PORT.COM - Edição nº 18 - Maio de 2016

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2016 . Nº 18 . MAIO . REVISTA MENSAL . PREÇO: 3,50€ www.revistaport.com Visite o site www.revistaport.com e fique mais perto de Portugal + “General Sem Medo” dá nome ao Aeroporto de Lisboa HUMBERTO DELGADO Financia o ensino de Língua Portuguesa MACAU Paris expõe “o maior segredo da arte moderna” AMADEODESOUZA-CARDOSO BOMBEIROS DE PORTUGAL INSTITUIÇÃO de HERÓIS

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2016 . Nº 18 . MAIO . REVISTA MENSAL . PREÇO: 3,50€ www. rev i s tapo r t .co m

Visite o site www.revistaport.com e f ique mais perto de Portugal+

“General Sem Medo” dá nome ao

Aeroporto de Lisboa

HUMBERTO DELGADO

Financia o ensino de Língua

Portuguesa

MACAU

Paris expõe “o maior segredo da arte moderna”

AMADEO DE SOUZA-CARDOSO

B O M B E I R O S D E P O R T U G A L

INSTITUIÇÃOde HERÓIS

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www.revistaport.com

SUMÁRIO

Amadeo de Souza-Cardoso

43 P40

Feira do Azeite e do Vinho de Murça

4 EDITORIAL

COMUNIDADES5. Macau dá dinheiro a quem promova a língua portuguesa

8. Governo anuncia 30 novos Gabinetes de Apoio ao Emigrante12. Flávio Martins eleito presidente do Conselho Permanente do CCP

15. Desfile da Semana de Portugal em Toronto vai despedir-se de “Little Portugal”

16 HISTÓRIAHumberto Delgado dá nome ao Aeroporto de Lisboa

18 NEGÓCIOSCinco maiores tecnológicas mundiais interessadas em Portugal

ESPECIALBOMBEIROS DE PORTUGAL

21. PORT.COM lança campanha internacional de apoio aos bombeiros portugueses

25. A Liga dos Bombeiros Portugueses26. Entrevista a Jaime Marta Soares,

presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses30. Campanha em defesa da floresta arranca com a Caixa34. Bombeiras: cada vez mais, nas tarefas mais variadas

38 TURISMOFundão promove atividades turísticas em torno da cereja

GASTRONOMIA40. Azeite e vinho celebrados na terra da Porca

42. Maçã portuguesa chega à cerveja

43 CULTURAAmadeo de Souza-Cardoso:

Paris expõe “o maior segredo da arte moderna”

48 DESPORTOOs 23 dos treinadores portugueses no estrangeiro

54 DISCURSO DIRETOO mundo é pequeno, a China não

Cereja do Fundão

38

Maçã portuguesa é preferida por bebidas

nacionais

42

EURO 2016As escolhas dos

nossos treinadores no estrangeiro

DESTAQUE21

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4 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

Maio dá início à época do ano em que os bombeiros portugueses focam a sua atividade no com-bate aos incêndios f lorestais. Isto significa a entrada do período que a Autoridade Na-cional da Proteção Civil define

como DECIF (Dispositivo de Combate a Incên-dios Florestais). Esta informação, desconhecida da generalidade dos portugueses, é explicada pelo grande entrevistado desta edição da Revista PORT.COM, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares.

A entrevista surge no enquadramento de uma das maiores ini-ciativas PORT.COM para o ano 2016. Pela primeira vez, fazemos uso da nossa proximidade para com as comunidades portuguesas no estrangeiro para lançar uma campanha de recolha de donativos em benefício das corporações de bombeiros mais carenciadas de equipamentos, cujos preços são avultados.

Para além dos bombeiros, nesta edição também são destacadas grandes figuras da História de Portugal, agora homenageadas de diferentes formas, como Humberto Delgado e Amadeo de Souza-Cardoso.

A primeira reunião em sessão plenária do Conselho das Comu-nidades Portugueses (CCP) desde março de 2011 teve lugar em Lisboa, no final de abril. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, aproveitou a oportunidade para reforçar as prioridades do Governo de Portugal para as comunidades, as quais já haviam sido anteriormente reveladas à Revista PORT.COM por José Luís Carneiro.

No mês em que são conhecidos os nomes dos 23 futebolistas que vão representar o país no EURO 2016, convidámos treinadores portugueses no estrangeiro a vestir a pele de Fernando Santos.

Saiba mais nas próximas páginas da “Revista de Portugal e das Comunidades”.

EDITORIAL

LUÍS CARLOS SOARESCoordenador Editorial

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REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES

Edição Mensal - Maio 2016www.revistaport.com

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DIREÇÃO Abílio Bebiano

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REDAÇÃO Luís Carlos Soares, Márcia de Oliveira,

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EDIÇÃO PAPEL: Maio 2016

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www.revistaport.com 5

O Gabinete de Apoio ao En-sino Superior (GAES) de Macau vai disponibilizar um fundo de 2,5 milhões de patacas (perto de €280

000) para financiar projetos de institui-ções de ensino superior que promovam a língua portuguesa. O orçamento foi revelado pelo coordenador do GAES, Sou Chio Fai, à margem da Conferência Internacional sobre Ensino e Aprendi-zagem de Português como Língua Es-trangeira, que decorreu no mês passado na Universidade de Macau.

Numa nota de imprensa, publicada poucos dias antes, o GAES havia indi-cado que o projeto de financiamento especial foi bem-recebido pelas seis instituições que integram o grupo de trabalho sobre formação de quadros bi-lingues qualificados nas línguas chinesa e portuguesa.

O financiamento abrange projetos de investigações científicas, fóruns ou seminários, realizados, em conjunto, entre instituições de ensino superior de Macau, interior da China, região Ásia-Pacífico e países de língua portuguesa. O fundo deverá ainda apoiar projetos de formação e de intercâmbio, assim como

versar sobre a publicação de obras aca-démicas ou sobre o estudo e compilação de materiais didáticos.

Sou Chio Fai explicou que o valor “não é muito grande”, porque se trata de um “projeto-piloto” delineado para “in-centivar a colaboração entre universida-de e instituições de ensino superior de Macau, da República Popular da China e dos países lusófonos na promoção da língua portuguesa”.

Na República Popular da China já há mais de 30 universidades que ensinam português, entre licenciaturas e ca-deiras opcionais. Transformar Macau num centro de formação de língua portuguesa na região da Ásia-Pacífico figura como uma das traves-mestras da ação governativa do governo ma-caense para este ano.

MACAU DÁ DINHEIROA QUEM PROMOVA A LÍNGUA PORTUGUESA

OMUNIDADESC

O fundo destina-se a projetos de instituições de ensino superior. O governo macaense pretende transformar a região chinesa num centro

de formação do idioma Português na região da Ásia-Pacífico.

O manual de ensino “Português Glo-bal”, publicado pelo Instituto Politéc-nico de Macau (IPM) em três volumes, vai chegar em agosto ao interior da China, depois de um inédito acordo firmado com uma editora de Pequim, a Commercial Press. Existe ainda uma forte possibilidade de o manual que ensina a língua portuguesa a macaen-ses ser disponibilizado na Internet, ainda este ano, também através de uma empresa chinesa.

A Conferência Internacional sobre Ensino e Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira, realizada em abril em solo macaense, apadri-nhou a criação da Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia (AELPA). Composta sobretudo por professores e investigadores da “Língua de Camões” que vivem no Ex-tremo-Oriente, a nova associação tem como sede a Universidade de Macau.

Manual de ensino chega ao interior da China

Nova associação para promover o idioma

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES6

A Universidade de York, em Toronto, Canadá, anunciou no final de abril o vencedor da primeira edição do prémio “Portuguese Gives You Wings”, que

distingue o melhor aluno inscrito na dis-ciplina de iniciação à língua portuguesa. Christian Araujo, um jovem de origem hispânica, atualmente a completar uma licenciatura em Ciências Políticas, foi o aluno agraciado com uma viagem aos Açores, oferecida pela SATA – Azores Airlines.

O prémio tem como objetivo reconhecer a excelência académica nas aulas de Português, nível básico (POR1000). O Programa de Estudos Portugueses e Luso-brasileiros foi cria-do originalmente em 2008 e atualmen-te conta com 100 alunos no total.

A discipli-na de inicia-

ção ao Português é frequentada 25 alunos. Na turma mais recente deste escalão, Christian foi o aluno que mais se destacou, ao concluir com uma classificação final de A+, a nota mais alta que poderia obter.

O interesse pela língua portuguesa teve início durante um programa de intercâmbio, na Austrália, quando conviveu com estudantes brasileiros, o que lhe despertou interesse pela cultura e pela língua falada no país sul-americano.

A cerimónia da entrega do pré-mio está marcada para 7 de maio, no First Portuguese Canadian Cultural Centre, em Toronto, na sequência das comemorações do Dia da Língua Por-tuguesa e da Cultura na CPLP.

COMUNIDADES

Universidade canadiana premeia melhor aluno de Português com viagem aos AçoresUm jovem de origem hispânica obteve classificação máxima, destacando-se entre 25 alunos. O Programa de Estudos Portugueses e Luso-brasileiros da Universidade de York abrange uma centena de estudantes.

A Comissão de Consultiva de Alunos de Língua Portugue-sa das Escolas Católicas do

Distrito de Toronto realizou, a 23 de abril, uma conferência

intitulada “Descubra a Escola: Desperte o seu Futuro”, na qual debateu a integração dos estu-dantes portugueses no sistema de ensino canadiano. A iniciati-va teve lugar na escola Bishop/Marrocco Thomas Merton. Cria-da em 2012, esta comissão tem o objetivo de contribuir para o sucesso escolar de alunos de

expressão portuguesa, tendo o apoio da Direção Escolar Cató-

lica de Toronto.

Sucesso escolar de alunos portugueses

debatido em Toronto

Oficialmente, há 429 mil portugueses e

lusodescendentes no Canadá, mas calcula-se que existam cerca

de 550 mil, estando a grande maioria localizada na província do Ontário, particularmente em

Toronto. Estima-se que entre 60% a 70% sejam de origem

açoriana.

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3 E 4 de junho porto

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES8

COMUNIDADES

P ortugal vai contar com novos GAE (Gabinete de Apoio ao Emigrante) em mais 30 municípios, juntan-do-se assim aos 102 que já

contam com este serviço. A novidade foi comunicada pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, no II Encontro do Nacional dos GAE, no Convento de São Francisco, em Coimbra.

Os protocolos para a abertura des-ses novos gabinetes vão ser assinados entre julho e agosto, “quando uma grande parte dos emigrantes está em Portugal”, justificou o governante, perante dezenas de pessoas, entre as quais o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o secretário de Estado das Autar-quias Locais, Carlos Soares Miguel, o diretor geral dos Assuntos Consu-

lares e Comunidades Portuguesas, João Maria Cabral, o coordenador dos GAID (Gabinete de Apoio ao Inves-tidor da Diáspora), António Alves de Carvalho, o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, e responsáveis de diversas autarquias do país.

Numa entrevista no início do ano à Revista PORT.COM, José Luís Car-neiro já havia revelado a intenção de

Representantes dos 102 gabinetes já existentes por todo o país reuniram-se em Coimbra, onde foram apresentadas novas dinâmicas para estes espaços, com o objetivo de facilitar a

captação de investimento e a envolvência do poder local.

GOVERNO ANUNCIA 30 NOVOS GABINETES

DE APOIO AO EMIGRANTE

TEXTO: MÁRCIA DE OLIVEIRA

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www.revistaport.com 9

abrir novos GAE. Momentos antes da assinatura oficial dos protocolos, em Coimbra, enumerou alguns dos obje-tivos que já havia anunciado na altura: “Quando regressam, seja permanente-mente ou temporariamente, os nossos emigrantes fazem-no por via da sua freguesia. Daí que seja tão importante este protocolo de criação de gabinetes de nova geração para servir os portu-gueses espalhados pelo mundo”.

A integração da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Fregue-sias (ANAFRE) nestes protocolos dos GAE, assim como “dar vida” aos Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora, foram igualmente destaca-dos pelo membro do Governo.

A partir de agora, estes gabinetes contarão com novas valências e esta-rão relacionados com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Segurança Social e Secretaria dos Assuntos Fiscais, entre outras entidades, de forma a aprovei-tar “o potencial imenso” existente.

No discurso de encerramento, o ministro dos Negócios Estrangeiros af irmou que “os emigrantes foram e são agentes fundamentais da transformação e da modernização socioeconómica do nosso país”, sobretudo “pela sua impor tância para os melhoramentos materiais nas povoações de origem e para as mudanças de valor e compor tamen-tos das respetivas comunidades”.

Aug usto Santos Silva considerou que, hoje em dia, o papel do emi-grante e seus descendentes é o de “ turistas no seu país de origem e investidores, seja nas suas comuni-dades de origem ou nas de acolhi-mento, junto dos mercados que têm ligações com Por tugal ou nos mercados que já não têm ligações com Por tugal”.

Em 2015, os G A E totalizaram 22 236 atendimentos que se traduziram em 2 037 processos, número que, seg undo dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tem v indo a aumentar de ano para ano.

A estrutura dos GAE de “nova gera-ção”, tal como foram apresentados, tem como missão responder a todas as questões inerentes ao regresso, reinserção e saída de território nacio-nal, em todas as suas vertentes: social, jurídica, económica, de investimento, emprego, estudos, etc. Para tal, vai ser também criado um portal dos GAE com informações, contactos, localiza-ção dos diversos GAE e documenta-ção legal para os utentes.

Estes Acordos de Cooperação surgem no sentido de dinamizar as potencia-lidades económicas dos concelhos junto das comunidades portugue-sas, em interação com os restantes departamentos dos outros Ministérios, nomeadamente ligados à economia, ao investimento, à internacionalização, ao turismo e à agricultura.

Numa segunda fase, a médio prazo, o objetivo passa por aproveitar estas estruturas para dinamizar as poten-cialidades económicas dos concelhos junto das comunidades, refere o do-cumento do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Os GAE de nova geração“Os emigrantes fo-

ram e são agentes fundamentais da

transformação e da modernização so-

cioeconómica do nosso país, (…) pela sua impor-

tância para os melhoramentos materiais nas povoações de

origem e para as mudanças de valor e comportamentos das

respetivas comunidades”

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros

“Quando regressam, seja permanentemente ou tempora-riamente, os nossos emigran-tes fazem-no por via da sua freguesia. Daí que seja tão importante este protocolo de criação de gabinetes de nova geração para servir os portugueses espalhados pelo mundo”

José Luís Carnei-ro, secretário de Estado das Comu-nidades Portuguesas

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES10

COMUNIDADES

Consulados mais eficientes

Augusto Santos Silva não foi de meias palavras a descrever a sua opinião quanto à atualidade da rede consular: “Apresenta deficiências muito graves em recursos, que foram muito agravadas nestes anos em que o país esteve sujeito a um progra-ma de ajustamento [financeiro]”.

“As deficiências [de pessoal na rede consular] têm de ser corrigidas gradual-mente, vistas as restrições orçamentais com que nós ainda nos deparamos e, sobretudo, revista a regra que implica que a despesa com pessoal na administração pública seja também muito contida”, sublinhou.

