Padre Luís Ruiz Prof. Luís Archer · Os gastos de correio e de embalagem são por nossa conta....

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Prof. Luís Archer PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | Nº27 JULHO a SETEMBRO de 2011 ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL AMIGOS DE SÃO JOÃO DE BRITO Padre Luís Ruiz

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Prof. Luís Archer

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | Nº27 JULHO a SETEMBRO de 2011

ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL AMIGOS DE SÃO JOÃO DE BRITO

Padre Luís Ruiz

Material de apoio disponívelAssociação Histórico-Cultural Amigos de São João de Brito

Causa de Canonização dos Mártires do BrasilCausa de Canonização dos Mártires do Japão

Material de apoio disponível

■ João Baptista Machado, Mártir e Glória dos Açores – Valdemar Mota, 104 págs., Angra do Heroísmo, 1985. .................................€ 4,00■ João de Brito e o seu tempo – Actas do Congresso Histórico, no 50º aniversário da sua canonização. Lisboa, 1998. ..................€ 5,00 ■ Mártires do Japão, João Baptista Machado, Ambrósio Fernandes, Francisco Pacheco, Diogo de Carvalho, Miguel

de Carvalho, Vicente de Carvalho e Domingos Jorge – Eduardo Kol de Carvalho, 192 págs., Braga, 2006. ............€ 8,00■ Os 40 Mártires do Brasil, Eduardo Kol de Carvalho, 112 págs., A.O., Braga, 2011, ........................................ € 5,00

■ Proscritos – I e II Vol. – História da Expulsão e Exílio dos Jesuítas, em 1910, contada por cada um deles, 386 + 322 págs. Ilustradas, ..................................................................................................€ 100,00■ Raízes Terrestres de 40 Mártires, Ernesto Domingues, S.J., 88 págs., Braga, 1971. .........................€ 2,00■ São João de Brito – Quando a culpa é virtude, Dário Pedroso, S.J., 2.ª edição, Editorial AO, Braga, 2007, € 6,00

■ Uma Glória Nacional (Mártires do Brasil), A. Santiago, 144 págs., A.O., Braga, 1961, ...................€ 2,00■ Velas ao Largo, Uma página de epopeia (Mártires do Brasil). Maria da Soledade,

208 págs., 1970, Braga, 1970, ..................................................................................................................................€ 5,00■ Vida de São João de Brito - 1647-1693, João Ameal, Junta de Freguesia de S. João de Brito (nos 50 anos da Junta de Freguesia), 100 pgs., Lisboa, 2009. .....................................................................................................(oferta)

■ Mártires do Brasil, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................ € 0,30■ Mártires do Japão, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................ € 0,30■ S. Francisco Xavier, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. .......................... € 0,30■ São João de Brito, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................. € 0,30■ S. Inácio de Loiola, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................ € 0,30

Envia-se pelo correio a todas as pessoas que pedirem: - Por correio: Amar e Servir – Estrada da Torre, 26 – 1750-296 Lisboa- Por e-mail: [email protected] Por telefone: 217 541 620 ou 919 313 946.Os gastos de correio e de embalagem são por nossa conta.

CARTÕES com medalha e oração ■ Mártires do Brasil – € 2,00. ■ São João de Brito – € 2,00.

FOLHETOS

LIVROS

A carne de aves é uma excelente fonte de proteínas, com baixo teor de gordura saturada e baixo colesterol. O seu consumo, junto com uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercício contribui para a diminuição do risco de Hipertensão.

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Oapelo final de Bento XVI, no final da Jornada Mundial da Juventude (Madrid,

21 de Agosto de 2011), perante mais de um milhão de jovens, foi: “sede fermento de no-vos cristãos!” E aproveitou para os exortar a darem “um testemunho destemido da vida cristã perante os outros jovens. Assim, sereis

fermento de novos cristãos e fareis com que a Igreja se levante robusta no coração de mui-tos”.

Numa das mensagens de despedida, ex-pressando-se em francês, disse de forma cla-ra: “Não tenhais medo de ser católicos e de

dar sempre testemunho disso mesmo ao vos-so redor com simplicidade e sinceridade”. E depois, na sua língua materna: “A fé não é uma teoria. Crer significa entrar numa relação pessoal com Jesus e viver a amizade com Ele em comunhão com os demais, na comunidade da Igreja. Confiai a Cristo a vossa vida e aju-

dai os vossos amigos a alcan-çar a fonte da vida, Deus”.

Na mesma linha de ideias, Bento XVI não perdeu tempo, para, dias depois, anunciar em Castelgandolfo, o tema da pró-xima JMJ, a realizar no Rio de Janeiro: “Ide e evangelizai to-dos os povos”, o texto de Ma-teus 28,19. Ao mesmo tempo, incentiva os grupos de jovens a “continuarem a cultivar a pas-toral juvenil com entusiasmo e dedicação”.

Estes factos revelam não só as preocupações papais na hora actual, mas dão eco e resposta

a anseios de muitos pastores e de muitos gru-pos de jovens na hora actual da Igreja. Para se sentir igual a si mesma, a Igreja de Cristo tem que se mostrar mais aberta e dialogante com a humanidade, procedendo depois consoante o Espírito lhe indicar.

Jovens e evangelizaçãoEditorialEditorial Jo‹ o Cani• o S. J.

NESTE NÚMERO…3 Jovens e Evangelização4 Linha da Frente Entrevista com o Padre Luís Archer 6 Tema de estudo: Voluntariado e Missão - Jesuítas assumem Ecologia 10 Vida da Associação A. S. João de Brito12 Mártires do Brasil14 Mártires do Japão 16 Entrevista com o Padre Luís Ruiz, S.J.20 Igrejas lusófonas

22 Igreja Missionária 24 Jesuítas no Mundo26 Fundação Gonçalo da Silveira28 Serviço Jesuíta aos Refugiados30 Leigos para o Desenvolvimento32 Igreja em Portugal 34 Recordar é ter futuro - Padre Luís Archer, S.J.36 Diálogo com os leitores38 Agenda

[A abrir]

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[Linha da frente]

n Qual foi o segredo para descobrir a sua voca• ‹o?

A vida é extremamente curta e é preciso ver longe. Todos nós temos tendência para a eternidade e a vocação é um desafio a ver o definitivo perto de nós. A vocação não é nenhum segredo, mas a descoberta do nos-so lugar na Igreja.

n A sua vida foi uma espŽ cie de con-cilia• ‹o entre a fŽ e a ci• ncia. ƒ poss’ vel superar as dificuldades que surgem deste conflito de mundividências?

É preciso ver que isto tem uma história. Até ao século XVII, a religião e a ciência tinham quase o mesmo ponto de vista. A Bíblia era um suporte lógico para as falhas e deficiências da investigação científica. A partir do momento em que se começou a avançar e a perceber que a Bíblia não era um manual científico, houve uma oposição da Igreja perante a Ciência, que só ficou resolvida recentemente.

Um cientista a sério tem que dormir, pensar e trabalhar inteiramente naquilo que busca. A vida religiosa implica obri-gações que muitas vezes podem aparecer como inconciliáveis. Eu consegui as duas coisas, mas muitos disseram-me “Não vais conseguir!”.

Apesar disso, o Papa diz que é bom que

apareçam pessoas que conciliem estes dois tipos de vida. Deus não é um objecto cien-tífico. E, por isso, é difícil implicá-lo na investigação científica. Mas é possível ser cientista e ser um homem de fé.

n Não pensa que os padres se devem dedicar exclusivamente aos sacramentos, dada a crise de voca• ›e s sacerdotais?

Há o perigo de ‘meter’ a religião na sa-cristia. Houve tempos em que a preocupa-ção era que os padres não se limitassem ao trabalho pastoral. Hoje parece que estamos ao contrário. Por isso, é bom que os padres sejam capazes de conciliar outras tarefas, para além do que é exclusivo dos sacra-mentos. É preciso que haja alguns que se aventurem nas áreas onde está a sociedade.

n O Conc’ lio Vaticano II proclamou o fim de uma Igreja exclusivamente cle-rical, colocando ao mesmo n’ vel todas as voca• ›e s, nomeadamente a laical. N‹o podem os leigos ser mais responsabiliza-dos na missão da Igreja?

A Igreja do futuro há-de ser um vaivém constante de o padre não ser só padre. E depois, pode banalizar-se, porque já faz to-das as coisas e há um movimento oposto para o padre ser só padre. A história é sem-pre marcada por ciclos. É preciso ver que a Igreja não tem a mesma infalibilidade nas

A última entrevista do Padre Archer

Com a morte inesperada do Padre Lu’s Archer, a 8 de Outubro, deixou-nos um grande homem, um grande padre e um grande cientista.

Era uma pessoa simples, delicada e af‡ vel. Ô PaiÕ da genŽ tica molecular portuguesa, destacou-se no mundo acadŽ mico. Tinha 85 anos de idade e 65 de jesu’ta.

Em Junho passado, deu uma entrevista ̂ revista do ColŽ gio S‹ o Jo‹ o de Brito, Ò Educar para ServirÓ , que aqui transcrevemos.

Admiramos a clareza e clarivid• ncia, trabalhando no mundo considerado de Ò fronteiraÓ , construindo o di‡ logo entre a ci• ncia e a fŽ .

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[Linha da frente]

questões morais ou sociais, como tem nas questões teológicas.

Portanto, há uma necessidade evidente de questionar constantemente as suas po-sições. Tudo aquilo que puder ser feito por leigos, deve ser feito. Por exemplo, a ad-ministração das paróquias pode ser entre-gue a leigos e muitas vezes não é. O padre continua, muitas vezes, a manter um esti-lo dominador. Por isso, o ideal do Concí-lio ainda não está instalado na Igreja. Está longe de ser a prática normal.

Padre Abel Bandeira já em Moçambique

Pela primeira vez na vida estou em terras

de África. A viagem de avião de Lisboa até ao Maputo foi boa. Estive dois dias na capital.

No sábado de madrugada, apanhei um au-tocarro para a Beira, 15 de horas de viagem! Deu para conhecer o país real: 1200kms de estrada salpicada de vez em quando por pe-quenas aldeias com palhotas e casas de alve-naria à mistura. Viam-se pessoas descontraí-das e sem pressa de cor-rer na vida.

Ontem, na Beira, es-tive numa missa ao ar livre no campo de gol-fe com o Sr. Arcebis-po, D. Jaime Gonçal-ves, e várias paróquias da diocese, que durou quatro horas. Confesso que gostei muito, pelos cânticos, danças e ale-gria contagiante. Nem dei muito pela passa-gem do tempo.

Hoje começo a conhecer melhor a pa-róquia e as pessoas que me esperam nesta nova missão. “Estamos juntos” como se diz aqui. Um abraço a todos!

Abel Bandeira sj

Bicentenário de São José PignatelliCelebram-se este ano os 200 anos da morte de São José Pignatelli (Roma, 1811).

Neste ano, todos os jesuítas prestam homenagem agradecida a este seu companheiro, pelo seu exemplo de fidelidade, numa época muito difícil da história da Companhia de Jesus, em que os seus membros foram expulsos de várias nações e a própria insti-tuição foi extinta pelo Papa. A sua exemplaridade foi reconhecida publicamente por Pio XI, beatificando-o em 1933, e por Pio XII que o canonizou em 1954.

Nascido em Saragoça (Espanha), de uma família nobre napolitano-aragonesa, foi ordenado sacerdote em 1762. Era professor no Colégio de Saragoça, em 1767, quan-do os jesuítas foram expulsos de Espanha. O jovem Pignatelli foi então encarregado dos seus irmãos exilados, mostrando-se sempre à altura da confiança nele depositada.

Dentro de três anos, em 2014, quando se comemorar o bicentenário da restauração da Companhia de Jesus, os jesuítas irão pôr em relevo, no mundo inteiro, as qualida-des e virtudes deste homem excepcional.

Jovens timorenses em trajes tradicionais.

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Voluntariado e MissãoTema das Jornadas Missionárias 2011

Voluntariado e Miss‹ o foi o tema desenvolvido pelas Jornadas Mission‡ rias de 2011, com cerca de 400 participantes. Realizaram-se no Conv’vio de S. Agostinho

(Cripta da Igreja da Sant’ssima Trindade), em F‡ tima, de 16 a 18 de Setembro.O tema foi motivado pelo Ò Ano Europeu do VoluntariadoÓ e inspirado pela Carta

Pastoral da Confer• ncia Episcopal Portuguesa sobre o voluntariado. As linhas de for• a do voluntariado social, pastoral e mission‡ rio foram aprofundadas

por meio de confer• ncias, experi• ncias de vida e celebra• › es litœ rgicas.Verificamos que , ao longo da história da humanidade e da Igreja, a maioria

dos servi• os, associa• › es e causas t• m funcionado e ainda funcionam, graças ao serviço dedicado, voluntário e anónimo de um número incontável

de pessoas. Nos œ ltimos 20 anos, em Portugal, come• aram a surgir organiza• › es cujo œ nico objectivo Ž promover, formar e enviar volunt‡ rios, de curta ou longa du-

ração, para uma Missão específica. Na Igreja, é a Fundação Fé e Cooperação (FEC) que coordena a plataforma do voluntariado mission‡ rio.

Sintetizamos esta reflexão no seguinte decálogo do voluntariado missionário.

1. Encontrar, na Fé e identidade com Cristo, a verdadeira motivação para fazer voluntariado, perto ou longe, na Igreja ou na sociedade.

2. Continuar a Missão de Jesus, por meio do próprio testemunho e coerência de vida, contribuindo assim para a construção do Reino de Deus no mundo.

3. Exercer a cidadania, baseada na cor-responsabilidade pelo bem comum e uni-versal.

4. Fazer a diferença profética, num mundo centrado no bem pessoal, no lucro e na exploração do outro e da natureza.

5. Viver numa atitude de abertura aos desafios do mundo, mais do que procurar acções e experiências pontuais.

6. Ter uma nova consciência social, mo-tivada pelo amor ao próximo e não pela ne-cessidade de resolver os próprios proble-mas.

7. Viver em formação permanente e

Ser voluntário é:

[Tema de Estudo]

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[Tema de Estudo]

específica, para melhor poder servir com qualidade e sustentabilidade.

8. Criar relações de vizinhança, funda-das no respeito e na solidariedade entre ir-mãos, iguais na dignidade, mas diferentes nas necessidades.

