Plano de Desenv_ dos Pólos Agro
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GABINETE DO PREFEITO
Rua Cel. Alexandrino, 301 – Bosque
Rio Branco – AC – CEP 69.909-730 Tel. +55 (68) 3211-2200/3211-2246 [email protected]
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ZONEAMENTO ECONÔMICO, AMBIENTAL, SOCIAL E
CULTURAL DE RIO BRANCO – ZEAS
PROJETO II
BANCO DA AMAZÔNIA
PLANO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS PÓLOS
AGROFLORESTAIS DE RIO BRANCO - ACRE
DEZEMBRO 2009
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10 2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO ............................................... 13 3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 15 3.1 LEVANTAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS ....................................................... 15 3.2 DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO ........................................................................ 22 4.1.2 LOCALIZAÇÃO, ACESSO E LIMITES ...................................................................... 37 4.1.3 DIAGNÓSTICO DOS RECURSOS NATURAIS ........................................................ 39 4.1.3.1 Relevo .................................................................................................................... 39 4.1.3.2 Solos ...................................................................................................................... 42 4.1.3.3 Hidrografia ............................................................................................................. 46 4.1.3.4 Uso e Cobertura do Solo ....................................................................................... 49 4.1.3.5 Uso e Cobertura do Solo em Áreas de Preservação Permanentes (APPs) ........... 52 4.2 PÓLO AGROFLORESTAL GERALDO FLEMING ....................................................... 57 4.3 PÓLO AGROFLORESTAL HÉLIO PIMENTA .............................................................. 76 4.4 PÓLO AGROFLORESTAL BENFICA .......................................................................... 96 DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO ............................................................................. 114 4.1 DADOS GERAIS DAS FAMÍLIAS PESQUISADAS ................................................... 114 4.2 VULNERABILIDADE DAS FAMÍLIAS ........................................................................ 116 4.3 EDUCAÇÃO FORMAL ............................................................................................... 117 4.4 CONHECIMENTO PROFISSIONAL E TRADICIONAL .............................................. 118 4.5 SAÚDE ...................................................................................................................... 121 4.6 DESENVOLVIMENTO INFANTIL .............................................................................. 125 4.7 CONDIÇÕES AMBIENTAIS ...................................................................................... 126 4.8 CONDIÇÕES HABITACIONAIS................................................................................. 127 4.9 ACESSO AOS RECURSOS NATURAIS ................................................................... 129 4.10 CAPITAL DAS UNIDADES PRODUTIVAS FAMILIARES ........................................ 130 4.11 RENDA BRUTA TOTAL VS. CUSTO TOTAL ......................................................... 140 4.12 OCUPAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO .............................................................. 143 4.13 LINHA DE DEPENDÊNCIA DO MERCADO ............................................................ 146 4.14 RENDA BRUTA TOTAL vs. LINHA DE DEPENDÊNCIA DO MERCADO ............... 148 4.15 GERAÇÃO DE RENDA BRUTA .............................................................................. 150 4.16 DESEMPENHO ECONÔMICO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS ............................ 152 4.17 DESEMPENHO ECONÔMICO DAS UNIDADES DE PRODUÇÃO ......................... 154 4.18 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO FAMILIAR RURAL (IDF-R)............................... 156 4.19 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPETITIVAS ............................................. 158 5 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DOS PÓLOS AGROFLORESTAIS DE RIO BRANCO ......................................................................................................................................... 161 5.1 LIMITAÇÕES E POTENCIALIDADES DE USOS DOS RECURSOS NATURAIS NOS PÓLOS AGROFLORESTAIS ........................................................................................... 161 5.1.1 Principais Limitações .............................................................................................. 161 5.1.2 Principais Potencialidades ...................................................................................... 161
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5.1.3 - MEDIDAS MITIGADORAS ÀS LIMITAÇÕES DOS PÓLOS AGROFLORESTAIS ......................................................................................................................................... 162 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTES (MATAS CILIARES) ............................. 162 CRIAÇÃO DE PEQUENOS ANIMAIS.............................................................................. 163 HORTICULTURA ............................................................................................................. 163 PLANEJAMENTO DE USO DA TERRA .......................................................................... 164 5.2 LIMITAÇÕES E POTENCIAIS SÓCIOECONÔMICAS NOS PÓLOS AGROFLORESTAIS ........................................................................................................ 164 5.2.1 Principais Limitações .............................................................................................. 164 5.2.2 Principais Potencialidades ...................................................................................... 165 5.2.3 MEDIDAS MITIGADORAS ÀS LIMITAÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS DOS PÓLOS AGROFLORESTAIS ........................................................................................................ 165 EDUCAÇÃO FORMAL..................................................................................................... 165 CONHECIMENTO INFORMAL ........................................................................................ 166 SAÚDE ............................................................................................................................ 166 PLANEJAMENTO DE USO DA TERRA .......................................................................... 166 RENDA BRUTA ............................................................................................................... 167 6 CONCLUSÕES/RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 167 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 171 8 ANEXOS........................................................................................................................174
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do município de Rio Branco-Acre ................................................... 12 Figura 2: Floxograma esquemático das fases metodológicas ........................................... 14 Figura 3. Localização do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita ......................................... 36 Figura 4 Modelo Digital de Elevação do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita, Município
de Rio Branco/AC........................................................................................................... 38 Figura 5: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita ........................ 39 Figura 6: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita,
município de Rio Branco, Estado do Acre. ..................................................................... 41 Figura 7: Solos do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita ................................................... 43 Figura 8. Localização dos pontos de coleta de água no Pólo Geraldo Mesquita, Rio
Branco/AC ...................................................................................................................... 46 Figura 9: Uso e Cobertura do solo do pólo Geraldo Mesquita ........................................... 49 Figura 10: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo Mesquita.
....................................................................................................................................... 51 Figura 11: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Geraldo
Mesquita ......................................................................................................................... 53 Figura 12: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo Mesquita ........................ 54 Figura 13. Localização do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming. ........................................ 56 Figura 14: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming........................ 59 Figura 15: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming,
município de Rio Branco, Estado do Acre. ..................................................................... 61 Figura 16: Solos do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming ................................................... 63 Figura 17: Localização dos pontos de coleta de água no Pólo Geraldo Fleming, Rio
Branco/AC ...................................................................................................................... 66 Figura 18: Uso e Cobertura do solo do pólo Geraldo Fleming ........................................... 69 Figura 19: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo Fleming 71 Figura 20: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Geraldo Fleming
....................................................................................................................................... 72 Figura 21: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo Fleming .......................... 73 Figura 22: Localização do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta ............................................. 75 Figura 23: Modelo Digital de Elevação do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, Município de
Rio Branco/AC ............................................................................................................... 77 Figura 24: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta ............................ 78 Figura 25: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta,
município de Rio Branco, Estado do Acre ...................................................................... 80 Figura 26: Solos do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta ....................................................... 82 Figura 27. Localização dos pontos de coleta de água no Pólo Hélio Pimenta, Rio
Branco/AC ...................................................................................................................... 85 Figura 28: Uso e Cobertura do solo do pólo Hélio Pimenta ............................................... 88 Figura 29: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Hélio Pimenta .... 90
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Figura 30: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Hélio Pimenta 92 Figura 31: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Hélio Pimenta .............................. 93 Figura 32: Localização do Pólo Agroflorestal Benfica ........................................................ 95 Figura 33: Modelo Digital de Elevação do Pólo Agroflorestal Benfica, Município de Rio
Branco/AC ...................................................................................................................... 97 Figura 34: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Benfica ...................................... 98 Figura 35: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Benfica, município de
Rio Branco, Estado do Acre ......................................................................................... 100 Figura 36: Solos do Pólo Agroflorestal Benfica ................................................................ 102 Figura 37: Localização dos pontos de coleta água no Pólo Benfica, Rio Branco/AC ...... 104 Figura 38: Uso e Cobertura do solo do Pólo Benfica ....................................................... 107 Figura 39: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Benfica ............ 109 Figura 40: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Benfica ........ 110 Figura 41: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Benfica ...................................... 111 Figura 42: Composição das famílias dos pólos agroflorestais de Rio Branco por faixa
etária, 2005/2006, Acre-Brasil ...................................................................................... 112 Figura 43: Situação das Vulnerabilidades das famílias dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................... 114 Figura 44: Educação Formal por faixa etária, dos pólos agroflorestais de Rio Branco
2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 115 Figura 45: Percentual de famílias que tem algum membro que recebeu treinamentos e
capacitações, do pólo agroflorestal de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................ 117 Figura 46: Ocorrência de doenças por UPFs (%), dos pólos agroflorestais de Rio Branco,
2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 119 Figura 47: Principais doenças comuns relatadas nos pólos agroflorestais de Rio Branco,
2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 120 Figura 48: Ocorrência de doenças crônicas por UPF (%), dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................... 121 Figura 49: Principais doenças crônicas relatadas nos pólos agroflorestais de Rio Branco,
2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 121 Figura 51: Principais destinos do esgoto, dos pólos agroflorestais de Rio Branco,
2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 124 Figura 52: Principais tratamentos da água consumida, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil 2005/2006, Acre-Brasil .............................................. 125 Figura 53: Ocorrência dos principais itens de bens duráveis por UPF (%), dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 126 Figura 54: Principais formas de acesso a terra, dos pólos agroflorestais de Rio Branco,
2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 127 Figura 55: Percentual dos principais tipos de uso da terra, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................... 128 Figura 56: Índice mediano de Capitalização (IK) das UPFs, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre, Brasil ................................................................................... 129 Figura 57: Principais componentes do Custo Total (CT) mediano, por UPF, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 130
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Figura 58: Percentual de ocorrência dos tipos de capital fixo – benfeitorias, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 131
Figura 59: Percentual de ocorrência dos tipos de capital fixo – máquinas, equipamentos e ferramentas, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ............ 133
Figura 60: Percentual de ocorrência dos principais tipos de capital fixo – animais de trabalho, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................... 133
Figura 61: Percentual de ocorrência dos tipos de capital circulante – insumos, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 134
Figura 62: Percentual de UPFs que pegaram algum tipo de crédito bancário, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 136
Figura 63: Percentual de ocorrência das principais linhas de créditos identificadas entre as UPFs financiadas, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ... 136
Figura 64: Principais linhas de exploração beneficiadas pelos financiamentos obtidos pelas UPFs, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ............. 137
Figura 65: Relação entre Renda Bruta Total, Custo Total, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................... 138
Figura 66: Ocorrência dos tipos de renda por UPFs (%), dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................... 140
Figura 67: Percentual de ocupação da força de trabalho familiar, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ........................................................................ 141
Figura 68: Percentual de famílias que tiveram algum membro se assalariando fora da UPF, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre, Brasil........................ 142
Figura 69: Linha de Dependência do Mercado, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 144
Figura 70: Composição da Linha de Dependência do Mercado, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ............................................................................. 145
Figura 71: Relação entre Renda Bruta Total (RB+RA+RT), Custo Total (CT) e Linha de Dependência do Mercado (LDM), dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................................................................................... 146
Figura 72 - Índice de Desenvolvimento Familiar Rural (IDF-R) e seus componentes, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ........................................ 154
Figura 73 – Índice de Desenvolvimento Familiar Rural (IDF-R), dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ............................................................................ 155
Figura 74 – Percentual de UPFs que têm o dobro de vantagens em relação às desvantagens de ativos e capacitações competitivas, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................... 156
Figura 75 – Principais desvantagens competitivas relatadas por UPF (%),dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 157
Figura 76 – Principais Vantagens competitivas relatadas por UPF (%),dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 157
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LISTA DE QUADROS Quadro 1: Informações Gerais do Pólo Geraldo Mesquita ................................................ 35 Quadro 2: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita ...................... 39 Quadro 3. Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo Geraldo
Mesquita, Rio Branco, Acre ............................................................................................ 41 Quadro 4. Médias das análises físico-químicas e microbiologias das águas do Pólo
Agroflorestal Geraldo Mesquita de Rio Branco/AC, 2007. ............................................. 44 Quadro 5. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal Geraldo
Mesquita conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os valores de coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007 ......................................................................... 44
Quadro 6: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita, Rio Branco/AC ............................................................................................................... 48
Quadro 7: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Geraldo Mesquita .......................... 50 Quadro 8: Informações Gerais do Pólo Geraldo Fleming .................................................. 55 Quadro 9: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming ........................ 59 Quadro 10: Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo Geraldo
Fleming, Rio Branco, Acre. ............................................................................................ 61 Quadro 11. Médias dos resultados das análises físico-químicas e microbiologias
realizadas no Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming - Rio Branco/AC, 2007..................... 64 Quadro 12. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal Geraldo
Fleming, conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os valores de coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007. ........................................................................ 64
Quadro 13: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming, Rio Branco/AC ............................................................................................................... 68
Quadro14: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Geraldo Fleming........................... 70 Quadro 15: Informações Gerais do Pólo Hélio Pimenta .................................................... 74 Quadro 16: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta .......................... 78 Quadro 17: Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo Hélio
Pimenta, Rio Branco, Acre ............................................................................................. 80 Quadro 18. Médias dos resultados das análises físico-químicas e microbiologias
realizadas do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta - Rio Branco/AC, 2007. ........................ 83 Quadro 19. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal Hélio
Pimenta, conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os valores de coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007. ........................................................................ 83
Quadro 20: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, Rio Branco/AC. .............................................................................................................. 87
Quadro 21: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Hélio Pimenta .............................. 89 Quadro 22: Informações Gerais do Pólo Agroflorestal Benfica .......................................... 94 Quadro 23: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Benfica .................................... 98
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Quadro 24: Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo Benfica, Rio Branco, Acre. ......................................................................................................... 100
Quadro 25. Médias dos resultados das análises físico-químicas e microbiologias realizadas no Pólo Agroflorestal Benfica - Rio Branco/AC, 2007 ................................. 103
Quadro 26. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal Benfica, conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os valores de coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007 ........................................................................................ 103
Quadro 27: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal Benfica, Rio Branco/AC. ................................................................................................................... 106
Quadro 28: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Benfica ...................................... 108
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LISTA DE TABELAS Tabela 1: Evolução da Geração de Renda Bruta por linha de exploração, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................. 148 Tabela 2: Desempenho econômico dos principais produtos, dos pólos agroflorestais de
Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ............................................................................. 150 Tabela 3: Desempenho Econômico mediano por UPF, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................... 152
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1 INTRODUÇÃO
Desde o final dos anos 80, o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) tem sido
destacado como um instrumento estratégico para o desenvolvimento regional sustentável
e, também, como meio para enfrentar a ocupação “desordenada” na fronteira amazônica,
tais como o desenvolvimento descontrolado, o uso não sustentável de recursos naturais e
as invasões de áreas indígenas e de unidades de conservação.
No Acre, o Governo Estadual instituiu o Programa Estadual de Zoneamento
Ecológico-Econômico, por meio do Decreto nº. 503 de 6 de abril de 1999, diretamente
vinculado ao Gabinete do Governador, coordenado pela Secretaria de Estado de
Planejamento e Coordenação (SEPLAN/AC), atualmente Secretaria de Estado de
Planejamento e Desenvolvimento Econômico-Sustentável (SEPLANS), e tendo a
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTMA), atual
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA), como Secretaria
Executiva.Na primeira fase do ZEE (Fase I), iniciada em abril de 1999, os levantamentos
contemplaram a extensão territorial do Estado do Acre, sendo a maior parte deles
baseados em dados secundários, aproveitando e sistematizando os diversos estudos
realizados no Estado e estabelecendo cooperações técnicas com instituições de governo
da esfera federal, estadual e municipal, além de instituições não-governamentais. O
ZEE/AC (Fase I) constituiu um referencial importante para o planejamento do Programa
de Desenvolvimento Sustentável do Acre, como também para a sociedade civil e setor
privado.
Para apoiar a gestão sustentável e a conservação dos recursos naturais, os
estudos do ZEE/AC precisavam ser atualizados com maior detalhamento, no âmbito do
eixo temático recursos naturais, especificamente no que se refere ao diagnóstico do
potencial e limitações de uso das principais bases produtivas do Estado: a floresta, o
solo e a biodiversidade.
Assim inicia-se a execução da segunda fase do Zoneamento Ecológico-Econômico
(Fase II) como objetivo geral de elaborar o Mapa de Gestão do Estado do Acre, na
escala 1:250.000 (Decreto 4.297 de 11 de julho de 2002, o qual regulamenta o artigo 9º,
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inciso II, da Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabelece critérios para
o ZEE do Brasil).
O ZEE/AC (Fase II) assume, como papel fundamental, a elaboração do Mapa de
Gestão para o Estado do Acre na escala 1:250.000, com indicativo das zonas de uso,
sendo definidas para cada uma delas as restrições, potencialidades e as recomendações
de uso. Além disso, o ZEE (Fase II) apóia as iniciativas de ordenamento territorial local
em dois municípios: Brasiléia e Rio Branco.
Para o município de Rio Branco, a gestão 2005-2008, que exerce seu segundo
mandato (2009-2012), estabeleceu em 2006, como prioridade, o restabelecimento da
capacidade institucional do poder público para oferecer serviços públicos de qualidade e
promover políticas de inserção social, assegurando o resgate da cidadania de grande
parte da população de Rio Branco. Os instrumentos para alcançar os objetivos
estratégicos estabelecidos foram a elaboração e aprovação, pela Câmara Municipal, do
Plano Diretor de Rio Branco e a realização do Zoneamento Econômico, Ambiental, Social
e Cultural de Rio Branco (ZEAS), instituído por meio do Decreto nº 1.076 de 10 de março,
contemplando a elaboração do Mapa de Gestão do Município, na escala de 1:100.000.
O Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco está
baseado numa clara definição de seus objetivos, propósitos e resultados esperados,
principalmente em relação a estratégias de desenvolvimento que pretende subsidiar. A
execução municipal, tem como ordens de grandeza as escalas 1:100.000, 1:50.000 e
1:20.000, podendo ter enfoque estratégico e tático.
O sudeste acriano concentra 71% da população do Estado e 51% de seu território
que tem uma área total de 8.831,44 km2. Esta região abrange as regionais do Alto Acre,
Baixo Acre e Purus, concentrando a área de maior pressão antrópica (o arco de
desmatamento acriano) e forte tendência de ampliação da ocupação humana.
Rio Branco está localizado no Baixo Acre e possui uma área de 8.831,44 km2,
equivalendo a 6,5% da área total do estado e uma população de 314.127 hab., na
proporção de 12% rural e 88% urbana com densidade demográfica em torno de 25,09
hab./ km2.
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No Acre, algumas alternativas em agrofloresta vêm dando resultados positivos em
áreas com sistemas semelhantes ao do Projeto Reca (Projeto Reflorestamento
Econômico Consorciado e Adensado) localizados em projetos de assentamento em
reservas extrativistas. Em 1998 e 1999, o Governo Federal, por meio do Programa de
Execução Descentralizada (PED), implantou os Sistemas Agroflorestais (SAFs) nos
municípios de Rio Branco, Xapuri, Senador Guiomard e Acrelândia. Os SAFs foram
implantados em áreas de capoeira abandonada, de forma a reintegrar essas áreas ao
processo produtivo, conciliando aspectos da preservação do meio ambiente e dos
recursos naturais com a geração de benefícios sócio-econômicos para a população rural
e para o estado do Acre.
Outra iniciativa, dessa vez em nível de municípios, foram os Pólos Agroflorestais
implantados pela Prefeitura de Rio Branco em 1993, pelo então Prefeito da época Jorge
Viana, que já retirou da periferia da cidade mais de 300 famílias, que hoje estão em suas
propriedades explorando sistemas agroflorestais e cultivos olerícolas.
Os Pólos Agroflorestais têm como objetivo proporcionar a inversão do processo de
êxodo rural, buscando manter as famílias nas áreas de assentamento, favorecendo a
geração de emprego e renda. Os Pólos visam, ainda, a substituição do atual modelo de
desenvolvimento, assegurando às gerações futuras a sustentabilidade e uma melhor
qualidade de vida. A utilização diversificada de culturas como frutíferas, olerícolas,
leguminosas (adubação verde), essências florestais, culturas temporárias e criação de
pequenos animais, aumenta a sustentabilidade do ambiente e, em regra geral, reduz os
impactos negativos dos sistemas produtivos. Essa diversificação de culturas garante
produção durante o ano todo, diminuindo os riscos de perda do produtor, além de permitir
uma melhor distribuição de mão-de-obra ao longo do ano, em razão das diferentes
culturas e necessidades de manejo.
