OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é...

18
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é...

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

PREVENÇÃO DO USO DE DROGAS NA ADOLESCÊNCIA NO

AMBIENTE ESCOLAR

Marina Acosta Vargas Graciano 1

Marcelo Lambach 2

RESUMO

Os estudantes recebem muitas informações sobre o uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, mas a questão é como eles absorveram essas informações. Não existe uma obrigatoriedade do tema nos documentos que norteiam a educação básica e a maioria das palestras realizadas no ambiente escolar enfatizam apenas a parte química das drogas. Assim, este material teve o intuito de analisar a área fisiológica e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar a compreensão de que o corpo passa por modificações visíveis, e que a mudança depende de informação, conhecimento e prevenção. A cartilha explicativa busca trazer informações relevantes acerca do uso de drogas e seus males, assim como o material audiovisual que além de abordar o uso de drogas, também traz depoimentos reais de dependentes. As palestras devem ter como público alunos(as), pais, responsáveis, professores(as), gestores(as), pedagogos(as) e funcionários(as) da escola, para que estes tomem conhecimento da temática e possam, além de saber dos males das drogas, identificar possíveis usuários. Os questionários buscam verificar, junto aos internos da comunidade terapêutica, os motivos pelos quais eles entraram no universo das drogas e quais suas perspectivas para o futuro, bem como verificar as relações existentes entre o uso de drogas e classes sociais, além de analisar o papel da família no combate ao uso de drogas.

Palavras-chave: Drogas. Adolescência. Educação.

INTRODUÇÃO

Este texto resulta dos estudos realizados com a utilização de um material

didático produzido ao longo do PDE. A investigação, que parte da identificação dos

possíveis motivos que levam o envolvimento dos adolescentes com drogas, buscou

propor uma discussão em torno da prevenção com o intento de diminuir os prejuízos

causados pelo seu consumo.

O material didático utilizado serviu como apoio pedagógico para desenvolver

um trabalho de orientação com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental do

1 Professora Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), Da Secretaria de

Estado de Educação do Paraná – edição 2014 - [email protected] 2 Professor Orientador PDE pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná [email protected]

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

Colégio Estadual Dr. Décio Dossi EFMP, do município de Fazenda Rio Grande.

Considerando que é na escola que os adolescentes vivem boa parte de suas

vidas, sendo um ambiente privilegiado para reflexão e formação de consciência.

Pretende-se assim discutir nesse ambiente os prejuízos causados pelo consumo de

drogas e consequências que trazem ao organismo, tais como: físicas, morais,

emocionais e comportamentais.

A proposta foi orientar os adolescentes em relação a conceitos, tipos de

drogas, efeitos, consequências do vício e recuperação, com base na cartilha e

atividades que foram pensadas para contribuir com o processo de desenvolvimento

do referido projeto, tendo como objetivo fazer com que os alunos expressem suas

opiniões, debatendo sobre o assunto e desenvolvendo argumentos para as possíveis

soluções. Serão utilizados textos, vídeos, depoimentos de dependentes químicos da

Comunidade Terapêutica Nova Jornada e dramatização para discutir as possíveis

causas que levam os adolescentes ao universo das drogas. Esperou-se, também,

levar informações sobre os tipos de drogas, danos físicos, psíquicos, sociais e morais

e como fazer para interromper vício.

Para finalizar as atividades desenvolvidas durante o período de aplicação, os

alunos fizeram uma visita à Comunidade Terapêutica Nova Jornada, fazendo a

doação de alimentos e roupas que serão direcionados a dependentes químicos da

mesma, conhecendo assim, o processo de reabilitação dos dependentes químicos e

o retorno à sociedade.

Os estudantes recebem diversas informações sobre o uso de drogas, sejam ela

ilícitas ou lícitas, a questão é como eles absorvem essas informações, mesmo porque

não há uma regra nos estudos que norteiam, esse tema, na educação.

