho– Orientadora

_____________________________________________

Profº. Dr. João Guilherme Rodrigues Mendonça

____________________________________________

Profª. Dr.ª Ivete de Aquino Freire

Porto Velho - RO, 2013.

Page 5: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

iv

DEDICATÓRIA

Ao Sr. João Viana Araújo, meu pai e

amigo meu profundo agradecimento por

ter colaborado para realização desta

conquista. A quem com amor esta vitória

é dedicada.

Page 6: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

v

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela

saúde física e aprendizado que tive

durante este período de estudos, pela

força, coragem e determinação de cada

dia.

A minha família, amigos, professores e

mestres que conheci no decorrer desde

percurso que se tornaram verdadeiros

companheiros de caminhada.

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vi

SUMÁRIO

RESUMO..........................................................................................................viii

ABSTRACT........................................................................................................ix

1 - INTRODUÇÃO..............................................................................................9

1.1 – PROBLEMATIZAÇÃO..............................................................................10

1.2 – OBJETIVO GERAL...................................................................................11

1.3 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................11

1.4 – JUSTIFICATIVA........................................................................................10

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................12

2.1 – GINÁSTICA RÍTMICA E OS ASPECTOS PEDAGÓGICOS....................12

2.2 – ASPECTOS AFETIVO-SOCIAIS DO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANÇA...........................................................................................................19

2.3 – EDUCAÇÃO E SOCIEDADE....................................................................19

2.4 – CORPO, MOVIMENTO E ATITUDE.........................................................21

2.5 – COOPERAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO.........................................................23

2.6 – ESCOLA...................................................................................................24

2.7 – A GINÁSTICA RÍTMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL..........................25

3 – METODOLOGIA..........................................................................................32

3.1 – POPULAÇÃO E AMOSTRA.....................................................................32

3.2 – INSTRUMENTOS E MATERIAIS.............................................................32

3.3 – COLETA DE DADOS...............................................................................32

3.4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS............................................33

4 – RESULTADOS............................................................................................41

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................44

6 – REFERÊNCIAS...........................................................................................46

ANEXOS...........................................................................................................49

Page 8: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

vii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1. – Os estilos de ensino de Mosston e Ashworth (1996)

(Adaptado por Tibeau, 1996).

FIGURA 1.2 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educação

Física (Brasil, 1997).

Quadro 1. Sugestão de sistematização para a GR para os ensinos

Fundamentais.

Tabela 1 – Ficha de observação (I)

Tabela 2 – Ficha de observação (II)

Tabela 3 – Nível de satisfação das aulas.

Tabela 4 – Ficha de observação III

Quadro 1.2 apresentações do número de alunos, escolas e período

Quadro 1.3 de apresentações locais e datas.

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viii

RESUMO

A Ginástica Rítmica (GR) escolar do ensino fundamental é uma forma de

colaborar com um meio educativo diferenciado para os alunos. Esta

modalidade é praticada em alguns países inclusive no Brasil. Muitas

modalidades esportivas são oferecidas nas escolas para atender as

necessidades educacionais dos estudantes do município de Porto Velho, esta

também pode contribuir, pois quanto mais opções forem oferecidas mais

oportunidades serão disponibilizadas para este público. O objetivo geral desta

pesquisa é apresentar a prática da GR como possibilidade educativa para

estudantes do ensino fundamental. Os objetivos específicos pretende destacar

os elementos corporais da GR que facilitam a educação corporal; abordar os

fatores sociais e cognitivos adquiridos por meio da GR; identificar atitudes de

cooperação e socialização entre as praticantes da modalidade. Esta

modalidade contribui para o desenvolvimento integral da criança nos aspectos

físicos, sociais e cognitivos. Sua prática prioriza a parte psicomotora do

indivíduo, favorece a criatividade, cooperação e socialização através do ritmo e

melodia da música combinado aos movimentos naturais do ser humano como:

andar, correr saltar, girar, ondular e equilibrar, juntamente com a habilidade do

manuseio dos aparelhos arco, bola, fita, maças e cordas. Promove qualidade

de vida, prepara os alunos para os desafios da vida dentro e fora da escola.

Para organização deste estudo foi utilizada a pesquisa-ação. Sua estratégia é

ligar a teoria com a ação prática, segundo as colocações de Pimenta (2005)

são suas características: acompanhamento do processo de decisões, das

ações de toda atividade intencional dos atores da situação; a pesquisa não se

limita a agir (risco de ativismo); mas se propõe a aumentar o conhecimento dos

pesquisadores ou o nível de consciência das pessoas ou dos grupos

considerados. Participaram da amostra 7 (sete) alunas participante do projeto

com idades entre 6 a 14 anos e 6 familiares/responsáveis foram entrevistados.

As aulas foram realizadas em horários pré-estabelecidos conforme a

disponibilidade dos alunos e monitor. Como resultado foi encontrado nos

comentários dos familiares o desejo de que a GR seja oferecida nas escolas.

PALAVRAS CHAVES: Ginástica Rítmica, Escola, Socialização.

Page 10: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

ix

ABSTRACT

The Rhythmic Gymnastics (RG) the Elementary School is a way to

collaborate with a different educational environment for students. This method is

practiced in some countries including Brazil. Many sports are offered in schools

to meet the educational needs of students in the city of Porto Velho, this may

also contribute, because the more options are offered more opportunities will be

available to this audience. The objective of this research is to introduce the

practice of GR as a possibility for educational elementary school students,

attitudes toward cooperation and socialization. The specific objectives intended

to highlight the bodily elements of GR that facilitate education body; addressing

the social and cognitive acquired by GR; identify cooperative attitudes among

practitioners of the sport. This method contributes to the holistic development of

children in physical, social and cognitive. His practice emphasizes the

psychomotor part of the individual, fosters creativity, cooperation and

socialization through rhythm and melody of the music combined with the natural

movements of the human as walking, running jump, spin, undulate and balance,

along with the ability of handling appliances hoop, ball, ribbon, clubs and ropes.

Promotes quality of life, prepares students for the challenges of life in and out of

school. For organizing this study used action research. Their strategy is to link

theory with practical action, what is meant under the settings Pepper (2005) are

its characteristics: process monitoring decisions, the actions of all intentional

activity by the actors involved, the research is not limited to act (risk activism),

but aims to increase knowledge of the researchers or the level of

consciousness of the people or groups considered. The sample project

participant 7 students aged 6-14 years and 6 families/caregivers were

interviewed. Classes were held at pre-established according to the availability of

students and monitor. As a result found in the comments of the interviewed

family and demonstrations of students' interest in the modality to be offered in

schools.

KEYWORDS: Rhythmic Gymnastics, School, Socialization.

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9

1. INTRODUÇÃO

A Ginástica Rítmica (GR) escolar do ensino fundamental é uma forma de

colaborar com um meio educativo diferenciado para os alunos. Esta

modalidade é praticada em alguns países inclusive no Brasil. Muitas

modalidades esportivas são oferecidas nas escolas para atender as

necessidades educacionais dos estudantes do município de Porto Velho, esta

também pode contribuir, pois quanto mais opções forem oferecidas, mais

oportunidades serão disponibilizadas para este público.

A escola é um lugar favorável para a disseminação e prática da GR já

que é nesse ambiente que se aprende, pratica e se expande às boas

experiências vivenciadas.

GR é uma modalidade que promove o desenvolvimento motor da

criança, melhora a educação corporal e saúde, envolve cultura, lazer,

recreação e desenvolvimento social e está presente no conteúdo das aulas de

educação física. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

da Educação Física. “As ginásticas são técnicas de trabalho corporal, que de

modo geral, assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por

exemplo, pode ser feita como preparação para outras modalidades, como

relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda de forma

recreativa, competitiva e de convívio social” (Brasil, 1997).

São inúmeras as qualidades que os praticantes da GR adquirem ou

aprimoram por meio da criação de composições coreográficas com diversos

movimentos corporais, o trabalho em grupo que integra alunos e comunidade

para os eventos planejados, melhora a coordenação motora, promove a

socialização, entre outros. O oferecimento da modalidade tem relevância para

o aluno, de acordo com Gaio (1996, p. 131) “... a necessidade de investirmos

nas atividades de Ginástica Rítmica Desportiva, que consente um empenho do

corpo em relação ao espaço, tempo, ritmo, objetos, pessoas, num contexto de

comunicação não verbal, produzindo reações afetivo-sociais significantes para

a vida do ser humano”.

Aos poucos o Brasil tem ganhado lugar neste esporte segundo as

informações da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), fator positivo que

leva as pessoas a terem conhecimento e possivelmente expandir a prática

desta modalidade através da influência da mídia, porém este tipo de recurso

Page 12: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

10

não é suficiente para que haja uma mudança verdadeira, o ideal é que os

profissionais tenham consciência da importância de se oferecer a modalidade

nas escolas.

