PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de...

212
PERH-PE SÍNTESE 1 GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de Alencar SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE Sergio Machado Rezende DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS José Almir Cirilo APOIO MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA COLABORAÇÃO SUDENE – SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE CODEVASF – COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO SÃO FRANCISCO DNOCS – DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS CPRM – COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS IBGE – FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA CPRH – COMPANHIA PERNAMBUCANA DE MEIO AMBIENTE COMPESA – COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMENTO EMATER/PE – EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO ITEPE – FUNDAÇÃO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE PERNAMBUCO FIAM – FUNDAÇÀO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DO INTERIOR DE PERNAMBUCO CONDEPE – INSTITUTO DE PLANEJAMENTO DE PERNAMBUCO FIDEM – FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE FACEPE – FUNDAÇÃO DE AMPARO À CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Transcript of PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de...

Page 1: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

1

GOVERNADOR DO ESTADO

Miguel Arraes de Alencar

SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE

Sergio Machado Rezende

DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS

José Almir Cirilo

APOIO

• MINISTÉRIO DE MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIALEGAL

• MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

COLABORAÇÃO

• SUDENE – SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE• CODEVASF – COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO SÃO FRANCISCO• DNOCS – DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS• CPRM – COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS• IBGE – FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA• CPRH – COMPANHIA PERNAMBUCANA DE MEIO AMBIENTE• COMPESA – COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMENTO• EMATER/PE – EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO

ESTADO DE PERNAMBUCO• ITEPE – FUNDAÇÃO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE PERNAMBUCO• FIAM – FUNDAÇÀO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL DO INTERIOR DE

PERNAMBUCO• CONDEPE – INSTITUTO DE PLANEJAMENTO DE PERNAMBUCO• FIDEM – FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DO

RECIFE• FACEPE – FUNDAÇÃO DE AMPARO À CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Page 2: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

2

EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO GERAL

Paulo S. Verçosa Coelho

ÁGUAS SUPERFICIAIS

Paulo Roberto Jurema de Dutra – CoordenadorManoel Sylvio Carneiro Campello NettoMarcelo Cauás AsforaNice Maria da Cunha CavalcantiClenio de Oliveira Torres FilhoAntônio Rolim JúniorMaria Otília Gusmão

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Waldir Duarte da Costa – Coordenador

CLIMATOLOGIA

José Oribe Rocha de Aragão – CoordenadorFrancinete Francis Lacerda

CENÁRIOS E ESTUDO DE DEMANDAS

José Maria de Andrade Pereira – CoordenadorCarlos Américo Carneiro Leão

PEDOLOGIA

José Carlos Borba – Coordenador

PROCESSAMENTO DE DADOS

Maria Carolina da Motta Agra – CoordenadoraAerson Zamboni Maia

SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO

Héber Rodrigues Compasso – Coordenador Sensoriamento RemotoTerezinha Matilde de Menezes Uchôa – Coordenadora Geoprocessamento

Page 3: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

3

Ana Regina Lima Uchôa de MouraValdemiro da Costa Silva

BALANÇO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Paulo S. Verçosa Coelho – CoordenadorAdriano Almeida SantosAndré Felipe Tavares Verçosa Coelho

FORMULAÇÃO DO PLANO

José Almir Cirilo – CoordenadorClenio de Oliveira TorresMaria Lorenzza Pinheiro LeiteSimone Rosa da SilvaCoordenadores Setoriais

AUXILIARES TÉCNICOS / ESTAGIÁRIOS

Cristiane Ribeiro de MeloEveraldo José Pereira

Fabrício Marcos OliveiraGivaldo Gibson da Silva Santos

Gustavo André Ferreira BemHumberto Caetano Cardoso da Silva

Janaína Marise França de AraújoKeyla Duarte de Oliveira

Luiz Augusto Clemente da SilvaLuiz Carlos A. R. Machado

Mauro Normando M. Barros FilhoMarcus Antônio Farias G.de Carvalho

Nilton de Souza Ribas JúniorRobson de Carlo da Silva

Sérgio Romero Oliveira de Souza

AUXILIARES ADMINISTRATIVOS

Bernadete de Lourdes Viana de MeloCleire Barros da Silva

Genival Gouveia de AndradeMaria de Fátima França de Moura

Page 4: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

4

MENSAGEM DO GOVERNADOR

O Plano Estadual de Recursos Hídricos, elaborado pela Secretaria de Ciência,Tecnologia e Meio Ambiente, oferece uma sólida estrutura de base de dados. Tem comofunção fundamental, que esperamos seja mantida pelos governos que nos sucederão, ade ser instrumento norteador da política de recursos hídricos do Estado de Pernambuco,essencial para a promoção do seu desenvolvimento sustentável.

As questões relacionadas aos recursos hídricos estiveram sempre entre as prioridadesabsolutas do nosso governo, e muito avançamos nesse sentido. Nunca em Pernambucose trabalhou tanto para levar água às comunidades rurais e à população das cidades,muitas delas sofrendo com décadas de deficiência absoluta de abastecimento. Para isso,implantamos centenas de quilômetros de adutoras, executamos e ampliamos barragensimportantes. Investimos em novas formas de atender à população difusa, construindocentenas de barragens subterrâneas e criando o mais avançado programa dedessalinização de água do País, que tem servido de referência para o trabalho de muitosoutros estados.

Entendemos, porém, que não somente com obras se deve enfrentar o problema. Para queo planejamento e a administração dos recursos hídricos pudessem ser exercidos deforma racional e dinâmica, tornou-se imperiosa a existência de uma estrutura quepromovesse o seu gerenciamento. Consciente da importância de ações nesse sentido,criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, a Diretoriade Recursos Hídricos, com o firme propósito de promover a gestão dos recursoshídricos.

Para superar as dificuldades que surgem na medida em que avança o processo da gestão,o Estado de Pernambuco, a exemplo de outros estados brasileiros, criou sua legislaçãode recursos hídricos e está organizando o processo de gestão participativa, comassociações de usuários e comitês de bacias hidrográficas, de modo a envolver asociedade de forma interativa. Implantou também a outorga do direito do uso da água,essencial para o disciplinamento do processo. Precedendo a todas essas ações, criou oSistema de Informações de Recursos Hídricos, o primeiro do Brasil, disponibilizandovia Internet dados sobre milhares de obras hídricas em Pernambuco e todo um acervo deinformações complementares, contribuindo em muito para o suporte à decisão dosgestores e fortalecendo o processo de capacitação e conscientização de usuários.

O Estado de Pernambuco, que tem a maior parte de seu território compreendida naregião semi-árida do Nordeste, tem enfrentado, e continuará a enfrentar nas próximasdécadas, sérios problemas relacionados com o aproveitamento e controle dos recursoshídricos. Pernambuco precisa solucionar, nesse campo, problemas fundamentais para oseu desenvolvimento econômico e social, dentre os quais se destacam:• combate às secas no semi-árido, com uma das formas de superação das graves

desigualdades regionais;• saneamento básico, com abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos

urbanos para parte de sua população ainda não atendida satisfatoriamente;

Page 5: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

5

• irrigação de culturas agrícolas, para elevação da produtividade e da produção,abrangendo considerável área fértil existente;

• controle da poluição das águas, de origem urbana, industrial e agrícola, de modo aatender à preservação do meio ambiente e à melhoria da qualidade de vida dapopulação;

• controle de cheias e prevenção de inundações, notadamente em áreas urbanas.

A continuidade do trabalho de que resultou este Plano é fundamental para oencaminhamento de soluções que visem, sobretudo, ao abastecimento d´água.

Miguel Arraes de Alencar

GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Page 6: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

6

MENSAGEM DO SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA EMEIO AMBIENTE

Durante os últimos quatro anos ocorreu no Brasil, e nos estados nordestinos emparticular, um avanço bastante significativo na gestão dos recursos hídricos.Pernambuco, em 1995, no início do atual governo, não dispunha de quaisquermecanismos que caracterizassem esse processo de gestão. Hoje, ao final de 1998, apósum esforço extraordinário, nosso Estado apresenta uma considerável evolução nessesentido.

O primeiro passo foi a criação do órgão gestor, definida por ato do Exmo. Sr.Governador como sendo a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente –SECTMA, através da criação da Diretoria de Recursos Hídricos. O marco legal para agestão veio a seguir, com a Lei no 11.426, instituindo a Política e o Sistema deGerenciamento de Recursos Hídricos, e a Lei no 11427, relativa à Conservação eProteção das Águas Subterrâneas em Pernambuco.

Nesse período, a SECTMA investiu fortemente, com o apoio de instituições como aSecretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos RecursosHídricos e da Amazônia Legal, da SUDENE, do Banco Mundial, do CNPq e daFACEPE, na criação e qualificação de corpo técnico, reunindo técnicos do próprioEstado, contratando consultores de renomado conhecimento e contando com a valiosaparticipação das Universidades do Estado, seja no processo de capacitação, seja natransferência e adaptação de tecnologia. Passos importantes para a formação da equipeforam a transferência do pessoal e das funções do Departamento de Hidrometeorologiado IPA/Secretaria de Agricultura para a Diretoria de Recursos Hídricos da SECTMA eposteriormente a realização de concurso público no Estado.

Ao mesmo tempo, montou-se uma estrutura de suporte à gestão, desenvolvendo umtrabalho intenso em campos diversos, tais como:- recursos avançados de geoprocessamento para desenvolvimento de planos e

projetos;- Monitoramento hidrometeorológico com estações automáticas;- Organização da gestão participativa, com criação de conselhos de usuários das águas

e comitês de bacias hidrográficas, fundamentais para o sucesso da gestão;- Implantação do processo de outorga do direito de uso das águas, de forma integrada

com a concessão do licenciamento ambiental;- Aprimoramento e difusão de tecnologia apropriada para pequenos aproveitamentos

hídricos.

Nesse contexto, alguns trabalhos pioneiros no âmbito nacional foram concretizados,como o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos - SIRH, ainda hoje oprimeiro efetivado dentre todos os estados brasileiros e que tem proporcionalizadodinamização no desenvolvimento de estudos, na tomada de decisão pelos gestores, nacapacitação dos usuários das águas e na disponibilização de informações à sociedade.

Page 7: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

7

O Plano Estadual de Recursos Hídricos aqui apresentado foi suprido continuamentepelo SIRH ao longo de seu desenvolvimento, proporcionando a devidaretroalimentação à medida em que informações eram agregadas ou mesmo corrigidas.

Outros trabalhos pioneiros mereceram destaque ao longo desses quatro anos, como oprojeto experimental de barragens subterrâneas, transformado em programa de governoe que vem sendo adotado por outros estados a partir da experiência de Pernambuco. Aintegração dos processos de outorga e licenciamento ambiental também tem sido umaexperiência bem sucedida, poupando o usuário da peregrinação entre diferentes órgãos.

O Plano Estadual de Recursos Hídricos foi concebido e desenvolvido na concepçãode que o planejamento deve ser dinâmico e que, mais que um plano, seria necessáriodesenvolver um processo que permitisse a contínua atualização das informaçõesnecessárias à implantação do Plano. Para isso, a base de dados do SIRH garantirá esseprocesso dinâmico.

Ao longo do desenvolvimento do Plano, foram geradas diversas ações deledecorrentes, de extrema importância para Pernambuco, como a implantação de projetosbaseados nas águas subterrâneas das bacias sedimentares interiores. Projetosimportantes para reforço da infraestrutura hídrica e fortalecimento institucional foramelaborados e negociados com agentes financeiros internacionais como o BIRD e aOECF, por meio da União.

Queremos aqui agradecer a todos os que trabalharam e apoiaram o desenvolvimentodo Plano e como um todo a estruturação da gestão dos nossos recursos hídricos, semprecom extrema dedicação, na certeza de que o seu trabalho foi da maior importância paraPernambuco.

Sergio Machado RezendePresidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos

Secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente

José Almir CiriloSecretário Executivo do Conselho Estadual de Recursos Hídricos

Secretário Adjunto e Diretor de Recursos Hídricos

Page 8: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

8

MENSAGEM DO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS

Page 9: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

9

APRESENTAÇÃO

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTMA, através de suaDiretoria de Recursos Hídricos - DRHI, apresenta uma síntese do diagnóstico e daslinhas de ação do Plano Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco – PERH-PE,preconizado no art. 15 da Lei 11.426 de 17/01/97 que estabeleceu a Política e o SistemaEstadual de Recursos Hídricos.

O PERH-PE foi elaborado a partir de dados secundários, informações e estudosdisponíveis, complementados por novas investigações, pesquisas e estudos específicos,aplicando modernas técnicas de simulação, sensoriamento remoto e geoprocessamento.

Os estudos levaram em consideração a formação de cenários, atual e futuros, estesestabelecidos dentro de hipóteses prospectivas de desenvolvimento e subdivididos emdois outros tipos de cenários, tendencial e desejável, que contemplam o uso e o controledos recursos hídricos.

Simultaneamente com a elaboração do Plano, a SECTMA/DRHI implantou e vemaprimorando o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos – SIRH, além dedesenvolver ações sistemáticas no âmbito da gestão das águas, tais como:

• monitoramento hidrometeorológico e previsão de tempo e clima;• processamento de dados hidrometeorológicos;• suporte à decisão em tempo real;• implantação do programa de gestão participativa, com a criação de comitês de

bacias e conselhos de usuários.

Ao longo do desenvolvimento do Plano, os estudos realizados forneceram elementosvaliosos, que permitiram subsidiar soluções para ampliação da oferta de água, bemcomo melhoramento do uso e controle dos recursos hídricos.

O relatório final do Plano Estadual de Recursos Hídricos é composto de dez partes:

I – Introdução;II – Divisão do Espaço Geográfico para Planejamento Hídrico;III – Caracterização Climática;IV – Recursos Hídricos Superficiais;V – Recursos Hídricos Subterrâneos;VI – Poluição Hídrica;VII –Horizontes e Cenários do Planejamento Hídrico;VIII – Demandas de Água;IX – Balanço dos Recursos Hídricos;X – Diretrizes, Programas e Ações.

Page 10: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

10

Procurou-se reunir nesta Síntese os aspectos mais importantes e as conclusões dosestudos realizados. Dado o grande acervo de informações, este documento deixará decontemplar alguns detalhes, que o leitor poderá encontrar consultando a íntegra dotrabalho realizado.

Deve-se levar em consideração que este Plano tem caráter dinâmico, contando commecanismos iterativos e periódicos de acompanhamento, atualização e avaliação dosresultados.

É essencialmente um instrumento de planejamento, com vistas a estabelecer diretrizes epropor ações dirigidas ao aproveitamento, controle, conservação, proteção erecuperação dos recursos hídricos.

Page 11: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

11

SUMÁRIO

OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO HÍDRICO

A POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

OS INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTOO PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOSO SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTOIMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

DIVISÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO PARAPLANEJAMENTO HÍDRICO

AS REGIÕES GEOGRÁFICAS DO ESTADO

Mesorregião Metropolitana do RecifeMesorregião da Mata PernambucanaMesorregião do Agreste PernambucanoMesorregião do Sertão PernambucanoMesorregião do São Francisco Pernambucano

A DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVAA REDE HIDROGRÁFICA DO ESTADODIVISÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO PARA EFEITO DO PLANO

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

SISTEMAS METEOROLÓGICOS ATUANTES EM PERNAMBUCO

Zona de Convergência IntertropicalFrentes FriasOndas de LesteCiclones na Atmosfera SuperiorBrisasOscilações de 30-60 dias

Page 12: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

12

VARIABILIDADE INTERANUAL DA PRECIPITAÇÃO

Os Totais AnuaisCaracterísticas Climáticas e o Regime de Chuvas

OUTROS PARÂMETROS CLIMÁTICOSREDES PLUVIOMÉTRICA E DE ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

Rede PluviométricaRede de Estações Meteorológicas ConvencionaisRede de Estações Meteorológicas Automáticas

RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

POTENCIALIDADES HÍDRICASDISPONIBILIDADES HÍDRICAS

Disponibilidades Hídricas Efetivas de Açudes InteranuaisDisponibilidades Hídricas Efetivas de Açudes AnuaisDisponibilidades Hídricas Efetivas a Fio d’ÁguaDisponibilidades Hídricas VirtuaisAnálise dos Resultados

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS

Potabilidade das Águas nos Mananciais de Abastecimento HumanoSalinidade das Águas dos Rios e MananciaisInfluência dos Solos sobre a Salinização dos Corpos d’Água

ENCHENTES E INUNDAÇÕES

As Enchentes no Estado de PernambucoInundações Provocadas por Águas PluviaisMonitoramento de Enchentes

RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS

POTENCIALIDADES E DISPONIBILIDADES HÍDRICASAS CAPTAÇÕES EXISTENTESQUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUASAS ÁGUAS MINERAISUSO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

Page 13: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

13

POLUIÇÃO HÍDRICA

POLUIÇÃO INDUSTRIAL

Cargas Poluidoras PotenciaisCargas Poluidoras RemanescentesHierarquização das Fontes Poluidoras IndustriaisCargas Poluidoras nas Bacias Litorâneas

POLUIÇÃO POR ESGOTOS DOMÉSTICOSOUTRAS FONTES POLUIDORASMONITORAMENTO SISTEMÁTICO DA QUALIDADE DA ÁGUA

Evolução do Índice de Qualidade de ÁguaMonitoramento de 1997Cargas Poluidoras nos ReservatóriosToxidade das Águas dos Rios

HORIZONTES E CENÁRIOS DO PLANEJAMENTO HÍDRICO

CENÁRIOS SOCIOECONÔMICOSCENÁRIOS DE USO E CONTROLE DOS RECURSOS HÍDRICOS

DEMANDAS DE ÁGUA

DEMANDAS NO CENÁRIO ATUALDEMANDAS NOS CENÁRIOS FUTUROS

BALANÇO DOS RECURSOS HÍDRICOS

SITUAÇÕES DEFICITÁRIASELIMINAÇÃO DOS DÉFICITS HÍDRICOS

Aumento das DisponibilidadesAjuste das DemandasOutras Considerações

CONTROLE DOS RECURSOS HÍDRICOS

Operação Racional dos ReservatóriosControle da Poluição HídricaControle de Cheias e InundaçõesControle de ErosãoGerenciamento de Bacias Hidrográficas

Page 14: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

14

DIRETIZES, PROGRAMAS E AÇÕES

DIRETRIZES GERAIS

Diretrizes para Abastecimento Humano e AnimalDiretrizes para Abastecimento IndustrialDiretrizes para Uso da Água na AgriculturaDiretrizes para Compensação das Situações DeficitáriasDiretrizes para Controle de PoluiçãoDiretrizes para Controle de InundaçõesDiretrizes para Controle de ErosãoDiretrizes para Aumento das Disponibilidades

ABASTECIMENTO DAS LOCALIDADES COM DÉFICITS HÍDRICOS

Diretrizes EspecíficasAções Propostas para as Diversas Unidades de Planejamento Hídrico

AMPLIAÇÃO DA OFERTA DE ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

Bacias que Drenam para o Rio São FranciscoBacias que Drenam para o Atlântico Sul

USO, PRESERVAÇÃO E CONTROLE DOS RECURSOS HÍDRICOS

SÍNTESE DOS PROGRAMAS E AÇÕES

Page 15: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

15

OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO HÍDRICO

O objetivo primordial do PERH-PE é garantir a disponibilidade, proteção,conservação e o aproveitamento racional dos recursos hídricos, em benefício dasgerações atual e futuras, ensejando um desenvolvimento sustentado.

O Plano tem ainda como propósito fundamental orientar, ordenar a implementação dapolítica estadual de recursos hídricos, que regulamentará a apropriação e o uso da água,e permitirá a elaboração de programas orçamentários mais racionais em obrashidráulicas e em programas setoriais, como abastecimento urbano e rural, irrigação,industrialização, aquicultura, etc.

A água é vital, sendo indispensável a todas as formas de vida, animais e vegetais, quenecessitam dela nos seus processos biológicos e bioquímicos. É também imprescindívela quase todas as atividades do homem e, consequentemente, ao desenvolvimentoeconômico e social.

Mas a água é um bem escasso. No aspecto espacial, essa escassez decorre de fatoresfísicos e hidrometeorológicos, que variam segundo os espaços territoriais. No aspectotemporal, é conseqüência das variações no escoamento entre anos, meses, estações, diase mesmo entre escalas de tempo menores. No aspecto qualitativo, a escassez semanifesta em função das necessidades específicas dos usuários e da aptidão da águapara os diversos fins.

Apesar de escasso, o recurso hídrico é utilizado para fins múltiplos, precisando por issoser bem administrado, para evitar conflitos de aproveitamento, decorrentes doatendimento simultâneo a diversas categorias de usuários.

Sua mobilidade o distingue dos outros recursos naturais: as intervenções sobre orecurso hídrico se refletem em outros locais de aproveitamento, em função dainfluência que exercem no escoamento a jusante.

Embora o ciclo hidrológico conceda à água um caráter de renovabilidade, esse conceitono planejamento é muito relativo: seu manejo inadequado pode reduzir o volumeaproveitável e a poluição pode limitar drasticamente sua utilização por razões dequalidade.

Por todas essas considerações, chega-se à conclusão de que a água é considerada umbem de todos mas sua apropriação não pode ser feita segundo a conveniência dequalquer pessoa ou entidade, pública ou privada, no momento, da forma e na quantidadeque for desejada.

Page 16: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

16

O planejamento dos recursos hídricos exige, obrigatoriamente, a consideração e análisede dois aspectos principais e interdependentes: a oferta e o uso da água. Paraadministrar a oferta, é necessário conhecer as potencialidades, as disponibilidades e aspossibilidades de intervenção sobre o meio físico. Para administrar o uso da água, épreciso conhecer o estágio atual do desenvolvimento econômico e social, suaprospecção e a avaliação das demandas atuais e futuras.

O balanço entre disponibilidades e demandas e a análise dos conflitos inerentes aoaproveitamento dos recursos hídricos permitirão indicar as áreas com escassez ouabundância de água, levando em consideração sua quantidade e qualidade, nasdimensões espacial e temporal, isto é, onde os problemas existem na situação atual eonde e quando eles ocorrerão na situação futura, para que o poder público possa tomaras providências necessárias afim de resolvê-los ou evitá-los.

Enfim o Plano propiciará uma orientação clara de ações em matéria de estudos,investigações, projetos e obras.

Page 17: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

17

A POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

A Política Estadual de Recursos Hídricos, prevista no artigo 220 da ConstituiçãoEstadual e disciplinada por legislação própria, tem como objetivos:

• assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade dos recursoshídricos;

• assegurar que a água seja protegida, utilizada e conservada em padrões de quantidadee qualidade, por seus usuários atuais e futuros, em todo território do Estado dePernambuco, garantindo as condições para o desenvolvimento econômico e social,como melhoria da qualidade de vida e equilíbrio com o meio ambiente.

São princípios básicos da Política Estadual de Recursos Hídricos:

• o acesso aos recursos hídricos como um direito de todos;• o gerenciamento integrado dos recursos hídricos;• a adoção da bacia hidrográfica como unidade físico-territorial de planejamento e

gerenciamento;• a compatibilização do gerenciamento dos recursos hídricos com o desenvolvimento e

com a proteção ambiental;• a implantação de processo permanente de gestão dos recursos hídricos, que assegure

a participação da sociedade civil;• a prevenção e combate às causas e efeitos adversos das estiagens, inundações,

poluição, erosão do solo e assoreamento dos corpos d’água;• a integração das ações estaduais e articulação com os municípios e a União com

vistas ao planejamento dos usos das águas.

Por intermédio do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estadode Pernambuco – SIGRH/PE, o Estado assegurará meios financeiros e econômicos,especialmente para as ações que atendam às seguintes diretrizes:

• o aproveitamento racional dos recursos hídricos, em benefício de toda a sociedade epriorizando o uso para abastecimento humano;

• a maximização dos benefícios econômicos e sociais resultantes do aproveitamentomúltiplo dos recursos hídricos e minimização dos impactos ambientais;

• a proteção dos corpos d’água superficiais e subterrâneos;• o estabelecimento de um sistema de alerta e defesa, visando à segurança e saúde

pública quando da ocorrência de cheias e secas;• o cadastramento de obras hidráulicas e de seus usuários, com vistas ao planejamento;• a operação da rede hidrometeorológica do Estado;• a formulação dos Planos Diretores de Recursos Hídricos, por bacia hidrográfica.

Page 18: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

18

OS INSTRUMENTOS DE GERENCIAMENTO

Constituem instrumentos de gerenciamento dos recursos hídricos:

• a outorga de direito de uso dos recursos hídricos, concedido pelo poder público emforma de concessão (uso de utilidade pública) ou autorização (outras finalidades),independendo dessa outorga o uso para satisfação das primeiras necessidades da vidade populações difusas, bem como as derivações, captações e lançamentosconsiderados insignificantes pelo órgão gestor dos recursos hídricos;

• a aplicação de penalidades por infrações cometidas;• a cobrança pelo uso ou derivação da água, bem como pela diluição, transporte e

assimilação de efluentes de sistemas de esgotos e de outros líquidos poluentes;• o Sistema de Informações Sobre Recursos Hídricos - SIRH, constituído por uma base

de dados, informatizada, obtida a partir da coleta, tratamento, armazenamento erecuperação de dados sobre recursos hídricos e fatores intervenientes no ciclohidrológico.

O PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

O Plano Estadual de Recursos Hídricos, devidamente compatibilizado com os planos dedesenvolvimento econômico e social da União e do Estado de Pernambuco, estabeleceráas diretrizes e critérios gerais para o gerenciamento dos recursos hídricos no Estadolevando em conta, entre outros, os seguintes elementos: • objetivos e diretrizes de ações com relação ao aproveitamento múltiplo, controle,

conservação, proteção e recuperação dos recursos hídricos;• processo de planejamento interativo das ações e intervenções, em função dos planos

gerais, regionais, urbanos e setoriais do uso da água;• diretrizes e critérios para a participação financeira do estado no fomento aos

programas relacionados com os recursos hídricos;• desenvolvimento de tecnologia e legislação específica para as peculiaridades do

semi-árido;• modernização e expansão da rede hidrometeorológica de responsabilidade do Estado;• monitoramento climático, zoneamento das disponibilidades hídricas, usos prioritários

e previsão dos impactos ambientais do conjunto de programas e projetos propostos;• programas de desenvolvimento institucional, tecnológico e gerencial, de valorização

profissional e de comunicação social no campo dos recursos hídricos;• compatibilização das questões interbacias e consolidação dos programas anuais e

plurianuais das bacias hidrográficas;• normas relativas à proteção do meio ambiente.

Page 19: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

19

A execução do Plano Estadual de Recursos Hídricos tomará por base o desenvolvimentodos recursos hídricos das bacias hidrográficas do Estado contemplando, entre outros, osseguintes aspectos:

• plano de prioridade para outorga dos direitos e usos dos recursos hídricos e deenquadramento dos corpos d’água em classes de usos preponderantes;

• projeção das disponibilidades e das demandas de água;• balanço entre disponibilidades e demandas, com identificação de conflitos;• metas para o aumento da oferta e melhoria da qualidade das águas, com as medidas,

programas e projetos a serem executados;• responsabilidades pela execução, cronograma e programação orçamentária;• propostas para a criação de áreas sujeitas a restrições de uso.

A elaboração, implantação, avaliação e controle do Plano Estadual de RecursosHídricos constituem um processo de planejamento dinâmico, com aperfeiçoamentoperiódico, através de mecanismos de acompanhamento e avaliação dos resultados.

Esse processo iterativo de planejamento é ilustrado através da figura 1.

O SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTO

O Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco- SIGRH/PE tem como finalidades principais: • coordenar e executar a Política Estadual de Recursos Hídricos;• formular, atualizar e aplicar o Plano Estadual de Recursos Hídricos.

O SIGRH/PE é composto pelos seguintes órgãos públicos colegiados e executivos:

• Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH, órgão superior deliberativo econsultivo do Sistema;

• Comitê Estadual de Recursos Hídricos - CERH;• Comitês de Bacias Hidrográficas - CBH, colegiado de apoio técnico local, com

atuação nas unidades hidrográficas nominadas pelo Plano Estadual de RecursosHídricos;

• Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, órgão de planejamento e gestãodo Sistema;

• Órgãos Executores do Estado que atuam na área de recursos hídricos.

A figura 2 ilustra a estrutura organizacional do SIGRH/PE.

Page 20: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

20

• Estudo abrangente a nível doestado, contemplando todas asbacias hidrográficas e suasinterrelações.• Interação dos planos federais,regionais e estaduais, de âmbitogeral ou setorial, que visam oaproveitamento dos recursoshídricos do estado ou que exerceminfluencia, direta ou indiretamente,sobre o uso ou a qualidade da água.• Diretrizes e critérios gerais parao gerenciamento dos recursoshídricos do estado.• Compatibilização das questõesinterbacias e consolidação dosprogramas anuais e plurianuais dasbacias hidrográficas.• Diretrizes e programas de açõesconjugadas do estado e dosmunicípios com relação aoaproveitamento múltiplo, controle,conservação, proteção e recuperaçãodos recursos hídricos.• Proposição de modernização eexpansão de toda redehidrometeorológica.

• Estudo integrado a nível debacia hidrográfica, visando priorizar autilização dos seus recursos hídricos,superficiais e subterrâneos, embenefício do desenvolvimentosocioeconômico.• Análise do desenvolvimento dabacia em função do aproveitamentodos seus recursos naturais.• Avaliação das condições de uso econtrole dos recursos hídricos,eficiência dos sistemas, perdas edesperdícios.• Avaliação das disponibilidades edemandas, e definição das situaçõesde abundância ou escassez de água,para as diversas categorias deusuários e cenários de crescimentoeconômico.• Avaliação da qualidade da água,preservação dos recursos hídricos eproteção dos mananciais.• Avaliação das enchentes e riscosde erosão e assoreamento.• Programas de aproveitamento,recuperação, conservação e proteçãodos recursos hídricos, indicando osrecursos financeiros necessários.

PLANO ESTADUAL DERECURSOS HÍDRICOS

PERH

Elaboração ou atualização doPlano Estadual de RecursosHídricos do Estado.Proposição do planoquadrienal.

Projeto de lei

Aprovação pela AssembléiaLegislativa

Figura 1 - Processo Iterativo de Planejamento Hídrico

PLANOS DIRETORES DERECURSOS HÍDRICOS DEBACIAS HIDROGRÁFICAS

Page 21: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

Representantes da EMATER, CPRH, COMPESA, FUSAM, IPA, ITEPsão membros componentes do CERH.Representantes do DNOCS, CODEVASF, SUDENE, CHESF, DNPM,CPRM, IBAMA são membros especiais do CERH.Representantes dos órgãos estaduais são membros componentes dosCBHs, enquanto os dos órgãos federais são membros especiais.

1 conselheiro do CRHé indicado pelasentidades civis eONGs.Representantes dessasentidades eorganizações tambémfazem parte dosCBHs.

UFPE, UFRPE e FESP( 1 representante decada universidade)participam do CERH.Representantes dasuniversidades ,institutos e entidadesde pesquisa fazem partedos CBHs.

7 conselheiros do CRHsão indicados pelasprefeituras.Representantes dosmunicípios compõemos CBHs.

Secretários de Ciência,Tecnologia e MeioAmbiente; dePlanejamento; deInfra-Estrutura; deAgricultura; daFazenda; da Saúde; daIndústria, Comércio eTurismo são membrosnatos do CRH.Um representante daSecretaria de Ciência,Tecnologia e MeioAmbiente e outro daSecretaria dePlanejamento compõemo CERH.Representantes dasSecretarias tambémcompõem os CBHs.

1 conselheirodoCRH é indicadopela FIEPE, ououtra federação ousindicato.

Representantes dosusuários de água,através de entidadesassociativas, fazemparte dos CBHs.

Figura 2 - Estrutura Organizacional do SIGRH

CERH

Comitê Estadualde Recursos

Hídricos

SECRETARIAS DOESTADO

USUÁRIOS DE ÁGUAUNIVERSIDADES,

INSTITUTOS EENTIDADES DE

PESQUISA

Umconselheirodo CRH é opresidente doCERH

1 conselheiro doCRH é indicado pelaAssembléiaLegislativa.

FEDERAÇÕES ESINDICATOS DA

CLASSEEMPRESARIAL

1 representante daSECTMA émembrocomponente doCERH

O Diretor de RecursosHídricos da SECTMAé conselheiro eSecretário Executivodo CRH

SECTMA

Órgão Gestor doSIGRH

1 representante dos CBHs émembro componente doCERH.

CBHComitês de

BaciasHidrográficas

ASSEMBLÉIALEGISLATIVAMUNICÍPIOS

ABRH, ABAS eABES (1 representante decada associação)participam do CERH.Representantes dessasassociações fazemparte dos CBHs.

ASSOCIAÇÕESTÉCNICAS,

COMUNITÁRIAS EAMBIENTAIS

CRHConselho

Estadual deRecursosHídricos

ENTIDADES CIVIS EORGANIZAÇÕES

NÃOGOVERNAMENTAIS

ÓRGÃOSEXECUTORES(Estad. Munic. e

Federais)

Composição básica do SIGRHÓrgãos colegiadosÓrgãos executivos

Participação como conselheiroParticipação como membro componenteParticipação como membro especial ou convidado

Legenda

Outras entidades e associações participantes

Page 22: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

22

IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS

A política estadual de recursos hídricos está definida nas Leis No. 11.496/97 ( DaPolítica e do Sistema Estadual de Recursos Hídricos) e No. 11.427/97 (Sobre aConservação e Proteção das Águas Subterrâneas).

Para a gestão das águas do Estado, o Governo de Pernambuco criou a Diretoria deRecursos Hídricos – DRHI dentro da Secretaria de Ciência, Tecnologia e MeioAmbiente – SECTMA.

O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos – SIRH encontra-se implantado eem funcionamento. Esse sistema consiste de Informações Cadastrais, Informações aosUsuários, Macroplanejamento e Geoprocessamento. O subsistema de InformaçõesCadastrais realiza o cadastro de usuários de água e de obras hídricas, e apresenta osperfis dos municípios e das bacias hidrográficas. O subsistema de Informações aosUsuários permite a estes o acesso direto às informações. O subsistema deMacroplanejamento visa dinamizar o Plano Estadual de Recursos Hídricos, para queeste possa se atualizar ao longo do tempo, adaptando-se ao avanço tecnológico e àsmodificações do meio ambiente. O subsistema de Geoprocessamento compreende ageração de informações plani-altimétricas e o processamento de imagens de satélite,voltados para o planejamento e a gestão dos recursos hídricos.

O Sistema de Outorga encontra-se em processo de implantação. A outorga consiste ematribuir à pessoa física ou jurídica o direito de uso das águas superficiais e subterrâneaspor um período determinado. É concedida pelo órgão gestor, que é a Secretaria deCiência, Tecnologia e Meio Ambiente, mediante solicitação do interessado através daCPRH, juntamente com a licença ambiental.

O Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CRH, órgão superior deliberativo econsultivo do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH foiinstalado no dia 26 de março de 1998, em solenidade presidida pelo Governador MiguelArraes, que ressaltou a importância de uma política de gestão racional das águas. OConselho é constituído pelo Secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, que éPresidente do Conselho; Secretário de Planejamento; Secretário de Infra-Estrutura;Secretário de Agricultura; Secretário da Fazenda; Secretário de Saúde; Secretário deIndústria, Comércio e Turismo; Secretário Adjunto e Diretor de Recursos Hídricos, queé Secretário Executivo do Conselho; Presidente da Assembléia Legislativa; Presidenteda CPRH; Prefeito de Iguaraci; Prefeito de Afogados da Ingazeira; Prefeito de SantaMaria da Boa Vista; Prefeito de Araripina; Prefeito de São João; Prefeito de Escada;Prefeito de Moreno; Representante de Entidades Civis e Organizações NãoGovernamentais e Representante de Entidades ou Categorias Econômicas Estaduais.

Foi constituído o Comitê de Bacia Hidrográfica – COBH do rio Pirapama e encontra-seem processo de constituição os Comitês das bacias dos rios Moxotó e Pajeú. Foramtambém criados os Conselhos de Usuários – CONSU dos açudes Rosário e Brotas, na

Page 23: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

23

bacia do rio Pajeú; Poço da Cruz, na bacia do Moxotó; Bituri, na bacia do Ipojuca eIngazeira, na bacia do Ipanema. Estão em formação os Conselhos de Usuários dosaçudes Chapéu, na bacia do Brígida, e Jazigo e Cachoeira II, na bacia do Pajeú. Esseprograma de gestão participativa foi implantado em Pernambuco a partir de julho de1997, com o objetivo de criar condições e instrumentos efetivos para o gerenciamentointegrado e descentralizado, com a participação dos usuários.

Está sendo realizado o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Mundaú eforam iniciados os entendimentos para licitação dos planos diretores das bacias dos riosIpojuca, Capibaribe e Una.

Page 24: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

24

DIVISÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO PARAPLANEJAMENTO HÍDRICO

A Política Estadual de Recursos Hídricos estabeleceu a bacia hidrográfica comounidade físico-territorial básica para o planejamento e o gerenciamento dos recursoshídricos. Essa diretriz é a mais recomendada e universalmente adotada. Entretanto,sendo o planejamento condicionado pela evolução da sociedade e da economia doEstado, faz-se necessário levar em consideração as inter-relações políticas, sociais eeconômicas que se verificam dentro do seu espaço territorial, que normalmente sãoapresentadas segundo as unidades político-administrativas (municípios), zonasfisiográficas ou regiões geográficas.

AS REGIÕES GEOGRÁFICAS DO ESTADO

O Estado de Pernambuco ocupa uma área de 98.938km2, o que representa cerca de6,49% da área do Nordeste e 1,19% da área do País. Sua forma estreita e alongada lheconcede uma pequena faixa litorânea (187km) e uma grande extensão no sentido leste-oeste (748km).

Segundo a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia – IBGE, o espaço territorial dePernambuco compreende cinco Mesorregiões Geográficas, representadas na figura 3:

• Mesorregião Metropolitana do Recife;• Mesorregião da Mata Pernambucana;• Mesorregião do Agreste Pernambucano;• Mesorregião do Sertão Pernambucano e• Mesorregião do São Francisco Pernambucano.

A Mesorregião Metropolitana do Recife é a que concentra maior população (41,76%),seguindo-se a Mesorregião do Agreste Pernambucano (25,32%), a Mesorregião da MataPernambucana (15,55%), a Mesorregião do Sertão Pernambucano (11,69%) e aMesorregião do São Francisco Pernambucano (5,68%), conforme mostra o quadro 1.

Mesorregião Metropolitana do Recife

A Mesorregião Metropolitana do Recife compreende as Microrregiões de Itamaracá,Recife, Suape e Fernando de Noronha, estando as três primeiras situadas nas zonasfisiográficas do Litoral e da Mata.

Page 25: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

25

FIGURA 3 – Regiões Geográficas de Pernambuco (AutoCad 13)

Page 26: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

26

Quadro 1 - Distribuição da População do Estado de Pernambuco (IBGE, 1996)

MESOREGIÃO POPULAÇÃO PERCENTUAL

Metropolitana do Recife 3.089.848 41,76Mata Pernambucana 1.150.450 15,55Agreste Pernambucano 1.873.584 25,32Sertão Pernambucano 865.312 11,69São Francisco Pernambucano 419.937 5,68

TOTAL 7.399.131 100,00

MICROREGIÕES

Itamaracá 118.036 1,60Recife 2.780.688 37,58Suape 189.243 2,56Fernando de Noronha 1.881 0,03Mata Setrentrional Pernambucana 474.253 6,41Vitória de Santo Antão 186.430 2,52Mata Meridional Pernambucana 489.767 6,62Vale do Ipanema 150.775 2,04Garanhuns 391.824 5,30Brejo Pernambucano 203.007 2,74Vale do Ipojuca 697.756 9,43Alto Capibaribe 189.806 2,57Médio Capibaribe 240.416 3,25Araripina 249.507 3,37Salgueiro 145.402 1,97Pajeú 294.825 3,98Sertão do Moxotó 175.578 2,37Petrolina 310.678 4,20Itaparica 109.259 1,48

TOTAL 7.399.131 100,00

São Francisco Pernambucano

5,68%

Metropolitana do Recife41,76%

Mata Pernambucana15,55%

Agreste Pernambucano

25,32%

Sertão Pernambucano

11,69%

Page 27: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

27

Possui uma área de 2.772,7km2, correspondente a 2,80% do Estado, onde residiam em1996, segundo o IBGE, 3.089.848 habitantes, representando 41,76% da populaçãoestadual e uma densidade demográfica de 1.114,66hab/km2.

Integram a Mesorregião Metropolitana do Recife 15 municípios: Abreu e Lima,Arassoiaba, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Fernando de Noronha, Itamaracá,Igarassu, Ipojuca, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda, Paulista,Recife e São Lourenço da Mata.

É a Mesorregião de maior importância econômica do Estado. Possui economiabasicamente urbana, com predominância das atividades terciárias e secundárias.Apresenta grandes problemas sociais e dificuldades que entravam o aproveitamento dopotencial existente para o seu desenvolvimento, incluindo problemas relacionados comrecursos hídricos:

• insuficiente produção de água tratada, elevadas perdas e grandes desperdícios;• precário atendimento do sistema de esgotamento sanitário, cobrindo menos da

metade dos domicílios;• deficientes serviços de limpeza urbana;• problemas de drenagem provocados pela ocupação inadequada do solo urbano;• poluição hídrica acentuada de alguns mananciais;• ausência de manejo conservacionista das bacia hidrográficas.

Mesorregião da Mata Pernambucana

A Mesorregião da Mata Pernambucana ocupa uma área de 8.465,1km2, correspondentea 8,56% do território estadual. Compreende três microrregiões: Mata Setentrional,Vitória de Santo Antão e Mata Meridional e integra quarenta e três municípios. Segundoo IBGE, a população da Mata Pernambucana em 1996 era de 1.150.450 habitantes,eqüivalendo a 15,55% da população do Estado e uma densidade demográfica de135,90hab/km2.

Sua base econômica apoia-se na monocultura canavieira, cuja excessiva concentraçãoinibiu o surgimento de outras atividades econômicas. A atividade sucroalcooleiraapresenta baixos níveis de produtividade e elevado nível de desemprego no período deentressafra da cana de açúcar.

Atualmente já se fazem notar alguns avanços na produção de culturas agrícolasalternativas e na pecuária de pequeno e grande porte, bem como o fortalecimento daeconomia urbana nas cidades de porte médio. Cabe destacar sua vocação para o turismo,atualmente concentrado na faixa litorânea, podendo ser exploradas as potencialidadeshistórico-culturais da região canavieira.

Page 28: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

28

Além dos problemas citados, outros se fazem notar, relacionados com o meio ambientee os recursos hídricos:

• degradação dos recursos naturais, através do uso inadequado do solo;• poluição dos recursos hídricos, provocada por lançamentos de dejetos e efluentes

industriais;• deficiência dos sistemas de abastecimento d’água;• ausência ou precariedade dos serviços de esgotamento sanitário.

Mesorregião do Agreste Pernambucano

A Mesorregião do Agreste Pernambucano é constituída por seis microrregiões: Vale doIpanema, Garanhuns, Brejo Pernambucano, Vale do Ipojuca, Alto Capibaribe e MédioCapibaribe, integrando 71 municípios e ocupando uma área total de 24.489,90km2,correspondente a 24,75% do território estadual. Sua população em 1996, segundo oIBGE, era de 1.873.584 habitantes, eqüivalente a 25,32% do total do Estado e umadensidade demográfica de 76,50hab/km2.

O Agreste Pernambucano tem seu perfil produtivo baseado na agricultura e pecuária,que passam por uma fase de declínio, em decorrência de fatores diversos como: a quedana produção da cultura algodoeira, a redução do rebanho bovino, a minifundização damédia propriedade, o inadequado manejo do solo, e o fechamento de estabelecimentosfabris de porte.

A reativação da cultura algodoeira, a integração da atividade pecuária com a produçãode insumos (ração) e a sustentabilidade de pólos agroindustrial, artesanal e de confecçãosão fatores que poderão soerguer a economia regional. Além disso, as áreas de brejoprecisam ser melhor aproveitadas, através de programas e ações voltados para aformação de reservas alimentares.

Alguns outros setores apresentam possibilidades de expansão: a indústria do turismo, afabricação de móveis populares, a avicultura, a floricultura, a exploração mineral(granito) e outros.

Associam-se aos problemas acima referidos, as questões a seguir, relacionadas com osrecursos hídricos:

• pequenas vazões e precária qualidade das águas subterrâneas, em razão da formaçãocristalina que domina a região;

• precária qualidade de grande parte das águas superficiais, em razão da ocorrência demanchas de solos com potencial para salinização das águas e da operação deficientedos reservatórios;

• pequenas possibilidades de irrigação, pela ausência de manchas expressivas de solosirrigáveis que justifiquem a irrigação em larga escala;

Page 29: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

29

• poluição dos recursos hídricos por lançamento de efluentes industriais e esgotossanitários;

• deficiência dos sistemas de abastecimento d’água, que não acompanham ocrescimento das cidades.

Mesorregião do Sertão Pernambucano

A Mesorregião do Sertão Pernambucano ocupa uma área de 38.575,9km2, quecorresponde a 38,99% do território estadual, distribuída em 41 municípios . Éconstituída pelas microrregiões de Araripina, Salgueiro, Pajeú e Moxotó, contando em1996 com uma população de 865.312 habitantes, correspondente a 11,69% dapopulação estadual e a uma densidade demográfica de 22,43hab/km2.

A agricultura de sequeiro e a pecuária constituem a principal base econômica da região.A utilização de métodos arcaicos de cultivo, plantio de culturas que não se adaptam aosemi-árido, tratos culturais inadequados à exploração de culturas e a exploração ultra-extensiva da pecuária, constituem fatores determinantes da fragilidade da economia Airrigação também está presente mas sua expansão é prejudicada pelo relativamentepequeno potencial hídrico gerado na própria região, podendo a área irrigada serampliada mediante transferência de água do São Francisco.

Nessa região, ocorrem as bacias sedimentares interiores do Estado, de onde se podecaptar água subterrânea de boa qualidade e com vazões significativas mas em grandesprofundidades, que inibem um aproveitamento mais intensivo.

A ocorrência de minerais metálicos e não metálicos poderá contribuir para adinamização da economia da região. Um melhor aproveitamento dessa potencialidadepoderá ser feito com a expansão do pólo mineral do Araripe.

Alguns problemas específicos são relacionados com os recursos hídricos:

• utilização irracional dos mananciais hídricos superficiais existentes;• explotação pouco expressiva dos aqüíferos subterrâneos sedimentares;• insuficiente utilização de água do São Francisco;• precariedade dos sistemas de abastecimento d’água que não acompanharam o

crescimento das cidades;• formas inadequadas de escoamento dos dejetos, na maioria das cidades e• sinais de poluição, em decorrência da falta de saneamento básico nas cidades

ribeirinhas.

Page 30: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

30

Mesorregião do São Francisco Pernambucano

A Mesorregião do São Francisco Pernambucano é composta por duas microrregiões:Petrolina e Itaparica, com uma área total de 24.634,2km2, que representa 24,90%, doterritório estadual, integrando 15 municípios. Em 1996, contava com uma população de419.937 habitantes, correspondendo a 5,68% da população estadual e a uma densidadedemográfica de 17,05hab/km2.

A agricultura irrigada, utilizando as águas do submédio São Francisco, constitui umadas mais importantes atividades econômicas da região. A pecuária é menos expressiva,destacando-se o rebanho caprino.

A expansão da irrigação por grupos privados irradiou-se por toda a margem do rio,ensejando a implantação de unidade fabris em Petrolina. Entretanto o crescimentoeconômico decorrente da irrigação não se expandiu para além margens do rio,aumentando a diferença econômica e social entre as regiões ribeirinhas e de sequeiro.

A oferta de recursos hídricos associada à aplicação de investimentos públicos emirrigação contribuíram para a prosperidade do São Francisco Pernambucano mas o usoda água sem controle, a falta de integração entre as áreas irrigadas e as de sequeiro e aausência de investimentos em esgotamento sanitário têm provocado alguns problemas:

• aumento do processo de salinização do solo;• insuficiente armazenamento d’água e de alimentos para as criações, no período de

estiagem, na área de sequeiro;• ausência de saneamento básico.

A DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

A divisão político-administrativa do Estado compreende 185 municípios , dos quais oscinco maiores em área são Petrolina (4.756,80km2), Floresta (3.690,30km2), SerraTalhada (2.958,70km2), Santa Maria da Boa Vista (2.943,70km2) e Parnamirim(2.598,50km2), enquanto as cinco menores são Fernando de Noronha (18,40km2),Toritama (34,80km2), Camutanga (38,00km2), Olinda (38,10km2) e Machados(45,10km2).

As divisas desses municípios dificilmente coincidem com os divisores de água dasbacias, o que ocorre apenas excepcionalmente..Em relação à população, segundo o IBGE, o Estado tinha em 1996 cerca de 7.399.131habitantes (74,78hab/km2), dos quais cerca de 74% (5.476.855hab) residentes em áreasurbanas e cerca de 26% (1.922.216hab) em zona rural.

Page 31: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

31

Os cinco municípios mais populosos são Recife (1.346.045hab), Jaboatão dosGuararapes (529.966hab), Olinda (349.380hab), Paulista (233.634hab) e Caruaru(231.989hab), os quatro primeiros situados na Mesorregião Metropolitana do Recife e oúltimo na Mesorregião do Agreste Pernambucano.

Quanto à densidade demográfica, aparece Olinda como o município de maiorconcentração populacional (9.170,08hab/km2), seguindo-se Recife (6.154,76hab/km2),Camaragibe (2.300,60hab/km2), Paulista (2.283,81hab/km2) e Jaboatão dos Guararapes(2.059,92hab/km2), entre os cinco primeiros, todos localizados na MesorregiãoMetropolitana do Recife.

A REDE HIDROGRÁFICA DO ESTADO

A rede hidrográfica do Estado é caracterizada por rios de pequena extensão, comexceção apenas do São Francisco, que serve de limite entre Pernambuco e Bahia, notrecho compreendido entre as proximidades da Barragem de Sobradinho e asvizinhanças da Barragem de Paulo Afonso.

Parte da rede hidrográfica escoa no sentido oeste-leste, desaguando no Atlântico,constituindo os chamados rios litorâneos. São assim considerados os rios Goiana,Capibaribe, Ipojuca, Sirinhaém, Una, Mundaú e outros de menor importância. A outraparte escoa no sentido norte-sul, desaguando no São Francisco, formando os chamadosrios interiores, destacando-se o Ipanema, Moxotó, Pajeú, Terra Nova, Brígida, Garçase Pontal.

A maior parte desses rios tem sua bacia hidrográfica integralmente dentro do Estado –os rios estaduais; alguns têm partes de suas bacias em outros estados, podendo assimser caracterizados como rios federais, a exemplo do Mundaú, Ipanema e Moxotó.

Quanto às dimensões, algumas áreas de drenagem são muito pequenas, formadas porramificações de tributários que drenam para outro estado, ou mesmo constituindounidades hidrográficas completas mas de rios de extensão inexpressiva. As maioresáreas de drenagem são pertencentes a tributários do São Francisco.

Do ponto de vista do regime hidrológico, em razão dos cursos d’água dependeremfundamentalmente da distribuição e da intensidade das chuvas, e sendo estas maisabundantes nas Mesorregiões Metropolitana do Recife e Mata Pernambucana,decrescendo no sentido leste-oeste, na direção das Mesorregiões do Agreste, Sertão eSão Francisco Pernambucano, os rios interiores são geralmente intermitentes,permanecendo secos durante os períodos de estiagem, salvo pequenos tributários combacias situadas em áreas de micro-clima. Os rios litorâneos são intermitentes nostrechos situados na Mesorregião do Agreste Pernambucano, tornando-se permanentes namedida em que penetram na Mesorregião da Mata Pernambucana. Mesmo os trechos

Page 32: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

32

em regime permanente apresentam uma grande variação de nível d’água entre o períodochuvoso e o de estiagem.

DIVISÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO PARA EFEITO DO PLANO

A unidade geográfica para o planejamento, avaliação e controle dos recursos hídricos éa bacia hidrográfica que, eventualmente, pode ser substituída pela região hidrográfica,constituída por um conjunto de duas ou mais bacias.

Para efeito de avaliação de seus recursos hídricos, o Estado foi dividido em 29 unidadesde planejamento (UP), sendo 13 correspondentes a bacias hidrográficas importantes:Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Sirinhaém, Una, Mundaú, Ipanema, Moxotó, Pajeú, TerraNova, Brígida, Garças e Pontal, e 16 constituídas por grupos de bacias, das quais seis depequenos rios litorâneos (GL1 a GL6), nove de pequenos rios interiores (GI1 a GI9) euma de pequenos rios que compõem a rede de drenagem do arquipélago de Fernandode Noronha.

Essas unidades de planejamento são mostradas na figura 4 e suas característicashidrográficas no quadro 2. As três maiores unidades de planejamento são constituídaspor bacias de tributários do São Francisco: Pajeú (16.838,74km2), Brígida(13.560,89km2) e Moxotó (8.713,41km2), por ordem decrescente de grandeza.

Page 33: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

33

FIGURA 4 – Unidades de Planejamento Hídricos (AutoCad 13)

Page 34: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

34

Quadro 2 – Unidades de Planejamento Hídrico / Áreas e Redes de Drenagem

ÁreaUnidade dePlanejamentoHídrico (UP)

Rede de Drenagemkm2 % do

EstadoUP 1 - Goiana Rio Goiana e tributários: Capibaribe Mirim, Tracunhaém, Siriji, Cruanji, També, Tiúma. 2.878,30 2,91UP 2 - Capibaribe Rio Capibaribe e tributários: Tapacurá, Goitá, Fazenda Velha, Aldeia Velha, Tabocas, Pará,

Tapera, Caiaí, Jataúba.7.557,41 7,64

UP 3 - Ipojuca Rio Ipojuca e tributários: Liberal, Papagaio, Pau Santo, rio do Mel, Ângelo Novo, riacho daOnça, riacho dos Mocós, riacho do Meio, Pata Choca.

3.514,35 3,55

UP 4 - Sirinhaém Rio Sirinhaém e tributários: Amaraji, Oncinha, Machado, Bonito Grande, Tanque de Piabas,Várzea Grande, Camaragibe, Tapiruçu, Aripibu, Caranguejo, Brejo Novo.

2.069,60 2,09

UP 5 - Una Rio Una e tributários: Pirangi, Jacuípe, rio da Prata, rio da Chata, Olho d’Água das Pombas,Quatis, Salobro, Panelas, Riachão, Maracaju, Gravatá, Camevô, Preto, Camocim Mirim, José daCosta.

