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O porta voz da comunidade Maringá, 2ª quinzena de maio de 2009 - Ano 1 - Nº 4 Página 16 2ª quinzena de maio/09 S O C I A L Em 1970 foi o início, hoje uma grande referência Alunos de Psicologia (Rafael Escudeiro, Ana Eliza Ferreira, Lorena Camargo e Regina Semedo) Angélica Marluce Meronha de Oliveira, Aline Tavares e Marcela Bataline, alunas de Letras Amanda, Giovani, Rafael, Fábio e Acauã, estudandes do curso de Engenharia de Produção Maysa Viana faz Mestrado em Biociências em Farmácia Gabriela Fernandes (Engenharia de Alimentos) e Rafael Martinelli (Ciências Biológicas) Franciele Alves, estudante de Ciências Sociais Lorena Fiorotto Moreno, aluna do curso de.Administração Ferdnando, Amanda e Edson, estudantes de História Keylla Regina da Silva e Paula Nicolau, alunas de Psicologia Patrícia Keiko Asakawa, estudante de Administração Mariana e Michelle, estudantes do curso de Farmácia Sanuei e Gamal, são da Guiné Bissau e fazem especialização em Ciências Contábeis Lucélia de Moura Pereira, aluna de Zootecnia Foto: Assessoria de Imprensa da UEM ENTREVIST ENTREVIST ENTREVIST ENTREVIST ENTREVIST A A A : : : Arinéia Martins, Presidente da Associação das Profissionais do Sexo – Pág. 05 UEM: UEM: UEM: UEM: UEM: Uma usina do saber – Págs. 08 e 09 ORION: ORION: ORION: ORION: ORION: Uma constelação de primeira grandeza – Pág. 10 RECICLADORES: RECICLADORES: RECICLADORES: RECICLADORES: RECICLADORES: Um grito de socorro – Pág. 14 IDOSO: IDOSO: IDOSO: IDOSO: IDOSO: O Estatuto ainda não é respeitado - Pág. 15 UEM - Usina do saber UEM - Usina do saber UEM, O FUTURO COMEÇA AQUI

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O p o r t a v o z d a c o m u n i d a d eMaringá, 2ª quinzena de maio de 2009 - Ano 1 - Nº 4

Página 16 2ª quinzena de maio/09

SOCIAL

Em 1970 foi o início, hoje uma grande referência

Alunos de Psicologia (Rafael Escudeiro, AnaEliza Ferreira, Lorena Camargo e ReginaSemedo) Angélica Marluce Meronha de Oliveira, Aline

Tavares e Marcela Bataline, alunas de Letras

Amanda,Giovani,

Rafael,Fábio eAcauã,

estudandesdo curso

deEngenharia

deProdução

Maysa Viana fazMestrado emBiociências emFarmácia

Gabriela Fernandes (Engenharia de Alimentos) eRafael Martinelli (Ciências Biológicas) Franciele Alves,

estudante deCiências Sociais

Lorena Fiorotto Moreno, aluna do cursode.Administração

Ferdnando, Amanda e Edson, estudantes de História

Keylla Regina daSilva e Paula

Nicolau, alunasde Psicologia

Patrícia Keiko Asakawa, estudante deAdministração

Mariana e Michelle, estudantes do curso de Farmácia

Sanuei e Gamal, são da Guiné Bissaue fazem especialização em Ciências

Contábeis

Lucélia deMouraPereira,aluna deZootecnia

Foto: Assessoria de Imprensa da UEM

ENTREVISTENTREVISTENTREVISTENTREVISTENTREVISTAAAAA::::: Arinéia Martins, Presidente daAssociação das Profissionais do Sexo – Pág. 05

UEM:UEM:UEM:UEM:UEM: Uma usina do saber – Págs. 08 e 09

ORION:ORION:ORION:ORION:ORION: Uma constelação de primeira grandeza – Pág. 10

RECICLADORES:RECICLADORES:RECICLADORES:RECICLADORES:RECICLADORES: Um grito de socorro – Pág. 14

IDOSO:IDOSO:IDOSO:IDOSO:IDOSO: O Estatuto ainda não é respeitado - Pág. 15

UEM - Usina do saberUEM - Usina do saber

UEM, O FUTURO COMEÇA AQUI

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EditorialEditorialEditorialEditorialEditorial CARTAS

Editora Novos Rumos Ltda

CNPJ 10.729.979/0001-97

Av. Alexandre Rasgulaeff, 1149 - sobre loja

sala 2 - Fone (44) 3025 4378 / 9804-4303

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EXPEDIENTE

Diretor: Antonio José Santiago

Jornalista Responsável: Malu Pedarcini

Jornalistas colaboradores: Jaqueline Souza e André

Leandro Venerucci

Diagramação e arte: Vladmir Farias 43 8401-3175

Impressão: Folha de Londrina - contato 43 3329-5407

Periodicidade: Quinzenal

Tiragem: 5.000 exemplares

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DIREITOS

2ª quinzena de maio/09 Página 15Página 2 2ª quinzena de maio/09

ARTIGOS

E

CARTAS

Venho parabenizar a Gaze-ta Maringaense pelo conteudodiferenciado de suas notícias,dando maior atenção aos bair-ros e sua população, mostran-do aos próprios moradores asbelezas, vida noturna, e outrasatividades de lazer que as ve-zes passam despercebidasaos nossos olhos.

Desejo muito sucesso aeste jornal e a toda sua equi-pe. Parabéns.

Ezio Crispim - GerenteComercial

Gazeta Maringaense querodar as boas-vindas!

Não posso deixar de enviarpalavras de reconhecimentopela forma que está sendo fei-to esse jornal, um trabalho ma-

ravilhoso de excelente qualida-de com matérias interessantís-simas.

E já que estou aqui reco-nhecendo o trabalho de vocês,gostaria de dar uma ideia. Po-deriam fazer uma matéria so-bre as lendas e os pioneirosde Maringá.

Muito sucesso e parabénspelo trabalho desenvolvido.

Tiago Silva Capela(Representante comercial)

Eu, como leitora, gostei mui-to do jornal. Achei muito agra-dável, com leituras leves e gos-tosas de ler. Acho muito impor-tante termos informações maisinternas de nossa cidade.Estamos acostumados a rece-

OPINIÃOJaqueline Souza

“A inação produz dúvida emedo. A ação produz confian-ça e bravura. Se você desejavencer o medo, não sente emsua casa pensando nisso. Saiae comece a agir ”. (DaleCarnegie),

Esse dizer resume bem aoque se refere o Estatuto do Ido-so, sob a lei 10.741 que vigo-ra desde 1º de outubro de2003. Foram oito anos na ba-talha para obter direitos com-patíveis as suas necessidades.Agora a luta é de como fazervaler na prática.

Para a Assessora Técnica doConselho Municipal dos Direi-tos do Idoso de Maringá(CMDI), Eloacy Maria PradoTavares, o principal objetivo do

Idosos têmEstatuto que

vigora desde 2003

A luta para que tenham seus direitosA luta para que tenham seus direitosA luta para que tenham seus direitosA luta para que tenham seus direitosA luta para que tenham seus direitos

garantidos é uma constantegarantidos é uma constantegarantidos é uma constantegarantidos é uma constantegarantidos é uma constante

“Não é porque é velho quetem esses benefícios, mas por-que eles já pagaram tanto quelhes foi dado esses direitos”, fi-naliza Eloacy.

As dificuldades e as lutas tri-lhadas pelos idosos não sãoapenas dos paranaenses. GildaDiniz Silva, é de São Paulo eencontrou algumas dificuldadesao levar sua mãe de 78 anos,que tem Alzheimer, para seconsultar no Hospital do Ser-vidor Público Estadual – SP. In-dignada com a administração edo serviço social, que não que-riam permitir que acompa-nhasse sua mãe durante a con-sulta, mesmo sabendo que aidosa não tinha condições deficar sozinha, Gilda fez umacarta de reclamações relatan-

Estatuto é garantir boas condi-ções de vida independente-mente da condiçãosocioeconômica. “O foco é aidade e não a condição finan-ceira”, enfatiza Eloacy.

Uma das atuais lutas doConselho é o transporteintermunicipal o que facilita-ria para os idosos que preci-sam viajar dentro do Estado.“Há idosos que precisam ir seconsultar em Curitiba, masdevido a questões financeirasnão vão. Outros vão atéBlumenau, já que tem direitoa viagem interestadual, e delá vão para Curitiba e paravoltar fazem o mesmo pro-cesso, e isso é muito cansati-vo para eles.”

A Assessora conta ainda

que uma das dificuldades queo Conselho tem é a falta derecurso próprio e que oCMDI precisa produzir mate-riais de campanhas, mas en-contram dificuldades, mesmotendo o direito de ficar comas multas dos comerciantes.“Isso dificilmente acontece,porque antes de se aplicar amulta é feito um acordo, oque deixa de arrecadar, e averba que há no fundo da As-sistência Social fica restritopara pessoas carentes.”

No Estatuto consta que oidoso, ou seja, pessoas acimade 60 anos, têm direito a ali-mentação adequada a suas ne-cessidades e prioridades noscaixas, entre outros, mas issonem sempre é cumprido.

do o fato ocorrido.Um dos trechos chama a

atenção pela consciência de-monstrada por essa mulher,que finalizou com uma lição demoral que serve para todosrefletirem.

“Nosso País está envelhe-cendo, em poucos anos sere-mos um número enorme deidosos. Porque ignorar? Porquenão aceitar que devemos tra-tar bem o nosso passado, issoé história gente, isso é a me-mória de nossa sociedade, dahumanidade. Porque esse des-dém? Porque esse preconcei-to?

E vou lutar para que um diao Estatuto do Idoso seja tãorespeitado quanto o Estatuto daCriança e Adolescente.”

De acordo com a Constituição da UNESCO o direito à Educação é

um direito humano fundamental e ocupa um lugar central nos Direitos

Humanos e é essencial e indispensável para o exercício de todos os

outros direitos humanos e para o desenvolvimento. Baseados nessa

afirmação como podemos transformar o conhecimento em um bem

público e elaborar novas políticas regionais para a educação superior no

Brasil?