De acordo com as informações da CBG, a região Sul possui um número

maior de praticantes desta modalidade, ações através das Federações de

Ginástica de outras regiões estão sendo realizadas para que esta realidade

seja revertida e todos possam ser contemplados com a oferta da GR

independente de classe social, cultura ou qualquer outro motivo.

Na região norte ações recentes desenvolvidas por pessoas que se

empenham nesta causa estão sendo realizadas com a finalidade de promover

saúde, bem estar e lazer para todos.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Compreender os benefícios de uma modalidade esportiva não é fácil, é

preciso um olhar apurado que vai além das técnicas e competitividade. Ao

verificar que muitos conteúdos devem ser oferecidos nas aulas de Educação

Física e são esquecidos por não serem os mais populares, é preciso criar

estratégias que possibilitem o resgate de atividades que são importantes na

formação de crianças e adolescentes.

Planejar e utilizar metodologias adequadas ajuda neste processo de

ensino e aprendizagem, em uma época em que a tecnologia está em

evidência, deve-se observar com cuidado para que a prática de atividades

físicas como a GR e outras não sejam esquecidas evitando-se perder um

grande instrumento de saúde e qualidade de vida. Professores e alunos devem

ampliar a compreensão e entendimento da importância de se praticar uma

atividade corporal que oportuniza explorar as capacidades corporais, relações

sócio-afetivas e cognitivas. De acordo com (Pasqua & Tibeau 2010), deve-se

utilizar a escolha da metodologia de acordo com os objetivos que o professor

pretende alcançar.

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11

1.2. OBJETIVO GERAL

Verificar a prática da GR como possibilidade educativa para estudantes

do ensino fundamental.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Destacar os elementos corporais da GR que facilitam a educação

corporal;

Abordar os fatores sociais e cognitivos adquiridos por meio da GR;

Identificar atitudes de cooperação e socialização entre os praticantes

da modalidade.

1.3 JUSTIFICATIVA

A modalidade da Ginástica Rítmica contribui para o desenvolvimento

integral da criança nos aspectos físicos, sociais e cognitivos. Sua prática

prioriza o componente psicomotor do indivíduo, favorece a criatividade,

cooperação e socialização através do ritmo e melodia da música combinado

aos movimentos naturais do ser humano como: andar, correr, saltar, girar,

ondular e equilibrar, juntamente com a habilidade do manuseio dos aparelhos

arco, bola, fita, maças e cordas. Promove qualidade de vida, prepara os alunos

para os desafios da vida dentro e fora da escola. Para Peuker (1974), este

aprendizado envolve uma educação integral, promovendo mudanças em um

todo e não apenas em parte e por partes.

A prática de atividades como a GR na escola só é possível se

profissionais conscientes dos benefícios da modalidade possam oferta-las aos

alunos. Sem ao menos uma formação básica da modalidade não é possível

oferecer ao público um conhecimento que é de direito da criança receber.

Este estudo servirá para detectar a existência do inexpressivo número

de praticantes, da escassez de estudos na cidade de Porto Velho sobre a GR e

a visão elitista dessa prática. O presente trabalho irá contribuir para a aplicação

dos estudos na área e aumentar a possibilidade de inserir a ginástica rítmica

nas aulas de educação física nas escolas, aumentando o número de

praticantes na modalidade.

Page 14: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 GINASTICA RÍTMICA E OS ASPECTOS PEDÁGÓGICOS

Entre as diversas atividades praticadas no ambiente escolar a GR

merece atenção assim como outras atividades que são conhecidas ou

praticadas com mais frequência. Segundo Duckur & Goiyaz, (s/d) esta é uma

forma sistematizada de atividade corporal expressiva, com significado estético

e histórico social, em que seus praticantes realizam experiências que

contribuem para o desenvolvimento pessoal e social.

Existe uma ligação entre os elementos físico, artístico segundo o que

apresenta Nedialkova & Barros (2006, p.6) quando diz: “A ginástica rítmica é

uma atividade desportiva com ênfase na arte do domínio corporal, inter-

relacionada às diferentes técnicas de manipulação de aparelhos manuais ao

ritmo da música, numa síntese integrativa da arte e do desporto”. Considerada

como uma forma de trabalho, físico, artístico e expressivo, a GR proporciona a

melhora da concentração, um dos requisitos para que os exercícios sejam

executados em conjunto. As diferentes técnicas de manejo dos aparelhos

arco, bola, maças, fita e corda utilizada nesta atividade dão ênfase à

coordenação motora.

Essas habilidades de manejo favorecem resultados positivos dos

exercícios utilizando a flexibilidade, coordenação motora, postura corporais,

que dá graça e beleza aos movimentos realizados com criatividade e

expressão corporal. A música escolhida para cada momento faz os

movimentos serem atrativos e fascinantes, executados com harmonia na

construção da composição coreográfica.

Essa modalidade esportiva pode e deve ser oferecida para meninos,

meninas e crianças portadoras de necessidades especiais. Assim sugere uma

abordagem especificamente para crianças em espaço escolar e não escolar

em uma perspectiva inclusiva, tendo como referencial filosófico a igualdade de

direitos como ponto de partida, e as características individuais como fator

fundamental num processo educacional que prioriza aprender a viver a

experiência.

Page 15: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

13

Não se faz distinção de gênero na prática da GR escolar, o que

acontece é a aceitação de uma concepção social culturalmente separatista

conforme o entendimento de Prado & Silva (2009). Há uma visão celetista da

sociedade em relação a alguns esportes entre eles a GR, que recebe um

estereótipo de ser uma modalidade exclusivamente feminina o que não é

verdade, muitos meninos se interessam pela prática, mas as determinações

culturais impedem a participação de ambos os sexos nas modalidades rítmicas

como a GR.

Socialmente a afirmação masculina ou feminina é percebida através de

aparências, segundo, Prado & Silva (2009), “o homem necessita mostrar sua

masculinidade através dos esportes que prevaleçam à força e a resistência”.

Criar e recriar são as temáticas de uma aula de GR que se propõe a

trabalhar as diferenças como recurso pedagógico em um processo de troca de

experiências, em que os movimentos acontecem a partir do tema e do aparelho

que o professor escolheu para o momento, não se exige a técnica e execução

perfeita. Ao que diz respeito ao gênero masculino e feminino todos podem

praticar a modalidade mesmo que as meninas tenham uma propensão maior

para essa prática, no ambiente escolar deve ser oferecido a todos livre de

qualquer tipo de distinção, como vemos na abordagem de GAIO, (1996).

Na escola a modalidade tem o objetivo de alcançar o desenvolvimento

psicomotor da criança, promover inclusão social de forma que o aluno se torne

mais ativo na sociedade e desenvolva suas tarefas diárias com facilidade. É de

grande importância dar condições para atingir bom desempenho psicomotor

principalmente em crianças e adolescentes, juntamente com os domínios

cognitivos e sociais no ensino escolar e na vida da criança.

Pallàres (1983), nos fala que: “o sistema da ginástica rítmica praticado

na escola é um grande meio de cooperar na educação atendendo as

necessidades e possibilidades dos estudantes nas áreas físicas, espiritual,

mental e social”. É importante dar condições aos praticantes da GR para atingir

um bom desempenho psicomotor, juntamente com os domínios cognitivos e

sociais no ensino escolar e na vida da criança.

Segundo Alonso (2011) “... ensinar GR não se restringe à reprodução e

à produção da técnica, mas abrange uma ação pedagógica visando a uma

iniciação esportiva para todos independente do talento, em escolas, clubes,

Page 16: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

14

condomínios e praças”. O movimento humano na GR pode ser considerado

como uma forma de entendimento e compreensão do homem em relação ao

seu contexto de relações no mundo.

Essa ação pedagógica de ensinar que nos fala Alonso, leva em

consideração o ato de planejar, ouvir, dialogar, diagnosticar a realidade

sociocultural, afetiva, cognitiva e motora. Ou seja, preocupa-se com o

desenvolvimento integral do ser humano. Alonso (2011, p. 32) nos diz que: “o

que faz a diferença não é onde e o que se ensina, mas como se ensina, ou

seja, as finalidades do processo ensino-aprendizagem”.

Segundo PALLARES (1983, p. 7)

A sociedade espera que na escola seja oferecido o máximo de oportunidades para a formação das crianças. Entre os 4 e 5 anos é natural a inserção neste novo ambiente em que o convívio com outras pessoas fora da família se faz presente, por isso a necessidade da percepção do outro e de si mesmo para criar-se uma vivência saudável. A introdução de atividades de GR na escola oportuniza condições para aprender ou aprimorar as qualidades motoras, cognitivas e sociais.

Para Alonso (2011, p.42), o “mundo” de uma criança gradualmente vai

se expandindo e o impacto causado pelas mudanças e novidades pode ser

amenizado através de atividades que promovam o entendimento e consciência

da realidade a sua volta. As relações interpessoais, como contexto do

desenvolvimento humano, surgem a partir das relações entre indivíduos em

atividades realizadas em determinado ambiente, realizadas em grupo ou não.