Atualmente Rio Branco detém em seu território os seguintes Pólos Agroflorestais:
Geraldo Fleming, Dom Joaquim, Hélio Pimenta, Benfica, Geraldo Mesquita e Wilson
Pinheiro.
Este documento apresenta o Plano de Desenvolvimento Sustentável dos pólos
agroflorestais: Geraldo Fleming; Benfica; Hélio Pimenta; Geraldo Mesquita; Custódio
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Freire; Dom Joaquim e Wilson Pinheiro em Rio Branco. A divulgação destas informações
tem como objetivo permitir aos gestores e tomadores de decisões conhecer as
potencialidades e as limitações desta região visando possibilitar a elaboração de
programa, projetos e políticas públicas voltadas para a fixação do homem na área rural
com melhoria da qualidade de vida e renda por meio do uso racional e sustentável dos
recursos naturais, agregando valores econômicos.
2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO
O município de Rio Branco, capital do estado do Acre, possui uma área de 883.100
ha. Segundo o IBGE (2006), o município possui 314.127 habitantes, sendo que 88%
desta população encontram-se na área urbana e periurbana e os outros 12% na zona
rural ou florestal. Localiza-se no sudeste do estado do Acre, sudoeste da Amazônia
Ocidental, entre as coordenadas 67º25` e 69º25` de longitude oeste e 9º30` e 10º30` de
latitude sul, inserido na Regional do Alto Acre. Corresponde a 5,4% do território acreano e
limita-se com os municípios de Sena Madureira, Bujari, Porto Acre, Senador Guiomard,
Capixaba, Xapuri e Brasiléia (Figura 1).
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Figura 1. Localização do município de Rio Branco-Acre.
O município de Rio Branco apresenta considerável influência da Cordilheira dos
Andes, condicionando certas características naturais distintas em relação ao restante da
Amazônia brasileira. Geologicamente, situa-se sobre sedimentos sub-andinos, do Grupo
Solimões, datados do final do Terciário (Plioceno-Pleistoceno) (CARMO, 2006).
O relevo do Município diferencia-se um pouco dos demais municípios amazônicos,
que em sua maioria são assentados em Terras Firmes e Planaltos Baixos. Este se situa
sobre uma topografia constituída de terraços e colinas em níveis diferenciados. A
paisagem ondulada está relacionada principalmente ao rebaixamento do rio Acre e de
seus principais afluentes dentro do Município, como o Riozinho do Rola, com seus leitos
apresentando considerável grau de encaixamento. Apresenta variação altimétrica de
aproximadamente 200m, indo de 120m na área urbana onde se encontra o leito maior do
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rio Acre, a 330m de altitude, nas cabeceiras do Riozinho do Rola no extremo sudoeste do
Município (CARMO, 2006).
A constituição pedogenética do município de Rio Branco é de origem sedimentar,
apresentando variações de solos, desde os bem desenvolvidos, como os Latossolos, até
solos jovens, como Neossolos Flúvicos (RIO BRANCO, 2006b). Estes solos abrigam uma
vegetação natural composta basicamente de florestas, divididas em dois tipos: Tropical
Densa e Tropical Aberta (ACRE, 2006).
O Município tem clima do tipo Am, segundo o sistema de classificação de Köppen,
ou seja, quente e úmido, possuindo uma curta estação seca e altos índices pluviométricos
(GUERRA, 1955; ACRE, 2000; CARMO, 2006).
Rio Branco encontra-se inserido na bacia do rio Acre, afluente da margem direita
do Purus. Por sua vez, possui vários afluentes importantes dentro dos limites municipais,
como o Igarapé São Francisco, o maior afluente do rio Acre na área urbana, e o Riozinho
do Rola, que apresenta a maior área de drenagem dentro de Rio Branco (ZEAS, 2009).
O município apresenta como tipologia predominante Floresta Aberta com Bambu
(FAB) + Floresta Aberta com Palmeira (FAP) que ocupa 23,60% do território. Segundo
OLIVEIRA (2000), o fato da FAB + FAP predominar implica diretamente na estrutura da
comunidade florestal reduzindo o número de indivíduos arbóreos e a área basal da
floresta, chegando a reduzir 30 a 50% do potencial de armazenamento de carbono.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 LEVANTAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS
A metodologia foi estruturada de forma a permitir a participação da comunidade
envolvida em todas as etapas do trabalho e a capacitação de parte da equipe técnica da
Prefeitura Municipal de Rio Branco.
A metodologia se divide em cinco fases complementares e interconectadas, como
podem ser vistas na Figura 1 e detalhadas nos subitens logo em seguida:
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Figura 2: Floxograma esquemático das fases metodológicas
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FASE 1 – Fase preparatória
Inicialmente realizou-se o levantamento de dados secundários, com a
coleta de informações pré-existentes do pólo, incluindo o projeto de criação,
diagnósticos realizados, bases cartográficas, mapas, tabelas sínteses e outros.
Todas estas informações foram sistematizadas e depuradas formando um
banco de dados secundários e em/para algumas temáticas, com informações
espacializadas.
FASE 2 – Fase de compatibilização
Nesta fase a principal ação foi a construção e ajuste da base
cartográfica. Inicialmente escanerizou/digitalizou o mapa planialtimétrico dos
pólos, extraiu-se as informações de perímetro, lote, ramais, curvas de nível e
hidrografia, georreferenciando, em seguida, estas temáticas. Esses
cartogramas foram ajustadas em termos de projeção cartográfica, utilizando
coordenadas UTM nas projeções SAD 1969 e zona 19S e na escala de
1:10.000. Após estes ajustes da base cartográfica iniciou-se a elaboração de
análises por geoprocessamento; a preparação de obtenção das aerofotos e
preparação das atividades de campo.
FASE 3 – Fase de obtenção de aerofotos
Para esta fase ser realizada foi confeccionado o plano de vôo
considerando o perímetro dos pólos e seus entornos. A Cobertura
aerofotográfica vertical colorida foi executada pela aeronave JCD-PT da
Universidade Federal de Viçosa nos meses de julho e agosto de 2006 (período
seco), numa escala de 1:10.000. As fotografias foram obtidas no formato 22x22
cm, com recobrimento longitudinal de 60% e lateral de 40%.
ETAPA 4 – Fase de campo
Realizou-se a fotointerpretação preliminar das fotografias aéreas na
escala 1:10.000, delineando-se os padrões pedofisiográficos, levando-se em
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consideração a uniformidade de relevo, geologia, vegetação e tipos de
drenagem.
O trabalho de campo constou do mapeamento dos solos, através de
progressão em ramais, caminhos e picadas, por meio de sondagem com trado
holandês. Durante as observações no campo, foram registradas as
características morfológicas de perfis examinados, coletadas amostras de solos
para análise em laboratório, necessárias à classificação dos solos, assim como
a descrição relativa ao meio ambiente. A descrição e coleta de amostras de
perfis representativos das classes de solos foram realizadas em trincheiras
abertas em locais previamente selecionados.
A descrição detalhada das características morfológicas e a nomenclatura
de horizontes e coleta de amostras de solos foram baseadas nas normas e
definições adotadas pela Embrapa (Embrapa, 1995; Lemos & Santos, 1996).
As cores das amostras de solos foram determinadas através de comparação
com a Munsel Color Chart (Munsel Color Company, 2000).
Os solos foram classificados segundo os critérios e definições contidos
no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa 1999 e 2001).
Após a análise dos resultados, procederam-se alterações e revisões da
legenda preliminar e elaboração da legenda final de identificação dos solos,
acertos finais no mapeamento, revisão das descrições e interpretação dos
resultados analíticos dos perfis, redação e organização do relatório final, assim
como a confecção do mapa de solos na escala de 1:10.000.
Nas investidas a campo também foram coletados pontos, com GPS
topográfico, de uso e cobertura da terra visando calibrar a interpretação das
fotografias aéreas para elaboração dos mapas de uso e cobertura. O GPS
topográfico também foi utilizado na obtenção de pontos altimétricos do terreno
para subsidiar a elaboração dos modelos topográficos do terrenos nos pólos.
Ainda foram levantadas iniciativas promissoras de uso da terra utilizadas
pelos agricultores locais. Estes sistemas foram caracterizados e
georreferenciados.
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ETAPA 5 – Fase de geoprocessamento
Esta fase é a mais delicada do trabalho e envolve o uso de produtos de
sensores remotos, infraestrutura física adequada e pessoal capacitado. Quatro
sub-etapas destacam-se dentro dos procedimentos metodológicos de análise
por geoprocessamento:
Confecção do mosaico semi-controlado
O mosaico digital semi-controlado digital foi confeccionado utilizando o
software PanaVue Visual Stitcher Version 2.0. A correção geométrica foi
realizada em softwares específicos e para a montagem do layout foi utilizado
software ArcGIS 9.2.
Avaliação do uso e cobertura do solo
Após a confecção do mosaico procedeu-se a classificação das imagens
(aerofotos de pequeno formato) que é o processo de extração de informações
de imagens para reconhecer padrões e objetos homogêneos com o objetivo de
mapear áreas e objetos da superfície terrestre. Levando em consideração a
qualidade das aerofotos e os objetivos do estudo, foram estratificadas até 13
categorias de uso e cobertura do solo, que foram as seguintes: Floresta,
Capoeira, Conjunto de Arvores, Pastagem, Pastagem Velha, Agricultura,
Vegetação Rasteira, Área Queimada, Solo Exposto, Açudes, Igarapés,
Edificações e Ramais.
A delimitação das categorias nas aerofotos foi feita por meio digital,
através de vetorização em tela de polígonos irregulares, através do modo de
edição do ArcMap, módulo do aplicativo de geoprocessamento ArcGIS 9.2.
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Uso e cobertura do solo em APPs
Neste item, geraram-se dados, qualitativos, quantitativos e espaciais
sobre os tipos e formas de uso e cobertura do solo nas Áreas de Preservação
Permanente dos Pólos.
Inicialmente, realizou-se o “cruzamento” de dois mapas, o de APP com o
de Uso e Cobertura do solo para o pólo. Desta forma, foi elaborado um mapa
com o uso e cobertura do solo nas APPs dos igarapés e açudes, com faixa
lindeira de acordo com diretrizes estabelecidas na Resolução Conama
303/2002.
A quantificação dos tipos e formas de uso e cobertura do solo nas Áreas
de Preservação Permanente foram obtidas através do modulo de extensão
“Xtool Pro” do ArcGIS 9.2, gerando assim, informação, em hectare e
porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do pólo, tanto para as áreas
ao longo dos igarapés como para faixas ao redor dos açudes.
Modelagem do terreno
Através da compilação de dados secundários sobre as características
planialtimétricas dos pólos em estudo e de uma malha de pontos altimétricos
obtidos nos levantamentos de campo com um GPS Topográfico, gerou-se um
Modelo Digital de Elevação (MDE) para cada pólo, o qual apresenta a variação
altimétrica de tais pólos. O MDE foi elaborado em ambiente de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG), utilizando o software ArcGIS, versão 9.2 no
módulo de operações ArcMap, para a realização da qualificação, quantificação
e espacialização das informações topográficas dos pólos em estudo.
Avaliação da distribuição dos solos
Na delimitação das classes de solo, foram realizadas idas a campo com
vistoria da área e um estudo prévio dos padrões fotográficos e interpretação
preliminar das relações solo-paisagem, com o objetivo de detectar diferentes
aspectos fisiográficos. A primeira versão do mapa de solo foi digitalizada e
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sobreposta ao modelo digital de elevação MDE e aos pontos de coleta de perfis
e amostras extras para a definição das unidades de mapeamento e
quantificação de áreas. Esse modelo foi elaborado através de curvas de nível
com eqüidistância de 1 m, apresentando detalhada representação do relevo.
Mesmo com pouca representatividade, as variações altimétricas e altura
do lençol freático foram os principais fatores que influenciaram na diferenciação
e distribuição das classes de solo nos pólos agroflorestais do município de Rio
Branco.
Espacialização da qualidade de água
As analises físico-químicas e bacteriológicas foram realizadas nos
laboratórios da União Educacional do Norte (UNINORTE), Universidade
Federal do Acre (UFAC) especificamente, na Unidade Tecnológica de
Alimentos (UTAL), e no Sistema de Abastecimento de água é Esgoto de Rio
Branco (SAERB) especificamente, na Estação de Tratamento de Água 1 e 2
(ETA1 e 2).
A espacialização dos dados de qualidade de água dos pólos foi
realizada a partir de georreferenciamento dos pontos amostrais. Em seguida,
em ambiente SIG, foi gerado um arquivo vetor (shapefile) dos pontos a
mostrais. A partir do shapefile dos pontos amostrais, gerou-se um banco de
dados geográfico com os dados de qualidade de água dos diversos parâmetros
para cada ponto de amostragem.
Os dados de qualidade de água dos pólos serão apresentados em
gráficos dentro dos mapas com os pontos de amostragem, buscando não
sobrecarregar este relatório parcial com mapas.
Avaliação da organização territorial
Para a avaliação da organização territorial atual dos pólos, todos os lotes
foram quantificados em área e perímetro e a área ocupada pelos ramais.
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3.2 DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO
A referência metodológica do presente estudo foi extraída do projeto
ASPF, cuja metodologia de avaliação econômica foi consolidada ao longo da
última década. A partir dos indicadores utilizados no referido projeto, bem como
de outros indicadores pertinentes ao diagnóstico, em particular, os sociais,
desenvolve-se um indicador sintético que possa representar o nível de
desenvolvimento das famílias acerca das dimensões mais básica de condição
de vida.
Ademais, também foram desenvolvidos indicadores que fornecem
uma avaliação das diversas estratégias competitivas implementadas pelas
famílias rurais, por intermédio da disponibilidade de recursos (tangíveis e
intangíveis) e capacitações.
3.2.1 Indicadores de Avaliação Econômica da Produção Familiar Rural
No projeto ASPF foram construídos vários indicadores para a
avaliação econômica da produção familiar rural no Acre, que vão desde os
tradicionais até os que somente se aplicam à produção familiar rural.
Entretanto, no presente estudo foram utilizados especialmente aqueles que são
mais adequados para se entender o desempenho específico deste tipo de
produção e são descritos a seguir suscintamente1.
1 Para uma descrição completa e detalhada ver: http://www2.ufac.br/projetos/aspf/index.htm
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3.2.1.1. Determinação de medidas de resultado econômico
Medidas de resultado econômico são índices que, dados os custos
de produção, permitem medir o desempenho econômico do sistema de
produção. Desempenho econômico é a diferença entre os valores de saída e
os de entrada, as diversas relações entre valores de saída e de entrada e as
flutuações dos valores de saída do sistema de produção.
A. Resultado bruto
Entende-se por resultado bruto a renda bruta, ou seja, o valor da
produção destinada ao mercado, obtido pela fórmula:
Qv.ppRB
sendo:
RB = renda bruta
Qv = quantidade do produto vendida
pp = preço unitário ao produtor
A renda bruta pode ser global e parcial. Determina-se para o
conjunto da unidade de produção e para as linhas de exploração individuais. É
um indicador de escala da unidade de produção.
B. Resultados líquidos
a) Renda líquida - é o valor excedente apropriado pela unidade de
produção familiar, ou seja, a parte do valor do produto que fica com a unidade
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de produção familiar depois de serem repostos os valores dos meios de
produção, dos meios de consumo e dos serviços (inclusive salários) prestados
à produção. Neste sentido, ela não consiste em todo o acréscimo de valor que
o produtor familiar faz aos meios de produção e de consumo, uma vez que a
maior parte deste é apropriada por intermediários na comercialização dos
produtos e na compra de insumos e bens de consumo. É calculada pela
fórmula:
DERBRL
sendo:
RL = renda líquida
RB = renda bruta
DE = despesas efetivas
A renda líquida é o primeiro indicador de eficiência econômica e das
possibilidades de reprodução da unidade de produção familiar. Se RL ( 0 a
unidade de produção familiar se reproduz sem afetar o seu patrimônio. Se RL <
0 a unidade de produção familiar só se reproduz com perda de patrimônio.
Será calculada apenas para o conjunto da unidade de produção familiar.
b) Margem bruta familiar (MBF) – é o resultado líquido específico e
próprio para indicar o valor monetário disponível para a subsistência da família,
inclusive uma eventual elevação do nível de vida, se o montante for suficiente.
A sua magnitude incorpora a parcela de valor do produto correspondente ao
consumo familiar obtida por via do mercado. Em situações favoráveis, poderá
ser suficiente para ressarcir custos fixos, especialmente as exigências mínimas
de reposição do patrimônio. Cumpridas estas funções, a disponibilidade
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restante pode ser usada como capital de giro. A margem bruta familiar pode
também ser calculada para as linhas de exploração individuais
É calculada pela fórmula:
Cftf)-(CV-RBMBF
sendo:
RB = renda bruta
CV = custos variáveis
Cftf = custo real da força de trabalho familiar
c) - Nível de vida – é a totalidade do valor apropriado pelo produtor
familiar, inclusive valores imputados, deduzidas as obrigações financeiras com
empréstimos.
AACjicc)AC(MBFNV
sendo:
Cjicc = juros imputados ao capital circulante.
AC = Autoconsumo
AA = Amortização anual
É, portanto, o valor que determina o padrão de vida da família.
Medidas de eficiência ou relação
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a) Índice de eficiência econômica – é a relação que indica a
capacidade de a unidade de produção familiar gerar valor por unidade de
custo. É um indicador de benefício/custo do conjunto da unidade de produção.
Sem embargo de ser um índice mais apropriado para mostrar o desempenho
de empresas agrícolas patronais, serve como referencial para comparação de
desempenho e verificar a possibilidade de as unidades de produção familiares
realizarem lucro e, por conseqüência, acumularem. O índice é determinado
pela fórmula:
RB/CTIEE
IEE > 1, a situação é de lucro
IEE < 1, a situação é de prejuízo
IEE = 1, a situação é de equilíbrio.
b) Relação MBF/RB - é a relação mais apropriada para medir a
eficiência econômica da produção familiar, pois mostra que proporção de valor
a unidade de produção tornará disponível para a família por cada unidade de
valor produzido. Em outros termos, que percentagem de renda bruta a unidade
de produção é capaz de converter em margem bruta familiar. Uma relação
superior a 50% é considerada favorável. Pode ser determinada para a unidade
de produção e para as linhas de exploração.
c) Relação MBF/Qh/d - é o índice de remuneração da força de
trabalho familiar. Mostra a quantia de margem bruta gerada por unidade de
trabalho familiar (1 h/d = 1 jornada de trabalho). O valor deve ser comparado
com o preço de mercado da força de trabalho.
sendo:
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Qh/d = quantidade de força de trabalho utilizada no ciclo produtivo da
linha de exploração ou a quantidade total anual de força de trabalho familiar
utilizada pela unidade de produção.
d) Termo de Intercâmbio (TI) - índice de apropriação da RB pelo
mercado
TI = Vbcc/RB
sendo:
TI = termo de intercâmbio
Vbcc = valor dos bens de consumo comprados
RB = renda bruta total
Resultado Bruto Total
1. Resultado Bruto Total da Unidade de Produção Familiar
A Renda Bruta Total da UPF é o resultado do somatório da Renda
Bruta (RB) da produção com a renda oriunda das transferências de renda
(bolsa escola, família etc.) e do assalariamento fora da UPF. A RBT é calculada
para o conjunto da UPF e dos membros da família, sendo obtida pela fórmula:
RBT = RB + RT + RA
sendo:
RB = renda bruta
RT = renda das transferências monetárias (municipal, estadual e
federal)
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RA = renda de assalariamento fora da UPF
3.2.2 Índice de Desenvolvimento Familiar Rural (IDF-R)
A busca por indicadores que possam identificar o nível de
desenvolvimento humano em todo o planeta culminou com a criação do Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH), no início da década de 1990. Esse índice
tornou-se referência mundial em termos de comparação entre as diversas
regiões, municípios, estados e países, no que diz respeito, essencialmente, à
categorização destes em termos de nível de pobreza.
