Pistache Possibilidade de Cultivo No Brasil e Tecnologia de Produção

Pistache: possibilidade de cultivo no Brasil e tecnologia de produo

por Celso V. Pommer;Wilson Barbosa;

Antonio Fernando C. Tombolato

Introduo

crescente a demanda por projetos alternativos, queatendam as necessidades de empresas para investimentos emnovas culturas agrcolas geradoras de emprego e renda.

No campo da fruticultura, muitas oportunidades tmsurgido com cultivos de plantas exticas, outrora incomuns noBrasil. o caso, por exemplo, das frutferas de caroo e vriasoutras de origem asitica ou europia melhoradas para cultivoem regies subtropical e tropical. Barbosa et al. (2003)analisando a distribuio de frutferas e nozes de clima

temperado no Estado de So Paulo e considerando suas pocas de colheita, reportam produes defrutos em todos os meses do ano, especialmente entre outubro e abril. Verificaram ainda a existnciade novos e importantes nichos de cultivo nas regies de Jales, Presidente Prudente, Barretos e Ja,com predominncia das uvas finas, das pras asiticas, dos pssegos adaptados e da nogueira-macadmia, respectivamente. Determinadas frutferas, originadas em zonas temperadas, muitasvezes nem necessitam ser melhoradas geneticamente, pois se adaptam razoavelmente bem emlocais mais frios do sudeste e sul brasileiro, como certas cultivares de macieira, pereira e quivizeiro.Alm disso, observa-se importante tendncia na mudana dos hbitos alimentares da populaobrasileira, buscando nas frutas os componentes essenciais de dietas mais saudveis e balanceadas.Certamente, a introduo de novas alternativas e a recomendao de tcnicas de cultivo,apropriadas a diversas regies, muito contribuiria ao avano do agronegcio do setor frutcolanacional.

Dentre as inmeras opes frutcolas, vislumbra-se a possibilidade da introduo do pistache,noz tpica do oriente mdio e bastante apreciada e consumida pelos brasileiros. Sabe-se que hcultivares rsticos, menos exigentes em frio hibernal, que poderiam apresentar razovel adaptaoclimtica e grandes chances de cultivos econmicos no Brasil. Pommer et al. (2005) apresentaram asinformaes econmicas bsicas sobre o cultivo de pistache no mundo, como forma de orientarinteressados [artigo em pdf].

Potencial para Cultivo no Brasil

primeira vista, a alta exigncia em frio no recomendaria ocultivo do pistache no Brasil, cujas plantas demandam elevadaquantidade de frio para seu adequado desenvolvimento vegetativo ereprodutivo. Entretanto, especula-se a possibilidade do emprego decultivares bem rsticos e de produtos promotores de crescimento,bastante usuais na fruticultura de clima temperado nacional.

No Ir, por exemplo, j se utilizaram com xito o KNO3 (2%) e acianamida hidrogenada (Dormex) (1% e 2%) e as combinaes de KNO3e Dormex com Armobreak (surfactante a 1%), para quebrar a dormnciadas gemas de cultivares femininas de pistache (Antep, Siirt e Ohadi) e masculina (Male-1) emcondies subtropicais. Tal pesquisa foi realizada no perodo de 1993-94, anos em que ocorreramaproximadamente 230 horas de frio abaixo de 7C. As aplicaes de Armobreak+Dormex foram maiseficientes que as de KNO3 ou Armobreak+KNO3 em quebrar a dormncia de gemas florais evegetativas da cultivar feminina Siirt. Embora a exigncia de frio da cultivar Ohadi fosse mais altaque as de Antep e Siirt, aplicaes de KNO3 tiveram mais xito em quebrar dormncia de gemasflorais de Ohadi (Kden et al., 1995).

