PORT.COM - Edição nº 17 - Abril de 2016

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2016 . Nº 17 . ABRIL . REVISTA MENSAL . PREÇO: 3,50€ www.revistaport.com JOEY MEDEIROS Música portuguesa na América do Norte Visite o site www.revistaport.com e fique mais perto de Portugal + Já foi ao Brasil, agora conquista a Alemanha A pele de Portugal nos Europeus EURO 2016 CARAPAU Já não é para dar ao gato ESPECIAL

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2016 . Nº 17 . ABRIL . REVISTA MENSAL . PREÇO: 3,50€ www. rev i s tapo r t .co m

JOEY MEDEIROS

Música portuguesa na América do Norte

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SUMÁRIO4 EDITORIAL

COMUNIDADES5. Comemorações oficiais do Dia de Portugal

pela primeira vez junto das comunidades 8. Revista PORT.COM acompanha a seleção portuguesa no EURO 2016

CULTURA14. Luxemburgo já tem novo Centro Cultural Português

16. Joey Medeiros - Referência da música portuguesa na América do Norte

NEGÓCIOS18. Portugal nunca vendeu tanto vinho tão caro como em 2015

ESPECIAL21. Pera Rocha: Já foi ao Brasil, agora conquista a Alemanha

24. “As frutas e os legumes dão uma imagem fresh de Portugal”24. Receitas para desfrutar da pera de Portugal

28 TURISMOChocolate volta a tornar Óbidos na vila mais doce de Portugal

34 GASTRONOMIACarapau em destaque no Peixe em Lisboa

DESPORTO38. A pele da seleção portuguesa nos Europeus

41. Éder e Rony Lopes tentam “roubar” Taça da Liga ao PSG42. Dragõezinhos de Toronto conheceram Porto

43. Sébastien Loeb troca Vila Real por Montalegre44. Simone Costa e a “geração de ouro” que evolui nos EUA

46 DISCURSO DIRETOQuando o sol não chega para ser feliz...

A pele da selecção

portuguesade futebol

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Simone Costa

Pera Rocha do Oeste

está em alta

Joey Medeiros

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Festival Internacionaldo Chocolate de Óbidos

PORT.COM a caminho do EURO 2016

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O mês de março foi infortuna-damente pródigo em trágicas notícias a envolver as comunida-des portuguesas no estrangeiro. Primeiro foram os infames aten-tados terroristas em Bruxelas, nos quais 21 cidadãos com passaporte

português ficaram feridos. Poucos dias depois, 12 portugueses foram vítimas de um acidente de viação, quando viajavam da Suíça para Portugal.

Dois momentos que em muito o país lamenta, co-mo deixou bem expresso o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro. Mas nem só de trágicas notícias se presta a atualidade nacional, e é essa mensagem positiva que queremos transmitir em mais um número da Revista PORT.COM.

Nesta edição destacamos um símbolo inequívoco de portugalidade. A pera rocha, um fruto genuíno da região oeste do país, tem conquistado o mercado mais poderoso da Europa, como testemunhamos nas próximas páginas.

Poderíamos falar da pera rocha do Oeste na secção Negócios, pela importância para a economia do país, na secção Gastronomia, pelo sabor que a torna única, na secção Cultura, pela forma como carateriza uma região, até na secção Turismo, por razões que o presidente da Portugal Fresh explica em entrevista exclusiva. Por tudo isto, e mais um conjunto de razões, foi escolhida para tema de capa.

Mas não só do que de bom se faz em Portugal trata esta edição. Como é hábito, des-tacamos casos de portugueses que se evidenciam no estrangeiro, com duas histórias provenientes dos Estados Unidos.

Quando se fala na comunidade portuguesa no país do Tio Sam, o primeiro olhar cos-tuma seguir para a costa este, de Boston a Fort Lauderdale, passando obrigatoriamente por Newark, Mineola ou Bridgeport. Mas há mais.

No centro dos EUA, Simone Costa é um exemplo de uma jovem geração de basque-tebolistas que segue os passos da icónica Ticha Penicheiro. Na costa oeste, há duas décadas que o jovem Joey Medeiros canta na “língua de Camões”, apesar de apenas no ano passado ter pisado solo português pela primeira vez.

Existem exemplos destes por todo o mundo onde há portugueses. Partilhá-los é uma das missões da Revista PORT.COM. Desejamos um ótimo mês de abril aos leitores que nos continuam a acompanhar em 108 países.

EDITORIAL

LUÍS CARLOS SOARESCoordenador Editorial

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dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins,

inclusive comerciais.

FICHA TÉCNICA

REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES

Edição Mensal - Abril 2016www.revistaport.com

Nº de registo na ERC: 126526

Rua João de Ruão, nº 12 – 8º3000-299 Coimbra (Portugal)

Tel: (+351) 239 820 688

[email protected]

ESTATUTO EDITORIAL www.revistaport.com/estatuto-editorial

EDITOR E PROPRIETÁRIO

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NIF: 510 475 353

DIREÇÃO Abílio Bebiano

[email protected]

COORDENAÇÃO EDITORIALLuís Carlos Soares (CP-9959)[email protected]

REDAÇÃO Luís Carlos Soares, Márcia de Oliveira,

Filipa Marques Colaboradores: Vânia Pinho

PLATAFORMA ONLINE Márcia de Oliveira - Edição de conteúdos

[email protected]

DESIGN E PAGINAÇÃO NAVEGA VALE, LDA

Tlm: 914 106 764

ASSINATURAS [email protected]

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Rua João de Ruão, 12 – 1º 3000-229 Coimbra (Portugal)

(+351) 967 583 [email protected]

EDIÇÃO PAPEL: Abril 2016

Tiragem: 30.000 Exemplares Impressão: Studioprint

Depósito Legal: 376930/14Distrib. nacional e internacional: CTT

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Pela primeira vez, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portugue-sas, vai ser comemorado fora de território portu-guês, junto da diáspora. Esta é uma das primeiras

iniciativas executadas por Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Presidente da Repú-blica, cumprindo assim uma das suas promessas eleitorais. As celebrações vão decorrer precisamente onde havia mani-festado essa vontade, em Paris.

O Presidente da República vai passar a manhã do dia 10 de junho em Lisboa, na tradicional parada militar, após a qual voa-rá para a capital francesa. O primeiro-mi-nistro António Costa fará o mesmo trajeto, ao contrário do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que ficará na capital portuguesa.

As celebrações oficiais do Dia de Por-tugal, cuja programação para o território francês ainda não foi divulgada, também contarão com a presença do presidente do país gaulês, François Hollande. O governante terá assim oportunidade de se aproximar da comunidade portuguesa.

Estima-se que em França vivam mais de um milhão de pessoas com origem em

Portugal e que Paris seja a segunda cidade do mundo onde vivem mais portugueses, apenas atrás de Lisboa.

Promessa cumprida

A revelação de que as comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas seriam realizadas pela primeira vez no estran-geiro, não foi uma surpresa de maior. Em novembro, o então candidato a Belém havia manifestado essa intenção: “Os portugueses que vivem no estrangeiro são tão portugueses como os que vivem em Portugal, e se for eleito Presidente quero comemorar um 10 de junho junto deles, no estrangeiro, para lhes prestar uma merecida homenagem”, declarou ao se-manário Expresso, num jantar em Paris com cerca de 300 pessoas, a larga maioria empresários oriundos da emigração.

O dia 10 de junho, que este ano calha a uma sexta-feira, marca o arranque do EURO 2016, com o jogo França – Roménia, em Paris. Nessa altura, a seleção por-tuguesa de futebol estará a estagiar nos arredores da capital francesa, o que deverá motivar o Presidente da República a per-noitar em França pelo menos uma vez, para se encontrar com Fernando Santos, Cristiano Ronaldo e companhia.

Apesar de 2016 marcar a primeira vez em que as comemorações oficiais terão lugar no estrangeiro, há muitos anos que o Dia de Portugal, de Ca-mões e das Comunidades Portugue-sas é assinalado pela diáspora por to-do o mundo. Paris é uma das cidades em que várias entidades costumam organizar celebrações frequentadas por multidões de portugueses e luso-descendentes.

COMEMORAÇÕES OFICIAIS DO DIA DE PORTUGAL PELA PRIMEIRA

VEZ JUNTO DAS COMUNIDADES

OMUNIDADESC

Há muitos anos que o 10 de junho é celebrado por portugueses e lusodescendentes por todo o planeta, mas Paris será a primeira cidade estrangeira a receber o evento liderado pelo

Presidente da República Portuguesa. François Hollande também marcará presença.

“Os portugueses que vivem no estran-geiro são tão portugueses como os que vivem em Portugal, e se for eleito Presidente quero comemorar um 10 de junho junto deles, no estrangeiro, para lhes prestar uma merecida homenagem”

Marcelo Rebelo de Sousa, a 28 de novembro de 2015

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Nuno Rebelo de Sousa vai presidir à Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil. A tomada de posse do fi-lho mais velho do novo Presidente da República

Portuguesa está prevista para junho deste ano, em Belém… do Pará, cidade brasileira fundada pelos portugueses há 400 anos.

O órgão que será presidido por Nuno Rebelo de Sousa congrega as 13 Câmaras Portuguesas no Brasil, entidades que têm por objetivo prioritário facilitar as relações entre os governos dos dois “países-irmãos”, particularmente no que toca à diplomacia económica.

O filho do novo Presidente da Repú-blica Portuguesa representa atualmente a Câmara Portuguesa de São Paulo, a 3.ª

das 13, fundada em 1912. O mandato na Federação terá a duração de dois anos, até junho de 2018. Curiosamente, esta entidade foi constituída oficialmente na presença de um dos antecessores de Marcelo, Jorge Sampaio, em 2001.

A tomada de posse de Nuno Rebelo de Sousa terá lugar durante o VIII Encontro de Negócios na Língua Portuguesa. Belém de Pará recebe este evento no ano em que a câmara portuguesa local assinala o centenário da sua fundação, em 1916.

Elogios a Nuno Rebelo de Sousa

O vice-presidente da Câmara Brasil Portugal Ceará, Rômulo Alexandre Soa-res, elogia a escolha do filho de Marcelo por ser uma figura que “tem forte ligação ao setor produtivo, uma vez que exerce funções de direção na EDP, uma das mais

importantes empresas de capital portu-guês em operação no Brasil e com proje-tos em vários estados da federação”.

Em declarações reproduzidas pelo jornal luso-brasileiro Mundo Lusíada, Rômulo destaca ainda “a experiência pessoal e profissional e os laços fami-liares que mantém há vários anos com o Brasil, [que] permitem ao novo presi-dente eleito possuir a real dimensão dos desafios e oportunidades deste país e, dessa forma, liderar o processo de aden-samento da aproximação luso-brasileira em setores onde hoje existem vocações efetivas de aproximação comercial e de investimento, quer no Brasil, quer em Portugal”.

Este novo cargo de Nuno Rebelo de Sousa permite perspetivar uma reunião oficial com o pai, possivelmente em Belém… de Portugal.

COMUNIDADES

Filho de Marcelo também vai tomar posse em BelémA Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil tem como presidente eleito Nuno Rebelo de Sousa. Facilitar as relações entre os dois países é o principal objetivo da entidade.

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES8

COMUNIDADES

A Revista PORT.COM estará com a seleção por-tuguesa no EURO 2016. Como o maior evento futebolístico do ano terá

lugar num país onde vivem perto de dois milhões de portugueses, e para o qual se deslocarão milhares provenientes de Portugal e de outras comunidades portuguesas (como Suíça, Alemanha, Luxemburgo e Reino Unido), o nosso projeto considera este evento despor-tivo uma oportunidade única para a promoção de Portugal e de marcas nacionais.