Entretanto, considera-se que os indicadores utilizados na
composição do IDH são insuficientes para expressar as diversas dimensões
das condições de vida e, principalmente, para ordenar diversas situações
sociais. O IDH baseia-se em apenas quatro indicadores: educação
(alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer)
e renda (PIB per capita).
Portanto, Paes de Barros, Carvalho e Franco (2003)2 propõem um
outro indicador sintético, denominado Índice de Desenvolvimento da Família
(IDF), mais adequado às diversas situações sociais, buscando superar
algumas das principais limitações do IDH, especialmente, no tocante à
quantidade de indicadores considerados na construção do índice, além do
levantamento de informações em nível familiar.
A proposição inicial do IDF seria trabalhar com 06 dimensões das
condições de vida (vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao
2 PAES DE BARROS, Ricardo; CARVALHO, Mirela de; FRANCO, Samuel. O Índice de
Desenvolvimento da Família (IDF). Rio de Janeiro: IPEA, 2003. 25 p. (Textos para Discussão n. 986)
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trabalho, disponibilidade de recursos, desenvolvimento infantil e condições
habitacionais), perfazendo um total de 48 indicadores. Ademais, esse índice foi
construído com a intenção de se utilizar os indicadores gerados pela
PNAD/IBGE, além do Cadastro Único, implementado pela Caixa Econômica
Federal.
O presente trabalho busca construir o IDF conforme a metodologia
proposta por seus autores. No entanto, busca-se também enquadrá-lo às
especificidades locais, adequando os indicadores às peculiaridades da
produção familiar rural da região de estudo, construindo um Índice de
Desenvolvimento Familiar Rural (IDF-R).
3.2.2.1 Aspectos metodológicos do IDF-R
A partir da metodologia do projeto ASPF foram implementadas várias
reuniões de trabalho, com as diversas instituições/pesquisadores que atuam
junto às comunidades rurais de Rio Branco, com o intuito de adequar os
indicadores, previstos na construção do IDF, ao contexto da região e construir
o IDF-R.
Como o próprio título do índice propõe, a unidade de análise é a
Unidade de Produção Familiar Rural (UPF), cuja composição é realizada pela
agregação das informações dos integrantes da família que moram na UPF.
O IDF-R varia entre 0 e 1, o que significa que quanto mais próximo
de 1, melhores serão as condições de vida da família.
O IDF original considera seis dimensões básicas das condições de
vida, compreendendo um total de 48 indicadores, sendo adotado um sistema
de pesos neutros na composição dos indicadores. Na construção do IDF-R,
uma das dimensões originais (acesso ao conhecimento) foi transformada em
duas (acesso ao ensino escolar e acesso ao conhecimento profissional e
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tradicional), além de ser incluída uma dimensão ambiental perfazendo um total
de oito dimensões consideradas. Além disso, alguns indicadores foram
ajustados ao contexto rural. A neutralidade dos pesos é mantida, ou seja, a
síntese dos indicadores de cada dimensão, bem como o IDF-R – resultado da
síntese das dimensões –, será constituída pela média aritmética simples dos
referidos indicadores.
Portanto, o IDF-R será representado pela fórmula:
IDF-R = (IV+IE+IC+IT+IR+ID+IH+IA)/8
Sendo,
IV – Índice de ausência de vulnerabilidade
IE – Índice de acesso ao ensino
IC – Índice de acesso ao conhecimento profissional e tradicional
IT – Índice de acesso ao trabalho
IR – Índice de disponibilidade de recurso
ID – Índice de desenvolvimento infantil
IH – Índice de condições habitacionais
IA – Índice de condições ambientais
O IV será calculado pela fórmula:
IV = [(V1+V2+V3+V4+V5)/5 + (V6+V7)/2 + (V8+V9)/2 +
(V10+V11)/2]/4
Sendo,
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1) INDICADORES DE AUSÊNCIA DE VULNERABILIDADE DAS FAMÍLIAS
Fecundidade
V1. Ausência de Gestantes
V2. Ausência de Mães Amamentando
V3. Ausência de Crianças (0-6 anos)
V4. Ausência de Crianças/ Adolescentes (0-14 anos)
V5. Ausência de Crianças/ Adolescentes/ Jovens (0-17 anos)
V6. Ausência de Portadores de Deficiência
Atenção e cuidados especiais com idosos V7. Ausência de idoso
Dependência econômica
V8. Mais da metade dos Membros Encontra-se em Idade Ativa (16 a 66 anos)
V9 Não existe criança no domicílio cuja mãe tenha morrido
Presença da mãe V10. Não existe criança no domicílio que não viva com a mãe
O IE será calculado pela fórmula:
IE = [(E1+E2)/2 + (E3+E4+E5)/3]/2
Sendo,
2) INDICADORES DE ACESSO AO ENSINO ESCOLAR
Analfabetismo
E1. Ausência de adulto analfabeto (idade igual ou maior de 18 anos)
E2. Ausência de adulto analfabeto funcional
Escolaridade
E3. Presença de pelo menos um adulto com fundamental completo
E4. Presença de pelo menos um adulto com ensino médio completo
E5. Presença de pelo menos um adulto com alguma educação superior
O IC será calculado pela fórmula:
IC = (C1+C2+C3)/3
Sendo,
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3) INDICADORES DE ACESSO AO CONHECIMENTO PROFISSIONAL E
TRADICIONAL
C1. Presença de pelos menos um trabalhador com alguma profissão ou habilidade especial
Qualificação profissional/habilidade especial
C2. Presença de pelos menos um trabalhador com alguma profissão ou habilidade especial que atue na área
C3. Presença de pelos menos um trabalhador com algum treinamento ou capacitação
O IT será calculado pela fórmula:
IT = (T1+T2+T3)/3
Sendo,
4) INDICADORES DE ACESSO AO TRABALHO
Disponibilidade de trabalho
T1. Mais da metade dos membros em idade ativa encontra-se ocupada
T2. Todos os membros em idade ativa estão usando mais da metade de sua disponibilidade de mão-de-obra na produção
T3. Ausência de assalariamento fora da UPF
O IR será calculado pela fórmula:
IR = (R1+R2+R3)/3
Sendo,
5) INDICADORES DE DISPONIBILIDADE DE RECURSOS
Extrema pobreza R1. Renda familiar superior à linha de extrema pobreza
Pobreza R2. Renda familiar superior à linha de pobreza
Capacidade de geração de renda R3. Maior parte da renda familiar não advém de transferências
O ID será calculado pela fórmula:
ID = [(D1+D2)/2 + (D3+D4+D5)/3 + (D6+D7+D8+D9)/4 +
(D10+D11+D12)/3]/4
Sendo,
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6) INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Trabalho precoce
D1. Ausência de criança com menos de 10 anos trabalhando
D2. Ausência de criança com menos de 14 anos trabalhando
Acesso a escola
D3. Ausência de criança de 7-14 anos fora da escola
D4. Ausência de criança de 7-17 anos fora da escola
D5. Ausência de criança de até 14 anos com mais de 2 anos de atraso
Progresso escolar
D6. Ausência de adolescente de 10 a 14 anos analfabeto
D7. Ausência de jovem de 15 a 17 anos analfabeto D8. Ausência de jovem de 07 a 17 anos que se evadiram
da escola
D9. Ausência de mãe cujo filho tenha morrido
Mortalidade infantil
D10. Há, no máximo, uma mãe cujo filho tenha morrido
D11. Ausência de mãe com filho nascido morto
O IH será calculado pela fórmula:
IH = [(H1+H2)/2+H3+H4+H5+H6+H7+H8+(H9+H10+H11+H12)/4]/8
Sendo,
7) INDICADORES DE CONDIÇÕES HABITACIONAIS
Domicílio H1. Domicílio próprio
H2. Domicílio próprio ou cedido
Déficit habitacional H3. Densidade de até 2 moradores por cômodo
Abrigabilidade H4. Material de construção permanente
Acesso a abastecimento de água H5. Acesso adequado a água
Acesso a saneamento H6. Esgotamento sanitário adequado
Acesso a coleta de lixo H7. Lixo é coletado
Acesso a energia elétrica H8. Acesso a eletricidade
Acesso a bens duráveis
H9. Acesso a fogão e geladeira
H10. Acesso a fogão, geladeira, televisão ou rádio
H11. Acesso a fogão, geladeira, televisão ou rádio e telefone
H12. Acesso a fogão, geladeira, televisão ou rádio, telefone e computador
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O IA será calculado pela fórmula:
IA = [A1+(A2+A3)/2+(A4+A5)/2]/3
Sendo,
8) INDICADORES DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Recursos hídricos A1. Presença de recursos hídricos
Qualidade da água consumida
A2. Presença de origem do abastecimento da água consumida pela família A3. Presença de tratamento da água consumida pela família
Destino da água/esgoto A4. Destino adequado da água servida A5. Destino adequado do esgoto
3.2.3 Indicadores de Avaliação Estratégica
A sustentabilidade dos resultados econômicos da produção familiar
rural, além das alternativas produtivas a serem introduzidas nesse ambiente,
depende de uma correta avaliação das estratégias competitivas utilizadas pelos
produtores, pois a manutenção e/ou implementação das alternativas produtivas
dependem do fortalecimento dos recursos humanos, físicos, financeiros, além
dos ativos intangíveis como, por exemplo, a reputação, e das capacitações ou
habilidades/serviços oriundos da combinação de tais ativos.
O presente trabalho busca realizar uma avaliação estratégica dos
ativos e capacitações disponíveis aos produtores rurais familiares de Rio
Branco, como forma de identificar os possíveis gargalos que possam impactar
na sustentabilidade das estratégias competitivas promovidas nesse ambiente,
no sentido de orientar os gestores do empreendimento acerca dos itens que
precisam de uma maior atenção.
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3.2.3.1 Aspectos metodológicos
Os indicadores utilizados na coleta de informações sobre estratégias
competitivas estão baseados nos trabalhos de AAKER (1989)3, que categorizou
os ativos e habilidades que foram identificados como vantagens competitivas
sustentáveis em 248 empresas norte-americanas, conforme descrito a seguir:
Vantagens Competitivas Sustentáveis Hierarquizadas por AAKER (1989):
1. Reputação pela qualidade 2. Serviço ao consumidor/apoio ao produto 3. Reconhecimento do nome/altos lucros 4. Manter boa gestão e quadro técnico 5. Produção com baixos custos 6. Recursos Financeiros 7. Orientação ao consumidor/feedback/pesquisa de mercado 8. Amplitude da linha de produtos 9. Superioridade técnica 10. Base instalada de consumidores satisfeitos 11. Segmentação/focalização 12. Característica do produto/diferenciação 13. Contínua inovação da produção 14. Parcela de mercado (market share) 15. Tamanho/localização da distribuição 16. Oferecimento de baixo preço/alto valor 17. Conhecimento do negócio 18. Pionerismo 19. Produção eficiente e flexível/operações adaptáveis ao consumidor 20. Efetiva força de venda 21. Habilidade total de marketing 22. Visão compartilhada/cultura 23. Objetivos estratégicos 24. Fonte de poder bem conhecida 25. Localização 26. Efetiva Publicidade/imagem
3 AAKER, David A. Managing Assets And Skills: the key to a sustainable competitive advantage.
California Management Review, v. 31, n. 2, p. 91-106, winter 1989. Disponível em:
<http://www.periodicos.capes.gov.br>.
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27. Empreendedorismo 28. Boa coordenação 29. Desenvolvimento de pesquisa técnica 30. Planejamento de Curto Prazo 31. Boas relações com distribuidores
Do mesmo modo, Chandler e Hanks (1994)4 buscam avaliar o
desempenho dos ativos e habilidades das empresas, além das estratégias
competitivas, com indicadores próximos aos identificados por Aaker, porém
agrupando-os em três grupos estratégicos: inovação, qualidade e liderança de
custos.
No primeiro grupo se encontram itens, tais como, habilidade em
marketing, desenvolvimento de novos produtos/processos, novas formas de
comercialização etc. Os itens classificados em relação à qualidade são:
habilidade gerencial, pessoas treinadas para o processo produtivo e em
oferecer serviços de alta qualidade aos consumidores etc. Com relação à
liderança de custos, os itens constantes são: disponibilidade de capital,
liderança em plantas e equipamentos, acesso a matéria-prima de baixo custo,
acesso a trabalho de baixo custo etc.
Obviamente, que não se procurou trabalhar todos esses indicadores
para os produtores familiares do ambiente rural do município, visto que os
mesmos foram pesquisados em setores urbanos. No entanto, buscou-se
levantar os indicadores mais adequados à realidade dessa população, com a
ressalva de que, como é uma primeira aproximação, os indicadores podem ser
alterados/ajustados com a maturação deste tipo de levantamento.4.
INFORMAÇÕES GERAIS DOS PÓLOS DO MUNICÍPIO
4.1 PÓLO AGROFLORESTAL GERALDO MESQUITA
4 CHANDLER, Gaylen N.; HANKS, Steven H. Market Attractiveness, Resource-Based Capabilities,
Venture Strategies, and Venture Performance. Journal of Business Venturing, v. 9, p. 331-349, 1994.
Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br>.
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As informações gerais do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita
encontram-se esquematizadas no Quadro 1.
Quadro 1: Informações Gerais do Pólo Geraldo Mesquita
Denominação Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita
Decreto de desapropriação Lei Nº 1.484 de 02/12/2002
Área Total Registrada = 216,2576 hectares
Capacidade de assentamento do imóvel 57 famílias Famílias assentadas 54 famílias
Área média das parcelas 4,5 a 5 hectares
Entidades representativas dos assentados
1 - Associação de Produtores Rurais do
Pólo Geraldo Mesquita
CNPJ: 01.070.557/0001-61
PRESIDENTE: Edvaldo Batista
2 - Associação Geraldo Mesquita Pólo
em Ação
CNPJ: 03.735.231/0001-31
PRESIDENTE: Miguel Araújo Fonseca/Francisco Falcão (Ceará)
4.1.2 Localização, acesso e limites
O Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita dispõe de uma localização
privilegiada, situando-se muito próximo ao centro de Rio Branco, como pode
ser visto na Figura 2.
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Figura 3. Localização do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita
.
O roteiro de acesso ao pólo: Partindo do centro da cidade tomar a
Estrada da Floresta percorrer cinco quilômetros e no Ramal da Lagoa percorrer
mais dois quilômetros e se está nos limites do pólo.
As estradas que dão acesso são asfaltadas e as internas encontram-se
em bom estado de conservação.
Na área onde se localiza o Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita não
existem unidades de conservação. Nos arredores da sede do município de Rio
Branco predomina a atividade agropecuária, com ênfase na pecuária extensiva.
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O pólo está circulado ora pela área urbana de Rio Branco (bairros) ora por
pequenas fazendas. E apresenta os seguintes limites:
- Norte: Terras de bairro Calafate;
- Sul: Terras particulares;
- Leste: Terras do Conjunto Waldemar Maciel e terras particulares;
- Oeste: Terras de Conjunto Laélia Alcântara e terras particulares.
4.1.3 DIAGNÓSTICO DOS RECURSOS NATURAIS
4.1.3.1 Relevo
Através da compilação de dados secundários sobre as características
planialtimétricas do Pólo em questão e de uma malha de pontos altimétricos
obtidos nos levantamentos de campo com um GPS Topográfico, gerou-se um
Modelo Digital de Elevação (MDE), o qual apresenta a variação altimétrica
deste pólo (Figura 3).
De acordo com os dados gerados no MDE, o Pólo Agroflorestal Geraldo
Mesquita apresenta variação altimétrica de 56 metros, indo de 124, na porção
central do pólo, a 180 metros de altitude nas áreas ao sudeste do pólo (Figura
3).
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Figura 4 Modelo Digital de Elevação do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita, Município de Rio Branco/AC.
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Plano
30%
Plano a suave ondulado
54%
Suave ondulado
6%
Suave ondulado a
ondulado
10%
Através do MDE, com o emprego de análise por geoprocessamento, obteve-se
a estratificação das classes de declividade deste pólo, o que representa
importante informação no planejamento do uso equilibrado de tal espaço. Em
função da escala de trabalho (1:10.000) e do grau de dissecação do terreno do
Pólo Geraldo Mesquita a declividade foi separada em duas unidades simples e
duas associações (Quadro 2 e Figura 5).
Quadro 2: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita
Relevo Classes de declividade
(%) Área (ha)
Área (%)
Plano 0-3 69,4 30,4 Plano a suave ondulado 0-8 124,2 54,4 Suave ondulado 3-8 12,7 5,6 Suave ondulado a ondulado 3-20 22,0 9,6
Total 228,2 100
Figura 5: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita
A classe de declividade de maior ocorrência no pólo foi a constituída de
plano a suave ondulado (0 a 8% de declividade) que ocupa 54,4% da área
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(Quadro 2 e Figura 5). O relevo plano (0 a 3 % de declividade) ocupa 30,4% da
área do Pólo agroflorestal apresenta maior representatividade entre a classe 0
a 8 %. O relevo suave ondulado a ondulado ocupa apenas 9,6% do território. E
a classe constituída de relevo suave ondulado ocupa 5,6% da área.
As classes de maior declividade, acima de 8 %, mesmo com pequena
representatividade na área total do pólo, devem ser consideradas e, sempre
que possível, mantidas com usos de menor potencial à degradação dos solos,
nas ações referentes à ocupação e produção neste pólo.
Outro fator a ser considerado em relação ao uso e ocupação do solo e
aos sistemas produtivos é a, mesmo que “pequena”, variação altimétrica do
terreno neste pólo. Pois as áreas mais elevadas irão apresentar potenciais e
fragilidades naturais diferentes das áreas mais baixas.
A variável “Relevo” é fundamental no processo de ordenamento
territorial e na construção/consolidação do Plano de Desenvolvimento
Sustentável dos Pólos Agroflorestais de Rio Branco.
4.1.3.2 Solos
De acordo com as recomendações do projeto, os mapas temáticos de
solos e dos outros temas de recursos naturais foram confeccionados na escala
1:10.000.
A distribuição dos solos (Figura 5), considerando apenas o primeiro
componente da unidade de mapeamento, demonstra que a maior parte (76 %)
da área é constituída de Argissolos Amarelos, que são solos que tem como
principal característica um horizonte B textural imediatamente abaixo do A ou
E, além de apresentar matiz 7,5YR ou mais amarelos na maior parte dos
primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). Os Argissolos Vermelhos
Amarelos ocupam 10 % da área e são solos que possuem como característica
principal o expressivo gradiente de argila do horizonte superficial (A) para o
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ARGISSOLO AMARELO
Distrófico plíntico
76%
-ARGISSOLO VERMELHO
AMARELO Distrófico plíntico
10%
PLINTOSSOLO
ARGILÚVICO Eutrófico
típico
6% GLEISSOLO HÁPLICO
Ta Eutrófico
8%
horizonte sub-superficial (B) e são mais profundos que os Argissolos Amarelos.
Os Gleissolos Háplicos Eutróficos (8% da área) estão associados à rede de
drenagem e tem como principal característica morfológica a presença de
mosqueado e coloração acinzentada. Ocupando 6 % da área estão os
Plintossolos Argilúvicos que são solos rasos com um gradiente textural entre o
horizonte A e B associado à ocorrência de plintita a profundidades menores
que 40 centímetros.
Figura 6: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita, município de Rio Branco, Estado do Acre.
Foram estruturadas 10 (dez) unidades de mapeamento que são
detalhadas a seguir (Quadro 3 e Figura 6):
Quadro 3. Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo Geraldo Mesquita, Rio Branco, Acre.