Segundo o ministro, a reparação das carências de pessoal nessa rede “consti-tui a prioridade número um da política de recursos humanos” do MNE, que quer fazer “ajustamentos pontuais”.

Mais emigrantes a votar

A rede consular dispõe de 127 postos consulares em sete dezenas de países de todos os continentes, complementada

pela rede de consulados honorários. Santos Silva afirmou que irá ser mais fácil aceder-lhes com uma simplifi-cação das regras: “Procederemos em 2016 à implementação do novo sistema informático de gestão consular, o que permitirá introduzir no próximo ano o ato único singular”.

No plano da representação política, o ministro referiu que a tarefa mais urgente é o incremento da participação eleitoral das comunidades portugue-sas, sublinhando o baixo recenseamen-to e a baixa participação nas eleições portuguesas na diáspora. Desta forma, Santos Silva anunciou que serão aber-tas mais mesas eleitorais e demonstrou empenho em “remover obstáculos administrativos e burocráticos para a participação eleitoral”.

AS PRIORIDADES DE SANTOS SILVA PARA

AS COMUNIDADESNa cerimónia de abertura da primeira reunião dos novos

representantes do Conselho da Comunidade Portuguesas (CCP), que teve lugar na Assembleia da República, no fim de abril, o ministro dos

Negócios Estrangeiros apontou que as prioridades políticas para as comunidades portuguesas são corrigir “graves deficiências de pessoal”

na rede consular, aumentar a participação política dos emigrantes e simplificar o acesso aos serviços consulares.

Na primeira visita oficial a um território fora da Europa, realizada em meados de abril, ao Brasil, o secretário de Estado das Comu-nidades Portuguesas, José Luís Carneiro, anunciou o reforço das competências dos Consulados Honorários, permitindo que nestes espaços sejam efetuados recen-seamentos e colocadas mesas de voto, com o objetivo de aumentar a participação cívica dos emigran-tes e lusodescendentes.

A título de exemplo, essa medida permite que no estado brasilei-ro de São Paulo, passem a haver mesas de voto nas cidades de Mato Grosso, Campo Grande e Montes Claros. No estado do Rio de Janeiro, a participação cívica por parte das comunidades portu-guesas ficará facilitada em Niterói e Vitória do Espírito Santo. Para além do Brasil, esta novidade será implementada em vários países.

Consulados Honorários vão ter mesas de voto

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES12

Na primeira reunião em sessão plenária do Conselho das Comunidades Portugueses (CCP) desde março de 2011, que teve

lugar em Lisboa no final de abril, os conselheiros eleitos no ano passado escolheram por unanimidade Flávio Alves Martins como presidente do Conselho Permanente do CCP. Isto significa que durante os próximos 12 meses (mandato tem duração de apenas um ano), o conselheiro proveniente do Rio Janeiro será o principal interlocutor do órgão consultivo do Governo para as políticas relativas às comunidades portuguesas no estrangeiro.

Na sessão de encerramento da sessão plenária, na Sala do Senado da Assembleia da República, Flávio Martins, deixou algumas sugestões aos restantes conselheiros: “É necessário que saibamos falar cara a cara aquilo que é preciso. Se queremos consensos, temos que ter uma visão global da comunidade, que interesse não só à comunidade que cada um represente, mas a todas. Queremos um CCP apartidário, autónomo, mas não apolítico. Todos nós sabemos que estamos aqui com uma missão, que é defender os portugueses. Peço aos conselheiros eleitos que não deixem de falar e criticar, porque eu cá estarei para os ouvir”.

O representante deixou ainda recados com outros destinatários: “Não aceitaremos que considerem que haja diferenças entre um português de Lisboa e um português de Macau ou da Argentina. Cabe ao governo português encontrar condições para dar dignidade aos portugueses, onde quer que eles vivam. Também não aceitaremos que a imprensa continue a ignorar as temáticas e os problemas das comunidades”.

O discurso motivou o maior aplauso de uma tarde em que também discursaram figuras como o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, o

secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, e a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino.

COMUNIDADES

FLÁVIO MARTINS ELEITO PRESIDENTE DO CONSELHO PERMANENTE DO CCP

Sessão Plenária do Conselho das Comunidades Portuguesas, na Sala do Senado

Flávio Martins

O conselheiro radicado no Rio de Janeiro indicou na Assembleia da República, em Lisboa, as principais premissas a seguir pelo Conselho das Comunidades Portuguesas durante os

próximos 12 meses.

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www.revistaport.com 13

Alberto João Jardim homenageado pela comunidade portuguesa em Londres

O presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, deslocou-se à cos-ta este dos Estados Unidos da América, no final de abril, onde visitou cidadãos de origem lousanense e associações portuguesas em cidades dos estados do Connecticut (Danbury, Waterbury e Naugatuck), Massachusetts (Fall River) e New Jersey (Newark). Durante a esta-dia, o autarca inteirou-se das atividades quotidianas da comunidade lousanen-se, particularmente numa reunião com o Cônsul Geral Português em Boston, José Rui Velez Caroço.

A associação Movimento Cívico Por-tuguês do Reino Unido organizou a Gala da Comunidade Portuguesa, que teve lugar em Londres, a 24 de abril. Alberto João Jardim foi home-nageado no evento, no qual marcou presença, “pelo trabalho desenvolvi-do na promoção do Arquipélago da Madeira no exterior”.

Segundo a organização, mais de 200 pessoas estiveram presentes, com parte das receitas a reverter para o Centro Comunitário Por-tuguês de Apoio à Comunidade Lusófona. O Movimento Cívico Português no Reino Unido é uma associação fundada pelo conselhei-ro das comunidades António Cunha, com o objetivo de promover eventos de caráter social, cultural, educativo e empresarial.

Autarca da Lousã visita conterrâneos nos Estados Unidos

O partido português inaugurou o seu primeiro núcleo no estrangeiro, em Paris. Para marcar esse momento, Luís Fazenda e Pedro Filipe Soares (na ima-gem), um dos cofundadores e o líder da bancada parlamentar do BE, res-petivamente, deslocaram-se à capital francesa. Na sessão de apresentação

do núcleo estiveram presentes militantes e apoiantes do partido ra-dicados na cidade-luz, assim como re-presentantes de movimentos cívicos e associativos locais, como é o caso dos “Lesados do BES”, “Migrantes Unidos” e “Cidadãos por Bruxelas”.

Bloco de Esquerdajá tem um núcleo em Paris

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES14

COMUNIDADES

Como é sabido, a remu-neração recebida à hora pelos trabalhadores da União Europeia tem grandes discrepâncias entre países. A França e o Luxemburgo, dois dos 28

Estados-membros onde residem comu-nidades portuguesas mais populosas, fazem parte dos países onde os trabalha-dores são mais bem pagos à hora.

A tabela é liderada pela Dinamar-ca, um trabalhador recebe em média 41,3 euros por cada hora trabalhada. Seguem-se a Bélgica (39,1 euros), onde também existe uma comunidade portuguesa significativa, Suécia (37,4 euros), Luxemburgo (36,2 euros) e França (35,1 euros).

A lista dos que menos recebem é encabeçada pela Bulgária (4,1 euros), seguida pela Roménia (cinco euros), Lituânia (6,8 euros), Letónia (7,1 euros) e Hungria (7,5 euros). Comparando o topo com o fundo da tabela, constata-se uma diferença esmagadora, com os tra-balhadores na Dinamarca a receberem dez vezes mais do que os que residem em solo búlgaro.

Por setores de atividade profissional, aquele que tem custos laborais mais elevados na União Europeia é o indus-trial, seguido pelos serviços e depois a construção. Os custos laborais envol-vem o salário recebido pelos trabalha-dores, mas também as despesas que as empresas suportam com as contribui-ções sociais dos seus funcionários.

Trabalhadores em França e no Luxemburgo são dos que mais ganham por hora

Emigrantes enviaram

menos dinheiro para Portugal

-18,5%

As remessas dos emigrantes por-tugueses no estrangeiro caíram para 213,9 milhões de euros em fevereiro deste ano, uma quebra de 18,5% face aos 262,4 milhões de euros enviados em fevereiro

de 2015. Olhando apenas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), verifica-se a manutenção da tendência de

redução no envio de verbas para Portugal. Assim, os portugueses em países como Angola, Moçam-bique e Guiné-Bissau enviaram

19,8 milhões de euros em feverei-ro, o que representa uma descida de 9,8% face ao mesmo mês de 2015, quando tinham enviado

mais de 22 milhões.

A Bélgica é outro país com uma

populosa comunidade portuguesa

que faz parte dos cinco Estados-membros em que a remuneração é

mais elevada.

Baía de Luanda

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Marcelo Rebelo de Sousa e Shawn

Mendes “desejados” para 2017

A Semana de Portugal em To-ronto vai assinalar o 30.º aniver-sário em 2017. Para assinalar a

data, a organização espera que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, possa aceder

ao convite em deslocar-se ao Ca-nadá. Apesar de faltar mais de um ano, já estão confirmados nomes como José Cid e os Resistência. Para além de Marcelo, um nome muito “desejado” é o de Shawn

Mendes, o cantor canadiano lusodescendente cuja música tem

feito sucesso à escala global.

O desfile da Semana de Portugal, que atrai todos os anos milha-res de pessoas às ruas de Toronto, Canadá, deverá este ano passar pela última vez pela

Dundas Street, zona conhecida como “Little Portugal” pela grande comunida-de portuguesa que a povoa. Em 2017, o evento deverá mesmo mudar de localiza-ção para a zona “Corso Itália”, uma vez que a associação comercial e serviços da Dundas Street West rejeitou associar-se à iniciativa.

A Semana de Portugal em Toronto, que este ano tem a sua 29.ª edição, estende-se de 13 de maio a 26 de junho. Este evento anual é organizado pela ACAPO, uma organização sem fins lucrativos que junta 37 clubes e associações portuguesas do estado do Ontário.

Os principais espetáculos terão lugar no Earlscourt Park, junto à St. Claire Avenue, no norte de Toronto, uma área onde reside uma grande comunidade portuguesa. Pedro Abrunhosa será o cabeça de cartaz, vai atuar no dia 10 de junho e fará ainda um concerto surpresa. Augusto Canário será o principal destaque a 11 de junho e a no dia seguinte atua a lusodescendente Sarah Pacheco.

No programa constam outras iniciati-vas, como o Jantar de Gala em homena-gem aos Pioneiros da Imigração para o

Canadá, com entrega do Prémio Reconhe-cimento e Bolsas de Estudo (14 de maio), e a cerimónia das novas nomeações de 2016 para o Passeio da Fama (27 de maio).

O orçamento para 2016 da Semana de Portugal ronda os 500 mil dólares canadianos (335 mil euros) e conta com o patrocínio do Governo Provincial, atra-vés do programa de subsídios “Celebrate Ontario”

DESFILE DA SEMANA DE PORTUGAL EM TORONTO VAI DESPEDIR-SE

DE “LITTLE PORTUGAL”

Cerca de 300 estabelecimentos estão registados nas duas associações comerciais e de serviços representa-tivas da Dundas Street, em Toronto. Mais de metade são propriedade de portugueses e lusodescendentes, o que justifica que esta zona seja conhecida como Little Portugal

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES16

Quando a 11 de feve-reiro deste ano o Governo de Portugal decidiu que o aero-porto de Lisboa se iria chamar Humber-to Delgado, apontou

15 de maio para que o novo batismo entre em vigor. A escolha da data não foi feita à toa. É neste mês, precisamente no dia 15, que se assinala o 110.º aniversário do nascimento do “General Sem Medo”.

A decisão foi tomada a dois dias da data em que se assinalaram os 51 anos do assassinato de Delgado. Um ano antes, a 11 de fevereiro de 2015, a autarquia lisboeta, na altura liderada pelo agora primeiro-ministro, António Costa, havia aprovado por unanimidade a apre-sentação da proposta ao Governo.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, en-carregou-se de explicar a aprovação do novo nome do principal aeroporto do

país: “Humberto Delgado foi uma figura maior da oposição ao regime da ditadura e teve um papel muito relevante na área da aviação civil”, declarou.

O papel “muito importante” na avia-ção civil inclui ter presidido à fundação dos Transportes Aéreos Portugueses

Os portugueses recordam-no sobretudo pelo percurso político, de oposição à ditadura salazarista, mas também fundou a TAP e teve um currículo riquíssimo ligado ao mundo da aviação civil.

No dia em que se assinala o 110.º aniversário do nascimento de uma figura indissociável da História de Portugal, o país atribui o nome do “General Sem Medo” à sua principal porta de entrada.

TEXTO: LUÍS CARLOS SOARES

NA DÉCADA DE 50 MODERNIZOU OS AERO-PORTOS PORTUGUESES DE FORMA A RECEBEREM AVIÕES A JATO

HUMBERTO DELGADO DÁ NOME AO AEROPORTO

DE LISBOA

Humberto Delgado

ISTÓRIAH

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(TAP), em 1945. Durante os primeiros tempos, o general viu-se a braços com a adaptação dos pilotos recrutados de urgência na Aeronáutica Militar para o transporte de passageiros.

Um ano após o lançamento da TAP, Delgado inaugurou a Linha Aérea Imperial, que ligava Lisboa, Luanda e Lourenço Marques, atual Maputo. Destacou-se ainda ao conquistar para Portugal o controlo do tráfego aéreo do Atlântico Norte e ao colocar os Açores à escala do mundo através do aeroporto de Santa Maria, depois de na 2.ª Guerra ter sido protagonista na cedência da Base das Lajes aos Aliados.

O general também foi o primeiro representante de Portugal na Organi-zação da Aviação Civil Internacional, e quem, já na década de 50, modernizou os aeroportos de forma a receberem aviões a jato. Foi ainda o responsável por a aviação civil internacional comunicar em metros e não em milhas.

Um percurso político “obviamente” inapagável

Todo este currículo na aviação civil acaba por ficar ofuscado pelo percurso

político. Devido à sua proximidade com as democracias inglesa e americana, em meados da década de 50 começou a rejei-tar alguns aspetos do regime. Em 1958, como candidato presidencial, opondo-se a Américo Tomás (o candidato do regime salazarista), conseguiu juntar a oposição antifascista em Portugal, até aí desorganizada e dispersa.

O mote da campanha do general sur-giu, espontaneamente, numa conferên-cia de imprensa no café Chave d’ Ouro, em pleno Rossio lisboeta, quando um jornalista correspondente da agência noticiosa francesa lhe perguntou qual seria o destino que daria a Salazar, se fosse eleito: “Obviamente, demito-o!”.

Esta frase incendiou os espíritos das pessoas oprimidas pelo regime sala-zarista, que consideraram finalmente ter um candidato que pudessem apoiar. Após entusiásticas receções por parte da população em diversos pontos do país, em especial no Porto, o resultado das Presidenciais não lhe foi favorável devido à fraude eleitoral montada pelo regime.