Para além de comunicar com os por-tugueses, também se pretende transmi-tir aos cidadãos de outras nacionalida-des a imagem de um Portugal moderno e acolhedor. De resto, este é o principal objetivo desta iniciativa, o qual será refletido no interior de um camião TIR, na qual será desenvolvida uma exposi-ção dinâmica, com recurso a tecnologia de ponta, sobre produtos e destinos turísticos nacionais.

A Revista PORT.COM aproveitará ainda esta iniciativa de visibilidade in-calculável para potenciar a distribuição

da edição de junho da nossa publicação, na qual será incluído um dossier sobre “Portugal no EURO 2016”. Isto repercu-te-se numa tiragem especial de 200 000 exemplares da revista, dos quais 170 000 serão para oferta nas ações deste roadshow.

Presença nas celebrações do Dia de Portugal e dos Santos Populares

Um camião TIR decorado com moti-vos portugueses, e exibindo as marcas que participam nesta iniciativa, partirá

França será a casa da Revista PORT.COM durante o mês de junho, particularmente entre os dias 10 e 22. Um camião TIR transportará uma exposição sobre Portugal

e sobre marcas que são sinónimo do nosso país. Paris (em diferentes momentos), Saint-Étienne e Lyon são os destinos de uma viagem com início em Lisboa.

Revista PORT.COM acompanha a seleção portuguesa no EURO 2016

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assim de Portugal, pelas estradas da Europa, rumo a Paris, onde chegará no dia 10. A escolha deste dia não é um acaso, mas sim com o intuito de marcar presença no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, cujas comemorações oficiais terão lugar, pela primeira vez, no estrangeiro, com a pre-sença do Presidente da República.

A primeira presença na capital francesa vai-se prolongar até dia 12, com o intuito de participar na festa dos Santos Populares, promovida pela Rádio Alfa, que todos os anos reúne milhares de portugueses, num evento com muita música e gastronomia.

Terminada a festa, o camião TIR vol-tará para a estrada, rumo às cidades nas

quais a seleção portuguesa disputará os jogos a contar para a fase de grupos. Primeiro Saint-Étienne, cidade que receberá a estreia portuguesa no EURO 2016 contra a Islândia, depois novamen-te para Paris, onde o confronto com a Áustria terá lugar no Parque dos Prínci-pes, e por fim para Lyon, que receberá o jogo contra a formação da Hungria.

Em cada uma destas três cidades haverá uma receção, no dia que antecede o jogo, com Porto de Honra, para apre-sentação da exposição às autoridades e comunicação social locais, bem como aos agentes económicos relacionados com as marcas que participam nesta iniciativa. Após a receção, e durante o dia de jogo, a exposição estará aberta ao público em geral.

Agenda do roadshowSeja em Paris, Saint-Étienne ou Lyon, convidamo-lo desde já a marcar na sua agenda uma visita ao roadshow Revista PORT.COM.

Lisboa – 5 de junho - Apresentação da iniciativa a entidades e a órgãos de comunicação social portugueses

Paris – 10 de junho – Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Paris – 12 de junho - Participação na festa dos Santos Populares organizada pela Rádio Alfa, na base de Loisirs de Créteil

Saint-Étienne - 13 de junho – Véspera do Portugal – Islândia. Receção com Porto de Honra. Abertura ao público após a receção

Saint-Étienne – 14 de junho – Dia do jogo Portugal – Islândia – Abertura ao público durante todo o dia

Paris - 17 de junho – Véspera do Portugal – Áustria. Receção com Porto de Honra. Abertura ao público após a receção

Paris - 18 de junho – Dia do jogo Portugal – Áustria. Receção com Porto de Honra. Abertura ao público durante todo o dia

Lyon – 21 de junho – Véspera do Hungria – Portugal. Receção com Porto de Honra. Abertura ao público após a receção

Lyon - 22 de junho – Dia do jogo Hungria - Portugal. Receção com Porto de Honra. Abertura ao público durante todo o dia

NO INTERIOR DO CAMIÃO TIR HAVERÁ UMA EXPOSIÇÃO TECNOLÓGICA SOBRE PRODUTOS E DESTINOS TURÍSTICOS PORTUGUESES

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COMUNIDADES

Professor João Pedro Trovão premiado pelo Governo do Canadá

António de Almeida e Silva renova presidência do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo

O professor português que a Universi-dade de Sherbrooke, na região cana-diana do Quebec, recrutou ao Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, recebeu um financiamento de mais de meio milhão de dólares, por parte do Governo do Canadá. O objetivo é permitir o desenvolvimento de um projeto de investigação aplicada na área dos veículos elétricos, de forma a

torná-los mais autónomos e eficientes. Para além

do financiamento, Trovão recebeu uma carta de feli-citações assinada pelo primeiro-mi-

nistro canadiano, Justin Trudeau.

O advogado de 62 anos, que vive no Brasil há seis décadas, foi reeleito presidente da direção do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Esta-do de São Paulo, ao liderar a única lis-ta a votos para o biénio 2016/2018. Es-ta entidade funciona como “órgão de convergência de todas as associações ligadas à comunidade portuguesa” na região paulista, contribuindo para a divulgação dos “valores históricos e culturais que unem Brasil e Portugal”, lê-se no site da mesma.

Paulo Pereira reeleito vereador em Mineola

O presidente do município de Union, uma cidade no estado de New Jersey com mais de 57 000 habitantes, visitou a escola primária Hannah Caldwell, na mesma localidade, para premiar os melhores alunos do mês de março. Manuel Figueiredo, um

luso-americano natural da Guarda, entregou quatro certificados a quatro crianças, uma de cada escalão escolar. Curiosamente, as melhores alunas do 2.º e 3.º ano, Lurdes da Costa e Isabella Mendes, respetivamente, também têm raízes portuguesas.

Mineola, zona no estado de Nova Iorque em que mais de 10% da popula-ção tem origem em Portugal, continua a ter um português entre os seus quatro vereadores autárquicos. Paulo Pereira foi reeleito para mais um mandato de quatro anos, tendo sido inclusivamente o candidato mais votado pela popula-ção local, com 885 votos, mais do que os 805 atribuídos ao 2.º classificado, Paul Cusato. Nascido em Estarreja há 44

anos, Pereira chegou aos Estados Uni-dos com apenas oito anos. Para além da carreira política, sempre ao serviço do partido New Line (criado há cerca de uma década pelo lu-so-americano Jack Martins), dá aulas de História a alunos do ensino correspondente ao secundário.

Autarca Manuel Figueiredo premeia alunas luso-americanas

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Manuel Figueiredo com as “melhores “ de março

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Portugal e da França estão em negociações para a integração do ensino do português nos currículos escolares franceses como língua estrangeira, com estatuto comparável ao

alemão, ao espanhol e ao italiano. A novidade foi dada pelo embaixador de Portugal em França, José Filipe Moraes Cabral, numa intervenção no “Congresso dos eleitos (autarcas) de origem por-tuguesa”, que decorreu em meados de março, em Paris.

Antes disso, a deputada Nathalie Kosciusco-Morizet disse no parlamento francês que iria apresentar na Assembleia Municipal de Paris, onde é presidente da

bancada do partido republicano, uma proposta para que o ensino da língua por-tuguesa passe a figurar no sistema educa-tivo do país gaulês com estatuto idêntico ao das outras línguas estrangeiras.

Esta integração do ensino de por-tuguês na rede escolar francesa é uma reivindicação da comunidade portugue-sa com vários anos. Atualmente, o ensino da “língua de Camões” ocorre sobretudo fora das horas normais do calendário escolar.

Na edição de março da Revista PORT.COM, o secretário de Estado das Comu-nidades Portuguesas, José Luís Carneiro, indicou que uma das principais preocu-pações na primeira visita a França desde que tomou posse, foi a de “sensibilizar as autoridades políticas para a importância da língua portuguesa ser cada vez mais integrada na estrutura curricular do sistema de ensino francês, transforman-do-a numa língua aberta não apenas aos

portugueses, mas a todos que tenham vontade de a aprender, seja qual for a sua origem”.

Para que tal aconteça, o governante estimou “a necessidade que o Estado francês faça um esforço de contratação de novos professores de português, uma vez que apenas 25% dos alunos que passam do 1.º ciclo para o 2.º ciclo, para o 3.º ciclo e secundário, têm condições de desenvolver a aprendizagem da língua portuguesa”.

Recorde-se que o idioma com origem em Portugal é o 4.º mais falado em todo o mundo, com aproximadamente 280 milhões de falantes.

Já há negociações para oficializar o ensino da língua portuguesa nas escolas de FrançaColocar a “língua de Camões” no sistema educativo francês, como acontece com os idiomas inglês ou espanhol, é uma reivindicação antiga que pode estar mais perto de ter solução.

ATÉ AGORA, AS AULAS DE PORTUGUÊS TÊM SIDO FORA DO HORÁRIO ESCOLAR

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COMUNIDADES

A percentagem de por-tugueses na população total do Luxemburgo diminuiu ligeiramente, de 16,4% em 2015 para 16,2% em 2016. Mesmo assim, a população

com origem em Portugal continua a ser a comunidade estrangeira mais nume-rosa do Grão-Ducado, segundo dados divulgados pelo serviço luxemburguês de estatística, Statec.

A diminuição de dois pontos percen-tuais acentuou a descida que já se havia verificado no registo anterior, dado que em 2014 a percentagem era de 16,5%. Em contrapartida, os franceses, que são a segunda maior comunidade estrangeira, têm vindo a aumentar - 6,8% em 2014, 7% em 2015 e 7,2% em 2016.

Em 2015, os portugueses representa-ram 14% do fluxo migratório, enquanto os franceses atingiram os 20,5%. Juntas, as comunidades portuguesa e francesa constituem um quarto da população do Luxemburgo (23,4%) e metade dos residentes estrangeiros (50,1%).

Aumento na comunidade estrangeira

A população total do Luxemburgo voltou a crescer, 2,4% comparativamen-te com o início de 2015, o que equivale a mais 13 291 residentes. A 1 de janeiro deste ano viviam no Luxemburgo 576 249 habitantes, segundo o Statec. Compa-rativamente com dados portugueses fornecidos pelo INE, o país tem menos população do que os distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Aveiro.

Em 2015, 12 644 residentes deixaram o Grão-Ducado e 23 803 novos imigrantes chegaram ao país, o que resultou num saldo migratório positivo de 11 159 pessoas. Desta forma, a imigração foi responsável por 80% dos novos moradores.

A percentagem de estrangeiros na população total do Luxemburgo voltou as-sim a aumentar e atinge agora os 46,7%.

Diminuição na percentagem de portugueses na população do Luxemburgo

Em 2015, houve mais franceses a mudarem-se para o Grão-Ducado, mas Portugal continua a ser a origem da maior comunidade estrangeira. A população total voltou a crescer, mas continua inferior à de cinco distritos portugueses.

JUNTAS, AS COMUNIDADES PORTUGUESA E FRANCESA CONSTITUEM UM QUARTO DA POPULAÇÃO DO LUXEMBURGO (23,4%)

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Os apelidos portugue-ses Silva, Rodrigues, Ferreira, Santos e Pereira fazem parte dos 100 apelidos mais frequentes no Lu-xemburgo, segundo

um estudo realizado por investigadores da Universidade do Luxemburgo. Os resultados deram origem a Luxembur-ger Familiennamenbuch, que na língua portuguesa significa “Livro dos Apelidos Luxemburgueses” e está disponível nas livrarias do país.

Os investigadores Peter Gilles, Chris-tian Kollmann e Claire Muller analisa-ram a origem e a frequência dos nomes de família no Grão-Ducado, cruzando dados dos registos da população com a lista tele-fónica de 2009, na qual constam mais de 36 000 apelidos. O trabalho, o primeiro do género no país, permitiu concluir que Schmit é o apelido mais comum, com 1 515 entradas, à frente de Muller, Weber, Hoffmann e Wagner, todos também com mais de um milhar de referências.