Duckur & Goyaz (s/d p. 418) nos diz que: “... os fundamentos da

ginástica devem ser problematizados, criando-se um espaço aberto à

colaboração, à criatividade e a crítica de valores socialmente impostos”. O

respeito às características pessoais de cada um é indispensável para alcançar

satisfação e envolvimento dos participantes para que a criatividade seja

explorada ao máximo e haja uma troca de experiência que produza

conhecimento.

Segundo Pasqua & Tibeau (2010, p. 272), “a dimensão conceitual,

procedimental e atitudinal que advém dos conteúdos da Ginástica é

indispensável para a formação de crianças e adolescentes, além de ser uma

Page 17: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

15

atividade prazerosa, que estimula a criatividade e as relações sócio-afetivas em

qualquer idade e contexto”.

Uma característica importante adquirida nesta atividade, é a percepção

de espaço conforme explica Pasqua & Tibeau (2010, p. 273) considerando

quando pontos de referência são exteriores ao próprio corpo da criança (caso

dos materiais)”.

Para alcançar bons resultados nas aulas é necessário que haja uma

sistematização do ensino, que as metodologias utilizadas estejam de acordo

com o que o professor se propõe realizar. Segundo Pasqua & Tibeau (2010), é

possível e recomendável utilizar uma metodologia durante um tempo

determinado e, quando os objetivos forem cumpridos, eleger outro estilo.

Alguns desses estilos de ensino apontados pelo autor podem ser escolhidos de

acordo com os objetivos e resultado que se espera alcançar, a lista e quadro

de estilo apresentados facilita a compreensão das diferenças de cada um.

A – estilo de ensino por comando;

B – estilo por tarefa;

C – estilo recíproco;

D – estilo de auto-avaliação;

E – estilo de inclusão;

F – estilo por descoberta dirigida;

G – estilo divergente ou resolução de problemas;

H – estilo de programa individualizado;

I – estilo para alunos iniciados;

J – estilo de autoaprendizagem.

Page 18: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

16

Mínima ← Independência do aluno → Máxima

FIGURA 1. – Os estilos de ensino de Mosston e Ashworth (1996) (Adaptado

por Tibeau, 1996). Como se vê na figura, os estilos de ensino está dividido por

características distintas do A ao E refere-se aos estilos que leva o aluno a

uma mínima independência. Os estilos referentes de F a J remete o aluno a

uma máxima independência.

Os estilos utilizados nas aulas do projeto de GR na escola se

enquadraram nas duas características da figura 1. de mínima independência e

máxima independência do aluno, são eles os estilo por comando, por tarefa e

por descoberta dirigida, conduzindo ao desenvolvimento das possibilidades

educativas dos estudantes voltadas para atitudes de cooperação e

socialização.

A B C D E

F G H I J L

I

N

H

A

D

A

D

E

S

C

O

B

E

R

T

A

Características:

- reprodução do conhecido

- conteúdos fixos e

determinados (técnicas e

habilidades específicas)

- capacidade cognitiva:

memória

- redução de erros

Características:

- descoberta e produção

- conteúdos variados e

novas habilidades

- capacidade cognitiva:

comparação, classificação,

solução de problemas,

criação

- ir além do conhecido

Page 19: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

17

O conteúdo de GR está inserido na escola embasado nas orientações

dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educação Física (Brasil,

1997) que sugerem os conteúdos divididos em três blocos. Pasqua & Tibeau

(2010) cita: Um deles, o de atividades rítmicas e expressivas. Outro bloco

sugere a GR e a Ginástica Artística (GA) como conteúdos, ressaltando suas

características de competitividade.

FIGURA 1.2 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da Educação Física

(Brasil, 1997).

Segundo Rinaldi e Cesário (2010, p. 298) quando discorre sobre a ginástica:

“Nesse sentido faz-se necessário os saberes da Ginástica, ao serem

trabalhados em aulas de Educação Física Escolar, promovam aos alunos a sua

compreensão como campo de conhecimento, está entendida em uma visão de

totalidade que não se fragmenta em rótulos”. Os autores tratam do

conhecimento que os estudantes devem receber sobre os conteúdos referentes

à modalidades. Assim entende-se que a escola deve oferecer a Ginástica

Rítmica, mas com um conteúdo significativo para a formação dos alunos que é

apresentado dentro dos PCNs da Educação Física, um referencial que o

professor utiliza para organização dos conteúdos no seu planejamento.

Quando se refere a movimento corporal, a psicomotricidade é um dos

fatores indispensáveis neste tema. Para Gaio (1996, p.66) “... cada criança é

pelo menos virtualmente dotada de uma capacidade motora, cuja evolução

jamais segue um padrão absolutamente rígido. O movimento é inerente a ela

surge espontaneamente, o que nos permite incentivar o crescimento do

vocabulário motor, à medida que propomos novas situações de movimentos e

estimulamos a criatividade”.

De acordo com os autores consultados por Gaio (1996) em sua fala

nos diz: o desenvolvimento motor é um processo contínuo e demorado, os

primeiros anos de vida são marcados por muitas modificações que acontecem

no corpo da criança, as experiências vivenciadas influenciam na sua formação.

Esportes, jogos, lutas e ginásticas Atividades rítmicas e expressivas

Conhecimento sobre o corpo

Page 20: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

18

Portanto o ensino da ginástica rítmica com seus fundamentos básicos

como: rastejar, rolar, andar, correr, saltar, equilibrar, saltitar, girar, ondular,

farão parte do repertório de qualquer pessoa a presença natural destes

movimentos em atividades diárias, de locomoção, pegar um objeto, um abraço

entre outros desde que ela não tenha nenhum problema em seu aparelho

locomotor. Os elementos corporais podem ser combinados de diversas formas,

de acordo com as características individuais de cada um, diferentes

movimentos podem ser explorados.

Um pouco da realidade do que se pode vivenciar nas aulas são

apresentados por Duckur & Goyaz (s/d) quando apresenta em suas aulas de

GR, uma dinâmica criativa que explore as diversas formas de movimentos

explorando as capacidades dos alunos, exemplificando o professor deve

apresentar as músicas e aparelhos utilizados nas aulas além de estabelecer o

espaço utilizado.

Diante das dificuldades encontradas com a falta de estruturas física,

materiais em algumas escolas, podem ser buscados meios alternativos para

que a modalidade seja oferecida sem privar as crianças de conhecer e praticar

a atividade.

Deutsch (2010) elenca algumas sugestões de objetivos específicos

citadas por outro autor, que podem ser consideradas no ensino da GR.

Aprender a apreciar os movimentos estéticos, graciosos e

harmônicos;

Aprender as técnicas de movimentos com cada aparelho;

Compreender os movimentos como uma experiência criativa;

Auto-avaliar-se e avaliar as companheiros;

Trabalhar em grupo;

Desenvolver a postura e a graça para a prática dos movimentos

naturais;

Desenvolver autoconfiança;

Desenvolver elegância e fluidez nos movimentos corporais;

Desenvolver força, resistência, agilidade, velocidade e equilíbrio;

Desenvolver o sentido de estética do movimento;

Page 21: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

19

Desenvolver ritmo, coordenação e sentido de sincronia,

combinando movimentos e música;

Ter prazer na participação;

Executar os movimentos em situação de apresentação (classe

competição etc.).

Sempre deve ser respeitado o desenvolvimento da individualidade,

capacidade e limitações de cada um, procurar fazer que o aluno tenha uma

aprendizagem que contemple resultados positivos. As qualidades

desenvolvidas pela GR estão relacionadas à realização e exploração dos

movimentos corporais e a significação do movimento, ou seja, há uma forte

relação entre os fatores cognitivos, físicos e humanos, é o que se observa na

colocação de Peuker, (1974) quando diz: são suas finalidades formar o corpo,

restabelecer o original de cada movimento orgânico, desenvolver e exercitar a

ideia e satisfação de movimento e educação da atitude.

2.2 ASPECTOS AFETIVO-SOCIAIS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

O homem é um ser essencialmente sociável sua relação com o outro

acontece a partir do momento da sua concepção. O bebê e a mãe estabelecem

uma ligação muito forte a ponto que tudo que acontece com a mãe tem

influência na gestação e consequente altera o físico e comportamental do

cotidiano da pessoa e de quem está mais próximo. Gaio (1996 p. 81) diz que:

“Diferentes estudos demonstram que o tecido nervoso, composto

primordialmente pelos neurônios, compõe um dos primeiros sistemas a se

estruturar, ou seja, o Sistema Nervoso”. Há uma fundamental importância na

formação deste sistema, pois ele é o responsável pelos estímulos nervosos

que possibilitam a melhoria dos movimentos.

As experiências vivenciadas pela criança influenciam no seu

desempenho nas atividades sugeridas nas aulas, se o processo de

desenvolvimento acontece em meio a muitos estímulos provavelmente se terá

mais chance de ter uma boa capacidade motora.