Sabemos que a universidade brasileira atravessa um momento difí-

cil, resultado de um contexto socioeconômico não adaptado para a

realidade contemporânea. Isso faz com que os currículos tenham que

ser rediscutidos, pois não se encaixam à expectativa dos alunos e à

realidade do País. Outra consequência dessa inadequação é o fato do

mercado de trabalho não absorver a massa de profissionais formados.

Isso ocorre em virtude da falta de planejamento e localização e opções

de cursos oferecidos pelas faculdades. Além disso tudo, ainda há o pro-

blema da elitização do ensino, visto que a grande maioria das faculda-

des pertence às redes particulares e cobram taxas altas para a popula-

ção estudantil de baixa renda. Por outro lado as poucas instituições de

ensino gratuito existentes têm seu acesso restrito aos estudantes pro-

venientes das classes mais abastadas, pois eles têm mais condições de

disputar uma vaga em função de ter tempo e condições financeiras para

se prepararem para os vestibulares tão concorridos.

Isso acontece desde a chegada ao Brasil da família real portuguesa.

A educação no Brasil, já nasceu sob o signo da distinção social. Os

portugueses proibiram a instalação das universidades na colônia, for-

mando assim, uma resistência à idéia de um projeto de ensino no país,

principalmente quando, naquele período, os portugueses mandavam

seus filhos estudarem em Coimbra. A dificuldade do acesso à universida-

de pela população menos favorecida, a falta de investimento, os baixos

salários dos professores fazem parte do cotidiano e constituem um fator

de desmotivação.

O que se vê por aí são universidades sem as mínimas condições de

oferecer conhecimento e formação para que o aluno seja um bom

profissional. Na prática isso se traduz nos milhares de formandos em

Direito que não conseguem passar no exame da OAB, em médicos

antiéticos, em engenheiros que fazem cálculos errados, em resumo,

profissionais sem condições de exercer a profissão colocando em risco a

vida de pessoas. Felizmente ainda restam algumas universidades que

conseguem fazer seu papel de levar conhecimento com qualidade e

dentre essas se destaca a UEM (Universidade Estadual de Maringá)

que é objeto de nossa matéria de capa.

Malu Pedarcini (Jornalistaresponsável)

Ouvindo o noticiário um diadestes fiquei estarrecida com afala de um deputado chamadoSérgio Moraes (PTB-RS). Essecidadão que é relator no Con-selho de Ética da Câmara, aodefender o deputado EdmarMoreira (o encastelado) dissecom todas as letras que está selixando para a opinião pública eque a população não acredita noque os jornalistas escrevem.

E ainda afirmou que quan-to mais nós (jornalistas) escre-vemos, mais votos ele conse-gue nas urnas.

Aí fico a pensar. Emboranão concorde com o absurdoda afirmação desse indivíduo,talvez nela exista uma certaverdade, pois esse mau políti-co tem um currículo dos maisdesabonadores. Segundo aRevista Veja da última semanaele responde por exploraçãode prostituição, receptação de

Falta de pudor ou desrespeito?jóias roubadas e agressão. Foiele que evitou a cassação dodeputado Paulinho da ForçaSindical num processo decorrupção que tramitava noConselho de Ética da Câmara.E não para por aí não. Quan-do prefeito em Santa Cruz doSul-RS mandou instalar um te-lefone público na casa do seupai. Sua ficha é extensa, res-ponde a oito acusações noSTF (Supremo Tribunal Fede-ral). E apesar de tudo ele foieleito várias vezes vereador,prefeito e deputado estadual.

Infelizmente isso não é um

fato isolado. Aqui mesmo nonosso Estado temos váriosexemplos disso. Maus políticosque usam a máquina adminis-trativa em benefício próprio.Alguns foram até presos e mes-mo assim reeleitos. Londrinaé uma prova disso. Então va-mos dar a mão à palmatória.Precisamos sim, votar commais critério, fazer uma análi-se do passado político do can-didato para que fatos comoesses não se tornem corriquei-ros e a população não come-ce a achar que é comum, nor-mal.

ber notícias da cidade como umtodo. Dificilmente encontramosassuntos que nos façam sentirtão próximos e tão íntimos deum jornal. A sensação que tiveao ler algumas matérias é queparecia que tudo foi feito e es-crito diretamente para mim.Essa proximidade do leitor queo jornal apresenta é a caracte-rística que achei que mais sedestaca, nos prendendo e fa-zendo com que esperemos apróxima edição com ansieda-de. Isso só acrescenta e somapara o jornalismo local.

Desejo ao jornal vida longae próspera! Que cresça cada diamais, junto com nossa cidade!

Grande abraçoFernanda Becker ArcaldiJornalista e Empresária

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2ª quinzena de maio/09 Página 3Página 14 2ª quinzena de maio/09

CIDANIA

O lixo, ou seja, os restos e

refugos de toda a espécie que

não tem serventia para o uso

humano apresentam-se como

um problema enfrentado há

muito tempo pela humanidade.

Hoje a preocupação com o lixo,

tanto no que se refere a sua pro-

dução quanto a sua destinação

adequada, tornou-se pauta de

qualquer discussão ou política

pública voltada para a preserva-

ção ambiental.

Atualmente, sabe-se que

nem tudo o que vai para o lixo é

realmente descartável e na pers-

pectiva de preservação do meio

ambiente, reutilizar materiais

descartados tornou-se de fun-

damental importância. Porém,

para além da perspectiva

ambiental, o reaproveitamento

do material reciclável se tornou

fonte de emancipação social e

dignidade para diversas pessoas.

Assim, a figura do reciclador ga-

nha destaque e o que aparen-

temente não tinha valor para a

grande maioria da população tor-

nou-se fonte de trabalho e ren-

da para diversos trabalhadores.

No entanto, a princípio, não

foi a preocupação com o futuro

do planeta que

levou essas pes-

soas a sobrevi-

ver do lixo e sim

a extrema po-

breza, discrimi-

nação e exclusão social. Muitos

daqueles que são completamen-

te excluídos do mercado formal

do trabalho, só encontram nes-

se contexto a forma de garantir

o sustento para si e de sua famí-

lia.

Famílias inteiras encontraram

e encontram nos famosos

“lixões” de diversas cidades a

possibilidade de se alimentarem

(reaproveitando alimentos des-

cartados) e de obterem alguma

renda com a coleta de materiais

recicláveis ali encontrados.

Contudo, a Promotoria Pú-

blica iniciou um movimento de

intervir e pressionar os dirigen-

tes de algumas dessas cidades

para que retirassem essas famíli-

as do lixão, em face da degra-

dante e perigosa atividade que

Recicladores pedem socorro

realizavam, e lhes oferecem al-

ternativas mais dignas de garan-

tia de subsistência.

Em Maringá não foi diferente

e em 2001 foi emitida uma ação

judicial contra a Prefeitura

Municipal exigindo a retirada dos

trabalhadores do lixão. O prefei-

to na época, José Cláudio Perei-

ra Neto (PT), teve que tomar

uma atitude, pois se não fossem

tomadas providências, a prefei-

tura teria que pagar ao Ministé-

rio Público uma

multa diária de

5000 mil reais.

Então, a Se-

cretaria de Meio

Ambiente orga-

nizou um projeto de ação, solici-

tando a parceria do Programa

Multidisciplinar de Estudos e Pes-

quisas sobre o Trabalho e os

Movimentos Sociais - Núcleo

Unitrabalho/UEM.

A partir daí, formou-se um

grupo de trabalho (GT) que com

a aplicação de um questionário

identificou 102 famílias que vivi-

am do que coletavam no lixão e

por meio de reuniões com esses

catadores identificaram como al-

ternativa de trabalho ao lixão a

organização em cooperativa.

Assim, a prefeitura se com-

prometeu a oferecer infra-estru-

tura para o início dos trabalhos

da cooperativa que surgia. Para

tanto, foi reformulada toda a co-

leta seletiva na cidade, sendo

realizada uma campanha

educativa com a população para

separar o lixo reciclável e entre-

gar diretamente à cooperativa.

Um barracão foi alugado no

Jardim Cleópatra, na Zona 2, e

as reuniões passaram a ocorrer

neste local. Em outubro de 2001

formou-se a primeira cooperati-

va, a Coopermaringá (Coopera-

tiva Maringá de Seleção de Ma-

teriais Recicláveis e Prestação de

Serviços), com 54 cooperados.

E as conversações continuaram

com os catadores que continua-

vam no lixão, e em outubro de

2002, foi formada a segunda co-

operativa a Cocarema (Coope-

rativa de Catadores de Materiais

Recicláveis de Maringá),

estabelecida em um barracão

perto do lixão no Contorno Sul.

Os próprios trabalhadores

adaptavam as instalações dos

barracões para receber a coleta

e para ter condições de traba-

lho, fazendo baias, refeitórios e

banheiros.

Neste momento houve um

trabalho de panfletagem e visitas

nas escolas, feito pelos coopera-

dos e pela prefeitura, para

conscientizar a população para a

coleta seletiva.

Foi votada uma lei de incenti-

vo à coleta seletiva para que a

prefeitura pudesse destinar re-

cursos à coleta seletiva e às coo-

perativas que sobreviviam dela,

por meio de incentivos como pa-

gamento de aluguel do barra-

cão, cestas básicas e vale-trans-

porte para os trabalhadores.

Desde o início

a Prefeitura

de Maringá

es tabe le-

ceu parceria com os municípios

de Sarandi e Paiçandu, já que a

maioria dos trabalhadores das

cooperativas de Maringá vinha

dessas cidades.

Em dezembro de 2003, o

último grupo de catadores saiu

do lixão, dando origem a

Coopernorte (Cooperativa Nor-

te de Maringá de Separadores

de Separadoras de Materiais

Recicláveis e Prestação de Ser-

viços) formada com mais de 60

trabalhadores.

Mas ainda havia muitos

carrinheiros, oriundos principal-

mente do Conjunto Santa Felici-

dade, João de Barro e do Jardim

Paris, coletando individualmente

nas ruas de Maringá. E foi por

meio da organização desses

catadores que em 2004 foi inau-

gurada a Coopercanção (Coo-

perativa de Materiais Recicláveis

dos Conjuntos João de Barro e

Santa Felicidade), com aproxima-

damente 30 cooperados.

Também foi formada a

Cooperpalmeiras (Cooperativa

de Materiais Recicláveis do Par-

que das Palmeiras), com aproxi-

madamente 40 cooperados, em

2005.

