Painel XV

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Nº 71 Janeiro/2012 CAMPEÃO COM TÍTULO DA A2, NHÔ QUIM VOLTA À ELITE DO FUTEBOL PAULISTA

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revista unimep

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Nº 71Janeiro/2012

CAMPEÃOCom título da a2, Nhô Quim volta à elite do futebol paulista

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carta do editor

PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 3

EXPEDIENTE

Órgão Laboratorial do curso de Jornalismo da Unimep

Reitor Clovis Pinto de Castro

Diretor da Faculdade de Comunicação Belarmino Cesar Guimarães da Costa

Coordenador do curso de Jornalismo Paulo Roberto Botão

Editora Rosemary Bars Mendez (MTB 16.694)

Editor de ConteúdoFernando Galvão

Editores Assistentes Cláudia Assencio, Ronald Gonçales e Sabrina Franzol

Editor de Imagem e Fotografia Leonardo Belquiman

Redatores Angélyca Paiva, Antonio Corazza,

Arthur Belotto, Camila M. Rosa, Carla Rossignolli, Caroline Solano, Cíntia Tavares, Cláudia Assencio, Elaine

Pereira, Flávia Ribeiro, Felipe Abrahão, Fernando Galvão, Jackson Rossi, Luiz

Felipe Leite, Karine Santos, Larissa Helena, Leonardo Belquiman, Luana

Rodrigues, Mariana Neves, Lucas Calore, Michaella Frasson, Nayara de Oliveira,

Raphael Justino, Rafaela Gazetta, Ricardo Gonçalves, Ronald Gonçales, Sabrina Franzol, Saulo Neto, Valéria Spinelli, Vanessa Carvalho, Vladimir Catarino

Revisão:Cláudia Assencio

Diagramação e Arte Final Sérgio Silveira Campos

(Laboratório Planej. Gráfico)

Capa Camilo Riani

Correspondência Faculdade de Comunicação

Campus Taquaral, Rod. do Açúcar, km 156 Caixa Postal 69 – CEP 13.400-911

Telefone: (19) 3124-1677

Tiragem 30 mil exemplares

ImpressãoGráfica Mundo

Santa Bárbara D’Oeste/SP

A proposta desta edição da revista Painel sobre os últimos 16 anos

do XV de Piracicaba representou um desafio para os alunos do 6º.

semestre de Jornalismo da Unimep.

Falar sobre futebol, todos falam, têm opiniões; sabem quem são os

melhores jogadores, as melhores táticas, o gol mais bonito, o drible per-

feito. Escrever sobre futebol exige mais do que adjetivos para configurar,

caracterizar uma partida, explicar os acontecimentos em um campo de

quase 7 mil metros quadrados, onde 22 jogadores se enfrentam durante 90

minutos, sem prorrogação, sob olhares da torcida, do juiz, dos bandeirinhas,

dos técnicos. E este não foi o primeiro desafio a ser vencido. Antes dele, os

alunos se depararam com o primeiro acesso ao texto de revista, tendo que

aprofundar informações, contextualizar dados, entrevistar mais do que três

fontes (critério comum para a produção das notícias), pesquisar arquivos

históricos, produzir um texto narrativo que atraia a atenção do leitor, não pelo

impacto ou ineditismo do fato, mas pela apuração e utilização de palavras

com significados à construção de uma história sobre o passado recente do

time do Nhô Quim.

Um aprendizado que aconteceu na prática, nos laboratórios da universi-

dade, com aulas de orientação para selecionar as fontes, fazer as entrevistas,

buscar o melhor enfoque, produzir a melhor fotografia. Árduo, pode-se dizer,

principalmente para aqueles que não têm familiaridade com futebol. E aí,

está o segundo desafio destes estudantes, mas também outro aprendizado,

que é o jornalismo especializado.

Se para um atleta não é fácil explicar o que aconteceu durante a partida,

porque perdeu ou conseguiu fazer a bola bater na trave, imaginem para um

estudante/jornalista que até então via os campeonatos com olhos de torcedor,

ou com o descrédito de quem diz “não gosto de futebol”. Ter que escrever

para um público especializado e também para o leigo no assunto é o mesmo

que descobrir um universo diferente e não ficar ligado apenas no lead dos

fatos. É primeiro entender o ‘lance’, ser o profissional que olha para o objeto

a ser reportado com objetividade e neutralidade, ao mesmo tempo em que

se envolve com o tema, de maneira apaixonante, para procurar o melhor

ângulo, o melhor parágrafo, a melhor frase, a melhor foto. E, antes de tudo,

ser apaixonado pelo jornalismo, para apresentar o melhor de si mesmo, e

permitir ao leitor apreciar um texto de qualidade, com informações que lhe

atraiam, saciem a curiosidade e sejam interesses, aliado ao prazer de uma

leitura que agregue conhecimento, no caso, sobre o XV de Piracicaba.

Assim, os estudantes de jornalismo esperam que todos tenham boa leitura!

O melhor

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4 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

O VERdAdEIRO SENTIdO dE‘vEstIr A cAmIsA’

Vladimir Catarino

[email protected]

Poucos conhecem tanto os basti-dores do XV de Piracicaba como Rubens Leite do Canto Braga, ou

simplesmente Rubens Braga. No clube, ele já foi preparador físico, técnico interino do quinteto de basquetebol, conselheiro, diretor e, atualmente, vice-presidente da diretoria executiva. Mas nenhuma dessas funções lhe dá o maior prazer. “Gosto de ser torcedor, de vibrar com os gols e lamentar as derrotas que, felizmente, são poucas nos últimos anos”, afirma.

Braga nasceu no dia 23 de novem-bro de 1929, em Piracicaba. Aos 19, foi estudar Educação Física na Universida-de de São Paulo. Dez anos depois,

Quando se vê aquela camisa zebrada todos sabem que é o

manto do XV de Piracicaba

Apaixonado pelo Nhô Quim, Rubens Braga, atual vice-presidente do clube acredita no fortalecimento e na ascensão quinzista

Vlad

imir

Cata

rino

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O VERdAdEIRO SENTIdO dE‘vEstIr A cAmIsA’

já era técnico esportivo, contratado pelo governo do estado. Na capital bandeirante jogou basquete, voleibol e futsal, sendo também treinador dessas modalidades nas equipes do São Paulo, seu segundo time de coração.

Voltou a Piracicaba logo após se casar com Maria Cleuza, numa união que já dura 53 anos. “Hoje eu a amo como na época que ainda éramos na-morados”, derrete-se. Do casamento nasceram cinco filhos, que já geraram nove netos e uma bisneta. Entre as paixões pelo XV e por Maria Cleu-za, Rubens Braga acha tempo para administrar uma casa de idosos, a Associação Nossa Casa, que cuida de 50 pessoas integrantes dos grupos de

melhor idade de Piracicaba.No conforto da sua

casa, na região central, Rubens Braga recebeu

a Revista Painel, para uma conversa bem franca.

Além do XV e a expectativa no retorno à Série A-1, ele fez críticas ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, questionou a realização da Copa do Mundo no Brasil e clamou pelo enga-jamento da cidade nas causas do Nhô Quim. Nada surpreendente vindo de um legítimo quinzista.

Revista Painel: O que o XV de Piracicaba representa para o senhor?

Rubens Braga: O XV de Novem-bro é o cartão de visita dos piracica-banos. O futebol é um esporte muito popular, um divertimento para o povo. Por isso, acho muito importante ter-mos essa simpática equipe, que tem

realizado um trabalho bonito durante toda a sua história, desde o amadoris-mo até o profissionalismo. Quando se vê aquela camisa zebrada, em qualquer lugar do país, todos sabem que é o manto do XV de Piracicaba.

Painel: Qual o papel que o senhor desempenhou nos últimos 15 anos do XV?

Braga: Desde a década de 70 eu tenho atuado nos bastidores do clube, seja na diretoria ou no Conselho Deli-berativo. Como conselheiro, acompa-nhei a queda para a segunda divisão em 1995 e as tentativas fracassadas de acesso, até que em 2010 o presidente Luis Beltrame me convidou para ser vice-presidente. Confesso que quase declinei do convite, mas ele me disse que precisava de alguém com minha experiência e por isso topei o desafio.

Painel: Nesses anos, o XV subiu em 2005, mas caiu novamente em 2006. Também ficou a um ponto de conseguir a classificação em 2009. Mesmo não estando na diretoria, o senhor sofreu bastante neste período de “calvário”?

Braga: Muito! Era difícil a gente aceitar ver esse clube na 3ª divisão. Imaginávamos o quanto seria duro, com o centenário se aproximando, o XV disputar um campeonato que não fosse a divisão de elite. Mesmo assim, eu acreditava nas pessoas que estavam à frente, e que a situação iria mudar.

Painel: O senhor ainda vai aos estádios?

Braga: Sim, sempre que posso. Não viajo mais para outras cidades, como fazia anteriormente, princi-palmente quando era comentarista de rádio. Vou sempre ao Barão e em cidades vizinhas, como Campinas e Americana. Eu tive que prometer à minha esposa, para voltar à direto-ria do XV, que não ficaria fora de casa em trabalhos no clube. Agora tenho que cumprir (risos).

Painel: Qual a maior alegria que o XV deu ao senhor?

Braga: As maiores alegrias sem-pre foram as conquistas de acesso. Os títulos de 47 e 48 me marcaram bastante, pois foi justo no momento em que eu estava decidindo me mudar para São Paulo. Eu vi, inclu-sive, jogos do XV na capital. Mais recentemente, esse título da Série A-2, neste ano, foi inesquecível, já que foi um jogo muito difícil e ainda por cima, decidido nos pênaltis. Foi, literalmente, um teste para os milhares de cardíacos que estavam no estádio (risos).

Já vi o XV chegar a um ponto onde

esteve muito perto de morrer e continua

firme e forte

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Painel: E houve alguma grande decepção?

Braga: No futebol acontecem algumas jornadas inesperadas, como goleadas sofridas, por exem-plo. Mas o XV foi tão bem nestes dois últimos anos, quase sem derro-tas, que deixou os torcedores mal--acostumados. Por isso eu não me lembro de nenhuma decepção que o alvinegro tenha me dado.

Painel: O senhor torce por algum outro time, além do XV de Piracicaba?

Braga: Gosto também do São Paulo. Joguei lá, no basquete e voleibol, além de conhecer grandes nomes da história daquele clube, como o Laudo Natel (ex-governa-dor de São Paulo) e o Ademar Fer-reira da Silva (bi-campeão olímpico no salto à distância). Vi também a construção do estádio do Morumbi, quando ninguém valorizava aquele espaço. Mas, não tenho dúvidas em dizer, quando jogam São Paulo e XV, eu torço pelo alvinegro.

Painel: O futebol no interior está quase falido. Clubes endivi-dados, falta de torcida e fontes de renda causam prejuízos quase que mortais a diversas agremiações tradicionais e centenárias, como é o caso do XV. O que o senhor acha que pode ser feito para reverter esse quadro?

Braga: Na verdade eu não me conformo com essa mercantilização exagerada da sociedade, em especial do futebol. Um técnico não pode

ganhar R$ 700 mil por mês, ou um garoto, ainda juvenil, receber um salá-rio de R$ 200 mil num clube grande, enquanto outro no interior ganha um salário mínimo. Deveria haver um con-trole maior sobre isso. Infelizmente, a sociedade é muito capitalista, e temos que conviver com essa realidade. No caso do XV é difícil, porque muita gente acha que ajuda contribuindo com R$ 1,00 na conta de água, o que não passa nem perto de ser suficiente. Hoje, R$ 1,00 não paga nem o flanelinha que guarda o seu carro na rua. É fundamen-tal uma conscientização de todos nós, piracicabanos que amam esse clube.

Painel: Nacionalmente, como o senhor analisa o enriquecimento da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o fortalecimento político do seu po-lêmico presidente Ricardo Teixeira?

Braga: Apoiar o Ricardo Teixeira é algo meio difícil, já que a gente percebe que as suas atitudes não são tão claras, como se espera de um dirigente esportivo. As classes mais desvalorizadas no Brasil são os políticos e os dirigentes esportivos, justa-mente por tantas banda-lheiras que esses pro-fissionais fazem. Sabe por que eu voltei pra dire-toria do XV? Porque eles levam a sé-rio a admi-

nistração, publicando balanços e equilibrando despesas, situações que a gente não vê na CBF.

Painel: O senhor aprova a escolha do Brasil para sediar grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014?

Braga: Acho que tudo foi precipita-do. Logicamente que, como torcedor, é legal assistir grandes eventos perto de casa. Nós temos tantos problemas para resolver com a nossa gente, por que gastar tanto com o futebol? Já estão sendo construídos grandes elefantes brancos, que ficarão sem nenhuma utili-dade no futuro. Temos o Maracanã e o Morumbi, por exemplo, que serviriam para receber jogos, sem a necessidade

de novas arenas. Apoio a idéia de que a Copa aconteça

sempre em países desen-volvidos e nós, brasileiros, assistamos pela televi-

são, mesmo tendo um sistema que obrigue o pagamento de um valor para recebermos essa transmissão.

Precisamos abraçar o XV, para que ele

nunca mais deixe a 1ª divisão

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Painel: Voltando ao XV de Pira-cicaba, como o senhor imagina que será o clube nos próximos 100 anos?

Braga: Eu sou otimista. Tenho incentivado os meus companheiros

de diretoria a estruturar o clube para o próximo centenário. Temos que tentar, em uma junção de forças entre a inicia-

tiva privada e o poder público, conseguir um terreno na cidade, para a construção de um Centro de Treinamento, com diversos campos, e um clube, onde o sócio

possa usufruir, além do fute-bol. O maior investimento deve ser feito nas categorias de base, de onde sairão os novos valores do clube, que irão render os dividendos

necessários para a manutenção dessa estrutura.

Painel: O que é primordial para que isso aconteça?

Braga: Piracicaba precisa esquecer suas diferenças e abraçar esse projeto. Quem sabe até o empresariado, que pode deixar de lado um pouquinho a preocupação com o lucro e contribuir, financeiramente ou com trabalho, para ajudar o fortalecimento do clube. In-felizmente, volto a dizer que tudo na sociedade é movido a dinheiro e sem ele nenhum clube de futebol consegui-rá sobreviver.

Painel: Olhando para o futuro, o XV está mais perto de se tornar um grande clube ou corre o risco de se apequenar como outras agremiações tradicionais como Novorizontino e Araçatuba, por exemplo?

Braga: Eu sou um otimista, sempre. Já vi o XV chegar a um ponto onde esteve muito perto de morrer e con-tinua firme e forte. O curioso é que, quando a fase é boa, todo mundo quer assumir o clube. Muitos já vieram-me falar que pretendem ser presidentes do clube. É aquele velho ditado, que diz que, de filho bonito todo mundo quer ser pai. (risos)

Painel: O senhor é o mais expe-riente da atual diretoria do XV. De vez em quando, é preciso dar uns puxões de orelhas nos mais novos, como o Luis Beltrame (presidente) e o João Carlos Maiolo (diretor)?

Braga: Não é necessário, pois eles estão andando certinho. In-clusive eles conhecem muito mais do que a realidade atual. Eu tento passar para eles o que nós fizemos em épocas antigas, mas a realidade é muito diferente, o que me obriga a aprender bastante também, ainda nos dias atuais.

Painel: As vésperas da estreia na Série A-1 do Campeonato Paulista, qual a mensagem que o senhor deixa para os torcedores do XV?

Braga: Quero dizer que nós somos privilegiados, pois temos em nossa cidade um dos clubes mais queridos e respeitados do Brasil. O XV não pertence à atual diretoria, ao conselho e nem aos jogadores. Ele é de propriedade de Piracicaba, de cada um dos piracicabanos que nasceram aqui ou adotaram essa cidade para viver. Que cada jogo do campeonato se transforme em mais um capitulo dessa bonita his-tória, que nunca terá um final, mas sempre será feliz.

Painel: O XV ainda emociona o senhor?

Braga: Muito. A mesma sen-sação que tenho hoje me remete à minha juventude, lá na década de 40, quando vibrava com o XV, tanto no futebol, quanto no basquete e nos demais esportes. Ainda bem que o coração está bastante resistente.

Apoiar o Ricardo Teixeira é algo

meio difícil

Um técnico não pode ganhar R$ 700 mil por

mês, ou um garoto, ainda juvenil, receber um salário de R$ 200 mil num clube grande

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10 TRAJETÓRIA dezesseis anos depois, o XV de

Piracicaba retorna à Série A1 do Campeonato Paulista de Futebol com muitos fatos para serem relatados.

17 OS 15 DO XV Reportagem da Painel retrata os

15 jogos inesquecíveis do time piracicabano.

20 NA ELITE NOVAMENTE Confira todos os detalhes dos jogos

que levaram o Nhô Quim de volta à Série A1.

25 MATANDO A FOME DOS TORCEDORES Ambulantes entram em campo, torcem

e sobrevivem das vendas realizadas aos torcedores.

28 UNIVERSIDADE E GRAMADO Parcerias resultam em oportunidades

de empregos para universitários.

30 CRÁ, CRÁ, CRÁ Hinos oficial e popular adotam

linguagens diferentes e exploram amor ao alvinegro para homenageá-lo.

32 ON-LINE Site, facebook, twitter, flickr, canal no

youtube e comunidade no Orkut, tudo para chamar a atenção dos internautas quinzistas

37 CAMISA ZEBRADA O uniforme oficial do XV é grife

consagrada.

39 SEM FRONTEIRAS Torcedores levam o amor pelo time em

todos os cantos do mundo.

41 TABELA Acompanhe as rodas do Campeonato

Paulista de 2012

46 ALÉM DOS JOGADORES... Ao lado das vitórias e derrotas,

profissionais das mais diferentes áreas preparam os jogadores desde a alimentação até os treinos.

50 SEGURANÇA Para garantir um ambiente familiar, 40

policiais são espalhados pelo Barão da Serra Negra durante as partidas de futebol.

52 JORNALISMO GOLEIA PÚBLICO DE INFORMAÇÕES

O trabalho dos jornalistas de Piracicaba na cobertura dos jogos.

56 AMOR ILIMITADO Conheça as inusitadas histórias dos

fanáticos torcedores: amor, paixão, loucura e coleções.

62 A DIREÇÃO O trabalho que vai além das quatro

linhas feito pelo presidente, vice e diretores do XV.

65 REFORMAS Obras no Barão: foram instalados

2.470 assentos na área cativa, reformadas as cabines de imprensa e a fachada ganhou nova aparência.

69 ALÉM DO CAMPO Eles são jovens, brilham no gramado

e defendem o time. Mas como lidam com a saudade, o namoro e as baladas? Conheça a história de quatro jogadores alvinegros.

73 SÍMBOLO Nhô Quim integra a cultura

piracicabana e o amor ao XV de Novembro

74 A MUSA NOTA XV Rafaelle Zen, casada, foi eleita para

representar o time no concurso Musa do Paulistão 2012.

77 BISBILHOTE O XV Qual jogador é o galã? Quem é o mais

alto? E o mais baixo? Quantas calorias um atleta perde em um jogo?

80 ÁLBUM Conheça o elenco do EC XV de Novembro

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oPiNiÃo

Sabrina Franzol

[email protected]

A idade já está avançada, afinal, são quase 100 anos e, embora eu não o tenha conhecido quando mais novo,

posso garantir que ainda carrega a energia de uma criança, a maturidade de um adulto e a sabedoria de um senhor.

Ele nasceu em 1913. Os pais foram da família Pousa e Guerrini, que comandavam, na época, o futebol em Piracicaba com os times Vergueirense e 12 de Outubro, respectivamente.

O nome escolhido para aquele que acabara de nascer e se consagrou como um dos mais tradicionais clubes do Brasil, por conta de sua história emocionante e encantadora, foi XV de Novembro, de autoria de seu primeiro mestre, Carlos Wingeter, cirurgião dentista e capitão da Guarda Nacional.

Antes mesmo de completar um ano, venceu o Campe-onato Paulista. O tempo foi passando e já adulto, perto de seus 35 anos, venceu duas vezes o Campeonato do Interior e foi o primeiro clube do interior a disputar a elite do futebol estadual.

Durante seu crescimento, fez muitos amigos. Alguns, infelizmente, já se foram, mas deixaram uma marca na

história deste guerreiro. Entre eles está Edson Rontani, lembrado até hoje pela simpática “caricatura” do alvine-gro. Em 1964 decidiu viajar o mundo ao lado do chefe Romeu Ítalo Rípoli. Conheceu países como Alemanha, Cazaquistão, Dinamarca, Rússia e Ucrânia.

Na estante de casa, muitos outros títulos. Em 1976 foi vice-campeão paulista da A1, em 1983, campeão paulista da A2 e em 1984, campeão do Torneio Ray O-Vac.

Também chorou quando não conseguiu mais pagar as contas e ficou endividado. Mas o rumo de sua história mudou ao receber ajuda do advogado Luis Beltrame, que o conduziu à elite do futebol paulista, 17 anos após o último rebaixamento.

Em 2010, depois de uma conflituosa disputa contra o Comercial, em Ribeirão Preto, conseguiu o acesso a A2, com a ajuda do professor Moisés Egert.

E se engana quem pensa que o tempo para ele está terminando, muitas conquistas ainda estão por vir. É hora de ver o show de garra e determinação no campo ou na tevê, ao som de muita “caxará de forfé e cúspere de grilo”, contando os segundos, ao lado da imensa torcida, para gritar o tão almejado Goorrr!

Meu véinho

ronald GonçaleS

[email protected]

Mergulhar no universo do XV de Piracicaba pode até parecer fácil. Mas está longe de ser. Não porque não

seja prazeroso, pelo contrário, os torcedores ou os cidadãos comuns, de Piracicaba ou de qualquer outro lugar, sabem do significado do time no meio esportivo, independente de resultados satisfatórios. O XV traz consigo um ritual, um mito, uma devoção de todo um povo à sua existência, recheada de lendas e paixões, presente em todas as classes sociais, estilos e idades. Até quem não curte futebol se en-volve nas incontáveis histórias, algumas de dor, é verdade, mas a maioria cheia de otimismo, alegria e superação.

