Porque é que as notícias são como são?
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Transcript of Porque é que as notícias são como são?
Dinis Manuel AlvesDinis Manuel Alves
http://www.mediatico.com.pt
Porque é que as notícias Porque é que as notícias
são como são?são como são?
Apesar de todas as transformações que têm ocorrido no campo dos
media, as principais tarefas do jornalista ainda estão relacionadas com
as suas mais tradicionais funções: selecção e hierarquização de
acontecimentos susceptíveis de terem valor como notícia; transformação
desses acontecimentos em notícias; difusão das notícias.
A selecção é a pedra angular do processo, pois um jornal não pode ser
um amontoado não criterioso de todo o tipo de informações.
Retirado de : "Elementos de Jornalismo Impresso" (pdf), de Jorge Pedro Sousa, 2001, disponível online na BOCC
A escolha dos acontecimentos e demais assuntos a abordar por um
jornal (construção da agenda) é dos assuntos mais debatidos entre os
agentes interessados na cobertura noticiosa. Por isso, também é dos
mais estudados. A necessidade de se fazerem escolhas torna o
jornalismo permeável a críticas. Mas valorizar, hierarquizar e seleccionar
são actividades inerentes ao jornalismo.
A escolha dos assuntos a abordar por um jornal e a consolidação de
uma determinada linha editorial dependem de diversos mecanismos que
actuam em conjunto. É óbvio que um patrão poderoso dos media pode
dar ordens para que uma notícia seja publicada, mas esta situação é
rara. Um patrão também poderá mandar retirar uma notícia, mas esta
situação é ainda mais rara, pois, se não for cuidadosamente justificada
(por exemplo, argumentando com a entrada de publicidade), pode ser
vista como censura e cair nas malhas da ilegalidade. Nos casos
anteriores estaríamos perante mecanismos de selecção de notícias que
poderíamos denominar como sendo de "acção pessoal"e, portanto,
relativamente subjectivos.
A escolha dos assuntos a abordar por um jornal e a consolidação de
uma determinada linha editorial dependem de diversos mecanismos que
actuam em conjunto. É óbvio que um patrão poderoso dos media pode
dar ordens para que uma notícia seja publicada, mas esta situação é
rara. Um patrão também poderá mandar retirar uma notícia, mas esta
situação é ainda mais rara, pois, se não for cuidadosamente justificada
(por exemplo, argumentando com a entrada de publicidade), pode ser
vista como censura e cair nas malhas da ilegalidade. Nos casos
anteriores estaríamos perante mecanismos de selecção de notícias que
poderíamos denominar como sendo de "acção pessoal“ e, portanto,
relativamente subjectivos.
Mas, normalmente, a selecção de assuntos a noticiar não depende unicamente
de escolhas subjectivas. Há mecanismos que se sobrepõem à subjectividade
jornalística. Entre eles estão os critérios de noticiabilidade (ou de valor-notícia),
que são aplicados pelo jornalista, conscientemente ou não, no momento de
avaliar os assuntos que têm valor como notícia.
Os critérios de noticiabilidade não são rígidos nem universais. Por outro lado,
são, frequentemente, de natureza esquiva, opaca e, por vezes, contraditória.
Eles funcionam conjuntamente em todo o processo de fabrico e difusão das
notícias e dependem da forma de operar da organização noticiosa, da sua
hierarquia interna e da maneira como ela confere ordem ao aparente caos da
realidade.
Além disso, os critérios de valor-notícia mudam ao longo do tempo (assuntos que
há algum tempo não seriam notícia são-no hoje).
Há muitas listas de valores-notícia que tornam uma mensagem noticiável
(newsworthy attributes).
