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IBEF EM REVISTA Publicação do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças - Campinas Edição n° 117 - Julho/2011 Campinas FORÇA JOVEM DO IBEF A NOVA GERAÇÃO Economista Raul Velloso - 3 Palestra Pão de Açúcar - 8 Ética - Vida e Negócios - 12 Torneio de Tênis (foto) - 9 Foto Marcos Peron Foto Gustavo Tilio Ajuste Fiscal - Economista Raul Velloso Grupo Pão de Açúcar - Enéas Pestana Foto Ibef-Campinas Foto Ibef-Campinas

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IBEF EM REVISTAPublicação do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças - Campinas

Edição n° 117 - Julho/2011

Campinas

FORÇA JOVEM DO IBEFA NOVA GERAÇÃO

Economista Raul Velloso - 3Palestra Pão de Açúcar - 8

Ética - Vida e Negócios - 12Torneio de Tênis (foto) - 9

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Ajuste Fiscal - Economista Raul VellosoGrupo Pão de Açúcar - Enéas Pestana

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Expediente

JOVENS, ÉTICAE O FUTURO

Mensagem da Diretoria

Saulo Duarte Pinto Jr. - Presidente Ibef-Campinas

O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças(Ibef) é uma entidade sem fins lucrativos,formada por profissionais de finanças, que têmcomo objetivo o desenvolvimento profissionale social, através do intercâmbio de informações.A entidade foi fundada no Rio de Janeiro em1971. Em Campinas, o Ibef foi constituído em1985. É uma entidade pública municipal (Lei n°12.070 de 10/09/2004). No Brasil, o Ibef temtambém entidades em São Paulo, Rio deJaneiro, Espírito Santo, Ceará, Minas Gerais,Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, RioGrande do Sul e Distrito Federal.CONSELHO DIRETOR – 2011/2013Presidente: Saulo Duarte Pinto JúniorPrimeira Vice-Presidente:Flávia Crosara Gomes AndradeVice-Presidente Secretário:Jarib Brisola Duarte FogaçaVice-Presidente Tesoureiro:Antonio Horácio KleinVice-Presidente de Admissão e Frequência:Amilcar AmareloVice-Presidente Técnica:Gislaine Cristina Heitmann G. TeixeiraVice-Presidente de Desenvolvimento:José Roberto MoratoVice-Presidente Jurídico:Arthur Pinto de Lemos NettoVice-Presidente de Relacionamento:Valdir Augusto de AssunçãoCONSELHO FISCALAna Maria C. Toffolo (Pres.), André Luiz Felizardo,Jesus Aparecido F. Pessoa, João BatistaCastelnovo (suplente), Antonio José Fabrício(suplente) e Miguel A. Ruzene (suplente)CONSELHO CONSULTIVOAires Roberto C. Almeida, Amilcar Amarelo,Antonio Wellington da Costa Lopes, F. EdmirBertolaccini,Francisco José Danelon, JoséRoberto Morato, Luiz Antonio Furlan, Marcosde Mello M. Haaland, Moacir Teixeira Diase Osvaldo PizanoGRUPOS DE ESTUDOSControladoria: Gislaine Cristina AquinoCrédito/Cobrança: Ramon Molez NetoVice: Luciana J. CecconelloEmpresas Familiares: José Luis Finocchio Jr.Tecnologia da Informação:Geraldo Bragion, Hamilton Hamamotoe Rodrigo Marcos da CostaTesouraria: Rafael Marques SantosTributário: Octávio Teixeira B. UstraVice: Estela Y.K. Zanata

IBEF EM REVISTATiragem: 1.000 exemplaresPublicação bimestral do Ibef-CampinasR. Barão de Jaguara, 1481 – 11° andar – conj. 113.Campinas, SP – CEP 13.015-910.Fones: (19) 3233-0902/3233-1851/Fax 3232-7365www.ibefcampinas.com.brContato: [email protected] Responsáveis:Edécio Roncon (MTb 16.114) eVera Graça (MTb 17.485)Produção Editorial:Roncon & Graça Comunicaçõeswww.rongra.com.brContato: [email protected]

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TOME NOTA

ANUÁRIO 2011 – A 2ª ediçãodo Anuário de TransparênciaContábil e Governança Corpo-rativa da Região Administra-tiva de Campinas – 2010-2011 ,resultado da parceria KPMG,Faculdade Policamp e Ibef-Campinas, que está em fase finalde preparação, traz algumasnovidades para este ano, comoaumento da base de dados –cerca de 100 empresas pes-quisadas e questão inédita sobreos novos PronunciamentosTécnicos Contábeis (que entraram

em vigor em 2010). Outroaspecto ressaltado pelos or-ganizadores da edição 2010-2011, é a inclusão no Anuáriode perguntas relacionadas àgovernança corporativa esustentabilidade, que sãovitais em um ambiente denegócios cada vez mais re-gulado e exposto às obriga-ções fiscais e legais, diante deum mercado de capitaisem constante evolução. Nafoto, a equipe envolvida na 2ªedição do Anuário.

