PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO PRIMEIRO … · miséria do pecado e restaurará as condições...

32
REVISTA DA ESCOLA BÍBLICA REVISTA DA ESCOLA BÍBLICA REVISTA DA ESCOLA BÍBLICA REVISTA DA REVISTA DA ESCOLA BÍBLICA ESCOLA BÍBLICA REVISTA DA ESCOLA BÍBLICA PANORAMA PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO HISTÓRICO-RELIGIOSO PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO PRIMEIRO TESTAMENTO DO PRIMEIRO TESTAMENTO DO PRIMEIRO TESTAMENTO ANO 2 - EDIÇÃO 01/2018 ANO 2 - EDIÇÃO 01/2018 ANO 2 - EDIÇÃO 01/2018

Transcript of PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO PRIMEIRO … · miséria do pecado e restaurará as condições...

REVISTA DA ESCOLA BÍBLICAREVISTA DA ESCOLA BÍBLICAREVISTA DA ESCOLA BÍBLICAREVISTA DA REVISTA DA ESCOLA BÍBLICAESCOLA BÍBLICAREVISTA DA ESCOLA BÍBLICA

PANORAMA PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSOHISTÓRICO-RELIGIOSO

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO

DO PRIMEIRO TESTAMENTODO PRIMEIRO TESTAMENTODO PRIMEIRO TESTAMENTO

AN

O 2

- E

DIÇ

ÃO

01

/20

18

AN

O 2

- E

DIÇ

ÃO

01

/20

18

AN

O 2

- E

DIÇ

ÃO

01

/20

18

Qualquer parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida desde que se faça a indicação da fonte.

PASTOR PRESIDENTE João Luiz de Sá Melo

PASTOR DE ENSINOPedro Santiago Barbuto

AUTORPedro Santiago Barbuto

REVISORESGraça Barbuto

ARTE & DIAGRAMAÇÃO João Gabriel Rocha

João JuniorThiago Borges

Editora GráficaGrupo Smart Printer

SumárioPANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSODO PRIMEIRO TESTAMENTO

Bíblia, Bíblia e Bíblia.........................página 2

Origens e Patriarcas......................... página 4

Do Egito à Conquista de Canaã...........página 6

Juízes.............................................página 8

Reino Unificado e Dividido..............página 10

Exílio Babilônico e Retorno à Terra....página 12

Profetas........................................página 14

Genealogia dos Povos em Gênesis....página 16

Cronologia Bíblica..........................página 17

Divisões da Bíblia...........................página 18

Mapas..............páginas 19,20, 21, 22, 23 e 24

Tenha sua revistaTenha sua revistaem PDF!em PDF!Tenha sua revistaem PDF!

Baixe em seu aparelho celular o aplicativo

de leitura de QR code e tenha a revista também em seu smartphone.

APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOOlá, meu caro e minha cara!Mais um desafiante ano se inicia e quero te convocar para um desafio: Leia com

atenção o versículo abaixo e formule algumas perguntas para si mesmo. “Sansão julgou a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.” (Jz 15,20).Mesmo quem não está familiarizado com a Bíblia deve saber quem é Sansão e

lembra que estamos nos falando de um personagem fortão do Primeiro Testamento, que tinha sua força em seus cabelos compridos e que foi engando por uma mulher que, descobrindo a fonte de sua força, contou aos inimigos dele para que pudessem matar.

Mas podemos fazer mais perguntas: Julgou? Ele era juiz? Mas ele não foi conhecido como alguém que defendia o povo? Que tipo de juiz é esse? Quem são os Filisteus? Ele é de Israel, mas de que época?

Neste ano de 2018 o foco da nossa Escola Bíblica estará nas histórias dos grandes personagens da palavra de Deus. Todos eles eram UM DE NÓS. Vamos aprender com seus erros, acertos, vitórias, derrotas... Aliais, isso é algo muito interessante na Bíblia: ela não esconde a humanidade dos seus “heróis” e, até mesmo aqueles que constam na galeria da fé da Carta aos Hebreus, tiveram seus altos e baixos.

Mas antes de entrar nas histórias desses homens e mulheres de Deus, vamos conhecer, nos próximos dois meses, um pouco do contexto em que eles estão inseri-dos, pesquisando e respondendo algumas perguntas. Vamos passear de Gênesis até Malaquias conhecendo as histórias da criação, dos patriarcas, do povo de Israel no Egito, do povo de Israel saindo do Egito, da tomada da Terra Prometida, dos juízes, da monarquia unificada ao reino divido, do exílio em terras distantes até o retorno e a reconstrução da nação. Com exceção da primeira e última lição, todas as demais estão divididas em 2 blocos: 1) “RESUMÃO DO PERÍODO” que dá informações gerais do período histórico que está sendo abordado; 2) “QUEM ESTÁ POR AI E ONDE?” que trará informações de povos que vez por outra aparecem nas histórias bíblicas

Então aperte os cintos. Vamos iniciar nossa viagem com um...

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO PRIMEIRO TESTAMENTO.

Abração, Pr. Pedro Barbuto

BÍBL

IA,

BÍBL

IA E

BÍB

LIA

Segunda: Jo 8, 31-32; Jo 17,17

Terça: Sl 19,7;Sl 119,9-11;Sl 105

Quarta: Hb 4,12;Hb 5, 12-14

Quinta: 1Pe 1,23;1Pe 2,2-3

Sexta: 2Pe 1,20-21

Sábado: Ap 22,18-19

Por Pedro Barbuto

Lição 1Lição 1

BÍBLIA HEBRAICA, CATÓLICA E PROTESTANTEBÍBLIA HEBRAICA, CATÓLICA E PROTESTANTE

“Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impeli-na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impeli-dos pelo Espírito Santo” (2Pe 1,20-21).dos pelo Espírito Santo” (2Pe 1,20-21).

A Bíblia continua a estar no primeiro lugar dos livros mais vendidos da História com quase 6.000.000.000 de cópias vendidas. É também o livro que mais foi traduzido no mundo, tendo versão para mais ou menos 2.539 idiomas, fora os diversos dialetos.

É interessante a curiosidade que a Bíblia desperta nas mais diversas cadeiras de conhecimento. Especialmente quando falamos do ocidente, é comum escutar que somos uma sociedade de formação judaico-cristã. Essa informação remete imediatamente ao livro que cremos ser “Deus seu verdadeiro autor e que foi escrito por homens inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo sendo, desta forma, aceitável como única regra de fé e conduta” – a Bíblia Sagrada.

A declaração doutrinária da CBB afirma que “a Bíblia é a palavra de Deus em linguagem humana” (Sl 119,89; Hb 1,1; Rm 3,2; 2Pd 1,20-21). Sendo assim, ela apresenta os mais diversos tipos de estilos literários, tais como: narrativas históricas, hinários, poesias, provérbios, parábolas, que deverão ser levados em consideração no momento de se realizar a interpretação e a aplicação do texto para nossos dias.

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 2

Se você já teve contato com uma Bíblia de uma editora católica deve ter notado a existência de alguns livros “a mais” que a versão protes-tante não possui no Primeiro Testamento, mas, porque existe essa diferença?

O povo judeu nunca teve a preocupação em definir documental-mente quais eram os livros considerados inspirados para se usar na religião judaica além da Torá, contudo, sempre houve aqueles que eram mais respeitados e utilizados nas sinagogas. Somente com o surgimento do cristianismo, que se originou de certa forma dentro do judaísmo (já que Jesus e os 12 eram judeus), houve a necessidade de se realizar um Concílio para determinar quais livros eram considera-dos sagrados para os judeus. Falando a “grosso modo” este Concílio foi realizado pelos judeus a fim de deixar claro que os “cristãos” (e que na época eram perseguidos pelo Império Romano) não eram judeus; pois os cristãos, além da Tanak (a Bíblia Hebraica, nosso Primeiro Testamento), também se utilizavam de Evangelhos e outros documentos (as cartas). Algo como: “eles são cristãos, nós somos judeus e não temos nada a ver com eles”.