Galtung e Ruge (1965) foram dos primeiros autores a chamarem a atenção para
a existência de critérios de noticiabilidade dos acontecimentos que se
sobrepunham à acção pessoal do jornalista, embora sem a eliminar, e que
determinariam as possibilidades de uma mensagem passar pelos vários gates
numa organização noticiosa. :
República, 06.02.1950
O Século,
07.01.1970
Correio de Coimbra
8.02.1962
Da Lua, com faróis
"Levarão faróis potentíssimos, para comunicarem com a Terra, desde a Lua" — anunciava a capa
da revista espanhola "Algo", de 16 de Agosto de 1930. A gravura da capa ilustrava a "comunicação", da
Lua para Espanha, e não para os EUA, país detentor da patente.
John Q. Stewart, da Universidade de Princeton, projectara um foguetão destinado a realizar viagens de
ida e volta à Lua. Consistia numa esfera metálica de grandes dimensões, e pesando 70 mil toneladas.
Levaria vários canhões, cujas bocas sobressairiam da superfície da esfera, e em todas as direcções.
O veículo seria lançado para o espaço através do "sistema foguete", a uma velocidade de 80 mil
quilómetros à hora. Quando a força deste primeiro impulso se perdesse, a velocidade manter-se-ia
disparando os canhões. Para conseguir tal desiderato, bastava girar a esfera de modo a deixar na parte
traseira o foguete a disparar. Se se quisesse mudar a direcção da "nave", apontava-se o foguete a
disparar para um dos lados.
A violência do impacto com a Lua seria amortecida através do disparo dos foguetes dianteiros.
A revista referia-se ainda às vestimentas dos astronautas, com escafandros especiais que lhes
permitissem "respirar a atmosfera do satélite, tão distinta da nossa".
O sistema de comunicações com a Terra far-se-ia através de faróis potentíssimos, inventados pelo
próprio Dr. Stewart. Sinaléctica telegráfica, com os traços a serem substituídos pela luz vermelha e os
pontos pela luz branca. Revista ALGO, 16 de Agosto de 1930
A Bamba embriagada
Foram enviados para o poder judicial os seguintes individuos:
Maria da Conceição Dores, a Bamba, por embriaguês e distúrbios.
Emídio Leonardo, do Fundão, por explorar a caridade pública.
Manuel Carvalho, de Chelo, Penacova, por tentar agredir Maria Madalena, nesta
cidade.
Vitorino Henrique Barbas, por, na rua Direita, se intrometer no serviço da polícia.
Armando Matias, conhecido da polícia, por, no Arco do Ivo, agredir José Maria
Serico.
in "Gazeta de Coimbra", Agosto de 1914
Diário de Lisboa
02.11.1957
Commercio da Louzã
11.04.1909
Diário de Notícias n.º 1 – 29 de Dezembro de 1864
Suas Magestades e Altezas Suas Magestades e Altezas
passam sem novidade passam sem novidade
em suasem suas
importantes saudesimportantes saudes
No tempo das “não-notícias”
Mercúrio Lusitano, 23.08.1815
No tempo das “não-notícias”
Mercúrio Lusitano, 23.08.1815
No tempo das “não-notícias”
Correio do Vouga, 7.04.1934
29 de Dezembro de 1864 20 de Março de 2003
Entre os critérios apontados pelos autores contavam-se os seguintes:
• Proximidade (Quanto mais próximo ocorrer um acontecimento, mais
probabilidades tem de se tornar notícia. A proximidade pode assumir várias
formas: geográfica, afectiva, cultural, etc.).
• Proximidade afectiva
• Lisboa-Dili (14.397 kms)
• Proximidade afectiva
• Lisboa-Luanda (5.746 kms)
• Momento do acontecimento (Quanto mais recente for um acontecimento,
mais probabilidades tem de se tornar notícia.);
• Significância (Quanto mais intenso ou relevante for um acontecimento,
quantas mais pessoas estiverem envolvidas ou sofrerem consequências, quanto
maior for a sua dimensão, mais probabilidades tem de se tornar notícia.; além
disso, quanto menos ambíguo for um acontecimento, mais probabilidades tem de
se tornar notícia).