Rahemi e Asghari (2004), por outro lado, pesquisaram os efeitos de Dormex a 0; 1,5 e 3%,leo mineral (0; 3,5 e 7%) e nitrato de potssio (0; 1,5 e 3%) em ramos de pistache cv Ahmad-aghaei em 2002 e 2003. Esses tratamentos, mais combinaes de Dormex e leo mineral, leo

...Pistache: possibilidade de cultivo no Brasil e tecnologia de produo .... http://www.infobibos.com/artigos/pistache/Index.htm

1 de 9 13/02/2015 19:34

http://www.infobibos.com/artigos/pistache/Index.htm

mineral e nitrato de potssio, e 7% de leo mineral foram aplicados 4 e 8 semanas antes debrotao normal das gemas (5 de janeiro e 4 de fevereiro). Verificaram que os tratamentos comDormex, leo mineral e combinaes de Dormex e leo mineral, leo mineral e nitrato de potssioanteciparam a quebra de dormncia das gemas em 15 a 20 dias e significativamente aumentaram orendimento dos ramos tratados, deiscncia de nozes e reduziram a porcentagem de nozes vaziasda cultivar Ahmad-aghaei. Concentraes mais altas de Dormex e leo mineral, na segunda aplicao(4 de fevereiro) e combinaes de Dormex e leo mineral foram mais efetivas para aumentar orendimento por ramo. O melhor tratamento foi 4% de Dormex, associado a 7% de leo mineral,durante a segunda aplicao. Nitrato de potssio (1,5 e 3%) no teve nenhum efeito significativo emrendimento, deiscncia ou porcentagem de nozes em branco. Os autores destacam que os resultadosde seu estudo podem ser aplicveis a regies que cultivam pistache com inverno moderado.

Alm da exigncia climtica, outro fator importante a considerar seria a demora das plantaspara entrar em produo econmica. Entretanto, h tambm a perspectiva de se aproveitar asentrelinhas para o consrcio com outros cultivos rentveis e que atinjam produo maisrapidamente, como a videira.

Diante disso, pode-se imaginar que o plo Petrolina/Juazeiro, no nordeste brasileiro,apresente a situao para investimentos da natureza, onde se pode contar j com tradio no cultivode frutas, com a possibilidade de explorao da videira e, principalmente, pela gua em abundncia,outra sria demanda do pistacheiro.

Outras regies brasileiras, obviamente, tambm poderiam tornar a cultura do pistache vivel,como as regies mais frias do Sul e Sudeste.

O Pistacheiro

Quase exclusivo dos pases mediterrneos por muito tempo, o cultivo do pistacheiroexpande-se pelo mundo, com pases como Austrlia e Chile iniciando seu cultivo. O Ir ,destacadamente, o principal produtor, com 300 mil hectares ou cerca de 68% do total da reamundial com pistache a qual, segundo a FAO, passa dos 440 mil hectares (Tabela 1). A Austrliaentrou no mercado e tem hoje pouco mais de 700 hectares produzindo, dispondo de rea potencialpara incremento.

Tabela 1. rea cultivada (colhida) com pistache nos principais pases produtores do mundo, emhectares. (FAOSTAT, 2/09/2005)Pas 1995 2000 2001 2002 2003 2004Ir 218.000 274.728 280.510 295.000 300.000 300.000Turquia 34.071 36.349 36.999 37.428 37.570 37.000EUA 24.400 30.200 31.565 33.590 35.610 35.000Tunsia 35.000 21.670 21.600 23.000 23.000 23.000Sria 15.000 18.500 18.500 20.000 20.000 20.000China 16.600 12.000 15.000 15.000 15.000 15.000Grcia 4.900 5.500 5.110 5.110 5.110 5.110Itlia 3.500 3.602 3.602 3.643 3.620 3.600Outros 2.075 1.970 1.956 1.881 1.881 1.881Mundo 356.246 407.519 417.842 437.652 444.791 443.591

Ainda segundo a FAO, a produo mundial passou de um patamar de 394 mil toneladas, em1995, para quase 550 mil toneladas nos ltimos anos, sendo que a produtividade maior naCalifrnia, confere aos E.U.A. a segunda posio em termos mundiais, frente da Turquia (Tabela 2).

