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Perspectivas Econômicas com Novo Governo Márcio Holland Escola de Economia de São Paulo - Fundação Getulio Vargas (FGV EESP) São Paulo, 06 de novembro de 2018

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Perspectivas Econômicas com Novo Governo

Márcio Holland

Escola de Economia de São Paulo - Fundação Getulio Vargas (FGV EESP)

São Paulo, 06 de novembro de 2018

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Cenários de Curto Prazo

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Estamos saindo de uma “balance-sheet recession”

Altas taxas de desemprego, 11,9% (trimestre móvel jul-set)

Nível de utilização da capacidade da indústria (78%) ainda baixo, mas crescente

(jan/2018, 73%)

Baixa taxa de investimento, 15,7% do PIB

Deterioração fiscal - ajuste necessário de 4% do PIB: primário de R$159 bi (2,3% do PIB)

para dez/2018; primário requerido de 2,0% a 2,5% do PIB

Incertezas sobre desenhos de reformas econômicas e sobre capacidade de aprovação

no congresso.

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Balance-Sheet Recession sob turbulência perfeita excessos de crédito e de investimentos comprometeram a retormada em clima de forte conflito poliíico e de desordem moral

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Fonte: IBGE

PIB, Indústria e Investimento, taxas de crescimento 4_tri acumulados 1996-2018

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Brazilian Balance-Sheet

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Indústria é mais pro-cíclica PIB per capita derretou 10% em 2014-2016

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PIB e Investimentos, taxas de crescimento 4-Tri acumuladas – 2014-2021 Produção Industrial, Index 2012 = 100 2002-2018

Fonte: IBGE

Greve dos Caminhoneiros

Crise Internacional

Brazilian Balance-Sheet

Recession Brazilian Balance-Sheet

Recession

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Indústria: melhorando em relação ao triênio 2015-2017, mas ainda pior que o triênio

2011-2013 e mesmo 2014, ano de início da recessão

Fonte: CNI

Utilização da capacidade instalada, media, % 2011-2018

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Gap entre “mercado consumidor doméstico” e “produção industrial doméstica” se amplia após a crise de 2008

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Retail Sales

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Source: IBGE

Industrial Production and Real Retail Sales, Indexes 2002.1 = 100 2002-2018

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Elevadas taxas de desemprego: qual seria a taxa novo-normal?

12,5 milhões de desempregados

Taxas de Desemprego (%, Trimestral), PNADC, 2012-2018

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Cenário para juros e inflação relativamente estável no próximo ano: ambiente bom para retomada dos investimentos

Inflação (IPCA), Taxa Básica de Juros(SELIC) e Taxa Real de Juros (ex-ante), % anual. 2000-2018

Fonte: Bacen; elaboração própria

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Real desvalorizou menos e foi menos volátil em 2018 em relação a 2002

Taxa de Câmbio, Real Brasileiro por Dólar Americano, cotações diárias – 2002 e 2018

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Desvalorização até 05/nov: 2002 = 52% 2018 = 13% Max de desvalorização no ano 2002 = 68% (out) 2018 = 28% (set)

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Desvalorização recente respondeu parcialmente pelo cenário internacional, mesmo em context de corrida eleitoral doméstica

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Brazil United States

Fonte: BIS; elaboração própria

Taxa Real Efetiva de Câmbio, BRL e USD 2010 = 100, 1994 -2018

Mesmo desvalorizado, Real Brasil está em nível histórico

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Desafios do Novo Governo

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Fiscal: o maior de todos os desafios

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Resultado Primário– Governo Central, % do PIB, 2002-2021 Dívida Bruta do verno Central, % do PIB, 2006 -2018

Fonte: MF e Bacen, elaboração própria.

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Adiar correções fiscais aumenta o custo do ajuste

Despesas do Governo Central, acumulada 12 meses a preço de set/2018, em R$ bilhões. 2009-2018

Despesas obrigatórias crescem independente do ciclo econômico.

Ajuste fiscal forte nas despesas discricionárias, basicamente em investimentos.