Correio do Vouga, n.º 1,
16.11.1930
Quanto maior o número de pessoas envolvidas maior a probabilidade de o
acontecimento ser noticiado. Mas há que contar com o factor da proximidade ou
o princípio do morto-quilómetro: 300 mortos em Mogadíscio valem menos do que
10 mortos nos arredores de Lisboa (exemplo adaptado à realidade portuguesa)..
Jornal de Notícias
8.03.2000
Jornal de Notícias
16.03.2000
• Proeminência social dos sujeitos envolvidos (Quanto mais proeminentes
forem as pessoas envolvidas num acontecimento, mais hipóteses ele tem de se
tornar notícia.).
Imprevisibilidade (Quanto mais surpreendente for um acontecimento, mais
hipóteses terá de se tornar notícia.)
Consonância (Quanto mais agendável for um acontecimento, quanto mais
corresponder às expectativas e quanto mais o seu relato se adaptar ao medium,
mais probabilidades tem de se tornar notícia.)
Porque é que as notícias Porque é que as notícias
estão onde estão?estão onde estão?
• Composição (Quanto mais um acontecimento se enquadrar num noticiário
tematicamente equilibrado, ou seja, num noticiário com espaço para diversos
temas, mais probabilidades tem de se tornar notícia);
Facebook,
23.05.2010
• Negatividade (Quanto mais um acontecimento se desvia para a negatividade,
mais probabilidades tem de se tornar notícia.)
Good news are no news
Continuidade (Os desenvolvimentos de acontecimentos já noticiados têm
grandes probabilidades de se tornar notícia.)
Proeminência das nações envolvidas nas notícias (Quanto mais
proeminentes forem as nações envolvidas num acontecimento internacional,
mais probabilidades ele tem de se tornar notícia.).
Tensão nas relações EUA/RússiaTensão nas relações EUA/Rússia
Tensão nas relações Tailândia/Indonésia
Obama de visita a LuandaObama de visita a Luanda
José Eduardo dos Santos de visita a Washington
Utilidade (news you can use)
Opções
Opções
Opções
16.05.2010
Opções
16.05.2010
Opções
16.05.2010
Opções 16.05.2010
Opções
17.05.2010
Opções
17.05.2010
Opções
17.05.2010
Opções 17.05.2010
Opções
16.05.2010
17.05.2010
A realidade
segmentada
Correio do Vouga,
24.02.1934
CONSTRANGIMENTOS ORGANIZACIONAIS
Relativos ao suporte
Ecos de Cacia 16-06-1934
Correio do Vouga, n.º 1,
16.11.1930
Correio do Vouga, n.º 1, 16.11.1930
O ACESSO AO CAMPO JORNALÍSTICO
Acesso habitual
Acesso disruptivo
Acesso directo
TRAQUINA, Nelson.
Jornalismo”, Quimera,
Lisboa, 2007 (2.ª edição).
Jornal de Letras, 24.10.2008
O contraste
O mau da fita
Regresso ao
passado
A fotografia
http://www.boston.com/bigpicture/
Edificação da Expo Shanghai 2010 em 31 fotos
O acaso
O acaso
Rabo de tufão em Coimbra
Fizemos estas fotos a 12 de Março de 2006, 6:48.
Foram publicadas na edição de Abril do Jornal da Universidade de Coimbra.
As fotos suscitaram reacções diversas, havendo mesmo quem as considerasse “fotomontagens”
(sic)
Na edição de Maio do mesmo jornal, o Prof. Doutor Fernando Rebelo, especialista reputado, tratou
de fazer luz sobre o que passara naquele amanhecer, nos céus de Coimbra.
Tratou-se de um mini-tornado, conhecido pelo povo como “rabo de tufão”. Alguns já mataram, em
Portugal. Importante ler a explicação de Fernando Rebelo.