9. Aprender a trabalhar em equipa e em rede, criando comunhão e promovendo so-lidariedade local e global.

10. Acreditar que quem quer partilhar a vida e o seu tempo gratuitamente, arranja sempre maneira, pois é dando que se rece-be; mas quem vive para si mesmo arranja sempre desculpas.

Os participantes pedem aos nossos go-vernantes que promovam o voluntariado e lhe dêem um enquadramento jurídico que proteja da exploração o voluntário empre-sarial, que apoie o voluntariado de longa duração no seu regresso ao trabalho remu-nerado e que incentive os jovens à prática do voluntariado como raiz de mudança so-cial.

As próximas Jornadas Missionárias re-alizar-se-‹o em F‡t ima, de 14 a 16 de Se-tembro de 2012.

Silêncio e Palavra serão o tema do Dia Mundial das Comunicações Sociais em

2012, em sintonia com o próximo sínodo sobre a nova evangelização.

O Santo Padre escolheu “Silêncio e pa-lavra: caminho de evangelização” como tema para o 46º Dia Mundial das Comuni-cações Sociais (2012), que se comemora-rá no dia 20 de Maio, domingo anterior ao Pentecostes.

A sociedade da comunicação, com a sua super-abundância de estímulos, evidencia um valor que, à primeira vista, poderia pa-recer contrário a ela: o silêncio. No pensa-mento do Papa Bento XVI, o silêncio não representa somente certo contrapeso numa sociedade marcada pelo contínuo e inces-sante fluxo comunicativo, mas é um ele-mento essencial para a sua integração.

O silêncio é o primeiro passo para aco-lher a palavra, precisamente porque favo-rece o discernimento e o aprofundamento. Segundo a Santa Sé, explicando a esco-

lha deste tema, “não há nenhum dualismo, mas complementaridade das duas funções que, em adequado equilíbrio, enriquecem o valor da comunicação e convertem-na num elemento essencial do serviço à nova evangelização”.

O Dia Mundial das Comunicações So-ciais é o único dia mundial estabeleci-do pelo Concílio Va-ticano II, por meio do decreto Inter Mirifica, sobre os meios de comunica-ção social, de 1963.

A mensagem do Santo Padre para o Dia Mundial das Comunicações So-ciais é publicada tradicionalmente por oca-sião da festa de São Francisco de Sales, pa-droeiro dos jornalistas, no dia 24 de Janei-ro.

Silêncio e Palavra: caminho de evangelizaçãoDia das Comunicações Sociais em 2012

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Este documento pode ser um instrumento

muito œ til para levar

as palavras ˆ pr‡ tica

concreta na nossa vida e

miss‹ o, e, desse modo,

todos os aspectos da nossa vida

contribuir‹ o para a

sustentabilida-de do planeta

[Tema de Estudo]

Com a data de 16 de Setembro, o Su-perior Geral dos Jesu’tas, Padre Adol-fo Nicol‡ s, escreve uma carta a todos os membros da Companhia de Jesus, apontando-lhes o compromisso pela ecologia, como um serviço próprio da espiritualidade inaciana. ƒ o seguinte o teor dessa mensagem.

Com esta carta quero chamar a atenção

de toda a Companhia para uma questão muito importante, expressa já na Congre-gação Geral 35 (2008), sobre o nosso com-promisso com a ecologia.

A Congregação recorda-nos que vive-mos num momento de uma vasta destrui-ção do meio ambiente que ameaça o futu-ro do nosso planeta (Cf. Decreto 3, n.º33). Perante esta situação, não podemos per-manecer indiferentes. Felizmente, no nosso mundo, está a desenvolver-se uma crescente tomada de consciência ecoló-gica, em muitas pessoas, comunidades

Jesuítas assumem a Ecologiae instituições. O Papa Bento XVI, atra-vés dos seus Documentos tem-nos mes-mo chamado a atenção para um respeito maior e mais profundo pela criação e a aplicação de medidas mais severas, para a sua protecção.

Já na preparação da CG 34 (1995), ti-nham chegado alguns postulados sobre ecologia, um tema que aquela Congrega-ção não pôde ainda abordar em profundi-dade. Por esta razão, em 1999, o meu pre-decessor, o Padre Kolvenbach, pediu ao “Secretariado para a Justiça Social” a ela-boração de um documento sobre esta ques-tão. que apareceu com o titulo: “Vivemos num mundo despedaçado: reflexões so-bre ecologia” (Promotio Iustitiae, Abril de 1999, n.º 70)

A CG 35 deu mais um passo em relação à ecologia ao integrá-la no Decreto sobre a Missão. Assim, como os jesuítas são cha-mados a promover e restabelecer relações justas com Deus e com os outros seres hu-manos, da mesma forma e com a mesma urgência somos chamados a restaurar e re-estabelecer as nossas relações com a cria-ção.

Tendo em vista dar um impulso práti-co a esta preocupação, convoquei no pas-sado ano um grupo de trabalho – o Task Force, como foi denominado em inglês – composto por jesuítas e colaboradores lei-gos procedentes de todas as Conferências e que, ao longo de vários meses de trabalho interdisciplinar em comum, elaboraram o documento: “Curar um mundo ferido”, que aparece por estes dias na edição digi-tal: Promotio Iustitiae (nº 106, em www.sjweb.info).

Encontraremos nele propostas para exa-minar a nossa vida pessoal, os nossos esti-los de vida comunitária e as nossas práti-cas institucionais. Por isso, este documen-

Padre Adolfo Nicol‡ sSuperior Geral dos Jesu’ tas

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[Tema de Estudo]

to pode ser um instrumento muito útil para levar as palavras à prática concreta na nos-sa vida e missão, e, desse modo, todos os aspectos da nossa vida contribuirão para a sustentabilidade do planeta. Podemos fa-zer muito mais neste terreno, a partir das nossas plataformas apostólicas, sejam edu-cativas, pastorais ou sociais. Trata-se de adoptar novas maneiras de viver, propondo iniciativas, difundindo conhecimentos, fa-vorecendo a investigação e, em alguns ca-sos, exercer influência política. (Decreto 3, n.º 35).

Por sua vez, é claro que só poderemos realizar tudo isto com legitimidade, se, da nossa parte, dermos sinais de maior uma coerência e de um compromisso pessoal e institucional mais responsável com este as-pecto da nossa missão, que hoje nos exi-ge uma mudança de coração, agradecido a

Deus pelo dom da criação e disposto a em-preender um caminho de conversão.

Permitam-me concluir, expressando um sincero reconhecimento ao grupo de traba-lho atrás citado, pela valiosa contribuição com que nos brindou e que nos ajudará a passar da palavra à acção.

Santo Inácio convida-nos a contemplar toda a criação e a ver nela o Criador: ha-bitando-a toda e trabalhando por nós em cada realidade e em toda a história (EE. nn. 234-236). Peço por sua intercessão, com palavras do Padre Pedro Arrupe, que renovemos com confiança a nossa oblação de maior estima e valor “à imitação e se-guimento desse Jesus que quer reconduzir toda a Humanidade e toda a Criação à gló-ria do Pai.

(Adolfo Nicol‡ s, Superior Geral dos Jesu’ tas)

Casa de RetirosColŽ gio de CernacheCoimbra.

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[Vida da Associação]

Nova Igreja de S. Francisco Xavier

Intenções Missionárias do Santo Padre

Janeiro: Para que o compromisso dos cristãos em favor da paz seja ocasião para testemunhar o nome de Cristo a todos os homens de boa vontade.

Fevereiro: Para que o Senhor sustente o esforço dos profissionais de saúde das regiões mais po-bres no serviço aos doentes e aos idosos.

Março:Para que o Espírito conceda perseveran-

ça a quantos, particularmente na Ásia, são discriminados, perseguidos e mortos por causa do nome de Cristo.

Teve lugar no dia 3 de Dezembro, festa de São Francisco Xavier, a dedicação e a bên-ção da Nova Igreja da Paróquia de São Francisco Xavier, no Restelo, em Lisboa. Toda a cerimónia foi presidida Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

O Prior, padre António Colimão, tem sido a alma do movimento destinado a angariar fundos para o pagamento de uma obra arquitectonicamente arrojada e que suscitou – so-bretudo no início da construção – um coro de críticas a favor e contra.

Visita à Mouraria Jesuíta

Na manhã do dia 29 de Outubro, a Asso-ciação (Amigos de São João de Brito) orga-nizou uma visita guiada aos lugares mais im-portantes dos jesuítas, na Mouraria do século XVI (de 1540 até final do século). Orientou os 43 visitantes, o Padre João Caniço.

Partiu-se do ponto de encontro, previa-mente anunciado, à porta da Igreja de Nos-sa Senhora da Saúde, no Largo Martim Mo-niz, às 10h00. O percurso seguu pelo Colé-gio dos Meninos Órfãos, Colégio de Santo Antão o Velho (ou “Coleginho”), Igreja Pa-roquial do Socorro, Casa natal de São João de Brito, Igreja de Santo André e Capela de S. Francisco Xavier, nos terrenos do “Pátio” do “Coleginho”. Termine quase às 13h00.

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[Vida da Associação]

Peregrinação a Oriyur (Índia) em 2012

A Direcção da Associação Amigos de S. João de Brito (ASJB) promove uma nova Peregrinação ao Santuário de Oriyur (Ín-dia), local do martírio de S. João de Brito, no mês de 28 de Janeiro a 13 de Fevereiro do próximo ano de 2012. Os peregrinos vão celebrar a festa do Santo (4 de Fevereiro), integrados na grande peregrinação desse dia, realizada pelos cristãos indianos, pro-vindos de todo o Estado de Tamilnadu.

Digna-se acompanhar a Peregrinação o Senhor D. Carlos Ximenes Belo, bispo emérito da diocese de Díli (Timor) e Pré-mio Nobel da Paz 1996.Pode pedir o programa para: [email protected] ou: 217 541 620.

Casa de São João de Brito

A Direcção da Associação continua

a envidar todos os esforços para que a CML e os diferentes políticos autárquicos, apoiem a nossa pretensão quanto à Casa onde nasceu São João de Brito, na Costa do Castelo (Mouraria).

Como se sabe, são cinco as pretensões da Associação:

1) que parte da Casa onde o Santo nas-ceu seja utilizada como “casa-museu”, para ser visitada, como museu histórico, explicativo e cultural e também como local de oração;

2) que a Igreja de S. André, onde o San-to foi baptizado, seja restaurada, reaberta ao público e tenha um “marco” a assinalar esse facto;

3) que o largo fronteiro seja dignamente urbanizado;

4) que a esse largo seja dado o nome do Santo;

5) que ali seja colocada uma imagem (estátua ou busto) de São João de Brito.

Como fazer-se sócio da Associação ASJBSe está interessado em aprofundar os seus conhecimentos ou preocupações mis-

sionárias, participar em acções religiosas e sociais, em iniciativas de estudo ou de promoção da vida e obra de São João de Brito ou de outros grandes apóstolos em ter-ras longínquas, pode inscrever-se como sócio da Associa• ‹o Amigos de S‹o Jo‹o de Brito (ASJB).

Ficará com direito aos seguintes benefícios: Receber gratuitamente a revista Ò Amar & ServirÓ ; tomar parte nas Reuniões e Assembleias da Associação, bem como nas ses-sões de estudo, conferências, celebrações, peregrinações, viagens culturais, confrater-nizações e outras iniciativas, organizadas pela Associação, tanto a nível local como a nível nacional; aumentar e actualizar a sua cultura religiosa e missionária; ser um “mis-sionário de retaguarda”, no seu dia-a-dia, sem deixar a família, nem o trabalho, nem ter que partir para terras longínquas; beneficiar da oração colectiva da Associação.

Contactar a Direc• ‹o da Associa• ‹o Amigos de S. Jo‹o de Brito, na Estrada da Tor-re, 26 - 1750-296 LISBOA Ð ou por e-mail: [email protected] ou tel: 217 541 620. A quota anual é de 20 € e a jóia de entrada é de 30 €.

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[Mártires do Brasil]

Agradecem graças

Obrigado!Obrigado pela

graça concedida.Com a minha

gratidão, envio um pequeno donativo aos “Mártires do Brasil”.

E. Antunes Ð Covilh‹

Beato Domingos Fernandes:biografia apresentada em BorbaNo dia 25 de Setembro, domingo, foi

apresentada ao público, em Borba, a biografia de um dos seus filhos mais ilus-tres: Beato Domingos Fernandes, um dos 40 Mártires do Brasil.

A Igreja estava cheia de borbenses e tam-bém de pessoas vindas da Vila de Cano, São Bento do Ameixial, Estremoz, Rio de Moi-nhos, Nora, Orada, Vila Viçosa, Amareleja, Mourão, Lisboa, Setúbal e Elvas. De desta-car a presença dos seminaristas do Seminá-rio Menor de São José de Vila Viçosa.

Faziam nesse dia 444 anos que este jovem corajoso e generoso, de 16 anos de idade, ha-via entrado na Companhia de Jesus em Évora, facto que não podia deixar de ser assinalado.

De manhã o Padre João Caniço, S. J., vice-postulador da Causa de Canonização dos Mártires do Brasil, presidiu à Eucaris-tia das 12h00, na Igreja Matriz, estando a animação da mesma a cargo do Coro Pa-roquial e das crianças do 5º, 6º e 7º anos da catequese. Na homilia, exortou os borben-ses a invocarem a protecção dos Mártires do Brasil e em particular do seu conterrâ-neo, Beato Domingos Fernandes.

Na sessão pública da tarde, onde foi apresentada a biografia e que decorreu na Igreja de São Bartolomeu, o Padre João Caniço apresentou a vida do Beato Domin-gos, inserindo-a no contexto dos 40 com-panheiros do Beato Inácio de Azevedo, dos quais, nada menos que 10, são oriundos da arquidiocese de Évora. Vendeu-se um nú-mero razoável de livros, muitos deles auto-grafados pelos seus autores.

Dia memorável para a comunidade cristã e para os borbenses em geral, que, gradualmente, vão tomando consciência da vida e testemunho luminosos deste ge-neroso e corajoso jovem, seu conterrâneo. Que desde o Paraíso, o Beato Domingos interceda pela Igreja, particularmente pela comunidade cristã, sucessora daque-la em que se abriu ao dom de Deus, cres-ceu na fé, respondeu pronta e generosa-mente ao Seu chamamento e iniciou um luminoso e feliz caminho de identificação com Cristo que o levaria ao mais radical e bonito testemunho cristão, com a entrega voluntária e feliz da sua vida por Cristo e pela Igreja.

