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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL – PDE

Ficha para identificação – Artigo Final

Turma 2014

Título: O Pedagogo na EJA: Desafios e Perspectivas

Autora: Arlete Probst de Lima

Disciplina/Área: Pedagogia

Escola de Atuação: CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim

Município da escola: Pitanga/PR.

Núcleo Regional de Educação:

Pitanga/PR.

Professora Orientadora:

Profª Ms. Maria Joselia Zanlorenzi

Instituição de Ensino Superior:

UNICENTRO

Resumo:

Neste artigo, temos como objeto de estudo os desafios e perspectivas na atuação do pedagogo na Educação de Jovens e Adultos – EJA. Nele, apresentamos os resultados do trabalho desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. A EJA é uma modalidade de ensino que atende jovens e adultos que não conseguiram concluir seus estudos da educação básica na idade apropriada. Sabemos que Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos, que atendem a este público, no Estado do Paraná, a cada ano, sofrem com uma significativa rotatividade de docentes e pedagogos sem experiência em EJA e com uma formação que não contempla as especificidades da modalidade. Diante deste quadro, buscou-se com este trabalho, analisar, refletir e pensar em ações que o pedagogo possa desenvolver no dia a dia. A pesquisa foi realizada no CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim, de Pitanga. Nesse sentido, pretendemos com o desenvolvimento destas ações contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento das ações pedagógicas nos CEEBJAs, a fim de melhor atender o público da EJA e suas especificidades.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Formação Docente; Organização do Trabalho Pedagógico.

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O PEDAGOGO NA EJA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Autora: Profª Pedagoga Arlete Probst de Lima1 Orientadora: Profª Mestre Maria Joselia Zanlorenzi2

RESUMO: Neste artigo, temos como objeto de estudo os desafios e perspectivas na atuação do pedagogo na Educação de Jovens e Adultos – EJA. Nele, apresentamos os resultados do trabalho desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. A EJA é uma modalidade de ensino que atende jovens e adultos que não conseguiram concluir seus estudos da educação básica na idade apropriada. Sabemos que Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos, que atendem a este público, no Estado do Paraná, a cada ano, sofrem com uma significativa rotatividade de docentes e pedagogos sem experiência em EJA e com uma formação que não contempla as especificidades da modalidade. Diante deste quadro, buscou-se com este trabalho, analisar, refletir e pensar em ações que o pedagogo possa desenvolver no dia a dia. A pesquisa foi realizada no CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim, de Pitanga. Nesse sentido, pretendemos com o desenvolvimento destas ações contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento das ações pedagógicas nos CEEBJAs, a fim de melhor atender o público da EJA e suas especificidades.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Formação Docente; Organização do Trabalho Pedagógico.

1. Contextualização da pesquisa, trajetória teórico-metodológica e organização das atividades. Neste artigo, apresentamos a sistematização das ações desenvolvidas

no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. O trabalho partiu de um

projeto de intervenção pedagógica sobre as dificuldades e desafios de atuação

do pedagogo na Educação de Jovens e Adultos. Após a verificação da

complexidade de atuação dos profissionais que chegam à EJA sem uma

formação adequada, foram selecionados para participar de uma entrevista

1Especialista em Psicopedagogia, graduada pela Universidade Estadual do Centro Oeste-

UNICENTRO, Pedagoga e Professora de Atendimento Educacional Especializado da Rede Estadual de Ensino. 2Doutoranda em Educação, na linha de pesquisa “Políticas Públicas, Formação de Professores

e Organização Escolar” pela Universidade Estadual Paulista – UNESP - Campus Presidente Prudente- SP. Mestra em Educação, na linha de pesquisa História e Políticas Educacionais pela Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Professora do Departamento de Pedagogia na Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO – Campus Santa Cruz – Guarapuava - PR

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quinze profissionais que atuam, outros que já atuaram ou nunca na EJA, mas

estão iniciando sua atuação, na qual, quatro questões foram apresentadas: 1.