Todas essas

Cooperat ivas

de reciclagem

continuam de-

senvo l vendo

suas atividades, porém em um

novo contexto econômico que

de maneira geral tem influencia-

do negativamente diversos seto-

res. O mercado de materiais

recicláveis tem enfrentado um

dos piores momentos de sua his-

tória com o agravamento da cri-

se financeira. Insumos como pa-

pel, papelão, plástico e metais

recicláveis agora encontram

menor interesse das empresas,

que passaram a reduzir sua pro-

dução, como forma de corte de

custos e acompanhando a que-

da na demanda. Com isso, o

preço dos materiais recicláveis foi

diretamente afetado e, em al-

guns casos, caiu pela metade.

Assim, embora a quantida-

de de materiais que chegam

as cooperativas aumente a

cada dia, os ganhos com

sua separação e

comercialização são cada vez

menores. Nesse sentido, que a

catadora Sílvia Cardoso da Silva

Sabiar, Presidente da

Coopermaringá, após viagem de

intercâmbio entre os empreen-

dimentos de reciclagem, que

ocorreu em São Bernardo do

Campo, Belo Horizonte e

Brasília, tomou conhecimento de

que algumas prefeituras pagam

às cooperativas que realizam a

coleta seletiva por tonelada cole-

tada.

Foi desse contato que as pri-

meiras idéias do projeto de lei de

Lei 10.986/08, de autoria do

vereador Humberto Henrique

(PT), que autoriza e dispõe so-

bre condições para a Prefeitura

contratar o serviço público de

coleta seletiva do lixo reciclável,

foram originadas.

E no dia 03 de março, a Câ-

mara Municipal de Maringá vo-

tou e aprovou esse projeto. A

proposta original atribui às coo-

perativas e associações a execu-

ção da coleta seletiva dos mate-

riais recicláveis em toda a cida-

de. Sendo que, a remuneração

será definida pelo valor de mer-

cado e a Prefeitura também po-

derá ceder, durante a vigência

do contrato, ins-

talações e equi-

pamentos para

que as coopera-

tivas processem

os materiais recolhidos.

O custo mensal para o mu-

nicípio será muito baixo, face aos

benefícios que o projeto vai pro-

porcionar para a população, ao

meio ambiente e às cooperati-

vas. Lembrando que se o mate-

rial não for coletado por essas co-

operativas, se tornará responsa-

bilidade da própria prefeitura e

exigirá investimentos para a sua

adequada destinação.

Porém, mesmo aprovado

quase que unanimemente pelos

vereadores, o projeto continua

a espera da assinatura do atual

prefeito, Silvio Barros Magalhães

Barros II.

Enquanto isso, os trabalhado-

res que vivem da coleta seletiva

encontram-se em situação pre-

cária de vida, com suas contas

vencidas, e com renda de me-

nos de meio salário

mínimo.

Silvia Marini e Talitha Coelho são Psicólogas e técnicas doprojeto do Edital Universidade Sem Fronteiras da SETI,

desenvolvido junto ao Núcleo/Incubadora Unitrabalho - UEM.

Hoje são cinco as

cooperativas em todas

as regiões da cidade

Coopermaringá - a

primeira cooperativa

instalada

E

D

U

C

A

Ç

Ã

O

André Leandro Veneruci

A violência cresce a cada dianas escolas paranaenses e a dis-cussão sob a vigilância eletrôni-ca nas escolas chegou até naAssembleia Legislativa, onde umProjeto de Lei do DeputadoAntonio Belinati (PP) está sen-do votado. A proposta é quesejam instaladas câmeras de se-gurança em todos os colégiosda rede estadual do Paraná,transformando o local em umverdadeiro “Big Brother” esco-lar. O sistema já é utilizado pelomenos há cinco anos em esco-las particulares do Estado.

Belinati alega que a instala-ção das câmeras “devolverá atranquilidade necessária para adireção, professores, funcioná-rios e para a maioria dos bonsalunos que vão à escola paraestudar e não praticar vandalis-mo ou violência”. Segundo aassessoria do parlamentar, ain-da não há um estudo sobrequanto custaria a instalação dascâmeras.

No Brasil há outras açõesparecidas como esse projeto deLei. O governo da Bahia, porexemplo, implantou a PatrulhaEscolar na área de abrangênciade Salvador e região metropo-litana. Está previsto a instalaçãode câmeras de vigilância emtodas as 1,7 mil unidades deensino do Estado.

Em Maringá algumas esco-las estaduais contam com essesistema, como é o caso da Es-cola Estadual José de Faria Pioli.Segundo a diretora Joana BentaPalandré Peres, as câmeras fo-ram instaladas após várias dis-cussões entre os estudantes, aAPMF (Associação de Pais eMestres) e a própria direçãosobre a segurança na escola.Após o entendimento a APMFrealizou várias promoções e,com a verba adquirida, com-

“Big Brother” da educação escolarProjeto de lei sugere a instalação de equipamentos

de segurança em todas as 2.148 escolas estaduais

do Paraná

prou os equipamentos. “Todosentenderam que com a instala-ção desse sistema a entrada,permanência e saída ficaria maissegura inibindo possíveis atos deviolência e vandalismo aqui naescola. Antes pessoas entravamdespercebidas, ameaçavam osalunos e até mesmo os profes-sores dentro das salas. Passamosa controlar de forma mais enér-gica a presença de estranhos emnossas dependências. Isso nãoé invasão de privacidade, afinalestamos em um local público”,explica.

De acordo com a dona-de-casa Mariana Carvalho Guima-rães, a segurança na escola me-lhorou 100%com essa me-dida. “Antes opovo entravae saia da esco-la despercebi-do. Agora não.Tudo e todossão monitorados aos olharestecnológicos. Assim como ou-tras mães, aprovo essa medidatomada na escola”, conta.

A diretora do Instituto deEducação Estadual de Maringá(IEEM), Neide Gomes Cle-mente, diz que não tem pro-blemas com os alunos na es-cola. “As câmeras filmam todosque entram aqui. Tudo étranquilo. Se for para colocarmais câmeras, tem de haveruma discussão bem ampla comtodos que estudam e trabalham

aqui. Senão houver isso, seráinútil tal ação, explica.

Já a diretora auxiliar do Co-légio Estadual Unidade Pólo,Dirce de Freitas, conta que tam-bém não tem problemas comalunos. “É muito raro termosproblemas com alunos. Acâmera está ligada na proteçãodo patrimônio público contra ovandalismo.”

Para a estudante Ana Caro-lina Fabretti, nem sempre sor-rir é um grande negócio. “É tris-te sorrir o tempo todo aqui naescola em dias de provas ouentregas de trabalhos. Todocanto que eu olho vejo umaplaca dizendo: ‘Sorria, você está

sendo filma-do!’ Detestoisso. Souobrigada a fa-zer algo quenão quero.Acho erradoisso.”

O estudante Daniel MiltonFerreira gostou das câmeras naescola por trazer mais seguran-ça. “Agora não tenho medo deser agredido pelos outros alu-nos. Embora isso nunca tenhaacontecido comigo, mas sem-pre tive medo. Meu primo jáfoi espancado na escola ondeele estuda e nada foi feito comos meninos que bateram nele.Muitos viram, mas nessas ho-ras ninguém sabe quem foi. Mi-nha tia trocou ele de escola porconta disso”, conta.

A professora de Artes,Cibele Cristina TellesCampos, explica que aviolência queexiste dentro dasescolas é uma reprodu-ção do que há fora dela. Dizerque câmeras dão segurança émentira, não existe. “Sou favo-rável de usar câmerascomo formaeducativa, ou seja,usar a imagem paramostrar para os pais o que osfilhos fazem neste ambiente.”

De acordo com o especia-lista em educação GeraldoPeçanha, nenhuma câmera vaisubstituir um bom pai e umaboa mãe, principalmente umaboa escola. “Os alunos quandosaem de um ambiente familiare chegam até uma escola, vãoencontrar conflitos: o amigopensa diferente, o amigo veiode uma família diferente, a situ-ação financeira é diferente dadele. Mas essa situação gera, quesão salutares para o desenvolvi-mento do aluno. A violência émais um desse conflito que oaluno tem a aprender a lidar”,

explica.Segundo Peçanha, as

câmeras podem ser boas paraa escola, mas para o desenvol-vimento dos estudantes é pre-judicial. “A minha preocupaçãoé que uma série de instituiçõespossuem, mas não elimina porcompleto a presença do ladrão.Os pais e diretores têm de en-tender que só com a presençada câmera o problema da vio-lência e até mesmo assaltos nãoacaba. A câmera prejudica odesenvolvimento do aluno por-que quando ele está num am-biente social ele precisa desco-brir as regras necessárias paraviver ali”, explica.

Os pais e diretorestêm de entender quesó com a presença da

câmera o problemada violência e até

mesmo assaltos nãoa c a b a .

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SAÚDE

2ª quinzena de maio/09 Página 13Página 4 2ª quinzena de maio/09

CRÔNICAS

SERVIÇO

PsicólogaAdriana OzelameFurlan (CRP-08/05963)Especialista emterapia Familiar,Psicopedagogae Mestranda emEducação.Clinica UNIT –

Av: Euclides da Cunha, 1484 zona05 – Fones: (44) 3031 1751 Cel.(44) 9126 2601 – [email protected]

Todos nós enfrentamos os

diversos desafios e obstáculos da

vida, e, por vezes, a pressão é

difícil de aguentar, quando nos

sentimos mais sobrecarregados,

sob pressão, a correria do dia-

a-dia, tantas atribuições pare-

cem não ter fim, não é mesmo?

Principalmente nos momentos

em que o pico de trabalho (seja

fora ou dentro de casa) atinge o

ponto máximo. Tanta cobrança

de tudo e de todos: prazo, agili-

dade, qualidade, o chefe no pé

para pressionar, cliente de cara

amarrada, o estômago que não

quer nem saber se você tem

tempo ou não para almoçar, o

corpo quebrado, computador

que travou, tudo parece conspi-

rar contra a harmonia e o bem-

estar de cada um.