Mesmo assim, tal foi o abanão provo-cado nos alicerces da ditadura pela sua ação política, que a PIDE o assassinou em Espanha, a 13 de fevereiro de 1965, perto de Badajoz. Depois de em 1988 os seus restos mortais terem sido trasla-dados do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional, local onde jazem várias das maiores figuras da História de Portugal, chega a vez de uma mu-dança de nome do maior aeroporto do país comprovar que o legado do “Gene-ral Sem Medo” perdura.

UM ANO APÓS O LANÇAMENTO DA TAP, DELGADO INAUGUROU A LINHA AÉREA IMPERIAL, QUE LIGAVA LISBOA, LUANDA E LOURENÇO MARQUES, ATUAL MAPUTO

Humberto Delgado também é o nome de um avião da TAP, que homenageia desta forma

dezenas de figuras da História de Portu-gal. Vasco da Gama, D. Afonso Henriques,

Fernando Pessoa, Miguel Torga, Aristides de Sousa Mendes, Amadeo de Souza-Cardoso,

Amália Rodrigues e Eusébio são outros exemplos de nomes que “voam” com a

companhia aérea portuguesa

Humberto Delgado e a sua fiel se-cretária, Arajaryr Campos (na foto), vão dar nome a uma rua em Bada-joz. A Assembleia Municipal local aprovou a 14 de abril, por unanimi-dade, incluir os nomes de ambos na toponímia da cidade espanhola perto da qual foram assassinados por uma brigada da então polícia política PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado).

“O nosso pedido foi fundamentado na defesa da memória democrática dos povos ibéricos, para prestar homenagem a Humberto Delgado, como verdadeiro precursor do 25 de abril de 1974 e da libertação de Portugal da ditadura”, justifi-cou em comunicado a ARMHEX (Associação para a Recuperação da Memória Histórica de Extrema-dura), entidade espanhola da qual partiu esta iniciativa.

Badajoz também o homenageia

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES18

O presidente da AICEP (Agência para o Inves-timento e Comércio Externo de Portugal), Miguel Frasquilho, passou dez dias do mês de abril em Nova Iorque

e São Francisco, cidades onde ficam as casas-mãe da Apple, Amazon, Google, Fa-cebook e Twitter. No regresso a Portugal, o representante indicou que as cinco grandes empresas de tecnologia com que se reuniu mostraram interesse em investir no país.

“As perspetivas são muito positivas. [O investimento] pode acontecer atra-vés da presença direta destas empresas no país ou através da participação em ‘startups’. Como se sabe, estas empre-sas investem muito dinheiro em novas empresas”, disse à Lusa.

Entre as perguntas que lhe coloca-ram, explica o responsável, a grande maioria esteve relacionada com a Web Summit, o maior evento de tecnologia do mundo, que em novembro terá lugar em Lisboa. Prevê-se que atraia até à capital mais de 55 mil pessoas.

“Perguntaram como é que Portu-gal conseguiu acolher este evento, quando havia cidades como Paris e Amsterdão a concorrer. Há alguma surpresa. Nós explicámos as nossas

vantagens, como as boas infraestru-turas, os recursos humanos quali-ficados e a facilidade que existe em encontrar pessoas que falem inglês”, explicou o dirigente da AICEP.

CINCO MAIORES TECNOLÓGICAS MUNDIAIS INTERESSADAS

EM PORTUGALA AICEP esteve nos Estados Unidos da América a promover Portugal

como nação tecnológica. Durante a viagem a Nova Iorque e São Francisco, os dois grandes centros americanos e mundiais desta área, teve encontros de alto nível com

decisores da Apple, Amazon, Google, Facebook e Twitter.

EGÓCIOSN

Miguel Frasquilho, presidente da AICEP

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Apresentar o programa Start Up Portugal

Frasquilho diz que “há várias coisas a ser preparadas” com investidores nor-te-americanos, mas que ainda é muito prematuro anunciar qualquer acordo ou investimento. “A presença portuguesa vai continuar nos EUA ao longo do ano, com vários membros do governo, e eu conto regressar ainda antes da Web Summit, logo depois do verão”, anun-ciou ainda.

Uma das mensagens que o responsá-vel levou, nas dezenas de encontros com investidores e empresários das duas cidades, foi sobre o recém-apresentado programa Start Up Portugal. “Temos agora ações específicas de apoio a estas empresas, de aceleramento, para tornar a sua vida mais fácil a vários níveis com uma simplificação de procedimentos”, disse à Lusa.

Para ilustrar o trabalho que Portugal tem feito a este nível, a AICEP associou-se a uma série de empresas portuguesas, ou de portugueses, que têm presença no país, como a Nutri Ventures, a DoDoc, a

“AS PERSPETIVAS SÃO MUITO POSITIVAS. O INVESTIMENTO PODEACONTECER ATRAVÉS DA PRESENÇA DIRETA DESTAS EMPRESAS NO PAÍS OU ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO EM STARTUPS”

MIGUEL FRASQUILHO

Um dos maiores eventos mundiais de tecnologia e o mais importante da Eu-ropa vai ter lugar na capital portugue-sa entre 7 e 10 de novembro. Estima-se que mais de duas mil startups, e mais de 55 mil pessoas, entre as quais investidores, vão viajar para Portugal com o objetivo de marcar presença na primeira vez em que o evento decorre fora de Dublin, a cidade onde tudo começou há cinco anos.

A Web Summit costuma acolher a presença das maiores empresas de tecnologia do mundo, como a Google, Facebook e Microsoft. Lisboa vai acolher o evento não apenas na edição de 2016, mas também nos dois anos seguintes, havendo ainda a hipó-tese de se manter em 2109 e 2020. O evento decorrerá no Meo Arena e nas

instalações da FIL (Feira Internacional de Lisboa).

Lisboa competiu com Amesterdão, Paris e Barcelona para ser palco do evento. As infraestruturas que a organização encontrou em Lisboa foram uma das razões que levaram à escolha de Lisboa, assim como o apoio que a candidatura portuguesa recebeu nas redes sociais.

Diz-se também que as semelhan-ças entre Lisboa e São Francisco (a pontes 25 de Abril e Golden Gate, assim como os elétricos) ajudaram a capital portuguesa destacar-se da concorrência. Recorde-se que é nos arredores da cidade americana que fica Silicon Valley, o centro tecnológi-co mais vibrante do mundo.

RunTime Revolutio, a ThousandEyes, a Unbabel e a West to West.

As exportações de bens e serviços para o “país do Tio Sam” duplicaram nos últimos cinco anos, registrando um cres-cimento homólogo de 22% neste último ano e atingindo uma taxa de cobertura das exportações pelas importações de 266%.

Lisboa, casa da Web Summit entre 2016 e 2018

“Mas ainda há um grande desco-nhecimento em relação a Portugal [por parte dos investidores]. Apesar dos EUA serem o maior investidor mundial, em Portugal nem surgem nos 20 primeiros. O sucesso das em-presas exportadoras mostra que esse trabalho pode ser feito”, concluiu Frasquilho.

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NEGÓCIOS

Breves

Josefinas, a primeira marca portuguesa parceira do Instagram

Vinhos Mont’Alegre chegam ao Brasil

Canadá quer promover “Silicon Valley do Norte” com ajuda portuguesa

As criadoras da marca de sabrinas feitas à mão, Maria Cunha e Sofia Oliveira, via-jaram até Nova Iorque a convite da rede social de partilha de fotografias. O obje-tivo da viagem foi estabelecer uma par-ceria entre a Josefinas e o Instagram. Em termos práticos, isso permite à empresa portuguesa receber dicas para melhorar a performance na rede social, receber informações exclusivas em primeira mão

e conseguir parcerias especiais. O momen-to foi previsivelmente celebrado com várias fotografias publicadas online.

Depois de ter garantido os direitos de distribuição no início de 2015, a distri-buidora Brookfield Drinks vai avançar com o lançamento oficial da Super Bo-ck no Reino Unido já no próximo verão. A estratégia inicial passa por distribuir a marca portuguesa em pontos de ven-da premium e pubs, em barris de 30 litros (para cerveja de pressão) e garra-fas de 33 centilitros. O lançamento das cervejas sem álcool e com sabores está previsto para o próximo ano.

Lançados em setembro do ano passado, os vinhos Mont’Alegre têm apostado forte na internacionalização. Depois das primeiras exportações para Suíça, Luxemburgo, Bélgica e França, a marca trans-montana acaba de che-gar ao primeiro mercado na América do Sul. As mais de 2 100 lojas da cadeia de supermerca-dos Pão-de-Açúcar, no Brasil, passam a dispor do Mont’Alegre Clássi-co Tinto 2013 entre os vinhos de Portugal.

Distribuidora lança Super Bock em larga escala no Reino Unido

A província canadiana do Ontário quer atrair investigação e conhe-cimento técnico de vários países, entre os quais Portugal, para ajudar a potenciar as tecnologias da informação no “Silicon Valley do Norte”. Esta denominação oficio-sa é atribuída ao corredor de mais de 110 km entre Toronto e a região de Waterloo – Kitchener, no qual existem inúmeras empresas ligadas à inovação e às novas tecnologias, como a Google, Open Text, Cisco e milhares de startups.

Neste contexto, o ministro das Finanças do Ontário, o lusodescen-dente Charles Sousa (filho de emi-grantes da Nazaré), revelou à Lusa as pretensões em “encorajar os por-tugueses para que venham partilhar connosco o conhecimento nas novas tecnologias, dado que Portugal já

avançou muito nesta área, quer na investigação, informação e pesquisa em física quântica". Neste momento, no “Silicon Valley do Norte” já estão criados cerca de 200 mil postos de trabalho na área das tecnologias, metade do que existe no verdadeiro Silicon Valley, nos Estados Unidos.

A Cisco inaugurou no início do ano o seu novo centro de inovação em Toronto

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DDESTAQUE

Numa iniciativa com o apoio da Secretaria de Estado das Comunidades, da rede de Consulados

Portugueses, da Liga Portuguesa dos Bombeiros e da Caixa Geral de Depósitos, a Revista PORT.COM apela

aos portugueses nas comunidades que zelam pelo país de origem, através de uma recolha de donativos com

vista à compra de equipamentos e materiais.

CAMPANHA INTERNACIONAL DE ANGARIAÇÃO DE DONATIVOS

OS BOMBEIROS SÃO HERÓIS ANÓNIMOS QUEARRISCAM A VIDA PARA SALVAR O PRÓXIMO

APOIE OS BOMBEIROSde portugal

LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES22

DESTAQUE CAMPANHA APOIE OS BOMBEIROS DE PORTUGAL

A Revista PORT.COM dá início neste mês de maio a uma campanha internacional de apoio aos bombeiros de Portugal, para a qual pretende mobilizar a

participação dos portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro.

Esta iniciativa tem a colaboração da Caixa Geral de Depósitos e o apoio da Liga dos Bombeiros Portugueses, Secretaria de Estado das Comunidades, RTP Internacional e jornal Tribuna de Macau e vai ter lugar entre os meses de Maio e Setembro em toda a Diáspora (em Agosto será em território nacional), com uma campanha de comunicação desti-nada à recolha de donativos, junto dos emigrantes portugueses, para a compra de equipamentos e materiais para oferta às Corporações de Bombeiros mais carenciadas em Portugal.

Colaboram também nesta campanha, os principais e mais influentes Órgãos de Comunicação Social de expressão portu-guesa em todo o mundo, que sempre têm exercido um papel primordial na ligação das comunidades ao nosso país e, para além da informação que disponibilizam, promovem também localmente a nossa língua, cultura e tradições.

Ajudar os bombeiros? Porquê?

A pergunta é fácil de responder. Difícil é escolher por entre tantos motivos. Portugal é caso único no mundo em que bombeiros voluntários são o principal agente da proteção civil, tal como afirma o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares: “Um quartel consegue congregar tudo aquilo a que o socorro respeita, desde as coisas mais simples às mais comple-xas. Considerando todos os teatros de operações, os bombeiros mantêm uma presença de recursos humanos e de equipamentos na ordem dos 98%. Desta forma, o garante das vidas e dos haveres portugueses assenta essencialmente nos bombeiros”.

CAMPANHA INTERNACIONAL DE APOIO AOS BOMBEIROS

PORTUGUESES

Como ajudar com um donativo?

Todos os portugueses, residentes em Portugal ou no estrangeiro, podem contribuir com o seu donativo para o reforço das condições de trabalho dos que zelam pela salvaguarda dos nossos bens e vidas, através de depósito ou transferência bancária, para a conta aberta especialmente para esta iniciativa na Caixa Geral de Depósitos:

Liga dos Bombeiros Portugueses

IBAN: PT50 0035 0413 00045735 130 85

BIC: CGDIPTPL

Para mais informação podem consultar o site: www.bombeirosportugueses.pt

Bombeiros em operação de desencarceramento de uma vítima de acidente de viação

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www.revistaport.com 23

Mesmo sendo caso único, o máximo representante dos bombeiros a nível na-cional esclarece que “voluntariado não é sinónimo de amadorismo, é sinónimo de competência, conhecimento e profis-sionalismo. É um fenómeno extraordi-nário na sociedade portuguesa, que eu costumo dizer que tem a ver com o povo que somos, um povo solidário e huma-nista. Os bombeiros são uma emanação direta dessa mesma sociedade e dessas mesmas populações”.

Como é que os bombeiros nos ajudam?

Normalmente o papel dos bombei-ros voluntários é sobretudo associado ao combate a incêndios f lorestais, mas há mais, muito mais: “A atividade vai desde apagar o fogo f lorestal, o fogo urbano ou o fogo industrial, aos desencarceramentos, transportes de doentes, abrir a porta quando se esquecem da chave, tirar o enxame de abelhas que está na chaminé, apanhar o gato que está em cima da árvore, en-tre tantos outros exemplos”, enumera.

Posto tudo isto, Jaime Soares resume que “tudo aquilo em Portugal que é socorro, as pessoas dirigem-se apenas para um lado, para os bombei-ros”, e deixa uma ref lexão: “Um país não tem hipóteses de desenvolvimen-to social, cultural, ambiental e até económico, se não tiver estruturas de segurança que ao socorro respeite”.

Seg u ndo a Lig a dos Bombei ros Por t u g ueses, em Por t u g a l ex is -tem 43 2 a ssociações hu ma n itá r ia s (na s qua is a ssenta a est r ut u r a da s cor por ações de bombei ros) e 19 cor pos de bombei ros mu n icipa is e sapadores. Em ter mos de rec u rsos hu ma nos, ex istem cerca de 31 0 0 0 bombei ros no at ivo.

Estes números fundamentam o “fe-nómeno extraordinário” de que fala Jaime Soares. Mas mesmo os fenó-menos precisam de ajuda, para a qual a iniciativa e a campanha da Revista PORT.COM apela aos portugueses nas comunidades que continuam a zelar pelos nossos Bombeiros.