Tabela 2. Produo de pistache nos principais pases produtores do mundo, em toneladas. (FAOSTAT)Pas 1995 2000 2001 2002 2003 2004Ir 238.778 303.957 112.432 249.000 275.000 275.000EUA 67.130 110.220 73.030 137.440 53.980 158.000Turquia 36.000 75.000 30.000 35.000 90.000 30.000Sria 14.538 39.923 37.436 52.840 50.000 40.000


2 de 9 13/02/2015 19:34


China 25.000 22.000 26.000 28.000 30.000 30.000Grcia 5.591 9.000 7.500 8.500 9.000 9.500Itlia 2.200 2.768 1.762 1.877 1.993 2.000Tunsia 900 1.600 1.100 800 800 800Outros 1.570 1570 1.627 1.517 1.537 1.537Mundo 394.107 568.838 293.787 517.974 515.310 549.837

O pistache apresenta bom valor nutritivo, excelente teor de fibras e, como a maioria dasnozes, elevado teor de matria graxa (Tabela 3).

Tabela 3.- Valor nutricional do pistache por 100 g de matria secaNutriente QuantidadeLipdeos (%) 50Protenas (%) 17Carbohidratos (%) 16Minerais (%) 3gua (%) 4Energa (cal) 64Fibra (%) 10Vitamina A (U.I) 230Vitamina B (mg) 1,4Vitamina B1 (mg) 0,67Fonte: Lemus (2004)

A - pistacheiro em plena frutificao


3 de 9 13/02/2015 19:34


B - detalhe do pomar e ramo frutificado

C - detalhe do cacho de frutos

D - nozes prontas para consumo

O pistacheiro (Pistacia vera L.) pertence famlia Anacardiaceae, sendo considerada plantaoriginria da sia Central e cultivada na regio mediterrnea (Ir, Turquia, Grcia) e na Califrnia(E.U.A.). Pistacia vem do grego pistake e significa noz e vera, do latim verdadeiro, completandoo significado de noz verdadeira ou pistache comestvel. O pistacheiro rvore de tamanho moderado(3 a 8 m), sendo planta decdua e diica. Em pomares comerciais a relao de rvores estaminadaspara pistiladas 1 para 8 (Tous e Ferguson, 1996). Suas plantas tm perodo juvenil extenso erequerem 5 anos de cultivo para estabelecer uma copa razovel e 7 a 10 anos para alcanarproduo total sob condies bem irrigadas. Alm disso, espcie de produo fortemente bienal.Tombolato (1985) relata que na Tunsia um pistacheiro pode produzir, em mdia, 5kg de fruto seco por safra durante 80 ou 90 anos, inclusive numa regio com precipitao anual de 550mm e semadubao e irrigao.

A florao gradual, dentro do perodo de tempo que se estende e tambm ao longo da prpriainflorescncia, comeando pela base e estendendo at o extremo apical (Ferguson & Arpaia, 1990).Em virtude disso, o perodo de florao das plantas femininas deve ser coberto por mais de um


4 de 9 13/02/2015 19:34


polinizador. Esse um aspecto importante, pois a produo tima obtida quando o plen chega sflores femininas nos dois primeiros dias de florao. As datas de florao podem variar entre 3 e 4semanas entre as cultivares que florescem mais cedo e as mais tardias, outro fator a ser consideradopara dispor os polinizadores.

O fruto uma drupa seca, de forma ovide. Pode ser consumido na forma de noz, torrado esalgado na prpria casca. Muito utilizado na confeitaria em geral. leo de noz de pistache tambm usado em indstrias de cosmticos e farmacuticos.

A noz abre-se naturalmente, expondo a amndoa. As nozes que no se abrem soaproveitadas para a indstria alimentcia, pela dificuldade de processamento final (torrar e salgar).Existem mquinas que detectam nozes no abertas.