O XV ultrapassa as opções pessoais de dominar ou detestar futebol. Ele está tatuado, com as melhores cores, no coração das pessoas e escrito na rica história cultural da cidade que representa. É fé e é orgulho!

E esse espírito contagia todos, não só a torcida. Ele está presente nos profissionais que atuam no XV, sem

distinção, inclusive, nas estrelas que driblam os adver-sários e botam a bola no fundo da rede – a adversária, claro! Ah, e quando então a rede chacoalha, uma alegria suprema consome o público que assiste de forma atenta ao maior espetáculo no gramado. Quando o gol é anun-ciado, a arquibancada treme e as bandeiras sobrevoam pela torcida cativante do XV.

O XV é o suspiro quando supera, é o grito quando faz gol, é a lágrima quando enfrenta crise, é a alegria quando conquista vitórias e é a reza que toda uma cidade ecoa para que sua cultura esteja sempre presente por aí. E é a mesma reza que une e resgata os caminhos enigmáticos que surgem nos bons ou maus momentos que a vida traça. Cada um pode ser devoto do santo que achar mais pertinente, mas quando se conhece toda a história do XV, ou parte dela, é impossível não se transformar em devoto da garra, da coragem e da tradição do time alvinegro... É fácil ser mais um integrante da torcida. Porque tal qual o rio que banha a história da cidade homônima, o XV rega o coração e também tem no sobrenome a mesma Piracicaba de legados e paixões.

devoção

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SUOR, LÁGRIMAS E ALEGRIAS SUOR, LÁGRIMAS E ALEGRIAS

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Fernando GalVão

[email protected] abraão

[email protected] Felipe leite

[email protected] JuStino

[email protected] neto

[email protected]

Após 16 anos, o XV de Piracicaba está de vol-ta a à elite do futebol paulista. Se voltar ao tempo, 1995 era uma época bem diferente

de 2011: a internet estava nos seus primórdios no Brasil, a seleção brasileira de futebol ainda era tetracampeã mundial e o XV disputava a primeira divisão do Campeonato Paulista de Futebol. Em 1995, o torcedor quinzista estava acostumado a ver o time na primeira divisão. Desde a primeira lei do acesso, em 1949, a equipe havia ficado fora da elite por apenas 11 anos, em períodos intercalados.

Naquele ano, aconteceu a primeira experiência alvinegra na terceirização do futebol. Em janeiro, a TAM, Transporte Aéreo Marília, por meio do então presidente Rolim Amaro, assumiu o XV. O presidente do clube, Marinho Pacheco, empolgou--se com a nova parceria.

Atletas de renome chegariam ao clube, e co-mandados por um técnico vencedor. Tratava-se de Rubens Minelli, tricampeão brasileiro comandando o Internacional de Porto Alegre (1975 e 1976) e o São Paulo (1977). “Estava assistindo um amistoso entre o São Paulo e o Boca Juniors, no Morumbi, no final de 94. Havia deixado o Atlético-MG dois meses antes, encontrei o Juan Figger nos cama-rotes do estádio e começamos a conversar. Logo em seguida, o Rolim entrou no lugar (Na época a TAM patrocinava o São Paulo) e eu os apresentei. A partir daí, surgiu a ideia de assumirem um clube de futebol do interior do Estado”, relata Minelli.

Daquele encontro em São Paulo até o XV entrar em campo diante do Corinthians, na estreia do Pau-listão, foram meses de preparação e de montagem do elenco. Rolim, após nomear o empresário Juan Figger como diretor de futebol, chamou Minelli para ser o treinador do clube. “Conhecia o Rolim desde 1963, quando treinei o América de São José do Rio Preto. O convite foi feito sem maiores alardes. Cheguei no clube com a tarefa de fazer um bom time. Mantivemos alguns meninos que joga-ram na temporada anterior, junto com jogadores vindos do Rio de Janeiro, como o Marcos, goleiro do Flamengo e o Doriva”, diz Minelli, ressaltando

SUOR, LÁGRIMAS E ALEGRIAS SUOR, LÁGRIMAS E ALEGRIAS A TRAJETORIA DO CLUBE ATÉ VOLTAR à SÉRIE A1 DO CAMPEONATO PAULISTA DE FUTEBOL

A TRAJETORIA DO CLUBE ATÉ VOLTAR à SÉRIE A1 DO CAMPEONATO PAULISTA DE FUTEBOL

Arquivo JP

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fora de casa. Na estreia diante de sua torcida, vitória sobre o Democrata de Sete Lagoas, por 2 a 0. Depois, duas derrotas. Uma em casa para o Paulista e outra fora para o time mineiro, mas a segunda colocação garantiu a per-manência na competição. “A equipe crescia a cada jogo. O início foi mais difícil, mas depois o time foi ganhando confiança e consistência”.

Na fase mata a mata, o time cresceu e passou pela Inter de Limeira, depois pelo Barra de Teresópolis, Brasil de Pelotas, Joinville e Gama, até a gran-de final contra o Volta Redonda. No primeiro jogo, com o Barão de Serra Negra lotado, vitória por 2 a 0. Uma caravana se deslocou até o Vale do Pa-raíba para acompanhar o jogo da volta. O XV precisava de um empate, mas Biluca, de cabeça, fez o gol da vitória, selando o título para Piracicaba. O ano, que havia começado mal, terminava com um título de expressão nacional.

meus interesses e eles, os deles, nada fora do comum de um clube de fute-bol”, diz.

E no final, o XV acabou rebaixa-do. No dia 11 de junho, após uma goleada por 4 a 2 sofrida para o Santos, na Vila Belmiro, aliada a uma combi-nação de resultados dos concorrentes diretos, o Nhô Quim voltava para a segunda divisão do futebol paulista.

O título nacional - Com o revés, a diretoria alvinegra fez algumas mudan-ças, tanto dentro de campo, quanto fora, tendo em vista a filosofia de comando. Chegava ao XV, o técnico Osvaldo Alva-rez, o Vadão, pois no segundo semestre, a equipe tinha pela frente o Campeonato Brasileiro da série C.

O time foi montado com jogadores bastante jovens. Vadão comenta que a torcida o apoiou desde o início e afir-ma que a aceitação foi boa. Segundo o novo comandante, a nova filosofia era apostar na juventude, deixando de lado os figurões. “A proposta da TAM foi de trabalhar com atletas desconhecidos e eu tinha uma imagem de revelar bons jogadores, ainda mais porque eu vinha de boa campanha no time do Mogi Mirim, acredito que a torcida quinzista me recebeu de braços abertos”, relembra Vadão.

No dia 31 de agosto a bola rolava para estreia do XV na competição na-cional. No grupo estavam o Democrata de Sete Lagoas e o Paulista de Jundiaí. Duas das três equipes avançavam para fase seguinte. No primeiro jogo, em-pate em 2 a 2 com o time de Jundiaí,

que esse último chegaria à seleção bra-sileira naquele ano, na época coman-dada por Mário Jorge Lobo Zagallo. Na estreia do paulistão, vitória de virada contra o Corinthians, por 2 a 1. A cada jogo uma vitória, até o time chegar ao topo da tabela de classifi-cação. O XV conseguiu, em 1995, um dos resultados mais expressivos de sua história. Na terceira rodada, foi a Campinas, no Estádio Moisés Lucarelli, e goleou a Ponte Preta pelo placar de 6 a 0.

Porém, a partir do empate com a Ferroviária no dia 14 de maio, em 1 a 1, o time ficou instável. Foi perdendo, empatando e conquistando poucas vitórias. “No começo fomos bem. Tínhamos um time razoável, porém as peças de reposição acabaram não dan-do conta do trabalho a longo prazo, quando os titulares ficaram ausentes”, explica o ex-treinador.

Além da ausência de um elenco mais qualificado, outro problema foi identificado por Minelli para o imi-nente fracasso do clube – as baladas. “Além da questão técnica, houve a questão disciplinar. Alguns jogadores comportaram-se aquém do que prome-teram, comprometendo o rendimento da equipe. Cheguei a pedir a dispensa deles, porém não fui atendido. Tive que engolir as noitadas”, sentencia Rubens Minelli, que apesar desse episódio, ressalta a boa relação com a diretoria do XV da época. “Eu e Rolim éramos amigos antes, e permanecemos amigos depois da minha passagem pelo XV. O mesmo com o Figger. Eu defendia os

Vadão quando ele estava no XV em 1995

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Para o volante Edivan Costa, criado nas bases alvinegras, vencer a série C foi importante. “A visibilidade foi positiva e a maioria dos atletas acabou se dando bem. Muitos deles foram jogar em clubes de tradição no futebol do país”, afirmou.

Os anos longe da elite - A equipe começou 1996 como uma das favoritas à conquista do acesso. Naquele ano, 16 equipes jogavam entre si em turno e returno. O campeão e vice de cada turno disputavam o quadrangular e três conquistavam o acesso. O XV teve uma campanha apagada. No primeiro turno ficou em quinto e no segundo na sétima colocação.

Em 1997, nova tentativa para voltar à série A1, porém o regulamento havia mudado e número de vagas diminuído de três, para dois. Mais um ano apaga-do e num grupo de oito equipes, o XV ficou na antepenúltima colocação.

Em 1998, nova esperança de acesso,

mas os mais pessimistas não poderiam imaginar o que viria pela frente. Na primeira fase uma campanha péssima e o último lugar. As quatro piores equipes disputavam um quadrangular e apenas uma caia para terceira divisão. O XV sem nenhuma vitória sobre Comercial de Ribeirão Preto, Sãocarlense e Corin-thians de Presidente Prudente, caiu para a série A3 do Paulistão.

Uma manobra política fez o time piracicabano permanecer na série A2. A equipe conquistou a direito de disputar o campeonato no lugar do Novo Hori-zontino. Mesmo com a ajuda, o time não

foi bem e terminou na sexta colocação, a quatro pontos da zona de rebaixamento.

O século XXI começava e as espe-ranças estavam renovadas, mas dentro de campo o time não correspondeu e, de tanto chegar perto, conseguiu cair para série A3. Uma campanha instável fez o time terminar na última colocação. Começava uma fase nada fácil para o time piracicabano. Pela primeira vez em sua história, o time estava em uma das divisões mais baixas do paulista. Um time de tradição em um torneio de pouca expressão que pouco atraia patrocinadores. Durante cinco anos esse foi o cenário no time piracicabano.

Os anos foram passando, o XV ten-tava sair da série A3. Chegou perto em alguns momentos. Em 2002, quando a equipe estava alcançando a vaga, jogando fora de casa contra o Taqua-ritinga. Os donos da casa precisavam do empate. O time piracicabano vencia por 1 a 0, a torcida quizista já comemo-rava, mas aos 47 minutos do segundo tempo, o zagueiro André Beraldo, nascido em Piracicaba, marcou o gol de empate tirando o acesso alvinegro.

Dois anos depois, 2004, nova chance para voltar à série A2. Desta vez o time jogava em casa, com estádio lotado e precisava vencer o Noroeste. O problema estava na arbitragem. Quem apitou o jogo foi Edilson Pereira de Carvalho, que anulou um gol legitimo alvinegro. O empate em 0 a 0 deu ao time de Bauru o direito de disputar a série A2. Anos depois, quando o escân-dalo da máfia da arbitragem veio à tona, o próprio Edilson confessou que o jogo estava vendido para o Noroeste e que o XV não venceria de modo algum.

2005, uma luz no fim do túnel - Após descensos, dívidas sem fim, a diretoria do XV de Piracicaba decidiu apostar no já experiente e vencedor Paulo César Ca-tanoce, buscando, no final do primeiro semestre, comemorar o retorno para a série A-2 do campeonato Paulista.

Um início de trabalho complicado, mas a cidade toda se mobilizou pelo grande objetivo no ano: o acesso do XV de Piracicaba. Parte da imprensa, torcida e dirigentes remaram para o mesmo lado, o da vitória.

1995 - A1 2000 - A2 2005 - A3 2010 - A3

1996 - A2 2001 - A2 2006 - A2 2011 - A2

1997 - A2 2002 - A3 2007 - A3 2012 - A1

1998 - A2 2003 - A3 2008 - A3

1999 - A2 2004 - A3 2009 - A3

Classificação do XV de Piracicaba nos últimos 16 anos no Campeonato Paulista

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Com sequência de vitórias o plane-jamento estava mais próximo. A torcida lotava o Barão de Serra Negra. Paulo César Catanoce lembra que, após vitó-ria no jogo contra o Palmeiras-B, por 2 x 0, em casa, o acesso estava próximo.

Após o jogo destacado pelo trei-nador, vieram outros dois confrontos, derrota para o Itararé, atuando fora de Piracicaba e a coroação de um trabalho bem feito com empenho de todos na últi-ma rodada da segunda fase, quando saiu vencedor do confronto frente ao Atlético Monte Azul por 3 x 1. “As condições de trabalho eram muito boas, e tínhamos um grupo muito bom que compraram a ideia do acesso”, lembrou Catanoce.

Um ano depois da conquista, Paulo Cesar Catanoce decidiu sair do XV de Piracicaba. “Houve muito desgaste, o time não passava por boas condições financeiras, diariamente os jogadores vinham me perguntar sobre salários, e após um jogo em casa contra o Gua-ratinguetá, conversei com a diretoria antes e se perdêssemos, ganhássemos ou empatássemos, iria sair do coman-do”. A saída repentina do treinador não causou mal estar com a diretoria,

Catanoce diz que a relação era muito boa, e até hoje mantém contato.

A brilhante campanha da equipe fez o torcedor voltar a acreditar no XV e a cidade achava que o clube estava voltando, a passos largos, para o cenário do futebol brasileiro, onde sempre foi motivo de orgulho para todo piracicabano. Mas, o ano de 2006 não foi de sorrisos.

Com a falta de verbas, a diretoria do acesso deixou o comando do clube, e aclamou para presidente o ex-prefeito da cidade Adilson Maluf. O sucesso na carreira política fez Maluf angariar pa-trocinadores de peso como a Caterpillar e Cosan (hoje Raízen). Mas dentro de campo o time foi limitado. O Nhô Quim sofreu outro duro golpe, ficando na penúltima colocação do campeonato paulista da série A-2, e com isso estava de volta para disputar o campeonato paulista da série A-3 no ano seguinte.

Maluf teria agora a missão de nova-mente enfrentar um torneio de pouca expressão. Lá estava o XV na série A3. Em 2007, a equipe teve melhor postura e terminou a fase de classificação em quarto lugar. Oito clubes disputavam

quatro vagas, mas duas derrotas para o Olímpia deixaram o XV mais um ano na série A3. A pressão era grande em cima de Adilson Maluf, que por muitas vezes pensou em deixar o cargo. Sua última ficha seria o ano de 2008, mas novamente o time não foi bem e não conseguiu nem se classificar para a fase final, terminando na 11ª posição. Mudança radical na diretoria executiva do clube e a diretoria do acesso, em 2005, estava de volta.

Já no segundo semestre, o time montado foi vice-campeão da Copa Paulista de Futebol, perdendo o título aos 48 minutos do segundo tempo para o Atlético de Sorocaba, com mais de 20 mil pessoas no Barão.

Com um bom elenco o time chegou em 2009 como um dos favoritos. O tor-neio foi difícil. Na fase de classificação a equipe ficou em sexto. No último jogo da fase mata a mata, o elenco foi até Osasco e precisava de um empate para subir. Mais de 20 ônibus partiram da Piracicaba para acompanhar o jogo. Nova decepção: o XV seria derrotado por 3 a 0.

Nova reformulação no elenco para 2010, o torcedor começou o torneio

O meio-campista André Cunha, um dos artilheiros do time, durante partida contra o Catanduvense pela série A2 do Campeonato Paulista de 2011

Eduardo Castelar/Arquivo do XV de Piracicaba

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Participação do XV de Piracicaba nos últimos 16 anos em competições nacionais*

1995 - Série C 2000 - Copa João Havelange

1996 - Série B 2001 - Série B

1997 - Série B 2002 - Série B

1998 - Série B 2003 - Série C

1999 - Série B

* Desde de 2004, o XV não disputa competiçãode nível nacional

desacreditado. O início foi difícil, in-cluindo a demissão do então treinador Nei Silva. Quando entra em campo o auxiliar técnico Moises Egert. “Assumi o time na zona de rebaixamento para série A3. Meu trabalho foi arrumar o time taticamente e conversar muito com os profissionais”, lembrou Egert.

De interino a técnico, Moises Egert, ex-jogador do XV, fez uma campanha impecável. Tirou o time do rebaixamen-to e um jogo épico contra o Comercial, em Ribeirão Preto, conquistou o tão sonhado acesso à série A2 do paulista.

De volta à elite - Monte Azul Pau-lista (420 km da capital), domingo, 24 de abril de 2011. Mesmo não sendo o último jogo da série A2, o XV de Piracicaba já podia garantir uma vaga na série A1 do Campeonato Paulista de 2012. E assim aconteceu. A vitória de 4 a1 contra o Monte Azul, fora de casa, garantiu sua vaga de volta à elite do Campeonato Paulista, depois de 16 anos fora dessa categoria.

Seguindo a campanha, no dia sete de maio, o time, após empatar em 2 a 2 com o Guarani, venceu o time de Campinas

na disputa de pênaltis por 4 a 2, e levou o título de campeão estadual de 2011 da série A2 do Campeonato Paulista.

Um dos responsáveis pela campa-nha do XV (25 jogos, 14 vitórias, oito empates e apenas três derrotas) foi o técnico Moisés Egert, ex-centroavante do time. Relembrando o começo da disputa, Egert conta que seu trabalho começou meio desacreditado com o grupo. “Fomos criando forças, cons-truindo uma essência, uma identidade e, quando vimos, já estávamos encor-pados na série A2, e sabíamos que não perderíamos a oportunidade para a primeira divisão”, lembrou.

Para Egert, o planejamento técnico feito junto ao time e o apoio da diretoria foram fundamentais para o sucesso do XV na série A2, além do entrosamento entre os jogadores e a comissão técnica. “Acho que a gente, dentro do vestiário, foi uma equipe coesa, uma família, e toda família tem suas divergências, seus problemas, mas nós sempre nos respei-tamos. Essa amizade se transparece e a gente leva pra dentro do campo, o que foi fundamental”, afirmou.

O experiente meio-campo, André

Cunha, que já jogou no Palmeiras, For-taleza, Rio Claro, Recreativo de Libolo (Angola), entre outros clubes, disse que a preparação para vencer a série A2 co-meçou em 2010. “O início do trabalho foi em novembro, aprimoramos a parte física, para depois iniciar o treinamento prático, para chegar à competição e es-tarmos no ápice do desempenho físico e tático”, disse o meio campista.

Segundo Cunha, o conjunto de vários fatores garantiu o sucesso do time na Série A2. “O Moisés conseguiu juntar jogadores de técnicas diferentes, o que deu certo, o time teve um pa-drão tático, uma regularidade muito grande em todos os jogos, a torcida do XV compareceu, ajudou bastante principalmente na fase final”.

De olho no futuro - Com a vaga garantida para a Série A1 do Campe-onato Paulista em 2012, o XV de Pira-cicaba se prepara agora para manter o sucesso conquistado e alçar voos mais altos no contexto esportivo nacional. “O nosso objetivo era trazer o time para a primeira divisão. Conseguimos isso, e agora temos outros projetos e planejamentos, que é colocar a equi-pe do XV de Piracicaba de volta ao cenário brasileiro”, afirma o técnico alvinegro, Moises Egert.

Dentro das condições de trabalho, o treinador contou que vai buscar o melhor para o time. “Sabemos da nossa limitação para o ano que vem. Nosso primeiro objetivo é não cair, e, em cima disso, fazer um grande trabalho em cima desse planejamento”, completou o treinador. Mesmo não tendo uma estrutura de time grande como os que vai enfrentar no ano que vem pela série A1 do Campeonato Paulista, Moises Egert não perde o entu-siasmo. “Isso é só o começo, acredito que o melhor ainda está por vir para o XV de Piracicaba”, finalizou.

Pouca experiência, mas bons resultados: há pouco mais de um ano no XV, o treinador de 34 anos conseguiu trazer o time de volta à

elite do futebol paulista

Felipe Abrahão

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O que faz de um time campeão? Não são apenas as vitórias, mas a história e a tradição que estampam a face de torcedores, equipe e piracicabanos

“Na vitória ou na derrota”15 JOGOS INESqUECÍVEIS

O acesso para a série A2 era conquistado em 2005, com a vitória sobre o Monte Azul, por um placar de 3 a 1

Cíntia taVareS

[email protected]

Era 14 de julho de 2002 e o relógio marcava 10 horas na cidade de Taqua-ritinga, a 330 km da capital paulista e 207 km de Piracicaba. O jogo entre o XV de Piracicaba e o Taquaritinga pela Série A3, equivalente ao terceiro escalão do futebol estadual do Campe-onato Paulista, era decisivo. A vitória conduziria o XV ao acesso para a Série A2 no ano seguinte. Já para o Taqua-ritinga, o empate era o suficiente para garantir a classificação.

O Nhô Quim saiu na frente logo no início da partida marcando o primeiro

gol e passou a segurar o placar. Aos 47 minutos do segundo tempo, os olhos dos torcedores voltavam-se para o campo e André Beraldo, piracicabano e também jogador do Taquaritinga, marcava o gol de empate que deu o acesso ao seu time, deixando o XV mais um ano na terceira divisão.

O fascínio e a frustração marcaram os jogos do XV de Piracicaba nos úl-timos 15 anos. Ainda em 2000, o XV enfrentava em 05 de novembro o Santa Cruz, pela Série B do Campeonato Bra-sileiro. O jogo aconteceu às 20h30, no estádio do Arruda, em Recife. O time que já ocupava a penúltima colocação corria o risco de antecipar seu rebai-

xamento. Na última rodada, o Nhô Quim havia complicado sua situação na tabela ao perder, em casa, para o União São João, de Araras por 1 a 0. O Santa Cruz venceu a partida com um placar de 2 a 0.