Foto Gustavo Tilio

Nesta edição doIbef Em Revistaestamos abordando doisassuntos que no meu

ponto de vista são extremamenteimportantes: primeiramente apresença significativa (e muitobem-vinda) de jovens seassociando ao Ibef-Campinas econsequentemente participandocada vez mais de nossasatividades com críticas esugestões. Isso, além de trazercontrapontos muito interessantesà nossa linha de atividades,permite antever uma perenizacãode nosso Instituto, devido atermos excelentes perspectivasde substituição das pessoas queora dirigem o Ibef-Campinas, poruma geração extremamente bempreparada em futuro próximo.

A segunda matéria, detranscendental importância eprioritária em todo nossodesempenho profissional esocial é a entrevista com oprofessor Roberto Romano,sobre ética na vida e nosnegócios. Infelizmente,acompanhamos todos os diaspela Imprensa novas denúnciasde corrupção e outrosdesmandos cometidos emâmbito municipal, estadual efederal e sem dúvida, nossopapel como entidadefomentadora de boas práticasnos negócios é participar destemovimento de repulsa a atosdesonestos, bem comolutar por extirpá-los denossa comunidade.

Boa leitura.

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URGÊNCIA NO AJUSTE FISCALEconomista Raul Velloso

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A necessidade urgente de um ajuste fiscal e a si-tuação da previdência no Brasil, a redução dacarga tributária e das taxas de juros e a falta deuma poupança interna para estimular o desen-

volvimento nacional foram os principais temas aborda-dos pelo economista Raul Velloso, que esteve em Campi-nas para uma palestra promovida pelo Ibef, em parceriacom a Sociedade Hípica de Campinas, na noite de 29 dejunho. Raul Velloso atuou como secretário nacional ad-junto e secretário para assuntos econômicos no ministé-rio do Planejamento, entre 1985 e 1991 e atualmente éconsultor econômico de empresas, bancos, organismosmultilaterais e entidades públicas.

Antes da sua palestra, em entrevista ao Ibef Em Revista, oeconomista não poupou críticas ao aumento do gasto público eafirmou que o governo federal não está preparado para liderar emobilizar recursos para uma obra do porte do Trem de AltaVelocidade (TAV), ligando as cidades de Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro.

REFORMAS – O economista Raul Velloso quandoperguntado sobre as reformas adiadas nos governos anteriorese que parece que também não sairão no atual, afirmou que “pelasreformas abrangentes mexerem com tantos interesses eenvolverem muitos conflitos, os governos não se sentem emgeral suficientemente fortes para enfrentar esses conflitos”. Eleexplica que a opção é por reformas fragmentadas, que nempodem ser chamadas assim, porque apenas mexem de maneirapontual. Com relação à oportunidade do governo atual dapresidente Dilma Roussef, que em início de mandato sempretem mais força para encaminhar essas reformas, Velloso disseque não identifica nenhuma medida que aponte para isso. “Ogoverno não vive nenhuma crise, que justifique mexer nessesentido. Dessa forma vai empurrando com a barriga”.

GRANDE DRAMA – Respondendo sobre o crescente

desinteresse de grupos nacionais e internacionais na partici-pação no projeto do Trem de Alta Velocidade, Raul Vellosoafirmou que o grande drama é que o setor público no Brasil, aolongo dos últimos anos, com a queda de investimentos, perdeua sua capacidade de mobilizar setores nacionais e investidoresestrangeiros, para obras desse porte. “Outro aspecto é que osetor público tem uma capacidade muito baixa de gestão pararealizar coisas complexas (como o TAV) e dessa forma o assuntovai morrendo por razões que se somam e conspiram contra asua realização. O peso do governo nesse processo é muito gran-de e se ele não se preparar para isso, as coisas não vão acontecer.O governo está mais preparado para lançar um programa dedistribuição de dinheiro, em que ele precisa criar um cartãomagnético, para que a pessoa entre no banco, retire o dinheiroe vá embora”, acrescentou. Pela avaliação do economista,no curto prazo, o projeto do TAV não deve avançar.

Economista Raul Velloso durante palestra naHípica, onde falou sobre a importância dapoupança para o desenvolvimento do País

Fotos Gustavo Tilio

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Grupos de Estudos

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EDUCAÇÃO

Aprogramação debatida pelos grupos deestudos – a escola prática de finanças doIbef-Campinas, desenvolvida durante osmeses de maio e junho, contemplou uma

variedade de temas, que estão no centro daspreocupações dos profissionais que atuam nomercado financeiro. Os temas debatidos abarcaramescrituração fiscal digital para o PIS e Cofins,mudanças contábeis para pequenas e médiasempresas, prevenção de riscos de vazamentos deinformações confidenciais, controle do fluxo de caixa,adoção de normas internacionais IFRS pelasempresas brasileiras, certificações em Tecnologia daInformação, importância da avaliação do crédito e osdesafios e as oportunidades no relacionamentobanco e empresa.