O livro analisa a etimologia, a evolu-ção histórica e a origem geográfica dos apelidos mais comuns. Nesta extensa lista existem 24 de origem portuguesa, cinco dos quais no top 100, o que não é surpreendente, dado que os portugue-

ses representam 16,2% da população total (ler página anterior).

Na lista, Silva é 42.º, Rodrigues 57.º, Ferreira 58.º, Santos 66.º e Pereira 69.º. Depois dos 100 primeiros surgem mais 19 entradas de origem portuguesa: Fernandes (105.°), Gonçalves (106.°), Martins (117.°), Marques (121.°), Gomes (138.°), Lopes (172.°), Ribeiro (226.°), Costa (232.°), Pinto (244.°), Teixeira (276.°), Duarte (283.°), Alves (286.°), Dias (300.°), Oliveira (301.°), Sousa (303.°), Mendes (337.°), Montei-ro (338°) e “De Oliveira (342.º).

Curiosamente o último dos apeli-dos listados é de origem portuguesa, Soares, no 350.º lugar. “Oliveira” e “De Oliveira” surgem duas vezes, o que pode ser explicado com um hábito nos serviços administrativos luxembur-gueses, que registam a preposição que antecede alguns apelidos portugueses como parte integrante do nome.

Para além desta repetição, isso também levou a que os apelidos Silva, Santos e Costa surgissem apresenta-dos como “Da Silva”, “Dos Santos” e “Da Costa”.

Silva é o apelido português mais frequente no Luxemburgo

A populosa comunidade portuguesa coloca mais de duas dezenas de apelidos entre os 350 mais comuns no Grão-Ducado. No livro que

apresenta estes resultados, até há um que aparece duas vezes!

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES14

O Centro Cultural Portu-guês, espaço na cidade do Luxemburgo que repre-senta os valores culturais portugueses e da lusofo-

nia, conta com novas instalações, mais adequadas ao cumprimento dos objeti-vos traçados pelo Governo de Portugal, representado pelo Instituto Camões. A importância da inauguração, que teve lugar a 9 de março, foi comprovada pelo leque de figuras presentes, como o pri-meiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, e a secretária de Estado dos Ne-gócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

A governante portuguesa considerou que o novo espaço pode contribuir para dar aos luxemburgueses “um pequeno vislumbre da riqueza da cultura portu-guesa”. Mas o público-alvo predomi-nante são mesmo os portugueses no Luxemburgo, que como é sabido consti-tuem a maior comunidade estrangeira do Grão-Ducado.

As novas instalações ficam num edifí-cio arrendado pelo governo português, com o apoio do Executivo do Luxembur-go (que paga metade da renda do espaço), ao abrigo de um acordo entre os dois paí-ses que data da criação do centro cultural, em maio de 1999. A mudança para outro local era uma aspiração antiga das enti-dades portuguesas, já que as anteriores instalações ficavam num primeiro andar, o que lhes retirava visibilidade.

A inauguração das novas instalações, numa zona mais nobre e com maior visibilidade, contou com a presença do primeiro-ministro do Grão-Ducado. Promover a cultura lusófona junto dos portugueses, lusodescendentes e até

luxemburgueses continua a ser o principal objetivo.

LUXEMBURGO JÁ TEM NOVO CENTRO

CULTURAL PORTUGUÊS

ULTURAC

A biblioteca do novo centro cultural também tem livros portugueses para os mais novos

O novo espaço fica num dos bairros mais modernos da capital luxemburguesa

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A biblioteca conta com mais de 3 500 li-vros escritos em Português, adequados aos interesses dos mais miúdos aos mais graú-dos, com serviço de leitura ao domicílio. Um par de computadores permite o acesso gratuito à Internet. O novo espaço também permite a organização de exposições, espe-táculos e conferências, como foi comprova-do logo na inauguração (ver caixa).

Tudo isto num bairro moderno e em crescimento, para o qual também deverá mudar-se o busto de Camões, até aqui situado numa zona menos nobre da área metropolitana da capital luxemburguesa. A mudança está prevista para o dia que homenageia o poeta, ou seja, 10 de junho.

Bettel atreveu-se na língua de Camões

Não foi propositado, mas o nome da no-va morada está relacionado com Portugal, relação que foi explicada pelo primeiro-ministro luxemburguês: “A praça em que estamos chama-se Joseph Thorn, um jurista e político luxemburguês que, tal como a família grã-ducal, se refugiou em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial, fugindo à ocupação nazi”.

Xavier Bettel surpreendeu ainda os presentes com algumas frases ditas na lín-gua portuguesa, entre as quais considerou “um enorme prazer participar na inaugu-

ração do novo espaço do Centro Cultural Português”.

O governante foi um dos vários presen-tes que gabaram o design das instalações, da autoria de Eduardo Aires. O português que no ano passado venceu um European Design Award, pela conceção da nova marca da cidade do Porto, decorou a fachada com frases de autores como Ver-gílio Ferreira e o próprio Luís de Camões.

Com tudo isto, é com certeza difícil ignorar que este novo espaço se trata de uma casa portuguesa.

GUITOLÃO DEU MÚSICA À ABERTURAExistem apenas três exemplares deste instrumento musical português idealizado por Carlos Paredes. Um destes viajou ao Grão-Ducado nas mãos de António Estáquio.

Guitarra portuguesa, concertina, ca-vaquinho e adufe são os instrumentos musicais de origem portuguesa mais conhecidos à escala global, mas não são os únicos. O guitolão é outro exem-plar que faz parte desta família, e foi um dos protagonistas na inauguração das novas instalações do Centro Cultural Português. A estrutura tem semelhan-ças com a guitarra portuguesa, como as seis cordas duplas, mas tem maiores dimensões, tanto no braço (mais com-prido), como na caixa, que apresenta um recorte em forma de pera.

A ideia que deu origem a este instru-mento genuinamente português partiu do lendário guitarrista Carlos Paredes, com o maestro Gilberto Grácio a res-ponder pela sua construção. Apre-sentado pela primeira vez ao público em junho de 2005, desde então tem em António Estáquio o seu principal

intérprete, até porque só existem três exemplares do instrumento.

O músico marcou presença no novo centro cultural acompanhado pelo contrabaixista Carlos Barretto. O duo interpretou os temas do seu álbum de estreia, lançado em maio do ano passado, chamado “Projeto Guitolão”. O concerto foi repetido no dia seguinte à inauguração, desta vez com portas abertas ao público em geral.

António Estáquio (à esquerda) com o instrumento genuinamente português

FOTO

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O escritor português Vergilio Ferreira é citado na fachada das novas instalações

O busto de Camões deve conhecer a sua nova localização no Dia de Portugal

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES16

Como é sabido pelos que vivem há mais anos no estrangeiro, nas comunidades portu-guesas são vários os artistas que constroem carreiras no mundo da

música a cantar em português. Alguns destes, sobretudo os que estão fora do continente europeu, conseguem tornar-se conhecidos ainda antes de se

estrearem em Portugal. Este é o caso de Joey Medeiros, uma referência recente da música portuguesa feita na América do Norte.

Nasceu há 24 anos em San José, na Califórnia, ou seja, na costa mais distante de Portugal. Os próprios progenitores já nasceram no país do Tio Sam, a mãe também em solo californiano, o pai na costa este, no estado de Rhode Island.

Mesmo assim, “aos três anos já cantava entusiasticamente em português ao som da rádio”, conta à Revista PORT.COM.

A língua portuguesa tornou-se assim omnipresente da vida deste jovem luso--americano, neto de açorianos das ilhas do Faial e de São Miguel, tanto do lado da mãe como do pai. Pouco mais de duas décadas depois, prepara-se para lançar o 4.º álbum de originais.

Apenas no ano passado visitou Portugal pela primeira vez, mas há duas décadas que canta na língua dos seus antecedentes. O jovem Joey Medeiros prepara o lançamento de “Mais Que Teu Amigo”, o quarto disco de originais de uma carreira com a qual percorre palcos

pelas comunidades portuguesas no Estados Unidos e Canadá.

CULTURA

TEXTO: LUÍS CARLOS SOARES

JOEY MEDEIROS

REFERÊNCIA DA MÚSICA

PORTUGUESA NA AMÉRICA DO NORTE

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www.revistaport.com 17

Os títulos dos três discos anteriores não permitem equívocos, Joey Me-deiros canta sempre em português. O primeiro, dado a conhecer em novem-bro de 2011, foi batizado “Para Sempre Cantarei”, uma promessa que tem vindo a cumprir. Em abril de 2013 saiu “Promessas Com Sorrisos”, o ante-cessor de “Aqui Trabalha-se”, lançado na América do Norte em novembro de 2014 e em Portugal em fevereiro do ano passado.

De resto, 2015 foi o ano em que, já depois de se ter formado em música pela San Francisco State University (Universidade de São Francisco), cumpriu um sonho, o qual partilhou com a mãe: ambos visitaram Portugal pela primeira vez. A música permitiu ao jovem Joey conhecer o país ao qual dedica tantas músicas.

Preparar regresso a Portugal, com um sonho açoriano

A primeira passagem por Portugal levou-o a atuar em programas das três grandes cadeias televisivas, a RTP, a SIC e a TVI. Atualmente prepara o re-gresso ao país, para agosto deste ano. O verão também assinalará o lançamento do novo álbum, do qual já se conhecem

o título (“Mais Que Teu Amigo”) e algumas canções.

Antes disso, tem concertos marcados para o Canadá – no dia 30 deste mês, em Edmonton - e para a costa este dos Estados Unidos, nos estados de Rhode Island e do Connecticut. O público será previsivelmente composto na sua maioria pela comunidade portuguesa, como costuma acontecer.

Joey Medeiros segue assim os passos de um artista que há muitos anos é uma das maiores referências da música portuguesa produzida na América do Norte. Fala-se de Jorge Ferreira, nos estúdios do qual, em Boston, o jovem já chegou a gravar.

Cheio de iniciativa própria, como a que o levou a contactar a Revista PORT.COM, não é descabido prever que a música lhe permitirá alcançar um outro sonho que alimenta: conhecer final-mente os Açores.

TANTO A MÃE COMO O PAI JÁ NASCERAM NOS ESTADOS UNIDOS, MAS DESDE OS TRÊS ANOS QUE O NETO DE AÇORIANOS SE HABITUOU A CANTAR EM PORTUGUÊS

Tem concertos previstos em palcos nos estados americanos do Connecticut, Rhode Island e Florida

Já ganhou prémios referentes a música tradicional portuguesa feita nos Estados Unidos

O novo álbum será editado em agosto

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES18

Portugal está a exportar menos vinho, mas está a vendê-lo mais caro. Pelo sexto ano consecutivo, as exportações portuguesas de vinho cresceram em valor. Segundo dados do

Instituto da Vinha e do Vinho, em 2015 foi atingido novo máximo histórico, com 737,3 milhões de euros vendidos aos mercados internacionais. O preço médio é de 2,63 euros, o mais elevado de sempre. Cada litro foi vendido, em média, 2,8% acima de 2014.

O crescimento do valor dos vinhos portugueses no mundo tem vindo a con-solidar-se nos últimos cinco anos. Desde 2011, o preço médio aumentou 23,4%. O aumento das exportações começou no ano anterior. Desde 2010, Portugal aumentou em mais de 20% as suas exportações de vinho, o correspondente a mais 123 milhões de euros arrecadados em seis anos.

Em 2014, Portugal tinha o 4.º maior preço médio de exportação, só ultrapas-sado pela França, pela Nova Zelândia

e pelos Estados Unidos. Os maiores contributos para esta evolução advêm dos espumantes, cujo preço médio é já de 8,25 euros por litro, uma valorização de quase três vezes mais face a 2011.