Em 393 d.C. é realizado um Concílio cristão na cidade de Hipona (com a já institucionalizada Igreja Católica) em que se define a lista canônica do Primeiro e Segundo Testamentos. Nesta ocasião, são

A Bíblia é um livro que começa e termina com quase as mesmas palavras (com o mesmo tema, com certeza) observe: “No princípio Deus criou os céus e a terra.” (Gn 1,1) e “Então vi um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1). A mensagem bíblica se dá nessa marcha de uma criação para a outra onde se realiza o Plano da Salvação. A Bíblia – ao falar sobre Deus, a história de Israel, povos em geral, Jesus Cristo, Igreja – tem como tema recorrente a necessidade da salvação do ser humano e, da Lei à Graça, se vê a provisão divina neste sentido. O propósito da vida é glorificar a Deus, o doador da vida. Quanto mais nos aproximamos dEle, mais experimentamos sinalizações da vida. Deus, que não estava com seus braços encolhidos negando salvação (Is 59,1 NTLH), mas nos segurando com sua destra vitoriosa (Is 41,10), na nova aliança revelou-se radicalmente em Jesus de Nazaré, fazendo-se um de nós (Fl 2,5-11), para que tivéssemos vida e vida em abundância (Jo 10,10 AA). O significado da História é que Deus libertará plenamente a humanidade da miséria do pecado e restaurará as condições favoráveis para que pessoas e nações se relacionem corretamente com Ele (Is 11,1-5.9-10; Rm 14,11). Maranata! No caminho até este momento de plenitude, Ele chamou para si um povo que, seja no tempo da Lei ou no tempo da Graça (a Lei do amor), tem por função ser bênção a todas as famílias da Terra (Gn 12,3) com o anúncio das Boas Novas do Reino de Deus (At 8,12). Soli Deo Gloria!

Existe um detalhe interessante quando falamos da Bíblia: ela é, na verdade, composta de 66 livros que foram escritos por muitas pessoas em diferentes épocas. Ela possui uma divisão básica: o Primeiro Testamento que contém 39 livros escritos em hebraico e aramai-co e o Segundo Testamento que contém 27 livros escritos em grego. Nesse primeiro momento, vamos nos ater somente ao Primeiro Testamento.

A disposição dos livros, embora sejam os mesmos, é diferente na Bíblia hebraica e do nosso Primeiro Testamento. O nome dado pelos judeus é Tanak, um acrônimo que já indica que a organização se dá em 3 partes: 1) Ta (Torah, Lei/Ensino), Na (Nevi'im, Profetas), K (K'tuvim, Escritos). Nós, cristão, dividimos em 5 partes: Pentateuco, Históricos, Poéticos, Profetas Maiores e Profetas Menores.

acrescentados 7 livros à parte hebraica da Bíblia (Primeiro Testamento). É somente após a Reforma Protestante, em 1517, que Matinho Lutero volta às origens das Escrituras, pois adota as decisões do Concílio de Hipona apenas no que tange à definição do Cânon do Segundo Testamento, mas exclui os deuterocanônicos (os 7 livros a mais do Primeiro Testamento), seguindo a decisão dos judeus a partir do Concílio de Jamnia. Essa atitude faz todo sentido, pois uma vez que o Primeiro Testamento consiste no cânon judaico, nada mais legítimo que acolher os livros que os judeus determinaram como sagrados.

Por isso, como cristãos protestantes, não consideramos inspirados os textos de Tobias, Judite, 1º e 2º Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc e acréscimos em grego em Ester e Daniel.

DIVISÕES DA BÍBLIA HEBRAICA E/OU PRIMEIRO TESTAMENTODIVISÕES DA BÍBLIA HEBRAICA E/OU PRIMEIRO TESTAMENTO

O TEMA DA BÍBLIAO TEMA DA BÍBLIA

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 3

ORIG

ENS

E PA

TRIA

RCAS

Por Pedro Barbuto

Lição 2O termo “origens” compreende primeiramente o período que vai da

Criação até a história de Noé e seus descendentes. São acontecimen-tos que vão explicar religiosamente a cosmovisão e as relações sociais estabelecidas. Mas o termo também compreende as histórias de Abraão até José no Egito que contarão as origens e a formação do povo de Israel. São estas as Histórias Bíblicas deste período:Œ ORIGENS – Criação – Gn 1 até 3� ORIGENS – Primeira família – Gn 4 e 5Ž ORIGENS – Noé e sua família – Gn 6 até 10� ORIGENS – Torre de Babel, origem dos semitas e do pai de Abraão –

Gn 11� PATRIARCAS – Abraão (1950 a.C.) e Isaque (1900-1720 a.C.) – Gn

12 até 25,18 ‘ PATRIARCAS – Jacó (1800-1700 a.C.) e Esaú – Gn 25,19 até 36 ’ PATRIARCAS – José (1750-1640 a.C.) – Gn 37-50Ou seja, o tempo compreende desde o “Haja Luz” até o ano 1.640 a.C.

aproximadamente.

São inúmeras as polêmicas em torno do relato da Criação, passando pelo antagonismo de Criacionismo versus Evolucionismo e tentativas de harmonização entre as duas perspectivas. Aqui nós abordaremos a perspectiva da Teologia Bíblica, de que já falamos anteriormente na lição 01.

Quando lemos o texto de Gênesis 1 em português temos a impres-são de se tratar de um texto narrativo, pois tem características deste estilo, mas ele é profundamente poético. Há estrofes, sete ao todo. E inclusive possui refrãos: “Passaram-se a tarde e a manhã...” (vv. 5.8.13.19.23.31). A revelação dada ao autor é que Deus criou e não de como criou. Inspirado, o autor canta esta realidade em versos, recitados provavelmente em responsório, entoados nos ajuntamen-tos do povo. Toda a discussão de “como criou” é irrelevante para o autor e infrutífera para nós. O fato concreto é que a Bíblia inicia com uma linda poesia que declara a fé no Soberano Deus Criador dos Céus e da Terra.

O livro das Origens começa revelando que tudo que Deus cria é bom (1 e 2) da criação da luz até a instituição da família, tão vilipendiada nos dias de hoje. Devido ao livre arbítrio e as escolhas equivocadas da humanidade que se afasta cada vez mais do seu Criador, as relações se decompõem e a fraternidade é rompida como no exemplo de Caim que mata seu irmão Abel (4,1-16), o que abre caminho para a vingança sem fim e desmedida como observamos em Lameque (4,17-24).

Na história de Noé, vemos uma triste e crescente espiral de pecado que perdurará até os dias de hoje em que a humanidade, já total e completamente desfigurada pelo pecado, abre espaço para a dominação opressora (6,1-4), para a desconfiança (12,10-20; cf. 20,1-

RESUMÃO DO PERÍODO

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 4

Segunda: Gn 1,1-2

Terça: Gn 4,1-14

Quarta: Gn 6, 1-8;Gn 9,1-17

Quinta: Gn 11

Sexta: Gn 12, 1-9

Sábado: Gn 271-40

Desse período irão surgir os grandes nomes do judaísmo e muitos destes personagens serão abordados em lições futuras. Mas também aqui aparecerão nomes de homens que darão origem a povos que irão permear a história de Israel ao longo dos séculos. São eles:

Moabe (moabitas) & Ben-Ami (amonitas): São povos descendentes dos filhos de uma relação incestuosa de Ló (sobrinho de Abraão) com sua filha mais velha e mais nova, respectivamente. Eles estão a leste do Mar Morto - amonitas acima, moabitas ao meio e logo abaixo os edomitas, que abordaremos mais tarde. Esses povos foram inimigos constantes de Israel. Juntando-se aos amalequitas (Jz 3,12-30), eles oprimiram Israel durante o período dos juízes (lição 4), sendo salvos por Eúde. Juntando-se aos meunitas (2Cr 20,1-30), atacaram Josafá, no período do Reino dividido (lição 5). Moabe ficou algumas vezes sob controle israelita (2Sm 8,2) assim como Amom (2Sm 11,1;12,26-31). Contudo, é sabido que os moabitas sempre se rebelaram contra este controle (2Rs 1,1;3,4-27). Ao final todos os reinos: Amom, Moabe, Israel e Judá se tornaram vassalos da Assíria, pagando tributos a Senaqueribe (732 a.C.) até a época do exílio babilônico, quando os reinos foram aniquilados e Judá exilado (lição 6)

Edom (edomitas): São os descendentes de Esaú (Gn 36,7-8), irmão de Jacó, que são filhos de Isaque e netos de Abraão. Apesar de serem povos irmãos, Israel e Edom não tinham uma história muito amistosa, antes, muito pelo contrário. Observe:Ø Na entrada do povo de Israel na terra, vindo do Egito sob o comando de Moisés (lição 03),

este pede passagem pelo território dos edomitas, pedido que foi negado com veemência e certa ameaça (Nm 20,18.20);

Ø Sob o reinado de Saul, Israel faz guerra com os povos da terra, inclusive os edomitas, e sai vitorioso (1 Sm 14,47). Na época do rei Davi, Edom passa a ser território anexado a Israel (2 Sm 8,13-14); mais tarde, se rebela contra Israel quando reinava Salomão (1Rs 11,14.25); mas só conseguiu independência quando Judá estava sendo governada por Jorão (2Rs 8,20-22);

Ø O profeta Amós denuncia que os edomitas “acenderam a raiva para sempre, guardando ódio eterno” (1,11). Mas este rancor também é guardado pelos judeus pois, quando foram subjugados pela Babilônia, Edom estava de acordo, conforme registrado em Salmos (137,7-9).