Caractersticas do Cultivo

Cultivares: Cultivares diferem entre pases e so enxertados em mudas de diferentes porta-enxertos de Pistacia. O cultivo do pistache na Califrnia consiste em uma cultivar pistilada, 'Kerman,e uma cultivar estaminada ('Peters). A cultivar 'Kerman' foi importada do Ir (ento a Prsia) erecebeu o nome de sua provncia de origem; j Peters recebeu o nome do produtor de Fresno (CA)que o selecionou. Outras cultivares (Tous e Ferguson, 1996) em outros pases so 'Momtaz, 'Owhadie 'Kalehghouchi no Ir; 'Uzun e 'Kirmizi na Turquia; 'Red Aleppo na Sria; 'Aegina na Grcia;'Bianca' na Itlia; 'Mateur na Tunsia; 'Larnaka em Chipre e 'Sirora na Austrlia. Para cultivarespistiladas, como Red Aleppo, que florescem mais cedo que Kerman, a cultivar estaminada Chico mais recomendada como polinizador. Ainda da Califrnia, merece ser comentada a cultivar femininaJoley, lanada pela Universidade da Califrnia em 1980 (Rieger, 2005). Robinson (1997) destacaque a cultivar Sirora uma das menos exigente em frio e por isso mesmo, a mais cultivada naAustrlia. Embora apresente produo bienal, a alternncia em Sirora menos acentuada que emKerman. Por outro lado, sua noz um pouco menor e menos atrativa que a de Kerman.

Clima e Solo: A condio para produo de pistache caracterizada por veres longos, quentes,secos e invernos moderadamente frios ou frios. Na Califrnia a planta cultivada em reas ondetemperaturas de inverno somam 1.000 horas abaixo de 7C, que representa as condies exigidaspara quebrar o perodo de repouso para crescimento normal e frutificao do pistache cv. Kerman(Crane & Maranto, 1988). Embora plantas de pistache venham a crescer em solos rasos rochosos, aprodutividade bem maior em solos profundos bem-drenados e com uso de prticas culturaisapropriadas. Suas plantas toleram solos salinos ou alcalinos e tambm solos com alto contedo decalcrio. Embora originalmente de um ambiente xeroftico, suas plantas exigem mais gua que amaioria das fruteiras para produzir bem, aproximadamente 10.000 m3/ha por ano, sob condies doVale Central da Califrnia. Em outras reas da bacia mediterrnea (Ka_Ka, 2005), como o sul daItlia, a irrigao mnima indicada de 500-600 m3/ha/ano no vero mantm bom desempenho darvore. Geadas prximas ou logo aps a brotao reduzem drasticamente a produo.

Propagao: A propagao deve ser feita por enxertia, utilizando-se como porta-enxertos plantasdas espcies P. terebinthus, P. atlantica e P. integerrima, alm do hbrido P. atlantica x P. integrrima(Rieger,2005). As cultivares UCB1 e PG1 foram relatadas como bons porta-enxertos na NovaZelndia (Hart, 2005)

Plantio: O plantio, feito de preferncia em nvel e mantido com as entrelinhas sempre roadas, deveser realizado de preferncia no incio da estao chuvosa. Plantar em dias nublados, em covaspreviamente preparadas. Irrigar abundantemente. Plantam-se os porta-enxertos e trs anos depois,realizam-se as enxertias. Devido ao grande espaamento e ao longo perodo at o incio da produo, comum o cultivo intercalar, por exemplo, com videiras (Turquia). Os espaamentos mais utilizadosso 5 X 6 m; 6 X 7 m; 6 X 10 m (Austrlia); 8 X 10 (Turquia), os quais levam a uma necessidade demudas de 333, 238, 167 ou 125 mudas/ha, em covas de pelo menos 40cm X 40cm X 40cm.

Calagem: No h dados disponveis, mas tratando-se de plantas de origem em locais de solosalcalinos (pH 7 a 8) pode-se depreender que a necessidade de calcrio elevada.