O que é discricionário (investimentos) deveria ser obrigatório e o que é obrigatório deveria ser despesa para ajustes em tempos de crise.

Fonte: STN

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Gastos primários tem crescido independente de governos

Gastos primários da União, % do PIB, 1991 -2017

Fonte: MF, apresentação Mansueto de Almeida.

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Envelhecimento da população brasileira coloca mais desafios

Source: United Nations

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Envelhecimento requer revisão urgente dos parâmetros da previdência

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Total % na POP

População Brasileira com 65 anos de idade ou mais, 2018 e 2060, total e % da população total

Fonte: IBGE, elaboração própria.

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Previdência é um problema mundial!

Razão de Dependência do Idoso (65 anos ou mais por 15 a 64 anos) 1950 - 2100

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Mundo Brasil Paises com Renda Alta Países de Renda Média Africa

Em 2075, a população brasileira será tão envelhecida quanto a de economias ricas

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Produtividade do trabalho semi-estagnada requer medidas estruturais e de longo prazo

Baixa qualidade da educação, veja PISA (The Program for International Student Assessment)

Incertezas nas instituições, regras de pouca duração: fala de previsibilidade de longo prazo

Ambiente de negócios ruim (Doing Business Indicators, WB)

Desafios da política macroeconômica (principalmente no front fiscal)

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50.000

60.000

1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015

Germany United States Australia New Zealand

China (Alternative) China (Official) India Japan

Malaysia South Korea Taiwan Thailand

Argentina Brazil Chile Colombia

Mexico South Africa

Per capita income, USD PPP 2011, 1950 - 2016

Fonte: The Conference Board

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Propostas em discussão, mas ainda sem plano detalhado de vôo

• Reforma da Previdência: começa a revalencer a idéia de mudar de regime de repartição (modelo paramétrico) para regime híbrido (com capitalização)

• Reforma Tributária: discussão sobre se o IVA já não nasceria obsoleto e um imposto sobre movimentação financeira não seria mais eficaz; riscos de perdermos a oportunidade

• Privatizações: excesso de Estatais!

• Abertura commercial, gradual e com novos parceiros comerciais.

• Incentivos setoriais e industriais: converge a ideia de que gera distorções alocativas

• Retomada dos investimentos com concessões

• Ideias de independência do Banco Central

• Ideias de Orçamento Base Zero

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Problemas fiscais no primeiro ano do novo governo

• Regra de Ouro: projeções da STN mostram insuficiência de R$111,2 bilhões para o seu cumprimento em

2019

• Suficiência de R$14,6 bi para 2018, graças a antecipações do BNDES (R$130 bi), Fundo Soberano

(R$27,5 bi), FND (R$17,4 bi), etc.

• Regra de Ouro: dispositivos legais que vedam que os ingressos financeiros oriundos do

endividamento (operações de crédito) sejam superiores às despesas de capital (investimentos,

inversões financeiras e amortizações da dívida).

• Teto de Gastos: difícil cumprimento em 2019 e retomada de investimentos comprometida

• Salário mínimo: vencimento da política atual

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Por que a reforma da previdência?

1. Oferecer sistema confiável, equilibrado e eficiente.

2. Dinâmica demográfica em si impõe mudanças

População inativa vai aumentar mais de 260%

3. Tecnologia disruptiva afetando mercado de trabalho

4. Distorções sociais (privilégios) no sistema previdenciário brasileiro

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Por que a reforma da previdência?

1. Coexistência de regimes contributivos e não-contributivos, sem diferenciação de fontes de

financiamentos*: cunha fiscal no mercado de trabalho

2. Benefícios com riscos atuariais distintos em um mesmo sistema.

3. Tratamento da “aposentadoria rural” como se fosse “assistencial”.

4. Elevado volume de aposentadorias precoces (entre 50 e 55 anos de idade)

5. Diversos regimes especiais (mulheres, servidores civis, militares, rurais, professores,

parlamentares, judiciário...)

6. Sistema muito pouco transparente.

* Texto da FIPE

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Por que a reforma da previdência?