6.292,89 6,36

UP 6 - Mundaú Rio Mundaú e tributários: Canhoto, Inhaúma, riacho do Mel, Corrente, Conceição, Salgado. 2.155,68 2,18UP 7 - Ipanema Rio Ipanema e tributários: Quixaba, Garanhunsinho, Cordeiro, Mulungu, Tapera, riacho dos

Pilões, Mandacaru, Itapicuru, Cachoeirinha, Pedra da Bola, Cafundó, Mororó.6.245,96 6,31

UP 8 - Moxotó Rio Moxotó e tributários: Piutã, Pioré, Várzea Grande, Custódia, Curupiti, Poço da Cruz,Alexandre, Juazeiro, Feliciano, riacho do Mel, riacho da Gameleira, Manari.

8.713,41 8,81

UP 9 - Pajeú Rio Pajeú e tributários: riacho do Navio, São Cristóvão, Caldeirão, Lagoinha, Cachoeira, riachodo Cedro, Cachoeirinha, Pajeú Mirim, Riachão, Quixaba, Tigre, Malhada, Piancozinho, riachodo Brejo, riacho da Laje, Várzea do Tiro.

16.838,74 17,02

UP 10 - Terra Nova Rio Terra Nova e tributários: riacho dos Macacos, Ouricuri, riacho do Salgueiro, riacho dosMilagres, Pitombeira, Tamboril, riacho da Guia.

5.015,41 5,07

UP 11 - Brígida Rio Brígida e tributários: São Pedro, Gravatá, Mundo Novo, Espírito Santo, Carnaúba, rio dasTabocas.

13.560,89 13,71

UP 12 - Garças Rio das Garças e tributários: riacho da Volta, Boa Vista, riacho dos Campos, Verde, Água Preta. 4.410,61 4,46UP 13 - Pontal Rio Pontal e tributários: riacho do Dormente (Melancia, Mundubim), Poço d’Anta, Cachoeira

do Roberto, Sítio Novo, riacho do Icó, Tanque Novo, Barra da Cachoeira, riacho do Areial,Baixo do Passo da Pedra.

6.157,56 6,22

UP 14 - GL 1 Grupo de pequenos rios litorâneos: Itapirema, Botafogo, Tabatinga, Bonança, Utinga, Timbó,Beberibe.

1.162,24 1,17

UP 15 - GL 2 Grupo de pequenos rios litorâneos: Duas Unas, Jaboatão, Gurjaú, Pirapama. 1.246,30 1,26UP 16 - GL 3 Grupo de pequenos rios litorâneos: Tapera e outros riachos menores. 111,80 0,11UP 17 - GL 4 Grupo de pequenos rios litorâneos: Vermelho, União, Cabrobó, Ilhetas. 286,35 0,29UP 18 - GL 5 Grupo de pequenos rios litorâneos: Meireles, Persinunga. 63,45 0,06UP 19 - GL 6 Grupo de pequenos rios litorâneos: Muzumba, Gupissuva 90,04 0,09UP 20 - GI 1 Grupo de pequenos rios interiores: pequeno trecho do curso superior do rio Paraíba, incluindo

seu afluente, riacho Seco, e pequeno trecho do curso superior do rio Traipu, incluindo seusafluentes, riacho dos Morais e riacho Salgado.

1.389,56 1,40

UP 21 - GI 2 Grupo de pequenos rios interiores: nascentes dos riachos Cacimbinha e Triunfo, formadores dorio Capiá, que se desenvolve em território alagoano.

150,25 0,15

UP 22 - GI 3 Grupo de pequenos rios interiores: riacho dos Mandantes, Baixo do Limão Bravo, Barreira,riacho das Bananeiras.

2.711,38 2,74

UP 23 - GI 4 Grupo de pequenos rios interiores: riacho da Baixa, riacho da Porta, riacho da Água Branca,riacho da Simpatia, riacho da Carapuça, Fechado, riacho das Bananeiras.

1.479,30 1,50

UP 24 - GI 5 Grupo de pequenos rios interiores: Pici, Jacaré. 791,26 0,80UP 25 - GI 6 Grupo de pequenos rios interiores: riacho das Caraíbas e seus afluentes, Santa Rosa, Madeira e

Jaracaliá.865,10 0,87

UP 26 - GI 7 Grupo de pequenos rios interiores: Recreio, Sucesso, Canaã, Curral Novo. 1.238,33 1,25UP 27 - GI 8 Grupo de pequenos rios interiores: Caraíba, Vitória, riacho das Porteiras, riacho do Vieira. 1.393,70 1,41UP 28 - GI 9 Pequena área que drena para o Estado do Ceará. 529,56 0,54UP 29 – F. deNoronha

Pequenos cursos d’água existentes na ilha. 18,40 0,02

Pernambuco 98.937,84 100,00

Page 35: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

35

CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

Para que se possa entender os fenômenos meteorológicos e climáticos do Estado dePernambuco, é necessário se ter disponível não só os dados meteorológicos dePernambuco mas, também, dos estados vizinhos e, até mesmo, de pontos distantes doGlobo Terrestre. Além disso, é necessário fazer uma distinção entre tempo e clima, elocalizar Pernambuco no contexto da problemática da variabilidade climática doNordeste do Brasil.

O tempo é definido como o conjunto dos fenômenos meteorológicos que ocorrem numperíodo de poucas horas a alguns dias, enquanto que o clima é o estado médio do temponum período de vários anos (A Organização Meteorológica Mundial - OMM consideraum período mínimo de 30 anos).

O Nordeste, onde se localiza o Estado de Pernambuco, é conhecido como uma regiãoproblemática do ponto de vista climático. Na parte considerada semi-árida dessa região,a precipitação total anual se apresenta com valores abaixo de 800 mm total anual(compreendendo o chamado Polígono das Secas), com poucas exceções em regiõesmontanhosas, e tem flutuações interanuais muito altas. Essa variabilidade interanual temcomo conseqüências secas severas e chuvas em excesso em anos diferentes. Algumassecas duram dois ou mais anos.

SISTEMAS METEOROLÓGICOS ATUANTES EM PERNAMBUCO

Existem, pelo menos, seis sistemas atmosféricos que produzem precipitações noNordeste e no Estado de Pernambuco: 1) a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT);2) as frentes frias vindas do sul; 3) as ondas de leste; 4) os ciclones na média e na altatroposfera, do tipo “baixas frias” (também conhecidos como vórtices ciclônicos daatmosfera superior - VCAS; 5) as brisas terrestres e marítimas; e 6) as oscilações de 30-60 dias.

Alguns desses sistemas são influenciados pelo albedo e orografia. Eles atuam demaneira preponderante em sub-regiões distintas. Os VCAS são altamente transientes eatuam em períodos não determinados, movimentando-se de forma aleatória, nãopossuindo uma sub-região preferencial para provocar precipitação, podendo modificar otempo em todo o Nordeste. O efeito da brisa é importante numa faixa que vai da costaaté 300 km dentro da região. O estudo desses sistemas, com seus períodos e áreas deatuação, intensidades e variabilidades, é muito importante para a previsão do tempo epara a descrição da climatologia da região, assim como da própria variabilidade eprevisão climáticas.

Page 36: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

36

Zona de Convergência Intertropical

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é formada pela confluência dos ventosalísios do Hemisfério Norte (alísios de nordeste) e os do Hemisfério Sul (alísios desudeste). A confluência resulta em movimentos ascendentes de ar com alto teor devapor d’água. Ao subir na atmosfera, o vapor d’água se resfria e condensa dando origemao aparecimento de nuvens numa faixa que é conhecida como tendo a mais alta taxa deprecipitação do Globo Terrestre. A faixa de convergência é facilmente reconhecida emfotos de satélites pela presença quase constante de nebulosidade.

A ZCIT é o principal sistema de produção de chuvas no Sertão (Mesorregiões do Sertãoe do São Francisco Pernambucano) e Agreste (Mesorregião do Agreste Pernambucano)e atua sobre todo o Estado durante os meses de fevereiro a maio. No Sertão, o períodochuvoso vai de dezembro a maio com máximos de precipitação durante fevereiro emarço. No Agreste, o período chuvoso vai de fevereiro a julho com máximos deprecipitação durante abril e maio. A maioria das chuvas nessas duas regiões dependemda posição e intensidade da ZCIT (sistema principal) e de outros sistemasmeteorológicos. Em anos muito chuvosos, as precipitações da ZCIT ou de sistemasoriundos dela podem causar enchentes e inundações, principalmente na RegiãoMetropolitana do Recife e na Zona da Mata. Por outro lado, nos anos nos quais a ZCITnão atua nos meses de março e/ou abril, todo o Estado sofre com a falta de chuvas,principalmente o semi-árido, inclusive a bacia leiteira do Agreste do Estado.

Frentes Frias

A penetração no Nordeste de frentes frias provenientes de regiões sub-antárticas,adentrando o Brasil, ou instabilidades causadas pelo avanço desses sistemas, constitui osegundo principal mecanismo da produção de chuvas no Nordeste. A freqüência dessessistemas é de aproximadamente um a cada cinco dias no Sul e Sudeste do Brasil. Mas,somente alguns desses sistemas ou parte deles penetram mais ao norte. Dessa maneira,são poucos os sistemas que influenciam o Nordeste produzindo chuvas na sua partecentral, norte e leste, durante todo o ano.

No extremo oeste de Pernambuco (Sertão Ocidental), os principais meses de ocorrênciade chuvas produzidas ou influenciadas pelas frentes frias vão de novembro a fevereiro(com máximo em dezembro), enquanto que no litoral, na Zona da Mata e na porçãoleste do Agreste aqueles sistemas podem influenciar as precipitações nos meses de maioa agosto (com máximo em julho).

Na verdade, o período de maior produção de chuvas devidas às frentes frias ocorrem nolitoral leste do Nordeste, incluindo a costa que vai de Pernambuco ao sul da Bahia (7o Na 18 o S) que recebe o máximo de precipitação no período de maio a julho, justamente

Page 37: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

37

durante o início do inverno do Hemisfério Sul, época em que as frentes frias são maisintensas.

Ondas de Leste

As ondas de leste são perturbações, em geral, de pequena amplitude, observadas nosventos alísios e atuam no leste do Estado de Pernambuco e do Nordeste (5o a 13o S, doleste do Rio Grande do Norte até o nordeste da Bahia), principalmente no período quevai de maio a agosto. O deslocamento dessas ondas, associadas a conglomeradosconvectivos, se dá de leste para oeste a partir do oceano Atlântico até atingirem o litoraloriental da região, daí advindo sua denominação. Apesar da sua pequena amplitude, asondas de leste podem produzir chuvas intensas e inundações e, em alguns casos,penetram até 300km dentro do continente. As ondas de leste são muito freqüentes emalguns anos, e a intensidade e freqüência dessas ondas depende da temperatura dasuperfície do mar, do cisalhamento meridional do vento, e da circulação troposférica noAtlântico tropical. A velocidade média de propagação é de 1.100km por dia.

Ciclones na Atmosfera Superior

Os ciclones nas camadas da média e alta troposfera, do tipo “baixas frias”, tambémconhecidos como vórtices ciclônicos da atmosfera superior (VCAS), atuam no Nordestee no Estado de Pernambuco, principalmente nos meses de novembro a fevereiro. Adenominação “baixa fria” se deve ao fato de que a temperatura do ar no centro dovórtice ser mais baixa do que na área que o circunda. O centro do vórtice apresentamovimento vertical descendente o que justifica o ar mais frio e a quase ausência deprecipitação na área logo abaixo dele. As regiões periféricas ao centro do vórticeapresentam movimentos verticais ascendentes com chuvas advindas, principalmente, denuvens convectivas. No período da tarde, chuvas do tipo pancadas de nuvensconvectivas podem ocorrer no centro do vórtice devido ao grande aquecimento dasáreas localizadas abaixo do centro.

Muitas vezes, VCAS aparecem nos altos níveis da troposfera, lá permanecendo semcausarem precipitação significativa. As chuvas iniciam quando os vórtices se estendemde pelo menos 300hpa (9km, aproximadamente) até 700hpa (3km, aproximadamente).Na maioria dos casos, o ramo ascendente oeste é o que produz mais precipitação noNordeste, pelo fato de que os ramos ascendentes norte e leste se situampreferencialmente sobre o oceano.

A atuação dos VCAS sobre o Estado de Pernambuco se dá de forma muito irregular, jáque esses sistemas, na dependência de seu posicionamento, podem produzir tantochuvas intensas como seca, em qualquer área do Estado ou até mesmo em todo oEstado. Por outro lado, o seu tempo de vida varia de cinco a vinte dias, podendo

Page 38: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

38

produzir enchentes e inundações, bem como veranicos severos, dependendo de sualocalização espacial, e prejudicando as plantações e as pastagens. A freqüência dessessistemas tem uma grande dependência na variabilidade interanual da atmosfera e elessão mais constantes em anos de ocorrência de episódios do fenômeno de ElNiño/Oscilação do Sul.

Brisas

As brisas terrestres e marítimas ocorrem no litoral do Nordeste em todo o ano. As áreasafastadas da costa entre 100 e 300km têm um máximo diurno associado com a brisamarítima. A brisa marítima é máxima quando existe um contraste máximo entre atemperatura da superfície do mar e a temperatura da terra. Isso ocorre no final do outonoe no início do inverno (maio, junho e julho). No caso da brisa marítima, não existeconvergência causada pela brisa e os alísios de este-sudeste, pois os ventos dos doissistemas sopram quase que paralelos. Nesse caso, um fator importante é a modulação daprecipitação pela orografia.

Em Pernambuco, as brisas terrestres e marítimas atuam no litoral e na Zona da Matadurante todo o ano. Entretanto, são mais observadas nos meses de outono/inverno,produzindo chuvas fracas a moderadas.

Oscilações de 30-60 dias

As oscilações de 30-60 dias são pulsos de energia que se movem de oeste para leste, nafaixa equatorial. No Nordeste do Brasil, sua atuação ainda não é bem conhecida. Sabe-se que esses sistemas atuam por períodos de 10 a 30 dias com falta de chuvas na suafase positiva, e chuvas na sua fase negativa. Esse tipo de atuação pode produzirveranicos prolongados, prejudicando a agricultura e a pecuária, mas também pode vir abeneficiá-las com chuvas de alguma intensidade naqueles anos que são consideradossecos.

VARIABILIDADE INTERANUAL DA PRECIPITAÇÃO

A variação interanual da precipitação no Nordeste e em Pernambuco é muito grande edepende, principalmente, de dois fenômenos do sistema oceano-atmosfera, o ElNiño/Oscilação do Sul (ou anti-El Niño/Oscilação do Sul) e o Dipolo do Atlântico.

O El Niño é o aquecimento da água do mar no Pacífico Tropical da costa doPeru/Equador até o oeste do Pacífico. O nome El Niño se refere ao Menino Jesus pois,desde o século XVI, os pescadores do Peru/Equador denominaram o aquecimento das

Page 39: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

39

águas do mar com esse nome, já que um aquecimento acontece próximo do natal empraticamente todos os anos. O anti-El Niño ou La Niña é o oposto, ou seja, oresfriamento da água do mar no Pacífico Tropical desde a costa da América do Sul até ooeste do Pacífico.

A Oscilação do Sul é a variação anômala da pressão atmosférica tropical, sendo umaresposta aérea ao El Niño ou anti-El Niño (La Niña), associada a mudanças nacirculação geral da atmosfera.

Nos anos de El Niño/Oscilação do Sul, a pressão atmosférica tende a valores maisbaixos no Pacífico e aumenta no restante da região tropical. Os valores baixos dapressão, o aumento da evaporação no Pacífico e a mudança dos ventos alísiosaumentam os movimentos ascendentes, formam mais nuvens e produzem mais chuva.Os movimentos ascendentes acelerados e o calor latente de condensação (liberado noprocesso de formação das nuvens) modificam a circulação geral, causando movimentosdescendentes anômalos em outras partes da atmosfera tropical, principalmente nosentido zonal. Esses movimentos descendentes inibem a formação de nuvens e reduzema precipitação (com secas em eventos moderados a fortes), como no caso no norte doNordeste do Brasil e da Indonésia. Nas regiões extra-tropicais, a circulação daatmosfera (corrente de jato) também é alterada, causando o fenômeno de bloqueio emudando a trajetória e intensidade dos sistemas frontais, aumentando as chuvas (ecausando enchentes nos episódios moderados e fortes) em regiões da América do Nortee América do Sul, como no caso do Sul do Brasil.

Nos anos de anti-El Niño/Oscilação do Sul, também conhecido como LaNiña/Oscilação do Sul, a temperatura da superfície do mar no Pacífico Tropical éanomalamente resfriada com aumento de pressão no Pacífico e diminuição no restanteda região tropical. Os valores altos de pressão estão relacionados com a fortesubsidência o que inibe a formação de nuvens e reduz a precipitação.

Resumindo, o El Niño/Oscilação do Sul é um fenômeno global do oceano e daatmosfera. As anomalias climáticas relacionadas são persistentes e duram por váriosmeses, principalmente, na atmosfera tropical. Exemplos são as secas na Indonésia,Austrália e norte do Nordeste do Brasil, inclusive todo o Estado de Pernambuco.Chuvas acima da normal ocorrem no Peru, Equador e Ilhas do Pacífico central e leste.Existem também anomalias em latitudes extra-tropicais, como as temperaturas acima danormal no Alasca, Sudeste da Ásia, Sul e Sudeste do Brasil e chuvas acima da normalno Sudeste e Sul do Brasil, Uruguai e Norte da Argentina. O fenômeno anti-ElNiño/Oscilação do Sul, também conhecido como La Niña/Oscilação do Sul, é o opostodo El Niño/Oscilação do Sul e causa anomalias opostas.

Outros trabalhos indicam que existe um outro fenômeno oceano-atmosférico conhecidocomo Dipolo do Atlântico que causa variação de precipitação no Nordeste do Brasil ena África. O Dipolo do Atlântico é uma mudança anômala na temperatura da água domar no Oceano Atlântico Tropical. Esse fenômeno muda a circulação meridional daatmosfera e inibe ou aumenta a formação de nuvens sobre o Nordeste do Brasil e alguns

Page 40: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

40

países da África, diminuindo ou aumentando a precipitação. Quando as águas doAtlântico Tropical Norte estão mais quentes e as águas do Atlântico Equatorial eTropical Sul estão mais frias, existem movimentos descendentes anômalos sobre oNordeste do Brasil e alguns países da África Ocidental, inibindo a formação de nuvens ediminuindo a precipitação, podendo causar secas. Por outro lado, quando as águas doAtlântico Tropical Norte estão mais frias e as águas do Atlântico Tropical Sul estãomais quentes, existem movimentos ascendentes anômalos sobre o Nordeste doBrasil e países da África Ocidental, acelerando a formação de nuvens e aumentando aprecipitação e provocando enchentes, em muitas ocasiões.

Os períodos de duração das secas e enchentes vão depender do período de atuação,duração, intensidade e cobertura do El Niño/Oscilação do Sul (ou La Niña/Oscilação doSul) e do Dipolo do Atlântico. Os episódios podem ser considerados muito fracos,fracos, moderados e fortes dependendo do valor da temperatura da água do mar, aextensão e o período de atuação. Por exemplo, o tempo médio entre episódios de ElNiño sucessivos é de 3,2 anos, enquanto que um período de 12 a 13 anos pode ocorrerentre dois episódios fortes. Somente os eventos El Niño/Oscilação do Sul e LaNiña/Oscilação do Sul moderados e fortes parecem influenciar nas chuvas do Nordeste.

As flutuações interanuais na precipitação do Nordeste são devidas principalmente aosdois oceanos tropicais, Pacífico (El Niño/Oscilação do Sul) e Atlântico (Dipolo) comdois modos principais:

• Pacífico positivo (Pacífico quente) e Dipolo negativo (Atlântico Sul frio e AtlânticoNorte quente) correspondendo a episódios de seca;

• Pacífico negativo (Pacífico frio) e Dipolo positivo (Atlântico Sul quente e AtlânticoNorte frio) correspondente a anos com excesso de chuva.

Um estudo mais detalhado do impacto do El Niño/Oscilação do Sul e LaNiña/Oscilação do Sul e do Dipolo do Atlântico sobre o Estado de Pernambuco deveráconsiderar as áreas homogêneas com respeito à precipitação com elaboração de sériespluviométricas dessas áreas e com estudos de correlação dessas séries e as temperaturasda superfície dos oceanos tropicais.

Os Totais Anuais

No setor norte da região fisiográfica do Sertão, constituída pelas Mesorregiões doSertão Pernambucano e do São Francisco Pernambucano, os totais anuais deprecipitação oscilam em torno de 600mm, com alguns núcleos isolados chegando a800mm. No setor sul do Sertão, os valores anuais são inferiores a 600mm, com algumasáreas atingindo valores inferiores a 500mm, sendo que na Mesorregião do SãoFrancisco Pernambucano os valores médios chegam apenas a 400mm/ano.

Page 41: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

41

No Agreste (Mesorregião do Agreste Pernambucano), a precipitação total anual médiaatinge valores em torno de 700mm, com máximos de 800mm em algumas localidadesisoladas.

Do Agreste Oriental, passando para a Zona da Mata (Mesorregião da MataPernambucana) e até o litoral, os valores variam de 700 a 2.200mm anuais.

A figura 5 apresenta as isoietas anuais, em mm, construídas a partir de dados de 200postos com registros de pluviometria superior a 30 anos.

Características Climáticas e o Regime de Chuvas

O Sertão de Pernambuco, incluindo as Mesorregiões do Sertão Pernambucano e do SãoFrancisco Pernambucano, representa mais de 60% do território do Estado, sendocaracterizado por baixos índices pluviométricos anuais, oscilando entre 500 e 800mm.A região semi-árida de Pernambuco compreende o Sertão e o Agreste, embora nestehaja menos áreas semi-áridas e existam até áreas sub-úmidas, especialmente nas sub-regiões de contato com a Zona da Mata, mais a leste. Numa classificação geral, pode-sedizer que o Sertão se encontra a oeste de Arcoverde.

No semi-árido, a quadra chuvosa (quatro meses consecutivos de maiores precipitações)depende, principalmente, das oscilações da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT),as quais ocorrem, na maioria dos anos, da metade do verão (janeiro ou fevereiro) para ooutono (abril ou maio). As exceções, no Sertão, no tocante ao período chuvoso ficampor conta do extremo oeste (setor sul), precisamente em Petrolina, onde as principaischuvas começam em dezembro, prolongando-se até março. Com razoável freqüência,principalmente na parte mais ocidental do Sertão, e mais ainda nas áreas mais ao sul,são registradas chuvas significativas no mês de dezembro (algumas vezes até emnovembro) e também em janeiro, em especial na primeira quinzena. Essas chuvas,quase sempre intensas, são oriundas das influências das frentes frias do sul e/ouresultantes de algum vórtice ciclônico de ar superior (VCAS). Dessa forma, no períodoque vai de janeiro a maio, ocorrem praticamente, todo o total anual de precipitação doSertão.

Uma característica bem marcante na climatologia do Sertão é o mês de março, que seapresenta, sempre, como o de maior precipitação pluviométrica. Março, em todas aslocalidades do Sertão, registra concentrações elevadas de chuvas, podendo ir a mais de25% e até a 27% do total anual, como ocorre em Araripina. Pode-se dizer, que cercade 1/5 ou até 1/4 das chuvas, na maioria dos anos, acontece em março. Umaoutra característica igualmente marcante no clima do Sertão reside na enormeconcentração das chuvas em poucos meses do ano. Em cerca de quatro meses chega-sea registrar 60, 70 e até 75% de toda a chuva do ano. Se forem considerados os 2semestres, um das chuvas e outro da seca, as diferenças são enormes: 80, 90% (e atémais), restando menos de 10% a até 20% das chuvas para o outro período.

Page 42: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

42

-42.0 -41.5 -41.0 -40.5 -40.0 -39.5 -39.0 -38.5 -38.0 -37.5 -37.0 -36.5 -36.0 -35.5 -35.0 -34.5 -34.0Longitude

-10.0

-9.5

-9.0

-8.5

-8.0

-7.5

-7.0

Latit

ude

400 mm

500 mm

600 mm

700 mm

800 mm

900 mm

1000 mm

1100 mm

1200 mm

1300 mm

1400 mm

1500 mm

1600 mm

1700 mm

1800 mm

1900 mm

2000 mm

2100 mm

2200 mm

Figura 5 - Isoietas Médias Anuais para o Estado deFigura 5 – Isoietas Média Anuais para o Estado de Pernambuco

Page 43: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

43

Na grande maioria das áreas do Sertão, considerando as médias climatológicas de maisde 40 localidades, todas com mais de 30 anos consecutivos de registro, a quadrachuvosa é formada pelos meses de janeiro a abril. Observa-se também algumasexceções, tanto para a excessiva concentração de chuvas em março, como para oposicionamento da quadra chuvosa, de janeiro a abril. Em Triunfo e Tacarutu, as chuvasde março representam bem menos de 20% dos respectivos totais anuais. Em Triunfo, ofator responsável pelo alongamento da estação chuvosa é a sua elevada altitude (1010metros acima do mar). Já em Tacaratu é a sua exposição peculiar, na calha do SãoFrancisco, (que se abre a penetração dos alísios) e com elevação superior a 550 metrossobre o nível médio do mar. No tocante ao posicionamento da quadra chuvosa, aprincipal exceção está na parte mais oriental dos altos cursos do Pajeú e do Moxotó.Nessa área, em todas as localidades, mesmo nas que estão com séries de registros entre20 e 30 anos, a quadra chuvosa abrange o período de fevereiro a maio.

No Agreste, ainda dominam condições de semi-aridez, embora diferentes daquelas queprevalecem no Sertão. Em grandes linhas, pode-se dizer que a principal característicaclimatológica do Sertão é a extraordinária concentração das chuvas em apenas quatromeses, o que não se dá com a climatologia do Agreste. Entretanto, a Zona deConvergência Intertropical (ZCIT) é um sistema de grande escala e atua também sobre afaixa de climas úmidos e sub-úmido, a leste do Nordeste, de modo a contribuir, commaior ou menor importância, para a configuração do período chuvoso das regiões daMata e do Agreste de Pernambuco. Só que a estação das chuvas nessas regiões recebetambém, e principalmente, contribuições mais significativas de outros sistemas queatuam no período de outono e inverno (abril a agosto) e que aqui serão pelo menos,cinco meses e na Zona da Mata tem a duração de seis meses.

O Agreste sendo uma região intermediária entre áreas de clima úmido (a Mata) e seco(o Sertão), apresenta, zonalmente, similaridade ora com uma, ora com outra região, doponto de vista climático. Assim, nas áreas do Agreste mais próximo do Sertão, acontribuição da ZCIT é mais efetiva do que as dos sistemas de leste. Percebe-seclaramente que março ainda continua a ser o mês mais chuvoso. Entretanto, asprecipitações são menos concentradas do que no Sertão. Para o Agreste mais próximoda Mata, já se percebe que as contribuições dos sistemas de leste são muito maisimportante do que as da ZCIT, de forma que o mês mais chuvoso se desloca para maioou junho. De um modo geral, pode-se dizer que há cinco (e não apenas quatro) meseschuvosos no Agreste, embora que, ainda assim, prevaleçam condições de semi-árido.Em algumas áreas, regionalmente conhecidas como “brejos” de altitude, a condiçãodominante é sub-úmida e, em certos casos, até mesmo úmida. Entre estes, vale destacaras localidades de Garanhuns, Taquaritinga do Norte, Brejo da Madre de Deus e Buíque.

Dessa maneira, o Agreste de Pernambuco apresenta, nas áreas mais próximas ao Sertão,o período que vai de fevereiro a junho como o mais chuvoso do ano (65% a 68% daprecipitação anual acontece nesses cinco meses). Nas áreas mais próximas da Mata aestação chuvosa do Agreste já se estende de março a julho. Finalmente, na parte mais

Page 44: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

44

meridional do Agreste próximo da Mata, os cinco meses mais chuvosos são abril, maio,junho, julho e agosto.

A Zona da Mata caracteriza-se por apresentar climas úmidos, com chuvas sempre acimade 1.000 mm, em média, alcançando mais de 2.000 mm nas localidades próximas àcosta atlântica. Essa região possui período chuvoso extenso, com pelo menos seis mesesde duração. Em geral, as chuvas vão de março a agosto e o período seco (na verdadenão tão seco) situa-se de setembro a fevereiro. Em termos de distribuição percentualpode-se dizer que 75 a 80% das chuvas anuais acontecem no semestre chuvoso e 20 a25% no período seco. Entretanto 20 a 25% sobre um total de mais de 2.000 mm jáapresenta algo bem maior do que toda a chuva anual registrada em muitas localidadesdo Agreste e do Sertão.

A figura 6 mostra a distribuição dos regimes de chuva nas regiões fisiográficas doSertão, Agreste e Mata.

OUTROS PARÂMETROS CLIMÁTICOS

• Estação Meteorológica de Araripina

A estação meteorológica situada em Araripina encontra-se localizada no Sertão semi-árido, com as seguintes coordenadas geográficas de posição: 7 0 29’ S; 40 0 36 W e 816m de altitude.

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno de 752 mm, sendo que 70%desse total concentra-se nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril.

As temperaturas médias mensais oscilam entre 21,2 e 25,0 0C. Os valores máximos detemperatura ocorrem durante o período de outubro a dezembro, com valores que variamentre 31,2 e 31,7 0C, e as temperaturas mínimas entre 15,7 e 16,7 0C, no período dejulho a setembro.

A umidade relativa do ar varia entre 42 e 80%.

A velocidade do vento é maior durante os meses de julho a agosto, com valorespróximos a 7m/s. A componente predominante do vento é de sudeste.

• Estação Meteorológica de Ouricuri

A estação meteorológica localizada em Ouricuri encontra-se na porção semi-árida doSertão, com as seguintes coordenadas geográficas 07 0 53’ S, 40 0 04’ e 432 m dealtitude.

Page 45: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

45

FIGURA 6 – Regime de Chuvas do Estado de Pernambuco (AutoCad 13)

Page 46: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

46

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno 585mm, com o período maischuvoso concentrado nos meses de janeiro a abril.

As temperaturas médias anuais oscilam entre 28,4 e 23,5 0C.

A umidade relativa do ar varia entre 43 % e 68%.

Os dados médios mensais de evaporação variam entre 163 mm a 313 mm, os maioresvalores ocorrem durante os meses de setembro, outubro e novembro, já os menoresíndices são observados, na média, durante os meses de abril, maio e junho.

• Estação Meteorológica de Cabrobó

A estação meteorológica localizada em Cabrobó também encontra-se no semi-árido,com as seguintes coordenadas geográficas de posição 08 0 46’ S, 38 0 58’W e 305 m dealtitude.

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno 442 mm, com o período maischuvoso concentrado nos meses de janeiro a abril e é responsável por 75% das chuvasanuais.

As temperaturas médias mensais oscilam entre 24,3 e 28,2 0C. As temperaturasmáximas podem chegar a superar 33 0C e as temperaturas mínimas ficam em torno de19 0C .

A umidade relativa do ar varia entre 60 % e 74%.

• Estação Meteorológica de Arcoverde

A estação meteorológica localizada em Arcoverde possui as seguintes coordenadasgeográficas de posição 08 0 25’ S, 37 0 04 W’ e 644 m de altitude.

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno 639 mm, com o período maischuvoso concentrado nos meses de março a junho, podendo prolongar até julho. Nesseperíodo, as chuvas são responsáveis por 70% do total pluviométrico anual.

As temperaturas médias mensais oscilam entre 21,1 e 25,5 0C e as temperaturasmínimas entre 21,0 e 22 0C.

A umidade relativa do ar oscila entre 60 % e 80%.

A direção predominante dos ventos é de sudeste.

Page 47: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

47

• Estação Meteorológica de Serra Talhada

A estação meteorológica localizada em Serra Talhada encontra-se no semi-áridoPernambucano, com as seguintes coordenadas geográficas de posição 07 0 59’ S, 38 0

19’W e 500 m de altitude.

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno 895 mm, com o período maischuvoso concentrado nos meses de janeiro a abril e é responsável por 65% das chuvasanuais.

As temperaturas médias mensais oscilam entre 23,6 e 27,7 0C e as temperaturasmínimas entre 18,4 e 21,6 0C. As temperaturas altas ocorrem durante os meses denovembro, dezembro e janeiro, com valores superiores a 32 0C.

A umidade relativa do ar oscila entre 39 % e 65%.

A direção predominante dos ventos é de sudeste.

• Estação Meteorológica de Caruaru

A estação meteorológica localizada em Caruaru encontra-se no Agreste, com asseguintes coordenadas geográficas de posição 08 0 31’ S, 36 0 33’W e 650 m de altitude.

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno 662 mm, com o período maischuvoso concentrado nos meses de março a junho/julho e é responsável por 55% daschuvas anuais.

As temperaturas médias mensais oscilam entre 21,2 e 25 0C. As temperaturas mínimasvariam entre 21,4 e 20,4 0C e ocorrem no período de junho a agosto.

A umidade relativa do ar oscila entre 49 % e 81%.

A direção predominante dos ventos é de sudeste. Durante os meses de outubro adezembro a direção dos ventos muda para nordeste.

• Estação Meteorológica de Itambé

A estação meteorológica localizada em Itambé encontra-se na Zona da Mata dePernambuco, com as seguintes coordenadas geográficas de posição 07 0 25’ S, 35 0

06’W e 190 m de altitude.

Page 48: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

48

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno 1.296 mm, com o período maischuvoso concentrado nos meses de março a julho e é responsável por 70% das chuvasanuais.

As temperaturas médias mensais oscilam entre 23,7 e 26,4 0C. As temperaturas mínimasvariam entre 19,4 e 21,6 0C e ocorrem no período de abril a agosto. As temperaturasmáximas ocorrem no período de dezembro a março, com valores superiores a 310C.

A umidade relativa fica em torno de 60%. Durante os meses de maio a agosto essesvalores são superiores a 70%.

A direção predominante dos ventos é de sudeste.

• Estação Meteorológica de Recife (Curado)

A estação meteorológica localizada em Recife encontra-se no Litoral Pernambucano,com as seguintes coordenadas geográficas de posição 08 0 03’ S, 34 0 55’W e 005 m dealtitude.

A precipitação pluviométrica média anual fica em torno 2.243 mm, com o período maischuvoso concentrado nos meses de março a agosto.

As temperaturas médias mensais oscilam entre 24,2 e 26.4 0C.

A umidade relativa do ar oscila entre 67 % e 79%.

A direção predominante dos ventos é de sudeste.

REDES PLUVIOMÉTRICA E DE ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

Rede Pluviométrica

A figura 7 mostra a atual rede pluviométrica do Estado, a qual possui mais de 300postos de observação de chuva. Nota-se a existência de uma maior densidade nas zonasfisiográficas do Agreste, Zona da Mata e Litoral, enquanto que, no Sertão, existem áreasdesprovidas de informações pluviométricas, o que caracteriza a necessidade deampliação da rede existente.

Atualmente, vários desses postos encontram-se desprovidos de manutençãocomprometendo a qualidade do dado observado.

Page 49: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

49

Figura 7 - Distribuição Espacial dos Postos Pluviométricos

Rede de Estações Meteorológicas Convencionais

A Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária dispõe atualmente de 10 (dez)estações meteorológicas convencionais. O quadro 3 mostra os parâmetrosmeteorológicos observados nessas estações.

Considerando que a área de abrangência de uma estação meteorológica convencional éum círculo de aproximadamente 75km de raio, chega-se à conclusão que a atualdistribuição espacial das estações meteorológicas convencionais, em Pernambuco(figura 8), não é satisfatória.

No Sertão, cuja área representa mais de 60% do território estadual, faz-se necessária ainstalação de pelo menos 18 (dezoito) novas estações, para melhor representatividade doclima e do tempo na região.

No Agreste, Zona da Mata e Litoral, existem apenas 7 (sete) estações convencionais, asquais são insuficientes para cobrir toda região, sendo necessárias, pelo menos, 12 (doze)novas estações. A distribuição mínima de estações convencionais, para atender ademanda de informações meteorológicas, em Pernambuco, pode ser vista na figura 9,onde podem ser distinguidas as novas estações (pontos pretos) e aquelas emfuncionamento (losangos azuis).

Page 50: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

50

Quadro 3 - Parâmetros Meteorológicos Observados nas Estações do IPA

Temperatura VentoEstações PrecipitaçãoAr Máxima Mínima

UmidadeVelocidade Direção

Radiação

Araripina X X X X X X XBelém do São Francisco X X X X X XSerra Talhada X X X X X X XArcoverde X X X X X X XCaruaru X X X X X X X XSão Bento do Una X X X X X X XItambé X X X X X X XItapirema X X X X X XVitória de Santo Antão X X X X X X XPorto de Galinhas X X X X X

Figura 8 - Localização das Estações Meteorológicas Convencionais da EmpresaPernambucana de Pesquisa Agropecuária - IPA.

Page 51: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

51

Figura 9 - Distribuição Ideal das Estações Meteorológicas Convencionais

Rede de Estações Meteorológicas Automáticas

A Secretaria de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente – SECTMA, através do seuDepartamento de Hidrometeorologia, tem reunido esforços no sentido de dotar o Estadocom estações meteorológicas automáticas, para a coleta de dados em tempo real,visando à melhoria do monitoramento e dos modelos de previsão do tempo, e paraatualizar o seu banco de dados climatológicos, com vistas a uma melhor definição doclima em Pernambuco. As estações meteorológicas automáticas dispõem dos seguintesparâmetros: temperatura, umidade, radiação, direção e velocidade do vento eprecipitação.

A figura 10 mostra a distribuição ideal de estações meteorológicas automáticas,podendo-se observar as cinco existentes em funcionamento (retângulos vermelhos) e asnovas estações (pontos pretos).

Page 52: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

52

Figura 10 - Distribuição Ideal das Estações Meteorológicas Automáticas

Page 53: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

53

RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

O estudo das águas superficiais objetivaram a avaliação das potencialidades e dasdisponibilidades hídricas, entendendo-se como potencialidade o escoamento naturalmédio, e como disponibilidade a parcela de ativação da potencialidade, sendoconsiderada disponibilidade efetiva a parcela que se encontra à disposição dos usuáriose disponibilidade virtual a parcela máxima que pode ser ativada.

Os escoamentos dos cursos d’água da rede hidrográfica do Estado apresentam grandesvariações, no espaço e no tempo. A maior parte dos cursos d’água ficam secos durante operíodo de estiagem. Disponibilizar a água é uma tarefa que exige investimentos emobras hidráulicas de natureza diversa.

POTENCIALIDADES HÍDRICAS

Para uma bacia dispondo de um sistema de postos fluviométricos com dados confiáveise de longa duração, pode-se conhecer suas vazões médias (potencialidades), semnecessidade de estudos hidrológicos mais extensos. Isso não ocorre com as bacias noEstado de Pernambuco, onde a situação hidrométrica é precária, conforme mostra oquadro 4. Pode-se observar que das 29 bacias hidrográficas, em que foi dividido oEstado, apenas 7 (sete) dispõe de informações de vazões, que além de períodos curtos,apresentam qualidade duvidosa, necessitando análises de consistência dos valoresobservados.

Para compensar essa deficiência, foram utilizados modelos hidrológicos baseados nasvazões medidas e na pluviometria da região, que tem uma extensão de dados razoáveisem todas as bacias.

O modelo adotado foi desenvolvido pelo Grupo de Recursos Hídricos – GRH, daUniversidade Federal de Pernambuco – UFPE, a partir da concepção do SMAP, modeloque utiliza a separação do escoamento, baseado nos parâmetros do U.S. SoilConservation. Nessa nova concepção, foram adicionadas rotinas do ADS, um potenteprograma de otimização, desenvolvido na Universidade da Califórnia. Além disso, omais importante foi considerar as características de zonas semi-áridas, com testes nosemi-árido nordestino.

Este modelo chuva-vazão, a exemplo de outros, simula parte do ciclo hidrológico,considerando-se dois níveis de reservatórios:

Page 54: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

54

• reservatório de superfície – onde está contida a água retida nas depressões do solo,interceptação da vegetação e coleções de água superficiais;

• reservatório subterrâneo – onde ocorre a infiltração da chuva, considerando apercolação, quando é ultrapassada a capacidade de campo; o escoamento superficialé uma função do estado de umidade do reservatório subterrâneo e de um parâmetrode recessão.

Quadro 4 – Relação dos Postos Fluviométricos no Estado de Pernambuco(DNAEE)

PERÍODO DEOBSERVAÇÃOBACIAS POSTOS

FLUVIOMÉTRICOS RIOINÍCIO FIM

GOIANA (UP1) Nazaré da MataItapissumaRetiro

TracunhaémTracunhaémSiriji

Jan 67Jan 73Jan 77

Dez 84Dez 84Dez 84

CAPIBARIBE (UP2) ZambaBarra de FariasSítio BilharToritamaSítio QueimadasSalgadinhoLimoeiroPaudalhoEngenho SítioVitóriaBela Rosa IIBela Rosa ITiúmaSão Lourenço

ZambaTabocasTabocasCapibaribeQueimadasCapibaribeCapibaribeCapibaribeGoitáTapacuráTapacuráTapacuráCapibaribeCapibaribe

Jun 70Jun 68Jun 68Abr 66Jun 70Jan 62Out 56Set 66Mai 67Mai 67Set 70Mai 67Ago 66Jan 56

Dez 71Set 74Set 73Set 86Set 73Set 77Dez 82Dez 77Dez 77Fev 75Set 74Fev 78Dez 83Abr 86

IPOJUCA (UP3) CaruaruSítio Cabrobó

IpojucaIpojuca

Jan 73Jan 67

Ago 85Set 84

UNA (UP5) CapivaraPalmares

UnaUna

Nov 77Jan 73

Set 84Dez 84

MOXOTÓ (UP8) Poço Dantas Moxotó Fev 64 Jul 75PAJEÚ (UP9) Afog. Ingazeira

FloresJazigoSerra TalhadaSirinhaémFlorestaIlha Grande

PajeúPajeúPajeúPajeúPajeúPajeúNavio

Fev 64Jun 67Fev 64Mar 77Mar 64Jan 80Jan 80

Mar 75Dez 94Jul 75Dez 94Dez 94Dez 94Dez 94

BRIGÍDA (UP11) Poço do FumoJacaré

GravatáSão Pedro

Abr 66Mar 65

Abr 69Set 75

O modelo realiza uma análise do balanço hídrico entre os reservatórios e define aparcela de precipitação que efetivamente gera o escoamento superficial e de base aolongo dos cursos de água, transformando os dados em séries de vazões.

Page 55: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

55

Os dados evaporimétricos do modelo são gerados a partir de uma equação matemáticaque reflete o comportamento da evaporação na região estudada, sendo os dados obtidosde postos meteorológicos existentes no Estado.

Finalmente, a aferição das calibrações é feita graficamente, pela determinação do erromédio, análise dos volumes medidos e gerados, coeficientes de determinação dosparâmetros e valor da lâmina anual escoada.

Nas bacias sem dados fluviométricos, foram utilizados parâmetros do modelo chuva-vazão de bacias vizinhas, com condições físicas/climatológicas semelhantes à estudada.

Os principais parâmetros que definem as potencialidades nas diferentes unidades deplanejamento hídrico são mostrados na figura 11.

DISPONIBILIDADES HÍDRICAS

As disponibilidades hídricas dependem, fundamentalmente, da infra-estrutura hidráulicaexistente ou possível de ser realizada destinada à ativação das potencialidades. Oquadro 5 e a figura 12 mostram as capacidades de acumulação dos açudes interanuais eanuais que se encontram implantados nas diversas unidades de planejamento.

Disponibilidades Hídricas Efetivas de Açudes Interanuais

Os reservatórios interanuais, assim considerados aqueles com capacidade deacumulação superior a 500.000m3, constituem o principal meio de ativação dapotencialidade, no semi-árido. O quadro 6 apresenta uma relação dos açudesconstruídos no Estado de Pernambuco com capacidade de acumulação superior a ummilhão de metros cúbicos.

As disponibilidades hídricas efetivas dos reservatórios interanuais foram estimadasatravés de simulação de operação dos reservatórios, para garantias de 80, 90 e 100% dotempo. Embora, na prática, a garantia possa variar em função da segurança defornecimento exigida pelas diferentes categorias de usuários, escolheu-se adisponibilidade correspondente à garantia de 90% como aquela a ser adotado para efeitode planejamento.

As simulações contemplaram todos os reservatórios com volumes acima de10.000.000m3 e alguns com volumes menores, em função das características de cadabacia e da existência de dados contínuos. Nos açudes restantes, as disponibilidadesforam avaliadas a partir de relações com os resultados obtidos nas simulações efetuadas.

Page 56: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

56

FIGURA 11 – Potencialidades de Águas Superficiais (Excel)

Page 57: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

57

Quadro 5 – Capacidade de Acumulação de Grandes e Pequenos Açudes

ACUMULAÇÃO ( 106m3}

EM AÇUDES INTERANUAIS EM AÇUDES ANUAIS

UNIDADE DEPLANEJAMENTO

(UP)

V > 10 x 106 m3 0,5 x 106m3 < V < 10 x 106m3 V < 0,5x106 m3

TOTAL

UP 1 - GOIANA - 8,81 3,70 12,51UP2 - CAPIBARIBE 798,15 9,86 18,21 826,22UP3 - IPOJUCA 70,60 5,76 34,74 111,10UP4 - SIRINHAEM - 1,63 3,56 5,19UP5 - UNA 41,90 9,79 5,17 56,86UP6 - MUNDAÚ - 5,72 8,40 14,12UP7 - IPANEMA 14,45 12,71 16,80 43,96UP8 - MOXOTÓ 525,62 25,16 22,41 573,19UP9 - PAJEU 524,28 40,77 56,86 621,91UP10 - TERRA NOVA 60,07 23,50 23,27 106,84UP11 - BRÍGIDA 699,88 33,63 16,21 749,72UP12 - GARÇAS 123,52 8,72 8,33 140,57UP13 - PONTAL 11,80 44,80 7,63 64,23UP14 - GL1 28,80 1,12 0,75 30,67UP15 - GL2 33,82 5,47 0,69 39,98UP16 - GL3 - - 0,15 0,15UP17 - GL4 - - 0,20 0,20UP18 - GL5 - - - -UP19 - GL6 - 1,21 - 1,21UP20 - GI1 - - 5,20 5,20UP21 - GI2 - - 0,56 0,56UP22 - GI3 - 1,09 3,21 4,30UP23 - GI4 - 1,70 6,23 7,93UP24 - GI5 - 1,34 0,51 1,85UP25 - GI6 - - 0,65 0,65UP26 - GI7 - - 0,94 0,94UP27 - GI8 - - 1,06 1,06UP28 - GI9 - - - -UP29 - F. DE NORONHA - - 0,25 0,25

TOTAL 2.932,89 242,79 245,69 3.421,37

Disponibilidades Hídricas Efetivas de Açudes Anuais

Foram considerados anuais os açudes que esvaziam todos os anos. São reservatóriosrasos, em sua maioria com profundidades médias inferiores a 3,00m e acumulações quenão ultrapassam a 500.000m3, situados no Agreste e no Sertão. Para os cursos d’águaperenes, situados no litoral ou Zona da Mata, os açudes com capacidade inferior a500.000m3 foram considerados interanuais.

Page 58: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

58

FIGURA 12 – Volumes Acumulados em Açudes (Excel)

Page 59: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

59

As disponibilidades hídricas efetivas dos açudes anuais foram estimadas com base emsimulações de operação efetuadas em amostras de reservatórios desse porte, utilizando-se o volume acumulado de forma planejada e em pouco tempo, para diminuir as perdaspor evaporação.

Considerando-se uma utilização plena do volume em seis meses, obteve-se umadisponibilidade equivalente a 66% do volume, sendo essa disponibilidade aumentadapara 76% do volume, quando se reduz seu período de utilização para quatro meses.

Disponibilidades Hídricas Efetivas a Fio d’Água

As disponibilidades hídricas efetivas a fio d’água foram consideradas somente para asbacias dos rios Goiana, Sirinhaém, Ipojuca e Una e para os grupos de bacias depequenos rios litorâneos (GL1 a GL6), onde se encontram trechos e pequenos cursosd’água perenes.

As disponibilidades hídricas efetivas foram estimadas adotando-se uma vazão mínimaespecífica de 3L/s/km2, com 90% de garantia.

Disponibilidades Hídricas Virtuais

Para estimar as disponibilidades hídricas virtuais, que correspondem aos valoresmáximos de ativação das potencialidades, adotou-se para as bacias do semi-árido, comolimite máximo de acumulação, o volume eqüivalente a duas vezes e meia o deflúviomédio anual, estimando-se as vazões regularizáveis através do coeficiente médio deaproveitamento dos volumes acumulados nos reservatórios existentes na baciaconsiderada, de acordo com os estudos de simulação de operação desses reservatórios.

Para as bacias restantes, foi adotado para estimativa dos volumes aproveitáveis, o valorde 80% do volume médio escoado.

Análise dos Resultados

O quadro 7 mostra as potencialidades e as disponibilidades hídricas de cada unidade deplanejamento, bem como as relações entre elas, podendo-se observar que apotencialidade dos recursos hídricos do Estado foi estimada em 8.303,13 x 106 m3/ano,alcançando a disponibilidade virtual, isto é, a parcela máxima da potencialidade quepode ser ativada, o valor de 6.198,44 x 106m3/ano, do qual já se encontradisponibilizada uma parcela de 1.975,28 x 106m3/ano. As unidades de planejamento queapresentam maiores potencialidades são: UP5 – Una (1.821,83 x 106m3/ano) e UP4 –

Page 60: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

60

Sirinhaém (1.096,82 x 106 m3/ano). A figura 13 ilustra os valores encontrados para cadaunidade de planejamento.

O índice DV/PO representa o percentual máximo da potencialidade que pode serativado; o índice DI/PO, a ativação efetiva da potencialidade e o índice DI/DV opercentual ativado da disponibilidade virtual. Os resultados obtidos revelam que asunidades de planejamento UP8 – Moxotó, UP11 – Brígida, UP12 – Garças e UP13 –Pontal já atingiram o valor considerado máximo de ativação da potencialidade, isto é,que a disponibilidade efetiva já se igualou à disponibilidade virtual.

O quadro 8 relaciona as disponibilidades hídricas superficiais por categoria demananciais, mostrando que a disponibilidade hídrica total do Estado, acima referida,está assim distribuída: 906,21 x 106m3/ano em açudes interanuais, 177,18 x 106m3/anoem açudes anuais e 891,89 x 106m3/ano a fio d’água.

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS

A qualidade das águas é variável ao longo do ano, em função de fatores meteorológicose outros. Por essa razão, quando os dados disponíveis são contínuos e de longo período,a qualidade da água deverá ser relacionada com um percentual do tempo de observação.No resto do tempo, a qualidade da água poderá ter sido inferior à indicada.

Os dados obtidos sobre a qualidade físico-química das águas superficiais do Estado nãoforam suficientes para uma análise dessa natureza, particularmente em relação às baciasdos rios interiores. As bacias litorâneas dispõem de informações em maior quantidade emelhor qualidade. A salinidade é o principal problema relacionado com a qualidadefísico-química das águas, especialmente na região do Agreste. O nível de qualidadeexigido para as águas está relacionado com os usos a que se destinam, sendo apotabilidade a condição essencial para o abastecimento humano.

Potabilidade das Águas nos Mananciais de Abastecimento Humano

Os dados obtidos junto à COMPESA sobre a qualidade da água bruta dos mananciaisabastecedores dos sistemas de tratamento de água abrangem o período de 1984 a 1998,compreendendo determinações em laboratório de parâmetros físicos, químicos eorganolépticos.