MAIO – A Escrituração Fiscal Digital (EFD) para oPIS e Cofins foi o tema do debate promovido pelo grupode estudos Tributário, no dia 17 de maio, com os experts

RITMO ACELERADO NAESCOLA DE FINANÇAS

Jorge Campos, administrador da comunidade SPED Bra-sil e representante de algumas empresas no projeto SPEDe Ricardo Parada, especialista contábil e fiscal.

Vice-presidente Técnica, Gislaine Heitmann,coordenadores e vices dos grupos do Ibef:

empenho para trazer temas atuais para os debates

Foto Ibef-Campinas

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Grupos de Estudos

1. Controladoria - Implantação das Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS2. Controladoria - Mudanças Contábeis Para Pequenas e Médias Empresas

3. Tesouraria - Controle do Fluxo de Caixa e Identificação de Déficits4. Tecnologia da Informação - Padrões de Auditoria de Sistemas e Controles

5. Tributário - Escrituração Fiscal Digital para PIS e Cofins

No dia 19 de maio, o grupo de Controladoria trouxe osócio-diretor da KPMG, Marcelo Pereira Gonçalves paradebater as mudanças contábeis para as pequenas e médi-as empresas, provocadas pela lei 11.638/07.

A prevenção dos riscos de vazamentos de informaçõesconfidenciais das empresas foi o tema do debate do grupode Tecnologia da Informação, no dia 26 de maio, com apresença do mestre em Segurança da Informação pelaUnicamp, Marcelo Barbosa Lima.

Fechando o mês, no dia 30, a convite do grupo de Te-souraria, o gerente financeiro sênior da Stoller, CarlosHenrique Sales Garcia, debateu sobre o controle do fluxode caixa e a identificação de possíveis déficits.

JUNHO – O sócio da Consulcamp Auditoria e Asses-soria, Antonio Marcos Favarin, debateu em 15 de junho, aconvite do grupo de Controladoria, o andamento da im-plantação das normas internacionais de contabilidade – co-nhecidas como IFRS (International Financial ReportingStandards), por parte das empresas brasileiras.

No dia 20 de junho, o grupo de Tecnologia daInformação abordou os padrões de auditoria de sistemase controles util izados pelos profissionais de TI –certificações Isaca, com a presença do especialista noassunto, Fábio Penna, vice-presidente da Isaca-Brasil –capítulo São Paulo.

O grupo Crédito e Cobrança, no dia 21 de junho,abordou com o contabilista e desenvolvedor de negóciosda Wolffish, Vito Frugis, como as empresas devemdesenvolver sistemas eficientes para avaliar a capacidadede crédito de empresas parceiras e se apresentarempositivamente para o mercado financeiro – o chamadoMarketing de Crédito.

Os desafios e oportunidades no relacionamento bancoe empresa foi debatido pelo grupo de Tesouraria, no dia27 de junho, com Rafael Marques Santos, especialista emfinanças, comunicação e relações com investidores.

Encerrando a programação dos debates de junho, ogrupo Tributário realizou no dia 28, uma segunda turma

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para abordar a Escrituração Fiscal Digital para o PIS eCofins e as novas obrigações eletrônicas previstas para2012, tendo como convidado o coordenador tributário daGalvani, Leonel Pereira Serafim.

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Fotos Ibef-Campinas

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A PRESENÇA DANOVA GERAÇÃO

Ibef Jovem

Aperenidade das instituições está na presen-ça e participação das novas gerações, namanutenção dos ideais e na atualização per-manente dos objetivos. No Ibef-Campinas

essas premissas sempre estiveram nas metas detodas as diretorias, ao longo desses 26 anos. Assimcomo o Ibef de São Paulo, que no início da década de2000 lançou a ideia do Ibef Jovem, com diversas ini-ciativas voltadas para os jovens profissionais de finançasparticiparem da entidade, o Ibef-Campinas tambémtem procurado motivar esses jovens em início de car-reira para que conheçam e se associem ao Instituto.

Ouvir o pensamento dessa nova geração émuito importante para o Instituto. Nesta edição, o IbefEm Revista entrevistou quatro jovensassociados ao Ibef-Campinas – CarinaBudin Amaro (31 anos, psicóloga, sócia-gerente da ASAP), Estela Zanata (33 anos,advogada, gerente sênior da KPMG),Leonel Serafim (29 anos, advogado,coordenador tributário da Galvani) eMarcelo Duchovni Silva (29 anos, advogado,sócio-diretor da DLA Advogados).

Eles responderam sobre motivaçãoprofissional, o papel das redes sociais noambiente corporativo e meritocracia.

