POLÍTICA DE INVESTIMENTOS 2012 - … · ranking de aplicações financeiras entre todos os RPPS...
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SUMÁRIO
PANORAMA ECONÔMICO 3 INTRODUÇÃO 6 A PARANAPREVIDÊNCIA NO CONTEXTO DOS RPPS 7 A PERFORMANCE DA PARANAPREVIDÊNCIA 8 INDICADORES ECONÔMICOS 14 PERSPECTIVAS ECONÔMICAS 19 DIRETRIZES DOS INVESTIMENTOS 21 SEGMENTAÇÃO Renda Fixa 25 Renda Variável 30 Imóveis 35 ALM 36 RISCO E RETORNO 39 RATING 39 CONCLUSÃO 40 ANEXO: RESUMO DA POLÍTICA DE INVESTIMENTOS 41
3
PANORAMA ECONÔMICO O Governo Federal está empenhado em reduzir ou até zerar seu déficit
nominal no médio prazo, como forma de assegurar a redução do endividamento
do setor público, através de medidas que assegurem o superávit primário em
suas contas, ou seja, a arrecadação tributária deve superar as despesas de
custeio mais o investimento do Governo, diminuindo assim o déficit primário,
que tem relação direta com o déficit nominal.
Reduzir a dívida é uma forma de reduzir juros, pois o Estado pagaria juros
menores sobre um total de dívida menor.
Déficit Primário= (Ig + G) – T Onde: Ig= investimento do Governo;
G= despesas de custeio; e
T= arrecadação tributária
Déficit Nominal*= Déficit Primario + J Onde: J= juros nominais da dívida pública * representação global do resultado das contas públicas
Dívida Pública: passivo total do setor público junto aos credores internos e
externos. Evolui de acordo com o resultado apurado através do déficit nominal.
Como a taxa de juros que incide sobre a dívida pública interna é
determinada em parte, pela atuação do Banco Central com vistas a controlar a
inflação, alguns economistas argumentam que a preocupação essencial da
política fiscal deve ser o controle do déficit primário e, através dele, do déficit
nominal.
Se o Governo Federal conseguir diminuir seu déficit nominal, fatalmente as
taxas de juros irão cair ainda mais, pois as políticas fiscal e monetária não só
estão relacionadas, como também são influenciadas pela ação da política
econômica do Governo.
A redução da dívida impacta no indicador mais aceito de solvência do setor
público, que é a relação entre a dívida pública e o PIB, que está em 42,3% no
mês de julho.
4
O Banco Central, através do COPOM, anunciou dois cortes seguidos na Taxa Selic, fixando-a em sua última reunião em 11,50%, mesmo num cenário que
aponta subida da inflação com o IPCA chegando a 4,97% até setembro, acima da
meta (4,5%), refletidos na aposta de forte desaceleração no crescimento das
economias dos Estados Unidos, Europa e Japão, o que proporcionaria efeito
deflacionário sobre os preços no Brasil.
Outro fator é o crédito de confiança dado ao Tesouro Nacional em relação
ao ajuste fiscal, no seu empenho pela redução do déficit nominal.
Com a queda da taxa básica de juros, o País vem experimentando também
diminuição na taxa de juros real e isto tem importante significado, pois títulos
públicos, como as NTN-Bs, tendem a acompanhar muito de perto esse indicador.
Taxa Selic x Juros Reais
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
jan/10
mar/10
mai/10
jul/10
set/1
0no
v/10
jan/11
mar/11
mai/11
jul/11
set/1
1
Taxa Selic - (% a a)Juros Reais - (% a a)
O Brasil tem os maiores juros reais do mundo, ocupando a primeira posição
no ranking desde janeiro de 2010, mas estes juros vem caindo desde junho,
conforme demonstrado no gráfico acima, onde naquele mês a taxa estava em
6,86% e agora em outubro os juros reais estão em 5,50% ao ano.
Caso persista a tendência da queda dos juros, sinalizada nos últimos
meses, a postura de composição de carteiras apenas com títulos públicos terá de
ser aliada a incorporação de ativos de maior risco, e, portanto, com melhor retorno
ao portfólio dos RPPS, como por exemplo os fundos de investimento com crédito
privado e os fundos de investimento com renda variável.
5
Os RPPS podem alocar até 30% do total de seus recursos no segmento de
renda variável, através de fundos de investimento atrelados a indicadores de
desempenho como o índice Ibovespa, em fundos de investimento multimercado,
fundos de investimento em participações e fundos de investimento imobiliários.
O gráfico demonstra que, para o investidor que tem um horizonte de
investimento de longo prazo, caso dos RPPS, o Ibovespa apresentou resultados
na maioria das vezes crescentes com o passar dos anos, saindo da casa dos
5.000 pontos no final de 1994 chegando a picos de mais de 70.000 pontos em
2008, estando hoje em dia por volta dos 52.000 pontos, o que significa a
possibilidade de um melhor retorno em suas aplicações.
Já os títulos privados ganham cada vez mais espaço nas carteiras dos
fundos, como os DPGEs, garantidos pelo FGC e que buscam rentabilidade
aderente a meta atuarial, acirrando a concorrência com os papéis públicos.
São alternativas que os fundos previdenciários públicos terão que levar em
consideração para o alcance de sua meta atuarial para os próximos anos,
alinhavados com os seus compromissos previdenciários, na busca do seu
equilíbrio financeiro e atuarial.
6
INTRODUÇÃO
De alguns anos para cá, o mundo tem sido assolado por seguidas crises
econômicas e financeiras de grandes proporções, evidenciado na crise do “sub-
prime” nos EUA em 2008, onde diversas instituições financeiras sucumbiram,
gerando um clima de desconfiança que se agravou e se generalizou, paralisando
o sistema de empréstimo interbancário mundial, obrigando o governo americano a
socorrer ativamente as empresas financeiras em dificuldades, através de pacotes
de medidas econômicas, como a injeção de bilhões de dólares saindo de seus
cofres públicos, deixando de lado suas teorias neoliberais.
Os países da União Européia também despenderam várias centenas de
bilhões de euros na tentativa de salvar seus próprios bancos.
O desdobramento mais recente da crise financeira e econômica
internacional de 2008-2011 foi a da insolvência de algumas nações desenvolvidas,
com o acúmulo de dívidas governamentais, fazendo estourar a capacidade de
endividamento destas nações, em especial a Grécia, embora outros países da
Europa, como Irlanda, Portugal, bem como a Espanha, a Itália e a Grã-Bretanha
também estejam atravessando dificuldades econômicas.
Porém o estopim da segunda crise, chamada de “déjà vu de 2008”, se
sedimentou na desconfiança de que talvez os Estados Unidos não conseguissem
honrar seus compromissos, razão pelo qual o governo americano está tentando
debelar a crise, através de uma série de medidas econômicas, procurando trazer
de volta a confiança ao mercado financeiro mundial.
Com a globalização dos mercados, o Brasil se vê cada vez mais envolto e
afetado por essas crises, sentindo os efeitos dela, vide Bolsa de Valores, razão
pela qual o País deve estar preparado para enfrentá-las, procurando tirar lições e
proveito num momento delicado ao qual a economia está passando.
Os investidores, entre eles os regimes próprios de previdência social
(RPPS) devem estar atentos ao que se passa na economia doméstica e mundial,
pois estes direcionam seus quase R$ 54 bilhões de recursos no mercado
financeiro, sob o crivo de legislação específica, a Resolução CMN n° 3922/10.
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A PARANAPREVIDÊNCIA NO CONTEXTO DOS RPPS
O patrimônio dos regimes próprios de previdência social vem
experimentando um crescimento significativo ao longo dos últimos anos, passando
de R$ 23,8 bilhões em 2006 para R$ 52 bilhões em 2010 e segundo estimativa da
Secretaria de Políticas de Previdência Social, o montante poderia estar em R$ 55
bilhões em julho deste ano, e mais ainda, para os próximos cinco anos, a
expectativa é de que o volume supere os R$ 100 bilhões, baseado no fato de que,
atualmente, dez Estados e mais de três mil Municípios ainda não constituíram os
seus regimes próprios e terão de fazê-lo nos próximos anos.
Evolução Total Recursos RPPS Patrimônio - Em R$ bi
23,8
31,438,3
43,6
52,055,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
2006 2007 2008 2009 2010 estimativa julho/2011
Fonte: Jornal Valor Econômico 08/09/2011
A ParanaPrevidência tem posição de destaque no que concerne o
patrimônio dos regimes próprios de previdência social, pois segundo dados
disponíveis no sitio do Ministério da Previdência Social, o fundo público de
previdência paranaense ocupava em fevereiro de 2011, o primeiro lugar no
ranking de aplicações financeiras entre todos os RPPS dos Estados e Municípios,
com patrimônio de mais de R$ 5,6 bilhões investidos no mercado financeiro, tendo
sempre presentes as condições de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e
transparência.