Page 61: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

61

Quadro 6- Principais Reservatórios Construídos no Estado de Pernambuco – Fl. 1/2(Capacidade de Acumulação Acima de 1.000.000m3)

No NOME DA BARRAGEM CAP.MAX(m3)

MUNICÍPIO BACIA ORGÃO PRINCIPAIS FINALIDADES

1 Eng. Francisco Sabóia 504.000.000 Ibimirim Moxotó DNOCS Irrigação2 Entremontes 339.333.700 Parnamirim Brígida DNOCS Irrigação3 Jucazinho 327.035.818 Surubim/Cumaru Capibaribe DNOCS Irrigação/Abastecimento de Caruaru, Bezerros,

Cumaru, Surubim e outros4 Serrinha 311.000.000 Serra Talhada Pajeú DNOCS Irrigação5 Carpina 270.000.000 Carpina Capibaribe CISAGRO Abastecimento/Irrigação6 Chapéu 188.000.000 Parnamirim Brígida CISAGRO Irrigação7 Saco II 123.523.510 Santa M. da Boa Vista Garças DNOCS Irrigação8 Tapacurá 94.200.000 São Lourenço da Mata Capibaribe COMPESA Abastecimento de Camaragibe, Jaboatão dos

Guararapes, Recife e São Lourenço da Mata9 Barra do Juá 71.474.000 Floresta Pajeú DNOCS Irrigação

10 Pão de Açúcar 54.696.500 Pesqueira Ipojuca CISAGRO Abastecimento/Irrigação11 Algodões 54.481.874 Ouricuri Brígida CISAGRO Irrigação/Abastecimento de Ouricuri12 Goitá 52.000.000 Glória do Goitá Capibaribe DNOS Abastecimento/Irrigação13 Prata 40.000.000 Bonito Una COMPESA Abastecimento de Caruaru14 Saco I 36.000.000 Serra Talhada Pajeú DNOCS Irrigação15 Rosário 34.990.000 Iguaraci Pajeú DNOCS Irrigação/Abastecimento de Iguaraci, Ingazeira e

Tuparetama16 Cachimbo 31.007.000 Parnamirim Brígida CODEVASF Irrigação/Abastecimento17 Botafogo 28.800.000 Igarassu GL-1 COMPESA Abastecimento18 Poço Fundo 27.750.000 S. Cruz do Capibaribe Capibaribe EMOPER Irrigação/Abastecimento de Santa Cruz do

Capibaribe19 Eng. Camacho 27.664.500 Ouricuri Brígida DNOCS Abastecimento de Bodocó e Ouricuri20 Lopes II 23.935.360 Bodocó Brígida CISAGRO Irrigação/Abastecimento de Bodocó e Ouricuri21 Duas Unas 23.548.500 Jaboatão GL-2 COMPESA Abastecimento22 Custódia 21.623.100 Custódia Moxotó DNOCS Irrigação/Abastecimento de Custódia23 Cachoeira II 21.031.145 Serra Talhada Pajeú DNOCS Irrigação/Abastecimento de Serra Talhada24 Brotas 19.639.577 Afogados da Ingazeira Pajeú DNOCS Abastecimento de Afog. da Ingazeira e Tabira25 Eng. Severino Guerra 17.776.470 Belo Jardim Ipojuca DNOCS Abastecimento de Belo Jardim26 Arcoverde 16.800.000 Pedra Ipanema DNOCS Abastecimento de Arcoverde27 Boa Vista 16.448.450 Salgueiro Terra Nova DNOCS Irrigação/Abastecimento de Salgueiro28 Jazigo 15.543.300 Serra Talhada Pajeú CISAGRO Irrigação29 Salgueiro 14.698.200 Salgueiro Terra Nova DNOCS Irrigação30 Nilo Coelho 14.569.000 Terra Nova Terra Nova SAG Irrigação31 Arrodeio 14.522.100 São José do Belmonte Pajeú DNOCS Abastecimento de São José do Belmonte32 Abóboras 14.350.000 Parnamirim Terra Nova DNOCS Irrigação/Abastecimento33 Eng. Gercino de Pontes 13.600.000 Caruaru Capibaribe COMPESA Abastecimento de Caruaru e Toritama34 Lagoa do Barro 13.161.975 Araripina Brígida DEPA Abastecimento de Araripina35 Vira Beijú 11.800.000 Petrolina Pontal DNOCS Abastecimento36 Várzea do Una 11.568.010 São Lourenço da Mata Capibaribe COMPESA Abastecimento37 Caiçara 10.500.000 Parnamirim Brígida CODEVASF Irrigação38 Utinga 10.270.000 Ipojuca Ipojuca COMPESA Abastecimento de Cabo de Santo Agostinho39 Gravata 8.370.000 Inajá Moxotó SAG Abastecimento de Inajá40 Inhumas 7.872.860 Palmeirina Mundaú SAG Abastecimento de Garanhuns41 Cursaí 7.624.000 Paudalho Goiana COMPESA Abastecimento de Carpina, Chã de Alegria, Feira

Nova, Lagoa de Itaenga e outros42 Monte Alegre 6.500.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento de Petrolina43 Lagoa da Pedra 6.500.000 Sta. Maria da Boa Vista Brígida CODEVASF Irrigação/Abastecimento44 Palmeirinha 6.300.000 Bom Jardim Goiana EMOPER Abastecimento de Bom Jardim, Cumaru, Passira,

Salgadinho e Surubim45 Cachoeira I 5.950.000 Sertania Moxotó DNOCS Abastecimento de Sertânia46 Parnamirim 5.715.000 Parnamirim Brígida DNOCS Abastecimento de Parnamirim47 Ingazeira 4.800.000 Venturosa Ipanema CISAGRO Irrigação/Abastecimento de Venturosa48 Gurjão 4.700.000 Capoeiras Una CISAGRO Irrigação49 São José II 4.600.000 São José do Egito Pajeú DEPA Abastecimento de São José do Egito50 Cruz de Salina 4.021.375 Petrolina Pontal DEPA Abastecimento de Petrolina51 Poço Grande 3.922.380 Serrita Terra Nova CISAGRO Irrigação52 Ipaneminha 3.900.000 Pesqueira Ipanema EMOPER Abastecimento de Alagoinha53 Araripina (Baixio) 3.702.230 Araripina Brígida DNOCS Abastecimento de Araripina54 Chinelo 3.483.700 Carnaíba Pajeú COMPESA Abastecimento de Carnaíba55 Gurjaú 3.200.000 Moreno GL-2 CISAGRO Abastecimento/Irrigação56 Sicupema 3.200.000 Cabo GL-2 DNOS Abastecimento/Irrigação

Page 62: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

62

Quadro 6- Principais Reservatórios Construídos no Estado de Pernambuco – Fl. 2/2(Capacidade de Acumulação Acima de 1.000.000m3)

No NOME DA BARRAGEM CAP.MAX(m3)

MUNICÍPIO BACIA ORGÃO PRINCIPAIS FINALIDADES

57 Quebra Unha 3.190.000 Floresta Pajeú DNOCS Abastecimento/Irrigação58 Riacho Pequeno 3.100.000 Belém de S. Francisco Terra Nova CODEVASF Irrigação59 Oitís 3.020.159 Brejo da M. de Deus Capibaribe EMATER Irrigação/Abastecimento60 Pau Branco 3.000.000 Afrânio Pontal DNOCS Abastecimento de Afrânio61 Juá 3.000.000 Mirandiba Pajeú CODEVASF Abastecimento62 Mororó 2.929.682 Pedra Ipanema DNOCS Abastecimento de Arcoverde63 Dormentes 2.918.931 Petrolina Pontal CISAGRO Abastecimento de Dormentes e Petrolina64 Barreiro Alegria 2.880.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento65 Bom Viver 2.800.000 Belém de S. Francisco Terra Nova CODEVAF Abastecimento66 Barra 2.738.160 Sertânia Moxotó DNOCS Abastecimento de Sertânia67 Fortaleza 2.700.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento68 Monte Orebe 2.334.760 Afrânio Pontal SAG Abastecimento de Afrânio69 Poço da Areia 2.300.000 Bezerros Una CISAGRO Irrigação/Abastec. de Camocim de São Félix70 Bita 2.270.000 Ipojuca Ipojuca COMPESA Abastecimento71 Jureminha 2.080.355 São José do Egito Pajeú SAG Abastecimento de São José do Egito72 Pau Ferro 2.068.937 Petrolina GI 8 EMATER Abastecimento rural e irrigação73 Urubú 2.033.780 Salgueiro Terra Nova CISAGRO Irrigação/Abastecimento74 Manuino 2.021.000 Bezerros Ipojuca CISAGRO Abastecimento de Riacho das Almas75 Cascudo 2.000.000 Santa Terezinha Pajeú CISAGRO Abastecimento de Santa Terezinha76 Manuino 1.984.117 Ipubi Brígida SAG Abastecimento de Ipubi77 Mundaú 1.968.600 Garanhuns Mundaú DNOCS Abastecimento de Garanhuns78 Barrinha 1.960.000 Cedro Terra Nova COMPESA Abastecimento79 Conceição III 1.900.000 Custódia Moxotó SAG Abastecimento80 Cocos 1.887.600 Parnamirim Terra Nova CISAGRO Irrigação/Abastecimento de Parnamirim81 Morros 1.860.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento82 Umãs 1.784.420 Salgueiro Terra Nova SAG Abastecimento83 Cacimba 1.732.357 Ouricuri Garças DEPA Abastecimento84 Eixo da Serra 1.637.808 Custódia Moxotó CISAGRO Irrigação85 Brejão 1.625.000 Sairé Sirinhaem EMOPER Abastecimento de Bezerros e Sairé86 Serrote 1.622.615 São José do Belmonte Pajeú CISAGRO Irrigação/Abastecimento87 Barriguda 1.617.979 Araripina Brígida SAG Abastecimento de Araripina88 Barra do Chapéu 1.600.000 Cabrobó Terra Nova CISAGRO Irrigação89 São José 1.600.000 Belém de S. Francisco Pajeú DEPA Abastecimento90 Baixio Grande 1.547.125 Salgueiro Terra Nova SAG Abastecimento de Salgueiro91 Santa Luzia 1.540.263 Carpina Capibaribe SAG Abastecimento de Carpina92 Poço Grande 1.500.000 Flores Pajeú EMOPER Irrigação93 Mãe d’Água 1.500.000 Itapetim Pajeú CISAGRO Abastecimento de Itapetim94 Manopla 1.444.300 Itapetim Pajeú DEPA Abastecimento de Itapetim95 Livino 1.385.562 Mirandiba Pajeú SAG Abastecimento de Mirandiba96 Barra da Melancia 1.374.000 Afrânio Pontal DEPA Abastecimento de Afrânio97 Caianinha 1.361.340 S. Joaquim do Monte Una COMPESA Abastecimento d’água98 Cacimba Velha 1.300.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento de Petrolina99 Baixa do Icó 1.300.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento de Petrolina

100 Mulungú 1.280.953 Buíque Ipanema EMOPER Abastecimento de Buíque101 Extrema 1.272.472 Afrânio Pontal SAG Abastecimento de Afrânio102 Serrinha 1.256.504 Brejinho Pajeú COMPESA Abastecimento de Brejinho103 Matriz da Luz 1.250.000 São Lourenço da Mata Capibaribe CISAGRO Irrigação/Abastec. de S. Lourenço da Mata104 Machado 1.228.340 Brejo da M. de Deus Capibaribe DEPA Abastecimento de S. Cruz do Capibaribe105 Terra Nova 1.220.625 Petrolina Pontal DNOCS Abastecimento/Irrigação106 Pereiro Grande 1.200.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento de Petrolina107 Poço da Onça 1.200.000 Petrolina Pontal SAG Abastecimento de Petrolina108 Conceição Creoulas 1.169.400 Salgueiro Terra Nova SAG Abastecimento109 Varzinha 1.127.160 Ouricuri Brígida CISAGRO Abastecimento de Ouricuri110 Retiro 1.117.693 São José do Egito Pajeú EMATER Irrigação/Abastecimento111 Laje do Gato 1.102.940 Afogados da Ingazeira Pajeú SAG Abastecimento de Afogados da Ingazeira112 Soledade 1.100.000 Petrolina Pontal CODEVASF Abastecimento de Petrolina113 Taquara 1.100.000 Caruaru Ipojuca COMPESA Abastecimento de Caruaru114 Sítio de Cima 1.051.750 Sítio dos Moreiras Brígida SAG Abastecimento de Moreilândia115 Rancharia 1.042.810 Araripina Brígida CISAGRO Abastecimento de Araripina116 Lagoa do Porco 1.036.200 Surubim Capibaribe SAG Abastecimento de Surubim117 Caraguipe 1.018.250 Parnamirim Brígida SAG Abastecimento de Parnamirim118 Tabira 1.000.000 Tabira Pajeú SAG Abastecimento119 Borborema 1.000.000 Serra Talhada Pajeú SAG Irrigação/Abastecimento120 Riacho Seco 1.000.000 Sertania Moxotó SAG Abastecimento de Sertânia

Page 63: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

63

Quadro7– Potencialidades, Volumes Utilizáveis e Disponibilidades de Águas Superficiais

ÍNDICESPOTENCIALIDADE

PO

DISPONIBILIDADEVIRTUAL

DV

DISPONIBILIDADEEFETIVA

DI DV/PO DI/DV DI/PO

UNIDADE DEPLANEJAMENTO

106 m3/ano 106 m3/ano 106 m3/ano % % %UP 1 - GOIANA 376,86 301,49 107,55 80 36 28UP2 - CAPIBARIBE 632,30 505,84 431,53 80 85 68UP3 - IPOJUCA 484,39 387,51 84,38 80 22 17UP4 - SIRINHAEM 1.096,82 877,46 164,71 80 19 15UP5 - UNA 1.821,83 1.457,46 294,33 80 20 16UP6 - MUNDAÚ 195,52 156,42 12,32 80 8 6UP7 - IPANEMA 226,12 180,90 22,95 80 13 10UP8 - MOXOTÓ 161,46 72,46 72,46 45 100 45UP9 - PAJEU 635,14 328,68 170,32 52 52 27UP10 - TERRA NOVA 89,56 55,53 38,44 62 69 43UP11 - BRÍGIDA 237,15 93,52 93,52 39 100 39UP12 - GARÇAS 42,89 17,57 17,57 41 100 41UP13 - PONTAL 29,33 11,47 11,47 39 100 39UP14 - GL1 786,82 629,46 160,29 80 25 20UP15 - GL2 653,43 522,74 225,42 80 43 34UP16 - GL3 141,91 113,53 10,83 80 10 8UP17 - GL4 308,74 246,99 27,37 80 11 9UP18 - GL5 77,58 62,06 5,96 80 10 8UP19 - GL6 34,06 27,25 8,51 80 31 25UP20 - GI1 129,93 67,24 3,95 52 6 3UP21 - GI2 2,52 1,30 0,42 52 32 17UP22 - GI3 42,89 22,20 2,67 52 12 6UP23 - GI4 40,37 29,89 5,08 74 17 12UP24 - GI5 10,41 5,39 0,65 52 12 6UP25 - GI6 11,04 5,71 0,49 52 9 4UP26 - GI7 10,41 5,39 0,71 52 13 7UP27 - GI8 11,98 6,20 0,81 52 13 7UP28 - GI9 12,93 6,69 0,48 52 7 4UP29 - F. DE NORONHA 3,74 0,09 0,09 2 100 2TOTAL 8.308,13 6.198,44 1.975,28 75 32 22

Page 64: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

64

FIGURA 13 – Potencialidade x Disponibilidade de Águas Superficiais (Excel)

Page 65: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

65

Quadro 8 – Disponibilidades Hídricas Superficiais por Categorias de Mananciais

AÇUDES INTERANUAIS AÇUDES ANUAIS FIO D’ÁGUA TOTALUNIDADE DEPLANEJAMENTO Q ( l/s ) 106 m3/ano Q ( l/s ) 106 m3/ano Q ( l/s) 106 m3/ano Q ( l/s) 106 m3/ano

UP 1 - GOIANA 435,10 13,72 97,30 3,07 2.878,00 90,76 3.410,40 107,55UP2 - CAPIBARIBE 11.745,40 370,39 438,86 13,84 1.500,00 47,30 13.684,26 431,53UP3 - IPOJUCA 323,44 10,20 837,14 26,40 1.515,00 47,78 2.675,58 84,38UP4 - SIRINHAEM 254,95 8,04 - - 4.968,00 156,67 5.222,95 164,71UP5 - UNA 664,79 20,96 124,62 3,93 8.544,00 269,44 9.333,41 294,33UP6 - MUNDAÚ 378,61 11,94 202,31 0,38 - - 580,92 12,32UP7 - IPANEMA 325,66 10,27 402,08 12,68 - - 727,74 22,95UP8 - MOXOTÓ 1.757,67 55,43 540,02 17,03 - - 2.297,69 72,46UP9 - PAJEU 4.030,63 127,11 1.370,18 43,21 - - 5.400,81 170,32UP10 - TERRA NOVA 658,15 20,75 560,95 17,69 - - 1.219,10 38,44UP11 - BRÍGIDA 2.574,45 81,20 390,66 12,32 - - 2.965,11 93,52UP12 - GARÇAS 356,46 11,24 200,72 6,33 - - 557,18 17,57UP13 - PONTAL 179,70 5,67 183,92 5,80 - - 363,62 11,47UP14 - GL1 1.597,03 50,36 - - 3.486,00 109,93 5.083,03 160,29UP15 - GL2 3.410,00 107,54 - - 3.738,00 117,88 7.148,00 225,42UP16 - GL3 7,29 0,23 - - 336,00 10,60 343,29 10,83UP17 - GL4 9,83 0,31 - - 858,00 27,06 867,83 27,37UP18 - GL5 - - - - 189,00 5,96 189,00 5,96UP19 - GL6 - - - - 270,00 8,51 270,00 8,51UP20 - GI1 - - 125,25 3,95 - - 125,25 3,95UP21 - GI2 - - 13,32 0,42 - - 13,32 0,42UP22 - GI3 7,29 0,23 77,37 2,44 - - 84,66 2,67UP23 - GI4 11,10 0,35 149,99 4,73 - - 161,09 5,08UP24 - GI5 8,56 0,27 12,05 0,38 - - 20,61 0,65UP25 - GI6 - - 15,54 0,49 - - 15,54 0,49UP26 - GI7 - - 22,51 0,71 - - 22,51 0,71UP27 - GI8 - - 25,68 0,81 - - 25,68 0,81UP28 - GI9 - - 15,22 0,48 - - 15,22 0,48UP29 - F. NORONHA - - 2,85 0,04 - - 2,85 0,09

TOTAL 28.736,11 906,21 5.808,54 177,18 28.282,00 891,89 62.826,65 1.975,28

Page 66: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

66

Uma vez que os melhores mananciais de cada bacia são utilizados para abastecimentohumano, a qualidade de água aqui apresentada está, de uma maneira geral, atendendo ascaracterísticas de água bruta recomendadas para esse uso, salvo onde indicado. Ascaracterísticas que fogem aos padrões de potabilidade se prendem mais a ferro emanganês, associados na maioria das análises.

Alcalinidade é encontrada em várias regiões inclusive no rio São Francisco; o parâmetrocor esteve alto na Zona da Mata e na região de Garanhuns e, turbidez, apenas no rioCapibaribe, Beberibe e na barragem de Suape.

Os fluoretos ocorreram abaixo do desejável, nas águas coletadas no Capibaribe emTiúma e Castelo, no Beberibe e no riacho Preá, este do abastecimento de Arassoiaba.Na Mata Norte, isto ocorreu nos sistemas que abastecem Paudalho, Lagoa do Carro,Siriji, Timbaúba, Vicência, Buenos Aires. Ocorreu ainda em Taquaritinga do Norte eLimoeiro. Na Mata Sul, observou-se esta mesma condição no rio Siriji e no sistema deSuape. No Agreste, os mananciais de abastecimento das cidades de Águas Belas, BomConselho, Saloá, Angelim e São João apresentaram fluoretos baixos, situação tambémencontrada no riacho da Chata em Jupi, numa coleta de pesquisa, e nas fontes queabastecem Exú, esta última no Sertão.

A dureza total das águas ocorreu em níveis abaixo de 50mg/l nos rios Beberibe,Pirapama e no riacho Preá - Arassoiaba. Na Mata Norte, ocorreu nos sistemas queabastecem Paudalho, Siriji, Timbaúba, Vicência. Ocorreu ainda em Taquaritinga doNorte. No Agreste, o riacho Comunati, um dos mananciais de abastecimento dascidades de Águas Belas, bem como os mananciais de Bom Conselho, Saloá e Angelimapresentaram uma dureza abaixo desse limite, situação esta ocorrida também em Exú,no Sertão.

Valores acima de 120mg/l de dureza total foram encontrados em Buenos Aires,abastecida com águas do riacho Pagé; no sistema Tapacurá, abastecido com água doCapibaribe; no sistema de Suape; em Sanharó, abastecida pelo sistema de Belo Jardim;em Águas Belas, servida pelo manancial do rio Ipanema e em Trindade, abastecida pelosistema de Lagoa do Barro.

O fosfato total esteve acima do limite desejável no local das elevatórias de Tiúma eCastelo, no rio Capibaribe; no Pindoba (sistema de Carpina); na barragem do rio Cipó(sistema Petrópolis - Caruaru).

O sulfato foi encontrado acima do nível esperado apenas no riacho do Pau, do sistemade Arcoverde.

O rio São Francisco vem se tornando cada vez mais importante como manancial deabastecimento humano, através de sistemas integrados para abastecimento de váriascidades do Alto Sertão. Suas águas são consideradas de excelente qualidadeobservando-se ocasionalmente indicadores em desacordo com os padrões depotabilidade. Os dados dos sistemas de Juazeiro na Bahia (1986-87), Petrolina (1976-

Page 67: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

67

91), Projeto Bebedouro (1990-91) , Santa Maria da Boa Vista (1976-92), Orocó (1978-92) e Lagoa Grande (1977-92) revelam que os parâmetros cor, turbidez e ferro ocorremocasionalmente com níveis em desacordo com o ideal.

Na enquete sobre o meio ambiente, realizada em vários municípios pernambucanos,dos 26 que responderam o formulário, 17 mencionaram salinidade nas águas deabastecimento, 8 relataram que a população considerava a qualidade da água de regulara ruim e 4 declararam péssima a qualidade das águas para consumo. A avaliação daqualidade de água, feita pela população através da referida enquete, correspondeu aosresultados das análises da COMPESA em Orobó, Buenos Aires, Glória de Goitá,Jataúba e Chã Grande, cujos padrões são precários. A excelente qualidade dos sistemasabastecidos pelo São Francisco foi também correspondente à avaliação da populaçãoem Petrolândia, Belém de São Francisco, Cabrobó e Petrolina.

Salinidade das Águas dos Rios e Mananciais

A capacidade da água conduzir eletricidade é associada à atividade iônica dos sais nasolução ou seja à sua condutância específica. Dada a facilidade de medição e o baixocusto operacional, vêm-se tomando como salinidade das águas as medidas decondutividade elétrica (CE) em µS/cm (microSiemens por centímetro). Nos quadros 9 e10, foram transcritos os valores máximos e mínimos mensais de cada bacia, obtidos pelaCPRH em 1997.

Apenas as bacias totalmente inseridas na Zona da Mata como a do Beberibe, Pirapama eSirinhaém apresentaram condutividade elétrica mínima anual menor do que 100microSiemens/cm, valor este excelente para abastecimento de água.

Resumindo os valores anuais obtidos para cada bacia, sem considerar as elevadasdeterminações das coletas em trechos estuarinos, em momento de incursão da maré,observam-se as variações sazonais. A maior salinidade ocorreu em bacias de rioslitorâneos, particularmente aqueles com grande parcela de sua rede de drenagem noAgreste, como no caso do Capibaribe e Ipojuca (figura 14).

A salinidade no Goiana é mais acentuada ao norte da bacia, principalmente no riachoCamutanga, afluente do rio Capibaribe-Mirím. Após sua confluência há uma elevaçãode sais neste último, registrada no ponto depois de Timbaúba. Ao receber o rio Siriji, oCapibaribe-Mirím melhora mantendo níveis similares, em ordem de grandeza, com oTracunhaém e o próprio Goiana. Os melhores valores ocorreram entre abril e junho noano de 97.

Page 68: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

68

Quadro 9 - Condutividade Elétrica Mínima / Meses do Ano de 1997

UP Rio Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov DezUP1 Goiana 124 152 292 230 245 208 220 249 232UP2 Capibaribe 392 604 389 209 347 475 572 621 669 834 791UP3 Ipojuca 97 215 270 211 266 356 124 81 74UP4 Sirinhaém 76 73 65 56 43 53 56 54 58 62 65UP5 Una 113 119 119 129 129 125 104

Botafogo 160 170 65 221 286Igarassu 120 116 100 123 110 126CanalSanta Cruz

>20mil

>20mil

>20mil

>20mil

>20mil

>20mil

Timbó 136 149 396 196 177 200Paratibe 217 161 189 190

UP14

Beberibe 84 77 85 92 97 91 82 77 80 84Tejipió Valores próximos de 20mil - estuárioJaboatão 130 109 69 68 101 100 83 102 107 126 138

UP15

Pirapama 83 83 92 85 58 59 60 63 75 66 80obs : em negrito CE<100 µµµµS/cm

Quadro 10 - Condutividade Elétrica Máxima / Meses do Ano de 1997

UP Rio Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

UP1 Goiana 1247 1413 1304 954 1084 1256 1430 1223 1075UP2 Capibaribe 2330 1461 1810 1637 1970 2250 3290 3190 3220 1835 1852UP3 Ipojuca 2160 2580 3600 3740 2850 1960 1930 2170 2630UP4 Sirinhaém 415 328 271 275 191 221 231 165 198 233 279UP5 Una 303 1079 505 1250 1159 696 109

Botafogo 205 335 102 224 694Igarassu 521 285 189 248 1630 2430CanalSanta Cruz

>20mil

>20mil

>20mil

>20mil

>20mil

>20mil

Timbó 433 403 664 302 458 600Paratibe es- tuá- rio es- tuá- rio es- tuá- rio es- tuá- rio

UP14

Beberibe 420 524 395 408 397 372 401 420 447Tejipió Valores próximos de 20mil - estuárioJaboatão 511 401 161 127 194 155 163 214 422 638 902

UP15

Pirapama 131 131 143 108 84 87 87 91 104 147 125obs: valores em negrito sem considerar o estuário, trechos com fluxo cortados.

Page 69: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

69

Salinidade em CE (µµµµS/cm), 1997 Bacias Litorâneas

2 430

147

3 740

124 65 100 136 161 77 209 68 58 74 43 104

902

3 290

415

1 250

524664

1 430

694

0

1 000

2 000

3 000

4 000

Goiana Igarassu Paratibe Capibaribe Pirapama Sirinhaém

Máximo anualMínimo Anual

Fonte: CPRHFigura 14 – Salinidade nas Bacias Litorâneas

No Beberibe, os valores mais elevados são encontrados no riacho Lava-Tripa, umacloaca, onde se constata a presença de esgotos sanitários. Todos os trechos com esgotosno rio Morno e no Beberibe apresentaram valores de CE muito elevados, em relação aoseu curso no local da estação da COMPESA. Neste local, o Beberibe recebe uma cargamenor de esgotos evidenciada pela ocorrência de valores compatíveis com a classe desuas águas em termos de DBO e menores níveis de contaminação por colifecais, aindaque em patamares críticos para o uso.

Na bacia do Capibaribe, os teores de sais mais elevados, na estação do rio Goitá, noinverno merecem uma melhor investigação quanto a interferências. Em novembro de97, os níveis de sais estiveram elevados em Tiúma, local de captação da COMPESA. Háuma diminuição da CE no sentido de seu fluxo até alcançar a região da Várzea emRecife.

Os valores do estuário foram descartados devido à interferência da incursão da maré,que alcança as imediações da ponte de Caxangá, a promover diluição da água do marcuja CE no Porto do Recife é da ordem de 54.000µS/cm ( Projeto Capibaribe, CPRH -1992 ).

Esta condição é encontrada ainda nos demais estuários, a exemplo do Paratibe e Canalde Santa Cruz, este último localizado entre o continente e a ilha de Itamaracá. NoIgarassu há uma brusca elevação da salinidade a montante da cidade de mesmo nome,denotando uma descarga industrial específica ou influência estuarina. No Botafogo, háuma elevação acima do esperado no trecho depois da Vila Araripe e na época do verãode menores descargas, indicativa talvez de poluição por esgotos domésticos daquelalocalidade. Esta situação se repete no Timbó, a jusante de Abreu e Lima e no arroioDesterro. O Paratibe ainda guarda pouca variação sazonal no trecho após Paulista.

Botafogo Timbó Beberibe Jaboatão Ipojuca Una

Page 70: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

70

No Jaboatão, a porção mais ao norte da bacia, por onde drena o rio Duas Unas, confereuma maior salinidade às águas do rio. A população observa também uma maiorsalinidade nas minações da margem esquerda do Jaboatão, em Moreno. A salinidademanteve um padrão crescente de oeste a leste, quer por influência desses riachos, querpelo aumento de lançamento de esgotos no trecho Moreno - centro de Jaboatão -Socorro.

No Pirapama, a maior salinidade é encontrada nos dois últimos trechos monitorados,correspondente as estações de ordem 75 e 80. Os valores obtidos no trecho da baciahidrográfica da futura Barragem Pirapama, concebida para reforço do abastecimento deágua na RMR, variaram de 58µS/cm em junho a 97µS/cm em dezembro portanto,excelente.

No Ipojuca, o monitoramento de 97 reforça o nível elevado de sais nas águas quechegam ao local da Barragem Belo Jardim, como nos anos anteriores. No mês de maio,os níveis de sais estiveram altos desde Sanharó até Escada, como influência do trechomais ocidental de seu curso na região Agreste, a ser mais detalhado a seguir.

A bacia do rio Sirinhaém apresenta uma maior salinidade nos meses de verão, em seusriachos situados na região de Barra de Guabiraba e Bonito em patamares entre 100 e400µS/cm, considerados satisfatórios até para abastecimento de água público. Os níveisde sais no rio Amaragi e no próprio Sirinhaém estiveram entre 50 e 120µS/cm durantetodo o ano.

O Una apresenta um patamar de variação anual superior ao Sirinhaém, 104 a 300µS/cm,a jusante de Batateira, mais abaixo, ainda em Batateira, a CE variou de 505 a1.250µS/cm, valores estes rejeitados para usos mais nobres.

Influência dos Solos sobre a Salinização dos Cursos d’Água

Os mapeamentos dos solos e as análises de água dos cursos de água intermitentes ouperenes, elaborados a partir da década de 60, permitiram que se avançasse mais nessaquestão. Tem-se verificado que descargas com maior teor de sais ocorrem em regiõescobertas por solos arenosos com camadas argilosas mais impermeáveis subjacentes ecom sais. É o caso dos solos classificados como Planossolos e Solonetz seguidos dosLitólicos, Vertissolos e Bruno não Cálcicos. Os escoamentos percolam através dacamada arenosa mais superficial que, em contato com a argila subjacente, dilui os sais.Esta, após saturada, instala um fluxo subterrâneo que alcança os rios e riachos dias apósas chuvas que iniciaram a percolação. Outro fator causador de salinização é aevaporação da umidade dos solos, que deixa sais acumulados na superfície, permitindoque eles sejam carreados para os corpos d’água.

Na figura 15, foram delineadas as manchas de solos com potencial para salinização daságuas, por suas características de textura e impedimento da camada inferior, como os

Page 71: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

71

FIGURA 15 – Mapa Indicativo de Solos com Potencial para Salinização das Águas(AutoCad 13)

Page 72: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

72

Planossolos - PL e Solonetz - SS. Estes ocorrem em maior abrangência nas bacias dosrios Ipanema, Capibaribe, Ipojuca e Una. Manchas desses solos ocorrem em rios doSertão mas em pequenas áreas não mapeáveis na escala apresentada.

A nível desta análise, reuniram-se avaliações feitas em vários estudos de perenizaçãorealizados pelo Projeto Asa Branca ( 1990-93 ), em outros estudos da CISAGRO eEMATER e no Programa de Qualidade de Águas - PQA, 1997.

• Bacia do Rio Capibaribe

Nesta bacia, ocorrem grandes áreas de Planossolo - PL, Solonetz - SS, Bruno nãoCálcico - NC e Regossolo – RE., no trecho situado no Agreste, que corresponde à maiorporção da bacia. O regime de chuvas nesta área favorece a natureza intermitente dofluxo dos rios, inclusive o próprio Capibaribe, que só é monitorado abaixo de Limoeiro,onde se torna perene. No período 1993-96, os valores de CE são mais elevados, porcompreender um longo período de estiagem.

O Capibaribe em Limoeiro ( Estação 10 ) apresentou uma salinidade máxima em termosde CE de 6.000µS/cm, que vai sendo reduzida ao receber escoamentos da região daZona da Mata, a partir de Carpina ( Estação 40 ) e, sendo muito reduzida ao alcançarSão Lourenço da Mata. Nesta região, as chuvas são mais abundantes e regulares.Grandes áreas de Latossolos profundos, bem drenados, produzem escoamentossuperficiais ou de base, que ajudam a diluir os sais carreados da região Agreste (figura16).

• Bacia do Rio Ipojuca

O rio Ipojuca tem suas cabeceiras em áreas de Regossolo, até chegar Sanharó (Estação10). A jusante dessa cidade, recebe a contribuição do riacho Liberal, que drena solosPlanossolos e cuja salinidade foi medida entre 6.000 e 15. 000µS/cm . Entre esta estaçãoe a 32, está situado o local da barragem Belo Jardim, destinada ao abastecimento dapopulação.

Entre São Caetano e Gravatá, continua sendo drenadas terras em Planossolos para,então, serem drenadas áreas de Podzólicos e Latossolos, já no curso inferior, na Zona daMata. As águas apresentam níveis menores de sais a partir das proximidades de ChãGrande ( Estação 64 ), decrescendo no sentido do fluxo, como em Primavera ( Estação70 ) e Escada ( Estação 85 ), conforme mostra a figura 17.

Page 73: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

73

Rio Capibaribe Condutividade Elétrica - CE

100

1 000

10 000

10 30 40 60 72Estações de Amostragem

classe 2

CE

em µ µµµ

S/cm

Jan/96 Fev/96 Mai/96Out/96 Abr/93 Out/95

Fonte : CPRH, PQA

Figura 16 - Condutividade Elétrica no Rio Capibaribe

R io Ip o ju c a C o n d u tiv id a d e E lé tr ic a - C E

05 0 0

1 0 0 01 5 0 02 0 0 02 5 0 03 0 0 03 5 0 04 0 0 04 5 0 05 0 0 0

1 0 3 2 4 0 5 0 5 5 6 4 7 0 8 5

E s ta ç õ e s d e A m o s tra g e m d a C la s s e 2

CE

em µ µµµ

S/cm

Ja n /9 6 F e v /9 6M a i/9 6 O u t/9 6M a i/9 3 O u t/9 5

Fonte : CPRH, PQA

Figura 17 – Condutividade Elétrica no Rio Ipojuca

Page 74: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

74

• Bacia do Rio Una

No rio Una, na altura da cidade de Batateira, região de transição Agreste - Mata e localda primeira estação do monitoramento sistemático da CPRH, UN2-04, a salinidade émais elevada nos meses de maior precipitação na região, quando também, osescoamentos são mais intensos. Na figura 18, observa-se que no período de agosto de 96a janeiro de 97, as águas apresentam menores teores de sais.

Rio Una CE microS/cm

0

500

1.000

1.500

2.000

set

97

ago

abr

mar fev

jan

97

nov

96

out

ago

mai

abr

mar

jan

96

Fonte : CPRH

Figura 18 – Condutividade Elétrica no Rio Una

• Outras Bacias

O rio Ipanema drena 16.300ha, dos quais 8.979ha são Planossolos Solódicos, quecorrespondem a 55 % da bacia, situados na região Agreste. Medição feita em seu leito,com o fluxo cortado, em 1991, as águas apresentaram uma salinidade em termos de CEvariando de 1.000 ( Ingazeira ) a 1.600µS/cm (Cabeça), por ocasião dos estudos paraperenização através de barragens sucessivas. Essas barragens foram projetadas emalvenaria de pedra, tipo vertedora, com um sistema de drenagem de fundação parapermitir a renovação da água do aluvião.

Logo depois de construídas e em várias ocasiões posteriores, foram encontradassalinidades superiores, da ordem de 2.500µS/cm ( a montante de Cabeça , medida numfio de água no leito e poço da margem direita ), quando no reservatório, tomado pelasedimentação, a CE foi medida em 2.000µS/cm (8 dezembro de 1995).

Bacias de rios drenando áreas em solos de menor potencial salinizante, como TerraNova, Pontal, Garças, Brígida e Moxotó, dentre outros, apresentam salinidade em suas

Page 75: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

75

águas, sobretudo pela intensa evaporação que ocorre nos reservatórios, concentrandosais.

Esses rios deságuam no São Francisco, que apresenta uma elevação do teor de sais emalguns meses do ano, como mostram os resultados da estação de Ibó. É notável como noano de 1993, período de pouca chuva na região, as águas do São Francisco estiveramcom uma CE sempre acima de 60µS/cm, a partir do mês de março.

ENCHENTES E INUNDAÇÕES

As enchentes urbanas têm constituído um dos importantes impactos sobre a sociedade.Esses impactos podem ocorrer devido à urbanização ou à inundação natural das várzeasribeirinhas. Conhecidos os processos de formação das enchentes e suas conseqüências, énecessário planejar-se a ocupação do espaço urbano com uma infra-estrutura e ascondições que evitem impactos econômico-sociais.

As inundações podem também ser provocadas por precipitações de elevada intensidade,que superam a capacidade de drenagem das áreas atingidas.

As Enchentes no Estado de Pernambuco

No Estado de Pernambuco os problemas de enchentes atingem fundamentalmente aregião metropolitana, destacando-se as bacias dos rios Capibaribe, Beberibe, Jaboatão,Tejipió e Camaragibe, e algumas áreas urbanas da zona da Mata e Agreste. Asenchentes de conseqüências mais graves ocorreram no baixo rio Capibaribe, atingindoas cidades de Recife e São Lourenço da Mata.

Um levantamento das cheias históricas ocorridas na cidade do Recife revela que ofenômeno já era registrado em 1842. Entretanto, a cidade foi se estendendo, ocupandoáreas normalmente alagadas, sem planejamento do uso e da ocupação do solo,agravando os danos, face ao maior número de bens atingidos. Pesquisa bibliográficapermitiu identificar as cheias consideradas catastróficas: 1842 – 1854 – 1866 – 1819 –1897 – 1924 – 1965 – 1966 – 1970 – 1975.

As cheias de 1965 e 1966 foram geradas no baixo Capibaribe, tendo sido construído oreservatório de Tapacurá sobre o afluente do mesmo nome, com a função de reforço doabastecimento de água de Recife, além de controle de cheias. O reservatório prevê umaacumulação máxima de 170 milhões de metros cúbicos, havendo sangria após acumular94,2 milhões de metros cúbicos.

Page 76: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

76

Na enchente de 1975 o reservatório de Tapacurá desempenhou papel significativo, vistoque a vazão que afluiria ao Capibaribe, caso não existisse o reservatório, seria de850m3/s, enquanto a laminação provocada pela barragem, reduziu a vazão efluente a130m3/s. Observe-se que somente a vazão do rio Tapacurá, sem a construção dabarragem, já atingiria o limite da capacidade da calha do rio Capibaribe na cidade doRecife.

A maior enchente registrada neste século, no rio Capibaribe, ocorreu em julho/1975atingindo as cidades de Limoeiro e São Lourenço da Mata, antes de inundar a cidade doRecife. Deve-se notar que as águas do Capibaribe traspassaram o divisor de águas coma bacia do rio Beberibe, inundando grande parte da cidade de Olinda. A vazão naentrada da cidade de Recife foi estimada em 3.400 m3/s. A cheia de julho/75 foi umadas maiores ocorridas nos últimos 100 anos, só comparável à de 1869.

A partir dos eventos de 1975, o Governo Federal, através do Departamento Nacional deObras de Saneamento – DNOS – decidiu construir a barragem do Goitá sobre o rioGoitá, afluente do Capibaribe, e a barragem de Carpina, sobre o rio Capibaribe. Abarragem do Goitá tem capacidade de 35,4 milhões de metros cúbicos e deverá seintegrar ao reservatório de Tapacurá, como reforço ao abastecimento d’água da cidadede Recife.

As enchentes de 1975 provocaram no Estado de Pernambuco prejuízos da ordem de 250milhões de dólares atingindo 24 municípios, além do Capital, 130.700 prédios foramdanificados, 3.950 destruídos 118 óbitos. 80% da cidade do Recife foi inundada,afetando 650.000 pessoas e danificando 121.000 prédios.

A retificação da calha do Capibaribe na cidade do Recife, ainda em processo deexecução, assegurará uma vazão sem extravasamento, da ordem de 700m3/s. Aconstrução da barragem de Jucazinho, no município de Surubim, sobre o rio Capibaribe,com conclusão em fev/98, capacidade de 320 milhões de metros cúbicos, destinada aoabastecimento d’água e irrigação, atenuará as enchentes nas cidades de Limoeiro eSalgadinho, e melhorará o sistema de proteção de Recife.

Registram-se ainda as enchentes ocorridas em áreas de Pernambuco situadas às margensdo São Francisco, apesar da existência dos reservatórios de Sobradinho e Itaparica; estesnão foram concebidos para uso múltiplo, mas incorporam um volume de espera paraatenuação de cheias. Assim, as enchentes ocorridas durante o período de fevereiro aabril de 1979 provocaram sérios problemas em áreas planas e baixas nas margens docurso d’água. No trecho a jusante de Sobradinho, vários povoados e cidades ribeirinhasde Pernambuco foram afetados, destacando-se Petrolina, Santa Maria da Boa Vista eBelém do São Francisco. Os prejuízos e danos causados nas áreas rurais também foramimportantes, provocando perdas de safras e destruição de culturas permanentes,danificando benfeitorias privadas e obras públicas. A vazão na entrada do reservatóriode Sobradinho foi estimada em 18.000m3/s e a defluência máxima no reservatórioatingiu 13.000m3/s. Apesar desse amortecimento de 30%, os efeitos a jusante foramgraves e a própria CHESF estimou ter sido a maior enchente nos últimos 300 anos.

Page 77: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

77

Foram 31.240 desabrigados em 08 municípios do Estado; o sistema de abastecimentod’água de Petrolina foi bastante afetado e os setores habitacional, de infra-estrutura erural (canais de irrigação, benfeitorias, etc.) sofreram um prejuízo estimado em 5,02milhões de dólares.

Quando ocorrem grandes enchentes no rio Capibaribe, as conseqüentes inundaçõesprovocam transbordamentos de água para as bacias dos rios Beberibe e Tejipió, queestão parcialmente incorporadas nas áreas das cidades de Recife e Olinda.

A cheia de agosto de 1970 veio evidenciar a necessidade de um plano de drenagem paraa cidade do Recife, considerando os efeitos de chuvas intensas locais, responsáveispelas enchentes dos rios Tejipió e Beberibe, cujas bacias de pequeno tempo deconcentração são capazes de provocar sérios inundações. Na área do Beberibe, os efeitode suas enchentes fazem-se sentir no município de Olinda.

Inundações Provocadas por Águas Pluviais

A cidade do Recife está situada pouco acima do nível médio do mar. Tal fato faz comque alguns bairros da Capital, por ocasião de marés altas, sofram alagamentosprovocados pelo refluxo das águas da maré.

Quando as precipitações atingem uma intensidade tal que as vazões resultantes superama capacidade da rede de galerias pluviais (rede totalmente obsoleta), pequenasinundações ocorrem, o que acontece com freqüência durante o trimestre mais chuvoso(maio – julho). Nessas ocasiões, essas inundações provocam danos materiais depequena monta às população das ruas e maior obstrução do sistema de drenagem.

Nas chuvas de grande intensidade, os prejuízos tornam-se vultosos, pois há rápidaacumulação de água nas partes baixas da cidade, transporte de sedimentos dos morroscom freqüente escorregamentos de barreiras, provocando destruição de casas, comeventuais perdas de vidas humanas. Como exemplo, pode-se citar o temporal ocorridono dia 10 de agosto de 1970, tendo seu núcleo sobre a cidade do Recife, quandoprecipitaram-se 318mm em 24 horas, com um tempo de retorno estimado em mais de 50anos. Ressalte-se que essa precipitação representa 20% da precipitação anual médiaregistrada em Recife.

Monitoramento de Enchentes

Uma das medidas não estruturais de atenuação dos efeitos de enchentes é a montagemde um sistema de previsão de cheias a partir do monitoramento de estações da redefluviométrica básica de uma bacia. No Estado de Pernambuco foi consideradoprioritário o monitoramento do rio Capibaribe e dos seus afluentes Goitá e Tapacurá.

Page 78: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

78

A rede telemétrica atual compreende as estações fluviométricas de São Lourenço daMata, Paudalho, Limoeiro e Toritama sobre o rio Capibaribe e os reservatórios de Goitá,Tapacurá e Carpina. O sistema foi desenvolvido pela SECTMA com a participação deuma empresa local de equipamentos eletrônicos. Em cada estação fluviométrica foiinstalado um sensor ultrasônico que mede a distância para o nível de água; em cadareservatório foi instalada uma sonda hidrostática ou de pressão, registrando a cargahidráulica sobre a sonda e portanto o nível de água no reservatório. O dispositivo queanalisa certo fenômeno, como é o nível de água de um rio ou reservatório, é um captor.O captor é constituído de dois elementos: uma célula de base que é a sonda e umacélula de tratamento que efetua a medida de forma contínua, no caso da bacia doCapibaribe. Complementarmente existem: uma célula de alimentação elétrica, umacélula de elaboração de dados e uma célula de estocagem.

A informação só pode ser transmitida após um tratamento, pois sua forma originalraramente admite transmissão direta. Na recepção deve-se proceder novo tratamentopara que a informação encontre sua forma original. Esse tratamento consiste em umacodificação para lhe dar uma forma adequada e o meio de ser reconhecido –identificação – e expedido a um ponto preciso – endereço. O esquema de transmissão éapresentado abaixo.

A transmissão utiliza um suporte para assegurar a transferência das informações,podendo ser por cabo (emprega-se cabo privado da TELPE nas estações fluviométricas,e rádio, com um laço para telefone, nas barragens).

Todas as estações têm uma cota de alerta a partir da qual o sistema entra emfuncionamento permanente, alimentando um modelo de propagação de cheias. O Centrode Operação do Sistema de Previsão (COSP) tem a responsabilidade compartilhada daSECTMA/DRHI e da Coordenadoria da Defesa Civil.

A operação do modelo de previsão, permite a elaboração de boletins periódicoscontendo recomendações sobre a operação dos reservatórios e outras medidas a cargo dadefesa civil.

DescodificaçãoInformaçãoTransmitida

em BTransmissão

Informaçãoem A

Tratamento(Codificação)

Page 79: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

79

RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS

O Estado de Pernambuco possui 86,4% do seu território representados por rochas doembasamento cristalino pré-cambriano com rochas magmáticas, principalmente ogranito, secundado pelo granodiorito e o sienito, e rochas metamórficas, dentre as quaisse destacam, na ordem decrescente o migmatito, o gnaisse e o micaxisto. Cerca de 3%dessa área se encontram recobertos por sedimentos recentes, principalmente depósitosaluviais (figuras 19 e 20).

A área sedimentar, que compreende os 13,6% da superfície territorial total, érepresentada por bacias costeiras e interiores, assim compreendidas:

- Bacias Sedimentares Costeiras:

• Bacia Sedimentar Pernambuco-Paraíba• Bacia Vulcano Sedimentar do Cabo

- Bacias Sedimentares Interiores:

• Bacia do Jatobá• Bacia do Araripe• Bacias residuais de São José do Belmonte, Mirandiba, Araras, Fátima e

Cedro.

Na bacia sedimentar Pernambuco-Paraíba ocorrem as formações Beberibe (arenitos), nabase da seqüência, seguidas daquelas de constituição calcária, a Gramame e a MariaFarinha. Apenas a primeira atua como reservatório de água subterrânea.

Na bacia vulcano-sedimentar do Cabo, ocorrem as formações Cabo (conglomerados,arenitos e arcósios), Estivas (calcário) e Ipojuca (rochas vulcânicas), ficando restrita àprimeira as condições de acumulação de água.

Na bacia do Jatobá, que chega a atingir 3.000m de espessura, várias são as formações,nomeadas a partir da base para o topo da seqüência como se segue: Tacaratu, Inajá,Aliança, Sergi, Candeias, São Sebastião, Marizal, Santana e Exú. As mais importantespara fornecimento de água são as duas primeiros, na base da coluna.

Na bacia sedimentar do Araripe, com cerca de 1.500m de espessura, ocorrem váriasformações que desempenham importante papel como portadoras e liberadoras de água,além de outras que não possuem boa vocação hidrogeológica. As formações quecompõem essa bacia, a partir da mais inferior, são as seguintes: Mauriti, Brejo Santo,Missão Velha, Abaiara, Rio da Batateira, Santana, Arajara e Exú.

Page 80: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

80

Área Total por Tipo Geológico

13%3%

84%

BACIA SEDIMENTAR ALUVIÃO CRISTALINO

Figura 19 - Distribuição da Área Total do Estado por Tipo Litológico

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

Áre

a (m

2 )

GO

IAN

A

CAP

IBAR

IBE

IPO

JUC

A

SIR

INH

AEM

UN

A

MU

ND

IPAN

EMA

MO

XOTÓ

PAJE

U

TER

RA

NO

VA

BRÍG

IDA

GAR

ÇAS

PON

TAL

GL1

GL2

GL3

GL4

GL5

GL6 GI1

GI2

GI3

GI4

GI5

GI6

GI7

GI8

GI9

F. N

OR

ON

HA

Unidade de Planejamento - Bacias

Área por Tipo Geológico

BACIA SEDIMENTAR ALUVIÃO CRISTALINO

Figura 20 - Distribuição das Áreas nas UP’s por Tipo de Aqüífero

Page 81: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

81

Quanto às bacias residuais interiores, com espessuras máximas da ordem de 500m,possuem as mesmas formações geológicas que ocorrem nas bacias do Jatobá ou doAraripe.

Além dessas bacias sedimentares, ocorrem sedimentos mais recentes que recobremindistintamente as bacias sedimentares ou o embasamento cristalino. Dentre elas sedestaca a Formação Barreiras que ocorre na região Litoral-Mata e os depósitos decobertura ao longo de todo o Estado, representados principalmente por aluviões nosleitos fluviais, coluviões no sopé das escarpas, e sedimentos eólicos, de mangue e depraia, na região costeira.

POTENCIALIDADES E DISPONIBILIDADES HÍDRICAS SUBTERRÂNEAS

Os aqüíferos que ocorrem no Estado de Pernambuco podem ser do tipo intersticial,representados pelos depósitos sedimentares, ou fissural, correspondente às rochascristalinas do embasamento pré-cambriano.

Os aqüíferos intersticiais podem ainda compreender os reservatórios hídricos de baciassedimentares ou os depósitos de pouca espessura, representados principalmente peloaqüífero aluvial.

As reservas são os volumes hídricos acumulados no meio aqüífero, em função daporosidade efetiva e do coeficiente de armazenamento. É considerada reservapermanente, a parcela não variável em decorrência da flutuação sazonal da superfíciepotenciométrica. Essa reserva, nos aqüíferos intersticiais de bacias sedimentares, soma142,42 x 109m3, distribuídos da seguinte maneira nas diversas bacias:

• Bacia de Jatobá = 61,66 x 109 m3 (43,4%)• Bacia do Araripe = 42,65 x 109 m3 (30,0%)• Bacias residuais = 26,40 x 109 m3 (18,6%)• Bacia PE/PB = 9,37 x 109 m3 (6,62%)• Bacia do Cabo = 0,58 x 109 m3 (0,41%)• Aqüífero Barreiras = 1,34 x 109 m3 (0,94%)

Para o aqüífero aluvial, a reserva permanente é muito reduzida, atingindo algo em tornodos 160 x 106m3 ou seja, apenas 0,1% da reserva dos aqüíferos de bacias sedimentares.Para o aqüífero fissural, os dados disponíveis não permitem a sua avaliação.

A reserva reguladora é a parcela das reservas totais variável anualmente, em decorrênciados aportes sazonais de água superficial, do escoamento subterrâneo e dos exutóriosnaturais ou artificiais. Essa reserva soma um total da ordem de 860 x 106m3/ano, do qualas bacias sedimentares contribuem com 67,2%, seguidas do aqüífero aluvial, com22,1% e, por fim, o aqüífero fissural, com apenas 10,7%.

Page 82: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

82

A potencialidade de água subterrânea corresponde ao volume hídrico passível de serutilizado anualmente, incluindo, eventualmente, uma parcela das reservas permanentesem condições de ser explotada, com descarga constante, durante um longo período detempo. O total das potencialidades de águas subterrâneas é de 1,25 x 109 m3/ano, ouseja, 0,87% das reservas totais dos aqüíferos da área. Como acontece com as reservasreguladoras, o aqüífero intersticial de bacias sedimentares representam o maiorpercentual, ou seja, 68,8% da potencialidade total, seguido do aqüífero aluvial com22,8% e, por fim o aqüífero fissural, com 8,37% (figuras 21 e 22).

Potencialidade Hídrica Subterrânea por Aqüífero

69%

23%

8%

INTERSTICIAL ALUVIAL FISSURAL

Figura 21 - Distribuição da Potencialidade por Aqüífero

Entendendo a disponibilidade virtual como a parcela máxima que pode ser aproveitadada potencialidade, sem que se produza um efeito indesejável de qualquer natureza, suaavaliação se aproxima do valor da potencialidade, tendo em vista não se dispor ainda dedados que imponham restrições decorrentes da explotação da água subterrânea, salvo naRegião Metropolitana do Recife. Assim, a disponibilidade virtual foi estimada em 1,02x 109m3/ano, participando o aqüífero de bacias sedimentares com 83,9%, seguido doaqüífero fissural, com 10,4% e, por fim, o aqüífero aluvial, com 5,6%.

Page 83: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

83

0

50

100

150

200

250

Pote

ncia

lidad

e (x

106 m

3 /ano

)

GO

IAN

A

CAP

IBAR

IBE

IPO

JUC

A

SIR

INH

AEM

UN

A

MU

ND

IPAN

EMA

MO

XOTÓ

PAJE

U

TER

RA

NO

VA

BRÍG

IDA

GAR

ÇAS

PON

TAL

GL1

GL2

GL3

GL4

GL5

GL6 GI1

GI2

GI3

GI4

GI5

GI6

GI7

GI8

GI9

F. N

OR

ON

HA

Unidade de Planejamento - Bacias

Potencialidade Hídrica Subterrânea por Aqüífero

INTERSTICIAL ALUVIAL FISSURAL

Figura 22 - Potencialidade por Aqüífero nas UP’s

A disponibilidade instalada foi avaliada com base nas obras de captação existentes,considerando a vazão máxima de explotação - ou vazão ótima - num regime debombeamento de 24 horas diárias, em todos os dias do ano, encontrando-se o valor de453 x 106m3/ano, participando o aqüífero intersticial de bacias sedimentares com 69,7%,o fissural com 26,2% e o aluvial, que quase não possui dados, com apenas 4%.

Para a disponibilidade efetiva, isto é, o volume realmente explotado anualmente, o totalé de 148 x 106

m3/ano, isto é, a terça parte da disponibilidade instalada, sendo que, nessecaso, o aqüífero intersticial de bacia sedimentar participa com a grande maioria,perfazendo 84,4%, contra 13,3% do aqüífero fissural e apenas 2,2% do aqüífero aluvial(figuras 23 e 24).

O quadro 11 apresenta os valores das reservas, potencialidades e disponibilidades deáguas subterrâneas, por unidade de planejamento, enquanto a figura 25 ilustragraficamente essas grandezas.