1. Gastos com previdência no Brasil já superam 13% do PIB, mas população com 65 ano ou mais é de apenas

8%; para mesmo nível de gastos, a população idosa mundial é superior a 14%.

2. Até 2060, enquanto a população idosa vai crescer mais de 260%, a população com até 64 anos vai diminuir.

A razão de dependência sai de 13% para 44%.

3. Gastos previdenciários crescem mais que 6% ao ano, em termos reais; bem acima da média de

crescimento do PIB: desde 1997, os gastos com o RGPS saltaram 3,5% do PIB (de 4,9% para 8,4% do PIB).

4. A taxa de reposição no Brasil é acima (76% do salário médio) da média mundo (média de 50% -varia de

40-Japão a 73%-Grécia).

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Brasil é ponto fora da curva!

Fonte: Banco Mundial. 2017. Summary Note on Pension Reform in Brazil. Abril, 13, baseados em dados do IBGE e do Banco Mundial.

Total de Gastos Previdenciários (RGPS e RPPS) % do PIB e Razão de Dependência de Idoso (65 ou mais / pop idade ativa)

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Envelhecimento da população brasileira é desafio adicional para o

crescimento econômico

Razão de Dependência % 2000 - 2060

Fonte: IBGE

19,79

63,25

13,06

44,44

4,44

19,48

-

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

POP 60 POP15 POP 65 POP 15 POP 75 POP 15

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Déficit teve um componente cíclico, mas mudou de patamar

Fonte: STN

-200.000

-180.000

-160.000

-140.000

-120.000

-100.000

-80.000

-60.000

-40.000

-20.000

- -

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Receitas e despesas do RGPS (R$ milh de dez/2017)

Arrecadação Líquida para o RGPS Benefícios Previdenciários - Total Resultado

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-

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

20

23

20

24

20

25

20

26

20

27

20

28

20

29

20

30

20

31

20

32

20

33

20

34

20

35

20

36

20

37

20

38

20

39

20

40

Gastos da União com Benefícios Previdenciários em 2017: R$560 bilhões

Mantido o crescimento atual dos gastos previdenciários, em 2040 o pais vai gastar mais de R$2,5 trilhões!

Mantida os critérios atuais de acesso, com o crescimento demográfico, as despesas com o RGPS aumentarão quase 5 vezes até 2040.

Despesas da União com o RGPS, em R$mi, preço de dezembro de 2017

Fonte: STN, projeções de 2018 a 2040 são do autor

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Evolução dos déficits previdenciários do RGPS e RPPS da União Ano 2017

Fonte: Secretaria da Previdência Social, Ministério da Fazenda

Déficit RGPS + RPPS (União) R$ 268,8 bilhões

Déficit RGPS R$ 182,5 bilhões Aumento de 21,8% em relação a 2016

Déficit Urbano R$ 71,7 bilhões Aumento de 54,7% em relação a 2016

Déficit Rural R$ 110,7 bilhões Aumento de 7,1% em relação a 2016

Déficit do RPPS (União) R$ 86,3 bilhões Civis: R$45,2 bilhões (+20,3%) Militares: R$ 38 bilhões (+10,6%)

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Por que a reforma da previdência?

1. Previdência consume 63% das receitas tributárias de 2017, ou 57% das despesas

primárias

2. Apenas 24% dos gastos com aposentadorias são por idade. 54% delas são “rurais”/

93% das aposentadorias rurais são por idade.

3. A aposentadoria por tempo de contribuição, mesmo sendo 18% da quantidade de

benefícios, consume mais de 28% dos gastos previdenciários / idade média de 55

anos.

4. Pensões por morte representam 21% dos gastos previdenciários são / gastos com

essa clientela passam de R$104 bilhões.

5. 67,7% dos aposentados ganham até 1 SM.

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A Previdência das Distorções

Critérios

Urbano vs Rural No RGPS, Rural responde maior parte do déficit, mas o campo só representa 5% da população na força de trabalho.