O vinho da Madeira é o segundo no ranking dos melhor pagos, com um preço médio de 6,31 euros por litro (um crescimento de 26,5% nos últimos cinco anos). Já o vinho do Porto, que ocupa a

PORTUGAL NUNCA VENDEU TANTO VINHO

TÃO CARO COMO EM 2015Quebras nas vendas de vinho “corrente” e a valorização exponencial dos espumantes, foram dois fatores determinantes no alcançar de novo registo máximo no preço médio para exportação. Nos países dispostos a pagar mais por vinho made in Portugal existem

populosas comunidades portuguesas.

EGÓCIOSN

O preço médio do vinho da Madeira aumentou 26,5% na última meia década

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www.revistaport.com 19

terceira posição, só se valorizou 11% e está nos 4,69 euros por litro.

Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Espanha (países onde há populosas comunidades portuguesas) são os mercados que mais caro estão dispostos a pagar o vinho português. Os britâni-cos fazem-no com 4,02 euros de preço médio, os dois países da América do Norte com quatro euros por litro, e os nuestros hermanos com 3,87 euros.

Menos Angola e Brasil, mais China e Polónia

A redução das exportações em volume deve-se essencialmente a uma quebra de vendas no vinho sem origem, engarrafado e a granel. No total, venderam-se menos 62 272 hec-tolitros deste vinho, habitualmente designado por corrente e, como tal, de preço baixo. O maior crescimento, em volume, coube ao segmento do vinho da Madeira, mais 9,1%, e do vinho com Indicação Geográfica, que cresceu 4%.

As exportações para Angola e para o Brasil têm vindo a baixar por via das debilidades conhecidas que estes dois mercados enfrentam na atualidade. O valor de vendas para o país africano, por exemplo, desceu 24%.

Mas o aparecimento em força de novos destinos, como a China e a Polónia, poderão ajudar a suprir es-sas lacunas. Mercados estratégicos como os Estados Unidos e o Canadá têm crescido a olhos vistos, 16,3% e 14 ,6% respetivamente. Particu-larizando, nos últimos dez anos, a Região dos Vinhos Verdes cresceu 115% em volume e 165% em valor nas exportações para o Canadá.

O CRESCIMENTO DO VALOR DOS VINHOS PORTUGUESES NO MUNDO TEM VINDO A CONSOLIDAR-SE NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS. DESDE 2011, O PREÇO MÉDIO AUMENTOU 23,4%.

Os Mais

valiosos

Quem paga

Mais

Para além da fama internacional dos vinhos generosos da Madeira e do Porto,

e de acordo com o preço de venda ao estrangeiro, já ninguém parece duvidar que

Portugal também é país de espumantes.

Os “velhos aliados” britânicos mantêm uma tradição com séculos de história, mas os países da América do Norte e os vizinhos espanhóis

também chamam pelos melhores vinhos

portugueses.

Espumantes 8,25*Vinhos da Madeira 6,31*

Vinho do Porto 4,69*Preço médio 2,63*

*Valores em euros por litro

Reino Unido 4,02*EUA e Canadá 4*

Espanha 3,87*Preço médio 2,63*

*Valores em euros por litro

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NEGÓCIOS

Breves

Já são conhecidas as próximas datas da MICAM

Sonae abre shopping na Roménia em setembro

Lisboa vai ter mais 40 novos hotéis até 2017

Maior participação de sempre de Portugal na

Light+Building

A mais importante feira do calçado à escala mundial já está assinalada no calendário de 2017. As duas edições do próximo ano terão lugar entre 12 e 15 de fevereiro, e entre 8 e 11 de setembro. A segunda MICAM deste ano continua marcada entre os dias 3 e 6 de setembro. No último mês de fevereiro, Portugal vol-tou a ser o país estrangeiro com maior número de empresas representadas no evento italiano, com um total de 95.

A companhia aérea irlandesa vai operar, a partir setembro, a rota Porto – Milão, entre os aeroportos Francisco Sá Carneiro e de Malpensa. As ligações à cidade italiana são consideradas fun-damentais para setores da economia nacional sediados no norte do país, co-mo o calçado e o têxtil. A TAP descon-tinuou esta rota no final de março.

As quatro dezenas de unidades hote-leiras, que estão nas mãos de cadeias nacionais e internacionais, estão atualmente em construção ou em fase de projeto, com inauguração prevista para até ao próximo ano. A garantia foi dada à imprensa pela consultora CBRE, que no ano passado contabili-zou a abertura de 21 hotéis na cidade lisboeta, três vezes mais que em 2014.

Ryanair vai ligar Porto a Milão

Faltam cinco meses para que a portuguesa Sonae Sierra, em parceria com a irlandesa Caelum Development, abra ao público o novo centro comercial de Bucareste. A abertura do ParkLake, como se chamará o empreendimento na capital da Roménia, representa um investimento de 180 milhões de euros e já conta com mais de 94% dos espaços comercializados ou comprometidos, combinando lojas de marcas internacionais e nacionais, assim como 23 restaurantes e 14 salas de cinema.

A maior feira internacional de iluminação e gestão inteligen-te de edifícios teve lugar em Frankfurt, entre os dias 13 a 18 de março. De Portugal viajaram 25 empresas de iluminação e tecnologia para edifícios, com nove empresas a apresentarem-se nos setores da iluminação de-corativa e iluminação técnica. O IEP – Instituto Electrotécnico Português estreou-se na Ligh-t+Building, apoiando seis em-presas, no âmbito do programa de internacionalização ao abri-go do Portugal2020. Com tudo isto, as empresas portuguesas ocuparam uma área superior a 1 100 metros quadrados de es-paço de exposição, o que cons-tituiu a maior participação de sempre de Portugal no evento.

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EESPECIAL

A “rainha” das exportações nacionais de fruta duplicou a

presença no território alemão, um excelente indicador numa

época em que o principal mercado internacional tem vindo a perder

força. Preparam-se novos destinos para um dos “ex-líbris” do Oeste de Portugal.

Já foi ao Brasil, agora conquista a Alemanha

TEXTO: LUÍS CARLOS SOARES

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES22

ESPECIAL

O Brasil é historica-mente o principal mercado de expor-tação de um dos frutos mais genui-namente portugue-ses, a pera rocha do

Oeste. Nalguns anos ainda recentes, o “país-irmão” chegou a ser o destino de quase metade da produção que viajava para fora das fronteiras portuguesas. A desvalorização do real e os problemas económicos do país sul-americano, têm dificultado o processo, mas felizmente foi encontrado um novo mercado que importa o fruto em grande volume. Fala-se da Alemanha.

Na campanha 2014/2015 (a economia das frutas e legumes é gerida através de campanhas que abrangem dois anos civis), Portugal duplicou a exportação de pera rocha para o mercado alemão. O volume destas transações atingiu as 7,5 mil toneladas, o que significa que 54 mi-lhões de unidades deste fruto entraram no país. Se se tiver em conta que existem 40 milhões de casas em solo germânico, pode dizer-se que, em média, cada um destes lares recebeu uma pera rocha.

Estes números recordistas foram pos-síveis devido a uma campanha conjunta de exportação de pera rocha promovida por parte da Lidl Portugal e da associa-ção para a promoção do setor das frutas, legumes e flores, Portugal Fresh. Os dados foram revelados na inauguração de mais um estabelecimento em Portu-gal da cadeia de supermercados alemã, que contou com a presença do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvi-mento Rural, Luís Capoulas Santos.

No evento em que a Revista PORT.COM marcou presença, o diretor-geral

de compras da Lidl Portugal, Pedro Monteiro, comprovou que “a pera rocha chegou e conquistou os consumidores alemães”. Mas estes não são os únicos.

Nos últimos dois anos, a Lidl Portugal exportou cerca de 12 mil toneladas de pera rocha para cinco mercados. Para além de Alemanha, viajou para Espanha, França, Inglaterra e Irlanda. Tudo isto numa época em que o embargo russo fez aumentar a oferta de fruta na Europa.

Apesar de Portugal nunca ter tido o hábito de exportar em grandes volumes

SE SE TIVER EM CONTA QUE EXISTEM 40 MILHÕES DE CASAS EM TERRITÓRIO ALEMÃO PODE DIZER-SE QUE, EM MÉDIA, CADA UM DESTES LARES RECEBEU UMA PERA ROCHA.

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para o mercado russo, outros países, co-mo a Polónia, perderam o seu principal cliente. Mais fruta disponível significa maior concorrência entre os países europeus.

Protocolo com a Colômbia

Para além dos países nos quais a Lidl funciona como uma porta de entrada de pera rocha, existem outros mercados que podem ajudar a contribuir para que as quebras na exportação para o Brasil não sejam tão notórias. Os exemplos não estão só na Europa, também podem ser encontrados na América do Sul.

Os ministérios da Agricultura de Portugal e da Colômbia assinaram, em fevereiro, um acordo para per-mitir exportar pera rocha a partir da próxima campanha de produção, que terá início ainda este ano. Antes dis-so, em janeiro, cerca de mil unidades de produção de pera rocha fizeram um pré-registo no qual demonstra-vam intenção de ver os seus produtos no mercado colombiano.

A Colômbia é considerada um país estratégico para os produtores de fruta. Para além de ter 50 milhões de habitantes, conta com a particulari-dade de o grupo português Jerónimo Martins estar presente através de mais de 100 supermercados, que não se chamam Pingo Doce, mas sim Ara.

O México e o Peru são outros países populosos do continente americano aos quais os produtores pretendem chegar a breve prazo. O sucesso da rainha das exportações nacionais de fruta é sempre uma boa notícia para a agricultura portu-guesa. À boleia da pera rocha, frutas como a melancia, o melão branco, as framboesas e as amoras também têm registado aumentos assinaláveis ao nível da exportação.

O volume da presença de pera rocha, na campanha 2014/2015,

na economia mais poderosa da Europa, é um justificável motivo de orgulho

para os portugueses.

54 000 000 Unidades de pera rocha que

entraram na Alemanha

12 000 000 Quilos de pera rocha exportados

pela Lidl Portugal

7 500 000 Quilos correspondentes à

exportação para território alemão

*Palavra alemã que significa “números”

NUMMERN* DO “EX-LÍBRIS”

DO OESTE

Pedro Monteiro (Lidl Portugal) e Capoulas Santos (ministro da Agricultura) sorriem ao êxito da pera rocha na Alemanha

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES24

ESPECIAL

Duplicar o valor das exportações de frutas e legumes para dois mil milhões de euros em 2020. O objetivo traçado quando Assunção Cristas era ministra da

Agricultura, já foi reafirmado pelo atual dono da pasta, o ministro Luís Capoulas Santos. Numa ação em que o governante esteve presente, no recém-inaugurado supermercado Lidl de Loures, Manuel Évora voltou a deixar vincado o empenho da Portugal Fresh para o alcançar da ambiciosa meta. Em entrevista à Revista PORT.COM, incentivou os compatriotas que vivem e trabalham no estrangeiro a consumirem as frutas e legumes portu-gueses.

Quando se fala em matar sauda-des de Portugal através da comida, normalmente são referidos o pastel de nata ou os pratos de bacalhau, mas raramente a pera rocha. Considera que o consumo deste fruto português

“AS FRUTAS E OS LEGUMES DÃO UMA IMAGEM FRESH

DE PORTUGAL”Quando as uvas, as melancias e os kiwis, os mirtilos e as framboesas, os brócolos e as

cebolas, se tornaram presença assídua nas maiores feiras do mundo de frutas e legumes, passaram a partir em maior número dos pomares e hortas portugueses para as prateleiras de supermercados em diversos países. A Portugal Fresh responde por esse trabalho de divulga-

ção, o que a torna em mais uma embaixadora do país.