Conseguir o acesso para a série A-2 do Campeonato Paulista era o que buscavam o XV de Piracicaba e o Independente de Limeira no dia 10 de junho de 2001. Para deixar a Série A-3, as duas equipes teriam que vencer todas as cinco partidas que restavam na competição.

Com mais de 20 mil torcedores no estádio, o XV perdia mais uma vez o acesso à série A2 no dia 20 de junho

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Na cidade de Monte Azul Paulista a vitória do XV estava desacreditada, o time já havia perdido dois jogos na reta final para o time de Catanduvense. Na volta do segundo tempo o segundo gol é marcado e a partir de então um gol atrás do outro, fechando o placar em 4 a 1. Até os torcedores do Monte Azul se renderam à comemoração na festa da torcida Alvinegra

Felipe Gema

de 2004, numa partida que resultou no empate de 0 a 0 com o Noroeste. Um jogo que ficou marcado pela revolta dos torcedores, ao receber a informação de que a partida estaria comprada. A confirmação veio do próprio árbitro Edilson Pereira de Carvalho, banido do esporte em 24 de setembro de 2005 após ser condenado como integrante de um esquema que manipulava o resultado das partidas.

No ano seguinte, em 19 de junho o XV conquistava o acesso à série A2 com a vitória sobre o Monte Azul, vencendo por 3 a 1. Já em 2006, a Inter de Limeira derrotou o time pi-racicabano por 3 a 2, o que o levou ao rebaixamento para a série A3. No ano de 2007, o XV enfrentava o Linense, e Fábio Santos atacante do XV perdia três pênaltis e fazia um gol.

O XV de Piracicaba vencia o Pon-te Preta por 6 a 0, no Campeonato Paulista de 1995. A torcida comemo-

rava, mas o que ficou na memória de torcedores e jogadores foi, no final do campeonato, o rebaixamento tanto do Ponte Preta quanto do XV de Piracica-ba, evidenciando um período difícil no futebol da nossa região.

Nova chance desperdiçada - Em 7 de junho de 2009, contra o Grêmio Osasco, o acesso para a série A2 do Campeonato Paulista é perdido pela segunda vez. O XV registrava o maior deslocamento de torcedores, com mais de 20 ônibus que saíram de Piracicaba. O retorno foi tumultuado devido ao conflito entre torcidas e diretoria. Fe-lipe Gema, presidente da maior torcida organizada do XV em Piracicaba, a Esquadrão, conta que este jogo foi um divisor de águas entre os torcedores, a comissão técnica e a imprensa. “Foi um momento em que paramos para pensar se todo o trabalho feito valia a pena. Isso fez com que nos uníssemos

para buscar a mudança dessa história triste que passava pelo XV”. A derrota e os acontecimentos, que poderiam causar o afastamento, possibilitavam na verdade, o estreitamento da relação entre os amantes do clube.

Conquistas atuais – Atualmente, o time se destaca pelas vitórias e conquis-tas memoráveis. No dia 08 de maio de 2010, em Ribeirão Preto, às 19 horas, três ônibus completamente cheios se-guiam para o jogo entre o Comercial e o XV. Estádio lotado, fogos na arqui-bancada e muita tensão por parte da torcida adversária. O XV precisava de um empate e conseguia segurar o resul-tado durante a partida; mais uma vez, aos 46 minutos do segundo tempo, o time sofria um gol irregular, com falta no goleiro, mão na bola e impedimen-to. Porém o trio de arbitragem anularia a jogada, garantindo o acesso do XV à Série A2 do Campeonato Paulista de

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2011. Um jogo que ficou eternizado como a Guerra de Ribeirão e marcou a revolta da torcida do Comercial que não se conformava com a derrota.

No primeiro semestre deste ano, o XV enfrentava um jogo, que na con-cepção do jogador André Cunha, “foi sofrido”. A partida contra o Rio Branco, na 3º rodada, o time perdia por 2 a 1. Aos 41 minutos do segundo tempo, Cunha faz o gol do empate e Paulinho, faz aos 49 minutos o terceiro gol do XV. Em 24 de abril deste ano, a 250 km de Piracicaba, o XV voltava a enfrentar o Monte Azul Paulista, vencendo por 4 a 1 e conquistando o acesso à série A2. Já em maio deste ano, com um empate no tempo normal por 2 a 2, o XV de Piracicaba conquistava a vitória na de-cisão por pênaltis diante do Guarani, no estádio Barão da Serra Negra, e levava o título da Série A-2 do Campeonato Paulista. Na ocasião, a torcida do XV esperou mais de 5 horas pela chegada do time e acompanhou a equipe desde o shopping de Piracicaba, obrigando inclusive, a Polícia Militar a interditar a rodovia Fausto Santo Mauro, que

dá acesso a cidade de Rio Claro, até o estádio Barão da Serra Negra.

Registrando vitória em 11 jogos, o XV ganhou o destaque como maior campeão da Série A2 com a Conquista do Pentacampeonato no jogo contra o Guarani, finalizando o placar em 2 a 2.

Títulos – “Meu coração não se cansa de ter esperança / De um dia ser tudo o que quer / Meu coração de criança não é só a lembrança”. Bem como os versos da canção entoada por Gal Costa, a trajetória histórica do XV de Piracicaba registra a esperança e o desejo de guardar em si a lembrança aliada ao anseio do novo.

E na busca pelo sucesso, o XV se-guia lutando e acumulando alegrias e tristezas. Um decepção que ainda está na memória do torcedor foi em 2008, como vice-campeão da Copa Paulista de Futebol, contra o Atlético de Soro-caba. A partida era dominada pelo XV até os 47 minutos do segundo tempo, mas a virada aconteceu no último mi-nuto do jogo. O empate, além de valer o título, levaria o XV a uma vaga na Copa do Brasil. O Atlético Sorocaba

ficava com o título de campeão, num placar de 3 a 2.

O time registra também duas vi-tórias que marcaram a trajetória. A primeira, em 28 de janeiro de 1995, estreando no Campeonato Paulista da Série A1 contra o Corinthians, no Barão da Serra Negra, o XV vencia a equipe da capital com o placar de 2 a 1. No mesmo ano, o Nhô Quim jogava contra o Volta Redonda pelo Título Brasileiro da série C e vencia a primeira no Barão por 2 a 0 e a segunda em Volta Redonda por 1 a 0.

Agora, campeão do Campeonato Paulista da Série A2, o XV de Piraci-caba foi o primeiro clube do interior a disputar a divisão de elite do futebol paulista. Segundo Paulo Moraes, ge-rente de futebol do XV, o campeonato era esperado pela torcida há 16 anos, e a história, aliada a tradição fez com que o torcedor, a diretoria, os jogadores e a própria população piracicabana se conscientizasse a lutar pelo acesso. “O passado embala o futuro e, consequen-temente, veio o título, o resultado de muito trabalho”, afirma.

Invasão dos torcedores do XV em Osasco, quando o time piracicabano perdeu acesso para a série A-2

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do empate sem gols com o Pão de Açúcar à vitória nos pênaltis sobre o Guarani

Passo-a-passo,

Vladimir Catarino

[email protected]

Durante quase quatro me-ses, o torcedor do XV

de Piracicaba acompanhou a caminhada do time na dispu-ta da Série A2 do Campeona-to Paulista. O sonho de vol-tar à elite era o combustível necessário para motivar jo-gadores, diretoria, comissão técnica e, principalmente, os torcedores. Depois de 25 jo-gos, muitas alegrias, algumas decepções e raros momentos de incerteza, a conquista veio, culminando no título.

Relembre, jogo a jogo, a caminhada quinzista rumo à glória de estar entre os grandes novamente.

15 de Janeiro/SábadoXV de Piracicaba 0x0 Paec

Na abertura da competição, demonstrando nervosismo e ansiedade, o alvinegro esbarrou na forte marcação do Paec, crian-do poucas oportunidades de gol. Para complicar ainda mais, o meia Marlon foi expulso de campo.19 de Janeiro/Quarta-feiraSão José 1x4 XV de Piracicaba

A primeira vitória do time na com-petição veio com goleada, fora de casa, contra o tradicional time de São José dos Campos. Após mu-danças no time titular, Fábio Santos (duas vezes), Wagner e Ricardinho decretaram o triunfo quinzista.22 de Janeiro/SábadoRed Bull 0x2 XV de Piracicaba

Assim como na abertura do campe-onato, o XV enfrentava um clube--empresa, que já era considerado sensação no interior paulista. No entanto, a tradição prevaleceu e a vitória veio com gols marcados por Fábio Santos e Adilson.

26 de Janeiro/Quarta-feiraXV de Piracicaba 3x2 Rio Branco

De volta a Piracicaba, a torcida compareceu em grande número ao Barão, acreditando em uma fácil vitória sobre o Rio Branco, saco de pancadas do grupo. Mas, em campo, a história foi diferente. O gol da virada do XV, decre-tando a vitória, aconteceu já nos acréscimos do segundo tempo.30 de Janeiro/DomingoGuarani 1x1 XV de Piracicaba

A prévia do confronto que, fu-turamente, seria a decisão da Série A-2, ficou marcada pelo equilíbrio. Se fora de campo os torcedores se provocavam mutu-amente, dentro dele o respeito se refletiu no placar. O gol do time piracicabano foi de Fábio Santos.02 de Fevereiro/Quarta-feiraXV de Piracicaba 3x3 Atlético Sorocaba

Em um confronto eletrizante, recheado de gols e oportunida-des perdidas, o XV vacilou pela primeira vez na competição. Após abrir 3 a 1 no placar, ainda no primeiro tempo, foi surpreendido e sofreu o empate, que terminou com um amargo sabor de derrota.

a trajetória doCAMPEÃO

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05 de Fevereiro/SábadoXV de Piracicaba 2x1 União Barbar.

Depois de dois tropeços, os joga-dores alvinegros sabiam que seria essencial a vitória sobre o rival de Santa Bárbara d´Oeste, para não deixar os líderes escaparem. Com um pênalti marcado no finalzinho do jogo, gerando mui-tas reclamações dos barbarenses, inclusive com agressão ao trio de arbitragem, o XV venceu com a cobrança bem sucedida de Glauber.09 de Fevereiro/Quarta-feiraSão Bento 0x1 XV de Piracicaba

Com dois expulsos e os joga-dores brigando em campo, o time de Sorocaba não foi pá-reo para o XV, que conseguiu o triunfo com gol marcado pelo atacante Fábio Santos.

13 de Fevereiro/DomingoXV Piracicaba 1x1 Palmeiras B

Devido à falta de iluminação, a partida começou no sábado a noite e terminou apenas na tar-de de domingo. Com o empate, o XV perdeu a chance de reto-mar a liderança do seu grupo. O gol alvinegro foi de Adilson.19 de Fevereiro/SábadoPaec 2x2 XV de Piracicaba

Mesmo não vencendo, o XV de Piracicaba conseguiu um resultado incrível. Depois de sair perdendo por 2 a 0, o time conseguiu se restabelecer em campo e arrancou, ainda na etapa inicial, o empate por 2 a 2. Fábio Santos e Glauber foram os artilheiros do time.23 de Fevereiro/Quarta-feiraXV de Piracicaba 2x0 São José

Com uma bela atuação no pri-meiro tempo, quando acuou o adversário, o XV de Piracicaba bateu o São José. O nome do jogo foi o meia André Cunha, que fez os dois gols da vitória quinzista.

28 de Fevereiro/Segunda-feiraXV de Piracicaba 0x2 Red Bull Brasil

Mesmo com um jogador a mais durante quase o jogo todo, o XV não conseguiu resistir ao Red Bull. Foi a primeira derro-ta do time na competição e o primeiro revés ante o time de Campinas em toda a história.05 de Março/SábadoRio Branco 1x4 XV de Piracicaba

Contra o pior time do campeonato e virtual rebaixado à 3ª divisão, o XV não poderia deixar escapar a vitória. E ela aconteceu, com dois gols de Adilson, um de André Cunha e outro de Diego Silva

Vinicius Bovi tenta drible em jogador da Catanduvense. O atleta foi um dos mais

atuantes com a camisa titular do XV.

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09 de Março/Quarta-feiraXV de Piracicaba 2x1 Guarani

No jogo que, mais tarde, se repe-tiria na final da competição, o XV saiu perdendo mas, com o apoio da imensa torcida que compareceu ao Barão, chegou à virada, com gols marcados por Adilson e Glauber, abrindo oito pontos de vantagem para o quinto colocado Red Bull.13 de Março/DomingoAtlético Sorocaba 1x1 XV de Piracicaba

O calor da manhã de domingo não impediu que o jogo fosse movimentado, já que envolvia duas equipes que estavam bem na competição. Diego Araújo foi o autor do gol piracicabano.19 de Março/SábadoUnião Barbarense 1x1 XV de Piracicaba

O XV de Piracicaba assegurou matematicamente a classificação ao empatar com o União Barba-rense, resultado que foi suficiente para carimbar o passaporte para a segunda fase. O União saiu na frente com Jobinho, e Paulinho igualou para o XV de Piracicaba.23 de Março/Quarta-feiraXV de Piracicaba 2x1 São Bento

Já classificado, o XV jogou com mais tranquilidade e os jogadores que estavam pendurados forçaram o cartão para entrarem “limpos” na segunda fase. Anderson e Paulinho marcaram os gols do Nhô Quim.

27 de Março/DomingoPalmeiras B 0x0 XV de Piracicaba

O pior jogo da campanha do acesso foi realizado na manhã de um domingo, em Jaguariúna. Como já estava classificado, o técnico Moi-sés Egert escalou um time reserva, formado basicamente por garotos.02 de Abril/SábadoAtlético Sorocaba 0x1 XV de Piracicaba

A segunda fase não poderia começar melhor para o XV. Mesmo jogando fora de casa, e debaixo de uma forte chuva, o torcedor piracicabano compa-receu e vibrou com o gol único, marcado por André Cunha.06 de Abril/Quarta-feiraXV de Piracicaba 2x0 Monte Azul

No jogo de maior público da competição até então (14.246 torcedores), o Nhô Quim apre-sentou um futebol eficiente na primeira etapa, derrotou o Monte Azul e seguia 100% na segunda fase. Parecia até que a classificação viria facilmente. Mas só parecia...

Vestiário em Monte Azul Paulista serviu como palco para a comemoração dos jogadores do XV, que subiu após vitória por 4 a 1

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09 de Abril/SábadoXV de Piracicaba 1x2 Catanduvense

Um cidadão piracicabano não estava a fim de ver o XV se aproximar do acesso à elite do Campeonato Paulista. Com dois gols do meia Daniel Costa, o Catanduvense derrotou o Nhô Quim, por 2 a 1, em pleno Ba-rão, com quase 18 mil pessoas.16 de Abril/SábadoCatanduvense 2x1 XV de Piracicaba

Depois da derrota em casa, o time alvinegro foi á Catanduva neces-sitando apenas de uma vitória para conseguir o sonhado acesso. Mas não deu. Adilson marcou o gol de honra do XV e o objeti-vo foi adiado, mais uma vez.24 de Abril/DomingoMonte Azul 1x4 XV de Piracicaba

Tudo parecia conspirar de for-ma contrária. Jogo fora de casa, desconfiança por duas derrotas consecutivas na fase, temperatura extremamente alta. Mas nada disso foi suficiente para segurar o XV, que goleou o Monte Azul (gols de Adilson, duas vezes, Rodolfo e Paulinho). Dezesseis anos de-pois, a torcida extravasou e o time garantia seu retorno entre os principais times do estado.

30 de Abril/SábadoXV de Piracicaba 3x1 Atlético Sorocaba

Na joga da festa, ainda faltava a ce-reja do bolo. A vitória daria ao XV a vaga na grande decisão do Cam-peonato Paulista da Série A-2. Adíl-son, Ricardinho e Fábio Santos fi-zeram os gols da vitória e Leandro Diniz descontou para o Atlético.07 de Maio/SábadoXV de Piracicaba 2x2 Guarani

Atrás do marcador durante boa parte da partida, o XV de Piraci-caba, apoiado por mais de 18 mil pessoas, conseguiu encerrar um jejum de 16 anos sem levantar um título. Na noite de um sábado histórico, o Nhô Quim empatou com o Guarani, no tempo normal, por 2 a 2, mas venceu nos pênal-tis, por 4 a 2, no Estádio Barão de Serra Negra. Um dos grandes destaques da partida foi o goleiro Wanderson, que defendeu duas penalidades. A última vez que o Nhô Quim havia conquistado um caneco foi em 1995, quando se sagrou campeão da Série C.

Festa no gramado visitante: goleada em Monte Azul Paulista selou o retorno do XV à 1ª divisão do Campeonato Paulista

Fotos: Assessoria de Imprensa do XV

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luCaS Calore

[email protected]

Quando se pensa em futebol-cerveja e amendoim não po-dem faltar aos torcedores de

plantão. Claro que não é apenas isso. Pode ter pipoca, cachorro-quente ou o bom e velho churrasco. Isso pode ser em casa junto com a família e amigos, ou até mesmo lá no estádio, vibrando junto com toda a torcida. É justamente no estádio - dentro ou fora dele - que

estão os vendedores ambulantes. Eles transitam por todas as áreas para atender aos torcedores. Ruas, calçadas, locais públicos e/ou privados da cidade tornaram-se ambiente de trabalho aos que optaram por este serviço para ganhar ou aumentar a renda do mês.

Durante os jogos do XV de Piraci-caba não é muito diferente. Logo na entrada do estádio já há barracas mon-tadas com diversos alimentos e produ-tos para saciar os fanáticos torcedores. Muitos se retiram de seus bairros logo

cedo para chegar a tempo de pegar o primeiro torcedor (ou o freguês do dia) que lá estiver. Uma personagem clás-sica, que monta sua barraca dentro do estádio há mais de 20 anos, é a Dona Clemilda. Aos 69 anos, ela ainda vai a todos os jogos do time para vender seu cachorro-quente. Quando a partida é no período da noite, chega com antece-dência de quase seis horas para montar e preparar os alimentos.. Com barraca própria, sobrevive da renda das vendas dos lanches, complementada pela apo-

DURANTE AS PARTIDAS DE FUTEBOL, ELES

CIRCULAM PELO ESTÁDIO E ‘MATAM’ A

FOME E A SEDE DOS TORCEDORES

AMBULANTEStêm espaço garantido

Seu Toninho trabalha há mais

de 25 anos vendendo

pipoca

Lucas Calore

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26 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

sentadoria que recebe. Dinheiro esse que a ajudou a sua família e também na educação dos filhos durante mui-tos anos. Torcedora fanática do XV, Dona Clemilda tem enorme carinho pela torcida e pela diretoria do time. Ela os considera como filhos e, toda vez que está lá, sente-se como se esti-vesse em casa. Em seu espaço, ela não está sozinha: recebe a ajuda de bom grado de filhas e familiares. Tem um ótimo relacionamento também com a equipe da Guarda Municipal que fica no comando da segurança no estádio e serve alguns lanches para eles por conta própria.

Uma das coisas que os torcedores mais gostam de consumir durante os jogos de qualquer time, é a cervejinha. Para manter a ordem nas partidas, uma lei estadual proíbe o consumo e venda de bebidas alcoólicas até cem metros de distância do estádio. Isso afeta as vendas de alguns vendedores. Anto-nio Carlos de Almeida, 37, lamenta não poder vender cerveja, afinal acha melhor que bebam moderadamente ali perto, do que ir a algum lugar “encher o caneco” e darem problemas à segu-rança. Almeida exerce a profissão de azulejista e complementa a renda men-sal vendendo espetinhos de churrasco apenas quando tem jogos do amado time do XV, isso já há mais de dez anos.

Ele se mostra feliz ao comentar sobre a amizade de muito tempo que construiu com os diretores do time. Tem alvará de autorização para tra-balhar no estádio municipal Barão da Serra Negra há dois anos e acredita que, assim que o time estiver jogando na primeira divisão do Campeonato Paulista, terá mais oportunidades de negócios.

Dentre os muitos torcedores fanáti-cos pelo XV de Piracicaba, na multidão destacam-se os pequeninos. A criança-

da sempre acompanha os pais - ou seria o contrário? – nas partidas do time. Claro que só assistir ao jogo não basta. Os pais “desembolsam a carteira” na barraca do Seu Toninho que há mais de 25 anos trabalha vendendo pipoca (doce e salgada) em muitos pontos da cidade. O seu ponto preferido é na entrada do Estádio Barão da Serra Negra, sede do time do coração. A maior clientela é de crianças afoitas por ver os jogos. Muito sorridente, o vendedor diz que a renda ao longo dos anos ajudou a manter a educação dos filhos, que hoje já são formados. Seu Toninho se emociona ao confessar o maior de seus sonhos: um dia poder ter um carrinho maior, todo de inox e assim ir até bairros pobres distribuir pipoca gratuitamente para as crianças. Coisa que hoje em dia já faz em certas ocasiões, onde o coração fala mais alto e não nega um pedido.

O suporte que o XV de Piracicaba dá para esses ambulantes e muitos ou-tros que estão assiduamente em todos os jogos é algo de grande valor. Sergio Costa, 42, elogia a presença deles. “Nada melhor que ter tudo em um único lugar, ainda mais quando venho acompanhar os jogos do XV”. É uma troca, em que os vendedores entram com a fidelidade e o time entra com a admiração e respeito. Quem não gosta de unir o útil ao agradável, não é? Os torcedores agradecem!

Dona Clemilda prepara lanches no estádio há mais de 20 anos

Antonio Carlos de Almeida acredita que o Campeonato Paulista em 2012 o ajudará a aumentar os negócios

Fotos: Lucas Calore

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Estagiários da Unimep e da Unesp auxiliam nas avaliações

técnicas dos jogadores

Universidades ajudam a melhorar desempenho

nas quatro linhasmiChaella FraSSon

[email protected] FlaVia ribeiro

[email protected]

Mais conhecido por Convênio Guarda Chuva, a parceria entre o XV de Piracicaba e a Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) foi iniciada

em 2003. Com a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), a parceria com o curso de Educação Física teve inicio no final de 2009. A ajuda aos jogadores pelas instituições tem como contrapartida o estágio para os universitários.