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Unidade de mapeamento
Componentes Área (ha)
Área (%)
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
PVA1 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico 10,4 4,6
PVA2 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico e ARGISSOLO AMARELO Distrófico plíntico 12,7 5,6
ARGISSOLO AMARELO
PA1 ARGISSOLO AMARELO Distrófico plíntico 105,9 46,4
PA2 ARGISSOLO AMARELO Distrófico plíntico e PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Eutrófico típico 46,8 20,5
PA3 ARGISSOLO AMARELO Distrófico plíntico 22,0 9,6
PLINTOSSOLO ARGILÚVICO
FT1 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Eutrófico típico 5,7 2,5
FT2 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Eutrófico típico e GLEISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico 4,5 2,0
FT3 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Eutrófico típico e ARGISSOLO AMARELO Distrófico plíntico 2,8 1,2
GLEISSOLO HÁPLICO
GX1 GLEISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico 16,8 7,4
GX2 GLEISSOLO HÁPLICO Ta Eutrófico e PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Eutrófico típico 0,8 0,3
TOTAL 228,2 100
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Figura 7: Solos do Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita
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4.1.3.3 Hidrografia
Todas as coletas neste Pólo também foram realizadas em Poços tipo
cacimba, sendo que o ponto 3 é um poço comunitário e serve de fonte de
abastecimento para várias famílias (Figura 7). Neste pólo o comportamento dos
valores das variáveis foi bastante diversificado quanto aos padrões
recomendados pelas normas (Quadro 4). O ponto 3 ultrapassou os limites tanto
para cor aparente e turbidez como para coliformes fecais, enquanto que o
ponto 2 excedeu-se panas na turbidez e coliformes fecais. Dos três poços
amostrados apenas o ponto 1 ficou melhor qualificado para quanto a
potabilidade. Ao contrario do que se viu na potabilidade, os pontos 1 e 2
ficaram enquadrados em Excelentes e o ponto 3 em Satisfatória para
balneabilidade (Quadro 5).
Quadro 4. Médias das análises físico-químicas e microbiologias das águas do
Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita de Rio Branco/AC, 2007.
Pólo Estações de Amostragem
Cor Aparente
Turbidez pH Condutividade
Elétrica Coliformes
Fecais
Pólo Geraldo Mesquita
1 12 4,42 6,95 119,15 815
2 12,5 7,53 6,9 415,1 16
3 84,5 19,65 5 18,9 19
Quadro 5. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal
Geraldo Mesquita conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os
valores de coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007.
Pólo Estações de Amostragem
Coliformes Fecais
(NMP/100mL)
Balneabilidade CONAMA 274/00
Pólo Geraldo Mesquita
1 815 Satisfatória
2 16 Excelente
3 19 Excelente
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Figura 8. Localização dos pontos de coleta de água no Pólo Geraldo Mesquita, Rio Branco/AC.
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4.1.3.4 Uso e Cobertura do Solo
O Pólo Agroflorestal Geraldo Mesquita, bem como os outros 6 pólos
existentes dentro dos limites de Rio Branco, foram constituídos em áreas já
bastante alteradas em relação ao uso e cobertura do solo. As áreas que
atualmente compreendem os Pólos Agroflorestais de Rio Branco, antes de
serem desapropriadas para a criação dos pólos, em sua maioria, eram
utilizadas com pecuária extensiva, ou seja, eram áreas alteradas e com
predomínio de pastagem. Com isso, o uso e cobertura do solo aqui
apresentado reflete as transformações decorrentes após a consolidação deste
pólo, sendo que muito das áreas de vegetação arbórea, como floresta, conjunto
de arvores, capoeira etc. são decorrentes do período pós criação do pólo, ou
seja, as melhoras em relação ao uso e cobertura do solo deste pólo é “fruto”
das atividades dos assentados.
Foi possível estratificar 13 categorias de uso e cobertura do solo no pólo
em questão (Quadro 6 e Figura 8). Este diagnóstico apontou um predomínio de
vegetação rasteira nas terras do Pólo Geraldo Mesquita, pois o somatório das
categorias Pastagem e Pastagem Velha da um montante de 45,7 % de todo o
pólo, sendo que as categorias mais representativas são, consecutivamente,
Pastagem (32,1 %), Conjunto de Arvores (27,8 %) e Pastagem Velha (13,6)
(Quadro 6 e Figura 8).
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Quadro 6: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal
Geraldo Mesquita, Rio Branco/AC.
Tipologia de uso Área (m2) Área (%)
Agricultura 3458,7 0,1
Área desmatada 8035,4 0,3 Árvore 18710,2 0,8 Açude 55337,8 2,4 Conjunto de árvores 641069,9 27,8 Edificação 8492,6 0,4 Estrada 51919,0 2,3 Floresta 198517,3 8,6 Igarapé 649,9 0,0
Pastagem 740376,3 32,1 Pastagem Velha 312862,1 13,6 Solo exposto 75066,9 3,3 Vegetação rasteira 191304,9 8,3
Total 2305800,8 100,0
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Figura 9: Uso e Cobertura do solo do pólo Geraldo Mesquita
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4.1.3.5 Uso e Cobertura do Solo em Áreas de Preservação Permanentes (APPs)
As áreas de preservação permanente são protegidas nos termos dos
arts. 2º e 3º da Lei Federal Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código
Florestal), coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem estar das populações humanas.
No Pólo Geraldo Mesquita o somatório das APPs dos igarapés,
reservatórios artificiais e nascentes, totalizou 35,38 hectares de áreas de
preservação permanentes. Pelos dados do Quadro 7 e Figura 9, vê-se que os
usos nas APPs estão em desacordo com o Código Florestal, pois somente
20,89 % das APPs apresentam cobertura florestal, e que se tem 45,94 % de
uso de pastagens e mesmo áreas significativas de Edificações e Solo exposto,
usos esses que representam riscos de desequilíbrio natural a todo a bacia
hidrográfica em questão e, mais acentuadamente aos recursos hídricos de tal
bacia.
Quadro 7: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Geraldo Mesquita
Tipologias Área ha Área %
Agricultura 0,13 0,36 Área desmatada 0,14 0,39
Conjunto de árvores 8,87 25,06 Edificações 0,02 0,05 Estradas 0,61 1,72 Floresta 7,39 20,89 Igarapé 0,02 0,06 Pastagem 12,21 34,52 Pastagem velha 4,04 11,42 Solo exposto 0,41 1,15
Vegetação rasteira 1,55 4,39
Total 35,38 100,00
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Figura 10: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo
Mesquita.
Com a atual estrutura de uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo
Geraldo Mesquita Quadro 7 e Figura 10, além da eminência de impactos
negativos ao meio ambiente, esta situação poderá causar prejuízos aos
sistemas produtivos e consequentemente a qualidade de vida das populações
locais.
Vê-se nas Figura 11 e 12, que apresentam, de forma espacial, a
constituição de usos na APPs do Pólo Geraldo Mesquita, que as áreas de
florestas se concentram nas porções leste e nordeste do pólo e que os
variados outros usos encontra-se dispersos por praticamente toda área de APP
de tal pólo.
As principais causas do não cumprimento da lei são o desconhecimento
da mesma, a pequena área disponível para cada família e a ausência de
planejamento de uso e ocupação dos lotes.
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Figura 11: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Geraldo Mesquita
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Figura 12: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo Mesquita
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4.2 PÓLO AGROFLORESTAL GERALDO FLEMING
4.2.1 Informações gerais do Pólo
As informações gerais do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming encontram-
se esquematizadas no Quadro 8.
Quadro 8: Informações Gerais do Pólo Geraldo Fleming
Denominação Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming
Decreto de desapropriação Decreto n.º 6075.A de 03/10/2000
Área Total Registrada = 300,00 hectares
Capacidade de assentamento do imóvel 51 famílias Famílias assentadas 65 famílias
Área média das parcelas 4,5 a 5 hectares
Entidades representativas dos assentados
- Núcleo de Produção Agropecuária Geraldo Fleming - CNPJ: 03.985.381/0001-01 - PRESIDENTE: Joares Borges de Araújo
4.2.2 Localização, acesso e limites
O Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming localiza-se no nordeste do
Município de Rio Branco, entre os núcleos urbanos de Rio Branco e Porto Acre,
nas margens da estrada AC010. A localização estratégica deste Pólo mostra-
se como variável positiva na efetivação das relações, comerciais ou não, com
estes dois municípios citados. A localização do Pólo Agroflorestal Geraldo
Fleming pode ser vista na Figura 13.
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Figura 13. Localização do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming.
.
O roteiro de acesso ao pólo em relação aos municípios de Rio Branco e
Porto Acre será descrito a seguir: Partindo da área urbana de Rio Branco,
pega-se a rodovia AC-10, sentido Rio Branco/Porto Acre, percorrendo cerca de
aproximadamente 19 km até a entrada do Pólo e mais 1 km até seu centro.
Partindo-se da sede do município de Porto Acre, no sentido Rio Branco,
o acesso é feito pela AC-10 percorrendo cerca de aproximadamente 40 km até
a entrada do Pólo e mais 1 km até seu centro.
Importante ressaltar que toda a extensão da via de acesso citado possui
pavimentação asfáltica de boa qualidade, não havendo, portanto, impedimento
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de tráfego em qualquer período do ano. A malha viária interna do P. A. é
formada por 04 ramais e pelo seguimento da AC10, cuja soma de extensões
totalizam 6,6 km.
Na área onde se localiza o Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming não
existem unidades de conservação. Nos arredores da sede do município de Rio
Branco e de Porto Acre predomina a atividade agropecuária, com ênfase na
pecuária extensiva. O pólo apresenta os seguintes limites:
- Norte: Terras particulares;
- Sul: Terras particulares;
- Leste: Município de Porto Acre;
- Oeste: Terras particulares.
4.2.3 Diagnóstico do meio natural
4.2.3.1 Relevo
Através da compilação de dados secundários sobre as características
planialtimétricas do Pólo em questão e de uma malha de pontos altimétricos
obtidos nos levantamentos de campo com um GPS Topográfico, gerou-se um
Modelo Digital de Elevação (MDE), o qual apresenta a variação altimétrica
deste pólo (Figura 13).
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Figura 13: Modelo Digital de Elevação do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming,
Município de Rio Branco/AC.
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Plano
18%
Plano a suave ondulado
34%
Suave ondulado
23%
Suave ondulado a
ondulado
25%Forte ondulado
0%
De acordo com os dados gerados no MDE, o Pólo Agroflorestal Geraldo
Fleming apresenta variação altimétrica de 50 metros, indo de 167, na porção
sudeste do pólo, a 217 metros de altitude na porção centro-oeste do pólo
(Figura 13).
Através do MDE, com o emprego de análise por geoprocessamento,
obteve-se a estratificação das classes de declividade deste pólo, o que
representa importante informação no planejamento do uso equilibrado de tal
espaço. Em função da escala de trabalho (1:10.000) e do grau de dissecação
do terreno do Pólo Geraldo Fleming a declividade foi separada em três
unidades simples e duas associações (Quadro 9 e Figura 14).
Quadro 9: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming
Relevo Classes de declividade (%) Área (ha) Área (%)
Plano 0-3 53,1 17,7
Plano a suave ondulado 0-8 103,8 34,6 Suave ondulado 3-8 68,7 22,9 Suave ondulado a ondulado 8-20 74,4 24,8 Forte Ondulado >20 0,01 0,03
Total 300 100
Figura 14: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming
A classe de declividade de maior ocorrência no pólo foi a constituída de
plano a suave ondulado (0 a 8% de declividade) que ocupa 34,6 % da área
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(Quadro 9 e Figura 14). O relevo plano (0 a 3 % de declividade) ocupa 17,7 %
da área do Pólo Agroflorestal. Outras duas classes de declividade bastante
representativas na área deste pólo são a “suave ondulado” e a “suave
ondulado a ondulado”, apresentando respectivamente 22,9 e 24,8 % da área.
Vale ressaltar que apesar de apresentar o relevo forte ondulado (> 20% de
declividade), em termos de porcentagem é praticamente nula.
As classes de maior declividade, acima de 8 %, representando
aproximadamente 25 % da área do pólo, devem ser consideradas e, sempre
que possível, mantidas com usos de menor potencial à degradação dos solos,
nas ações referentes à ocupação e produção neste pólo.
Outro fator a ser considerado em relação ao uso e ocupação do solo e
aos sistemas produtivos é a, mesmo que “pequena”, variação altimétrica do
terreno neste pólo. Pois as áreas mais elevadas irão apresentar potenciais e
fragilidades naturais diferentes das áreas mais baixas.
A variável “Relevo” é fundamental no processo de ordenamento
territorial e na construção/consolidação do Plano de Desenvolvimento
Sustentável dos Pólos Agroflorestais de Rio Branco.
4.2.3.2 Solos
De acordo com as recomendações do projeto, os mapas temáticos de
solos e dos outros temas de recursos naturais foram confeccionados na escala
1:10.000.
A distribuição dos solos (Figura 15), considerando apenas o primeiro
componente da unidade de mapeamento, demonstra que a maior parte (46 %)
da área é constituída de Argissolos Amarelos, que são solos que tem como
principal característica um horizonte B textural imediatamente abaixo do A ou
E, além de apresentar matiz 7,5YR ou mais amarelos na maior parte dos
primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). Os Plintossolos Argilúvicos que
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ARGISSOLO
VERMELHO-
AMARELO 12%
ARGISSOLO
AMARELO 46%
PLINTOSSOLO
ARGILÚVICO 42%
são solos rasos com um gradiente textural entre o horizonte A e B associado à
ocorrência de plintita a profundidades menores que 40 centímetros
apresentaram-se como a segunda classe mais abundante neste pólo,
representando 42 % da área total do pólo. Já os Argissolos Vermelho-
Amarelos, ocupam 12 % da área e são solos que possuem como característica
principal o expressivo gradiente de argila do horizonte superficial (A) para o
horizonte sub-superficial (B) e são mais profundos que os Argissolos Amarelos.
A variabilidade dos solos, de forma completa, encontra-se na Figura 16 e no
Quadro 10.
Figura 15: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming,
município de Rio Branco, Estado do Acre.
Foram estruturadas 10 (dez) unidades de mapeamento (Quadro 10)
que são detalhadas a seguir:
Quadro 10: Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo
Geraldo Fleming, Rio Branco, Acre.
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Unidade de mapeament
o Componentes
Área (ha)
Área (%)
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
PVAba ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumínico 37,1 12,3
ARGISSOLO AMARELO
PAva1 ARGISSOLO AMARELO Ta Alumínio abrupto plíntico 44,8 14,8
PAva2 ARGISSOLO AMARELO Ta Alumínio abrupto plíntico + PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto
93,8 31,1
PLINTOSSOLO ARGILÚVICO
FTa1 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico 16,6 5,5
FTa2 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto + ARGISSOLO AMARELO Ta Alumínio plíntico
24,7 8,2
FTa3 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto raso 5,1 1,7
FTa4 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico raso 3,6 1,2
FTa5 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico 32,4 10,7
FTa6 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto + PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto raso
15,4 5,1
FTa7 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto + ARGISSOLO AMARELO Ta Alumínio abrupto plíntico
28,3 9,4
TOTAL 301,8 100
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Figura 16: Solos do Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming
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4.2.3.3 Hidrografia
Todas as coletas neste Pólo foram realizadas em Poços tipo cacimba,
(Figura 17). Quanto a potabilidade, constatou-se que apenas os resultados de
pH e a Turbidez do ponto 3 estão de acordo com legislação (Quadro 11), desta
forma, de modo geral as águas não são apropriadas ao consumo sem o prévio
tratamento, principalmente quando observamos os valores de coliformes fecais.
Quanto a balneabilidade pode-se observar que as águas enquadram-se em
PROPRIAS - Satisfatória, mas com ressalva (Quadro 12).
Quadro 11. Médias dos resultados das análises físico-químicas e
microbiologias realizadas no Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming - Rio
Branco/AC, 2007.
Pólo Estações de Amostragem
Cor Aparente
Turbidez pH Condutividade
Elétrica Coliformes
Fecais
Pólo Geraldo Fleming
1 40 7,00 7,42 142,15 855
2 24 5,21 7,44 125,00 817
3 12 3,44 5,1 17,69 801
Quadro 12. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal
Geraldo Fleming, conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os
valores de coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007.
Pólo Estações de
Amostragem
Coliformes Fecais
(NMP/100mL)
Balneabilidade
CONAMA 274/00
Pólo Geraldo Fleming
1 855 Satisfatória
2 817 Satisfatória
3 801 Satisfatória
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Figura 17: Localização dos pontos de coleta de água no Pólo Geraldo Fleming, Rio Branco/AC
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4.2.3.4 Uso e Cobertura do Solo
O Pólo Agroflorestal Geraldo Fleming, bem como os outros 6 pólos
existentes dentro dos limites de Rio Branco, foram constituídos em áreas já
bastante alteradas em relação ao uso e cobertura do solo. As áreas que
atualmente compreendem os Pólos Agroflorestais de Rio Branco, antes de
serem desapropriadas para a criação dos pólos, em sua maioria, eram
utilizadas com pecuária extensiva, ou seja, eram áreas alteradas e com
predomínio de pastagem. Com isso, o uso e cobertura do solo aqui
apresentado reflete as transformações decorrentes após a consolidação deste
pólo, sendo que muito das áreas de vegetação arbórea, como floresta, conjunto
de arvores, capoeira etc. são decorrentes do período pós criação do pólo, ou
seja, as melhoras em relação ao uso e cobertura do solo deste pólo é “fruto”
das atividades dos assentados.
Foi possível estratificar 13 categorias de uso e cobertura do solo no pólo
em questão (Quadro 13). Este diagnóstico apontou um predomínio de
vegetação rasteira nas terras do Pólo Geraldo Fleming, pois o somatório das
categorias Pastagem e Pastagem Velha da um montante de 52,6 % de todo o
pólo, sendo que as categorias mais representativas são, consecutivamente,
Pastagem (43,9 %), Floresta (15,4 %) e Vegetação rasteira (13,5) (Quadro 13 e
Figura 18).
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70
Quadro 13: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal
Geraldo Fleming, Rio Branco/AC.
Tipologia de uso Área (m2) Área (%)
Agricultura 111,9 0,0 Área desmatada 35.315,1 0,8 Árvore 27.352,9 0,6
Açude 125.574,3 2,7 Capoeira 294.414,8 6,3 Conjunto de árvores 283.699,7 6,0 Edificação 12.427,9 0,3 Estrada sem pavimentação 38.780,4 0,8 Floresta 721.028,0 15,4 Pastagem 2.062.455,0 43,9 Pastagem velha 407.978,5 8,7
Solo exposto 49.200,1 1,0 Vegetação rasteira 635.625,4 13,5
Total 4.693.964,1 100
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Figura 18: Uso e Cobertura do solo do pólo Geraldo Fleming
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4.2.3.5 Uso e Cobertura do Solo em Áreas de Preservação Permanentes (APPs)
As áreas de preservação permanente são protegidas nos termos dos
arts. 2º e 3º da Lei Federal Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações
humanas.
No Pólo Geraldo Fleming o somatório das APPs dos igarapés,
reservatórios artificiais e nascentes, totalizou 43,3 hectares de áreas de
preservação permanentes. Pelos dados do Quadro 14 e Figura 19, vê-se que
os usos nas APPs estão em desacordo com o Código Florestal, pois somente
25, 4 % das APPs apresentam cobertura florestal, e que se tem 28,4 % de uso
de pastagens e mesmo áreas significativas de Edificações e Solo exposto,
usos esses que representam riscos de desequilíbrio natural a todo a bacia
hidrográfica em questão e, mais acentuadamente aos recursos hídricos de tal
bacia.
Quadro14: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Geraldo Fleming
Tipologias Área ha Área %
Área desmatada 0,28 0,67 Conjunto de árvores 6,45 14,89
Capoeira 1,93 4,45 Edificação 0,04 0,09 Estrada sem pavimento 0,58 1,34 Floresta 11,00 25,40 Pastagem 12,26 28,31 Pastagem velha 6,10 14,08 Solo Exposto 1,87 4,32 Vegetação rasteira 2,79 6,45
Total 43,32 100,00
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73
Edificação- 0%
Estrada sem
pavimento- 1%
Floresta- 26%
Pastagem- 29%
Pastagem velha-
14%
Solo Exposto- 4%
Área desmatada- 1% Vegetação rasteira-
6%
Conjunto de
árvores- 15%
Capoeira- 4%
Figura 19: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo
Fleming
Com a atual estrutura de uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo
Geraldo Fleming Quadro 14 e Figura 19, além da eminência de impactos
negativos ao meio ambiente, esta situação poderá causar prejuízos aos
sistemas produtivos e consequentemente a qualidade de vida das populações
locais.
Vê-se nas Figuras 20 e 21, que apresenta, de forma espacial, a
constituição de usos na APPs do Pólo Geraldo Fleming, que as áreas de
florestas se concentram nas porções leste e nordeste do pólo e que os
variados outros usos encontra-se dispersos por praticamente toda área de APP
de tal pólo.