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[Mártires do Brasil]

n 40 M‡r tires do Brasil, Eduardo Kol de Carvalho, 112 págs., A.O., Braga, 2011, € 5,00.n Velas ao Largo, Uma p‡gi na de epo-peia. Maria da Soledade, 208 págs., 1970, Braga, 1970, € 5,00.n Uma Gl—r ia Nacional, A. Santiago, 144 págs., A.O., Braga, 1961, € 2,00.

n Ra’zes Terrestres de 40 M‡r tires, Er-nesto Domingues, S.J., 88 págs., Braga, 1971, € 2,00.Envia-se pelo correio a todas as pessoas que pedirem: Amar e Servir – Estrada da Torre, 26 – 1750-296 Lisboa. Para informações, por e-mail: [email protected]; por te-lefone: 217 541 620 ou 919 313 946.

Subsídios sobre os Mártires do Brasil

Festas dos Mártires em Tazacorte

No dia 15 de Julho, em Tazacorte, nas Ilhas Canárias, celebrou-se mais um ani-versário do martírio de Inácio de Azeve-do e dos seus 39 companheiros jesuítas mártires que, em 1570, iam para o Brasil anunciar o Evangelho.

Às 19h30, teve lugar a celebração da Eucaristia, na Igreja de San Miguel de Tazacorte. Foi presidida, este ano, pelo missionário xavieriano e recém-ordenado sacerdote Jesús Calero Perera, e concele-brada pelo pároco Juan Ramos Concepci-ón e pelo resto do clero da ilha. A colec-ta da Eucaristia destinou-se a um projecto missionário no Chade (África).

Em seguida, teve lugar a procissão com a imagem do Beato Inácio de Azeve-

A biografia, inserida na colecção «Tes-temunhas e Profetas», das Edições Pau-linas, com texto da Dra. Maria Valenti-na Álvares Coelho da Silveira Machado e do Padre Marcelino José Moreno Caldeira (ambos na foto), tem por título: “Irmão de muita virtude – Vida do Beato Domingos Fernandes de Borba – Jesuíta e Mártir do Brasil (1551-1570)”, pode ser adquirida por 5,00 € na paróquia de Borba, nas livra-rias das Edições Paulinas, nas livrarias ca-tólicas de todo o país e também através da Sede da Causa de Canonização, em Lisboa (tel.: 217 541 620).

do e a arca com as relíquias que os márti-res ofereceram àquela igreja nas vésperas de partirem para o martírio, que se deu a 15 de Julho de 1570.

Os autores da biografia durante a apresenta• ‹ o.

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[Mártires do Japão]

E-mail:[email protected]

Este grupo de “Mártires do Japão”, cuja causa de canonização promovemos,

são 205 mártires de Nagasáki e de Tóquio, vítimas da perseguição de Hidetada e Ie-mitsu, que durou 15 anos (1617-1632), co-nhecidos no Martirológio Romano, com o título de Carlos Spínola e Companheiros Mártires do Japão.

Estes Mártires pertencem a três Conti-nentes - Ásia, Europa e América – e a sete nacionalidades – Japão, Coreia, Portugal, Espanha, Itália, Bélgica e México.

Entre eles há sacerdotes, irmãos e estu-dantes de quatro Ordens Religiosas (Agos-tinhos, Dominicanos, Franciscanos e Je-suítas), há simples cristãos, homens e mu-lheres, jovens e crianças, desde os 2 aos 80 anos, tanto casados como solteiros e viúvos. O maior número é constituído por cristãos leigos: famílias japonesas inteiras, pais e mães com os seus filhos, num total de 161

pessoas. Um grande grupo deles – 85 – per-tenciam à Confraria do Rosário (obra pro-movida pelos jesuítas, na linha das Congre-gações Marianas e da actual Comunidade de Vida Cristã – CVX) e morreram com o terço ao pescoço. Outros pertenciam a Or-dens Terceiras: de Santo Agostinho, 6; de São Domingos, 7; de São Francisco, 10; afectos à Companhia de Jesus, 12.

Mártires do Japão

Ambrósio Fernandes nasceu em Xisto (Porto), em 1551. Partiu de casa com 20 anos, em 1571, tendo sido soldado na Índia e ajudante de vários mercadores. Ao diri-gir-se como mercador para o Japão, encon-trou a sua vocação numa tempestade. De-baixo do perigo, fez voto de ir para jesuíta se o navio não naufragasse. Escapou quase milagrosamente, com toda a mercadoria.

Desempenhou alguns cargos de respon-sabilidade, além de intérprete, e fez traba-lho missionário em Nagazáqui. Depois da expulsão, em 1614, permaneceu no país, es-condido, até ser preso com o beato Carlos Spínola, em casa do beato Domingos Jorge.

A cadeia de Omura era apenas uma es-tacaria, onde os condenados ficavam ata-dos, sem tecto nem protecção do calor ou da chuva. Ali vegetavam meses a fio, quase sem alimento, e em espaços muito exíguos. Passavam de 30 os confessores da fé, con-

Beato Ambrósio Fernandescentrados nesta prisão, onde sofreram qua-tro anos de tormentos, os que chegaram ao fim, antes que chegasse o martírio das co-vas, catanas, cruzes, lanças, fogo ou gelo. Em tão atrozes sofrimentos naquela prisão, o segundo a sucumbir foi o Irmão Ambró-sio Fernandes, com 69 anos de idade e 43 de vida religiosa e missionária.

Assim conta, em resumo, o beato Carlos Spínola: “Com o vento desabrido daquele dia 7 de Janeiro de 1620, o Irmão caiu meio paralítico e sem fala. Tendo-se confessado e comungado aquele mesmo dia, perguntei-lhe se morria satisfeito por amor de Cristo. Respondeu apenas que se fizesse em tudo a santíssima Vontade de Deus. Já quase de noite, enquanto todos cantavam salmos e la-dainhas, voou o santo Irmão para a compa-nhia dos Anjos e dos Santos, após uma vida tão santa e sacrificada de um Irmão missio-nário, tão amável e amado por todos”.

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[Mártires do Japão]

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/n Agradecimento – Mando uma esmo-la para a Causa de Canonização do Beato João Baptista Machado [um dos Mártires do Japão], agradecendo uma graça e pedin-do por um casamento em crise.

M. E. M. Ð Praia do Norte (Ilha Terceira)

Subs’dios sobre os M‡r tires do Jap‹o- M‡r tires do Jap‹o, João Baptista

Machado, Ambrósio Fernandes, Fran-cisco Pacheco, Diogo de Carvalho, Mi-guel de Carvalho, Vicente de Carvalho e Domingos Jorge – Eduardo Kol de Carvalho, 192 págs., Braga, 2006.

- M‡r tires do Jap‹o , História e No-vena, 4 págs., 2004.

- Jo‹o Baptista Machado, M‡r tir e Gl—r ia dos A• ores – Valdemar Mota, 104 págs., Angra do Heroísmo, 1985.

A Causa de Canoniza• ‹o dos M‡r tires envia gratuitamente a quem os pedir qualquer um destes subs’ dios para dar a conhecer a hist— -ria e aumentar a devo• ‹o aos M‡r tires do Ja-pão. Aceita, no entanto, os donativos de quem puder para ajuda da sua edição, das despesas postais e da pr—pr ia Causa em geral.

EfemŽ rides

FEV. 04 – Festa de São João de BritoMAR. 03 – Início da Novena da Graça a São Francisco XavierMAR. 12 – Aniversário da Canonização de São Francisco Xavier (1622)ABR 19 – Eleição do Papa Bento XVI (2005)MAIO 11 – Aniversário da Beatificação dos Mártires do Brasil (1854)MAIO 22 – Festa do Beato João Baptista Machado (Angra)JUN. 07 – Aniversário da Beatificação dos Mártires do Japão (1867) JUN. 08 – Festa dos Mártires do Japão (Carlos Spínola e Companheiros) JUN. 08 – Festa do Beato Ambrósio Fernandes (na diocese do Porto)JUN. 20 – Festa do Beato Francisco Pacheco (Ponte de Lima)JUN. 22 – Aniversário da Canonização de São João de Brito (1947)

Agradecem gra• as

Entre todas as famílias de mártires, so-bressaiu uma de pai português e mãe e fi-lho japoneses: Domingos Jorge (natural de São Romão de Vermoim, Maia, Porto), fervoroso membro da Confraria do Rosá-rio, casado com Isabel Fernandes, e pais de Inácio, de 4 anos de idade.

Entre os “consagrados”, 39 eram sacer-dotes (13 jesuítas, 12 dominicanos, oito franciscanos, cinco agostinhos e um sacer-dote diocesano japonês), e cinco eram estu-dantes e irmãos religiosos (entre eles dois eram portugueses: um jesuíta – Ambrósio Fernandes, de Xisto, diocese do Porto – e um agostinho – Vicente Carvalho ou Vicen-te de Santo António, de Albufeira).

Entre os 13 sacerdotes jesuítas, quatro eram portugueses: João Baptista Macha-do, de Angra do Heroísmo; Diogo de Car-valho, de Coimbra; Francisco Pacheco, de Ponte do Lima; e Miguel de Carvalho, de Braga. O quinto jesuíta português deste grupo é o Irmão Ambrósio Fernandes, na-tural de Xisto, Porto, a que nos referimos acima. Cada um destes tem a sua festa pró-pria, além de ter a Comemoração festiva de todo o grupo, a 8 de Junho.

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[Entrevista]

Padre Luís Ruiz SuárezJesuíta, missionário, com 92 anos dirigia 145 leprosarias na China.

Até há quatro anos percorria as ruas de Macau de moto… “Mas agora não, ago-

ra já estou um pouco mais velho”, justificava. Agora levam-no de carro até às suas 145 le-prosarias, disseminadas por toda a China, em que são assistidos 10.000 doentes.

“Ali mesmo, educamos os filhos dos le-prosos e temos 2.000 alunos desde a pri-mária até à universidade. Em Macau, por exemplo, temos uma escola que já se tor-nou famosa. Há pouco tempo, um ex-alu-no, que agora é um grande empresário em Hong Kong, enviou- me 20.000 dólares como donativo. E também os alunos que tive em Cuba, todos nos anos 40, e que

Álex Navajas - Fuente: inerrogantes.netO Padre Ruiz deixou a Espanha quando tinha apenas 18 anos de idade. Desde ent‹ o,

pelos diversos pa’ ses por onde foi passando jamais deixou de trabalhar em favor

das pessoas mais carenciados da sociedade. Converteu-se num verdadeiro s’ mbolo

em Macau e em Guangdong, onde come• ou a sua caminhada com os leprosos.

“É porque, nestes últimos 74 anos, estive por aqui, por estes mundos de Deus,

sabe?Ó , argumentava ele. “Quando vês a pobreza, não podes ficar

de bra• os cruzados, assegura o Padre Ruiz.

Partiu um Santo

17

[Entrevista]

agora se encontram nos EU, me enviam di-nheiro”, explica.

n E n‹o pensa retirar-se para descan-sar?

Eu descanso trabalhando. Com os meus 90 anos, tenho um regime de vida seme-lhante ao de um homem de 60. Levanto-me às 6.30 da manhã. Interesso-me pelo futebol e, através da televisão chinesa, vejo os jogos das equipas espanholas. Mas quero continuar a trabalhar, pois temos 15 projectos à espera.

n Chegou à China em 1941…Sim. Comecei então a estudar a língua

chinesa, o mandarim, que é uma língua en-diabrada, difícil. Em 1942, tive que sair de Pequim, por causa da II Guerra Mun-dial entre os Estados Unidos e o Japão. Em 1945, fui ordenado sacerdote e destinado à Missão de Anking, onde dava aulas de in-glês. Em 1951, os comunistas ocuparam a nossa Missão e estive prisioneiro em casa, onde adoeci com tifo, e me expulsaram da China, com mais 30.000 refugiados.

n Que fez ent‹o?Os meus superiores mandaram-me para

Macau, na altura colónia portuguesa. Che-guei a uma cidade já cheia de refugiados, que fugiam do regime comunista. Vinham mortos de fome, sem dinheiro e sem tra-balho. Esqueci o tifo, porque tinha que dar solução a todas essas pobres famílias. Re-partia por eles arroz, macarrão e queijo. Havia refugiados, que chegavam a nado, e não tinham absolutamente nada. Cada dia, eram 20, 40, 80 os que chegavam. Pela nossa Missão, chegaram a passar cerca de 30.000 refugiados chineses. Quando, mais tarde, visitei a Espanha, encontrei chineses que tinham estado em nossa casa, em Ma-cau.

n Quando come• ou o seu trabalho com os leprosos?

Em 1986 (com 73 anos de idade), come- (continua na p‡ g. 18

cei a trabalhar na província de Guangdong. Havia ali uma ilha, para onde enviavam to-dos os leprosos. Uma noite, tomámos uma lancha de pesca e fomos até lá. Devia ter-nos visto, pois parecíamos contrabandis-tas. Eu levava cigarros para distribuir pelos leprosos. Ao chegarmos à ilha, vi algo que jamais poderei esquecer. Aquela gente vi-via num lugar imundo e asqueroso. Apro-ximou-se de mim um leproso e eu esten-di-lhe a minha mão. Quando ele apro-ximou a sua, repa-rei que ele não tinha mais que um toco! E era assim o estado de todos aqueles habi-tantes da ilha que se foram aproximando de nós! E que podia eu fazer com os ci-garros que tinha le-vado? Ia-os acenden-do eu e colocava-os entre os tocos!

n O que o levou a dedicar-se aos le-prosos?

Quando te cruzas com a pobreza, não podes cruzar os teus braços. Quando chegámos ali, não havia água nem electricidade; as casas estavam destruídas e todos passavam fome. Co-meçámos a abrir poços e conseguimos ar-ranjar umas placas solares para aquecer a água. Houve muitos leprosos que me dis-seram: “Padre, é a primeira vez que toma-mos banho com água quente.”

n Falando em dinheiro: como o con-

segue?Eu não consigo o dinheiro! O dinheiro

é que me vem às mãos. Eu nunca peço; o Senhor é que mo envia. Umas vezes às go-tinhas, outras como chuva torrencial de dó-lares. E temos mais de 100.000 euros por

18

[Entrevista]

(continua• ‹ o da p‡ g. 17)

O padre Ruiz no meio dos seus leprosos.

mês, em donativos. Eu nem a mim mesmo me compreendo! Fisicamente, tenho 90 anos e ainda aguento!... Quanto a dinheiro, simplesmente, ele chega.

n O mundo inteiro conhece Madre Te-resa, Vicente Ferrer... Porque razão não se conhece o Padre Luis Ruiz?