Flavia Ribeiro

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Relacionamentos e Novos Negócios da Unimep, salienta que “ganhamos em visibilidade, pois conseguimos im-plantar duas placas dentro do estádio, uma do Colégio Piracicabano e outra da própria Unimep”.

O diretor do XV, João Carlos Maiolo, avalia como positivas as par-cerias. “É de extrema importância, principalmente por serem duas marcas centenárias: XV e Metodista. Duas marcas que fazem e fizeram história em Piracicaba”, destacou.

Os estagiários de fisioterapia fazem avaliações físicas nos jogadores. “A par-ceria é fundamental para o discente, pois ele observa, na prática, tudo aquilo que aprende em sala de aula, além de poder aplicar todas as técnicas aprendidas durante sua vida acadêmica”, destaca o coordenador do curso de fisioterapia da universidade, Sérgio Borin.

Outra área da instituição em que a parceria vem dando certo é no curso de sistemas de informação. Os alunos criam um software onde todos os dados dos jogadores são cadastrados e avalia-dos, facilitando o trabalho da comissão técnica. Os estudantes desenvolvem um sistema de informação para o XV de Novembro, visando atender as funcio-nalidades de cadastramento de atletas e de controle e gerenciamento de seus as-pectos de saúde e treinamentos. “Com o tempo, o clube terá um histórico de desempenho técnico, tático e de saúde de cada atleta desde sua chegada, até

Sérgio Camarda, fisiologista do clube, fez seu pós-doutorado na Unesp e teve como proposta um estudo so-bre futebol, momento em que surgiu a parceria, aliando a parte do estudo com os atletas do XV, que usufruem dos aparelhos de alta tecnologia existentes na universidade. Para Camarda, a par-ceria é importante. “O XV entra com os atletas para estudo científico e a Unesp, com os aparelhos, que só os jogadores de grandes equipes têm à disposição”, ressalta. O trabalho realizado envolve o desenvolvimento físico de cada jogador. O clube, frisa o fisiologista, não teria recurso para realizar essas avaliações anualmente, uma vez que, ficaria em média 500 reais por atleta.

Para o reitor da Unimep, Clovis Pinto de Castro, a parceria gera bons resultados. “Além da ajuda para os jogadores, a qualidade da instituição ganha destaque com alunos adquirindo experiência na área”.

Os cursos de nutrição e jornalis-mo atuam como parceiros do XV. Os alunos de comunicação realizaram a filmagem de alguns jogos, durante todo um campeonato. Uma via de mão dupla, pois o XV obteve vídeos para seu acervo e os alunos treinaram para a realização de uma reportagem esportiva. Hoje, o assessor de imprensa do clube é estudante da universidade.

Atualmente, os atletas do XV treinam duas vezes por

semana no campo da Unimep e realizam avaliações físicas. Jor-ge Vidigal, assessor de

sua saída”, destaca o coordenador de estágios Eduardo Vicentini.

Na Unesp são disponibilizados dois testes, pelos quais os atletas re-alizam sempre na pré-temporada do jogo. O primeiro permite dividir os atletas por níveis de condicionamento cardiorrespiratório. O atleta corre na esteira, realiza o teste cardio-crescente e começa a correr a 10 km/h, sendo incrementado 1 km/h na esteira a cada minuto, até chegar à exaustão. Cada jogador atinge um nível diferente, medido por uma máscara (faz análise da troca de gases, que inspira e expira). O resultado obtido é avaliado pelo pre-parador físico que realiza treinamento individualizado. O segundo é o teste de força, que apenas grandes clubes têm acesso. “No Campeonato Paulista da série A2 nenhum clube tinha e poucos fizeram o teste. Na série A3, fomos o único”, relembra o fisiologista Sérgio Camarda. É a máquina Avaliação Iso-cinética, pela qual minimiza o risco de lesão. Ela mede a força dos exten-sores e flexores da coxa, obtendo dois resultados: a força que cada jogador possui e a relação de desequilíbrio. Estes equipamentos são adquiridos pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Além dessas parcerias, o XV conta ainda com o apoio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) que permite o uso do campo de futebol pelo jogadores.

Reitor da Unimep, Clovis Pinto de Castro, garante que parceria beneficia as duas partes

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Fisiologista Sérgio Camarda com o atleta

Vinicius Bovis realizando o teste cardio crescente

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30 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

ronald GonçaleS

[email protected]

Eles existem para refletir o amor e o respeito a uma nação, à cidade ou aos clubes das modalidades

esportivas. São recorrentes e até obri-gatórios em eventos cívicos ou que coroam grandes vitórias de quem eles defendem e representam: os hinos. É impossível contar a história do Brasil sem citar os poderosos refrãos do Hino Nacional Brasileiro, de Joaquim Osório Duque Estrada e Francisco Manuel da Silva. Versos, originalidade, rimas, cultura e arranjo diferenciado são in-dispensáveis nesse estilo de composição. Com o XV de Piracicaba, não poderia ser diferente. Ele não possui só um hino oficial, mas também uma composição que é regada de lendas e curiosidades, chamada de hino popular.

A primeira gravação do hino oficial do XV aconteceu em 1960, pelo can-tor Pedro Alexandrino. Depois dele, muitos músicos, piracicabanos ou não, sempre realizaram interpretações em diversos gêneros musicais brasileiros. Aliás, o XV possui incontáveis músicas que o homenageiam. Até uma valsa, feita pelo compositor Belmácio Pousa Godinho, em 1914, celebra o primeiro título do ‘glorioso esquadrão’.

O hino oficial, escrito por Anuar Kraide, falecido há 16 anos, e Jorge Chaddad, traz quatro estrofes que es-banjam orgulho, otimismo e incentivo pelo time. A composição possui versos como “outra vitória conquistar / deste-mido e valente / só nos pode orgulhar” ou “outra vitória conquistar / a torcida está presente / para sempre incentivar”.

quatro estrofes dão identidade ao XV

Os hinos do XV

Salve XV de NovembroGlorioso esquadrãoNa vitória ou na derrotaEstá em nosso coração

No basquete e futebolÉ motivo de vaidadePioneiro da lei do acessoEngrandece nossa cidade

Vamos XV para frenteOutra vitória conquistarDestemido e valenteSó nos pode orgulhar

Vamos XV para frenteOutra vitória conquistarA torcida está presentePara sempre incentivar

XV! XV! XV!

Oficial

Cárxara de forfeCúspere de griloBícaro de pato

Ásara de barataNheque de porteiraJá que tá que fique

Suvaco de cobraSem óio de brequeÓculos de raiban

Carcanhar de bodeToceira de gramaJá que tá que fique

XV, crá, crá, crá

Popular

Além do oficial, time é homenageado em linguagem irreverente com hino popular

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Simpático, Chaddad diz que ainda frequenta os campos de futebol, ten-do pelo time enorme admiração e se lembra da forma como a composição nasceu. “Foi escrito quando o time foi campeão da segunda divisão, sendo o primeiro a ser promovido para a primei-ra divisão pela Lei do Acesso”. O caso está retratado nos versos “Pioneiro da lei do acesso /engrandece nossa cidade”.

Além do hino, Chaddad e Kraide escreveram outras duas músicas que homenageiam o time: “A garra é sua e a garra é nossa”, em 1980, e “Jubileu de Ouro”, em 1985, gravadas pelo cantor Mizael de Oliveira. Chaddad e Kraide foram parceiros musicais por mais de 45 anos.

Há, ainda, o hino popular, que traz uma linguagem mais despojada, valo-rizando a cultura caipira da cidade de Piracicaba. A sua criação é repleta de enigmas. Em quatro estrofes também - única coincidência com o oficial – a composição é quase incompreensível para quem não conhece o dialeto dos piracicabanos: “Cúspere de gri-lo”, “nheque de porteira”, “suvaco de cobra”, “carcanhar de bode” e “toceira de grama”, são algumas das construções encontradas nos versos. A expressão ‘caixa de fósforo’ vira “cárxara de forfe”.

Muitas pessoas dizem infinitas ver-sões sobre a origem do hino. Uma delas é que a criação dele aconteceu depois de alguns campineiros debocharem da maneira peculiar do piracicabano falar. “Isso repercutiu de outra forma, quan-do se passou a falar que a gravação tinha sido feita por campineiros, o que não é verdade; apenas aconteceu de um integrante da Orquestra de Campinas participar”, explica o músico e quin-zista Rui Kleiner.

Kleiner esclarece que o hino popu-lar sempre teve um caráter maleável, com elementos e versos que mudam de acordo com a época e os fatos his-

tóricos. “Foi feito por pessoas ligadas à Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’, com muitos estudantes que vinham de fora e se simpatizavam pelo XV logo de cara, representando tão bem o lado matuto do caipira da região de Piracicaba”, completa.

O músico já gravou o hino oficial em 1998 e, atualmente, está envol-

vido em um projeto para regravá-lo porque, segundo ele, as gravações anteriores foram feitas às pressas e não estão de acordo com o me-recimento de uma agremia-ção tão importante. A nova gravação terá a participação de uma orquestra.

Para o coordenador do Grupo de Teatro Andaime da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) José Antonio da Silva, o hino popular tem muito mais a ver com o folclore da cidade e com a sua tradição caipira. Ele diz que no espetáculo “As Patacoadas de Cornélio Pires”, o elenco canta o hino, recebendo aplausos em cena aberta nas mais diferentes ci-dades em que a peça é levada.

Formado em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e atuando como arque-ólogo no Maranhão, Vinícius Feres Durante explica que os hinos para países ou clubes são elementos de identificação e união entre as pessoas que compartilham estas composições como elementos representativos de suas identidades. “Podemos ir a qual-quer país do mundo e cantar o hino nacional brasileiro que se houver algum brasileiro por perto ele vai se identificar e compreender que quem canta pertence ao mesmo grupo, isso os aproxima. É um elemento em co-mum entre eles”, diz.

Rui Kleiner se prepara para nova gravação do hino oficial do XV de Piracicaba, agora acompanhado por músicos de uma orquestra

Mayara Kleiner

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32 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

riCardo GonçalVeS

[email protected]

Não é de hoje que o esporte une o coração das famílias em casa,

os amigos no bar, gerações de todas as idades e reúne as nações em todos os lugares do planeta. No momento da disputa, não existem diferenças sociais, de raça, religiões ou preconceitos frente ao time do coração de cada torcedor. Essa é a definição de Erich Beting, especialista em marketing esportivo e comenta-rista do canal BandSports. ‘The social media’ como são conheci-das no exterior ou mídias sociais como são conhecidas no Brasil, permitem uma série de trocas de informações em tempo real. Além disso, permitem ainda uma maior aproximação entre pesso-as, seja no Brasil ou no exterior.

Muitas mídias sociais existem e fazem parte de um ciclo diário de informações, acessadas por usuários de todos os lugares do planeta. As mais populares são: Facebook, Twitter, Youtu-be, Orkut, MySpace, Tumblr, Google Plus, Linkedln, dentre diversas outras com as mais promissoras propostas. Segun-do dados da pesquisa realizada pelo Altimer Group e Wetpaint, companhias que investiram em mídias sociais cresceram 18% em um ano, enquanto aquelas NAs mídIAs socIAIs

que pouco investiram tiveram queda de 6%, em suas receitas no mesmo período.

Hoje em dia, a internet é um dos meios mais rápidos de se comunicar e acabou de completar 42 anos de existência. No Brasil ela faz parte dos últimos 23 anos da história do país. A rede mundial de computadores possui di-versas funcionalidades e a uma das mais famosas e utilizadas são as redes sociais, principalmen-te pelo público jovem. Segundo o professor de informática Roberto Mos-na Junior, “eles gostam de seguir a moda e se sentirem populares, postando em seus status, divulgando informações sobre o que estão fazendo”.

Uma das propostas da rede mundial de computadores é a possibilidade de comunicação ins-tantânea entre pessoas de qualquer lugar do mundo com acesso a rede. Contudo, apesar de a web permitir a disponibilização de conteúdo qua-se em tempo real de notícias e de

Site oficial do XV foi a primeira ferramenta para os internautas torcedores que hoje navegam

por toda a rede

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 33

NAs mídIAs socIAIs

informações, em números, a União Internacional de Telecomunicações constatou que aproximadamente 75% da população do planeta ainda não tem acesso à rede mundial de computadores. A Organização das Nações Unidas quer que, até 2015, o número de usuários chegue aos

50% em todo o mundo. Da par-cela da humanidade que possui

acesso a internet, a quantidade chega a 1,96 bilhão de pes-

soas em todo o mundo, segundo a Internet World Stats. Desse total, 76 milhões são de acessos brasileiros.

O site oficial do XV de Piracicaba foi a primeira ferramen-ta de divulgação do clube, criado por Fernando Galvão e o designer Juan Fon-seca. Galvão, o então ex-assessor do XV, apresentou em 2006

a proposta para o pre-sidente Adilson Maluf

que, segundo ele, foi aceita prontamente. Gal-

vão, após o recebimento de vários e-mails de diversas par-

tes do mundo, teve a ideia de criar o canal de relacionamento

digital entre torcedores e o clube, principalmente com torcedores de outros estados.

Na opinião de Galvão, “hoje o site junto com as mídias sociais é quesito obrigatório para qualquer clube profissional. O site, assim

como o Facebook e Orkut, es-tão no cotidiano da maioria dos torcedores”. O primeiro site co-briu a Copa Paulista de Futebol de 2006. O primeiro portal foi custeado pela empresa Supricel, por conta de seu presidente Luiz Guilherme. Tivemos um retorno bem legal, na época tínhamos cerca de 20mil acessos/mês. Mui-tos e-mails diários com diversas perguntas e dúvidas”, aponta Fernando Galvão

O Esporte Clube XV de Piracicaba está na maioria das redes sociais. A torcida do XV é conhecida como a maior e mais fiel do interior do estado, possui dentre suas várias comunidades no Orkut, a oficial criada em 24 de Maio de 2004, com aproxi-madamente 17.861 membros. Para o jornalista e docente do Programa de Pós Graduação da Faculdade Cásper Líbero na área de Comunicação e Tecno-logia Walter Teixeira Lima, o futebol hoje é uma empresa e precisa relacionar-se com os seus consumidores. O especialista ainda afirma que “o futebol tem um componente a mais que é a paixão. Portanto, a empresa de futebol tem que tomar cuida-do, pois não irá somente fazer marketing nas redes, ela terá que se deparar com um volume absurdo de informações geradas pelos seus torcedores e alguns torcedores contrários inclusive”.

O assessor de imprensa do XV Eduardo Castelar disse que a comunidadenão é de autoria do time e que não tem nenhum vínculo com, foi criada por uma torcedora. Além disso, não foi criado outro de domínio do XV porque, segundo Castelar, o atual está muito consolidado. O XV de Piracicaba utiliza do

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34 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

espaço apenas para divulgação de notícias do site oficial, vídeos de bastidores e boletins do canal quinzista no Youtube, que já possui aproximadamente 2.655 exibições desde sua criação e fo-tos das partidas que são postadas no Flickr do clube.

Na comunidade do Orkut também é feito um bolão sobre o desempenho do time com os torcedores. O organizador Mau-ricio Senna realizou uma parce-ria com o site oficial do XV para oferecer prêmios aos vencedores da aposta. Segundo Senna, 225 pessoas já ficaram envolvidas no bolão. O processo é bem simples, por meio de inscrição feita na co-munidade os torcedores podem dar o seu palpite sobre a rodada e o vencedor de cada fase ou partida pode ganhar uma camisa comemorativa da série A1 ou kit torcedor contendo, camisa, bandeira, chaveiro e caneca. São premiados do primeiro ao quarto colocado. A ferramenta ajuda nos debates de opiniões sobre diversos assuntos e temas.

O twitter @ecxvpiracicaba possui aproximadamente 2.326 seguidores e na ferramenta são disponibilizadas informações do time, status do que fazem os jogadores, links de notícias postadas no site e resultados dos jogos. Além do Twitter, Orkut, Flickr, Youtube e site oficial, o Esporte Clube XV de Piracicaba está também em outras mídias como Facebook e no site da ‘Associação Amigos do XV. O Esporte Clube XV de Piracicaba está na maioria das redes sociais.

Dentre as mais diversas for-mas de comunicação entre o XV e seus torcedores as mídias sociais na opinião dos torce-dores aproximam a rotina e os resultados do time do cora-

ção. O repórter Ivan Costa diz que “é o caminho mais rápi-do para conquistar novos torcedores e atualizar os atu-ais da situação do time”. O torcedor Marcelo Alves diz que as ferramentas além de fornecer informações sobre os jogos servem também para os fãs ficarem de olho nos bastidores do time e também nas ações sociais que são, na maioria das vezes, desenvolvidas pelo clube. Além disso, para quem não tem tanto tempo para ir ao ginásio ver uma partida, é possível acompanhar os resultados ou saber onde e com quem vão jogar, assim como a tor-cedora quinzista Kamilla Valis.

O publicitário Ulysses Silveira acredita que a utilização das mídias sociais por parte de clubes de futebol como o XV de Piracicaba as utili-zam como maneira de atrair novos torcedores, pois mídias como TV e rádio são perfeitas para o público da geração X (nascidos até os anos 90). No entanto, a nova geração, a chamada Y, utiliza ferramentas de comunicação mais dinâmicas, como

as mídias sociais. Dessa forma, as redes sociais são na opinião dos torcedores a maneira mais eficaz de novos torcedores conhecerem mais o clube, os atletas e até saber mais sobre futebol. São ferramen-tas que permitem comentar e opinar. E além de atrair, Ulysses diz que fidelizar é o mais impor-tante, já que os times do interior não têm apoio da grande mídia e precisam cativar os torcedores da própria cidade. Para o publicitá-rio, é mais rápido que o próprio lance a lance dos grandes portais e ainda, tem comentários dos

outros torcedores, o que acaba se tornando mais engraçado. Quem não tem muito tempo para assistir os jogos em campo, e está no trabalho e não pode as-sistir ou ouvir pode acom-panhar por qualquer uma das mídias sociais o time do coração.

Veja mais sobre o XV nas principais redes sociais

Site Oficial www.xvpiracicaba.com.br

Comunidade do XV no Orkut

http://migre.me/5ZiWJ

Site da Associação Amigos do XV

www.amigosdoxv.org.br

Facebook www.facebook.com/ecxvpiracicaba

Twitter www.twitter.com/ecxvpiracicaba

Flickrwww.flickr.com/photos/ecxvpiracicaba

Youtube www.youtube.com/canalquinzista

Site oficial atual do EC XV de Novembro de Piracicaba

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 37

Caroline Solano

[email protected]

Ela é a cara do time, o representa e dá identidade, é o xodó da tor-cida, além de ser reconhecida no

país inteiro. É a camisa do XV! Um dos símbolos do alvinegro, o uniforme do Esporte Clube XV de Novembro de Pi-racicaba já passou por várias alterações. A primeira camisa do time era inteira branca e não contava com o símbolo. Cinco anos depois, sofreu sua primeira alteração: a camisa branca ganhou deta-lhes em preto. Em 1919, foi incluído o símbolo do XV do lado esquerdo.

Em 1923, o preto ganhou mais des-taque, com duas faixas na vertical e a alteração do símbolo para o centro da camisa. Esse modelo foi muda-do somente nos anos 40, quando as faixas foram alteradas para a horizontal e, somente no ano de 1946, surgiu a tradicional camisa zebrada, que é a mar-ca do time até hoje.

Entretanto, as mudan-ças não pararam por aí: em 1966 a diretoria do clube tentou inovar colocando as faixas na vertical. A torcida não gostou da mudança e, em menos de um ano, as famosas faixas horizontais voltaram.

Símbolo da paixão de uma cidade por seu time, a camisa

zebrada é conhecida em

todo o país

Anos mais tarde, em 1995, devido a um ex-patrocinador, as característi-cas faixas pretas e brancas horizontais foram substituídas pelas cores azul e vermelho. “A torcida não aprovou a troca de cores e reclamou, até as cores originais voltarem”, conta Antônio Deffende Júnior, dono da empresa que fornece os uniformes ao time.

Mais que uniformeA atual camisa possui as faixas na

horizontal nas cores preto e branco, sendo que cada uma delas tem 10 centímetros e o símbolo do lado es-querdo. Desde 1995, é confeccionada todos os anos uma camisa retrô em comemoração ao aniversario do time. “Deu muito certo e tem uma grande procura”, conta Deffende Júnior. Essa camisa pode ser na cor branca ou preta, com o símbolo antigo do time. Além disso, o diferencial é a gola.

Símbolo - O símbolo do XV de Pi-racicaba também passou por alterações ao longo dos anos. Logo que surgiu, em 1919, era somente um círculo com o número quinze em algarismos romanos. Anos depois, passou a ser um escudo

com o escrito ‘XV’ no canto superior direito com uma faixa na diagonal

com a palavra ‘Piracicaba’ e as fai-xas em preto e branco na vertical na parte superior.

O símbolo atual é um circulo com o ‘XV Piraci-caba’ no centro. Na parte superior, o nome completo

do time ‘Esporte Clube XV de Novembro’ e, na parte inferior,

o ano de fundação. Em cima do símbolo tem as duas

estrelas uma vermelha, que represen-ta o bi-campeonato profissional do interior que o fez pioneiro na lei do acesso e, assim, o primeiro do interior a disputar a 1° divisão do Campeonato Paulista em 1948. E a estrela amarela representa o título de campeão brasi-leiro da série C em 1995.

Apesar de o XV ser um time conhe-cido no país inteiro, a venda de camisas não é significativa. “São cerca de 1.500 camisas vendidas anualmente”, conta o fabricante. E parte delas é vendida para pessoas de outras cidades que vem para Piracicaba e a compram como uma lembrança; ou quando acontece um evento local e as camisas são dadas de presente. “A camisa do XV acabou virando um suvenir”, diz Deffende.