8
Posição UF Ente RPPS Aplicações RPPS
1 PR Governo do Estado do Paraná 5.651.079.370,12
2 RJ Governo do Estado do Rio de Janeiro 5.203.299.814,14
3 TO Governo do Estado do Tocantins 1.697.473.688,02
4 RJ Município do Rio de Janeiro 1.598.386.278,57
5 MG Governo do Estado de Minas Gerais 1.509.538.926,22
6 SP Município de São José dos Campos 1.257.014.646,47
7 AP Governo do Estado do Amapá 1.088.287.187,11
. . . .
. . . .
. . . .
23 PR Município de Curitiba 355.499.737,79
. . . .
- BR Brasil 53.892.836.932,51
Fonte: CGCEI/SPS/MPS – CADPREV: Demonstrativo Financeiro – Fev/2011
A PERFORMANCE DA PARANPREVIDÊNCIA
Em setembro, o patrimônio da ParanaPrevidência continuou a apresentar
um crescimento em sua carteira de ativos, chegando ao montante de R$ 6.204.113.664,38.
A rentabilidade da carteira da ParanaPrevidência neste período de fevereiro
a setembro ficou em 9,78% e é superior ao acumulado da nossa meta atuarial no
ano todo, que está em 9,66%, demonstrando a solidez da política de
investimentos da Instituição. Este resultado foi possível porque a partir deste ano,
adotou-se com mais ênfase a estratégia de aplicar um percentual significativo em
fundos de investimento com crédito privado atrelados ao IPCA e não somente em
fundos DI, aliado a rentabilidade dos títulos públicos federais que representam
mais de 90% da composição da carteira de investimentos da ParanaPrevidência e
que tiveram performance de 10,28% no ano.
9
Carteira (% participação)
72,68
5,07
7,8813,53 0,84
Títulos públicos federais
Operações compromissadas
Fundos de investimento
CFT's
Imóveis
A decisão de alocar recursos em ativos vinculados ao IPCA iniciou-se já no
final de 2010, quando a ParanaPrevidência começou a aplicar parte de seus
recursos em fundos de investimento de renda fixa “crédito privado”, próprios para
os RPPS, cujas carteiras são compostas em parte por Depósitos a Prazo com
Garantia Especial, os DPGEs, que tem garantia do Fundo Garantidor de Crédito –
FGC, e seus objetivos são o de proporcionar aos seus cotistas valorização de
seus ativos, buscando níveis de rentabilidade compatíveis com a nossa meta
atuarial (IPCA + 6 % a a).
Em 2011, seguiu-se com mais ênfase a política de se investir nesta
modalidade, onde os RPPS podem aplicar até 5% do total de seus recursos de
acordo com a Resolução CMN n° 3.922/10, e a ParanaPrevidência, procurando
diversificar seus investimentos, tem mais de R$ 215 milhões (setembro/2011)
alocados em sua carteira, onde verifica-se que a tomada de decisão foi acertada,
pois estes fundos de investimento tem auferido uma rentabilidade superior à nossa
meta atuarial, em especial no mês de setembro, conforme demonstrado em todos
os fundos da Caixa Econômica Federal onde a Instituição investiu seus recursos.
10
Mês Ano
Fundo Rentabilidade %
% Bench (IPCA + 6% a a)
Rentabilidade %
% Bench (IPCA + 6% a a)
Caixa Brasil IPCA I 4,864 516,611 15,052 173,192
Caixa Brasil IPCA II 4,985 529,368 14,354 174,777
Caixa Brasil IPCA III 4,982 529,130 14,352 174,758
Caixa Brasil IPCA IV 4,693 498,424 13,783 171,500
Caixa Brasil IPCA V 4,700 499,120 13,790 171,583
Caixa Brasil IPCA VII 5,849 621,207 11,907 221,070
Caixa Brasil IPCA VIII 5,919 628,623 12,002 222,832
Caixa Brasil IPCA IX 5,717 607,104 9,831 207,674
Caixa Brasil IPCA X 5,741 609,684 9,479 210,621
Caixa Brasil IPCA XI 6,121 650,096 9,882 259,759
Caixa Brasil IPCA XII 6,073 645,011 9,894 260,054
Caixa Brasil IPCA XIII 5,679 603,107 7,263 321,199
Caixa Brasil IPCA XIV 5,747 610,326 7,341 324,662
Fonte: Caixa Econômica Federal – GEICO
A ParanaPrevidência tem também aplicações em fundos do Banco do Brasil
e do Banco de Brasília na modalidade de crédito privado.
Ao contrário do ano passado, quando houve a alteração da legislação
pertinente às aplicações dos recursos dos RPPS no final de novembro de 2010,
continua prevalecendo a Resolução CMN n° 3922/10 e a ParanaPrevidência,
atenta ao novo cenário econômico que se configura em 2011, começou a colocar
em prática a diversificação de seus investimentos no segmento de renda fixa,
conforme já previsto na Política de Investimentos atual
A ParanaPrevidência vem atingindo ao longo dos últimos anos, a sua meta
atuarial, que é o IPCA + 6% a a, através de uma estratégia que consiste na
gestão própria de seus ativos representados em sua maioria por títulos públicos
federais adquiridos diretamente através de leilões primários ofertados pelo
Tesouro Nacional e levados até o vencimento destes papéis e uma pequena parte
por fundos de investimento destinados à gestão de caixa.
11
Rentabilidade Nominal Carteira ParanaPrevidência (%)
Ano Meta Atuarial (%) CDI (%) Tít. Públicos (%) Fifs (%) Carteira (%)
1999 25,61 25,13 não disponível
2000 17,91 17,33 não disponível
2001 17,47 17,27 - 17,23 17,23 2002 28,30 19,09 21,47 16,26 18,28 2003 18,82 23,28 27,52 29,40 23,87 2004 19,01 16,17 17,57 16,28 17,48 2005 8,08 19,00 16,49 19,20 16,54 2006 9,72 15,05 14,38 15,08 14,43 2007 12,59 11,82 13,04 11,64 12,90 2008 12,26 12,37 13,78 12,04 13,66 2009 10,57 9,88 11,28 10,58 11,26 2010 12,26 9,74 12,51 12,42 12,40
2011 (até set) 9,66 8,69 10,14 10, 90 10,28 Fonte: Demonstrativo dos Investimentos – PARANAPREVIDÊNCIA
Rentabilidade %
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
jan/11
fev/11
mar/11
abr/1
1mai/
11jun
/11
jul/11
ago/1
1se
t/11
Meta Atuarial (IPCA + 6% a a)Carteira (TPF e Fundos)
12
Conforme ilustrado no gráfico anterior, verificam-se algumas oscilações no
cumprimento da meta atuarial durante o ano, embora nos últimos cinco meses a
meta vem sendo superada pelos rendimentos de nossos ativos, onde destacam-se
os fundos de investimento, com rentabilidade média de 2,83% em setembro, muito
superior ao IPCA + 6% a a, que ficou em 1,02%.
Entretanto, continuar aplicando somente em títulos públicos federais e
fundos de investimento conservadores, ou seja, permanecer numa zona de
conforto, não é garantia de atingimento da meta atuarial para os próximos anos,
onde há a perspectiva de um juro nominal menor, mais condizente com uma
economia estabilizada em um mundo globalizado.
Uma das alternativas poderá ser diversificar ainda mais seus investimentos,
levando em consideração o mercado de renda variável, onde a legislação
pertinente disponibiliza várias opções neste segmento, ou seja, focar em um nível
de risco um pouco mais acentuado, mas com possibilidade de um melhor retorno,
pois o menor risco nem sempre significa o melhor retorno.
A outra, fundamental, é alinhavar os vencimentos de seus ativos de acordo
com os seus compromissos previdenciários, buscando o equilíbrio financeiro e
atuarial para o cumprimento das suas obrigações futuras.
Um indicativo que merece atenção é as taxas oferecidas pelo Tesouro
Nacional para os títulos públicos federais, que atualmente, não alcançam a meta
atuarial. De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação, do Banco
Central, divulgado em setembro, o IPCA deve atingir alta de 6,4% neste ano que,
acrescidos ao 6% ao ano de taxa de juros, estabeleceria a meta atuarial em
12,78% para 2011.