2.3 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE

Conforme a criança se desenvolve e cria autonomia para realizar

atividades básicas do dia a dia que satisfaçam suas necessidades, ela é

Page 22: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

20

inserida em novos ambientes com pessoas diferentes do seu convívio familiar.

Gradativamente se amplia o meio social com oportunidades de interação com o

outro na sala de aula, no recreio, no parque, no clube e em diversos ambientes.

O suporte que o adulto deve dar a criança é indispensável, o apoio dos

pais e a capacidade do professor ajudar na vivência da interação com o outro

para que troquem experiências e construam um aprendizado cognitivo e motor.

Para Waissmann (2003 p.55) “A desigualdade, a diferença conformam bases,

portanto, das sociedades. E é na convivência das diferenças e das

similaridades entre indivíduos que se constroem os grupos sociais. Assim, cada

indivíduo é parte do grupo, constrói o grupo. Mas o grupo é mais do que

apenas a soma das propriedades de cada indivíduo”.

Alguns princípios criados pela sociedade ajudam as pessoas a

estabelecer uma boa convivência e evitam conflitos que podem atrapalhar na

harmonia e percepção de si e do outro, por isso uma das primeiras coisas que

se estabelece em uma relação bem sucedida é o respeito. Se a orientação

educacional da criança é voltada para o respeito ao próximo uma relação

melhor é estabelecida com o outro, os indicadores de uma educação são

destacadas por Junior et al. (2011 p. 39) “Se você é ensinado a respeitar os

outros como a si mesmo, sua posição sobre a vida e os outros será diferente

daquela de alguém que aprendeu apenas a buscar o primeiro lugar num mundo

competitivo”.

A educação é um tema amplo que não se restringe apenas ao âmbito

escolar. A sociedade concebe um grande conjunto de atitudes e qualifica como

educação que mesmo não sendo restrita ao ambiente escolar está

essencialmente ligada a escola, algumas variações são entendidas através do

conceito apresentado por Pilleti (2000, p. 110) “... a educação é um processo

essencialmente social, que consiste na ação das gerações adultas sobre as

novas, podendo variar no tempo e espaço, segundo os ideais e interesse dos

grupos que a promovem”.

Segundo PILETTI (2000, p.111),

...A educação nos acompanha durante toda a vida, pois sempre estamos aprendendo coisas novas e, portanto, nos educando. Entretanto, é na infância que o processo educativo se torna mais intenso, proporcionando ao individuo o

Page 23: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

21

instrumental físico, intelectual, humano. A educação ocorre em todos os ambientes em que a criança se encontra desde que haja adultos ou pessoas mais velhas, cujos padrões comportamentais a criança é levada a assimilar.

2.4 CORPO, MOVIMENTO E ATITUDE

Uma das características que o ser humano possui é a capacidade de

pensar, se relacionar, agir e resolver problemas. De acordo com relatos

históricos a evolução do homem é contínua e crescente a cada necessidade

que surge uma solução é procurada e tudo recomeça quando surgem outras

necessidades. Assim um ciclo termina e outro começa, o corpo humano está

bem ligado a essa dinâmica de ciclos tanto em relação à ação do tempo quanto

ao seu funcionamento. O homem passa por fases em sua vida, primeira

infância, infância, jovem, adulto e velhice e o corpo sofre alterações de acordo

com cada fase sempre em uma constante mudança. De acordo com Gaio

(1996), grupos de pessoas se diferenciam uns dos outros não apenas por

condições genético-orgânicas mais por influência do ambiente onde crescem.

O conhecimento da relação entre os fatores físicos e humanos é

imprescindível ao realizar um trabalho corporal, conhecer as características

individuais das pessoas implica na satisfação dos participantes porque atende

os interesses individuais e do grupo.

O sentimento, pensamento, motivação, emoção, impulso antecedem as

ações e interferem na execução do movimento. Por isso a necessidade de

assimilar, aprender, administrar ou mesmo disciplinar os movimentos no intuito

de compreender que os movimentos são realizados através de comandos

neuromotores e que as sensações e emoções influenciam na ação. Pensar,

compreender a ação antes de executar ajuda na obtenção de um resultado

positivo. É percebida a ligação entre a ação do movimento físico e a influência

emocional “sentimento” se observa essa relação nas colocações de Marco

(2010, p. 37) “... a avaliação nessas modalidades da Ginástica reúne os dois

principais pensamentos científicos: os positivistas que dita o tom da ciência

ainda nos dias atuais, e o humanístico, sócio cultural, fenomenológico, que

prescinde de medidas rígidas e prioriza o sentido humano no fazer, ao se

interessar muito mais pelos aspectos qualitativos e subjetivos das ações

humanas”. Para os estudiosos a relação entre o pensamento científico e fazer

Page 24: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

22

do movimento corporal implica em execuções práticas com relação ao

movimento corporal.

Para MARCO (2010 p. 36).

... a prática, a execução, o componente artístico, plástico, e a avaliação representam uma indução para a Ginástica, pois esses componentes e o código de avaliação explicitam essa dicotomia ao pontuar, por um lado, a execução (movimento, físico, biomecânico, fisiológico, instrumentalização) e, por outro lado, o artístico (gesto, expressão corporal, plasticidade, criatividade, coreografia) Portanto aqui estão contidos os pressupostos das ciências Biológicas e humanas, respectivamente.

A mídia em relação à imagem do corpo tem uma vertente deturpada do

que realmente é um corpo saudável e belo, um biótipo padrão é exposto

ilusoriamente como paradigma para que as pessoas desinformadas ou iludidas

optem por fazer de tudo para obter um corpo igual ao que é mostrado. Assim

deixam de lado sua individualidade, não percebe outros padrões de beleza e se

tornam pessoas preconceituosas que não tem consciência de si e do outro.

Para Russo (2010, p. 37) “... percebemos que ainda usamos nosso corpo de

maneira autoritária e não-verdadeira. O corpo pede para ser conhecido e a

Educação Física pede para ser reconhecida. Tomar consciência de si mesmo e

do outro, permitindo, dessa forma uma evolução do ser”.

Segundo RUSSO, (2010, p. 82).

... a Educação Física deverá deixar de lado os corpos laboratoriais, os conceitos e as tabelas, priorizando a compreensão de nós mesmo como um ser único e indivisível. A Educação física traz consigo, em suas referências teóricas, leis de Física e Mecânica. Nós nos conhecemos por meio de pesos e medidas, mas, dificilmente por meio da sensibilidade corporal, pois ela não é mensurável.

O que leva uma criança ou adulto voluntariamente a praticar atividade

física é uma motivação pessoal seja porque se sentiu atraída ou porque foi

incentivada, porém o que vai determinar a continuidade da sua prática são os

resultados e como a pessoa se sente antes, durante e depois da atividade. A

consciência dos benefícios e ainda percepção concreta dos resultados tanto

em si quanto no outro, contribui para a permanência do participante. Russo

Page 25: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

23

(2010 p. 82) afirma que “... No momento em que formos capazes de viver

nossa sensibilidade como a dinâmica da corporeidade, sugira outra maneira de

viver. Agir com sensibilidade significa sentir o dinamismo, perceber a presença

do outro”. Ao ver que um grupo de pessoas pode trabalhar junto promovendo

uma troca de experiências, procurando estabelecer uma convivência saudável

e explorando suas capacidades individuais e em grupo surge um encantamento

pela GR que pode proporcionar segurança, autoestima, criatividade,

socialização entre outros fatores positivos.

2.5 COOPERAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO

O conceito de cooperação é etimologicamente apresentado por Piletti

(2000, p. 183) “Palavra originária do latim, cooperação quer dizer trabalho em

conjunto. Pode existir tanto em pequenos grupos, como o menor de todos que

é a díade (grupo de duas pessoas), quanto em grandes organizações

mundiais, como a Organização das Nações Unidas (ONU)”.

Está incluída nas atividades em grupo, uma qualidade indispensável

para uma boa relação entre as pessoas segundo a compreensão de Piletti

(2000, p. 25) “A cooperação, o trabalho de conjunto com vistas a objetivos do

grupo, parece ser o processo educativo por excelência”. Atitudes de

cooperação entre as pessoas faz com que se concretize uma ação conjunta

unindo as capacidades de duas ou mais pessoas.

Segundo PILETTI (2000, p. 25)

A cooperação inclui a competição e o conflito, já que indivíduos com características diferentes, trabalhando juntos, geralmente apresentam divergências, competições e conflitos são superados, o grupo avança em seu processo educativo, atinge um estágio superior. Portanto, embora necessário para andamento do processo, a competição e o conflito não são suficientes, precisam ser contemplados pela cooperação.

De acordo com Piletti (2000, p. 228) “socialização é o processo através

do qual o indivíduo internaliza os padrões sociais de agir, pensar e sentir.