Uma outra nação que aparece com destaque na história Israel (nos tempos de José), o Egito, surge muito antes de Abraão (1925 a.C.). Para se ter uma ideia, a data de construção das grandes pirâmides do Egito é 2.685 a.C. (760 anos antes de Abraão sair de Ur. Mas sobre eles falaremos melhor em outra ocasião.

8), falta de hospitalidade (19,1-29), escravidão (37,12-36), etc. Em suma, o mal se instala no mundo e o afoga (literal e metaforicamente falando), salvando-se apenas a família de Noé (cap. 6 à 10). Mas aparentemente a determinação da humanidade de se afastar de Deus bem como sua arrogância não diminui. A discórdia se agrava assim como o desentendimento entre os povos, pois já não falam a mesma língua (cap. 11).

Em contrapartida, o capítulo 12 de Gênesis irrompe com graça e esperança trazendo uma proposta de restauração por meio de um povo formado a partir de Abraão, que é separado para ser bênção para todos os povos da terra (12,1-3). Assim, vemos que podemos deixar de ser egoístas como no altruísmo de Abraão em relação a Ló, deixando este escolher a terra em que queria habitar conforme seu gosto (13,1-18); aprendemos a perdoar como Abraão a Ló (18,16-33), Esaú a Jacó (33,1-11) e José aos seus irmãos dando possibilidade de se viver novamente a fraternidade (45,1-15). Sim, há esperança!

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 5

DO E

GITO

À

CONQ

UIST

A DE

CAN

Por Pedro Barbuto

Lição 3

RESUMÃO DO PERÍODO

São estas as Histórias Bíblicas deste período:Œ José (1750-1640 a.C.) – Gn 37-50� Povo de Israel no Egito (1700-1280 a.C.) – Gn 47-Êx 1-13,16Ž Povo de Israel a caminho da Terra Prometida, Canaã (1280-1240

a.C) – Êx, Lv, Nm, Dt;� Conquista da Terra Prometida (1240 a.C.) – Js. No livro do Deuteronômio (26,5-9) encontramos o que usualmente

se denomina de “credo do Êxodo” – uma profissão de fé do povo de Israel que resume o período que vai da peregrinação de Abraão, passando pela instalação do povo de Israel no Egito até a sua tomada da terra de Canaã.

O que Israel está fazendo no Egito? A partir daqui todos os textos se encontram em Gênesis até nova indicação. Na lição anterior, vimos que Deus forma para si um povo a partir de Abraão, o primeiro patriarca de Israel. Abraão gera Isaque, que gera Jacó e este tem 12 filhos sendo somente 2 deles, José e Benjamim, da esposa que ele realmente amava, Raquel. O favoritismo de José é notório, o que leva os irmãos a simularem a morte dele e a vendê-lo a uma comitiva de mercadores ismaelitas, que o levam para o Egito (37,12-36) e o vendem a um oficial do Faraó. Em meio a desventuras em série, José cai nas graças do Faraó que o coloca no comando do seu palácio e de todo o Egito estando abaixo somente do próprio Faraó (41,39-43).

O principal feito de José foi prevenir o Egito de uma grande escas-sez de alimentos que atingiu aquele país e áreas próximas, dentre elas a terra onde moravam Jacó e seus irmãos. Jacó manda seus filhos ao Egito para comprarem alimentos (42,1-3). E entre idas e vindas dos irmãos, José se revela a eles (45,1-3), os perdoa (45,5-7) e sua família se estabelece ali (46,26-34; 47,5-6).

A partir daqui os textos estão em Êxodo, salvo exceções indicadas. O povo de Israel cresce, torna-se numeroso, o que gera medo de uma insurreição; logo, a solução dos egípcios é simples – oprimir para conter a vida (1,09-11;15;22) e mandar que todos os bebês meninos fossem jogados ao Nilo. Através de mulheres valorosas, um menino é salvo e passa a viver na casa do opressor (2,10). Estamos falando de Moisés, que vive 40 anos no palácio de Faraó até sair do Egito foragido por assassinar um soldado egípcio que estava maltratando um hebreu (2,11-15).

Passados mais 40 anos, Deus, o grande Eu Sou (3,14), ouve o clamor do seu povo que sofre com a opressão crescente de Faraó e manda Moisés voltar ao Egito para libertar o seu povo (3,9-10). Fracassada a possibilidade legal e diplomática de uma saída em paz, Deus se utiliza da força para resgatar seu povo (6,1). Assim, o opressor é desmascarado em seus artifícios (8,14-15a; 9,11), chega

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 6

Segunda: Gn 37; Gn 47,1-12

Terça: Ex 1;Ex 2, 1-10

Quarta: Ex 5,22;Ex 6, 1-13

Quinta: Ex 13,17-20

Sexta: Js 1, 1-9

Sábado: Js 13

Arameu, identificação do ancestral de Israel no “Credo do Êxodo”, era o nome designado aos descendentes de Harã que habitavam a região da Mesopotâmia, filho de Sem (de onde vem o nome semita), filho de Noé. Sabe-se que Abraão saiu de Harã quando foi chamado por Deus para dele formar um povo. Por ocasião da Conquista de Canaã, o juiz Otoniel (lição 4) entrou em guerra contra o rei de Harã.

Ismaelitas, descendentes de Ismael, filho de Abraão de um relacionamento com Hagar, serva de Sara, com seu consentimento (Gn 16,1-4). Não foi reconhecido como filho da promessa, uma vez que Deus fez uma aliança com Abraão e Sara (Gn 17,20; 21,12-13). Curiosidade: Maomé, por ocasião da escrita do Alcorão (610 d.C.), identifica Ismael como filho da promessa fazendo dele um personagem de grande vulto no Islamismo. Todos os árabes, a exemplo de Maomé, pretendem se identificar como descendente de Ismael. Inimigos atuais dos judeus, fazem jus a promessa de Gênesis 16,11-12.

Filisteus (Êx 13,17) - É um dos “povos do mar”. Assim designados pois chegaram a “terras bíblicas” vindo da bacia do mar Egeu, uma bacia localizada na parte Norte do Mar Mediterrâneo entre a Grécia e a Turquia. Segundo o Primeiro Testamento, eles são oriundos de Caftor (outro nome: Creta; Gn 10,14; Jr 47,4; Am 9,7). Eles invadiram o Egito durante o governo do Faraó Ramsés III (1.200 a.C.), mas foram rechaçados para Canaã.

Da tomada da Terra Prometida até o período dos Reis (lição 5) são inúmeros os relatos de guerra e poucas tréguas. Ao término da campanha de Josué, as terras dos filisteus ficaram por serem conquistadas (Js 13,1-3). Eles eram mais organizados e desenvolvidos tecnologica-mente que os israelitas na chegada de Josué, sobretudo no trabalho com ferro (2Sm 13,19-21). Foram superados por Israel somente no reinado de Davi e, durante todo o reinado de Salomão houve relativa paz entre eles até a divisão do Reino (lição 05).

a reconhecer o poder de Deus (8,24-25), mas apela para violência (10,28); o que não adianta, pois, no final a vitória é dada por Deus ao seu povo (12,29-36). Deus estava se fazendo conhecer melhor não somente para o seu povo, mas para além dele quando se utiliza de sinais miraculosos tanto para os de fora (10 pragas) como para o seu povo (travessia do Mar Vermelho, maná do céu, dentre muitos outros).

Liberdade é diferente de libertinagem, por isso Deus estabelece as bases e as regras para esta nova nação (caps. 19ss) e lhes dá uma constituição (20,3-17). Interessante o cuidado em defender os pobres (22,20-26) da prática da injustiça (23,1-9). A história do povo de Deus segue: após a libertação da escravidão (Êxodo), e a formação recebida no Sinai (Levíticos), o povo recebe as últimas instruções e se põe em macha pelo deserto (Números) até Moabe onde, após 40 anos de caminhada, o profeta Moisés faz o seu derradeiro discurso (Deuteronômio) e morre antes da conquista e organização do povo na Terra Prometida sob o comando de Josué (Dt 34,5-9).

A partir daqui os textos estão no livro de Josué. A fidelidade de Deus é real; suas promessas são cumpridas: o povo entra na terra de maneira bem-sucedida (2,1 – 5,12), a desapropria-ção dos habitantes de seu território (5,13 – 12,24), a divisão da terra entre as doze tribos (13 – 21) e a renovação da aliança entre o Senhor e Israel (22 – 24). Percebe-se que há uma herança deuteronomista no texto; vemos em 13,1 que ainda há terra a possuir, contudo, SE o povo se desviar de Deus há a possibilidade real da perda da terra em virtude da desobe-diência (23,12-16). O que realmente ocorre no futuro, mas isso só falaremos na lição 6.