Você já trabalhou com turmas de EJA? 2. Em sua formação, houve alguma

disciplina que abordasse o tema EJA? Você se sente preparado(a) para atuar

nesta modalidade? 3. Quais são as maiores dificuldades para se trabalhar com

o público da EJA e suas especificidades? 4. Como você vê o trabalho do

pedagogo na EJA? Qual deveria ser o encaminhamento da equipe pedagógica

em relação aos profissionais que iniciam na EJA?

A pesquisa e aplicação das atividades do curso de extensão foram no

CEEBJA Casturina Campanharo Bonfim, em Pitanga, que funciona, na sede,

nos períodos vespertino e noturno; nas comunidades, através da Ação

Pedagógica Descentralizada – APED, que são turmas de EJA que funcionam

respeitando a Proposta Pedagógica e o Regimento Escolar da Escola Sede.

Estas turmas funcionam fora do CEEBJA, no período noturno, em locais de

difícil acesso, em outras escolas que não ofertam a modalidade EJA, mas há

demanda discente que sente necessidade de estudar, mas não podem chegar

a um CEEBJA por dificuldades de acesso ou trabalho.

Dos quinze profissionais que participaram, doze já atuam e três estão

iniciando na EJA. Destes, 100% responderam que não tiveram incluídas em

sua formação uma disciplina que abordasse as questões da EJA, enquanto que

80% disseram já estar apropriados das questões que abrangem as

especificidades da EJA porque já estão inseridos nesta modalidade há algum

tempo. 20% disseram estar completamente perdidos, pois a falta de formação

específica em EJA dificulta a atuação em uma modalidade tão distinta. Além

disso, 80% disseram que a maior dificuldade para se trabalhar na EJA, além da

falta de formação específica, é a diversidade dos sujeitos que formam turmas

com idades de 15 a 75 anos ou mais e exigem uma prática diferenciada para

atender e respeitar a grande particularidade. Também, 100% dos participantes

disseram que o trabalho do pedagogo, deve ser o de orientar e conduzir os

novos profissionais que chegam à EJA sem experiência na modalidade.

Destes, 40% compreendendo as dificuldades, a grande rotatividade de

professores e a carência de mais pedagogos para atender as especificidades

da EJA, sugerem um trabalho coletivo, onde todos os envolvidos possam

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contribuir com seus conhecimentos, experiências e estratégias utilizadas para

condução e sucesso das atividades.

Os resultados obtidos, após pesquisa in loco e bibliográfica, resultaram

na produção de um caderno temático que subsidiou oito encontros de

implementação, em forma de curso de extensão, com 32 horas de estudos

para 24 docentes, gestores, agentes educacionais II, pedagogos e acadêmicos

do último ano do curso de Pedagogia da UNICENTRO3.

Nestes encontros, o material produzido foi trabalhado, reforçado com

estudo da legislação, acesso aos documentos que amparam a EJA e exibição

de trechos de filmes que abordam a questão das dificuldades enfrentadas por

pessoas que não conseguiram estudar; tratam da importância da valorização

da história de vida de alunos adultos que trazem consigo uma grande bagagem

de conhecimentos e experiências e da importância de formação e do

incansável trabalho dos profissionais que atuam na EJA. As questões para

reflexão que fazem parte das unidades do caderno foram todas resolvidas.

Também, esta temática foi trabalhada no Grupo de Trabalho em Rede – GTR,

com um grupo de 17 pedagogos de várias localidades do Paraná, os quais,

após apreciarem o Projeto de Intervenção Pedagógica, o Caderno Temático, as

indicações de leitura e culturais, o Relato da Implementação e responderem as

questões propostas, apresentaram suas realidades, dificuldades e angústias

que em nada diferem da nossa em relação à EJA.

Em 1988, a Constituição, em seu artigo 208, garante que “O dever do

Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: ensino

fundamental obrigatório e gratuito, assegurada inclusive, sua oferta gratuita

para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”,

A EJA assegura este direito. Para Souza (2000, p. 165),

A educação básica para todos significa dar às pessoas, independentemente da idade, a oportunidade de desenvolver seu potencial, coletivamente ou individualmente. Não é apenas um direito, mas também um dever e uma responsabilidade para com os outros e com toda a sociedade.

