Polos Comerciais de Rua: Uma Op ção Estratégica para ... ana maria.pdf · para Expansão ”...
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““Polos Comerciais de Rua: Polos Comerciais de Rua: Uma OpUma Opçção Estratão Estratéégica gica
para Expansãopara Expansão””
Evolução dos Polos de Rua em São PauloAna Maria de Biazzi Dias de Oliveira [email protected]
• Conceituação geral
• Evolução dos Polos de Rua em função da expansão
territorial e transformações sócio-econômicas
• A importância do mix de lojas de uma rua comercial
• Transformações recentes e tendências na
reestruturação espacial dos polos comerciais de rua
• Considerações finais
CONTEÚDO
Conceituação
Tipo de Comércio Conceito Exemplos
Centro comercial não planejado
Locais onde exista concentração de lojas com evolução espontânea
Rua Comercial do Centro da cidade
Rua Direita Rua São Bento; Rua Barão de Itapetininga;Rua 24 de Maio
Rua Comercial de Bairro
Santana (rua Voluntários da Pátria), Santo Amaro (Largo Treze), Pinheiros (rua Teodoro Sampaio), Lapa (rua Doze de Outubro).
Rua Comercial de Vizinhança
Ruas com pequena concentração de lojas de produtos de conveniência: farmácia, açougue, padaria.
Ruas Especializadas:
Concentração de lojas em um tipo de produto : rua São Caetano (vestidos de noiva); Rua da Consolação (lustres); Rua Teodoro Sampaio (móveis)
Centro comercial planejado
Empreendimentos desenvolvidos especificamente para formar um complexo comercial com um composto de produtos variados
Shopping centerHipermercados Minishopping localizados em MetrôAeroportos e Estações Rodoviárias Postos de Gasolina
Lojas isoladasNão contam com outras lojas próximas para alavancar sua atratividade
Lojas de Materiais de Construção Clubes de Compras
1881
1881
POPULAÇÃO 1872: 31.385 hab
RUA DAS CASINHAS
ciclo da venda através da lojinha : maior parte do século XIX
Rua da Quitanda e a rua das Casinhas (atual Largo do Tesouro). Seus nomes eram bastante significativos, pois na primeira eram vendidos legumes, as frutas e as mercadorias de consumo imediato, ao passo que a segunda exibia um modesto comércio de rua, onde se alinhavam “vendas em pequenas casas isoladas, fornecendo farinha, toucinho, arroz, milho, carne-seca”
Rua da Quitanda e a rua das Casinhas (atual Largo do Tesouro). Seus nomes eram bastante significativos, pois na primeira eram vendidos legumes, as frutas e as mercadorias de consumo imediato, ao passo que a segunda exibia um modesto comércio de rua, onde se alinhavam “vendas em pequenas casas isoladas, fornecendo farinha, toucinho, arroz, milho, carne-seca”
19051881
1881 1905
POPULAÇÃO 1872: 31.385 1900 :239.820RUA DA IMPERATRIZ (ATUAL RUA QUINZE DE NOVEMBRO),
Lojas gerais, Casa Garraux
Expansão lavoura cafeeira, a construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí , imigrantes europeus: - surgimento de uma elite mais urbana e enriquecida “triângulo central” da cidade – formado pelas ruas Direita, São Bento e Quinze de Novembro como área comercial
lojas gerais (general stores) são tipos de lojas grandes, que vendiam um pouco de tudo
193019051881
1881 1905 1930
POPULAÇÃO 1872: 31.385 1900 :239.820 1930 : 1.000 .000RUA XV DE NOVEMBRO RUA DIREITA – RUA B. ITAPETININGA
CENTRO VELHO CENTRO NOVOCasa Alemã, Mappin StoreCasa Au Bon Marché
1962193019051881
1881 1905 1930 1942