Através da socialização, desde que nasce o individuo é treinado para querer

agir segundo as expectativas sociais e só ter desejos e sentimentos permitidos

socialmente”. Mesmo que o conceito de socialização mostre padrões indutivos

Page 26: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

24

de comportamento as relações com o próximo se estabelecem a partir da

aceitação e interação com o outro.

2.6 ESCOLA

O significado de escola vai muito além de uma estrutura física

organizada para oferecer conhecimento para os alunos. O ambiente escolar

ultrapassa as paredes de uma instalação física, nela se constroem relações

sociais onde o aprendizado é construído.

Para ARINI et al.( 2010 p. 82)

Para que serve a escola? Em parte, ela é a instituição conformista por natureza. É lá que aprendemos os meios e modos do mundo, as tradições de nossa cultura, o que devemos fazer para ter sucesso, de acordo com as expectativas da sociedade. Mais ela é também o lugar do exercício das possibilidades. É nela que aprendemos a pensar por conta própria. Uma boa educação inclui a capacidade de questionar, experimentar, criar. Os bons alunos mesclam suas atividades ao estudo. Com isso ganham capacidade crítica, vivência e experiência.

Grande parte da vida de uma criança ou adolescente se passa na

escola, muitas relações se criam neste ambiente com colegas, professores

funcionários e comunidade. Esta convivência se estabelece em qualquer

escola seja privada ou pública, de população de classe média alta ou baixa.

Gaio (1996 p. 106) explica que: “Precisamos sim, sugerir mudanças, lutar pela

transformação, contribuir para o crescimento do trabalho adequado nas escolas

que promova o desenvolvimento afetivo-social da criança, a partir da

construção do conhecimento”.

Logo nos primeiros anos a criança é levada a este ambiente com

objetivo de buscar o conhecimento explorar suas potencialidades, ampliar sua

visão de mundo, crescer em vários aspectos físico, intelectual, afetivo e social.

Enfrentar novas situações não é fácil para ninguém e é mais difícil ainda para

uma criança, o preparo dos profissionais para receber os alunos é primordial

para o desenvolvimento de um bom trabalho. As necessidades da criança não

se limitam a fatore efetivos mais a afetivos também, segundo é ressaltado por

Gaio (1996 p. 107) “É para além dos aspectos sociais e organizacionais está a

Page 27: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

25

criança. A criança necessita de carinho, precisa ser respeitada como ser

humano que busca sua identificação”.

A escola deve estar sempre se renovando buscando satisfazer os

anseios, necessidades e desejos dos alunos, manter uma postura crítica diante

dos valores impostos pela sociedade, ser aberta flexível, acolhedora,

investigativa e questionadora. A formação e transformação de pessoas

precisam ser presentes neste contexto.

2.7 A GINÁSTICA RÍTMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Segundo a Secretaria de Estado da Educação – São Paulo

COORDENADORIA DE ESTUDOS E NORMAS PEDAGÓGICAS (1978) A GR

no ensino fundamental tem por objetivo principal a formação do aluno sem

expectativas de nível técnico avançado, é uma ferramenta que o profissional

pode utilizar para atingir os objetivos da educação física.

De acordo com PRADO & SILVA (2009) A opção pela inclusão da GR nas aulas de Educação Física Escolar implica coragem de remar contra a maré do ensino formal. Encontra-se dificuldade como falta de espaço físico adequado, aquisição de aparelhos, receptividade negativa pelo preconceito do novo/diferente, desinteresse dos professores pelo desconhecimento da modalidade. Necessita de estudos, desejos, conhecimentos, reconhecimento, sentimento e respeito ao corpo e á modalidade, fazendo da GR uma grande aliada das aulas de Educação Física Escolar.

A fim de contribuir com a sistematização dos conteúdos de GR nas aulas de Educação Física algumas sugestões são apresentadas compreendendo uma organização de acordo com cada série. Esta proposta foi trazida por Rinaldi e Césário no quadro 1. Sugestão de sistematização para a GR para os ensinos Fundamentais.

Page 28: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

26

Conhecimento a ser

tratado e produzido

Sugestões de encaminhamento didático

pedagógico

1º e 2º

anos

(EF)

Movimentos básicos a

mãos livres da GR:

entender as diferentes

possibilidades de

movimento e o esquema

corporal por meio de

formas básicas de

movimentar-se, como

andar, correr, saltitar,

saltar, rastejar, balancear,

circundar, girar, rolar,

estender, ondular etc.

Vivências e experiências práticas por meio de

exploração do ambiente escolar. Por

exemplo: Saltar, andar, equilibrar-se, girar em

escadarias, muros baixos, grades, bancos,

troncos, gramado, sala de aula, pátio, quadra

etc.

Identificação dos ritmos corporais (respiração,

batimentos cardíacos, vozes, formas de

caminhar, bater palmas, bater os pés etc.).

Essa exploração pode se dar por meio do

trabalho om o imaginário infantil, pois ao fazer

uso de histórias, os alunos podem

representar personagens (das histórias e do

cotidiano infantil), sejam elas contadas pelo

professor, pelas próprias crianças e/ou

orientadas pelo professor. Estas podem ser

da literatura infantil clássica, da cultura

popular ou ainda, da história de vida das

crianças e devem permitir a experimentação

dos movimentos a mãos livres da GR.

A produção do conhecimento poderá ser

socializada por meio de produção de cartazes

por partes dos alunos, que expressem

atividades realizadas e os conhecimentos

tratados, de forma a relacioná-los ao

cotidiano infantil; e construção de

dramatização de uma história criada a partir

dos movimentos básicos a mão livre que

foram trabalhados.

Page 29: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

27

Continuação

Conhecimento a ser tratado e

produzido

Sugestões de encaminhamento

didático-pedagógico

ano

(EF)

GR e sua relação com a cultura

popular:

- fundamentos hitórico-culturais

das práticas corporais populares;

- acrobacias, pré-acrobacias,

movimentos de manipulação e

sua relação histórica com a

cultura popular – campo dos

divertimentos: uso do corpo como

entretenimento/espetáculo em

ruas, praças públicas, feiras,

circos e etc.

Ensino de movimentos básicos a

mãos livres, de forma rudimentar

(saltar, rolar, equilibrar) e do

manuseio de materiais:

- manuseio dos aparelhos de GR

combinados com movimentos

corporais.

Atividades rítmicas e musicais

aliada aos movimentos corporais

e com aparelhos.

Elaboração de composições de

GR a partir dos conhecimentos

gímnicos conhecidos e

construídos.

Materiais a serem

confeccionados e explorados

pelos alunos: bolas, arcos, faixas,

fitas bastões, maças e cordas.

Vivências e Experiências práticas:

resgate dos conhecimentos gímnicos

do cotidiano das crianças por meio de

uma pesquisa junto a comunidade

sobre conceito e movimento da GR, a

fim de buscar um paralelo entre os

termos do senso comum (cambalhota,

estrela, malabarismo etc.) e os

utilizados na prática institucionalizada

(rolamento, roda, manipulação de

aparelhos etc,)

Identificação do ritmo musical

(diferentes sons, músicas rápidas e

lentas, tempos fortes e fracos);

exploração dos diferentes ritmos com o

próprio corpo e com os materiais da

GR.

Análise de textos e filmes sobre os

movimentos da GR e sua relação com

a cultura popular.

Construção de um texto sobre os

conhecimentos produzidos. Este pode

ser por meio de escrita (poesia,

dissertação etc.) desenho, colagem etc.

Socialização dos conhecimentos na

escola por meio de exposições dos

textos e apresentação das

composições de GR produzidas pelos

alunos.

Page 30: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

28

Continuação

Conhecimento a ser

tratado e produzido

Sugestões de encaminhamento

didático pedagógico

4º ano

(EF)

A GR em diferentes

contextos.

Fundamentos técnicos:

padronização e estética

do movimento e nos

padrões do esporte de

rendimento:

- movimentos a mãos

livre de forma mais

elaborada que nas séries

anteriores: saltos

equilíbrios, giros; pivôs,

acrobacias (rolamentos,

inversões do eixo

longitudinal); elementos

de flexibilidade, ondas;

balanceios; e

circunduções.

Ritmo musical e música e

movimento.

Vídeos e DVDs que mostrem a GR como

competição e demonstração: festivais e

Ginástica.

Ensino da técnica dos movimentos

característicos da GR por meio de

vivência/experiências práticas: trabalhos

individuais e pequenos grupos em

variados níveis, trajetórias, direções e

planos.

Nas atividades em grupo, também podem

ser utilizados os seguintes trabalhos

espelho (jogo de identificação com os

movimentos do colega, como se fosse

realmente seu espelho), sombra (consiste

em ser a outra imagem não real, dos

movimentos da pessoa, posicionando-se

atrás dela)

Exploração dos diferentes ritmos com o

próprio corpo, com o corpo do outro e com

os materiais de GR. Elaboração de

composições gímnicas: série com os

elementos a mãos livre da GR aprendidos

conforme a possibilidade dos alunos.