ENTREVISTA A MANUEL ÉVORA, PRESIDENTE DA PORTUGAL FRESH - ASSOCIAÇÃO PARA A PROMOÇÃO DAS FRUTAS, LEGUMES E FLORES DE PORTUGAL

“SE OS CONSUMIDORES INTERNACIONAIS NÃO VALORIZASSEM OS NOSSOS PRODUTOS, UMA CADEIA DE SUPERMERCADOS PRESENTE EM 27 PAÍSES NÃO DUPLICAVA AS COMPRAS DE FRUTAS E LEGUMES PORTUGUESES DE UM ANO PARA O OUTRO”

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também é uma forma de tornar o país mais próximo daqueles que estão longe?

Os consumidores portugueses que estão por esse mundo fora, sobretudo na Europa, devem ter um orgulho imenso numa pera que é genuinamente portuguesa, que não se produz em mais nenhum sítio do mundo sem ser em Portugal. Tem características únicas de conservação e de resistência, seja nas viagens, na prateleira dos super-mercados ou na fruteira de casa, e ainda tem aquelas coisas que os portugueses gostam muito, que é um sabor e um aroma diferenciadores de todas as outras peras do mundo. Penso que a pera rocha deve ser um orgulho para os nossos portugueses, por-que também é uma bandeira de Portugal, representando o país por todo o mundo.

Para além da pera rocha, há outros frutos produzidos em Portugal, como o melão, as framboesas e os mirtilos, que também são cada vez mais exportados…

Sim, são muitas as oportunidades que se veem hoje em dia na Europa para alguns produtos portugueses. Todo o trajeto que a Portugal Fresh e os seus associados têm feito, com a imagem que temos criado nas feiras de todo o mundo, veio trazer-nos algo que faltava, que era dar também a conhecer ao mundo que Portugal não é só sol e praia, não é só um destino de férias. É também um local de produção e de gente trabalhadora, que consegue efetivamente produzir uma série de produtos, num lugar ótimo para a produção de frutas, legumes e flores, como é o nosso país.

Como apresenta aos portugueses a viver no estrangeiro, a Portugal Fresh e o trabalho que tem vindo a desenvolver?

Geralmente costumo dizer que a Portu-gal Fresh é uma forma fresh de apresentar

Portugal, uma embaixadora portuguesa dos seus produtos e das suas regiões. É uma forma inovadora e diferenciadora de os portugueses se deliciarem com coisas que podem comer, que são nossas, produzidas na terra e não numa fábrica, por todas as regiões de Portugal. Estes produtos também dizem muito do turis-mo de Portugal, porque são produzidos uns no norte, outros no centro, outros no oeste, outros no Alentejo, outros no sul, e estas diferenças sentem-se em cada um dos produtos. As laranjas do Algarve, as uvas do Alentejo, a pera rocha do Oeste, os

kiwis da Bairrada, as castanhas de Trás-os-Montes, as cerejas da Cova da Beira, tudo isto são produtos e regiões de Portugal que nós transportamos pelo mundo inteiro. As frutas, os legumes e as flores dão uma imagem fresh de Portugal.

Incentiva os portugueses a viver no estrangeiro a procurarem as frutas e os legumes portugueses nos pontos de venda desses países?

Sim, o que gostaria de dizer é que os produtores de frutas, legumes e flores, que eu represento enquanto presidente da Por-tugal Fresh, têm feito um enorme esforço em termos de tecnologia de produção para que se consiga produzir bons produtos. Nós geralmente conseguimos conquistar os mercados pela diferenciação dos nossos produtos, seja na cor, na textura e principal-mente no aroma e no sabor. Todos os nos-sos clientes no mundo têm aprovado essa diferenciação e têm tentado valorizá-la.

Quão importante tem sido a Lidl Portugal para a exportação de frutas portuguesas?

Este acordo que temos com a Lidl foi uma oportunidade que nos deram de colocar produtos portugueses nas lojas Lidl na Alemanha e posteriormente onde está toda esta cadeia de supermercados. O trajeto que fizemos até agora dentro da cadeia Lidl, com pera rocha, framboesa e melancia, é perfeitamente diferenciador de que estamos a fazer bem. Se os con-sumidores internacionais não valorizas-sem os nossos produtos, uma cadeia de supermercados presente em 27 países não duplicava as compras de frutas e legumes portugueses de um ano para o outro. É essa diferenciação que nós temos que continuar e preservar junto dos consumidores do mundo inteiro .

AS FEIRAS COM VITAMINAS

PORTUGUESASA Portugal Fresh leva os seus stands às mais distintas geografias. Depois de em fevereiro ter estado na maior feira em-presarial do mundo de frutas e legumes

(a versão europeia da Fruit Logistica, em Berlim), ainda este ano repetirá pre-sença em certames em Madrid, Dubai e

Hong Kong. Confira o calendário:

Asia Fruit Logistica Hong Kong – 7 a 9 de setembro

Fruit Attraction Madrid – 5 a 7 de outubro

WOPDubai – 13 a 15 novembro

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES26

ESPECIAL

A pera rocha apareceu há uns 180 anos na zona de Sintra, descoberta por acaso por um senhor chamado Pedro António Rocha, o qual a batizou com o

seu apelido. A “pera de Portugal”, como também é legitimamente tratada, é colhida em agosto, o mais tardar no início de setembro. Mas não pode passar sem o inverno.

A estação mais fria do ano define se as pereiras darão fruto no verão. Por volta de maio, a árvore deixa cair os pequenos frutos que consegue sustentar até à ma-turação, tudo pelo bem (e qualidade) dos

que ficam para crescer. A flor surge na primavera, como manda a regra, trans-formando as pereiras em belas árvores.

A evolução da tecnologia agrícola, e consequentemente dos produtores, per-mite que as mercearias e os supermerca-dos portugueses consigam apresentar pera rocha durante todo o ano. Como foi escrito nas páginas anteriores, os portu-gueses pelo mundo também têm cada vez mais o acesso facilitado.

Desta forma, a Revista PORT.COM apresenta um conjunto de receitas que permitem ao consumidor aceder aos sabores da “pera de Portugal”, de formas variadas… mas todas elas deliciosas.

Depois de colhida, chega aos supermercados durante todo o ano, permitindo que se adapte à gastronomia

das quatro estações. A Revista PORT.COM apresenta um conjunto de deliciosas receitas nas quais se

destacam os sabores da pera rocha.

Desfrutar da pera de Portugal Ingredientes

para 12 pessoas

• 1 kg de peras rocha• 1 base de massa folhada para tarte• 1 lata de leite condensado com 397g• 4 ovos• 2 colheres de chá de canela em pó• 250 ml de leite• Sumo de 1 limão• 1 tarteira com 32 cm de diâmetro e fundo

amovível

Preparação: 1. Descasque as peras.Corte-as em quartos e retire os caroços.Corte os quartos em fatias e reserve numa travessa.Depois das peras todas cortadas em fatias, regue tudo com o sumo de limão.

2. Parta os ovos para uma tigela.Adicione o leite condensado, o leite e a canela em pó.Bata tudo até que fique bem misturado.

3. Estenda a massa sobre a tarteira e aconchegue.Espalhe as fatias de pera por cima da massa.Por fim, cubra tudo com o preparado.

4. Leve ao forno pré-aquecido nos 170ºC e deixe cozer durante 1 hora.Depois da tarte cozida e lourinha, retire e desenforme.Depois de fria está pronta a servir.

Tarte de Pera e Canela

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www.revistaport.com 27

Estas e outras receitas estão disponíveis na página oficial da YouTuber portuguesa Neuza Costa: www.youtube.com/user/saborintensocom

Saiba mais

Ingredientes para 6 pessoas

• 6 peras descascadas• 750 ml de espumante doce• 150g de açúcar• 1 vagem de baunilha• 2 casquinhas de limão• 1 pau de canela• 1 colher de sopa de concentrado de

groselha

Ingredientes para 2 frascos (660 ml)

• 1300g de pera rocha• 450g de açúcar• Sumo de 1 limão• 60 ml de Vinho do Porto branco• 1 pau de canela• Raspa de 1 limão

Preparação:

1. Numa panela coloque o açúcar, a raspa de limão, o pau de canela, o sumo de limão, o Vinho do Porto branco e 100 ml de água.Mexa tudo muito bem.

2. Descasque as peras e corte-as em cubinhos para dentro da panela.Vá mexendo para que a pera não fique negra.

3. Leve a panela ao lume e coloque a tampa por cima sem tapar totalmente.Deixe cozer em lume brando aproximadamente 1 hora e 40 minutos.Mexa de vez em quando para que não agarre no fundo.

4. Quando passar com uma colher no fundo da panela e fizer uma pequena estrada, significa que o doce está no ponto.Apague o lume e guarde o doce em frascos esterelizados que vedem bem.

Preparação: 1. Num tacho coloque o espumante, o açúcar, as casquinhas de limão, o pau de canela, a vagem de baunilha e a groselha.Mexa e deixe ferver.Quando a calda estiver a ferver, adicione as peras.Tape e deixe cozer entre 20 a 30 minutos.

2. Verifique se as peras estão cozidas com um garfo e retire-as para um prato.Deixe ferver a calda mais alguns minutos para que fique um pouco espessa.

Sirva as peras regadas com a calda e acompanhadas de chantilly e nozes.

Peras Bêbedas com Espumante e Groselha

Doce de Pera

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES28

Aedição deste ano do Festival de Chocolate de Óbidos decorre até ao feriado 25 de abril e apresenta como temática os sabores refrescantes

inspirados na pureza da água. Para corresponder a este mote, a Lagoa de Óbidos ganha vida em chocolate. Porque por muito que se aponte para a água, o chocolate continua a ser ingrediente predominante neste evento, ao ser apresentado de mil e uma formas.

A beleza primitiva da mesma lagoa serve de mote às obras de arte feitas em chocolate, que fazem as delícias de todos os amantes deste ingrediente ímpar. A fauna profícua deste pedaço de nature-za toma forma em cacau de diferentes

cores, criando um cenário de maravilhas, demonstrando que o chocolate pode ser apreciado em diferentes vertentes.

Mais uma vez, nos pontos de venda de chocolate encontram-se mil e uma

maneiras de degustar um dos produtos mais apreciados por todo o mundo. Para os que apenas apreciam a arte chocola-teira em métodos artesanais ou para os que querem experimentar algo que nunca provaram, nesta área poderão conhecer

URISMOT

Nasceu no século XXI, mas já se trata de um clássico. Pela 14.ª vez, o universo do chocolate, seja amargo, branco ou de leite, em estado sólido

ou líquido, volta a invadir a vila preferida dos gulosos portugueses.

volta a tornar Óbidos na vila mais doce de Portugal

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www.revistaport.com 29

e provar novas variedades desta iguaria. Entre estes pontos de venda são vários os que provam que a moda da street food também já chegou ao chocolate.

Inúmeras atividades, o mesmo ingrediente

O festival volta a apresentar um conjunto de atividades à medida dos visi-tantes. No interior do recinto são vários os figurantes que emprestam alegria e boa disposição, entretendo quem passa com as suas brincadeiras. A música e o teatro também fazem parte do programa. Exemplo disso, todos os dias há “His-tórias doces à colherada”, contadas por Henrique Guerra.

Nos showcooking de chocolate mostra-se o que de melhor se po-de confecionar com o cacau e seus derivados. Estes momentos de lazer e aprendizagem são dirigidos por algu-mas das personalidades portuguesas que mais se distinguem no mundo da gastronomia, como os chefs Luís Baena e Mafalda Pinto Leite, ou as bloggers Neuza Costa, Vanda Figueiredo e Isabel Zibaia Rafael, que colaborou na edição de março da Revista PORT.COM.