O acaso
Rabo de tufão em Coimbra
REPORTAGEM DISPONÍVEL AQUI:
http://www.slideshare.net/dmpa/rabo-de-tufo-em-coimbra
Algumas destas fotos podem visualizar-se, individualmente, em
http://www.panoramio.com/user/765637
A perspectiva
O fait divers
1. Rodagem de f ilme com Leonardo Di Caprio gera polémica 14. Festa de anos do maior crocodilo do mundo em cativeiro
2. Aumenta número de cegos profissionais de massagens 15. Um gato que é o melhor amigo de um rato
3. Tailandeses descobrem enormes potencialidades nos 16. Estragos provocados pelas monções
camarões 17. Explosão em fábrica de fruta
4. Rebentamento de tanque com crocodilos origina fuga de 18. Sequestro na embaixada da Birmânia
visitantes de um zoo 19. Habitantes de cidade tailandesa vivem em plena
5. Americanos efectuam teste de nova vacina contra a Sida harmonia com os macacos
6. Despiste de autocarro 20. Joalheira tailandesa descobre safira com 7 quilos
7. Brasil vence Taça do Rei (futebol sub-20) 21. Jorge Sampaio na Tailândia
8. Madeleine Albright na Tailândia 22. Explosão em refinaria de petróleo
9. Lançamento de cinto anti-violação 23. 500 páraquedistas batem record de salto em queda livre
10. Devorar gelados para entrar no Guiness Book 24. Encerramento da fronteira com a Birmânia
11. Concurso Miss Gorda 25. Filme Ana e o Rei proibido na Tailândia
12. Festa contra tabaco acaba mal 26. Receio do bug 2000 origina cancelamento de voos
13. Traficante de droga abatido pela polícia 27. Festejos de passagem do ano
Total: 27 assuntos - 62 notícias 01h 29' 05''
Quadro 1 SUL E SUDESTE ASIÁTICO Tailândia
Depois do estudo pioneiro de Galtung e Ruge, os autores que se dedicaram a
este tema geralmente apresentam os critérios de noticiabilidade de um
acontecimento sob a forma de uma lista. Dela fazem parte factores como a
oportunidade, a proximidade, a actualidade, o provável interesse do
público, a importância, o impacto, as consequências e repercussões, o
interesse, o conflito ou a controvérsia, a negatividade, a frequência, a
dramatização, a crise, o desvio, o sensacionalismo, a emoção, a
proeminência das pessoas envolvidas, a novidade, a excentricidade e a
singularidade (no sentido de pouco usual). (Shoemaker, 1991: 21-22).
Garbarino (1982) enfatiza o papel das constrições ligadas à organização do
trabalho (por exemplo, a rede geográfica de correspondentes e delegações e a
divisão temática nas redacções reflectem critérios de relevância e valoração
geográfica e temática das notícias) e das convenções profissionais criadas
nesse sistema enquanto elementos contributivos para a definição do que é
notícia, isto é, enquanto elementos da noticiabilidade. Esses elementos
ajudariam a legitimar o processo produtivo, desde a selecção das fontes à
selecção dos acontecimentos e aos modos de fabrico, contribuindo para
precaver os jornalistas e as organizações noticiosas das críticas do público.
Wolf (1987: 173-192), muito oportunamente, classifica os critérios de
valor-notícia em:
critérios relativos ao conteúdo (importância e interesse das notícias),
critérios relativos ao produto (que têm a ver com a disponibilidade das
informações e com as características do produto informativo),
critérios relativos ao medium,
critérios relativos ao público
e critérios relativos à concorrência.
Teun A. van Dijk (1990: 174) também oferece pistas para a sistematização dos
valores-notícia. Para este autor, existem valores jornalísticos formulados em
termos económicos (lucro, vendas, etc.), embora ele considere que as
limitações provenientes das condições económicas devem ser entendidas, antes
de mais, como factores materiais, ainda que sejam importantes na formação ou
conformação dos valores-notícia.