Isso não me preocupa nada; não faço propaganda do que se vai fazendo. Faze-mos somente o trabalho de Deus. Ele é o nosso Pai e também o Pai dos leprosos. O trabalho cristão é o da caridade, não o de fazer ruído. Lembro-me ainda que, ao en-

O último adeus ao Padre RuizO padre Lu’s Ruiz Suarez, de naciona-

lidade espanhola e membro da Com-panhia de Jesus (jesu’tas), e que bem po-deria ser considerado como um Çgi gante da caridadeÈ, faleceu na manh‹ da pas-sada ter• a-feira, no hospital Conde de S. Janu‡r io, para onde tinha sido levado, após certo mal-estar que o atingira.

De uma entrevista concedida a’O CLARIM em Setembro de 2005, quando festejava os seus 92 anos de idade e 60 de sacerdócio, extraímos uma frase que, ao mesmo tempo que revela um grande senti-mento de solidariedade humana e um pro-fundo espírito de dádiva ao outro, consti-tui, sem sombra de dúvida, o melhor car-tão de visita de quem a proferiu, já que ela mostra muito claramente o que foi a vida e a grandeza de alma deste missionário, uma vida plena, toda ela voltada para o próxi-mo: «Quando se vê a pobreza à nossa vol-ta, não é possível cruzar os braços».

Nesse mesmo sentido, numa ocasião em que ele regressava de uma das suas frequen-tes visitas à China, no âmbito da ajuda a um sem número de doentes no interior do conti-nente chinês, traduzia bem essa sua manei-ra de ser, quando, com toda a simplicidade

e franqueza, confessava ao nosso jornal: «A minha vida não é para mim, não me pertence; ela é para os meus irmãos».

Foi certamente esse espírito de doação e entrega incansável ao outro que o levou, em 1952, a fundar a Cáritas de Macau, da qual viria a ser director até ao ano 2000. É de todos, aliás, bem conhecida, no exercí-cio desse cargo, a sua dinâmica e incansá-vel acção caritativa junto dos vários esta-belecimentos de apoio a idosos, deficientes físicos e outros existentes em Macau e nas Ilhas, confiados aos cuidados da instituição por ele dirigida. Acção essa que, em virtude do seu próprio dinamismo e impacto social, em 1985 ultrapassou as fronteiras de Ma-cau, estendendo-se até zonas longínquas e como que «esquecidas», no interior da pró-pria China, onde lançou uma notável obra de apoio aos leprosos, chegando a contar com 150 centros em catorze províncias, aí prestando apoio a mais de dez mil doentes.

A «aventura humana» deste missionário de têmpera teve início no longínquo ano de 1913, em Guijon (Espanha), na região das Astúrias, onde nasceu a 21 de Setembro. A sua «aventura missionária» começaria em 1926, ao entrar no seminários dos jesuítas em Carion de los Condes e, mais tarde, prestes a

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completar 18 anos, já como noviço, ao dar en-trada no seminário de Marquian, na Bélgica, após ter sido expulso de Espanha, tal como os demais seguidores de Inácio de Loyola, pelo então Governo Republicano.

Em 1935, na prossecução dos seus estu-dos em vista da missão para que se ia pre-parando, vamos encontrá-lo já em Cuba, onde – quem diria? – acabaria por vir a co-nhecer Fidel Castro, que então frequenta-va o Colégio de Belém, onde o jovem Ruiz era inspector.

Uma nova etapa tem início na vida deste aventureiro e jovem missionário quando, em 1940, deixa Cuba rumo à China. Em Agosto de 1941 chega a Xangai, seguindo posteriormente para Pequim, de onde, de-vido à Guerra do Pacífico, acaba por ter de fugir. Mas será precisamente na China que, a 7 de Junho de 1945, com o conflito já na sua recta final, este «aventureiro de Deus» vem a ser ordenado sacerdote, ficando a desempenhar a sua actividade, primeiro na Missão (jesuíta) de Wuhu e, depois, na de Anking (a partir de 1948), trabalhando com a juventude.

O surto de febre tifóide que em 1951 sur-giu e alastrou naquela cidade fez também do jovem sacerdote Ruiz uma das suas vítimas, o que muito o debilitou e levaria a que, em Setembro daquele mesmo ano, tivesse de ser transferido para Xangai. E é desta cida-de que, dois meses mais tarde e já quase re-

cuperado do mal que o atingira, é expulso da China (1 de Novembro), acabando por vir parar a Macau, onde iria aguardar, en-tretanto, as instruções dos seus superiores. Instruções que chegariam pela voz do pró-prio provincial jesuíta de então que, vindo ao encontro do seu súbdito apenas expulso pelas novas autoridades do regime de Mao, lhe comunicou: «Ruiz, tu vais ficar aqui». Tinha então 38 anos.

E o aventureiro e corajoso missionário Luis Ruiz aqui ficou. Até agora que, pres-tes a completar 98 anos, o vemos partir, com tanta mágoa e dor, para a grande via-gem rumo à eternidade, com a certeza, po-rém, de que todos o acompanhamos com a nossa oração e com a esperança e confian-ça de que Deus o acolherá para sempre no Seu Reino de amor e paz sem fim.

O nosso mais profundo e sentido adeus, padre Ruiz! Que descanse em paz!

O seu funeral, conforme informação colhida pel’O CLARIM junto dos jesuítas em Macau, está previsto para o próximo dia três de Agosto. Por volta do meio-dia, será feita a transferência para a Sé Cate-dral, a fim de os fiéis poderem fazer a sua veneração e oração pelo defunto. Pelas 15 horas será celebrada missa de corpo pre-sente, finda a qual seguirá para o cemité-rio de S. Miguel Arcanjo.

A redac• ‹ o do Clarim

trar na China, as autoridades comunistas me disseram que me davam o visto se não pregássemos a Cristo. Mas o mesmo Jesus disse que «se não credes nas minhas pala-vras, crede ao menos nas minhas obras”. Há alguns anos, um senhor chinês que es-teve comigo durante uma semana em visita às leprosarias, disse-me: “Eu não creio em Deus, mas creio no trabalho que faz o Pa-dre Ruiz!” E eu respondi-lhe: “Pois, se crê em mim, creia também em Deus”.

n Regressemos aos seus primeiros anos. O Padre Ruiz foi expulso de Espa-nha, em 1931, pelo Governo Republica-no.

Sim. Expulsaram todos os jesuítas do país. A “Companhia de Jesus” mandou-me então para a Bélgica e, em 1937, fui para Cuba, fazer o meu tempo de “magistério”. Eu era professor no colégio, onde era alu-no Fidel Castro, que estava num dos últi-mos anos.

n Olhando para o passado: Valeu a pena tudo o que fez? Repetiria a sua vida?

Ufff! Não há nada melhor do que tor-nar felizes os outros. Não só vale a pena ser missionário… os missionários são pre-cisos. Sinto que tive uma vida privilegiada.

[Entrevista]

Padre Lu’s Ruiz.

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[Igrejas lusófonas]

Por ocasião da visita Ad limina Aposto-lorum, o Papa Bento XVI recebeu em

audiência os bispos dos Bispos de Angola e de S. Tomé e Príncipe, no dia 29 de Ou-tubro.

O Pontífice recordou a sua visita a Lu-anda, em Março de 2009, durante a qual pôde “celebrar Jesus Cristo no meio de um povo que não se cansa de O procurar, amar e servir, com generosidade e alegria”; ci-tou a convocação do Ano da Fé, “para que

Os crist‹ os respiram o esp’ rito do seu tempo.

Papa exorta Bispos de Angola e São Toméa maior purificação da prática cristã

a Igreja inteira possa oferecer a todos um rosto mais belo e credível, transparência mais clara do rosto do Senhor; e, por fim, a sua próxima visita ao Benin, para a entre-ga a todo o povo de Deus dos frutos da Se-gunda Assembleia para a África do Sínodo dos Bispos.

“Os cristãos respiram o espírito do seu tempo e sofrem a pressão dos costumes da sociedade em que vivem; mas, pela graça do Baptismo, são chamados a renunciar às tendências nocivas imperantes e a cami-nhar contra-corrente, guiados pelo espírito das Bem-aventuranças” - destacou o Santo Padre, que depois, apontou os “três obstá-culos em que naufraga a vontade de mui-tos santomenses e angolanos que aderiram a Cristo.

1¼ . O primeiro é o chamado «amigamen-to», que contradiz o plano de Deus para a geração e a família humana. O reduzido nú-mero de matrimónios católicos, nas vossas comunidades, indica uma hipoteca que pre-judica a família, que é um valor insubstituí-vel para a estabilidade do edifício social”. O Papa recordou que justamente por este motivo, a Conferência Episcopal escolheu o matrimónio e a família como prioridades pastorais do triénio em curso. “Ajudem os casais a adquirir a maturidade humana e es-piritual necessária para assumirem de modo responsável a sua missão de esposos e pais cristãos - exortou o Pontífice.

2¼ . A segunda dificuldade na vossa obra de evangelização é o coração dos baptiza-dos ainda dividido entre o cristianismo e as religiões tradicionais africanas. Um efeito abominável é a marginalização e mesmo o assassínio de crianças e idosos, condena-dos à morte por falsos ditames de feitiça-ria. Lembrados de que a vida humana é sa-grada em todas as suas fases e situações, continuai, queridos bispos, a levantar a vossa voz a favor das suas vítimas”.

3¼ . No final da sua alocução, o Papa ace-nou aos “resquícios de tribalismo étnico, palpáveis nas atitudes de comunidades que tendem a fechar-se, não aceitando pessoas originárias de outras partes da nação”. Elo-giando os Bispos que aceitaram uma mis-são pastoral fora dos confins do seu grupo regional ou linguístico, Bento XVI reiterou que “na Igreja, como nova família de to-dos os que acreditam em Cristo, não há lu-gar para qualquer tipo de divisão... Ao redor do altar, reúnem-se homens e mulheres de tribos, línguas e nações diversas, que, par-tilhando o mesmo corpo e sangue de Jesus-Eucaristia, se tornam irmãos e irmãs verda-deiramente consanguíneos. Este vínculo de fraternidade é mais forte do que o das nos-sas famílias terrenas e o das vossas tribos”.

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[Igrejas lusófonas]

Reparadorasde Nossa Senhora de Fátimainauguram missão em TimorAs Irmãs Reparadoras de Nossa Senho-

ra de Fátima vão marcar presença pela pri-meira vez em Timor-Leste, com o objecti-vo de “contribuir para o desenvolvimento humano e espiritual” daquela região asiá-tica.

A nova missão vai ser fundada na jovem diocese de Maliana (149 km a sudoeste da capital Díli), criada em Janeiro de 2010 e que conta actualmente com cerca de 210 mil habitantes, 98 % dos quais católicos.

A diocese de Maliana é a terceira dio-cese de Timor e forma com Díli e Baucau uma divisão eclesiástica, a que assiste um Núncio Apostólico próprio, com residên-cia em Jacarta, capital da Indonésia.

Novo Bispo de Namibe em Angola

(ex-Moçâmedes)A ordenação do Padre Dionísio Hisii-

lenapo como novo Bispo do Namibe, teve lugar em Onjiva, sede da sua província na-tal, no passado dia 4 de Setembro.

Presidiu à Eucaristia da ordenação o Núncio Apostólico em Luanda, D. Nova-tus Rugambwa, que foi assistido pelo bis-po anfitrião, D. Fernando Kevanu, e o Ar-cebispo do Lubango e Presidente da CE-AST, D. Gabriel Mbilingui.

Padre João Domingos (O.P.) homenageado em Luandano aniversário da morte

Um ano após a sua morte, Frei João Domingos foi homenageado em Luanda, como afirmou Frei Pedro Fernandes, como “um sinal de respeito pela acção, trabalho e serviços prestados durante os 28 anos de missionário em Angola, primeiro no Waku Kungo e depois aqui em Luanda” .

Frei João Domingos nasceu na aldeia da Torre, concelho do Sabugal, Portugal, em 1933. Aos 18 anos entrou para a Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Formou-se em Portugal e no Canadá, onde foi ordenado sacerdote e onde se licenciou em Teologia, em 1959, e onde fez o mestrado, em 1968.

Continuou os estudos de pós-gradu-ação em Estrasburgo e na Escola Bíbli-ca de Jerusalém. Foi director do Instituto São Tomás de Aquino, em Lisboa, de 1977 a 1982, e professor de Teologia na Uni-versidade Católica Portuguesa. Fixou-se em Angola em 1982, tendo trabalhado no Waku Kungo (Kwanza-Sul) até 1988. Nes-se ano, a Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) entregou-lhe a ges-tão do Instituto de Ciências Religiosas de Angola, onde foi reitor durante 20 anos.

Frei João Domingos foi fundador e pri-meiro reitor do Instituto Superior João Paulo II. Em 1998, foi agraciado com a co-menda da Ordem de Mérito do Estado Por-tuguês.

A 9 de Agosto de 2010, faleceu em Lis-boa, onde viera à procura de cuidados mé-dicos.

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[Igreja Missionária]

O autor e a sua obra.

História da CatequeseContributo not‡v el dos mission‡r ios portugueses para a cultura dos povos

O Padre JosŽ Belinquete, da diocese de Aveiro, acaba de publicar a ÒH ist—r ia da Ca-tequeseÓ (em dois volumes, 1600 p‡gi nas) fruto de 15 anos de pesquisa. Eis dois extrac-tos de uma entrevista que concedeu ao ÒC or-reio do VougaÓ (jornal da diocese).

“Comecei a investigação, que incidia sobre os seguintes aspectos: qual a im-portância dada pelos bispos ao «ensino da doutrina cristã», manifestada nas delibera-ções dos Sínodos diocesanos e outros do-cumentos pastorais, e sobre os catecismos que tinham sido elaborados no decorrer dos tempos. Ao chegar à época dos Desco-brimentos, disse comigo: “Mas os portu-gueses não fizeram só catequese neste rec-tângulo «à beira mar plantado»; foram pelo mundo fora «fazer cristandade»”. Decidi seguir as rotas deles e ir pesquisar e estu-dar a catequese feita junto dos povos desco-bertos pelos portugueses: Índia/Goa e Cos-ta do Malabar, Malásia e Singapura, Ceilão, Japão, China, Cambodja, Coreia, Vietname, Macau, Timor, Etiópia ou Abissínia, Cabo Verde, Guiné, Benim, Angola, Moçambi-que, Brasil e até ao longínquo Tibete.