Antônio Deffende Jr. dono da empresa que fornece as camisas ao time Piracicabano

Caroline Solano

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38 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 39

arthur belotto

[email protected]

Não há nada como assistir a um jogo do XV de Piracicaba no estádio, com toda a energia

da torcida, vibrar a cada goleada e ter a sensação de fazer parte daquele mo-mento. Porém, muitos torcedores não têm essa oportunidade, não porque não querem, mas simplesmente por questões geográficas: não estão no país.

A internet facilita o acompanha-mento dos jogos à distância, com possibilidade de se conectar a rádios online, aos grupos de discussão em redes sociais, entre outras ferramentas. É por isso que o torcedor de longa data, Maurício Mello, que atualmente mora em Rockville, Maryland, nos Estados Unidos, não perde um jogo do time. Ele lembra que, ao mudar para a terra do Tio Sam, em 1988, teve que comprar um aparelho de rádio de 12 faixas para ouvir a Rádio Nacional de Brasília que, durante as transmissões esportivas, anunciava o resultado dos jogos. “Essa era a única emissora do Brasil que pegava no meu rádio, então era o único jeito de saber dos jogos do XV. E, quando eu não conseguia nada pelo rádio, ligava para minha mãe para saber os resultados. Hoje, pelo computador, pelo celular, sempre

ouço e assisto aos jogos e não perco um”, conta Mello, membro ativo de um dos diversos fóruns de discussão do XV na internet.

Se antes os grupos de discussão se concentravam nas comunidades do Orkut - e existem dezenas delas ainda ativas no site - agora são nos grupos de discussão no Facebook que os tor-cedores discutem o desempenho do time. O estudante Guilherme Supriano Gasparino Silva, que mora em Buenos Aires, Argentina, também acompanha os jogos por transmissões em rádios online e sempre comenta os resultados e o desempenho do time com os ami-gos pelo grupo da torcida Esquadrão, no Facebook. Leandro Cruz, estudante que morou nos Estados Unidos durante o primeiro semestre de 2011, acom-panhou os jogos do XV fielmente e lembra que viu pela internet a volta do time para a série A1 do Campeonato Paulista. “Acompanhei ao vivo e foi muito emocionante ver o XV garantin-do o acesso depois de 16 anos. Mesmo estando nos EUA, o Facebook me per-mitiu comemorar ao mesmo tempo com todos meus amigos que estavam online.

Torcedores acompanham a trajetória do time do coração ao redor do mundo

Atravessando fronteiras

Foi muito legal, pois a cada dez posts no meu mural oito eram relacionados ao XV de Piracicaba e todo mundo só falava disso”, relembra o estudante.

Se o Brasil é o país do futebol e Piracicaba é a cidade do XV, os quin-zistas ao redor do mundo estão sempre mostrando o time às novas nações. “Já acompanhei alguns jogos com amigos de Honduras, El Salvador e um amigo ame-ricano. Todos gostaram muito e todos têm bonés e camisas do XV que eu dei de presente”, comenta Maurício Mello.

Guilherme Silva por sua vez já mos-trou o poder do XV aos argentinos. “Já acompanhei um jogo com um mexica-no, que curtiu muito e ficou espantado com nosso fanatismo por futebol”, conta o estudante que sempre veste a camisa do time e já chamou a atenção de um dos torcedores de Goiás com o ‘caxara de forfe’, popular hino do XV de Piracicaba.

O torcedor Maurício Mello que mora nos EUA desde 1988

continou sendo um quinzista roxo.

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É NA UNIMEP

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 41

BOTAFOGO

BRAGANTINO

CATANDUVENSE

COMERCIAL

CORINTHIANS

GUARANI

GUARATINGUETÁ

ITUANO

LINENSE

MIRASSOL

PaULiStÃo 2012

SÉRIE A1 - 2012

CAMPEONATO

PROFISSIONAL

PAULISTADE FUTEBOL

PRIMEIRA DIVISÃO

MOGI MIRIM

OESTE DE ITÁPOLIS

PALMEIRAS

PAULISTA

PONTE PRETA

PORTUGUESA

SANTOS

SÃO CAETANO

SÃO PAULO

XV DE PIRACICABA

taBeLa do

Page 42: Painel XV

Rodada 01 PLACAR

21/01/sab CORINTHIANS PTA x MIRASSOL FC

21/01/sab A PORTUGUESA DESP x PAULISTA FC

21/01/sab ITUANO FC x GUARATINGUETÁ

21/01/sab EC XV DE PIRACICABA x SANTOS FC

21/01/sab GUARANI FC x OESTE FC

21/01/sab COMERCIAL FC - RP x CA LINENSE

22/01/dom CA BRAGANTINO x SE PALMEIRAS

22/01/dom SÃO PAULO FC x BOTAFOGO FC

22/01/dom AD SÃO CAETANO FC x AA PONTE PRETA

22/01/dom GR CATANDUVENSE x MOGI MIRIM FC

Rodada 05 PLACAR

04/02/sab MIRASSOL FC x BOTAFOGO FC

04/02/sab COMERCIAL FC - RP x MOGI MIRIM FC

04/02/sab A PORTUGUESA DESP x ITUANO FC

04/02/sab PAULISTA FC x GR CATANDUVENSE

05/02/dom SANTOS FC x SE PALMEIRAS

05/02/dom SC CORINTHIANS PTA x CA BRAGANTINO

05/02/dom EC XV DE PIRACICABA x OESTE FC

05/02/dom AA PONTE PRETA x SÃO PAULO FC

05/02/dom AD SÃO CAETANO x GUARANI FC

05/02/dom CA LINENSE x GUARATINGUETÁ

Rodada 06

08/02/qua ITUANO FC x CA GRAGANTINO

08/02/qua GUARANI FC x A PORTUGUESA DESP

08/02/qua GUARANTINGUETÁ x MIRASSOL FC

08/02/qua GR CATANDUVENSE x AA PONTE PRETA

08/02/qua MOGI MIRIM FC x SC CORINTHIANS PTA

08/02/qua SE PALMEIRAS x EC XV DE PIRACICABA

09/02/qui PAULISTA FC x AD SÃO CAETANO

09/02/qui OESTE FC x CA LINENSE

09/02/qui BOTAFOGO FC x SANTOS FC

09/02/qui SÃO PAULO FC x COMERCIAL FC - RP

Rodada 07

11/02/sab SE PALMEIRAS x ITUANO FC

11/02/sab MIRASSOL FC x AA PONTE PRETA

11/02/sab CA BRAGANTINO x MOGI MIRIM FC

11/02/sab EC XV DE PIRACICABA x GR CATANDUVENSE

12/02/dom SC CORINTHIANS PTA x SÃO PAULO FC

12/02/dom GUARANI FC x PAULISTA FC

12/02/dom OESTE FC x GUARATINGUETÁ

12/02/dom SANTOS FC x CA LINENSE

12/02/dom AD SÃO CAETANO x COMERCIAL FC - RP

12/02/dom A PORTUGUESA DESP x BOTAFOGO FC

Rodada 08

17/02/sex AA PONTE PRETA x OESTE FC

17/02/sex BOTAFOGO FC x MOGI MIRIM FC

17/02/sex A PORTUGUESA DESP x EC XV DE PIRACICABA

17/02/sex GUARATINGUETÁ x SE PALMEIRAS

18/02/sab SÃO CAETANO x SC CORINTHIANS PTA

18/02/sab SÃO PAULO FC x PAULISTA FC

18/02/sab COMERCIAL FC - RP x GUARANI FC

18/02/sab MIRASSOL FC x SANTOS FC

18/02/sab CA LINENSE x CA BRAGANTINO

18/02/sab ITUANO FC x GR CATANDUVENSE

Rodada 02

25/01/qua MIRASSOL FC x GR CATANDUVENSE

25/01/qua BOTAFOGO FC x EC XV DE PIRACICABA

25/01/qua OESTE FC x SÃO PAULO FC

25/01/qua AA PONTE PRETA x CA BRAGANTINO

25/01/qua PAULISTA FC x COMERCIAL FC - RP

25/01/qua CA LINENSE x AD SÃO CAETANO

25/01/qua SE PALMEIRAS x A PORTUGUESA DESP

25/01/qua GUARATINGUETÁ x SC CORINTHIANS PTA

26/01/qui MOGI MIRIM FC x GUARANI FC

26/01/qui SANTOS FC x ITUANO FC

Rodada 03

28/01/sab SÃO PAULO FC x AD SÃO CAETANO

28/01/sab OESTE FC x MIRASSOL FC

28/01/sab A PORTUGUESA DESP x GUARATINGUETÁ FC

28/01/sab BOTAFOGO FC x COMERCIAL FC - RP

28/01/sab EC XV DE PIRACICABA x CA BRAGANTINO

29/01/dom SC CORINTHIANS PTA x CA LINENSE

29/01/dom GR CATANDUVENSE x SE PALMEIRAS

29/01/dom PAULISTA FC x SANTOS FC

29/01/dom GUARANI FC x ITUANO FC

29/01/dom MOGI MIRIM FC x AA PONTE PRETA

Rodada 04

01/02/qua AD SÃO CAETANO x EC XV DE PIRACICABA

01/02/qua GUARATINGUETÁ FC x BOTAFOGO FC

01/02/qua CA BRAGANTINO x A PORTUGUESA DESP

01/02/qua COMERCIAL FC - RP x GR CATANDUVENSE

01/02/qua MIRASSOL FC x PAULISTA FC

01/02/qua ITUANO FC x SC CORINTHIANS PTA

01/02/qua SE PALMEIRAS x MOGI MIRIM FC

02/02/qua SÃO PAULO FC x GUARANI FC

02/02/qui SANTOS FC x OESTE FC

02/02/qui AA PONTE PRETA x CA LINENSE

PR

IME

IRA

FA

SE

Page 43: Painel XV

Rodada 09 PLACAR

22/02/qua MOGI MIRIM FC x AD SÃO CAETANO

22/02/qua AA PONTE PRETA x ITUANO FC

22/02/qua PAULISTA FC x BOTAFOGO FC

22/02/qua CA LINENSE x MIRASSOL FC

22/02/qua A PORTUGUESA DESP x SC CORINTHINAS PTA

22/02/qua CA BRAGANTINO x SÃO PAULO FC

23/02/qui SE PALMEIRAS x OESTE FC

23/02/qui GUARANI FC x EC XV DE PIRACICABA

23/02/qui SANTOS FC x COMERCIAL FC - RP

23/02/qui GR CATANDUVENSE x GUARATINGUETÁ

Rodada 10

25/02/sab PAULISTA FC x CA LINENSE

25/02/sab AD SÃO CAETANO x A PORTUGUESA DESP

25/02/sab SC CORINTHIANS PTA x BOTAFOGO FC

26/02/dom SE PALMEIRAS x SÃO PAULO FC

26/02/dom EC XV DE PIRACICABA x ITUANO FC

26/02/dom GUARATINGUETÁ x GUARANI FC

26/02/dom SANTOS FC x AA PONTE PRETA

26/02/dom OESTE FC x MOGI MIRIM FC

26/02/dom COMERCIAL FC - RP x MIRASSOL FC

26/02/dom GR CATANDUVENSE x CA BRAGANTINO

Rodada 11

GUARANI FC x SANTOS FC

SC CORINTHIANS PTA x GR CATANDUVENSE

SÃO PAULO FC x GUARATINGUETÁ

CA LINENSE x SE PALMEIRAS

CA BRAGANTINO x COMERCIAL FC - RP

BOTAFOGO FC x AA PONTE PRETA

MOGI MIRIM x A PORTUGUESA DESP

ITUANO FC x PAULISTA FC

MIRASSOL FC x EC XV DE PIRACICABA

AD SÃO CAETANO x OESTE FC

Rodada 12

SANTOS FC x SC CORINTHIANS PTA

SE PALMEIRAS x AD SÃO CAETANO

EC XV DE PIRACICABA x SÃO PAULO FC

OESTE FC x BOTAFOGO FC

MIRASSOL FC x MOGI MIRIM FC

ITUANO FC x CA LINENSE

PAULISTA FC x GUARATINGUETÁ

A PORTUGUESA DESP x GR CATANDUVENSE

CA BRAGANTINO x GUARANI FC

AA PONTE PRETA x COMERCIAL FL - RP

Rodada 13 PLACAR

MOGI MIRIM FC x SANTOS FC

SC CORINTHIANS PTA x GUARANI FC

BOTAFOGO FC x SE PALMEIRAS

SÃO PAULO FC x A PORTUGUESA DESP

AD SÃO CAETANO x MIRASSOL FC

AA PONTE PRETA x PAULISTA FC

CA LINENSE x EC XV DE PIRACICABA

COMERCIAL FC - RP x ITUANO FC

GR CATANDUVENSE x OESTE FC

GUARATINGUETÁ x CA BRAGANTINO

Rodada 14

SÃO PAULO FC x SANTOS FC

COMERCIAL FC - RP x SC CORINTHIANS PTA

SE PALMEIRAS x AA PONTE PRETA

GUARANI FC x MIRASSOL FC

CA BRAGANTINO x BOTAFOGO FC

PAULISTA FC x EC XV DE PIRACICABA

ITUANO FC x AD SÃO CAETANO

GR CATANDUVENSE x CA LINENSE

GUARATINGUETÁ x MOGI MIRIM FC

OESTE FC x A PORTUGUESA DESP

Rodada 15

SC CORINTHIANS PTA x SE PALMEIRAS

SANTOS FC x CA BRAGANTINO

MIRASSOL FC x SÃO PAULO FC

AA PONTE PRETA x GUARANI FC

EC XV DE PIRACICABA x GUARATINGUETÁ

AD SÃO CAETANO x GR CATANDUVENSE

CA LINENSE x MOGI MIRIM FC

OESTE FC x PAULISTA FC

A PORTUGUESA DESP x COMERCIAL FC - RP

BOTAFOGO FC x ITUANO FC

Rodada 16

SANTOS FC x GUARATINGUETÁ

SC CORINTHIANS PTA x EC XV DE PIRACICABA

PAULISTA FC x SE PALMEIRAS

SÃO PAULO FC x GR CATANDUVENSE

AA PONTE PRETA x A PORTUGUESA DESP

MIRASSOL FC x CA BRAGANTINO

GUARANI FC x CA LINENSE

COMERCIAL FC - RP x OESTE FC

MOGI MIRIM FC x ITUANO FC

BOTAFOGO FC x AD SÃO CAETANO

Obs.: Até o fechamento desta edição, algumas datas ainda não haviam sido definidas

Page 44: Painel XV

PR

IME

IRA

FA

SE

QUARTAS DE FINAL

SEMI FINAL

FiNaL

CAMPEÃO DO INTERIOR

RODADA 21 - 29 ABRIL/DOMINGO

GRUPO 06

1º COLOCADO GRUPO 02 1º COLOCADO GRUPO 05

x

GRUPO 07

1º COLOCADO GRUPO 03 1º COLOCADO GRUPO 04

x

RODADA 22 - 06 MAIO/DOMINGO RODADA 23 - 13 MAIO/DOMINGO

GRUPO 08

1º COLOCADO GRUPO 06 1º COLOCADO GRUPO 07

x

RODADA 21 - 29 ABRIL/DOMINGO

GRUPO A

5º COLOCADO 8º COLOCADO

x

RODADA 21 - 29 ABRIL/DOMINGO

GRUPO B

6º COLOCADO 7º COLOCADO

x

RODADA 22 - 06 MAIO/DOMINGO RODADA 23 - 13 MAIO/DOMINGO

GRUPO C

1º COLOCADO GRUPO A 1º COLOCADO GRUPO B

x

RODADA 20 - 22 ABRIL/DOMINGO

GRUPO 02

1º COLOCADO GRUPO 01 8º COLOCADO GRUPO 01

x

GRUPO 03

2º COLOCADO GRUPO 01 7º COLOCADO GRUPO 01

x

GRUPO 04

3º COLOCADO GRUPO 01 6º COLOCADO GRUPO 01

x

GRUPO 05

4º COLOCADO GRUPO 01 5º COLOCADO GRUPO 01

x

Rodada 17 PLACAR

A PORTUGUESA DESP x SANTOS FC

OESTE FC x SC CORINTHIANS PTA

ITUANO FC x SÃO PAULO FC

SE PALMEIRAS x MIRASSOL FC

GUARATINGUETÁ x AA PONTE PRETA

EC XV DE PIRACICABA x COMERCIAL FC - RP

CA LINENSE x BOTAFOGO FC

MOGI MIRIM FC x PAULISTA FC

GR CATANDUVENSE x GUARANI FC

CA BRAGANTINO x AD SÃO CAETANO

Rodada 18

AD SÃO CAETANO x SANTOS FC

GUARANI FC x SE PALMEIRAS

SC CORINTHIANS PTA x PAULISTA FC

SÃO PAULO FC x MOGI MIRIM FC

A PORTUGUESA DESP x CA LINENSE

ITUANO FC x MIRASSOL FC

CA BRAGANTINO x OESTE FC

EC XV DE PIRACICABA x AA PONTE PRETA

GR CATANDUVENSE x BOTAFOGO FC

COMERCIAL FC x GUARATINGUETÁ

Rodada 19

SANTOS FC x GR CATANDUVENSE

SE PALMEIRAS x COMERCIAL FC - RP

AA PONTE PRETA x SC CORINTHIANS PTA

CA LINENSE x SÃO PAULO FC

OESTE FC x ITUANO FC

MIRASSOL FC x A PORTUGUESA DESP

PAULISTA FC x CA BRAGANTINO

MOGI MIRIM FC x EC XV DE PIRACICABA

GUARATINGUETÁ x AD SÃO CAETANO

BOTAFOGO FC x GUARANI FC

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46 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

luana rodriGueS

[email protected] Gazetta

[email protected] CarValho

[email protected]

Roupa, alimentação, preparação física, transporte, treinos e mas-sagem. Quem vê a bola rolando

no campo em meio à versatilidade dos jogadores, não imagina que por trás dos exemplos citados e de outros não imaginados pela torcida, há uma equi-pe de profissionais que trabalha diaria-mente para que os jogadores estejam sempre nas melhores condições para competir. São cozinheiras, fisiologista, treinador de goleiro, fisioterapeuta, roupeiro e vários outros que de lá dos bastidores do XV de Piracicaba contaram à equipe da Painel a rotina, os cuidados e a preparação dos atletas em dias de jogos.

Tudo começa com a avaliação física feita 30 dias antes das compe-tições. Condicionamento físico, teste cardiorrespiratório, porcentagem de

Enquanto isso... nos bastidores

Eles exigem atenção e não toleram corpo mole. Profissionais revelam com detalhes a rotina, os cuidados e a preparação dos atletas do XV de Piracicaba

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 47

gordura corporal e força muscular. Nas mãos do fisiologista Sérgio Camarda, o resultado dos procedimentos são cuidadosamente checados e avaliados, para que a partir disso, possam ser determinados o tempo de treinamento e a quantidade de comida e suplemen-tos a serem consumidos pelos jogado-res. Camarda foi o primeiro fisiologista do time e iniciou o trabalho em 2004. Para ele, o papel deste profissional é de extrema importância, já que por meio das avaliações é possível aperfeiçoar o treinamento, reduzir o número de lesões e trazer novos recursos para a comissão técnica por meio da ciência.

Também é função do fisiologista do XV selecionar o cardápio do time. Diariamente, uma alimentação balan-ceada, que inclui arroz, feijão, carne, massa, frutas, suco e salada variada, é preparada pelas cozinheiras Maria de Fátima Soares e Ana Maria Custódio.

Elas revelam que por dia são feitos, para mais de 100 pessoas, 10Kg de arroz, 6Kg de feijão, 20 Kg de carne e 3Kg de macarrão, que às vezes é substituído por outro tipo de massa. Já em dias de jogos, a alimentação é diferenciada e criteriosamente sele-cionada. Tanto no almoço quanto no café da tarde são priorizados alimentos ricos em carboidrato, como doces, bolos e batata, que segundo Camar-da, elevarão o nível de glicogênio no organismo – polissacarídeo e principal reserva energética nas células animais, encontrado, principalmente, no fígado e nos músculos. As cozinheiras que se tornaram fãs incondicionais depois que começaram a trabalhar para o time contam que não perdem nenhum jogo, amam o que fazem e são felizes por se-rem parte desta grande equipe. “Nossa comida é elogiada todos os dias, e para uma cozinheira isso tem grande valor”, brinca Ana Maria que está no XV há três meses. “Os jogadores são simpáti-cos e muito educados, ao contrário do que muitos pensam”, acrescenta.

Além do cardápio, a preparação física também ganha reforço e cuidado extra. Adenilson Gazola, massagista do time, conta que para aquecer os músculos dos braços e pernas, os atle-tas recebem massagem horas antes da partida. Ele conta que além de aquecer,

nos bastidores

Por dia, almoçam no clube mais de 100 pessoas incluindo jogadores e funcionários. O cardápio variado inclui arroz, feijão, massa, carne, frutas e salada variada.

Fotos: Rafaela Gazetta

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diz. A sala de fisioterapia dá acesso à rouparia e ao vestiário – sendo este o lugar mais cobiçado pela torcida feminina. Uma bagunça organizada. É assim que se pode definir o vestiário dos atletas do XV.

Do lado de dentro das portas dos armários de aço emendados uns aos outros é possível ver uma foto dos

respectivos donos – os jogadores - que deixam penduradas do lado de fora as toalhas de banho. Com a porta entrea-berta também é possível ver as chuteiras e alguns objetos pessoais. Ao lado, na rouparia, existem pilhas e mais pilhas de uniformes que foram cuidadosamente lavados, passados e dobrados, prontos para serem usados pelos atletas.

as sessões também têm a finalidade de relaxar a musculatura e são aplicadas após treinos que exigem maior tempo e esforço.