POPULAÇÃO 1872: 31.385 1900 :239.820 1930 : 1.000.000 1960: 1.709.274RUA XV DE NOVEMBRO RUA DIREITA RUA B. ITAPETININGA RUA AUGUSTA
CENTRO VELHO CENTRO NOVO CENTRO EXPANDIDO
1962193019051881 2001
1881 1905 1930 1942 2001
POPULAÇÃO 1872: 31.385 1900 :239.820 1930 : 1.000.000 1960: 1.709.274 2005: 10.927.985RUA XV DE NOVEMBRO RUA DIREITA RUA B. ITAPETININGA RUA AUGUSTA
CENTRO VELHO CENTRO NOVO CENTRO EXPANDIDOSHOPPING IGUATEMI (1966) RUA OSCAR FREIRE
SUPERMERCADOS HIPERMERCADOS
A estrutura do varejo brasileiro sempre esteve intimamente relacionada à estrutura econômica vigente no país. No desempenho recente
estrutura econômica setor, dois processos decisivos: a abertura da economia, iniciada em 1990 e a estabilização econômica, com a implantação do Plano Real em julho de 1994(o aumento da concorrência, liberação das importações, maior variedade dos produtos ofertados, entrada no mercado de cadeias
internacionais)
crescimento do comércio informal
crescimento do mercado consumidor das classes
populares
conseqüências diretas na atual configuração da rua de comércio
Transformações sócio-econômicas
Acentuada redução setor formal em
termos de geração de empregos na década
de 1990, a informalidade se torna uma alternativa para muitos trabalhadores
A questão do comércio informal é delicada, mas concentrados de forma caótica nas ruas de
comércio, ocupando as calçadas destinadas aos pedestres e, por vezes, partes da própria rua, os
ambulantes têm contribuído para um longo processo de deterioração desses espaços pelo
desconforto, sujeira e insegurança. Eles escondem as vitrines de lojas e, por vezes, concorrem com os
mesmos produtos, transformando o que era “rua de comércio” em “comércio de rua”.
Ruas de Comércio que se transformam em comércio de rua
O aumento do consumo da população de baixa renda e a
maior facilidade ao credito trazem às ruas de comércio das cidades uma quantidade enorme de financeiras, como Itaií do Banco Itaú e Íbis da
C&A Modas, instaladas estrategicamente em áreas
voltados diretamente para as calçadas, ocupando, inclusive, espaços de lojas e retomando uma pratica antiga do varejo
de rua, que é a “abordagem ao consumidor”, dando um novo dinamismo à rua de comércio.
Crescimento do mercado consumidor das classes populares
Crescimento do mercado consumidor das classes populares
Em 2006 se destaca como a rua de bairro (ou subcentro tradicional) mais citada nas entrevistas da pesquisa quantitativa sobre hábitos de compras a primeira rua com estas características de comércio popular a fazer parte do programa de revitalização parceria entre Prefeitura e Associação de Lojistas,
Especificidades de uma Rua de Comércio Rua Doze de Outubro - Lapa
ATIVIDADE NO. DE LOJAS % NO TOTAL DE LOJAS
DEPARTAMENTO / MAGAZINE 9 6%
MODA FEMININA 28 18%
MODA INFANTIL 13 8%
MODA MASCULINA 7 4%
MODA JOVEM 7 4%
CALÇADOS 17 11%
ALIMENTAÇÃO 12 8%
PERFUMARIA/COSMÉTICOS 7 4%
JOALHERIA E RELÓGIOS 8 5%
BIJOUTERIAS 3 2%
LIVRARIA/ CDs 6 4%
GALERIAS 4 3%
DROGARIA 5 3%
VARIEDADES 11 7%
SERVIÇOS 6 4%
OUTRAS ATIVIDADES 15 9%
LOJA DESOCUPADA 1 1%
TOTAL 159
Segmentação por atividade
Segmentação por Tipos de LojasSegmentação por Tipos de Lojas
TIPO NO. DE LOJAS% NO TOTAL DAS LOJAS
LOJAS DE ESPECIALIDADE 111 70%
LOJAS DE ALIMENTAÇÃO 12 8%
LOJAS DE DESCONTOS 11 7%