As principais causas do não cumprimento da lei são o desconhecimento
da mesma, a pequena área disponível para cada família e a ausência de
planejamento de uso e ocupação dos lotes.
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74
Figura 20: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Geraldo
Fleming
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Figura 21: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Geraldo Fleming
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4.3 PÓLO AGROFLORESTAL HÉLIO PIMENTA
4.3.1 Informações gerais do Pólo
As informações gerais do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta encontram-se
esquematizadas no Quadro 15.
Quadro 15: Informações Gerais do Pólo Hélio Pimenta
Denominação Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta
Decreto de desapropriação Decreto n.º 5.268; Diário Oficial 6.551/95
Área Total Registrada = 138,47 hectares
Capacidade de assentamento do imóvel 37 famílias Famílias assentadas 35 famílias
Área média das parcelas 3,5 hectares
Entidades representativas dos assentados
- Associação de Produtores Rurais do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta - CNPJ: 01.866.954/0001-44 - PRESIDENTE: Nercionil Alves Guimarães
4.3.2 Localização, acesso e limites
O Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta localiza-se no nordeste do Município
de Rio Branco, entre os núcleos urbanos de Rio Branco e Porto Acre, nas
margens da estrada AC010. A localização estratégica deste Pólo mostra-se
como variável positiva na efetivação das relações, comerciais ou não, com
estes dois municípios citados. A localização do Pólo Agroflorestal Hélio
Pimenta pode ser vista na Figura 22.
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Figura 22: Localização do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta.
.
O roteiro de acesso ao pólo em relação aos municípios de Rio Branco e
Porto Acre será descrito a seguir: Partindo da área urbana de Rio Branco,
pega-se a rodovia AC-10, sentido Rio Branco/Porto Acre, percorrendo cerca de
aproximadamente 20 km até a entrada do Pólo e mais 1 km até seu centro.
Partindo-se da sede do município de Porto Acre, no sentido Rio Branco,
o acesso é feito pela AC-10 percorrendo cerca de aproximadamente 40 km até
a entrada do Pólo e mais 1 km até seu centro.
Importante ressaltar que toda a extensão da via de acesso citado possui
pavimentação asfáltica de boa qualidade, não havendo, portanto, impedimento
de tráfego em qualquer período do ano. A malha viária interna do P. A. é
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formada por 02 linhas/ramais e pelo seguimento da AC10, cuja soma de
extensões totalizam 2,5 km.
Na área onde se localiza o Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta não existem
unidades de conservação. Nos arredores da sede do município de Rio Branco
e de Porto Acre predomina a atividade agropecuária, com ênfase na pecuária
extensiva. O pólo apresenta os seguintes limites:
- Norte: Terras particulares;
- Sul: Terras particulares;
- Leste: Município de Porto Acre;
- Oeste: Terras particulares.
4.3.3 Diagnóstico do meio natural
4.3.3.1 Relevo
Através da compilação de dados secundários sobre as características
planialtimétricas do Pólo em questão e de uma malha de pontos altimétricos
obtidos nos levantamentos de campo com um GPS Topográfico, gerou-se um
Modelo Digital de Elevação (MDE), o qual apresenta a variação altimétrica
deste pólo (Figura 23).
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Figura 23: Modelo Digital de Elevação do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, Município de Rio Branco/AC
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80
Plano
26%
Plano a suave
ondulado
44%
Suave ondulado
26%
Suave ondulado a
ondulado
4%
Forte ondulado
0%
De acordo com os dados gerados no MDE, o Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta
apresenta variação altimétrica de 31 metros, indo de 183, na centro-leste do
pólo, a 214 metros de altitude na porção nordeste do pólo (Figura 23).
Através do MDE, com o emprego de análise por geoprocessamento,
obteve-se a estratificação das classes de declividade deste pólo, o que
representa importante informação no planejamento do uso equilibrado de tal
espaço. Em função da escala de trabalho (1:10.000) e do grau de dissecação
do terreno do Pólo Hélio Pimenta a declividade foi separada em três unidades
simples e duas associações (Quadro 16 e Figura 24).
Quadro 16: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta
Relevo Classes de declividade (%) Área (ha) Área (%)
Plano 0-3 30,6 25,5 Plano a suave ondulado 0-8 52,4 43,7 Suave ondulado 3-8 31,2 26,4 Suave ondulado a ondulado 8-20 5,1 4,3 Forte Ondulado >20 0,12 0,1
Total 120 100
Figura 24: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta
A classe de declividade de maior ocorrência no pólo foi a constituída de
plano a suave ondulado (0 a 8% de declividade) que ocupa 43,7 % da área
(Quadro 16 e Figura 24). O relevo plano (0 a 3 % de declividade) ocupa 25,5 %
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da área do Pólo Agroflorestal. Outra classe de declividade bastante
representativa na área deste pólo é a “suave ondulado”, apresentando
respectivamente 26,4 da área do pólo. Vale ressaltar que apesar de apresentar
o relevo forte ondulado (> 20% de declividade), em termos de porcentagem é
praticamente nula.
As classes de maior declividade, acima de 8 %, representando
aproximadamente 4,4 % da área do pólo, devem ser consideradas e, sempre
que possível, mantidas com usos de menor potencial à degradação dos solos,
nas ações referentes à ocupação e produção neste pólo.
Outro fator a ser considerado em relação ao uso e ocupação do solo e
aos sistemas produtivos é a, mesmo que “pequena” (31 metros), variação
altimétrica do terreno neste pólo. Pois as áreas mais elevadas irão apresentar
potenciais e fragilidades naturais diferentes das áreas mais baixas.
A variável “Relevo” é fundamental no processo de ordenamento
territorial e na construção/consolidação do Plano de Desenvolvimento
Sustentável dos Pólos Agroflorestais de Rio Branco.
4.3.3.2 Solos
De acordo com as recomendações do projeto, os mapas temáticos de
solos e dos outros temas de recursos naturais foram confeccionados na escala
1:10.000.
A distribuição dos solos (Figura 25), considerando apenas o primeiro
componente da unidade de mapeamento, verificou-se que a maior parte (72 %)
da área é constituída de Argissolos Vermelho-Amarelos, os quais possuem
como característica principal o expressivo gradiente de argila do horizonte
superficial (A) para o horizonte sub-superficial (B) e são mais profundos que os
Argissolos Amarelos. A segunda classe mais abundante de solos neste pólo,
com (19 %), é a dos Plintossolos Argilúvicos que são solos rasos com um
gradiente textural entre o horizonte A e B associado à ocorrência de plintita a
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ARGISSOLO
VERMELHO-
AMARELO 72%
ARGISSOLO
VERMELHO 9%
PLINTOSSOLO
ARGILÚVICO 19%
profundidades menores que 40 centímetros. E a classe de solo menos
abundante, em relação ao primeiro componente da unidade de mapeamento,
foi a dos Argissolos Vermelhos, os quais apresentam o maior desenvolvimento
pedológico entre as classes de solo presentes neste pólo, representando 9 %
da área total do pólo. A variabilidade dos solos em relação ao primeiro
componente da unidade de mapeamento encontra-se na Figura 25 e de forma
completa no Quadro 17 e no mapa de solo representado pela Figura 26.
Figura 25: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta,
município de Rio Branco, Estado do Acre.
Foram estruturadas 7 (sete) unidades de mapeamento (Quadro 18)
que são detalhadas a seguir:
Quadro 17: Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo
Hélio Pimenta, Rio Branco, Acre.
Unidade de mapeamento
Componentes Área (ha)
Área (%)
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
PVAd1 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico
33,1 27,6
PVAd2 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico
25,2 20,9
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PVAd3 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico + ARGISSOLO VERMELHO Distrófico típico
10,2 8,5
PVAd4 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico
13,6 11,3
ARGISSOLO VERMELHO
PVd ARGISSOLO VERMELHO Distrófico típico 12,3 10,2
PLINTOSSOLO ARGILÚVICO
FTa1 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto + PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto raso
7,9 6,6
FTa2 PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Alumínico abrupto + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico plíntico
17,8 14,9
TOTAL 120,1 100
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Figura 26: Solos do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta
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4.3.3.3 Hidrografia
As estações de coleta neste pólo foram: ponto 1 – Poço (cacimba);
ponto 2 – Vertente e ponto 3 – Poço (cacimba) (Figura 27). Quanto a
potabilidade das águas (Portaria 518/04), deste pólo observou-se que a maioria
dos parâmetros analisados estão dentro dos padrões estabelecidos por esta
norma, com exceção da cor aparente no ponto 2 de 632 uH, (Quadro 18) e dos
coliformes fecais em todos os pontos tornando inviáveis para o consumo sem o
prévio tratamento. Quanto a balneabilidade (CONAMA 274/00) pode-se
observar que as águas enquadram-se em PROPRIAS, ficando os pontos 2 e 3
como Excelentes e o ponto 1 Satisfatória, mas mesmo assim esta águas
estariam apropriadas para o lazer de contato primário (Quadro 19).
Quadro 18. Médias dos resultados das análises físico-químicas e
microbiologias realizadas do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta - Rio Branco/AC,
2007.
Pólo Estações de Amostragem
Cor Aparente
Turbidez pH Condutividade
Elétrica Coliformes
Fecais
Pólo Hélio
Pimenta
1 0 1,39 5,17 21,6 811,00
2 632 66,92 5,47 18,4 160,50
3 0 1,04 5,43 32,1 19,00
Quadro 19. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal
Hélio Pimenta, conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os
valores de coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007.
Pólo Estações de Amostragem
Coliformes Fecais
(NMP/100mL)
Balneabilidade CONAMA 274/00
Pólo Hélio Pimenta
1 811,00 Satisfatória
2 160,50 Excelente
3 19,00 Excelente
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Figura 27. Localização dos pontos de coleta de água no Pólo Hélio Pimenta, Rio Branco/AC.
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4.3.3.4 Uso e Cobertura do Solo
O Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, bem como os outros 6 pólos
existentes dentro dos limites de Rio Branco, foram constituídos em áreas já
bastante alteradas em relação ao uso e cobertura do solo. As áreas que
atualmente compreendem os Pólos Agroflorestais de Rio Branco, antes de
serem desapropriadas para a criação dos pólos, em sua maioria, eram
utilizadas com pecuária extensiva, ou seja, eram áreas alteradas e com
predomínio de pastagem. Com isso, o uso e cobertura do solo aqui
apresentado reflete as transformações decorrentes após a consolidação deste
pólo, sendo que muito das áreas de vegetação arbórea, como floresta, conjunto
de arvores, capoeira etc. são decorrentes do período pós criação do pólo, ou
seja, as melhoras em relação ao uso e cobertura do solo deste pólo é “fruto”
das atividades dos assentados.
Foi possível estratificar 13 categorias de uso e cobertura do solo no pólo
em questão (Quadro 20). Este diagnóstico apontou um predomínio de
vegetação rasteira nas terras do Pólo Hélio Pimenta, pois o somatório das
categorias Pastagem e Pastagem Velha da um montante de 58 % de todo o
pólo, sendo que as categorias mais representativas são, consecutivamente,
Pastagem (48,59 %), Conjunto de arvores (17, %) e Pastagem Velha
(9,5) (Quadro 20 e Figura 28).
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Quadro 20: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal Hélio
Pimenta, Rio Branco/AC.
Tipologia de uso Área (m2) Área (%)
Agricultura 44.244,7 3,1
Área desmatada 9.479,3 0,7 Árvore 16.441,6 1,1 Açude 61.921,6 4,3 Capoeira 13.965,9 1,0 Conjunto de árvores 245.410,8 17,1 Edificação 11.577,3 0,8 Estrada sem pavimentação 26.354,7 1,8 Floresta 47.566,6 3,3
Pastagem 696.057,8 48,5 Pastagem velha 136.341,4 9,5 Solo exposto 66.843,7 4,7 Vegetação rasteira 60.386,4 4,2
Total 1.436.592 100
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Figura 28: Uso e Cobertura do solo do pólo Hélio Pimenta
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4.3.3.5 Uso e Cobertura do Solo em APPs
As áreas de preservação permanente são protegidas nos termos dos
arts. 2º e 3º da Lei Federal Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações
humanas.
No Pólo Hélio Pimenta o somatório das APPs dos igarapés,
reservatórios artificiais e nascentes, totalizou 12,7 hectares de áreas de
preservação permanentes. Pelos dados do Quadro 21 e Figura 29, vê-se que
os usos nas APPs estão em desacordo com o Código Florestal, pois não há
mais floresta nas APPs, o mais próximo seria as capoeiras e o conjunto de
arvores. Nas APPs há um predomínio de pastagens, pois do total de cobertura,
60% apresentam-se com este uso. Outros usos em desacordo com a
legislação pertinente apresentam-se nas APPs, como Edificações e Solo
exposto, usos esses que representam riscos de desequilíbrio natural a todo a
bacia hidrográfica em questão e, mais acentuadamente aos recursos hídricos
de tal bacia.
Quadro 21: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Hélio Pimenta
Tipologias Área ha Área %
Agricultura 0,31 2,44 Área queimada 0,05 0,36 Capoeira 0,13 1,02 Conjunto de árvores 1,53 12,05 Edificações 0,03 0,27
Estrada pavimentada 0,15 1,19 Estada sem pavimento 0,08 0,60 Pastagem 6,08 47,83 Pastagem velha 1,57 12,31 Solo Exposto 1,75 13,73 Vegetação rasteira 1,04 8,20
Total 12,71 100,00
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Conjunto de
árvores
12%
Edificações
0%
Estrada
pavimentada
1%
Estada sem
pavimento
1%
Pastagem
49%
Pastagem velha
12%
Agricultura
2%
Solo Exposto
14%
Área queimada
0%Capoeira
1%
Vegetação rasteira
8%
Figura 29: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Hélio Pimenta
Com a atual estrutura de uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo
Hélio Pimenta Quadro 21 e Figura 29, além da eminência de impactos
negativos ao meio ambiente, esta situação poderá causar prejuízos aos
sistemas produtivos e consequentemente a qualidade de vida das populações
locais.
Vê-se nas Figuras 30 e 31, que apresenta, de forma espacial, a
constituição de usos na APPs do Pólo Hélio Pimenta, que as áreas de florestas
se concentram nas porções leste e nordeste do pólo e que os variados outros
usos encontra-se dispersos por praticamente toda área de APP de tal pólo.
As principais causas do não cumprimento da lei são o desconhecimento
da mesma, a pequena área disponível para cada família e a ausência de
planejamento de uso e ocupação dos lotes.
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Figura 30: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Hélio Pimenta
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Figura 31: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Hélio Pimenta
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4.4 PÓLO AGROFLORESTAL BENFICA
4.4.1 Informações gerais do Pólo
As informações gerais do Pólo Agroflorestal Benfica encontram-se
esquematizadas no Quadro 22.
Quadro 22: Informações Gerais do Pólo Agroflorestal Benfica
Denominação Pólo Agroflorestal Benfica
Decreto de desapropriação Lei Nº 1.484 de 02/12/2002
Área Total Registrada = 154,04 hectares
Capacidade de assentamento do imóvel 43 famílias Famílias assentadas 43 famílias
Área média das parcelas 3,3 hectares
Entidades representativas dos assentados
- Associação de Produtores Rurais do Pólo Agroflorestal Benfica (APABEM) - CNPJ: 01.700679/0001-94 - PRESIDENTE: Francisco Mota da Silva
4.4.2 Localização, acesso e limites
O Pólo Agroflorestal Benfica localiza-se a aproximadamente 5 km da
área urbana de Rio Branco, saindo pela AC 01 e pega-se o Ramal do Pólo. A
localização estratégica deste Pólo mostra-se como variável positiva na
efetivação das relações, comerciais ou não, com o maior mercado consumidor
do estado, a área urbana de Rio Branco. A localização do Pólo Agroflorestal
Benfica pode ser vista na Figura 32.
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Figura 32: Localização do Pólo Agroflorestal Benfica.
.
Importante ressaltar que toda a extensão da via de acesso citado possui
pavimentação asfáltica de boa qualidade, não havendo, portanto, impedimento
de tráfego em qualquer período do ano.
Na área onde se localiza o Pólo Agroflorestal Benfica não existem
unidades de conservação. O Pólo Benfica encontra-se dentro dos limites do
Projeto de Assentamento Benfica, e apresenta como uso predominante, a
atividade agropecuária, com ênfase na pecuária extensiva. O pólo apresenta os
seguintes limites:
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- Norte: Terras dos lotes 53 e 354 do PA Benfica;
- Sul: Terras dos lotes 128, 307, 121, 120, 119 e 115 do PA Benfica;
- Leste: Terras dos lotes 354, 101, 102, 118, 117 e 116 do PA Benfica;
- Oeste: Terras dos lotes 23, 293 e 290 do PA Benfica.
4.4.3 Diagnóstico do meio natural
4.4.3.1 Relevo
Através da compilação de dados secundários sobre as características
planialtimétricas do Pólo em questão e de uma malha de pontos altimétricos
obtidos nos levantamentos de campo com um GPS Topográfico, gerou-se um
Modelo Digital de Elevação (MDE), o qual apresenta a variação altimétrica
deste pólo (Figura 33).
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99
Figura 33: Modelo Digital de Elevação do Pólo Agroflorestal Benfica, Município de Rio Branco/AC
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO
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100
Plano
94%
Suave
ondulado
6%
De acordo com os dados gerados no MDE, o Pólo Agroflorestal Benfica é o
pólo que apresenta menor variação altimétrica, com apenas 12 metros, indo de
143, na oeste do pólo, a 155 metros de altitude na porção central do pólo
(Figura 33). Como praticamente todo segundo distrito de Rio Branco, o relevo
de Pólo Benfica apresenta bastante plano e baixo em relação ao restante do
município.
Através do MDE, com o emprego de análise por geoprocessamento,
obteve-se a estratificação das classes de declividade deste pólo, o que
representa importante informação no planejamento do uso equilibrado de tal
espaço. Em função da escala de trabalho (1:10.000) e do grau de dissecação
do terreno do Pólo Benfica, a declividade foi separada em duas unidades
simples de declividade (Quadro 23 e Figura 34).
Quadro 23: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Benfica
Relevo Classes de declividade (%) Área (ha) Área (%)
Plano 0-3 141,0 94,1 Plano a suave ondulado 0-8 8,9 5,9
Total 149,9 100,0
Figura 34: Classes de declividade do Pólo Agroflorestal Benfica.
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101
Como visto pelos dados de declividade e pelo MDE do Pólo Benfica,
comprova-se o caráter plano desta área. A classe de declividade plana (0 a 3
% de declividade) predominia neste “sítio”, representando 94,1 % do total
(Quadro 23 e Figura 34). A outra classe de declividade, Plano a Suave
Ondulado (0 a 8 % de declividade), de pequena expressão, apenas 5,9 % da
área é também caracterizada pela suavidade do relevo.
Relevos planos como o do Pólo Benfica mostram-se aptos para o
desenvolvimento de variadas atividades, porém também apresenta restrições
uso e problemáticas em relação a conservação ambiental. Um exemplo disso é
o escoamento superficial e a drenagem sanitária.
A pequena variação altimétrica, apenas 12 metros, deve ser considerada
no planejamento e implementação das atividades produtivas.
A variável “Relevo” é fundamental no processo de ordenamento
territorial e na construção/consolidação do Plano de Desenvolvimento
Sustentável dos Pólos Agroflorestais de Rio Branco.
4.4.3.2 Solos
De acordo com as recomendações do projeto, os mapas temáticos de
solos e dos outros temas de recursos naturais foram confeccionados na escala
1:10.000.
A distribuição dos solos (Figura 35), considerando apenas o primeiro
componente da unidade de mapeamento, verificou-se que a maior parte (94,56
%) da área é constituída de Argissolos Vermelho-Amarelos, os quais possuem
como característica principal o expressivo gradiente de argila do horizonte
superficial (A) para o horizonte sub-superficial (B) e são mais profundos que os
Argissolos Amarelos. A segunda classe de solos neste pólo, com (5,44 %), é a
dos Plintossolos Háplico que são solos rasos com ocorrência de plintita a
profundidades menores que 40 centímetros. A unidade de mapeamente dos
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Plintossolo Háplico;
5,44
Argissolo Vermelho-
Amarelo 94,56
Argissolos Vermelho-Amarelos apresentaram 4 sub-divisões e a Plintossolo
Háplico duas sub-divisões como podem ser vistas no Quadro 24 e na Figuras
36.