A função de Gazola está diretamen-te ligada a do fisioterapeuta, que por sua vez relaciona-se a do maqueiro. Quando há lesões, os maqueiros en-tram em ação, colocam o jogador na maca, o retiram do campo, e o levam até o massagista que, se necessário, o encaminhará ao fisioterapeuta, Thiago Tanaka. De acordo com ele, as lesões musculares são as mais frequentes, principalmente as que afetam o mús-culo da coxa superior. “A causa delas deve-se, na maioria das vezes, pela falta de alongamento”, explica. “Para que isso seja evitado, nossos jogadores realizam alongamentos antes e depois dos jogos e treinos”, acrescenta.

Ele revela que o repouso, em casos mais graves, pode durar de três a qua-tro semanas com acompanhamento do preparador físico que exercitará a parte lesionada para que o músculo não atrofie. Tanaka revela que a relação dos profissionais com os jogadores precisa ser a melhor possível. “Brincamos, conversamos e às vezes somos psicó-logos. Damos conselhos e ouvimos as dificuldades e as conquistas daqueles que deixaram a família, amigos e a cidade natal em busca de seus sonhos”,

O jardineiro Artur Gamest cuida do campo de segunda a

sábado para deixar a grama adequada ao jogo

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 49

Responsabilidade - Duas horas e meia de treino, aquecimento diferen-ciado e responsabilidade em dobro. O goleiro, posição mais cobrada no futebol, segundo o treinador de goleiro Altair de Oliveira, é o profissional que tem o maior tempo de treino. Ficou surpreso? Pois é, são inúmeras dicas e detalhes a serem aprendidos. Saída

de gol, chute rasteiro, chute alto. Mas as exigências não acabam por aí não.

Além da atenção, agilidade e foco, a altura do goleiro também é impor-tante, já que ela dificulta a entrada da bola na rede. “São trabalhados, prin-cipalmente, repetições para aprimorar os fundamentos”, explica o treinador.

Mas nem o goleiro nem os outros jogadores seriam os mesmos sem o importante trabalho do jardineiro Ar-tur Gamst. Responsável por cuidar do campo de segunda a sábado, ele precisa deixar o gramado sempre em ordem e isso inclui matar as pragas, tapar os buracos, aguar e aparar a grama. Além de jardineiro, Gamst é mascote do time e se veste de nhô quim, durante os jogos, há seis meses. “É legal ser mascote do XV de Piracicaba, apesar de ter sido escolhido de surpresa gosto da agitação dos jogos e de animar a torcida”, conta.

Além das redes - Saber o que rola nos bastidores de uma novela, de um filme ou de grandes espetáculos é o desejo dos que estão na frente das câmeras ou sentados na plateia... e é claro que com a torcida do XV, a his-tória não seria diferente. O prestador de serviços, Edson Severo, contou à Painel um fato curioso ocorrido du-rante o jogo entre XV de Piracicaba

e Palmeiras B, no início deste ano. A torcida foi coadjuvante do fato, mas Severo revelou com detalhes o desfecho do episódio. “Durante o intervalo do jogo que aconteceu em 12 de fevereiro, por volta das 19h45, acabou a energia elétrica do estádio Barão da Serra Negra. Fiz rapidamente contato com a com-panhia fornecedora de energia e fui informado de que a força voltaria em até quatro horas. Transmiti a informação ao árbitro que achou melhor esperar a luz voltar para ini-ciar a segunda fase da partida. Nesse tempo, me disseram que a força não voltaria naquele dia, e comuniquei à arbitragem novamente”.

Depois de analisarem e discutirem o caso, rapidamente, a arbitragem decidiu transferir o jogo para o dia seguinte, 13 de fevereiro. E assim a decisão foi passada aos jogadores e à torcida. Todos se revoltaram e foram embora inconformados. Porém, quan-do os jogadores e árbitros já estavam no vestiário já pensando no jogo do dia seguinte, e a torcida praticamente fora do estádio, a energia voltou. “O reboliço foi grande, o jogo não podia ser retomado e quase fui esganado naquela noite. Ainda bem que o XV empatou com o Palmeiras B no dia seguinte”, lembra Severo.

O jogador Douglas e Thiago Tanaka em

uma das sessões de fisioterapia

Fotos: Rafaela Gazetta

O preparo físico e as sessões para relaxar

a musculatura são prioridades para evitar as lesões musculares

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50 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

POLICIAMENTO

Cerca de 40 policiais são escalados para acompanhar

as partidas de futebol

Carla roSSiGnolli

[email protected]

No mesmo dia antes da bola rolar em um jogo do XV de Piracicaba, o Batalhão da Força

Tática em Piracicaba se prepara para garantir uma partida sem preocupações para os torcedores além do placar. Todo o esquema de policiamento dos jogos conta com um planejamento prévio. A direção do time da casa fica responsável por passar informações, como a rele-vância do jogo e a previsão de público. Embasada nessas informações, a equipe da major Adriana Sgrigneiro, respon-sável pela segurança no local, escala o número de policiais necessários para garantir a segurança.

garante ambiente familiarPoliciais estrategicamente posicionados na grade que divide torcidas adversárias

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 51

Em média, para os jogos do XV são escalados 40 policiais.

Os preparativos começam três horas antes, quando é feita a varredura do es-tádio Barão de Serra Negra. Os soldados escalados se organizam para percorrer toda a arquibancada do estádio, cor-redores e acessos à procura de alguma falha que possa representar risco ao público, como problemas de estrutura causados por possíveis reformas. Se não for encontrado nada que represente pe-rigo iminente, o estádio é liberado e os policiais assumem seus postos.

Um grupo se dirige aos portões de acesso, outra parte para as grades que dividem a torcida do XV das torcidas adversárias e finalmente há os que fi-cam ao redor do campo. No gramado, ficam dois policiais acompanhados de cães, e mais três equipados de escudos a prova de balas. Esses últimos são responsáveis por escoltar o juiz e o bandeirinha durante o intervalo e na saída do jogo. “Não costuma haver problemas”, comenta o tenente Sol Reis Magnus sobre a famosa rixa entre a torcida e os juízes.

Um grupo também fica responsável pelo policiamento dos arredores do es-tádio, local onde os tumultos são mais comuns. O tenente também afirma que o policiamento dos jogos é feito a partir do planejamento prévio de nú-mero de torcedores esperados e não há diferenças agora que o XV passou para Série A1. “Nos jogos com um público maior, naturalmente o contingente escalado aumentará também”, conclui.

Nos portões de entrada é aplicada uma revista rigorosa. Qualquer mate-rial pontiagudo é confiscado. Nem o

perigo potencial de uma caneta passa despercebido dentro de uma bolsa. Po-liciais revistam os torcedores e o pro-cesso acontece de maneira tranquila.

Em jogos de intensa rivalidade, a polícia planeja a escolta para a delega-

ção e para a torcida adversária. Apesar da exaltação do público, os jogos do XV de Piracicaba são programas fami-liares. Lucas Pires, de apenas quatro anos, acompanhado do pai Rogério, mostra desenvoltura na arquibancada na hora de reclamar com o juíz. “É tudo brincadeira, normal no futebol”, declara o pai. Vale tudo na hora de mostrar admiração e paixão pelo time do coração. “A culpa sempre vai ser do bandeirinha, do quinzão é que não é”, confessa Luiz Paulo Melotto, torcedor desde os 15 anos.

É importante também lembrar o ‘Estatuto do Torcedor’, criado para garantir a segurança e os direitos dos espectadores de desportos. Além de normas e leis, ele também traz reco-mendações importantes para aprovei-tar os jogos da melhor maneira.

Policias atentos à movimentação do jogo

Viatura acompanha a saída dos

torcedores no Barão

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52 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

leonardo belquiman

[email protected] de oliVeira

[email protected]

Chegar horas antes da partida, concentração, expectativa, cui-dar da saúde para aguentar até

o fim de cada jogo, além de atenção e rapidez para não perder nenhum lance. Estes são os cuidados tomados pelos jogadores do XV de Piracicaba, que vivem esta rotina a cada disputa. Mas na verdade, esta também é a rotina de profissionais de comunicação que acompanham a trajetória do Clube e são responsáveis pelo intermédio entre equipe e apaixonados pelo futebol.

Para alguns destes profissionais, a preparação começa muito antes de cada jogo e acompanhar de perto a rotina do XV de Piracicaba é essen-cial. Leonardo Moniz, repórter de Esportes do Jornal de Piracicaba, faz questão de comparecer aos treinos do clube, que podem ser físicos, táticos ou trabalhos de regeneração, para tratar lesões sofridas por jogadores durante a campanha. “As informações variam muito de acordo com cada treino. São inúmeras infor-mações que permitem saber como a equipe vai se portar em campo, mas o treino mais importante de cada semana acontece dois dias antes de cada jogo”, conta Moniz, explicando que este treino é nomeado “coletivo-apronto” e que também serve para definir os jogadores que serão titulares no próximo embate.

Imprensa piracicabana acompanha o clube e leva

as novidades para fora dos

estádios

Manter a qualidade no produto que chega à banca de jornal também é uma preocupação de quem está por de trás de todo o processo de edição das matérias. Eric Vicente é editor chefe da Tribuna Piracicaba e já acompanhou muitos jogos, tanto por exigência profissional quanto por ser torcedor assíduo do clube. “A dificuldade de você cobrir o time e ser torcedor não é um problema. A pessoa tem que ter clareza do que acontece com o XV independente de ser torcedor ou não. O problema das coberturas é a ques-tão de capacidade de informação das pessoas e buscar muito mais do que o óbvio”, conta.

Segundo ele, é muito importante que o periódico mantenha pelo menos uma matéria relacionada ao XV de Pi-racicaba por dia. “Embora tenha uma predominância dos times da capital,

em Piracicaba é muito comum ter torcedores da equipe da cidade, por conta da aproximação de que tem com o clube. Todo piracica-bano é quinzista”, afirma.

Além dos treinos, o compro-misso com o leitor, em especial pelo torcedor do XV, também

leva estes profissionais para as par-tidas. “Aos jogos em Piracicaba,

INFORMAÇÃO

Mário Luiz

qUE VEM DO GRAMADO

Page 53: Painel XV

PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 53

compareço em todos. Não posso dizer o mesmo sobre as partidas que acon-tecem fora da cidade, mas sempre que há possibilidade, acompanho o time”, frisa o jornalista. “O acompanhamen-to da rotina de trabalho de um clube profissional varia bastante. Interferem na cobertura o calendário de jogos e o momento que atravessa o próprio clube”, finaliza.

E são nestas partidas, que as cabi-nes do espaço reservado à imprensa no estádio Barão de Serra Negra, em Piracicaba, tornam-se as sedes de grandes transmissões radiofônicas ao vivo e de captações para matérias que serão publicadas no dia seguinte em jornais locais. Profissionais de rádio, televisão e jornais impressos, além da equipe de suporte começam seus tra-balhos para levar ao torcedor que está de fora do estádio – em Piracicaba ou a quilômetros de distância – a melhor informação sobre as partidas que o Nhô Quim disputa.

Protagonista das transmissões da rádio Educadora, Mário Luiz começou sua carreira radiofônica em 1985, e desde então foi se especializando em narração. Hoje, é quem após 26 anos acompanhando cada confronto, tem na ponta da língua o hino da equipe, as cores dos uniformes, as caracterís-ticas físicas dos jogadores titulares e reservas, as posições ofensivas e as mais usadas para a defesa, as campanhas boas e ruins, os títulos conquistados e os momentos históricos que a equipe passou durante este período. “A paixão por acompanhar os jogos do XV se tornou mais forte e, hoje, compro a concessão de horas da programação da emissora para garantir a transmissão de todos os jogos, sejam eles dentro ou fora de casa”, revela Luiz.

Seus companheiros de trabalho são outros cinco profissionais, jornalistas ou não, mas que dividem a mesma pai-xão: acompanhar a trajetória do time alvinegro. “Somos sempre a mesma equipe. Isso é essencial, pois a afini-dade com eles facilita a transmissão e mantém o compromisso de excelência no produto final”. Dois comentaristas e dois repórteres de campo fazem intervenções na narração, comple-mentando a descrição da partida feita

por Mário Luiz, além de um técnico de som, integrante importante para o sucesso da transmissão.

Arinildo Gonzales é técnico de som da rádio Onda Livre FM, uma das emissoras que transmitem ao vivo as partidas do time piracicabano. Para ele, nada pode estar errado e quanto mais organizado for, melhor para realizar suas funções de trabalho. “Na caixa de transmissão, tudo está numerado para facilitar o trabalho. Existe a entrada para o envio de informações, para o recebimento de informações do estúdio, os cabos de fones de ouvido e microfones”, detalha. “Chego com duas horas de antecedência ao jogo e faço todos os testes, para garantir a melhor comunicação”, completa.

Nos estúdios das rádios, mais pro-fissionais se envolvem com a transmis-são. De lá, além de mais dados sobre a partida, outros jogos da rodada são

acompanhados, assim como alguns recados da emissora são transmitidos e a organização da parte técnica, como a reprodução de vinhetas de placar, por exemplo.

Segundo Erotides Gil, comentarista esportivo da rádio Onda Livre, os re-pórteres de campo ficam um em cada lado do gramado, trazendo informa-ções que são relevantes para que todos os detalhes sejam transmitidos. “O papel deles é contar exatamente o que está acontecendo no campo, enquanto eu passo ao ouvinte um prognóstico do que pode acontecer na partida, de acordo com meu conhecimento e com o acompanhamento constante que faço das campanhas do time”, relata. Gil é advogado e consultor de Recursos Humanos, mas carrega consigo uma rica experiência em rádio: em 2011, completa 50 anos trabalhando na área.

Leonardo Moniz

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jeito peculiar e único para se organi-zar, como no caso de Otacílio Paulino Junior, narrador da rádio Onda Livre, que destaca ter um ritual antes das partidas. “Checar todas as informa-ções é o mais importante. Quem são os jogadores, quais os desfalques para a partida, saber a escalação, o banco de reservas”.

E, assim como os profissionais de rádio, Moniz também se atenta ao que acontece nos 90 minutos dos jogos e, na edição do dia seguinte do jornal, precisa passar o máximo de infor-mações possíveis em algumas linhas. “O espaço que tenho geralmente é pequeno e gosto muito de detalhes, então tenho que colocar em prática o ‘poder de síntese’, uma dificuldade que tenho”, revela.

O trabalho do jornalista fica mais intenso após o jogo. Entrevistas com jogadores e técnicos ajudam na cons-trução de sua matéria que será publi-cada no dia seguinte. “Tenho que ter argumentos para questioná-los sobre as partidas. Então, a primeira coisa que faço é analisar o com-portamento da equipe no con-fronto, princi-palmente se o time se posicio-nou conforme aquilo que foi treinado duran-te a semana”, declara.

Vivendo o dia-a-dia do time, Mo-niz revela que a relação entre ele e a diretoria do XV é inevitável, mas que isto não o impede de escrever matérias que às vezes não agradam o próprio clube. “Isso é absolutamente normal e aconteceu diversas vezes. O respeito é o termômetro da relação”, finaliza.

O compromisso com o desapego - Segundo Mário Luiz, para o torcedor do XV, existem apenas dois times no mundo: “o XV de Piracicaba e o resto”, brinca. “Acompanhei mo-mentos de glórias, nas vezes que o XV foi campeão, mas também narrei momentos de rebaixamento. Apesar da paixão pelo clube, deve existir o profissionalismo”, ressalta o narrador.

“Narrar um gol contra o XV é mui-to difícil. Sempre o fazemos de forma mais tímida”, conta Otacílio Paulino Junior. “Se eu narrar um gol sofrido pelo XV na mesma intensidade, a tor-cida não gosta, e cobra”, relata o pro-fissional, que não reside em Piracicaba. “Mesmo não sendo daqui, sempre

acompanhei o XV. E a gente narra de forma popular, com expressões

que aproximam o ouvinte, trazem o ouvinte pra den-

tro do campo”, explica. “O esporte envolve a emoção das pessoas como nenhuma ou-tra editoria é capaz”, completa o jornalista Leonardo Moniz.

Durante a partida, ele procura analisar friamente os jogos, para in-formar com exatidão o desempenho das equipes. “Se o XV está jogando bem, eu tenho que falar. Se o time está errando e isso tem de ser corrigido, eu critico. Só assim o ouvinte vai entender o resultado dos jogos”, explica Gil.

Se algo dá errado no ar, tem que ter jogo de cintura: “Quando erro o nome de algum jogador, corrijo logo em seguida, mas isso é simples”, explica Mário Luiz. “Uma vez, o comentarista puxou o cabo que conecta o transmis-sor durante o jogo”, relembra o pro-fissional que já viveu muitas situações de saia justa na cobertura das partidas.

Por isso, que a interação entre os repórteres de campo, o narrador, os comentaristas e o estúdio, garante a cobertura dos duelos. Gil se lembra que “lá eles também acompanham a transmissão feita pela internet”.

Além de uma boa produção, refe-rências que facilitem a identificação do jogador, como a aparência física, também é uma forma de evitar con-tratempos, principalmente, por parte dos narradores. “É uma boa iniciativa para os jogadores do time adversário, por exemplo, pois com o XV eu já estou acostumado”, revela Mário Luiz, que conta que, durante sua trajetória profissional, aprendeu várias técnicas de memorização.

Para Gerson Mendes, narrador esportivo da rádio Difusora, é impor-tante que toda a equipe esteja focada no que vai fazer. “Primeiramente, é necessário ter conhecimento da sua função, gostar de fazer e saber fazer. Também é importante prestar atenção em todos os detalhes que envolvem o jogo, não podemos perder nenhum lance, por exemplo,” diz.

A assessoria de imprensa do XV de Piracicaba também colabora, produ-zindo material de orientação para os veículos de comunicação que acom-panham as partidas. É um livreto com informações de cada partida, ficha técnica dos jogadores, árbitros e equipe do clube, além de informações sobre os adversários.

Mas não são apenas as técnicas que ganham espaço na preparação dos profissionais. Há quem prefira um

Erotides Gil

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O 12º EM CAMPOTORCIdAS ORGANIZAdAS, EM FAMíLIA OU SOZINHAS,

dECLARAM O A MOR PELO TIME

Torcida Esquadrão

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momentos de alegria no estádio e com o carinho das pessoas. É gratificante demais.”, revela o torcedor. Após o retorno a A1, neste ano, a torcida es-teve no Programa do Ratinho, no SBT, para falar sobre a conquista. “Foi um dos momentos mais engraçados que já passamos”, relembra Gema.

Na internet, os quinzistas também expressam o seu amor. Prova disso é a comunidade Nhorkut, criada por Mau-rício Sena, no site de relacionamentos Orkut. São 17 mil membros. “Falamos sobre diversos assuntos que envolvem o XV, cerca de 200 pessoas interagem regularmente”, diz Sena.

zoli, uma das integrantes da torcida. Embora apenas com nove anos, a

Esquadrão é a maior torcida piracica-bana: são mais de 1.000 integrantes. Ela surgiu a partir de uma outra tor-cida, com Elvis Custódio. Há cerca de uma década, Felipe Jorge Dario, o famoso Felipe Gema, preside a Esqua-drão. Segundo ele, as torcidas organi-zadas funcionam como uma espécie de empresa, com conselheiros, sócios e estatuto. “Cada um é responsável pelo seu departamento. Ser presidente é assumir responsabilidades, participar da vida de integrantes, sofrer precon-ceito, mas ser recompensado com os

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[email protected] pereira

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Eles se uniram com o intuito de vestir a camisa zebrada e representar o clube dentro e

fora do estádio. Hoje, são cerca de 1.400 torcedores divididos entre as principais torcidas organizadas quinzistas: Amor Real XV - a famosa AR XV -, Esquadrão e Super Raça.

A mais antiga é a Super Raça, presidida por Ivan Oriani. Ela foi fundada em 1997 e tem aproxima-damente 50 torcedores que, para acompanhar o time, não medem es-forços e muito menos distância. “Já percorremos cerca de 50 mil km e passamos por 26 cidades do Estado de São Paulo”, conta o presidente.

Sob o comando de Carlinhos Leite, a AR XV, criada em 2005, tem mais de 300 integrantes. Ela é a única torcida que mantém um programa de rádio na internet, o Banco de Reservas, que vai ao ar todos os sábados, das 14h às 16h, com apresentação de Renata Pera-

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 57

O 12º EM CAMPOpena de mim e me colocou junto deles na arquibancada coberta”, recorda.

João Luís de Almeida, historia-dor do XV e amigo de Rui, é outro apaixonado pelo time. “Não sei dizer se é fanatismo, mas eu leio todos os jornais atrás de notícias do XV, participo de comunidades em sites de relacionamento e faço parte do conselho deliberativo do clube. Acho que é um pouco além do que um torcedor normal faria, não é?”, indaga em meio a risos.

O arquivo que tem do time piracicabano inclui encartes da seção “História do XV”, escritos por Rocha Netto e publicados no já extinto “O Diário de Piracicaba”, recortes do Jornal de Piracicaba e livros. Mas alguns materiais e publicações se perderam. Uns por conta do tempo e outros por culpa da ex-mulher, que sumiu com muita coisa, inclusive com os cadernos em que Almeida fazia o controle dos jogos e dos gols do Nhô Quim nos amistosos.

Como todo bom fanático, em maio de 2010, ao lado de um grupo de amigos, o historiador, que também apresenta o Banco de Reservas e divide a função, ainda, com Antonio Bisteka, viajou para Aparecida do Norte para agradecer pelo acesso à 1ª divisão do Campe-onato Paulista.

TORCIdAS ORGANIZAdAS, EM FAMíLIA OU SOZINHAS, dECLARAM O A MOR PELO TIME

Família apaixonada pelo XV empurra o time

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Fanáticos - Além das torcidas organizadas, existem pessoas extre-mamente apaixonadas pelo time, que são vistas, na maioria das vezes, como exageradas: são os chamados torcedo-res fanáticos.