Saber quem foram os missionários, que línguas tiveram de aprender para fazer a evangelização e catequese desses povos, que catecismos fizeram nessas línguas, os Dicionários ou Vocabulários bilingues que também elaboraram, e foram muitos, bem como Gramáticas. Depois do estudo que fiz, posso dizer que foi uma epopeia não menos grandiosa, gloriosa e heróica do que a dos nossos marinheiros descobridores. Muitos deles também deram a vida ou gas-taram-na nessa causa nobre.

Depois desta longa viagem, regressámos ao nosso torrão pátrio, para continuar a nos-sa investigação pela Idade Média, até saber como teria vindo o Cristianismo para Sul da

Península Ibérica e como teria sido a evange-lização dos povos que habitavam estas terras. E já que estava com ‘as mãos na massa’, fiz o estudo da Catequese nos primeiros cinco séculos da Igreja. E, já agora, fomos até às ‘fontes’ – a catequese dos Apóstolos e a da ‘fonte das fontes’ – a catequese de Jesus.»

Que aspectos s‹o verdadeiramente no-vidade na sua obra?

“Uma história da catequese de todo o Portugal (e de todas e cada uma das dio-ceses), desde o princípio do cristianismo até aos nossos tempos, a história da cate-quese junto dos povos descobertos pelos portugueses e evangelizados pelos nossos missionários, a história da catequese dos Países da CPLP feita por pessoas de cada um desses povos; a reprodução no livro dos ‘documentos’, sobretudo catecismos, mais antigos, e a capa dos catecismos im-pressos. Com a reprodução integral desses catecismos publicados.

Com este trabalho, os interessados já não precisam de ir à Torre do Tombo ou à Biblioteca Nacional ou a outras bibliote-cas, procurar e ver esses textos. Refiro ain-da, embora não seja catequese, a lista de Gramáticas e Dicionários bilingues feitos pelos missionários portugueses nas línguas dos povos que eles aprenderam: é uma lista de 20 páginas. Foi um contributo notável para a cultura desses povos, e uma reco-lha muito útil para os interessados, a mais completa até agora publicada.»

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[Igreja Missionária]

Ordenação do primeiro sacerdote

camiliano paquistanês No dia 28 de outubro, na Catedral de

Faisalabad, Dom Joseph Coutts ordenou o primeiro sacerdote camiliano paquistanês, o padre Mushtaq Anjum, e 2 diáconos da diocese. Segundo as informações envia-das à Agência Fides pelo padre Luigi Gal-vani, camiliano, esta ordenação representa um momento importante para os missioná-rios camilianos, já presentes em nove pa-íses da Ásia, que agora se preparam para dar vida a uma nova missão no Paquistão. O padre Mushtaq está entusiasmado com a nova iniciativa missionária da Província Camiliana Filipina, encarregada da nova missão, e já iniciou o seu empenho de pro-moção, imprimindo e distribuindo material vocacional entre os jovens, estimulando-os a seguir o seu exemplo e a ser, um dia, mis-sionários de caridade a exemplo de S. Ca-milo de Lélis.

Celebração do Dia Mundial das Missões entre os alunos do Colégio Urbaniano

Anualmente, um grande grupo de semi-naristas de territórios de missão, é envia-do pelos seus bispos para Roma, a fim de completarem os estudos e voltarem para as Igrejas locais de origem com uma baga-gem cultural e pastoral mais rica. Os semi-naristas são recebidos no Colégio Pontifí-cio Urbaniano, cujo Reitor é o Padre Fer-nando Domingues, missionário combonia-no.

Em entrevista à agência Fides, o Pa-

dre Fernando afirmou: “Para comemorar o Dia Mundial das Missões, o grupo de se-minaristas encarregado da animação mis-sionária na nossa comunidade oferece a to-dos uma variedade de informações sobre as várias situações missionárias da Igreja. Como preparação imediata, organizamos na Igreja de São Gregório VII, em Roma, uma vigília de oração missionária aberta a todos, no sábado, às 21h. Esta vigília conta também com a participação activa dos ca-tequistas do Colégio Pontifício Missioná-rio de São José, presidida pelo Arcebispo Dom Savio Hon, Secretário da Congrega-ção Missionária. Neste domingo missioná-rio, a presença dos nossos seminaristas em muitas paróquias de Roma tem com certe-za um significado muito especial.”

Dia Mundial das Missões na Nicarágua

As Obras Pontifícias Missionárias (OMP) na Nicarágua iniciaram a prepara-ção para esta grande festa missionária em Junho, com várias actividades e a publi-cação de subsídios. Em 27 de Agosto, no âmbito do II Encontro Nacional da Infân-cia Missionária, foi lançada a campanha do “Domund 2011”. Dom René Sócrates Sán-digo Jiron, Bispo de Juigalpa e encarrega-do do departamento das Missões, convi-dou todos a participarem nesta grande festa missionária nas suas dioceses, paróquias e comunidades, a serem generosos e a ajuda-rem os irmãos missionários de todo o mun-do. Naquele dia, começaram as actividades e as celebrações em muitas dioceses. Hou-ve Congressos missionários, conferências, caminhadas pela paz, terços missionários nas paróquias durante todo o mês de ou-tubro e “principalmente, a oração constan-te para que as Missões possam continuar, seja na Nicarágua como em todo o mundo, a fim de levar a Palavra de Deus aos recan-tos mais remotos do planeta”.

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[Jesuítas no Mundo]

n Timor: Jesuítas fundam Instituto de Educação

A Companhia de Jesus, que vai devol-ver à diocese de Díli a direcção do Colé-gio de S. José, que dirigiu durante 16 anos, tem um projecto novo, no mesmo campo da educação, a oferecer ao povo timoren-se, sobretudo aos mais pobres. Vai fundar um “Instituto de Educação Jesuíta”, com dois departamentos: um de educação bási-ca, Colégio Santo Inácio de Loiola, e outro para formação de professores, Colégio S. João de Brito. Ambos em Kasait, a poucos quilómetros de Díli, na estrada para Liqui-çá, já na diocese de Maliana.

O Colégio de Santo Inácio de Loiola ini-ciará em 2013, com uma escola, a seguir ao ensino básico, para jovens de ambos os se-xos, ensinado em Português, Tétum e Inglês. O Colégio de S. João de Brito, a começar em 2014, preparará professores de ensino secun-dário, com três anos de Bacharelato, utilizan-do o Português, o Tétum e o Inglês e dando relevância à educação religiosa.

A pedagogia terá como base o Paradig-ma Pedagógico Inaciano, com a integração das Tecnologias da Informação e Comuni-cação, quanto ao ensinar e aprender. Como adição das linhas do curriculum, será foca-lizado um serviço de programas de activi-dades extracurriculares para desenvolver a totalidade da pessoa.

n Afeganistão: Não às bombas de fragmentação

O “Serviço Jesuíta aos Refugiados”, que opera no Afeganistão desde 2005, saudou com fervor a ratificação, anunciada pelo go-verno de Cabul, da Convenção Internacional para a proibição das bombas de fragmenta-ção, que proíbe o seu uso, produção, arma-zenamento e transferência. A eliminação das bombas de fragmentação “é um passo para dar mais esperança de paz ao futuro do país, onde existem cerca de 10 mil militantes que catalisam a atenção internacional de 33 mi-lhões de afegãos ansiosos de paz”.

O Afeganistão tinha assinado, em 2008, na Noruega, a Convenção, que apenas foi ratificada em 8 de Setembro de 2011, dando efeito legal às acções de limpeza e à liberta-ção de armazenagem. Utilizadas pelo exér-cito soviético pelos rebeldes e pelas forças dos EUA, causaram mais de 770 vítimas mortais, para além de milhares de feridos e mutilados, entre os quais muitas crianças.

n Indonésia: Quarenta anos de Música Litúrgica

Foi publicado recentemente na Indo-nésia um livro, intitulado Guia da Música Litúrgica, para celebrar os primeiros 40 anos de vida do Centro Indonésio de Mú-sica Litúrgica, dirigido pelos jesuítas em Yogyakarta. O Arcebispo de Semarang e o Provincial da Companhia de Jesus con-celebraram na Missa comemorativa. O

Coro jovem Padre Karl Edmund Prier, actual Director do Centro, explicou que ele era como um “barco que navega no oceano do arquipéla-go indonésio, em busca do modo de trans-mitir a música litúrgica”. O Arcebispo, por sua vez, agradeceu o facto de o Centro ter incluído instrumentos indonésios, nos seus estudos e propostas de música litúrgica.

n Nepal: Nova Missão em PiplingOs jesuítas comprometeram-se com uma

nova missão, que está a dar os primeiros passos, no Norte do Nepal, perto da frontei-ra com a China. Logo no dia da chegada, a notícia correu veloz e começaram as visitas

Explosão demográfica exige mais e melhores escolas e professores.

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[Jesuítas no Mundo]

Catedral de La Habana.

dos habitantes. O primeiro acto foi a visita a um doente, ao mesmo tempo que se revela-va a hospitalidade das pessoas: todas as fa-mílias convidavam para uma refeição.

A liturgia dominical foi celebrada numa casa escura e fria, com a participação de 30 pessoas. No Sábado seguinte, já se cele-brou noutra casa e, semanas depois, numa outra em que cabem 60 pessoas. Diaria-mente, participa uma média de 30 pessoas na Eucaristia, mas metade delas não é ca-tólica, mas procuram um caminho e conso-lação espiritual na oração com todos.

O segundo passo consistiu na bênção das casas. Agora, estão a organizar-se os cursos de catecismo para crianças, adultos e mais idosos. Já se baptizaram seis crianças, filhas de famílias cristãs assíduas aos sacramen-tos. No dia seguinte à chegada, fomos rece-bidos afectuosamente na escola pública, pe-los chefes da aldeia e pelos professores.

A hospitalidade das famílias, o entusias-mo pelo estudo por parte dos jovens e a fé simples mas profunda de muitos, que param os missionários na rua e lhes pedem para re-zarem por eles, fazem pensar que esta mis-são irá progredir muito em pouco tempo.

n O que vi e senti em CubaEstivemos reunidos em La Habana, ca-

pital de Cuba, entre os dias 27 de Junho e 02 de Julho. Éramos, ao todo, 53 partici-pantes, contando jesuítas e leigos, sendo 45 representantes do apostolado social e de centros sociais das Províncias da Compa-nhia de Jesus na América Latina e Caribe e oito convidados de entidades de apoio. Do total, 26 eram jesuítas e 27 leigos ou lei-gas. Do Brasil, estávamos oito.

Os jesuítas têm uma presença discreta, mas muito animadora. É impressionante a lucidez do Superior Regional, Padre Jorge Cela, S.J., que nos brindou com uma ex-celente reflexão sobre o momento cuba-no; aliás, foi acompanhado nesta reflexão por D. Juan de Dios, bispo jesuíta, que faz questão de dizer que é um jesuíta bispo. É bispo auxiliar na Arquidiocese de La Ha-

bana e exerce importante papel nas rela-ções da Igreja com o Estado Cubano. Tam-bém deve ser destacada a presença emble-mática do Padre Benjamín Gonzalez Buel-ta, S.J., que nos orientou numa manhã de aprofundamento espiritual. Os poucos jo-vens estudantes jesuítas que vi impressio-naram-me muito positivamente.

O povo cubano que vi em La Habana, é um povo muito educado. Não se vêem violências expostas, a não ser a violência da pobreza, que atinge a grande maioria da população, mesmo que deva ser registada a quase total ausên-cia de miséria extrema.

La Habana, como capital, apresenta um sector da cidade muito avançado e bem conservado, mas também convive com um enorme cortiço, na área que era o antigo centro histórico, onde os prédios de facha-das artísticas lembram um passado de con-centração de riqueza e luxo, e escondem, agora, uma superpovoação de gente a viver o seu dia-a-dia, encortiçada, com poucas perspectivas, amontoando-se em vielas, es-cadas e escoras. Tudo caindo aos pedaços, misturando-se com lixos, imundícies, maus cheiros e filas de gente com o livrete na mão para buscar a “ração nossa de cada dia”.

A Igreja Cubana e, dentro dela, a Com-panhia de Jesus, vive, no momento, o ex-tremo desafio de ajudar a restabelecer a alma ou as perspectivas de vida de toda a população. É um desafio, com certeza, para todas as religiões. É um desafio que exige muita habilidade, considerando o momento político muito frágil, mas, tam-bém, extremamente promissor.

Rezemos e juntemos os nossos esforços para que esta Cuba, que conseguiu realizar o grande feito de acumular os melhores avan-ços na área da saúde e da educação, possa, também, neste momento de dificuldade do seu povo, encontrar as melhores soluções para dar um salto para o futuro, digno des-te povo e do seu profundo espírito religioso, sem precisar de retroceder às lógicas perver-sas, contra as quais lutou por tantos anos.

José Ivo Follmann, SJ

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[Fundação Gonçalo da Silveira]

Desde Julho que tenho o privilégio de trabalhar, como Técnica de Apoio ao

Desenvolvimento na Fundação Gonçalo da Silveira (FGS). No decurso do meu traba-lho tenho a oportunidade de acompanhar os projectos que a FGS desenvolve, sobre-tudo no apoio às Missões Jesuítas.

Entre os dias 9 a 26 de Setembro eu e a minha colega Leonor Sales deslocámo-nos até Moçambique. O propósito da nos-sa ida a Moçambique era realizar o acom-panhamento no terreno do projecto “Apoio ao Desenvolvimento em Seis Aldeias Ru-rais” co-financiado pelo IPAD, a ser imple-mentado na zona rural de Nhangau, perto da cidade da Beira. A nossa sede de traba-lho foi o Noviciado do Coração de Jesus, na Beira, já que o Padre Emílio Moreira, Mestre dos Noviços é o coordenador local do projecto.

Durante a nossa estadia, tivemos tam-bém oportunidade de visitar outras obras e casas Jesuítas em Moçambique, nomea-damente a Cúria, o Centro Padre Cirilo e a Comunidade Vocacional Kamtedza. Fo-mos sempre extremamente bem recebidas e tal acolhimento permitiu que nos sentís-

semos apoiadas e sustentadas em todas as fases do trabalho que iríamos desenvolver e que este adquirisse um significado (ainda mais) especial.