O Índice de Mercado Anbima (IMA) aponta que as taxas indicativas dos
papéis que compõem sua carteira não alcançariam a meta atuarial.
13
Data Título Pré
Vcto Taxa Indicativa (% a a)
Título
IPCA
Vcto Taxa Indicativa (% a a)
Título Selic
Vcto Taxa Indicativa (% a a)
30/09/2011 LTN 01/10/11 11,9062 NTN-B 15/11/11 4,8963 LFT 21/12/11 -0,0016
30/09/2011 NTN-F 01/01/12 11,1202 NTN-B 15/08/12 3,9567 LFT 07/03/12 -0,0014
30/09/2011 LTN 01/04/12 10,7598 NTN-B 15/05/13 4,1050 LFT 07/09/12 -0,0010
30/09/2011 LTN 01/07/12 10,5459 NTN-B 15/08/14 4,8264 LFT 07/03/13 -0,0008
30/09/2011 LTN 01/10/12 10,4601 NTN-B 15/05/15 5,0369 LFT 07/06/13 -0,0005
30/09/2011 LTN 01/01/13 10,4147 NTN-B 15/08/16 5,3370 LFT 07/09/13 -0,0004
30/09/2011 NTN-F 01/01/13 10,4400 NTN-B 15/05/17 5,4467 LFT 07/03/14 -0,0005
30/09/2011 LTN 01/04/13 10,4754 NTN-B 15/08/20 5,7145 LFT 07/09/14 -0,0003
30/09/2011 LTN 01/07/13 10,6000 NTN-B 15/08/24 5,7485 LFT 07/03/15 0,0000
30/09/2011 LTN 01/01/14 10,9775 NTN-B 15/08/30 5,7780 LFT 07/09/15 0,0000 30/09/2011 NTN-F 01/01/14 10,9539 NTN-B 15/05/35 5,7784 LFT 01/03/16 0,0000 30/09/2011 LTN 01/01/15 11,2899 NTN-B 15/08/40 5,7739 LFT 07/09/16 0,0000 30/09/2011 NTN-F 01/01/15 11,2513 NTN-B 15/05/45 5,7860 LFT 07/03/17 0,0000 30/09/2011 NTN-F 01/01/17 11,5345 NTN-B 15/08/50 5,7942 LFT 07/09/17 0,0000 30/09/2011 NTN-F 01/01/21 11,5803 LFT 01/03/18 0,0000 Fonte: ANBIMA
Como se observa, todos os papéis emitidos pelo Tesouro Nacional tem
taxas indicativas inferiores à meta atuarial projetada, desde os prefixados (LTN e
NTN-F) com taxas menores que 12% a a, passando pelos pós-fixados atrelados
ao IPCA (NTN-B) que pagam juros menores que 6% a a até os atualizados pela
Taxa Selic (LFT), que estão sendo remunerados por volta de 11,90% a a,
independente se o título tem resgate final neste ano ou somente em 2050.
14
INDICADORES ECONÔMICOS
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), continua sua trajetória de elevação, com expansão de 0,53 % em
setembro, superior ao mês de agosto, que ficou em 0,37%, segundo dados
divulgados pelo IBGE. Com os reajustes mais fortes de preços, a taxa acumulada
em 12 meses, até setembro, subiu a 7,31%, maior nível desde julho de 2005. No
ano, o índice acumula alta de 4,97%, acima do centro da meta perseguida pelo
Governo (4,5%, tendo como teto 6,5%). A ParanaPrevidência tem aplicado cerca
de R$ 3,2 bilhões em NTN-Bs, papéis corrigidos pelo IPCA, índice este que serve
de parâmetro para o atingimento de nossa meta atuarial.
Inflação - IPCA - (% a.m.)
0,83 0,80 0,79 0,77
0,47
0,15 0,16
0,37
0,53
0,000,100,200,300,400,500,600,700,800,90
jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11
Inflação - IPCA - (% a.m.)
Outro índice de inflação, o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade
Interna), medido pela Fundação Getúlio Vargas, apresentou alta surpreendente
em setembro, chegando 0,75% no mês, ante 0,61% em agosto e deflação 0,05%
em julho. Em 12 meses, o IGP-DI variou 7,45% e no ano está em 4,30%.
É este índice que corrige os Certificados Financeiros do Tesouro – série A
além de juros de 6% ao ano e que vem sendo amortizados mensalmente, cuja
última parcela a ser recebida se dará em 15 de janeiro de 2016, salientando que o
valor da CFT-A é de cerca de R$ 337 milhões em setembro.
15
Inflação - IGP-DI - (% a.m.)
0,98 0,96
0,610,50
0,01
-0,13-0,05
0,61
0,75
-0,20
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11
Inf lação - IGP-DI - (% a.m.)
Em 17 anos do Plano Real, o dólar teve em setembro sua quinta maior
valorização mensal, tendo como parâmetro a Ptax (a taxa média de câmbio
calculada diariamente pelo Banco Central), registrando uma variação de 16,83%,
sendo o melhor tipo de aplicação no mês de setembro, superando os demais
investimentos como Bolsa de Valores, ouro e outros ativos de renda fixa.
No ano, a moeda americana tem alta de 11,29%, refletida pelo excelente
desempenho em setembro, conforme gráfico abaixo:
US$ Venda Ptax (% a. m.)
-5,00
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
jan/11
fev/11
mar/11
abr/1
1mai/
11jun
/11
jul/11
ago/1
1se
t/11
US$ Venda Ptax (% a. m.)
O dólar corrige os CFTs – série D, acrescidos de juros de 6% ao ano, cujo
montante está em cerca de R$ 502 milhões em setembro.
16
Depois de surpreender a maior parte do mercado financeiro, e até mesmo
do Governo, reduzindo a taxa básica de juros de 12,50% para 12% a a no mês de
agosto, o Comitê de Política Monetária (COPOM) anunciou em 19/10/11 um novo
corte na Taxa Selic, fixando-a em 11,50% ao ano.
De olho na perspectiva de crescimento da economia para o ano que vem, o
Banco Central decidiu manter a trajetória de queda dos juros.
O Bacen vinha sendo pressionado a cortar os juros desde a piora da crise
internacional e do cenário doméstico indicando desaceleração da atividade
econômica no País, principalmente na indústria. No entanto, os demais setores
como o de serviços, o crédito e o emprego ainda registram forte crescimento,
embora menor que no início do ano.
A Taxa Selic começou a apresentar seguidos aumentos desde o início do
ano passado, quando estava em 8,75%, a menor já registrada.
Taxa Selic - (% a a )
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
jan/10
mar/10
mai/10
jul/10
set/1
0no
v/10
jan/11
mar/11
mai/11
jul/11
set/1
1
Taxa Selic - (% a a )
A ParanaPrevidência tem em sua carteira quase R$ 850 milhões de LFTs,
papéis que são remunerados pela Taxa Over Selic e cerca de R$ 413 milhões
aplicados em papéis prefixados (NTN-Fs), segundo dados de setembro.
A Taxa Over Selic tem rentabilidade anual acumulada de 8,71% até
setembro, inferior a nossa meta atuarial, que está em 9,66%.
17
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o mês de setembro
com perda de 7,4%, o pior tombo mensal desde outubro de 2008, onde naquela
ocasião o Ibovespa apresentou a histórica queda de 24,8%.
No ano, a desvalorização chega a 24,5%, embutindo uma rara seqüência
de seis meses de perdas (de abril a setembro), não registrada desde 2008, na
fase mais aguda da crise mundial.
Ibovespa - (% a.m.)
-8
-6
-4
-2
0
2
4
jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11
Ibovespa - (% a.m.)
Os regimes próprios podem aplicar até 30% do total de seus recursos no
segmento de renda variável, tendo ao seu dispor uma gama de fundos de
investimento, sendo que alguns referenciados a índices da Bolsa de Valores,
como o Ibovespa, o IBrX e o IBrX-50, razão pela qual se torna imperioso
acompanhar a performance destes indicadores para tomada de decisões
relacionados a este segmento que envolve análise mais criteriosa e sofisticada,
pois apresentam maiores oscilações tanto do ponto de vista do risco quanto do
retorno e é consenso no mercado que para o atingimento da meta atuarial os
RPPS deverão diversificar ainda mais seus investimentos e o mercado de renda
variável é uma alternativa concreta.