Também são vários os ateliers para aprender a fazer receitas práticas e divertidas para todos. Há um especial-

mente vocacionado para os mais novos meterem a mão na taça e aprenderem, de forma muito divertida, a arte da pastela-ria com chocolate.

Um dos pontos altos desta edição está marcado para a passagem de modelos com chocolate, na noite de 16 de abril, na própria Lagoa de Óbidos. O chocolate enriquecerá cada traço dos modelos desenhados por estilistas especialmente para este evento.

Durante todo o ano, são muitos os motivos que justificam uma visita a Óbidos. Em abril acrescenta-se mais um ingrediente a essa receita, e por sinal é logo o mais apreciado um pouco por todo

o mundo.

NA EDIÇÃO DESTE ANO A LAGOA DE ÓBIDOS INSPIRA AS OBRAS DE ARTE FEITAS EM CHOCOLATE

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES30

TURISMO

Breves

Franceses elegem visitportugal.com melhor site de turismo

Património das Linhas de Torres candidato a Património NacionalSelo Reserva da Biosfera

para Tejo Internacional e Fajãs de São Jorge

A Turismo de Portugal recebeu um prémio nos galardões franceses Travel d’Or, referente à categoria “Entida-des de turismo”. Isto significa que os internautas do país gaulês conside-ram o site visitportugal.com como o melhor entre os portais que divulgam um destino turístico. No ano passado, esta página recebeu meio milhão de visitantes, dos quais cerca de 100 000 provenientes de França, o principal mercado estrangeiro de consulta do portal. O prémio foi recebido por Jean-Pierre Pinheiro, representante em França da Turismo de Portugal.

Os 152 fortes construídos na região das Linhas de Torres, há 200 anos, para de-fender Lisboa das invasões francesas, estão em processo de classificação como Património Nacional. O pedido à Direção-Geral do Património Cultural foi feito há cerca de cinco anos, pelos seis municípios que possuem no seu território fortificações afetas às Linhas de Torres: Torres Vedras, Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.

O Caminho Histórico, um dos per-cursos pedestres da Rota Vicentina, entrou para o lote dos melhores destinos de caminhada da Europa, ao receber a certificação “Leading Quality Trails – Best of Europe”, atribuída pela European Ramblers Association, entidade europeia

dedicada ao setor dos percursos pedestres. Inaugurada em 2012, a Rota Vicentina integra cerca de 400 quilómetros de caminhos sinalizados ao longo da costa, desde Santiago do Cacém, no Alentejo, até ao Cabo de São Vicente, no concelho de Vila do Bispo, já no Algarve.

A UNESCO aprovou as candidaturas do Tejo Internacional e das Fajãs de São Jorge, nos Açores, a Reserva da Biosfera. Com a aprovação destas duas candidaturas, Portugal passa a contabilizar um total de dez espaços com esta classificação, como são os casos da região transfronteiriça do Parque Nacional da Peneda-Gerês, do arquipélago das Berlengas e do muni-cípio madeirense Santana.

Trilho na Rota Vicentina entre os melhores da Europa

Forte São Vicente, Torres Vedras

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# obidos chocolat e festivalchocolate.cm-obidos.pt

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ON-LINE

Sugestões

Peças-chave para a primavera

Quais as peças que não podem faltar no seu guarda-roupa? A primavera já chegou e com ela surgem as novas tendências da

estação.

A blogger Joana Moura, autora do blog The ‘F’ Word, fez uma lista de marcas portuguesas com produtos

que deve ter no armário para os meses que aí vêm.

Facebook:www.facebook.com/thefwordpt

Instagram:www.instagram.com/thefword.fashion

Blog: http://www.thefwordpt.blogspot.pt/

Carteira a tiracoloFundada em 2001, a Muu é 100% portuguesa e projeta, fabrica e

comercializa malas artesanais e outros acessórios usando couro genuíno de alta qualidade e técnicas artesanais tradicionais. Design, individualidade e criatividade são os princípios que

norteiam a criação e produção das malas.

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Mochilas A Maria Maleta é uma marca portuguesa

de acessórios de moda que, de uma forma divertida, conjuga outfits. Para os mais criativos, a marca cria ainda peças

exclusivas e personalizadas.

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Sapatos singularesA Eureka Shoes é já uma referência no setor do calçado nacional. É na

singularidade de cada modelo produzido que a cada dia cativa mais clientes,

partilhando desta forma a paixão por sapatos. Uma inspirada combinação de materiais de luxo, formas atraentes e

design moderno.

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Sandálias nudeA OFFICINA LISBOA é uma marca

portuguesa de calçado que produz, exclusivamente e orgulhosamente, em

Portugal: acreditam que o simples, pode ser mais simples.

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www.revistaport.com 33

Óculos A DARKSIDE Eyewear é uma

marca portuguesa de óculos feitos manualmente “pelos melhores artesãos

portugueses da especialidade”.Carolina Castro e Mário Gomes são as “caras” da marca e, juntos, quiseram fazer uma “coleção que se afastasse

um pouco do fast fashion e apostasse num produto português de qualidade

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pela própria joalheira segundo técnicas artesanais: forja, fundição e cavação.

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contar histórias.

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Sandália abotinadaA XPERIMENTAL nasceu em setembro

de 2012 e foi criada por duas irmãs gémeas, Ana e Célia. Surge da união e

gosto por duas áreas complementares: a moda e a comunicação. É dessa junção que nasce a Mily Kin Kun, uma sandália

abotinada que calça através de uma pequena tira de velcro que fica junto ao

tornozelo.

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rigor e bom gosto, para que cada cliente se sinta especial e única, como a mala

que carrega.

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O Peixe em Lisboa afir-mou-se, em quase uma década de existência, como um dos festivais gastronómicos de referência de Portugal, possivelmente o mais

importante da capital do país. Edição após edição, são vários os chefs portugueses e estrangeiros com estrelas Michelin que marcam presença, para deleite das cente-nas de pessoas que se deslocam ao evento, em plena Praça do Comércio (Terreiro do Paço). No meio de tanta pompa, seria difícil prever que o carapau tivesse um lugar de destaque na edição deste ano, entre os dias 7 e 17 de abril.

O próprio presidente da Câmara Mu-nicipal de Lisboa atesta o grau de impro-babilidade deste facto: “Se há uns anos nos dissessem que o carapau seria alvo de destaque num evento gourmet, todos nós estranharíamos”, indicou na apresentação do festival, no salão nobre dos Paços do Concelho, o espaço que dá acesso à varanda onde em 1910 foi proclamada a República.

Durante esta espécie de proclamação do trachurus trachurus (denominação cientí-fica do carapau), o autarca considerou que, apesar de esta espécie não ser cronicamen-te tão categorizada como a maioria das ou-

tras, “a sua valorização é possível, à imagem do que tem acontecido com a cavala”.

Nos anos mais recentes, por via de ações de promoção feitas por entidades como a Docapesca, com a colaboração de nutricio-nistas, chefs e outros profissionais ligados ao mundo da cozinha, a cavala tem ganho

espaço na gastronomia portuguesa. O Peixe em Lisboa também contribuiu para este processo, ao dar-lhe palco em edições recentes do festival.

Este ano, o carapau será o tema prin-cipal de uma tertúlia, marcada para a tarde de dia 12 (no auditório do festival),

ASTRONOMIAG

Depois da cavala, e numa época em que a sardinha é escassa, chegou a vez do carapau ser alvo de iniciativas com vista à sua valorização comercial. O festival gastronómico lisboeta que glorifica o peixe convida chefs portugueses de nomeada a apresentarem

novas formas de confeção do trachurus trachurus.

CARAPAU EM DESTAQUE NO PEIXE EM LISBOA

Marlene Vieira, Miguel Castro e Silva e Paulo Morais, os chefs portugueses encarregues de valorizar o carapau

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www.revistaport.com 35

batizada com o nome de uma expressão tipicamente portuguesa, “Carapaus de Corrida” (ver origem na caixa). Durante a sessão, os chefs portugueses Miguel Castro e Silva, Paulo Morais e Marlene Vieira, responsáveis por alguns dos restaurantes mais conceituados de Lisboa, vão apresentar novas formas de confeção deste peixe.

Posteriormente, na tarde de dia 17, que marca o encerramento do Peixe em Lisboa, o chef Mário Rolando, um dos principais especialistas portugueses na área do pão, vai apresentar um produto do qual até hoje poucos ouviram falar, uma Bola de Carapau. “Os presentes terão oportunidade de a provar e até levar para casa”, revelou Duarte Calvão, diretor do Peixe em Lisboa, também na apresentação do festival.

“Numa época em que a sardinha está a passar por um momento mais difícil e não pode ser pescada, e a cavala já entrou na moda, fruto de um trabalho de implementação, agora é importante puxar pelo valor comercial do carapau”, considerou o responsável, em jeito de conclusão sobre a temática.

Com um tratamento tão particulari-zado, ninguém se atreverá a afiançar que “o carapau é para o gato”, como em tem-pos foi costume entre os portugueses. É caso para dizer que na edição deste ano do Peixe em Lisboa, o trachurus

trachurus nunca se sentirá jaquinzinho, mas sim um chicharro, ou seja, um cara-pau de grande dimensão.

Conjunto de chefs repletos de estrelas

Para além da ode ao carapau, a 9.ª edição do Peixe em Lisboa contará com a estreia no festival da espanhola Elena Arzak, do italiano Pino Cuttaia e do hispano-brasileiro Diego Gallegos, três chefs internacionais com oportunidade para demonstrarem as competências na confeção de pratos de peixe que já lhes valeram várias distinções.

Só a espanhola, filha de um nome lendário da gastronomia mundial (Juan Maria Arzak), pode gabar-se de osten-tar três estrelas Michelin. Pino Cuttaia tem duas e Diego Gallegos outra.

Entre os chefs portugueses, destaque para o mais recente estrela Michelin português, Rui Silvestre. Henrique Sá Pessoa, Vítor Sobral, José Avillez, Kiko Martins e Alexandre Silva são outros rostos nacionais conceituados que mar-cam presença.

Nuno Mendes, que faz carreira em Londres há dez anos, regressa ao fes-tival: “Temos que manter esta ligação com os chefs portugueses que nos representam tão bem lá fora”, justificou Duarte Calvão.

Sendo os portugueses os maiores consumidores de peixe da União Europeia (os terceiros à escala global), fazia todo o sentido que a capital do país organizasse um festival como este. Mais inesperado seria que o carapau ganhasse tanto destaque por entre tão distinto cardápio.

CARAPAU EM DESTAQUE NO PEIXE EM LISBOA

ENTRE 7 E 17 DE ABRIL, NINGUÉM SE ATREVERÁ A DIZER QUE “O CARAPAU É PARA O GATO”, COMO EM TEMPOS FOI COSTUME ENTRE OS PORTUGUESES

De onde partiu o “carapau de corrida”?A expressão é conhecida da gene-ralidade dos portugueses, mesmo daqueles que partiram há várias décadas para destinos distantes, mas mais difícil é que saibam a sua origem, até porque a própria é incerta. Mas apesar de não haver documentação que o comprove, o mais provável é que o “carapau de corrida” tenha partido das lotas. Mesmo sendo um peixe que é rápi-do, acaba apanhado nas redes de pesca, chegando assim às vende-doras. Estas encontraram assim um excelente exemplo para evidenciar que mesmo os melhores, ou os que se acham melhores, podem acabar por ser apanhados ou desmasca-rados.

Outra versão alega que a expres-são pode ter surgido nos leilões invertidos, também praticados nas lotas. O peixe de maior qualidade era vendido em primeiro lugar e para o fim ficavam os peixes menos valorizados. Conta-se que as peixei-ras que compravam esse peixe de fim da lota, iam a correr até à vila, para tentarem chegar ao mesmo tempo que as primeiras peixeiras e assim enganar os clientes, venden-do o peixe ao mesmo preço que as outras. Só que alguns fregueses percebiam que aquele era... “carapau de corrida”, um peixe de menor quali-dade.