Figura 35: Distribuição das classes de solos no Pólo Agroflorestal Benfica, município
de Rio Branco, Estado do Acre.
Foram estruturadas 6 (seis) unidades de mapeamento (Quadro 24)
que são detalhadas a seguir:
Quadro 24: Unidades de mapeamento, componentes e área dos solos do Pólo
Benfica, Rio Branco, Acre.
Unidade de Mapeamento
Componentes Area (ha)
Área (%)
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
PVA1 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumínico abrupto plíntico
69.18 46.15
PVA2 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumínico plíntico
33.29 22.20
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PVA3 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumínico abrupto plíntico + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumínico plíntico
23.88 15.93
PVA4 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumínico plíntico + PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico típico
15.26 10.18
PLINTOSSOLO HÁPLICO
FT1 PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico típico + ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumínico plíntico
7.09 4.73
FT2 PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico típico 1.21 0.81
TOTAL 149.91 100.00
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Figura 36: Solos do Pólo Agroflorestal Benfica
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4.4.3.3 Hidrografia
Os três pontos de coleta neste pólo foram realizadas em poços tubulares
(Figura 37), sendo que de todos os pólos analisados as águas deste foi a que
melhor se enquadrou dentro dos padrões de potabilidade e balneabilidade
(Quadros 25 e 26)
Quadro 25. Médias dos resultados das análises físico-químicas e
microbiologias realizadas no Pólo Agroflorestal Benfica - Rio Branco/AC, 2007.
Pólo Estações de Amostragem
Cor Aparente
Turbidez pH Condutividade
Elétrica Coliformes
Fecais
Pólo Benfica
1 0 0,23 4,2 25,65 0
2 0 0,43 4,02 59,75 0
3 0 0,56 4,5 17,3 0
Quadro 26. Classificação da balneabilidade das águas do Pólo Agroflorestal
Benfica, conforme a resolução 274/00 do Conama, considerando os valores de
coliformes fecais. Rio Branco/AC, 2007.
Pólo Estações de Amostragem
Coliformes Fecais
(NMP/100mL)
Balneabilidade CONAMA 274/00
Pólo Benfica
1 Ausente Excelente
2 Ausente Excelente
3 Ausente Excelente
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Figura 37: Localização dos pontos de coleta água no Pólo Benfica, Rio Branco/AC
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.4.3.4 Uso e Cobertura do Solo
O Pólo Agroflorestal Benfica, bem como os outros 6 pólos existentes
dentro dos limites de Rio Branco, foram constituídos em áreas já bastante
alteradas em relação ao uso e cobertura do solo. As áreas que atualmente
compreendem os Pólos Agroflorestais de Rio Branco, antes de serem
desapropriadas para a criação dos pólos, em sua maioria, eram utilizadas com
pecuária extensiva, ou seja, eram áreas alteradas e com predomínio de
pastagem. Com isso, o uso e cobertura do solo aqui apresentado reflete as
transformações decorrentes após a consolidação deste pólo, sendo que muito
das áreas de vegetação arbórea, como floresta, conjunto de arvores, capoeira
etc. são decorrentes do período pós criação do pólo, ou seja, as melhoras em
relação ao uso e cobertura do solo deste pólo é “fruto” das atividades dos
assentados.
Foi possível estratificar 13 categorias de uso e cobertura do solo no pólo
em questão (Quadro 27). Este diagnóstico apontou um predomínio de
vegetação rasteira nas terras do Pólo Benfica, sendo, entre os pólos
estudados, o de maior porcentagem de pastagens. O somatório das categorias
Pastagem e Pastagem Velha da um montante de 71,3 % de todo o pólo, sendo
que as categorias mais representativas são, consecutivamente, Pastagem
(47,9 %), Pastagem Velha (23,4 %) e Conjunto de Arvores (11,7 %) (Quadro 27
e Figura 38).
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Quadro 27: Distribuição do uso e cobertura do solo do Pólo Agroflorestal
Benfica, Rio Branco/AC.
Uso do Solo Área (m2) Área (%)
Açude 43.060,89 2,87 Agricultura 1.065,31 0,07 Área desmatada 1.395,58 0,09
Arvore 24.221,15 1,62 Conjunto de arvores 176.248,55 11,76 Edificação 12.582,22 0,84 Estrada sem pavimento 22.949,50 1,53 Pastagem 718.159,40 47,90 Pastagem velha 348.425,85 23,24 Ramal 3.214,07 0,21 Solo exposto 29.973,72 2,00
Trilha 5.200,69 0,35 Vegetação rasteira 112.720,98 7,52
Total 1.499.217,91 100,00
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Figura 38: Uso e Cobertura do solo do Pólo Benfica
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4.4.3.5 Uso e Cobertura do Solo em Áreas de Preservação Permanentes (APPs)
As áreas de preservação permanente são protegidas nos termos dos
arts. 2º e 3º da Lei Federal Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, coberta ou
não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações
humanas.
No Pólo Benfica o somatório das APPs dos igarapés, reservatórios
artificiais e nascentes, totalizou 21,4 hectares de áreas de preservação
permanentes. Pelos dados do Quadro 28 e Figura 39, vê-se que os usos nas
APPs estão em desacordo com o Código Florestal, pois não há mais florestas
nas APPs. Entre os pólos estudados este apresentou o maior índice de
pastagem em APPs, com 71,8 % do total dessas. Outros usos como
Edificações e Solo exposto mostram-se como impróprio a conservação de tais
áreas. Usos como esses representam riscos de desequilíbrio natural a toda a
bacia hidrográfica em questão e, mais acentuadamente aos recursos hídricos
de tal bacia.
Quadro 28: Uso e cobertura do solo em APPs do Pólo Benfica
Tipologias Área ha Área %
Conjunto de árvore 2,56 11,90
Edificação 0,06 0,28 Ramal 0,24 1,14 Pastagem 10,88 50,65 Pastagem velha 4,56 21,22 Solo exposto 0,72 3,36 Vegetação rasteira 2,46 11,45
Total 21,49 100,00
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Pastagem - 52% Pastagem velha-
21%
Solo exposto- 3%
Vegetação rasteira-
11%Conjunto de árvore-
12%
Edificação - 0%
Ramal - 1%
Figura 39: Porcentagem do uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo Benfica
Com a atual estrutura de uso e cobertura do solo nas APPs do Pólo
Benfica Quadro 28 e Figura 39, além da eminência de impactos negativos ao
meio ambiente, esta situação poderá causar prejuízos aos sistemas produtivos
e consequentemente a qualidade de vida das populações locais.
Vê-se nas Figuras 40 e 41, que apresentam, de forma espacial, a
constituição de usos na APPs do Pólo Benfica, que as áreas de florestas se
concentram nas porções leste e nordeste do pólo e que os variados outros
usos encontra-se dispersos por praticamente toda área de APP de tal pólo.
As principais causas do não cumprimento da lei são o desconhecimento
da mesma, a pequena área disponível para cada família e a ausência de
planejamento de uso e ocupação dos lotes.
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Figura 40: APPs por igarapé, reservatórios artificiais e nascentes do Pólo Benfica
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Figura 41: Uso e Cobertura do solo nas APPs do Pólo Benfica
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DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO
4.1 DADOS GERAIS DAS FAMÍLIAS PESQUISADAS
Realizou-se no entorno do Município de Rio Branco pesquisa
sócioeconômica em 7 (sete) Pólos Agroflorestais quais são: Pólo Benfica, Pólo
Custódio Freire, Pólo Dom Joaquim, Pólo Geraldo Fleming, Pólo Geraldo
Mesquita, Pólo Hélio Pimenta e Pólo Wilson Pinheiro.
Um quadro geral da composição famíliar nas áreas pesquisadas
aponta para uma população jovem em que 1/3 de seus membros, formada por
crianças e os adultos, representam metade da população sem substanciais
diferenças entre homens e mulheres (Figura 42).
Figura 42: Composição das famílias dos pólos agroflorestais de Rio Branco por
faixa etária, 2005/2006, Acre-Brasil.
Observando a composição familiar nos Pólos, ressaltam-se os casos
dos Pólos Dom Joaquim e Wilson Pinheiro ao diferenciar-se demasiadamente
do quadro geral.
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No primeiro, é preponderante a população de homens jovens
aproximando-se de 1/3 da população, refletindo a redução da força de trabalho
na região tanto por ser uma população jovem quanto por, proporcionalmente,
ser menor a relação entre homens e mulheres. Na prática significa que as
mulheres são mais requisitadas nas atividades produtivas, o que pode tornar
mais vulnerável a estabilidade familiar tendo em vista que as crianças, que são
numerosas nos pólos, demandam atenção materna para seu adequado
desenvolvimento.
Já o Pólo Wilson Pinheiro tem uma composição familiar bastante
vulnerável pelo fato da população adulta representar menos da metade da
população total e ser um dos Pólos com maior proporção de crianças. Na
prática, cada vez mais se tem a necessidade de reforçar a força de trabalho
familiar com crianças e jovens. (ANEXO 1 – figura 1)
Problema:
Reduzida força de trabalho disponível nos Pólos
Prioridades/ Implicações:
Desenvolvimento de atividades produtivas eficientes economicamente e pouco
intensivas em mão-de-obra.
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4.2 VULNERABILIDADE DAS FAMÍLIAS
A principal vulnerabilidade a que estão sujeitas as famílias dos Pólos
Agroflorestais é a dependência econômica motivada pela composição familiar.
De acordo com a figura 43, cerca de 80% das famílias que residem nos Pólos
possuem mais da metade de seus membros fora da idade economicamente
ativa, seguido pela presença de crianças (0 a 6 anos) em mais de 50% das
famílias.
Figura 43: Situação das Vulnerabilidades das famílias dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Evidencia-se os casos dos Pólos Hélio Pimenta e Dom Joaquim por
estarem em lados opostos. O primeiro, possui o maior nível de dependência
econômica, aproximadamente 92%, e o segundo o menor cerca de 64%. O que
causa esta diferença é a maior presença de idosos, deficientes e gestantes no
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Pólo Hélio Pimenta e a menor presença destes no Pólo Dom Joaquim. (gráficos
46 e 49)
4.3 EDUCAÇÃO FORMAL
Ao avaliar a educação formal nos Pólos pesquisados constatou-se: a)
que em todos há boa participação escolar, particularmente, na faixa etária de
crianças (7 a 12 anos) e jovens (13 a 17 anos); b) em geral, há a defasagem
escolar na faixa etária dos jovens, contudo, a maioria freqüenta regularmente a
escola; c) Em média 18% dos adultos são analfabetos (ver figura 44).
Figura 44: Educação Formal por faixa etária, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco 2005/2006, Acre-Brasil
A defasagem escolar entre os jovens é preponderante nos Pólos
Geraldo Mesquita e Custódio Freire com respectivamente 30% e 25% dos
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jovens cursando o ensino fundamental incompleto (1º a 4º série). Por outro
lado, todas as crianças e jovens freqüentam a escola com exceção dos Pólos
Wilson Pinheiro e Geraldo Fleming. (gráficos 52, 54, 55 e 57)
Aspecto positivo referente à educação formal a ser destacado é o
rendimento escolar de crianças e jovens no Pólo Benfica, aonde são
compatíveis a idade com série freqüentada e há menor proporção de adultos
analfabetos, comparando-o com os demais. (gráfico 51)
4.4 CONHECIMENTO PROFISSIONAL E TRADICIONAL
Observando a figura 45, percebe-se que nos Pólos pesquisados mais
da metade das famílias residentes possuem algum tipo de treinamento com
exceção do Pólo Custódio Freire em que aproximadamente 36% dos
moradores tiveram acesso a treinamentos e capacitações (ver gráfico 4)
Figura 45: Percentual de famílias que tem algum membro que recebeu
treinamentos e capacitações, do pólo agroflorestal de Rio Branco, 2005/2006,
Acre-Brasil
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Entre os Pólos mais próximos da cidade ressaltam-se os casos do
Benfica e Custódio Freire. Apesar de ambos localizarem-se nas proximidades
da cidade, o Pólo Benfica goza de melhores condições de acesso e também a
maior participação em cursos/ treinamentos ao contrário do que ocorre com o
Custódio Freire. (ANEXO 2 e 3).
Este fato pode ser explicado ao relacionar a facilitada ligação entre
Pólo e cidade que não limita os moradores a participarem apenas dos cursos
oferecidos nas áreas, fazendo com que haja mais famílias com pelo menos um
membro capacitado em relação aos demais Pólos.
É válido mencionar que as capacitações realizadas no Pólo
Agroflorestal Benfica, além de serem mais pulverizadas, ainda desviaram-se
das atividades produtivas. Já no Pólo Agroflorestal Custódio Freire as
capacitações foram menos pulverizadas e com melhor participação de cursos
focados na produção.
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Problema:
Reduzida oferta de cursos/treinamentos nos Pólos Agroflorestais e aqueles que
são realizados foram pulverizados, desfocando a produção.
Prioridades/Implicações:
Definição de política públicas de capacitação e treinamentos para os Pólos
visando aumentar a sua oferta e contemplando não apenas a atividade
produtiva, mas sim, a atividade produtiva rentável.
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4.5 SAÚDE
De acordo com a figura 46, verifica-se que dentre as áreas
pesquisadas, o Pólo Dom Joaquim apresenta a menor incidência de doenças,
ocorridas em aproximadamente 28% das famílias, enquanto que a maior
ocorrência é detectada no Pólo Custódio Freire com cerca de 65% das famílias.
No entanto, considerando todos os Pólos nota-se que em aproximadamente
48% das UPFs ocorreu algum tipo de doença no período pesquisado.
Figura 46: Ocorrência de doenças por UPFs (%), dos pólos agroflorestais de
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Na figura 47 são apresentadas as principais doenças comuns ocorridas nos
Pólos, em que a gripe apresenta a maior incidência, cerca de 56%.
Figura 47: Principais doenças comuns relatadas nos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Ao observar as ocorrências de doenças crônicas (figura 48) e as
doenças comuns (Figura 46) que acometeram os moradores dos Pólos
pesquisados verifica-se que ocupam a mesma posição.
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Figura 41: Ocorrência de doenças crônicas por UPF (%), dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Das doenças classificadas como crônicas pelo Ministério da Saúde,
verifica-se que as mais relatadas nos Pólos foram hipertensão, problemas na
coluna e diabetes, com ocorrência de aproximadamente 24%, 12% e 10%,
respectivamente. Ressalta-se que tais tipos de doenças, como hipertensão e
diabetes normalmente acontecem em áreas urbanas, em particular tendo em
vista o estilo de vida e alimentação. Isso é preocupante quando se verifica em
áreas rurais.
Figura 42: Principais doenças crônicas relatadas nos pólos agroflorestais de
Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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4.6 DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Os melhores resultados em termos de desenvolvimento infantil
encontram-se nos Pólos Custódio Freire e Dom Joaquim, pois estes pólos
tiveram aproveitamento total nos critérios de avaliação do desenvolvimento
infantil (ver figura 50).
Já os Pólos Hélio Pimenta e Benfica apresentaram bastante dificuldade
nos critérios mortalidade infantil e trabalho precoce, respectivamente.
Figura 50: Situação do Desenvolvimento Infantil por UPF (%), dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
No quadro da educação formal mencionou-se o destaque do Pólo
Benfica com relação ao aproveitamento escolar, em que a crianças tem idade
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compatíveis com a série frequentada. Contudo, também neste Pólo verificou-se
o trabalho precoce.
A provável razão para a co-existência desses dois fatos reside na
facilidade de acesso à escola, possibilitando o trabalho na área e a frequência
na escola.
4.7 CONDIÇÕES AMBIENTAIS
Como pode se observar na figura 51, predomina nos Pólos
pesquisados como o principal destino do esgoto a fossa negra (privada), em
cerca de 45% das UPFs, mesmo que essa não seja a condição sanitária
adequada é menos prejudicial do que se lançado a céu aberto.
Figura 51: Principais destinos do esgoto, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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Analisando a figura 52 constata-se que mais de 86% das UPFs tratam
a água consumida, prevalecendo como forma de tratamento a cloração, em
torno de 66%. Salienta-se que pode ocorrer mais de uma forma de tratamento
por família.
Figura 52: Principais tratamentos da água consumida, dos pólos agroflorestais
de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil 2005/2006, Acre-Brasil
O Pólo Dom Joaquim constitui-se como um caso particular pois 100%
das UPFs utilizam o cloreto de sódio (cloro) para o tratamento da água
consumida. Em contrapartida, o Pólo Benfica apresentou um dos maiores
índices de não tratamento da água, o que pode decorrer do fato de estar
localizado numa área onde existem várias fontes de água mineral. (ANEXO 3e
4).
4.8 CONDIÇÕES HABITACIONAIS
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O acesso a energia elétrica convencional está presente em 100% das
UPFs pesquisadas, gerando uma tendência de consumo de bens duráveis,
conforme a figura 53.
Figura 53: Ocorrência dos principais itens de bens duráveis por UPF (%), dos
pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Questão:
Como transformar o acesso à energia elétrica em diferencial para os Pólos
Agroflorestais?
Prioridades/Implicações:
Faz-se necessário planejamento produtivo em que se prospectam possíveis
produtos compatíveis com a estrutura produtiva das UPFs dos Pólos
Agroflorestais que, por um lado, sejam eficientes economicamente e, por outro
lado, sejam objeto de nichos de mercado.
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Desta forma, os diferenciais poderão ser explorados adequadamente.
Estas ações podem e devem ser complementadas por uma correta política de
treinamento/capacitações não só para o processo produtivo, mas também, para
a administração do negócio.
4.9 ACESSO AOS RECURSOS NATURAIS
Por se tratar de áreas públicas em que os produtores pré-selecionados
têm direito ao uso, a principal forma de acesso a terra nos Pólos Agroflorestais
é a concessão de uso. Vale salientar, contudo, outras formas de acesso a terra
não compatíveis com a proposta dos Pólos agroflorestais como, por exemplo:
compra e troca (ver figura 54).
Figura 54: Principais formas de acesso a terra, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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Quando observado os principais usos da terra nos Pólos Agroflorestais
se confirma que em torno de 1/3 das áreas necessitam ser recuperadas para
reinserí-las na atividade produtiva. Esta ação é essencial, principalmente, pelo
reduzido tamanho dos lotes.
Figura 55: Percentual dos principais tipos de uso da terra, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
4.10 CAPITAL DAS UNIDADES PRODUTIVAS FAMILIARES
De acordo com a figura 56, a grande maioria dos Pólos pesquisados
apresentou dificuldades na capitalização da UPF, contudo, apenas o Pólo
Geraldo Mesquita alcançou índice de capitlização acima de 1, indicando que
utiliza mais capital do que força de trabalho no processo produtivo.
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Figura 56: Índice mediano de Capitalização (IK) das UPFs, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre, Brasil
Investigadas as causas do baixo nível de capitalização nos demais
Pólos, constatou-se que as UPFs envolvidas na atividade agroflorestal
apresentavam melhor rendimento no índice de capitalização.
Com o índice de capitalização maior tem-se que a atividade produtiva
torna-se mais intensiva em capital ou, visto de outra maneira, que a força de
trabalho requirido para tal atividade é menor. Isso significa, respectivamente,
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132
ou aumento de produtividade ou liberação da força de trabalho, a qual pode ser
direcionada para outras atividades produtivas.
Os dois extremos, em termos de capitalização, são os Pólos Geraldo
Mesquita e Custódio Freire. O primeiro tem o maior índice de capitalização
(1,53) e o maior percentual de famílias inseridas na atividade de SAFs. O
segundo tem o menor desempenho na capitalização em torno de 0,3 e
apresenta uma das mais baixas adesões aos SAFs.
De acordo com essa relação e verificando a composição dos custos
totais, na figura 57, deduz-se que o índice de capitalização pode ser
influenciado tanto pela quantidade de força de trabalho requerida para
determinada atividade produtiva quanto pela participação de capital fixo nos
custos totais. Ou seja, a quantidade de força familiar requerida por determinada
atividade não influencia exclusivamente o IK.
Figura 57: Principais componentes do Custo Total (CT) mediano, por UPF, dos
pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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No primeiro, quando a necessidade de força de trabalho for menor o
índice de capitalização se elevará, caso contrário se reduzirá. No segundo
caso, o índice de capitalização pode ser reflexo do avolumado capital fixo que a
unidade produtiva disponha.