Uma segunda categoria de valores jornalísticos estaria relacionada com as
rotinas e a produção de notícias numa organização, no seio de uma atmosfera
competitiva. Por exemplo, a aspiração que os jornalistas denotam de obter a
notícia mais rápida e fidedignamente que os seus companheiros enquadra-se
nesta categoria. (Van Dijk, 1990: 174-175)
Porém, segundo o autor, a organização da produção jornalística privilegiaria
acontecimentos produzidos/ definidos por figuras públicas e sectores
preponderantes da vida social e política, reproduzindo uma estrutura social
favorável na essas elites (Van Dijk, 1990: 174), uma realidade bastante
referenciada nos cultural studies.
Para explicar a noticiabilidade, Van Dijk (1990: 175-181) põe o acento tónico nas
limitações cognitivas dos jornalistas.
A partilha de determinadas imagens do mundo pelos jornalistas seria uma
dessas limitações. As imagens do mundo e demais limitações cognitivas
definiriam os critérios de valor-notícia dos jornalistas:
1) novidade;
2) actualidade;
3) pressuposição (a avaliação da novidade e actualidade pressupõe
conhecimentos prévios; além disso, segundo o autor, os acontecimentos e os
discursos só seriam entendíveis mediante o recurso a informação passada);
4) consonância com normas, valores e atitudes compartilhadas;
5) relevância (para o destinatário da informação);
6) proximidade (geográfica, social, psico-afectiva); e
7) desvio e negatividade (psicanaliticamente, a atenção ao crime, aos
acidentes, à violência, etc., funcionaria como um sistema emocional de
autodefesa: ao contemplarem-se expressões dos nossos próprios temores, o
facto de serem outros a sofrer com as situações proporcionar-nos-ia tanto alívio
como tensão).
Num estudo de 1980, de Nisbett e Ross, encontra-se o carácter "vivo” (vivid)
de uma história como um dos factores que mais pode influenciar a sua
passagem pelos pontos de filtragem de informação, uma vez que conferiria força
à história. Embora, na minha opinião, tal possa remeter-se para o tantas vezes
referenciado "interesse humano", a informação vivid, segundo os autores, pode
descrever-se como “Informação (. . . ) que tanto procura atrair e reter a nossa
atenção e excitar a imaginação como é
(a) emocionalmente interessante,
(b) concreta e suscitadora de imagens e
(c) próxima num sentido temporal, espacial ou afectivo (. . . ).”
(Nisbett e Ross, 1980: 45)
Fraser Bond (1962) disse que “O que o público quer carrega o significado
económico de ser aquilo que ele compra. (. . . ) Ao repórter inteligente não
escapam nunca as tendências do mercado.” Assim, segundo esse professor
norte-americano, para o êxito comercial importaria privilegiar histórias
relacionadas com os interesses próprios da audiência e também as que
envolvessem dinheiro, sexo, crime, culto do herói e da fama, conflitos
(guerras, greves, homem contra a natureza, pessoa contra a sociedade, conflitos
entre grupos políticos e económicos, etc.), descobertas e invenções.
À luz da teoria dos usos e gratificações, poderia dizer-se que o ser humano
tende a interessar-se pela informação jornalística que lhe proporciona algum
proveito. Por isso, a relação evento-notícia será, necessariamente, baseada,
pelo menos em parte, numa lógica comercial: A valorização ou desvalorização
dos acontecimentos resultaria, portanto, parcialmente, da submissão da
ocorrência à lógica discursivo-comercial dos news media. As notícias necessitam
de seduzir para, num ambiente concorrencial, funcionarem como uma mais-valia
para um determinado órgão de comunicação social.
Dinis Manuel AlvesDinis Manuel Alves
http://www.mediatico.com.ptApresentação destinada exclusivamente às aulas
leccionadas pelo autor.A cedência aos alunos destina-se a uso exclusivo
destes, para melhor preparação da unidade curricular.Proibido o empréstimo, a cedência ou o visionamento a
terceiros.