A campanha tem lugar em Portugal e em mais 12 países, nos quais se concentram as maiores comunidades portuguesas. Em Macau terá uma ação especial promovida pela PORT.COM e pelo jornal Tribuna de Macau. A peça central desta campanha é o site: www.bombeirosportugueses.pt, onde se reúne toda a informação e a possibilidade de efetuar donativos. Nas principais comunidades estão envolvidas cerca de 20 publicações, rádios e a RTP Internacional, que também divulgam a campanha nas suas plataformas online e redes sociais. Nos locais de atendimento de Embaixadas, Consulados, Asso-ciações de Portugueses em todo o mundo e quartéis de bombeiros em Portugal, é disponibilizada infor-mação. A Caixa Geral de Depósitos também colabora com a divulgação desta campanha, em todos os seus balcões (nacionais e internacionais) e demais meios próprios internos e externos online.

Divulgação em Portugal eem mais 12 países

O resultado da campanha servirá para aquisição de equipamento

para oferta a corporações de bombeiros em Portugal

Portugal é o único país no mundo em que bombeiros voluntários são o principal agente da proteção civil, participando em 98% das

iniciativas de socorro

Sabia que?

Saiba como ajudar em www.bombeirosportugueses.pt

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES24

DESTAQUE CAMPANHA APOIE OS BOMBEIROS DE PORTUGAL

Breves

O movimento associativo

São Marçal, o santo padroeiro

Origem da palavra Bombeiro

Universidade procura reduzir

o risco no combate a incêndios

Atualmente existem 432 associações hu-manitárias de bombeiros voluntários em Portugal, estruturas nas quais assentam o mesmo número de corporações. O movimento associativo ligado a esta área teve início com a Companhia de Volun-tários Bombeiros de Lisboa, criada em 1868. Pouco mais de década depois, em 1880, essa entidade passou denominar-se a Associação de Bombeiros Voluntários.

Quando se consulta a palavra “bombei-ro” no dicionário da língua portuguesa, a definição que se encontra é semelhante a “Indivíduo do corpo especializado em extinção de incêndios ou em apoio a acidentes”. Mas afinal, de onde é provém este termo? A origem remonta à primei-ra metade do século XVIII, quando os cidadãos que combatiam os incêndios começaram a fazer recurso a bombas de água. As primeiras terão chegado a Lis-boa em 1734, provenientes de Inglaterra. O recurso ao equipamento deu azo a que esses indivíduos começassem a ser designados “bombeiros”.

Quase todos os quartéis de bom-beiros em Portugal possuem uma estátua de São Marçal, o seu pa-droeiro. Depois de ter sido um dos 72 discípulos de Jesus Cristo, com recurso a um cajado que lhe havia sido dado por São Pedro, terá cura-do paralíticos e apagado incêndios, o que está na origem da devoção. São Marçal tornou-se no primei-ro bispo de Limoges, em França, onde a sua história é celebrada a 30 de junho, ritual repercutido com frequência em algumas corporações de bombeiros portugueses.

Numa parceria com a Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tarouca, a Univer-sidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver um projeto chamado “Pela Vida de quem dá a Vida”, com o qual pretende contribuir para a mini-mização do risco de vida a que os bombeiros são submetidos em situação de combate a incêndios florestais. Os estudos procuram avaliar e monitorar os níveis de ati-vidade física requeridos no com-bate às chamas, assim como os níveis de hidratação dos bombei-ros. Os investigadores propõem-se a desenvolver estratégias que permitam otimizar os movimentos coletivos de todos os elementos participantes, tendo em vista a adoção de comportamentos in-dutores de maior eficácia e segu-rança individual.

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Durante toda a sua existência, a LBP tem procurado, através dos meios ao seu alcance, obter benefícios materiais, financeiros e sociais, entre

outros, de forma a melhorar e a dignificar a ação dos bombeiros e das suas estrutu-ras, ao serviço das comunidades.

Desde 1987 que é confiada à LBP a gestão do Fundo de Proteção Social do Bombeiro (FPSB), instrumento através do qual promove e completa a proteção so-cial dos bombeiros e dos seus familiares.

Nos últimos anos, a LBP assume-se como uma instituição que pretende ser mais forte e credível, como conse-quência de responsabilidades acresci-das e da intensificação da sua partici-pação nas estratégias de reforma do setor dos bombeiros, por solicitação de sucessivos Governos.

De forma gradual, tem vindo a deixar de ser uma instituição detentora de um papel meramente observador e de espetador atento, mas antes de interlocutor dos pro-jetos e anseios das estruturas dos bombei-ros, reforçando assim a sua abrangência e afirmação como verdadeira Confederação Nacional das Associações e Corpos de Bombeiros de Portugal.

LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES

A Liga dos Bombeiros Portugueses é a Confederação das Associações e Corpos de Bombeiros de qualquer natureza, voluntárias ou profissionais.

Fundada em 18 de agosto de 1930, conta com mais de 400 associados.

Relevância reconhecida pelo paísEm virtude dos serviços prestados no domínio da defesa das vidas e bens

dos portugueses, a Liga dos Bombeiros Portugueses foi agraciada em períodos

distintos:

1935 Comenda da Ordem de Benemerência

1980 Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo

1990 Instituição de Utilidade Pública Administrativa

2008 Membro Honorário da Ordem da Liberdade

2008 Prémio Direitos Humanos 2008

O brasão da Liga dos Bombeiros Portugueses é ilustrado por uma águia dourada de asas abertas, contendo ao

centro o escudo português.

Saiba como ajudar em www.bombeirosportugueses.pt

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES26

DESTAQUE CAMPANHA APOIE OS BOMBEIROS DE PORTUGAL

Jaime Marta Soares é presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) desde janeiro de 2012, depois de ter sido presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de

Poiares durante quase 40 anos. Foi na vila de distrito de Coimbra que se tor-nou bombeiro aos 18 anos, atividade que manteve perto de cinco décadas. Atualmente também é presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal. No meio de tanta atividade profissional, recebeu a Re-vista PORT.COM na sede da LBP, em Lisboa, para uma entrevista na qual não poupou elogios aos bombeiros portugueses.

Números da Liga dos Bombeiros Portugueses apontam que, no ano passado, foi possível diminuir cerca de 35% da área ardida em relação à média dos últimos dez anos. Num verão tão quente como foi o de 2015, como é que esta redução foi possível?

Foi possível porque o DECIF [Disposi-tivo de Combate a Incêndios Florestais, que vai de 15 de maio a 30 de setembro] está devidamente organizado e porque os bombeiros portugueses são grandes profissionais, diria dos melhores da Europa e do mundo no combate a fogos florestais, assim como noutras áreas. O ano de 2015 é um bom exemplo disso. Foi um verão com uma meteorologia com temperaturas altíssimas, altamente

complicadas, baixas taxas de humida-de e ventos atípicos, as componentes essenciais para a propagação do fogo. Com a nossa floresta sem planeamento, é terrível. Não há prevenção estrutural, portanto tem que ser o combate e a com-petência dos bombeiros e dos outros agentes no terreno a conseguir debelar situações tão complexas e tão difíceis. Ao fazer a análise do ano passado, para se preparar o projeto para 2016, consta-támos que foi um dos piores anos destas últimas décadas. Em 2015 tivemos mais ignições, ou seja, incêndios, do que Espanha e França juntos. Mesmo assim, dentro da média dos últimos dez anos, conseguimos diminuir em 35% a área ardida. É uma coisa extraordinária, que é bem demonstrativa do alto grau

“OS EMIGRANTES PODEM CONFIAR QUE ESTA CAMPANHA

GARANTE TODAS AS CONDIÇÕES DE TRANSPARÊNCIA E DE

HONESTIDADE”Viaturas de combate a incêndios que custam centenas de milhares de euros são apenas um

exemplo dos custos extremamente dispendiosos a que as associações de bombeiros têm que fazer face. Jaime Marta Soares explica o apoio da Liga dos Bombeiros Portugueses a uma

campanha que apela à habitual generosidade das comunidades portuguesas.

ENTREVISTA: LUÍS CARLOS SOARES

ENTREVISTA A JAIME MARTA SOARES, PRESIDENTE DA LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES

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www.revistaport.com 27

de competência e de profissionalis-mo que os agentes põem nesta causa. Temos que enaltecer, realçar, saudar, agradecer, como já o fiz publicamente, aos bombeiros portugueses, que são a grande força de toda esta estrutura, deste DECIF, e de todas as atividades de socorro em Portugal.

O governo anunciou a criação de um programa específico, com base em fun-dos comunitários, para a requalificação dos quartéis de bombeiros. Quais são as expetativas da Liga dos Bombeiros Portugueses quanto a esta iniciativa?

Olhe, eu sou como o São Tomé, quero “ver para crer”. O senhor secretário de Estado da Administração Interna anun-ciou 10 milhões de euros para os quartéis

de bombeiros. Tudo o que vier, agrade-cemos, mas 10 milhões de euros, eu diria que são uma gota de água no oceano. Nem 150 milhões euros chegarão. Não é para se fazer tudo num ano, mas tudo o que for menos de 50 ou 60 milhões de euros por ano, durante um período de três ou quatro anos, é insuficiente para que consigamos restaurar, recuperar e fazer os novos quartéis de bombeiros que são precisos em Portugal.

Há ainda um programa para a re-qualificação do parque de viaturas de combate a incêndios…

Reforçar o nosso parque de viaturas é de extrema importância, porque também está antiquado. Tem vindo a melhorar substancialmente nos últimos anos, mas

“REFORÇAR O NOSSO PARQUE DE VIATURAS É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA, PORQUE ESTÁ ANTIQUADO. TEM VINDO A MELHORAR SUBSTANCIALMENTE NOS ÚLTIMOS ANOS, MAS AINDA HÁ VIATURAS COM 20 E 30 ANOS NO COMBATE AOS FOGOS FLORESTAIS”

Saiba como ajudar em www.bombeirosportugueses.pt

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES28

DESTAQUE CAMPANHA APOIE OS BOMBEIROS DE PORTUGAL

ainda há viaturas com 20 e 30 anos no combate aos fogos florestais. Sabemos que são viaturas com muitos anos de atividade, mas pouco tempo de operação, poucos quilómetros. Mas também sabe-mos que uma viatura de bombeiros que tenha 15 000 kms, o desgaste correspon-de a mais de 200 000 ou 300 000 kms numa outra qualquer viatura, que ande na estrada normalmente, porque são sujeitas a grandes esforços e em estradas e caminhos muito difíceis. Gostaria de realçar que também há necessidade de verbas para os equipamentos de proteção individual, não só para os fogos florestais como também para os fogos urbanos. Espero que o Portugal 2020 consagre verbas para esse tipo de equipamentos.

Para além dessas, quais são as necessidades mais recorrentes das corporações de bombeiros por tug uesas?

Há que reforçar todo o equipamento de transporte de doentes não-urgentes e também alguma necessidade de moder-nização de equipamentos de viaturas de desencarceramento. Mas como disse, as principais necessidades são nas viaturas de combate aos incêndios florestais. Num teatro de operações de um incêndio florestal as viaturas têm que estar em muito boas condições, porque a falha de uma viatura pode colocar em causa as vidas dos bombeiros que as utilizam.

Generosidade das comunidades, “dádiva dos céus”

Volta e meia é noticiado um ou ou-tro caso de emigrantes portugueses que oferecem equipamento a uma corporação de bombeiros. Mas esses casos continuam a ser insuficientes, estou certo?

Pois, como disse há pouco, é como uma agulha num palheiro, mas tudo o que vier é bem-vindo. Todo o sentimen-to de amor que os emigrantes têm à sua terra e ao seu país, origina casos em que conseguem arranjar equipamentos. Muitas vezes também são bombeiros nesses países para onde partiram, como França, Alemanha e Holanda, países em que as viaturas são abatidas de xis em

xis anos, ao contrário de Portugal, em que são abatidas quando já não dão mais. Esses emigrantes tentam que essas viaturas, muitas vezes ainda novas ou quase novas, venham para cá. Essa boa vontade é de agradecer e enaltecer.

Essas ofertas de equipamento usado por corporações no estrangei-ro permitem uma melhoria face ao equipamento existente nas corpo-rações portuguesas. A disparidade é assim tão grande?

Em muitos casos é. O que é posto de parte por eles, para nós é uma dádiva dos céus. Por vezes recebemos casacos para fogos urbanos, que são caríssimos, porque ao fim de um tempo eles lá fora deixam de os utilizar, mas são prati-camente novos. Como esse há outros casos, com outro tipo de equipamentos e ferramentas.

Como é que essas ofertas se costu-mam proporcionar? São as corpora-ções que se dirigem aos emigrantes ou vice-versa?

Existem ambos os casos. Até há cor-pos de bombeiros que vão anualmente a Newark ter com as comunidades portu-guesas, onde recebem dinheiro, porque não é tão fácil trazer os equipamentos de lá como daqui da Europa. Dentro desse espírito de ligação familiar e ami-zade também há grupos de emigrantes que chegam à sua terra e que fazem a sua oferta de equipamento. Existem os dois lados, tanto com as influências das associações humanitárias de bombei-ros, que sabem onde estão esses nichos que correspondem, como também eles próprios que aparecem nas suas terras e fazem surpresas agradáveis aos cor-pos de bombeiros.

“ACREDITO QUE ESTA CAMPANHA PODE SER UM PROJETO QUE DESPERTE AS CONSCIÊNCIAS DAS PESSOAS, DE FORMA A QUE TODOS DEEM UM POUCO DE SI, PORQUE UM POUCO DE CADA UM PODE SER MUITO PARA NÓS”

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Esses casos de generosidade surgem quase sempre de iniciativas indivi-duais. Gostava que os emigrantes se unissem no apoio aos bombeiros portugueses?

Penso que seria muito importante que houvesse associações dos emi-grantes nos países onde estão, como tantas que há dedicadas a ranchos fol-clóricos e outras atividades culturais, que apoiassem os bombeiros das suas terras de origem com equipamentos que são precisos, como ambulâncias e carros de combate a fogos. Sabemos que a vida está difícil em todo o lado, que as pessoas têm que pugnar pelo seu agregado familiar, pela defesa dos seus interesses, mas penso que, unidos e com vontade, pode ser uma área on-de possam ajudar a minorar as dificul-dades que os bombeiros portugueses têm na compra desses equipamentos.

Acredita que os emigrantes portu-gueses vão aderir com generosidade à ação de angariação de fundos para os bombeiros portugueses que está a ser promovida pela Revista PORT.COM e a Liga dos Bombeiros Portugueses?

Se as comunidades portuguesas virem este movimento organizado e a serieda-de que ele envolve, estou absolutamente

convencido que sim, porque os portu-gueses têm um espírito muito solidário, muito humanista, muito de paixão à sua terra e à sua pátria. Acredito que esta campanha pode ser um projeto que desperte as consciências das pessoas, de forma a que todos deem um pouco de si, porque um pouco de cada um pode ser muito para nós. Espero que permita an-gariar valores para trazer equipamentos para Portugal ou até verbas destinadas ao tipo de equipamento que esperam ver comprados, de acordo com as necessida-des de cada associação humanitária de bombeiros.

Os avultados preços dos equipamentos

Quando são promovidas angaria-ções de fundos, independentemente da causa ou das entidades promo-toras, há sempre quem desconfie da credibilidade dessas iniciativas. Como afastar essa possível desconfiança?