Privado vs Público Privado (RGPS) com mais de 32 milhões de beneficiários, gasta R$ 436 bilhões (R$15 mil per capita) e déficit de R$149,7 bilhões Público (RPPS) com 3,6 milhões de beneficiários, gastos de R$273 bilhões (R$74,1 mil per capita) e déficit de R$155,7 bilhões

Judiciário/Legislativo/MP/Executivo Gastos per capita muito distantes do RGPS Legislativo: R$348 mil; Judiciário: R$267 mil; MP: 217 mil e Executivo: R$92 mi

Pensões vs Aposentadorias Gastos com pensões são de 3% do PIB, com mais de 2,4 milhões de beneficiários acumulando com Aposentadorias

Militares 330 mil beneficiários gerando déficit de R$38 bilhões

Regimes Especiais Simples/MEI com forte disfuncionalidade atuarial

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2. Reforma proposta pelo Governo Federal

(PEC 287/2016)

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Elementos da proposta paramétrica do Governo Federal (PEC 287/2016)

• Idade mínima de 65 anos e contribuição de 25 anos.

• Aumento da idade mínima conforme dinâmica demográfica (expectativa de sobrevida aos 65 anos).

• Regra de Transição.

• Isonomias

• por gênero

• Rural/Urbano

• RGPS e RPPS: Servidores Públicos e Trabalhadores da Iniciativa Privada

• Isonomia entre os Poderes (Judiciário, Legislativo, e Executivo)

• Não cumulatividade de benefícios (Pensões e Aposentadorias).

• Mais critérios para concessão de Pensões por Morte.

• Revisão de conceito de “invalidez”.

• Aposentadoria de Militares e de Parlamentares.

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Itens Propostas Referência Legal

Idade Mínima 65 anos Aumento da idade mínima em razão do aumento da expectativa de sobrevida do brasileiro

PEC 287/2016

Gênero Mesmo Tratamento PEC 287/2016

Tempo mínimo de Contribuição

25 anos Ambos

Valor do Benefício 70% da média + 1,5 para cada ano que superar 25 anos de tempo de contribuição; + 2,0, para o que superar 30 anos; e +2,5, para o que superar 35, até 100%*

Substitutivo

Aposentadoria Rural Igual a Urbana, mínimo de 65 anos de idade e 25 anos de contribuição; contribuição sobre SM com alíquota favorecida a ser regulamentada.

PEC 287/2016, mas pode ser suavizado

Regras de Transição Não há corte de idade para entrar na transição; 30% de pedágio sobre o que faltará para cumprir 30 anos de contribuição, se mulher, ou 35, se homem**.

Substitutivo

Professores As mesmas regras dos demais trabalhadores

Miliares Idade mínima de 65 anos, com 25 anos de contribuição*** PL junto com PEC

Elementos da proposta paramétrica do Governo Federal (PEC 287/2016)

* No texto original é de 51% da média + 1% por ano de contribuição até 100% ** No texto original mulher com 45 e homens com 50 anos ou mais de idade, com 50% de pedágio sobre o que falta para cumprir 30 anos de contribuição, se mulher, ou 35 anos, de homem. *** mesmo que previsto na PEC 287/2016 para Policiais.

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Elementos da proposta paramétrica do Governo Federal (PEC 287/2016)

Critério Modelo Atual Proposta Observação

Pensão por Morte

Tempo de Contribuição, Casamento ou União Estável de 24 meses Duração do benefício de acordo a com expectativa de vida do cônjuge. Valor Integral da aposentadoria do falecido mais 70% do que excede ao teto.

60 meses de contribuição, casamento ou União

Estável, crescendo conforme demografia.

Mantem

50% + 10% a cada um dos pensionistas até 21 anos

de idade. Se somente a viúva: 60%.

Difere da PEC 287/2016 e

no Substitutivo no tempo

mínimo de contribuição,

casamento ou união estável.