1.O que traz motivação profissional? O queretém um talento dentro de uma organização?

Estela – O que me motiva é o reconhecimento.Hoje não faz mais diferença o salário que ganha-mos, por que ele é uma consequência. O que memotiva realmente é ser reconhecida no dia a dia,mesmo nas tarefas rotineiras. Quando se faz umacoisa nova, de uma forma diferente, então muda ojeito de pensar. Nossa geração faz muito isso –questionar antigos paradigmas e dogmas, na orga-nização. Isso pode ser bem visto, mas tem também algumaspessoas que têm um pouco de restrição quanto a isso. Temchefe que motiva, dizendo que reconhece e gostou e vê nissoum motivo a mais e têm pessoas que não e querem ficar naque-le procedimento ultrapassado. Outro desafio é reter os profissi-onais com grande potencial, porque esse jovem sabe desse ati-vo que ele tem. Em geral está muito bem preparado, tem umapós-graduação e não somente a formação inicial, normalmentefala duas ou três línguas, tem contatos, experiência internacio-nal, enfim esse jovem chega mais preparado para o mercado detrabalho. A grande dificuldade é como reter esses profissionais.É importante que as empresas tenham os valores muito bemdefinidos e os profissionais acreditem nisso. É importante osexecutivos do alto escalão viverem esses valores, pois isso fazcom que os profissionais menos experientes acreditem nissotambém e ajudem a proliferar isso dentro da organização.

Leonel – A motivação está ligada a uma perspectiva de cres-

cimento na empresa, tendo claro onde você vai estar daqui aum ou cinco anos. Conseguir vislumbrar você na empresa e acompanhia não ser apenas uma questão transitória na sua car-reira, tudo isso alinhado a um ambiente desafiador, faz com queo profissional crie um vínculo com a empresa. Não é só a ques-tão do vínculo empregatício, mas ele vai se sentir bem na empre-sa. O profissional da geração de hoje, não consegue ficar fazendouma coisa só o tempo todo. Esse profissional tem que se sentirdesafiado com metas e com várias situações bem desafiadoras.

Carina – As duas questões estão relativamente ligadas – mo-tivação e retenção. Motivado você permanece e esse é o ponto.Acredito muito que o profissional motivado sente que está emconstante aprendizado e em desenvolvimento e sendo aproveita-do na plenitude. Ele sente que vence cada desafio, ultrapassacada limite todo dia. Isso traz motivação, não pura e simples-

mente pela questão financeira, que lógico é consequência. A mo-tivação vem com esse sentimento de que estou melhorando acada dia, trabalho no que gosto, estou realizada profissional-mente e principalmente no ambiente que me agrada. Esses sãofatores que levam a melhor motivação e obviamente a retenção.

Marcelo – A maior motivação profissional é o prazer de vocêrealizar o trabalho, de uma forma que você gosta, em umambiente onde consiga vislumbrar novas perspectivas e ondevocê esteja sempre estimulado, porque o prazer no trabalhoobviamente, traz consequências práticas diárias para o seudesenvolvimento e sua capacitação. Consequentemente aempresa descobrindo isso, vai investir nesse novo talento. Nósjovens não somos tão pacientes quanto deveríamos ser nahora de saber permanecer um pouco mais, de saber dar opasso na hora certa. Acho que é o nosso grande desafio.

2. Quais os papéis que as redes sociais - Twitter, Facebook,etc., têm na sua atividade profissional?

Estela Zanata Leonel Serafim

Fotos Ibef-Campinas

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Ibef Jovem

Marcelo – Procuro ter bastante cautela ao usar as redes so-ciais. Esse é o ponto de partida – tem que ter muita cautela.Porque tanto pode agregar, como pode destruir a vida e a car-reira profissional. Obviamente, é uma ferramenta fundamen-tal pela rapidez da informação e a consequência para nós, éuma maior agilidade no nosso trabalho. Tanto que estamos 24horas ligados à internet pelo celular, pelo notebook. Em todosos lugares tem a rede sem fio ou o próprio celular tem essarede. Mas é importante que isso não se vire contra nós, quepossamos usar de uma forma responsável e que essa rapidezna comunicação traga benefícios para nós e para a empresa.

Carina – Diria que o principal fator positivo das redes soci-ais é me manter em contato com toda a minha rede, o meunetworking. Facilita muito, não precisar sair do escritório ou decasa para manter contato com as pessoas. Também é uma for-ma das pessoas dividirem opiniões sobre determinado assunto.Tem lá o fórum social, onde você imediatamente dá a sua opi-nião pessoal. Isso faz com que a comunicação transite em umavelocidade maravilhosa. Outra questão é o aprendizado que es-sas redes trazem, quando você passa a seguir profissionais quesão ícones em determinados assuntos ou formadores de opi-

nião, enfim pessoas que você não precisa esperar que publi-quem um livro ou um artigo, para ter acesso às suas ideiasou no que estão trabalhando. É fascinante entrar no Twittere ver exatamente o que aquela pessoa está fazendo na hora.As redes sociais transformaram o mundo nesse sentido.