Quando era pequeno, Rui Kleiner colecionava botões de vários times de futebol. Adulto, se tornou músico e pesquisador e, em uma de suas viagens para o Rio de Janeiro para ter aulas com o violonista Mauricio Carrilho, passou de colecionador a fazedor dos botões. “Quando fui para o Rio, estive na casa dele e dei de cara com uma mesa de botão. Juntos, aprendemos a confeccionar alguns tipos de botões, no formato que se tem hoje”, relembra.

Por conta do envolvimento histó-rico como pesquisador, Kleiner, atual-mente, faz um trabalho de restauração dos arquivos do alvinegro piracicabano e, a partir disso, teve a ideia de contar

a história do XV em botões. São mais de 20 escalações históricas. Todo esse amor pelo time é, segundo ele, algo em comum com o também pesquisador Rocha Netto. “Aos poucos percebi que o amor que eu tenho pelo XV é muito parecido com o que ele tinha”, conta. Em uma sala nos fundos da casa, esse sentimento é comprovado: além da mesa de botões, camisas, bandeiras, canecas e outros objetos quinzistas tomam conta do local.

Pela Internet, Rui conseguiu com-prar uma das camisas usadas no jogo “Quebra do Tabu”, de 1972, quando o XV ganhou do Santos, mesmo tendo o Rei Pelé em campo. Ao longo desses anos de torcida, muitas situações e viagens ocorreram. “Eu já fui para o Rio Grande do Sul ver um jogo entre o XV e o Brasil de Pelotas. Era inverno e somente eu estava como torcedor do XV. A torcida adversária ficou com

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Paulo Gimenes Castilho. Se fosse para reconhecer a pessoa pelo nome, as dificuldades seriam muitas. Entretanto, quando se fala em Saponga, rapidamente vem à cabeça a imagem daquela figura alta e magra, que anda pelas ruas de Piracicaba esbanjando simpatia, hora vendendo mandiocas, hora vendendo limões. E não há como se lembrar de Saponga sem pensar em E. C. XV de Novembro de Piracica-ba. Frequentador assíduo dos jogos do alvinegro, tanto dentro quanto fora da cidade, o piracicabano de 56 anos, com sua humildade e jeito brincalhão, foi aclamado pela torci-da como torcedor-símbolo do time. Depois da criação no Lar Francis-cano de Menores de Piracicaba, dos sete aos quase 10 anos, já que o pai não tinha condições de cuidar sozinho após a morte da mãe, dos três filhos do primeiro casamento, Saponga voltou a morar com o pai

na Rua da Paz, na Vila Monteiro. Aos 10 anos, foi convidado pelo vizinho, mais conhecido como Baiano, para ir ao jogo do XV. A partir daí, sua paixão pelo Nhô Quim só aumentou.

O apelido, segundo o próprio apelidado, não tem lá uma associação muito bacana. “Foi o Baiano que co-meçou com essa história. Saponga era o apelido do maior bandido de São Paulo, que foi morto pelo Esquadrão da Morte”, explica o torcedor. “No começo eu nem gostei, mas era um nome que estava muito conhecido e ele continuava me chamando assim, a torcida pegou e ficou”, comenta.

A venda dos limões lhe rende cerca de R$ 100, e das mandiocas, R$ 40. Parte do dinheiro ele faz questão de

investir em camisas do time do cora-ção e, ainda, auxiliar o XV com uma quantia doada todo mês, depois que se tornou sócio do clube.

Saponga, que estudou até a 4ª série primária, já foi servente de pedreiro e vendeu sorvete durante 10 anos. Hoje, ele mora no bairro Dois Córregos, na casa deixada pelo pai, que morreu há

Outro fanático é Armando Tho-maziello Junior, filho de ex-jogador do clube e neto de Achilles Tho-maziello, ex-técnico do alvinegro. Na casa dele é possível encontrar bandeira, puff, quadros, copos, canecas, caneta e relógio de parede, todos alusivos ao XV de Piracicaba. Nem o espaço gourmet escapou. “Logo que eu comprei a casa, esse espaço estava inacabado. Comprei pisos em preto e branco e fiz o chão como se fosse um tabuleiro de xa-drez e as paredes zebradas como a camisa do XV”, afirma.

Desde 2010, Armando é conse-lheiro do clube e também locutor de campo. Perguntado sobre o jogo que mais lhe marcou, ele cita a der-rota contra o Atlético de Sorocaba, em 2008. “Naquele dia, vi meu filho chorar pela derrota, mas fiquei

feliz em perceber que a família ganhava mais um quinzista”, se emociona.

Entre família - Torcer em família, além de fortalecer a união, permite que as diferentes gerações compartilhem as mesmas emoções e frustrações. Os olhares atentos a cada lance, tanto dos netos quanto dos avós que, com os radiozinhos nas mãos vibram e gritam, evidenciam como o amor pelo time é capaz de tornar este momen-to muito prazeroso.

A dona de casa Eliane Ferraz Mi-chelon frequenta os estádios há seis anos e já levou cerca de 20 pessoas, entre filhos,

netos e cunhados, para assistir aos jogos do XV de Piracicaba. A paixão pelo time nasceu na família há quaren-ta anos, por meio do pai que, quando vivo, sempre ouvia os jogos pelo rádio. Ela conta que já vivenciou muitas situações marcantes durante os jogos, como o dia em que o time retornou à primeira divisão do campeonato

Ele e elas

Saponga

Ângela reservou espaço de sua sala para ao “baú do XV”

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 59

seis anos, e coleciona quadros, camisas e flâmulas quinzistas. Até na internet Saponga está. Entre as diversas co-munidades dedicadas a ele no site de relacionamentos Orkut há a Saponga – Piracicaba, com 3.479 membros. “Fico muito feliz em ser reconhecido como torcedor-símbolo. Cada um gosta de uma coisa e eu gosto de futebol. O XV é o time da cidade, é conhecido no Brasil todo e em outros países também. O XV é minha vida”, diz.

Também aclamada torcedora-símbolo do time, título que

ganhou na década de 70, quando Rípo-li ainda presidia o clube, a piracicabana Emilia da Rocha Lima, a Lili, que aju-dou a fundar a torcida Gaviões da Fiel em 1º de julho de 1969, acompanha o time desde os 11 anos de idade. Na memória, muitos jogos. Entre eles, o da volta à série A1 neste ano, quando o time do Nhô Quim venceu por 4 a 1 o Monte Azul, em 24 de março. “Foi um dos jogos mais marcantes para mim, porque o time teve raça, não entregou os pontos e os jogadores provaram que tinham capacidade, além da qualidade do treinador”, relembra a torcedora, que faz questão de entregar troféus ao plantel. Para ela, não há palavras que descrevam o seu amor pelo time. “É algo inexplicável. Gosto de acompanhar os jogos da arquibancada e ouvir tudo no rádio, porque me passa mais emo-ção. Só tenho a agradecer por todas as alegrias que o XV já me deu”, afirma.

Lili, em 2010, foi eleita, em 5º lugar, com 41 votos, integrante do Conselho Deliberativo do time. Ela e Maria Ângela Barbieri, que foi eleita em 12º, com 31 votos, são as primeiras mulheres a ocuparem este cargo na história do clube. “Eu nem esperava

paulista em maio último.Situações desagradáveis também

estão na memória de torcedora. Em uma viagem de ônibus, ela foi atingida por spray de pimenta. No entanto, o episódio não a fez desistir de seu time. “A emoção me faz muito bem, esqueço de tudo, coloco o stress para fora”, afirma.

Maria de Lourdes Ferraz de Camargo, cunhada de

Eliane, que teve pro-blemas de saúde e

mal conseguia sair de casa. Incenti-vada por Eliane, começou a fre-quentar os jogos, o que, segundo

ela, contribuiu para a superação de

seus problemas.

entrar para o Conselho, muito menos em 5º lugar”, confessa Lili.

Ângela é natural de Pereiras e foi criada em Laranjal Paulista. Morou 14 anos em São Paulo e, há nove, está em Piracicaba. Mas a sua paixão pelo Nhô Quim começou muito antes. Desde criança ela via – via porque é deficiente auditiva de nascença - o pai cantando o hino do XV, o que lhe deixou mais curiosa em conhecer a história do time. “Quando vim residir em Piracicaba, conheci o radialista Rogério Achil-les, passei a amar cada vez mais o XV através dele, não perdia um jogo e me juntei com as torcidas e conheci muitas pessoas”, conta a conselheira.

Ao driblarem o preconceito por parte dos homens, elas garan-tem balançar a rede sem medo. “O machismo existe e cabe a nós mostrarmos que somos capazes, sempre acreditando na máxima do futebol: os homens passam, o clube fica. Foi um desafio ser deficiente auditiva no meio da torcida, mas fui muito bem aceita. Acredito que eles aprenderam comigo alguma lição de vida”, acrescenta Ângela.

Duas grandes paixões reunidas: O XV de Piracicaba e os botões

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Livro registra a história do XV desde o ano de nascimento da torcedora Lili

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60 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

da nossa cidade”, afirma Gabrielle.Esse é apenas um dos casos em

que torcedores rivais se unem para prestigiar o time piracicabano.

O mineiro Wdeibson Coelho é botafoguense desde crian-ça, mas há seis anos, quan-do passou a morar em Piracicaba, se rendeu a paixão pelo Nhô Quim. “Tenho familiares na cidade que torcem pelo XV há mais de 30 anos. Agora eu também faço parte dessa torcida”, diz.

O carioca Paulo Ro-berto dos Santos Alves é fã

do Fluminense desde os 10 anos. Quando se mudou para

a “terra da pamonha”, em 1983, ele diz que os amigos o chamavam para ir aos jogos do XV, que na época disputava campeonatos im-portantes, e então, foi amor à pri-meira vista. “A paixão pelo XV foi passada por torcedores, e apesar de mais recente, tem uma importância muito significativa na minha vida”, conta Alves, que tem um irmão mais velho, Carlos Alberto dos Santos, que mora no Rio, mas também é torcedor quinzista e, por isso, assisti aos jogos pela TV.

Outro exemplo de torcedor misto é o gaúcho Fabiano Pereira. Ele mora na cidade há 11 anos, mesmo tempo em que adotou o XV de Piracicaba como seu segundo time do coração. Segundo, porque a tradição do Internacional vem desde criança, por influência dos familiares, e hoje, distante, o ajuda a relembrar a terra natal. Mas, para Pereira, o amor ao XV tam-bém é grande e vem como forma de gratidão à cidade e aos amigos piracicabanos. “Admiro o time e sua forte ligação com a cultura lo-cal, demonstrada dentro e fora do campo, com seu hino e seu mascote. Também contemplo a torcida, que é fiel ao clube independentemente da posição deste no cenário espor-tivo”, ressalta Pereira.

O marido de Maria de Lourdes, Leonel Ferraz é torcedor do XV desde os 13 anos e declara que a família é a maior incentivadora para levá-lo aos jogos. Ele, que já foi jogador do XV no juvenil, sempre vai aos jogos, acompanhado do neto de cinco anos Pedro Eleutério. “Meu neto é um futuro cra-que do XV, não perde um jogo e é bom de bola”, diz o avô orgu-lhoso.

A presença de famí-lias nos estádios contribui para a harmonia entre as torcidas. “As pessoas devem vir para se divertir ao lado dos parentes e dos amigos. Com minha família me sinto segura e feliz nos jogos”, afirma Veridiana Michelon Camarda.

A filha de Eliane assiste aos jogos nos estádios há seis anos e revela, “minha mãe é a razão para eu gostar de futebol e do XV”.

Letícia Michelon, outra filha de Eliane, conta um fato curioso. “Eu não tinha o costume de ir aos jogos, mas a primeira partida que eu assisti do XV com minha mãe, o time perdeu. Ao ver a tristeza de minha família, percebi o quanto eles gostavam do time, desde então sou apaixonada pelo XV e não abro mão de assistir aos jogos ao lado deles”.

Família que também aparece em peso no campo é a de Renato César Gibim, que sempre está acompanha-do do filho Lucas Almeida Gibim e do cunhado Fábio Luís Evangelista, “É um prazer acompanhar o cresci-mento do time, acompanho os jogos desde que o XV estava na terceira divisão”, diz Evangelista.

Mais de um – Não importa se são palmeirenses, botafoguenses, colorados, tricolores cariocas ou corintianos. O que realmente in-teressa é que eles estão unidos por uma única razão: apoiar o time

piracicabano, mantendo viva a tradição alvinegra.

O casal Lucas Barbosa Telles e Grabrielle Duarte está junto há mais de um ano. Eles têm algumas coisas em comum, outras nem tanto. Ele é palmeirense, ela corintiana. Quando os dois times se enfrentam, a confusão é certa. Apesar dessa diferença, há algo entre eles que os une ainda mais: o XV de Piracicaba.

Quando o XV entra em campo é só alegria para o casal. Em dia de jogo, eles se encontram e, abraçados, se cobrem com a bandeira do alvinegro e partem rumo ao estádio. Durante os jogos, os momentos de apreensão são grandes. Ele se levanta e grita, ela sentada, res-pira fundo. De repente o momento tão esperado chega. É gol! Agora a alegria vem em demasia. Um forte abraço acompanhado de um beijo sela a come-moração. “Acompanhar os jogos do XV é algo que eu adoro, se for ao lado dela então, fica perfeito”, diz Telles.

Mas e quando o Nhô Quim cruzar com o Palmeiras ou com o Corinthians? Eles já têm a resposta pronta. “Ficare-mos na torcida do XV, apoiando o time

Telles e Gabrielle; amor que se estende ao estádio de futebol

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62 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

Fernando GalVão

[email protected]

A maioria dos torcedores quan-do fala de futebol, se resume ao trabalho das quatro linhas.

Porém, o bastidor de um time é o principal responsável para o sucesso nos gramados.

A administração de um clube não é fácil. Lidar com a paixão do torcedor e ter frieza para tomar decisões não é tarefa para qualquer um. “Achei mais fácil administrar a cidade de Piracica-ba, do que o XV”, disse o ex-prefeito e ex-presidente do XV, Adilson Maluf, que ficou no cargo de 2006 até 2008.

Muitas pessoas passaram pelo clube nos últimos 16 anos. Alguns com bons interesses e outros, nem tanto. Entre altos e baixos, o objetivo quase sempre era voltar à primeira divisão do futebol paulista, e ninguém conseguia.

A atual diretoria do XV é formada por piracicabanos e, principalmente, por torcedores quinzistas. O presidente Luis Beltrame ressalta a importância da amizade e confiança que existe no meio. “São todos amigos. Existe a confiança e acima de tudo o respeito pelo XV”, diz o presidente.

O sucesso da atual administração começa num momento difícil para o clube piracicabano. Em julho de 2001, a empresa que administrava o clube, a Player, rompeu contrato com o XV causando discussão litigiosa e acusação de ambos os lados. “O clube ficou sem comando e todos achavam que o XV iria encerrar suas atividades”, lembrou o atual presidente do Conselho Delibe-rativo, Jonas Tadeu Parisotto.

Na ocasião, o então secretário de esportes, João Paulo Araújo, assumiu, interinamente, o comando do clube. Houve uma reestruturação na parte ad-

O SUCESSO dAS QUATRO LINHAS dEPENdE dO TRABALHO REA LIZAdO FORA dELA

ministrativa e novos nomes chegavam. Em novembro de 2002, uma reunião entre eles formou o novo conselho de-liberativo e a nova diretoria executiva do clube. O primeiro tem a função de fiscalizar a diretoria executiva, que por sua vez é formada pelo presidente e seus diretores.

Renato Bonfiglio surge como novo presidente e começa a formação da atual diretoria. Com a estruturação administrativa e a delegação de res-ponsabilidades, o XV se organizava

visando o futuro. O grande problema era a falta de verba. “Fazíamos feijoada e literalmente passamos o chapéu para manter o time”, lembra Bonfiglio.

A seriedade no trabalho de base fez surgir, em 2003, o time que seria, quatro anos mais tarde, vice-campeão Sub-20. Um dos diretores de base da época, João Carlos Maiolo, lembra da formação. “Fomos buscar os meninos, fizemos peneiras e conseguimos dar uma estrutura básica aos atletas. Foi um ótimo momento do XV”, disse

Nos BASTIDORES do futebol

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PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012 63

O SUCESSO dAS QUATRO LINHAS dEPENdE dO TRABALHO REA LIZAdO FORA dELA

Presidente LUIS ROBERTO LORDELLO BELTRAME

Vice-PresidenteRUBENS LEITE DO CANTO BRAGA

1º Diretor SecretárioJOÃO CARLOS MAIOLO

2º Diretor SecretárioALCIDES ABíLIO RENSI

1º Diretor TesoureiroANTONIO CéSAR DE PÁDUA

2º Diretor TesoureiroALAOR ANTONIO MENEGALLE

Diretor de FutebolVALMIR BENEDITO APARECIDO DE FREITAS

Diretores Adjuntos de Futebol(Categorias de Base)

JOSé MAURíCIO BIAGIONI LEDy ANDERSON NASCIMENTO

MÁRIO JOSé BRUNELLI VICENTE ANTONIO NAVAL

Diretor do Depto. JurídicoJOÃO CARMELO ALONSO

Diretor de PatrimônioCELSO NORBERTO CHRISTOFOLETTI

Diretor de Relações Públicas e MarketingANTONIO CARLOS FERNANDES

Diretor SocialROSALVO TADEU PASSERI

Diretor do Depto. MédicoEDISON JOSé APARECIDO ANGELI

Diretor Adjunto do Depto. MédicoJOSé ROBERTO FERRACCIU ALLEONI

Maiolo, que hoje trabalha como pri-meiro diretor secretário.

No profissional, o time tentava o acesso para a série A2 do Paulista. A conquista veio em 2005, mas as dificuldades financeiras desanimaram o grupo, que passou o cargo para o ex-prefeito Adilson Maluf. “Era difícil tocar o clube com a falta de verbas. Tínhamos que vender o almoço, para comprar a janta”, lembra o atual presi-dente Luis Beltrame, que na época era vice-presidente do clube.

Dois anos depois, o time voltava para as mãos da diretoria que havia conquistado o acesso à série A2. Po-rém o time está novamente na A3 e o trabalho teria que recomeçar. Nesta formação, o então ex-presidente Re-nato Bonfíglio voltava como diretor de futebol, João Carlos Maiolo saia da categoria de base para ser o vice--presidente e Luis Beltrame, que atu-ava como diretor jurídico, assumia a presidência. No primeiro ano, o grupo conseguiu o vice-campeonato da Copa

Nos BASTIDORES do futebolPaulista de Futebol e um ano depois a sequência de acessos às séries A2 e A1. “Foi um árduo trabalho. Tivemos alegrias e derrotas, mas conseguimos alcançar nosso objetivo”, diz Beltrame.

Hoje, o XV vive um momento histórico de figurar entre as 20 me-lhores equipes do futebol paulista e o desafio é ainda maior se manter lá. “Este é nosso grande objetivo. Estamos próximos do centenário, um momento único para o clube e torcedores. O XV está no seu lugar e lá devemos ficar”, finalizou Beltrame.

O Conselho - O Conselho Deli-berativo do XV é um órgão de suma importância para o clube. Os conse-lheiros são os responsáveis por eleger o presidente executivo e por fiscalizar o trabalho que esta sendo executado pelo mesmo e seus diretores.

De acordo com o estatuto do clube, para se tornar um conselheiro o torcedor deve ser sócio do XV por pelo menos um ano. Após este período, todos têm direito a candidatura. A cada dois anos existe eleição, quando os sócios votam e definem os novos representantes legais do clube.

O Conselho é formado por um presidente, um vice-presidente, dois secretários, 30 conselheiros titulares e 20 suplentes. Desde 2006, é presidida por Jonas Tadeu Parisotto que está em seu segundo mandato.

Histórico - Pela primeira vez na his-tória do clube as mulheres assumiram o posto de conselheiras. Emilia da Rocha Lima e Maria Ângela Barbieri são as precursoras de um fato que tende a tornar-se ainda mais natural.

Novo estatuto - Em novembro de 2007, após um longo estudo, o presidente do conselho Jonas Tadeu Parisotto resolveu atualizar o estatu-to. Parisotto diz que o processo de re-cuperação moral e financeira do XV não teria êxito sem a modernização dos princípios que regiam o clube. “Com as profundas alterações em relação as associações, o estatuto, que era de 1995, ficou defasado, coube ao conselho resolver esta situação”, afirmou o presidente.

Fernando Galvão

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Camila m. roSa

[email protected]

As obras do Estádio Municipal Barão de Serra Negra, em Pi-racicaba, estão finalizadas. O

estádio passou por reformas de recu-peração em sua estrutura física para que o XV de Novembro possa mandar seus jogos na Série A1 do Campeonato Paulista em 2012. Com o acesso do XV à elite do futebol paulista, o estádio precisava estar adequado ao Estatuto do Torcedor e às exigências dessa di-visão estadual.

Conforme informações da Prefei-tura, foram instalados 2.470 assentos

na área cativa, reformadas as cabines de imprensa, instala-das câmeras de monitoramento eletrônico. Além disso, a fachada foi pintada, as instalações elétricas e hidráulicas passaram por melhorias, os vestiários da equipe visitante foram reformados e houve adequações do acesso aos cadeirantes e obras de recu-peração estrutural por todo o estádio.

A Prefeitura divulgou que foram instalados guarda-corpos no último degrau da arquibancada, próximo às cabines de imprensa para a proteção dos profissionais de filmagem. Explicou ainda que todas as portas de madeira foram trocadas por aço, assim como

repaginado

ESTÁdIO SE AdAPTA PARA ATENdER AO ESTATUTO dO

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os portões 1,2,3 e 7 do estádio. Houve ainda obras de correção nos degraus da escadaria que dão acesso aos portões de entrada para os torcedores, os sanitários masculinos sofreram intervenções e os femininos, ampliados. Foram trocados os vasos sanitários, instaladas torneiras anti-vandalismo e 20 bebedouros.