Figura 58: Percentual de ocorrência dos tipos de capital fixo – benfeitorias, dos
pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Obs.: CF – Custo Fixo; CV – Custo Variável
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Ao analisar as benfeitorias, materiais de trabalho, animais de trabalho e
insumos nos gráficos 58, 59, 60 e 61 verifica-se que os Pólos são semelhantes
em termos de capital fixo, sugerindo que o diferencial em termos de
capitalização é a quantidade de instrumentos/materiais de trabalho que cada
Pólo acumula e o nível da força de trabalho requerida para o desempenho da
atividade.
Ora, pode-se perceber claramente que os baixos níveis de
capitalização estão associados essencialmente à rusticidade do processo
produtivo nas UPFs, evidenciados pelos tipos de equipamentos
predominantemente manuais, pela baixa utilização de insumos, principalmente
os modernos, além da baixa utilização de tração animal.
Por outro lado, o pólo Geraldo Mesquita apresenta maior índice de
capitalização que os demais em virtude da reduzida força de trabalho familiar
utilizada no processo produtivo, além do alto índice de assalariamento fora da
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UPF que viabiliza a aquisição de máquinas e equipamentos, que nem sempre
são utilizados.
Figura 59: Percentual de ocorrência dos tipos de capital fixo – máquinas,
equipamentos e ferramentas, dos pólos agroflorestais de Rio Branco,
2005/2006, Acre-Brasil
Figura 60: Percentual de ocorrência dos principais tipos de capital fixo –
animais de trabalho, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-
Brasil
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Figura 61: Percentual de ocorrência dos tipos de capital circulante – insumos,
dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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Ao comparar o índice de capitalização com o percentual de UPFs que
acessaram crédito nos Pólos verifica-se que nem sempre aquele que mais
acessa crédito é o mais capitalizado. O Pólo Geraldo Mesquita que apresentou
o melhor índice de capitalização teve cerca 19% de UPFs que acessaram o
sistema bancário e em outros Pólos essa relação foi de 30% (ver figura 62). O
baixo acesso a crédito é um dos principais motivos para o baixo nível de
capitalização das UPFs, que interfere diretamente no nível de atividade
produtiva das famílias.
Não obstante, mesmo para aquelas UPFs que acessaram algum tipo
de crédito bancário, isso não significa que o recurso recebido vai ser
canalizado para a aquisição de novos capitais e revigoramento produtivo, uma
vez que observa-se que o destino dos recursos vai para uso comum (figura 62)
e que, em muitos casos, são utilizados para diversos tipos de consumo das
famílias.
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Figura 62: Percentual de UPFs que pegaram algum tipo de crédito bancário,
dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Figura 63: Percentual de ocorrência das principais linhas de créditos
identificadas entre as UPFs financiadas, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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Figura 64: Principais linhas de exploração beneficiadas pelos financiamentos
obtidos pelas UPFs, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-
Brasil
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4.11 RENDA BRUTA TOTAL VS. CUSTO TOTAL
De acordo com a figura 65, nos Pólos de modo geral, verifica-se que os
custos são maiores que a renda bruta proveniente da atividade produtiva,
sendo necessária a complementação da renda com o assalariamento e as
transferências para tornar as unidades produtivas viáveis.
Figura 65: Relação entre Renda Bruta Total, Custo Total, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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Os Pólos Benfica e Custódio Freire são exceções ao quadro geral, pois
em ambos a renda bruta esteve significativamente acima dos custos
associados à produção. Nestes a renda de assalariamento fora da UPF foi
também significativa, mesmo assim não interferiu no desempenho das UPFs.
Por outro lado, os Pólos Geraldo Mesquita e Dom Joaquim obtiveram o
pior desempenho econômico na atividade produtiva, sendo a renda de
assalariamento e transferências essenciais para viabilizar as unidades.
Verificou-se que no Geraldo Mesquita o assalariamento fora da
unidade produtiva foi significativo em relação à renda bruta a despeito da
semelhança entre o percentual de famílias envolvidas na atividade produtiva e
das famílias que se assalariaram fora da unidade, de acordo com a figura 65.
Obs.: CT – Custo Total; RT – Renda de Transferências Governamentais; RA – Renda de Assalariamento; RB – Renda Bruta
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Com relação ao Pólo Dom Joaquim, o problema parece ter sido de
outra ordem visto que a renda bruta mostrou-se maior, contudo o percentual de
famílias envolvidas com a produção também é maior.
Figura 66: Ocorrência dos tipos de renda por UPFs (%), dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Questão:
Em que ponto se esgotará o modelo de viabilização econômica das unidades
produtivas via complementação da renda bruta por meio do assalariamento e
transferências governamentais?
Obs.: RB – Renda Bruta; RA – Renda de Assalariamento; RT – Renda de Transferências Governamentais
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4.12 OCUPAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO
Conforme a figura 67, percebe-se que na média de todos os Pólos,
apenas a metade da mão-de-obra familiar economicamente ativa está ocupada
produtivamente, o que significa alto índice de desocupação entre as famílias
pesquisadas.
Observa-se, ainda, que cerca de 15% das UPFs super-exploram a
força de trabalho familiar, significando jornadas de trabalhos mais longas que
as oito horas habituais, além da utilização da força de trabalho de crianças,
jovens e idosos além de suas capacidades produtivas.
Figura 67: Percentual de ocupação da força de trabalho familiar, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Individualmente, destaca-se o Pólo Custódio Freire que apresenta um bom
nível de ocupação da mão-de-obra familiar, com aproximadamente 80% de
Obs.: FTFO – Força de Trabalho Familiar Ocupada; FTFO+ - Utilização da Força de Trabalho Familiar Além da Disponibilidade
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144
ocupação produtiva. Pórem, também constata-se a ocorrência de um alto
índice supre-exploração da força de trabalho familiar, em torno de 35% das
UPFs. Por outro lado, os Pólos aonde têm um maior nível de desocupação são:
Dom Joaquim, Geraldo Mesquita e Benfica, com percentuais acima de 60%.
Considerando todos os Pólos pesquisados, de acordo com o gráfico
28, verifica-se que há um alto índice de assalariamento fora da UPF, visto que
em mais da metade das UPFs pesquisadas há algum membro da família
exercendo alguma atividade remunerada fora do lote.
Isto se relaciona diretamente com o nível de ocupação produtiva da
força de trabalho familiar indicada na figura 67. Ou seja, demonstra uma busca
de complementação da renda familiar tendo em vista o baixo nível de atividade
produtiva evidenciado no nível de ocupação familiar. Essa asserção pode ser
corroborada pelos resultados do Pólo Custódio Freire que apresenta o menor
índice de assalariamento fora da UPF (35,29%).
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Figura 68: Percentual de famílias que tiveram algum membro se assalariando
fora da UPF, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre, Brasil
Questão:
O que causa o redirecionamento da força de trabalho familiar das unidades de
produção para empregá-la fora da unidade?
Implicações/prioridades:
Uma das prováveis causas deste redirecionamento pode ser a inexistencia de
atividade produtiva rentável. As implicações disso são, no mais das vezes, a
mudança da condição do lote de unidade produtiva para simples residência,
fugindo assim, do objetivo proposta pelo pólo.
Além disso, torna os produtores dependentes da demanda de outras unidades
de produção próximas, independente do tamanho ou tipo de atividades.
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4.13 LINHA DE DEPENDÊNCIA DO MERCADO
Em linhas gerais, após a dedução dos custos variáveis, nos Pólos
Agroflorestais pesquisados, percebe-se que a apropriação de renda por parte
das famílias, explicitada pela Margem Bruta Familiar (MBF), encontra-se
aquém do necessário para a manutenção das famílias, conforme aponta a
Linha de Dependência do Mercado (LDM) da figura 69.
Figura 69: Linha de Dependência do Mercado, dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
De acordo com a LDM, em torno de R$ 900,00/mês é a remuneração
necessária para cobrir as necessidades das famílias tanto com reposição de
capital fixo quanto com bens adquiridos no mercado.
Na figura 69, observa-se também que apenas 20% das famílias
auferiram renda igual ou superior a R$ 900,00/mês, ficando todo resto aquém
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do necessário. Constata-se também que em torno de 60% das famílias não
alcançaram a metade da renda calculada para cobrir suas necessidades.
A figura 60 aponta a composição da LDM. Neste, constata-se que os
gastos com mercadoriaS têm maior peso na LDM e, neste quesito, salienta-se
os pólos Hélio Pimenta e Benfica.
Figura 70: Composição da Linha de Dependência do Mercado, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
As mercadorias são as principais causas de dependência do mercado.
Deduz-se que as famílias não produzem o suficiente para reduzir tal
dependência, assim elas tendem a depender cada vez mai do mercado e não
avançam em seu autoconsumo.
Questão:
Obs.: BCC-M – Bens Comprados no Mercado; BCC-S – Serviços Comprados no Mercado; CF – Custo Fixo
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As unidades produtivas auferem baixo nível de renda e a direcionam,
principalmente, para o consumo de produtos no mercado. O nível de gastos
com mercadoria indica o baixo nível de autoconsumo observado nos Pólos.
Implicações/prioridades:
Permanência no processo de dependência ao mercado, tendo em vista que os
produtores, cada vez mais, se assalariam fora das unidades e o pouco que
produzem em seus lotes é direcionamento à compra de mercadorias, fato
agravado pela baixa produção de subsistência.
4.14 RENDA BRUTA TOTAL vs. LINHA DE DEPENDÊNCIA DO MERCADO
Do cenário apontado na figura 61, deduz-se que a renda bruta merece
atenção redobrada. Com os custos de produção praticamente igualandos à
renda bruta gerada, as famílias não obtiveram resultado positivo com a
atividade produtiva, pelo contrário, os custos ficaram levemente superiores à
renda.
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Figura 71: Relação entre Renda Bruta Total (RB+RA+RT), Custo Total (CT) e
Linha de Dependência do Mercado (LDM), dos pólos agroflorestais de Rio
Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Mesmo ao somar a renda de assalariamento e a renda de
transferência, em média, a renda total disponível manteve-se abaixo da
remuneração ideal para a cobertura com os gastos no mercado.
Mais uma vez, é necessário reforçar a atividade produtiva, melhorando
a eficiência produtiva e de geração de renda.
Obs.: LDM – Linha de Dependência do Mercado; CT – Custo Total; RT – Renda de Transferências Governamentais; RA – Renda de Assalariamento
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4.15 GERAÇÃO DE RENDA BRUTA
Com relação à composição da renda bruta nos Pólos Agroflorestais, a
agricultura e a atividade hortícula tiveram pesos próximos na geração de renda
bruta com 47,28% e 39,12% respectivamente, de acordo com tabela 1.
Tabela 1: Evolução da Geração de Renda Bruta por linha de exploração, dos
pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Linha de
Exploração
Geração de Renda Bruta (%)
Geral Benfica Custódio
Freire
Dom
Joaquim
Geraldo
Fleming
Geraldo
Mesquita
Hélio
Pimenta
Wilson
Pinheiro
Agricultura 47,28% 61,11% 9,70% 37,98% 51,53% 56,23% 23,21% 61,51%
Macaxeira 15,65% 31,21% 0,88% 11,93% 18,29% 4,59% 5,04% 19,38%
Banana 10,25% 4,49% 0,99% 9,79% 17,64% 14,79% 3,28% 16,30%
Milho 2,60% 0,00% 0,27% 0,93% 5,85% 1,67% 0,00% 5,95%
Cupuaçú 2,35% 6,95% 0,00% 0,00% 0,36% 2,34% 2,61% 0,48%
Cana 2,35% 0,58% 0,00% 0,00% 0,09% 2,41% 0,03% 13,02%
Outros 14,08% 17,88% 7,56% 15,32% 9,30% 30,43% 12,25% 6,38%
Criações 13,55% 17,62% 1,34% 7,43% 15,76% 24,08% 6,63% 11,75%
Criação de aves 11,12% 16,53% 1,34% 3,29% 13,46% 17,66% 3,77% 9,55%
Criação de
peixes 1,36% 1,05% 0,00% 4,13% 0,35% 3,28% 1,82% 1,93%
Criação de bois 0,90% 0,00% 0,00% 0,00% 1,85% 2,23% 1,04% 0,00%
Outros 0,17% 0,04% 0,00% 0,00% 0,10% 0,91% 0,00% 0,27%
Extrativismo 0,05% 0,00% 0,00% 3,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Carvão 0,05% 0,00% 0,00% 3,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Hortaliças 39,12% 21,26% 88,96% 51,50% 32,71% 19,69% 70,16% 26,74%
Alface 7,63% 1,84% 4,33% 10,10% 15,13% 4,34% 10,80% 4,04%
Cebolinha 5,37% 0,29% 8,48% 1,24% 2,54% 4,48% 18,52% 1,48%
Couve 4,57% 4,50% 9,33% 3,41% 3,43% 1,96% 6,79% 3,32%
Coentro 4,11% 0,26% 11,79% 1,70% 3,51% 2,62% 10,00% 0,57%
Pimenta de
cheiro 3,65% 2,95% 10,19% 8,37% 2,59% 2,33% 2,67% 4,13%
Maxixe 3,47% 1,74% 18,42% 2,77% 1,16% 0,40% 5,15% 1,29%
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Rúcula 2,56% 2,24% 7,15% 7,52% 0,19% 0,87% 4,34% 2,93%
Cheiro verde 2,26% 5,38% 0,00% 8,37% 1,59% 0,44% 0,00% 5,71%
Outros 5,51% 2,07% 19,27% 8,02% 2,57% 2,25% 11,88% 3,26%
Ainda de acordo com a referida tabela, observa-se que os Pólos
Agroflorestais dividem-se em dois principais grupos: aqueles que se
concentram na agricultura (Benfica, Geraldo Fleming, Geraldo Mesquita,
Wilson Pinheiro) e aqueles concentrados na atividade hortícula (Custódio
Freire, Dom Joaquim, Hélio Pimenta).
Analisando individualmente tais grupos nota-se que aqueles que se
concentraram na agricultura também foram os que mais diversificaram a
produção; e aqueles da atividade hortícula, concentraram-se de forma
preponderante em tal atividade, a exceção de Dom Joaquim.
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4.16 DESEMPENHO ECONÔMICO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS
Conforme tabela 2, o desempenho econômico por linha de exploração
indica que os Pólos que concentraram sua atuação na atividade hortícula
obtiveram melhores resultados, tendo em vista que na grande maioria das
respectivas linhas de exploração o Índice de Eficiência Econômica (IEE)
mostrou-se acima de 1, cuja produção esteve acima da produção mínima
requerida.
Tabela 2: Desempenho econômico dos principais produtos, dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Linha de
Exploração
MBF/Qh/d
(R$) MBF/RB IEE
Custo
Unitário
(R$)
Preço
(R$) Qtde Pict
Produtivid
ade
Macaxeira (S) 15,59 0,98 0,63 0,26 0,40 1.825 885,93 2.163,04
Macaxeira (C) 43,41 0,97 1,24 0,32 0,40 2.000 1.930,38 1.294,06
Macaxeira -
Farinha (S) 50,06 0,87 1,41 0,67 0,80 2.550 2.056,96 -
Macaxeira -
Farinha (C) 24,68 0,92 0,89 0,90 0,80 2.400 1.819,79 -
Banana 295,66 0,99 5,52 0,34 3,00 240 29,14 233,99
Criação de aves 9,93 0,96 0,49 13,79 10,00 77 151,67 -
Alface 40,29 0,96 1,05 0,36 0,50 2.400 1.624,06 8.351,04
Cebolinha 41,04 0,95 1,20 0,21 0,25 4.170 3.925,03 12.963,20
Couve 39,98 0,95 1,26 0,20 0,25 4.800 2.590,14 14.108,82
Coentro 33,87 0,96 0,90 0,34 0,50 1.440 795,89 4.409,52
Pimenta de cheiro 31,96 0,98 1,06 1,43 4,00 288 161,08 4.166,67
Maxixe 31,73 0,97 1,20 0,20 0,25 1.920 1.055,21 7.283,34
Obs.: MBF/Qh/d - Remuneração diária da força de trabalho familiar; MBF - Margem Bruta
Familiar; RB - Renda Bruta; IEE - Índice de Eficiência Econômica; Qtde – Quantidade; C -
Consorciada; S – Solteira; Pict – Ponto de Igualação dos Custos Totais.
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Ademais, vale notar a remuneração da força de trabalho familiar (MBF/Qh/d) a
partir dos principais produtos dos pólos, que, com exceção das aves,
proporcionaram um valor superior ao custo de oportunidade da região (em
torno de R$ 20,00), destacando-se a remuneração da banana. Além, o índice
MBF/RB indica que mais de 90% da renda bruta gerada por esses produtos é
apropriada (embolsada) pelos produtores. Isto demonstra excelentes
possibilidades para a incorporação de novas tecnologias aos processos
produtivos vigentes.
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4.17 DESEMPENHO ECONÔMICO DAS UNIDADES DE PRODUÇÃO
A situação geral dos Pólos Agroflorestais sob a ótica do índice de
eficiência econômica (IEE) indica que as unidades são ineficientes, pois para
cada R$ 1,00 de custo se gera em torno de R$ 0,82 de renda (ver tabela 14).
No entanto, observando-se individualmente cada pólo, percebe-se que de
forma geral, em termos medianos, as famílias têm o IEE próximo do equilíbrio,
ou seja, ganham o que gastam produtivamente.
Tabela 3: Desempenho Econômico mediano por UPF, dos pólos agroflorestais
de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Indicadores
Econômicos Unidade Geral Benfica
Custódio
Freire
Dom
Joaquim
Geraldo
Fleming
Geraldo
Mesquita
Hélio
Pimenta
Wilson
Pinheiro
RB R$/mês 471,67 869,60 915,17 353,75 645,00 208,01 564,38 743,33
RL R$/mês 190,29 639,18 619,06 187,98 356,00 79,54 394,31 393,09
MBF R$/mês 346,37 775,27 820,91 285,40 550,07 165,95 494,33 532,81
AC R$/mês 47,85 65,65 49,93 64,02 50,43 40,83 39,75 44,43
NV R$/mês 357,83 803,29 781,84 394,73 576,94 212,51 547,10 548,24
IEE und. 0,82 1,33 1,65 0,79 1,05 0,53 1,00 1,15
MBF/RB und. 0,90 0,92 0,94 0,84 0,91 0,89 0,94 0,89
MBF/Qh/d R$/dia 49,10 76,70 46,06 31,80 67,11 35,32 52,76 38,15
Obs.: Resultados
medianos por UPF.
Assim, observa-se que nas UPFs convivem concomitantemente
atividades produtivas rentáveis com outras ineficientes que, no final das contas,
são financiadas pelas primeiras. Nesse sentido, cabe um minuncioso
planejamento produtivo das UPFs em cada pólo para a resolução das
ineficiências e fortalecimento das atividades rentáveis.
Não obstante, destaca-se que as atividades produtivas remuneram a
força de trabalho familiar diariamente em cerca de R$ 49,10. Apesar de ser
RB – Renda Bruta; RL – Renda Líquida; MBF – Margem Bruta Familiar; AC- Auto Consumo; NV – Nível de Vida; IEE – Índice de Eficiência
Econômica;MBF/RB - MBF - Margem Bruta Familiar; RB - Renda Bruta; MBF/Qh/d - Remuneração diária da força de trabalho familiar;
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uma boa remuneração, tendo em vista a diária na região girar em torno de R$
20,00, observou-se a relevância da remuneração fora da unidade produtiva
para a reprodução da mesma, conforme apontado no gráfico 31, evidenciando
a insuficiência da renda gerada produtivamente.
Ora, essa insuficiência de renda está estreitamente relacionada à
dependência do mercado por parte das famílias nos gastos de consumo, uma
vez que o autoconsumo em todos os pólos é extremamente baixo quando
comparado com a região do Vale do Acre, já que representa apenas ¼ do
autoconsumo auferido na referida região (ASPF 2007).
É importante ressaltar o desempenho econômico dos Pólos Custódio
Freire e Benfica, que proporcionaram medianamente para as famílias uma
apropriação (ver MBF) da renda gerada em mais de 2 salários mínimos (SM)
mensais5, com excelente remuneração da força de trabalho, além de eficiência
econômica favorável.