Nesse sentido, é possível notar que a EJA, já passou por várias

mudanças e consegue se firmar por meio de leis que amparam o sujeito que

3 Universidade Estadual do Centro Oeste – Guarapuava.

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não conseguiu estudar na idade apropriada. Conforme a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional nº 9394/96, no artigo 37, estabelece que “A

Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso

ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria”.

No Brasil, historicamente, a EJA foi pensada para suprir o problema do

analfabetismo; não foi pensada em termos de processo educativo para aqueles

que na idade adequada foram impedidos de estudar, ou seja, uma escola

adequada à diversidade de perfis desta modalidade.

Os CEEBJAs no Paraná são originários dos CES, antigos Centros de

Estudos Supletivos, implantados com o objetivo de atender todos os alunos

que tivessem o desejo de retomar seus estudos, tantas vezes interrompidos.

Logo, a proposta pedagógica dos CES permitia o ensino semipresencial.

Os alunos se preparavam à distância e só compareciam esporadicamente para

serem avaliados e receberem nova ementa de conteúdos para a próxima

avaliação.

Hoje, no Paraná, a EJA é uma modalidade 100% presencial que atinge a

formação de jovens e adultos, idosos, alunos especiais oriundos da inclusão,

pessoas que cumprem medidas sócio educativas, alunos que por vários

motivos não deram certo no ensino regular, e os que foram impedidos de

frequentar ou não conseguiram estudar na idade apropriada, ou que, por

muitos motivos abandonaram a escola. Assim, atende alunos com diferentes

potencialidades, que apresentam maneira diferenciada de aprender e ordenar

seu conhecimento. Pessoas com uma história de vida que deve ser levada em

conta e considerada no processo de ensino aprendizagem; com uma

considerável bagagem de experiências e conhecimentos, que segundo Freire,

(1996), “[...] já trazem consigo para a sala de aula uma leitura articulada do

mundo”. Para Moraes (2006, p. 5):

O aluno da EJA apresenta um conjunto de características muito peculiar que envolve o retorno à escola como sendo a via possível para se alcançar postos mais elevados no mercado de trabalho, um lugar nesse mesmo mercado, ou, ainda, para as mulheres – donas de casa, em específico - uma oportunidade de vivenciarem uma atividade produtiva diferente das realizadas no interior do próprio lar. Em geral, esse aluno chega à escola com grande receio de não conseguir cumprir com as exigências institucionais e, ao mesmo tempo, apresenta uma visão de escola completamente atrelada à perspectiva empirista de educação. Isto o leva a refutar quaisquer

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propostas de ensino que sejam distintas do conhecido e ‘clássico’ modelo de uma aula transmitida via quadro de giz, com pouco diálogo, muita cópia e repleta de exercícios repetitivos para que o aluno execute.

Este sujeito a que se refere Moraes (2006) é o aluno adulto, que vê a

EJA como segunda, ou talvez, última chance de concluir a Educação Básica;

aquele que teve pouco ou quase nada de escola e ainda a vê como um modelo

tradicional, na qual apenas a escrita e a leitura dão conta de um aprendizado

significativo. Juntamente com este público, há muitos jovens que por algum

motivo abandonaram o ensino regular e veem o CEEBJA como a única chance

de concluir a Educação Básica. Estes, diferente dos adultos, não aceitam mais

o modelo tradicional, ao contrário, querem aulas dinâmicas, interativas e

funcionais, travando muitas vezes um embate de ideias e atitudes.

No intuito de contemplar os diferentes sujeitos, as Diretrizes Curriculares

da Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná apresentam os eixos

que devem nortear o trabalho pedagógico na EJA: a Cultura, o trabalho e o

tempo.

Cultura, por ser produto de significações da atividade humana, “[...] a

arte, a ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas

morais, as instituições sociais, as crenças, as formas de trabalhar”

(SACRISTÀN, 2001, p.105).

Trabalho, por ser compreendido como a forma de produção da vida

material, não se reduzindo à preocupação para o mercado de trabalho, mas

como ação pela qual o homem transforma a natureza e a si mesmo.