“Conseguimos a expedição do auto de vistoria do Corpo de Bom-beiros, porque realizamos todas as obras necessárias para a proteção e combate a incêndios”, explica o se-cretário municipal de Obras, Arthur Ribeiro. “Também foi recuperada a estrutura de parte da arquibancada que se encontrava interditada devido ao comprometimento da estrutura do concreto”, afirma o secretário.

As novas obras estão adequadas ao Estatuto do Torcedor e atendem todas as exigências do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, para que o estádio possa receber jogos com grandes públicos.

Há três anos, a Prefeitura esperava recursos do Ministério dos Esportes para a reforma. Mas depois de muito tempo, o prefeito Barjas Negri, tomou à dianteira e assumiu a reforma do Barão com R$ 1,6 milhão dos cofres municipais. “Com o atraso do repasse desses recursos, iniciamos uma conver-sa para a Prefeitura assumir estas novas obras, o que aconteceu, sendo funda-

mentais à realização das intervenções no Barão que será a sede dos jogos do XV no Paulistão”, explica o secretário de Esportes, Lazer e Atividades Moto-ras Pedro Mello.

Segundo Arthur Ribeiro, o projeto foi dividido em etapas. A Prefeitura já havia incluído R$ 400 mil no or-çamento para novas obras no estádio. Para chegar a R$ 1,6 milhão, o prefeito Barjas Negri solicitou ao secretário de Finanças, José Admir Moraes Leite, o remanejamento de verbas para a abertura da licitação. As empresas ven-

cedoras do processo licitatório foram a Kango, Gregório e Concivi. Elas foram responsáveis pela execução das obras do estádio, com o fornecimento de ma-teriais, mão de obra e equipamentos.

“É inegável que, aqueles que fre-quentam o estádio esperam o mínimo de conforto. Banheiros limpos em con-dições salubres, fácil acesso às depen-dências do estádio, acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, atendimento às normas de segurança”, desabafa o presidente do XV de No-vembro, Luís Beltrame. Para ele, essas adequações visam, primordialmente, fazer com que os torcedores compa-reçam aos jogos, inclusive com suas famílias, sabendo que encontrarão um ambiente confortável e seguro.

Copa 2014 - Além da alegria de ver novamente o XV de Novembro disputando a principal divisão do Campeonato Paulista no Barão, os pi-racicabanos podem ter mais um motivo de orgulho. Segundo o Comitê Paulista para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, Piracicaba já está na disputa das cidades que serão usadas como Centro de Treinamento para Seleções na Copa de 2014 e, caso a Noiva da Colina seja escolhida, o Barão poderá receber uma seleção que disputará a Copa do Mundo. “Desde a publicação, Piracicaba está oficialmente creden-ciada para receber qualquer seleção”, explica Pedro Mello.

Funcionários trabalharam em ritmo acelerado

para que as obras no “Barão” fossem entregues

no prazo para a abertura dos jogos

do Campeonato Paulista

Camila M. Rosa

Fernando Galvão

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COMO QUATRO JOGAdORES dO XV dE PIRACICABA

ENCARAM O JOGO dA VIdA PROFISSIONAL

ELES CORREMATRÁS dOSUCESSO

Valéria Spinelli [email protected]

As decisões tomadas na vida profissio-nal muitas vezes transformam a vida pessoal. E não existe uma profissão

que esteja livre disso. Assim como, as esco-lhas na vida pessoal interferem no profissio-nal. É difícil conciliar esses dois lados. Ser jogador de futebol e chegar a uma equipe profissional requer muito além do que se imagina por aqueles que almejam chegar lá, ou que estão lá, mas não querem ser apenas mais um no meio da multidão do futebol.

Essas situações envolvem uma série de decisões e escolhas que levarão ao caminho final da carreira. Os trabalhos de final de se-mana e nos feriados levam o jogador a ficar mais afastado de momentos da vida pessoal. E isso para os que pensam que só acontece com atletas profissionais de grandes clubes, é um erro. Para começar uma carreira em um time menor, de cidades do interior, o atleta também passa por escolhas difíceis e determinantes para o futuro.

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Para quatro atletas profissionais do XV de Piracicaba, há uma opinião em comum. O apoio da família é de extrema importância para enfrentar os desafios na carreira. “Esse é o momen-to mais difícil, não temos muito tempo para lidar com os afazeres pessoais, mas tento ao máximo conciliar os dois, educação dos filhos, lazeres familia-res”, afirma Marlon Tadeu Ferreira, 34 anos, que joga no XV há mais de sete anos e reside em Piracicaba com mulher e filhos.

Já o volante Rodolfo Teixeira Sibelle é de Caçapava e mora em Piracicaba, numa casa com mais seis atletas. Para driblar a saudade sempre está ao telefone e na internet, mas ele procura ver a família a cada quinze dias. Com o apoio dos familiares, o volante ainda cursa o ensino superior. “Estou no segundo ano de educação física da Unimep e isso é um luta de muitos jogadores, porque é difícil conciliar estudos e a profissão de atleta profissional. Perco vários dias de aulas e provas”, afirma.

Por isso muitos desistem, como aconteceu com o goleiro Mahmoud Darwiche M. Neto, de 25 anos. Ele co-meçou a faculdade de educação física mas parou. “É complicado se dedicar a profissão e aos estudos ao mesmo tempo, perdi muitas aulas, havia o can-saço e ainda a obrigação de enfrentar o trânsito de São Paulo”. Muitos jogado-res param cedo de estudar para correr atrás do futuro da carreira no futebol. Com a concorrência encontrada hoje, a opção por interromper os estudos acontece com freqüência. “Esse foi meu maior erro. Eu não continuei os estudos”, afirma o volante José Carlos da Silva Querino, 33 anos, que reside em Piracicaba com mulher e filho e joga no XV há dois anos.

Hoje em dia, com o assedio que os jogadores enfrentam, com a mídia, a cobrança da torcida, todo cuidado é pouco para não enfrentar a decep-ção dos torcedores. De acordo com Rodolfo (volante) e Neto (goleiro), ambos solteiros, na hora de aproveitar o tempo livre para diversão e festas a responsabilidade deve imperar. “Nessa hora o jogador tem que ter uma estru-tura familiar para lembrar que um erro,

como bebedeiras, e festas em excesso, podem prejudicar e muito o cresci-mento na carreira”, comenta o goleiro Neto. Ele e o vo-lante Rodolfo di-videm o quarto na casa onde moram mais atletas, Com isso, uma forte ami-zade se formou e os dois mostram que a responsabilidade está em primeiro lugar, mesmo no tempo livre para a diversão.

Eles se lembram de grandes nomes do futebol brasileiro que se envolveram em polemicas, prejudicando a carreira e recebendo um cartão amarelo ou até mesmo vermelho na vida pessoal, resultando num abalo da estrutura profissional. Os desafios a enfrentar na vida pessoal quando a pretensão é crescer e se tornar um atleta de um grande clube são grandes. “As namora-das não entendem que é uma profissão como outra qualquer. Eu, um dia, irei sustentar uma família. É complicado levar adiante um relacionamento com o preconceito que as pessoas têm”, afirma Rodolfo.

Neto concorda com o amigo e diz que não é só o namoro que pesa, mas “quando as pessoas perguntam com o que eu trabalho e falo ‘sou jogador de futebol’, as pessoas completam com a pergunta ‘e o que você faz mais da vida além de jogar bola’.” Já para Marlon e

para o volante José Carlos, o apoio e compreensão da família e dos filhos são fundamentais. Em todos os momentos e mudanças na vida, a família esta do lado. “A aceitação da família é boa, mas o problema é com os filhos que precisam mudar de cidade, abandonar amigos e trocar de escolas”, comenta José Carlos.

Com a passagem por lugares distin-tos, o ideal é ter a consciência que a atual cidade pode não ser mais a mes-ma amanhã; faz parte dos desafios da vida de quem é um atleta profissional. Força de vontade é o primeiro item da preparação para essa carreira. Com tudo isso, pelo menos uma vez, esses quatro jogadores do XV de Piracicaba já pensaram em abandonar o sonho. Mas não desistiram e atualmente de-fendem o clube de Piracicaba, mesmo com todas as difíceis escolhas. Para eles, o que importa é fazer o que gos-tam. E dessa maneira escolheram os caminhos que definem o ritmo da vida pessoal e procurem se manter bem na profissional.

Após um jogo no sábado à noite, Rodolfo prepara sua mala para

aproximadamente 3 horas de viajem para rever a família em Caçapava.

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[email protected]

Para trazer sorte ou identidade ao clube, todo time de futebol que se preze possui um mascote. O

XV de Piracicaba é representado pelo personagem do caipira com seu chapéu de palha, vestido com a camiseta com listras pretas e brancas remetente ao uniforme do time, sua calça larga e sapato maior do que o de costume. O mascote foi apelidado de “Nhô Quim”, provindo de Senhor (Sinhô) e Quinze (Abreviatura da primeira sílaba, trocando a última letra por “m”), batizado pelo jornalista Tho-mas Manzzoni, responsável também pelos apelidos dos mascotes de variados times como Mosque-teiro (Corinthians), o Santo (São Paulo), Baleia (Santos), Periquito (Palmeiras) e entre outros.

A paixão pelo XV de Pira-cicaba não se limitou somente à criação do mascote do time. Este personagem saiu das páginas de papel em ilustrações e passou a ser representado pelo renomado fotógrafo piracicabano Cícero Correa dos Santos na década de 60.

Cícero teve a iniciativa de se personificar em partidas do time e também em festividades de Piracica-ba. Esta ideia surgiu no ano de 1965 e se estendeu a 1967, a convite do jogador Massariol e da aprovação de Humberto D´Abronzo, então presi-dente do time de 1965 e 1968. “Ele acompanhava a entrada junto com os jogadores, as roupas eram todas dele. Ele colocava uma peruca, bota, levava o guarda-chuva, gaiola e também, é claro, a bandeira do XV”, recorda Célia Signorelli, filha de Cícero.

Com o falecimento de Cícero, o

A IMPORTâNCIA dO CAIPIRA

REPRESENTANTE COMO SíMBOLO

culturAl

XV de Piracicaba ficou por muito tempo sem alguém que representasse seu mascote oficial. Com a subida do XV para a primeira divisão em maio deste ano, a ideia de retomar a perso-nificação do Nhô Quim veio através do departamento de marketing do

Nhô Quimalém das páginas

alvinegro. Graças a isso e a aprovação da diretoria, surge o nome de Artur Aparecido Ganst, nascido em Tupi Paulista e piracicabano de coração há mais de 15 anos, que atualmente trabalha como o famoso “faz-tudo” nas dependências das estruturas do estádio do XV.

“Morar em Piracicaba, tem que torcer pelo XV, não é?”, comenta Ar-tur, quando questionado se torce para algum outro time, por ter nascido em outra cidade. O nome do mascote Nhô Quim foi transferido para Artur além dos gramados e do acompanhamento do time, muitas pessoas mal sabem o seu verdadeiro nome e somente o chamam pelo nome do personagem.

Diferente de Cícero, Artur veste uma fantasia de Nhô Quim que se assemelha a bonecos de parques temáticos infantis, financiada pelo próprio XV. Ao questionar Artur sobre a composição da fantasia, o mesmo comenta carinhosamente e transmite orgulho em se res-

ponsabilizar pela caracterização do personagem.

Cícero e Artur convergem-se na paixão de representar o time além dos jogos. Este sentimento no atual Nhô Quim expõe-se quando o mesmo complementa logo após falar sobre o mascote “O XV está no coração, não precisa estar na roupa”.

Independente do Nhô Quim nas páginas de charges em jornais e fanta-sias, o mascote acaba representando mais do que meras características de um personagem. O caipira personali-zado acaba se constituindo como sím-bolo da cultura piracicabana, seja ele personalizado no modo de falar, de se vestir e, mais que isso, na camiseta do time do coração: o XV de Piracicaba.

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A piracicabana Rafaelle Zen conquistou o primeiro lugar no concurso GarotaNota XV, e tem participação no calendário de dezembro/2012

BELEZA ESIMPATIAEM CAMPO

Bruna Duarteparticipação no calendário de janeiro/2012

Thayrine Soares participação no calendário de março/2012

Bruna Alves participação no

calendário de abril/2012

Mariane Tibúrcio

participação no calendário de fevereiro/2012

Sabrina Franzol

[email protected]

abelos claros e compridos, 1,67 metro de altura, 59 quilos. Vinte e um anos de idade. Além da beleza,

a simpatia da piracicabana Rafaelle Zen, estudante de nutrição, conquistou os jurados que deram a ela o título de Garota Nota XV, em concurso organizado pela diretoria do E. C. XV de Novembro de Piracicaba. O trajeto para a vitória não foi fácil: 95 candidatas inscritas, 30 selecionadas para a semifinal, 12 escolhidas para o calendário do próximo ano do time alvinegro e cinco garotas na final. Rafaelle, que já é casada e agora irá repre-sentar o time no concurso Musa do Paulis-tão 2012, organizado pela FPF (Federação Paulista de Futebol), contou à Painel como foi a sua participação na disputa. Confira os melhores trechos da conversa.

Evelyn Stella participação no calendário de maio/2012

Musa

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O que a motivou a se inscrever no concurso?

A alegria e orgulho de representar o time da minha cidade.

Em uma palavra, como você define o concurso? Por quê?

Desafio. Eu nunca havia participado de nenhum tipo de concurso e as ou-tras concorrentes eram muito bonitas.

Além da beleza, qual foi o diferen-cial que lhe rendeu a vitória?

Humildade, personalidade e simpatia.

Como é saber que agora você será a representante de um time no concurso Musa do Paulistão 2012?É um desafio muito grande

e a responsabilidade é enor-me, afinal estou representando

o tradicional XV de Piracicaba, time da cidade onde nasci e cresci.

O que o XV de Piracicaba sig-nifica para você?

O time é motivo de muito orgulho.

Como e quando começou a sua história com o XV?

Sempre torci pelo time, mas em 2005, logo que conheci meu marido (Lucas Rubini de Olivei-

ra Campos), passei a acompanhar com mais frequência, pois ele é um

grande torcedor.

Qual foi o jogo do XV de Piracicaba que mais marcou? Por quê?

A final entre XV e Guarani (7/05/2011). Além de o XV já estar na série A1, depois de anos de luta, o time se consagrou campeão no Cam-peonato Paulista da Série A2. Foram duas grandes alegrias.

As mulheres, cada vez mais, con-quistam espaço no meio futebolístico. Como você analisa essa situação?

As mulheres são fundamentais em todas as situações, tanto nas conquistas quanto nas derrotas.

O que você espera do XV nos pró-ximos anos?

Mais e mais vitórias e grandes con-quistas, pois o time, a cidade e nós, torcedores, merecemos.

Fotos: THIAGO ALTAFINIProdução: CAROL ALLEONIMaquiagem e cabelo: AMANdA FURLAN

Tatyane Smith participação no

calendário de junho/2012

Aline Franco participação no calendário de julho/2012

Juliana Piromal participação no calendário de agosto/2012

Gabriella Frias participação no

calendário de setembro/2012

Rafaela Corocher participação no

calendário de outubro/2012

Thaís Letícia participação no

calendário de novembro/2012

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Marlon Tadeu Ferreira, (abaixo) meio campista nascido em 15 de abril de 1977 é o jogador mais velho do atual elenco do time XV de Piracicaba. Já Renan Oliveira, (à dir.) goleiro, nascido em 29 de março de 1993, com 18 anos, é o jogador mais novo a integrar o clube e atuar como atleta profissional.

Quando o assunto é altura, o goleiro Renan Geraldeli, com 1,96m ganha a disputa de mais alto jogador do clube. Já Wandeil-son Nascimento, com 1,69m, é o menor a integrar o elenco.

Sidmar Antonio Matins, nascido em 13 de junho de 1962 foi goleiro do XV de Piracicaba nos anos de 85 até 88 e retornou nos anos 90. Segundo informações da torcida, Sidmar foi o jogador que nos últimos 15 anos fez mais sucesso com as mulheres torcedoras do XV de Piracicaba.

curiosidadesO XV de Piracicaba foi o

primeiro campeão da Lei do Acesso, em 1949, e dispu-tou, em 1950, juntamente com os times da capital o

Campeonato Paulista.

A fé predomina no vestiário alvinegro. Todos os jogos antes da equipe entrar em campo, o grupo se reúne

em frente à imagem de Nos-sa Senhora Aparecida e reza

o Pai Nosso e Ave Maria.

No acesso à elite do futebol em 2011, o XV

foi o sexto clube do estado a levar o maior

público ao estádio. Perdeu para os quatro

grandes (São Paulo, San-tos, Palmeiras e Corin-thians) e São Bernardo.

Para obter melhor preparo para as

competições, o time do XV de Piracica-ba treina de 7 a 8 vezes por semana. Manter o ritmo de jogo é fundamental para um grupo que almeja bom desem-penho nas partidas e boa classificação em campeonatos.

Um jogador perde em média 1.150 calorias em um jogo de futebol e por partida corre ao todo cer-ca de 12 km. Para repor

as energias gastas durante cada jogo são necessários apenas dois dias de uma dieta balanceada e ade-quada para o jogador.

Durante um mês, o time profissional do XV de

Piracicaba utiliza 150 pares de chuteiras, 37 pares de tênis, 37 pares de canelei-ras e 37 pares de chinelos.

No total, o quadro de funcionários do XV de Piracicaba é preenchido por 33

profissionais cuidan-do da administração,

limpeza, cozinha, manutenção, 46

atletas profissionais atuantes no time e 96 jovens que atuam na

categoria de base.

Em média um jogador corre em

uma velocidade de 25km/h nas par-tidas de futebol.

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De volta à elite do futebol paulista, depois de 16 anos, conheça os jogadores do XV de Piracicaba responsáveis por tentar manter o time entre as principais forças do futebol no

Estado de São Paulo. O elenco foi definido até 19/12/2011 e está sujeito a alterações.

ZagueiroAntonio Bezerra Brandão (Toninho)

21/12/1977

ZagueiroMarcus Vinicius de Moraes

16/05/1984

ZagueiroEverton Barbosa Almeida

17/01/1990

ZagueiroDiego dos Santos Borges

06/11/1987

VolanteDiego Francolino da Silva

09/05/1989

VolanteLeandro Mauricio de Barros (Biton)

17/07/1987

VolanteJosé Carlos da Silva Querino (Carlão)

09/08/1978

VolanteGlauber Vian Corrêa11/11/02/09/1981

TécnicoMoisés Egert

Elenco do XV para o Campeonato Paulista/2012

Meio CampistaVinícius dos Santos Reis

02/07/1990

Meio CampistaRicardo dias Acosta (Ricardinho)

15/12/1985

VolanteMarcus Vinicius Silva Lima(Marcus Lima) 22/05/1985

VolanteAdilson Carlos Tavares Filho

(Adilson) 09/02/1988

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ZagueiroAlex Lima da Silva

09/07/1988

LateralVinicius Bueno Bovi

18/12/1981

LateralAlex dos Santos Cazumba

30/06/1988

LateralDenis Airton Tonon Zangirolami

18/04/1989

VolanteRodolfo Teixeira Sibille

17/11/1988

Meio CampistaMarlon Tadeu Ferreira

15/04/1977

Meio CampistaGivanildo Pereira de Souza

02/02/1980

Meio CampistaAndré Gustavo Cunha

08/04/1979

GoleiroWanderson Ferreira Souza

09/01/1980

GoleiroMahmoud darwich Mustaphá Neto

08/07/1986

GoleiroGilson Rodrigues Santos Fonseca

11/11/1979

GoleiroRenan Geraldeli

27/11/1992

Meio CampistaAnailson Brito Noleto

08/03/1980

AtacantePaulo Luiz Beraldo Santos (Paulinho)

14/06/1988

AtacantePaulo Rangel do Nascimento Gomes

04/02/1985

AtacanteFernando José da Silva (Fernandão)

02/05/1985

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artigo

82 PAINEL CIÊNCIA & CULTURA • Janeiro/2012

luiS roberto lordello beltrame*

Afinal, após dezesseis anos, o XV retorna à elite do futebol paulista.

A promessa de tempos melhores está se concre-tizando. Porém, ainda há muito o que fazer.

Um dos principais anseios dos torcedores – o retorno à Série A1 do Paulista – foi atingido, mas ainda falta o calendário nacional, que iremos tentar alcançar já no ano de 2012.

O XV, de tantas glórias no passado, que alguns até acreditavam ter perecido, retorna altivo e ma-jestoso para a alegria não só dos piracicabanos, mas de todos que entendem o futebol como atividade cultural também.

São impressionantes o carinho e a curiosidade que o XV desperta nas pessoas, talvez por suas raízes caipiracicabanas, acredito ser o este o clube com menos rejeição.

Simpático, o nosso Nhô Quim é capaz de con-gregar as mais diferentes tribos, de norte a sul,

E A LUTA CONTINUAnuma torcida, senão fanática, cordial e positiva.

Bastou ver, quando do hasteamento da bandeira do XV de Novembro na sede da Federação Paulista de Futebol, a quantidade de pessoas que acompa-nharam aquela verdadeira liturgia.

Cheio de orgulho, tive o enorme prazer de proceder ao hasteamento, desfraldando a nossa bandeira, junto às demais equipes. Tomara que seja eterno.

Mas, para isso, o caminho é árduo, cheio de armadilhas e problemas a serem vencidos.

E é isso que nós, dirigentes, prometemos trabalho sério, dedicado, feito com afinco, por piracicabanos que enxergam o XV além de um clube desportivo.

O nosso time caminha rumo ao centenário, como um gigante desperto, vigoroso, certo de onde quer chegar e, para isso, conta com a união e colaboração de todos.

Parabéns e avante, XVzão!

* Luis Roberto Lordello Beltrame é advogado e presidente Esporte Clube XV de Novembro

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Nº 71Janeiro/2012

CAMPEÃOCOM TÍTULO DA A2, NHÔ QUIM VOLTA À ELITE DO FUTEBOL PAULISTA

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