Invalidez Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada

Cobertura dos eventos de incapacidade temporária

ou permanente para o trabalho, morte e idade

avançada

Conforme PEC 287/2016

BPC

Para o idoso: com idade igual ou superior a 65 anos, para homem ou mulher. Para a pessoa com deficiência: qualquer idade – pessoas que apresentam impedimentos de longo prazo (mínimo de 2 anos) de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Substitutivo

Pessoa com deficiência e idoso com mais de 68

anos;

Aumento da idade com o aumento da expectativa

de sobrevida do brasileiro;

Idade subirá de 65 a 68 anos a partir de 1º/1/2020,

em um ano a cada dois anos.

Em linha com a PEC

287/2016 desvinculação do

salário mínimo, que seria

corrigido pela inflação

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3. Reforma Paramétrica 3.0

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Medidas

• Combinação da PEC 287/2016 com Substitutivo

• Aperfeiçoamento institucional da PEC PL

• Conta gráfica individualizada (nocional)

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Inovação institucional

• Considerando que o país estaria mantendo o modelo paramétrico, convergindo todos para aposentadoria por idade, com contribuição mínima de 15 ou 25 anos

• A PEC que altera as regras para acesso aos benefícios previdenciários, pensionários e assistenciais poderia prever que correções nos parâmetros para acesso a benefícios podem ser alterados por projeto de lei (PL):

• Importante manter o princípio do debate democrático sobre o tema em futuros ajustes de parâmetros.

• Simplifica processos de correções sem exigir excessos de barganhas políticas, em muitos casos com resultados duvidosos para o sistema de aposentadorias.

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Contudo, a reforma da previdência não evita crescimento do número

de beneficiários, nem o aumento dos gastos, seja em termos reais,

seja em % do PIB!

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Mesmo com a reforma o número de beneficiários deve crescer

Evolução do estoque de beneficiários total urbano (2016-2060). Em milhões de beneficiários.

Em 2015, o estoque de beneficiários total urbano era de 8,45 milhões.

*BEPS Out/2015

Nota: exercício para o caso de aumento médio de 6 meses por ano na idade média para se aposentar no país.

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E as despesas seguirão crescendo, mesmo que bem menos do que sem a reforma

Evolução da despesa previdenciária total urbana (2016-2060). Em R$ bilhões.

Em 2015, a despesa previdenciária total urbana era de 152 bi.

*Anualização do valor do BEPS Out/2015

Nota: exercício para o caso de aumento médio de 6 meses por ano na idade média para se aposentar no país.

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4. Nova Previdência Universal

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Regimes Previdenciários no Brasil: 3 pilares

Regime Geral da Previdência Social (RGPS) - inclui os todos os indivíduos que contribuem para o Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS): trabalhadores da iniciativa privada, funcionários públicos (concursados e não concursados),

militares e integrantes dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo.

Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) - organizadas pelos estados e municípios para servidores públicos

ocupantes de cargos efetivos (que exigem concurso público). Existem dois regimes de RPPS: o de repartição simples e o

de capitalização.

Previdência Complementar - é um benefício opcional, que proporciona ao trabalhador um seguro previdenciário

adicional, conforme sua vontade. É uma aposentadoria contratada para garantir uma renda extra ao trabalhador ou a seu

beneficiário. Os valores dos benefícios são aplicados pela entidade gestora, com base nos chamados cálculos atuariais

(que estabelece o valor da contribuição mensal necessária para pagar as aposentadorias prometidas). O sistema não é

compulsório mas tem incentivo fiscal de diferimento de imposto de renda

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Modelos Alternativos

1. Modelo paramétrico, repartição: No modelo de repartição, as contribuições dos

trabalhadores ativos pagam os benefícios dos aposentados e pensionistas.

2. Modelo não-paramétrico, capitalização: Cada trabalhador poupa recursos, que são

guardados em uma conta própria. Pode ser de beneficio definido, contribuição

definida ou misto.

3. Modelo misto: Combina benefícios pagos pelo governo (universais) com teto

relativamente baixo em formato de repartição, mais contribuições (privadas)

individuais.