18
Tendo como base os contratos futuros de juros mais negociados na BM&F, verificou-se uma queda nas taxas deste tipo de operação, onde o contrato
com vencimento de janeiro de 2012 encerrou o mês de setembro com taxa de
11,08% a a , inferior ao mês de agosto, que ficou em 11,95%, o contrato com
vencimento em janeiro de 2013 projetava 10,33%, ante 11,12% e o com
vencimento em janeiro de 2014 encerrou com taxa de 10,75% ante 11,20% a a .
Contratos BM&F (% a a)
9,50
10,00
10,50
11,00
11,50
12,00
12,50
ago/11 set/11
Contrato BM&F (% a a) jan/12
Contrato BM&F (% a a) jan/13
Contrato BM&F (% a a) jan/14
Outro indicador que merece destaque é o IBC-Br – Ìndice de Atividade
Econômica do Banco Central, criado pelo órgão para tentar antecipar o resultado
do Produto Interno Bruto (PIB) e ajudar a autoridade monetária na definição da
taxa básica de juros (Selic).
No mês de agosto, o índice teve queda de 0,53% em relação ao mês
anterior e no ano, acumula alta de 3,43%.
O indicador vem em linha com outros dados da economia, que mostram
arrefecimento em meio, principalmente, ao aperto monetário promovido pelo
Banco Central desde o fim do ano passado, à concorrência das importações e a
uma moderação natural após os picos de 2010.
19
PERSPECTIVAS ECONÔMICAS
Após a explanação de alguns indicadores econômicos durante o ano de
2011 (até setembro), descrevemos a partir daqui, as perspectivas econômicas
para o restante do ano e para 2012, embasadas no “Relatório Trimestral de
Inflação”, do Banco Central, divulgado em 29/09/2011.
O Bacen reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira (PIB) de
4,0% (constante no Relatório de junho) para 3,5%.
Dados parciais mostram desaceleração da economia no terceiro trimestre
aliado aos resultados abaixo do esperado no primeiro semestre bem como a
revisão das projeções para os últimos três meses do ano.
No tocante à inflação (IPCA), houve um aumento da previsão de 5,8% para
6,4% para este ano, avaliando que há 45% de chance de que os preços fiquem
acima do limite do teto da meta fixada pelo governo que é de 6,5% ao ano.
Importante salientar que a projeção de inflação não considerou o nível atual
do dólar. O BC usou na conta uma taxa de R$ 1,65, valor em 09/09/2011.
Também não colocou no cálculo o impacto de novas reduções da taxa
básica de juros, hoje em 11,5% ao ano.
De qualquer modo, são indicativos que devem ser considerados como
parâmetro, entre eles a previsão de inflação para 2012, que caiu de 4,8% para
4,7% no cenário de referência.
Dentro do Relatório Trimestral de Inflação, também está a previsão de
inflação de acordo com o mercado financeiro que a estima também em 6,4% para
2011 e 5,0% para o ano que vem.
O Banco Central também sinaliza que continuará a reduzir a taxa básica de
juros, apesar da piora nas suas estimativas de inflação – meta estourada – do
crescimento maior do crédito e da alta do dólar. Segundo a instituição, não são os
juros altos, mas sim a desaceleração da economia provocada pela crise
internacional é que vai derrubar os preços no Brasil e na maioria das economias
mundiais.
20
Ilustramos a seguir a projeção de inflação pelo IPCA tendo como base os
cenários de referência e do mercado, inseridos no Relatório Trimestral de Inflação
de setembro:
Período Referência
IPCA (% a a) Mercado
IPCA (% a a)
Ano Trimestre
2011 3° 7,2* 7,2*
2011 4° 6,4 6,4
2012 1° 5,7 5,7
2012 2° 5,2 5,2
2012 3° 4,7 4,8
2012 4° 4,7 5,0
2013 1° 4,7 5,1
2013 2° 4,5 5,0
2013 3° 4,5 5,1
Obs: inflação acumulada em 12 meses (% a a)
* realizado 7,31%
O Boletim Focus é outro instrumento que serve de parâmetro para
projeções futuras de vários indicadores econômicos. Ele é elaborado pelo Banco
Central a partir de consultas feitas junto a instituições financeiras e expressa
semanalmente, como o mercado percebe o comportamento da economia.
Expectativas de Mercado
Mediana – agregado 2011 2012
Há 4 semanas
Há 1 semana
Hoje Há 4 semanas
Há 1 semana
Hoje
IPCA (% a a) 6,46 6,52 6,52 5,50 5,59 5,61
IGP-DI (% a a) 5,76 5,95 5,92 5,05 5,08 5,15
Taxa câmbio fim período
(R$/US$)
1,65 1,75 1,75 1,65 1,75 1,75
Meta Taxa Selic – fim período
(% a a)
11,00 11,00 11,00 10,75 10,50 10,50
PIB (% a a crescimento) 3,52 3,50 3,42 3,70 3,70 3,60
Fonte: Boletim Focus – Bacen 14/10/2011
21
DIRETRIZES DOS INVESTIMENTOS
A Resolução nº 3922, de 25 de novembro de 2010, do Conselho Monetário
Nacional, estabelece que os responsáveis pela gestão do regime próprio de
previdência social, antes do início do exercício a que se referir, deverão definir a
política anual de investimentos dos “recursos em moeda corrente” de forma a
contemplar, no mínimo:
I – o modelo de gestão a ser adotado e, se for o caso, os critérios para
contratação de pessoas jurídicas autorizadas ou credenciadas nos termos da
legislação em vigor para o exercício profissional de administração de carteiras;
II – a estratégia de alocação dos recursos entre os diversos segmentos de
aplicação e as respectivas carteiras de investimentos de acordo com o perfil de
suas obrigações, tendo em vista a necessidade de busca e manutenção do
equilíbrio financeiro e atuarial e os limites de diversificação e concentração
previstos na resolução;
III – os parâmetros de rentabilidade perseguidos, que deverão buscar
compatibilidade com o perfil de suas obrigações, tendo em vista a necessidade de
busca e manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial e os limites de
diversificação e concentração previstos na Resolução;
IV - os limites utilizados para os investimentos em títulos e valores mobiliários
de emissão ou coobrigação de uma mesma pessoa jurídica;
A ParanaPrevidência atualmente adota a gestão própria de seus ativos, ou
seja, as aplicações são realizadas diretamente pela Instituição, mas o modelo
poderá ser misto, ou seja, gestão própria e possibilidade de contratação de
terceiros, via credenciamento.
O parâmetro de rentabilidade a ser perseguido pela ParanaPrevidência é
no mínimo, o cumprimento da meta atuarial (IPCA + 6% a a) para a manutenção
do equilíbrio financeiro e atuarial.
Quanto ao inciso IV, sugere-se a manutenção do percentual de 20%, o
máximo admitido, apenas por medida de cautela, tendo em vista que não há, ao
que parece, risco de concentração de investimentos em um mesmo emissor, com
22
exceção da concentração em títulos públicos federais que se encontram excluídos
desse limite pela própria Resolução.
Em relação a estratégia de alocação dos recursos entre os diversos
segmentos de aplicação adotamos o seguinte:
A administração e gestão da carteira de investimentos são realizadas pela
Coordenadoria de Investimentos da ParanaPrevidência, referenciados pelo Comitê
de Investimentos e com supervisão do Diretor de Finanças e Patrimônio, e as
operações, apreciadas mensalmente pelos Conselhos Diretor, Fiscal e de
Administração, quando da aprovação dos balancetes.
Os investimentos realizados pela Instituição passam por um processo de
análise, para o qual são utilizadas algumas ferramentas disponíveis no mercado,
como o histórico de cotas de fundos de investimento, informações de mercado on-
line, pesquisa em sítios institucionais e publicações especializadas. Além de
estudar o produto, é feita uma análise do gestor/emissor. Esses investimentos são
controlados através de valorização diária da carteira, consolidada e por aplicação,
assim como constantemente avaliados através de acompanhamento de
desempenho, da abertura de carteiras de fundos de investimentos e avaliações de
ativos da carteira própria. As avaliações são feitas para orientar as definições de
estratégias e as tomadas de decisão, de forma a otimizar o retorno da carteira e
minimizar riscos.
As operações de aquisição de títulos públicos serão liquidadas pelo banco
custodiante diretamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia –
SELIC do Banco Central do Brasil, sem custo para a ParanaPrevidência.
O critério de precificação a ser seguido para a compra e venda de títulos
públicos, no que refere a carteira própria, adotará como base a cotação do dia do
pregão ou se não for possível obtê-la, do dia útil imediatamente anterior, fornecida
pelo Banco Central ou ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades do Mercado
Financeiro e de Capitais).