Page 84: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

84

Disponibilidade Hídrica Efetiva Atual por Aqüífero

85%

2%13%

INTERSTICIAL ALUVIAL FISSURAL

Figura 23 - Distribuição da Disponibilidade Efetiva por Aqüífero

0

10

20

30

40

50

60

70

Dis

poni

bilid

ade

(x10

6 m3 /a

no)

GO

IAN

A

CAP

IBAR

IBE

IPO

JUC

A

SIR

INH

AEM

UN

A

MU

ND

IPAN

EMA

MO

XOTÓ

PAJE

U

TER

RA

NO

VA

BRÍG

IDA

GAR

ÇAS

PON

TAL

GL1

GL2

GL3

GL4

GL5

GL6 GI1

GI2

GI3

GI4

GI5

GI6

GI7

GI8

GI9

F. N

OR

ON

HA

Unidade de Planejamento - Bacias

Disponibilidade Efetiva Atual por Aqüífero

INTERSTICIAL ALUVIAL FISSURAL

Figura 24 - Disponibilidade Efetiva por Aqüífero nas UP’s

Page 85: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

85

Quadro 11 - Parâmetros Quantitativos das Águas Subterrâneas no Estado de Pernambuco

AVALIAÇÃO HÍDRICA SUBTERRÂNEA

ÁREA POR TIPO LITOLÓGICO RESERVAS DISPONIBILIDADES

TOTAL SEDIMENTAR ALUVIÃO CRISTALINO PERMANENTE REGULADORA POTENCIALIDADES VIRTUAL INSTALADA EFETIVA

UNIDADE DE

PLANEJAMENTO

(km2) (km2) (km2) (km2) (x 106 m3) (x 106 m3/ano) (x 106 m3/ano) (x 106 m3/ano) (x 106 m3/ano) (x 106 m3/ano)

UP 1 - GOIANA 2.878,30 240,84 120,18 2.579,90 1.446,00 27,92 35,06 26,40 7,24 1,64UP2 - CAPIBARIBE 7.557,41 332,00 144,50 7.225,40 1.247,22 71,45 79,37 58,90 186,71 50,36UP3 - IPOJUCA 3.514,35 32,25 21,79 3.482,05 52,97 12,54 16,04 9,41 4,42 0,79UP4 - SIRINHAEM 2.069,60 102,33 86,81 1.967,27 81,01 18,88 23,56 14,48 1,43 0,37UP5 - UNA 6.292,89 2,50 160,71 6.290,40 9,03 17,9 23,95 12,38 4,05 0,67UP6 - MUNDAÚ 2.155,68 43,11 2.155,70 2,16 5,41 7,13 4,02 3,88 0,65UP7 - IPANEMA 6.245,96 124,92 6.246,00 126,25 14,86 19,69 10,70 7,62 1,34UP8 - MOXOTÓ 8.713,41 3.074,08 174,27 5.639,32 50.308,71 78,45 185,05 172,51 25,10 5,8UP9 - PAJEU 16.838,74 1.964,28 336,78 14.874,42 26.126,84 57,91 122,45 98,20 38,00 7,33UP10 - TERRA NOVA 5.015,41 240,76 100,31 4.774,64 299,02 11,42 15,66 8,43 6,36 1,15UP11 - BRÍGIDA 13.560,89 3.787,68 271,22 9.773,22 31.273,56 208,76 280,94 261,41 18,16 3,18UP12 - GARÇAS 4.410,61 114,71 4.410,60 5,73 10,58 14,58 6,32 3,98 0,66UP13 - PONTAL 6.157,56 143,76 6.157,60 7,19 13,71 18,78 8,43 7,58 1,26UPI4 - GL1 1.162,24 816,27 188,18 405,63 8.279,41 94,88 117,27 104,65 108,72 64,82UP15 - GL2 1.246,30 258,45 33,58 987,85 337,2 22,94 24,96 22,54 15,05 4,76UP16 - GL3 111,80 79,23 47,74 32,48 121,24 12,41 14,1 10,66 1,83 0,61UP17 - GL4 286,35 30,89 78,84 255,51 16,3 7,66 10,17 4,50 0,07 0,01UP18 - GL5 63,45 2,65 17,97 58,74 1,95 1,41 1,98 0,68 0,79 0,26UP19 - GL6 90,04 71,80 1,80 18,20 43,17 3,14 3,28 3,15 0,54 0,18UP20 - GI1 1.389,56 27,79 1.389,60 1,39 3,73 4,87 2,87 0,74 0,12UP21 - GI2 150,25 3,00 150,20 0,15 0,32 0,44 0,22 0,03 0,01UP22 - GI3 2.711,38 1.888,20 54,23 823,20 11.362,71 42,25 66,69 62,79 4,47 1,37UP23 - GI4 1.479,30 200,32 1.479,30 10,01 13,24 19,43 5,01 0,53 0,09UP24 - GI5 791,26 142,92 791,30 7,15 9,22 13,6 3,31 0,16 0,03UP25 - GI6 865,10 25,25 865,10 1,26 2,17 3,02 1,20 1,84 0,31UP26 - GI7 1.238,33 193,55 1.238,30 9,68 12,57 18,51 4,57 1,33 0,22UP27 - GI8 1.393,70 202,44 1.393,70 10,12 13,24 19,47 4,89 2,13 0,36UP28 - GI9 529,56 529,60 10,59 - 11.390,53 71,77 94,86 94,10UP29 - F. DE NORONHA 18,40 0,37 18,40 0,02 0,06 0,07 0,05 0,43 0,07

SOMA 98.937,84 13.453,81 3.071,64 85.484,03 142.577,98 860,80 1.255,00 1.016,78 453,19 148,42

Page 86: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

86

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

280

300

UP1 UP2 UP3 UP4 UP5 UP6 UP7 UP8 UP9 UP10 UP11 UP12 UP13 UP14 UP15 UP16 UP17 UP18 UP19 UP20 UP21 UP22 UP23 UP24 UP25 UP26 UP27 UP28 UP29

1.000.000m³/ano

Potencialidade Disponibilidade Virtual Disponibilidade Efetiva

UP-9

UP-23 UP-22

UP-8

UP-10

UP-24

UP-11

UP-12

UP-13UP-26

UP-25

UP-7

UP-3

UP-27

UP-21UP-20

UP-6

UP-5UP-4

UP-2

UP-14

UP-19

UP-1

UP-

15

UP-

18

UP-17

UP-28

UP-16Figura 25 – Potencialidades e Disponibilidades de Águas

Superficiais

Page 87: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

87

AS CAPTAÇÕES EXISTENTES

Os poços perfurados apresentam características distintas, em função do tipo de aqüíferoque está explotando as águas. Assim é que para o aqüífero intersticial, com espessurasem geral superiores a 100m, os poços possuem, em média, profundidades acima dos100m, como acontece na UP1 (Bacia Sedimentar Pernambuco-Paraíba), com média de130,6m de profundidade; na UP8 (Bacia Sedimentar do Jatobá), com média de 119,5m;na UP9 (Bacias Residuais Interiores), com média de 104,8m; na UP14 (também naBacia Pernambuco-Paraíba), com 141,5m de média; nas UP’s 15 e 16 (na Bacia doCabo), com médias de 109,3m e 112,6m, respectivamente, e na GI3 (Bacia do Jatobá)com 107,2m de profundidade média. Enquanto isso, as profundidades médias dos poçosdo aqüífero fissural ficam em torno dos 50,0m, variando a média das UP’s desde omínimo de 39,2m, na UP 15, ao máximo de 56,4m, na UP 20 (quadro 12 e figura 26).

Quanto às demais características, a profundidade da superfície potenciométrica doaqüífero (livre ou confinado) é, em geral, menor no aqüífero fissural, que em geral, sesitua a profundidades inferiores aos 10m, enquanto no aqüífero intersticial aprofundidade das águas fica, na maioria dos casos, acima dos 20m.

As vazões obtidas nos poços do aqüífero intersticial são sempre muito superioresàquelas dos poços do aqüífero fissural. Assim é que, no aqüífero Beberibe, da BaciaPernambuco-Paraíba, a vazão média chega a atingir 45m3/h, na UP14; 20,5m3/h, na UP1e 18m3/h, na UP2. No aqüífero Cabo, as vazões médias, nas UP’s 15 e 16, chegam a10m3/h e 23m3/h, respectivamente. Nas bacias residuais do Pajeú, na UP9, a vazãomédia é de 10,6m3/h, tendo sido alcançada vazão de até 200m3/h. Enquanto isso, noaqüífero fissural, a média gira em torno dos 2,5m3/h, com média máxima na UP14, com4,7m3/h e mínima na UP24, com apenas 1,7m3/h.

As vazões específicas, que melhor refletem as variações dos poços, pois relacionam avazão com o rebaixamento do nível da água dentro do poço, mostram, igualmente, umagrande diferença entre os aqüíferos intersticiais e fissurais, com médias em torno de3m3/h.m, para os primeiros e de 0,3m3/h.m para os segundos, ou seja, 10 vezes superiorno aqüífero intersticial.

Como característica construtiva, os poços do aqüífero intersticial são totalmenterevestidos, contendo “tubos cegos” (sem aberturas) na região não produtiva e filtros emparte da área produtora de água, enquanto no aqüífero fissural, apenas um “tubo deboca” é colocado até ultrapassar a zona de alteração da rocha que, em geral, é inferior a10m de espessura.

Face à elevada salinidade, reduzidas vazões, ausência de manutenção do equipamentode bombeamento e outros problemas locais, cerca de 40% dos poços já perfurados nazona rural do Estado de Pernambuco se acham totalmente desativados e abandonados.Esse percentual de poços desativados pode chegar até a 80%, como na bacia do rioIpojuca.

Page 88: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

88

Quadro 12 - Parâmetros Médios dos Poços Perfurados no Estado de Pernambuco

Tipo deAqüífero

Profundidadedo poço

NívelEstático

NívelDinâmico

Vazão VazãoEspecífica

UP

(m) (m) (m) (m3/h) (m3/h.m)UP1-Goiana Intersticial

Fissural130,6 46,7

16,0 8,1

30,725,6

20,5 3,7

3,350,41

UP2-Capibaribe IntersticialFissural

92,8 49,7

21,1 7,0

36,924,7

17,8 3,2

2,990,65

UP3-Ipojuca Fissural 51,0 6,8 26,6 2,6 0,37UP4-Sirinhaem Fissural 42,8 9,8 27,9 2,5 0,30UP5-Una Fissural 50,7 7,1 25,7 2,8 0,39UP6-Mundaú Fissural 45,0 5,0 23,6 2,0 0,11UP7-Ipanema Intersticial

Fissural 48,1 48,9

8,8 4,7

19,621,3

3,3 1,9

0,490,34

UP8-Moxotó IntersticialFissural

119,5 52,2

31,6 5,4

43,922,5

6,6 2,3

0,780,32

UP9-Pajeú IntersticialFissural

104,8 42,3

26,3 7,3

43,123,2

10,6 2,7

1,390,50

UP10-Terra Nova IntersticialFissural

83,9 52,6

25,8 8,6

49,529,6

3,6 2,5

0,280,41

UP11-Brígida IntersticialFissural

97,8 47,9

33,910,5

49,130,5

5,0 2,2

2,170,26

UP12-Garças Fissural 51,1 13,9 38,8 1,5 0,20UP13-Pontal Fissural 54,7 11,8 34,1 1,8 0,26UP14 - GL1 Intersticial

Fissural141,7 55,8

25,314,7

43,024,1

45,7 4,7

3,491,05

UP15 - GL2 IntersticialFissural

109,3 39,2

22,3 4,3

42,816,1

10,0 3,7

0,650,30

UP16 - GL3 Intersticial 112,6 2,0 26,6 23,2 1,38UP17 - GL4 Número reduzido de poços não permitiu estatísticaUP18 - GL5 Número reduzido de poços não permitiu estatísticaUP19 - GL6 Número reduzido de poços não permitiu estatísticaUP20 - GI1 Fissural 56,4 7,6 24,1 1,8 0,09UP21 - GI2 Fissural 51,1 3,8 21,0 0,4 0,02UP22 - GI3 Intersticial

Fissural107,2 53,4

22,2 9,6

39,125,8

5,4 3,6

0,770,27

UP23 - GI4 Fissural 52,7 5,6 32,7 1,9 0,09UP24 - GI5 Fissural 48,6 6,1 23,0 1,7 0,17UP25 - GI6 Fissural 45,8 9,0 25,0 2,7 0,73UP26 - GI7 Fissural 49,3 12,1 31,7 2,8 0,37UP27 - GI8 Fissural 47,2 12,9 28,4 1,8 0,22UP28 - GI9 Número reduzido de poços não permitiu estatísticaUP29-F.Noronha Fissural 42,60 13,35 25,41 2,12 0,32

Page 89: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

89

FIGURA 26 – Distribuição de Poços Existentes

Page 90: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

90

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Quanto à qualidade físico-química das águas subterrâneas, o aqüífero intersticialapresenta, em geral, uma água que se enquadra nos limites de potabilidade, ao contráriodo aqüífero fissural. Considerando que o limite de potabilidade, quanto aos sólidostotais dissolvidos na água, é de 1.000mg/L, a média do resíduo seco nas águas da baciaPernambuco-Paraíba é de 228mg/L, na bacia do Cabo é de 286mg/L, na bacia do Jatobáé de 666 mg/L, na bacia do Araripe é de 685mg/L, nas bacias residuais do Pajeú é de576 mg/L e apenas na bacia residual do Terra Nova ultrapassa os 1.000mg/L, atingindo1.143mg/L (quadro 13).

Enquanto isso, no aqüífero fissural da zona da mata, o resíduo seco é o mais baixo, commédia de 1.042 mg/L; na zona agreste atinge a média de 4.922 mg/L e no sertão variaentre 2.248 mg/L na parte setentrional a 2.675 mg/L na parte meridional. (quadro 14).

As águas do aqüífero intersticial variam entre cloretadas sódicas ou mistas abicarbonatadas magnesianas ou mistas, enquanto no aqüífero fissural sãopredominantemente cloretadas mistas a cloretadas sódicas (quadro 15). Enquanto noaqüífero intersticial as águas se prestam na sua grande maioria para qualquer culturairrigada, no aqüífero fissural somente algumas culturas, e em solos com boadrenabilidade podem ser utilizadas suas águas para irrigação (quadro 16).

AS ÁGUAS MINERAIS

As águas minerais embora sejam, na origem, águas subterrâneas, não se regem pelalegislação das águas subterrâneas, mesmo nas unidades da federação que possuemdiploma legal sobre os mananciais hídricos subterrâneos; essas águas são regidas emtodo o território nacional pelo Código de Águas Minerais - Decreto Lei 7.841 de08/08/1945, sob a responsabilidade do DNPM do Ministério das Minas e Energia.

A legislação brasileira define como águas minerais aquelas que, provenientes de fontesnaturais ou de fontes artificialmente captadas, possuam composição química oupropriedades físicas ou físico-químicas distinta das águas comuns, com característicasque lhe confiram uma ação medicamentosa. E como águas potáveis de mesa as decomposição normal que, provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmentecaptadas, preencham tão somente as condições de potabilidade da região.

O Código de Águas Minerais também classifica as águas minerais tomando por basediversos fatores: a sua composição química, a presença de gases, e a temperatura. Amaioria das águas de Pernambuco são classificadas como hipotermais, cujacaracterística mais marcante é ter a temperatura compreendida entre 25oC e 33oC.

Page 91: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

91

Quadro 13 - Valores dos Parâmetros Físico-Químicos das Águas dos Aqüíferos Intersticiais nas Bacias Sedimentares dePernambuco

R.S. C.E. pH Cl SO4 HCO3 CO3 Ca Mg Na K FeBacias Sedimentares comAqüíferos Intersticiais mg/L µS/cm - mg/LBacia Pernambuco-Paraíba 228,4 197,0 7,3 31,6 10,5 94,9 36,5 17,0 9,4 21,8 11,5 1,2Bacia Vulc. Sed. do Cabo 286,0 292,3 7,4 138,6 16,8 103,8 10,8 33,6 12,4 51,4 12,9 -Mini-bacias do Pajeú 576,3 366,6 7,5 208,5 24,4 130,0 13,3 47,2 35,5 70,2 14,7 0,4Mini-bacia de Terra Nova 1.143,4 725,7 7,9 333,4 103,0 307,4 32,4 95,6 73,9 131,4 8,6 0,6Bacia do Jatobá 666,2 534,8 7,5 315,6 25,2 149,6 11,9 72,4 43,6 111,5 17,0 0,3Bacia do Araripe 685,5 345,3 7,4 136,3 135,5 234,4 13,5 53,5 28,8 65,7 14,1 0,1

Quadro 14 - Valores dos Parâmetros Físico-Químicos das Águas do Aqüífero Fissural em Zonas Distintas de Pernambuco

R.S. C.E. pH Cl SO4 HCO3 CO3 Ca Mg Na K FeZonas Diferenciadas doEstado de Pernambuco mg/L µS/cm - mg/LZona da Mata 1.042,0 646,0 7,7 434,0 42,1 260,5 23,1 52,9 51,7 249,0 7,7 0,5Zona Agreste 4.922,3 1.497,2 7,6 2.072,0 233,2 311,5 40,9 297,2 284,9 762,8 24,5 0,9Zona Sertão Setentrional 2.248,0 1.457,8 7,7 1.029,2 122,1 296,6 47,1 217,0 157,6 328,2 16,7 1,4Zona Sertão Meridional 2.675,8 1.799,4 7,7 1.727,2 174,8 262,4 31,2 303,3 208,0 551,8 21,9 0,3Ilha de F. de Noronha 1.000,0 1.641,5 7,9 447,3 67,3 283,5 - 47,2 45,9 189,5 23,7 -

Page 92: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

92

Quadro 15 - Classificações das Águas do Aqüífero Intersticial nas Diversas UP’s do Estado de Pernambuco

POTABILIDADE RELATIVA (%)

USO PARA IRRIGAÇÃO (%)

USO PARA PECUÁRIA(%)

UNIDADE DEPLANEJAMENTO

CLASSIFICAÇÃOIÔNICA

Boa Pas. Med. Má Mom N.P. Principais Classes da U.S.S.L. Boa Sat. Pob. Ins.UP 2 - CAPIBARIBE Clor. sódica a clor. mista 95 5 - C1-S1(89), C2-S1(5) e C3-S1(5) 100 - - -UP 7 - IPANEMA Cloretada magnesiana 73 7 - 20 - C2-S1(38),C1-S1/C3-S1/C4-S1/C4-S2/C5-S4(12,5) 80 20 - -UP 8 - MOXOTÓ Cloretada mista 71 22 2 4 1 - C2-S1(50), C3-S1(27),C1-S1(8) 97 1 - 2UP 9 - PAJEU Clor. mista a clor. magn. 74 15 4 4 3 - C1-S1(28),C2-S1(38),C3-S1(21),C3-S2(10) 95,6 2,2 - 2,2UP 10 - TERRA NOVA Bicarbonata mista 50 13 12 25 - C2-S1(63),C3-S1(13),C4-S2(24) 87,5 12,5 - -UP 11 - BRÍGIDA Bicarb.calco-

magnesiana63 29 12 6 - C1-S1(38),C2-S1(25),C3-S1(25),C4-S1(12) 94,1 - 5,9 -

UP 14 - GL 1 Bicarb.mista a clor.mista 89 11 - C1-S1(42),C2-S1(52),C4-S1(6) 100 - - -UP 15 - GL 2 Cloretada sódica 91 6 3 - C1-S1(43),C2-S1(29),C3-S1(14),C5-S1(14) 100 - - -UP 16 - GL 3 Cloretada mista 100 - C3-S1(100) 100 - - -UP 22 - GI 3 Cloretada mista 53 17 13 13 3 - C2-S1(59),C3-S1(12),C4-S2(12),Cs-S2/C4-S3/C5-S2(6) 83,9 9,7 6,4 -

Page 93: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

93

Quadro 16 - Classificações das Águas do Aqüífero Fissural nas Diversas UP’s do Estado de Pernambuco

POTABILIDADE RELATIVA(%)

USO PARA IRRIGAÇÃO(%)

USO PARA PECUÁRIA(%)

UNIDADES DEPLANEJAMENTO

CLASSIFICAÇÃOIÔNICA

Boa Pas. Med. Má Mom N.P. Principais Classes da U.S.S.L. (em percentuais) Boa Sat. Pob. Ins.UP 1 - GOIANA Cloret.sód. a cloret.mista 36 28 20 14 2 C2-S1(21),C3-S1(21),C3-S2(18),C1-S1(11) 90 6 - 4UP 2 - CAPIBARIBE Cloret.sód. a cloret.mista 18 4 11 27 14 26 C5-S4(32),C5-S3(13),C4-S2(18),C4-S3(8) 41 10 14 34UP 3 - IPOJUCA Cloretada mista 30 1 13 13 11 32 C5-S2(19),C5-S4(19),C2-S1(15),C4-S2(11),C5-S3(11) 51 5 - 44UP 4 - SIRINHAEM Cloretada mista 100 C1-S1(50),C2-S1(50) 100UP 5 - UNA Clor.mista a clor.ca-mag. 13 7 7 16 33 24 C5-S4(29),C5-S3(21),C4-S2(14),C3-S1(10),C2-S1(10) 33 9 5 53UP 6 - MUNDAÚ Clor.mista a clor.sódica 36 13 15 15 13 8 C2-S1(25),C1-S1(14),C4-S2(14),C5-S4(18) 68 6 13 13UP 7 - IPANEMA Clor.magn. a clor.mista 10 3 11 25 14 37 C5-S4(26),C5-S3(16),C4-S2(15),C5-S2(8) 31 15 5 49UP 8 - MOXOTÓ Clor.mista a clor.magnes. 71 22 2 4 1 C3-S1(32),C3-S2(8),C4-S1(10),C4-S2(17) 65 11 6 18UP 9 - PAJEU Clor.mista a clor.magnes. 11 35 27 17 5 5 C3-S1(41),C2-S1(13),C4-S2(13),C4-S1(9) 80 8 5 7UP 10 - TERRA NOVA Clor.mista a clor.magnes. 13 32 31 18 3 2 C3-S1(34),C3-S2(10),C4-S2(19),C5-S3(10) 83 6 7 4UP 11 - BRÍGIDA Clor.magnes. a clor.mista 13 31 24 22 5 5 C3-S1(47),C4-S1(16),C4-S2(7),C2-S1(7) 76 11 6 7UP 12 - GARÇAS Cloretada magnesiana 16 11 14 24 23 12 C4-S2(18),C5-S2(18),C5-S3(29),C5-S4(18) 41 5 18 36UP 13 - PONTAL Clor.magnes. a clor.mista 6 20 29 24 12 9 C3-S1(25),C4-S2(13),C5-S2(23),C5-S3(11) 59 8 6 27UP 20 - GI 1 Clor.magnes. a clor.mista 27 9 9 9 9 37 C5-S3(33),C5-S2(33),C2-S1(17),C1-S1(17) 45 9 - 46UP 21 - GI 2 Cloretada magnesiana - - - - 33 67 C5-S4(75),C4-S1(25) - 33 - 67UP 23 - GI 4 Cloretada mista - 20 27 20 20 13 C3-S1(38),C4-S2(25),C5-S3(19),C5-S4(13) 53 7 13 27UP 24 - GI 5 Cloretada mista 29 14 14 14 - 29 C3-S1(33),C3-S2(17),C4-S2(17),C5-S3(17),C5-S4(17) 57 14 - 29UP 25 - GI 6 Clor.magnes. a clor.mista 4 22 30 22 13 9 C3-S1(33),C4-S1(20),C4-S3(20),C5-S3(13) 65 13 - 22UP 26 - GI 7 Cloretada mista 15 15 31 23 8 8 C3-S1(20),C4-S2(43),C5-S3(14),C5-S4(14) 62 15 8 15UP 29 – F. NORONHA Clor.sód. a Bicarb.sódica - 51 32 11 6 C3-S1(46),C3-S2(21),C4-S1(13) 90 - 5 5

Page 94: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

94

O Estado de Pernambuco possui dois pólos de produção de água mineral e/ou águapotável de mesa, que são: a Região Metropolitana do Recife (RMR) e a Região deGaranhuns. Além desses pólos, outras áreas, individualmente, participam com parcelasmenos significativas do mercado das águas minerais.

A RMR possui dois sub-pólos de produção, a área de Aldeia, englobando parcialmenteos municípios de Camaragibe e Paudalho, e a área norte da RMR, a partir do Recife eincluindo os municípios de Olinda, Paulista e Igarassu. O polo de Garanhuns constitui omais antigo produtor de águas minerais do Estado de Pernambuco, e atualmenteparticipa com 20% do número de empresas produtoras no Estado. As áreas menosrepresentativas, além dos dois pólos de produção, são Caruaru, Custódia, Gravatá,Paranatama, São Benedito do Sul e Jaboatão dos Guararapes.

No quadro 17, são apresentados os 22 produtores de água mineral de Pernambucoregularizados no DNPM até setembro/1997, com nome da empresa, município delocalização, marca de fantasia, classificação da água, tipo de captação e ano do título delavra.

Verifica-se que 14 águas são do tipo hipotermal na fonte , 4 são fluoretadas, e 3 sãoradioativas, o que demonstra a grande predominância do tipo hipotermal sobre osdemais.

Quanto à captação, 13 delas captam a água somente através de poços, 5 empresascaptam exclusivamente em fontes e outras 3 exploram simultaneamente poço e fonte.

As formações aqüíferas mais produtoras de águas minerais são: o aqüífero Beberibe naregião do Recife, Olinda, Paulista e Igarassu; o embasamento cristalino decomposto e aFormação Barreiras em Recife (sul), e Aldeia, os quartzitos de Garanhuns e o próprioembasamento cristalino nas demais regiões.

A produção de águas minerais em Pernambuco quadruplicou no período 1991-96,possibilitando o estado alcançar e manter a posição de terceiro maior produtor nacional,sendo ultrapassado apenas por São Paulo e Minas Gerais. O quadro 18 apresenta osnúmeros de produção de água mineral no referido período.

USO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA

As águas subterrâneas são utilizadas na sua maior parte para consumo humano no meiorural, com índices percentuais sempre superiores a 50% (excetuando-se na bacia doCapibaribe); em segundo lugar em termos percentuais da disponibilidade de uso, vem oconsumo animal, com índices variando entre 20% e 45%. Os consumos na irrigação ena indústria são muito reduzidos, sendo no primeiro, variável entre 2% e 4% (quandonão é nulo) e para o segundo, chega a atingir os 20% na UP15 (quadro 19).

Page 95: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

95

Quadro 17- Produtores de Água Mineral no Estado de Pernambuco, 1997

MUNICÍPIO EMPRESA MARCA DEFANTASIA

CLASSIFICAÇÃO CAPTAÇÃO ANO TIT.LAVRA

Camaragibe Incobal Ind.Com.de Bebidas e Alimentos Ltda. Santa Joana Fluoretada hipotermal na fonte Poço 1994Caruaru Mineração Palestina Ltda. Vitale Radioativa na fonte PoçoCustódia Empresa de Mineração Sabá Sabá Fonte 1978Garanhuns Água Mineral São Luiz São Luiz Hipotermal na fonte Poço 1981Garanhuns Água Mineral Serra Branca Serra Branca Hipotermal na fonte Poço 1963Garanhuns Garanhuns Refrigerantes Garanhuns Hipotermal na fonte Poço 1992Garanhuns Zélia Giselda de Miranda Marcos (F.Individual) Serrana Hipotermal na fonte Poço 1988Gravatá Empresa Águas Minerais Real Ltda. Real Fracamente radioativa Fonte 1985Jaboatão Água Mineral Alpina Ltda. Alpina Fluoretada,hipot. e frac.radioativa 1996Jaboatão Mineração Branca de Neve Branca de Neve Hipotermal radioativa na fonte Fonte 1994Olinda Raimundo da Fonte Indústria S.A. Santa Mônica Hipotermal na fonte Poço 1980Paranatama Indústria de Mineração Paranatama Ltda. Cristal Plus Hipotermal fluoretada na fonte Poço 1996Paudalho Indaiá Brasil Águas Minerais S.A. Indaiá Hipotermal na fonte Poço/Fonte 1980Paulista Leda G.Fonseca M.E. (Firma Individual) Prata do Vale Hipotermal na fonte Poço 1995Paulista Mineradora Serrambi Ltda. Serrambi Hipotermal na fonte Poço 1994Paulista Pérola Águas Minerais Ltda. Ranchito Hipotermal na fonte Poço 1994Paulista Água Mineral Gelisa Ltda. Gelisa Fluoretada hipotermal na fonte Fonte 1997Recife Águas Minerais Santa Clara S.A. Santa Clara Hipotermal na fonte Fonte/Poço 1970Recife Mineração Alto Caxangá Ltda. Caxangá Hipotermal na fonte Poço 1995Recife Noana Mineração Indústria e Comércio S.A Noana Hipotermal na fonte Poço/Fonte 1980Recife Crystal Mineral Indústria e Comércio Ltda.. Crystal Tropical Fluoretada hipotermal na fonte Poço 1997S.Benedito Sul Agro Mineração Moura Ltda. São Benedito Radioativa na fonte Fonte 1967

Fonte: DNPM/MME-4o DS/PE

Page 96: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

96

Quadro 18 - Produção de Água Mineral em Pernambuco e no Brasil - 1991/96

PERNAMBUCO (A) BRASIL (B) A/BANO Quantidade

(litro)Valor

(US$1,00)Quantidade

(litro)Valor

(US$1,00)Quant.

%Valor

%1996 174.316.027* 14.681.745* n.d. n.d. - -1995 97.403.462 13.077.526 1.673.704.498 294.605.505 5,8 4,41994 81.371.340 14.155.096 1.288.323.371 245.135.103 6,3 5,71993 81.756.499 9.584.813 1.157.774.131 169.827.149 7,0 5,61992 68.502.232 7.690.395 1.086.041.977 133.951.637 6,3 5,71991 40.458.275 6.368.000 1.007.894.000 122.247.000 4,0 5,2Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 1992 a 1996 in DNPM/Mme,1997

[* dado preliminar, passível de modificação ; n.d. - informação não disponível ]

Quadro 19 - Usos da Água Subterrânea no Estado de Pernambuco

USOS DA ÁGUA SUBTERRÂNEA(m3/ano)

ABASTECIMENTO HUMANO

DISPONIBILIDADEEFETIVA(m3/ano)

De URBANO RURALCONSUMO

ANIMALIRRIGAÇÃO USO

INDUSTRIAL

UNIDADE DEPLANEJAMENTO

UP

x 106 % x 106 % x 106 % x 106 % x 106 % x 106

UP1-GOIANA 1,64 13,7 0,22 46,8 0,77 29,0 0,47 2,4 0,04 8,0 0,13UP2-CAPIBARIBE 50,36 92,5 46,58 1,8 0,91 3,2 1,61 0 0 2,5 1,26UP3-IPOJUCA 0,79 6,0 0,05 45,7 0,36 33,6 0,27 2,6 0,02 12,1 0,09UP4-SIRINHAEM 0,37 13,3 0,05 40,0 0,15 33,3 0,12 0 0 13,3 0,05UP5-UNA 0,67 3,3 0,02 55,0 0,37 40,0 0,27 1,6 0,01 0 0UP6-MUNDAÚ 0,65 1,4 0,01 53,9 0,35 35,5 0,23 2,1 0,01 9,2 0,06UP7-IPANEMA 1,34 1,8 0,02 53,7 0,72 41,1 0,55 2,9 0,04 0,3 0,004UP8-MOXOTÓ 5,80 7,8 0,45 49,6 2,88 37,5 2,18 3,6 0,21 1,5 0,08UP9-PAJEÚ 7,33 3,9 0,29 52,4 3,84 39,6 2,90 3,4 0,25 0,6 0,04UP10-TERRA NOVA 1,15 2,5 0,03 53,1 0,61 40,3 0,46 2,9 0,04 1,2 0,01UP11-BRÍGIDA 3,18 5,5 0,17 51,3 1,63 37,7 1,20 4,2 0,13 1,2 0,04UP12-GARÇAS 0,66 0,7 0,01 51,7 0,34 44.1 0,29 3,4 0,02 0 0UP13-PONTAL 1,26 0,5 0,01 54,4 0,68 41,8 0,53 2,9 0,04 0,2 0,002UP14-GL1 64,82 15,2 9,85 48,2 31,24 28,6 18,54 1,8 1,17 6,2 4,02UP15-GL2 4,76 5,7 0,27 47,2 2,25 24,5 1,17 1,9 0,09 20,7 0,98UP16-GL3 0,61 22,2 0,13 44,4 0,27 22,2 0,14 0 0 11,1 0,07UP17-GL4 0,01 0 0 66,6 0,007 33,7 0,003 0 0 0 0UP18-GL5 0,26 16,7 0,04 50,0 0,13 33,3 0,09 0 0 0 0UP19-GL6 0,18 20,0 0,04 60,0 0,10 20,0 0,04 0 0 0 0UP20-GI1 0,12 3,0 0,005 54,5 0,06 39,4 0,05 3,0 0,005 0 0UP21-GI2 0,01 0 0 60,0 0,006 40,0 0,004 0 0 0 0UP22-GI3 1,37 0 0 54,5 0,75 45,5 0,62 0 0 0 0UP23-GI4 0,09 4,0 0,0036 52,0 0,046 40,0 0,036 4,0 0,0036 0 0UP24-GI5 0,03 0 0 62,5 0,02 37,5 0,01 0 0 0 0UP25-GI6 0,31 3,2 0,01 56,5 0,17 40,3 0,12 3,2 0,01 0 0UP26-GI7 0,22 3,8 0,008 50,0 0,11 44,2 0,10 1,9 0,004 0 0UP27-GI8 0,36 2,1 0,008 53,2 0,19 41,5 0,15 3,2 0,01 0 0UP28-GI9 - - - - - - - - - - -UP29-F.NORONHA 0,07 47,6 0,03 14,3 0,01 28,6 0,02 0 0 9,5 0,01

TOTAL / MÉDIA 148,42 36,23 53,77 34,63 51,39 22,64 33,60 1,86 2,76 4,64 6,89

Page 97: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

97

POLUIÇÃO HÍDRICA

A qualidade das águas é um dos mais graves problemas que enfrenta o meio ambientenos dias atuais, particularmente nos países em desenvolvimento. O Plano Estadual deRecursos Hídricos de Pernambuco realizou uma análise sobre a poluição hídrica noEstado, cujos resultados são aqui apresentados.

Em 1981, o Governo de Pernambuco classificou os cursos d’água estaduais segundo osparâmetros que deveriam possuir para atender as necessidades das comunidades, isto é,de acordo com os usos preponderantes que se pretendia dar aos mesmos.

A Companhia Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH iniciou um programasistemático de monitoramento mensal nos rios litorâneos do Estado em 1986, baseando-se no enquadramento de 1981, para o qual definiu uma rede de amostragem para coletade água e análise no laboratório da Empresa. Foram determinados parâmetros físicos,químicos e bacteriológicos, indicadores básicos e complementares de poluição orgânica,sanitária e de condições para preservação da biota aquática. Os resultados sãodivulgados através de certificados de análises mensais e relatórios anuais. No quadro 20,tem-se a relação dos rios monitorados, com indicação da Unidade de PlanejamentoHídrico – UP.

Os principais indicadores adotados para determinação da qualidade da água são:Oxigênio Dissolvido – OD; Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO; ColiformesFecais – CF e Índice de Qualidade de Água – IQA. Este último é determinado peloprodutório ponderado das qualidades de água correspondentes a: Temperatura;Potencial Hidrogeniônico – pH; Oxigênio Dissolvido – OD; Demanda Bioquímica deOxigênio – DBO; Coliformes Fecais – CF; Nitrogênio Total; Resíduo Total; FosfatoTotal e Turbidez.

Nos locais onde os rios apresentam condições críticas de qualidade de água, sãoelaboradas coletas e análises específicas quanto ao teor de metais pesados, fenóis,agrotóxicos, etc., e mais recentemente, até mesmo testes de toxidade com indicadoresbiológicos vêm sendo feitos.

Os principais agentes poluidores são os efluentes industriais e os esgotos domésticos.

POLUIÇÃO INDUSTRIAL

Mudanças na economia nacional vêm contribuindo para modificação do cenárioindustrial de Pernambuco, a exemplo da tradicional indústria sucroalcooleira que eracomposta por 47 unidades situadas na Zona da Mata. Dentro de uma década este parque

Page 98: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

98

foi sendo desativado, contando hoje com 34 usinas e destilarias que processam quase amesma produção de cana-de-açúcar.

O parque têxtil há 30 anos atrás, um dos mais importantes da América do Sul, foi sendoreduzido mais rapidamente a partir da crise de algodão da década de 70, época do surtodo bicudo nos campos de produção no Sertão. Mais recentemente, se de um lado aglobalização da economia contribuiu para que as unidades com maquinaria de poucorendimento fechassem as portas, por outro, deu lugar à abertura de novas têxteis comequipamento de ponta.

Quadro 20 - Rios Monitorados

UP RIOS DESAGUERIOS

MONITORADOSEM 1997

UP1 Goiana Mar xCapibaribe Mar - Porto do Recife xUP2Tejipió Estuário Capibaribe x

UP3 Ipojuca Mar xUP4 Sirinhaém Mar xUP5 Una Mar xUP6 Mundaú Rio São FranciscoUP7 Ipanema Rio São FranciscoUP8 Moxotó Rio São FranciscoUP9 Pajeú Rio São Francisco

UP10 Terra Nova Rio São FranciscoUP11 Brígida Rio São FranciscoUP12 Garças Rio São FranciscoUP13 Pontal Rio São Francisco

Botafogo Canal de Santa Cruz xIgarassu Canal de Santa Cruz xTimbó Canal de Santa Cruz xParatibe Mar - Olinda x

UP14

Beberibe Estuário Capibaribe xGrupo de pequenos rioslitorâneos MarJaboatão Mar x

UP15

Pirapama Mar xUP16 a UP19 Grupos de pequenos rios

litorâneos MarUP20 a UP28 Grupos de Pequenos Rios

Interiores Rio São FranciscoUP29 Rede de drenagem da ilha

de Fernando de Noronha Mar

O fechamento de unidades industriais ou repasse das firmas para outros grupos vem, nosúltimos anos, se tornando um processo rápido, muitas vezes sequer comunicado ao

Page 99: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

99

Cadastro das Indústrias da CPRH. Assim, o levantamento das cargas poluidoras foielaborado no que informa a CPRH quanto ao potencial poluidor da última safra ou anode produção e, no que se planeja para 1998.

Das 1.020 indústrias cadastradas na CPRH, apenas 113 foram consideradas geradorasde efluentes com carga orgânica potencial. Algumas vêm mantendo unidades detratamento que reduzem sobremaneira a carga efetiva que chega aos rios. Não fosse afertirrigação, a contribuição dessas indústrias e o empenho da CPRH, os cursos de águae mananciais da região poderiam estar em situação mais precária quanto à qualidade desuas águas. Para efeito desse levantamento, tomou-se como carga poluidora somente aparcela orgânica produzida nessas unidades em termos de demanda bioquímica deoxigênio – DBO. O quadro 21 indica, por bacia hidrográfica, as indústrias constantes docadastro da CPRH.

Deve-se considerar que os efluentes industriais com composição química diferenciadasão muito mais prejudiciais, quando lançados aos cursos de água, do que os resíduosorgânicos. Dentre as indústrias consideradas não poluentes no levantamento acimareferido, estão aquelas que produzem resíduos químicos, tanto líquidos, como gasosos.Esses resíduos, quando lançados ao ar, precipitam-se nos solos e são carreados aoscursos de água, através dos escoamentos. Muitas vezes são lançados diretamente nosrios na forma líquida. Geralmente portam elementos tóxicos ou, ao se combinarem,geram substâncias consideradas neurotóxicas. A toxidade das águas e sedimentos dosrios, não raro, instalam um quadro de degradação muitas vezes de conseqüênciasdesastrosas e efeitos irrecuperáveis. Indústrias de produtos químicos, tintas, têxteis,papel, curtume, metalúrgicas e casas de farinha são exemplos de indústrias comefluentes que representam toxidade ao meio ambiente.

Cargas Poluidoras Potenciais

Para avaliação da carga poluidora orgânica de origem industrial, considerou-se opotencial de produção de cada unidade industrial em termos de demanda bioquímica deoxigênio - DBO diária. Assim foram consideradas apenas as indústrias que geramresíduos líquidos como efluentes que estejam, ou não, sendo lançados diretamente nascoleções hídricas. Na estimativa do potencial poluidor das usinas, foram tomadas, alémdo próprio vinhoto, as parcelas correspondentes à coluna barométrica e lavagem da canae do piso da unidade fabril.

O levantamento das cargas poluidoras potenciais foi elaborado por bacia hidrográfica,tomando como equivalente populacional a razão de 54g/pessoa/dia de DBO, estimando-se a carga poluidora potencial total em cerca de 1,4 mil toneladas de DBO/dia que, naépoca de entressafra da indústria sucroalcooleira cai para, aproximadamente, 63,6 t,uma redução de 95,4% do total. Em equivalente populacional, a carga poluidorapotencial corresponde a uma população de 25,6 milhões de pessoas, 3,46 vezes maior

Page 100: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

100

do que a do Estado (7.399.131 habitantes, em 1996), produzindo esgotos brutos. Naentressafra, o acréscimo é de apenas 0,16 (1,17 milhão de pessoas).

O maior potencial poluidor na situação de safra da indústria sucroalcooleira éencontrado na bacia dos rio Goiana, seguida das bacias do Una, Pirapama, Sirinhaém eIpojuca, conforme mostra a figura 27. Em situação de entressafra, embora as pequenasbacias interiores que deságuam no rio São Francisco apresentem um maior potencial,decorrentes das unidades industriais de Petrolina e de Santa Maria da Boa Vista, opotencial poluidor da Zona da Mata, principalmente nos rios Pirapama, Ipojuca,Jaboatão, Timbó, Capibaribe, Igarassu e Goiana, é mais representativo, por se localizarem bacias com menor potencial hídrico e, consequentemente, menor capacidade dediluição.

Cargas Poluidoras Remanescentes

As cargas remanescentes, isto é, aquelas que se estima estarem sendo efetivamentelançadas aos corpos de água, foram calculadas a partir da eficiência do sistema detratamento de cada unidade industrial.

Segundo a avaliação feita, essas cargas atingem os valores de 123,8t de DBO/diadurante a safra e 27,4t de DBO/dia na entressafra, correspondendo a uma redução dacarga poluidora potencial em 91 e 57%, respectivamente. As maiores cargasremanescentes são ainda encontradas nas bacias dos rios Una, Goiana, Ipojuca,Sirinhaém, afluentes do São Francisco e Jaboatão (figura 28).

No período de entressafra, das agroindústrias canavieiras, o maior potencial poluidorefetivo está instalado na bacia do Ipojuca, seguida das baias do Capibaribe, Jaboatão,Paratibe, sem considerar as bacias de afluentes do São Francisco.

Hierarquização das Fontes Poluidoras Industriais

Uma vez relacionadas, as indústrias e suas cargas poluidoras foram organizadas emordem decrescente de produção de efluentes, de modo a facilitar uma avaliação dasunidades mais poluidoras.

Quanto às cargas poluidoras remanescentes, verifica-se que a indústria sucroalcooleiraé, em termos de carga orgânica em DBO, a que apresenta potencial mais elevado, poisapenas 24 usinas/destilarias produzem cerca de 90 % da carga poluidora potencial detodo o Estado. Já 56 indústrias produzem 99 % da carga poluidora total, dentre as 113unidades cadastradas como geradoras de efluentes com carga orgânica (figuras 29 e 30).

Page 101: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

101

Indústrias do Estado de Pernambuco Carga Orgânica Poluidora Potencial

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

Rio Goiana RioIgarassu

RioParatibe

RioCapibaribe

RioJaboatão

Rio Ipojuca Rio Una RioIpanema

Rio Pajeú

DBO ( Kg / dia )

Entressafra Safra

Figura 27

Page 102: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

102

Indústrias do Estado de Pernambuco

Carga Orgânica Poluidora Remanescente

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

RioGoiana

RioBotafogo

RioIgarassu

RioTimbó

RioParatibe

RioBeberibe

RioCapibaribe

RioTejipió

RioJaboatão

RioPirapama

RioIpojuca

RioSirinhaém

RioUna

RioMundaú

RioIpanema

RioMoxotó

RioPajeú

P.B./RioSão

Francisco

DBO ( Kg / dia )

Entressafra

Safra

Figura 28

Page 103: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

103

Indústrias dos Estado de PernambucoPercentual Acumulado da Carga Orgânica Poluidora

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 61 63 65

24 indústrias

90 % da carga poluidora

56indústrias 99 % das

cargaspoluidoras

Figura 29

Page 104: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

104

Indústrias com Maior Potencial Poluidor

-

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

USINA PUMATY

USINA SÃO JOSÉ

USINA MARAVILHAS

INEXPORT

USINA CUCAU

USINA TRAPICHE

USINA UNIÃO INDUSTRIA

USINA BOM JESUS

DESTILARIA SÃO LUIZ

DESTILARIA JB

USINA MATARY

UCB

USINA ESTRELIANA

USINA STA. TERESA

USINA SALGADO

USINA CRUANGI

USINA IPOJU

CAUSICODA

USINA PETRIBÚ

USINA PEDROZA

USINA BULHÕES

USINA BARÃO SUASSUNA

USINA COLONIA

USINA N.S. DO CARMO

24 indústrias

90 % da carga poluidora

DBO Kg/dia

Figura 30

Page 105: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

105

Em relação às cargas poluidoras remanescentes, tem-se o total de 123,8t de DBO/dia,dos quais 90 % são produzidos por apenas 21 indústrias, das quais 16 são indústriassucroalcooleiras. O total de 99 % dessa carga é atribuído a apenas 43 indústrias doEstado (figura 31).

Quadro 21 - Levantamento das Indústrias Constantes do Cadastro da CPRH

NÚMERO DE INDÚSTRIASUNIDADE DEPLANEJAMENTO

BACIAS HIDROGRÁFICAS DOESTADO DE PERNAMBUCO Cadastradas Poluição

Hídrica/OrgânicaUP - 1 Rio Goiana 23 11

Rio Capibaribe 172 15UP - 2Rio Tejipió 91 2

UP - 3 Rio Ipojuca 73 16

UP - 4 Rio Sirinhaém 10 7

UP - 5 Rio Una 69 9

UP - 6 Rio Mundaú 172 3

UP - 7 Rio Ipanema 1 1

UP - 8 Rio Moxotó 3 1

UP - 9 Rio Pajeú 2 1

UP-10,12,13;22/27

Terra Nova, Garças, Pontal, GI3 a GI8 32 11

UP -11 Rio Brígida 54 0

Rio Botafogo 8 2

Rio Itapessoca 2 0

Rio Igarassu 24 2

Rio Timbó 36 4

Rio Paratibe 44 3

UP -14

Rio Beberibe 69 6

Rio Jaboatão 93 10UP -15Rio Pirapama 42 9

113Total - 1.02011%

Page 106: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

106

Figura 31 Carga Poluidora Rem anescente - Acum ulada em Percentual

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%U

SIN

A M

ARAV

ILH

AS

USI

NA

TRAP

ICH

E

USI

NA

PED

RO

ZA

U S

ANTA

TER

EZIN

HA

USI

NA

ESTR

ELIA

NA

FRU

TOS

DO

VAL

E

USI

NA

IPO

JUC

A

USI

NA

BULH

ÕES

USI

NA

PUM

ATY

USI

NA

SAN

TO A

ND

CID

FRID

USA

M

ICAS

A

IRM

ÃOS

CO

UTI

NH

O

PIR

APAM

A

RH

OD

IA F

IPAC

K

MAT

ADO

UR

O J

ABO

ATÃO

USI

NA

SALG

ADO

LEIT

E BE

TÂN

IA

CIA

TEX

TIL

DO

VAL

E

ON

DU

NO

RTE

III

FÁBR

ICA

PEIX

E

ANTÁ

RC

TIC

A

BRAH

MA

PRO

BRAS

GR

AFEL

LIPA

SA

IND

. MAL

HAS

JAB

OAT

ÃO

CO

TON

JO

SÉ R

UFI

NO

SAN

TIST

A SU

APE

DO

CES

TAM

BAÚ

MAF

ISA

BASF

PR

AZER

ES

FAC

O

AÇO

NO

RTE

KIBO

N/S

OR

VAN

E

LIM

OEI

RO

MAL

HAS

CU

RTU

ME

MO

DER

NO

REF

INAÇ

ÕES

MIL

HO

CAB

SÃO

JO

SAN

TIST

A A

FOG

ADO

S

NAC

ION

AL T

ÊXTI

ALC

OO

LQU

ÍMIC

A

INAG

RO

NO

RO

NH

A TÊ

XTIL

BEN

ZOQ

UÍM

ICA

SIN

TEQ

UÍM

ICA

USI

NA

SÃO

JO

USI

NA

CU

CAU

DES

TILA

RIA

SÃO

LU

IZ

USI

NA

STA.

TER

ESA

USI

CO

DA

USI

NA

N.S

. DO

CAR

MO

USI

NA

LAR

ANJE

IRAS

ENG

ENH

O T

EIM

OSO

ON

DU

NO

RTE

I

FAR

MFR

UIT

21 indústrias

90 % da carga

poluidora

43indústrias 99 % das

cargaspoluidoras

Page 107: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

107

Cargas Poluidoras nas Bacias Litorâneas

Observa-se que 98 % da carga poluidora orgânica total e 87 % da remanescente sãogeradas nas bacias litorâneas, representando um equivalente populacional de 25 milhõesde pessoas que corresponde a 3,4 vezes a população do Estado.

POLUIÇÃO POR ESGOTOS DOMÉSTICOS

Considerando o número de domicílios informados no Censo de 1991 que lançam seusesgotos na rede de drenagem, tem-se uma carga poluidora potencial de 226t de DBO/dia(ver quadro 22). Esta carga eqüivale aos esgotos sanitários de uma população de cercade 4,3 milhões de habitantes.

A parcela efetiva dos esgotos cuja carga total é reduzida através de fossas e tratamentofoi estimada como de 167t de DBO/dia, o que corresponde a efluentes de umapopulação de cerca de 3,1 milhões de habitantes.

Foram formuladas hipóteses de poluição com a carga total poluidora na safra, naentressafra, em situação de esgotos brutos e tratando os esgotos conforme os índicesadotados. Nas três hipóteses, o potencial das indústrias é significante. Tomando-se acarga poluidora industrial remanescente, essa carga corresponde a 41% da poluição dosrios, enquanto na entressafra da indústria sucroalcooleira, as indústrias representamapenas 14% da poluição total, em termos orgânicos (quadros 23 e 24). Havendo aeficiência adequada nos tratamentos dos efluentes industriais e, mantendo estes níveisestimados, vê-se que a poluição efetiva na época da entressafra da indústriasucroalcooleira é mais representativa pela parcela dos esgotos domésticos ligados àsgalerias pluviais ou lançados diretamente às margens dos rios.

Os esgotos domésticos não só representam poluição orgânica para as águas, mas têmcomo grande inconveniência o aspecto de contaminação por organismos patogênicos,inviabilizando o uso nas mais variadas atividades sócio-econômicas. Grande parte dasindústrias do Estado é alimentícia, como a sucroalcooleira que, necessita usar as águasdos rios para lavagem de cana. Os níveis atuais de contaminação podem tornar o usoinadequado para abastecimento das populações e outras atividades, comobalneabilidade, etc. Já as indústrias que geram efluentes tóxicos decorrentes de seuprocesso fabril, inviabilizam os trechos dos rios sob sua influência, ao adotaremprocedimentos de operação negligentes.

Page 108: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

108

Quadro 22 - Saneamento no Estado de PernambucoCARGA

POLUIDORACONDIÇÃO DOS DOMICÍLIOS DO ESTADOPotencial Efetiva

Total de Domicílios 1.586.682

TaxaRedução

kg DBO/dia kg DBO/dia

Sem Instalação sanitária 495.612 1119.631

119.631

Com instalação sanitária 1.091.070Forma do escoadouroLigados a rede geral 241.127 0,3

58.20317.461

Fossa Séptica ligada rede pluvial 52.227 0,612.607

7.564

Fossa Séptica sem escoadouro 86.131Fossa rudimentar 563.468Vala 30.778 0,8

7.4295.943

Outros 111.703 0,626.963

16.178

Não sabe 5.636 0,81.360

1.088

Fonte : FIBGE Censo 1991

Total da Carga Poluidora Diária Estimada

226.193

167.865

OUTRAS FONTES POLUIDORAS

O lixo jogado às margens dos rios e canais, ou diretamente em suas águas, seconstituem em cargas poluidoras orgânicas ou tóxicas já significativas. O chorumeescoado dos lixões das periferias urbanas são de elevado potencial poluidor,principalmente aqueles situados na RMR.

As margens dos rios em zonas urbanas, invadidas por palafitas ou casas semsaneamento, são hoje encontradas nas principais cidades das bacias litorâneas. Os riosnesses trecho, embora muito contaminados, ainda são utilizados para lavagem deroupas, criatório de animais domésticos e lazer, atividades estas que expõem apopulação a doenças de veiculação hídrica. Essas doenças, como cólera, leptospirose eesquistossomose são significativos em várias regiões do Estado, sendo esta última maisgrave na Zona da Mata.

Page 109: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

109

E Q U IV A L E N T E P O P U L A C IO N A L T o d a s ind ú stria s func io a na nd o E ntre ssa fra Ind .S uc ro -A lc o o le ira E sg o to s se m tra ta m e nto

S itu a ç ã o : h a b ita n te sT o d a s in d ú s tria s fu n c io a n a n d o 2 5 .6 7 5 .6 2 8 2 5 .6 7 5 .6 2 8 E n tre s s a fra In d .S u c ro -A lc o o le ira 1 .1 7 8 .0 3 6 1 .1 7 8 .0 3 6 1 .1 7 8 .0 3 6

P o p u la ç ã o d o E s ta d o e m 1 9 9 6 .......= 7 .3 9 9 .1 3 1

E s g o to s D o m é s tic o s s e m tra ta m e n to 4 .3 6 9 .8 7 4 4 .3 6 9 .8 7 4 E s g o to s D o m é s tic o s c o m tra ta m e n to 3 .2 4 3 .0 2 3 3 .2 4 3 .0 2 3 3 .2 4 3 .0 2 3

to ta l ............= 2 8 .9 1 8 .6 5 1 4 .4 2 1 .0 5 9 5 .5 4 7 .9 0 9

T o d a s in d ú s tr ia s fu n c io a n a n d o E n tre ssa fra In d .S u c ro -A lco o le ira E sg o to s se m tra ta m e ntoIn d ú s tria s 2 5 .6 7 5 .6 2 8 In d ú s tria s 1 .1 7 8 .0 3 6 In d ú s tria s 1 .1 7 8 .0 3 6 E s g o to s 3 .2 4 3 .0 2 3 E s g o to s 3 .2 4 3 .0 2 3 E s g o to s 4 .3 6 9 .8 7 4

Q u a d ro 2 3 - R e s u m o d a C a rg a P o lu id o ra O rg â n ic a e m E q u iv a le n te P o p u la c io n a l

P o te n c ia l P o lu id o r -T o d a s a s in d ú s tria s

1 1 %

8 9 %

In d ú s tria sE s g o to s

P o te n c ia l P o lu id o rE n tre s s a fra

7 3 %

2 7 %

In d ú s tr ia sE s g o to s

P o te n c ia l P o lu id o rE n tre s s a fra

E s g o to s s e m T ra ta m e n to

7 9 %

2 1 %In d ú s tria sE s g o to s

Page 110: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

110

E Q U IV A L E N T E P O P U L A C IO N A L T o d a s in d ú s tr ia s fu n c io a n a n d o E n tre s s a f ra In d .S u c ro -A lc o o le ira E s g o to s s e m tra ta m e n to

S itu a ç ã o : h a b ita n te sT o d a s in d ú s tr ia s fu n c io a n a n d o 2 .2 9 3 .8 7 9 2 .2 9 3 .8 7 9 E n tre s s a fra In d .S u c ro -A lc o o le ira 5 0 7 .3 6 0 5 0 7 .3 6 0 5 0 7 .3 6 0

P o p u la ç ã o d o E s ta d o e m 1 9 9 6 .. . .. . .= 7 .3 9 9 .1 3 1

E s g o to s D o m é s tic o s s e m tra ta m e n to 4 .3 6 9 .8 7 4 4 .3 6 9 .8 7 4 E s g o to s D o m é s tic o s c o m tra ta m e n to 3 .2 4 3 .0 2 3 3 .2 4 3 .0 2 3 3 .2 4 3 .0 2 3

to ta l . .. . . . . . .. . .= 5 .5 3 6 .9 0 2 3 .7 5 0 .3 8 4 4 .8 7 7 .2 3 4

T o d a s in d ú s t r ia s fu n c io a n a n d o E n tre s s a fra In d .S u c ro -A lc o o le ira E s g o to s s e m tra ta m e n to

In d ú s tr ia s 2 .2 9 3 .8 7 9 In d ú s tr ia s 5 0 7 .3 6 0 In d ú s tr ia s 5 0 7 .3 6 0 E s g o to s 3 .2 4 3 .0 2 3 E s g o to s 3 .2 4 3 .0 2 3 E s g o to s 4 .3 6 9 .8 7 4

Q u a d ro 2 4 - R e s u m o d a C a rg a P o lu id o ra O rg â n ic a R e m a n e s c e n te , e m E q u iv a le n te P o p u la c io n a l

C a rg a P o lu id o ra R e m a n e s c e n teT o d a s a s in d ú s tr ia s

5 9 %4 1 %

In d ú s tr ia sE s g o to s

C a rg a P o lu id o ra R e m a n e s c e n teE n tre s s a fra In d . S u c ro -A lc o o le ira

1 4 %

8 6 %

In d ú s tr ia sE s g o to s

Page 111: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

111

Por sua vez, o emprego de agrotóxicos vem crescendo progressivamente na atividadeagrícola. Esses produtos elevam a toxidade dos solos das áreas de cultura intensiva eprovocam a poluição dos cursos d’água.