Tempo: físico, vivido e pedagógico. Físico, ligado à organização escolar,

tempo de ação pedagógica; vivido, tanto do docente nas suas experiências

pedagógicas, formação e ação, quando do discente, nas suas experiências

sociais, escolares e pedagógicas, tempo destinado à escolarização e

socialização do conhecimento.

Estes eixos devem se unir para efetiva apropriação do conhecimento,

não se restringindo à simples transmissão, mas à compreensão.

Embora tenha tido muitos sucessos, a educação de jovens e adultos

possui características próprias e tem muito a avançar. A EJA pode contribuir

para que seu público desenvolva suas habilidades intelectuais, suas

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capacidades de participação social, sejam críticos, tenham independência,

autonomia, aumentem sua consciência e interação com o mundo.

2. Formação Docente: Uma reflexão sobre a formação recebida e a formação necessária para atuação na EJA

As rápidas transformações pelas quais a nossa sociedade está

passando, tem ocasionado grande pressão para que as escolas se adequem

para acompanhar essa evolução, já que ela tem e recebe grande influência

social, política, cultural, tecnológica e econômica.

Toda esta influência torna muito maior o desafio de atuar na educação

de Jovens e Adultos sem formação adequada.

Os professores que trabalham na educação de Jovens e Adultos, em sua quase totalidade, não estão preparados para o campo específico de sua atuação. Em geral, são professores leigos ou recrutados no próprio corpo docente do ensino regular. Note-se que na área específica de formação de professores, tanto em nível médio quanto em nível superior, não se tem encontrado preocupação com o campo específico da EJA. (DI PIERRO, 2005, p. 15).

Os profissionais, especialmente docentes que assumem suas funções

na EJA, geralmente são os mesmos que atuam nas escolas de ensino regular,

profissionais que não tiveram incluídas na sua formação as exigências

características desta modalidade de ensino.

Com maior razão, pode-se dizer que o preparo de um docente voltado para a EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino. Assim esse profissional do magistério deve estar preparado para interagir empaticamente com esta parcela de estudantes e estabelecer o exercício do diálogo. Jamais um professor aligeirado ou motivado apenas pela boa vontade ou por um voluntariado idealista e sim um docente que se nutra do geral e também das especificidades que a habilitação como formação sistemática requer. (Parecer 11/2000, p. 56).

Pensar a formação do docente que atua na EJA é lembrar que a

Educação de Jovens e Adultos tem uma realidade e público específicos, de

pessoas que já vivem no mundo do trabalho, com responsabilidades,

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experiências, valores, perspectivas diferenciadas e uma gama de

conhecimentos. Mas também adolescentes com defasagem de idade-série,

excluídos, marginalizados e que, portanto, não admitem a mesma pedagogia

educacional utilizada nas escolas regulares. Para qualquer destes públicos, o

professor precisa estar preparado com boa formação e consciência de que ela

nunca se acaba. "Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A

gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente,

na prática e na reflexão da prática". (FREIRE, 1997, p. 58)

Os cursos de formação de professores não tem proporcionado uma

formação abrangente, de forma que este profissional possa atuar em qualquer

modalidade de ensino, ao contrário disso, temos visto uma formação precária e

fragmentada que se não for complementada com cursos específicos, formação

continuada, o professor pode demorar muito para se adequar a qualquer

modalidade que não seja o regular. Gatti (2011, p. 25), sobre o trabalho

docente, diz que os professores hoje,

[...] são instados a compreender essas crianças e jovens, motivá-los, formá- los e ensiná-los. Cada vez mais, os professores trabalham em uma situação em que a distância entre a idealização da profissão e a realidade de trabalho tende a aumentar, em razão da complexidade e da multiplicidade de tarefas que são chamados a cumprir nas escolas. A nova situação solicita, cada vez mais, que esse(a) profissional esteja preparado(a) para exercer uma prática contextualizada, atenta às especificidades do momento, à cultura local, ao alunado diverso em sua trajetória de vida e expectativas escolares. Uma prática que depende não apenas de conhecimentos e de competências cognitivas no ato de ensinar, mas também de valores e atitudes favoráveis a uma postura profissional aberta, capaz de criar e ensaiar alternativas para os desafios que se apresentam.