Eu penso que para afastar a desconfian-ça têm que ser entidades credíveis a tratar desta situação. Eu penso que a PORT.COM é uma revista e uma organização credível, e a Liga dos Bombeiros Portu-gueses só por si, e pelo seu passado, é mais do que uma garantia na qual as pessoas podem confiar. A Liga dos Bombeiros Portugueses tem a legitimidade de ser uma entidade de utilidade pública, de ser a representante de todos os bombeiros portugueses, de todas as associações humanitárias e câmaras municipais que são nossas associadas. Temos grande credibilidade no país com as populações e sobretudo com os poderes instituídos: o Governo, os municípios e todas as entidades ligadas ao socorro em Portugal. A Liga dos Bombeiros Portugueses é um garante de credibilidade desta iniciativa, a par com a Revista PORT.COM e com a sua organização, porque se assim não fosse nós não daríamos o nosso nome. Por isso, os emigrantes podem confiar que esta campanha garante todas as condições de transparência e de honestidade.

Só para que os leitores desta entre-vista tenham uma noção dos preços, pode dizer qual é o preço médio de um determinado tipo de equipamento. Fala, por exemplo, de uma viatura para combate a fogos florestais…

Depende sempre do equipamento que contém e da especificidade, porque há viaturas específicas para uma determina-da área que custam muito muito dinheiro. Mas entre €75 000 a €150 000 já se com-pram viaturas para combate a fogos flo-restais e urbanos. Uma ambulância custa entre €30 000 a €50 000, dependendo dos equipamentos que contenha, um carro de desencarceramento nunca custa abaixo de €100 000 e uma autoescada pode ir de €700 000 a um milhão de euros.

“TODO O SENTIMENTO DE AMOR QUE OS EMIGRANTES TÊM À SUA TERRA, ORIGINA CASOS EM QUE CONSEGUEM ARRANJAR EQUIPAMENTOS QUE VENHAM PARA CÁ”

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DESTAQUE CAMPANHA APOIE OS BOMBEIROS DE PORTUGAL

A Caixa Geral de Depósi-tos (CGD) prossegue o seu esforço de envol-vimento na defesa das florestas nacionais, desta vez com apoio à campanha “Apoie os

Bombeiros de Portugal” que decorrerá até Setembro. Esta iniciativa internacional de solidariedade - em parceria com a revista Port.Com e com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) - vai ao encontro dos princípios básicos de toda uma estratégia de sustentabilidade, onde se incluem os pilares económico, social e ambiental.

De acordo com a sua área de Susten-tabilidade da Direção de Comunicação, a “floresta nacional é um valor crítico da economia nacional assim como in-corpora um fator de equilíbrio ambien-tal e social a que a CGD não pode ser alheia”. Nas palavras dos seus respon-sáveis, “como entidade de referência nacional, a Caixa desenvolve um tra-balho muito consistente como Banca responsável, mas também na promoção do futuro, na proteção do ambiente, no envolvimento com os Stakeholders e na gestão do ativo humano”. Uma política

que lhe tem valido um amplo reconhe-cimento internacional.

A floresta como componente da biosfera

Importante recurso renovável, tanto de suporte à biodiversidade como de se-questro de carbono, as florestas também promovem a qualidade do ar e da água. Além disso, defendem-nos da erosão dos

solos e corrigem os regimes hídricos. As florestas são, por isso, fator essencial no combate às alterações climáticas.

O Programa Floresta Caixa - implemen-tado pela Caixa desde 2006 – surge como plano agregador de valorização da floresta portuguesa. De forma ativa e responsável, a Caixa fomenta diferentes projetos de florestação, recuperação de zonas ardidas e várias ações de sensibilização ambiental.

A CGD associou-se à LBP e promove uma campanha de angariação de fundos. Em linha com outras ações de defesa das florestas nacionais, a Caixa tenciona dar forte impulso

a esta causa. A conta para recolha dos donativos está sedeada neste Banco.

CAMPANHA EM DEFESA DA FLORESTA ARRANCA

COM A CAIXA

A Caixa mantém uma parceria com a Tapada de Mafra onde promove acções de sensibilização ambiental

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As cinco mil plantações com que, há dez anos, este Programa foi lançado, dão hoje lugar a mais de 200 mil árvores que, disper-sas por vários concelhos do país, consti-tuem prova de um trabalho consistente, e verdadeiramente único, no sector financei-ro nacional. Somam-se as inúmeras ações de participação ativa na preservação das florestas nacionais com recuperação de zonas ardidas, plantação e manutenção de espécies autóctones, alerta a colaboradores, clientes e sociedade em geral.

Um desses exemplos reside na Tapada Nacional de Mafra, onde permanecem algumas das espécies mais representati-vas da flora nacional, e com quem a CGD tem uma parceria que lhe permite pôr em prática ações de voluntariado mas também algumas das suas ações de sensibilização.

O Programa Floresta-Caixa “tem vindo a promover uma efetiva gestão florestal, ao mesmo tempo que reforça a presença de espécies autóctones. Fator de resiliência aos incêndios, contribui de maneira muito interessante para a minimização dos efeitos nocivos das alterações climáticas, dando cumprimento nacional do Protocolo de Quioto, em vigor desde fevereiro de 2005 (de acordo com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climáti-ca)”, defendem os responsáveis pelo acom-panhamento deste projeto ambiental.

“A CAIXA DESENVOLVE UM TRABALHO MUITO CONSISTENTE COMO BANCA RESPONSÁVEL, MAS TAMBÉM NA PROTEÇÃO DO AMBIENTE”

A campanha “Apoie os Bombeiros de Portugal” surge, de acordo com as explicações do Banco, “numa ló-gica de coerência e de alto reconhe-cimento pelo esforço, diário e local, que as corporações de bombeiros nacionais desenvolvem na defesa da nossa Floresta, património nacional. Por isso, a Caixa associou-se a esta campanha de recolha de donativos”.

No mesmo comunicado, reconhece-se a “extraordinária valia” da iniciati-va e exalta-se o seu esforço - no-meadamente junto da comunidade de residentes no estrangeiro, onde a Caixa mantém fortes raízes junto dos seus clientes.

A Caixa mantém uma vasta rede de escritórios de representação e sucursais no estrangeiro que dão apoio diário a esta comunidade de emigrantes mas é em Portugal que desenvolverá fortes esforços de divulgação desta campanha no seu site oficial, assim como nas agências nacionais onde os clientes podem re-colher mais informações sobre esta iniciativa. A campanha passa ainda por um forte investimento em media internacional - junto da diáspora portuguesa.

Mais informações em www.cgd.pt

Mobilização no combate aos fogos

Programa Floresta Caixa A Caixa realiza, desde 2006, várias projetos de florestação e recuperação de zonas ardidas por todo o país

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DESTAQUE CAMPANHA APOIE OS BOMBEIROS DE PORTUGAL

Apesar de Guimarães ter um vasto conjunto de museus e ter sido Capital Europeia da Cultura em 2012, o con-celho ainda não tinha nenhum espaço expositivo dedicado aos bombeiros. Essa lacuna vai ser colmatada pela Associação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de Caldas das Taipas, concretamente em quatro salas do respetivo quartel. O espaço vai albergar o acervo da corporação da vila no concelho vimaranense e o espólio pro-veniente de José Custódio, um cidadão que chegou a fazer uma exposição em Londres e que, antes de morrer, fez questão de doar parte do seu conteúdo à associação humanitária.

Durante o ano passado, os bombei-ros dos Açores foram chamados a mais de 36 500 intervenções, em resposta a situações relacionadas com saúde, acidentes, incêndios ou fenómenos naturais. Uma das ilhas com mais ocorrências foi a de São Miguel, onde fica a capital Ponta Delgada. As corporações micaelen-ses acabam de receber 600 pares de luvas de proteção certificadas para intervenção em incêndios es-truturais, cortesia do governo re-gional, num investimento total de 35 mil euros. Feitas as contas, cada par custa mais de 58€.

Cerca de uma centena de bombeiros participaram na bênção dos capace-tes realizada no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, e que foi presidida pelo arcebispo de Évora, D. José Alves. A iniciati-va realizada pela primeira vez pelos Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa teve como objetivo homenagear os bombeiros falecidos em serviço e pedir a proteção de Nossa Senhora da Con-ceição, Padroeira de Portugal, para o desempenho durante a próxima época de fogos florestais. A bênção, realizada no adro do santuário, foi antecedida de uma missa e integrou-se nas comemo-rações dos 370 anos da proclamação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal.

A Câmara Municipal de Freixo de Es-pada à Cinta ofereceu uma viatura de transporte de doentes à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários local, no âmbito da gestão do apoio municipal às instituições do concelho. A ocasião deu o mote para que, num ato público e simbólico, fossem ben-zidas as três viaturas mais recentes da única corporação freixenista.

Caldas das Taipas vai ter Museu do Bombeiro

Bombeiros de São Miguel recebem 600 pares de luvas de proteção

Bênção dos capacetes dos BV Vila Viçosa

Viatura de transporte de doentes para os BV Freixo de Espada à Cinta

Breves

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Luís Sousa, de 30 anos, e Sara Gomes, de 20, ambos pertencen-tes aos Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, ajudaram Maria Clara a nascer na madrugada de 13 de abril. Depois de uma primeira avaliação

por parte de um médico, ainda na freguesia de Bastuço São João, em Barcelos, a bebé nasceria no interior da ambulância na qual se deslocava para o Hospital de Braga, fruto do trabalho dos parteiros de ocasião, ou seja, os bombeiros. Es-ta foi a segunda vez que Luís Sousa participou num parto.

Um grande incêndio deflagrou na noite de 21 de abril numa fábrica de calçado da freguesia de Calvos, nos arredores de Guimarães. O fogo na fábrica Sábioriso acabaria por se alas-trar ao armazém de vestuário Guar-dião do Pólo, mas a rápida ação dos quase 30 elementos dos Bombeiros Voluntários de Guimarães que o com-bateram conseguiu impedir que a zo-na têxtil também ficasse destruída. O alerta para o incêndio foi dado poucos minutos depois das 00h40 e o fogo só ficou dominado mais de três horas depois, entrando em fase de rescaldo já perto das 4 horas da manhã.

Prova evidente de que a ação dos bombeiros vai muito além de comba-ter incêndios aconteceu no feriado de 25 de abril, em Arzila, a poucos quiló-metros de Coimbra. Uma gata subiu a um poste de 12 metros para fugir de um outro felino. Depois de cinco horas no topo do poste, ao sol, foi resgatada pelo bombeiro Ricardo Domingos, dos Bombeiros Voluntários de Coimbra.

Um incêndio deflagrou, ao início da manhã de 22 de abril, num quarto no sótão de uma habitação unifamiliar na aldeia de Faiões, no concelho de Chaves. Os Bombeiros Voluntários Flavienses foram acionados por volta das 6h30, e com uma rápida inter-venção impediram que as chamas alastrassem a outros compartimentos da habitação. Nesta ação participaram dez bombeiros, que se deslocaram em três viaturas: VUCI (Veículo Urbano de Combate a Incêndios), VECI (Veículo Especial de Combate a Incêndios) e VCOT (Veículo de Comando Tático).

Gata salva de poste com 12 metros por bombeiro de Coimbra

BV Guimarães salvam armazém de vestuário

BV Flavienses travam incêndio numa casa

Bombeiros ajudam bebé a nascer em ambulância

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DESTAQUE CAMPANHA APOIE OS BOMBEIROS DE PORTUGAL

Há cada vez mais bom-beiras. O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, comprova uma tendência que “tende a aumentar” e considera uma mais-valia: “Elas

não só têm especial sensibilidade para áreas específicas, como da saúde, como também têm destreza, capacidade e coragem para enfrentar o combate aos fogos florestais, situações de desencar-ceramento e tudo o que seja da área da Proteção Civil”.

Catarina Machado, bombeira nos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar, é da mesma opinião: “A minha experiencia mostrou-me sempre que, quer sejam homens ou mulheres, ambos são capazes de exercer todas as funções a que se predispuserem”.

Desde que em 2005 se juntou à cor-poração da vila transmontana de que é natural, já participou em várias situa-ções de combate a incêndios florestais e emergência pré-hospitalar, mas é dentro do quartel que nota mais diferenças nas tarefas distribuídas por ambos os sexos:

“Fazemos de tudo um pouco, mas os ho-mens tendem em reencaminhar tarefas de limpezas para as mulheres, enquanto eles tratam da mecânica”, distingue.

Diana Silva também é bombeira na corporação aguiarense, na qual foi promovida a segunda-comandante no início do ano passado. Não nega que “seja muito mais difícil às mulheres im-porem-se a comandar”, mas no seu caso em particular, aponta que a presença de outras mulheres “facilitou a inclusão, porque já tinham dado provas do seu valor e capacidade”.

A experiência na corporação com 98 anos de história, “na qual existem muitas mulheres”, faz com que não se surpreenda com a estatística de uma mulher em cada quatro elementos liga-dos aos bombeiros em Portugal.

“Ajudar os outros é a nossa recompensa”

Carla Fernandes é um exemplo de que não é só nas corporações de “Soldados da Paz” que a presença de mulheres se tornou rotineira. Há quatro anos que é a tesourei-ra da direção da Associação Humanitária

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) revelou recentemente que o sexo feminino representa cerca de 25% da população ligada a estruturas de bombeiros. Hoje em dia estão distribuídas por todo o tipo de

funções, incluindo postos no comando das corporações e na direção das associações humanitárias.

BOMBEIRASCADA VEZ MAIS, NAS

TAREFAS MAIS VARIADAS

Catarina Machado Diana Silva Carla Fernandes

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de Bombeiros Voluntários Flavienses (AHBVF), tendo herdado do pai, que du-rante 13 anos presidiu à mesma associação, “o fascínio pelo mundo dos bombeiros”.

Na sua opinião, no que toca à gestão de associações humanitárias de bom-beiros voluntários, “as mulheres não são melhores nem piores que os homens, são apenas diferentes, e essa diversidade de pensamento, de posicionamento ou de ideologia, só pode mesmo acrescentar valor à causa”.

Da direção da AHBVF, que até meados de abril foi presidida por uma mulher, fazem parte três elementos do sexo feminino, num total de 12 dirigentes, exemplo que coincide com exatidão na percentagem de 25% apontada pela LBP. “Creio que há muito que deixou de causar surpresa a presença de mu¬lheres, até porque são diferentes, mais maternais no trato, colocam sensibilidade nas atitudes e consolidam com bom senso as posições assumidas”, considera Carla Fernandes.

Tanto a representante flaviense, como as duas bombeiras aguiarenses, incentivam outras mulheres portu-guesas a juntarem-se aos bombeiros. “Apesar de o Estado Português nos ter tirado muitos incentivos, o esforço por ajudarmos outros é, na verdade, a nossa recompensa”, conclui Catarina Macha-do. Palavra de bombeira.