Após tudo isso a volta para

casa é um troféu bem mereci-

do. Ah, “Lar doce lar”, um lugar

onde a paz pode reinar. Tem

certeza? Aí começa outra jorna-

da, é só abrir a porta de casa

que vem mais uma avalanche de

cobrança: do marido, da mulher,

das contas pra pagar, do corpo

cansado, da novela que vai co-

meçar e não vai dar pra ver o

jogo ou do jogo que passa toda

hora e o marido quer assistir a

todos os programas do gênero,

do nenê que chora e das crian-

ças que querem atenção total.

A h h h h h h h h h h h h h h h ! ! ! !

Estresse! Estresse total!

Mas afinal, o que é stress? O

estresse pode ser definido como:

“uma reação do organismo, com

componentes físicos e/ou psico-

lógicos, causada pelas alterações

psicofisiológicas que ocorrem

quando a pessoa se confronta

com uma situação que, de um

modo ou de outro, a irrite, ame-

dronte, excite ou confunda, ou

mesmo que a faça imensamen-

te feliz” (Lipp & Malagris, 2001,

p.477).

O estresse é algo que acon-

tece dentro do corpo, mas que

não podemos ver, no ser huma-

no, só quando ele se apresenta

como sentimento, comporta-

mento ou sintoma é que sabe-

mos que ele está acontecendo

lá dentro. Algumas pessoas sa-

bem que estão vivendo em

estresse, outras acham que es-

tão levando uma vida super nor-

mal e não percebem nada. Aliás,

tudo na vida pode causar

estresse, até as coisas boas, por

exemplo: a vitória do time pre-

ferido, uma promoção na em-

presa, férias, natal, estar apaixo-

nado por alguém, passar no ves-

Todo mundo tem estresse?

tibular, ganhar na loteria, uma

relação sexual gostosa, tudo isso

e tantas coisas mais provocam

tanto estresse (do bom!) quan-

to à decepção, a tristeza, o de-

semprego, o assalto, a indecisão,

a falta do que fazer, uma briga,

ter mais coisa para fazer do que

o que o tempo permite, dívida,

a solidão, a insônia, a reunião na

empresa, e todas as outras coi-

sas e situações, o stress torna-

se uma ameaça para a sua saú-

de física e o seu bem estar emo-

cional.

O estresse pode provocar

desde uma simples dor de ca-

beça até um infarto, o stress

excessivo tem sido considerado

um dos principais problemas do

mundo moderno, sendo tema

de interesse da Organização

Mundial da Saúde, pode interfe-

rir na qualidade de vida do ser

humano, levando-o a uma série

de prejuízos: problemas de

interação social, familiar, falta de

motivação para atividades em

geral, doenças físicas e psicológi-

cas, além de problemas no tra-

balho.

Se você tem um monte de

responsabilidades e preocupa-

ções, pode estar executando as

tarefas sob stress durante boa

parte do tempo, entrando em

modo de emergência com todo

engarrafamento, ligação do che-

fe, ou noticiário de TV. Mas o

problema com a resposta de

estresse é que, quanto mais ela

é ativada, mais difícil é desligá-la,

em vez de voltar ao normal uma

vez que a crise já passou, os seus

hormônios do estresse,

frequência cardíaca e pressão

arterial permanecem elevados.

O estresse acontece em fa-

ses, dificilmente de uma vez só!

De vez em quando a gente hou-

ve falar de alguém que morreu

de repente (infarto, derrame

cerebral, acidente), teve um

estresse total e morreu, o nor-

mal, no entanto, é que ele se

desenvolva devagar, uma vez

que ficar estressado deixa uma

sensação boa (adrenalina!) no

corpo, a gente vai gostando de

se estressar e querendo cada

vez mais!

Tenha em mente que os si-

nais e sintomas de estresse tam-

bém podem ser causados por

outros problemas médicos e psi-

cológicos. Se você tiver algum dos

sinais de aviso de estresse, é

importante consultar um médi-

co para uma avaliação comple-

ta.

Também é muito importan-

te ter com quem compartilhar

sua vida, ou simplesmente al-

guém que o escute, faz passar-

mos para outra fase e muitas

vezes ao encontro da solução.

As palavras condensam senti-

mentos individuais, ou seja, tem

seu significado particular, cada

palavra é um filme de cheiro,

cores, sentimentos, barulhos, ou

seja, uma história, então, fale

mais de seus assuntos e diminua

o castigo com seu corpo e men-

te.

E não se esqueça, não im-

porta o quão estressado você fi-

que com todas as coisas, as pes-

soas à sua volta e principalmente

sua família não têm nada a ver

com isso, elas podem ajudar a

se sentir melhor, mas não po-

dem ser culpadas ou castigadas

por esse momento. A gente já

enfrenta muitos problemas na

vida sem que seja preciso criar

outros com as pessoas que mais

amamos.

A lesma, o cavalo de corrida,

A girafa, o leopardo, a raposa,

A cigarra, o vaga-lume, a mariposa,

O cão, o gato, o rato sua comida;

Quem diria, até mesmo o bicho-preguiça,

A criança, o adolescente, o adulto e o idoso,

O corintiano, o palmeirense, o são paulino orgulhoso

O trânsito, o governo, a demorada justiça;

O que trabalha, o desempregado, o aposentado,

O operário, o gerente, o competente diretor,

O padre, o segurança, o corretor,

O cantor, a artista, o réu e seu advogado,

A polícia e o bandido

Tanto a vítima como o sequestrador

O vigia na guarita observador

O apaixonado e o infeliz amante traído

A dona de casa, a empregada, o zelador

O viúvo, o humorista, o presidente

O estudante aplicado, mas também o displicente

A árvore, a semente, a flor

O sujeito muito alto, o anão que não cresce

O milionário investidor

E o pobre sem eira nem beira,

Cada um à sua maneira

Todo mundo tem seu estresse

Adriana Ozelame Furlan

Dica 1 - A falta de tempo podeexercer pressões que produzemestresse. A preocupação emfazer o dia render, diminuindoos intervalos entre oscompromissos, é um fatorcomum de estresse na vidamoderna. É necessárioprogramar melhor asatividades, marcando oscompromissos em horáriosnão muito próximos, comtempo suficiente paraenfrentar possíveisimprevistos sem desesperar.Dica 2 - A competição é um dosgrandes estímulos para asociedade e para o indivíduo.Devemos lutar por nossosobjetivos e sonhos, porém semo desgaste de comparar asconquistas e perdas pessoaiscom as dos outros. Éimportante não confundircompetição comcompetência. Competência équerer fazer bem aquilo quese faz e competição é desejarser melhor do que os outros.Dica 3 - A essência daqualidade de vida e dafelicidade está na relaçãoafetiva com os outros, todosaqueles com que convivemos,ser aceito e querido é muitoimportante para diminuir osefeitos nocivos do estresse.Assumir novas posturas diantedas pessoas pode ser a chavepara estabelecer laçosafetivos saudáveis.Dica 4 - Atividades físicasregulares ajudam a combaterfatores de risco à saúde,facilitam a descarga de tensões,proporcionam relaxamento ediminuem o estresse. Não énecessário treinar para seratleta e sim procurar um estilode vida mais ativo exercitar-se sempre que possível.

Adriana Ozelame Furlan -psicóloga

Aqui vão algumas

dicas de como conviver

com o estresse:

Antonio SantiagoDesde criança ouço falar

sobre a tal Ética, essa senhoramilenar nascida na antigaGrécia. De uns tempos paracá ela tomou um chá de sumi-ço. Raras vezes foi encontra-da, parece que quase ninguéma quer por perto. Diria até quese tornou persona não grata,principalmente em certos mei-os.

Como estava disposto aencontrá-la revirei a cidade ea achei em um psicanalista fa-zendo análise, tentando enten-der a crise de identidade pelaqual está passando.

Ela a princípio ficou relutan-te, pois ultimamente tem sidomuito ultrajada, mas aceitoufalar comigo e a entrevista estáreproduzida abaixo.

Cronista: Dona Ética quala razão do seu sumiço?

Ética: Bom, na realidademeu sumiço não é voluntário,as pessoas é que tem me evi-tado.

Cronista: No seu entenderporque isso acontece?

Ética: Eu acho que está ha-vendo uma inversão de valo-res, onde o “ter” (a qualquerpreço) se tornou mais impor-tante que o “ser”.

Cronista: Em qual setor dasociedade a senhora se sentemais discriminada?

Ética: Ultimamente emquase todos os setores, mas

Entrevista com a Ética

sem dúvida alguma, o meiopolítico ganha disparado.

Cronista: Por que a senho-ra acha isso?

Ética: Meu amigo, você éjornalista, então deve ler os jor-nais não é mesmo? Saiba quefui praticamente banida doCongresso e do Senado. Paravocê ter uma idéia de como asituação está preta, aqui emMaringá, por exemplo, não soumuito bem vista na Prefeiturae na Câmara de Vereadores.Mas justiça seja feita, alguns ain-da me defendem. São poucosé bem verdade, não devempassar de seis, porém isso medá esperanças e acredito quenem tudo está perdido.

Cronista: A senhora acre-dita que possa dar a volta porcima, e voltar a frequentar to-dos os lugares sem exceção?

Ética: Eu creio piamentenisso. Mas para que realmenteaconteça vou precisar de alia-

dos, pois sozinha será muitodifícil.

Cronista: Que aliados se-riam esses?

Ética: Ah, as pessoas de bem,que sentem indignação frente aosdesmandos e ao descaso que sãodispensados à população.

Cronista: E como seriaessa ajuda?

Ética: O ano que vem te-remos eleições. Isso é umbom começo, votar em quemrealmente gosta e tem com-promisso comigo, a Ética.

A palavra Ética é originadado grego ethos, (modo de ser,caráter) através do latim mos(ou no plural mores) (costumes,de onde se derivou a palavramoral). Em Filosofia, Ética sig-nifica o que é bom para o indi-víduo e para a sociedade, eseu estudo contribui para es-tabelecer a natureza de deve-res no relacionamento indiví-duo-sociedade.

Flávio Rodrigues de Oliveira*Em pleno século XXI ain-

da existem pessoas que, devi-do ao restrito vocabulário,possuem uma certa dificulda-de em dialogar com outros ter-restres, mesmo em conversasinformais.