Socialização dos conhecimentos

produzidos por meios de apresentações

de GR em um festival também organizado

pelos alunos.

Page 31: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

29

Continuação

Conhecimento a ser

tratado e produzido

Sugestões de encaminhamento

didático pedagógico

ano

(EF)

Fundamentos histórico-

culturais: Ginástica que

originou a sistematização

da GR e a presença da

ciência nas atuais

Ginásticas competitivas: o

movimento ginástico

técnico e padronizado. Os

diferentes nomes da GR

na História.

Mesmo elementos do 4º

ano com a inclusão dos

aparelhos manuais nos

exercícios a mãos livres.

Ritmo musical e musica e

movimentos.

Análise de textos, gravuras e filmes que

tragam o movimento ginástico

padronizado, anterior e posterior á

fragmentação da Ginástica em diferentes

manifestações.

Produção de textos referentes à

padronização do movimento gímnico e,

em especial, ao processo de

sistematização da GR.

Inclusão de aparelhos: movimentos

básicos com corda arco, bola maças e

fitas, em grupos e/ou individuais.

Exploração dos diferentes ritmos com o

próprio corpo, com o corpo do outro e

com os materiais da GR. Elaborações de

composições gímnicas: série de

movimentos associados aos aparelhos

da GR.

Socialização dos conhecimentos

produzidos por meio de apresentações

de GR em um festival também

organizado pelos alunos.

Page 32: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

30

Conhecimento a ser

tratado e produzido

Sugestões de encaminhamento

didático pedagógico

6º e

ano

(EF)

Fundamentos históricos

culturais: a racionalidade

técnica presente na

sociedade, na Educação

Física, na ginástica e, em

especial, na GR. Questão

de gênero: A GR como

esporte feminino.

A GR como manifestação

gímnica esportiva. Estudo

teórico-prático e análise

crítica de fundamentos,

elementos corporais,

aparelhos, instalações,

regras e possibilidade de

treinamento.

Estabelecer ligações de

movimentos mais

complexas que nas séries

anteriores. Ritmo musical

e ralação música e

movimento.

Discursão circulares referendadas na

experiência pessoal, na análise de texto

e na análise de gravuras e filmes sobre

como a GR foi influenciada e como

influenciou os acontecimentos sociais e

político nos últimos 150 anos.

Discursões a cerca da participação da

mulher e do homem na GR. Produções

de texto referentes a GR e suas

diferentes possibilidades de prática.

Vivência e experiências práticas a partir

de aparelhos de GR confeccionados

pelos alunos e que possibilitem a prática

dessa manifestação gímnica, as quais

devem culminar na elaboração de

composições gímnicas. Ritmo musical

(melodia, harmonia e ritmo; som

intensidade, duração timbre e altura;

regularidade rítmica). Relação música e

movimento

(análise de estruturas rítmicas e

composição de movimentos da GR e ao

manejo dos aparelhos.

Socialização dos conhecimentos

produzidos por meio de exposições de

texto e apresentações das composições

construídas coletivamente pelos alunos.

Page 33: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

31

Continuação

Conhecimento a ser

tratado e produzido

Sugestões de encaminhamento didático-

pedagógico

e 9º

ano

EF

GR, estética corporal e

saúde. Os padrões de

corpo dessa modalidade

como esporte de

rendimento.

Os hábitos de vida da

sociedade conteporanea

que levam ao

sedentarismo. Por

exemplo: os reflexos da

tecnologia (eletrônica e

informática) no cotidiano

das pessoas.

Fundamentos culturais:

indústria cultural e padrão

estético; saúde para a

produtividade.

Fundamentos técnicos da

GR: movimentos corporais

e dos aparelhos.

Exploração dos diferentes

aparelhos. Exploração de

diferentes movimentos

(saltos, equilíbrios, pivô,

ondas etc.) não

trabalhados anteriormente.

Estabelecer ligações de

movimentos mais

complexas que nas séries

anteriores.

Discursão circulares referendadas na

experiência pessoal, na análise de gravuras

sobre padrões os padrões de beleza

estabelecidos socialmente e sua relação com

a saúde.

Discursões e análise dos padrões de corpo

na GR como esporte de rendimento.

Estudar as capacidades físicas envolvidas no

trabalho com a GR e a estética corporal na

sociedade contemporânea. Nesse período, já

é momento de se intensificarem as

possibilidades investigativas, dando-lhes

maior sustentação teórica.

Vivência e experiências práticas da GR e

suas diferentes possibilidades de prática. Os

níveis de especialização corporal podem ser

ampliados e as ações básicas de esforço

representam uma possibilidade de contribuir

para enriquecer o trabalho corporal dos

alunos e suas criações.

Elaboração de composições gímnicas a partir

dos movimentos da GR, mas com as

características da Ginástica Geral (sem

regras rígidas; com formas básicas de

movimento em sua diversidade gestual e

musical, exploradas por meio de experiências

coletivas com ou sem utilização de materiais)

Socialização dos conhecimentos produzidos

por meio de exposições de texto e

apresentações práticas

Page 34: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

32

3. METODOLOGIA

Para organização deste estudo foi utilizada a pesquisa-ação crítico-

colaborativa. Sua estratégia é ligar a teoria com a ação prática, segundo as

colocações de Pimenta (2005) são suas características: acompanhamento do

processo de decisões, das ações de toda atividade intencional dos atores da

situação; a pesquisa não se limita a agir (risco de ativismo); mas se propõe a

aumentar o conhecimento dos pesquisadores ou o nível de consciência das

pessoas ou dos grupos considerados.

A pesquisa foi iniciada a partir dos conhecimentos transmitidos e obtidos

nas aulas de Ginástica Rítmica do curso de Educação Física da Universidade

Federal de Rondônia (UNIR), oficinas e outros. Foram realizadas aulas de GR

em uma escola pública da rede municipal de ensino do município de Porto

Velho conforme a proposta apresentada em um projeto específico deste tema.

As aulas foram realizadas em horários pré-estabelecidos conforme a

disponibilidade dos alunos e monitor.

3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Este estudo foi realizado em uma escola pública de ensino fundamental

do Município de Porto Velho, escolhida para o desenvolvimento do projeto de

GR. A população em questão são alunos do ensino fundamental I, moradores

da zona leste.

A amostra está composta por sete alunos participantes do projeto, e seis

familiares (responsáveis).

3.2 INSTRUMENTOS E MATERIAIS

Os instrumentos utilizados como recurso para coleta de dados foram

registros em fichas de observações específicas apresentadas por Alonso

(2010) e entrevista aberta (anexo 1) com duas perguntas com os familiares

dos alunos.

3.3 COLETAS DE DADOS

O preenchimento de fichas foi realizado após o encerramento do projeto

com base nos registros de fotos e vídeos coletados durante as aulas

Page 35: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

33

ministradas pela monitora, acadêmica da Universidade Federal de Rondônia e

acompanhado pela orientadora da pesquisa.

Os dados obtidos nesta pesquisa se realizaram através das

observações e análises das fichas específicas de observações que avaliam a

parte cognitiva – motora, afetivo – social e os níveis de satisfação dos alunos

nas aulas. Para verificar as mudanças ocorridas nos alunos foram realizadas

entrevistas com os pais dos participantes.

3.4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Foi apresentado e desenvolvido o projeto de GR em uma escola pública

de ensino fundamental da cidade de Porto Velho situada na zona leste. As

aulas eram oferecidas para crianças de sexo masculino e feminino na faixa

etária de 6 a 14 anos de idade em horários variados conforme a disponibilidade

do monitor e dos alunos. As alunas que participaram da pesquisa foram (7)

sete. As aulas oferecidas tinham duração de 45min à 1h de duração.

A maior parte dos alunos era do sexo feminino, mas houve procura e

participação por parte dos meninos durante um período significativo. O fato de

não conter meninos na amostra é porque não continuaram até o encerramento

do projeto devido à falta de apoio ou compreensão dos familiares ou ainda por

causa do preconceito existente na sociedade principalmente por parte das

pessoas adultas.

Uma parte dos dados que foram coletados se baseia na estrutura das

fichas específicas apresentadas por Alonso (2010). Os registros das aulas em

arquivos áudio visuais de fotos e vídeo serviram de suporte para

preenchimento das fichas que apontam as ações cognitivas, motoras, afetivo-

sociais e os níveis de satisfação nas aulas.

Neste primeiro momento será tratado sobre as ações cognitiva e motora

desenvolvidas pelos alunos selecionados aleatoriamente.

Uma sequência das atividades foi estabelecida para facilitar o

aprendizado das alunas. Os primeiros movimentos ensinados foram os mais

simples realizados a mãos livres depois outros movimentos mais complexos

foram inseridos até chegar à parte da manipulação dos aparelhos arco, bola,

fitas e cordas.