A bombeira Catarina Machado recorda momentos que mexeram com as suas emoções

“Na minha opinião, as situações mais deli-cadas que enfrentamos são aquelas em que lidamos com a morte. Não é fácil estar pre-sente quando o médico informa a família que fizemos tudo ao nosso alcance para reverter a situação. É necessária uma boa gestão de emoções, sobretudo num meio pequeno em que quase toda a gente é conhecida, como é Vila Pouca de Aguiar. Lembro-me de assistir-mos a uma paragem cardíaca de uma jovem de 21 anos e de assistirmos um acidente de viação com um senhor com amputação total da perna abaixo do joelho.

Mas nem tudo são histórias tristes. Também tive a oportunidade de assistir a um parto. A VMER ainda estava muito longe para nos aju-dar e tivemos que começar sem eles. Na emi-nência do parto estacionámos a ambulância e assistimos a senhora e a recém-nascida. Foi em 2009 e é uma experiência que recordo com grande orgulho dada a responsabilidade que tivemos nessa altura!

Dirigente numa associação humanitária com 127 anos de história, Carla Fernandes faz uso da sua sensibilidade feminina para descrever os “Soldados da Paz”

“Ser bombeiro voluntário é escolher ficar ao dispor de conhecidos e desconheci-dos que possam precisar de ajuda, em vez de dormir com a família, ir a uma festa com amigos, ou ter uma noite de repouso para ir trabalhar no dia seguinte. É escolher ir para o frio, vento e chuva, em vez de ficar à lareira numa noite de inverno, é escolher correr riscos e enfren-tar o perigo e o medo, em vez de ficar no conforto e segurança do lar.Não é fácil ser bombeiro! Além do conhecimento que é preciso adquirir para que sejam profissionais na missão, é necessário sacrifício, dedicação e muita vontade de ajudar. Porque ser bombeiro é também acalmar com palavras, carinho e sorrisos, é transmitir segurança e tran-quilidade, é salvar desconhecidos com o mesmo carinho com que se abraça um amigo, é contrariar o desespero dos outros contendo as próprias lágrimas.Ser bombeiro é mais do que realizar uma missão, é eternizar momentos com sentimentos!”

Situações delicadas e motivos de orgulho

Ser bombeiro voluntário, do ponto de vista de uma mulher

Catarina e o colega na ambulância em que fizeram um parto, em 2009

“AS MULHERES NÃO SÃO MELHORES NEM PIORES QUE OS HOMENS, SÃO APENAS DIFERENTES, E ESSA DIVERSIDADE DE PENSAMENTO, DE POSICIONAMENTO OU DE IDEOLOGIA, SÓ PODE MESMO ACRESCENTAR VALOR À CAUSA”

CARLA FERNANDES

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No verão, a transportadora aérea por-tuguesa vai voltar a ter voos todos os dias entre os aeroportos de Sá Carnei-ro, na Cidade Invicta, e do Findel, na capital do Grão-Ducado, à semelhança do que aconteceu na mesma estação no ano passado. A TAP viaja diaria-mente entre o Luxemburgo e Lisboa durante todo o ano.

A edição norte-americana de uma das revistas de turismo mais concei-tuadas do mundo destaca Portugal como destino para uma “escapadi-nha” durante este mês, junto a des-tinos como Grécia, o sul de França e a ilha italiana de Sicília. A publicação destaca “as temperaturas entre os 20 e os 30.ºC, a beleza da arquitetu-ra de Lisboa, os preços baixos para fazer compras no Porto, as praias subvalorizadas antes das enchentes da época alta e as facilidades nos voos a partir dos Estados Unidos”.

A mesma Condé Nast publicou uma lis-ta dos 60 melhores hotéis e resorts do mundo que abriram as portas nos últi-mos 12 meses. Dois empreendimentos portugueses fazem parte dos eleitos: o Six Senses Douro Valley, no conce-lho de Lamego, inserido na região do Alto Douro Vinhateiro; e a Pousada de Lisboa, na capital portuguesa.

Air Canada Rouge retoma rota para Lisboa

Condé Nast sugere Portugal para férias em maio

Dois hotéis portugueses entre os melhores recentemente abertos

TAP com voos diários entre Porto e Luxemburgo

TURISMOT

Breves

Six Senses Douro Valley

Pousada de Lisboa

O final deste mês traz o regresso dos voos diretos da companhia aérea canadiana para Portugal. A ligação Lisboa – Toronto, feita pela Air Canada Rouge, regressa no dia 31 e vai operar até 12 de outubro. A rota vai realizar-se nos dois sentidos todas as terças, quintas e domingos.

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A Câmara Municipal do Fundão está a desenvolver um conjunto de ativi-dades turísticas em torno de um dos seus ex-libris, a cereja, e

a respetiva árvore de fruto, nas suas várias fases. O lançamento destas iniciativas foi feito no âmbito de um protocolo assinado entre o município e o seu mais recente parceiro, a Com-pal, que resultou no néctar Compal Clássico Cereja do Fundão.

Depois da época das cerejeiras em flor, na qual as árvores se revestiram de uma bela flor branca, a região continua a ser embelezada pelos inúmeros po-mares, agora adornados pelo fruto ver-melho, que podem ser visitados através dos passeios de balão, pedestres, BTT ou de comboio turístico. Para além des-tas atividades, há ainda a possibilidade de se apadrinhar uma cerejeira.

“O apadrinhamento de uma cere-jeira, além de ter um papel educativo e de valorização da agricultura e do ambiente, é uma forma de ligar os

visitantes a esta terra. Mais do que uma ação simbólica, apadrinhar uma cerejeira é assumir o compromisso de cuidar e proteger, é como a raiz que prende uma árvore à terra e a faz cres-cer sã e bonita”, explica Paulo Fernan-

des, presidente da Câmara Municipal do Fundão. A cereja tem sido um forte pilar na sustentabilidade económica da região, movimentando, de acordo com a Câmara, cerca de 20 milhões de euros na economia local.

TURISMO

Apadrinhar uma cerejeira, fazer um passeio de balão e participar na apanha da cereja, são algumas das atividades criadas pelo Município do Fundão para atrair mais visitantes

à região. O programa “É Tempo de Cerejas” fica disponível a partir deste mês.

FUNDÃO PROMOVE ATIVIDADES TURÍSTICAS EM TORNO DA CEREJA

A beleza da época das cerejeiras em flor

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Apadrinhar uma cerejeira tem o custo de 20€/ano e pressupõe que o “padrinho” ou a “madrinha” receba uma placa identificativa que será colo-cada na árvore. Até a árvore dar fruto, o padrinho recebe 2kg de cerejas por ano e um voucher de 10% de desconto nos vários restaurantes e hotéis aderentes, bem como em produtos comercializa-dos nos postos de turismo do Fundão.

Os passeios de balão e de comboio funcionam aos fins de semana, median-te marcação prévia com o Turismo do Fundão. O balão é um dos veículos turísticos cuja oferta mais tem crescido em Portugal, nos últimos anos. Na cidade da Cova de Beira, um passeio de uma hora custa 150€ por pessoa.

Aldeia de Alcongosta prepara a Festa da Cereja

Outra novidade na oferta turística lo-cal é o programa “É Tempo de Cerejas”,

também desenvolvido pelo município, que permite passar um dia entre a apa-nha de cerejas em pleno pomar e a des-coberta da história sobre este fruto e do seu cultivo na região. Inclui ainda uma visita pela cidade do Fundão e pelo seu centro histórico, pela Rua da Cale com a sua herança judaica e pelo premiado Museu Arqueológico Municipal José Alves Monteiro e o Centro de Interpre-tação - Moagem do Centeio.

Esta atividade está disponível desde o dia 13 deste mês até 10 de julho, me-diante marcação. A Festa da Cereja, por seu turno, acontece entre os dias 9 e 12 de junho em Alcongosta. Nesta altura, as ruas da aldeia, também no concelho do Fundão, enchem-se de animação, onde é possível descobrir o artesanato e a gastronomia locais.

“A Cereja do Fundão tornou-se uma das frutas mais reconhecidas a nível nacional e internacional, com a ligação à região de origem. O desenvolvimento de iniciativas, ligadas ao turismo e tam-bém à própria gastronomia, trouxe o reconhecimento da qualidade da nossa cereja. Sendo a nossa máxima ‘Fundão, 365 dias à descoberta’, prolongámos a temática cereja para todos os dias do ano”, justifica Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão.

“O APADRINHAMENTO DE UMA CEREJEIRA, ALÉM DE TER UM PAPEL EDUCATIVO E DE VALORIZAÇÃO DA AGRICULTURA E DO AMBIENTE, É UMA FORMA DE LIGAR OS VISITANTES A ESTA TERRA. MAIS DO QUE UMA AÇÃO SIMBÓLICA, APADRINHAR UMA CEREJEIRA É ASSUMIR O COMPROMISSO DE CUIDAR E PROTEGER”

PAULO FERNANDES, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO FUNDÃO

Para participar no apadrinhamento de uma cerejeira, no programa “É

Tempo de Cerejas” ou fazer a reserva para um passeio de

balão ou no comboio turístico, os contactos disponíveis são o e-mail

[email protected] e o número de telefone

275779040

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ASTRONOMIAG

O mês de abril tornou pública a candidatu-ra da “Gastronomia e dos produtos da terra ligados à Ali-mentação de Trás--os-Montes e Alto

Douro”, a Património Cultural Imate-rial da Humanidade. Entre os produtos a destacar pelas entidades promotoras estarão certamente o azeite e o vinho transmontano. Bem antes do parecer da UNESCO ser conhecido, Murça prepara a 12.ª edição de um evento que lhes presta homenagem.

A FAV – Feira do Azeite e do Vinho de Murça decorre durante três dias, de 13 a 15 deste mês. O pavilhão da escola EB 2, 3 e secundária transforma-se no lar de cerca de 70 expositores, promovidos por produtores da região, preparados para receber os milhares de visitantes que todos os anos se deslocam “ao evento com maior dinâmica do conce-lho”, segundo o presidente do municí-pio, José Maria Costa.

“Sendo Murça essencialmente um concelho vitivinícola e oleícola, com estes dois produtos de excelência, faz

todo o sentido colocarmos todo o em-penho possível no sucesso da Feira do Azeite e do Vinho de Murça”, explicou à Revista PORT.COM, durante a feira de turismo BTL, na qual o concelho apresentou os seus atrativos gastronó-micos, entre outros.

Para além da compra de azeite e vinho, que beneficiam da simbiose entre a montanha e o Douro, José Maria Costa recomenda aos visitantes que aproveitem para experimentar a doça-ria local, particularmente o toucinho do céu e as queijadas de Murça. Outros

Poucas semanas após ter sido conhecida a candidatura da gastronomia transmontana e alto-duriense a património da UNESCO, Murça prepara mais uma edição da feira dedicada aos produtos locais.

AZEITE E VINHO CELEBRADOS NA TERRA DA PORCA

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produtos disponíveis nos stands da feira são o pão rústico, a castanha, os queijos, os enchidos, o mel, os licores, os frutos secos e as compotas.

Fora da feira, os restaurantes estão sempre prontos a servir pratos abun-dantes de cabrito, bacalhau e cozido à portuguesa. A caminhada para fazer a digestão passa obrigatoriamente pelo monumento granítico da Porca de Murça, que por esta altura não se importa de dividir atenções com o vinho e o azeite.

Ingredientes (para 4 pessoas)800 g de lombos de bacalhau; 800 g de batata para assar; 2 dl de azeite ; 5 dentes de alho; 1 cebola; ½ colher (café) de pimentão doce; Sal grosso q.b.; Pimenta q.b.; Azeitonas pretas inteiras q.b.;

Preparação:

• Deixe descongelar o bacalhau à temperatura ambiente. Ligue o forno a 180.ºC. Lave as batatas com a pele, seque-as e coloque-as num prato de forno. Polvilhe-as com sal grosso e leve-as ao forno, durante 40 minutos.

• Descasque os dentes de alho e corte-os em lâminas. Seguidamente, descasque a cebola e corte-a em meias luas finas. Ligue o grelhador e deixe-o aquecer. Seque as postas de bacalhau e leve-as a grelhar durante 15 minutos, virando-as de vez em quando, até ficarem douradas.

• Leve ao lume um tacho com os dentes de alho, a cebola, o azeite e deixe ferver. Adicione o pimentão doce, o sal e a pimenta. De seguida, retire as batatas do forno, sacuda o sal e esmague-as ligeiramente.

• Deite as batatas para um prato fundo, junte o bacalhau e regue com a mistura do azeite. Decore com azeitonas e acompanhe com brócolos cozidos.

Bacalhau à Lagareiro

RECEITAS DE PORTUGAL

“A Casa de Castro Malheiro tem uma tradição de várias gerações no setor agrícola da região do Douro. Sendo as suas principais produções o vinho e o azeite, vemos a Feira do Azeite e do Vinho de Murça como uma excelente oportunidade de afirmar os nossos vinhos, a Casa Castro Malheiro, Murça e o Douro, junto das nossas raízes. E é com especial prazer que o fazemos num ambiente próximo, familiar, de partilha, com os visitantes e com as gentes da terra”

José Malheiro, sócio da produtora vinícola De Castro Malheiro

Queijadas de Murça

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Maçã de Alcobaça, Maçã da Beira Alta, Maçã da Cova da Beira, Maçã de Portalegre e Maçã Bravo de Esmolfe são as variedades de maçã portuguesa reconhe-

cidas pela União Europeia. A primeira, de Alcobaça, ostenta o selo IGP (Indicação Geográfica Protegida) desde 1996. Duas décadas depois, é também o sabor que diferencia uma cerveja portuguesa que acaba de chegar ao mercado, a Sagres Radler Lima – Maçã de Alcobaça.

“Quisemos surpreender e inovar com o lançamento de dois novos sabores de origem portuguesa, proporcionando momentos de consumo distintos e naturalmente refrescantes e saborosos”, justifica Filipe Bonina, o responsável de marketing da Cerveja Sagres. O outro no-vo sabor de origem portuguesa é a Sagres Radler Lima – Pera Rocha.

“Radler” é um conceito de cerveja nascido há várias décadas na Alemanha, que consiste na mistura de cerveja com sumo natural, geralmente de limão. Desde 2013 que a Cerveja Sagres aposta nesta variedade.

O sumo de “Maçã das Beiras” e o gin de Bravo de Esmolfe

A cervejeira não foi a primeira marca que através da maçã portuguesa lançou uma bebida com um cunho de portu-galidade. No ano passado, a Compal lançou um néctar intitulado “Maçã das Beiras”, fruto da utilização de Maçã Golden colhida em território nacional.

Em 2014, surgiu em Reguengos de Monsaraz a Sharish, uma marca de gin que se distinguia da concorrên-cia pela utilização de Maçã Bravo de

Esmolfe. O sucesso desse primeiro produto acabaria por motivar o lançamento posterior de um novo, o Sharish de… pera rocha.

GASTRONOMIA

Depois das variedades Bravo de Esmolfe e Golden, chegou a vez da Maçã de Alcobaça atribuir portugalidade a uma bebida.

A Cerveja Sagres lançou duas “Radler” inspiradas em frutos genuinamente portugueses.