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Modelos Alternativos: vantagens e desvantagens

Modelo Vantagens Desvantagens

Modelo Paramétrico, repartição Factibilidade maior para aprovação de reforma, dado que é o modelo atual. Solidariedade entre as gerações

Dinâmica demográfica, Tecnologia, mudanças no mercado de trabalho, desequilíbrios atuariais, tornam modelo recorrentemente obsoleto

Modelo Não-paramétrico, capitalização

Sem riscos e sem desequilíbrio atuarial com contribuição definida Reduz cunha fiscal

De difícil (e cara) implementação imediata quando se está em regime de repartição.

Modelo misto Razoável factibilidade Menor risco atuarial que regime de repartição Mais justo

De dificuldade moderada de adoção

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Modelo Proposto

1. Nova Previdência Universal para nascidos a partir do dia da publicação do ato legal. (EC

anunciando que PL fixará condições, mas que já vale para nascidos desde então).

2. Separa benefícios conforme riscos atuariais distintos

3. Conta gráfica individualizada

4. Reduz a cunha fiscal

5. Dá mais liberdade para os trabalhadores escolherem suas proteções

6. Estimula a contribuição e a formalização no mercado de trabalho

7. Sistema mais justo

8. Educação previdenciária e incentivos à aquisição de seguros de renda

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Modelo Proposto

1. Requer reforma paramétrica (PEC + Substitutivo) para trabalhadores remanescentes no sistema atual, além do

componente de repartição da nova previdência universal.

2. Nova Previdência Universal, para novos ingressantes no mercado de trabalho, ou nascidos há 16 anos, ou

nascido em 01/01/2001, por ex. (baseado na proposta da Fipe)

1. Instituição de Renda Básica do Idoso (RBI), não contributivo, universal (CCiF / Fipe) em substituição à LOAS/BPC e outros programas de renda para

idoso.

Hoje existem 8 milhões de idosos (65+), o programa se precificado a 1SM representaria 1,4% do PIB, para manter esta proporção o PIB teria que crescer 2,7%

a.a. até 2060 (SM constante em termos reais)

2. Benefício do Regime de Repartição (BRR), público, contributivo, repartição, conta gráfica individualizada

Teto menor do que o atual, algo como R$2.000,00 a R$3.000,00 - Estudo do tamanho das alíquotas

3. Benefício do Regime de Capitalização (BRC), privado ou público (fechado ou aberto), contas individuais

Planos complementares de livre escolha e contribuição, não compulsório.

4. Instituição de Seguro de Renda (SR), individual, sistema de capitalização

Incluir no SR benefícios com risco atuarial distinto do previdenciário: Auxílio-Doença, Salário-Maternidade, Salário-Família, Auxílio Acidente, Auxílio Reclusão, etc

Conta separada da Previdência Social; pode ser público ou privado; fechado ou aberto.

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Outras Medidas: Nova Previdência Universal

• Aperfeiçoamento do sistema de previdência complementar privada.

• Introduzir maior competição entre as EFPC e EAPC.

• Promover produtos de menor custo para estas instituições, como investimentos que sigam índices de

mercado etc.

• Introdução das melhores práticas de governança corporativa na Funpresp.

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Geração Modelo Descrição Síntese

Previdência 1.0 Modelo vigente Modelo de repartição (paramétrico); diversos regimes

especiais (rural, servidores públicos, gênero, pequena

empresa, militares, etc).

Previdência 2.0 Modelo proposta pela PEC 287/2016 +

Substitutivo

Mantem modelo de repartição (paramétrico); reduz um

pouco os regimes especiais, ou reduz um pouco hiatos

entre benefícios.

Previdência 3.0 Modelo proposto pela PEC 287/2016 +

Substitutivo + Aperfeiçoamentos

institucionais

Adiciona permissão para lei ordinária ajustar parâmetros;

institui conta gráfica individualizada; institui lei de

reponsabilidade da previdência complementar.

Previdência 4.0 Cria modelo híbrido de previdência

para nova geração de ingressantes no

mercado de trabalho

Novo regime para futuros trabalhadores convive

concomitante com previdência 3.0 (para trabalhadores

atuais, mas que tem a opção de migrar para o novo

regime) combina repartição básica com capitalização, cria

seguro renda e alíquotas e contas apartadas conforme o

regime (previdência e renda).