É sempre uma mais-valia poder acom-panhar de perto aquilo que foi primeira-mente idealizado em papel, num gabinete cheio de conforto na Europa, e que pro-gressivamente vai ganhando forma (qua-se vida) num local. Representa sobretudo a possibilidade única de ver e sentir as coisas através dos beneficiários do projecto e de toda a equipa. Este presenciar de efeitos, troca emoções, afectos, impressões dei-xadas nas pessoas, estão a uma distância imensa de um relatório recebido no tal ga-binete na Europa.

Continuo a acreditar no desenvolvi-mento, entendido como garantia das várias esferas da segurança humana (física, so-cial, alimentar, comunitária, política, etc.) como pilar para a melhoria das condições de vida das populações, que diariamente vivem com persistentes dificuldades. As-sumindo esta perspectiva holística de in-tervenção como pano de fundo, que o pro-jecto tem vindo a ser implementado.

Visita das Técnicas de Fundação Gonçalo da Silveira ao Projecto das Comunidades de Nhangau - Beira

Vamos a Moçambique ver com os nossos olhos?

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[Fundação Gonçalo da Silveira]

As Comunidades da Zona Rural de Nhangau

A zona onde se desenvolve as acções, genericamente designada por Zona rural de Nhangau, integra várias comunidades (al-deias) agrícolas e algumas piscatórias- A nos-sa acção desenvolve-se nas comunidades de Nhambira, Nhangulo, Njalane, Casa Partida, Tchissunguwe. Estas comunidades, com to-das as suas especificidades têm em comum o isolamento, a falta de acessos e transpor-tes, a inexistência de saneamento básico e de água potável e canalizada (nalgumas não existem mesmo poços comunitários: Tchis-sunguwe), grande distância das escolas pú-blicas e dos postos de saúde. Perante este cenário de carências existem comunidades, nomeadamente Tchissunguwe e Nhambira, que ficam praticamente isoladas durante pelo menos 4 meses do ano, pois as fortes chuvas que se fazem sentir provocam o alagamento dos campos e dos, já tão precários acessos. A água chega a atingir a altura da cintura de um adulto, o que condiciona, se não impossi-bilita totalmente, a deslocação da população.

O nosso Projecto com as Comunidades

O Projecto incide em várias áreas con-sideradas fundamentais nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (metas defi-nidas pelas Nações Unidas para o Combate à Pobreza até 2015) mas, sobretudo, iden-

tificadas pelas próprias pessoas como es-senciais para a melhoria da sua qualidade de vida. Assim, actuamos ao nível da Edu-cação, com programa de alfabetização de adultos e crianças (tentando colmatar a ine-xistência de escola oficial estatal), ao nível da formação de professores, assegurando o pagamento de bolsas de estudo a jovens oriundos destas comunidades que depois irão ali ser professores e garantido o acom-panhamento pedagógico dos professores das comunidades através de formações te-órico-práticas e supervisão em sala de aula. O projecto tem também apoiado os alunos e professores com materiais, manuais didácticos que permitam uma aprendizagem eficaz e digna.

No campo da Segurança Alimen-tar e Agricultura o projecto permi-tiu a criação de hortas comunitárias onde foram plantados hortícolas para depois serem consumidas e/ou ven-didas. Foram também criadas As-sociações Agro-Pecuárias e de Pescadores. No Âmbito da Saúde o projecto tem vindo a apostar na sensibilização para as temáticas do HIV/Sida, com o apoio do grupo Pabho-dzi, estudantes de Medicina da Universidade Católica, que semanalmente se deslocam às comunidades a fim de sensibilizar, educar e informá-las para estas questões. Ainda a ní-vel da saúde o Projecto tem vindo a trabalhar a questão da Saúde da Mulher e da Crian-ça com a dinamização de sessões de educa-ção para a saúde no feminino, contando com a colaboração de enfermeiras e médicas do Centro de Saúde de Dondo.

Estamos junt@s!O sucesso que o projecto tem vindo a alcançar e que nós podemos testemunhar no

terreno só tem sido possível graças à estreita e dedicada colaboração do P. Emílio, do Félix Taquino dos Noviços de 2ºano, Fulaide, Enock e Augusto. É graças a esta equipa maravilhosa que torna o trabalho tão fluido e tão cheio de significado. Sem eles, com seu profundo espírito jesuítico, tudo seria mais complicado, senão impossível.

Ainda há muito a fazer nas comunidades de Nhangau…a população está muito en-volvida e empenhada neste processo de melhoria das suas condições de vida, que sen-do potenciado por nós, nada seria sem eles próprios e sem o auxílio dos Jesuítas na Beira. É mesmo caso para dizer, o que se diz por estas latitudes: estamos junt@s!

Bolseiros oriundos das comunidades de Nhangau.

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[Serviço Jesuíta aos Refugiados]

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS – Jesuit Refugee Service) é uma or-

ganização internacional da Igreja Católica, fundada em 1980, com a missão de acom-panhar, servir e defender os refugiados, deslocados à força e migrantes em situação de particular vulnerabilidade. Actualmen-te, o JRS está presente em cerca de 60 pa-íses, entre os quais Portugal, onde desen-volve actividade desde 1992.

Muito embora a acção do JRS – Por-tugal se tenha destacado particularmente pelo trabalho na área da integração de imi-grantes, defender ou advogar (advocacy), dando voz às pessoas que acompanhamos e servimos, constitui uma dimensão indis-sociável da missão da própria organização, e é um compromisso que temos vindo a as-sumir com crescente empenho.

O advocacy no JRS tem um carisma próprio, é baseado nos valores jesuítas e construído sobre pesquisa sólida, encon-tra-se – acima de tudo – enraizado na pro-ximidade com as pessoas, e implica, em primeiro lugar, a capacitação daqueles que nos procuram para reivindicar os seus di-reitos, ajudando-os a exercê-los. Em Por-tugal, o JRS tem vindo a advogar, de modo muito particular, pelos migrantes estran-geiros destituídos de direitos e por aqueles

que se encontram em situação de detenção administrativa.

Destituição de direitos - De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Hu-manos: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Infeliz-mente, o JRS tem contactado com um nú-mero crescente de migrantes estrangeiros destituídos de direitos (humanos), muitos deles em situação de extrema pobreza e de-sespero. A actual crise económico-política de dimensão internacional tem agravado também esta situação, uma vez que afecta particularmente alguns grupos de pessoas mais vulneráveis, entre os quais os migran-

Dar voz aos que não têm vozA acção do JRS na defesa dos direitos de refugiados e migrantes

Dê bom destino ao seu IRSNão esqueça que pode apoiar o nosso trabalho gratuitamente, escolhendo o JRS

como destinatário de 0,5 por cento do valor liquidado do seu Imposto sobre o Ren-dimento de Pessoas Singulares. Na sua declaração de IRS, coloque 504776150 no quadro 9 do anexo H do Modelo 3, e coloque um X em Instituições Particulares de Solidariedade Social, e o seu gesto fará a diferença na vida de muitas pessoas con-cretas ao longo de 2011. Obrigado por apoiar a nossa missão, e divulgue-a junto dos seus familiares em amigos.

Conheça melhor o nosso projecto em www.jrsportugal.pt

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[Serviço Jesuíta aos Refugiados]

Venha visitar o JRS

na NatalisDe 3 a 11 de De-

zembro, a FIL do Par-que das Nações aco-lhe a 6ª edição da Na-talis, a grande feira de presentes de Natal de Lisboa. Venha visitar a banquinha do Ser-viço Jesuíta aos Re-fugiados e contribua para um Natal soli-dário, dando a mão a quem não tem nin-guém em Portugal. A feira estará aberta ao público diariamente das 15h às 23h.

tes estrangeiros. Em Portugal, o JRS sinalizou algumas

situações de destituição de direitos e procu-rou demonstrar que a destituição não é uma fatalidade, apontando possíveis soluções.

Entre as acções nacionais realizadas contam-se a organização de um Seminá-rio e de uma Conferência, respectivamente em Junho e Dezembro de 2009, ambas su-bordinadas ao tema “Destituição e Direitos Humanos”, destinadas ao público em geral, e que contaram com a participação de deci-sores políticos, académicos e técnicos com actividade no terreno. A conferência reali-zou-se no dia 10 de Dezembro, dia Interna-cional dos Direitos Humanos, no Auditório do Edifício Novo da Assembleia da Repú-blica.

Na sequência do trabalho de advocacy realizado neste âmbito, constituiu-se em 2010, em Portugal, por iniciativa do JRS, a “Rede Destituição e Direitos Humanos”, como grupo de reflexão-acção que integra entidades públicas e privadas, bem como diferentes personalidades.

Detenção administrativa de migrantes estrangeiros - O ponto de partida para o ad-vocacy do JRS nesta matéria foi, uma vez mais, o contacto directo com requerentes de asilo e migrantes estrangeiros em situ-ação irregular, detidos, no âmbito de um procedimento administrativo. De salien-tar que a detenção é aqui entendida como uma situação de confinamento a um espa-ço, a privação da liberdade, tratando-se de uma medida administrativa e não de uma medida do sistema penal – muito embora possa assumir características de encarcera-ção criminal. Contrariamente à destituição de direitos, que constitui manifestamen-te uma violação dos direitos humanos por parte dos Estados, a detenção administrati-va não constitui em si uma violação, tendo em conta o princípio da soberania nacio-nal, mas pode resultar em danos sérios nos detidos. Por exemplo, na Europa, as condi-ções físicas e a duração da detenção varia consideravelmente de país para país.

Atento a esta realidade, o JRS Europa

tomou a iniciativa de liderar um projecto (Detention of Vulnerable Asylum Seekers – DEVAS) que consistiu na realização de um estudo elaborado a partir do ponto de vista dos próprios detidos.

O relatório DEVAS demonstra clara-mente que a detenção aumenta a vulnera-bilidade física e psicológica dos detidos, tendo particular impacto na deterioração da saúde mental dos mesmos. Neste sen-tido, uma das principais recomendações do estudo defende a aplicação de medidas alternativas à detenção e o recurso a este procedimento apenas em último recurso.

De salientar que, em Portugal, as entre-vistas aos detidos foram realizadas na Unida-de Habitacional de Santo António (UHSA), único centro de detenção para migrantes es-trangeiros em território nacional (situado na cidade do Porto), e onde o JRS está presen-te diariamente, prestando apoio psicossocial aos estrangeiros detidos nessa unidade.

O JRS Portugal aproveitou os resulta-dos alcançados com o relatório DEVAS para aprofundar o trabalho desenvolvido a nível nacional e advogar pela aplicação de medidas alternativas à detenção. Nes-se sentido, organizou uma Conferência, na qual lançou o livro “Muros que nos Sepa-ram: detenção de requerentes de asilo e de migrantes irregulares na EU”, disponível nas lojas FNAC.

Em suma, todo o trabalho de advocacy realizado pelo JRS, nesta e noutras ma-térias, tem no seu centro as pessoas que acompanhamos e servimos. Em diferen-tes lugares do mundo, quer seja num cam-po de refugiados em África ou numa cida-de Europeia, qualquer colaborador do JRS dirá que “os refugiados são os nossos pro-fessores”. E todos os dias, apesar das suas múltiplas dificuldades, estas pessoas dão-nos lições de coragem, de dignidade e de esperança. Dar voz aos seus direitos inalie-náveis e às suas aspirações nada mais é do que uma questão de justiça.

AndrŽ Costa Jorge Ð (Director do Servi• o Jesu’ ta aos Refugiados)

Ana Varela Ð (Coordenadora da ç rea de Advocacy do JRS-PT)

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[Leigos para o Desenvolvimento]

Muitas vezes, vivemos a nossa vida em piloto automático, importamo-

nos muito em chegar ao nosso destino sem apreciar a paisagem, sem saborear os momentos, sem agradecer o muito que te-mos…

Desde que cheguei ao Uíge, há duas semanas, cada dia tem sido uma aprendi-zagem diferente... Quando nos dispomos a parar e escutar, os nossos sentidos fi-cam mais apurados e aprendemos a valo-rizar o mais simples e insignificante que se torna uma pequena graça de Deus em cada dia. Desde um aperto de mão, um abraço, um sorriso ou simples obrigado

quando dizemos bom dia... a hospitalida-de das pessoas que sem nos conhecerem nos recebem como amigos… a alegria no olhar das crianças… os ritmos quentes africanos… o cheiro da terra molhada… ou simplesmente, quando nos deixamos envolver pela imensidão da paisagem pintada numa tela em cores de fogo e es-perança…

A minha percepção da realidade an-golana é ainda muito superficial, mas é muito evidente no olhar das crianças a alegria contagiante deste povo, a sabe-doria no olhar pesado dos mais velhos e o olhar de esperança e sede de aprender

Parar, escutar e aprender…

Neste final de ano que se avizinha os Leigos para o Desenvolvimento desejam um

Santo Natal e um ano 2012 em que ‘acreditar’ e ‘partilhar’ sejam palavras de sentido pleno.

Obrigado por nos acompanhar nesta missão que é de todos!

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[Leigos para o Desenvolvimento]

Angola, Moçambique e S. Tomé e Prín-cipe foram os destinos dos 19 voluntários enviados este ano pelos «Leigos para o De-senvolvimento», pelo tempo mínimo de um ano. A celebração de envio destes vo-luntários foi a 11 de setembro, durante uma Eucaristia celebrada na Igreja da Imacula-da Conceição, no Colégio S. João de Brito, em Lisboa.

Voluntários para países lusófonos«Os Leigos para o Desenvolvimento»

estão em S. Tomé desde o início da sua fundação e, como é notória a falta de em-prego em S. Tomé, apostam na iniciati-va própria, individualmente ou em grupo, para que as pessoas acreditem e sintam que o desenvolvimento também está nas suas mãos e não depende apenas do Governo ou dos que vêm de fora.

dos mais jovens que são muito limita-dos pela falta de oportunidades desta ci-dade perdida no interior angolano. Olho em meu redor, e vejo tanto por fazer, esta é uma cidade com muito para crescer e vejo muita vontade das pessoas para que tal aconteça... Sinto-me muito feliz e pri-vilegiada por aqui estar, encontro muito sentido por Deus me ter chamado aqui e espero que ao longo deste ano possa, humildemente, contribuir para o futuro desta missão e desta comunidade.

Catarina Gon• alvesU’ge - Angola 2011/2012

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[Igreja em Portugal

n D. Nuno Brás, novo bispo auxiliar de Lisboa O cónego Nuno Brás, reitor do Seminário de Cristo Rei, nos Olivais, foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa, com o título de “bispo de Elvas”, pelo Papa Bento XVI. A ordenação sacerdotal teve lugar na Igreja de Santa Maria de Belém (Mosteiro dos Jerónimos), no dia 20 de Novembro, Festa de Cristo Rei.