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 7

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?

JUÍZ

ES

Por Pedro Barbuto

Lição 4Vale a pena lembrar que neste momento estamos dando um

panorama histórico-religioso de Israel. São inúmeros os juízes e outros personagens de Israel deste período e cada um com histórias extremamente proveitosas para nós quanto a exemplo do que fazer e também do que não fazer – há bons e maus exemplos. Mas muitos desses personagens serão abordados em lições futuras, ficaremos com a essência do período. Œ Conquista da Terra Prometida (a partir de 1240 a.C.) – Js e Jz;� Período dos Juízes (1220 – 1050 a.C.) – Jz;Ž Juízes que provavelmente são contemporâneos da campanha de

Josué (1300-1190 a.C.): Otoniel, Eúde, Sangar, Débora, Gideão.� Demais juízes (1115-1070 a.C): Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elon,

Sansão, Eli e Samuel. Deste grupo a atuação mais antiga é de Eli (1115-1075 a.C.) e a última a de Samuel (1075-1035 a.C.), que foi o responsável pela inauguração do tempo do Reino Unido (próxima lição).

É interessante ressaltar que os juízes mais “famosos” (destacados acima em negrito) não eram juristas (a exceção de Débora que foi também), mas, sim, homens e mulher que Deus levantou para atividades de cunho militar, libertando Israel de diversos opressores. Mais ao final, temos a lista das vitórias desses juízes. Outros “famosos” são Eli que, além do exercício jurídico, também era sumo-sacerdote no Tabernáculo de Siló, e Samuel, que foi o último juiz guerreiro e um dos primeiros profetas de Israel (depois Moisés, considerado o primeiro profeta Dt 34,10).

É fácil constatar que a história dos Juízes é escrita no período subsequente a ele. É comum se ler neste texto: “fizeram o que o Senhor reprova” (3,7;12 e 4,1) ou, ainda, “cada um fazia o que lhe parecia certo” (17:6; 21,25). Quem o escreveu certamente defende a monarquia davídica (lição 5), pois assim sintetiza ao final do livro “Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo.” (21:25). De fato, Juízes é um livro que até narra vitórias, mas seu traço mais marcante são os sucessivos fracassos, derrotas e quedas do povo porque “abandonaram o Senhor, o Deus dos seus antepassados”. O livro dos Juízes e o primeiro livro de Samuel evidenciam a misericórdia e a longanimidade de Deus, apesar da obstinação do povo em negá-lO e desobecê-lO durante essa época.

O Período dos Juízes inicia logo após a chegada do povo a Canaã. A conquista narrada em Josué não aponta as derrotas provocadas pela desobediência do povo narradas em Juízes. O povo desobede-ceu a Deus uma vez que não expulsaram os cananeus da terra a medida que foram obtendo vitórias, ao invés disso, submeteram os cananeus derrotados a trabalhos forçados (Jz 1,28.30.33.35). Eles

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 8

RESUMÃO DO PERÍODO

Segunda: Jz 3,7-12;Jz 4,1

Terça: Jz 17, 6;Jz 21, 25

Quarta: Jz 13

Quinta: Jz 16

Sexta: 1Sm 1

Sábado: 1Sm 4

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?

Cananeus. Segundo Gênesis (10,15-19) os cananeus são descendentes de Canaã, filho de Cam e neto de Noé. A descendência de Canaã foi amaldiçoada pelo feito de Cam ao seu pai Noé (cf. Gn 9,20-27), que foi muito provavelmente usada como justificativa para que os israelitas os fizessem de escravos ao invés de expulsá-los conforme a ordem divina.

Esta é a listagem dos juízes e contra quem eles guerrearam:ü Otoniel (Jz 3,9-11), lutou contra Cuchã-Risataim, rei de Mesopotâmia (Harã, cf. original). A

identificação precisa desse rei é inviável, pois aqui não temos um nome, mas um apelido que significa “o duplamente mal” ou “maldade”, seu reino está pela região de Harã na Mesopotâmia. Já falamos sobre os arameus na lição 3. Israel tem 40 anos de paz até a morte de Otoniel;

ü Eúde (Jz 3,11-29), que lutou contra Eglom, rei de Moabe (moabitas, lição 02) que agiu coligado com os amonitas (lição 02) e os amalequitas. Os amalequitas são aparentados dos edomitas (descendentes de Esaú, lição 2), conforme Gênesis (36,12.16), pois Elifaz, filho de Esaú, tem um filho - Amaleque (que deu origem aos amalequitas), com uma concubina. Eles mantiveram relações hostis com Israel desde a instalação do povo em Canaã (Jz 3,13; 6,3; 7,12), no início da realeza (1Sm 15; 27,8; 30,1-20). E é Davi (próxima lição) que dá fim ao seu poder (2Sm 1,1; 8,12; 1Cr 18,11) quando deixam de ser mencionados;

ü Débora, a profetisa, e Baraque, o general (Juízes 4:-Juízes 5:), que lutam contra Jabim, de Hazor (uma cidade de Canaã), e Sísera, seu capitão;

ü Gideão (Jz 6-8:), que lutou contra Midiã, Amaleque (mencionado acima em Eúde) e os "filhos do Oriente" (aparentemente uma coalização de tribos do deserto). Os midianitas são descendentes do filho do segundo casamente de Abraão, após a morte de Sara, com Quetura (Gn 25,1-2). Sabe-se que ao morrer Abraão deixou tudo para Isaque e para os filhos de suas concubinas apenas presentes, certamente um bom aporte de dinheiro para que vivessem longe de Isaque “para a terra do Oriente” (Gn 25,5-6). Não existe, porém, registro a respeito do que foi feito aos filhos de Quetura, que aparentemente nem foram ao sepulta-mento do pai (Gn 25,9-10). Em virtude disso, pouco se sabe sobre Midiã, a não ser que se tornou um povo importante e, ocasionalmente, inimigo de Israel. Os irmãos de José o venderam (lição 3) aos ismaelitas de Midiã (Gn 37,28) que estavam indo ao Egito. Será que Midiã se juntou a Ismael? Pode ser. Moisés, após assassinar um egípcio, foge e se refugia entre os midianitas (Êx 2,15). Mas quando Israel se instalou em Canaã a boa relação acabou;

ü Jefté (Juízes 11:-Juízes 12:7), que lutou contra os amonitas (lição 2);ü Sansão (Juízes 13:-Juízes 16:), que lutou contra os filisteus (lição 3).

simplesmente ignoraram a orientação divina de não manter qualquer relação com o povo cananeu (Êx 23,30-33). Apesar de inúmeras vezes encontrarmos a expressão “lembrem-se que vocês foram escravos” no Livro do Deuteronômio, o modo de produção foi replicado em larga escala.

A denúncia desta desobediência e sua consequência é registrada em Juízes (2,1-3): os cananeus seriam constantes adversários de Israel e levariam o povo à idolatria. Morrendo a geração que vivenciou a peregrinação no deserto e a tomada da terra, surgiu uma nova geração “que não conhecia do Senhor e o que ele havia feito por Israel” (Jz 2,10, uma clara denúncia de descumprimento de Dt 6,1-12). A conquista incompleta narrada em Josué (13,1-3) é explicada pela falta de obediência do povo, em Juízes (O texto de Juízes (2,10ss)

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 9

REIN

O UN

IFIC

ADO

E DI

VIDI

DO

Por Pedro Barbuto

Lição 5

RESUMÃO DO PERÍODO

Vimos na lição passada que Samuel foi o último dos juízes a exercer autoridade civil sobre o povo além de oficiar rituais como sacerdote, após a morte de Eli (1Sm 7,6.9-10.15-17). Além disto, foi reconhecido também como profeta (1Sm 3,20). São esses os principais aconteci-mentos desse período:Œ Deus autoriza Samuel a unção de um rei a pedido do povo;� Reinado de Saul (1050-1011a.C);Ž Reinado de Davi (1011-970 a.C.);� Reinado de Salomão (970-930 a.C.);� Divisão do Reino em: Reino de Israel (Reino do Norte 930-722 a.C.) e

Reino de Judá (Reino do Sul 930-587 a.C.);‘ Queda do Reino do Norte em 722 a.C., exilados e aniquilados pela

Assíria;’ Queda do Reino do Sul em 3 etapas de deportações para a Babilônia,

sendo a que determinou o fim do Reino, em 588 a.C. pela Babilônia.