Quando analisamos as matrizes curriculares4 dos cursos de licenciatura,

como Letras, História e Pedagogia da UNICENTRO, é possível entender a

precariedade na formação do professor. Elas não oferecem uma disciplina de

EJA, nem mesmo obrigam estágio nesta modalidade, apenas o curso de

pedagogia oferece esta disciplina, porém apenas no quarto ano, numa carga

horária de 68 horas, sem obrigatoriedade de estágio.

4 Matrizes Curriculares disponíveis em: http://sites.unicentro.br/wp/historia/matriz-curricular/.

Acesso em 07/11/2014.

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A privação da EJA no currículo destes cursos causa perdas. E, sobre

esta privação, Ribeiro (1999, p. 197) destaca:

[...] cabe ressaltar que a problemática da educação de jovens e adultos merece compor o currículo de formação básica de todos os educadores. Afinal, diz respeito a todos a luta contra a exclusão social e educativa, a superação da perspectiva assistencialista da educação compensatória e a articulação de sistemas de ensino inclusivos, que viabilizem múltiplas trajetórias de formação.

Sendo assim, os cursos de especialização e formação continuada para

qualificar os profissionais à apropriação dos conhecimentos necessários, são

uma boa estratégia para a reflexão da prática pedagógica em EJA.

Silva (2002, p. 15) defende a formação continuada, mas com base na

realidade da escola:

Defendemos a proposta de que a formação continuada deve se dar com base na realidade da própria escola, em suas reais necessidades e seu projeto pedagógico. Não se pode pensar a perspectiva de uma nova escola sem colocar como meta primordial a formação continuada. Para tanto, é necessário que a escola se constitua num espaço de crescimento do professor.

Não há como negar que a formação continuada com base nas teorias

que sustentam a EJA e nas teorias pedagógicas sobre a juventude e a vida

adulta, aliadas à reflexão e prática que a cada dia ensina o professor a

conhecer seu aluno é o caminho para o sucesso educacional desta

modalidade. Paulo Freire (1996, p. 39) evidencia a importância da formação

constante e da reflexão do professor:

É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento” epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve dela “aproximá-lo” ao máximo.

Logo, o educador da EJA precisa procurar permanentemente por

qualificação profissional para que suas ações pedagógicas sejam condizentes

com as necessidades dos educandos jovens e adultos, para que a práxis esteja

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presente em seu meio e para que atenda a demanda que a nossa sociedade

está exigindo nos dias atuais.

A responsabilidade ética, política e profissional do ensinamento lhe

coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes

mesmo de iniciar sua atividade docente. Essa atividade exige que sua

preparação, sua capacidade, sua formação se tornem processos

permanentes. Sua experiência docente, se bem percebida e bem

vivida, vai deixando claro que ela requer uma formação permanente

do ensinamento. Formação que se funda na análise crítica de sua

prática. (FREIRE, 1993, p. 28).

Portanto, uma boa formação dos profissionais que atuarão na EJA

contribuirá muito mais na conquista da qualidade da educação para aqueles

que buscam na escola o sentido de fazer parte da sociedade, de serem

reconhecidos e respeitados como verdadeiros cidadãos.

3. Os desafios e as perspectivas do trabalho do Pedagogo na EJA

O curso de Pedagogia no Brasil já passou por várias reformulações

desde a sua criação, na tentativa de adequar o curso às necessidades da

escola. Esse, já formou bacharel com habilitação técnica na área educacional,

licenciado para atuar na docência e dar aula no ensino secundário e normal,

especialista em orientação e supervisão educacional, administração e inspeção

escolar.

Em 2006, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de

Pedagogia, na tentativa de encontrar uma identidade própria, determinam que

o curso de pedagogia deva ser pautado na docência, extinguindo as

habilitações e indicando que a formação deverá ser teórica, dentro de uma

diversidade de conhecimentos, implicando assim a licenciatura como

identidade do pedagogo.

O Edital Nº 17/2013 do concurso público do Estado do Paraná descreve

o cargo professor-pedagogo como “Atividade de Suporte Pedagógico direto à

docência na Educação Básica, voltadas para planejamento, administração,

supervisão e orientação educacional” e faz uma relação de quinze atribuições

ao pedagogo, reduzidas com relação ao edital Nº 10/2007 que previa vinte e

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três e ao edital Nº 37/2004 com vinte e sete atribuições ao futuro professor

pedagogo.