LOJA DE DEPARTAMENTO DE LINHA LIMITADA/ MAGAZINE
9 6%
SERVIÇOS 6 4%
LOJAS DE CONVENIÊNCIA 5 3%
GALERIAS 4 3%
LOJA DESOCUPADA 1 1%
TOTAL 159
Segmentação por tipo de Produtos
PRODUTOS NO. DE LOJAS % NO TOTAL DE LOJAS
ROUPAS 55 35%
CALÇADOS 17 11%
JOALHERIA E RELÓGIOS 8 5%
PERFUMARIA/COSMÉTICOS 7 4%
LIVROS/ CDs 6 4%
ELETROELETRÔNICOS 3 2%
BIJOUTERIAS 3 2%
OUTROS PRODUTOS 60 38%
TOTAL 159
Do total das lojas de calçados (17) da rua - segundo principal
seguimento por produtos - 8 lojas (ou 47% estão concentradas em um quarteirão Estas lojas representam 25% do total de lojas do quarteirão. Neste quarteirão possuem, ainda,
13 Lojas das 55 de RoupasTrata-se de uma estratégia
espontânea na rua de comércio -maximiza a incidência da proximidade de negócios
compatíveis para aumentar o intercâmbio de consumidores.
Ou seja, a rua consegue agregar concorrentes um do lado do outro e permite a “compra comparada” além
da compra por impulso e por conveniência.
Concentração de algumas lojas, por produto, em alguns quarteirões
Verificou-se tendência - no mercado americano, evide ncia alterações do modelo de shopping center - eliminar o conceito de empreendimento em espaço fechado (ao ver do consum idor, todos iguais, com as mesmas lojas) - para uma nova concepç ão de espaços abertos, por onde o consumidor passeia, o automóvel circula, estaciona na porta das lojas como uma característic a de rua. É uma continuação da rua, que tem como âncora natura l um teatro, uma praça e algumas lojas agrupadas fazendo parte d e um mesmo contexto, justamente para proporcionar uma convivên cia a pé, “uma espécie de volta ao comércio tradicional, um comérc io que combina com os centros urbanos, com cidade, ou seja, comérc io de rua”.
Esses novos conceitos americanos, denominados lifestyle centerbuscam um novo estilo de vida de uma cidade, com ru as, praças, lojas, escritórios, lazer, alimentação e residências, reun idos num mesmo empreendimento.
Novos Polos Comerciais de Rua
Centros comerciais planejados com um mix de lojas – empreendimentos ocupando áreas remanescentes de zonas de incorporação
Seria um novo conceito em
substituição às antigas galerias
comerciais?
Conceito de lifestylesImplantados nos Estados Unidos
• Pela evolução histórica e pela expansão territorial da cidade, viu-se o crescimento do comércio acompanhando o deslocamento da população de acordo com a renda, num processo de crescente segregação espacial. Desde sua formação, a rua de comércio acompanhou o deslocamento residencial da elite – indo, no início do século XX, da rua Quinze de Novembro para a rua Direita, atravessando o Vale do Anhangabaú na década de 1930 e se instalando nas imediações da rua Barão de Itapetininga para, posteriormente, por volta de 1950, alcançar a rua Augusta.
• A rua Augusta perdeu sua atratividade, na década de 1960, não pelo deslocamento da população de alta renda, mas pelos novos hábitos de consumo introduzidos, principalmente, pelos shopping centers, no caso específico, o Iguatemi, localizado na mesma região do chamado “centro expandido” da cidade.
• A rua Augusta não conseguiu recuperar-se, mas, em compensação, a rua Oscar Freire e suas imediações, tornaram-se ponto de referência das grandes grifes brasileiras e internacionais e um pólo de atração do consumidor de alta renda.