Evolução Proposta de Modelo Previdenciário Brasileiro

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Pilar Benefício Descrição do Benefício Característica do Benefício

Previdência Social

Renda Básica do Idoso (RBI) Equivalente à meio Salário Mínimo,

corrido monetariamente

Não contributivo

Universal

Benefícios do Regime de

Repartição (BRR)

R$3.000,00 (três mil reais), corrigido

monetariamente

Contributivo, em regime de

repartição

Alíquota igual para todos

Conta gráfica individualizada

Benefício do Regime de

Capitalização (BRC)

Benefício depende das contribuições

ao longo da vida

Contribuições individuais

Contas individualizadas

Seguro Renda (SR)

Plano Básico (SRB) para

cobrir auxílio-doença,

auxílio-acidente, auxílio-

reclusão e salário-

maternidade.

Acionado perante o governo, em caso

de sinistro.

Contributivo, em regime de

repartição

Alíquota igual para todos, apartada da

alíquota da Previdência Social

Conta gráfica individualizada

Plano Complementar de

Seguro Renda (SRC)

Acionado perante a seguradora em

caso de sinistro

Contribuições individuais, alíquotas e

condições de mercado

Contas individualizadas

Pilares da Previdência 4.0: Novos Ingressantes no Mercado de Trabalho

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6. Resultados esperados

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Efeitos esperados com a reforma

Promove a sustentabilidade da previdência social no pais.

Minimiza distorções e injustiças, ao longo das próximas décadas.

Aumenta a poupança pública e a privada, permitindo aumento

sustentado dos investimentos.

Aumenta o produto potencial, mais demanda com menor pressão

inflacionária, portanto, menores taxas de juros.

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Agenda de privatizações

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Brasil é ponto fora da curva no mundo?

Número de Empresas Estatais na OECD – ano 2016

Fonte: OECD. The size and sectoral distribution of SOEs in OECD and partner countries. 2017.

54

0

50

100

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400

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100.000,00

200.000,00

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600.000,00

700.000,00

800.000,00

900.000,00

Número de Empregados em Estatais na OECD – ano 2016

Fonte: OECD. The size and sectoral distribution of SOEs in OECD and partner countries. 2017.

BRASIL É PONTO FORA DA CURVA NO MUNDO?

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50

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Evolução das Estatais no Brasil

Número de Estatais da União 1930-2018

Fonte: SEST/MPOG e autores diversos.

FHC: R$92,5bi

com privatizações Figueiredo: 42

desestatizações Lula/Dilma:

reeditam as

Estatais

56

Sarney: 17

desestatizações

Collor: PND

Criação de mais

de 220 SOEs

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Programa de Privatizações para o Brasil

“A privatização é mais um exemplo dos governos fazendo a coisa certa pelos motivos errados”. Vicent Wright

“No Brasil, empresa privada é aquela que é controlada pelo governo, e empresa pública é aquela que ninguém

controla.” (Roberto Campos)

Objetivo: Aumentar a eficiência da economia brasileira.

Governança do Programa: Constituição de Comissão Especial de Privatização, no âmbito do CND (Conselho Nacional de Desestatização), instalada no

BNDES, com mandato fixo e distinto do de Presidente da República; membros submetidos à sabatina do Senado Federal,

similar ao de diretores de BC e de agências reguladoras.

Escolha de Empresas Veja quadro a seguir

Agências Reguladoras Reforço a independência de agências reguladoras (Anatel, Aneel, CADE, CVM, etc), com medidas para aprimorar governança e

de indicações de seus membros.

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Programa de Privatizações para o Brasil: caracterização das

empresas

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Programa de Privatizações para o Brasil (2019-2022)

• Todas as empresas (138) controladas pela União entram obrigatoriamente no Programa de Privatização e

Reestruturação de Estatais.