Ordenado sacerdote em Julho de 1987, é doutorado em Teologia Fundamental pela Universidade Pontifícia Gregoria-na (Roma). Foi director do semanário do Patriarcado “Voz da Verdade” e docente na Faculdade de Teologia da Universida-de Católica Portuguesa, em Lisboa. Desde 2005, assume o cargo de reitor do Seminá-rio dos Olivais; e desde 2010, de director do departamento de comunicação do Pa-triarcado de Lisboa.

n D. António Couto é o novo bispo de Lamego Bento XVI nomeou bispo de Lamego a D. António Couto, até agora auxiliar do Arcebispo de Braga, a 19 de Novembro. Com 59 anos, substitui no cargo D. Jacinto Botelho, bispo de Lamego desde o ano 2000, que apresentara a sua renúncia ao Papa por ter atingido o limite de idade imposto pelo direito canónico (75 anos), em 2010.

n Homenagem a D. António BarrosoO aniversário do nascimento de D. An-

tónio Barroso (1854-1918), bispo do Por-to, foi assinalado na Câmara Municipal de Barcelos, a 5 de Novembro, com uma ho-menagem presidida por D. Augusto César, bispo emérito de Portalegre-Castelo Bran-co, em que Miguel Ramalho apresentou o tema “O missionário Barroso em África: evangelizar, civilizando”. O seu proces-so de beatificação, da responsabilidade da diocese do Porto, encontra-se em fase avançada de organização.

Nascido a 5 de Novembro de 1854, D. António Barroso foi um missionário mo-delo e um notável bispo do Porto, que al-

guns vultos da 1ª. República tentaram neu-tralizar, mas cuja fé intrépida e virtudes he-róicas lhe granjearam a estima do povo e fama de santidade.

n Curso de missiologiaDecorreu em Fátima, de 23 a 27 de

Agosto, o Curso de Missiologia, com a participação de 63 alunos, um número re-corde. Para 13 formandos, este foi o último ano de formação e receberam o diploma de finalistas. Este ano correspondeu ao 2º ci-clo bienal e abordou os temas: «São Paulo como modelo de missionário», «Repensa-mento pós-conciliar da missão», «A evan-gelização na época moderna» e «A evan-gelização e as religiões: o ecumenismo e o diálogo inter-religioso».

As aulas foram leccionadas por docen-tes da Universidade Católica Portuguesa e pelo bispo D. António Couto, presidente da Comissão Episcopal das Missões.

Este curso destina-se a voluntários da mis-são, candidatos ao laicado missionário, sacer-dotes diocesanos, missionários em férias, bem como seminaristas e estudantes de teologia. É promovido pelos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG), em Portugal, com o apoio das Obras Missionárias Pontifícias (OMP).

n António Lino Neto evocado em LisboaO Centro de Estudos de História Reli-

giosa (CEHR) da Universidade Católica Portuguesa evocou a 16 de Novembro, em Lisboa, os 50 anos da morte de António Lino Neto (1873-1961), apresentado como

D. António Couto

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[Igreja em Portuga]

AJAN encoraja e ajuda a Companhia de Jesus em África a responder ao VIH/SIDA de forma efectiva e evangélica. Publica um boletim mensal, «Notícias AJAN», cuja assinatura é gratuita. Para

receber o boletim, envie o seu nome e endereço e-mail, para <[email protected]> Para ter acesso a informações e descrições mais pormenorizadas dos ministérios dos Jesuítas

na área do/a SIDA em África, visite por favor http://www.jesuitaids.net/por

“um católico empenhado na regeneração da Igreja e de Portugal”.

António Lino Neto, advogado, profes-sor catedrático de Economia Política e pu-blicista, foi toda a vida um militante cató-lico e dirigente de organizações católicas desde o final da Monarquia Constitucional aos primórdios do Estado Novo.

As suas intervenções públicas no início do século XX traçam, como resposta ao sentimento de decadência causado pelo Ul-timato de 1890, uma regeneração nacional assente em três pilares: uma revitalização da Igreja Católica através de uma melhor formação do clero; uma reforma económi-ca baseada no ressurgimento da agricultu-ra; uma reforma da administração pública mediante a descentralização e uma transfe-rência de poderes para os municípios.

O prelado português Joaquim Justino Car-reira, de 61 anos, foi nomeado na quarta-fei-ra como bispo de Guarulhos, em São Paulo, no Brasil, pelo Papa Bento XVI, anunciou o Vaticano. Joaquim Justino Carreira nasceu na freguesia de Santa Catarina da Serra, em Lei-ria, e emigrou com a sua família para o Brasil, ainda criança.

O novo bispo foi ordenado padre em 1977, em São Paulo, arquidiocese para a qual foi nomeado auxiliar em março de 2005, por João Paulo II.

Joaquim Carreira, que estudou Teologia na Universidade Pontifícia Gregoriana, em Roma (Itália), vai tomar posse a 22 de ja-neiro de 2012.

A diocese de Guarulhos, segunda cidade

mais populosa do Estado de São Paulo, tem mais de 850.000 católicos e apenas 49 pa-dres, distribuídos por cerca de 35 paróquias.

n Nova Igreja de S. Francisco Xavier No dia 3 de Dezembro, será consagrada a nova Igreja Paroquial dedicada a São Francisco Xavier, no Alto do Restelo, em Lisboa. A cerimónia será presidida pelo Cardeal Patriarca, D. José da Cruz Policarpo.

Conta o pároco, Padre António Coli-mão: “Desde há dois anos que a Paróquia se aventurou num empreendimento ambicio-so: a construção da nova igreja paroquial, que dia-a-dia ressalta novidades e belezas. Grandes preocupações, e por vezes tensões, temos enfrentado – e resolvido – porque Je-sus segue connosco. Apoios por parte de pa-roquianos e devotos de São Francisco Xa-vier não nos têm faltado. A colaboração dos intervenientes mais próximos entusiasma-nos a avançar, mesmo perante as maiores contrariedades. Obrigado, Senhor!”

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[Recordar é ter futuro]

P. Luís Archer: a simplicidade da grandezaO seu “Curriculum Vitae” ocupa 46 pá-

ginas, duma qualidade a que muito poucos se podem comparar. Foi professor em algumas das mais reputadas univer-sidades do mundo. Publicou nas revistas científicas mais conce i tuadas . Recebeu toda a sorte de reconhe-cimentos como académico, cien-tista, homem de cultura. Mas foi sobretudo um homem simples e até pobre.

Não porque era tímido ou socialmente de-sajeitado. Antes pelo contrário. Era um gran-de conversador, com genuíno prazer no con-tacto pessoal e sempre disponí-vel para partilhar o que sabia, com quem quer que fosse, exercitando a sua ex-traordinária capacidade de tornar acessí-vel as coisas mais complexas. Nunca foi o cientista excêntrico, pouco à vontade no mundo. Embora tenha vivido uma boa par-te da vida fechado em laboratórios, fê-lo por sentido de responsabilidade para com a sua missão, porque era preciso para ad-quirir o conhecimento e a excelência cien-tífica.

O esforço e sacrifício que isso lhe exigiu ficaram patentes quando, finalmente, pôde começar a dedicar algum tempo ao traba-lho pastoral directo com grupos de jovens.

Que entusiasmo e gratificação isso lhe trouxe. O professor podia agora também exercer de padre, o especialista de nível mundial da genética molecular tinha ago-ra tempo para acompanhar e escutar pes-

soas e celebrar a fé com elas. Era o que ele tinha pedido para fazer quando se tornou jesuíta: trabalhar com as pessoas, talvez adquirindo alguma formação em psicologia. Mas a missão que lhe deram foi a de ser cientista.

E foi gran-de cientista. Mas era também um grande huma-nista, com gran-de sensibilidade estética (chegou a ser um pianis-ta consumado, embora cedo te-nha deixado de

tocar), e com grande conhecimento da fi-losofia, da literatura e da cultura clássica. Junto com a rigorosa investigação e o estu-do profundo das questões de ponta sempre cultivou a paixão por comunicar de forma atraente e clara o seu saber, fosse a alunos ou simples curiosos.

O aparecimento da bioética pediu-lhe a articulação multidisciplinar de todos estes saberes, que realizou com brilhantismo. E, pela popularidade das questões, mais pu-xou pela sua exímia capacidade comunica-dora que se exprimiu em exposições orais e textos que aliam a enorme clareza técnica

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[Recordar é ter futuro]

com sugestivas metáforas e parábolas.Naquilo que sabia, na forma como o ad-

quiriu e como era capaz de o partilhar esta-va a sua grandeza, medida em escalas hu-manas. Mas em toda a sua actividade, nos laboratórios, nas salas de conferências, nas conversas pessoais, ou nos seus escritos de divulgação, sempre transpareceu o cuida-do, a paixão, a atenção respeitosa e fasci-nada pela vida, a começar ao nível das es-truturas moleculares, mas focada sobretu-do nas pessoas, nas suas histórias, nas suas experiências, nos seus dramas. Nesta pai-xão pela vida estava a sua simplicidade, sem máscaras nem adereços, bem revelada no sorriso, bom humor e simpatia espon-tânea que denunciavam a presença de al-guém feliz, que amava a vida e a apreciou profundamente.

Luís Archer foi um cientista da vida, e nis-so foi grande. Teve uma vida dedicada à hu-manidade que procurou cientificamente com-preender melhor, mas uma vida sobretudo apostada em promover e elevar a humanida-de – a nossa qualidade humana –, fazendo-o sempre com toda a simplicidade. A simplici-dade que só a grandeza verdadeira permite.

Hermínio Rico, sj(www.jesuitas.pt)

D. Manuel Clemente, em 2006na entrega do prémio ‘Árvore da Vida

– Padre Manuel Antunes’O que o Padre Archer nos tem oferecido

é o testemunho riquíssimo da sua deman-da – que é também a demanda de si mes-mo, na unidade construída do crente e do cientista, do artista e do pastor. E nada há tão oportuno agora, na nossa fragmentada Europa cultural, como este reencontro de si, para além das sínteses rudimentares do passado remoto ou das desistências recen-tes de encontrar um sentido, mais preen-chido este com o que entretanto soubemos e pudemos, irremediavelmente e, apesar de tudo, promissoramente.

Justificação do júri do mesmo prémioEm toda a sua actividade, nos labora-

tórios, nas salas de conferências, nas con-versas pessoais, ou nos seus escritos de di-vulgação, sempre transparece o cuidado, a paixão, a atenção, respeitosa e fascinada, pela vida, a começar ao nível das estruturas moleculares, mas focada sobretudo nas pes-soas, nas suas vidas, nas suas experiências, nos seus dramas. Um cientista da vida, com uma vida dedicada à humanidade que pro-curou cientificamente compreender melhor.

Prof. Walter Osswald: uma vida de ciência e humanismoCom a morte do padre Luís Archer, de-

saparece um homem que acreditava que a ciência e a religião eram «dois mundos independentes, ainda que convergentes», como comenta o Prof. Walter Osswald, acrescentando que «sem impor coisa algu-ma, Luís Archer ensina, estimula e convo-ca a servir e a exaltar a humanidade».

Alguns testemunhosrecolhidos da imprensa

Irmão Manuel Carlos parte aos 96 anos

Faleceu no dia 4 de Novembro, em Braga, o Irmão Manuel Carlos, da Co-munidade do Colégio das Caldas da Saúde (Santo Tirso). Estava a ser as-sistido, há algum tempo, na Enferma-ria da Comunidade da Faculdade de Filosofia, em Braga.

Natural de Santiago de Magueija (Lamego), tinha 96 anos de idade e 76 de vida na Companhia de Jesus.

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[Diálogo com os leitores]

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Com S. Francisco Xavier

Quando o Padre João efec-tuou uma conferência em Viseu, sobre São Francisco Xavier, uma irmã minha encontrava-se em S. Paulo no Brasil, desempregada e sem meios de subsistência, aca-bada de sair de uma separação do marido, ficando com dois filhos menores a cargo. Eu e uma ou-tra irmã minha enviávamos-lhe regularmente algum apoio finan-ceiro, para a ajudar a sobreviver.

Depois de ouvir a sua confe-rência, conversei diversas vezes com ela, falando-lhe entre ou-tras coisas, das graças que tinham sido atribuídas a S. Francisco Xa-vier e que também ela poderia pedir a sua intercessão no sentido de ter outras perspectivas de futu-ro, nomeadamente que arranjasse um emprego, coisa que até ali lhe tinha sido impossível, apesar de ter a formação em Assistente So-cial, mas já ter perto de 50 anos de idade, idade que se revelava um impedimento para tal.

Eu próprio rezei algumas vezes a S. Francisco Xavier, apesar de não ser muito crente e frequentador da Igreja. Por intercessão de S. Fran-cisco (ou por uma coincidência mui-to grande), a Cáritas Arquidiocesa-na de S. Paulo colocou um anúncio num jornal a solicitar uma Assisten-te Social para trabalhar num projec-to da ACNUR com refugiados.

Concorreram algumas dezenas de técnicas, sendo ela, uma entre muitas, sem qualquer experiência, com idade avançada para come-çar, sendo à partida das que menos hipóteses teria de ser contratada.

Sugeri-lhe que pedisse ajuda a S. Francisco, rezando eu também pela sua intercessão. E foi admiti-da, continuando até hoje a trabalhar com os refugiados e com a vida já completamente normalizada.

Gosto de pensar no privilégio que tive em assistir a essa conferência, na oportunidade que me deu de co-nhecer melhor a vida de S. Francis-co e quem sabe se não foi mais uma graça a juntar a muitas que concedeu até hoje, pois as coincidências são muitas.

João Paulo S. P. FurtadoViseu

Cartas eMensagensTodos os ecos que chegarem

da parte dos nossos

leitores (por correio

ou por e-mail ou atŽ pelo

telefone), ser‹ o bem-vindos

e sempre merecedores

da nossa gratid‹ o. ƒ pelas cr’ ticas,

sejam de elogio ou

sejam de reparo, que iremos fazendo

caminho, do lado de c‡ e do lado

da’ . Escreva-nos!

[email protected]

Todos os ecos que chegarem da parte dos nossos leitores (por correio ou por e-mail ou atŽ pelo telefone), ser‹ o bem-vindos e sempre merecedores da nossa gratid‹ o.

É pelas críticas, sejam de elogio ou sejam de reparo, que iremos fazendo caminho, do lado de c‡ e do lado da’ . Escreva-nos!