Visto isso, me atentei porestas semanas a uma reporta-gem da Gazeta Maringaense,em relação aos casos defissuras. Pois bem, sem maisdelongas, relatarei o que meocorreu a algum tempo emuma fila de supermercado.Como hábito, imagino quenão só meu, mais dos demaisseres humanos, tenho a neces-sidade de comprar alimentosbásicos para a minha subsistên-cia. Assim, em uma dessasminhas escapadas semanais deconsumo capitalista, deparei-me com uma linda moça nafila de um supermercado ven-do uma dessas revistas nove-lescas. Ao ver que eu olhavaem direção a reportagem quechamava a atenção da moça,esta se virou e disse:

- O Murilo Benício está tãomalvado nesta novela.

Sem saber o que dizer epercebendo que a jovem con-tinuava a olhar-me agora en-treabrindo um sorriso em suaface, vi que aquela linda moçanecessitava de uma resposta.Comecei a ficar aflito, não de-vido ao meu mau jeito com asmulheres, mas sim com o queiria responder, uma vez que,nunca tinha assistido a tal per-sonagem que o ator interpre-tava. Mas, como sempre cos-tumo ser sociável, pensava emalgo que pudesse contentaraquela donzela, a fim de quepudéssemos ao menos trocarsorrisos em outras instâncias.De repente, veio-me a me-mória, um comentário feitopor meio de uma ex-profes-sora sobre o tal Benício e seulábio leporino, soltei:

- É realmente um ótimoator, ainda mais sabendo queele era fissurado.

- Serio? Coitado do “Mu”,pois saiba que em minha infân-cia, era totalmente fissurada em“TV Colosso”, dei até o nomede Priscila a uma cachorrinha.Mas vem cá moço, diga-meuma coisa, o Murilo Benícioera fissurado em que?

Fiquei estático no mesmoinstante, vi que a expressão deseu rosto havia mudado, os lin-dos lábios que outrora me sor-riam agora encontravam-sesemicerrados em minha dire-ção. Estava cético, imaginei poralguns instantes que se tratavade uma piada, porém, o rostoda linda moça não condiziacom os meus pensamentos.Meu Deus, como uma moçatão vistosa não tinha entendi-do o termo empregado nocontexto do qual citei e mais,como dizer à adorável garotaque, a fissura da qual estava mereferindo remetia-se a uma máformação no lábio e/ou pala-to, iria demorar uma eternida-de. Óh Cristo, o que eu ia res-ponder a moça? Mais uma vezcomecei a ficar aflito, pensan-do em algo que pudesse vir aomeus pensamentos igualmen-te como da primeira vez e di-zer com as palavras mais dó-ceis possíveis, que a perguntada moça era ridicularmenteestúpida. Não era fissurado emque! Mais sim aonde: ou seja,na BOCA. Assim, não sei se foipor sorte do destino ou algu-ma força superior a fila cami-nhou e levou a linda moça comela, mas, não sem antes medevolver um sorriso que eu ti-nha esboçado e dizer-metchau.

Hoje não sei se pela faltade memória, ou por obstácu-los que a vida nos coloca, nãoa mais vi, nem mais rosada,nem mais pálida, porém aindafico a imaginar pelo menosmais um ou dois diálogos, comaquela linda moça.

*Atualmente aluno especi-al do Mestrado em Educação ealuno não regular do curso deHistória da UEM

FISSURADO EM QUE?

Page 5: Pdf...Edição 4

2ª quinzena de maio/09 Página 5Página 12 2ª quinzena de maio/09

PERSONAGEM

ENTREVISTA

“A mulher jánasce prostituída”

Santiago: Quem teve aideia de criar a associação dosprofissionais do sexo?

Arinéia: Desde 2001 agente tinha problemas com asautoridades do Legislativo epolicial. Mas o que me levoua tomar uma decisão foi leruma notícia na primeira pági-na do Diário onde dois pro-motores e um delegado dizi-am que prostitutas e travestisnão tinham o direito de ir evir na cidade. Isso me revol-tou, pois somos cidadãs, pa-gamos impostos como todomundo. A polícia chegava, in-vadia, não tinha o menor res-peito, então eu senti a neces-sidade de mostrar queMaringá tem prostituta sim,estamos aí, vamos continuaraí, nós fazemos a história deMaringá e por isso nos orga-nizamos.

Santiago: O que as suasmeninas acharam disso tudo?

Arinéia: Foi tranquilo. Eu

quero que você entenda bem,nós aqui, eu e o senhorManoel (dono do hotel) nãodefendemos a prostituição esim a mulher prostituída, apessoa, o ser humano.

Santiago: Você acha quea prostituição é uma questãosocial?

Arinéia: Olha, eu achoque não é questão social. Euencaro como uma profissão.

Jaqueline: Há quantotempo você está nesta profis-são?

Arinéia: Desde que eunasci. A mulher já nasce pros-tituída.

Jaqueline: Por quê?Arinéia: Quando nasce-

mos nossos pais querem quecasemos com médicos, advo-gados, políticos, ninguém querque casemos com pobres.

Jaqueline: No seu caso,você se prostituiu por falta deoportunidades?

Arinéia: Foi por opção.

Hoje sou uma prostituta as-sumida. Perguntaram-me se aprostituição feria a a minha dig-nidade e eu respondi, o quefere a minha dignidade é nãoter o que comer, é ver os po-líticos querendo me afastardas ruas como se eu não ti-vesse direitos.

Jaqueline: Você pareceinstruída, é comunicativa, temuma boa dicção, qual a sua es-colaridade?

Arinéia: Não estudei, ten-tei fazer o fundamental, mas édifícil conciliar estudo com a

vida de prostituta, porém avida ensina a gente.

Santiago: Você tem filhos?Arinéia: Tenho filhos, te-

nho netos, tenho até bisneto.Santiago: Eles sabem da

sua situação?Arinéia: Sabem, eu criei

eles com o dinheiro daqui daJoubert de Carvalho.

Santiago: Então de certaforma você se considera respon-sável pelo desenvolvimento deMaringá?

Arinéia: Sim, eu tambémsou comerciante, vendo fanta-

Dizem que é a profissão mais antiga, todos sabem de suaexistência, mas preferem fingir não saber. Mas cada pessoa tem

sua historia, com momentos de alegrias, tristezas, amores edesamores. Para falar sobre estes assuntos, entrevistamos

Arinéia Martins, 44, Presidente da União Maringaense dasProfissionais do Sexo. Mulher ciente de seus direitos e deveres,de personalidade própria e sem papas na língua. Foi com uma

calça jeans, uma blusinha preta, apenas um batom comoenfeite e um enorme sorriso que Néia (como é conhecida)

recebeu a equipe da GM para uma entrevista descontraída, noqual sem pudor algum respondeu a todas as perguntas, com voz

firme e sem titubear.

sias sexuais.Santiago: Algum figurão já

entrou aqui?Arinéia: Aqui entra do

catador de papel até olegislativo.

Santiago: Que tipo deevento vocês fazem para cha-mar a atenção da sociedade?

Arinéia: Participamos detodos os eventos relativos àmulher. Dia 21, por exemplo,estaremos com a Secretária daMulher. Eu tenho uma cadeirano Conselho da Mulher deMaringá.

Profissão perigo

o que menos importa, a única coisaque não abre mão é o uso do preser-vativo.

“Quando eu tinha 30 anos sentiaprazer no que fazia, hoje odeio, nãovejo a hora de me aposentar”. Ela estácuidando da papelada para se aposen-tar por idade daqui a três anos.

Namorados? “TIve alguns. Já meapaixonei várias vezes e hoje não te-nho mais sonhos românticos. Meu co-ração endureceu, perdi a capacidadede amar”, afirma cética. “Amor, sópelos meus filhos”.

E encerrando Maria Madalena nosdá uma lição de moral dizendo “nohotelzinho em que levo meus fregue-ses sou tachada de puta, mas nos ho-téis de luxo quem faz esse tipo de ati-vidade é chamada de acompanhante”,conclui irônica.

Antonio Santiago“O seu corpo é dos errantesDos cegos, dos retirantesÉ de quem não tem mais nadaDá-se assim desde meninaNa garagem, na cantinaAtrás do tanque, no mato” (Chico Buarque)

Vivemos em uma sociedadeem que as pessoas torcem o na-riz para as mulheres que praticamo sexo por dinheiro, as chamadasprostitutas. Mas o que vem a serprostituição na sua essência? Noverbete do dicionário o significadoé o de pessoas que fazem comér-cio do corpo. Mas a situação é as-sim tão simplista?

E o que dizer da prostituição devalores, de caráter, que proliferamnessa sociedade considerada po-liticamente correta. Pura hipocri-sia, sem dúvida. Algunspseudomoralistas diriam que é pre-ciso extirpar o mal pela raiz, es-quecendo que esse é um proble-ma social decorrente da falta deoportunidades, da falta de educa-ção e trabalho.

Alguns políticos usam do ser-viço de prostitutas e depois diantedas câmeras assumem uma po-sição cínica propondo leis para coi-bir essa atividade. Muitas mulhe-res criticam essa classe, porémusam das mesmas armas parasubir na vida. São as alpinistassociais que dormem com o patrão,que usam o corpo para vender re-vistas, que da mesma forma queas prostitutas tradicionais utilizamda arma que tem para tirar pro-veito financeiro.

Não podemos esquecer de al-guns religiosos que condenam, noentanto, usam o serviço dessasmulheres e depois com a maiorcara de pau vão pedir “perdão” naigreja. Por isso tudo podemos afir-mar que o buraco é bem mais em-baixo.

Preconceito ouhipocrisia?

Antonio SantiagoDesde que o mundo é mundo a

profissão de prostituta existe. E de lápara cá pouca coisa mudou. Essas mu-lheres que vendem o corpo sempreforam mal vistas pela sociedade, quenum gesto de hipocrisia fingem ou iso-lam essas pessoas como se pudessemsofrer contágio. Algumas estão nestavida não por necessidade, mas por op-ção, para ganhar dinheiro fácil. Estassão as prostitutas de luxo, mais co-nhecidas como “garotas de programa”.Outras, ao contrário, são vítimas dascircunstâncias, ou seja, por falta deoportunidades se lançam nessa difícilvida fácil e não conseguem mais sairdesse círculo.

Maria Madalena, tal qual a peca-dora bíblica é nossa personagem des-ta edição.