MAÇÃ PORTUGUESA

CHEGA À CERVEJA

Fruta nacional merece forte

aposta por parte da indústria de

bebidas

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CULTURAC

Depois de muitos anos na sombra, o nome e a obra do pintor de Amarante recuperam o lugar que lhe pertenceu há um século, quando chegava a sobrepor-se a nomes como Picasso e Duchamp. O Grand Palais,

onde só têm direito a entrar os grandes nomes das artes, dedica-lhe espaço de destaque até julho.

AMADEO DE SOUZA-CARDOSO PARIS EXPÕE “O MAIOR SEGREDO

DA ARTE MODERNA”

TEXTO: LUÍS CARLOS SOARES

O Grand Palais des Beaux-Arts, uma das salas de exposições mais consagradas de Paris e da Europa, está a exibir parte significativa do

legado do distinto pintor português Amadeo de Souza-Cardoso. A expo-sição teve início a 20 de abril e fica na capital francesa até 18 de julho.

A inauguração decorreu dois dias antes da abertura ao público, a 18 de abril, numa sessão com a presença do primeiro-ministro português, Antó-nio Costa. A exposição realiza-se no âmbito das comemorações dos 50 anos da delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian.

Os visitantes têm oportunidade de apreciar 250 obras e 52 documentos de arquivo assinados por Amadeo de Souza-Cardoso, e 15 obras de outros ar-tistas, que foram próximos do criador português, como o italiano Amedeo Modigliani, o romeno Constantin Brâncusi e o casal francês Robert e Sonia Delaunay.

Está assim criada uma oportunidade única para dar a conhecer o trabalho do pintor a quem alguns historiadores de arte chamam “o segredo mais bem guardado da arte moderna”. Durante várias décadas foi pouco ou nada divulgado, continuando praticamente incógnito quando compa-rado com o de outros artistas da época, com quem Souza-Cardoso privou, como Picasso, Manet ou o próprio Modigliani.

No mesmo dia da abertura da expo-sição ao público, a RTP exibiu a estreia mundial de “Amadeo de Souza Cardoso: O último segredo da arte moderna”. Este documentário biográfico, da autoria do realizador luso-francês Christophe Fonseca, será transmitido em mais de 180 países, através dos canais internacionais da televisão pública portuguesa e france-sa (France Télévisions).

“Eu não sigo escola alguma. As escolas morreram. Nós, os novos, só procuramos agora a originalidade. Sou impressionista, futurista, cubista, abstracionista, de tudo um pouco”

Amadeo de Souza-Cardoso

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES44

Respirar em Paris

O documentário retrata os momentos mais marcantes do percurso artístico de Amadeo de Souza-Cardoso, desde que nasceu a 14 de novembro de 1887, em Ma-nhufe, pequena aldeia nos arredores de Amarante, como o quinto de nove filhos de uma família da alta burguesia. Depois de ter estudado na sede do concelho, em Coimbra e em Lisboa, no dia em fez 19 anos, em 1906, partiu para Paris.

Na capital francesa encontrou o ambiente ideal para desenvolver a sua atividade artística, tendo-se instalado no bairro de Montparnasse, habitado sobretudo por artistas e intelectuais. Nu-ma carta aos seus pais, escreveria: “Aqui respira-se, em Portugal abafa-se”.

Apesar desta opinião, voltava fre-quentemente a Manhufe, à propriedade da família, cujas paisagens envolventes inspiraram várias das suas obras. Em Paris, fez amizade com artistas como os já referidos Modigliani e Brâncuzi, assim

como com o espanhol Juan Gris, ao lado dos quais expôs várias vezes.

Não faltava quem elogiasse o movi-mento e a perfusão de cor das obras do português, um dos primeiros a privile-giar cores vibrantes como o azul-cobalto, o amarelo-crómio e o verde-esmeralda.

No início da segunda década do século XX, começou a investir na divulgação da sua obra, particularmente quando enviou 520 portefólios para pessoas in-fluentes em França, Portugal, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Os elogios chegaram de todo o lado, entre os quais pelo mais consagrado crítico da época, o francês Louis Vauxcelles: “Amadeo não procede de ninguém, nem sequer de Deus, criou um mundo novo. Este jovem português destaca-se”, escreveu.

Impressionar em Nova Iorque

Os elogios precederam um convite pa-ra a maior exposição artística que algu-ma vez havia sido realizada nos Estados

Unidos. Na cidade de Nova Iorque foi assim organizada a Armory Show, entre 15 de fevereiro e 15 de março de 1913.

No cartaz de divulgação do evento, que exibia os artistas mais vibrantes da época, apareceu Souza-Cardoso, ao lado de nomes que ainda hoje são reconhecidos como ícones da arte moderna, como Matisse, Manet, Degas, Gaughin, Renoir, Brâncuzi e Signac. De fora do cartaz ficaram outros nomes de artistas presentes, como Picasso e Duchamp, o que diz bem do estatuto internacional que o português granjea-va com apenas 26 anos.

No final da exposição, que também passou por Chicago e Boston, recebendo mais de 300 000 visitantes, Souza-Cardoso viu sete das suas oito obras expostas serem vendidas, uma das quais resultando na 3.ª melhor venda.

Depois deste sucesso, expôs em cida-des como Londres, Berlim e Viena. Em 1914 multiplicavam-se as encomendas e os convites provenientes dos Estados Unidos, quando eclodiu a I.ª Grande Guerra Mundial, que o impediu de res-ponder a estas solicitações e o motivou a regressar a Portugal.

CULTURA

“AMADEO NÃO PROCEDE DE NINGUÉM, NEM SEQUER DE DEUS, CRIOU UM MUNDO NOVO. ESTE JOVEM PORTUGUÊS DESTACA-SE”

LOUIS VAUXCELLES, O MAIS CONSAGRADO CRÍTICO DE ARTE DO INÍCIO DO SÉCULO XX

O Grand Palais des Beaux-Arts, uma das salas de exposições mais consagradas de Paris e da Europa

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Criar em Manhufe

O novo período em Manhufe signi-fica uma fase artística extremamente fértil, na qual criou dezenas e dezenas de obras. Enquanto ansiava pelo fim da Grande Guerra, para poder voltar a Paris, tomou conta da esposa, Lucie Pecetto, e de uma irmã, que padeciam de gripe espanhola. A epidemia alastrava pela Europa e o pintor também acabou por a contrair.

Ambas resistiram, mas o jovem Amadeo sucumbiu com apenas 30 anos, tempo suficiente para deixar legado que imortaliza o seu nome. Isto apesar de a própria família, bastante conser-vadora, ter queimado várias das suas obras mais ousadas.

As que resistiram, foram resgata-das pelo município de Amarante, que, passadas três décadas da morte do autor, lhes dedicou um museu. Outras foram levadas por Lucie de volta para França, tendo sido cedidas à Fundação Calouste Gulbenkian na década de 80.

Ainda hoje continuam a ser encon-tradas peças em Portugal, França, Alemanha e nos Estados Unidos. Muitas continuam em paradeiro desconhecido, pesquisa e investigação que está a cargo de historiadores de arte.

A exposição no Grand Palais, onde só têm direito a entrar os grandes nomes das artes, é mais um passo para que deixe de ser “o segredo mais bem guardado da arte moderna”. Antes do português, a sala parisiense havia sido ocupada por obras de Picasso. Antes disso, por Veláz-quez. Depois de muitos anos na sombra, o nome e a obra de Amadeo de Souza-Cardoso recuperam o lugar que lhe era devido há um século.

Em cima, à esquerda: “A Cozinha da Casa de Manhufe”

Na coluna, por ordem descendente:“Canção Popular”“Os Galgos”“Paisagem Verde”

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CULTURA

Atuações no estrangeiro com casa cheia, com uma falange considerável de com-patriotas, são um hábito na carreira da fadista portuguesa. Num regresso a Lon-dres, Ana Moura teve mais um concerto deste género, com a particularidade de na plateia constarem espetadores tam-bém habituados a serem protagonistas em recintos com lotação esgotada, co-mo são os casos do vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, e do treinador José Mourinho. Aconteceu a 19 de abril, na sala Cadogan Hall.

O sucesso da primeira edição tinha que dar origem a uma segunda. Já é conhecido o cartaz deste ano do Caixa Ribeira, o festival de fado que nasceu no ano passado no Porto, num formato semelhante ao Caixa Alfama, de Lisboa. Nas noites de 3 e 4 de junho, nomes como Ana Moura, António Zambujo, Gisela João (na imagem), Raquel Tavares, Aldina Duarte, Hélder Moutinho e Maria da Fé vão atuar em espaços nas imediações da Ribeira portuense, como o Palácio da Bolsa e o Mercado Ferreira Borges.

A SIC e a produtora SP Televisão conquistaram as medalhas de ouro e bronze, na categoria Telenovela, na gala do New York Festival’s World’s Best TV & Films, que decorreu em Las Vegas no final de abril. A medalha de ouro foi atribuída à novela “Coração D’ Ouro”, ainda em exibição no canal te-

Ana Moura brilha em Londres perante Mick Jagger e Mourinho

Caixa Ribeira volta a fazer do Porto a cidade do fado

Telenovela portuguesa considerada a melhor do mundo

O Festival Folclórico do Rancho Dança na Eira, organizado pela Fundação Bernardino Coutinho, vai reunir mais de uma dezena de grupos etnográficos nos próximos dias 14 e 15 de maio, no recinto da Igreja de São Benedito, em Newark. Os grupos rumarão a uma das localidades “mais portuguesas” da América do Norte provenientes de várias cidades da costa este dos Estados Unidos: Dança na Eira (de Newark) - na foto - , Nossa Senhora de Fátima (Cumberland), Portugal Norte

a Sul (Union), Imaculado Coração de Maria (Danbury), Sonhos de Portugal (Kearny), Portugal no Coração (Be-thlehem), Casa do Minho (Newark), Dan-ças e Cantares de Portugal (Elizabeth), Pescadores (Newark), Camponeses do Minho (Newark) e Barquense (Newark). Além do espetáculo, o Festival Folclórico do Rancho Dança na Eira oferece uma variada ementa de sabores bem portu-gueses, onde não irão faltar as sempre desejadas sardinhas assadas.

Fim de semana de folclore em Newark

levisivo português, e a de bronze à sua antecessora, “Mar Salgado”. Dedicado às indústrias de televisão e cinema, os prémios New York Festival’s World’s Best TV & Films premeiam os melho-res projetos internacionais, com can-didatos de cerca de 50 países. Este ano foi o primeiro em que telenovelas produzidas em Portugal foram fina-listas neste evento.

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O escritor português deslocou-se a Newark, em meados de abril, onde apresentou à comunidade o seu mais recente livro, intitulado “Em Teu Ventre”. A sessão, que contou com a presença de várias dezenas

de pessoas, entre as quais muitos alunos de escolas portuguesas de New Jersey, teve lugar no salão do Sport Club Português. A iniciativa foi promovida pela associação Pro-verbo, que fez de José Luís Peixoto seu membro honorário. A história do livro foca-se nas aparições de Fáti-ma, centrando-se especificamente no período entre os meses de maio e outubro de 1917.

Duas obras do emblemático escritor português foram traduzidas na Rússia. “O Livro do Desassossego” e “O Ban-queiro Anarquista e Outros Contos” foram lançados em simultâneo por duas editoras de Moscovo, iniciativa promovida pela Embaixada de Portu-gal na Rússia e pelo Instituto Camões.

“As Altas Montanhas de Portugal”. Este é o título do livro de Yann Martel que a Editorial Presença acaba de lançar nas livrarias portuguesas, cuja narrativa decorre maioritariamente em Trás-os-Montes, particularmente em Bragança. O autor canadiano é co-

nhecido à escala global como autor de “A Vida de Pi”, que já vendeu mais de 12 milhões de exemplares e foi adaptado ao cinema em 2012, tendo arrecadado quatro Óscares.

O Consulado Geral de Portugal em São Paulo criou um perfil na rede social Instagram e para marcar esse lançamento, desafia os visitantes a participarem num concurso fotográfico, denominado “Portugal a um clique de distân-cia”. Os interessados em participar devem enviar uma fotografia tirada nos estados brasileiros de São Paulo ou Mato Grosso do Sul, que traduza a ligação entre Brasil e Portugal, para o e-mail [email protected], até 30 de junho. As dez melhores imagens, esco-lhidas por um júri, serão tornadas públicas na edição deste ano da exposição Experimenta Portugal.

Fernando Pessoa traduzido na Rússia

José Luís Peixoto leva novo livro à comunidade portuguesa nos EUATrás-os-Montes inspira

livro do consagrado canadiano Yann Martel

Consulado de São Paulo promove concurso de fotografia sobre relação entre Brasil e Portugal

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Igreja de São Francisco, em Campo Grande (Mato Grosso do Sul)

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Fernando Santos revela a 17 de maio o nome dos 23 convocados para o EURO 2016. Mais de me-tade das vagas parecem estar atribuídas, a julgar pela opinião

de treinadores portugueses a exercer no estrangeiro. A Revista PORT.COM desa-fiou quatro técnicos nacionais, radica-dos em quatro diferentes países, a vestir a pele de selecionador. Para além de 14 jogadores unânimes, existem várias incógnitas, da baliza ao ataque.

Pedro Gonçalves, de 40 anos, é coordenador técnico nos escalões jovens do 1.º de Agosto, um dos maiores clubes de A ngola, onde também treina uma equipa, depois de per to de década e meia a conquis-tar títulos na formação do Spor ting Clube de Por tugal. É o único treina-dor inquirido a “convocar” Bruno A lves (Fenerbahce), um dos resul-tados mais surpreendentes desta repor tagem.

Sérgio Saraiva, de 30 anos, é um dos treinadores que o FC Porto escolheu para fundar a sua primeira escola de futebol no Canadá, a Dragon Force To-ronto - Bradford. Nos 23 jogadores não inclui nenhum ponta de lança de raiz, tal como Pedro Gonçalves.

Vítor “Gamito”, de 28 anos, que integra uma equipa técnica nos escalões jovens do Levante, em Espanha, escolhe Éder (Lille), à semelhança do que muitas vezes é feito

OS 23 DOS TREINADORES PORTUGUESES NO

ESTRANGEIROCristiano Ronaldo, Moutinho e Pepe são incontestáveis, João Mário, Bernardo Silva e Rafa mais

do que revelações. Não há dúvidas quanto a William e Danilo, mas sim no que toca a Bruno Alves e Quaresma. Treinadores portugueses em Espanha, Bélgica, Canadá e Angola revelam quem

escolheriam para representar a seleção no EURO 2016.

TEXTO: LUÍS CARLOS SOARES

ESPORTOD

Do “onze” na imagem, Bruno Alves é o único que não faz parte dos 23 mais escolhidos

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por Fernando Santos. Gabriel Oliveira, de 27 anos, que se prepara para abraçar um segundo projeto na Bélgica, depois de ter representado o Racing Jet Wavre, acredita que Bruno Moreira (Paços de Ferreira) é capaz de ser sinónimo de golos no Europeu de França.

Estes são só alguns exemplos que dife-renciam as escolhas dos quatro treinado-res, mas também há muitos em comum. Exemplo disso está na posição mais de-fensiva do meio campo, na qual se regista unanimidade entre os quatro treinadores: todos convocariam William Carvalho (Sporting) e Danilo (FC Porto).