A ParanaPrevidência poderá, excepcionalmente, comprar e vender títulos
públicos federais no mercado secundário, quando esta opção mostrar-se
oportuna, segura e rentável. Para tanto, utilizar-se-á de corretoras e/ou
23
distribuidoras de valores, que passarão por um processo de seleção e
credenciamento com rankeamento semelhante ao adotado para os gestores de
fundos de investimento. As instituições controladas pelo poder público não estarão
sujeitas a este processo e terão preferência nas operações.
Estas operações, após análise pela Coordenadoria de Investimentos e
Diretoria de Finanças e Patrimônio, deverão ser previamente referendadas pelo
Comitê de Investimentos e Conselho Diretor da ParanaPrevidência.
Os fundos de investimento em que a ParanaPrevidência realizar aplicações,
terão prioridade, na qualidade de administradores ou gestores, instituições
financeiras controlada pelo poder público, e, secundariamente, outras instituições
financeiras privadas desde que, devidamente credenciadas.
Ressalvadas as hipóteses de investimentos em títulos públicos, a
ParanaPrevidência realizará suas aplicações em fundos de investimento,
observando a qualidade do administrador que deverá ser previamente
credenciado em procedimento próprio, realizado pelo órgão previdenciário, do qual
estarão dispensadas as instituições controladas pelo poder público.
Uma das premissas do processo de credenciamento se alicerçará no
ranking global de administração de recursos de terceiros estabelecido pela ANBID.
A alocação dos recursos a serem procedidas nas instituições credenciadas
deverá observar critérios que evitem concentração e deverão ser previamente
referendadas pelo Comitê de Investimentos, autorizadas pelo Conselho Diretor e,
posteriormente, comunicadas aos Conselhos de Administração e Fiscal.
As carteiras dos fundos cujas cotas serão adquiridas pela
ParanaPrevidência deverão ser compostas por títulos de baixo risco de crédito,
com critérios definidos pela Diretoria Financeira, recomendados pelo Comitê de
Investimentos e aprovados pelo Conselho Diretor, sendo posteriormente
informados ao Conselho de Administração.
Para evitar a concentração de recursos, não poderão ser autorizadas
alocações, em uma única instituição, valores que superem a 1,5% (um e meio por
cento) do total da carteira de investimentos da ParanaPrevidência e a 5% (cinco
por cento) do patrimônio sob gestão da instituição destinatária.
24
As instituições financeiras controladas pelo poder público não estarão
sujeitas aos limites ora indicados.
Como regras gerais para acompanhamento da rentabilidade dos títulos
públicos é adotado, como índice auxiliar, a família de índices da ANBIMA para
acompanhamento de títulos públicos, e o CDI, como índice de acompanhamento
para alguns fundos de investimento atrelados a este índice.
25
SEGMENTAÇÃO
Renda Fixa
A carteira da ParanaPrevidência tem mais de R$ 3,2 bilhões em NTN-Bs,
(papéis atrelados ao IPCA), sendo remunerados com taxas de juros superiores a
6% a a, superando a meta atuarial, razão pela qual devemos mantê-los até os
respectivos vencimentos, pois taxas indicativas atuais sinalizam que estes títulos
não oferecem no momento taxas de juros atraentes, com tendência de queda
refletida pela redução da taxa de juros reais, hoje por volta de 5,50% ao ano.
Os títulos públicos prefixados (NTN-Fs) componentes da carteira tem
rentabilidade média superior sobre diversos indicativos para 2012, como a
projeção de inflação pelo IPCA, a taxa Selic e os contratos futuros da BM&F, por
isso a razoabilidde aponta pela permanência destes papeis em carteira até os
seus respectivos resgates, pelo menos enquanto permanecer este cenário de
queda das taxas, pois como se tratam de prefixados, estão sujeitos ao risco de
uma elevação na taxa de juros.
Já em relação as LFTs, cujo montante tem cerca de R$ 850 milhões
investidos e que são remunerados pela composição das taxas de juros básicas
diárias (Selic), estas vem tendo rentabilidade abaixo da nossa meta atuarial. O
funcionamento destes papéis tem características de aplicação de renda variável e
é uma espécie de seguro para o seu detentor contra políticas fiscais de má
qualidade, assim, caso o setor público não faça sua lição na gestão das contas
públicas, os juros não caem ou sobem, pois teoricamente aumenta o risco e a
ParanaPrevidência estará protegida na aplicação destes títulos, minimizando as
perdas em contrapartida com os papéis prefixados, cujo valor atual está em R$
413 milhões.
No que refere à carteira de títulos, destacamos também:
- o alinhamento com o compromisso previdenciário, levando em conta a projeção
de despesas previdenciárias elaboradas pelos atuários internos da Instituição e
orientação de ALM, visto mais adiante;
26
- manter a estratégia de compra de títulos públicos nos leilões do STN, com
intermediação do banco custodiante.
No total, a ParanaPrevidência tem mais de 90% aplicados em títulos públicos, cujas taxas indicativas apontam remuneração insuficiente para o
atingimento da meta atuarial, embora devemos buscar trabalhar com não menos que 80% nesta modalidade de ativo, podendo chegar a 100%.
A ParanaPrevidência vem direcionando parte de seus recursos em
aplicações em operações compromissadas sempre levando em consideração
um percentual mínimo de 100% do CDI na remuneração das operações e que são
alocadas no curto prazo, para gestão de caixa e no espaço de interleilões de
títulos públicos federais.
Devemos continuar esta política no que se refere a esta modalidade de
aplicação, estabelecendo um limite de 10%, todavia há de se destacar que a
rentabilidade do DI-Cetip é aderente a taxa referencial Selic, que sinaliza queda
para o próximo ano.
Com relação aos fundos de investimento atrelados ao IMA ou IDkA, a
atual legislação que dispõe sobre as aplicações dos recursos dos RPPS
estabelece em até 100%, investir em cotas de fundos de investimento, cujos
regulamentos prevejam que suas respectivas carteiras sejam representadas
exclusivamente por títulos de emissão do Tesouro Nacional , registrados no
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) e cuja política de investimento
assuma o compromisso de buscar o retorno de um dos subíndices do Índice de
Mercado Anbima (IMA) ou do Índice de Duração Constante Anbima (IDkA).
Também permite aplicação em cotas de fundos de investimento
classificados como renda fixa ou referenciados em indicadores de desempenho de
renda fixa e cuja política de investimento assuma o compromisso de buscar o
retorno de um dos subíndices do Índice de Mercado Anbima (IMA) ou do Índice de
Duração Constante Anbima (IDkA). Nesta modalidade de fundo o limite é de até
80% dos recursos dos RPPS.
Com o objetivo de atender as necessidades dos diversos tipos de
investidores, entre eles os RPPS e das suas respectivas carteiras, o IMA-Geral-
27
ex-C é atualmente subdividido em tres subíndices, de acordo com os indexadores
dos títulos – prefixados, indexados ao IPCA e pós-fixados (Taxa Selic). Com
exceção das carteiras teóricas de títulos pós-fixados (IMA-S), para as demais
carteiras, são calculados subíndices com base nos prazos de seus componentes.
IMA-Geral ex-C
Média ponderada
dos retornos
diários do IMA-B,
IMA-S e IRF-M
IMA-B IRF-M IMA-S Composição Composição Composição
NTN-B (IPCA) LTN e NTN-F (pré) LFT (Taxa Selic)
IMA-B 5 IMA-B 5 + IRF-M 1 IRF-M 1+
Composição Composição Composição Composição
NTN-B NTN-B LTN e NTN-F LTN e NTN-F Prazo Prazo Prazo Prazo
< 5 anos ≥ 5 anos < 1 ano ≥ 1 ano
A ParanaPrevidência busca retorno de seus ativos em no mínimo sua meta
atuarial (IPCA + 6% a a), sendo que estes ativos estão concentrados em mais de
70% em títulos públicos federais do total de seus recursos e que são levados até
o vencimento, razão pela qual é de suma importância verificar o comportamento
da rentabilidade dos papéis, tendo como base o IMA, bem como a tendência
destes através de taxas indicativas, como já ilustrado anteriormente, que sinalizam
que todos os títulos públicos federais disponíveis não conseguem superar a meta
atuarial, independente se o papel é prefixado ou pós-fixado ou se o vencimento é
para este ano ou para 2050, situação que vem se confirmando nos últimos meses.
Em função do cenário conturbado, adotaremos o limite prudencial de até 10% tanto nos fundos vinculados a títulos públicos como nos referenciados em renda fixa, ambos atrelados ao IMA, com o aval do Comitê de
Investimentos.