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GASTRONOMIA

No leque de concelhos que fazem parte da zona da Grande Lisboa, Vila Franca de Xira possui características peculiares. O concelho res-

pira uma cultura ligada à trilogia Toiro, Campino e Lezíria. Também incontor-nável é a ligação ao rio Tejo, como o confirma a cozinha rica em pratos de peixe.

Os pescadores vila-franquenses ha-bituaram-se a pescar espécies como sáveis, enguias, barbos e linguados. Mas foi o saboroso sável que mais atraiu as populações locais. Os próprios romanos que ocuparam a região já o cozinhavam.

Uma das receitas mais típicas que inspi-rou é a Açorda de Sável. Devido à ação do Homem, este peixe, como outros

RECEITA

AÇORDA DE SÁVEL

oferecidos pelo Tejo e seus afluentes, já não abunda, mas a tradição gastronó-mica mantém-se.

A açorda é o acompanhamento clássico do sável frito, cujas postas são para fritar e a cabeça, rabo e ovas são aproveita-dos para preparar esta apreciada espe-cialidade da cozinha ribatejana. A época de confeção é precisamente a atual, a primavera, antes da desova do sável.

Ingredientes: • 1 kg de sável• 7 dentes de alho• 1 ramo de coentros• 1 dl de azeite• 240 g de pão duro• 1 l de água• Sal• Vinagre

Modo de preparação:

1. De véspera, corta-se o sável às pos-tas e tempera-se com sal, um golpe de vinagre e um dente de alho picado.

2. Cozem-se a cabeça e as ovas de sável. Coa-se a água de cozer o peixe. À parte, picam-se os dentes de alho e os coentros.

3. Num tacho, leva-se ao lume a água da cozedura do sável, o azeite, os dentes de alho e os coentros. Deixa-se ferver e deita-se o pão cortado às fatias, que ferve até enxugar.

4. Serve-se em travessa, com as ovas desfeitas por cima e o sável frito à volta.

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www.revistaport.com 37

Loja das Conservas inaugura primeira loja no estrangeiro

A Loja das Conservas, espaço que agrupa os produtos de 19 empre-sas conserveiras portuguesas , inaugurou, a 26 de março, a pri-meira loja fora de Portugal, em Macau. Localizada no centro da cidade (perto das turísticas Rua da Felicidade e Avenida Almeida Ribeiro), trata-se também do pri-meiro espaço no exterior do con-tinente europeu, dado que esta iniciativa já conta com “corners” dentro de lojas em cidades como

Paris e Viena. Há alguns anos que Macau importa conservas de peixe portuguesas, com destaque para a sardinha. No novo espaço existem latas de muitos outros produtos (cerca de 300 referências), como bacalhau, lulas, mexilhões, salmão ou peixe-espada preto. A abertura de uma loja em Hong Kong e de “corners” em Bruxelas, Londres, Praga ou Barcelona, são novos projetos em perspetiva para o pro-jeto Loja das Conservas.

Breves

Rocha Vieira é o primeiro português a somar três estrelas Michelin

Jovem Pedro Almeida lidera cozinha em Macau

Japoneses acreditam que vinho verde é ideal para acompanhar sushi

Três restaurantes, uma estrela Michelin em cada. O restaurante Costes Downtown, inaugurado pelo chef Miguel Rocha Vieira, há menos de um ano, em Buda-peste, recebeu a sua primeira estrela, juntando-se assim ao Costes Restaurant, do mesmo português, que recebeu a 7.ª distinção consecutiva. De resto, este segundo estabelecimento está eterniza-do na história da gastronomia húngara por ter sido o primeiro do país a entrar no Guia Michelin. A estas duas estrelas, Rocha Vieira soma uma terceira, ao ser-viço do restaurante português Fortaleza do Guincho, em Cascais, no qual é chef principal desde agosto do ano passado.

Tem apenas 23 anos, mas no início do ano partiu de Chaves para Macau, com uma proposta para ser chef principal do Restaurante A Toca, que se dedica à gas-tronomia portuguesa. Em declarações ao Jornal Tribuna de Macau, Pedro Almeida considera que tomou uma “decisão acer-tada”, ao aceitar o convite para emigrar que lhe chegou via Facebook, “através de uma página composta por chefs de cozi-nha e da qual sou administrador”. Depois de ter trabalhado no conceituado hotel Vidago Palace, a oriente lidera uma cozi-nha com mais dois cozinheiros, apesar de até ser o mais novo dos três.

Seis importadores japoneses estiveram em Portugal a familiarizarem-se com o vi-nho verde, de forma a levá-lo para o país nipónico. Estes profissionais acreditam que este produto português é quase tão perfeito como saqué para acompanhar refeições de sushi, devido a característi-cas como a frescura, a leveza e o aroma. Em sentido inverso, este mês mais de 30 produtores portugueses viajam ao Japão para conhecerem esse mercado que no que toca ao consumo de vinho ainda é considerado emergente.

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NNa contagem decres-cente para o EURO 2016, Portugal vai conhecendo cada vez mais pormenores que vão marcar a presença da seleção portuguesa

no maior evento futebolístico do ano. Depois do nome dos adversários na fase de grupos, foi a vez de serem tornados públicos os equipamentos a utilizar na 7.ª fase final de um Europeu disputada pela “Equipa das Quinas”.

O vermelho continua a ser a cor predominante da camisola principal, com a novidade de ser dividido em dois diferentes tons, com as mangas mais escuras do que o tronco. Os calções serão vermelhos, pelo 3.º Europeu con-secutivo, ou seja, desde o EURO 2008.

A principal mudança está nas meias, que ineditamente serão verdes. A “cor da esperança” também predomina no equipamento alternativo, tanto na camisola como nos calções, o que tam-bém se trata de uma novidade.

As duas novas “peles” da seleção portuguesa foram estreadas a 25 de março, no jogo de preparação contra a Bulgária, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria. A estreia não foi a

melhor, com uma derrota surpreenden-te, por 0-1, na qual até Cristiano Ronal-do falhou um penalty. Mas como todo o português sabe, “o primeiro milho é para os pardais”… .

ESPORTOD

A PELE DASELEÇÃO PORTUGUESA

NOS EUROPEUSA “Equipa das Quinas” apresentar-se-á nos relvados franceses com o

vermelho a predominar no equipamento principal, com a principal novidade a ser a cor das meias. A estreia não foi a melhor, com derrota no “amigável”

contra a Bulgária, mas a história desta nova pele ainda só está no início.

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www.revistaport.com 39

PORTUGALNOS EUROPEUS

DE FUTEB L

UEFA 84 - FRANÇA

EURO 96 - INGLATERRA

EURO 2004 - PORTUGAL EURO 2008 - ÁUSTRIA / SUÍÇA

EURO 2012 - POLÓNIA / UCRÂNIA EURO 2016 - FRANÇA

EURO 2000 - BÉLGICA / HOLANDA

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DESPORTO

O médio do Benfica foi o terceiro jogador de 18 anos a ser lançado por Fernando Santos na seleção AA, depois de Rúben Neves e Gon-çalo Guedes, e ficou apenas a um mês de superar Cristiano Ronaldo como o mais jovem a estrear-se no século XXI. Quando vestiu a cami-sola portuguesa para defrontar a Bulgária, a 25 de março, em Leiria, Renato Sanches tinha 18 anos e sete meses. Cristiano Ronaldo foi lançado por Luiz Felipe Scolari a 20 de agosto de 2003, em Chaves, contra o Cazaquistão, com apenas 18 anos e seis meses.

1.º - Luís Figo

1272.º - Cristiano Ronaldo

124*3.º - Fernando Couto

1104.º - Nani

94*4.º - Rui Costa

94*ainda no ativo

O sorteio da fase final do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vai ter lugar a 14 de abril, no Maracanã, estádio emble-mático que vai receber a final desta competição a 19 de agosto. Portugal partirá para o Brasil como uma das favoritas à medalha de ouro, entre as 16 finalistas, fruto do estatuto alcançado no último campeonato da Europa de sub-21, no qual alcançou a final. Recorde-se que o torneio olímpico de futebol é disputado por seleções nacionais sub-23, que po-dem convocar três jogadores acima desse escalão etário.

Nani iguala internacionalizações de Rui Costa

Renato Sanches a um mês de Cristiano Ronaldo

Seleção olímpica conhece adversários este mês

Os cinco mais utilizados

Breves

O extremo que atualmente representa os turcos do Fenerbahce está à porta do pódio de jogadores com maior número de jogos com a camisola da seleção A A de Portugal. Na vitória contra a Bélgi-ca (2-1), a 29 de março, Nani cumpriu a 94.ª internacionalização, igualando Rui Costa no 4.º lugar deste ranking. À sua frente, agora tem apenas Luís Figo (127 internacionalizações), Cristiano Ronaldo (124) e Fernando Couto (110). Na partida contra a formação belga, o jogador formado no Sporting marcou o golo que inaugurou o marcador, 18.º com a “camisola das Quinas”.

Cidade do Futebol, o novo centro de estágios da FPF

O Sporting e o FC Porto já têm um centro de estágios desde 2002, mas a seleção nacional de futebol sempre teve que “andar com a casa às costas”, parafraseando Fernando Santos. Essa prática chegou ao fim, dado que a 31 de março foi inaugu-rada a Cidade do Futebol, em Oei-ras, que inclui três campos relvados, entre muitas outras infraestruturas.

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Os portugueses Éder e Rony Lopes são dois dos jogadores que os adeptos do Lille desejam ver com a Taça da Liga francesa nas mãos. Na final

marcada para a noite de 22 de abril, no Parque dos Príncipes, em Paris, o clube do norte de França terá a difícil tarefa de contrariar o claro favoritismo do seu oponente, o PSG.

Os dois jogadores chegaram ao Lille no mercado de inverno, por empréstimo do Swansea (Éder) e do Mónaco (Rony), em busca de mais minutos de utiliza-ção. A aposta tem-se revelado acertada, principalmente para o ponta-de-lança, que normalmente faz parte do onze titular. Tem correspondido com alguns golos, que celebra com uma luva branca, para simbolizar a popular expressão portuguesa que manda calar os críticos.

Tanto um como outro são possíveis opções para as duas principais competi-ções que as seleções portuguesas de fu-tebol vão disputar no verão. Éder sonha ser um dos pontas-de-lança incumbidos

por Fernando Santos de marcar golos no EURO 2016, Rony espera que Rui Jorge o chame para os Jogos Olímpicos.

Numa temporada em que o Lille tem rubricado um campeonato dis-creto, a final da Taça da Liga apresen-ta-se como a principal montra para os dois futebolistas. A tarefa não é fácil, já que do outro lado está o clube que atualmente detém a hegemonia do futebol francês.

Suceder ao “Ciclone dos Açores”

O percurso interno do PSG na presente temporada permitiu-lhe bater recordes não só do país, como dos principais campeonatos euro-peus. Sagrou-se tetracampeão a oito jornadas do fim, batendo os recordes do Bayern de Munique (2013/2014) e do Benfica (1972/1973), que haviam sido campeões com sete jornadas de antecedência.

Na Taça da Liga, o PSG procura o 3.º título consecutivo, o 6.º desde que a competição foi criada na temporada 1994/1995. Há um português que faz parte desta história, Pedro Pauleta, que em 2007/2008 foi decisivo para o clube parisiense vencer o troféu, mar-cando inclusivamente na final.