Em meio a sucessivas ameaças e invasões dos filisteus e ausência de uma liderança íntegra que substituísse Samuel, Israel pede um rei (1Sm 8). Relutante, pois não queria que o povo impusesse sobre si uma instituição cananeia estranha à teocracia praticada até então, Samuel, com permissão (e não por vontade) de Deus, consente em ungir um rei (1Sm 8). Sendo assim, Saul é ungido e posteriormente confirmado como primeiro rei (1Sm 10,1; 11,12-14).

O reinado de Saul inicia muito bem; ele demonstra o mesmo carisma e comportamento dos juízes, obtendo vitórias em muitas guerras. Contudo, não demora muito e Saul já cai na tentação de absolutizar, usurpando de Samuel suas prerrogativas de sacerdote de oferecer sacrifícios a Deus antes de uma batalha (13,1-15), o que lhe custa a perenidade de seu reinado (13,13-14).

Davi é ungido como segundo rei (1Sm 16,12-13) por Samuel. Após anos de muita perseguição de Saul, que morre durante uma guerra contra os filisteus (1Sm 31), Davi assume parcialmente o reino (2Sm 2,4 somente as cidades de Judá), pois Is-Bosete é proclamado rei de Israel por Abner, comandante do exército de Saul. Após uma guerra civil, desentendimentos entre Is-Bosete e Abner, acordos de paz fracassados e assassinatos, Davi se torna rei de todo o Israel (2Sm 5,1-5) e reinou por 40 anos. É um reinado que gera um paradigma de rei segundo o coração de Deus que servirá de parâmetro para avalia-ção de todos os reis que o sucederam. O ex pastor de ovelhas que derrotou o gigante Golias não foi um rei perfeito, contudo, não se pode negar que Davi tinha um coração voltado para Deus que o fazia reconhecer, arrepender-se, confessar os seus erros com sinceridade, obtendo desta forma o perdão de Deus. O final do reinado de Davi é marcado por duas tentativas de golpe de Estado: uma iniciada por Absalão e, mais tarde, por Adonias, ambos filhos de Davi. Porém, Salomão é ungido rei (1Rs 1,38-40) a mando de Davi e também reinou

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 10

Segunda: Dt 17, 14-20

Terça: 1Sm 8;1Sm 10, 1;1Sm 10, 9-11

Quarta:1Cr 11, 1-9;1Cr 29, 26-30

Quinta: 1Rs 3,1-15

Sexta: Is 38;Is 39

Sábado: 2Cr 21, 4-20

Nesta lição cabe relembrar os grandes Impérios da Antiguidade que perpassam a história bíblica no Antigo Testamento. O primeiro é o Egito, que na história de Israel nos tempos de José (lição 3) e até a saída do povo com Moisés (lição 3) é uma grande potência. Na época dos reis, ele ainda tem sua influência, mas já é uma potência em declínio; outros Impérios ganham maior importância não só no contexto bíblico, mas no mundo de então.

Naquela região, a primeira potência que observamos é a Síria; por muitas vezes ela entra em conflito com o povo de Israel e Judá, mas não consegue subjugar nenhum dos dois de maneira definitiva. Isto porque outro Império já está crescendo e os domina; estamos falando dos Assírios. O Reino de Israel (Reino do Norte) é deportado pelos assírios e é aniquilado. Os poucos que ficam na terra perdem completamente sua identidade, casam-se com outros povos e se tornam um povo miscigenado. Alguns os identificam como Samaritanos, que vemos nos tempos de Jesus.

Outro Império que se levanta, domina os assírios e é o responsável pela queda do Reino de Judá (Reino do sul) é a Babilônia. Eles também usam da estratégia da deportação, levando os povos dominados para próximo de sua capital. Anos mais tarde, os babilônios são dominados pelo Império Persa. Os persas não possuem a mesma estratégia de deporta-ção que a Assíria e a Babilônia praticavam; preferem que cada povo fique em seu território em regime de vassalagem e propicia o retorno dos judeus sob a condução de Esdras e Neemias, o que veremos na próxima lição.

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 11

por 40 anos (970 a.C.). Salomão colhe os frutos dos sucessos militares de Davi e vive um período de paz e segu-

rança, uma época “de ouro” de Israel. Sua história começa como a de um rei sábio (1Rs 3ss), construtor (1Rs 5,15ss), hábil comerciante (1Rs 9,26ss), mas ele envereda pelo caminho da idolatria estimulado pelas suas esposas estrangeiras (1Rs 11,1-13). Desobedecendo a Deus em tudo que foi descrito em Deuteronômio (17,14-20), o reinado começa a enfraquecer e ser atacado: inimigos se levantam (1Rs 11,14-25), um novo rei é escolhido por Deus (1Rs 11,29-33) e logo após sua morte o reino é dividido entre Jeroboão e Roboão (filho de Salomão). Deus divide o reino, por culpa de Salomão, pela instrumentalidade de Roboão e Jeroboão (1Rs 11,33; 12,15).

Vamos voltar a momentos antes da divisão para compreendê-la. Roboão, filho de Salomão, assume o reino que, embora tenha gozado de paz e prosperidade no tempo de seu pai, fervilhava em descontentamentos devido a alta carga tributária. Quando ele se recusou a reduzir os impostos, os israelitas se rebelaram e somente as tribos de Benjamim e Judá permaneceram fiéis a Roboão e à casa de Davi (1Rs 12,1-24) dando início ao conhecido Reino de Judá (Reino do Sul). O Reino de Israel (Reino do Norte) passa a ser governado por Jeroboão, como predisse o profeta Aías (1Rs 11,29-32).

É neste tempo que a atividade profética (lição 7) se intensifica e passa a fazer parte relevante da rotina do povo de Deus até o final dos tempos bíblicos do Primeiro Testamento. O reino do Norte, Israel, teve um total de 20 reis de 10 famílias diferentes, é marcado por sucessivos golpes de Estado e assassinatos. Todos os monarcas do Reino do Norte fizeram o que o Senhor reprova vindo a sucumbir ao Império Assírio em 722 a.C. Nunca mais se reergueu, perdendo sua identidade. E o Reino do Sul, Judá, teve um total de 20 reis entre bons e maus reis, mas todos da dinastia de Davi. Sucumbiu ao Império Babilônico sendo exilados (tema da próxima lição). Mais do que uma avaliação social, política e econômica, os reis são avaliados com base em seu nível de obediência à aliança mosaica (Dt 17,14-20). A questão é simples: obediência produz paz e bênção, e desobediência atrai tristeza e juízo.

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?

EXÍL

IO B

ABIL

ÔNIC

OE

RETO

RNO

À TE

RRA

Por Pedro Barbuto

Lição 6

RESUMÃO DO PERÍODO

São esses os acontecimentos deste período:Œ Judá é conquistada pelos babilônicos e após 4 deportações para

Babilônia a cidade fica em estado de abandono;� O povo de Judá permanece cativo/exilado por 70 anos;Ž O Império Babilônico sucumbe ao Império Persa e, sob o governo

de Ciro, os povos conquistados, inclusive os judeus, são autoriza-dos a retornar para sua terra natal;

� Primeira leva: Zorobabel e Jesua, em 536 a.C. com a missão de reconstruir o Templo;

� Incentivados pelo ministério dos profetas Ageu e Zacarias, em 520 a.C., realizam a edificação do templo e do culto em 515 a.C.;

‘ Segunda leva: Esdras, em 458 a.C. em 458 a 453 a.C., responsável pela restauração espiritual do povo;

’ Terceira leva: Neemias em 446 a.C., responsável pela reestrutura-ção política da cidade.

O último rei por sucessão própria foi Joaquim porque seu pai, Jeoaquim, parou de pagar tributos a Babilônia (2Rs 24,1-4) e, provavel-mente, apoiou-se no Egito que já era reconhecido por outros impérios como um “caniço quebrado” (2Rs 18,19-21) desde a época do rei Ezequias. Ambos são deportados (1ª e 2ª deportação) para a Babilônia e Nabucodonozor intervém na sucessão do trono escolhendo Zedequias (Matanias) para ser o novo rei. Zedequias também deixa de pagar tributos ao Império, o que resultou num cerco feito à cidade iniciado em janeiro de 588 a.C até agosto de 586 a.C. Zedequias tenta fugir, mas é preso, assiste a execução dos filhos, tem seus olhos vazados, é deportado e morre na Babilônia. Na 3ª deportação, Jerusalém é arrasada, Gedalias é nomeado governador (já não há rei) daquilo que restou, é assassinado por Ismael que pertencia a casa real, mas todos fogem para o Egito e a cidade é abandonada (2Rs 25). No livro de Jeremias (52,30) há ainda uma indicação de uma 4ª deportação no 23º ano de Nabucodonozor, mas sem detalhes de como e porque foi que isto aconteceu. Os judeus passam 70 anos em cativeiro/exílio na Babilônia.