Leonel – Utilizo as redes sociais como networking digital,para compartilhar experiências, para estudar como está o mer-cado no qual estou inserido. Acho que o principal ganhodessas redes é falar a mesma língua. Estar em um grupo, comos mesmos interesses, discutindo determinado assunto, ondetodos falam a mesma língua, faz com que o assunto trans-corra de forma mais didática. Ferramentas como Twitter eFacebook, criaram uma comodidade, por que não é preciso sairda empresa, para adquirir conhecimento. Basta se manterconectado através de um notebook, um tablet ou qualquer ou-tra ferramenta, para se conseguir um ganho profissional.

Estela – Na minha atividade essas redes sociais vieram para

ficar. Utilizamos o Facebook, o Twitter até para contratação deprofissionais. No nosso ramo de auditoria e consultoria, con-tratamos os jovens na faculdade. Queremos esse público, quefala essa língua, então não tem volta, temos que nos comunicarna língua deles. As informações são instantâneas. O que é vistona televisão, se coloca no Twitter, no Facebook. Todo mundodiscute o mesmo assunto. É impressionante. Antigamente de-morava uma semana, hoje demora meia hora. Fazem-se ídolos ese acabam com pessoas, em questão de dias. Então como foidito, é para ser usada com muita parcimônia e muita cautela. Masainda não se descobriu o futuro disso. É um caminho sem volta.Para onde iremos com isso, a instantaneidade da informação?

3. Qual o seu conceito de meritocracia nas empresas?Estela – Meritocracia é um conceito bem antigo, mas hoje

buscamos a reinvenção disso, porque como já disse, os profis-sionais chegam muito bem preparados. Todos são profissio-nais de alta performance. Na verdade, para motivar e instauraruma meritocracia verdadeira nas empresas é um desafio.Acredito que ao agir com transparência no feedback coma equipe, com tranquilidade e conversas verdadeiras, ameritocracia pode ocorrer naturalmente.

Leonel – Meritocracia representa um desa-fio em identificar quem são os melhores profis-sionais em uma determinada equipe. Desafiode premiá-los e de certa forma motivá-los. Co-mo todo mundo praticamente está no mesmonível de escolaridade, é muito difícil atenderàs expectativas dos próprios profissionais emuitas vezes uma promoção mal dada, acabafazendo o inverso de uma meritocracia, ou seja,vários que teriam o mérito e mereceriam, vão fi-car muito chateados. O desafio que a maioria dasempresas encontra é conseguir mapear as me-lhores qualidades daquele profissional, para dife-renciá-lo da equipe e dar um mérito para ele.

Carina – Quando se fala em meritocracia,imediatamente já estamos falando dessa diferen-ciação dos profissionais, a classificação delese a tentativa da identificação dos melhores. Omelhor profissional é aquele que mais agrega va-lor à organização, não só do ponto de vistafinanceiro. Mas também tem mérito àquele queagrega outro tipo de valor, muito mais ligado àcultura organizacional e à manutenção dela,

o desenvolvimento dos núcleos e o trabalho em time. É ameritocracia do ponto de vista comportamental, não só do pontode vista financeiro. Infelizmente, identificamos empresas quemedem isso pelo resultado financeiro, mas não é só isso. Os pro-fissionais que trazem as maiores receitas para empresa, neces-sariamente não são os que mais agregam valores. Temos quever aquele profissional que consegue manter o time junto,desenvolver a empresa, levá-la a um resultado sustentável, porter uma ótima relação com toda a equipe.

Marcelo – Talvez seja um dos grandes desafios de uma em-presa – ser justa com aquele profissional que se dedicou a ela.Como foi dito, os profissionais estão altamente qualificados,então como é que você vai dar o mérito para essa pessoa? Achoque ela não tem que agregar somente resultados financeiros,mas agregar valores à empresa – éticos, morais, de união, detime. Um funcionário pode ser excelente, mas se ele desagregaro time, vai desagregar um departamento e assim por diante.

Marcelo Duchovni SilvaCarina Budin Amaro

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Enéas Pestana, diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar

Os números dessa apresentação falam por si.Vendas brutas acima de R$ 50 bilhões e 600milhões de tickets comercializados ao ano,em 1,8 mil pontos de vendas, que totalizam

2,8 milhões de metros quadrados de área, em 18 esta-dos e no Distrito Federal, com uma equipe de 160 milfuncionários. Maior varejista do Brasil, o Grupo Pãode Açúcar (GPA), através do seu diretor-presidente,Enéas Pestana, foi destaque no evento promovido peloIbef-Campinas, na manhã de 12 de maio, no EspaçoCultural da CPFL.