MONITORAMENTO SISTEMÁTICO DA QUALIDADE DA ÁGUA

Fazem parte do Monitoramento Sistemático de Bacias da CPRH as principais baciaslitorâneas, o Canal de Santa Cruz e o rio São Francisco. A estação de Ibó, no rio SãoFrancisco e a de São Lourenço da Mata, no Capibaribe, integram o Sistema deMonitoramento da ONU - GEM’s Water. O quadro 25 mostra as estações deamostragem da CPRH.

Quadro 25 - Estações de Amostragem do Programa Sistemático da CPRH

RIOS ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM

Goiana GO2-05 GO2-15 GO2-35 GO2-53 GO2-60 GO2-65 GO2-67 GO2-68 GO2-75 GO2-80 GO3-85Botafogo BF 2-20 BF 2-30Igarassu IG 2-30 IG 2-55 IG 2-60Canal SantaCruz

SC 2-30

Timbó TB 2-30 TB 2-35Paratibe PA 2-25 PA 2-50Beberibe BE2-11 BE2-30 BE3-35 BE2-45 BE3-50Capibaribe CB2-10 CB2-30 CB2-40 CB2-55 CB2-60 CB2-65 CB2-72 CB2-80 CB2-90 CB2-95Tejipió TJ 3-23 TJ 3-25Jaboatão JB 2-10 JB 2-15 JB 3-20 JB 3-22 JB 3-35 JB 3-41 JB 3-55 JB 3-75Pirapama PP 2-10 PP 2-20 PP 2-30 PP 2-50 PP 3-68 PP 3-75 PP 3-80Ipojuca IP2-10 IP2-25 IP2-32 IP2-40 IP2-50 IP2-55 IP2-64 IP 2-70 IP2-85 IP2-90 IP2-95Sirinhaém SI 2-02 SI 2-03 SI 2-20 SI 2-45 SI 2-55Una UN 2-04 UN 2-25 UN 2-30 UN 2-35 UN 2-42 UN 2-45S. Francisco IBÓ

Evolução do Índice de Qualidade de Água

Tomando-se os resultados do IQA obtidos pela CPRH nos anos de 1993 e 1994,observa-se que, de um modo geral, a qualidade de água (figura 32) variou de péssima aboa principalmente nos rios Igarassu, Beberibe, Jaboatão, Pirapama, Ipojuca, Sirinhaéme Una; de ruim a boa, nos rios Goiana, Botafogo, Timbó e Capibaribe, e de ruim aótima, no Canal de Santa Cruz, este último recebendo muita influência do mar. Algumasestações desses rios ainda guardam qualidade de água de aceitável a boa, como asestações BE2-07, antiga captação da COMPESA, no rio Beberibe; PP2-30 e 50, noPirapama; SI2-45 e 55, no Sirinhaém e, em todo o rio Una, exceto na estação UN2-30.

Page 112: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

112

M o n ito ra m e n to d o s R io s e m 1 9 9 3 e 1 9 9 4 Ín d ic e d e Q u a lid a d e d e Á g u a - IQ A

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

7 0

8 0

9 0

GO

2-05

GO

2-35

GO

2-60

GO

2-67

GO

2-75

GO

2-85

BF2-

20

IG2

- 55

TB2-

35

PA2-

50

BE2-

07

BE3-

30

BE2-

45

CB2

-30

CB2

-50

CB2

-60

CB2

-70

CB2

-80

CB2

-95

JB2-

15

JB3-

35

JB3-

41

PP2-

20

PP2-

50

PP2-

75

IP2-

25

IP2-

40

IP2-

55

IP2-

70

IP2-

90

S 2-

03

SI2-

45

UN

2-20

UN

2-35

UN

2-45

E s ta ç õ e s d e A m o s tra g e m

IQ A

M á x im o

M ín im o

F ig u ra 3 2

Page 113: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

113

Apenas no local das estações PP2-50, no Pirapama e UN2-42, no Una, a água estevedentro da faixa de boa qualidade para aproveitamento em abastecimento humano.

Monitoramento de 1997

Tomando-se a variação anual de ocorrência de valores dos parâmetros básicos emdesacordo com os padrões de qualidade das classes de água, estes do enquadramentodos rios, em cada bacia, verifica-se que a contaminação por colifecais foi o indicadorque mais se apresentou fora do padrão. Todos os trechos dos rios monitorados estiveramem desacordo com a norma, exceto o ponto do rio Ipojuca em Sanharó, o que revela quea maior parte dos rios monitorados estão recebendo muitos efluentes com matéria fecal(figura 33).

Quanto à presença de matéria orgânica poluente, em termos de DBO, apenas o rioBotafogo esteve de acordo com o enquadramento durante todo o ano. Este foi oindicador que apresentou trechos em várias bacias como nos rios Goiana, Igarassu,Beberibe, Pirapama, Ipojuca e Una que ainda mantinha o padrão da classe de suaságuas, em 1997.

Apenas em pontos monitorados das bacias do Goiana, Pirapama, Sirinhaém e Una, ooxigênio dissolvido - OD esteve dentro do limite estabelecido, para a classe de suaságuas, no ano de 1997. Uma vez que a coleta é única e superficial, é possível que ascamadas inferiores tenham níveis de oxigênio inferiores.

Os rios Goiana, Igarassu, Timbó, Paratibe, Beberibe e Ipojuca apresentaram trechos emdesacordo com a classe de suas águas em todas as amostragens, para os parâmetros ODe colifecais, enquanto os rios Beberibe e Ipojuca foram os únicos que tiveram a DBOigualmente em desacordo durante todo o ano de 1997. Os gráficos a seguir (figuras 34 a36) ilustram os valores mínimo e máximo de OD, DBO e colifecais.

Dada a regularidade da coleta e sua freqüência mensal ou bimestral, é possível que omonitoramento sistemático registre apenas a qualidade de água ordinária vez que, umpoluidor eventual tem no mínimo um prazo de 30 dias para lançar efluentes aos riossem que este monitoramento registre. O tempo de concentração para as vazõesordinárias desses rios, desde suas cabeceiras ao litoral, é muito inferior ao intervaloentre coletas.

Influência da Contaminação dos Rios nas Praias

Observando-se os resultados obtidos para os três parâmetros básicos no monitoramentode 1997 e, o conceito de qualidade de água obtido através do IQA no período 1993-1994, verifica-se uma certa coerência nos resultados dado o caráter agregador dametodologia e a importância maior do OD e colifecais na composição do índice. A

Page 114: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

114

Oxigênio Dissolvido - 1997Percentual Fora de Classe

40%

75%

25%20%

67%67%

50%

20%

0%

17%

0%0%0%

100%100% 100%

75%

100%80%

91%

73%

100%

91%

43%

50%

100%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

mínimo

máximo

Figura 33

Page 115: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

115

Monitoramento dos Rios - 1997OD em mg/L

0

2

4

6

8

10

12

14G

O2-

05

GO

2-35

GO

2-60

GO

2-67

GO

2-75

GO

3-85

BF 2

-20

IG 2

-55

TB 2

-35

PA 2

-25

BE2-

30

BE2-

45

CB2

-30

CB2

-55

CB2

-65

CB2

-80

CB2

-95

TJ 3

-23

JB 2

-15

JB 3

-22

JB 3

-41

JB 3

-75

PP 2

-10

PP 2

-30

PP 3

-68

PP 3

-80

IP2-

10

IP2-

32

IP2-

50

IP2-

64

IP2-

85

IP2-

95

SI 2

-02

SI 2

-20

SI 2

-55

UN

2-0

4

UN

2-3

0

UN

2-4

2

Estações de Am ostragem dos Rios Litorâneos

OD

máx

imo

e m

ínim

o an

ual

Figura 34

Page 116: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

116

M o n ito ra m e n to d o s R io s - 1 9 9 7 D B O e m m g /L

1

1 0

1 0 0

1 .0 0 0

GO

2-15

GO

2-60

GO

2-68

GO

3-85

BF 2

-30

IG 2

-55

SC 2

-30

TB 2

-35

PA 2

-50

BE2-

30

BE3-

50

CB2

-30

CB2

-60

CB2

-80

JB 3

-20

JB 3

-41

PP 2

-30

PP 3

-75

IP2-

10

IP2-

40

IP2-

64

IP2-

90

SI 2

-02

SI 2

-45

UN

2-0

4

UN

2-3

5

E s ta ç õ e s d e A m o s tra g e m d o s R io s L ito râ n e o s

DB

O m

áxim

o e

mín

imo

anua

lF ig u ra 3 5

Page 117: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

117

M onitoram ento dos R ios - 1997 C oliform es Fecais em N M P/100 m L

10

100

1.000

10.000

100.000

1.000.000G

O2-

05

GO

2-35

GO

2-60

GO

2-67

GO

2-75

GO

3-85

BF 2

-20

IG 2

-55

TB 2

-35

PA 2

-25

BE2-

30

BE2-

45

CB2

-30

CB2

-55

CB2

-65

CB2

-80

CB2

-95

TJ 3

-23

JB 2

-15

JB 3

-22

JB 3

-41

JB 3

-75

PP 2

-10

PP 2

-30

PP 3

-68

PP 3

-80

IP2-

10

IP2-

32

IP2-

50

IP2-

64

IP2-

85

IP2-

95

SI 2

-02

SI 2

-20

SI 2

-55

UN

2-0

4

UN

2-3

0

UN

2-4

2

Estações de Am ostragem dos Rios Litorâneos

Col

iform

es F

ecai

s m

áxim

o e

mín

imo

no a

noF igura 36

Page 118: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

118

figura 37 , contendo os valores mínimos e máximos de coliformes fecais durante o anode 1997, mostra que níveis elevados de contaminação ocorreram em todos os rios darede da CPRH nos trechos próximos ao litoral e os percentuais médios debalneabilidade das praias.

Quanto à influência dos rios nas praias, apenas um ponto das praias de Olinda, 3 pontosem Boa Viagem, 3 em Porto de Galinhas, 3 em Serrambi e um ponto em Tamandaréapresentaram condições favoráveis ao banho em suas praias durante todo o ano de 1997(100% de balneabilidade média).

Cargas Poluidoras nos Reservatórios

Praticamente todas as aglomerações urbanas do Estado lançam parte de seus esgotosbrutos na rede de drenagem natural ou no sistema de drenagem urbana. Através dosíndices de saneamento obtidos pelo IBGE no censo de 1991, avaliou-se a cargapoluidora por esgotos domésticos das cidades nos riachos em que esses efluentes sãolançados e, por conseguinte, levados aos reservatórios das barragens mais a jusante(quadro 26).

Esta é uma avaliação preliminar pois, sem uma averiguação mais detalhada de cadasituação, através de medições das cargas poluidoras, em várias situações deinverno/verão e horários de consumo de água, torna-se difícil uma maior precisão. Osefluentes podem ter composição diferenciadas em horários do dia e variar durante asestações. No inverno, os escoamentos superficiais podem carreá-los e, no verão, osempoçamentos promoverem a evaporação, evitando com isso, que cheguem aosreservatórios mais distantes.

Os resultados das determinações de coliformes fecais no rio Una, a jusante da cidade deBatateira, sugerem que este rio está acumulando os efluentes no aluvião nos meses maissecos, uma vez que as menores concentrações dessas bactérias, indicadoras decontaminação por matéria fecal, se verificou entre outubro de 1996 e janeiro de 1997(figura 38).

Apesar da falta de precisão desse levantamento, os resultados sugerem que osmananciais precisam ser averiguados quanto à possibilidade de estar recebendo cargaspoluidoras elevadas, para a sua capacidade de depuração. Num estudo mais detalhado,deve-se levar em consideração a distância dos mananciais, a possibilidade dessas cargasestarem alimentando o lençol freático nos períodos secos dos riachos intermitentes eserem carreados apenas nas enxurradas, o volume do reservatório e sua capacidade derenovação através de sangrias ou operação da descarga de fundo, a forma da baciahidráulica e, principalmente, o uso de suas águas.

Page 119: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

119

Figura 37Monitoramento dos Rios Litorâneos

Estações próximas à Costa -1997

100

1.000

10.000

100.000

1.000.000

GO

3-85

BF2

-30

IG2-

60

SC2-

30

TB2-

35

PA2-

50

BE3

-50

CB

2-95

TJ3-

23

TJ3-

25

JB3-

75

PP3-

80

IP2-

95

SI2-

55

UN

2-45

ColifecaisNMP/100 mL M áximo Mínimo

Balneabilidade na Costa Pernambucana no Ano de 1997

0

25

50

75

100

Goiana Itamaracá Paulista Olinda Recife Jaboatão Cabo Ipojuca Sirinhaém Tamandaré São José daCoroa GrandeMunicípios

Percentual Médio de Balneabilidade M ínimo M áximo

Page 120: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

120

Quadro 26 – Avaliação da Carga Poluidora por Esgotos nos Reservatórios

DBOBACIA E AÇUDE UPg/dia t/ano

Bacia do Rio do Pontal UP 13Açude Pau Branco 95 34,7Açude Barra da Melancia 13 4,9

Bacia do Rio Mundaú UP 6Barragem Itacatu 2.444 892,1Barragem São João 50 18,2Açude Pedro de Alcântara Martins 2.152 785,4Barragem Tupy 95 34,7

Bacia do Rio Ipanema UP 7Açude Ingazeira 980 357,6Açude Arcoverde 181 66,0Barragem Santa Rosa 363 132,5

Bacia do Rio Moxotó UP 8Açude Poço da Cruz - Engo. F. Sabóia 2.242 818,2

Bacia do Rio Pajeú UP 9Açude Brotas 1.547 564,8Açude Serrinha dos Carros 204 74,3Açude Jazigo 439 160,3Açude Cachoeira 11 4,2Barragem Serrinha II 1.801 657,2

Bacia do Rio São Pedro UP 11Açude Lagoa do Gato 888 324,0Açude Entremontes 285 104,1Açude Granito 633 230,9Açude Chapéu 9 3,1Açude Cantim 253 92,4

Bacia do Rio Terra Nova UP 10Açude Terra Nova 1.494 545,3Barragem Panelas 7 2,6

Bacia do Rio das Garças UP - 12Açude Santa Filomena 31 11,2Açude Saco II 63 22,8

Bacia do Rio Capibaribe UP 2Barragem Tapacurá 5.017 1.831,2

Page 121: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

121

Rio Una a jusante de Batateira

100

1.000

10.000

100.000

ago abr mar fev jan97

nov96

out ago mai abr mar jan96

Figura 38 – Poluição no Rio Una a Jusante de Batateira

Toxidade das Águas dos Rios

Para as estações monitoradas pela CPRH em 1997, quanto à presença de metais efenóis, foram determinados, no laboratório daquela empresa, os seguintes parâmetros :Cádmio - Cd, Chumbo - Pb, Cromo - Cr, Ferro - Fe, Manganês - Mn, Níquel - Ni, Zinco- Zn, e Índice de Fenóis - IF, em sua maioria.

O manganês esteve acima do valor esperado para águas naturais (0,20mg/L) nos mesesde agosto, outubro e novembro na estação do rio Goiana e, em março, no Capibaribe,em São Lourenço da Mata, associado ou não a elevados teores de ferro.

O cobalto foi detectado apenas nos rios Ipojuca e Sirinhaém, tendo-se obtido valoresabaixo do limite de aferição do equipamento.

Os índices de fenóis foram muito elevados no canal de Santa Cruz, possivelmentedevido à influência dos rios Botafogo, Timbó e atividades diversas naquele estuário.

Page 122: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

122

HORIZONTES E CENÁRIOS DO PLANEJAMENTO HÍDRICO

Para que se possa tomar decisões antecipadas e em tempo hábil, que permitam evitarou minimizar problemas futuros, relacionados com a escassez, preservação eaproveitamento dos recursos hídricos, faz-se necessário formular previsões da evoluçãodos diversos fatores sócio-econômicos responsáveis pelos diferentes tipos de demanda,bem como dos variados aspectos que condicionam o uso, proteção e controle da água,considerando seu escoamento natural, armazenamento, captação, distribuição, até oconsumo final pelos usuários.

O Plano Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco – PERH-PE adotou asinformações do IBGE relativas ao ano de 1996 como referência básica dos estudossócio-econômicos, sendo outros dados obtidos ao longo do desenvolvimento do Plano,até o ano de 1998, fazendo-se a partir das datas de origem das informações, previsões decurto e médio prazo, considerando-se os anos 2000 e 2010 como horizontes doplanejamento. Os fatores condicionantes da evolução das demandas e doaproveitamento dos recursos hídricos, desde a situação atual até o último horizonte doPlano, foram analisados com base em dois grupos de cenários: O sócio-econômico e ode uso e controle dos recursos hídricos.

O grupo de cenários sócio-econômicos contempla os principais indicadores dodesenvolvimento econômico e social, particularmente aqueles que exercem grandeinfluência sobre as demandas de água. Inicialmente esses indicadores foram analisadosno cenário atual, avaliando-se, em seguida, sua evolução nos cenários futuros. Oscenários prospectivos dos anos 2000 e 2010 foram, assim, definidos com base em dadose informações disponíveis, programações existentes e utilizando critérios de prospecçãocapazes de conduzir a um resultado não só desejável mas plenamente possível deocorrer.

O grupo de cenários de uso e controle dos recursos hídricos reúne os principais aspectosque caracterizam a captação, tratamento (se for o caso), distribuição e utilização da águapelos usuários, bem como a proteção e preservação dos corpos d’água, a erosão e ocontrole de enchentes, considerando que, a partir do cenário atual, a evolução dessesaspectos poderá ocorrer sob duas hipóteses, dentro de um cenário tendencial ou de umcenário desejável, ambos contemplando também os horizontes dos anos 2000 e 2010. Ocenário tendencial subentende que a situação futura é inferida da evolução histórica, oque significa a continuidade ou modificação lenta de alguns hábitos e costumes jáarraigados na população, acostumada ao uso indiscriminado e perdulário dos recursoshídricos. O cenário desejável, ao contrário, admite que o futuro não deve,obrigatoriamente, ser condicionado por um inexorável processo histórico mas que deveconsiderar o esforço dos poderes constituídos e da sociedade, como um meio capaz demodificar as tendências e alcançar um futuro desejável e possível.

Page 123: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

123

CENÁRIOS SÓCIO-ECONÔMICOS

Tendo em vista a grande diversidade de usuários da água, a montagem de cenáriossócio-econômicos, para efeito de planejamento hídrico, envolve um grande número devariáveis que, direta ou indiretamente, afetam a quantidade e o valor econômico dademanda de água. A ação governamental é responsável ou influencia grande partedessas variáveis ao formular políticas monetárias e econômicas. Medidas de naturezalegal e administrativa exercem também grande influência na condição atual e futura dademanda de água, ao encorajar ou desestimular práticas eficientes de uso da água.

Os cenários prospectivos constituem exercícios de aproximação, nos quais as projeçõesdependem não só dos índices sócio-econômicos mas, também, das políticasgovernamentais adotadas e das perspectivas de mudanças de costumes e tecnológicas.Os critérios adotados são mostrados no quadro 27, enquanto a evolução dos fatores dedemanda, até o ano 2010, é ilustrada na figura 39.

Cenário Atual

Quanto ao aspecto demográfico, que constitui o fator de demanda de água para apopulação, o Estado de Pernambuco conta atualmente (IBGE, 1996) com 7,4 milhõesde habitantes, dos quais 74% no meio urbano e 26% no meio rural. Sua distribuição porunidade de planejamento (UP) é mostrada no quadro 28 e na figura 40, onde ficaevidenciada a grande concentração populacional nas UP's que abrangem a RegiãoMetropolitana do Recife e Zona da Mata.

Com relação ao efetivo dos rebanhos, informação básica para estimativa da demanda deágua para abastecimento animal, os dados disponíveis mais atualizados registram quase1,4 milhões de bovinos , perto de 1,2 milhões de caprinos e 0,5 milhão de ovinos, cujadistribuição juntamente com outros grupos afins de animais é mostrada no quadro 29 efigura 41.

A área de agricultura irrigada, que representa o fator responsável pelas maiores taxas dedemanda de água, tem sua parcela mais expressiva nas margens do rio São Francisco.Na região do Agreste, por limitações de natureza hídrica e edáfica, as perspectivas deseu desenvolvimento não são expressivas. Quanto à zona da Mata, onde a irrigação temum caráter mais complementar, a sua expansão está intimamente vinculada à adoçãodesta prática na cultura da cana de açúcar e, também, às modificações advindas com oprograma de diversificação da referida zona. De uma área irrigada total no Estado decerca de 80 mil hectares, 70% têm o seu abastecimento atendido pelo rio S. Francisco,em cujas margens estão localizados os principais perímetros públicos. Os quadros 30 e31 indicam as áreas irrigadas, públicas e privadas, enquanto a figura 42 ilustra alocalização dos principais perímetros públicos irrigados.

Page 124: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

124

Quadro 27 - Cenários Sócio-econômicos / Critérios Adotados

1996 2000 2010POPULAÇÃO EATIVIDADES

SOCIOECONÔMICAS CENÁRIOATUAL

CENÁRIOPROSPECTIVO

CENÁRIOPROSPECTIVO

População Urbana eRural

Contagem da População1996 do IBGE

População definida porprojeção do CONDEPE

População projetadacom taxa média anualdo período 1996-2000

Pecuária Efetivo dos rebanhos daPesquisa PecuáriaMunicipal 1994 doIBGE com acréscimo de10%

Efetivo dos rebanhos de1994, corrigido 5% aoano, para recuperaçãodo período de seca em1993

Projeção do efetivo dosrebanhos a partir do ano2000, com taxa de 2%ao ano

Irrigação Pública Projetos daCODEVASF, DNOCSe CHESF

Conclusão do ProjetoNilo Coelho e dosprojetos da CHESF,mais a implantação de10.000 ha do ProjetoPontal

Conclusão do ProjetoPontal e dos Projetos doDNOCS no Pajeú

Irrigação Privada Dados do ProjetoÁridas/PE, Emater eSudene

Taxa de crescimento daárea irrigada de 5% aoano, a partir de 1996

Taxa de crescimento de2% ao ano, a partir doano 2000

Indústrias Diversas Cadastro da CPRH dasprincipais indústriasconsumidoras de água,mais 10% da demandaurbana

Cadastro da CPRHcorrigido 5,3% ao ano, apartir de 1996, mais10% da demandaurbana

Valores do ano 2000corrigidos 6% ao ano,mais 10% da demandaurbana

Usinas e Destilarias Quantidade de canamoída na safra1996/1997

Nenhum crescimento Nenhum crescimento

Aqüicultura Dados do Departamentode Recursos Pesqueirosda SAG

Programação doDepartamento para oano 2000

Programação doDepartamento para oano 2010

Outro fator relevante quanto à demanda de água é o setor industrial, caracterizado pelaexcessiva concentração na Região Metropolitana do Recife (RMR), onde acha-selocalizada a grande maioria dos distritos industriais, tanto aqueles sob administração doDIPER, como os expontâneos, sendo o principal destaque o Complexo IndustrialPortuário de SUAPE que representa, atualmente, o principal pólo indutor de todo oprocesso de desenvolvimento do Estado de Pernambuco. A Companhia Pernambucana

Page 125: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

FATORESSOCIO

ECONÔMICOS

POPULAÇÃO( TOTAL DE

HABITANTES )

REBANHOBOVINO

( NÚMERO DECABEÇAS )

IRRIGAÇÃO(ÁREA IRRIGADA,

em ha )

CENÁRIO ATUALCENÁRIOS PROSPECTIVOS

ANO 2000 ANO 2010

0

250.000

500.000

750.000

1.000.000

1.250.000

1.500.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

hab

UP

0

250.000

500.000

750.000

1.000.000

1.250.000

1.500.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

hab

UP

0

250.000

500.000

750.000

1.000.000

1.250.000

1.500.000

1.750.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

hab

UP

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

cab

UP

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

cab

UP

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

cab

UP

20.000

25.000

ha

25.000

30.000

ha

60.000

75.000

ha

ESTADO: 7.399.131 hab ESTADO: 7.876.350 hab ESTADO: 9.255.005 hab

ESTADO: 1.483.969 cab ESTADO: 1.807.619 cab ESTADO: 2.189.025 cab

ESTADO: 80.566 ha ESTADO: 117.121 ha ESTADO: 172.159 ha

0

5.000

10.000

15.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

UP

0

5.000

10.000

15.000

20.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

UP

0

15.000

30.000

45.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

UP

AQÜICULTURA(ÁREA DE

VIVEIROS, em ha)

0

20

40

60

80

100

120

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

ha

UP

0

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

ha

UP

0

60

120

180

240

300

360

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

ha

UP

ESTADO: 520 ha ESTADO: 1100 ha ESTADO: 2000 ha

Figura 39

Page 126: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

126

Quadro 28- População Urbana e Rural no Cenário AtualAno 1996

População ( hab. )UP Urbana Rural Total

UP1-Goiana 272.590 175.501 448.091UP2-Capibaribe ( 1 ) 1.041.734 286.627 1.328.361UP3-Ipojuca 461.620 107.010 568.630UP4-Sirinhaém 100.770 80.933 181.703UP5-Una 318.214 237.045 555.259UP6 Mundaú 140.616 75.768 216.384UP7-Ipanema 111.021 126.134 237.155UP8-Moxotó 111.163 74.252 185.415UP9-Pajeú 188.248 195.775 384.023UP10-Terra Nova 51.039 41.093 92.132UP11-Brígida 111.716 145.955 257.671UP12-Garças 3.026 28.505 31.531UP13-Pontal 14.643 53.638 68.281UP14-GL 1 ( 1 ) 1.154.568 51.138 1.205.706UP15-GL 2 ( 1 ) 1.134.355 108.052 1.242.407UP16-GL 3 0 3.917 3.917UP17-GL 4 14.495 13.894 28.389UP18-GL 5 7.887 4.280 12.167UP19-GL 6 0 2.773 2.773UP20-GI 1 27.437 41.480 68.917UP21-GI 2 0 2.768 2.768UP22-GI 3 20.390 19.193 39.583UP23-GI 4 15.125 6.782 21.907UP24-GI 5 15.215 6.274 21.489UP25-GI 6 3.418 5.589 9.007UP26-GI 7 13.312 6.711 20.023UP27-Gl 8 142.432 14.300 156.732UP28-Gl 9 0 6.831 6.831UP29-Fernando de Noronha 1.881 0 1.881

TOTAL 5.476.915 1.922.216 7.399.131Fonte: Contagem da População 1996-IBGE

Page 127: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

127

FIGURA 40 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NO CENÁRIO ATUAL

Page 128: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Page 129: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

129

Quadro 29 - Efetivo dos Rebanhos por Unidade de Planejamento no Cenário Atual

UP BOVINO BUBALINO SUINO EQUINO ASININO MUAR OVINO CAPRINO AVES

UP 1 - Goiana 78.820 575 22.879 9.073 2.059 8.200 3.587 17.595 3.557.900UP 2 - Capibaribe 181.199 770 47.825 16.125 7.111 11.483 31.527 53.266 9.420.388UP 3 - Ipojuca 101.050 680 20.102 6.133 2.150 5.280 13.616 20.454 1.645.306UP 4 - Sirinhaém 51.616 877 8.857 4.320 588 6.757 3.176 5.618 258.403UP 5 - Una 183.790 672 29.689 11.874 1.879 13.414 21.604 25.890 2.173.516UP 6 - Mundaú 114.804 - 9.220 6.110 940 1.686 9.263 5.179 714.415UP 7 - Ipanema 135.642 - 20.888 12.584 3.537 2.478 31.730 20.024 399.305UP 8 - Moxotó 44.768 - 20.262 5.479 3.100 1.307 63.612 118.339 163.132UP 9 - Pajeú 135.726 - 103.470 13.253 20.966 6.336 96.000 367.628 1.445.404UP 10 - Terra Nova 39.693 - 22.485 3.921 5.190 2.805 31.622 42.327 127.285UP 11 - Brígida 88.830 - 39.748 11.453 9.570 5.686 48.083 105.505 274.200UP 12 - Garças 17.377 - 12.537 1.750 3.254 1.068 30.207 82.533 56.581UP 13 - Pontal 30.646 - 28.541 2.127 6.680 2.168 45.950 126.358 119.790UP 14 - GL 1 12.630 - 23.358 1.276 162 762 764 2.561 1.232.817UP 15 - GL 2 20.255 680 12.770 3.477 174 4.214 1.396 3.517 2.212.220UP 16 - GL 3 1.361 - 175 91 2 145 41 30 12.641UP 17 - GL 4 3.032 245 411 217 14 601 141 167 4.229UP 18 - GL 5 828 245 184 46 3 250 31 41 5.568UP 19 - GL 6 1.418 35 171 31 9 84 44 58 6.709UP 20 - GI 1 51.658 - 5.308 2.501 460 471 5.896 1.916 217.059UP 21 - GI 2 4.480 - 420 560 210 126 700 224 8.400UP 22 - GI 3 12.348 - 3.668 2.126 5.488 576 17.652 72.178 64.154UP 23 - GI 4 8.803 - 2.206 1.159 2.645 291 8.852 26.052 7.464UP 24 - GI 5 8.023 - 4.064 546 858 322 7.581 10.528 21.393UP 25 - GI 6 3.393 - 1.743 123 702 162 5.570 16.715 9.646UP 26 - GI 7 4.596 - 2.298 153 970 217 7.660 23.747 13.133UP 27 - GI 8 5.391 - 4.922 410 1.040 322 4.395 16.349 20.935UP 28 - GI 9 6.415 - 2.289 524 490 375 1.176 639 25.067UP 29 - Fernando de Noronha 377 - 106 86 - 7 1.890 192 1.640

Total 1.348.969 4.779 450.597 117.529 80.252 77.594 493.769 1.165.629 24.218.701

Page 130: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

130

FIGURA 41 - DISTRIBUIÇÃO DOS REBANHOS NO CENÁRIO ATUAL

Page 131: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

131

Quadro 30 - Irrigação Pública no Cenário Atual

ÁREA IRRIGADA (ha)UP PROJETO ORGÃO

PROJETADA ATUAL ABAST. P/SÃOFRANCISCO

UP8 – MOXOTÓ Moxotó DNOCS 6.300 5.300UP9 – PAJEÚ Cachoeira DNOCS 288 288UP10 – TERRA NOVA Boa Vista DNOCS 154 154UP 11 – BRÍGIDA Brígida CHESF 1.435 1.435 1.435

Icó / Mandantes CHESF 2.280 924 924UP22 - GI 3Barreiras CHESF 2.246 238 238Apolônio. Sales CHESF 808 808 808UP23 - GI 4Manga de Baixo CHESF 93 93 93

UP25 - GI 6 Caraíbas CHESF 5.223Nilo Coelho CODEVASF 15.255 15.255 15.255UP27 - GI 8Bebedouro CODEVASF 2.418 2.418 2.418

TOTAL 36.500 26.913 21.171

Quadro 31 - Irrigação Privada no Cenário Atual

IRRIGAÇÃO PRIVADA (ha)UP

TOTAL ABASTECIDO P/S. FRANCISCO

UP1 - GOIANA 915UP2 - CAPIBARIBE 765UP3 - IPOJUCA 2.824UP4 - SIRINHAÉM 772UP5 - UNA 1.989UP6 - MUNDAÚ 553UP7 - IPANEMA 406UP8 - MOXOTÓ 2.342UP9 - PAJEÚ 3.689UP10 - TERRA NOVA 1.040UP11 - BRÍGIDA 4.480UP12 - GARÇAS 1.200 1.200UP13 - PONTAL 14.461 14.461UP14 - GL 1UP15 - GL 2 188UP16 - GL 3UP17 - GL 4UP18 - GL 5UP19 - GL 6UP20 - GI 1 166UP21 - GI 2UP22 - GI 3 3.737 3.737UP23 - GI 4 3.690 3.690UP24 - GI 5 2.077 2.077UP25 - GI 6 1.000 1.000UP26 - GI 7 3.657 3.657UP27 - GI 8 3.701 3.701UP28 - GI 9UP29 - FERNANDO DE NORONHA

TOTAL 53.652 33.523

Page 132: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

132

FIGURA 42 - PRINCIPAIS PERÍMETROS PÚBLICOS DE IRRIGAÇÃO

Page 133: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

133

de Meio Ambiente (CPRH) conta com um cadastro bastante completo das principaisindustrias consumidoras de água no Estado que serviu de base para se avaliar osrequerimentos de água do setor. O segmento industrial sucroalcooleiro, representadopela usinas de açúcar e destilarias de álcool, merece registro à parte, seja pela suaexpressão econômica e social no contexto do Estado, seja pelos altos requerimentos deágua para desenvolver as suas atividades, além do seu potencial poluidor significativo.Mesmo com o processo de reestruturação que vem ocorrendo ultimamente com asusinas e destilarias, do que tem resultado uma diminuição do número de unidadesindustriais em operação, a produção de cana tem geralmente se mantido em torno de 20milhões de toneladas por safra. O total de cana moída nas principais indústriassucroalcooleiras do Estado é apresentado no quadro 32.

Cabe ainda ressaltar a aqüicultura, como uma importante atividade demandadora deágua, cujas áreas de viveiros estão indicadas no quadro 33.

No cenário atual, muitas localidades apresentam problemas de abastecimento d’água e amaior parte delas não possui redes de esgotamento sanitário. O quadro 34 indica, porunidade de planejamento (UP), o número de localidades com e sem serviços deabastecimento d’água, enquanto o quadro 35, os volumes de água utilizados pelossistemas de abastecimento. Complementando a informação sobre os serviços deabastecimento d’água, o quadro 36 mostra os volumes de água produzidos pelosmananciais de abastecimento em cada unidade de planejamento.

Cenários Futuros

Os cenários futuros ou prospectivos contemplam os horizontes dos anos 2000 e 2010.Os quadros 37 a 41 mostram, para o ano 2000, as previsões de crescimento dapopulação, urbana e rural e das atividades econômicas que constituem fatoresimportantes de demanda de água, já analisados no cenário atual. Para o ano 2010, asprevisões avaliadas, segundo os critérios estabelecidos, estão sintetizadas nos quadros42 a 46.

CENÁRIOS DE USO E CONTROLE DOS RECURSOS HÍDRICOS

O uso e controle dos recursos hídricos abrangem aspectos fundamentais, como aracionalização do uso de água e o controle da poluição, inundações e erosão. Suaevolução pode seguir a tendência atual ou ter um desempenho mais satisfatório, nabusca de uma situação desejável. Isso depende da conscientização e da magnitude dosproblemas relativos aos recursos hídricos, que requerem uma ação conjunta dos poderespúblicos e da iniciativa privada, esta representada pelas indústrias, irrigantes e osdemais usuários da água, enfim a sociedade como um todo que, em consenso, deverá

Page 134: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

134

Quadro 32- Cana Moída Cenário AtualAno 1996

UP CANA MOÍDA(mil t/safra)

UP1 – GOIANA 5.447UP2 – CAPIBARIBE 1.575UP3 – IPOJUCA 2.670UP4 – SIRINHAÉM 3.495UP5 – UNA 4.845UP6 – GL 1 1.200UP7 – GL 2 1.717TOTAL 20.949

Quadro 33 - Área de Viveiros no Cenário AtualAno 1996

UP VIVEIROS(ha)

VIVEIROS ABASTECIDOSPELO SÃO FRANCISCO

(ha)UP2 – CAPIBARIBE 30 -UP3 – IPOJUCA 70 -UP7 – IPANEMA 20 -UP8 – MOXOTÓ 50 -UP9 – PAJEÚ 10 -UP11 – BRÍGIDA 40 -UP22 – G I 3 100 100UP23 – G I 4 50 50UP26 - G I 7 50 50UP27 – G I 8 100 100TOTAL 520 300

Fonte: Departamento de Recursos Pesqueiros / Secretaria de Agricultura

Page 135: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

135

Quadro 34 - Localidades Existentes e Abastecidas no Cenário Atual

LOCALIDADESEXISTENTES

UP SedesMunicipais

Distritos ePovoados

TOTALCOM

ABASTECIMENTOSEM

ABASTECIMENTO

UP1-GOIANA 19 17 36 34 2 UP2-CAPIBARIBE 27 35 62 36 26 UP3-IPOJUCA 12 14 26 17 9 UP4-SIRINHÁEM 8 7 15 13 2 UP5-UNA 27 33 60 38 22 UP6-MUNDAÚ 8 11 19 15 4 UP7-IPANEMA 10 11 21 12 9 UP8-MOXOTÓ 7 12 19 10 9 UP9-PAJEÚ 22 23 45 30 15 UP10-TERRA NOVA 5 11 16 12 4 UP11-BRÍGIDA 9 19 28 16 12 UP12-GARÇAS 2 2 4 3 1 UP13-PONTAL 3 9 12 5 7 UP14-GL 1 7 18 25 24 1 UP15-GL 2 3 10 13 12 1 UP16-GL 3 0 1 1 1 0 UP17-GL 4 2 0 2 2 0 UP18-GL 5 1 0 1 1 0 UP19-GL 6 0 0 0 0 0 UP20-GI 1 4 5 9 4 5 UP21-GI 2 0 0 0 0 0 UP22-GI 3 2 0 2 1 1 UP23-GI 4 2 1 3 2 1 UP24-GI 5 1 0 1 1 0 UP25-GI 6 1 2 3 1 2 UP26-GI 7 1 0 1 1 0 UP27-GI 8 1 1 2 1 1 UP28-GI 9 0 0 0 0 0 UP29-F. DE NORONHA 1 0 1 1 0TOTAL 185 242 427 293 134

Page 136: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

136

Quadro 35 – Localidades Abastecidas e Volumes Utilizados pelos Sistemas deAbastecimento no Cenário Atual

VOLUME UTILIZADO (m³/ano)UP

SEDES ELOCALIDADESABASTECIDAS TOTAL DA PRÓPRIA

UPDE OUTRA UP

OU S.F.

UP-1 - GOIANA 34 17.124.607 12.797.164 4.327.443 UP-2 - CAPIBARIBE 36 141.652.718 130.545.534 11.107.184 UP-3 - IPOJUCA 17 30.061.129 17.086.450 12.974.679 UP-4 - SIRINHÁEM 13 7.008.299 6.311.226 697.073 UP-5 - UNA 38 21.676.421 17.194.117 4.482.304 UP-6 - MUNDAÚ 15 9.611.716 9.526.972 84.744 UP-7 - IPANEMA 12 7.908.355 5.203.277 2.705.078 UP-8 - MOXOTÓ 10 7.662.676 2.682.362 4.980.314 UP-9 - PAJEÚ 30 14.224.718 13.248.221 976.497 UP-10 - TERRA NOVA 12 5.317.391 276.222 5.041.169 UP-11 - BRÍGIDA 16 4.996.034 4.636.451 359.583 UP-12 - GARÇAS 3 340.964 340.964 0 UP-13 - PONTAL 5 1.264.401 334.461 929.940 UP-14 - GL 1 24 114.062.732 109.915.532 4.147.200 UP-15 - GL 2 12 79.815.163 61.450.692 18.364.471 UP-16 - GL 3 1 1.090.568 0 1.090.568 UP-17 - GL 4 2 1.390.239 1.390.239 0 UP-18 - GL 5 1 471.861 471.861 0 UP-19 - GL 6 0 0 0 0 UP-20 - GI 1 4 1.409.488 1.409.488 0 UP-21 - GI 2 0 0 0 0 UP-22 - GI 3 1 2.690.289 0 2.690.289 UP-23 - GI 4 2 1.452.443 1.452.443 UP-24 - GI 5 1 1.553.488 1.553.488 UP-25 - GI 6 1 325.296 325.296 UP-26 - GI 7 1 800.240 800.240 UP-27 - GI 8 1 13.912.574 13.912.574 UP-28 - GI 9 0 0 0 0 UP-29 – F. DE NORONHA 1 132.000 132.000 0

TOTAL 293 487.955.810 394.953.233 93.002.577

Page 137: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

137

Quadro 36 - Volumes Produzidos pelos Mananciais de Abastecimento e Destinos de Utilização no Cenário Atual

VOLUME PRODUZIDO (m³/ano) VOLUME UTILIZADO (m³/ano)EM BARRAGENSUP

DE ACUMULAÇÃO DE NÍVELEM POÇOS TOTAL NA PRÓPRIA UP EM OUTRA UP TOTAL

UP-1 - GOIANA 5.257.461 11.996.898 442.554 17.696.913 12.797.164 4.899.749 17.696.913 UP-2 - CAPIBARIBE 150.689.700 4.591.771 6.672.881 161.954.352 130.545.534 31.408.818 161.954.352 UP-3 - IPOJUCA 19.792.903 4.294.296 0 24.087.199 17.086.450 7.000.749 24.087.199 UP-4 - SIRINHÁEM 4.493.143 5.042.309 209.298 9.744.750 6.311.226 3.433.524 9.744.750 UP-5 - UNA 4.869.516 14.445.707 0 19.315.223 17.194.117 2.121.106 19.315.223 UP-6 - MUNDAÚ 8.367.294 1.159.678 0 9.526.972 9.526.972 0 9.526.972 UP-7 - IPANEMA 7.488.035 1.499.703 1.235.736 10.223.474 5.203.277 5.020.197 10.223.474 UP-8 - MOXOTÓ 1.869.882 0 812.480 2.682.362 2.682.362 0 2.682.362 UP-9 - PAJEÚ 10.967.892 0 2.280.329 13.248.221 13.248.221 0 13.248.221 UP-10 - TERRA NOVA 276.222 0 0 276.222 276.222 0 276.222 UP-11 - BRÍGIDA 4.202.932 352.877 80.642 4.636.451 4.636.451 0 4.636.451 UP-12 - GARÇAS 340.964 0 0 340.964 340.964 0 340.964 UP-13 - PONTAL 334.461 0 0 334.461 334.461 0 334.461 UP-14 - GL 1 28.283.298 46.662.509 34.969.725 109.915.532 109.915.532 0 109.915.532 UP-15 - GL 2 53.910.537 14.395.654 85.752 68.391.943 61.450.692 6.941.251 68.391.943 UP-16 - GL 3 0 0 0 0 0 0 0 UP-17 - GL 4 390.011 1.000.228 0 1.390.239 1.390.239 0 1.390.239 UP-18 - GL 5 471.861 0 0 471.861 471.861 0 471.861 UP-19 - GL 6 1.976.400 2.159.264 0 4.135.664 0 4.135.664 4.135.664 UP-20 - GI 1 1.188.638 0 220.850 1.409.488 1.409.488 0 1.409.488 UP-21 - GI 2 0 0 0 0 0 0 0 UP-22 - GI 3 0 0 0 0 0 0 0 UP-23 - GI 4 0 0 0 0 0 0 0 UP-24 - GI 5 0 0 0 0 0 0 0 UP-25 - GI 6 0 0 0 0 0 0 0 UP-26 - GI 7 0 0 0 0 0 0 0 UP-27 - GI 8 0 0 0 0 0 0 0 UP-28 - GI 9 0 0 0 0 0 0 0 UP-29 - F. DE NORONHA 88.800 0 43.200 132.000 132.000 0 132.000RSF - RIO SÃO FRANCISCO 3.970.954 24.070.565 0 28.041.519 0 28.041.519 28.041.519TOTAL 309.230.904 131.671.459 47.053.447 487.955.810 394.953.233 93.002.577 487.955.810

Page 138: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

138

Quadro 37- População Esperada no Ano 2000

POPULAÇÃO ( hab. )UP

URBANA RURAL TOTALUP1-GOIANA 283.500 182.049 465.549UP2-CAPIBARIBE 1.109.383 298.643 1.408.026UP3-IPOJUCA 483.450 111.141 594.591UP4-SIRINHAÉM 105.450 84.281 189.731UP5-UNA 328.600 243.355 571.955UP6 MUNDAÚ 146.600 77.823 224.423UP7-IPANEMA 116.050 132.030 248.080UP8-MOXOTÓ 117.100 78.126 195.226UP9-PAJEÚ 197.600 204.856 402.456UP10-TERRA NOVA 54.100 43.163 97.263UP11-BRÍGIDA 118.300 153.601 271.901UP12-GARÇAS 3.200 30.300 33.500UP13-PONTAL 15.550 57.789 73.339UP14-GL 1 1.266.271 55.548 1.321.819UP15-GL 2 1.238.247 119.899 1.358.146UP16-GL 3 0 4.080 4.080UP17-GL 4 15.150 14.460 29.610UP18-GL 5 8.300 4.537 12.837UP19-GL 6 0 2.906 2.906UP20-GI 1 28.000 42.144 70.144UP21-GI 2 0 2.926 2.926UP22-GI 3 22.050 20.411 42.461UP23-GI 4 16.050 7.281 23.331UP24-GI 5 15.800 6.574 22.374UP25-GI 6 3.650 5.919 9.569UP26-GI 7 14.100 7.108 21.208UP27-GL 8 154.100 15.485 169.585UP28-GL 9 0 7.165 7.165UP29-F. DE NORONHA 2.150 0 2.150TOTAL 5.862.750 2.013.600 7.876.350 Fonte: População Estimada 2000 - CONDEPE

Page 139: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

139

Quadro 38 - Rebanho Previsto para o Ano 2000

UP BOVINO BUBALINO SUINO EQÜINO ASININO MUAR OVINO CAPRINO AVES

UP 1 - GOIANA 105.619 771 30.658 12.158 2.759 10.989 4.806 23.578 4.767.586UP 2 - CAPIBARIBE 242.806 1.032 64.086 21.607 9.259 15.388 42.246 71.376 12.623.319UP 3 - IPOJUCA 135.407 911 26.936 8.218 2.881 7.075 18.246 27.409 2.204.711UP 4 - SIRINHAÉM 69.165 1.175 11.868 5.789 787 9.054 4.256 7.528 346.260UP 5 - UNA 246.278 900 39.784 15.912 2.518 17.975 28.950 34.693 2.912.511UP 6 - MUNDAÚ 153.838 - 12.355 8.187 1.260 2.260 12.412 6.939 957.316UP 7 - IPANEMA 181.760 - 27.990 16.862 4.740 3.321 42.518 26.832 535.069UP 8 - MOXOTÓ 59.989 - 27.150 7.341 4.154 1.751 85.240 158.574 218.596UP 9 - PAJEÚ 181.873 - 138.649 17.759 28.095 8.491 128.640 492.621 1.936.842UP 10 - TERRA NOVA 53.189 - 30.129 5.254 6.955 3.759 42.373 56.718 170.562UP 11 - BRÍGIDA 119.032 - 53.263 15.347 12.823 7.619 64.431 141.376 367.427UP 12 - GARÇAS 23.285 - 16.800 2.345 4.361 1.432 40.478 110.594 75.819UP 13 - PONTAL 41.066 - 38.245 2.850 8.952 2.905 61.573 169.320 160.519UP 14 - GL 1 16.924 - 31.299 1.710 217 1.021 1.023 3.432 1.651.975UP 15 - GL 2 27.142 911 17.112 4.660 233 5.647 1.871 4.712 2.964.375UP 16 - GL 3 1.823 - 234 122 2 195 55 41 16.939UP 17 - GL 4 4.063 328 551 291 19 805 189 224 5.667UP 18 - GL 5 1.110 328 247 61 5 334 42 55 7.461UP 19 - GL6 1.901 47 229 42 11 112 60 77 8.990UP 20 - GI 1 69.221 - 7.113 3.351 617 631 7.901 2.567 290.859UP 21 - GI 2 6.003 - 563 750 281 169 938 300 11.256UP 22 - GI3 16.547 - 4.915 2.849 7.353 771 23.654 96.719 85.967UP 23 - GI 4 11.796 - 2.956 1.553 3.544 390 11.862 34.910 10.002UP 24 - GI 5 10.750 - 5.445 732 1.149 432 10.159 14.107 28.666UP 25 - GI 6 4.547 - 2.336 165 941 217 7.464 22.398 12.926UP 26 - GI 7 6.159 - 3.079 205 1.300 291 10.265 31.821 17.598UP 27 - GI 8 7.224 - 6.596 550 1.394 432 5.889 21.908 28.053UP 28 - GI 9 8.596 - 3.067 702 657 502 1.576 857 33.590UP 29 – F. DE NORONHA 505 - 142 115 - 9 2.533 257 2.198

TOTAL 1.807.619 6.404 603.800 157.488 107.537 103.976 661.650 1.561.943 32.453.059

Page 140: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

140

Quadro 39 - Irrigação Pública Prevista para o Ano 2000

ÁREA IRRIGADA (ha)

UP PROJETO ÓRGÃOÁREA DEPROJETO

ÁREAATUAL

PREVISTAANO 2000

ABAST. P/S.FRANCISCO

UP8-MOXOTÓ Moxotó DNOCS 6300 5300 6300UP9-PAJEÚ Cachoeira DNOCS 288 288 288UP10-TERRA NOVA Boa Vista DNOCS 154 154 154

Entremontes DNOCS 576 - 576 -UP11-BRÍGIDABrígida CHESF *1435 1435 1435 1435

UP12-GARÇAS Saco II DNOCS 486 - 486 -UP13-PONTAL Pontal CODEVASF *50000 - 10000 10000

Icó/Mandantes CHESF *2280 924 2280 2280UP22-GI 3Barreiras CHESF *2246 238 2246 2246Apolônio Sales CHESF 808 808 *808 808UP23-GI 4Manga de Baixo CHESF *93 93 93 93

UP25-GI 6 Caraíbas CHESF *5223 - 5223 5223Nilo Coelho CODEVASF *20053 15255 20053 20053UP27-GI 8Bebedouro CODEVASF *2418 2418 2418 2418

TOTAL 92360 26913 52360 44556 Fonte - CODEVASF - Relatório Gerencial, ABRIL/97 - SEPLAN/PE - Projeto Áridas - Grupo de Recursos Hídricos, 1994.