Antes disso, na temporada 2001/2002, o “Ciclone dos Açores” já havia ganho a competição ao serviço do Bordéus. Éder e Rony Lopes procu-ram juntar os seus nomes aos de Pau-leta como os únicos portugueses que venceram a Taça da Liga francesa.

ÉDER E RONY LOPES TENTAM “ROUBAR”

TAÇA DA LIGA AO PSGOs dois futebolistas do Lille procuram juntar os seus nomes aos de Pauleta como os únicos portugueses que venceram a versão francesa desta prova. A final é a maior montra para se mostrarem a Fernando Santos e Rui Jorge

antes das grandes competições do verão.

A luva branca de Éder pode aparecer a 22 de abril

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES42

DESPORTO

Os alunos da Dragon Force Toron-

to - Bradford, a primeira escola de

formação de futebolistas inaugurada

pelo FC Porto no Canadá, visitaram

a Cidade Invicta. Na primeira viagem

a Portugal para a maior parte destes

jovens canadianos e lusodescenden-

tes, conheceram locais como a zona

da Ribeira e o Estádio do Dragão,

desde o relvado ao museu portista.

Por entre treinos e jogos, até tiveram

oportunidade para tirar fotografias

com internacionais portugueses co-

mo André André e José Sá.

Dragõezinhos de Toronto

conheceram Porto

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Depois de muita intriga sobre qual seria o futuro de Sébastien Loeb após ter deixado as provas de WTCC (campeonato do

mundo de Turismos), o piloto francês escolheu o rallycross como a modali-dade à qual se dedicará na temporada automobilística de 2016. Isto signi-fica que Portugal tem as honras de apadrinhar esta estreia, uma vez que a primeira prova se realiza em Montale-gre, entre 15 e 17 de abril.

O piloto com maior número de títulos mundiais de rally (nove títulos WRC, ganhos consecutivamente entre 2004 e 2012), competirá assim pelo segundo ano competitivo numa loca-lidade transmontana, depois de, em ju-lho de 2015, a temporada WTCC o ter levado ao circuito urbano de Vila Real. Na altura, ficou em 2.º na primeira das duas corridas vila-realenses, tendo abandonado na segunda, sempre ao

volante de um Citroen, a marca à qual também havia sido fiel no WRC.

Em Montalegre e em todo o campeo-nato do mundo de rallycross, Loeb vai competir ao volante de um Peugeot 208 WRX, da equipa Team Peugeot--Hansen. Trata-se do segundo desafio que o piloto francês enfrenta ao volan-te de um Peugeot, depois de no início do ano se ter estreado num veículo da mesma marca no Dakar, cuja classifi-cação liderou por alguns dias, até ter sido forçado a abandonar.

Reencontro com Solberg mostra o Barroso ao mundo

Curiosamente, na nova modalidade Loeb terá oportunidade de competir contra Petter Solberg, o campeão do

mundo de rally em 2003, o último ano antes do início da saga recordista do imparável francês. O veterano norue-guês venceu as duas primeiras edições do campeonato do mundo de rally-cross, em 2014 e 2015, sendo que um dos triunfos na temporada inaugural foi precisamente em Montalegre.

No ano passado, os milhares de es-petadores que se deslocaram à capital do Barroso, sobretudo portugueses e espanhóis, assistiram à vitória do sueco Johan Kristoffersson, precisa-mente à frente de Solberg. É já este mês que os milhares e milhares de fãs destes pilotos colocarão os olhos em Montalegre para averiguarem se Loeb continua imparável em terrenos que misturam partes em gravilha com outras em asfalto.

O icónico recordista de títulos mundiais em rally estreia-se este mês no campeonato do mundo de rallycross. A primeira prova é em Portugal, um regresso do francês a Trás-os-Montes.

Sébastien Loeb troca Vila Real por Montalegre

O piloto francês com o carro que estreará em Portugal

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DESPORTO

Nunca houve tantas jovens basquetebolistas de naciona-lidade portuguesa nos pavi-lhões dos Estados Unidos da América como na atualidade.

Chegar à WNBA (a versão feminina da NBA) é o sonho de oito jogadoras nacio-nais que atuam em equipas universitárias americanas, da costa este à oeste. Tanto potencial faz com que uma destas jovens, a alenquerense Simone Costa, admita o despontar da “geração de ouro” do basquetebol feminino português.

“Acredito que a seleção principal vai ter, nos próximos anos, muita ajuda deste novo grupo de jogadoras, o que vai melhorar a prestação portuguesa nos campeonatos da Europa”, perspetiva a jogadora de apenas 20 anos, que na pri-meira etapa nos Estados Unidos evoluiu com a camisola número 24 das Indepen-dence Pirates, no Kansas.

Noutros estados dos EUA, da Florida à California, evoluem as compatriotas Luiana Livulo, Chelsea Guimarães,

SIMONE COSTA E A “GERAÇÃO DE OURO”

QUE EVOLUI NOS EUAPortugal nunca foi uma potência desportiva no que ao basquetebol feminino diz respeito,

mas uma nova vaga de jogadoras perspetiva boas notícias na modalidade. Simone Costa é uma das oito portuguesas que nos últimos anos foram driblar e encestar

para pavilhões ao estilo retratado por Hollywood.

TEXTO: LUÍS CARLOS SOARES

“ACREDITO QUE A SELEÇÃO PRINCIPAL VAI TER, NOS PRÓXIMOS ANOS, MUITA AJUDA DESTE NOVO GRUPO DE JOGADORAS, O QUE VAI MELHORAR A PRESTAÇÃO PORTUGUESA NOS CAMPEONATOS DA EUROPA”

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Maria Kostourkova, Laura Ferreira, Ca-rolina Bernardeco, Joana Soeiro e Jéssica Almeida. Carolina Bernardeco joga e estuda na equipa da Old Dominion, no estado de Virginia, a universidade que em 1994 acolheu uma jovem de 19 anos que, em 2005, seria a primeira portuguesa (e até agora a única) a vencer a WNBA. O seu nome é Ticha Penicheiro.

Simone justifica o crescimento desta nova geração com “o trabalho desen-volvido durante anos pelos centros de treinos, que passaram a ter melhores condições de trabalho, e pelos treinado-res, que passaram a dar treinos bidiários e treinos individuais”.

Para que muitas jogadoras portugue-sas tenham conquistado bolsas de estudo no estrangeiro, a alenquerense considera que foi determinante “o facto de a nossa geração ter conseguido subir à divisão 1 no campeonato da Europa, o que deu uma grande visibilidade e abriu portas”.

Reproduzir o exemplo Ticha Penicheiro

Apesar de toda a evolução, o basque-tebol em Portugal ainda está a anos-luz dos Estados Unidos, o país hegemónico na modalidade, tanto a nível masculino como feminino. Os filmes gravados em Hollywood retratam o desporto jovem americano, principalmente a nível

universitário, com equipas que disputam provas bastante competitivas perante bancadas repletas de público.

Simone Costa confirma que estes filmes transparecem a realidade: “O bas-quetebol universitário é muito apreciado, com todos os estudantes da faculdade a assistirem aos jogos, que dão sempre na televisão”. Os olheiros estão perma-nentemente atentos, “o que faz com que quem esteja numa boa universidade tenha uma probabilidade muito elevada de ser recrutado para as ligas profissio-nais”, explica.

No início do próximo ano letivo, a alen-querense já tem prevista a transferência da Independence Community College [a “community college” é uma tipologia de escola que, durante dois anos, faz a transi-ção entre o ensino secundário e o superior] para uma universidade, onde continuará a estudar relações internacionais.

Prepara-se assim mais um passo im-portante na carreira escolar e desportiva

de uma jovem que antes de atravessar o Atlântico já se havia sagrado campeã nacional e ganho a Taça de Portugal, pelo Algés e Dafundo. Também chegou a repre-sentar o Benfica, depois de dar nas vistas ao serviço do Alenquer Basket Clube.

Voltar a representar um clube portu-guês é uma tarefa adiada, dada a priorida-de em vingar nos Estados Unidos. Mais fácil será vestir a camisola da seleção nacional. O exemplo já foi dado por Ticha Penicheiro, a referência máxima para Si-mone Costa e a nova “geração de ouro”.

SIMONE COSTA TEM EVOLUÍDO NO ESTADO DO KANSAS, MAS HÁ BASQUETEBOLISTAS PORTUGUESAS DA FLORIDA À CALIFÓRNIA

Simone Costa com Ticha Penicheiro

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Eu vim para Inglaterra em outubro de 2014 através de uma oportunidade de estágio remunerado na minha área e por cá tenho continuado até à data. Na altura estava a frequentar

o mestrado de Marketing na Univer-sidade de Aveiro, e encontrava-me de-sempregada há praticamente um ano.

Tinha conhecimento de uma entidade que promovia estágios remunerados no Reino Unido, por intermédio de um amigo que também tinha começado carreira no estrangeiro desta forma. Como não tinha nada a perder, decidi candidatar-me.

O contacto aconteceu praticamente de imediato, fui entrevistada por Skype quer pela entidade intermediária, quer pela empresa que me recrutou. No espaço de uma semana tinha a resposta de que uma nova experiência me aguar-dava daí a um mês e meio. Foi então altura de comprar a viagem (só de ida) e mentalizar-me que uma nova etapa estava prestes a começar.

Eu já tinha tido a oportunidade de fazer um estágio fora antes, mas na altura foram apenas três meses, e em Espanha.

Já estava a contar com as dificuldades de adaptação, sobretudo por causa do clima (que ainda é o que mais me custa), mas como se costuma dizer em bom português, “não há bela sem senão”, e a vontade de conseguir uma boa oportu-nidade profissional fez-me encarar tudo com a maior positividade possível.

No final dos seis meses de estágio já ti-nha conseguido o primeiro contrato de trabalho e desde o primeiro dia nunca estive sem trabalhar, e o que é ainda mais fantástico (sobretudo porque nos cerca de dez anos em que trabalhei em Portugal, a maior parte deles foi em tudo menos Marketing) sempre direta-mente na minha área.

Se ainda me custa, claro que sim... Se tenho saudades, muitas... Dos pais, dos amigos, de falar na minha própria língua, do café expresso que aqui não existe, da nossa comida fantástica e do sol quase diário. Mas por outro lado, em Portugal paga-se um preço demasiado alto por todos esses benefícios.

Para podermos usufruir do nosso próprio país temos que abdicar de fazermos aquilo que gostamos, de ter boas condições de trabalho, de sermos tratados com respeito pelas chefias, e receber um salário que nos permite chegar ao fim do mês sem ter que “con-tar os tostões”.

Se gostava de voltar ao meu país, sem dúvida que sim... Mas para já não me imagino a ter que “sobreviver” novamente com os 600€ mensais que recebia no meu último trabalho em Portugal, isto claro, antes de ter ficado desempregada em conjunto com uma série de outros colegas, porque no final dos contratos a empresa não tinha ca-pacidade de nos passar para os quadros.

Por isso, por mais que tenha muitas saudades, voltar sim, sempre que possí-vel, mas pelo menos para já, só mesmo de férias!

Vânia Pinho tem 33 anos e é natural de Oliveira de Azeméis. Estudou e viveu em Coimbra grande parte da sua vida, mas foi em Inglaterra que encontrou o

sucesso profissional que procurava. Atualmente trabalha como Coordenadora de Marketing numa empresa de serviços em Bracknell, a 50 quilómetros de Londres.

Quando o sol não chega para ser feliz...

“TENHO SAUDADES DOS PAIS, DOS AMIGOS, DE FALAR NA MINHA PRÓPRIA LÍNGUA, DA NOSSA COMIDA FANTÁSTICA E DO SOL QUASE DIÁRIO. MAS EM PORTUGAL PAGA-SE UM PREÇO DEMASIADO ALTO POR TODOS ESSES BENEFÍCIOS”

ISCURSO DIRETOD

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