Todas as atribuições descritas nos editais servem para qualquer escola

ou modalidade de ensino, deixando claro que apenas a nomenclatura mudou,

mas as funções não, pois elas apenas se acumularam. Desta forma, o

pedagogo chegou nas escolas com uma formação inadequada e sem

momentos de estudos para compreensão das novas funções que o cargo

exige: domínio de conteúdo científico, pedagógico e técnico. Sobre tais

funções, Franco (2003, P.110), elucida:

O pedagogo será aquele profissional capaz de mediar teoria pedagógica e práxis educativa e deverá estar comprometido com a construção de um projeto político voltado à emancipação dos sujeitos da práxis na busca de novas e significativas relações sociais desejadas pelos sujeitos.

Com todas e por todas as funções atribuídas ao pedagogo, seu trabalho

fica ineficiente. E, a falta de reflexão e organização de um plano de ação

eficiente, direcionado especialmente às especificidades da EJA, suas ações

acabam descaracterizadas.

O pedagogo da EJA cumpre todas as funções possíveis que lhe cabem e

até as que não cabem, tal qual no ensino regular. Há um grande equívoco por

parte de muitas pessoas, inclusive dos próprios pedagogos da rede e de

professores que nunca atuaram nesta modalidade, que o CEEBJA, por

trabalhar com jovens e adultos, é um local muito tranquilo, com pouquíssimos

casos de indisciplina, poucos problemas, correrias ou dificuldades que

mereçam grande atenção. No entanto, o trabalho pedagógico, seja em

qualquer modalidade de ensino, tem suas especificidades e dificuldades.

Assim, O pedagogo, de qualquer modalidade, mas especialmente da EJA,

precisa munir-se de ferramentas teóricas que o auxiliem na prática. Para tanto,

é imprescindível a este profissional, formação e aprofundamento reflexivo

sobre o processo de escolarização de Jovens e Adultos. Para FREIRE, (1996,

p.39):

Não existe prática sem teoria, como também não existe teoria que não tenha nascido de uma prática, porque o importante é que a reflexão seja um instrumento dinamizador entre prática e teoria. Porém, não basta pensar, refletir, o crucial é fazer com que a

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reflexão nos conduza à ação transformadora, que nos comprometa com nossos desejos, nossas opções, nossa história.

Resolver os problemas docentes e discentes que aparecem todos os

dias é essencial, porém a organização para a prevenção dos problemas poderá

ser uma estratégia inteligente que favorecerá a atuação do grupo. Portanto, o

pedagogo é peça fundamental na mediação das práticas escolares e precisa

estar sempre repensando suas ações. É uma tarefa desafiadora, mas

extremamente importante para a condução e sucesso das ações pedagógicas

desenvolvidas na EJA.

Todo o trabalho desenvolvido durante os dois anos de estudos no PDE,

resultaram num aprendizado significativo. Retomando como base os objetivos

iniciais do “Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola”, consideramos que a

temática “O Pedagogo na EJA: desafios e Perspectivas” foi relevante e

satisfatória. Percebemos em vários momentos que os professores apresentam

um discurso bastante repetitivo: eu não tive formação para trabalhar na EJA e

por isso me faltam subsídios teóricos para uma prática ideal. Com isso,

entendemos que a formação do futuro profissional da educação, mesmo num

mundo com tantas mudanças e evoluções, continua precária e insuficiente.

Alguns relatos e muitas questões surgiram durante os encontros de

implementação e do GTR. O Professor 1 diz que o caderno temático produzido,

com questões relacionadas à EJA, “Facilita a compreensão da organização e

funcionamento da EJA, dá uma prévia de quem é o sujeito da EJA e suscita o

interesse em ir além para uma formação que não tivemos”. Já o professor 2,

fez questão de colocar na observação da sua avaliação:

Esta produção precisa ser trabalhada na primeira semana de formação com todos os novos professores e pedagogos; lembro de quando eu comecei, se um trabalho como este fosse me apresentado, eu não teria sofrido tanto para compreender o trabalho na EJA.