A gestão empresarial e a trajetória do Pão de Açúcar –desde o primeiro supermercado inaugurado pelo seufundador, Valentim dos Santos Diniz, em 1959, na AvenidaBrigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo, passando pelas dé-cadas seguintes até a atualidade, foi didaticamente apresen-tada por Enéas Pestana.

DO SUPERMERCADO EM 1959AO GRUPO MULTINEGÓCIOS

Ocorreu a evolução deuma empresa de varejo

alimentar para um grupode multinegócios.

“ACERTOS E ERROS - Com muita franqueza, o diretor-

presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana, há oitoanos na organização e 14 no varejo, da mesma forma quemostrou os acertos e a expansão dos negócios, não deixou deapontar os momentos em que os erros apareceram e “aempresa andou de lado”, como no período 2006-2007.“Aumento desnecessário da complexidade nos processos eestrutura, muitos problemas e falta de agilidade, disputa depoder e gente errada no lugar errado”. Essas foram algumasdas expressões usadas pelo executivo para caracterizar esseperíodo, que faria com que em 2008, o número de diretoresdo GPA fosse reduzido de 100 para 50 diretores, as áreascomercial, operacional e de marketing fossem unificadas eas diretorias regionais fortalecidas.

FOCO NA GESTÃO – No período mais recente, comoexemplo da forte expansão do GPA acontece a associaçãocom a Casas Bahia, em dezembro de 2009, depois da aquisição

do Ponto Frio, em julho daquele mesmo ano. Nesses últimosanos, Pestana afirmou que o GPA criou um modelo de gestãode alta performance, para todos os seus negócios, que estãopresentes em muitos segmentos de mercado. “Ocorreu umaevolução de uma empresa de varejo alimentar para um grupode multinegócios, com uma visão regional de todos os negóciose captura de sinergias”. A essa frase, o executivo durante asua apresentação agregou expressões como humildade,disciplina, determinação, garra, meritocracia e remuneraçãovariável e equilíbrio emocional, para definir os pré-requi-sitos para um modelo vencedor de gestão empresarial.

José Antonio de Almeida Filippo (GPA),Enéas Pestana, (GPA) e Saulo Duarte (Ibef)

Fotos Marcos Peron

Enéas Pestana fala para empresários e executivos,no Espaço Cultural da CPFL (acima e abaixo)

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9º Torneio de Tênis

CONFRATERNIZAÇÃO EPRÁTICA ESPORTIVA

Confraternização entre os ibefianos, muita ani-mação e a saudável prática esportiva. Assimfoi o 9º Torneio de Tênis do Ibef-Campinas,que reuniu os associados no dia 14 de maio,

nas quadras da Tella Tênis Academia, em Campinas.Divididos em duplas, nas categorias Intermediária e

Avançada, os participantes e seus convidados garantiram osucesso dessa programação esportiva, que faz parte docalendário anual de eventos da entidade. Cada participanterecebeu um kit contendo camiseta do torneio e uma toalha.O 9º Torneio de Tênis contou com os patrocínios da KPMG,PwC e Lemos e Associados Advocacia.

PREMIADOS – Os troféus entregues no 9º Torneio doIbef, para as duplas vencedoras, nas duas categorias, ficaramassim distribuídos. Na categoria Intermediária, a duplaformada por Alvaro David Carvalho e Claudio Germek foia vice-campeã. A dupla campeã foi composta por Anto-nio Sanches Filho e Carlo Drago.

A categoria Avançada teve como vice a dupla Fernan-da Capucci e Maurício Dário Filho. A dupla campeã daAvançada formou com José Guido Júnior e Lucas Mar-sigli. Nesta página, imagens dos premiados e dessa confra-ternização esportiva dos ibefianos.

1. CAMPEÕES CATEGORIA AVANÇADA - José GuidoJúnior e Lucas Marsigli, recebem troféus de ValdirAugusto de Assunção;2. VICES CATEGORIA AVANÇADA - Fernanda Capuccie Maurício Dário Filho, premiados por Saulo Duarte;3. CAMPEÕES CATEGORIA INTERMEDIÁRIA - Anto-nio Sanches Filho e Carlo Drago, recebem tro-féus das mãos de Abelardo Pinto de Lemos Neto;4. VICES CATEGORIA INTERMEDIÁRIA - Alvaro DavidCarvalho e Claudio Germek, com troféus entre-gues por José Roberto Morato.

Fotos Ibef-Campinas

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Happy Hour

VINHOS PELO MUNDO

Degustação temática de 25 de maio - encontro comamigos e vinhos italianos da Toscana e Piemonte

Oclima está muito propício e a degustação temáticamensal de vinhos do Ibef-Campinas continua commuito sucesso, reunindo os associados e seusconvidados. Na noite de 25 de maio, as estrelas

degustadas foram os vinhos italianos da Toscana e doPiemonte. Na degustação temática de 28 de junho, foi a vez

dos vinhos Cabernet Sauvignon pelo mundo, acompanhadosde dois tipos de massas recheadas. As degustações, queacontecem na Cave Pavesi, sempre contam com asinformações técnicas do sommelier Leonardo Pavesi. Ótimoprograma para fechar o dia ao lado dos amigos, aliando bompapo e boa gastronomia.