*Projeto com captação direta do rio São Francisco

Page 141: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

141

Quadro 40 - Irrigação Privada Prevista para o Ano 2000

ÁREA TOTAL (ha)

UPGERAL ABASTECIMENTO P/

S. FRANCISCOUP1 - GOIANA 1.112 -UP2 - CAPIBARIBE 929 -UP3 - IPOJUCA 3.431 -UP4 - SIRINHAÉM 938 -UP5 - UNA 2.417 -UP6 - MUNDAÚ 672 -UP7 - IPANEMA 493 -UP8 - MOXOTÓ 2.846 -UP9 - PAJEÚ 4.482 -UP10 - TERRA NOVA 1.264 -UP11 - BRÍGIDA 5.443 -UP12 - GARÇAS 1.458 1.458UP13 - PONTAL 17.570 17.570UP14 - GL 1 - -UP15 - GL 2 228 -UP16 - GL 3 - -UP17 - GL 4 - -UP18 - GL 5 - -UP19 - GL 6 - -UP20 - GI 1 202 -UP21 - GI 2 - -UP22 - GI 3 4.540 4.540UP23 - GI 4 4.483 4.483UP24 - GI 5 2.524 2.524UP25 - GI 6 1.215 1.215UP26 - GI 7 4.443 4.443UP27 - GI 8 4.497 4.497UP28 - GI 9 - -UP29 – F. DE NORONHA - -

TOTAL 65.187 40.730

Quadro 41 - Área de Viveiros Prevista para o Ano 2000

ÁREA DE VIVEIROS ( ha)UP

ATUAL PROG. ANO 2000 TOTAL ABAST. P/ S.FRANCISCO

UP2-CAPIBARIBE 30 50 80 -UP3-IPOJUCA 70 150 220 -UP7-IPANEMA 20 50 70 -UP8-MOXOTÓ 50 50 100 -UP9-PAJEÚ 10 130 140 -UP11-BRÍGIDA 40 50 90 -UP22-GI 3 100 25 125 125UP23-GI 4 50 25 75 75UP26-GI 7 50 25 75 75UP27-GI 8 100 25 125 125TOTAL 520 580 1100 400

Fonte: Departamento de Recursos Pesqueiros/Secretaria de Agricultura

Page 142: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

142

Quadro 42 - População Esperada no Ano 2010

URBANA RURAL TOTALUP01 - GOIANA 311.549 202.139 513.688UP02 - CAPIBARIBE 1.302.336 333.489 1.635.824UP03 - IPOJUCA 541.557 123.572 665.129UP04 - SIRINHAÉM 117.578 94.521 212.100UP05 - UNA 356.153 261.063 617.216UP06 - MUNDAÚ 162.075 84.035 246.110UP07 - IPANEMA 129.250 148.827 278.077UP08 - MOXOTÓ 133.178 89.221 222.399UP09 - PAJEÚ 223.801 229.401 453.201UP10 - TERRA NOVA 61.946 49.245 111.190UP11 - BRÍGIDA 136.158 175.330 311.489UP12 - GARÇAS 3.786 35.390 39.176UP13 - PONTAL 17.783 69.967 87.750UP14 - GL-1 1.600.631 69.385 1.670.016UP15 - GL-2 1.547.550 155.635 1.703.185UP16 - GL-3 0 4.551 4.551UP17 - GL-4 16.216 16.549 32.765UP18 - GL-5 9.398 4.577 13.975UP19 - GL-6 0 3.401 3.401UP20 - GI-1 29.165 44.427 73.592UP21 - GI-2 0 3.313 3.313UP22 - GI-3 26.673 24.387 51.060UP23 - GI-4 18.870 8.431 27.301UP24 - GI-5 17.418 7.153 24.571UP25 - GI-6 4.858 6.735 11.593UP26 -GI-7 16.331 8.240 24.572UP27 -GI-8 187.847 18.895 206.742UP28 - GI-9 0 8.252 8.252UP29 – F. DE NORONHA 2.768 0 2.768TOTAL 6.974.876 2.280.129 9.255.005

POPULAÇÃO ( hab )UP

Page 143: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

143

Quadro 43 - Rebanho Previsto para o Ano 2010

UP BOVINO BUBALINO SUINO EQUINO ASININO MUAR OVINO CAPRINO AVES

UP 1 - GOIANA 127.905 934 37.127 14.723 3.341 13.308 5.820 28.553 5.773.547

UP 2 - CAPIBARIBE 294.038 1.250 77.608 26.166 11.213 18.635 51.160 86.436 15.286.839UP 3 - IPOJUCA 163.978 1.103 32.619 9.952 3.489 8.568 22.096 33.192 2.669.905UP 4 - SIRINHAÉM 83.759 1.423 14.372 7.010 953 10.964 5.154 9.116 419.321UP 5 - UNA 298.243 1.090 48.178 19.269 3.049 21.768 35.058 42.013 3.527.051UP 6 - MUNDAÚ 186.298 - 14.962 9.914 1.526 2.737 15.031 8.403 1.159.310UP 7 - IPANEMA 220.111 - 33.896 20.420 5.740 4.022 51.489 32.494 647.969 UP 8 - MOXOTÓ 72.647 - 32.879 8.890 5.030 2.120 103.226 192.033 264.720UP 9 - PAJEÚ 220.248 - 167.904 21.506 34.023 10.283 155.783 596.564 2.345.516UP 10 - TERRA NOVA 64.412 - 36.486 6.363 8.423 4.552 51.314 68.685 206.551UP 11 - BRÍGIDA 144.148 - 64.501 18.585 15.529 9.227 78.026 171.206 444.954UP 12 - GARÇAS 28.198 - 20.345 2.840 5.281 1.734 49.019 133.929 91.817UP 13 - PONTAL 49.731 - 46.315 3.451 10.841 3.518 74.565 205.047 194.389UP 14 - GL 1 20.495 - 37.903 2.071 263 1.236 1.239 4.156 2.000.542UP 15 - GL 2 32.869 1.103 20.723 5.643 282 6.839 2.266 5.706 3.589.858UP 16 - GL 3 2.208 - 283 148 2 236 67 50 20.513UP 17 - GL 4 4.920 397 667 352 23 975 229 271 6.863UP 18 - GL 5 1.344 397 299 74 6 404 51 67 9.035UP 19 - GL6 2.302 57 277 51 13 136 73 93 10.887UP 20 - GI 1 83.827 - 8.614 4.058 747 764 9.568 3.109 352.230UP 21 - GI 2 7.270 - 682 908 340 205 1.136 363 13.631UP 22 - GI3 20.038 - 5.952 3.450 8.904 934 28.645 117.127 104.106UP 23 - GI 4 14.285 - 3.580 1.881 4.292 472 14.365 42.276 12.112UP 24 - GI 5 13.018 - 6.594 886 1.391 523 12.303 17.084 34.715UP 25 - GI 6 5.506 - 2.829 200 1.140 263 9.039 27.124 15.653UP 26 - GI 7 7.459 - 3.729 248 1.574 352 12.431 38.535 21.311UP 27 - GI 8 8.748 - 7.988 666 1.688 523 7.132 26.531 33.972UP 28 - GI 9 10.410 - 3.714 850 796 608 1.909 1.038 40.677UP 29 - F. DE NORONHA 612 - 172 139 - 11 3.067 311 2.662

TOTAL 2.189.025 7.754 731.202 190.718 130.227 125.915 801.258 1.891.513 39.300.654

Page 144: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

144

Quadro 44 - Irrigação Pública Prevista para o Ano 2010

ÁREA IRRIGADA (ha)UP PROJETO ÓRGÃO

TOTALABAST. P/ S.FRANCISCO

UP8-MOXOTÓ Moxotó DNOCS 6.300UP9-PAJEÚ Cachoeira II, Ingazeira, S. José

do Egito e S. PedroDNOCS 1.145

UP10-TERRA NOVA Boa Vista DNOCS 154UP11-BRÍGIDA Entremontes DNOCS 576

Brígida CHESF 1.435 1.435UP12-GARÇAS Saco II DNOCS 486UP13-PONTAL Pontal CODEVASF 50.000 50.000UP22-GI 3 Icó/Mandantes CHESF 2.280 2.280

Barreiras CHESF 2.246 2.246UP23-GI 4 Apolônio Sales CHESF 808 808

Manga de Baixo CHESF 93 93UP25-GI 6 Caraíbas CHESF 5.223 5.223UP27-GI 8 Nilo Coelho CODEVASF 20.053 20.053

Bebedouro CODEVASF 2.418 2.418TOTAL 93.217 84.556Fonte: - CODEVASF - Inventário dos Projetos de Irrigação, 1991. - CODEVASF - Relatório Gerencial, ABRIL/97

Page 145: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

145

Quadro 45 - Irrigação Privada Prevista para o Ano 2010

ÁREA (ha)UP TOTAL ABASTECIDA

P/ S.FRANCISCOUP1 - GOIANA 1.347 -UP2 - CAPIBARIBE 1.125 -UP3 - IPOJUCA 4.155 -UP4 - SIRINHAÉM 1.136 -UP5 - UNA 2.927 -UP6 - MUNDAÚ 814 -UP7 - IPANEMA 597 -UP8 - MOXOTÓ 3.447 -UP9 - PAJEÚ 5.428 -UP10 - TERRA NOVA 1.531 -UP11 - BRÍGIDA 6.591 -UP12 - GARÇAS 1.766 1.766UP13 - PONTAL 21.277 21.277UP14 - GL 1 - -UP15 - GL 2 276 -UP16 - GL 3 - -UP17 - GL 4 - -UP18 - GL 5 - -UP19 - GL 6 - -UP20 - GI 1 245 -UP21 - GI 2 - -UP22 - GI 3 5.498 5.498UP23 - GI 4 5.429 5.429UP24 - GI 5 3.057 3.057UP25 - GI 6 1.471 1.471UP26 - GI 7 5.380 5.380UP27 - GI 8 5.446 5.446UP28 - GI 9 - -UP29 – FERNANDO DE NORONHA - -TOTAL 78.941 49.324

Quadro 46 - Área de Viveiros Prevista para o Ano 2010

ÁREA DE VIVEIROS (ha)UP PROG. ANO 2010 ABASTECIDA

P/ S. FRANCISCOUP2-CAPIBARIBE 250 -UP3-IPOJUCA 300 -UP7-IPANEMA 170 -UP8-MOXOTÓ 300 -UP9-PAJEÚ 230 -UP11-BRÍGIDA 150 -UP22-GI 3 200 200UP23-GI 4 100 100UP26-GI 7 100 100UP27-GI 8 200 200TOTAL 2.000 600

Fonte: Departamento de Recursos Pesqueiros/ Secretaria de Agricultura

Page 146: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

146

adotar as medidas necessárias. A figura 43 resume as previsões adotadas pelo Plano emrelação ao uso e controle dos recursos hídricos.

Cenário Atual

No cenário atual a operação deficiente e a falta de conservação das redes deabastecimento urbano e dos sistemas de irrigação provocam grandes perdas de água eacarretam elevadas demandas específicas. Além disso, o uso da água sem nenhumapreocupação com os gastos excessivos vem provocando enormes desperdícios. Poroutro lado, a poluição vem impedindo ou restringindo o uso da água pelos usuáriossituados a jusante das fontes poluidoras. A ocupação desordenada do solo e adegradação da cobertura vegetal são fatores que também incidem sobre a preservação eo controle dos recursos hídrico.

Cenários Futuros

Na concepção do cenário tendencial, admite-se que a situação atual, caracterizada porfalta de controle de perdas e desperdícios não será modificada, ou seja, o progresso quepossa ocorrer não será significativo. Assim, as demandas específicas permanecerãoelevadas, como ocorre no cenário atual.

A racionalização do uso de água, prevista no cenário desejável, implica na adoção demedidas de controle das perdas e desperdícios e de aumento da eficiência de operaçãodos sistemas. Com essas medidas, as demandas específicas serão sensivelmentediminuídas, particularmente em relação à irrigação e ao abastecimento humano.

Page 147: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

TIPO DE USOOU CONTROLE

USO URBANO

CONTROLE DEINUNDAÇÕES E

EROSÃO

IRRIGAÇÃO

CONTROLE DQUALIDADE D

ÁGUA

1996

CENÁRIO ATUAL

Grandes taxas de consumo.Perdas e desperdícioselevados.

iência.oeficientes de

quado da água. operação

s.

atamento ou precário dos

esgotos urbanos.Evolução no controle dasfontes industriais de poluição.Medidas de disciplinamentopara implantação de novosprojetos de esgotamentosanitário e instalaçõesindustriais.A fiscalização e o controle dapoluição têm avançado massão ainda insuficientes.

As grandes inundaçõesprovocadas pelo rioCapibaribe na regiãometropolitana já foramcontroladas por obras decontenção. Permanece oproblema de retificação dacalha do rio no trecho urbano.Inundações de menor porteocorrem em outras bacias,destacando-se Beberibe,Jaboatão, Tegipió, Una,Pirapama e Goiana.Vulnerabilidade àsinundações provocadas pelaságuas pluviais na regiãometropolitana devido adeficiência do sistema demicrodrenagem (rede degalerias pluviais).

TENDENCIAL

Permanecem as condições docenário atual, sem grandesavanços na contenção deperdas e desperdícios.

Eficiência ainda precária.Operação deficiente dossistemas.Falta de conservação.

Avanço no controle das fontesde poluição e dos agentespoluidores mas ainda sematender às condiçõesdesejáveis.

A expansão urbanadescontrolada, a ocupação deáreas inundáveis, adeficiência de drenagem, osdesmatamentos, a falta deconservação do solo sãotendências que podem agravaros problemas de inundação eerosão.Já está estruturado um sistemade monitoramento hidrológicopara conhecimento em temporeal da situação das águas noCapibaribe, o que permitirátomar decisões mais rápidas,quando necessário.

DE EL

Taxas de c menores,considerando maior eficiênciados sistemas deabastecimento urbano.

Melhoria considerável naoperação dos sistemas deirrigação, com conseqüentediminuição do consumo deágua.

Grande progresso no controleda poluição medianteampliação dos serviços defiscalização, monitoramentode bacias hidrográficas eoutras medidas de proteçãodos recursos hídricos.

Otimização dos sistemas deinformações e alerta, combase no monitoramentohidrológico já estruturadopara a Região Metropolitanado Recife.Adoção de outras medidaspreventivas no controle dasinundações e da erosão, taiscomo, fiscalização do uso eocupação do solo; definiçãode zonas críticas em baciashidrográficas quanto à erosãoe conseqüente assoreamentode corpos d'água; controle deescavações, aterros edesmatamentos.

2000

Mesmas condições do cenáriotendencial do ano 2000 ouavanço insignificante.

Mesmas condições do cenáriotendencial do ano 2000,admitindo-se uma diminuiçãoconsiderável de perdas edesperdícios.

TENDENCIAL DESEJÁVEL

2010

Operação racional econservação permanente dossistemas de irrigação, emprosseguimento ao cenáriodesejável do ano 2000.

Deterioração progressiva dossistemas de irrigação, porfalta de conservação.Perdas e desperdícioselevados na condução,distribuição e aplicação daágua.

Avanço significativo nocontrole da poluição emrelação ao cenário tendencialdo ano 2000, embora inferiorao desejável.

Avanço expressivo nocontrole das fontespoluidoras, de forma a reduziros níveis de poluição avalores toleráveis,recuperando e preservando aqualidade da água.

Avanço nos sistemas demonitoramento hidrológico,informações e alerta, emrelação à RegiãoMetropolitana do Recife.Ausência de outras medidaspreventivas, principalmenteno controle do uso e ocupaçãodo solo em áreas de expressãourbana e na proteção de zonascríticas no meio rural, embaixas hidrográficas.

Otimização progressiva dossistemas de informações ealerta, a partir demonitoramento hidrológico.Intensificação de medidaspreventivas no controle dasinundações e da erosão, emáreas urbanas e rurais, comdefinição das zonas comriscos de assoreamento doscorpos d'água.

Figura 43

EA

Baixa eficGrandes cdemanda.Uso inadeControle edeficiente

Falta de trtratamento

SEJÁV

onsumo

Page 148: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

148

DEMANDAS DE ÁGUA

A idéia geral, e até recentemente predominante, de que os recursos hídricos estavamsempre disponíveis em quantidade e qualidade adequadas para suprir as necessidades,está colocada frente a uma nova realidade. Uma série de fatores está contribuindo para oprogressivo aumento da demanda de água, destacando-se entre outros:

• aumento da população;• a melhoria do padrão de vida;• incremento da taxa de urbanização;• crescimento da produção de mercadorias, produtos industriais e de serviços

relacionados com a água.

Assim, o atendimento das demandas não pode mais ser encarado como definitivamenteassegurado, e a água como não é inesgotável, passa a ser considerada como um insumoque exige todo esforço visando a melhor forma de seu aproveitamento.

Em contrapartida ao aumento da demanda, a oferta de água é dominada pelas limitaçõesde condições físicas, hidrometeorológicas e recursos financeiros. Neste contexto, aprevisão das demandas futuras de água permite ao poder público:

• prever os problemas relacionados com a água em áreas e setores da economia;• identificar os fatores que podem ser modificados e tomar decisões que possam

torná-los menos restritivos ao desenvolvimento sócio-econômico.

As demandas podem ser consuntivas e não consuntivas, as primeiras quando o uso daágua implica em consumo, as segundas quando a água não é consumida mas mantidaem determinadas condições que implicam em restrições aos demais usos. As demandasde água foram calculadas para as diversas categorias de usuários: população urbana,população rural, efetivo animal, irrigação, indústria, aqüicultura. Foram avaliadas noscenários atual e futuros, estes considerando os segmentos tendencial e desejável.

As demandas no cenário tendencial representam as necessidades de água para atender ascondições sócio-econômicas e tecnológicas do futuro, admitindo como tendência aevolução do desenvolvimento verificada no passado até a situação atual. As demandasno cenário desejável representam as necessidades de água decorrentes da vontade demodificar o processo histórico do desenvolvimento, fazendo com que os recursoshídricos, além de não impedirem as mudanças estruturais necessárias, possam promovê-las a uma situação almejada.

Também foram avaliados os consumos, que correspondem às partes das demandas quesão efetivamente consumidas por pessoas e animais, incorporadas aos produtos e

Page 149: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

149

plantas, evaporada e evapotranspirada. Essa avaliação foi feita com base em percentuaissobre cada categoria de demanda, recomendados na bibliografia existente e utilizadosem outros estudos já realizados.

DEMANDAS NO CENÁRIO ATUAL

As estimativas de demandas de água no cenário atual, para cada categoria de usuário,são apresentadas, sob forma consolidada, no quadro 47, por unidade de planejamento(UP). Os dados mostram a relevância da irrigação, responsável por mais de 60% dademanda total do Estado, a maior parte suprida pelo rio São Francisco. A demanda paraabastecimento urbano, que corresponde a quase 20% do total, tem sua grande parcelalocalizada na Região Metropolitana do Recife ( RMR ) e cidades litorâneas. Comrelação à indústria, essa categoria de usuário contribui com cerca de 10% da demandatotal, sendo mais da metade dela para atender os requerimentos de água do segmentosucroalcooleiro. A figura 44 mostra a matriz da demanda de água no cenário atual, istoé, a distribuição da demanda total de cada unidade de planejamento por cada categoriade usuário.

Em alguns casos, somente parte da demanda de água de uma determinada UP é atendidapor ela própria, sendo a outra parte suprida por recursos hídricos transferidos de outraUP ou importados do rio São Francisco. Essas transferências são destinadas,basicamente, para atender ao abastecimento urbano e, no caso da importação do rio SãoFrancisco, além desse uso, para atendimento à quase totalidade das necessidades deágua para irrigação na região do Sertão.

A participação do rio São Francisco vem se tornando cada vez mais importante. Oestabelecimento de uma política de abastecimento doméstico para o Estado,notadamente para o Sertão, e mesmo para a região do Agreste, tem de encarar o rio SãoFrancisco como solução definitiva.

O quadro 48 mostra, além da demanda própria total de cada unidade de planejamento(UP), a parcela que é atendida mediante a transferência de água de outra UP ou do rioSão Francisco. No mesmo quadro, também é encontrada a parcela que cada UP exportapara atender a demanda requerida por outra unidade.

DEMANDAS NOS CENÁRIOS FUTUROS

A previsão de demanda de água depende do propósito a que se destina, bem como daquantidade e qualidade dos dados disponíveis. Na presente versão do Plano, a previsãofoi feita com o propósito de planejamento hídrico, abrangendo todas as baciashidrográficas do Estado, não tendo portanto, o caráter de detalhamento de projetos paraimplantação de obras. Essas demandas foram estimadas levando em conta os fatores de

Page 150: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

150

demanda avaliados nos cenários sócio-econômicos, combinados com os cenários de usoe controle dos recursos hídricos, onde se levou em conta os segmentos tendencial edesejável.

Quando se passa do cenário tendencial para o desejável, se supõe que os sistemas deabastecimento, tanto para uso humano, como para outros fins, sejam operados dentro deíndices de perdas físicas aceitáveis e que ocorram, ao mesmo tempo, mudanças decomportamento dos usuários que resultem em diminuição dos desperdícios. Nessa linhade mudanças pretendidas, outros aspectos também foram considerados, no sentido de secorrigir o padrão vigente de uso perdulário da água, buscando assim, ampliar e melhorara sua oferta e qualidade. O elenco de mudanças possíveis é amplo, citando-se entreoutras: aumento de eficiência dos sistemas, programas de conservação, ampliação dossistemas de saneamento, novas tecnologias industriais poupadoras de água e menospoluentes, tratamento de efluentes, reuso da água, programas educativos.

Em todas as avaliações feitas, chamam a atenção os grandes volumes requeridos pelasunidades de planejamento UP13 – Pontal e UP 27 – GI8, em relação às demais, o que éexplicado pela área irrigada atual e projetada, toda ela atendida pelo rio São Francisco.Ainda com requerimentos expressivos para a irrigação, cita-se a UP 8 – Moxotó, UP19– Pajeú e UP11 – Brígida, atendidas por disponibilidade própria ou por importação dorio São Francisco. Já no caso das unidades UP2 – Capibaribe, UP3 – Ipojuca, UP14 –GL1e UP15 – GL2, também com expressivos volumes requeridos, os principaisusuários são o abastecimento urbano e a indústria.

Os valores das demandas e consumos estimados para o ano 2000 são apresentados nosquadros 49 para o cenário tendencial e 50 para o cenário desejável, enquanto os valorespara o ano 2010 são mostrados nos quadros 51 e 52, para os mesmos cenários,respectivamente. A figura 45 relaciona as demandas atuais com as demandas futuras,nos cenários tendencial e desejável.

Page 151: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

151

Quadro 47 - Síntese das Demandas Totais no Cenário Atual106 m3/ano

ABASTEC. URBANO ABASTEC. RURAL ABASTEC. ANIMAL IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA AQÜICULTURA TOTALUP Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo

UP1 - GOIANA 21,553 17,243 4,484 4,484 2,395 2,395 10,980 7,686 18,360 3,672 - - 57,772 35,479UP2 - CAPIBARIBE 101,824 81,459 7,323 7,323 5,525 5,525 9,180 6,426 15,063 11,283 0,876 0,613 139,791 112,629UP3 - IPOJUCA 44,759 35,808 2,734 2,734 2,616 2,616 33,888 23,722 13,510 2,702 2,044 1,431 99,551 69,012UP4 - SIRINHAÉM 7,912 6,330 2,068 2,068 1,345 1,345 9,264 6,485 11,131 2,226 - - 31,721 18,454UP5 - UNA 24,381 19,505 6,057 6,057 4,641 4,641 23,868 16,708 17,209 3,442 - - 76,156 50,352UP6 - MUNDAÚ 11,934 9,547 1,936 1,936 2,614 2,614 6,636 4,645 1,199 0,240 - - 24,319 18,982UP7 - IPANEMA 8,651 6,921 3,223 3,223 3,369 3,369 8,120 5,684 0,692 0,138 0,584 0,409 24,638 19,743UP8 - MOXOTÓ 9,196 7,357 1,897 1,897 1,771 1,771 152,840 106,988 0,745 0,149 1,460 1,022 167,909 119,184UP9 - PAJEÚ 14,510 11,608 5,002 5,002 5,534 5,534 79,540 55,678 1,393 0,279 0,292 0,204 106,271 78,305UP10 - TERRA NOVA 4,325 3,460 1,050 1,050 1,363 1,363 23,880 16,716 0,346 0,069 - - 30,964 22,658UP11 - BRÍGIDA 8,672 6,938 3,729 3,729 2,972 2,972 118,300 82,810 0,820 0,164 1,168 0,818 135,661 97,430UP12 - GARÇAS 0,166 0,133 0,728 0,728 0,883 0,883 24,000 16,800 0,013 0,003 - - 25,791 18,547UP13 - PONTAL 1,002 0,802 1,370 1,370 1,505 1,505 289,220 202,454 0,080 0,016 - - 293,177 206,147UP14 - GL1 122,724 98,179 1,307 1,307 0,498 0,498 - - 20,512 17,632 - - 145,041 117,616UP15 - GL2 123,627 98,901 2,761 2,761 0,806 0,806 2,256 1,579 48,741 44,620 - - 178,190 148,668UP16 - GL3 1,091 0,872 0,100 0,100 0,033 0,033 - - - - - - 1,224 1,006UP17 - GL4 0,992 0,794 0,355 0,355 0,083 0,083 - - 0,079 0,016 - - 1,509 1,247UP18 - GL5 0,540 0,432 0,109 0,109 0,028 0,028 - - 0,043 0,009 - - 0,720 0,578UP19 - GL6 - - 0,071 0,071 0,033 0,033 - - - - - - 0,104 0,104UP20 - GI 1 2,046 1,636 1,060 1,060 1,168 1,168 1,992 1,394 0,164 0,033 - - 6,429 5,291UP21 - GI 2 - - 0,071 0,071 0,113 0,113 - - - - - - 0,183 0,183UP22 - GI 3 1,539 1,231 0,490 0,490 0,718 0,718 97,980 68,586 0,123 0,025 2,920 2,044 103,771 73,095UP23 - GI 4 1,146 0,916 0,173 0,173 0,379 0,379 91,820 64,274 0,092 0,018 1,460 1,022 95,070 66,783UP24 - GI 5 1,180 0,944 0,160 0,160 0,271 0,271 41,540 29,078 0,094 0,019 - - 43,245 30,472UP25 - GI 6 0,234 0,187 0,143 0,143 0,167 0,167 20,000 14,000 0,019 0,004 - - 20,562 14,500UP26 - GI 7 1,033 0,826 0,171 0,171 0,229 0,229 73,140 51,198 0,531 0,106 1,460 1,022 76,564 53,553UP27 - GI 8 15,596 12,477 0,365 0,365 0,231 0,231 427,480 299,236 7,763 1,553 2,920 2,044 454,355 315,905UP28 – GI 9 - - 0,175 0,175 0,172 0,172 - - - - - - 0,347 0,347UP29 – F. DE NORONHA 0,103 0,082 - - 0,017 0,017 - - - - - - 0,128 0,101

TOTAL 530,734 424,588 49,113 49,113 41,477 41,477 1.545,924 1.082,147 158,732 88,419 15,184 10,629 2.341,164 1.696,371

Page 152: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

152

FIGURA 44 - MATRIZ DE DEMANDAS

Page 153: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

153

Quadro 48 - Demandas Atendidas pela Própria UP e por Importação de Outras UP's e do S. Francisco no Cenário Atual(m3/ano)

Demanda Atendida por Importaçãode Outras UP do Rio S. FranciscoUP/Bacias

Demanda Atendidapela Própria UP

Abast. Urbano Abast. Urbano Indústria Irrigação Aquicultura Total do S.F.Total de Importação

Demanda Totalda UP

UP1-Goiana 53.444.831 4.327.443 - - - - - 4.327.443 57.772.274UP2-Capibaribe 128.683.579 11.107.184 - - - - - 11.107.184 139.790.763UP3-Ipojuca 86.576.120 12.974.679 - - - - - 12.974.679 99.550.799UP4-Sirinhaém 31.023.618 697.073 - - - - - 697.073 31.720.691UP5-Una 71.673.499 4.482.304 - - - - - 4.482.304 76.155.803UP6 Mundaú 24.234.131 84.744 - - - - - - 24.318.875UP7-Ipanema 21.932.957 2.705.078 - - - - - 2.705.078 24.638.035UP8-Moxotó 162.928.712 4.980.314 - - - - - 4.980.314 167.909.026UP9-Pajeú 105.294.495 - 976.497 - - - 976.497 976.497 106.270.992UP10-Terra Nova 25.923.083 - 5.041.169 - - - 5.041.169 5.041.169 30.964.252UP11-Brígida 106.601.134 - 359.583 - 28.700.000 - 29.059.583 29.059.583 135.660.717UP12-Garças 1.790.676 - - - 24.000.000 - 24.000.000 24.000.000 25.790.676UP13-Pontal 3.027.307 - 929.940 - 289.220.000 - 290.149.940 290.149.940 293.177.247UP14-GL 1 140.894.094 4.147.200 - - - - - 4.147.200 145.041.294UP15-GL 2 159.825.998 18.364.471 - - - - - 18.364.471 178.190.469UP16-GL 3 133.555 1.090.568 - - - - - 1.090.568 1.224.123UP17-GL 4 1.509.379 - - - - - - - 1.509.379UP18-GL 5 720.266 - - - - - - - 720.266UP19-GL 6 103.708 - - - - - - - 103.708UP20-GI 1 6.428.977 - - - - - - - 6.428.977UP21-GI 2 183.475 - - - - - - - 183.475UP22-GI 3 1.077.769 - 2.690.289 123.144 96.960.000 2.920.000 102.693.433 102.693.433 103.771.202UP23-GI 4 16.405.684 - 1.452.443 91.644 75.660.000 1.460.000 78.664.087 78.664.087 95.069.771UP24-GI 5 57.556 - 1.553.488 94.409 41.540.000 - 43.187.897 43.187.897 43.245.453UP25-GI 6 218.074 - 325.296 18.714 20.000.000 - 20.344.010 20.344.010 20.562.084UP26-GI 7 633.214 - 800.240 530.591 73.140.000 1.460.000 75.930.831 75.930.831 76.564.045UP27-Gl 8 2.279.683 - 13.912.574 7.762.504 427.480.000 2.920.000 452.075.078 452.075.078 454.354.761UP28-Gl 9 346.714 - - - - - - - 346.714UP29-Fernando de Noronha 127.888 - - - - - - - 127.888TOTAL 1.154.080.175 64.961.058 28.041.519 8.621.006 1.076.700.000 8.760.000 1.122.122.525 1.187.083.583 2.341.163.758

Page 154: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

154

Quadro 49 - Síntese das Demandas Totais no Ano 2000 - Cenário Tendencial106 m3/ano

ABASTEC. URBANO ABASTEC. RURAL ABASTEC. ANIMAL IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA AQÜICULTURA TOTALUP Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo

UP1 - GOIANA 23,150 18,520 4,657 4,657 2,917 2,917 13,344 9,341 18,497 3,699 - - 62,566 39,135UP2 - CAPIBARIBE 104,350 83,480 7,706 7,706 6,730 6,730 11,148 7,804 16,108 12,328 2,336 1,635 148,378 119,683UP3 - IPOJUCA 46,919 37,536 2,840 2,840 3,186 3,186 41,172 28,820 14,124 2,825 6,424 4,497 114,665 79,703UP4 - SIRINHAÉM 8,283 6,627 2,153 2,153 1,639 1,639 11,256 7,879 11,164 2,233 - - 34,496 20,531UP5 - UNA 24,880 19,904 6,367 6,367 5,653 5,653 29,004 20,303 17,442 3,488 - - 83,347 55,716UP6 - MUNDAÚ 14,324 11,459 1,988 1,988 3,184 3,184 8,064 5,645 1,298 0,260 - - 28,859 22,536UP7 - IPANEMA 9,148 7,318 3,359 3,359 4,104 4,104 9,860 6,902 0,723 0,145 2,044 1,431 29,237 23,258UP8 - MOXOTÓ 9,946 7,957 1,861 1,861 2,157 2,157 182,920 128,044 0,787 0,157 4,380 3,066 202,051 143,243UP9 - PAJEÚ 18,175 14,540 5,152 5,152 6,742 6,742 95,400 66,780 1,505 0,301 4,088 2,862 131,062 96,376UP10 - TERRA NOVA 4,587 3,670 1,103 1,103 1,660 1,660 28,360 19,852 0,367 0,073 - - 36,077 26,358UP11 - BRÍGIDA 9,297 7,438 3,925 3,925 3,620 3,620 149,080 104,356 0,890 0,178 - - 166,812 119,516UP12 - GARÇAS 0,175 0,140 0,774 0,774 1,076 1,076 38,880 27,216 0,014 0,003 2,628 1,840 43,548 31,049UP13 - PONTAL 1,064 0,851 1,477 1,477 1,833 1,833 551,400 385,980 0,085 0,017 - - 555,859 390,158UP14 - GL1 134,580 107,664 1,419 1,419 0,607 0,607 0,000 0,000 23,093 20,213 - - 159,699 129,903UP15 - GL2 134,969 107,975 3,063 3,063 0,982 0,982 2,736 1,915 57,399 53,279 - - 199,150 167,215UP16 - GL3 1,180 0,944 0,104 0,104 0,041 0,041 - - - - - - 1,325 1,089UP17 - GL4 1,037 0,829 0,369 0,369 0,101 0,101 - - 0,083 0,017 - - 1,590 1,317UP18 - GL5 0,568 0,454 0,116 0,116 0,034 0,034 - - 0,045 0,009 - - 0,763 0,613UP19 - GL6 - - 0,074 0,074 0,040 0,040 - - - - - - 0,114 0,114UP20 - GI 1 2,090 1,672 1,077 1,077 1,423 1,423 2,424 1,697 0,167 0,033 - - 7,180 5,901UP21 - GI 2 - - 0,075 0,075 0,137 0,137 - - - - - - 0,212 0,212UP22 - GI 3 1,665 1,332 0,522 0,522 0,875 0,875 181,320 126,924 0,133 0,027 3,650 2,555 188,164 132,234UP23 - GI 4 1,216 0,973 0,186 0,186 0,462 0,462 107,680 75,376 0,097 0,019 2,190 1,533 111,832 78,549UP24 - GI 5 1,225 0,980 0,168 0,168 0,330 0,330 50,480 35,336 0,098 0,020 - - 52,301 36,834UP25 - GI 6 0,250 0,200 0,151 0,151 0,203 0,203 128,760 90,132 0,020 0,004 - - 129,384 90,690UP26 - GI 7 1,094 0,875 0,182 0,182 0,280 0,280 88,860 62,202 0,639 0,128 2,190 1,533 93,243 65,199UP27 - GI 8 16,874 13,499 0,396 0,396 0,281 0,281 539,360 377,552 9,363 1,873 2,190 1,533 568,464 395,133UP28 – GI 9 - - 0,183 0,183 0,210 0,210 - - - - - - 0,393 0,393UP29 – F. DE NORONHA 0,118 0,094 - - 0,020 0,020 - - 0,009 0,002 - - 0,147 0,116

TOTAL 571,165 456,932 51,447 51,447 50,526 50,526 2.271,508 1.590,056 174,151 101,330 32,120 22,484 3.150,918 2.272,775

Page 155: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

155

Quadro 50 - Síntese das Demandas Totais no Ano 2000 - Cenário Desejável106 m3/ano

ABASTEC. URBANO ABASTEC. RURAL ABASTEC. ANIMAL IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA AQÜICULTURA TOTALUP Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo

UP1 - GOIANA 18,520 14,816 4,657 4,657 2,917 2,917 11,120 7,784 18,497 3,699 - - 55,712 33,874UP2 - CAPIBARIBE 83,480 66,784 7,706 7,706 6,730 6,730 9,290 6,503 16,108 12,328 2,336 1,635 125,650 101,687UP3 - IPOJUCA 37,536 30,028 2,840 2,840 3,186 3,186 34,310 24,017 14,124 2,825 6,424 4,497 98,419 67,393UP4 - SIRINHAÉM 6,627 5,301 2,153 2,153 1,639 1,639 9,380 6,566 11,164 2,233 - - 30,963 17,892UP5 - UNA 19,904 15,923 6,367 6,367 5,653 5,653 24,170 16,919 17,442 3,488 - - 73,537 48,351UP6 - MUNDAÚ 11,459 9,167 1,988 1,988 3,184 3,184 6,720 4,704 1,298 0,260 - - 24,650 19,304UP7 - IPANEMA 7,318 5,854 3,359 3,359 4,104 4,104 8,874 6,212 0,723 0,145 2,044 1,431 26,421 21,104UP8 - MOXOTÓ 7,957 6,366 1,861 1,861 2,157 2,157 164,628 115,240 0,787 0,157 4,380 3,066 181,770 128,847UP9 - PAJEÚ 14,540 11,632 5,152 5,152 6,742 6,742 85,860 60,102 1,505 0,301 4,088 2,862 117,887 86,790UP10 - TERRA NOVA 3,670 2,936 1,103 1,103 1,660 1,660 25,524 17,867 0,367 0,073 - - 32,324 23,639UP11 - BRÍGIDA 7,438 5,950 3,925 3,925 3,620 3,620 134,172 93,920 0,890 0,178 - - 150,044 107,593UP12 - GARÇAS 0,140 0,112 0,774 0,774 1,076 1,076 34,992 24,494 0,014 0,003 2,628 1,840 39,625 28,299UP13 - PONTAL 0,851 0,681 1,477 1,477 1,833 1,833 496,260 347,382 0,085 0,017 - - 500,506 351,389UP14 - GL1 107,664 86,131 1,419 1,419 0,607 0,607 - - 23,093 20,213 - - 132,783 108,370UP15 - GL2 107,975 86,380 3,063 3,063 0,982 0,982 2,280 1,596 57,399 53,279 - - 171,700 145,300UP16 - GL3 0,944 0,755 0,104 0,104 0,041 0,041 - - - - - - 1,089 0,900UP17 - GL4 0,829 0,664 0,369 0,369 0,101 0,101 - - 0,083 0,017 - - 1,383 1,151UP18 - GL5 0,454 0,364 0,116 0,116 0,034 0,034 - - 0,045 0,009 - - 0,650 0,523UP19 - GL6 - - 0,074 0,074 0,040 0,040 - - - - - - 0,114 0,114UP20 - GI 1 1,672 1,337 1,077 1,077 1,423 1,423 2,020 1,414 0,167 0,033 - - 6,358 5,284UP21 - GI 2 - - 0,075 0,075 0,137 0,137 - - - - - - 0,212 0,212UP22 - GI 3 1,332 1,065 0,522 0,522 0,875 0,875 163,188 114,232 0,133 0,027 3,650 2,555 169,700 119,275UP23 - GI 4 0,973 0,778 0,186 0,186 0,462 0,462 96,912 67,838 0,097 0,019 2,190 1,533 100,820 70,817UP24 - GI 5 0,980 0,784 0,168 0,168 0,330 0,330 45,432 31,802 0,098 0,020 - - 47,008 33,104UP25 - GI 6 0,200 0,160 0,151 0,151 0,203 0,203 115,884 81,119 0,020 0,004 - - 116,458 81,637UP26 - GI 7 0,875 0,700 0,182 0,182 0,280 0,280 79,974 55,982 0,639 0,128 2,190 1,533 84,139 58,804UP27 - GI 8 13,499 10,799 0,396 0,396 0,281 0,281 485,424 339,797 9,363 1,873 2,190 1,533 511,153 354,678UP28 – GI 9 - - 0,183 0,183 0,210 0,210 - - - - - - 0,393 0,393UP29 – F. DE NORONHA 0,094 0,075 - - 0,020 0,020 - - 0,009 0,002 - - 0,124 0,098

TOTAL 456,932 365,546 51,447 51,447 50,526 50,526 2.036,414 1.425,490 174,151 101,330 32,120 22,484 2.801,591 2.016,823

Page 156: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

156

Quadro 51 - Síntese das Demandas Totais no Ano 2010 - Cenário Tendencial106 m3/ano

ABASTEC. URBANO ABASTEC. RURAL ABASTEC. ANIMAL IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA AQÜICULTURA TOTAL

UPDemanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo

UP1 - GOIANA 25,378 20,302 5,165 5,165 3,467 3,467 16,160 11,312 19,021 3,804 - - 69,189 44,049UP2 - CAPIBARIBE 132,300 105,840 8,521 8,521 8,008 8,008 13,500 9,450 20,135 16,355 7,300 5,110 189,764 153,284UP3 - IPOJUCA 52,697 42,158 3,157 3,157 3,809 3,809 49,859 34,902 16,451 3,290 8,760 6,132 134,734 93,448UP4 - SIRINHAÉM 9,370 7,496 2,415 2,415 1,956 1,956 13,631 9,542 11,264 2,253 - - 38,635 23,661UP5 - UNA 27,772 22,217 6,670 6,670 6,765 6,765 35,124 24,587 18,351 3,670 - - 94,681 63,909UP6 - MUNDAÚ 15,978 12,782 2,147 2,147 3,815 3,815 9,766 6,836 1,817 0,363 - - 33,521 25,943UP7 - IPANEMA 10,170 8,136 3,803 3,803 4,874 4,874 11,940 8,358 0,814 0,163 4,964 3,475 36,565 28,808UP8 - MOXOTÓ 11,007 8,806 2,280 2,280 2,561 2,561 194,930 136,451 0,902 0,180 8,760 6,132 220,440 156,410UP9 - PAJEÚ 17,692 14,154 5,861 5,861 7,961 7,961 131,454 92,018 1,927 0,385 6,716 4,701 171,612 125,081UP10 - TERRA NOVA 5,278 4,222 1,258 1,258 1,956 1,956 33,694 23,586 0,422 0,084 - - 42,609 31,107UP11 - BRÍGIDA 11,205 8,964 4,480 4,480 4,259 4,259 172,049 120,435 1,174 0,235 4,380 3,066 197,547 141,438UP12 - GARÇAS 0,245 0,196 0,904 0,904 1,274 1,274 45,033 31,523 0,020 0,004 - - 47,475 33,901UP13 - PONTAL 1,217 0,974 1,788 1,788 2,167 2,167 1.425,545 997,882 0,097 0,019 - - 1.430,815 1.002,830UP14 - GL1 172,320 137,856 1,773 1,773 0,726 0,726 - - 33,006 30,126 - - 207,824 170,480UP15 - GL2 168,736 134,989 3,976 3,976 1,167 1,167 3,312 2,318 92,847 88,726 - - 270,039 231,177UP16 - GL3 1,301 1,041 0,116 0,116 0,049 0,049 - - - - - - 1,466 1,206UP17 - GL4 1,110 0,888 0,423 0,423 0,121 0,121 - - 0,089 0,018 - - 1,743 1,450UP18 - GL5 0,643 0,515 0,117 0,117 0,041 0,041 - - 0,051 0,010 - - 0,853 0,683UP19 - GL6 - - 0,087 0,087 0,048 0,048 - - - - - - 0,135 0,135UP20 - GI 1 2,189 1,751 1,135 1,135 1,705 1,705 2,940 2,058 0,175 0,035 - - 8,145 6,685UP21 - GI 2 - - 0,085 0,085 0,162 0,162 - - - - - - 0,246 0,246UP22 - GI 3 2,012 1,610 0,623 0,623 1,015 1,015 200,479 140,335 0,161 0,032 5,840 4,088 210,130 147,703UP23 - GI 4 1,430 1,144 0,215 0,215 0,537 0,537 126,598 88,619 0,114 0,023 2,920 2,044 131,815 92,582UP24 - GI 5 1,351 1,081 0,183 0,183 0,391 0,391 61,131 42,792 0,108 0,022 - - 63,164 44,468UP25 - GI 6 0,332 0,266 0,172 0,172 0,241 0,241 133,887 93,721 0,027 0,005 - - 134,659 94,405UP26 - GI 7 1,267 1,013 0,211 0,211 0,332 0,332 107,609 75,327 1,088 0,218 2,920 2,044 113,426 79,144UP27 - GI 8 20,569 16,455 0,483 0,483 0,332 0,332 558,337 390,836 15,989 3,198 5,840 4,088 601,550 415,392UP28 – GI 9 - - 0,211 0,211 0,248 0,248 - - - - - - 0,459 0,459UP29 – F. DE NORONHA 0,189 0,152 - - 0,024 0,024 - - 0,015 0,003 - - 0,229 0,179TOTAL 693,758 555,007 58,257 58,257 60,016 60,016 3.346,980 2.342,886 236,064 153,222 58,400 40,880 4.453,471 3.210,263

Page 157: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

157

Quadro 52 - Síntese das Demandas Totais no Ano 2010 - Cenário Desejável106 m³/ano

ABASTEC. URBANO ABASTEC. RURAL ABASTEC. ANIMAL IRRIGAÇÃO INDÚSTRIA AQÜICULTURA TOTALUP Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo Demanda Consumo

UP1 - GOIANA 20,302 16,242 5,165 5,165 3,467 3,467 13,466 9,426 19,021 3,804 - - 61,420 38,104UP2 - CAPIBARIBE 105,840 84,672 8,521 8,521 8,008 8,008 11,250 7,875 20,135 16,355 7,300 5,110 161,054 130,541UP3 - IPOJUCA 42,158 33,726 3,157 3,157 3,809 3,809 41,549 29,085 16,451 3,290 8,760 6,132 115,885 79,200UP4 - SIRINHAÉM 7,496 5,997 2,415 2,415 1,956 1,956 11,359 7,951 11,264 2,253 - - 34,490 20,572UP5 - UNA 22,217 17,774 6,670 6,670 6,765 6,765 29,270 20,489 18,351 3,670 - - 83,273 55,368UP6 - MUNDAÚ 12,782 10,226 2,147 2,147 3,815 3,815 8,138 5,697 1,817 0,363 - - 28,698 22,247UP7 - IPANEMA 8,136 6,509 3,803 3,803 4,874 4,874 10,746 7,522 0,814 0,163 4,964 3,475 33,337 26,345UP8 - MOXOTÓ 8,806 7,045 2,280 2,280 2,561 2,561 175,437 122,806 0,902 0,180 8,760 6,132 198,746 141,004UP9 - PAJEÚ 14,154 11,323 5,861 5,861 7,961 7,961 118,309 82,816 1,927 0,385 6,716 4,701 154,928 113,048UP10 - TERRA NOVA 4,222 3,378 1,258 1,258 1,956 1,956 30,325 21,227 0,422 0,084 - - 38,184 27,904UP11 - BRÍGIDA 8,964 7,171 4,480 4,480 4,259 4,259 154,845 108,391 1,174 0,235 4,380 3,066 178,102 127,602UP12 - GARÇAS 0,196 0,157 0,904 0,904 1,274 1,274 40,529 28,371 0,020 0,004 - - 42,923 30,709UP13 - PONTAL 0,974 0,779 1,788 1,788 2,167 2,167 1.282,991 898,094 0,097 0,019 - - 1.288,017 902,847UP14 - GL1 137,856 110,285 1,773 1,773 0,726 0,726 - - 33,006 30,126 - - 173,360 142,909UP15 - GL2 134,989 107,991 3,976 3,976 1,167 1,167 2,760 1,932 92,847 88,726 - - 235,740 203,793UP16 - GL3 1,041 0,833 0,116 0,116 0,049 0,049 - - - - - - 1,206 0,998UP17 - GL4 0,888 0,710 0,423 0,423 0,121 0,121 - - 0,089 0,018 - - 1,521 1,272UP18 - GL5 0,515 0,412 0,117 0,117 0,041 0,041 - - 0,051 0,010 - - 0,724 0,580UP19 - GL6 - - 0,087 0,087 0,048 0,048 - - - - - - 0,135 0,135UP20 - GI 1 1,751 1,401 1,135 1,135 1,705 1,705 2,450 1,715 0,175 0,035 - - 7,217 5,992UP21 - GI 2 - - 0,085 0,085 0,162 0,162 - - - - - - 0,246 0,246UP22 - GI 3 1,610 1,288 0,623 0,623 1,015 1,015 180,431 126,302 0,161 0,032 5,840 4,088 189,680 133,348UP23 - GI 4 1,144 0,915 0,215 0,215 0,537 0,537 113,938 79,757 0,114 0,023 2,920 2,044 118,869 83,491UP24 - GI 5 1,081 0,865 0,183 0,183 0,391 0,391 55,018 38,513 0,108 0,022 - - 56,781 39,973UP25 - GI 6 0,266 0,213 0,172 0,172 0,241 0,241 120,499 84,349 0,027 0,005 - - 121,204 84,980UP26 - GI 7 1,013 0,811 0,211 0,211 0,332 0,332 96,849 67,794 1,088 0,218 2,920 2,044 102,412 71,409UP27 - GI 8 16,455 13,164 0,483 0,483 0,332 0,332 502,504 351,753 15,989 3,198 5,840 4,088 541,603 373,017UP28 – GI 9 - - 0,211 0,211 0,248 0,248 - - - - - - 0,459 0,459UP29 – F. DE NORONHA 0,152 0,121 - - 0,024 0,024 - - 0,015 0,003 - - 0,191 0,148

TOTAL 555,007 444,005 58,257 58,257 60,016 60,016 3.002,663 2.101,864 236,064 153,222 58,400 40,880 3.970,402 2.858,240

Page 158: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

158

FIGURA 45 - EVOLUÇÃO DAS DEMANDAS TOTAIS NOSCENÁRIOS TENDENCIAL E DESEJÁVEL

Page 159: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

159

BALANÇO DOS RECURSOS HÍDRICOS

O balanço é o confronto entre disponibilidades e demandas em cada unidade deplanejamento hídrico.

É o núcleo de todo processo indutivo que leva a concluir:

• se os volumes disponíveis existentes são inferiores ou superiores às demandasatuais;

• onde e quando haverá volumes disponíveis inferiores ou superiores às demandasfuturas;

• onde e quando será preciso transferir água para eliminar ou minorar as situaçõesdeficitárias;

• onde se deverá permitir ou restringir o uso da água com base na abundância ouescassez do recurso.

Foram considerados dois estágios de balanço: avaliação dos saldos hídricos ecompensação dos saldos negativos.

No primeiro estágio, a partir do conhecimento dos valores totais das disponibilidades,demandas e consumos foram calculados quatro saldos hídricos:

• S1 = Disponibilidades - Demandas Consuntivas.

Se S1 for positivo, há abundância de água; se for negativo há déficit;

• S2 = Disponibilidades - Demandas Consuntivas - Demanda Ecológica, ou:S2 = S1 – Demanda Ecológica

Este saldo leva em conta a demanda ecológica, que foi considerada igual a 10% dasdisponibilidades. Se S3 for positivo, além de abundância de água, há também meiospara manter as condições ecológicas; se negativo, esses meios não existem mas poderáainda haver abundância de água em relação ao saldo S1;

• S3 = Disponibilidades - Demandas Consuntivas + 50% x Retorno, ou: S3 = S1 + 50% x Retorno.

Este saldo permite analisar os déficits hídricos quando se considera o aproveitamento de50% do retorno (diferença entre demanda e consumo), mediante melhor controle do usoda água (demanda mais próxima possível do consumo) e tratamento dos efluentes. Esseretorno é composto de duas parcelas importantes, uma inerente ao próprio processo deutilização da água, outra decorrente de perdas e desperdícios. A primeira parcela nãopode ser evitada e sua reutilização depende da qualidade da água retornada. A segunda

Page 160: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

160

parcela pode ser evitada ou, ao menos, minimizada reduzindo ao máximo as perdas edesperdícios. • S4 = Disponibilidades - Demandas Consuntivas - Demanda Ecológica + 50% x

Retorno, ou: S4 = S2 + 50% x Retorno.

Este saldo serve para analisar os déficits de água quando se considera o aproveitamentode 50% do retorno, mediante melhor controle do uso da água e preservação dascondições ecológicas.

No balanço, além das disponibilidades próprias de cada UP, isto é, aquelas geradas noseu interior, foram também consideradas as disponibilidades importadas, sejam do SãoFrancisco ou de outra bacia. Por outro lado, também foram consideradas astransferências de cada unidade de planejamento para atendimento das demandas deoutras bacias.

O quadro 53 apresenta uma síntese das transferências de água no cenário atual,revelando que cerca de 64,96 milhões de m3/ano se transferem de uma bacia para outra,geralmente para atender as necessidades do abastecimento humano. Por outro lado,cerca de 1,1 bilhão de m3/ano são transferidos do São Francisco, na maior parte parasatisfazer as necessidades das áreas irrigadas. A figura 46 mostra as unidades deplanejamento importadoras e exportadoras de água.

As unidades de planejamento exportadoras de água são 8: UP1 – Goiana, UP2 –Capibaribe, UP3 – Ipojuca, UP4 – Sirinhaém, UP5 – Una, UP7 – Ipanema, UP15 – GL2e UP19 – GL6.

As unidades importadoras de outra UP são 11: UP1 – Goiana, UP2 – Capibaribe, UP3 –Ipojuca, UP4 – Sirinhaém, UP5 – Una, UP6 – Mundaú, UP7 – Ipanema, UP8 – Moxotó,UP14 – GL1, UP15 – GL2 e UP16 – GL3, das quais 7 são também exportadoras.

Importam água do São Francisco, 11 unidades de planejamento: UP9 – Pajeú, UP10 –Terra Nova, UP11 – Brígida, UP12 – Garças, UP13 – Pontal, UP22 – GI3, UP23 – GI4,UP24 – GI5, UP25 – GI6, UP26 – GI7 e UP27 – GI8.

SITUAÇÕES DEFICITÁRIAS

As atividades do homem se intensificam e se multiplicam com o desenvolvimentoeconômico e com o crescimento da população, o que origina um aumento progressivodas demandas de água. Como a potencialidade dos recursos hídricos permanece amesma, resta ao homem controlar melhor o seu aproveitamento. Quando esse controle

Page 161: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

161

Quadro 53 - Síntese das Importações e Transferências de Água no Cenário Atual

IMPORTAÇÃOTRANSFERÊNCIA OUTRAS UP's SÃO FRANCISCO TOTALUP

VALOR (m³/ano) DESTINO (UP) VALOR (m³/ano) ORIGEM (UP) VALOR (m³/ano) (m³/ano)

UP1-GOIANA 4.899.749 2 4.327.443 2, 19 - 4.327.443UP2-CAPIBARIBE 31.408.818 1, 3 14, 15 11.107.184 1, 3, 15 - 11.107.184UP3-IPOJUCA 7.000.749 2, 5, 7 12.974.679 2, 4, 7 - 12.974.679UP4-SIRINHAÉM 3.433.524 3, 5 697.073 5 - 697.073UP5-UNA 2.121.106 3, 4, 6 4.482.304 3, 4 - 4.482.304UP6 MUNDAÚ - 84.744 5 - 84.744UP7-IPANEMA 5.020.197 3, 8 2.705.078 3 - 2.705.078UP8-MOXOTÓ - 4.980.314 7 - 4.980.314UP9-PAJEÚ - - 976.497 976.497UP10-TERRA NOVA - - 5.041.169 5.041.169UP11-BRÍGIDA - - 29.059.583 29.059.583UP12-GARÇAS - - 24.000.000 24.000.000UP13-PONTAL - - 290.149.940 290.149.940UP14-GL 1 - 4.147.200 2 - 4.147.200UP15-GL 2 6.941.251 2, 16 18.364.471 2 - 18.364.471UP16-GL 3 - 1.090.568 15 - 1.090.568UP17-GL 4 - - - -UP18-GL 5 - - - -UP19-GL 6 4.135.664 1 - - -UP20-GI 1 - - - -UP21-GI 2 - - - -UP22-GI 3 - - 102.693.433 102.693.433UP23-GI 4 - - 78.664.087 78.664.087UP24-GI 5 - - 43.187.897 43.187.897UP25-GI 6 - - 20.344.010 20.344.010UP26-GI 7 - - 75.930.831 75.930.831UP27-GL 8 - - 452.075.078 452.075.078UP28-GL 9 - - - -UP29-FERNANDO DE NORONHA - - - -

TOTAL 64.961.058 64.961.058 1.122.122.525 1.187.083.583

Page 162: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

162

FIGURA 46 - TRANSFERÊNCIA DE ÁGUA NO CENÁRIO ATUAL

Page 163: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

163

não existe ou é deficiente, ocorrem os déficits. Ante a constatação da escassez de água,deve-se fazer uma reflexão sobre as situações deficitárias.

Os resultados do balanço estão sintetizados nos quadros 54 a 56. Os déficits maiores sereferem aos saldos do tipo S2, que contemplam as demandas ecológicas e nenhumaproveitamento do retorno. A seguir, são feitas algumas observações sobre os resultadosdesses saldos.

Através do quadro 54 e figura 47, pode-se observar que, nas condições atuais, 8unidades de planejamento são deficitárias: UP3 – Ipojuca, UP6 – Mundaú, UP7 –Ipanema, UP8 – Moxotó, UP11 – Brígida, UP20 – GI1, UP23 – GI4 e UP27 – GI8,ocorrendo o maior déficit na UP8 – Moxotó. O total de déficit referente ao saldo S2assume o valor de 161,73 milhões de m3/ano.

O balanço do ano 2000 (quadro 55 e figura 48) mostra que, no cenário tendencial, isto é,permanecendo os padrões atuais de uso e controle dos recursos hídricos, o número deunidades deficitárias é ampliado de 8 para 14, juntando-se às unidades anteriores, 6novas unidades: UP12 – Garças, UP13 – Pontal, UP22 – GI3, UP24 – GI5, UP25 – GI6e UP26 – GI7, sendo o maior déficit registrado na UP13 – Pontal, seguindo-se a UP8 –Moxotó, UP27 – GI8 e UP25 – GI6. O déficit hídrico total acumulado passa de 161,73milhões para 855,75 milhões de m3/ano. No cenário desejável, admitindo um uso maisracional da água e um controle mais efetivo, uma das unidades (UP12 – Garças) deixade ser deficitária e os déficits das demais são diminuídos, totalizando 621,99 milhões dem3/ano.

No balanço do ano 2010 (quadro 56 e figura 49 ), no cenário tendencial, 20 unidades deplanejamento apresentam déficits hídricos, agregando-se às 14 unidades deficitárias dobalanço do ano 2000 , 6 novas unidades: UP9 – Pajeú, UP10 – Terra Nova, UP14 –GL1, UP15 – GL2, UP28 – GI9 e UP29 – Fernando de Noronha, totalizando um déficitacumulado de 1.993,70 milhões de m3/ano. Os maiores déficits se encontram nasunidades: UP13 – Pontal, UP27- GI8, UP18 – Moxotó, UP25 – GI6 e UP22 – GI3. Asituação é amenizada no cenário desejável, deixando de ser deficitárias 3 unidades deplanejamento: UP9 – Pajeú, UP10 – Terra Nova e UP14 – GL1, tendo as demaisunidades seus déficits diminuídos, totalizando 1.604,82 milhões de m3/ano.