Adubao

a) Plantio: a remoo de nutrientes pela cultura de pistache em cada hectare para umaprodutividade de 1.000 kg/ha foi estimada como sendo de: 30 kg de N, 12 kg de P2O5, 15 kg de K2O


5 de 9 13/02/2015 19:34


e 3 kg de CaO (Woodroof, 1979), portanto essa deve ser a base para o estabelecimento de adubaode reposio e produo.

Materiais orgnicos, como esterco de curral, devem ser aplicados numa base de 30 t/ha se amatria orgnica do solo estiver abaixo de 2 por cento. Adubos minerais e material orgnica devemser aplicados no solo e misturados terra antes do plantio, em quantidades baseadas na anlise desolo conforme a Tabela 4:

Tabela 4. Quantidades de nutrientes a aplicar (P, K e Mg) na implantao do cultivo do pistacheiroconforme a anlise do solo

P no soloPpm

Qtde.P2O5

kg/haK no solo

PpmQtde. K2O

kg/haMg no solo

ppmQtde. MgSO4

kg/ha0-7 100-150 0-100 150-200 0-25 300-400

7-14 50-100 100-200 70-150 25-50 200-30014-20 50 > 200 Nada 50-100 100-200

> 20 Nada

b) Formao:

Na Califrnia, o nitrognio o principal nutriente necessrio para o crescimento apropriado dopistacheiro e para rendimentos timos. A frmula 32-0-0 aplicada por gotejamento com aquantidade aumentada cada ano at o completo estabelecimento do pomar. Durante os primeirosdois anos, boro aplicado no solo em agosto (hemisfrio norte) embaixo dos emissores e zinco foliar aplicado em fim de outubro para forar a inatividade. No terceiro e stimo anos da formao,sulfato de zinco a 36% e boro so aplicados na folha no final de fevereiro e incio de maro(hemisfrio norte). Sulfato de cobre, se necessrio, aplicado em abril.

c) produo:

Dispondo-se de anlises foliares, os dados da Tabela 5 do a indicao da concentrao doselementos nutrientes em folhas de crescimento normal do pistacheiro.

Uma adubao aproximada e em funo da colheita (para 1.500 kg/ha de pistache em casca) seria:

100 kg/ha de N

65 kg/ha de P2O5

40 kg/ha de K2O

Tabela 5.- Faixas de concentrao de elementos minerais nas folhas dopistache que mostram crescimento normal.

Elemento Faixa de concentrao com base em peso seco

Nitrognio

Fsforo

Potssio

Clcio

Magnsio

Sdio

Cloro

Mangans

2,50 - 2,90 %

0,14 - 0,17 %

1,00 - 2,00 %

1,30 - 4,00 %

0,60 - 1,20 %

0,002 - 0,007 %

0,10 - 0,30 %

30,00 - 80,00 ppm


6 de 9 13/02/2015 19:34


Boro

Zinco

50,00 - 230,00 ppm

7,00 - 14,00 ppmFonte: Crane e Maranto (1981).

~Controle de pragas ou doenas: No h relatos de nenhuma doena sria atacando o pistache naTurquia ou no Ir. Na Califrnia, porm, muitos pomares foram ameaados seriamente por murchade Verticillium (Verticillium dahliae). Recentes levantamentos em pomares na Califrnia revelaramque outras doenas, como ferrugem de Botrytis nas flores e ramos (Botrytis cinerea), e ferrugem deBotryosphaeria na pancula e broto causada por Botryosphaeria dothidea, esto aumentando naCalifrnia (Michailides et al., 1988).