S. Francisco Xavier confessa um cavaleiro.

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[Diálogo com os leitores]Revista trimestral de Espiritualidade e Vida Missionária

Propriedade: Associação Histórico-

-Cultural Amigos de São João de Brito

Director: João Caniço (SJ)

Conselho Editorial: Afonso Herédia, (SJ)

Artur AraújoÁlvaro Santos (MM.)Carolina Cravo (FGS)Fátima Amorim (LD)Paulo Moreira (ASJB)Susana Martins (JRS)

Redac• ‹o e Administra• ‹o: Estrada da Torre, 26

1750-296 LisboaTelefone: 217 541 620

Fax: 217 541 624

E-mail: [email protected]

Site: www.amareservir.wordpress.com

Grafismo: António Noronha

Impress‹o: Grafilinha

R. Abel dos Santos, 83 Caparide

2775-031 PAREDE

Não sujeito a Registo no ICS,ao abrigo da alínea a)

do N.º 1 do art. 12 do Decre-to Regulamentar N.º 8/99,

de 9 de Junho.

Número 27Julho a Setembro

de 2011 5.000 exemplares.

Na Capa:Padre Luís Jorge Archer

Assinatura: Portugal: 12.50€

Europa e Timor: 17.50€ USA: 26,00 USD

Rest. Mundo: 19.50€.

Avulso pelo correio: Portugal: 3.50€ Europa: 4.50€

Resto do Mundo: 5.00€.

O pagamento pode ser feito por Vale Postal, por Cheque ou por Transferência Bancá-ria, dirigidos a Revista ‘Amar e Servir’ – Estrada da Torre, 26 – 1750-296 Lisboa – indi-cando sempre que é para

pagar a assinatura da revis-ta ‘Amar e Servir’. No caso de transferência bancária, enviar o talão (ou fotocó-pia dele) comprovativo da transferência efectuada.

O NIB é: 0033 0000 4531 1749 196 05.

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Madrinhas e Padrinhos solidários

Por sugestão (ou apelo) da nossa revis-ta “Amar & Servir”, eu e a minha mulher prontificámo-nos a tomar à nossa conta as despesas dos estudos de uma menina em Moçambique, com 15 anos e a estudar o sexto ano. Os trezentos euros, que cada ano lhe enviamos, com os quais paga os estudos e compra ainda alguns livros, são um autêntico tesouro para ela e uma aju-da valiosíssima para os que se preocupam pela sua vida. Os pais, que nunca estuda-ram nem têm qualquer género de prepara-ção profissional, vêem com muita alegria o progresso da filha.

As fotografias e as poucas linhas que, de vez em quando, dela recebemos, também nos consolam e confirmam o bom passo que demos ao tomar esta resolução. Queremos manter esta ajuda, enquanto nos for possível.

Obrigado à direcção da revista por nos ter “metido nestes trabalhos”(!). E ainda bem!

Jo‹ o e Manuela R. da SilvaLisboa

Pagamento da assinatura ou da quotaOs assinantes da revista Ô Amar & ServirÕ e os associados da AHCASJB têm um

meio simples de saber se a sua assinatura ou a sua quota “estão em dia”. Basta olhar para a etiqueta, no envelope com o seu nome e morada!

No canto superior direito da etiqueta, os dois números indicam o ano da última as-sinatura paga, ou, no caso dos associados “Amigos de São João de Brito”, indicam o ano da última quota paga.

Estando em 2011, agradecemos que regularize a sua situação, por entrega pessoal, por cheque enviado ou por transferência bancária (NIB: 0033 0000 4531 1749 196 05). Se optar por este último meio, agradecemos que nos faça também chegar o seu comprovativo.

Amigo (a) Assinante:Estamos conscientes de que as-

sinar a revista “Amar & Servir”, além de uma manifestação cultu-ral, é também um gesto de amiza-de e de comunhão com as institui-ções que ela apresenta, nomeada-mente a Companhia de Jesus (em Portugal e no Mundo), a “Asso-ciação Histórico Cultural Amigos de São João de Brito” e as Causas de Canonização dos Mártires do Brasil e do Japão.

Assim, ao mesmo tempo que agradecemos a todos os que, como amigos ou benfeitores, pagam as suas assinaturas com 20 ou 50 (e mais) euros, ousamos pedir a divul-gação da nossa Revista, quer con-vidando os seus amigos a fazerem-se novos assinantes, quer oferecen-do uma assinatura como prenda de aniversário, de Natal, etc. Para crescermos, necessitamos que cada leitor arranje um, dois ou três no-vos assinantes. Alguns já o vão fa-zendo, mas o desafio continua!

A Direc• ‹ o

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[Agenda]

Data Local EE/Temas/Cursos Orientação Inscrições Para

CAB: Centro Académico de Braga – Praça da Faculdade, 16 – 4710-297 Braga % 253 215 592CEC: Centro de Espiritualidade e Cultura – Casa da Torre – 4730-570 Soutelo VVD – % 253 310 400CEC: Círculo de Espiritualidade e Cultura – Av. Duque d’Ávila, 26 – 2.º - 1000-141 Lisboa % 213 530 839CREU-IL: Centro de R. e Enc. Un. In. de Loiola – R. Oliveira Monteiro, 562 – 4050-440 Porto % 226 061 410CUMN: Centro Univ. Manuel da Nóbrega – Couraça de Lisboa, 101 – 3000-435 Coimbra % 239 829 712CUPAV: Centro Universitário Pe. António Vieira – Estr. da Torre, 26 – 1769-014 Lisboa % 217 590 516Costa N. Centro Esp. Jean Gailhac, Av .José Estêvão, 8 - 3810-453 Costa Nova do Prado % 234 360 270Fátima: Centro Francisco e Jacinta Marto,, Estrada de Torres Novas, Montelo, 2495-653 Fátima % 249 521 777JRS: Serviço Jesuíta aos Refugiados – Rua 8, Lote 59, Alto do Lumiar,. 1750 Lisboa % 217 552 790Palmela Casa de Oração Sta. Rafaela Maria - Quinta de S. António, Serra do Louro, 2950-431 Palmela % 212 350 215Rodízio: Casa de Exercícios de Santo Inácio – Estrada do Rodízio, 124 – 2705-335 Colares % 219 289 020

Contactos

JANEIRO 201206 a 08 CUPAV Curso de Eneagrama Clara e João Pedro Tavares CUPAV Casais e/ou namorados dos 22 aos 40 anos07 a 08 Rodízio F. de semana p/ noivos P. Carlos Azevedo Mendes Casa Santo Inácio Noivos e grupo de casais 07 a 15 Soutelo Ex. Espirituais 8 dias P. Dário Pedroso Casa da Torre Todos09 a 09 Soutelo Ex. Espirituais 30 dias P. Mário Garcia Casa da Torre Todos12 a 15 Palmela Ex. Espirituais 3 dias P. Nuno Tovar Lemos e Irª Maria Vaz Pinto Casa de Oração Stª Rafaela Mª Todos12 a 15 Palmela Ex. Espirituais 3 dias P. António Vaz Pinto Casa de Oração Stª Rafaela Mª Casais até aos 60 anos12 a 15 Soutelo Ex. Espirituais 3 dias P. José Frazão, Soutelo Casa da Torre Todos19 a 22 Ex. Espirituais 3 dias P. Afonso Seixas, Soutelo Casa da Torre Todos19 a 22 Rodízio Ex. Espirituais 3 dias P. Luís Maria da Providência Casa de Sto. Inácio Todos19 a 22 Rodízio Ex. Espirituais 3 dias P. Sérgio Diz Nunes Casa de Sto. Inácio Todos – Conhecer, 20 a 22 CREU-IL CaFé P. Miguel Gonçalves Ferreira CREU-IL Até aos 30 anos20 a 22, CUPAV À lareira sobre a vida P. Nuno Tovar CUPAV Circ. Vieira / Geração K20 a 22 CUPAV C. de P. p/ Matrimónio CUPAV Noivos26 a 29 Ex. Espirituais 3 dias P. Gonçalo Castro Fonseca, Costa Nova CUMN Priorid. Círc. Loyola26 a 29 Soutelo Ex. Espirituais 3 dias P. José Carlos Belchior Casa da Torre Todos27 a 29 Soutelo Ressurreição P. Vasco Pinto Magalhães Casa da Torre Todos27 a 29 CaFé P. Nuno Tovar de Lemos e P. Miguel Almeida CUPAV Todos28 CREU-IL USB: simples balanço Círculo Xavier CREU-IL Prioridade Círc. Xavier29 Soutelo Viver a unidade P. Mário Garcia e Alzira Fernandes Casa da Torre Todos29 Soutelo Primeiros passos… J. Brandão, sj, Anabela, ssd e membros CVX Casa da Torre Crianças dos 6 aos 11anos

FEVEREIRO02 a 05 Soutelo Ex. Espirituais 3 dias P. Gonçalo Castro Fonseca Casa da Torre Todos02 a 10 Soutelo Ex. Espirituais 8 dias P. Luís Maria da Providência Casa da Torre Todos 03 a 05 Palmela “A Fé explicada” P. António Vaz Pinto Casa de Oração Stª. Rafaela Mª. Crentes, descrentes…10 a 11 CUPAV, Educar a vontade P. Carlos Carneiro CUPAV, Todos10 a 12 Rodízio L. Inac. de Liderança P. H. Rico, Isabel Nunes, M.Villa de Freitas Casa de Sto. Inácio Todos14 a 21 Palmela Ex. Espirituais 7 dias P. Carlos Azevedo Mendes CUPAV Todos16 a 22 Soutelo Ex. Espirituais 6 dias P. António Vaz Pinto Casa da Torre Todos17 a 19 Soutelo Passos para o silêncio P. António Valério Casa da Torre Todos17 a 20 Soutelo Ex. Espirituais 3 dias P. Rui Nunes Casa da Torre Todos17 a 21 Soutelo Ex. Espirituais 4 dias Alzira Fernandes Casa da Torre Todos17 a 21 Palmela Ex. E. 4 dias - pé desc. P. Nuno Tovar, CUPAV Universitários17 a 21 Palmela Ex. Espirituais 4 dias P. António Júlio Trigueiros Casa de Oração Stª Rafaela Mª Todos18 a 21 Rodízio Ex. Espirituais 3 dias P. José Carlos Belchior Casa de Sto. Inácio Todos18 a 21 Rodízio Ex. Espirituais 3 dias P. Gonçalo Castro Fonseca Casa de Sto. Inácio Todos18 a 26 Rodízio Ex. Espirituais 8 dias P. Sérgio Diz Nunes Casa de Sto. Inácio Todos22 a 29 Palmela Ex. Espirituais 7 dias P. Avelino Fernández (em espanhol) Casa de Oração Stª Rafaela Mª Todos23 a 26 Soutelo Ex. E. 3 dias pé desc. P. Vasco Pinto Magalhães CREU-IL Universitários23 a 26 Ex. Espirituais 3 dias P. Afonso Seixas e António Ary, sj CUMN Universitários24 a 26 Rodízio Passo-a-rezar… P. António Valério Casa de Sto. Inácio, Utiliz. do Passo-a-rezar.net29 a 04 Soutelo Descobre-te a ti mesmo Maria dos Anjos de los Rios Casa da Torre Todos

Material de apoio disponívelAssociação Histórico-Cultural Amigos de São João de Brito

Causa de Canonização dos Mártires do BrasilCausa de Canonização dos Mártires do Japão

Material de apoio disponível

■ João Baptista Machado, Mártir e Glória dos Açores – Valdemar Mota, 104 págs., Angra do Heroísmo, 1985. .................................€ 4,00■ João de Brito e o seu tempo – Actas do Congresso Histórico, no 50º aniversário da sua canonização. Lisboa, 1998. ..................€ 5,00 ■ Mártires do Japão, João Baptista Machado, Ambrósio Fernandes, Francisco Pacheco, Diogo de Carvalho, Miguel

de Carvalho, Vicente de Carvalho e Domingos Jorge – Eduardo Kol de Carvalho, 192 págs., Braga, 2006. ............€ 8,00■ Os 40 Mártires do Brasil, Eduardo Kol de Carvalho, 112 págs., A.O., Braga, 2011, ........................................ € 5,00

■ Proscritos – I e II Vol. – História da Expulsão e Exílio dos Jesuítas, em 1910, contada por cada um deles, 386 + 322 págs. Ilustradas, ..................................................................................................€ 100,00■ Raízes Terrestres de 40 Mártires, Ernesto Domingues, S.J., 88 págs., Braga, 1971. .........................€ 2,00■ São João de Brito – Quando a culpa é virtude, Dário Pedroso, S.J., 2.ª edição, Editorial AO, Braga, 2007, € 6,00

■ Uma Glória Nacional (Mártires do Brasil), A. Santiago, 144 págs., A.O., Braga, 1961, ...................€ 2,00■ Velas ao Largo, Uma página de epopeia (Mártires do Brasil). Maria da Soledade,

208 págs., 1970, Braga, 1970, ..................................................................................................................................€ 5,00■ Vida de São João de Brito - 1647-1693, João Ameal, Junta de Freguesia de S. João de Brito (nos 50 anos da Junta de Freguesia), 100 pgs., Lisboa, 2009. .....................................................................................................(oferta)

■ Mártires do Brasil, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................ € 0,30■ Mártires do Japão, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................ € 0,30■ S. Francisco Xavier, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. .......................... € 0,30■ São João de Brito, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................. € 0,30■ S. Inácio de Loiola, História e Novena (folheto), 4 págs., 2004. ............................ € 0,30

Envia-se pelo correio a todas as pessoas que pedirem: - Por correio: Amar e Servir – Estrada da Torre, 26 – 1750-296 Lisboa- Por e-mail: [email protected] Por telefone: 217 541 620 ou 919 313 946.Os gastos de correio e de embalagem são por nossa conta.

CARTÕES com medalha e oração ■ Mártires do Brasil – € 2,00. ■ São João de Brito – € 2,00.

FOLHETOS

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A carne de aves é uma excelente fonte de proteínas, com baixo teor de gordura saturada e baixo colesterol. O seu consumo, junto com uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercício contribui para a diminuição do risco de Hipertensão.

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Quinta da Venda • Marés • Alenquer • PortugalTel: (+351) 263 798 000 Fax: (+351) 263 798 027

Email: [email protected]

Prof. Luís Archer

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL | Nº27 JULHO a SETEMBRO de 2011

ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL AMIGOS DE SÃO JOÃO DE BRITO

Padre Luís Ruiz