Ela é analfabeta, tem 62 anos e há40 anos vende o corpo pelas ruas deMaringá, portanto, é a mais antigaprostituta em atividade na cidade. Têmtrês filhos, um biológico e dois adoti-vos, sete netos e sente o maior orgu-lho deles. Um dos filhos adotivos elarecebeu de uma colega de profissãoque fazia ponto com ela na praça daantiga rodoviária, onde ainda dá plan-tão.

Diz que caiu na vida por conta deum beijo. Tinha um namorado e opai dela os pegou em flagrante tro-cando um beijo e os obrigou a casar.O casamento, claro, não deu certoe o pai que já a tinha obrigado a casarnão a aceitou de volta e para sobrevi-ver Maria Madalena começou a seprostituir.

Esse pai, por ironia do destino, hojevelho e doente é sustentado por elacom o dinheiro da sua vida de prosti-

tuição, inclusive mora em uma casadoada por Maria Madalena.

Conseguiu a duras penas, econo-mizando bastante, comprar quatrocasinhas. Uma delas doou ao pai,uma vendeu para financiar a festa decasamento da filha, outra está alugadae na quarta ela reside em companhiade um filho. “Meus filhos sempresouberam da minha profissão e nun-ca se envergonharam de mim”, dizela.

Sobre seus clientes fala que já fezprogramas com gente importante, po-líticos, pessoas conhecidas. Faz emmédia cinco programas por dia e co-bra 20 reais. Às vezes, quando apare-cem muitos fregueses ela costuma darum desconto e cobra apenas 15 re-ais. Diz preferir os quarentões, nãogosta de garotinhos. O estado civil é

TRÁFICO DE DROGAS - DENUNCIEO que é o 181 – NARCODENÚNCIA? É um programa do Governo do Estadocriado para combater o tráfico de drogas e prender os traficantes.

Como funciona? Ao ligar para o 181, sua denúncia é registrada e seráinvestigada, e se o tráfico estiver ocorrendo nesse momento, imediatamenteserá encaminhada uma viatura da PM para prender os traficantes.

Quando ligar para o 181? Toda vez que tiver informações que possam levara polícia até o traficante e prendê-lo.

De onde ligar? De qualquer telefone, até mesmo o de sua casa, pois onúmero não é identificado e o governo do Estado do Paraná lhe garante sigiloabsoluto sobre a sua denúncia.

Porque ligar para o 1 81? Somente com a sua colaboração e de toda apopulação é que conseguiremos combater o tráfico e fazer com que a polícia

Campanha de conscientização da Gazeta Maringaense, o porta voz da comunidade

TRÁFICO DE DROGAS - DENUNCIEO que é o 181 – NARCODENÚNCIA? É um programa do Governo do Estadocriado para combater o tráfico de drogas e prender os traficantes.

Como funciona? Ao ligar para o 181, sua denúncia é registrada e seráinvestigada, e se o tráfico estiver ocorrendo nesse momento, imediatamenteserá encaminhada uma viatura da PM para prender os traficantes.

Quando ligar para o 181? Toda vez que tiver informações que possam levar apolícia até o traficante e prendê-lo.

De onde ligar? De qualquer telefone, até mesmo o de sua casa, pois o númeronão é identificado e o governo do Estado do Paraná lhe garante sigiloabsoluto sobre a sua denúncia.

Porque ligar para o 1 81? Somente com a sua colaboração e de toda apopulação é que conseguiremos combater o tráfico e fazer com que a polícia

Campanha de conscientização da Gazeta Maringaense, o porta voz da comunidade

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Página 6 2ª quinzena de maio/09

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2ª quinzena de maio/09 Página 11

REC E I TA

Ingredientes:200g de manteiga250g de açúcar2 gemas1 pitada de sal1 colher (café) de canela em pó3 claras de ovo1 xícara (chá) de cerveja300g de farinha de trigo1 colher (sopa) rasa de fermentoem pó1 colher (sopa) de canela empó1 colher (sopa) de açúcar

Modo de preparo:Bater a manteiga e o açúcar atéobter um creme. Sem parar debater acrescentar as gemas, o sal, a canela em pó, as claras batidas em neve e a cerveja emtemperatura ambiente. Bater fortemente. Juntar a farinha de trigo e o fermento. Bater bem atéabrir bolhas. Despejar numa forma de 30cm de diâmetro untada e assar. Desenformar aindaquente e salpicar a farofinha de canela e açúcar misturados.

SabiáSábia é a natureza

Que já sabia

Que seu canto encantaria

O reino animal

Sábio sabiá

Ave cantora

Símbolo de uma terra

Onde proliferam

Pássaros mil

Têm cores

Têm sons

Seu gorjeio

Já foi verso

De Gonçalves e de Tom

Canta alegre

E festivo

Vive

Para cantar

Malu PedarciniUm dia desses recebi um e-mail de uma amiga e nele um

texto que transcrevo abaixo. Claro, curiosa como sou, seguiimediatamente as instruções e para meu espanto depois de efe-tuar todas as operações solicitadas deparei-me com o númerodo meu telefone.

Pensei, ah isso é algum truque ou coincidência. Passei paraamigos meus, que fizeram o mesmo procedimento só que comoutros números e chegaram também ao número de telefonedeles. Aí pergunto: por acaso tem algum matemático que pos-sa desvendar o segredo? Se tiver, por favor, me conta, poisestou me mordendo de curiosidade.

Mistérios!!!

Bolo da Baviera

MATEMÁTICAA matemática tem coisas que nem Pitágoras explicaria.Aí vai uma delas:Pegue uma calculadora porque não dá pra fazer de cabeça, a não ser que você seja um gênio.1- Digite os 4 primeiros algarismos de seu telefone;2- multiplique por 80;3- some 1;4- multiplique por 250;5- some com os 4 últimos algarismos do mesmo telefone;6- some com os 4 últimos algarismos do mesmo telefone de novo;7- diminua 250;8- divida por 2.Reconhece o resultado?

Existe um projeto tramitando no Congresso que propõe o aumento decadeiras nas câmaras municipais em quase todas as cidades de País.

O que você acha de

aumentar o número de

vereadores aqui em Maringá ?

Não vejo necessidade deaumentar, 15 já é demais,é mais que o suficiente.Daniely Ribeiro(Recepcionista)

Sou totalmente contra,é mais um desperdício

com o dinheiro público,eu acho até que já tem

vereador demais.José Cícero de Lima

– (Segurança)

Acho errado aumentar onúmero de vereadores, játem muito e os que tem

não fazem nada.Anselmo dos Santos

(Vendedor depassagens)

Sou contra oaumento donúmero de

vereadores,pois com o

dinheiro quepagaria o

salários deles,dá pra se fazermuitas coisas,

aliás, acho queeles nem

deveriam ter salários, só ajuda de custoRoberson Pere i ra da S i l va (M ic ro empresár io )

isso foi o suficiente pra que ele

desistisse de ouvir suas músicas

e voltasse toda a sua atenção

pro diálogo dos colegas de fila.

“O rock nacional morreu cara,

não adianta. Não existem mais

bandas de rock boas. Na nossa

época era diferente, lembra? Eu

até liguei o rádio estes dias pra

ver se conseguia escutar alguma

coisa boa, mas não existe mais

mesmo. Finitum est!”

Ele sorriu discretamente,

mas estava gargalhando por

Ricardo Cezar Gomes Silva

Ele entrou na agência com a

encomenda debaixo dos braços

e ficou um pouco perdido. Era

muito maior do que imaginara.

Apesar dos seus vinte e poucos

anos de idade, aquela era a pri-

meira vez que precisava enviar

alguma coisa pelo correio. Havia

um monte de cadeiras dispostas

em filas ocupando toda a parte

central do salão e lá no canto um

funcionário cuja única função era

apertar um botão e entregar ao

cliente um papelzinho com a se-

nha para o atendimento. Ele ti-

rou os fones de ouvido, pegou

sua senha e sentou-se num dos

poucos lugares disponíveis. Ou-

viu um apito agudo. D389.

Olhou para o pedaço de papel

em sua mão e soltou um suspiro

de resignação. D591.

Já se preparava para colo-

car novamente os fones de ou-

vido quando, meio sem querer,

ouviu um pedacinho da conversa

entre duas pessoas que estavam

sentadas imediatamente atrás

dele. A única palavra que con-

seguiu identificar foi “rock”, mas

A encomendadou-se melhor em seu lugar, cru-

zou as pernas como quem faz

um “quatro”, apoiou a enco-

menda no colo e colocou seus

fones de ouvido. Ligou seu iPod

e virou-o na horizontal para ver

a capa dos discos que estavam

gravados no aparelho.

Deslizava o dedo levemente

pelos controles para escolher um

bom disco. As bandas, todas de

rock nacional, eram mostradas

no pequeno visor em ordem al-

fabética: A Inimitável Fábrica de

Jeeps, Astros, Cachorro Gran-

de, Canastra, Charme Chulo,

Ecos Falsos, Eskimo, I.R.I.S,

Ludov, Matanza, Móveis Coloni-

ais de Acaju, Nervoso e os Cal-

mantes, Nevilton, Poléxia, Reles

Pública, Rock Rocket, Seychelles,

Superguidis, Terminal

Guadalupe, Vanguart, Yagora

José? A lista era imensa. Quase

todos os oito gigas estavam ocu-

pados.

Mais uma vez ele sorriu. O

rock nacional não estava morto,

afinal. Pensou em puxar assunto

para tentar mostrar àqueles dois

que eles estavam completamente

enganados (e desatualizados),

mas logo desistiu da idéia. Estava

cansado demais. Havia passado

boa parte da madrugada anteri-

or num show maravilhoso do

Viana Moog, uma banda inde-

pendente lá do Rio Grande do

Sul.

Como não conseguia decidir

por onde começar deu uma

chacoalhada no iPod para ativar

o modo aleatório. Ouviu as no-

tas tristes de um violino tocando

uma melodia melancólica só para

depois sentir todo o peso do baixo

e da bateria logo no comecinho

da música. Estava com sorte. A

Curva, do Eskimo, era uma das

músicas que ele mais gostava! E

ali ele ficou durante os oitenta e

poucos minutos seguintes, escu-

tando um petardo atrás do ou-

tro, até que o apito agudo fez

aparecer no visor a combinação

que ele segurava em uma das

mãos. D591. Levantou-se, tirou

o fone de apenas um dos ouvi-

dos, abaixou o volume da músi-

ca e seguiu rumo ao caixa 17

onde, finalmente, conseguiu en-

viar sua encomenda.

dentro. A expressão latina no fi-

nal do discurso, dita no tom gra-

ve daqueles que se despedem

de algo muito importante, havia

sido a cereja do bolo. Será que

algum dos seus amigos iria acre-

ditar quando contasse o que es-

tava acontecendo?