Também é importante salientar que esses resultados foram possíveis
tendo em vista o tipo de produção predominante nesses pólos, ou seja, a
horticultura, além do papel das políticas públicas na região, tais como, a
compra antecipada da produção, bem como o programa Fome Zero.
Outro aspecto a ser observado é o nível de vida, em termos monetários
das famílias assentadas nos pólos, em decorrência de suas atividades
produtivas, uma vez que com exceção do pólo Geraldo Mesquita e Dom
Joaquim, todos os outros pólos conseguiram rendimentos em dinheiro ou
produtos de 1,5 a mais de 2 salários mínimos mensais. Ora, comparando com
os rendimentos das famílias que vivem nas periferias urbanas mais que
compensa continuar morando nos pólos agroflorestais, já que se pode ainda
melhorar muito mais as condições de vida dessa população.
5 R$ 380,00 – até março de 2008.
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4.18 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO FAMILIAR RURAL (IDF-R)
O IDF-R nos Pólos Agroflorestais apresenta-se em um bom nível, pois
está acima de 0,5, conforme apontado na figura 72.
Figura 72 - Índice de Desenvolvimento Familiar Rural (IDF-R) e seus
componentes, dos pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA - RESULTADOS
Este desempenho pode ser melhorado a partir do direcionamento de
ações para todos os componentes do IDF-R, mostrado na figura 72. Evidencia-
se a disponibilidade de rendimentos (IR) como uma das componentes do
indicador que deve ser reforçada, tendo em vista que ela indica que a
capacidade de geração de renda nos Pólos é apenas regular. Outras
dimensões das condições de vida que necessitam de maior atenção são: o
Obs.: ID – Índice de Desenvolvimento Infantil; IT – Índice de Acesso ao Trabalho; IV – Índice de Ausência de Vulnerabilidade; IH – Índice de Condições Habitacionais; IA – Índice de Condições Ambientais; IC - Índice de Acesso ao Conhecimento Profissional e Tradicional; IE – Índice de Acesso ao Ensino; IR - Índice de
Disponibilidade de Recurso (Renda); IDF-R – Índice de Desenvolvimento Familiar Rural
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acesso ao conhecimento profissional e tradicional, relacionado essencialmente
a treinamentos e capacitações; e acesso a educação formal.
Particularmente, o Pólo Benfica é o que apresenta o maior IDF-R,
contrário ao Pólo Hélio Pimenta que vem a ser o que tem o menor IDF-R,
segundo a figura 73. Assim, tem-se uma clara hierarquização dos pólos que
precisam de maior atenção, além claro, que dentro de cada se tem uma
hierarquização de cada dimensão das condições de vida que deve ser
priorizadas (ver gráficos 178 a 184).
Figura 73 – Índice de Desenvolvimento Familiar Rural (IDF-R), dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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4.19 VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPETITIVAS
Do ponto de vista da disponibilidade de ativos e capacitações
competitivas, segundo a figura 74, de forma geral os pólos pesquisados têm
mais desvantagens do que vantagens competitivas, destacando-se
negativamente o pólo Custódio Freire.
Figura 74 – Percentual de UPFs que têm o dobro de vantagens em relação às
desvantagens de ativos e capacitações competitivas, dos pólos agroflorestais
de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
Entre as principais desvantagens relatadas pelos produtores estão a
assistência técnica e disponibilidade de capital próprio e de crédito, além da
infraestrutura, indicando claramente as dificuldades de geração de renda e
incorporação de novas tecnologias. (figura 75)
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Figura 75 – Principais desvantagens competitivas relatadas por UPF (%),dos
pólos agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
As principais vantagens competitivas estão apresentadas na figura 76,
identificadas com a localização das áreas, além da reputação pela qualidade
dos produtos, bem como do conhecimento do negócio. Aqui se apresenta as
principais fortalezas que devem ser potencializadas e, obviamente,
relacionadas a possíveis reorientações produtivas.
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Figura 76 – Principais Vantagens competitivas relatadas por UPF (%),dos pólos
agroflorestais de Rio Branco, 2005/2006, Acre-Brasil
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5 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DOS PÓLOS AGROFLORESTAIS DE RIO BRANCO
Neste tópico são apresentados os principais problemas, limitações,
potencialidades e as propostas de ações para a sua solução/superação
visando a consolidação de um processo de desenvolvimento sustentável nos
pólos agroflorestais de Rio Branco.
5.1 LIMITAÇÕES E POTENCIALIDADES DE USOS DOS RECURSOS NATURAIS NOS PÓLOS AGROFLORESTAIS
5.1.1 Principais Limitações
- Presença de plintita em baixas profundidades;
- Presença de piçarra;
- Solos quimicamente pobres nas áreas de terra firme;
- Sazonalidade dos igarapés temporários;
- Descaracterização da área de reserva legal;
- Descaracterização das áreas de preservação permanente (APPs) e falta de
compensação da mesma em outro ponto da bacia;
5.1.2 Principais Potencialidades
- Acessibilidade ao mercado consumidor de Rio Branco e município de Porto
Acre
- Relevo plano a suave ondulado predominante;
- Presença de solos moderadamente profundos;
- Atividades promissoras de horticultura e avicultura;
- Acesso ao mercado consumidor de Rio Branco e município de Porto Acre;
- Iniciativas promissoras de uso dos lotes;
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- Solos potenciais para a implantação de açudes em função da baixa
permeabilidade;
- Presença de solos férteis nas margens dos igarapés;
- Experiências promissoras de uso sustentável da terra
5.1.3 - Medidas Mitigadoras às Limitações dos Pólos Agroflorestais
Levantamento Topográfico
Problema: Falta de materialização dos marcos e dos limites do pólo.
Causa do problema: Levantamento realizado com baixa precisão o que
condiciona erros de mais de 10 metros e a sobreposição de lotes e limites não
reais.
Medidas corretivas: Realização de um levantamento topográfico com estação
total ou GPS Geodésico, com levantamento inclusive da rede de drenagem e
materialização dos marcos de limites.
Utilização imprópria da reserva legal
Problema: utilização das áreas da reserva legal como pastagem e para outros
usos não agroflorestais.
Causa do problema: falta de conscientização dos produtores, falta de
conhecimento da legislação específica e com relação à importância da
preservação da reserva legal e inexistência de cercas para impedir a entrada
do gado.
Medidas corretivas: materialização das áreas de reserva legal coletiva, das
áreas de reserva legal nos lotes e campanhas de educação ambiental e
monitoramento da cobertura vegetal anual.
Áreas de Preservação Permanentes (Matas ciliares)
Problema: degradação das áreas de preservação permanente.
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Causa do problema: falta de conscientização dos assentados com relação à
importância das matas ciliares para a manutenção dos mananciais hídricos na
área do pólo e para a área urbana do município de Rio Branco.
Medidas corretivas: materialização das áreas de preservação permanente,
implantação de “águaflorestas”, implantação de um programa de recuperação
de matas ciliares e campanhas de educação ambiental específicas com
monitoramento participativo das matas ciliares.
Criação de pequenos animais
Problema: Criação de pequenos animais sem um planejamento global no pólo.
Causa do problema: falta de inserção do cooperativismo, ausência de
capacitação em aproveitamento dos subprodutos e dos benefícios de um
planejamento integrado da propriedade.
Medidas corretivas: Capacitação específica em criação de pequenos animais
com implantação de unidades demonstrativas.
Horticultura
Problema: Exploração da horticultura com níveis tecnológicos diferenciados e
sem padronização dos produtos e nem sua ligação com o pólo agroflorestal.
Causa do problema: ausência de um planejamento integrado e
desconhecimento do potencial produtivo atual.
Medidas corretivas: Levantamento do potencial produtivo de hortaliças e da
distribuição da produção atual por lote, adequação das culturas de acordo com
as características dos solos.
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Planejamento de uso da terra
Problema: Não há nenhum instrumento de planejamento de uso sustentável da
terra para o pólo.
Causa do problema: Ausência de uma assistência técnica eficiente e falta de
inserção dos produtores no processo de planejamento do pólo.
Medidas corretivas: Estruturação de reuniões técnicas com extensionistas para
definição de experiências promissoras e culturas prioritárias para o pólo de
acordo com a ocorrência de solos no pólo.
5.2 LIMITAÇÕES E POTENCIAIS SÓCIOECONÔMICAS NOS PÓLOS AGROFLORESTAIS
5.2.1 Principais Limitações
- Reduzida força de trabalho disponível nos Pólos;
- Alta vulnerabilidade das famílias uma vez que cerca de 80% dos familiares
estão fora da idade economicamente além de possuírem 53,44% de
presença de crianças (0 a 6 anos);
- Defasagem escolar na faixa etária dos jovens (13 a 17 anos);
- 18% dos adultos são analfabetos;
- Cursos/treinamentos oferecidos nos Pólos desfocados do tema produção;
- Em 48% das Unidades de Produção Familiar (UPFs) ocorre algum tipo de
doença;
- Falta de melhoria das condições sanitárias;
- Falta planejamento produtivo compatível com a estrutura produtiva das UPFs
dos Pólos;
- Baixo índice de acesso a créditos o que influencia diretamente no baixo nível
de capitalização das UPFs;
- Baixa renda bruta proveniente da atividade produtiva, o que faz necessário a
complementação da renda com o assalariamento para tornar as UPFs viáveis;
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- Baixa apropriação da renda por parte das famílias, de acordo com a Linha de
Dependência do Mercado (LDM);
5.2.2 Principais Potencialidades
- Boa participação escolar, particularmente na faixa etária de crianças (7 a 12
anos) e jovens (13 a 17 anos);
- 62,78% das famílias possuem algum tipo de treinamento/capacitação;
- 86% das UPFs tratam a água consumida com cloro;
- 100% de Energia elétrica nas UPFs;
- Alta produção de hortaliças em alguns pólos;
- Bom nível do índice de desenvolvimento familiar rural (IDF-R);
5.2.3 Medidas Mitigadoras às Limitações sócio-econômicas dos Pólos Agroflorestais
Vulnerabilidade das famílias
Problema: Reduzida força de trabalho disponível.
Causa do problema: a composição familiar nos pólos, em geral, é formada por
31% de crianças, além disto a maioria dos adultos e jovens são mulher, o que
torna mais vulnerável a estabilidade familiar tendo em vista que as crianças,
que são numerosas, demandam atenção materna para seu adequado
desenvolvimento.
Medidas corretivas: desenvolvimento de atividades produtivas eficientes
economicamente e pouco intensivas em mão-de-obra.
Educação formal
Problema: Defasagem escolar entre os jovens e analfabetismo entre os
adultos.
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Causa do problema: falta de conscientização das famílias e dos jovens em
relação a importância da educação.
Medidas corretivas: realizar um trabalho efetivo entre as famílias, jovens e
adultos a respeito da relevância do estudo na formação do indivíduo e na sua
formação profissional.
Conhecimento informal
Problema: reduzida oferta de cursos/treinamento nos pólos e os mesmos que
foram realizados foram desfocados do tema produção.
Causa do problema: falta de políticas públicas voltadas para capacitação e
treinamento visando a atividade produtiva rentável.
Medidas corretivas: Definição de políticas públicas de capacitação e
treinamentos visando aumentar a oferta e contemplando não apenas a
atividade produtiva, mas sim, a atividade produtiva rentável.
Saúde
Problema: Presença de doenças crônicas e comuns.
Causa do problema: Má alimentação das famílias e condições sanitárias.
Medidas corretivas: ações de saúde que visem a mudança do hábito alimentar,
incentivando o uso de alimentos e medicamentos naturais.
Planejamento de uso da terra
Problema: Não há nenhum instrumento de planejamento de uso sustentável da
terra para o pólo.
Causa do problema: Ausência de uma assistência técnica eficiente e falta de
inserção dos produtores no processo de planejamento do pólo.
Medidas corretivas: Estruturação de reuniões técnicas com extensionistas para
definição de experiências promissoras e culturas prioritárias para o pólo de
acordo com a ocorrência de solos no pólo.
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Renda Bruta
Problema: Baixa renda bruta proveniente da atividade produtiva.
Causa do problema: disponibilidade de capital próprio e de crédito, além da
infraestrutura, indicando claramente as dificuldades de geração de renda e
incorporação de novas tecnologias.
Medidas corretivas: Estruturação de reuniões técnicas com extensionistas para
definição de experiências promissoras e culturas prioritárias para o pólo de
acordo com a ocorrência de solos no pólo.
6 CONCLUSÕES/RECOMENDAÇÕES
Os Pólos Agroflorestais do município de Rio Branco representam
importante inovação em termos de política de reforma agrária. A criação destes
Pólos permitiu conciliar o retorno ao meio rural de famílias de produtores que
haviam migrado para as cidades, onde viviam em condições de risco, com a
recuperação ambiental e o fomento à produção de hortigranjeiros para a
subsistência destas famílias e para o abastecimento das cidades.
Por outro lado, a preconização da implementação de sistemas
agroflorestais acenava para uma inovativa atividade produtiva que, em última
instância, otimizava os “pequenos” lotes disponibilizados.
O que se buscava e ainda se busca é justamente a melhoria das
condições de vida da população rural a partir de atividades produtivas e todo o
aparato institucional em torno desse empreendimento.
Entretanto, um passo decisivo na avaliação desse tipo de reforma
agrária são instrumentos adequados para um efetivo diagnóstico e posterior
monitoramento para a verificação das condições de vida das populações
assentadas e os devidos (re) planejamento das áreas estudadas.
Assim, o ZEAS surge como um instrumento efetivo para tal intento,
priorizando justamente essas áreas como referência para as políticas públicas
municipais para esse tipo de produção.
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Talvez uma primeira avaliação dos Pólos analisados pode ser
explicitada pelos próprios moradores dessas áreas, aonde os mesmos
identificam como a principal vantagem competitiva das UPFs a localização de
seus lotes próximos a área urbana, facilitando o acessso ao mercado
consumidor. Esse era um dos principais objetivos desse tipo de assentamento.
Por outro lado, como principal desvantagem competitiva relatada está a
assistência técnica, que teoricamente seria uma das vantagens dada a
proximidade institucional.
Agora, do ponto de vista educacional, a proximidade de escolas e
outros centros de ensino é uma vantagem para a população rural estudada.
Pelo menos no quesito acesso a escola, pois com relação ao desempenho
escolar as famílias ainda encontram dificuldades, principalmente em relação ao
analfabetismo adulto.
Em relação ao ensino informal verificou-se uma pulverização dos tipos
de treinamentos e capacitações e, o que é mais preocupante, em áreas
completamente alheias ao ambiente produtivo rural. O fortalecimento das
ações de capacitação compatíveis com a cultura rural e com as potencialidades
ambientais deve ser uma estratégia prioritária para a consolidação dos pólos
agroflorestais, para a fixação destas famílias em seus lotes e para a criação de
áreas verde permanentes na Zona Rururbana do município. Isto é esssecnial
para evitar pressões de fragmentação dos lotes para usos urbanos tradicionais.
Do ponto de vista das condições de saúde, a proximidade de hospitais
e postos de saúde auxilia os assentados na cura de diversas doenças.
Entretanto, foram relatadas algumas doenças crônicas, tais como hipertensão e
diabetes, que são associadas ao ambiente urbano, em particular ao tipo de
alimentação e estilo de vida.
Um aspecto que chama a atenção refere-se ao acesso a energia
elétrica, uma vez que todas as famílias pesquisadas dispõem desse serviço.
Talvez o que chama mais atenção é o fato que pouco se usa a energia do
ponto de vista produtivo e esse serviço incentivou muito mais o consumo de
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bens duráveis, às vezes exagerado, aumentando a busca pela
complementação de renda.
Do ponto de vista produtivo, os Pólos foram criados para suprir as
demandas da zona urbana em relação aos produtos hortifrutigranjeiros, além
de produtos oriundos de sistemas agroflorestais, principalmente de frutíferas.
Entretanto, o que se viu ao longo do tempo e no presente diagnóstico é que o
caráter agroflorestal se transformou em consorciações de algumas culturas,
produção de hortaliças e criação de pequenos animais (galinha caipira, porcos)
e piscicultura que servem, essencialmente, para subsistência e venda de
excedentes nas feiras e mercados urbanos. As atividades produtivas
atualmente desenvolvidas são resultado das necessidades alimentares dos
produtores e da percepção das famílias sobre as oportunidades oferecidas pelo
acesso facilitado às feiras e mercados urbanos.
Atualmente, os principais produtos que geram renda têm origem
agrícola e, principalmente, hortícola. No presente trabalho evidenciou-se que
os produtos com melhores desempenhos econômicos foram justamente as
hortaliças, além da produção de banana.
Por outro lado, as UPFs de forma geral tiveram desempenho
econômico numa situação próxima do equilíbrio, com alguns Pólos que ficam
quase dentro da zona urbana com baixos retornos econômicos, tendo alto
índice de assalariamento fora da UPF, que, em muitos casos, serve apenas
como residência no ambiente rural, desvirtuando totalmente a finalidade dessas
áreas.
No entanto, considerando-se o nível de vida, em termos monetários, a
maioria das famílias dos Pólos pesquisados obtém rendimentos (em dinheiro
ou em produtos) mensais em torno de 1,5 salário mínimo, ou seja, mais do que
muitas famílias que moram nas periferias urbanas.
Uma questão que se levanta é que a proximidade com o centro
consumidor, juntamente com os hábitos de consumo que a maioria das famílias
assentadas trouxeram da vida urbana anterior, faz com que a dependência dos
gastos com a aquisição de bens e serviços no mercado se torne cada vez
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maior. Isso está diretamente relacionado com a evidência dos baixos níveis de
produção para o autoconsumo nas UPFs.
Embora tenham sido criados há mais de dez anos, os Pólos
Agroflorestais ainda possuem passivos ambientais significativos e apresentam
desafios formidáveis na busca da sustentabilidade das famílias assentadas.
A existência de Pólos Agroflorestais, associada às políticas adequadas
de assistência técnica e extensão e à promoção de sistemas agroflorestais
compatíveis com as potencialidades ambientais e sócio-econômicas e culturais
dos produtores assentados, poderá contribuir para a criação de um cinturão
verde no entorno de Rio Branco. Conseqüentemente, assegurará a integridade
e a qualidade dos recursos naturais e a qualidade de vida da população do
Município.
Os Pólos Agroflorestais surgiram em Rio Branco justamente como uma
inovativa maneira de se realizar a reforma agrária, buscando uma alternativa
factível aos diversos assentamentos capitaneados pelo INCRA. Um grande
diferencial dessa alternativa é justamente o assentamento de antigos
moradores de seringais e colonias que foram expulsas do campo e não
encontravam ocupações nas cidades.
Ademais, a localização das áreas dos Pólos se tornou um grande
atrativo para essas populações, haja vista a proximidade com o mercado,
facilitando, dessa forma, o acesso a insumos e materiais, bem como o
escoamento da produção.
A melhoria da renda e das condições de vida das famílias após o
assentamento nos pólos são indicadores do sucesso desta iniciativa. Porém,
verifica-se que há muito o que ainda melhorar e, claro, (re)planejar. Mas a
constatação mais importante nos estudos do ZEAS é a conscientização por
parte da própria população envolvida e dos gestores municipais acerca dos
desafios e oportunidades para que se possa alcançar resultados satisfatórios
para a consecução de um verdadeiro e efetivo desenvolvimento sustentável
nos pólos agroflorestais.
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ANEXO 1 Figura 1 – Composição das famílias por faixa etária, Pólo Wilson Pinheiro, 2005/2006, Acre-Brasil
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ANEXO 2 Figura 2 – Principais tipos de Treinamentos ou Capacitações recebidos por atividade, Pólo Benfica, 2005/2006, Acre-Brasil
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ANEXO 3 Figura 3 – Principais tipos de Treinamentos ou Capacitações recebidos por atividade, Pólo Custódio Freire, 2005/2006, Acre-Brasil
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ANEXO 4 Figura 4 – Principais tratamentos da água consumida, Pólo Benfica, 2005/2006, Acre-Brasil 2005/2006, Acre-Brasil
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ANEXO 5 Figura 5 – Principais tratamentos da água consumida, Pólo Dom Joaquim, 2005/2006, Acre-Brasil 2005/2006, Acre-Brasil