28
Demonstramos a seguir um comparativo da rentabilidade média dos títulos
públicos federais baseado no IMA com a nossa meta atuarial durante este ano.
Comparativo Meta Atuarial x IMA
-2,00-1,000,001,002,003,004,005,006,007,008,00
jan/11
fev/11
mar/11
abr/1
1mai/
11jun
/11 jul/11
ago/1
1se
t/11
Meta Atuarial IPCA + 6% a a
IMA-Geral-ex-C
IMA-S
IMA-B 5
IMA-B 5+
IRF-M
IRF-M+
Um pouco menos difundido, o IDkA – Índice de Duração Constante
ANBIMA é um conjunto de índices que medem o comportamento de carteiras
sintéticas de títulos públicos federais com prazo constante e representa mais um
passo para que as relações risco versus retorno fiquem mais claras e também
para que a tendência do alongamento de prazos se intensifique, como o IMA.
Constitui-se em uma ferramenta para a diversificação de estratégias e
parâmetro de referência para os RPPS que, devido às características de seus
Mês Meta Atuarial IMA-Geral-ex-C IMA-S IMA-B 5 IMA-B 5+ IRF-M IRF-M+
jan/11 1,32 0,20 0,86 0,79 -1,49 0,75 -0,65 fev/11 1,29 0,94 0,84 0,78 0,50 0,83 1,56 mar/11 1,28 1,06 0,92 1,78 1,32 1,12 0,64 abr/11 1,26 0,84 0,84 0,73 0,36 0,78 1,24 mai/11 0,96 1,24 0,99 0,90 2,09 1,00 1,42 jun/11 0,64 0,56 0,96 0,66 -1,12 0,94 0,72 jul/11 0,65 0,80 0,97 1,26 0,17 1,02 0,49 ago/11 0,86 3,10 1,07 3,91 6,89 1,58 4,38 set/11 1,02 1,07 0,94 1,66 -0,28 1,29 1,65 2011 9,66 10,23 8,71 13,15 8,51 9,72 11,95
29
passivos, poderiam adequar as suas carteiras à determinados prazos e/ou
indicadores, embora ainda há poucos fundos de investimento atrelados a este
índice ofertados pelas instituições financeiras.
Ainda dentro do segmento de renda fixa, a Instituição vem investindo um
percentual do total de seus recursos em fundos de investimento de renda fixa, ou referenciados em desempenho de renda fixa, que tem como benchmark o
CDI.
A rentabilidade do DI-Cetip nos últimos 12 meses ficou em 11,48%, inferior
a nossa meta atuarial com uma taxa de 13,75% e ao IMA Geral, com 13,84%.
A tendência de queda da taxa Selic, conseqüentemente do CDI, limita-nos a
estabelecer um teto de 5% do total da carteira.
Como já citado anteriormente, a ParanaPrevidência tem aplicado mais de
R$ 215 milhões em fundos de investimento de renda fixa “crédito privado”
que tem apresentado ótima rentabilidade, especialmente no mês de setembro.
Os títulos privados, em especial os DPGEs, garantidos pelo FGC, que
compõem as carteiras deste tipo de fundo são opção interessante, pois podem
oferecer rentabilidade superior a dos títulos públicos, com segurança.
Num momento de aposta do crescimento da economia brasileira (PIB), as
empresas privadas precisam captar recursos para financiar seus projetos, através
de taxas competitivas que podem superar nosso benchmark, com uma análise
criteriosa do emissor do título
Aproveitando o vento a favor desta modalidade de investimento, poderá ser
aplicado até o limite estabelecido na legislação pertinente, que é de 5%. Uma outra modalidade de investimento é o fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), e aproveitando a oportunidade de diversificação dos
seus investimentos já previsto na Política de Investimentos para 2011, a
ParanaPrevidência alocou cerca de R$ 41 milhões no FIDC Crédito Corporativo
Brasil, administrado pela Caixa Econômica Federal que apresentou uma
rentabilidade de 1,0141% no mês de setembro, próximo ao parâmetro de
rentabilidade a ser buscado pelo fundo, que é a taxa DI acrescida de 1,5% a a .
30
O atual momento do mercado pode indicar uma tendência para a abertura
destes fundos de recebíveis, em virtude de o mesmo concorrer em diversas
frentes como um instrumento atraente para investidores, como os regimes
próprios. O FIDC promove a desintermediação financeira ao vincular diretamente
o tomador do crédito com o investidor em uma estrutura simples e isenta de
tributos intermediários. No caso da empresa detentora dos recebíveis, a mesma
vende ao fundo os seus valores a receber sobre vendas comerciais ou de
serviços, captando recursos para aumento de seu capital de giro a um custo bem
menor do que os de empréstimos bancários, pela desintermediação e ainda pelo
fato de que muitas vezes o rating dos fundos é melhor do que o da empresa.
Os RPPS podem aplicar até 15% em FIDCs abertos e até 5% em FIDCs
fechados de acordo com a Resolução CMN n° 3922/10, mas estabeleceremos o
máximo de 5% respectivamente em cada um dos fundos, informando que o
somatório dos dois tipos de FIDCs (aberto e fechado) mais os fundos
“crédito privado” não poderá exceder o limite de 15% dos recursos da
ParanaPrevidência, conforme reza a legislação do Bacen vigente.
Renda Variável
As aplicações previstas neste segmento, inserido na Resolução CMN n°
3922/10, cumulativamente, limitam-se a 30% da totalidade dos recursos dos
regimes próprios e aos limites de concentração por emissor conforme
regulamentação editada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os regimes próprios podem optar por aplicar seus recursos em fundos de investimento referenciados que identifiquem em sua denominação e em sua
política de investimento indicador de desempenho vinculado ao índice Ibovespa,
IBrX ou IBrX-50 (limite de 30%), em fundos de índices referenciados em ações,
negociadas em bolsa de valores, admitindo-se exclusivamente os índices citado a
pouco (limite de 20%) e em fundos de investimento em ações, cujos
regulamentos determinem que as cotas de fundos de índices referenciados em
ações que compõem suas carteiras sejam negociadas em bolsas de valores,
admitindo-se exclusivamente os índices Ibovespa, IBrX e IBrX-50 (limite de 15%).
31
Rentabilidade (% a.m.)
-8,00
-6,00
-4,00
-2,00
0,00
2,00
4,00
jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 Ibovespa - (% a.m.)IBrX - % a.m.)IBrX-50 - % a.m.)
Como se observa, os três índices vem apresentando queda de performance
em termos de rentabilidade com o Ibovespa tendo uma variação negativa de
24,5% no ano (até setembro), o IBrX com desvalorização de 18,95% e o IBrX-50
com queda de 21,54%, refletidos na crise da dívida da Europa e no
recrudescimento do crescimento global, aumentando a aversão dos investidores a
ativos de maior risco.
Apesar do cenário desfavorável durante este ano, temos que ter em mente
que, diante de uma nova conjuntura econômica, que indica queda da taxa de
juros, corroborado com as baixas taxas oferecidas pelo Tesouro Nacional em
relação a sua carteira de títulos públicos, a Instituição deverá optar por assumir
uma parcela maior de risco no futuro.
Propomos desta forma, iniciar o processo de estruturação de uma carteira
de fundo de ações, dentro do âmbito regulatório da legislação em vigor, visando
obter resultados no longo prazo, compatível com o perfil do nosso passivo atuarial,
norteado por estudos de ALM.
Estabelecemos os seguintes limites para os fundos de ações:
- até 5% em fundos de investimento referenciados que identifiquem em sua
denominação e em sua política de investimento indicador de desempenho
vinculado ao índice Ibovespa, IBrX ou IBrX-50;
32
- até 5% em fundos de índices referenciados em ações, negociados em bolsa
de valores, admitindo-se exclusivamente os índices citados acima; e
- até 5% em fundos de investimento em ações, cujos regulamentos determinem
que as cotas de fundos de índices referenciados em ações que compõem suas
carteiras sejam negociadas em bolsas de valores, admitindo-se exclusivamente os
índices Ibovespa, IBrX e IBrX-50.
Observa-se que estes limites não são cumulativos, sendo que, para as três
classes de fundos apresentados acima, o limite total será de 10% da carteira da
ParanaPrevidência.
Reitera-se que a ParanaPrevidência fará a alocação de recursos em fundos
administrados ou geridos por instituições financeiras previamente credenciadas,
com observância do critério de limitação da concentração e dando preferências às
instituições controladas pelo poder público.