• Comissão Especial de Privatização (CEP/CND), que terá autonomia financeira para atuar e a contratação de

estudos independentes. (atuação de dentro do BNDES)

• Preferência por vendas em blocos do controle acionário. Participação do Estado, quando couber, deve ser

minoritária.

• Estudos (CADE) sobre riscos de aumento de poder de monopólio privado que possa gerar riscos de preços e

de acessos de bens e serviços aos consumidores.

• Programa de reestruturação da estatal deve ser realizado por empresas independentes. Prazo definido para a

convergência de governança e punições aos administradores.

• Negociações da União com Estados e Municípios passa a exigir inclusão obrigatória das Estatais dos Estados e

Município no Programa de Privatização e Reestruturação de Estatais.

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Item Descrição

Objetivo Aperfeiçoar as relações entre o setor público e o setor privado visando ganhos de

eficiência econômica e acesso da população a bens e serviços de qualidade e a preço

competitivo, ou mesmo compatível com a renda dos menos favorecidos.

Instrumento Revigoramento do Plano Nacional de Desestatização, com melhorias institucionais,

como a constituição de uma Comissão Especial de Privatização (CEP), no âmbito do

Conselho Nacional de Desestatização (CND), mas com membros independentes do

Poder Executivo, instalada no BNDES, mandato fixo não coincidente com o do

Presidente da República, e com autonomia para contratação de estudos; entre outros,

cabe à CEP/CND a definição da modalidade operacional da privatização

Visão Ampliada Inclusão obrigatória de todas as empresas controladas pela União, abarcadas pela Lei

13.303/2016, no Programa de Privatização e, sempre que houver negociações com

Estados e Municípios, inclusão obrigatória das empresas estatais controladas pelo

Estado ou Município

Acessório Programa de reestruturação de empresas estatais, voltado para aquelas que cumprem

função social estratégica do Estado e de interesse coletivo de política pública, mas com

deficiência de governança corporativa, com prazos e penalidades previamente definidos

Meta Redução da participação acionária do estado, e, quando couber, buscando ser

minoritária, ou a alienação de ativos/desinvestimentos e venda de controle

Programa de Privatizações para o Brasil (2019-2022)

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Regra Atual

Governo anuncia lista de empresas escolhidas para

ser privatizadas, modalidade operacional, resultados

financeiro esperado, e somente depois são

encomendados estudos, com muitas contestações e

incertezas

Regra Proposta

Comissão Especial de Privatização, de caráter

independente, realiza estudos, define modalidade

operacional e participação acionária, quando couber, do

Estado. Depois, CND anuncia processo de privatização e

dar procedimentos legais. Para empresas listadas,

processo corre em sigilo.

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Programa de Privatizações (2019-2022)

União: 70 empresas elegíveis, além de 5 bancos em 1

1) O papel da participação minoritária, quando couber a presença do Estado no setor.

2) Revisão do papel de bancos públicos de desenvolvimento: 18, sendo 5 Federais é muito. União:

fusão em um único banco de desenvolvimento (BNDES).

3) Meta de privatização de todas as empresas de saneamento: intensificação dos investimentos no

setor combinado com programa de universalização de serviços. Apenas 45% do esgoto é tratado;

35 milhões de brasileiros (17%) ainda não tem acesso a água potável; 48% dos brasileiros (100

milhões de pessoas) não tem coleta de esgoto.

4) Privatização da Eletrobras, dos Correios, da BR Distribuidora (71% da Petrobras), BB, Caixa

Seguridade, meta para privatizações de todos os bancos estaduais (Banese, Banpara, Banestes,

Banrisul, BRB...)

5) Privatização de diversas empresas dependentes do Tesouro: CBTU, Trensurb, Infraero, ECT,

EBC, Telebras ... e liquidação de Valec, EPE, EPL, ...

6) Sim, tem empresas que não são privatizáveis: Embrapa, Conab..

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Perspectivas Econômicas com Novo Governo

Márcio Holland Escola de Economia de São Paulo - Fundação Getulio Vargas (FGV EESP)

São Paulo, ABINEE, 06 de outubro de 2018