Abundância de médios, ausência de pontas de lança

Para além dos dois “trincos”, os jogado-res unânimes são: os guarda-redes Rui Pa-trício (Sporting) e Anthony Lopes (Lyon), os defesas Pepe (Real Madrid), José Fonte

(Southampton) e Raphael Guerreiro (Lo-rient), os médios João Moutinho (Mónaco) e André Gomes (Valência), os extremos João Mário (Sporting), Rafa (SC Braga) e Bernardo Silva (Mónaco), e os avançados Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Nani (Fenerbahce).

Curiosamente, a soma de todos os jogadores que foram escolhidos por dois ou mais treinadores, dá precisamente 23 elementos. Os nove futebolistas com dois ou três votos são: o guarda-redes Eduardo (Dínamo de Zagreb), os defesas Vieirinha (Wolfsburgo), André Almeida (Benfi-ca), Ricardo Carvalho (Mónaco), Luís Neto (Zenit) e Eliseu (Benfica), os médios Adrien Silva (Sporting) e Renato Sanches (Benfica), e o extremo Pizzi (Benfica).

Este resultado comprova a abundância de opções viáveis para o miolo do terreno, com seis opções (às quais ainda se pode-riam acrescentar João Mário e Pizzi), e a

Todos os treinadores “convocaram” Cristiano Ronaldo, Rafa e outros 12 jogadores

Indefinição no lado direito da defesa, com Cédric a disputar lugar com Vieirinha e André Almeida

Nani é um nome provável para o ataque, onde a presença de um ponta de lança não é consensual

Quaresma não é um jogador unânime, apesar de presença habitual nas escolhas de Fernando Santos

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DESPORTO

escassez de jogadores para o centro do ataque, com nenhum dos 23 escolhidos a ser um ponta de lança de raiz.

Outra curiosidade reside no facto de três dos quatro treinado-res terem optado por “convocar” apenas três defesas centrais, mas no somatório f inal há espaço para quatro entre os 23: Pepe, José Fonte, R icardo Car valho e Neto.

Quaresma, Éder, Bruno Alves e Cédric de fora

Comparar os 23 que resultam das escolhas dos quatro treinadores inquiridos, com as convocatórias de Fernando Santos, permite apontar os nomes de Ricardo Quaresma (Be-siktas), Tiago (Atlético de Madrid) e Cédric Soares (Southampton) como as principais ausências, para além dos já referidos Bruno Alves e Éder.

A perda de popularidade por parte de Quaresma e Bruno Alves pode ser justi-ficada pela perda de fulgor que algumas carreiras atravessam depois dos 30 anos, sendo que o extremo já tem 32 e o central 34. Tiago também soma 34, mas terá sido a longa lesão recente a afastá-lo, dado que as exibições do médio nas últimas tempora-das pareciam indiferentes à idade.

Éder não tem conseguido repetir na sele-ção as boas exibições com que já brindou os adeptos de clubes como o Lille e o Braga, e a

ausência de Cédric pode ser justificada por falta de visibilidade. Apesar de atuar num dos campeonatos mais mediáticos do mundo, a Premier League inglesa, os “concorrentes” Vieirinha e André Almeida beneficiaram do longo per-curso efetuado pelo Wolfsburgo e pelo Benfica na Liga dos Campeões.

A 17 de maio serão desfeitas todas as dúvidas. Alguns dos que ficarem de fora poderão embarcar para o Brasil, para a seleção olímpica de futebol. Com ou sem ponta de lança, três ou quatro centrais, com Renato Sanches ou Tiago, Pizzi ou Quaresma, Portugal viajará para França, a 9 de junho, com argumentos que permitem aos portugueses sonhar com um brilhare-te, quiçá até à final de 10 de julho.

A 17 DE MAIO SERÃO REVELADOS OS CONVOCADOS. ALGUNS DOS QUE FICAREM DE FORA PODERÃO EMBARCAR PARA O BRASIL, PARA A SELEÇÃO OLÍMPICA DE FUTEBOL

William Carvalho e Danilo são donos e senhores do meio campo defensivo

Eliseu deve ver voo garantido para França, até porque a lesão de Coentrão reduziu as opções para lateral-esquerdo

Renato Sanches pode ser o português mais novo no EURO 2016

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O somatório dos 38 eleitos pelos quatro treinadores inquiridos resulta na seguinte convocatória.

Confira ainda as opções de cada um.

MAIS ESCOLHIDOS23

AVAVCristiano Ronaldo

EE ED

GR

Bernardo SilvaRafa

DLRaphael Guerreiro

EliseuDC

PepeRicardo Carvalho

MCJoão MoutinhoAndré Gomes

AdrienRenato Sanches

MCWilliam Carvalho

Danilo

DCJosé Fonte

Neto

DRVieirinha

André Almeida

João MárioPizzi

Rui PatrícioAnthony Lopes

Eduardo

Nani

NOME Pedro GonçalvesCLUBE 1.º de Agosto

PAÍS Angola (Luanda)

Rui Patrício, Eduardo, Anthony Lopes; Cédric Soares, Vieirinha, Pepe, Bruno Alves, José Fonte,

Luís Neto, Eliseu, Raphael Guerreiro; Danilo, William

Carvalho, João Moutinho, João Mário, Adrien Silva, André Gomes; Cristiano Ronaldo, Nani, Bernardo Silva, Rafa, Wilson Eduardo e Bruma.

NOME Vítor GamitoCLUBE LevantePAÍS Espanha

Rui Patrício, Anthony Lopes e Marafona; André Almeida,

Vieirinha, Pepe, Ricardo Carvalho, José Fonte, Eliseu, Raphael Guerreiro; William

Carvalho, Danilo, Adrien Silva, Renato Sanches, João Mário,

João Moutinho, André Gomes; Bernardo Silva, Rafa, Nani,

Cristiano Ronaldo, Hugo Vieira e Éder.

NOME Gabriel OliveiraCLUBE Racing Jet Wavre

PAÍS Bélgica

Anthony Lopes, Rui Patrício, Eduardo; Vieirinha, Pepe,

Ricardo Carvalho, José Fonte, Eliseu e Raphael Guerreiro;

William Carvalho, Danilo, João Moutinho, Tiago, André Gomes, Adrien Silva, João Mário, Pizzi;

Bernardo Silva, Rafa, Nani, Cristiano Ronaldo, Quaresma e

Bruno Moreira.

NOME Sérgio SaraivaCLUBE Dragan Force Toronto

PAÍS Canadá (Bradford)

José Sá, Rui Patrício, Anthony Lopes; André Almeida, Nélson

Semedo, Pepe, José Fonte, Neto, Raphael Guerreiro, Rafa

Soares; William Carvalho, Danilo, Renato Sanches,

André André, João Moutinho, André Gomes, João Mário,

Pizzi; Cristiano Ronaldo, Nani, Rafa, Bernardo Silva e Gelson

Martins.

Os

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES52

DESPORTO

A equipa de futebol masculino de Portugal, que em agosto participará nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, vai defrontar Argentina, Honduras e Argélia na primeira fase da competição. O coletivo treinado por Rui Jorge (na foto) divide com a congénere argentina o favoritismo para vencer o Grupo D. Recorde-se que o torneio olímpico de futebol é disputado por seleções sub-23, que podem convocar três jogadores acima desse escalão etário.

Fernando Santos não pode levar para o EURO 2016 dois dos joga-dores mais utilizados na fase de qualificação. Fábio Coentrão fica de fora devido uma lesão na coxa direita, que o afasta dos relvados num período entre três a seis me-ses. Danny sofreu uma rotura de ligamentos cruzados e menisco do joelho direito, para cujo período de recuperação estimado ronda os oi-to meses. Esta é já a segunda vez que o avançado do Zenit sofre uma lesão grave antes de um Europeu, o que já havia acontecido em 2012.

As sessões de trabalho da seleção portuguesa com vista à preparação do Europeu começam na Cidade do Fu-tebol, em Oeiras, a 23 maio. A viagem para França acontecerá na manhã de 9 de junho, com o primeiro treino em Marcoussis, nos arredores de Paris, marcado para esse mesmo dia, à tarde. Pelo meio, a equipa nacional tem três jogos de preparação: Noruega (29 de maio, no Estádio do Dragão, Porto), Inglaterra (2 de junho, em Wembley, Londres) e Estónia (8 de junho, no Estádio da Luz, Lisboa).

A seleção portuguesa apurou-se para o Mundial de futsal, ao vencer por 2-1 os dois jogos do play-off de acesso à competição, contra a Sér-via, primeiro em solo sérvio e depois em Odivelas. A prova terá lugar entre 10 de setembro e 1 de outubro, nas cidades colombianas de Bucara-manga, Cali e Medellín.

Argentina, Honduras e Argélia no caminho da seleção olímpica

Lesões afastam Coentrão e Danny

de França

Preparação do EURO 2016 também passa por Londres

Portugal na fase final do Mundial de Futsal

Breves

Fábio Coentrão e Danny

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Julen Lopetegui não deixou sauda-des, mas José Peseiro não tem feito melhor. A Taça de Portugal pode ajudar a “salvar” mais uma temporada negativa no passado recente do FC Porto, que não vence um troféu há 32 meses. Curiosamente, o outro finalista que a 22 de maio subirá ao relvado do Estádio Nacional, o Sporting de Braga, é treinado pelo último técnico que ergueu um troféu vestido de azul e branco: Paulo Fonseca.

Ao contrário do conjunto portista, a equipa minhota procura “colocar a ce-reja no topo do bolo” de uma tempora-da bastante positiva. Para além de ter garantido folgadamente o 4.º lugar do campeonato, o primeiro a seguir aos “Três Grandes” e chegou aos quartos de final da Liga Europa: mais longe do FC Porto e Sporting, por exemplo.

Para chegar ao Jamor, o FC Porto derrotou o Varzim, Angrense, Feirense, Boavista e Gil Vicente. O Sporting de Braga teve que superar o Académico de Viseu, Farense, Sporting, Arouca e Rio Ave. Resta agora saber a quem é que Marcelo Rebelo de Sousa entrega-rá o troféu da prova-rainha do futebol português: a Helton ou Alan.

O futebolista português do Sheffield Wednesday, do segundo escalão do fu-tebol inglês, foi o vencedor do prémio da Football League para o melhor golo do ano das divisões inferiores. Marco Matias foi premiado pelo tento que marcou, em agosto do ano passado, contra o Leeds United, cujas imagens correram o mundo. De entre os mais de 4 800 golos, cada clube nomeou os seus melhores do ano civil de 2015, que depois foram sujeitos a votação online.

Cinco clubes franceses entram no mês de maio a disputar o 3.º lugar da Ligue 2, o último que dá acesso ao primeiro escalão do futebol gaulês. Metz, Lens, Le Havre, Red Star 93 e Clermont Foot são os clubes que ambicionam acompanhar o Dijon e o Nancy, que já asseguraram a promoção. Quando faltavam quatro jornadas para o fim

O luso-luxemburguês vai ser o treina-dor do RM Hamm Benfica na próxima época, substituindo o alemão Dino Toppmöller no comando técnico do clube do primeiro escalão do Luxem-burgo, cuja fundação foi inspirada no Sport Lisboa e Benfica. Daniel dos San-tos põe assim ponto final numa passa-gem de três temporadas pelo Avenir Beggen, também do Grão-Ducado.

Metz e Red Star disputam subida de divisão com jogadores portugueses

Marco Matias vence prémio em Inglaterra para golo do ano

Daniel dos Santos vai treinar o Hamm Benfica

FC Porto procura salvar a época com Taça de Portugal

do campeonato, a distância entre o 3.º classificado (Metz) e o 7.º (Clermont Foot) era apenas de dois pontos, o que evidencia o equilíbrio existente. O Metz conta com quatro jogadores portugueses no plantel (Nuno Reis, Tiago Gomes, André Santos e Daniel Candeias) e o Red Star 93 com um (Rui Sampaio).

André Santos

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES54

A minha mãe nasceu em Luanda, o meu pai em Coimbra e quis o destino que se conhecessem em Lisboa. Eu nasci em Mirandela, cresci em

Chaves, estudei e trabalhei em Braga. Em 2013 mudei-me para Pequim, onde ainda vivo. Claramente raízes nunca foram o meu forte!

A minha história não é mirabolante e envolve estudos, trabalho, paixão por viajar e uma insatisfação voraz. Das aulas de gestão lembro-me que para sobreviver, as empresas não podem estagnar, têm de antecipar mudanças e correr riscos. O que nem sempre é óbvio é que as empresas são só pessoas, por isso, mercado, concorrência, valorização, branding, são aplicáveis a cada um de nós. Cons-ciente do que viver numa aldeia global realmente significa, cedo percebi que para sermos melhores, temos que sair da nossa zona de conforto e de nos testarmos constantemente.

Para mim, traduziu-se numa mudança para a China, pois para além de todo o desafio que representa, sabia que seria

uma excelente oportunidade para experienciar a cultura de um país tão rico e diferente. Aterrei em Pequim com um contrato de três meses, que no final passou a tempo indeterminado e assim se mantém.

E num país tão distinto, são mesmo as diferenças que motivam, por desper-tarem tanta curiosidade e desafio. Muitas são as histórias que se podem contar, algumas bem típicas da Chi-na, outras semelhantes a de muitos outros que saíram do país. Pequim ajusta o nosso sentido de escala, não só pela distância a que estamos de casa como pela vastidão da cidade. Milhões de pessoas circulam frene-ticamente, sem parar, num ambiente pulsante, vivo e caótico. Claro que os restantes cinco sentidos também sofrem as suas adaptações: cheiros, sabores, encontrões, buzinas estri-dentes e construções até perder de vista, tornam-se parte do dia-a-dia.

No fim do dia, sei que seremos sempre estrangeiros numa cidade que não é a nossa. A nossa cultura, a nossa língua, os nossos, estão onde os deixámos e até chegar a hora de voltarmos só podemos aproveitar!

Miguel Madeira tem 30 anos e vive em Pequim desde 2013, onde é gestor de marketing digital numa empresa de comércio eletrónico.

Desde o Oriente conta histórias das suas viagens.

O MUNDO É PEQUENO, A CHINA NÃO

“CONSCIENTE DO QUE VIVER NUMA ALDEIA GLOBAL REALMENTE SIGNIFICA, CEDO PERCEBI QUE PARA SERMOS MELHORES, TEMOS QUE SAIR DA NOSSA ZONA DE CONFORTO E DE NOS TESTARMOS CONSTANTEMENTE. “

ISCURSO DIRETOD

Mais histórias do Oriente, contadas em fotografias pelo Miguel Madeira, no seu site: www.curinga.net+

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Page 56: PORT.COM - Edição nº 18 - Maio de 2016

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Qual é o Banco que tem soluções para investir com rentabilidade? Qual é o Banco para poupar com segurança? Qual é o Banco que, para além de soluções de poupança, lhe disponibiliza também boas soluções de investimento? Qual é o Banco que tem soluções adequadas às suas necessidades?

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