Page 36: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

34

O início das análises se deu por meio da Ficha de Observação ( I ), de

acordo com estes instrumentos oferecidos por Alonso (2011) é possível

identificar os aspectos cognitivos em uma vivência prática pedagógica da GR.

Na ação motora, identificou-se a execução dos movimentos individualmente,

classificando em executados sem dificuldade (SD) e executados com

dificuldade (CD). Essa classificação aparece no campo de observações da

ficha.

Conforme explica Alonso (2011).

A Ficha de Observação (II), referente às ações afetivo-sociais, foi elaborada a partir da “Ficha para Registro da Observação do Comportamento Social (FROCS-1)”, D’Antola (1981) apud Alonso (2010), que visa identificar os comportamentos sociais esperados durante o trabalho em grupo. Com base em pesquisa realizada nas Unidades Escolares da Rede Municipal de São Paulo, D’ Antola determinou as seguintes categorias, com os seus respectivos desdobramentos, para compor seu instrumento: a) comunicação; b) interação; c) produtividade; d) organização do material; e) posicionamento; e f) atividades formais.

A preocupação em verificar os aspectos afetivo-sociais está muito visível

neste estudo, por isso a utilização destes instrumentos é significativa tendo em

vista a dificuldade de encontrar meios de analisar questões subjetivas como o

comportamento humano, assim segue a orientações de Alonso (2011) “A partir

da ficha proposta por D’ Antonela, foi elaborada, para cada atividade, a Ficha

de Observação (II) (1ª parte) contendo até 17 itens, que correspondiam aos

aspectos afetivo-sociais estabelecidos pela professora para atividade em

questão”.

De acordo com Alonso (2011) Basicamente, foram escolhidas duas categorias; a) interação – dividida em “coopera na interação”; e b) produtividade – dividida em “disposição para

realização da tarefa”, “recusa a realizar as tarefas”, “contribuição para desenvolvimento do conteúdo” e “não contribuição para o desenvolvimento do conteúdo”. Em cada categoria há indicadores que determinam as valorações positivas e negativas, cujo objetivo é tornar a frequência de comportamentos negativos igual a zero e aumentar a presença de comportamentos positivos durante o processo de ensino-aprendizagem.

Page 37: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

35

Segue na sequência a Ficha de Observação (II) segunda parte, nesta

algumas alterações foram feitas para simplificar e adequar a realidade, devido

os trabalhos e publicações nesta linha serem poucos há dificuldade de

encontrar em tempo reduzido instrumentos adequados e validados de análises,

por isso os níveis de satisfação das aulas foi verificado por Fichas com uma

organização semelhante à de Alonso.

A abordagem social está bem visível neste assunto e por isso não

poderia deixar de encontrar uma forma de ouvir os familiares dos participantes

e através de entrevistas que foi instigada quatro categorias são elas: a) os

benefícios das aulas para as alunas, b) avaliação que os familiares fazem em

relação ao projeto, c) as mudanças ocorridas nas alunas, d) interesse de se ter

continuidade do projeto.

Ficha de observação (I).

(S) a presença da ação cognitiva;

(N) a ausência da ação cognitiva;

(CD) movimentos/elementos apresentados foi realizado com dificuldade;

(SD) movimentos/elementos apresentados foi realizado sem dificuldade.

Tabela 1 – Ficha de observação (I)

A ficha de observação (II).

Verifica as ações afetivo-sociais realizadas durante as atividades.

Presença das ações

Ações Indicadores

Cognitiva

Motora

Alunas A B C D E

Tarefa A elaborar e executar em grupo uma associação de conjunto dos elementos corporais, combinados entre si:

Movimentos c/ deslocamentos

S SD SD SD SD SD

Andar S SD SD SD SD SD

Saltitar S SD SD SD SD SD

Saltar S SD SD SD SD SD

Page 38: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

36

Tabela 2 – Ficha de observação (II)

Categoria (interação e produtividade) Grupo A Alunas

A B C D

Grupo B Alunas

E F G

Ajuda na interação (interação)

a) Pede opinião.

b) Auxilia a colega.

c) Aceita auxílio da colega.

d) Elogia a colega.

e) Esforça-se para que o trabalho se realize em grupo.

f) Acusa a colega de seus erros

g) Ri das faltas cometidas.

Disposição para realizar a tarefa.

h) Após o grupo instalado, começa a trabalhar imediatamente.

i) Executa as tarefas que o grupo lhe pede.

j) Coloca-se a disposição do grupo.

Recusa a realizar as tarefas (produtividade)

k) Não executa as tarefas que o grupo lhe pede.

l) Precisa de solicitação do professor para começar a trabalhar.

m) Realiza um trabalho diferente das tarefas do grupo.

Contribui para o conteúdo. (produtividade)

n) Expõe ao grupo seus conhecimentos sobre o assunto

Page 39: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

37

o) Sintetiza as ideias do grupo.

Não contribui para o desenvolvimento do conteúdo (produtividade).

Ficha (II). (2ª parte)

Avaliação dos níveis de satisfação das aulas

Excelente;

Boa;

Ruim.

Tabela 3 – Nível de satisfação das aulas

As aulas foram? Alunos:

Excelente

Boa

Ruim

1

2

3

4

5

6

7

Page 40: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

38

Ficha de observação (III)

Checagem das experiências motoras manifestadas nas brincadeiras e

brinquedos infantis.

Tabela 4 – Ficha de observação III

Alunos

Habilidades

A B C

D E F G

Pular corda parada individualmente

Pular corda deslocando-se individualmente

Pular o “cordão” (Brincadeiras infantis)

Tocar o cordão

Quicar a bola parado

Quicar a bola deslocando-se

Arremessar a bola

Lançar a bola

Rolar a bola no solo

Page 41: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

39

A fim de expandir a prática de GR nas escolas depois do início do

primeiro projeto foi oferecido GR para mais duas escolas. Não foram incluídos

na amostra os participantes. A prioridade da pesquisa foi para a escola que por

mais tempo o projeto foi executado. Apenas para constar estão registradas as

ações desenvolvidas.

Quadro 1.2 apresentações do número de alunos, escolas e período.

ATIVIDADES REGISTRADAS DE GINÁSTICA RÍTMICA

ESCOLA ATIVIDADE/PROJETO QUANTIDADE DE ALUNOS

IDADE ANO

ESCOLA PÚBLICA 1

GINÁSTICA RÍTMICA: A CRIATIVIDADE, O MOVIMENTO E A CRIANÇA

25 ALUNOS 7 A 12

2010 2011

ESCOLA PÚBLICA 2

GINÁSTICA RÍTMICA NO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO

50 ALUNOS 6 A 12 2011

ESCOLA PÚBLICA 3

GINÁSTICA RÍTMICA NA ESCOLA DIRECIONADA A BOAS ATITUDES

20 ALUNOS 7 A 12 2012

TOTAL: 3 escolas

3 PROJETOS 175 ALUNOS 6 A 14 3 ANOS

Page 42: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

40

Quadro 1.3 de apresentações locais e datas.

REGISTROS DE PARTICIPAÇÕES E APRESENTAÇÕES

LOCAL/EVENTO DATA ESCOLA

AÇÃO GLOBAL: SESI CLUBE MAI. 2010 ESCOLA 1

E.M.E.F PADRE GIOVANE MENDES FESTA DAS

CRIANÇAS

OUT. 2010 ESCOLA 1

SESI CLUBE: ESPORTE E CIDADANIA NOV. 2010 ESCOLA 1

E.M.E.F PADRE GIOVANE MENDES

ENCERRAMENTO

DEZ. 2010 ESCOLA 1

SESI: AÇÃO GLOBAL MAIO 2011 ESCOLA 1

SESI ESPORTE E CIDADANIA NOV. 2011 ESCOLA 1

E.M.E.F. PEDRO T. BATALHA: AMIGOS DA ESCOLA SET. 2011 ESCOLA 1

ESOLA 2

E.M.E.F. PEDRO T. BATALHA: FESTA JUNINA JUN. 2011 ESCOLA 2

E.M.E.F. PEDRO T. BATALHA: OUT. 2011 ESCOLA 2

TEATRO BANZEIRO: ENCONTRO PEDAGÓGICO OUT. 2011 ESCOLA 2

CARMELA DUTRA: MOSTRA DE DANÇA CIA CORPO

E RÁDIO F.

DEZ. 2011 ESCOLA 1

ESCOLA 2

SESI: AÇÃO GLOBAL MAIO 2012 ESCOLA 3

Page 43: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

41

4. RESULTADOS

No decorrer desta experiência ocorreram à melhora da interação entres

os alunos, no que tange as habilidades físicas, cognitivas e sociais. E ainda

merece destaque a criatividade e o entusiasmo dos participantes.

Em relação à tarefa cognitiva e motora das alunas, todas executaram os

movimentos e realizaram com facilidade. A avaliação foi adequada para a faixa

etária das crianças para que elas pudessem realiza-la de acordo com os

movimentos naturais da sua vida como está descrito abaixo.