A conversa continuou atrás

dele, mas o assunto agora era o

vestido da loirinha que acabara

de levantar para ser atendida. Ele

ouviu um apito agudo. D405. A

espera iria longe ainda. Acomo-

C R Ô N I C A

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CULTURA

2ª quinzena de maio/09 Página 7

ESPORTES

Página 10 2ª quinzena de maio/09

Malu PedarciniNão há como desviar os

olhos de uma mulher pratican-do dança do ventre. Os movi-mentos são sinuosos, sensuaise com um toque de mistério.Talvez por isso seja considera-da a mais sensual de todas asexpressões corporais. Tecnica-mente, seus movimentos sãomarcados pelas ondulaçõesabdominais, de quadril e tron-co isoladas ou combinadas,ondulações de braços e mãos,tremidos e batidas de quadril(shimmies), entre outros. Es-tudiosos atribuem às ondula-ções abdominais à imitação dascontrações do parto.

Não existem muitos regis-tros a respeito da origem des-ta dança, porém acredita-seque tenha nascido em eras pri-mitivas e depois foi incorpora-da nas cerimônias religiosas doAntigo Egito. Na antiguidadeera uma forma de homenage-ar as deusas da fertilidade.Com o tempo a dança do ven-tre se expandiu alcançandooutros países como Grécia,Turquia, Índia e França, ganhan-do novas características e sig-nificados.

Ao longo dos anos, sofreumodificações diversas, inclusi-ve com a inclusão dos movi-mentos do ballet clássico rus-so em 1930. Hoje, essa arteencontra-se desvinculada dequalquer conotação religiosa efigura apenas como uma ex-pressão de arte.

No Brasil a dança do ventreteve uma difusão maior entre2001-2002 durante a exibiçãoda novela “O Clone” de GlóriaPerez. No entanto, o interessenão diminuiu com o término danovela. Pelo contrário, muitasmulheres hoje buscam na dan-ça do ventre uma forma demexer com a fantasia e o emo-cional. A prática da dança esti-mula o corpo e deixa a mulhermais desinibida, além de esti-

mular a libido de quem faz e dequem vê.

Mas não dá para confundir.A dança é apenas sensual, nãopassa por apelos ou vulgarida-de. É uma brincadeira com ocorpo que faz uma volta ao

lúdico. Outra vantagem é mo-dificar a postura e os própriosmovimentos, que ganhammais graça e suavidade, alémde dar mais forma ao corpo.

Renata Loyolla, 34, casada,mãe de um garotinho de um

ano, formada em Direito,mudou-se para Maringá em1996 para exercer a profissãode advogada. Mas neste mes-mo ano conheceu a dança doventre e se apaixonou de talforma que resolveu dedicar-se

somente a essa arte. Desdeentão, dedica-se exclusiva-mente ao estudo da dança doventre, sempre buscando seaperfeiçoar. No início comoaluna, depois já como profes-sora em academias onde tra-balhou por dez anos.

Hoje é dona de uma esco-la onde ministra aulas de dan-ça para 115 alunas. SegundoRenata os benefícios da dançado ventre são inúmeros. “Den-tre os diversos benefícios físi-cos, podemos citar em espe-cial o fortalecimento eenrijecimento da musculaturadas pernas, braços e principal-mente abdômen. Desenvolvetambém a coordenaçãomotora, o equilíbrio, aumen-ta a flexibilidade, e se a aulamantiver um bom ritmo podequeimar até 300 calorias”.Renata afirma ainda que a mu-lher que pratica a dança doventre descobre seu própriocorpo, pois trabalha com a sen-sualidade, com a delicadeza eisso contribui para melhorar aautoestima.

Mariana Tait, 22, formadaem Letras é professora de dan-ça há dois anos. Pratica a dan-ça do ventre desde os 18 anos,porém seu contato com a dan-ça é antigo. “Comecei comcinco anos na Oficina de Dan-ça da UEM”, diz ela. ParaMariana, a dança do ventre éum desejo realizado e a aju-dou muito no seu processo dedesenvolvimento, principal-mente porque possibilitou queela conhecesse muitas pesso-as.

Renata Zordan, 31, profes-sora de música e teoria musi-cal faz aulas há dois meses e sediz encantada. “Achoapaixonante. Eu me encontrona dança”. Segundo ela, a dan-ça além de proporcionar pra-zer também ajuda no condici-onamento físico. “Por mim vi-ria todos os dias”, conclui.

Dança do Ventre, uma dança feitaunicamente para o corpo feminino

RenataZordan

Mar ianaTait

Malu Pedarcinie Antonio Santiago

O triatlo é uma modalida-de esportiva que surgiu na dé-cada de 70 e ganhou projeçãoa partir de 1978 com o pri-meiro campeonato no Havaí.É uma competição de resistên-cia onde o atleta tem que cum-prir etapas na natação, ciclis-mo e corrida. Foi só no anode 2000 que o triatlo teve suaestréia numa Olimpíada.

Mas a troco do queestamos escrevendo tudo isso?Poucas pessoas sabem, masaqui em Maringá essa modali-dade esportiva é bem desen-volvida. Alguns perguntarão:mas é possível praticar triatlosem ser no mar? Sim, é possí-vel. Não acreditam? Quemnos conta essa história é Re-nato El Memari, 30, professorde Educação Física com forma-ção pela UEM e especializaçãoem Morfofisiologia Aplicada doExercício e personal trainer emvárias academias e...ufa! aindaé um atleta aplicado pratican-do o triatlo há 14 anos.

Renato nos conta que exis-te sim competição de triatlofora do mar. Na falta do ocea-no os atletas praticam em pis-cinas e lagos.

Renato acumula excelentesresultados em diversas com-petições ao longo da sua car-reira de atleta.

Foi 3º lugar nos Jogos Aber-tos do Paraná em 1998, dis-putado em Cascavel. Em2000 participou do Sul-brasi-leiro na categoria Triatlo Rápi-do e conquistou a quarta posi-ção. Neste mesmo ano parti-cipou de uma prova internaci-onal no Chile e também ficouem 4º lugar. Em 2001, emFlorianópolis, no BrasileiroUniversitário conseguiu a ter-ceira colocação. Em 2007 naCopa Paraná subiu ao pódiocom o 3° lugar.

Atualmente ele treina aEquipe Orion que é composta

Orion, uma constelação de atletas

por 14 homens e duas mulhe-res. Todos os atletas da equipetêm as mais variadas profissões(dentistas, advogados, médi-cos, vendedores, empresários,estudantes, etc.) e praticam oesporte por prazer. Apesar des-sas pessoas trabalharem o diainteiro ainda arranjam tempopara treinar. E o treino é puxa-do. “São duas sessões de trei-namento diário, maismusculação, isso pela manhã ea tarde”, diz Renato. Eles trei-nam principalmente em acade-mias, nos parques da cidade enos lagos.

“No triatlo o que conta

mais é a regularidade nastrês modalidades. Não adi-anta se sobressair em umae ir mal na outra. Tem queexistir um equilíbrio em to-das” frisa ele.

A Equipe Orion participa dediversas competiçõesamadoras principalmente noParaná, Estado onde esse es-porte é muito forte,notadamente em Curitiba,Londrina e Maringá.

Ah, sim, Renato nos lem-bra que eles não têm patrocí-nio algum, ou seja, arcam comtodas as despesas. Fazem tudopor amor ao esporte.

As mulheres ainda estãotímidas nesta modalidadeesportiva, são poucas as queparticipam. Uma delas éCassiana Colletes Costa Cur-ta, 38, dentista, casada, umafilha de oito anos. “Comeceia correr faz onze anos. Notriatlo estou há quase doisanos. Minha primeira provade triatlo foi em 2008 emCaiobá. Treino com o Renatohá uns três meses”, diz ela.

Optou pelo triatlo, poissempre passava as fériasem Caiobá e assistia às com-petições. Como já corria,nadava e pedalava encarouo desafio de treinar e partici-par da prova, desafio estepessoal. Cassiana afirma quesempre gostou muito de es-porte e que os pais semprea incentivaram. “Como mesai bem na prova de Caiobácomecei a treinar cada vezcom mais vontade, mas ten-do sempre que driblar o tem-po, pois além de mãe sou es-posa. Tenho uma vida socialativa e lógico, o meu traba-lho, pois sou uma profissio-nal que lida com saúde e sei

Asmulheresbuscamseu espaçoque preciso estar sempreantenada com as novidadesda minha área e ter respon-sabilidade frente aos meuspacientes, mas consigo pla-nejar o meu dia a dia paraque tudo se encaixe”,enfatiza.

Depois de Caiobá partici-pou de provas em Londrinae Maringá. Uma que ela con-sidera muito importante egratificante foi emPirassununga, onde conse-guiu um 5º lugar. Esta provafoi importante, porque é denível nacional. Em fevereirode 2009 voltou a participarde Caiobá e foi classificadacom um terceiro lugar.

“Pretendo continuar atreinar e participar de pro-vas. Até quando? Até quan-do tiver fôlego para terminarbem as provas, com saúde,pois um dos motivos de es-tar neste esporte é a quali-dade de vida que ele me dá,tanto mental quanto física.Estou muito feliz com esteesporte e sou muito grata aomeu treinador pelo incenti-vo”, conclui Cassiana.

Renato El Memari:“No triatlo o que contamais é a regularidadenas três modalidades.

EquipeOrion

Renata Loyolla

CassianaColletes CostaCurta

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CIDADE

2ª quinzena de maio/09 - Página 9

CIDADE

Página 8 - 2ª quinzena de maio/09

Ângelo PrioriCriada em 1970 para aten-

der às necessidades de ensinosuperior em Maringá, a UEM éresultado da junção de três fa-culdades, a Faculdade Estadual deCiências Econômicas, criada em1959, a Faculdade Estadual deDireito, criada em 1966 e aFundação Faculdade de Filoso-fia, Ciências e Letras, criada em1966. No conjunto, estas facul-dades ofereciam um total desete cursos: Ciências Econômi-cas, Direito, História, Geogra-fia, Ciências do 1º Grau, LetrasAnglo-Portuguesas e LetrasFranco-Portuguesas.