Os livros que contém informações a respeito do período do cativeiro são Jeremias, Ezequiel, Daniel e o 3º bloco de Isaias (40-66). O sofri-mento do povo era mais interno, saudades da pátria, orgulho ferido, do que externo. Foram assentados à força em colônias, mas tinham liberdade de construir casas, cultivar, comercializar, etc... (Jr 29,5-7). A prática religiosa é arrefecida (Sl 137,4), pois no imaginário de muitos o Templo era a morada de Deus e fora destruído, embora os profetas trabalhem para demovê-los dessa ideia (Jr 23,23-24) e tenhamos pessoas como Esdras, profundo conhecedor da Lei.

Passado mais de meio século em terras estrangeiras, novamente a liderança mundial muda de mãos. O Império Persa se agiganta sob governo do medo Ciro. A Babilônia, após ações político-religiosas

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 12

Segunda: 2Cr 36, 11-23

Terça: Is 43, 1-13;Is 63, 7-16

Quarta:Ag 1;Ag 2, 20-23

Quinta: Ed 9

Sexta: Ne 4

Sábado: Ne 6, 15-19;Ne 7, 1-3

Por ocasião da reconstrução dos muros, Neemias é antagonizado por Sambalate (samarita-no, lição 5), Tobias (amonita, lição 2), Gésem (não é mencionado a que povo pertence) e pelos árabes/ismaelitas (lição 3).

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 13

desastrosas de Nabonido, não consegue fazer-lhe frente e sucumbe diante dos persas. Ciro, identificado pelo profeta Isaias como pastor e ungido do Senhor (Is 44,28; 45,1), é alguém de extrema habilidade política e trata seus reinos vassalos conquistados com grande conside-ração: basta que estejam com seus tributos em dia e tudo ficará em paz. Mas para isto, há um movimento de retorno dos povos conquistados a sua terra natal. É nesta época que são produzidas a maioria das genealogias que vemos no Primeiro Testamento e que foram inseridas posteriormente nos textos a fim de enriquecê-los. Sua produção se justifica pelo fato de elas darem legitimidade à posse da terra. Explico: Eu digo que “sou Fulano, filho de Ciclano, filho de Beltrano, filho de Tal” que habitou em determinada terra. Desta forma, reivindico a posse deste local para meu retorno. Logo no primeiro ano os judeus são autori-zados para retornar para Judá (Ed 1,2-4).

É claro que dado o tempo de cativeiro, não temos efetivamente uma volta dos deportados que possivelmente já estavam mortos ou muito idosos para uma viagem tão longa. O que temos é um grupo de pessoas que nunca estiveram em Judá e só ouviram falar do seu esplendor de outrora. Logo, estamos falando de uma ida daqueles que buscavam, na terra de seus antepassados, uma perspectiva de vida econômica, social e religiosa. Literalmente é a “volta dos que não foram”. (rs!)

O primeiro grupo retorna liderado por Zorobabel (Ed 2,2), neto do rei Joaquim, identificado pelo profeta Ageu (1,1) como governador. Depois de enfrentarem muitas resistências, com o incentivo dos profetas Ageu e Zacarias (líderes espirituais fundamentais neste recomeço) conseguiram reconstruir o Templo 20 anos depois de terem recebido autorização para voltar (Ed 1 – 6).

Esdras, descendente direto do primeiro sumo-sacerdote de Israel - Arão (Ed 7,1-6), foi líder de um outro grupo que foi para Jerusalém mais ou menos 70 anos depois de Zorobabel (levando-se em consideração quem é o Imperador Persa na ocasião). Esdras chega a Jerusalém, ofertas são realizadas pelos exilados recém-repatriados (Ed 8,35). Contudo, um grande erro havia sido cometido: os exilados haviam se casado com mulheres de outras terras e “não se mantiveram separados dos povos vizinhos e suas práticas repugnantes” e pior “os líderes e os oficiais estão à frente nessa atitude infiel” (Ed 9,1-2). A identidade espiritual e cultural do povo havia sido afetada e a solução para este caso foi muito dolorosa: dissolução de todos esses casamentos.

Tempo depois, Neemias chega a Jerusalém para ajudar Esdras em seu ministério (Ne 8), tendo como prioridade a restauração política e geográfica do reino. Jerusalém é a capital política e espiritual do povo judeu, mas estava desprotegida (sem muros), logo, indefesa dos inimigos que a circundavam. Após muitas investidas de povos vizinhos, o muro é reconstruí-do (Ne 12,36). Seu exemplo até hoje inspira homens e mulheres que aspiram ser bons líderes em virtude da sua vida de oração, humildade, trabalho e produtividade, pois, “O muro ficou pronto no dia vinte e cinco de elul, em cinquenta e dois dias. Quando todos os nossos inimigos souberam disso, todas as nações vizinhas ficaram atemorizadas e abateu-se o seu orgulho, pois perceberam que essa obra havia sido executada com a ajuda de nosso Deus” (Ne 6,15-16).

QUEM ESTÁ POR AÍ E ONDE?

Como mencionado na lição 01, alguns dos “livros históricos”, na configuração do “nosso” do Primeiro Testamento, são pertencentes aos “profetas” da Bíblia Hebraica. A explicação é que a tradição judaica atribuía estes livros a autores que eram considerados profetas: Josué (autor de Js), Samuel (autor de Jz, 1º e 2º Sm), Jeremias (autor de 1º e 2º Rs). São os chamados “profetas anteriores”, que são seguidos dos profetas propriamente ditos (que denominamos de profetas maiores e menores), que na Tanak são chamados de “profetas posteriores”. Sendo exceção o livro de Daniel, que não consta entre os profetas na Bíblia Hebraica, mas pertence a 3ª parte da Tanak – os “escritos”.

Esses homens e mulheres de Deus surgem a partir do Êxodo. O primeiro, e considerado o maior deles, é Moisés. Depois temos Josué, na tomada da terra; Samuel, nos tempos dos juízes e no início da monarquia (Saul e Davi); Natan, no reinado de Davi; Aias, que predisse a divisão do reino de Salomão; Elias e Eliseu, que possuem um ministério (durante o início do reino dividido) bem detalhado e repleto de milagres; Hulda, que orientou o rei Josias nas reformas religiosas de Judá (2Cr 34,23-28); e os demais “profetas literários” (que possuem um livro com seu nome) que vão do reino divido [Reino de Israel – Jonas (ministrou aos assírios de Nínive), Amós (também ministrou aos judaítas), Oséias, Miquéias (também aos judaítas); Reino de Judá – Joel, Amós, Isaias, Miquéias, Sofonias, Naum (ministrou contra os assírios), Habacuque, Ezequiel, Obadias]; exílio – Isaias (2º e 3º bloco), Jeremias; e pós-exílio – Ageu, Zacarias, Malaquias.

Observem que nenhum dos reis de Israel se voltou para Deus, mas é interessante observar que mesmo assim Deus enviou os seus mensa-geiros; assim como também os enviou para outras nações (como Jonas e Naum), o que é um claro apontamento para a universalidade da mensagem de Deus, que deseja todos tenham a oportunidade de se arrependerem e sejam salvos, como os ninivitas pela simples e objetiva mensagem de Jonas.

Os profetas possuem a Palavra de Deus e uma sensibilidade de “leitura” do cenário que está no nível da revelação. São conhecedores da Lei, porém, para além da letra, eram iluminados quanto ao espírito da Lei. Desta forma, eles denunciam o pecado das autoridades e do povo a fim de que se arrependam apontando as bênçãos advindas da obediência ou da promessa divina ou, ainda, o juízo e a justiça necessá-ria em resposta a desobediência.

É notável nos profetas dos tempos da monarquia, exílio e pós-exílio a preocupação muito forte com as questões sociais, que são advindas da lei de mosaica (Ex/Dt) e que demonstra inúmeras vezes o zelo na construção de um povo alinhado com as bases do Reino de Deus: “retidão (direito) e justiça” (Sl 89,14; 97,2). É na Lei que surge o tema do “Ano do Jubileu” (ou Ano da Graça de Deus) que se expressa em Levíticos (25,8-17, vide 08-10) reivindicando uma espécie de Reforma

PROF

ETAS

Por Pedro Barbuto

Lição 7Lição 7

A MENSAGEM DOS PROFETASA MENSAGEM DOS PROFETAS

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 14

Segunda: Mq 2, 8-9;Mq 7, 3-4

Terça: Am 3, 13-15;Am 6, 1-7

Quarta:Os 7, 8-12;Os 12, 9

Quinta: Sf 3

Sexta: Is 61, 1-2;Lc 4, 16-21

Sábado: Hb 1, 1-3

Agrária, no Deuteronômio (15,1-11) estipulando um tempo em que teriam que ser perdoadas todas as dívidas entres os israelitas e, ainda no Deuteronômio (15,12-18), versa sobre a emancipação de escravos.