ELIMINAÇÃO DOS DÉFICITS HÍDRICOS

Pode-se enfrentar as situações deficitárias aumentando-se as disponibilidades,ajustando-se as demandas ou adotando-se, simultaneamente, as duas alternativasanteriores.

Page 164: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

164

Quadro 54 – Síntese do Balanço dos Recursos Hídricos no Cenário Atual

DISPONIBILIDADES(106m3/ano)

DEMANDAS(106m3/ano)

SALDOS HÍDRICOS(106m3/ano)

UP PRÓPRIAS IMPORTADAS TOTAL PRÓPRIAS DE OUTRASBACIAS

TOTAL S1 S2 S3 S4

UP 1 - GOIANA 109,19 4,32 113,51 57,77 4,89 62,66 50,85 39,93 61,99 51,08UP 2 - CAPIBARIBE 481,89 11,11 493,00 139,79 31,41 171,20 321,80 273,61 335,38 287,19UP 3 - IPOJUCA 85,17 12,97 98,14 99,55 7,00 106,55 -8,41 -16,93 6,86 -1,66UP 4 - SIRINHAÉM 165,08 0,70 165,78 31,72 3,43 35,15 130,63 114,12 137,26 120,75UP 5 - UNA 295,00 4,48 299,48 76,16 2,12 78,28 221,20 191,70 234,11 204,61UP 6 - MUNDAÚ 12,97 0,85 13,82 24,32 - 24,32 -10,50 -11,80 -7,83 -9,13UP 7 – IPANEMA 24,21 2,71 26,92 24,64 5,02 29,66 -2,74 -5,17 -0,30 -2,72UP 8 – MOXOTÓ 78,76 4,98 83,24 167,91 - 167,91 -84,67 -92,50 -60,31 -68,13UP 9 - PAJEÚ 177,65 0,98 178,63 106,27 - 106,27 72,36 54,59 86,34 68,57UP 10 – TERRA NOVA 39,55 5,04 44,59 30,96 - 30,96 13,63 9,67 17,78 13,82UP 11 – BRÍGIDA 96,70 29,06 125,76 135,66 - 135,66 -9,90 -19,57 9,21 -0,46UP 12 – GARÇAS 18,23 24,00 42,23 25,79 - 25,79 16,44 14,62 20,06 18,24UP 13 – PONTAL 12,73 290,15 302,88 293,18 - 293,18 9,70 8,43 53,22 51,94UP 14 – GL 1 224,85 4,15 229,00 145,04 - 145,04 83,96 61,47 97,67 75,18UP 15 – GL 2 230,18 18,37 248,54 178,19 6,94 185,13 63,41 40,39 78,17 55,15UP 16 – GL 3 11,23 1,09 12,32 1,22 - 1,22 11,10 9,97 11,21 10,08UP 17 – GL 4 27,38 - 27,38 1,51 - 1,51 25,87 23,13 26,00 23,26UP 18 – GL 5 6,22 - 6,22 0,72 - 0,72 5,50 4,88 5,87 4,95UP 19 – GL 6 8,69 - 8,69 0,10 4,14 4,24 4,45 3,58 4,45 3,58UP 20 – GI 1 4,07 - 4,07 6,43 - 6,43 -2,36 -2,77 -1,79 -2,20UP 21 – GI 2 0,43 - 0,43 0,18 - 0,18 0,25 0,20 0,25 0,20UP 22 – GI 3 4,09 102,69 106,73 103,77 - 103,77 2,96 2,56 18,30 17,89UP 23 – GI 4 5,17 78,66 83,83 95,07 - 95,07 -11,24 -11,76 2,90 2,39UP 24 – GI 5 0,68 43,19 43,87 43,25 - 43,25 0,62 0,55 7,01 6,94UP 25 – GI 6 0,56 20,34 20,90 20,56 - 20,56 0,34 0,29 3,37 3,32UP 26 – GI 7 0,83 75,93 76,76 76,56 - 76,56 0,20 0,11 11,70 11,62UP 27 – GI 8 1,17 452,O7 453,24 454,36 - 454,36 -1,12 -1,23 68,11 67,99UP 28 – GI 9 0,49 - 0,49 0,35 - 0,35 0,13 0,09 0,13 0,09UP29 – F. DE NORONHA 0,16 - 0,16 0,13- 0,13 0,03 0,02 0,05 0,03

Page 165: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

165

FIGURA 47 - DÉFICIT HÍDRICO NO CENÁRIO ATUAL (SALDO S2)

Page 166: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

166

Quadro 55 – Síntese do Balanço dos Recursos Hídricos no Ano 2000 com as Disponibilidades Atuais

DISPONIBILIDADES ATUAIS(106m3/ano)

DEMANDAS NO ANO 2000(106m3/ano)

SALDOS HÍDRICOS NO ANO 2000(106m3/ano)

Próprias De outras bacias Total Cenário Tendencial Cenário DesejávelUP

Próprias Importadas TotalC. TEN. C. DES. C. TEN. C. DES. C. TEN. C. DES. S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4

UP 1 - GOIANA 109,19 4,32 113,51 62,57 55,71 4,89 4,89 67,46 60,60 46,06 35,14 57,77 48,85 52,91 41,99 63,83 52,91UP 2 - CAPIBARIBE 481,89 11,11 493,00 148,38 125,65 31,41 31,41 179,79 157,06 313,21 265,02 327,56 279,37 335,94 287,75 347,92 299,73UP 3 - IPOJUCA 85,17 12,97 98,14 114,67 98,42 7,00 7,00 121,67 105,42 -23,53 -32,04 -6,04 -14,56 -7,28 -15,80 8,23 -0,28UP 4 - SIRINHAÉM 165,08 0,70 165,78 34,50 30,96 3,43 3,43 37,93 34,39 127,85 11,34 134,83 118,33 131,38 114,88 137,92 121,41UP 5 - UNA 295,00 4,48 299,48 83,35 73,54 2,12 2,12 85,47 75,66 214,01 184,51 227,83 198,33 223,82 194,32 236,42 206,92UP 6 - MUNDAÚ 12,97 0,85 13,82 28,86 24,65 - - 28,86 24,65 -15,04 -16,34 -11,88 -13,17 -10,83 -12,13 -8,16 -9,45UP 7 – IPANEMA 24,21 2,71 26,92 29,24 26,42 5,02 5,02 34,26 31,44 -7,34 -9,76 -4,35 -6,77 -4,53 -6,95 -1,87 -4,29UP 8 – MOXOTÓ 78,76 4,98 83,24 202,05 181,77 - - 202,05 181,77 -118,81 -126,64 -89,41 -97,23 -98,53 -106,36 -72,07 -79,89UP 9 - PAJEÚ 177,65 0,98 178,63 131,06 117,89 - - 131,06 117,89 47,56 29,80 64,91 47,14 60,74 42,97 76,29 58,52UP 10 – TERRA NOVA 39,55 5,04 44,59 36,08 32,32 - - 36,08 32,32 8,51 4,56 13,37 9,42 12,27 8,31 16,61 12,65UP 11 – BRÍGIDA 96,70 29,06 125,76 166,81 150,05 - - 166,81 150,05 -41,05 -50,72 -17,41 -27,08 -24,29 -33,96 -3,06 -12,73UP 12 – GARÇAS 18,23 24,00 42,23 43,55 39,62 - - 43,55 39,62 -1,32 -3,14 4,93 3,11 2,61 0,78 8,27 6,45UP 13 – PONTAL 12,73 290,15 302,88 555,86 500,51 - - 555,86 500,51 -252,96 -254,25 -170,13 -171,40 -197,63 -198,90 -123,07 -124,34UP 14 – GL 1 224,85 4,15 229,00 159,70 132,78 - - 159,70 132,78 69,30 46,81 84,20 61,71 96,21 73,73 108,42 85,94UP 15 – GL 2 230,18 18,37 248,54 199,15 171,70 6,94 6,94 206,09 178,64 42,45 19,43 58,42 35,40 69,90 46,88 83,10 60,08UP 16 – GL 3 11,23 1,09 12,32 1,33 1,09 - - 1,33 1,09 11,00 9,87 11,11 9,99 11,23 10,11 11,33 10,20UP 17 – GL 4 27,38 - 27,38 1,59 1,38 - - 1,59 1,38 25,79 23,05 25,93 23,19 26,00 23,26 26,11 23,38UP 18 – GL 5 6,22 - 6,22 0,76 0,65 - - 0,76 0,65 5,46 4,84 5,53 4,91 5,57 4,95 5,63 5,01UP 19 – GL 6 8,69 - 8,69 0,11 0,11 4,14 4,14 4,25 4,25 4,44 3,57 4,44 3,57 4,44 3,57 4,44 3,57UP 20 – GI 1 4,07 - 4,07 7,21 6,36 - - 7,21 6,36 -3,14 -3,55 -2,49 -2,90 -2,29 -2,70 -1,75 -2,16UP 21 – GI 2 0,43 - 0,43 0,21 0,21 - - 0,21 0,21 0,22 0,18 0,22 0,18 0,22 0,18 0,22 0,18UP 22 – GI 3 4,09 102,69 106,73 188,17 169,70 - - 188,17 169,70 -81,44 -81,84 -53,47 -53,87 -62,97 -63,37 -37,76 -38,16UP 23 – GI 4 5,17 78,66 83,83 111,83 100,82 - - 111,83 100,82 -28,00 -28,52 -11,36 -11,88 -16,99 -17,51 -1,99 -2,51UP 24 – GI 5 0,68 43,19 43,87 52,30 47,01 - - 52,30 47,01 -8,43 -8,50 -0,70 -0,77 -3,14 -3,21 3,81 3,74UP 25 – GI 6 0,56 20,34 20,90 129,38 116,46 - - 129,38 116,46 -108,48 -108,54 -89,13 -89,19 -95,55 -95,61 -78,14 -78,20UP 26 – GI 7 0,83 75,93 76,76 93,25 84,14 - - 93,25 84,14 -16,49 -16,57 -2,46 -2,55 -7,38 -7,46 5,29 5,20UP 27 – GI 8 1,17 452,O7 453,24 568,46 511,15 - - 568,46 511,15 -115,22 -115,34 -28,56 -28,68 -57,91 -58,03 20,32 20,21UP 28 – GI 9 0,49 - 0,49 0,39 0,39 - - 0,39 0,39 0,09 0,04 0,09 0,04 0,09 0,04 0,09 0,04UP 29 – F. DE NORONHA 0,16 - 0,16 0,15 0,12 - - 0,15 0,12 0,01 0,00 0,03 0,01 0,04 0,02 0,05 0,03

Page 167: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

167

FIGURA 48 - DÉFICIT HÍDRICO NO ANO 2000 (SALDO S2)

Page 168: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

168

Quadro 56 – Síntese do Balanço dos Recursos Hídricos no Ano 2010 com as Disponibilidades Atuais

DISPONIBILIDADES ATUAIS(106m3/ano)

DEMANDAS NO ANO 2010(106m3/ano)

SALDOS HÍDRICOS NO ANO 2010(106m3/ano)

Próprias De outras bacias Total Cenário Tendencial Cenário DesejávelUP

Próprias Importadas Total C. TEN. C. DES. C. TEN. C. DES. C. TEN. C. DES. S1 S2 S3 S4 S1 S2 S3 S4UP 1 - GOIANA 109,19 4,32 113,51 69,19 61,42 4,89 4,89 74,08 66,31 39,43 28,51 52,00 41,08 47,20 36,28 58,86 47,94UP 2 - CAPIBARIBE 481,89 11,11 493,00 189,76 161,05 31,41 31,41 221,17 192,46 271,83 223,64 290,07 241,88 300,54 252,35 315,79 267,60UP 3 - IPOJUCA 85,17 12,97 98,14 134,73 115,88 7,00 7,00 141,73 122,88 -43,59 -52,11 -22,95 -31,47 -24,74 -33,26 -6,40 -14,91UP 4 - SIRINHAÉM 165,08 0,70 165,78 38,64 34,49 3,43 3,43 42,07 37,92 123,71 107,20 131,20 114,69 127,86 111,35 134,82 118,31UP 5 - UNA 295,00 4,48 299,48 94,68 83,27 2,12 2,12 96,80 85,39 202,68 173,18 218,06 188,56 214,09 184,59 228,04 198,54UP 6 - MUNDAÚ 12,97 0,85 13,82 33,52 28,70 - - 33,52 28,70 -19,70 -21,00 -15,91 -17,21 -14,88 -16,18 -11,65 -12,95UP 7 – IPANEMA 24,21 2,71 26,92 36,57 33,34 5,02 5,02 41,59 38,36 -14,67 -17,09 -10,79 -13,21 -11,44 -13,86 -7,95 -10,37UP 8 – MOXOTÓ 78,76 4,98 83,24 220,44 198,75 - - 220,44 198,75 -137,20 -145,03 -105,19 -113,01 -115,51 -123,33 -86,64 -94,46UP 9 - PAJEÚ 177,65 0,98 178,63 171,61 154,93 - - 171,61 154,93 7,01 -10,75 30,28 12,52 23,70 5,93 44,64 26,87UP 10 – TERRA NOVA 39,55 5,04 44,59 42,61 38,18 - - 42,61 38,18 1,98 -1,97 7,73 3,78 6,41 2,45 11,55 7,59UP 11 – BRÍGIDA 96,70 29,06 125,76 197,55 178,10 - - 197,55 178,10 -71,79 -81,46 -43,73 -53,40 -52,34 -62,01 -27,09 -36,76UP 12 – GARÇAS 18,23 24,00 42,23 47,48 42,92 - - 47,48 42,92 -5,25 -7,07 1,54 -028 -0,69 -2,52 5,41 3,59UP 13 – PONTAL 12,73 290,15 302,88 1.430,81 1.288,04 - - 1.430,81 1.288,04 -1.127,90 -1.129,20 -913,90 -915,20 -985,20 -986,40 -792,60 -793,80UP 14 – GL 1 224,85 4,15 229,00 207,83 173,36 - - 207,83 173,36 21,17 -1,31 39,84 17,36 55,64 33,15 70,86 48,38UP 15 – GL 2 230,18 18,37 248,54 270,04 235,74 6,94 6,94 276,98 242,68 -28,44 -51,46 -9,01 -32,03 5,86 -17,16 21,83 -1,18UP 16 – GL 3 11,23 1,09 12,32 1,47 1,21 - - 1,47 1,21 10,85 9,73 10,98 9,86 11,11 9,99 11,22 10,10UP 17 – GL 4 27,38 - 27,38 1,74 1,52 - - 1,74 1,52 25,64 22,90 25,78 23,05 25,86 23,12 25,98 23,25UP 18 – GL 5 6,22 - 6,22 0,85 0,72 - - 0,85 0,72 5,37 4,75 5,45 4,83 5,50 4,87 5,57 4,95UP 19 – GL 6 8,69 - 8,69 0,14 0,14 4,14 4,14 4,27 4,27 4,42 3,55 4,42 3,55 4,42 3,55 4,42 3,55UP 20 – GI 1 4,07 - 4,07 8,14 7,22 - - 8,14 7,22 -4,07 -4,48 -3,34 -3,75 -3,15 -3,55 -2,53 -2,94UP 21 – GI 2 0,43 - 0,43 0,25 0,25 - - 0,25 0,25 0,18 0,14 0,18 0,14 0,18 0,14 0,18 0,14UP 22 – GI 3 4,09 102,69 106,73 210,13 189,68 - - 210,13 189,68 -103,40 -103,80 -72,19 -72,59 -82,95 -83,35 -54,78 -55,19UP 23 – GI 4 5,17 78,66 83,83 131,81 118,87 - - 131,81 118,87 -47,98 -48,50 -28,37 -28,89 -35,04 -35,56 -17,35 -17,87UP 24 – GI 5 0,68 43,19 43,87 63,16 56,78 - - 63,16 56,78 -19,30 -19,37 -9,95 -10,02 -12,91 -12,98 -4,51 -4,58UP 25 – GI 6 0,56 20,34 20,90 134,66 121,21 - - 134,66 121,21 -113,76 -113,81 -93,63 -93,68 -100,30 -100,36 -82,19 -82,24UP 26 – GI 7 0,83 75,93 76,76 113,43 102,41 - - 113,43 102,41 -36,67 -36,75 20,05 19,96 -25,65 -25,74 -10,15 -10,23UP 27 – GI 8 1,17 452,O7 453,24 601,55 541,60 - - 601,55 541,60 -148,31 -148,43 -55,23 -55,35 -88,36 -88,48 -4,07 -4,19UP 28 – GI 9 0,49 - 0,49 0,46 0,46 - - 0,46 0,46 0,02 -0,03 0,02 -0,03 0,02 -0,03 0,02 -0,03UP29 – F. DE NORONHA 0,16 - 0,16 0,23 0,19 - - 0,23 0,19 -0,07 -0,08 -0,04 -0,06 -0,03 -0,05 -0,01 -0,03

Page 169: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

169

FIGURA 49 - DÉFICIT HÍDRICO NO ANO 2010 (SALDO S2)

Page 170: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

170

Aumento das Disponibilidades

As disponibilidades de água de cada unidade de planejamento podem ser aumentadasmediante ativação de suas próprias potencialidades ou através de transposição de águade outra unidade ou do rio São Francisco.

O segundo estágio do balanço procurou analisar como compensar os déficits hídricos ouevitar que eles aconteçam, mediante aumento das disponibilidades hídricas. O quadro57 mostra as necessidades de ativação das potencialidades de cada UP ou de importaçãode água de outras UP’s ou do rio São Francisco, até o ano 2010, para compensar o saldoS2, que leva em conta a demanda ecológica e nenhum aproveitamento do retorno.

Observa-se que, até o ano 2000, no cenário tendencial, faz-se necessário aumentar asdisponibilidades totais de um valor de 898,22 milhões de m3/ano, sendo 394,33 milhõesde m3/ano, por ativação das potencialidades de cada bacia, e de 503,89 milhões dem3/ano por transferência do rio São Francisco. São 14, as unidades de planejamento quenecessitam aumentar suas disponibilidades até o ano 2000: UP3 – Ipojuca, UP6 –Mundaú, UP7 – Ipanema, UP8 – Moxotó, UP11 – Brígida, UP12 – Garças, UP13 –Pontal, UP20 – Grupo de Bacias de Pequenos Rios Interiores GI1 e UP22 a UP27 –Grupos de Bacias de Pequenos Rios Interiores GI3 a GI8, respectivamente, das quais 7unidades, compreendendo a UP13 e UP22 a UP27, necessitam importar água do SãoFrancisco. Deve-se esclarecer que as unidades de planejamento UP8 – Moxotó, UP10 –Terra Nova, UP11 – Brígida, UP12 – Garças e UP13 – Pontal já atingiram, ao nível dasestimativas realizadas, o máximo de ativação possível (disponibilidade virtual) emrelação às águas superficiais, sendo os valores assinalados no quadro 57, para essasunidades, correspondentes à ativação das potencialidades de águas subterrâneas.

Entre os anos 2000 e 2010, no cenário tendencial, o aumento previsto dasdisponibilidades é de um valor de 1.153,37 milhões de m3/ano, dos quais 165,08milhões de m3/ano por ativação das potencialidades e 988,29 milhões de m3/ano portransferência do rio São Francisco. Para 19 unidades de planejamento, foi previsto oaumento das disponibilidades hídricas, juntando-se às anteriores as seguintes unidades:UP9 – Pajeú, UP10 – Terra Nova, UP14 – Grupo de Bacias de Pequenos RiosLitorâneos GL1, UP15 – Grupo de Bacias de Pequenos Rios Litorâneos GL2 e UP28 -Grupo de Bacias de Pequenos Rios Interiores GI9. A UP29 – Fernando de Noronha,com déficit hídrico previsto para o ano 2010, apresenta dificuldades para aumento desuas disponibilidades, fazendo-se importante um rigoroso ajuste das demandas.Necessitam importar água do São Francisco 8 unidades: UP12, UP13 e UP22 a UP27.

Ajuste das Demandas

O ajuste das demandas pode ser feito diminuindo-se perdas e desperdícios e operando-se racionalmente os sistemas de captação, condução e distribuição de água,

Page 171: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

171

particularmente as redes de abastecimento humano e de irrigação. Esse ajuste resolve,muitas vezes, algumas situações específicas de déficits hídricos mas é normalmenteutilizado de forma combinada com o aumento das disponibilidades, quando os déficitssão muito grandes. O saldo S2 no cenário desejável dos anos 2000 e 2010 levou emconta a combinação desses fatores, podendo-se verificar, através do quadro 57, que asnecessidades de aumento das disponibilidades diminuíram, deixando de existir para aUP12, no ano 2000, e para a UP9, UP10 e UP14, no ano 2010.

Outras Considerações

Uma forma indireta de aumentar as disponibilidades hídricas é através doaproveitamento do retorno, isto é, do reuso da água. No balanço realizado, o saldo S4 éformado pelo saldo S2 mais 50% do retorno. Analisando os resultados, observa-se queos déficits hídricos fornecidos pelo saldo S2, no ano 2000, sofrem uma redução de 39 e43%, nos cenários tendencial e desejável, respectivamente, quando se considera oaproveitamento de 50% do retorno (saldo S4). No ano 2010, essas reduções são de 28%no cenário tendencial e 29% no cenário desejável.

CONTROLE DOS RECURSOS HÍDRICOS

O controle dos recursos hídricos é uma forma de evitar os conflitos de aproveitamento,mediante a operação racional de reservatórios e sistemas de distribuição de água; ocontrole da poluição hídrica; o controle de cheias e inundações; o controle de erosão e ogerenciamento de bacias hidrográficas.

Operação Racional dos Reservatórios

A operação racional dos reservatórios e dos sistemas de distribuição de água é a maneiramais indicada para resolver os problemas inerentes ao uso múltiplo dos recursoshídricos. A formação de conselhos de usuários é um passo importante para a elaboraçãodos planos de operação levando em conta as necessidades de cada usuário.

No Estado, já foram instalados os conselhos de usuários dos açudes Rosário e Brotas, nabacia do rio Pajeú; Poço da Cruz, na bacia do Moxotó; Bituri, na bacia do Ipojuca eIngazeira, na bacia do Ipanema, estando em formação os conselhos dos açudes Chapéu,na bacia do Brígida, e Jazigo e Cachoeira II, na bacia do Pajeú.

A operação racional dos reservatórios e sistemas permitirá não só eliminar os conflitosde uso mas, também, aumentar a eficiência na distribuição de água.

Page 172: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

172

Controle da Poluição Hídrica

A poluição é uma das maiores causas de conflitos de uso da água, sendo o seu controleda maior importância, para não prejudicar o aproveitamento dos recursos hídricos pelosusuários situados a jusante dos pontos de lançamento dos efluentes. Esse controle é umaatribuição da Companhia Pernambucana de Meio Ambiente – CPRH. Das 1.020indústrias cadastradas pela companhia, apenas 113 foram consideradas geradoras deefluentes com carga orgânica potencial. Algumas vêm mantendo unidades de tratamentoque reduzem sobremaneira a carga efetiva que chega aos rios. Não fosse a fertirrigação,a colaboração dessas indústrias e o empenho da CPRH, a situação dos rios litorâneos,em relação à qualidade de suas águas, seria muito crítica.

Estimou-se a carga poluidora potencial em cerca de 1,4 mil toneladas de DBO/dia que,por ocasião da entressafra da indústria sucroalcooleira cai para aproximadamente 63,6t.O maior potencial poluidor na situação de safra da indústria sucroalcooleira éatualmente encontrado na unidade de planejamento UP1 – Goiana, seguida da UP5 –Una, UP15 – GL2 (Grupo de Bacias de Pequenos Rios Litorâneos, onde se encontra oPirapama), UP4 – Sirinhaém e UP3 – Ipojuca. Em situação de entressafra, os Grupos deBacias de Pequenos Rios Interiores que deságuam no São Francisco, particularmenteaqueles relacionados com as unidades fabris de Petrolina (UP27 – GI8) e Santa Mariada Boa Vista (UP26 – GI7) apresentam um maior potencial poluidor. Além das baciascitadas, são também importantes as contribuições industriais nos rios Capibaribe (UP2),Timbó (UP14), Igarassu (UP14) e Jaboatão (UP15).

As cargas poluidoras remanescentes, isto é, aquelas que se supõe estarem sendoefetivamente lançadas aos corpos d’água, foram estimadas em 123,8 e 27,4t DBO/dia,nas duas situações de safra e entressafra, respectivamente, correspondendo, no primeirocaso, uma redução de 91% e , no segundo, de 57%. As maiores cargas remanescentessão encontradas nas bacias dos rios Una (UP5), Goiana (UP1), Ipojuca (UP3),Sirinhaém, afluentes do São Francisco e Jaboatão (UP15). Por ocasião de entressafra daagroindústria canavieira, o maior potencial poluidor efetivo fica instalado na bacia doIpojuca (UP3), seguindo-se a do Capibaribe (UP2), Jaboatão (UP15) e Paratibe (UP14),sem considerar algumas bacias industrializadas de afluentes do São Francisco.

Em relação aos efluentes domésticos, chega-se a uma carga poluidora potencial de 226tDBO/dia, que eqüivale aos esgotos sanitários de uma população de cerca de 4,3 milhõesde habitantes. A parcela efetiva de esgotos, cuja carga total é reduzida através de fossase tratamento, foi estimada em 167t DBO/dia, que corresponde a efluentes de umapopulação de cerca de 3,1 milhões de habitantes.

Nas zonas rurais, o desmatamento e a prática inadequada de manejo dos solosconcorrem para a perda de um considerável volume de solos orgânicos que, carreadoaos rios, provoca a turbidez da água e o assoreamento dos cursos d’água e reservatórios.Por sua vez, a agricultura irrigada com uso intensivo de agrotóxicos vem provocando atoxidade dos cursos d’água, já detectada em algumas áreas irrigadas.

Page 173: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

173

Controle de Cheias e Inundações

No Estado de Pernambuco, os problemas de enchentes atingem fundamentalmente aregião metropolitana, destacando-se as bacias dos rios Capibaribe, Beberibe, Jaboatão,Tejipió e Camaragibe, e algumas áreas urbanas da zona da Mata e Agreste. Asenchentes de conseqüências mais graves ocorreram no baixo rio Capibaribe, atingindoas cidades de Recife e São Lourenço da Mata.

A cheia de agosto de 1970 veio evidenciar a necessidade de um plano de drenagem paraa cidade do Recife, considerando os efeitos de chuvas intensas locais, responsáveispelas enchentes dos rios Tejipió e Beberibe, cujas bacias de pequeno tempo deconcentração são capazes de provocar sérias inundações. Na área do Beberibe, os efeitode suas enchentes fazem-se sentir no município de Olinda.

A retificação da calha do Capibaribe na cidade do Recife, ainda em processo deexecução, assegurará uma vazão sem extravasamento, da ordem de 700m3/s. Aconstrução da barragem de Jucazinho, no município de Surubim, sobre o rio Capibaribe,atenuará as enchentes nas cidades de Limoeiro e Salgadinho, e melhorará o sistema deproteção de Recife.

Uma das medidas não estruturais de atenuação dos efeitos de enchentes é a montagemde um sistema de previsão de cheias a partir do monitoramento de estações da redefluviométrica básica de uma bacia. No Estado de Pernambuco, foi consideradoprioritário o monitoramento do rio Capibaribe e dos seus afluentes Goitá e Tapacurá. Arede telemétrica prevista compreende as estações fluviométricas de São Lourenço daMata, Paudalho, Limoeiro e Toritama sobre o rio Capibaribe e os reservatórios de Goitá,Tapacurá e Carpina. O sistema foi desenvolvido pela Secretaria de Ciência, Tecnologiae Meio Ambiente – SECTMA, com a participação de uma empresa local deequipamentos eletrônicos.

Controle de Erosão

A produção de sedimentos de uma bacia é um dos fatores reveladores da transformaçãofísica da mesma, em decorrência da erosão. Essa transformação depende de múltiplosfatores, tais como, clima, geologia superficial, solos, relevo e cobertura vegetal. Não sedispõe, no Estado, de estudos que permitam avaliar a produção de sedimentos e suainfluência sobre as obras hidráulicas nas diversas bacias.

O manejo adequado dos solos agricultáveis e a recuperação e preservação da coberturavegetal são medidas que vêm sendo recomendadas mas sua implementação fica muitoaquém do que seria recomendável. O monitoramento dos açudes construídos nas bacias,incluindo o levantamento batimétrico sistemático da bacia hidráulica, poderia fornecersubsídios valiosos para estimativa da produção de sedimentos.

Page 174: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

174

Gerenciamento de Bacias Hidrográficas

O gerenciamento de bacias hidrográficas, dentro do principio de gestão participativa, é amaneira mais eficiente de enfocar, conjuntamente, todos os problemas relacionados como aproveitamento dos recursos hídricos das bacias.

O programa de gestão participativa foi implantado em Pernambuco a partir de julho de1997, com o objetivo de criar condições e instrumentos efetivos para o gerenciamentointegrado e descentralizado, com a participação dos usuários, através de comitês debacias e conselhos de usuários, estes já referidos anteriormente. O Comitê de BaciaHidrográfica – COBH do rio Pirapama já foi constituído, encontrando-se em processode formação os comitês das bacias dos rios Moxotó e Pajeú.

Page 175: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

175

Quadro 57 – Necessidade de Aumento das Disponibilidades para o Saldo S2

AUMENTO DAS DISPONIBILIDADES (106m3/ano) Até 2000 2000 a 2010

CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVEL CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO DESEJÁVELUPPRÓPRIA UP S. FRANCISCO PRÓPRIA UP S. FRANCISCO PRÓPRIA UP S. FRANCISCO PRÓPRIA UP S. FRANCISCO

UP 1 - GOIANA - - - - - - - -UP 2 - CAPIBARIBE - - - - - - - -UP 3 – IPOJUCA 35,60 - 17,55 - 22,30 - 19,40 -UP 4 - SIRINHAÉM - - - - - - - -UP 5 - UNA - - - - - - - -UP 6 - MUNDAÚ 19,09 - 14,42 - 5,18 - 4,50 -UP 7 – IPANEMA 10,85 - 7,72 - 8,14 - 7,68 -UP 8 – MOXOTÓ 143,15 - 121,28 - 19,32 - 17,64 -UP 9 - PAJEÚ - - - - 11,94 - - -UP 10 – TERRA NOVA - - - - 2,19 - - -UP 11 – BRÍGIDA 56,36 - 37,73 - 34,15 - 31,17 -UP 12 – GARÇAS 3,49 - - - 2,17 1,98 2,80 -UP 13 – PONTAL 7,17 247,80 7,17 192,45 - 874,96 - 787,53UP 14 – GL 1 - - - - 1,46 - - -UP 15 – GL 2 - - - - 57,17 - 19,06 -UP 16 – GL 3 - - - - - - - -UP 17 – GL 4 - - - - - - - -UP 18 – GL 5 - - - - - - - -UP 19 – GL 6 - - - - - - - -UP 20 – GI 1 3,95 - 3,00 - 1,03 - 0,95 -UP 21 – GI 2 - - - - - - - -UP 22 – GI 3 51,52 35,47 51,52 17,01 - 21,97 - 19,98UP 23 – GI 4 29,73 1,76 19,45 - - 19,98 10,28 8,80UP 24 – GI 5 8,02 1,28 3,57 - - 10,86 4,45 5,76UP 25 – GI 6 6,35 102,82 6,35 89,90 - 5,27 - 4,75UP 26 – GI 7 9,13 8,35 8,29 - - 20,18 0,84 17,52UP 27 – GI 8 9,92 106,.41 9,92 49,10 - 33,09 - 30,45UP 28 – GI 9 - - - - 0,03 - 0,03 -UP 29 – F. DE NORONHA - - - - - - - -

TOTAL 394,33 503,89 307,97 348,46 165,08 988,29 118,80 874,79

Page 176: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

176

DIRETRIZES, PROGRAMAS E AÇÕES

O futuro do aproveitamento dos recursos hídricos, assim como a responsabilidade defazer cumprir o Plano, é uma tarefa coletiva, na qual estão comprometidos igualmenteos poderes públicos e privados. O Plano é um conjunto de diretrizes, programas e açõescom os seguintes objetivos:

• definir a quantidade, qualidade e localização dos recursos hídricos do Estado;• satisfazer oportunamente as necessidades de água para os diversos fins;• promover o aproveitamento mais racional e eficiente dos recursos hídricos;• proteger as águas contra a ação do homem.

O aproveitamento dos recursos hídricos visa o desenvolvimento social e econômico doEstado, considerando o homem como a finalidade de toda ação e admitindo que aintervenção sobre os recursos hídricos deve procurar sempre a elevação do nível debem-estar da sociedade.

O Plano foi elaborado sobre hipóteses prospectivas do desenvolvimento econômico esocial, tendenciais e desejáveis, dentro da realidade do Estado. Essas hipóteses podemser ajustadas ao longo do tempo, pelo caráter dinâmico do Plano, que tem implícito suaperiódica atualização para adaptá-lo às circunstâncias. É um processo contínuo epermanente, de retroalimentação e revisão periódica e constante.

DIRETRIZES GERAIS

O Estado enfrenta muitos problemas inerentes ao aproveitamento dos recursos hídricos.À medida que se vai acelerando o desenvolvimento, os problemas vão sendo maiores eas soluções mais difíceis.

As diretrizes para o aproveitamento racional dos recursos hídricos contemplam osseguintes aspectos:

• abastecimento humano e animal• abastecimento industrial;• uso da água na agricultura;• compensação das situações deficitárias;• controle da poluição;• controle das inundações;• controle da erosão.

Page 177: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

177

• aumento das disponibilidades.

Diretrizes para o Abastecimento Humano e Animal

• O abastecimento humano e animal tem prioridade sobre qualquer outro tipo de uso.• Os sistemas de abastecimento devem cumprir sua função social mas, além disso,

devem gerar renda suficiente para permitir sua administração e garantir um serviçoeficiente.

• A população abastecida deve crescer a um ritmo tal que possa superar ocrescimento da população total, de forma a permitir que toda população sejaabastecida.

Diretrizes para o Abastecimento Industrial

• A utilização da água para as indústrias deverá ser considerada como um fator decusto das mesmas, já que os recursos hídricos têm um valor econômico e a indústriaexige um serviço de abastecimento que lhe assegure os volumes de água naquantidade e qualidade requeridas, com o compromisso de que seus efluentes nãoafetem a qualidade da água.

• A localização das indústrias deverá considerar, além das políticas dedesenvolvimento do Estado, o efeito que possa causar aos outros usuários da água,tanto pelos volumes a consumir como pelas conseqüências dos resíduos de seusefluentes.

• Deve-se sempre verificar a possibilidade, sem prejuízo do desenvolvimentoindustrial, de se reduzir as demandas, mediante um uso mais eficiente da água dentrodo processo, através de reutilização ou modificando o método de fabricação.

Diretrizes para Uso da Água na Agricultura

• Os aproveitamentos de água para irrigação deverão ser programados levando emconsideração as disponibilidades de água e as terras de boa qualidade.

• Deve-se procurar reduzir a relação entre a área bruta e a área líquida, com a melhorada eficiência da irrigação e o aumento do coeficiente de explotação da terra.

• A utilização de fertilizantes e defensivos agrícolas deve ser controlada para evitar apoluição dos corpos d’água.

Page 178: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

178

Diretrizes para Compensação das Situações Deficitárias

• A eliminação das situações deficitárias deve ser prevista com suficienteantecedência pois, ao ser caracterizada, a falta de água se converte em obstáculo aodesenvolvimento.

• As situações deficitárias poderão ser resolvidas mediante o aumento dasdisponibilidades ou mediante o ajuste das demandas.

• Quando, para resolver uma situação deficitária, se faça necessária a transferência deágua de uma unidade de planejamento hídrico para outra, terá que ser levado emconta não somente as necessidades da unidade receptora mas, também, a ocorrênciade excedentes na unidade supridora.

Diretrizes para Controle da Poluição

• O controle da poluição dos recursos hídricos deve considerar dois elementosimportantes: os corpos d’água, que constituem o objeto afetado, e os despejos,principais causadores da poluição.

• A qualidade da água nos corpos d’água não deve se constituir um fator limitante aosdiversos usos em decorrência de uma ação antrópica.

• Toda água residual de qualquer usuário não deve prejudicar a qualidade da água dosoutros usuários situados a jusante do ponto de lançamento.

• É da maior importância o conhecimento periódico das condições de qualidade doscorpos d’água.

Diretrizes para Controle das Inundações

• O problema de inundações no meio rural se caracteriza pela prevalência dos fatoresnaturais sobre os humanos, sociais e econômicos.

• No meio urbano, ao contrário, o problema de inundações tem grande influência dosfatores humanos, sociais e econômicos, que prevalecem sobre os naturais.

• Para combater os problemas decorrentes das inundações, é preciso conciliar osconflitos sociais com os econômicos e as medidas corretivas (estruturais) com aspreventivas (não estruturais).

• Entre as medidas de natureza preventiva estão a regulamentação e fiscalização daocupação das áreas inundáveis e a instalação e aperfeiçoamento de um sistema dealerta.

• As medidas corretivas decorrem da necessidade de adequação da ocupação atual,que reflete a imprudência do homem no passado, ao ocupar áreas potencialmenteinundáveis, por falta de uma política preventiva ou de sua fiscalização. Entre essas

Page 179: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

179

medidas estão a construção de barragens de contenção de cheias, diques, redes dedrenagem, retificação de cursos d’água, etc., que implicam em grandes inversões.

Diretrizes para Controle da Erosão

• O processo erosivo deve ser combatido em razão de ser a quantidade de materialsólido que a água transporta um dos fatores que podem limitar o aproveitamento dosrecursos hídricos, afetando a vida útil das obras hidráulicas.

• Os processos erosivos dependem de múltiplos fatores, tais como, clima, geologiasuperficial, relevo, cobertura vegetal e ação do homem.

• Como praticamente não existem informações sobre o transporte de sedimentos nasbacias, é impossível fazer uma avaliação, ficando evidenciada a necessidade demedições sistemáticas para conclusões futuras.

• O homem não pode modificar o clima nem a geologia superficial mas podeinfluenciar sobre os efeitos provocados pelo relevo e cobertura vegetal. Por issodeve-se combater a degradação da cobertura vegetal e o aproveitamento de solos emrelevo ondulado sem um manejo adequado.

Diretrizes para Aumento das Disponibilidades

• Deverão ser realizados estudos das diferentes bacias hidrográficas do Estado, paraverificar as reais condições físicas de intervenção para aumento dasdisponibilidades.

• O aproveitamento conjunto de águas superficiais e subterrâneas, a reutilização daságuas servidas e a dessalinização são formas de se conseguir um incremento dasdisponibilidades.

• Onde os recursos hídricos não forem abundantes, deve-se considerar a reutilizaçãodas águas servidas como uma das possibilidades para obtenção de maioresbenefícios.

Em função dos déficits hídricos constatados e previstos e das deficiências no uso econtrole dos recursos hídricos, faz-se necessário propor, além dessas diretrizes geraisacima mencionadas, programas e ações visando um melhor aproveitamento dos recursoshídricos. Algumas providências já foram tomadas pelos diversos órgãos executores, queconstituem ações isoladas, sem uma coordenação unificada e sem um estudo maiselaborado da bacia hidrográfica como um todo.

O quadro 58 mostra um levantamento das obras hidráulicas em execução no Estado,enquanto o quadro 59 apresenta a relação das barragens projetadas e ainda nãoconstruídas. Além dessas obras, que permitem ampliar a oferta de água para os diversosfins, outras ações são também importantes. Para que as obras possam atingir o efeitodesejado, é preciso que os locais de sua implantação sejam selecionados dentro de

Page 180: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Page 181: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

181

Quadro 58 – Levantamento das Obras em Execução no Estado de Pernambuco

BARRAGENSAgosto/98

VOLUME DEACUMULAÇÃONO

ORDEMNOME DA

BARRAGEMMUNICÍPIO BACIA

(m³)FINALIDADE DATA DE

CONCLUSÃOÓRGÃO

EXECUTOR1 gazeira ngazeira P 9 - Pajeú 49.000.000erenização do rio Pajeú 07/99 DNOCS2 achoeira upi/Jucati/São João P 6 - Mundaú 4.000.000 bast. d'água/perenização/irrigação de 150 ha 03/99 DNOCS3 apato anharó P 3 - Ipojuca 577.000eforço abastecimento Sanharó 11/98 DNOCS4 iacho do Cavalo arnamirim P 11 -

rígida16.200 bastecimento humano/animal e irrigação - CODEVASF

5 ngico acuruba P 23 - GI-4 11.500 bastecimento humano/animal e irrigação - CODEVASF6 onitinho onito P 5 - Una bastecimento d'água e irrigação - COMPESA7 osas esqueira P 7 –

anemaeforço abastecimento d'água - COMPESA

8 iúma imbaúba P 1 - Goiana bastecimento d'água - COMPESA9 rata onito P 5 - Una 40.000.000 bastecimento d'água de Caruaru - COMPESA

10 humas aranhuns P 6 - Mundaú eforço abast. d'água (ampliação concluída) - COMPESA11 rubu algueiro P 10 – Terra

ova2.034.000equena irrigação e abastecimento rural - EMATER

12 tio Traíras ão José do Belmonte P 9 - Pajeú 2.992.000 bastecimento rural e irrigação EMATER13 ajarana aranhuns/Capoeiras P 6 - Mundaú 2.594.000erenização do rio Canhoto - EMATER

AADUTORAS

NOME DAADUTORA

CAPTAÇÃO EXTENSÃO(km)

LOCALIDADESATENDIDAS

POPULAÇÀOBENEFICIADA

ÓRGÃOEXECUTOR

SITUAÇÃO

OESTE io São Francisco em Orocó/PE 722 7 em Pernambuco e 07 no Piauí 224.000 hab. DNOCS m execuçãoJUCAZINHO çude Antônio Gouveia Neto (Jucazinho) 243 0 municípios pernambucanos 600.000 hab. DNOCS iniciar em Ago/98

MOXOTÓ agoa de Itaparica 532 6 localidades no Sertão pernambucano 425.000 hab. DNOCS m licitação Ago/98

Page 182: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

182

Quadro 59 – Levantamento das Barragens Projetadas e Não Construídas – Fl. 1/2

NO

ORDEMNOME DA

BARRAGEMMUNICÍPIO BACIA VOLUME DE

ACUMULAÇÃO(m³)

FINALIDADE TIPO ÓRGÃORESPONSÁVEL

OBSERVAÇÃO

1 Quiriméia Escada UP 3 - Ipojuca 2.641.000 Abastecimento d'água de Escada Terra com sangradouro revestido COMPESA Projeto básico2 Mondé Altinho UP 5 - Una - Abastecimento d'água de Altinho Alvenaria de pedras COMPESA Proj. em andamento - Ampliação3 Machados Brejo da M. de Deus UP 2 - Capibaribe 14.637.362 Abastecimento de S. C. do Capibaribe Alvenaria de pedras e conc. rolado COMPESA Ampliação em concreto rolado4 Tabocas (Piaçá) Belo Jardim UP 2 - Capibaribe 1.167.944 Abastecimento d'água de Belo Jardim Terra com sangradouro revestido COMPESA Projeto básico5 Pau Ferro Quipapá UP 5 - Una 12.171.950 Abast. de Lajedo, Ibirajuba, etc. Concreto rolado COMPESA Projeto básico6 Duas Serras Poção UP 3 - Ipojuca 2.032.289 Abastecimento d'água de Poção Concreto rolado COMPESA Obra licitada não iniciada7 Primavera Primavera UP 4 - Sirinhaém 127.945 Abastecimento d'água de Primavera Terra com sangradouro revestido COMPESA Projeto básico

8 Mateus Vieira Taquaritinga do Norte UP 2 - Capibaribe 2.752.200 Vertentes e Taquaritinga do Norte Terra e sangradouro em canal aberto COMPESA Obra licitada não iniciada9 Jaboatão Jaboatão UP 3 - Ipojuca 44.650.000 Abastecimento d'água de Jaboatão Mista - Terra e enrocamento COMPESA Projeto básico

10 Água Fria Floresta UP 9 - Pajeú 5.700.000 Abastecimento de Carqueja e Água Fria Concreto Ciclópico EMATER11 Araçá Camaragibe UP 2 - Capibaribe 1.786.244 Reforço do Abast. da sede municipal Concreto Ciclópico EMATER12 Bandeira Tabira UP 9 - Pajeú 380.000 Abastecimento d'água Terra EMATER13 Barra Azul Bonito UP 5 - Una 11.177 Piscicultura/Irrigação Terra EMATER14 Barra do Liberal Sanharó UP 3 - Ipojuca 11.550.000 Contenção de Sais Alvenaria de pedras EMATER15 Belém Brejinho UP 9 - Pajeú 314.113 Abastecimento da sede municipal Alvenaria de pedras EMATER16 Cabanas Cachoeirinha UP 5 - Una 308.980 Abastecimento Cabanas Alvenaria de pedras EMATER17 Cafundó Alagoinha UP 3 - Ipojuca 5.160.000 Contenção de Sais Terra EMATER18 Caiçarinha da Penha Serra Talhada UP 9 - Pajeú 1.122.290 Abastecimento d'água Terra EMATER19 Calçados Calçados UP 5 - Una 672.030 - Terra EMATER20 Caldeirão Cabrobó UP 10 - Terra Nova 3.200.000 - Alvenaria de pedras EMATER

Page 183: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

183

Quadro 59 – Levantamento das Barragens Projetadas e não Construídas – Fl. 2/2

NO

ORDEMNOME DA

BARRAGEMMUNICÍPIO BACIA VOLUME DE

ACUMULAÇÃO(m³)

FINALIDADE TIPO ÓRGÃORESPONSÁVEL

OBSERVAÇÃO

21 Camelo São Bento do Una UP 5 - Una 1.034.209 - Terra EMATER22 Camila Paudalho UP 2 - Capibaribe 1.300.000 Abastecimento d'água Terra EMATER23 Cavaleiro Correntes UP 6 - Mundaú 150.000 Abastecimento d'água Terra EMATER24 Covas Pesqueira UP 3 - Ipojuca 1.110.000 Contenção de Sais Terra EMATER25 Feliciano Tabira UP 9 - Pajeú 290.000 Abastecimento d'água Terra EMATER26 Jatobá Tabira UP 9 - Pajeú 360.480 Abastecimento d'água Alvenaria de pedras EMATER27 Jucá Bezerros UP 2 - Capibaribe 1.190.970 - Alvenaria de pedras EMATER28 Mimoso São Bento do Una UP 5 - Una 4.400.000 Irrigação Terra EMATER29 Pedra de Fogo Arcoverde UP 7 - Ipanema 330.150 Irrigação Alvenaria de pedras EMATER30 Pedra do Sino Tabira UP 9 - Pajeú 280.000 Abastecimento d'água Alvenaria de pedras EMATER31 Piutá Sertânia UP 8- Moxotó 765.256 Abastecimento/Irrigação Alvenaria de pedras EMATER32 Poço Dantas Lagoa do Ouro UP 6 - Mundaú 1.500.000 Abastecimento/Irrigação Terra EMATER33 São José Floresta UP 9 - Pajeú 1.459.500 Abastecimento d'água Terra EMATER34 Vitória Vitória de Santo Antão UP 2 - Capibaribe 6.717.440 Abastecimento/Irrigação Concreto rolado EMATER35 Sto. Antônio de Lima Itapetim UP 9 - Pajeú 4.999.140 Abastecimento d'água - DNOCS36 Santo Agostinho Tuparetama UP 9 - Pajeú 12.920.000 Irrigação e perenização - DNOCS37 São Pedro Itapetim UP 9 - Pajeú 26.000.000 Abastecimento d'água - DNOCS

Page 184: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

184

critérios técnicos e os projetos sejam bem elaborados. As outras ações dizem respeito amedidas visando a ordenação e otimização do uso e controle dos recursos hídricos.

Quanto às obras projetadas, é preciso analisá-las em conjunto, por bacia hidrográfica,levando em conta as outras obras existentes em cada bacia e as contribuições que asnovas obras oferecem para o atendimento das demandas. Se as obras projetadas eaquelas em implantação são insuficientes para a solução dos déficits hídricos, outrassoluções precisam ser encontradas.

De qualquer maneira, deve-se considerar que um déficit hídrico pode ser minimizado,ou mesmo eliminado, com medidas não-estruturais, que visem o aproveitamentoracional da água, diminuindo-se perdas, desperdícios e exercendo maior controle naoperação e preservação dos recursos hídricos.

Para que os recursos hídricos possam atender melhor as necessidades da população edas atividades econômicas, alguns programas e ações precisam ser empreendidos. Osprogramas recomendados referem-se a obras e a medidas não-estruturais de interessepara o aproveitamento e gerenciamento dos recursos hídricos.

Em linhas gerais, esses programas visam:

∙ ampliar a oferta de água para atender as necessidades das demandas;∙ inibir o uso predatório dos recursos hídricos estimulando a operação racional

dos sistemas, a macro e a micro-medição;∙ estabelecer critério de uso das águas das bacias, harmonizando os interesses dos

diversos tipos de uso;∙ promover maior participação dos usuários nos processos de operação e

investimentos em infra-estruturas;∙ difundir, via campanha educativa, a necessidade do manejo conservacionista de

bacias hidrográficas e lençóis freáticos;∙ oferecer à população, no setor de saneamento, perfeitas condições de

salubridade nos sítio urbanos, através da oferta de água e adequado destino finaldos esgotos e do lixo , procurando-se simultaneamente preservar os mananciaishídricos;

∙ proporcionar no setor agrícola, a expansão das fronteiras irrigadas atuais, sejapor iniciativa do Governo, seja por iniciativa privada, com tecnologiaseficientes que evitem o desperdício e a contaminação dos mananciais hídricos elimitando-se a captação de água a quantidades que assegurem as necessidadesagrícolas mas sem prejudicar os ecossistemas a jusante.

Duas categorias de demandas de água merecem atenção especial na análise das medidasnecessárias para solução dos problemas hídricos: o abastecimento humano e a irrigação,a primeira por se tratar de um uso prioritário, a segunda por constituir um uso deelevada taxa de demanda e constituir uma atividade de grande importância paraampliação da produção agrícola do Estado e grande empregadora de mão de obra nocampo. A seguir, são apresentados os programas de aumento da oferta de água para

Page 185: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

185

abastecimento das localidades com déficits hídricos, de ampliação e racionalização daoferta de água para irrigação e de uso, preservação e controle dos recursos hídricos.

ABASTECIMENTO DAS LOCALIDADES COM DÉFICIT HÍDRICO

As possibilidades de aumento da oferta de água para abastecimento humano foramidentificadas com base em:

• estudos e projetos existentes;• projetos em negociação com organismos do Governo Federal e entidades

internacionais;• indicações apontadas pela COMPESA; e• indicações de mananciais superficiais e subterrâneos identificados durante os

estudos básicos realizados para o Plano Estadual de Recursos Hídricos.

Pelos estudos realizados, as localidades serão atendidas com águas da própria bacia oucom transferência de água de outras bacias, através de adutoras, tanto individuais comocoletivas. Algumas alternativas estão num estágio ainda indicativo, merecendo estudosconclusivos, daí porque o elenco de alternativas é apresentado para que seja apreciadopelas entidades que possam acrescer informações a serem consideradas nos estudoscomplementares. Algumas localidades não foram aqui indicadas, por já contarem comabastecimento d’água satisfatório ou por necessitarem de maiores informações, porémserão incluídas no programa de estudos complementares.

Diretrizes Específicas

Para pequenos povoados e distritos apresentam-se as seguintes diretrizes específicas,como alternativas para solução dos problemas de abastecimento d’água:

• Perfuração de poços profundos, em áreas situadas em bacias sedimentares;• Perfuração de poços em conjunto com dessalinizadores, em áreas situadas no

cristalino, quando as águas apresentarem teor salino elevado;• Implantação de barragens subterrâneas, em aluviões de grande extensão.

As diretrizes de impacto regional são dirigidas a projetos coletivos e de grandes núcleoshabitacionais, considerando novas concepções e obras em implantação ou projetadascom abrangência interbacias. Essas diretrizes visam:

• Uso das águas do rio São Francisco através de transposição que, no conceito atual,se inicia em Cabrobó e vai até os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Page 186: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

186

No trecho de Pernambuco está sendo estudado uma derivação destinada aos açudesChapéu e Entremontes;

• Implantação de grandes adutoras, como a adutora do Oeste. Um tramo dessa adutorainicia em Orocó e o outro em Petrolina. Abrange as bacias do Brígida, do Garças edo Pontal. O tramo com início em Orocó já se encontra em construção;

• Utilização das águas subterrâneas da chapada do Araripe e da bacia do Jatobá, coma perfuração de poços profundos, cuja solução deverá ser otimizada com atransposição de águas do rio São Francisco e adutora do Oeste;

• Uso do rio São Francisco como manancial para as localidades das bacias contíguas aeste rio e que lhe sejam próximas através de adutoras coletivas;

• Adequada gestão dos recursos hídricos, que já começa a ser implantada nos açudes enas principais bacias hidrográficas, para minimizar os conflitos por água atualmenteexistentes.

Ações Propostas para as Diversas Unidades de Planejamento Hídrico

• UP1 – Goiana

Nesta bacia não há problema de disponibilidade hídrica. O fator limitante noabastecimento das cidades são os sistemas de captação e adução.

Para Bom Jardim e João Alfredo, sugere-se a substituição dos atuais mananciais eampliação do sistema de captação a partir da barragem de Jucazinho.

Em Buenos Aires, encontra-se em construção uma barragem para reforço no sistema.Para abastecimento de Ferreiros, está em estudo um novo manancial e construção debarragem.

No município de Goiana, perfuração de novos poços possibilitarão o reforço do sistemade abastecimento na sede e distritos de Ponta de Pedras e Tejucupapo. Está prevista aimplantação do S.A.A. de Barra de Catuama e Carne de Vaca, através de poçoprofundo, e de Frecheiras.

Encontra-se em elaboração o projeto básico e estudos para melhoria do S.A.A. deCaricê e Ibiranga, no município de Itambé.

Para abastecimento de Timbaúba, prevê-se a construção de barragem no rio Tiúma, eestá em elaboração o projeto para melhoria dos S.A.A. de Cruanji e Livramento doTiúma.

Page 187: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

187

Em Vicência, está em elaboração o projeto básico para ampliação dos S.A.A. da sede edistrito de Murupê.

• UP2 – Capibaribe

A Barragem de Jucazinho atenderá as seguintes localidades: Surubim, Vertentes doLério, Toritama, Santa Maria do Cambucá, Frei Miguelinho, Vertentes, Salgadinho,Passira, Cumaru e Casinhas. Verificar a possibilidade de atendimento a Riacho dasAlmas, através de Jucazinho.