As observações referentes às ações afetivo sociais foram positivas, a

categoria de interação e produtividade dos sete itens discriminados dois

merece atenção, (f) acusa as colegas dos seus erros; (g) ri das faltas

cometidas. Essa característica negativa observada no grupo afetava o

rendimento das aulas, intervenções do professor para melhora do

comportamento das alunas nestes aspectos eram constantes. Nos demais o

grupo apresentou bons resultados.

Quanto ao nível de satisfação das alunas em relação às aulas foi

excelente, a expressão de alegria estava presente nas alunas, pois foi o

primeiro contato que tiveram com a modalidade. Duas alunas deram

prosseguimento ao trabalho praticando GR através do Centro Excelência da

Caixa, motivadas pelas aulas oferecidas na escola.

A avalição das experiências motoras é percebida como excelente, em

todas as atividades lúdicas, o grupo apresentou um desempenho motor

satisfatório. O que nota-se é a falta de direcionamento e oportunidade para

exploração das capacidades físicas que as alunas tinham.

Após a realização do projeto seis pessoas das famílias dos alunos foram

escolhidas para uma entrevista, com a intenção de analisar as contribuições

que a aulas trouxeram para os alunos, as fala dos entrevistados estão descritas

na integra.

Em sua fala comenta a entrevistada nº 1(E1) “Ela se desenvolveu mais

ficou mais solta melhorou bastante, ajudou até nos estudos dela.”; entrevistado

(E2) “... ela se expressa ali com seus amiguinhos e desenvolve, tem um bom

desenvolvimento”. ; entrevistado (E3) “Eu gostei muito, ela gostou muito e

desenvolveu bastante, ajudou muito no desenvolvimento do corpo dela

Page 44: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

42

também”. ; entrevistado (E4) “Ela gostava muito. Sobre isso aí depois que ela

entrou ficou outra menina até o comportamento dela mudou em casa, ela

lembrava para eu ir levar, ir buscar, muito bom nisso aí eu tenho até que

agradecer muito a você que incentivou”. ; entrevistado (E5) “Foi muito bom

para ela. Para mim também foi muito bom porque ajudou ela no seu

desenvolvimento. Mudou no comportamento tanto dela quanto o meu em

relação a Ginástica Rítmica” ; entrevistado (E6) “Eu gostei muito por causa que

elas evoluíram mais. Tudo que aparece agora elas querem participar”. Todos

entrevistados apontam algum benefício que as aulas proporcionaram as

alunas, entre eles o citado pela maioria é o desenvolvimento, mas vários são

os pontos apresentados, o gosto pelas aulas, a desenvoltura com os colegas, o

compromisso, o conhecimento sobre a Ginástica Rítmica, para que as pessoas

deem importância para uma atividade seus benefícios precisam ser conhecidos

e percebidos

É notável em todos os participantes da entrevista a avaliação positiva

quanto a participação das crianças nas aulas de GR. Entrevistado (E1) “...ela

pegou mais corpo, um bom desenvolvimento na estrutura física, eu achei muito

bom”. ; entrevistado (E2) “... com certeza é um projeto muito bom que

desenvolve a criança”. ; entrevistado (E3) “... é um projeto muito bom”. ;

entrevistado (E4) “A participação dela foi muito boa ela ia com bastante

dedicação”. ; entrevistado (E5) “... foi muito bom para ela que ajudou bastante

ela”. ; entrevistado (E6) “... eu gostei da participação delas. E outra eu gostei

das apresentações que elas fizeram”.

Aqui serão citadas as mudanças que se destacaram nos participantes

das aulas de GR. Entrevistado (E1) “... ela se desenvolveu até mais nos

estudos a professora dela mesmo achou que ela melhorou bastante”.;

entrevistado (E2) “ ...Assim porque ela é um pouquinho tímida assim... tinha um

pouco de vergonha e com essa aula aí uma aula rítmica tipo assim, ela brinca

mais”. Entrevistado (E3) “... ela conviveu melhor com as amigas dividiu melhor

o espaço dela com as amigas, que antes ela não fazia nada disso, ela era mais

grosseira, era mais egoísta, que era verdade mais egoísta aí depois disso não

ela começou a ser mais amiga conversar mais chegar e dialogar”. ;

entrevistado (E4) “... Ela ficou mais educada entendeu? Mais dedicada também

na escola para ir para escola fazer as aulas”. ; entrevistado (E5) “... porque ela

Page 45: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

43

era muito tímida e varias coisas mudou no comportamento dela”. ; entrevistado

(E6) “Eu achei assim que elas se interessaram mais nas coisas, que elas se

interessaram e gostaram da participação”.

Ficou bem visível que as pessoas gostariam que houvesse uma

continuidade no trabalho. Entrevistado (E3) “Então assim eu por mim, se eu

pudesse levaria ela para qualquer lugar que tivesse mais como eu não tenho

condições para levar aí parou mais eu espero que você volte a dar aula para

ela de novo aqui”. ; entrevistado (E4) “Ela: Pai eu quero participar sempre, não

quero desistir da minha ginástica”. ; entrevistado (E6) “Agora elas estão

fazendo futebol, mais aí eu queria ainda que elas ficassem na ginástica, só que

não dá pra mim, agora ficou longe”.

As apresentações dos trabalhos em eventos proporcionou a integração

de alunos, pais e comunidade. A preparação para os eventos causava

entusiasmo nos participantes e servia de estímulo para as aulas. Já em relação

à participação das famílias constatou-se através das entrevistas que eles

perceberam o desenvolvimento de suas crianças na parte física, no

comportamento e interesse pela atividade física.

Como resultado foi encontrado nos comentários dos entrevistados e

manifestações dos alunos o interesse de que a modalidade seja ofertada nas

escolas. Com isso entende-se que é importante ser oferecida a GR nas escolas

para que muitos alunos tenham a oportunidade de conhecer os benefícios

adquiridos através da prática desta modalidade.

Page 46: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

44

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fácil encontrar crianças que não praticam atividade física porque não

tem na sua escola ou comunidade a oportunidade de conhecer uma

modalidade que venha de encontro com os desejos, objetivos e características

pessoais. Um trabalho com opções diferenciadas, realizado com dedicação faz

com que as pessoas se sintam atraídas a participar.

Oferecer meios que exploram as capacidades físicas, sociais e

cognitivas é um dever do profissional, mais pessoas serão beneficiadas quando

houver diversidade nos conteúdos das aulas contribuindo para construção de

uma sociedade melhor.

O comprometimento que o profissional de educação física tem com o

desenvolvimento do aluno não se restringe apenas a qualidades físicas,

explorar as possibilidades educativas através de atividades como a ginástica

rítmica, promove uma reflexão sobre o comportamento social dos alunos e sua

relação com os outros.

Por um longo período de tempo as crianças permanecem na escola, é

importante ser oferecido a GR, que apresenta na sua prática a exploração das

capacidades corporais sob a forma de gestos e movimentos de flexibilidade,

equilíbrio, saltitos, saltos e diversas formas de deslocamentos.

As aulas ajudam o desenvolvimento da força, agilidade, ritmo e

coordenação motora, permite que haja uma interação entre os participantes

promovendo socialização e troca de experiência, permite explorar a criatividade

individualmente e em grupo além de ser um meio de expressão artístico

cultural, ou seja, faz uma junção das habilidades físicas, cognitivas e sociais.

Por causa da modernidade tecnológica dos últimos tempos há uma

tendência das pessoas se tornarem sedentárias e socialmente fechadas em

seu mundo tecnológico deixando de criar e estabelecer relações sócio-afetivas,

o que leva ao surgimento de doenças provenientes do sedentarismo como a

depressão, obesidade, hipertensão entre outras. A educação corporal e a

consciência de si próprio e do outro ajuda na prevenção destas doenças.

O gosto pela GR pode ser adquirido através de aulas bem planejadas e

executadas que ofereça aos alunos a oportunidade de conhecer, aprender,

praticar e usufruir de novos conhecimentos. Além de gozar do bem estar

proporcionado pela prática da atividade. Dar oportunidade para as crianças

Page 47: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

45

escolherem e praticar atividade física de qualidade é um dever do profissional

de educação física.

Page 48: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

46

6. REFERÊNCIAS

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Rítmica: Em busca de novos talentos. Petrópolis. RJ: 3ª Ed. Portal Literário,

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saúde em Debate na Educação Física. Blumenau: Edibes Editora, 2003. p.

53 – 78.

Page 51: Possibilidades educativas da ginástica rítmica no ensino fundamental

49

ANEXO 1. PERGUNTAS AOS ENTREVISTADOS

1.

Qual avaliação você faz da participação de sua filha no projeto de

Ginástica Rítmica na escola?

2.

Qual mudança você percebeu depois que sua filha começou a participar

das aulas?

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