A alocação dos recursos deverá ser previamente referendada pelo Comitê
de Investimentos, autorizadas pelo Conselho Diretor e, posteriormente,
comunicadas aos Conselho de Administração e Fiscal.
Pela primeira vez em sua existência, a ParanaPrevidência começou a
alocar parte de seus investimentos no segmento de renda variável, iniciando por
aplicar R$ 46,5 milhões em fundos de investimento classificados como
multimercado, conforme já previsto na Política de Investimentos para este ano.
Estes fundos podem ter em suas composições, ativos privados, entre os
quais os DPGE – Depósito a Prazo com Garantia Especial, com cobertura pelo
Fundo Garantidor de Crédito – FGC e buscam rentabilidade compatível com a
nossa meta atuarial,
Os fundos multimercado podem albergar em sua carteira diferentes classes
de ativos, alocando recursos em renda fixa, em renda variável e outros, o que
pode balancear os riscos envolvidos nas aplicações e ainda tornar mais flexível a
gestão.
A Resolução CMN n° 3922/10, ao vedar a aplicação em fundos multimercado com alavancagem, de certa forma limitou a aplicação nesse
segmento a fundos de perfil mais conservador, onde o sucesso da aplicação
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estará diretamente vinculada a estratégia de gestão adotada para os ativos de
maior risco e rentabilidade, que combinada a ativos mais seguros mas menos
rentáveis, propiciam um bom balanceamento da taxa risco/retorno.
Reitera-se que a ParanaPrevidência fará a alocação de recursos em fundos
administrados ou geridos por instituições financeiras previamente credenciadas,
com observância do critério de limitação da concentração e preferencialmente em
instituições controladas pelo poder público.
A alocação dos recursos deverá ser previamente referendadas pelo Comitê
de Investimentos, autorizadas pelo Conselho Diretor e, posteriormente,
comunicada aos Conselhos de Administração e Fiscal. A legislação permite a
aplicação de 5% e a ParanaPrevidência trabalhará com este limite de 5%.
Outras duas opções de investimentos no segmento de renda variável são
os fundos de investimento em participações (FIPs) e os fundos de investimento imobiliários, com cotas negociadas em bolsa de valores.
O FIP é uma comunhão de recursos captados através do sistema público
de distribuição, que destina uma parcela preponderante do respectivo patrimônio
para a aquisição de ações, debêntures, bônus de subscrição ou outros títulos e
valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações.
São investimentos de longo prazo, com período de maturação inicial, mas
que podem trazer bom retorno, desde que verificada a efetiva rentabilidade dos
empreendimentos objeto de investimento.
O Estado do Paraná apresenta inúmeras possibilidades de investimento.
Sendo ele um Estado dotado de grande potencial energético e acionista
majoritário de empresa modelar de energia elétrica, a aplicação em
empreendimentos de geração e distribuição de energia elétrica pode trazer
rentabilidade com segurança, associada a um ganho enorme para a sociedade
paranaense.
Também a área logística constitui nicho de oportunidades, uma vez que o
Estado é grande produtor de produtos agropecuários e de manufaturados que
precisam ser transportados até os mercados consumidores, pois a estrutura de
34
transporte, armazenagem e movimentação de mercadorias, deverá estar em
constante
Por fim, as áreas agroflorestal e ambiental, possuem enorme potencial, uma
vez que o Estado possui enorme tradição nessas duas áreas, e a produção de
alimentos e a preservação da meio ambiente se afiguram como eixos
fundamentais da economia mundial.
Há eixos estratégicos da economia nacional, como o setor de energia,
mineração, petróleo e gás que poderiam justificar, de forma residual dentro dessa
carteira, investimentos em FIP. Todavia, o foco estará sempre dirigido a
investimentos na economia local, até porque o acompanhamento e análise de
viabilidade ficam muito facilitados, pela proximidade e familiaridade que a
ParanaPrevidência, seus participantes e seu patrocinador possuem com os temas
do Estado, que ademais apresenta inúmeras boas oportunidades.
Como são inúmeras as possibilidades de investimento nesse segmento,
opta-se por estabelecer a alocação máxima permitida pela atual legislação, ou
seja, até 5%, todavia condicionando-se os investimentos a prévia aprovação pelo
Conselho Diretor e de Administração da ParanaPrevidência, dos planos de
negócios ou dos regulamentos do fundo, após exame pelo Comitê de
Investimentos.
Segundo matéria publicada na Revista Exame em julho de 2011, os fundos de investimento imobiliários apresentaram um ganho médio de 375,7% desde
janeiro de 2005 até junho passado, superando os demais investimentos tanto no
segmento de renda fixa quanto no de renda variável devido a forte valorização dos
imóveis, embora apresentem forte volatilidade, como por exemplo em 2008, com
rentabilidade de apenas 5,62% - inferior a caderneta de poupança. Já em 2009
veio o melhor resultado com valorização de 43,43% de acordo com indicadores
desenvolvidos pela Rio Bravo Investimentos, instituição com know-how neste
ramo.
A questão é saber se estes ganhos chegaram ao teto, se não há o risco de
que haja uma bolha no mercado imobiliário, pois duvidar que isso possa acontecer
em algum momento não é razoável, basta lembrar da crise das hipotecas em 2008
35
nos Estados Unidos, que mostravam que diversos investimentos imobiliários eram
muito mais arriscados do que se imaginava.
De qualquer sorte, há uma série de opções deste tipo de fundo disponíveis
na BM&FBovespa, com cotas negociadas em ambiente de bolsa de valores e
como alternativa, a ParanaPrevidência poderá utilizar seus imóveis para a
aquisição de cotas de fundos de investimento imobiliário.
A alocação dos recursos deverá ser previamente referendada pelo Comitê
de Investimentos, autorizadas pelo Conselho Diretor e, posteriormente,
comunicada aos Conselhos de Administração e Fiscal. A Resolução CMN n°
3922/10 permite a aplicação de 5% mas a ParanaPrevidência trabalhará com o
limite de 3%, suficiente para as necessidades de alocação da carteira
Imóveis
Quanto ao segmento de imóveis, a ParanaPrevidência administra dezoito
imóveis, representados por cinco edifícios, um prédio, seis lojas, três casas, uma
escola, uma gleba e um terreno urbano, cuja carteira totaliza cerca de R$ 52,2
milhões em setembro, valor correspondente a 0,84 % do total dos investimentos
da ParanaPrevidência, sendo que os imóveis locados apresentam uma taxa de
retorno médio mensal de 0,9% em 2011.
A gestão patrimonial é desenvolvida por equipe interna, através do
planejamento, organização e controle de atividades de:
- otimização dos imóveis;
- locação;
- avaliação patrimonial; e
- estudos de viabilidade econômica.
Importante destacar que nos últimos cinco anos, a valorização média dos
imóveis em Curitiba, segundo a ADEMI-PR atingiu taxas entre 22% e 28% ao ano,
ao passo que o imóvel do fundo previdenciário localizado na Avenida Presidente
Arthur Bernardes, locado para a rede de varejo Walmart teve uma valorização de
214,5% no período entre dezembro de 2008 e agosto de 2011, indicando uma
média de rentabilidade de 46% ao ano.
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A ParanaPrevidência estabeleceu dotação orçamentária de investimentos
para o exercício de 2012 no montante de cerca de R$ 35 milhões, com recursos
oriundos do convênio firmado com a Caixa Econômica Federal para o segmento
de imóveis.
O Edifício Presidente Caetano Munhoz da Rocha com 5.773,60 m², terá
concluído sua reforma e modernização em fevereiro de 2012, avaliado
previamente em aproximadamente R$ 14 milhões, e será destinado para locação,
cujo valor está fixado em R$ 129 mil mensais. Em dezembro de 2011 está previsto
o início da reforma e modernização do Edifício do Servidor que ficará com
4.564,24 m², com prazo de conclusão para dezembro de 2012 e será destinado
também para locação.
Entre outros objetivos para o ano seguinte estão o de manter
entendimentos junto ao Estado do Paraná, objetivando a transferência do imóvel
onde funcionava a Casa do Pequeno Jornaleiro, para o Fundo de Previdência,
com a finalidade da construção de um prédio garagem para uso do Edifício
Presidente Caetano Munhoz da Rocha, concluir estudos visando a criação de um
fundo de investimento imobiliário para investimento da área denominada de
Chácara Paulivina e dar continuidade aos procedimentos de reformas,
manutenções e conservações prediais de responsabilidade do locador.
ALM
Um dos grandes desafios da ParanaPrevidência em relação a gestão da
sua carteira de investimentos, será o de buscar ativos com adequada relação risco
x retorno, com resgates que coincidam com os pagamentos futuros de benefícios.