Fotos Ibef-Campinas

Encontro de 28 de junho - descontração,gastronomia e Cabernet Sauvignon pelo mundo

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ANIVERSARIANTES

NOVOS SÓCIOS

3 – Renato Luiz Cardinalli3 – Alberto Romanini Neto4 – Andréa de Toledo Pierri5 – Rubens Monteiro8 – Marcio Henrique Zuchini8 – Hamilton Hamamoto11 – Raimundo B.N. Baptista12 – Saulo A. Duarte Pinto Júnior12 – Norberto M. Cunha Caldeira14 – João Roberto Tiol14 – Rosane de Souza16 – Cristiano Aurélio Kruk

17 – Jarib Brisola Duarte Fogaça18 – Carlos Henrique S. Garcia18 _ Rosangela Pereira19 – Alexis Joseph S. Fonteyne22 – Rosana Soares Mariano22 – José Donizeti da Silva23 – Eduardo Duarte24 – Adriana Sanfelice30 – Paulo César Stefanini30 – Marco Antonio Luciano30 – José Rubens Zanni Júnior30 – Daniel Paulo Fossa

1 – Rafael Marques dos Santos2 – José Francisco Marsigli5 – Antonio Donizetti Rubbo7 – Roberto Bandiera Júnior11 – Ulrich Wolfgang Seidl13 – Adriano P. Rodrigues15 – Jesus Aparecido Ferreira Pessoa15 – Rita Ap.de Souza16 – Adriano Gama16 – André Barabino

17 – Renato Zuffo de Miranda19 – Maria J. Monteverde de Paoli20 – Wilson Rio Mardonado20 – Luiz Inácio Quaglia Passos21 – Romualdo G. de Souza Júnior23 – Gentil U. de Freitas Júnior28 – Leopoldo Cielusinsky Júnior30 – Leonel Pereira Serafim30 – Maria Ap. Pereira Batista

Ibef-Campinas - Entidade de Utilidade Pública Municipal

Agosto

Setembro

Celso José Guimarães – Benteler Componentes Automotivos Ltda.Elaine de Fátima Aguiar – Rádio e TV Bandeirantes de Campinas Ltda.João Carlos F. Nogueira – Lockton Brasil CorretoraLeonardo Pereira Rodrigues – Kerry do Brasil Ltda.Márcio Pereira – Banco Itaú – UnibancoMilton Fernandes – Lockton do Brasil CorretoraRodrigo Vieira Lemes – DE Escritório Contábil Ltda.

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IBEF EM REVISTA12

Entrevista com professor Roberto Romano

ÉTICA, CONCEITOS E AÇÃO

Foto Antoninho Perri – Ascom (Unicamp)

Ibef Em Revista – Diante do que temos visto e ouvido nosúltimos tempos sobre ética na política, o Sr. diria para ocidadão que o exercício da ética ainda vale a pena?

Roberto Romano – É necessário distinguir os conceitos. NoBrasil, a opinião dominante afirma que “ética” é doutrina do bomagir, tanto nas relações pessoais quanto na ordem institucional.Esta é uma verdade pela metade. Ética (do grego “hexis”, que signi-fica postura) é termo que engloba tanto os atos bons para o conví-vio humano, quanto os péssimos. O termo é mais abrangente doque os qualificativos de “bom” ou “ruim”. Uma ação ética pode serpéssima para os indivíduos, grupos, sociedade, Estado. Porque“postura”? Os gregos, que inventaram a ética, eram guerreiros. Ascrianças de Atenas e das outras cidades gregas precisavam apren-der a correta postura corporal nas batalhas. Para tal fim, aprendiamcom os esportes o modo certo de correr, de usar os punhos, asmãos, etc. É o que se designa como “hexis”. Se os jovens não apren-diam a postura correta, sua gente perderia batalhas e guerras. As-sim, eles deveriam automatizar as posturas certas. Caso contrário,não aplicariam os golpes certos, nas lutas. O problema é que sealguém aprende errado, o automatismo também existe. E tal pessoaserá um estorvo para si mesma, para seus próximos, para a socieda-de. Ela aprendeu uma postura torta, mas que também é postura, é“hexis”. Com o passar dos tempos, a postura (corporal) foitransferida, por metáfora, para a atitude mental, de pensamento.Exemplo: se alguém aprende tabuada corretamente, fará contas cer-tas de modo automático, sem esforço. Se aprendeu errado, usará osdedos para contar, o que prejudica todo o seu aprendizado matemá-tico. Mas abolir posturas automatizadas é das coisas mais difíceis,porque elas se traduzem em hábitos vividos como “naturais”. Dadaa natureza patrimonial de nosso Estado, os seus operadores, nostrês poderes, acham “natural” usar os recursos públicos em provei-to próprio. E são aplaudidos ou eleitos pelos que, na sociedade,agem também, por ética errônea, no sentido incorreto. Existem pes-soas que nas estradas ou ruas, ainda como exemplo, desrespeitamleis (sinais vermelhos, faixas de pedestres, etc.), mas gritam contra