Boa parte dos biblistas acreditam que praticamente nunca na História de Israel essas leis foram efetivamente cumpridas. Isto gerou pobreza, fraqueza e vulnerabilidade de Israel/Judá em relação aos povos vizinhos e propiciou a aniquilação do Reino do Norte e exílio do Reino do Sul. Assim, não obedecendo ao Senhor e não ouvindo os seus profetas, se enfraqueceram e sucumbiram aos Impérios da Assíria e da Babilônia.

Vejamos uma pequena demonstração da denúncia que os profetas faziam em torno da não observação do Ano do Jubileu e inobservância do cuidado ao próximo:Ÿ Miquéias denuncia a opressão (02:08-09) e os opressores (07:03-04);Ÿ Amós fala contra os que acumulam riquezas para seu conforto em detrimento da pobreza

de outros (03:13-15 e 06:01-07);Ÿ Oséias denuncia as alianças com nações que provocam dependência, exploração econô-

mica e opressão (07:08-12 e 12:09);Ÿ Jeremias evoca o Ano do Jubileu (34:08-18 nos versos 16-18 ressalta a infidelidade dos

israelitas);Ÿ Isaias modela a sua profecia de restauração no fato e nos detalhes do êxodo (11:15;

41:17ss; 43:02 e 16-20; 44:26ss; 48:20ss; 49:10; 51:09ss; 52:11ss; 63:11ss) fazendo um diálogo constante com a Lei.

Agora cabe aqui um destaque todo especial para este que é o profeta que mais claramente apontou para o advento do Messias:

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 15

ALGUMAS DENÚNCIAS REALIZADAS PELOS PROFETOSALGUMAS DENÚNCIAS REALIZADAS PELOS PROFETOS

61,01-02 “O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, 2 para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus;”35,05-06 “Então se abrirão os olhos dos cegos e se destaparão os ouvidos dos surdos. Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua do mudo cantará de alegria.”

No seu sermão inaugural em Nazaré (Lc 04,16-21) “Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado, e no dia de sábado entrou na sinagoga, como era seu costume. E levantou-se para ler. 17 Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encon-trou o lugar onde está escrito: 18 "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos 19 e proclamar o ano da graça do Senhor".Em resposta a João se Jesus era o Cristo (Lc 07,22-23) “Então ele respondeu aos mensageiros: "Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos vêem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas novas são pregadas aos pobres; e feliz é aquele que não se escandali-za por minha causa".

Isaías Jesus

Jesus toma para si esta tradição de justiça do Êxodo e dos profetas! Pois Deus não procura religiosos que sejam dedicados a uma liturgia (Am 5,21-24) ou a uma suposta ortopraxia extraída de uma aplicação superficial da Palavra de Deus (Is 1,11-20). Mas Deus procura adoradores que o adorem em Espírito em verdade (Jo 4,23); que expressam o Reino de Deus em atitudes (Is 58,5-10; Mt 25,31-46).

Genealogia dos Povos em Gênesis

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 16

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 12

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 17

PentateucoGênesisÊxodoLevíticoNúmerosDeuteronômio

Profetas AnterioresJosuéJuízes1-2Samuel1-2 Reis

Profetas PosterioresIsaíasJeremiasEzequielOséiasJoelAmósObadiasJonasMiquéiasNaumHabacuqueSofoniasAgeuZacariasMalaquias

EscritosSalmosJóProvérbiosRuteCântico dos CânticosEclesiastesEsterLamentaçõesDanielEsdrasNeemias1-2Crônicas

Divisões da Bíblia Hebraica e Primeiro Testamento

PentateucoGênesisÊxodoLevíticoNúmerosDeuteronômio

HistóricosJosuéJuízesRute1-2 Samuel1-2 Reis1-2 CrônicasEsdrasNeemiasEster

PoéticosJóSalmosProvérbiosEclesiastesCântico dos Cânticos

Profetas MaioresIsaíasJeremiasLamentaçõesEzequielDaniel

Profetas MenoresOséiasJoelAmósObadiasJonasMiquéiasNaumHabacuqueSofoniasAgeuZacariasMalaquias

Bíblia Hebraica Primeiro Testamento

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 18

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 19

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 20

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 21

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 22

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 23

PANORAMA HISTÓRICO-RELIGIOSO DO 1º TESTAMENTO - PÁGINA 24

AULAS, CURSOS E ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS

Alfabetização, Apoio Psicológico, Curso de Informática, Curso de Línguas, Fisioterapia,Fonoaudiológo, Preparação para Concurso e Vestibular, Reforço Escolar, Jiu-Jitsu, Karatê,

Flauta Doce, Técnica Vocal, Teoria Musical, Violão, Violino e outros.

Segunda à Quinta de 08 às 15 horas.

Contato: (21) 3457-9500 r.235 - [email protected]

DomingoReunião de Oração ...................................................................................................07:30Escola Bíblica .......................................................................................................... 08:30Celebração da Manhã .............................................................................................. 09:45Escola Bíblica .......................................................................................................... 17:45Papo de Adolescentes .............................................................................................. 17:45Celebração da Noite ................................................................................................. 19:00

Segunda-FeiraReunião de Oração ................................................................................................... 07:00Reunião de Oração da MCM ...................................................................................... 15:00

Terça-FeiraReunião de Oração ................................................................................................... 07:00Jiu-Jitsu e Karatê .................................................................................................... 19:00Reunião dos Embaixadores e Mensageiras do Rei .................................................... 19:30Reunião de Oração do Encontro de Casais ................................................................ 20:00

Quarta-FeiraReunião de Oração ................................................................................................... 07:00Celebração .............................................................................................................. 19:30

Quinta-FeiraReunião de Oração ................................................................................................... 07:00Celebração dos Surdos ............................................................................................ 19:30Jiu-Jitsu e Karatê .................................................................................................... 19:00

Sexta-FeiraReunião de Oração ................................................................................................... 07:00

Boletim - 1

Acontece na PIBVP

CENTRO SOCIAL

ruth ferreira

Acontece na PIBVP

PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA

CENTRO SOCIAL

ruth ferreira

Boletim - 2PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA

Parabéns pra vocêParabéns pra você JaneiroJaneiroDia 01/01Carla Regina de Araujo Succar Wilma Bruno de Oliveira Barros

Dia 02/01Luiz Henrique Auerhahn D'ÁvilaMaria Izabel Durães VilarimMoacyr Olegário dos SantosPriscila Xavier SoaresRaphael Luiz Lima RochaRoseane de Fátima G. Gusmão

Dia 03/01América Cardoso CamposClaudet da Silva SantosGuilherme da Silva PaulaJoana Haubrichs de FreitasMarcella Noanta Esrela

Dia04/01Luisa Madeira Marinho Luíz Carlos XavierNáthalia de Oliveira MagalhãesRômullo Santos de Moraes

Dia 05/01Carolina Passos da CostaEdson dos Santos MarotoJoão Pedro Batista da SilvaRicardo dos Santos SilvaRonaldo Gomes da SilvaSandra Vilar de Faria

Dia 06/01Jéssica da Silva Coelho Quezia Garcia Trigueiros Sergio

Dia 07/01Anderson Michel Ferreira de MeloFernando Antonio M. da RochaJônatas Luiz Ramos SimõesRoberto Mendes da Silva

Dia 08/01Alexandre Silva dos SantosJosefa da Silva SouzaMilena Alvez Pereira

Dia 09/01André Lincoln Guimarães PintoGleice Correa de Souza Pires Marcos Vinícius de M. ParreiraThiago Palassi Quintela

Dia 10/01João Paulo Ferreira da SilvaJoselita de Jesus MunizVerônica de Paula Silva Pavão

Dia 11/01Luciana Marques de Lucio

Dia 12/01Darlene Silva de O. Gonçalves Davi Haubrichs de Freitas DiasDiogo Vives da CostaMaria de Lourdes S. CoimbraMaria Luiza de A. Silva Barreira Neide Gonçalves de Medeiros

Dia 13/01Anúzia Correia CupertinoAretha Cruz MarinhoDenise de Almeida JardimMaria Eleneide N. de L. DidolichOscar dos Santos NogueiraRaquel dos Santos Werneck

Dia 14/01Aline Sabino de AquinoMaria Eduarda S. Fortes da Silva Rosalee Santana Vieira

Dia 15/01Alfa Lis César InocêncioAline Belle Gregorio Flávia Cristina Lisboa Dias

Dia 16/01Maria Paula Vicentina Bento

Dia 17/01Luiz Carlos Silva RochaMaria da Penha Boechat Costa

Dia 18/01Dorimar Azevedo SantosEgydio José Fernandes BatalhaEliane Silva Siqueira Juçara Martins S. Damasceno