• Por mais que a cidade tenha se expandido, existe, ainda, uma grande parte da população de mais alta renda concentrada nesta região (Shopping Center Iguatemi; as ruas dos Jardins, simbolizada pela rua Oscar Freire
• Pela evolução histórica e pela expansão territorial da cidade, viu-se o crescimento do comércio acompanhando o deslocamento da população de acordo com a renda, num processo de crescente segregação espacial. Desde sua formação, a rua de comércio acompanhou o deslocamento residencial da elite – indo, no início do século XX, da rua Quinze de Novembro para a rua Direita, atravessando o Vale do Anhangabaú na década de 1930 e se instalando nas imediações da rua Barão de Itapetininga para, posteriormente, por volta de 1950, alcançar a rua Augusta.
• A rua Augusta perdeu sua atratividade, na década de 1960, não pelo deslocamento da população de alta renda, mas pelos novos hábitos de consumo introduzidos, principalmente, pelos shopping centers, no caso específico, o Iguatemi, localizado na mesma região do chamado “centro expandido” da cidade.
• A rua Augusta não conseguiu recuperar-se, mas, em compensação, a rua Oscar Freire e suas imediações, tornaram-se ponto de referência das grandes grifes brasileiras e internacionais e um pólo de atração do consumidor de alta renda.
• Por mais que a cidade tenha se expandido, existe, ainda, uma grande parte da população de mais alta renda concentrada nesta região (Shopping Center Iguatemi; as ruas dos Jardins, simbolizada pela rua Oscar Freire
Considerações FinaisConsiderações Finais
• A partir de meados da década de 1990, especialmente com a
implantação do Plano Real, em 1994, tem-se uma nova realidade
econômica com a estabilização da moeda, aliada ao avanço
tecnológico, à abertura ao mercado internacional e ao surgimento de
novos formatos de varejo, abrindo espaços para o crescimento do
consumo das classes populares e o acesso ao crédito,
especialmente a classe C, que se transforma na classe mais
disputada pelas empresas varejistas.
• Estas oportunidades de mercado são assimiladas e rapidamente
incorporadas pelos empreendimentos planejados, enquanto que as
ruas de comércio têm suas evoluções espontaneamente vinculadas
à demanda do próprio mercado.
• A partir de meados da década de 1990, especialmente com a
implantação do Plano Real, em 1994, tem-se uma nova realidade
econômica com a estabilização da moeda, aliada ao avanço
tecnológico, à abertura ao mercado internacional e ao surgimento de
novos formatos de varejo, abrindo espaços para o crescimento do
consumo das classes populares e o acesso ao crédito,
especialmente a classe C, que se transforma na classe mais
disputada pelas empresas varejistas.
• Estas oportunidades de mercado são assimiladas e rapidamente
incorporadas pelos empreendimentos planejados, enquanto que as
ruas de comércio têm suas evoluções espontaneamente vinculadas
à demanda do próprio mercado.
• A configuração atual da rua Doze de Outubro reafirma as
colocações de Villaça (1998), de que a rua de comérci o faz o
seu próprio mix de lojas através da demanda de mercado,
conquista, a “variedade equilibrada” constituída pelo
conjunto de lojas e consolida o seu poder de atração.
• As circunstâncias apontadas explicam a subsistência das
ruas tradicionais, a função da rua de comércio
especializado, assim como a formação de novas ruas de
comércio na cidade de São Paulo e mais recentemente
pequenos centros comerciais planejados.
• A configuração atual da rua Doze de Outubro reafirma as
colocações de Villaça (1998), de que a rua de comérci o faz o
seu próprio mix de lojas através da demanda de mercado,
conquista, a “variedade equilibrada” constituída pelo
conjunto de lojas e consolida o seu poder de atração.
• As circunstâncias apontadas explicam a subsistência das
ruas tradicionais, a função da rua de comércio
especializado, assim como a formação de novas ruas de
comércio na cidade de São Paulo e mais recentemente
pequenos centros comerciais planejados.