A Lei nº 6.034, de 06/11/69, autorizou a criação da Uni-versidade Estadual de Maringá,agregando à ela as faculdades jáexistentes. Pelo Decreto Esta-dual nº 18.109, de 28/01/70,foi criada, sob a forma de fun-dação de direito público, a Fun-dação Universidade Estadual deMaringá (FUEM), sendo reco-nhecida em 11/05/76 peloGoverno Federal (Decreto nº77.583) e tornou-se autarquiapela Lei Estadual nº 9.663 de17/07/91, mantendo a mesmadenominação.

Os primeiros sete anos daInstituição, de 1970 a 1976,foram marcados pela ocupaçãogradativa do campus definitivo epela implantação de 15 cursosde graduação. Atualmente, aUEM oferece 37 cursos de gra-duação, distribuídos pelosCampus-Sede, Campus Exten-são de Cianorte e Campus Re-gional de Goioerê.

Em 1986, a Universidadecomeçava a dar mostras de suaabrangência regional com a cri-ação e implantação da extensãona cidade de Cianorte, comdois cursos: Pedagogia e Ciên-cias Contábeis. Esta tendênciaganhou consistência com a cria-ção e implantação do CampusRegional de Goioerê, em 1991,com dois cursos: Engenharia

UEM, uma usina do saber

Têxtil e Licenciatura em Ciên-cias, por meio de um convê-nio, envolvendo a Universida-de Estadual de Maringá e umconsórcio intermunicipal, for-mado por sete municípios. Tam-bém foram criados os campusde Cidade Gaúcha, Diamantedo Norte, Fazenda Experimen-tal de Iguatemi, Base Avançadado Nupelia em Porto Rico,Centro de Pesquisa em Agricul-tura de Floriano e o Núcleo dePesquisa Aplicada à Agricultura- NUPAGRI, em Maringá, quecompletam o suporte universi-tário para as atividades de Ensi-no, Pesquisa e Extensão.

No ano de 1988 foram cri-ados os cursos de Medicina eOdontologia, tendo comoconsequência a implantação deum complexo de saúde, forma-do por um Hospital, uma Clí-

nica Odontológica, uma Unida-de de Psicologia Aplicada e umHemocentro. Nove anos de-pois foi criado o Curso deInformática, realizando o seuprimeiro vestibular em janeirode 1998, em substituição aoCurso de Formação deTecnólogo em Processamentode Dados.

No que diz respeito ao en-sino de pós-graduação, desde oinício dos anos 80 vem aumen-tando o número de cursos deespecialização oferecidos pelaUEM. Em 1998 estavam emandamento 61 cursos de espe-cialização. Quanto aos cursosde pós-graduação “stricto-sensu”, no ano de 1986 foramcriados os dois primeiros cur-sos de mestrado, sendo um emCiências Biológicas e o outroem Química Aplicada. Atual-

mente, são ofertados 16 cursosde mestrado e sete de douto-rado.

Em 1992, foi implantado oprimeiro curso de doutorado naUEM, sob a denominação de“Ecologia de Ambientes Aquáti-cos Continentais”. O segundocurso foi criado em 1997, naárea de Ciências Biológicas einiciou em 1999.

A partir de 1992, a UEMimplantou o regime seriado paraseus cursos de graduação. No-vas grades curriculares tiveramde ser elaboradas, agora com aobrigatoriedade de cada cursoter um projeto pedagógico, oque conduziria à identidade pro-fissional e facilitaria a avaliaçãoda qualidade do ensino que ainstituição oferece.

As atividades de pesquisa ti-veram aumento significativo a

partir de 1979, com acompa-nhamento de projetos, em di-versas áreas de pesquisa.

Atualmente a UEM contacom 107 grupos de pesquisascadastrados no CNPq.

A melhoria da qualificação deseu quadro de pessoal propiciouum crescimento significativo dasatividades de extensão, a partirda década de 80. Desde então,as atividades mais frequentes serelacionaram com as de apoioao ensino de 1º e 2º graus,pré-escolar e educação especi-al.

Na intenção de ampliar osmeios de divulgação de suas ati-vidades, foram implantadas, em1992, uma editora (EDUEM);em 1996, uma livraria univer-sitária e uma emissora de rádioFM, sintonizada no prefixo106,9 MHz.

Antonio Santiago

Hoje a UEM é uma re-ferência nacional. É umadas melhores universida-des do País segundo oranking do Ministério daEducação. Mas isso tudonão aconteceu gratuita-mente. Nada foi por con-cessão. Foram muitas lu-tas, incansáveis greves emuito sacrifício. Muitosprofissionais ficaram pelocaminho em função de de-fenderem pontos de vistacontrários à política vigen-te. Tudo começou com agreve de 1980 que durou 30

UEM, uma história de lutas e conquistasdias. Seguiram-se a esta ou-tras como a de 1984 (25 dias)e 1985 (20 dias). Todas elaspor questões salariais e comsucesso.

Em 1986 aconteceu umagreve diferenciada que alémda reivindicação salarial con-quistou o direito de eleger oReitor pelo voto direto da co-munidade acadêmica. Essaconquista foi bandeira de lutajuntamente com as Diretas Já(movimento em favor das elei-ções diretas para Presidenteda República). Professores,sindicatos de funcionários eDCEs lançaram a luta da elei-

ção direta para reitor a partirde uma lei proposta porMárcio Almeida, deputado es-tadual do PCB (Partido Comu-nista Brasileiro).

Em 1987 mais duas gre-ves e a promulgação da leique instituiu o ensino gratuitoencampada pelo governadorda época, hoje senador Álva-ro Dias.

Durante os anos de 1988,1989 e 1990 houve mais gre-ves e todas obtiveram algumêxito. A mais extensa destasfoi a de 1989 que durou 58dias.

Em 1991, uma grande der-

rota para o Movimento Sindi-cal e acadêmico. O então etambém hoje governadorRoberto Requião além de nãoconceder reajuste algum ain-da ameaçou cortar 30% do or-çamento da universidade.

Depois dessa greve, forammuitos anos sem mobilização.

Em 2000 aconteceu a re-tomada das greves. Houve pa-ralisação por 42 dias.

Em 2001, no fatídico11 desetembro (ataque ao WordTrade Center em Nova York,começou a última greve naUEM, que durou 6 meses.

Por conta de todas essas

mobilizações a UEM se con-solidou. Isso só foi possívelgraças à organização soci-al dos professores, funcio-nários e alunos que ajuda-ram nessas lutas e promo-veram conquistas duradou-ras, tais como, a gratuidadedo ensino e a eleição diretapara reitor. Hoje a UEM tem1.482 professores, 2.675técnicoadministrativos e17.063 alunos. São 52 cur-sos de graduação, 93 de es-pecialização, 28 demestrado e 12 de doutora-do.

Vida longa à UEM!

O que representa a UEM na sua vida? E na vida da cidade?

Décio Sperandio (Reitor daUniversidade Estadual deMaringá): A Universidade Estadualde Maringá está completando 40anos de existência, e não só paramim, mas também para muitas fa-mílias que aqui vieram antes de suacriação significou, primeiramente, aoportunidade de realização de umcurso superior na cidade escolhidapara viver, o que sem dúvida é umprivilégio.

A UEM é um patrimônio queocupou e vai continuar ocupando umpapel, cada vez mais central, no de-senvolvimento regional, do ponto devista científico, cultural, social e eco-nômico. Seria extremamente difícilimaginar o que seria de Maringá eregião hoje sem a presença da UEM.

Ênio Verri (Secretário Es-tadual do Planejamento): Euentrei na Universidade Estadu-al de Maringá em 1979, e sem-pre fui um apaixonado pelaeconomia. Meu sonho era serprofessor da UEM. Trabalheimuito em defesa dessa univer-sidade, na luta pela gratuidadedo ensino, naquele tempo mili-tando no Centro Acadêmico deEconomia. Também na lutapelo preço justo do Restauran-

te Universitário, já na época que participava do Diretório Central dosEstudantes. E sempre tive a perspectiva que a UEM seria uma gran-de universidade. Hoje esse sonho já é uma realidade, me graduei naUEM, fiz meu mestrado nessa instituição, aliás, sou da primeira tur-ma de mestrado da UEM. Acabei em 1997 ingressando como pro-fessor e hoje eu vejo a Universidade como um modelo, não só noParaná.

A UEM é uma das melhores instituições de ensino superior doPaís. Sem dúvida nenhuma, tenho hoje um sonho realizado, sonhode ser professor de uma grande universidade, essa universidadeque eu amei desde o primeiro dia que entrei, em março de 1979.

A UEM é muito mais do que um grupo de funcionários e profes-sores que ganham salários e gastam na cidade. Se fosse só por isso,ela já seria muito importante, afinal de contas, esses recursos queela investe na forma de pagamento, de obras, e de outros investi-mentos, gera uma receita e faz com que a economia de Maringácresça muito mais. Isso já seria muito bom, mas eu acho poucoperto da que a UEM tem para a região. Ela representa um avanço naciência, na pesquisa. Eu diria que a UEM tem um papel irradiador dodesenvolvimento da nossa região, não só de Maringá, porque elarepresenta investimento na forma de renda, conhecimento e desen-volvimento.

Luiz Roberto Evangelista (ex-aluno eatualmente docente do Curso deFísica): A UEM é um patrimôniocultural e científico. A maior riquezada comunidade maringaense. Boaparte da economia gravita em tornodela.

Verônica Regina Müller (docentedo Departamento de EducaçãoFísica, com Mestrado emEducação e Coordenadora do PCA –Programa Multidisciplinar deEstudos, Pesquisas e Defesa daCriança e Adolescente desde1987): A UEM é uma instituiçãoprofundamente responsável pelodesenvolvimento de pesquisas e

fonte de conhecimento nacional e internacional. Tambémresponsável pela ampliação e aprofundamento da cultura dapopulação maringaense.

Maria de Lourdes Portela(auxiliar operacional): Para mim a

UEM representa tudo. Aqui eu fuivalorizada e a UEM é muito

importante para Maringá.