Dia 19/01Elinete Medeiros de FreitasFernando DitutalaMaria Cleide Siqueira da CostaThiago Marques Pereira da Silva

Dia 20/01Lúcia Helena Ribeirinha PassosLuiza Conceição da Costa Sandra Sodré NunesSebastião Ferreira Barreto

Dia 21/01 Acirléa Nascimento F. BrilhanteKarla Gomes da Cruz Máximo Mauro de Oliveira EstrelaPriscilla Lisboa Leite

Rita de Cássia Oliveira Santos

Dia 22/01Dayse Silva do NascimentoJacqueline da Silva BarrosRosa Maria Gomes

Dia 23/01José das Neves WanzilerLuziane Geraldo da Silva CorreiaMarinalva Silva Barone

Dia 24/01Marcio Lages Pinto Thaís Rocha Martins Nogueira

Dia 25/01Alexandra Volker F. AvelinoUbajara Peçanha Pinheiro

Dia 26/01Carlos Eduardo Nunes Soares Eleuza Maria Ramires VialFernanda Ribeirinha P. SudréMarcos da Silva Lima Wanda da Silva Gomes

Dia 27/01Antonieta de Araújo CavalcanteNanci Viana Cazé Rodrigues

Dia 28/01Igor dos Santos CapoliLoize Silva Pessanha Rosa Maria Griffel Souza RibeiroRosely Maria da Silva

Dia 29/01Adriana Macharet dos S. SilvaKatia Chempe Monteiro Luciana de Freitas C. MirandaMárcio Santos Silva Reuma Lourdes da Silva

Dia 30/01Elaine de Jesus Oliveira SilvaFrancisco Nunes BarbosaJosé Andrade FontesMárcia Manhães da Silva

Dia 31/01Alessandra Monique G. Almeida Elaine Tomaz Ribeiro Iracema Bernardo da S. GalvãoIrene Dantas SantosKaroliny Alves SantosMaria José Vieira Maia

Boletim - 3 PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA

Dia 01/02Laudicea Nascimento LisboaMárcia Novaes Coutinho RitaMaria do Socorro R. de OliveiraMiriam Dourado Feitosa

Dia 02/02Eliazibi Luíz FerreiraFábio Leandro da Silva PedrosoJoão Carneiro CarvalhoJoão Gomes dos Santos

Dia 03/02José João dos Santos SouzaMaria de Lourdes Trajano AvelinoMarilene Bento PereiraPaulo Roberto Mesquita ParreiraRondineli Mendes da Silva

Dia04/02Rosangela P. G. Moura Ferreira

Dia 05/02Maria Tereza Silva de Morais

Dia 06/02Eduardo Campiti de OliveiraLeonardo Halamy Pereira

Dia 07/02Clember Dantas RodriguesCristiano da Silva CostaLucilene da Cunha SouzaMarco Antonio FernandesThaynara Ferreira Rangel Maciel

Dia 08/02Amaury de Melo SilvaEverson Cucco Teixeira Júnior

Dia 09/02Almir Pessanha dos SantosMatheus Verling CardosoReinaldo Peregrina

Dia 10/02Adriana Veloso FélixGenilda Silva de SouzaSílvio César Gomes Pontes

Dia 11/02Agenólia Maria de Araújo PereiraMarcio da Costa MarinhoSonia Maria Martins Barros

Dia 12/02Monica Gregorio dos Santos

Dia 13/02Antonio Marcos GonçalvesArtur Marques Coelho

Dia 14/02Dircilene de Souza GodoyElisa Ferreira Rangel MacielEsthermarry Augusta A. Lazaro Sônia Cristina Gomes de Moraes

Dia 15/02Ilton Gomes PereiraLeonardo Sena da Silva Rejane Alves do NascimentoSirlene Soares e Santos

Dia 16/02Hilsirema Thomaz de BriggsMarli de OliveiraRenan Vatutin Santos de Moraes

Dia 17/02Adelck Toste CoimbraClaudia Melo HalamyMaria de Fátima Pereira JúlioPriscila de Freitas P. MagalhãesYolanda Pires Barbosa

Dia 18/02Dilson Barreto de OliveiraIlva Feitosa Cordeiro Alves Paulo Carlos da Silva R. de Souza

Dia 19/02Andrezza Santos da Silva Itamar Barreto de SouzaMatheus Henrique M. Marques

Dia 20/02Celina Barros Figueira Pinna

Dia 21/02 Roberta Noanta Schneider Lima

Dia 22/02Ana Clara G. Ochsendorf Oliveira

Dia 23/02Alceir Maia SoaresAnarolina Lages PintoAntonio Alfredo AlvesGabriel Ribeiro Campião

Dia 24/02Ana Leticia Teixiera FerreiraHosana Alves do N. MirandaMarcos Taylor FontesRodolfo Costa do Nascimento

Dia 25/02Adriana Moreira T. RibeirinhaAline Gomes Pereira Fábia Delfim de SouzaJonathas Aragão BarbosaLarissa Pinto VieiraLetícia Maria de CarvalhoRoberto Chrispino Salvador de Lúcio Filho

Dia 26/02Jéssica Daniel DamascenoLuzia Almeida de Oliveira

Dia 27/02Cleuza Severino da SilvaGisele Haubrichs de Freitas Dias

Dia 28/01José Orente Castro del RioRafael Silva Correia

Parabéns pra vocêParabéns pra você FevereiroFevereiro

Banco Santander Ag. 2286

C/C 13000695 dig. 6

Banco Bradesco Ag. 2378 dig. 7

C/C 40648 dig. 1

Boletim - 4PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM VILA DA PENHA

Meu propósito de oraçãoMeu propósito de oração

AconselhamentoAconselhamento Equipe Pastoral e Ministerial

Pr. João Melo; Pr. Pedro Barbuto; Pr. João Gomes; Pr. Demetrius Prazeres; Pr. Carlos Eduardo;

Ministra Ana Cristina; Ministro Nathan D´Ávila.

Ligue para a secretária e agende seu horário.

(21) 3457-9500

Dízimos e OfertasDízimos e OfertasSe preferir, faça transferência bancária.

CNPJ: 34.390.716/0001-64

BARRERA, Julio Trebolle Barrera. A Bíblia Hebraica e A Bíblia Cristã. 2ªEd. Petrópolis, Vozes, 1995;

BROWN, Raymond. Entendendo o Antigo Testamento. São Paulo: Shedd Publicações, 2004;

DAVIS, John. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: JUERP & Hagnos, 2004;

DIVERSOS. Discionário Enciclopédico da Bíblia. São Paulo: Paulus, Paulinas & Loyola. Santo André: Academia Cristã, 2013;

GARDNER, Paul (Org.). Quem é Quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2005;

GUSSO, Antônio Renato. ParnoramaHistórico de Israel. Curitiba: AD Santos Editora, 2006;

JENSEN, Joseph. Dimensões Éticas dos Profetas. São Paulo: Loyola, 2009;

LOSH, Richard R. Todos os Personagens da Bíblia de A a Z. 2ªEd. São Paulo: Templus, 2011;

SANDER, Luís M. (Coord.). Roteiro para leitura da Bíblia. São Leopoldo: Sinodal, 1999;

SCHULTZ, Samuel J. & SMITH, Gary V. Panorama do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2015;

RENDTORFF, Rolf. A Formação do Antigo Testamento. 7ª ed. São Leopoldo: Sinodal, 1998;

TODOS OS MAPAS FORAM EXTRAÍDOS DE:Bíblia de Estudo Arqueológica. São Paulo, Vida, 2013;

Bibliografia AutorAutorAutor

Pedro Barbuto

Casado, desde 20 de abril de 2015, com Fernanda Caroline Lopes Barbuto. É formado em Administração de Empresas (Unigranrio, 2007), tendo atuado na área até 2013. Formou-se em Teologia em 2012 pela Faculdade Teológica Evangéli-ca do Rio de Janeiro (IBEC-FATERJ). Pós-graduado (Lato Sensu) em Teologia Bíblica e Sistemática Pastoral pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (2015) e Graduado no Seminário Nacional de Liderança Avançada do Instituto Haggai (2015).

Iniciou seu ministério, ainda quando não era ordenado, em janeiro de 2013, pastoreando a Congregação Batista Nova Esperança (filha da PIBVP), onde ficou até junho de 2014. Ordenado em novembro de 2013, atua como Pastor de Ensino da PIBVP em tempo integral desde julho de 2014.

Travessa da Brandura, 426Avenida Meriti, 2470

Vila da Penha, RJ - (21) 3457-9500

[email protected] | facebook.com/pibvp