os políticos e se acham “éticas” quando, na verdade, agem comoassassinas potenciais. Antes de ficar na crítica dos que operam oEstado, é essencial que os integrantes da sociedade examinem seuspróprios gestos, valores, etc. E os modifiquem, num lento e penosotrabalho de mudança de mentalidade. Ficar na crítica dos políticos,sem examinar a forma pessoal e grupal de atuação, é hipocrisia oumá consciência. Quem fura filas, empurra pessoas no espaço públi-co e só enxerga seu interesse individual, não tem ética corretaalguma para ensinar aos políticos, empresários, juízes.

Ibef – Dentro das organizações empresariais, onde o acessoao poder está presente a todo momento, como deve ser a posturaética que contemple sucesso profissional e valores morais?

Romano – Começando pelo final: nem sempre os “valores mo-rais” da sociedade são corretos. Eles podem recolher milênios deprática social perversa, como no caso de coletivos preconceituo-sos e presos a tradições irracionais que prejudicam, mais do queauxiliam, o convívio entre seres humanos. Empresas precisam unira luta pelo domínio do mercado (não raro, sociedades marcadaspela ética péssima, e quase nunca pela correta) e pela razoável har-monia em seu interior. Fora da empresa, os adversários a seremvencidos. Dentro dela, um pacto de relacionamento que satisfaçaas ambições de cada um, sem impedir o progresso da organização.“A força de conservar a si mesmo é o primeiro fundamento da virtu-de”, diz Spinoza na Ética, o livro mais realista sobre o assunto namodernidade. Ninguém se realiza, deixando de lado suas ambições,desejos, sobrevivência e ascensão na empresa. Os “abnegados”são, na verdade, perdedores que acham uma desculpa para seufracasso. Mas administrar todas as ambições, dando-lhes satisfa-ção relativa (a satisfação absoluta de um indivíduo ou grupo destróia união que forma a empresa) é tarefa árdua. Ela é uma espécie depolítica interna no organismo empresarial. Diria eu da empresa e dosseus integrantes o que Platão fala do Estado correto. Neste último,“as dores e alegrias do indivíduo devem ser as dores e alegrias dotodo, e vice-versa”. Esta tese, que está no seu livro sobre as Leis,indica que um todo não prospera se, nele, os indivíduos estão insa-tisfeitos. Mas ele também não prospera se os indivíduos não pres-tam atenção ao todo que os engloba. Quem usa golpes baixos con-tra os colegas e a empresa, quem mente e calunia, quem procuradiminuir os demais para aumentar sua própria importância, sem osaber está destruindo o solo que o sustenta. Ele retira da empresa oimpulso vital que a leva a bem competir contra os adversários ver-dadeiros, os que se apresentam no mercado e não dentro dela.

Ibef – Em sua opinião, qual é o motivo para termos tantoscasos de corrupção no País?

Romano – As revoluções democráticas modernas (inglesa, noséculo 17, norte-americana e francesa, no 18) tentaram abolir oscostumes do Antigo Regime. Neste último, os operadores do Estadojulgavam estar isentos de prestação de contas aos que pagavamimpostos. Com as revoluções democráticas, veio a exigência daresponsabilização dos governantes diante dos governados, o quena língua inglesa se chama “accountability”. Ora, Portugal, no século19, era um dos bastiões do Antigo Regime. Quando o príncipe Joãoveio para o Brasil, fugindo dos exércitos napoleônicos, ele trouxepara cá o ideário da irresponsabilidade dos governantes, contraas teses ligadas à “accountability”. Seu alvo era instituir, nostrópicos, um Estado no qual os operadores, sobretudo os mo-narcas, não devessem satisfações a ninguém. E foi assim que ele,logo no início, criou o Banco do Brasil para imprimir dinheirosem lastro. Não por acaso, o mesmo banco enfrentou uma bancarrotana época. A nossa tradição estatal tem pouco a ver com as moder-nas revoluções democráticas e muito a ver com o Antigo Regime oqual, segundo os mais abalizados historiadores, foi um dos maiscorrompidos da História.

Aética do cidadão, diante de tantos casos de corrupção napolítica. A postura ética nas organizações empresari-ais, contemplando sucesso profissional e valores mo-rais. A responsabilização dos governantes diante dos

governados. Esses são alguns dos temas abordados pelo professorde Filosofia e Ética da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp), Roberto Romano, em entrevista ao Ibef Em Revista.