Diante destas constatações e compreendendo a situação, chegamos à

conclusão de que o trabalho do pedagogo, já fundamental dentro de qualquer

modalidade de ensino, é imprescindível na EJA. A começar pelo

direcionamento de suas ações no intuito de proporcionar ao profissional que

chega sem formação e compreensão da modalidade EJA, uma formação

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imediata e continuada, seja individual ou através de grupo de estudos

permanente, pois formação inicial não basta, conhecimento se atualiza e se

aperfeiçoa, especialmente se ele for pautado por situações vividas, reflexivas e

que resultem em retomada de reflexões sobre a profissão, atuação e

limitações. Sobre isso, o professor 3, diz:

Faz-se muito necessária formação continuada ou até mesmo inicial para os professores que assumem o CEEBJA sem orientação e conhecimento da modalidade, para que conheçam a história de vida dos alunos, suas especificidades, para que saibam como trabalhar de modo a motivá-los, diminuir a evasão, que aprendam a utilizar diversas metodologias e ainda aprendam como funciona o cronograma ofertado, registro no livro de classe e muito mais.

Com os resultados desta pesquisa e as reflexões que dela fomentaram,

pretendemos compartilhar as experiências, aprendizagens e desafios com

todos os profissionais que iniciam seus trabalhos na EJA, colocando em prática

todas as ideias e sugestões que surgiram, revendo nossas práticas

pedagógicas e elegendo as prioridades para que o sucesso do processo ensino

aprendizagem seja garantido.

4. Considerações Finais

A educação, em qualquer modalidade é sempre um grande desafio, mas

na EJA, tendo em vista às exigências e especificidades existentes, o desafio se

torna ainda maior.

Com o projeto de intervenção pedagógica na escola, o material

pedagógico, que subsidiou os encontros de implementação no curso de

extensão e o GTR, foi possível compreender as dificuldades que cercam os

profissionais que atuam na EJA, bem como as dificuldades e angústias

daqueles que ainda não atuam e principalmente da equipe pedagógica que é

responsável pelo suporte pedagógico.

Diante do problema sobre a falta de formação específica para a

modalidade de Educação de Jovens e Adultos, chegamos à conclusão de que

se não a temos, precisamos buscá-la. Para isso, é necessário como primeira

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ação do coletivo escolar da EJA, que o projeto político pedagógico do CEEBJA

contemple uma proposta de formação continuada condizente com a realidade e

necessidades da EJA.

Constatamos a importância de se pesquisar e estudar temas que

carecem de maior atenção, visto que a cada tema proposto muitos outros se

desdobram e acabam inseridos nas reflexões que culminam em novas

possibilidades de investigação, estudo e aprofundamento.

Consideramos que todo o trabalho desenvolvido e a troca de

experiências, proporcionaram um processo de novas reflexões que contribuirão

para repensar a práxis e com isso haverá um grande ganho pedagógico para

todos, mas especialmente para os sujeitos da EJA.

O trabalho do pedagogo deve ser incansável na perspectiva de

contribuição com todos, mas especialmente àqueles que nunca atuaram na

modalidade EJA. Acreditamos que a EJA deveria ser um diferencial na vida dos

alunos e não mais uma escola na qual eles têm a oportunidade de completar

sua formação, por isso precisa e merece ser pensada em suas especificidades,

com vistas a um trabalho que venha de encontro às necessidades de um

público já tão marcado pela exclusão escolar e social.

Referências Bibliográficas BRASIL. Lei n. 9394 de 20 dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, p. 027833, col. 1, 23 dez. 1996. DI PIERRO, Maria Clara. Notas sobre a definição da identidade e das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. Educação e Sociedade, Campinas, número especial, v.26, out. 2005. FRANCO, Maria Amélia Santoro. Pedagogia como ciência da educação. Campinas: Papirus, 2003. FREIRE, P. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

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SOUZA, J. F. A educação escolar, nosso fazer maior, des(a)fia o nosso

saber: Educação de Jovens e Adultos. Recife: Bagaço, 2000.