Está sendo ampliado o S.A.A. de Camaragibe através do Sistema Várzea do Una.

Em Carpina, houve reforço no sistema Pindoba, que será estendido até Lagoa do Carro,a partir do rio Tracunhaém,. Deve-se verificar a possibilidade de reforço noabastecimento de Lagoa do Itaenga.

Chã de Alegria será abastecida pelo novo S.A.A., a partir do riacho Irubas.

Para atendimento de Feira Nova, sugere-se a utilização da barragem de Glória do Goitá,com a gestão adequada.

Jataúba será atendida pela adutora do Congo, a partir da barragem do Cordeiro, noEstado da Paraíba.

Limoeiro terá acréscimo na oferta d’água através da implantação de uma estaçãoelevatória intermediária.

Para abastecimento de Taquaritinga do Norte, está prevista a construção da barragemMateus Vieira, havendo a possibilidade de atendimento através da barragem Jucazinho.

Santa Cruz do Capibaribe terá reforço no sistema, através da barragem Tabocas.Em Vitória de Santo Antão, está prevista a ampliação do S.A.A. através do sistemaPirapaminha, e implantação do S.A.A. no distrito de Outeiro.

Para ampliação da oferta d’água da Região Metropolitana do Recife, situada na bacia doCapibaribe e grupos de pequenas bacias GL1 e GL2, já estão definidos os seguintesmananciais: barragem do Pirapama, no rio Pirapama e barragem Engenho Pereira, no rioJaboatão.

Page 188: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

188

• UP 3 – Ipojuca

É importante verificar a possibilidade da adutora do Moxotó (projetada) ser estendidaaté Belo Jardim. O sistema de abastecimento de Belo Jardim, a partir do açude Bituri,será reforçado com a barragem Belo Jardim, já construída. Está prevista a construção dabarragem Piaçá, no rio Tabocas, para reforço do sistema Bituri. Existem projetos debarragens de contenção de sais, barrando os riachos Papagaio e Liberal, a fim demelhorar a qualidade da água da barragem Belo Jardim, em termos de salinidade.

Bezerros terá complementação prevista na captação dos açudes Boa Vista e Brejão, comfuturo reforço a partir de Jucazinho.

A oferta de água em Caruaru será ampliada através do sistema produtor do rio da Prata,em final de construção, e melhorias no sistema de Brejo do Buraco, com recuperação daadutora, com posterior reforço com a adutora de Jucazinho. Está prevista a ampliaçãodo sistema adutor de Vila Canaã e implantação do sistema adutor de Joá, ainda emCaruaru.

Para atendimento de Escada, está prevista a construção da barragem Quiriméia.

Em Gravatá, está prevista a construção das barragens de Amaraji e Vertente Doce, comas respectivas adutoras e implantação do S.A.A. de Russinhas.

Está prevista a construção da barragem Primavera para ampliação do S.A.A. dePrimavera.

Em Poção, está prevista a construção da barragem Duas Serras.

São Caetano poderá ter reforço no seu abastecimento a partir de Brejo do Buraco, queserá liberado por Caruaru com a entrada do sistema do Prata.

Sanharó será abastecida pela barragem do Sapato, em construção, a jusante da barragemjá existente.

Tacaimbó poderá ter reforço no seu atendimento a partir do sistema Bituri, que seráaliviado pelas localidades que deixarão de ser abastecidas por este manancial e serãoatendidas pelo sistema Pau Ferro.

• UP 4 – Sirinhaém

Nesta bacia não há problema de disponibilidade hídrica. O fator limitante noabastecimento das cidades são os sistemas de captação e adução.

Page 189: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

189

Em Barra de Guabiraba, está sendo ampliada a barragem de Bonito Grande eimplantado o S.A.A. de Nova Esperança.

Para Camocim de São Félix, está prevista a complementação do atendimento através dosistema de Cachoeira do Galo.

Está sendo implantado o S.A.A. de Insurreição, em Sairé.

É necessário identificar novos mananciais para reforço do atendimento a Gameleira eRibeirão.

Encontra-se em fase de elaboração projetos de ampliação dos S.A.A. de Sirinhaém,Barra, Santo Amaro e zonas turísticas pelo Projeto Costa Dourada.

• UP 5 – Una

Encontra-se em elaboração o projeto básico para ampliação do S.A.A. de Água Pretapara servir a sede do município e os distritos de Campos Frios e Santa Terezinha.

No município de Altinho, está prevista a ampliação da capacidade da barragem Mondé,para reforço no abastecimento.

Calçado, Lajedo, Jupi e Jucati serão atendidas pela Adutora do Pirangi, a partir dabarragem Pau Ferro (a construir) e S. Jaques (existente), em substituição ao atualsistema, a partir do açude Bituri. Quipapá terá reforço no S.A.A. com a construção dabarragem Pau Ferro.

Sugere-se verificar a possibilidade de utilização do sistema Pau Ferro também paraatendimento de Cachoeirinha e Jurema, a partir de Lajedo.

Em Bonito, encontra-se em execução a barragem de Bonitinho e ampliação do S.A.A.de Alto Bonito.

No município de Catende, está prevista a ampliação dos S.A.A. de Lage Grande e VilaRoçadinho.

Em Lagoa dos Gatos, está previsto o desassoreamento das barragens Godoia e Brejo dePontes.

Em São Joaquim do Monte, está sendo feita a ampliação do sistema, através dabarragem Caianinha, em construção.

Page 190: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

190

Existe projeto de um pequeno açude para atendimento de Cabanas, em Cachoeirinha,atualmente sem S.A.A..

• UP 6 – Mundaú

Encontra-se em andamento, pela SECTMA, o Plano Diretor de Recursos Hídricos daBacia do Mundaú, cuja finalidade, entre outras, é a identificação de novos mananciais.

Está sendo realizado o desassoreamento da barragem Quatis que abastece Angelim.

Para o reforço no abastecimento dos municípios de Correntes e Palmeirina, é necessáriopesquisar eixos barráveis para construção de novos açudes, já que a região apresentaaltos índices pluviométricos.

Encontra-se em andamento a barragem Cachoeira em Jupi/Jucati/São João, podendo-seanalisar a possibilidade de servir como reforço no abastecimento d’água de localidadespróximas.

Existe projeto da barragem Poço Dantas para reforço no atendimento de Lagoa do Ouro.

• UP 7 – Ipanema

A solução proposta para reforço no sistema de Águas Belas e Iati é através doprolongamento da Adutora da Bacia Leiteira, em Alagoas, cuja captação é no rio SãoFrancisco.

Em Alagoinha, está prevista a ampliação do sistema, a partir da barragem de Pão deAçúcar.

No município de Itaíba, o reforço será feito através de poços, em execução, na baciasedimentar do Jatobá, que atenderão também os distritos de Girau, Negras e Salgadinho.

Está prevista a elaboração de projeto e implantação de S.A.A. para atendimento de SãoFrancisco, no município de Pedra.

Para ampliação do sistema de Pesqueira, está prevista a construção da adutora paratrazer água do açude Pão de Açúcar, em negociação com o PROÁGUA/OECF, quetambém atenderá as localidades de Mutuca e Gravatá dos Gomes. Encontra-se emexecução a barragem Rosas e a ampliação do sistema Afetos-Pedra d’Água para reforçoem Pesqueira.

Page 191: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

191

Venturosa apresenta problemas de qualidade da água no açude Ingazeira, sendofundamental a gestão do uso da água do açude.

Saloá será beneficiada com novo sistema, em implantação, a partir de poço amazonasdo Brejo Velho.

• UP 8 – Moxotó

Está projetada a Adutora do Moxotó (DNOCS), com captação em Itaparica, passandopor Ibimirim, Arcoverde e seguindo para a Paraíba, com possibilidade deprolongamento até Belo Jardim.

Encontra-se em desenvolvimento pela CODEVASF o Projeto Arco-Íris, composto porcanais e barragens interligados, captando água do rio São Francisco na altura da cidadede Cabrobó, atravessando cerca de 200km no sentido leste-oeste até o açude Poço daCruz.

Custódia será abastecida a partir de poços na bacia de Fátima.

Distritos e povoados de Ibimirim serão atendidos por poços da bacia do Jatobá.

Manari será atendida por poço, já perfurado em área sedimentar situada ao norte da sededo município, prevendo-se a implantação do sistema adutor, já projetado.

Catimbau (Buíque) será atendida por poços, já perfurados, estando em implantação oS.A.A..

Arcoverde apresenta abastecimento com qualidade da água insuficiente. A solução é aadutora de Arcoverde, trazendo água subterrânea da região do Pioré (Ibimirim),negociada com o PROÁGUA/BIRD, que também atenderá os distritos de Cruzeiro doNordeste e Moderna.

Está prevista a elaboração de projeto e implantação de S.A.A.’s em diversas localidadesde Sertânia, a saber: Algodões, Caroalina, Cruzeiro do Nordeste, Henrique Dias,Moderna, Pernambuquinho e Pinto Ribeiro e, ainda, em Caraíbas (Arcoverde).

Em Tacaratu está prevista a ampliação do S.A.A., com perfuração de novos poços nasede e no distrito de Caraibeiras. Outra alternativa para esse município é a adução deágua do rio São Francisco.

Page 192: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

192

• UP 9 – Pajeú

Existem manchas sedimentares na bacia do Pajeú cuja água subterrânea pode serexplotada para o atendimento de localidades próximas, a saber: Mirandiba (112km2),São José do Belmonte (775km2), Betânia (187km2), Flores (250km2).

As localidades de Carnaíba, Canaã, Calumbi, Flores, Quixaba, Sítio dos Nunes eVarzinha podem ser atendidas por poços, a partir da bacia sedimentar de Flores,conforme projeto já existente.

As localidades de Betânia, São Caetano do Navio e Tauapiranga podem ser atendidaspor poços, a partir da bacia sedimentar de Betânia (170L/s), conforme Projeto CustódiaII, já elaborado e em negociação com o PROÁGUA/OECF.

Em Santa Cruz da Baixa Verde haverá reforço no sistema através de novos poços.

Bom Nome será atendida por poço, cuja execução está em início.

Carnaubeira da Penha e Tupanaci podem ser abastecidas pelo açude Serrinha ou porágua subterrânea de uma mancha sedimentar existente entre estas localidades.

Caiçarinha da Penha pode ser atendida por água subterrânea da bacia sedimentar deBetânia.

Existem projetos de açudes para abastecimento de várias localidades, a saber: Carqueja,Água Fria, Brejinho, Caiçarinha da Penha, Tabira, porém sem previsão de execução daobra.

Está prevista a implantação dos S.A.A. de Jericó (Triunfo), Santa Rita (Tuparetama),Carnaubeira da Penha (sede), Tupanaci (Mirandiba) e Caiçarinha da Penha (SerraTalhada).

Encontra-se em ampliação o S.A.A. de Triunfo.

Existem projetos das barragens de Ingazeira, Santo Agostinho e São Pedro quemerecem reanálise, em função das barragens já existentes no rio Pajeú, a fim de nãoprejudicar as atuais vazões regularizadas.

Já foram detectados problemas de qualidade da água em alguns açudes (Rosário,Brotas) da bacia pela presença de algas, quando o nível da água encontra-se baixo.

Alguns açudes já apresentam conflitos entre usuários (Rosário, Jazigo) ou há indicativosde futuros conflitos (Brotas, São José II, Cachoeira II,), sendo essencial a gestãoadequada dos recursos hídricos.

Page 193: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

193

• UP 10 – Terra Nova

O município de Cedro pode ser atendido por água subterrânea, uma vez que existe umamancha sedimentar ao redor desse município com uma capacidade em torno de 50L/s. Avazão média dos poços existentes é de 3,6m3/h, com hipótese de explotar o aqüíferoMauriti e produzir vazões maiores.

Na região leste da bacia, a água possui alta salinidade (riacho Ouricuri).

Está prevista a implantação de S.A.A.’s em Barra do Mulungu, Conceição das Crioulase Pau Ferro, no município de Salgueiro.

Está prevista a implantação de S.A.A.’s em Uri e Caroá, no município de Serrita.

Não se pode esquecer a possibilidade de atendimento com água do rio São Francisco,para as localidades próximas.

• UP 11 – Brígida

As duas soluções possíveis para atendimento do déficit hídrico nessa bacia são: águasubterrânea para as cidades situadas no norte da bacia (Araripina, Moreilândia, Ipubi,Granito, Exú) e Adutora do Oeste para o restante da bacia. A potencialidade de águasubterrânea na chapada do Araripe é de 7,7m3/s. No alto Brígida existe um poçoperfurado e instalado pelo Estado, executado pelo DNPM, com vazão de 130m3/h.

Em Granito está previsto a ampliação do sistema produtor através da construção dabarragem Lagoa Comprida.

No município de Ouricuri, encontra-se em execução a barragem Jacaré paraatendimento de Ouricuri e está prevista a implantação dos S.A.A. de Jacaré, Lopes,Passagem da Pedra, Santa Rita e Socorro.

No município de Serrita, prevê-se a implantação do S.A.A. de Ipuera.

• UP 12 – Garças

Está prevista a ampliação do sistema produtor de Santa Cruz e construção da adutora, apartir da barragem Paulo Coelho, para atendimento de Santa Filomena.

Page 194: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

194

• UP 13 – Pontal

No município de Afrânio encontra-se em implantação de adutora para aproveitamentodo manancial Caraotá. Para aumento da oferta d’água nessa região, a únicapossibilidade detectada é a construção do tramo Petrolina-Afrânio da Adutora do Oeste.

Está prevista a ampliação do sistema produtor de Monte Orebe e implantação do S.A.A.em Lagoas, no município de Dormentes.

Deve-se ressaltar a possibilidade de utilização da água do rio São Francisco, para aslocalidades próximas.

• UP 14 a UP19 – Grupos de Bacias GL 1 a GL 6

As localidades situadas nessas unidades, constituídas por grupos de bacias de pequenosrios litorâneos, apresentam problemas de abastecimento menores do que aquelassituadas nas demais unidades.

Na UP14 – GL1 e a UP15 – GL2, fica situada parte da Região Metropolitana do Recife,cuja ampliação da oferta de água, como já foi visto, está prevista através da barragemPirapama, no rio de mesmo nome, e da barragem Engenho Pereira, no rio Jaboatão.

• UP 20 – Grupo de Bacias GI 1

Encontra-se em execução uma adutora, a partir da barragem da Mata Verde, parareforçar o atual S.A.A. de Bom Conselho.

No município de Brejão, o atual sistema, a partir de poços, encontra-se no limite deatendimento. Será feito reforço no S.A.A. através da barragem Tatuaçu.

No município de Terezinha, o atual sistema, a partir do açude Maçaranduba, encontra-seno limite de sua produção. Entretanto, ainda não foram vislumbradas alternativas paraaumentar a oferta d’água. É preciso identificar novos mananciais na região.

O município de Paranatama será atendido pelo sistema produtor do Baixinha, jáimplantado.

Page 195: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

195

• UP 21 – Grupo de Bacias GI 2

Atualmente não existem localidades com S.A.A. nessa bacia. Encontra-se emimplantação o S.A.A. do distrito de Negras, através de um poço já perfurado, e estáprevista a elaboração de projeto e implantação do S.A.A. de Jirau.

• UP 22 – Grupo de Bacias GI 3

A parte central da bacia GI 3 pode ser atendida por água subterrânea proveniente dabacia sedimentar do Jatobá. As comunidades mais próximas do São Francisco podemser atendidas por este rio.

• UP 23 – Grupo de Bacias GI 4

Na sede do município de Belém do São Francisco, não há déficit hídrico, estandoprevista a ampliação da ETA e rede de distribuição.

Está previsto a elaboração de projeto e implantação de S.A.A. para atendimento dosdistritos de Cachauí de Cima, Riacho Pequeno e Várzea da Barra, através de adutora dorio São Francisco e aproveitamento de pequenos açudes.

Para as localidades próximas do rio São Francisco, a alternativa natural é o atendimentodessas localidades a partir desse manancial.

• UP 24 – Grupo de Bacias GI 5

Estando essa unidade de planejamento situada às margens do São Francisco, estemanancial é, naturalmente, a principal fonte de água para abastecimento das localidades.

• UP 25 – Grupo de Bacias GI 6

Não há déficit hídrico. Está prevista ampliação no S.A.A. de Orocó, a partir do rio SãoFrancisco. Pequenos povoados poderão ser atendidos pela adutora do Oeste.

As localidades próximas do rio São Francisco têm como fonte natural de água paraabastecimento humano o rio São Francisco.

Page 196: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

196

• UP 26 – Grupo de Bacias GI 7

Está prevista a ampliação do sistema de recalque de Santa Maria da Boa Vista e aimplantação do S.A.A. dos distritos de Caraíbas e Estreito.

O rio São Francisco é o manancial mais importante para as localidades que lhe sãopróximas.

• UP 27 – Grupo de Bacias GI 8

Está prevista ampliação no S.A.A. de Petrolina, a partir do rio São Francisco e encontra-se em expansão a rede de distribuição em alguns bairros.

As localidades próximas do rio São Francisco têm nesse manancial sua fonte de águamais importante.

• UP 28 – Grupo de Bacias GI 9

Essa unidade de planejamento tem uma população integralmente rural, sendo sua redede drenagem constituída por pequenos riachos que drenam para o Estado do Ceará. Asolução formulada para atender o norte da bacia do Brígida pode também satisfazer, emcaso de necessidade, a UP28, que lhe é contígua.

• UP 29 – Fernando de Noronha

O problema de abastecimento d’água da ilha de Fernando de Noronha não é maior porse tratar de uma área onde a população é praticamente estável. De qualquer forma, épreciso empreender estudos para melhor gerenciamento dos recursos hídricos da ilha.

AMPLIAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO DA OFERTA DE ÁGUA PARAIRRIGAÇÃO

Do ponto de vista de irrigação, o Estado de Pernambuco pode ser visto segundo duasgrandes áreas, para efeito de estimativas de ampliação e racionalização da oferta deágua. Uma área, a de maior importância, congrega as bacias hidrográficas que drenampara o rio São Francisco; a outra reúne as bacias que drenam para o Atlântico Sul. Nainterface, existe a bacia do rio Ipanema, pertencente à unidade de planejamento UP17,

Page 197: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

197

que, embora drenando para o rio São Francisco, fica situada em cotas altimétricas muitoelevadas, dificultando a utilização das águas daquele manancial.

Na porção mais ocidental, fica o grupo de bacias de pequenos rios interiores GI8, queconstituem a unidade de análise UP27. A produção de água local é desprezível e ademanda hídrica é elevada e concentrada, na medida em que, além da irrigaçãoribeirinha que se faz na bacia, é lá que se situam os projetos de irrigação de Bebedouro(2.418ha), Nilo Coelho (20.053ha), além de novas áreas prestes a entrar em operação.Tais demandas já estão equacionadas por captação a partir do rio São Francisco, seja deforma individualizada para os irrigantes particulares dispersos ao longo do rio, que hojejá somam 3.700ha, seja pra os quase 25.000ha de projetos públicos, que projetados para2010, podem gerar uma demanda anual de 558 milhões de metros cúbicos de água.

Bacias que Drenam para o Rio São Francisco

As bacias que drenam para o rio São Francisco correspondem à porção sertaneja doEstado, do qual representam cerca de dois terços. Por ser esta área a mais semi-árida, airrigação representa um papel de fundamental importância como fator produtivo. Énessa área onde ocorrem as maiores demandas por recursos hídricos, uma vez que nosúltimos 30 anos o Governo vem apoiando a agricultura irrigada, ora pela implantação deprojetos públicos, ora por incentivar e apoiar a irrigação privada de pequeno e médioporte. É de se esperar que num universo de treze bacias, cada uma tenha peculiaridadesdecorrentes da sua capacidade de produção de água, ou da sua área irrigável e irrigada.A análise individual de cada uma delas tem em comum a dependência por água do rioSão Francisco, em maior ou menor grau.

• UP 8 – Moxotó

A demanda de água para irrigação nessa bacia é centrada na capacidade deregularização dos Açudes Poço da Cruz e Custódia, ambos abastecendo projetospúblicos. Em Custódia uma área de 80ha irrigados deixou de operar há mais de 5 anos,por falta de água. Em Ibimirim, o caso é mais grave, uma vez que a área irrigadadesativada é da ordem de 4.000ha, por deficiência do açude Poço da Cruz, fazendo crerque a gestão dos recursos hídricos produzidos é da maior importância. Estima-se que, apartir de 2010, possam ser irrigados algo no entorno de 9.700 ha, com uma demandahídrica da ordem de 194 milhões de metros cúbicos por ano.

A revitalização dos dois projetos se afigura como ação prioritária, sobretudo o projetoMoxotó, em Ibimirim, pelos impacto negativo que a paralisação da irrigação estácausando á economia local. A revitalização desses projetos passa naturalmente pelaimportação de água do rio São Francisco a partir do lago de Itaparica, através de umaadução direta para o açude Poço da Cruz, de modo a permitir a reentrada em operação

Page 198: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

198

do projeto Moxotó, que deverá incluir, na recuperação da infra-estrutura de irrigação,adaptações para funcionar com maior eficiência. Essa adução já é prevista como obra detransposição de águas do rio São Francisco, prevendo-se que 16m3/seg. sejambombeados diretamente para o açude Poço da Cruz, dos quais 8m3 seriam rebombeadospara a Paraíba, em particular para abastecimento da cidade de Campina Grande.

• UP 9 – Pajeú

Conta com milhares de hectares irrigáveis dispersos ao longo de rios e riachos,sobretudo no terço superior da bacia. Na prática, as demandas hídricas localizadascontam com baixa disponibilidade hídrica no eixo do rio, de modo que se pode contarno máximo com água para 1.200ha a montante de Serrinha, onde se encontram áreasmais favoráveis à irrigação, às margens do rio principal. Além disso, a jusante de Barrade Juá e de Serrinha existem, respectivamente, uma disponibilidade hídrica máximapara 400ha e 1.500ha.

Para atendimento a tais demandas, será necessário implantar um bom sistema degerenciamento na bacia. Dados estatísticos indicam que já existem cerca de 3.700hairrigados, cifra pouco confiável face a pouca repercussão da produção irrigada na bacia,e a escassez hídrica que se abateu sobre a área nos últimos anos. Na prática, a irrigaçãona bacia deve se expandir através de investimentos privados, chegando em 2010, a umtotal de 6.573 ha com uma demanda hídrica estimada em 131 milhões de metros cúbicospor ano.

A irrigação pública é representada pelo projeto Cachoeira, implantado pelo DNOCScom 230ha, dos quais já operaram 217ha dos quais, por falta de água, só estão sendoirrigados 112ha.

Cabe, pois, recomendar ações para revitalização do projeto, não só através de maioraporte de recursos hídricos mas, também, de outras ações assistencias no âmbito técnicoe gerencial que o Estado poderá oferecer ao projeto em parceria com o DNOCS.

O atendimento à demanda de irrigação na bacia poderá ser feito com recursos hídricosproduzidos localmente nos dois terços superiores da bacia, podendo-se, para o terçoinferior, importar água do rio São Francisco.

• UP 10 – Terra Nova

Dados estatísticos disponíveis indicam a existência de 1.040ha irrigados ao longo dosrios e riachos, por agricultores privados. As disponibilidades de água na bacia já nãopermitem maiores expansões da demanda, de forma que novas áreas deverão contar

Page 199: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

199

com água importada do rio São Francisco, através do projeto via Prata, ou doempreendimento Terra Nova, ambos em estudos pelo Governo Federal.

O único projeto público da bacia, o Boa Vista é abastecido a partir do açude de mesmonome. Trata-se de um projeto que tem implantado 101ha, tendo atualmente em operaçãoapenas 30 ha. Como forma de expandir a área irrigada ao limite do projeto, a águapoderá ser fornecida pelo projeto de transposição que, na cidade de Salgueiro onde selocaliza o projeto Boa Vista, fará uma derivação para os açudes Chapéu e Entremontes,de onde a água poderá ser aduzida para revitalização do projeto Boa Vista, que deveráser revisto, para utilização de métodos de irrigação localizada, que apresentam maioreficiência. Caso sejam mantidas as expectativas de ampliação da área irrigável para os1.685ha, essa área acarretará uma demanda de água da ordem dos 33 milhões de metroscúbicos por ano.

• UP 11 – Brígida

Nessa bacia, a maior do semi-árido de Pernambuco, existem pequenas disponibilidadesde água que, depois de atender ao consumo humano, em anos mais chuvosos, oferecemalgum excedente de água para atender as demandas de irrigação ao longo dos rios. Asmaiores demandas pontuais, todavia, estão situadas nos extensos tabuleiros, queocorrem nessa porção do Estado. Como a capacidade de regularização de águas na baciaé baixa (cerca de 2,4m3/s), em grande parte no terço inferior e as áreas potencialmenteirrigáveis se localizam nos terços médio e superior, o aproveitamento futuro dessasáreas implicará na importação de água do rio São Francisco, apoiando-se nos estudosem andamento do Governo Federal (projeto via Prata, empreendimento Terra Nova,canal do Sertão de Pernambuco).

O projeto de transposição prevê que a partir de Salgueiro será fornecida água para osreservatórios de Chapéu e Entremontes viabilizando a irrigação de áreas de tabuleiroentre os dois reservatórios. Essas áreas só deverão ser estudadas em detalhe a partir dadefinição de vazão a ser aduzida nesse trecho. Sabe-se que terras potencialmenteirrigáveis ocorrem aos milhares de hectares nessa região de influência dos reservatórios,embora em cotas altimétricas elevadas em relação a eles. Tal problema poderáneutralizado, na medida que a água de transposição cruze as chapadas onde se localizamas terras potencialmente irrigáveis, podendo inclusive resgatar uma área de 576ha járeconhecidas pelo DNOCS como irrigável.

Estatísticas atuais indicam que a irrigação privada já ocupa 4.480ha, podendo seexpandir para os 6.600ha, no ano 2010. Embora pareça anômala tal cifra, a expansão dairrigação na bacia poderá se dá a partir de importação de água do rio São Francisco e noâmbito dos futuros projetos do Governo Federal acima mencionados.

Page 200: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

200

Como projetos de irrigação pública, apenas o projeto Brígida, com 1.435ha operaatualmente na área, com água aduzida do rio São Francisco, antevendo-se uma demandatotal da ordem dos 172 milhões de metros cúbicos por ano a partir de 2010.

• UP 12 – Garças

As demandas da bacia são oriundas da irrigação privada no terço inferior da bacia, comágua do rio São Francisco. Além de irrigação ribeirinha, existe o projeto conhecidocomo Adutora do Garças. Dados estatísticos dão conta de 1.200ha irrigados, prevendo-se uma expansão para 1.700ha a partir de 2010, gerando uma demanda de 45 milhões demetros cúbicos por ano.

As chances de atendimentos de demanda com água produzida na bacia são mínimas,pois o açude Saco II só regulariza 330L/s. As demandas hídricas deverão ser atendidas apartir do rio São Francisco.

A irrigação pública, outrora prevista pelo DNOCS a partir do açude Saco II, foidescartada pelo órgão, não só pela não existência de água para irrigar os 486haprevistos, como pelos custos elevados que teria o projeto face ao seu grandedistanciamento da suposta fonte hídrica.

• UP 13 - Pontal

Na bacia do Pontal, dominam solos de baixa capacidade de escoamento e desprezívelcapacidade de produção de água, tem a bacia do Pontal no rio São Francisco, suaprincipal fonte hídrica. Dados de área irrigadas, indicam de forma anômala a existênciade mais de 10.000 ha de irrigação privada. Embora não se disponha no momento deforma mais precisa para tal registro, sabe-se que a fonte hídrica natural é mesmo o rioSão Francisco, tal qual é para os projetos públicos que deverão em 2010, alcançar os50.000 ha para os quais já existem obras de adução iniciadas a partir de Lagoa Grandepara as áreas mais a sul, e, projeto de adução à partir do lago de Sobradinho para asáreas mais a norte como forma de atender a toda esse demanda futura que será de ordemdo 1,4 bilhões de metros cúbicos por ano.

• UP22 –Grupo de Bacias GI 3

Esse grupo de pequenas bacias possui desprezível capacidade de regularização hídrica.Na pratica, toda demanda de irrigação deve ser suprida a partir do rio São Francisco,como aliás já se faz para os projetos públicos de Icó (2.280ha) e Barreiras (2.246ha).

Page 201: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

201

Dados estatísticos sobre a irrigação privada indicam existir da ordem de 3.700hairrigados. Tal cifra parece anômala, tendo em vista que a borda do lago nem sempreapresenta área favorável a irrigação, o que limita fortemente a expansão de áreas derega. Estima-se que, a partir do ano 2010, sejam atingidos 10.000ha irrigados, comuma demanda aproximada de 200 milhões de metros cúbicos por ano.

• UP23 – Grupo de Bacias GI 4

Esse grupo de pequenas bacias deságua no rio São Francisco e no lago de Itaparica, deonde aduzem água para suas áreas irrigadas, já que é desprezível a disponibilidadehídrica própria.

Dados estatísticos indicam existir uma área irrigável de 3.690ha, que contrasta com asituação atual pois, à borda do lago, existem muitas terras não irrigáveis, ao contrario dasituação anterior, quando existiam, à margem do rio São Francisco, milhares de hectaresirrigados, atualmente submersos pelo lago mas que podem estar ainda incluídos nosdados estatísticos.

A expansão de áreas irrigáveis previstas deverá atingir, a partir de 2010, 5.400ha, quedemandam cerca de 126 milhões de metros cúbicos de água por ano, a partir do rio SãoFrancisco.

Quanto à irrigação pública, os projetos Apolônio Sales (808ha) e o Manga de Baixo(93ha), implantados pela CHESF, têm suas demandas hídricas atendidas a partir do rioSão Francisco.

• UP24 – Grupo de Bacias GI 5

Numa área situada no entorno de Cabrobó, tradicionalmente se prática a irrigaçãoindividual, por grande número de pequenos agricultores. Estatísticas disponíveisindicam que já existem 2.077ha irrigados, e que esse número deverá a partir de 2010atingir a casa dos 3.000ha, o que criará uma demanda de 60 milhões de metros cúbicospor ano. Sabe-se que nessa região é comum o aproveitamento de pequenas áreas, emespecial aquelas mais próximas ao rio São Francisco. Não está prevista intervençãopública nessa bacia.

• UP 25 - Grupo de Bacias GI 6

Page 202: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

202

Tendo grande parte de área dominada por solos de baixa produção de água, o principalsupridor das demandas hídricas é mesmo o rio São Francisco, de onde os irrigantesprivados, dispersos ao longo do rio, fazem suas captações.

Para o projeto público de Caraíbas, existe uma adução a partir do rio São Francisco euma rede de canais que distribui água para os 5.223ha, ora em início de operação. Alémdessa área, cerca de 1.400ha privados deverão estar operando a partir do ano 2010,gerando uma demanda da ordem de 133 milhões de metros cúbicos por ano.

• UP 26 – Grupo de Bacias GI 7

Trata-se de uma área dominada por irrigação privada, onde já existem cerca de 3.600haem operação, com chances de expansão para 5.380ha no ano 2010, tendo em vista queos grandes projetos aprovados pela SUDENE se encontram em grande parte nessabacia. Toda demanda hídrica deverá ser suprida a partir de adução do rio São Francisco,existindo centenas de captações ao longo do rio, podendo superar os 107 milhões demetros cúbicos por ano.

Não existe projeto de irrigação pública conhecido nessa bacia.

Bacias que Drenam para o Atlântico Sul

As bacias que drenam para o Atlântico Sul, tem suas nascentes no Agreste, sendo quealgumas de menor porte nascem próximo ao litoral, constituindo os chamados grupos debacias de pequenos rios litorâneos.

Essa bacias correspondem às unidades de análise: UP1 – Goiana; UP2 – Capibaribe;UP3 – Ipojuca; UP4 – Sirinhaém; UP5 – Una; UP6 – Mundaú; UP20 – Grupo de BaciasGI1; UP14 – Grupo de Bacias GL1; UP15 – Grupo de Bacias GL2; UP16 – Grupo deBacias GL3; UP17 – Grupo de Bacias GL4; UP18 – Grupo de Bacias GL5; UP19 –Grupo de Bacias GL6 e UP20 – Grupo de Bacias GI1.

Essas bacias se situam num contexto climático típico do Agreste, onde as evaporaçõesanuais são mais amenas que as do Sertão, em especial nos meses de maio a agosto,quando ocorrem as menores temperaturas e o período chuvoso e na Zona da Mata, ondese verificam os maiores índices pluviométricos. No Agreste, a expansão da agriculturairrigada é dificultada pela baixa disponibilidade de solos irrigáveis e de água, emboraexista um período de forte déficit hídrico nos meses de setembro a março, quando énecessário irrigar. Na Zona da Mata, pode-se ressaltar a irrigação praticada em algumasáreas de cana de açúcar. De um modo geral, as irrigações têm um caráter complementar,levando a demandas hídricas de pequena monta, estimadas a nível deste Pano, em12.000 metros cúbicos por hectare ano.

Page 203: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

203

USO PRESERVAÇÃO E CONTROLE DOS RECURSOS HÍDRICOS

Os quadros 60 a 67 apresentam programas de uso, preservação e controle dos recursoshídricos, e de uma política de convivência com as secas.

SÍNTESE DOS PROGRAMAS E AÇÕES

O quadro 68 sintetiza os principais programas e ações propostos pelo Plano.

Page 204: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

204

Quadro 60 - Conservação e Proteção dos Recursos Hídricos

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA:

O objetivo é proteger e conservar os recursos hídricos, em termos de qualidade e quantidade, para garantir osseus diversos usos. Uma vez estabelecidas as classes dos corpos d’água decorrentes do enquadramento, baseadonos usos preponderantes, ficam estabelecidos os padrões de qualidade que devem ser mantidos e/ou desejados,necessitando-se implementar ações para que isto ocorra, bem como, ações que otimizem a oferta de água.

DESCRIÇÃO:

As ações que deverão ser implantadas para conservação e proteção dos recursos hídricos são:

• Monitoramento da qualidade das águas. Continuação do monitoramento das bacias litorâneas eampliação do monitoramento das bacias interiores e dos reservatórios para abastecimento d’água emtodo o Estado;

• Identificação de fontes poluidoras. Tanto as localizadas como as difusas (zona rural com utilização defertilizantes e agrotóxicos );

• Fiscalização das fontes poluidoras. Ampliação da fiscalização, aplicação de penalidade, e exigênciapara tratamento de efluentes industriais e domésticos;

• Reflorestamento e recomposição da mata ciliar. Especialmente em áreas determinadas da baciahidrográfica (ênfase nas nascentes) e nas margens dos cursos d’água e reservatórios com vistas aocontrole da erosão e assoreamento dos mananciais;

• Proteção da área de bacias hidráulicas. As intervenções são voltadas para cercar a área das baciashidráulicas, vigilância contra ocupações e usos inadequados, manutenção e medições hidrométricas.

BENEFÍCIOS:

Manutenção e/ou recuperação da qualidade das águas para os usos pretendidos e permitir a oferta d’águaconforme os projetos implantados.

ÓRGÃOS INTERVENIENTES: SECTMA/CPRH/EMATER

Page 205: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

205

Quadro 61 - Reenquadramento dos Corpos d’Água

DESCRIÇÃO:

O reenquadramento deve ser realizado para um corpo de água e ou conjunto de corpos de água pertencentes auma mesma bacia hidrográfica deverá adotar-se a metodologia a seguir:

• Identificação da necessidade do reenquadramento e hierarquização das bacias prioritárias;• Preparação de diagnóstico que identifique os usos preponderantes;• Definição dos critérios para reenquadramento e as correspondentes classes dos corpos d’água e a

qualidade das águas que pretende manter e/ou alcançar;• Elaboração da proposta do reenquadramento;• Estabelecimento das medidas necessárias – Metas ambientais para colocar e /ou manter a condição do

corpo d’água em correspondência com a sua classe;• Apreciação da proposta pelas instâncias institucionais do sistema de Gerenciamento de Recursos

Hídricos;• Promulgação do reenquadramento.• A promulgação dos enquadramentos deverá ser efetivado seqüencialmente por bacia hidrogeográfica,

respeitando a hierarquização das prioritárias.

BENEFÍCIOS:

Estabelecimento de um nível de qualidade para os corpos d’água que deva ser alcançado e/ou mantido ao longodo tempo, com base nos usos preponderantes, possíveis e necessárias, atuais ou futuros das águas.

ÓRGÃOS INTERVENIENTES: SECTMA / CPRH

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA:

O objetivo é a definição de método e proposta para o reenquadramento dos corpos d’ água superficiais, deacordo com os dispositivos legais vigentes, essencial à defesa dos níveis de qualidade da água, de modo aassegurar seus usos preponderantes. Com a promulgação da Resolução CONAMA n.º 20/86 que substituiu aportaria GM/13/76 que servia de referencia para classificação das águas interiores do território nacional eoriginou o Decreto Estadual que dispõe sobre o enquadramento dos corpos d’água estaduais. A partir dessapromulgação faz-se, então, necessária a revisão do enquadramento desses corpos d’água.

Page 206: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

206

DESCRIÇÃO:

Em 50 estações fluviométricos selecionadas, entre as existentes e aquelas que o planejamento racional da redehidrométrica indicar, serão instalados modernos equipamentos de teletransmissão por satélite, rádio e telefonia,que constituirão “Plataformas de Coleta de Dados” – PCD's – para enviar em tempo real (rádio ou telefone) ouem tempo quase real (satélite) mensagens a uma central de recepção que processará as informações, utilizarámodelos ou processamentos de rotina, e fornecerá relatórios para tomadas de decisões, especialmente nos casosde previsão de cheias e possíveis problemas de poluição nos rios por lançamentos intempestivos de efluentes.

BENEFÍCIOS:

• Apoio à defesa civil em caso de enchentes:• Alerta ao órgão de controle de poluição sobre qualquer alteração dos parâmetros básicos de qualidade de

água.• Identificação de retiradas bruscas de grandes volumes a montante da estação de controle, sem que seja

outorgada tal retirada.• Desenvolvimento de estudos e projetos.

ÓRGÃOS INTERVENIENTES: CPRH, DEFESA CIVIL E SECTMA.

Quadro 62 - Monitoramento Hidrológico em Tempo Real

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA:

• Renovação e ampliação da rede hidrológica empregando técnicas modernas de coletas e transmissão dedados por telemetria;

• Metodologia de processamento e análise hidrológica quase automática;• Obtenção simultânea de dados hidrológicos quantitativos e qualitativos em cada estação fluviométrica

selecionada, além dos dados de precipitação.

Page 207: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

207

DESCRIÇÃO:

Desenvolvimento de investigações em pequenas bacias representativas no litoral e no Agreste. No Agreste, serádado ênfase aos pequenos açudes; no litoral, ao aproveitamento a fio d’água e as cacimbas, como manancial aoabastecimento de água.

No Sertão, a ênfase será o cadastramento dos pequenos açudes e a difusão da tecnologia das cisternas, barragenssubterrâneas e implúvios. No caso de haver pacotes aluvionais, será difundida a técnica da construção decacimbas com drenos radiais.

Em todos os casos, serão instaladas unidades demonstrativas, mesmo nas bacias representativas, havendocapacitação dos agricultores com difusão de tecnologia, incluindo os aspecto econômico financeiro.

BENEFÍCIOS:

• Melhoria no dimensionamento das pequenas obras hidráulicas de captação e armazenamento de recursoshídricos;

• Aumento da estabilidade da pequena produção agrícola, incluindo a piscicultura extensiva, e a cultura devazante, seja nos pequenos açudes com na vazante das barragens subterrâneas;

• Melhoria das condições sanitárias e da qualidade de vida pela utilização de cisternas, implúvios, poços,adutoras, etc.

ÓRGÃOS INTERVENIENTES: EMATER E SECTMA/PE

Quadro 64 - Desenvolvimento de Tecnologias de Uso da Água no Semi-Árido

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA:

• Desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao aproveitamento de pequenos açudes, cacimbas, barragenssubterrâneas e implúvios;

• Otimização dos recursos hídricos disponíveis potenciais nos imóveis e nas comunidades rurais;• Melhoria do conhecimento hidrológico para cálculo dos pequenos e médios açudes;• Cadastramento das pequenas obras difusas no meio rural;• Fomento a construção de obras de captação de água com tecnologias apropriadas com ênfase ao

atendimento da população difusa

É reconhecido que o espaço rural está salpicado de pequenos açudes, como mostram as imagens de satélite.Entretanto, não se conhece o efeito em cascata quando essas obras rompem-se nas grandes enchentes queocorrem no Estado, quase freqüente como as secas.

A rede hidrológica tradicional não oferece elementos seguros para o dimensionamento de pequenos açudes. Issoexige a aplicação de estudos em pequenas bacias representativas, como aqueles já realizados com sucesso pelaSUDENE, na bacia do riacho dos Navios, sertão do Pajeú, na bacia de Escada, na Zona da Mata. Oconhecimento das técnicas de barragens subterrâneas e da construção de cacimbas será necessário aprofundar.

Page 208: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

208

DESCRIÇÃO:

Definição de métodos e procedimentos para racionalizar o uso da água.Estabelecimento de campanhas de esclarecimento visando diminuir e evitar o uso perdulário de água.Implantação da macro e micro-medição.Implantação de campos de demonstração de controle de perdas na irrigação.

BENEFÍCIOS:

Redução de desperdícios e de custos operacionais de captação de água no uso urbano e na irrigação comconseqüente aumento da disponibilidade hídrica.

ÓRGÃOS INTERVENIENTES: SECTMA, COMPESA, SAE, EMATER, CODEVASF, DNOCS

Quadro 65 - Otimização do Uso da Água para os Diversos Fins

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA:

Implantação de programas visando à contenção dos desperdícios e a diminuição das perdas verificadas nossistemas de abastecimento urbano e de irrigação.

Apesar do quadro de limitação hídrica, que é comum em grande parte do território estadual, os dados existentesindicam altos índices de perdas na operação dos sistemas de abastecimento. No caso do abastecimento urbano,por exemplo, os dados de perdas físicas registram índices de quase 50%, como média do Estado.

A irrigação, que requer grandes volumes é outro usuário que também apresenta perdas acima dos padrõesaceitáveis. O projeto Moxotó é um exemplo bem patente do que ocorre no setor.

Page 209: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

209

DESCRIÇÃO:

Trata-se de desenvolver uma estratégia de colocar os recursos hídricos móveis e localizados a disposição dasatividades dos imóveis rurais e das pequenas comunidades, mediante a execução de obras estruturadorasintegradas a um sistema de produção. Assim, os projetos estarão associados a um fim social, quando se tratar deabastecimento rural vinculado à produção agrícola e não a prestação de serviços. Nesse caso, as obras decaptação serão cisternas comunitárias, poços ou cacimbas com instalação de dessalinizadores, se necessários. Aoperação de sistemas simplificados de abastecimento de água é de responsabilidade da comunidade, os custos deoperação de manutenção dos sistemas também são assumidos pela comunidade, sendo a gestão feita pelaassociação dos moradores. Não haverá ressarcimento dos investimentos.

A estratégia para os imóveis rurais envolve a construção de uma cisterna individual para cada família, aconstrução de um pequeno açude, quando possível para pequena irrigação, piscicultura extensiva e cultura devazante e um poço para atender o abastecimento de animais e necessidades sanitárias, quando a água é de máqualidade. Quando possível, poderá ser construída barragem subterrânea. Em geral, o poço deverá ter serventiapública, não havendo ressarcimento dos investimentos, o mesmo ocorrendo com a cisterna. O açude seráressarcido até à capacidade de pagamento do produtor. O financiamento das obras será realizado no âmbito deum projeto produtivo que poderá envolver mais de um imóvel rural, determinando-se, no caso, a capacidade depagamento de cada um deles individualmente.

Para cada projeto de financiamento será assegurada a assistência técnica, e a capacitação dos agricultores e dascomunidades abastecidas, na gestão dos recursos hídricos, utilizando-se a mobilização e a organização dosusuários como meio de organizar a produção. Deverão ser incorporadas técnicas de conservação e reuso daágua, bem como, a aplicação de práticas de DRY-FARMING, utilizando os recursos hídricos localizados.

BENEFÍCIOS:

• Aumento da produção e da renda dos agricultores;• Manutenção de estoques estratégicos de água durante a estação seca;• Liberação da força de trabalho do transporte de água de fontes bastante afastadas;• Estímulo à organização de agricultores e das comunidades em torno da gestão da água.

ÓRGÃOS INTERVENIENTES: EMATER, SECTMA/PE e AGENTES FINANCEIROS.

Quadro 66 - Política de Recursos Hídricos para Convivência com as Secas

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA:

• Disponibilizar recursos hídricos nas atividades dos imóveis e das comunidades rurais;• Desenvolver técnicas de baixo consumo de água adequado as necessidades e de reuso da água;• Racionalizar o uso dos recursos hídricos, mediante a diminuição das perdas por evaporação;• Garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos para o abastecimento humano e animal, através de uma

fonte permanente de água.A fragilidade das unidades de produção do meio rural nas áreas de Sertão e do Agreste não encontra suas razõesexclusivamente em fatores econômicos e de capacitação técnica, mas também nos meios de se contrapor aosrigores das secas e mesmo às estiagens que ocorrem sazonalmente no período julho-dezembro de cada ano.Mesmo os pequenos aglomerados urbanos padecem da carência de água, em particular pela sua má qualidade.Os pequenos e médios imóveis rurais são então penalizados por essa escassez de água, que constitui uma crisepermanente, exceto em 3 ou 4 meses do ano, quando as chuvas são satisfatórias para a lavoura e háarmazenamento de algum volume de água.

Page 210: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

210

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA: A programação tem por objetivo o acompanhamento da explotação daságuas subterrâneas, visando por um lado a preservação dos aqüíferos e, em paralelo, a manutenção do sistemapoço/bomba. O Estado de Pernambuco possui cerca de 10.000 poços perfurados, dos quais 80% são localizadosem rochas de embasamento cristalino que abrange uma área de 85% do território estadual. Esses poços,sobretudo os localizados no embasamento rochoso, com pouca água (cerca de 20% são secos) e de salinizaçãoelevada para o consumo humano (média de 2.500 mg/l de sais) precisam de um monitoramento periódico econtínuo para identificação de problemas e recuperação das obras desativadas por variados motivos. Na RegiãoMetropolitana do Recife cerca de 30% da demanda hídrica para abastecimento da população procede dosaqüíferos da bacia sedimentar costeira, onde mais de 2.000 poços vêm retirando 3m3 /s. A explotação intensiva edesordenada desses aqüíferos já vem mostrando problemas com acentuados rebaixamentos dos níveis d’águabem como a salinização do manancial, que poderá ficar comprometido a curto prazo.Outro tipo de intervenção hídrica que necessita um monitoramento contínuo é a barragem subterrânea, pois o seuuso de maneira indevida pode acarretar a salinização da água nela acumulada.

DESCRIÇÃO: O monitoramento compreende uma variada gama de ações, a depender do tipo de local da obra amonitorar, de tal modo que a metodologia a seguir descrita será diversificada para cada fim.a) Monitoramento de explotação de água subterrânea na RMR: O programa de monitoramento inclui aperfuração de alguns poços para observação continuada (semanalmente) da flutuação dos níveis d’água, bemcomo da coleta sistemática (mensal) de água para realização de análises físico-químicas. Observações semanaisdas taxas de precipitação pluviométrica também deverão ser levantadas junto às estações hidrometeorológicaspara comparar com a variação dos níveis de água subterrânea. Alguns infiltrômetros deverão ser instalados,preferencialmente nas proximidades dos poços de observação. Um balanço hídrico a partir dos dadospluviométricos, fluviométricos, de infiltração, e evaporação deverá ser procedido ao final de cada anohidrológico de observação, para, juntamente com as observações de flutuação dos níveis d’água subterrâneaestabelecer a condição atual e evolução futura dos aqüíferos. Em paralelo, deverá ser efetuada uma atualizaçãodo cadastro de poços existentes na RMR para elaboração do mapa da superfície potenciométrica, a fim deverificar as zonas críticas por rebaixamentos acentuados. O controle da qualidade da água, que em várias áreas jáse acha salinizada, também é importante para o zoneamento de condições de explotação atual e futura. Oproduto resultante desse programa fará parte do planejamento e gestão dos recursos hídricos do Estado dePernambuco, mas não será um produto único. Anualmente as informações obtidas gerarão novos mapas queserão utilizados para a gestão do manancial hídrico subterrâneo.b) Monitoramento dos poços no interior do Estado, que compreende distintas finalidades com respectivosprocessos operacionais. Em princípio, o monitoramento terá uma finalidade de complementar dados cadastrais,verificar a situação de uso da água do poço, os problemas existentes que estejam acarretando a paralisaçãotemporária ou definitiva e a solução para recuperação dessas obras desativadas. A solução desse problemapoderá ser uma simples manutenção corretiva das unidades de bombeamento (bomba, catavento, compressor,etc), ou desobstrução do poço ou ainda a instalação do poço com equipamento de bombeio, ou, uma soluçãomais onerosa, como instalação de equipamento para dessalinização da água. A nível de abastecimento público decomunidades, quando a água do poço é de boa qualidade porém a vazão é muito reduzida, podem ainda serexecutados serviços de estimulação do poço ( com explosivos ou gelo seco). Outra finalidade de monitoramentoé preservar, através de um processo de manutenção periódica, o sistema bomba/poço, evitando que o mesmopermaneça desativado em decorrência de problemas mecânico. Finalmente, o monitoramento deve serimplantado para acompanhar a evolução do aqüífero, através de medições periódicas em poços de observação,quanto aos níveis d’água, vazão e qualidade da água.c) Monitoramento das barragens subterrâneas: o acompanhamento dos níveis d’água dentro dos poços amazonasinstalados junto às barragens subterrâneas, permitirá o controle da qualidade da água bem como proporcionará arenovação das águas acumuladas quando se aproximar o novo período chuvoso.

BENEFÍCIOS: O monitoramento adequado proporcionará um maior aproveitamento dos poços da zona ruralque se acha com elevado percentual de 40% desativados por variados motivos, principalmente por falta demanutenção. Nos aqüíferos da RMR, o controle da explotação poderá evitar a degradação quantitativa equalitativa do manancial, enquanto o acompanhamento do uso de água das barragens subterrâneas irá orientar ohomem do campo para a melhor maneira de explotar o reservatório subterrâneo.

ÓRGÃOS INTERVENIENTES: : SECTMA / CPRH – SEIN / COMPESA – SAG / EMATER

Quadro 67 - Monitoramento da Explotação de Águas Subterrâneas

Page 211: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

211

Quadro 68 – Síntese dos Programas e Ações – Fl.1/2

PROGRAMAS SUBPROGRAMAS AÇÕES

Análise, estudos, projetos e implantação de obrasde grande e médio porte

– Análise de projetos existentes e de outros locais estudados para complementação dainfra-estrutura hídrica existente

– Estudos e projetos de adutoras e canais para utilização de água do São Francisco– Implantação de açudes de porte médio– Implantação de adutoras

Implantação de pequenas obras de apoiocomunitário e de convivência com as secas

– Realização de pequenas construções comunitárias de açudes, poços tubulares, poçosamazonas, cisternas, barragens subterrâneas, instalação de dessalinizadores etc

1. Ampliação da oferta deágua

Recuperação da infra-estrutura hídrica – Manutenção em barragens– Recuperação de adutoras– Recuperação de pequenos açudes– Recuperação de poços tubulares, barragens subterrâneas e poços amazonas.

Monitoramento climático e dos recursos hídricos – Melhoria e ampliação das redes de observações hidrometeorológicas– Realização do monitoramento pluviométrico– Cadastramento de mananciais e de usuários de águas superficiais e subterrâneas– Avaliação climática e do potencial hídrico superficial

Monitoramento de obras hidráulicas – Realização do controle tecnológico das barragens– Monitoramento de poços e barragens subterrâneas

2 – Melhoramento dasinformações sobre recursoshídricos

Desenvolvimento integrado de bacias hidrográficas – Elaboração de Planos Diretores de Recursos Hídricos3 - Ampliação da oferta desistemas de abastecimentod’água

Implantação e ampliação de sistemas deabastecimento d’água (S.A.A.)

– Identificação de mananciais para abastecimento d’água– Ampliação de sistemas de abastecimento d’água– Implantação de sistemas de abastecimento d’água

Desenvolvimento dos sistemas operacionais daCOMPESA

– Instalação e/ou substituição de hidrômetros em diversas localidades– Setorização da rede de distribuição– Aquisição e recuperação de equipamentos e macro medidores

4 - Minimização dosdesperdícios na distribuiçãode água

Melhoramentos dos sistemas de abastecimentod’água

– Execução de melhoramento nas unidades operacionais– Execução de melhoramento nos grandes anéis de distribuição– Execução de serviços na rede de distribuição– Substituição de trechos críticos da rede de distribuição

Page 212: PERH-PE SÍNTESE GOVERNADOR DO ESTADO Miguel Arraes de ...€¦ · Consciente da importância de ações nesse sentido, criamos no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

PERH-PESÍNTESE

212

Quadro 68 – Síntese dos Programas e Ações – Fl. 2/2

PROGRAMAS SUBPROGRAMAS AÇÕES

Monitoramento da qualidade da água de baciashidrográficas

- Realização de análises físico-químicas das águas do curso principal, afluentes e daságuas acumuladas

- Reenquadramento dos corpos d’águaMelhoramentos dos Sistemas de EsgotamentoSanitário

- Substituição de coletores- Recuperação de coletores- Recuperação total de SES – Sistemas de Esgotos Sanitários- Implantação de Sistemas de tratamento de esgotos sanitários e efluentes industriais- Execução de serviços em poços de visita, coletores, estações elevatórias e de

tratamentoAções integradas de habitação e saneamento - Execução de pequenas obras de abastecimento d’água e de esgotamento sanitário com

participação das prefeituras e comunidades em áreas urbanas e ruraisFiscalização e monitoramento da cobertura vegetal - Aperfeiçoamento do mecanismo de fiscalização e monitoramento da cobertura vegetal

Recuperação de áreas degradadas - Elaboração e desenvolvimento de estudos e projetos de recuperação, enriquecimento emonitoramento de áreas degradadas

5 - Preservação dos recursoshídricos

Promoção da Educação Ambiental - Promoção e realização de palestras, cursos e seminários6 – Administração egerenciamento dos recursoshídricos

Desenvolvimento de estudos e instrumentos paragerenciamento dos recursos hídricos

- Instrumentalização do órgão gestor de recursos hídricos- Atualização e manutenção do banco de dados do Sistema de Informação de Recursos

Hídricos- Implantação do sistema estadual de gerenciamento integrado dos recursos hídricos- Implantação de Comitês de Bacias Hidrográficas- Implantação de Conselhos de Usuários