~Outros tratos culturais:

Sistema de conduo: As plantas devem ser conduzidas desde o incio da formao para obterrvores de boa conformao e que permitam facilmente tratos culturais e colheita (Lemus, 2004).

a) Poda de formao: Depois do primeiro ano de crescimento do enxerto, decapita-se no inverno auns 70-100 cm, para formar 3 a 5 ramos laterais, seguindo o sistema de taa ou eixo modificado,separando as ramas uns 30 cm uma da outra no eixo. O centro da rvore deve manter-se abertopara permitir a entrada de luz e com ela a rpida induo das gemas florais. Na etapa de formaoda estrutura da rvore necessrio despontar a 75 cm os brotos novos, a fim de impedir que o pesodo pice da rama faa que o ngulo seja maior que 45. Alm disso, isto promove a brotao dasgemas laterais das ramas mes. Uma vez que as ramas primrias so selecionadas no necessriorealizar muitos cortes mais, apenas deve-se podar para proporcionar ramificao ou balancear umramo com outro ou com o resto da rvore. No se recomenda cortar todos os ramos por igual, poispodas em diferentes alturas desenvolvem boa bifurcao e crescimentos fortes onde se necessitam.

b) Poda de conduo: Depois que a estrutura bsica foi estabelecida, s se necessitam podasleves. Aos 5 ou 6 anos a planta comea a emitir flores, uma a duas gemas abaixo do pice, sendo asextremidades vegetativas. Os pistacheiros frutificam igual aos pessegueiros, em gemas laterais namadeira da temporada anterior, motivo pelo qual seu crescimento em longitude deveria serestimulado a cada ano para maximizar a produo de nozes. A dominncia da gema terminal fortee pode continuar seu desenvolvimento sem ramificaes, formando frutos cada vez mais distantes doeixo central> Por causa disso, a cada certo nmero de anos devem eliminar-se esses ramos apicais,para ser substitudos por outros novos. Alm disso, se realizam cortes eliminando ramas dbeis,delgadas, sombrias ou para proporcionar luz. Tambm so eliminadas ramas muito vigorosas ousecas.

~Colheita: A colheita feita mecanicamente por vibradores aplicados aos troncos ou manualmente.Se os frutos no forem recolhidos do cho e processados no mesmo dia, a aflatoxina pode ser umproblema. A produtividade normal no elevada nos locais mais tradicionais de cultivo, entretanto,os melhores pomares de pistache da Austrlia esto em nvel parecido com aqueles da Califrnia, isto, produzindo 5t/ha num ano bom e 3t/ha num ano ruim (em ingls, anos On e Off) em plantas de12 anos de idade.

Industrializao

A industrializao inclui processos mais ou menos simples, como mostrados na figura,


7 de 9 13/02/2015 19:34


com fluxograma estabelecido para aproveitamento mximo daquilo que produzido, podendo gerartanto o pistache para consumo direto, final, como pistache para atender a indstria alimentcia.

Consideraes Finais - Esforos para Introduo no Brasil

Qualquer iniciativa no sentido de tentar a introduo do cultivo do pistache no Brasil,deveria obrigatoriamente contar com forte apoio da iniciativa privada interessada na questo. Ospassos seriam a introduo e a quarentena de material porta-enxerto e copas produtoras epolinizadoras. Nesse sentido, o Instituto Agronmico (IAC), teria condies de importar equarentenar acessos de pistacheiros, pois oferece estrutura suficiente para tal trabalho.