A carteira da Instituição está representada em mais de 90% de seus
recursos aplicados em títulos públicos federais levados até o vencimento destes,
ou seja, não há negociação antecipada no mercado secundário (facultada para o
ano que vem) ou participação em leilões de troca promovidos pelo Tesouro
Nacional, pois ao longo dos anos, a carteira foi estruturada de forma que as
rendas disponíveis dos papéis, tem garantido o nível de recursos necessários para
completar, mensalmente, as despesas previdenciais.
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Os títulos públicos componentes da carteira têm diversos vencimentos
desde este ano, passando por 2012, 2013, 2014, ..., até 2030.
Papel Ano vcto Valor presente setembro/2011 Ano Total por ano
LFT 2011 87.085.515,80 2011 87.085.515,80
NTN-B 2012 138.358.054,91
LFT 2012 104.636.859,25 2012 142.994.914,16
NTN-F 2013 195.736.530,89
LFT 2013 363.289.368,25
NTN-B 2013 868.414.549,78 2013 1.427.440.448,92
NTN-F 2014 40.199.364,05
NTN-B 2014 850.933.993,82
LFT 2014 88.501.237,43 2014 979.634.595,30
NTN-F 2015 25.025.300,02
LFT 2015 205.848.875,53
NTN-B 2015 495.765.201,20 2015 726.639.376,75
NTN-B 2016 333.715.660,39 2016 333.715.660,39
NTN-F 2017 85.954.034,40
NTN-B 2017 148.244.625,85 2017 234.198.660,25
NTN-B 2020 390.301.590,18 2020 390.301.590,18
NTN-F 2021 66.231.122,21 2021 66.231.122,21
NTN-B 2030 21.000.246,63 2030 21.000.246,63
TOTAL 4.509.242.130,59
A questão é com a equalização do ativo ao passivo, pois não é o suficiente
a carteira de investimentos da ParanaPrevidência obter alta rentabilidade de seus
ativos, liquidez imediata, risco de crédito e volatilidade baixos se o fluxo financeiro
da Instituição estiver incompatível com a estratégia de cobertura do passivo
atuarial, razão pela qual adotaremos a gestão de ativos e passivos, através do
ALM, que é uma forma de gestão de recursos que considera, para tomada de
decisões de investimento, os fluxos de caixa projetados para o passivo, conforme
ilustrado a seguir:
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Ano
Despesas Projetadas
Receitas Projetadas
Saldo para Capitalização
Saldo Patrimonial Projetado
2011 763.512.147,59 1.018.138.416,12 254.626.268,53 6.204.113.664,38 *
2012 871.866.060,04 1.105.331.162,99 233.465.102,96 6.809.825.587,20
2013 1.076.077.957,79 1.180.413.913,41 104.335.955,62 7.322.751.078,05
2014 1.305.287.931,65 1.252.838.572,04 - 7.709.666.783,13
2015 1.586.369.953,40 1.316.664.188,04 - 7.902.541.024,76
2016 1.920.413.272,01 1.182.788.518,38 - 7.639.068.732,63
Fonte: ParanaPrevidência - Atuária
* Valor em setembro/2011
A tabela acima tem como base de atualização a taxa de 6% ao ano, não
considerando a inflação pelo IPCA.
Dentro das receitas projetadas estão inclusas as amortizações dos CFT’s
cuja última parcela a ser recebida se dará em janeiro de 2016.
Verifica-se que até 2013 as receitas projetadas superam as despesas
projetadas sobrando saldo suficiente para ser reinvestido no mercado financeiro.
A partir de 2014, começa a acontecer o inverso, com as receitas projetadas
sendo inferiores às despesas projetadas.
A ParanaPrevidência tem mais de R$ 1,65 bilhões (posição de setembro)
resgatáveis em títulos públicos federais até 2013 e este montante deverá ser
reinvestido tendo como critérios não somente baseado na rentabilidade do ativo,
liquidez imediata, envolvimento de riscos ou baixa volatilidade, mas também no
fluxo de caixa projetado para o passivo como forma de readequar nossos
investimentos, tendo como objetivo a maximização de ganhos sujeito à limitação
de riscos e a buscar a otimização dos recursos investidos pela Instituição dadas
as características de seu passivo.
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RISCO E RETORNO
Risco, no sentido mais básico, pode ser definido como a probabilidade do
retorno real de um investimento ser menor do que o esperado.
O risco associado ao retorno, são parâmetros avaliados nas decisões de
investimento. No mercado financeiro os maiores retornos são acompanhados de
maiores riscos, ou seja, é difícil, ou as vezes impossível em certos casos,
aumentar o retorno sem aumentar o risco da carteira.
Com a tendência da queda da taxa de juros nominal e real, a
ParanaPrevidência se vê num dilema para o cumprimento de sua meta atuarial, e
deverá buscar otimizar a combinação de risco (quanto menor melhor) e retorno
(quanto maior melhor) na seleção de seus investimentos, especialmente em ativos
do segmento de renda variável, devido às oscilações do atual cenário econômico
e financeiro.
RATING O "rating" é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa
saldar seus compromissos financeiros. As avaliações são feitas por empresas
especializadas, as agências classificadoras de riscos, que emitem notas
expressas na forma de letras e sinais aritméticos, e que apontam para o maior ou
menor risco de ocorrência de um "default", isto é, de suspensão de pagamentos.
Para publicar uma nota de risco de crédito, os especialistas dessas
agências avaliam além da situação financeira de um país, as condições do
mercado mundial e a opinião de especialistas da iniciativa privada, fontes oficiais e
acadêmicas.
As agências classificadoras de risco mais conhecidas são a
Standard&Poors, a Moody’s e a Fitch Ratings.
A ParanaPrevidência vem aplicando parte de seus recursos em fundos de
investimento cujo respectivo regulamento determine que os direitos, titulos e
valores mobiliários que compõem suas carteiras ou seus respectivos emissores
sejam considerados de baixo risco de crédito, com base, dentre outros critérios,
em classificação efetuada por agência classificadora de risco em funcionamento
no País.
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CONCLUSÃO
Esta é uma proposta a ser apreciada inicialmente pelo Comitê de
Investimentos, e após análise deste, submetidas ao Conselho Diretor.
Em havendo a aprovação pelo Conselho de Administração, a mesma será
enviada para o órgão supervisor (Secretaria de Estado da Administração e
Previdência) para a devida homologação, para posterior envio do Demonstrativo
da Política de Investimentos ao Ministério da Previdência Social.
Justificadamente, a política anual de investimentos poderá ser revista no
curso de sua execução, com vistas à adequação ao mercado ou à nova
legislação, conforme disposto na Resolução CMN n° 3922/10.
A proposta foi elaborada por técnicos devidamente certificados pela ANBID
(CPA-10) nos termos da Portaria MPS n° 519/2011.
Curitiba, novembro de 2011
Luiz Tadeu Garbi da Silva
Lui Silvio Cordeiro
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ANEXO: RESUMO DA POLÍTICA DE INVESTIMENTOS
Resumo da Política de Investimentos
Alocação dos recursos Alocação dos Recursos/Diversificação Limite da
Resolução % Estratégia
de Alocação % Comentário
Renda Fixa
Títulos Tesouro Nacional - SELIC 100 100 Tendência de queda na
rentabilidade, estudos de
ALM
FI 100% títulos TN IMA 100 10 Taxas indicativas do IMA
em queda
Operações Compromissadas 15 10 Rentabilidade mínima de
100% CDI
FI Renda Fixa/Referenciados IMA 80 10 Taxas indicativas do IMA
em queda
FI Renda Fixa 30 5 Tendência de queda do CDI
Poupança 20 0 -
FIDC Aberto 15 5
FIDC Fechado 5 5
FIDCs abertos + FIDCs
fechados + FI “crédito
privado” = limite de até 15%
FI Renda Fixa “Crédito Privado” 5 5 Composição da carteira
com DPGEs
Renda Variável
FI Ações referenciados 30 5
FI Índices Referenciados Ações 20 5
FI em Ações 15 5
Resultados no longo prazo,
análise detalhada de
risco/retorno, limite dos 3
fundos de até 10%
FI Multimercado – aberto 5 5 Composição com renda fixa
(DPGEs) e renda variável,
balanceamento de riscos
FI em Participações – fechado 5 5 Investimentos no próprio
Estado: energia elétrica,
logística, etc
FI imobiliário – cotas em bolsa 5 3 Cotas negociadas em bolsa
de valores, estudos para
criação de FII (Paulivina)
Total