Literatura Citada

~BARBOSA, W.; POMMER, C.V.; RIBEIRO, M.D.; VEIGA; R.F.A.; COSTA, A.A. Distribuiogeogrfica e diversidade varietal de frutferas e nozes de clima temperado no Estado de So Paulo.Rev. Bras. Frutic., vol. 25, no. 2, p.341-344. 2003.~CRANE, J.C. e B.T. IWAKARI. Morphology and reproduction in pistachio. Hort. Rev. vol.3,p.376-393. 1981.~CRANE, J.C. e J. MARANTO. Pistachio production. Univ. of California, Div. Agric. & NaturalResources. Public. 2279. 1988.~FERGUSON, L. e M. ARPAIA. Pistacio. In: New subtropical tree crops in California. p. 331-337. In:J. Janick and J.E. Simon (eds.), Advances in new crops. Timber Press, Portland, OR. 1990.~HART, R. Work in Progress Report 2001 http://www.treecrops.org.nz/bydate/nat2002/resrep02.html 2002 - Atualizado em 2004. Capturado em agosto de 2005~KA_KA, N. Almond and pistachio production in the Mediterranean countries. Department ofHorticulture, Faculty of Agriculture, University of Kahramanmaras Sutcuimam, Kahramanmaras,Turkey. 9p. (Internet 2005).~KDEN, A.B; KDEN, A.; NIKPEYMA, Y.; KASKA N. Effects of chemicals on bud break of pistachiosunder mild climate conditions. Acta Horticulturae, Leuven, v.419. (I International Symposium onPistachio). 1995 (abstract).~LEMUS S., G. El cultivo del Pistachio (Pistacia vera). Gobierno de Chile. Fundacin para laInnovacin Agraria FIA. 38p. Junho, 2004.~MICHAILIDES, T.J.; J.M. OGAWA; J.D. MACDONALD; L. FERGUSON. Symptoms of fungal diseasesof pistachios in California. California Pistachio Industry. Grower's Leaflet 3. 1988.~POMMER, C.V.; BARBOSA, W.; TOMBOLATO, A.F.C. Pistache: informaes econmicas comosubsdios ao cultivo no Brasil. Informaes Econmicas, So Paulo, v. 35, n.12, 2005. [artigo em pdf]~RAHEMI; M.; ASGHARI, H. Effect of hydrogen cyanamide (dormex), volk oil and potassium nitrateon budbreak, yield and nut characteristics of pistachio (Pistacia vera L.). Journal of HorticulturalScience and Biotechnology, Coventry, v.79, n.5, pp. 823-827. 2004.~RIEGER, M. Pistacio. Universidade da Gergia, USA. Internet: http://www.uga.edu/fruit/pistacio.htm ; agosto de 2005.~ROBINSON, B. Pistachio nuts. In: The New Rural Industries: a handbook for farmers andinvestors. Rural Industries Research & Development Corporation, Australia. 1997.~TOMBOLATO, A.F.C. Fruticultura de clima temperado na Tunsia. O Agronmico, Campinas, v.37,n.1, p.33-40. 1985.~TOUS, J. e L. FERGUSON. Pistachio. In: Mediterranean fruits. p.416-430. In: J. Janick (ed.),Progress in New Crops. ASHS Press, Arlington, VA. 1996.~WOODROOF, J.G. Pistachio nuts. p. 572-603. In: Tree nuts. 2. ed. AVI, Westport CT. 1979.

Dr. CELSO V. POMMER, Engenheiro Agrnomo pela ESALQ - USP, em 1969,

Doutor em Cincias pela Unicamp, em 1976, Pesquisador Cientfico do

Instituto Agronmico - IAC, de 1970 a 2003,

Contato:[email protected]


8 de 9 13/02/2015 19:34

http://www.infobibos.com/artigos/pistache/Index.htmhttp://www.uga.edu/fruithttp://www.treecrops.org.nz/bydate/nat2002

WILSON BARBOSA concluiu o mestrado em Agronomia pela Universidade de So

Paulo (ESALQ/USP) em 1989. Atualmente Pesquisador Cientfico VI, do Instituto

Agronmico (IAC), rgo de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento

do Estado de So Paulo.

Contato:[email protected]

Dr. Antonio Fernando Caetano Tombolato, pesquisador Cientfico do Instituto

Agronmico - IAC

Contato: [email protected]

Reproduo autorizada desde que citado o autor e a fonte

Dados para citao bibliogrfica (ABNT):POMMER, C. V.; BARBOSA, W.; TOMBOLATO, A. F. C.. Pistache: possibilidade de cultivo noBrasil e tecnologia de produo. 2006. Artigo em Hypertexto. Disponvel em:. Acesso em: 13/2/2015

publicado no InfoBibos em 25/04/2006

imprimir Arquivo em PDF Envie para um amigo

Veja Tambm...


9 de 9 13/02/2015 19:34


Pistache Possibilidade de Cultivo No Brasil e Tecnologia de Produção

Documents

Transcript of Pistache Possibilidade de Cultivo No Brasil e Tecnologia de Produção