O foco desse estudo, o uso de drogas na adolescência, está em fase crescente

e é responsável pelos índices elevados de evasão escolar, índices que aumentam a

cada ano.

Quando se faz ações como palestras em ambientes escolares enfatiza-se as

drogas somente para a parte química, sem relacioná-la com fatos reais. O intuito,

desse estudo, é elaborar um projeto que esteja voltado também para a área fisiológica

e, principalmente, a psíquica, já que só é possível tratar um problema se for

identificado o fato como real, possibilitando ao usuário compreensão das modificações

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

Pelas quais seu organismo passa, além de um trabalho psicológico, visto que, na

maioria das vezes, a solução está no próprio usuário, e quanto maior for o

conhecimento, a prevenção e a informação, maiores serão as chances de solução da

problemática. Para que um organismo volte ao seu equilíbrio é necessário um trabalho

de um todo.

As causas que levam uma pessoa a usar drogas são inúmeras, a influência da

sociedade tem grande parcela. Viver numa sociedade com grandes disparidades,

diversidades culturais, preconceito, discriminação e violência pode não ser tão

simples, para alguns indivíduos a saída encontra-se no uso de drogas, lembrando que

os indivíduos são únicos e cada um tem uma história, na maioria das vezes histórias

acompanhadas dos contextos descritos acima. Mas isso não é uma regra.

Essa situação atinge, diretamente, a vida escolar, já que os usuários, em sua

maioria, ainda se encontram em idade escolar. Já à escola cabe transmitir

conhecimentos científicos e/ou não, para contribuir para a formação de cidadãos de

bem, que saibam se relacionar com outros e com o meio em que vivem. Dentre os

ensinamentos passados pela escola, dentro do contexto drogas, podemos

exemplificar com o entendimento do organismo, o seu funcionamento e suas

modificações, a interferência que uso de drogas vai causar em sua alimentação,

condicionamento físico, qualidade de vida.

Além do conhecimento cientifico é necessário também o conhecimento

humanizado, este último está relacionado com a relação entre usuários e sua família,

ou entre o estudante usuário e sua escola, as relações pessoais e interpessoais que

esse indivíduo vai ter durante sus vida.

A chave da problemática pode estar no conhecimento e identificação do

problema, não há uma solução regrada, mas quanto mais se conhece o problema, fica

mais fácil identificar a solução para o mesmo.

O maior problema, causa desse estudo, é saber quais os motivos levam os

adolescentes a entrar precocemente no mundo das drogas?

Para responder a essa questão foi feito um estudo de campo, realizado em uma

comunidade terapêutica, com 15 adolescentes usuários de drogas, a instituição

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

Escolhida foi a CRENVI Casa de Recuperação Nova Vida, que fica localizada na

cidade de Curitiba.

O objetivo principal desse estudo, é elaborar um material que aborde o uso de

drogas de uma maneira mais específica, para que esse material seja utilizado de

forma preventiva nos ambientes escolares, dando um suporte para o estudo das

drogas para os educandos.

Os objetivos específicos desse estudo, estão relacionados abaixo:

Verificar os motivos pelos quais os adolescentes entram no universo das

drogas, através de uma pesquisa de campo realizada em comunidades

terapêuticas;

Contextualizar as respostas dos internos da comunidade com a realidade dos

alunos da instituição escolar;

Verificar Como as drogas interferem no desenvolvimento físico e psíquico

dos jovens através da uma pesquisa teórica e junto a profissionais da área;

Verificar as relações existentes entre o USO de drogas e classes

sociais, através de questionário socioeconômico respondido pelos internos

da comunidade terapêutica;

Analisar o papel da família no combate ao USO de drogas;

Elaborar uma cartilha, que possa ser utilizada no ambiente escolar, para

orientar alunos sobre os riscos do USO de drogas.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para um melhor entendimento do assunto de estudo são necessárias algumas

premissas, o conhecimento do assunto de que se trata é de suma importância para

um bom desenvolvimento do projeto. Para tanto, é importante saber o que autores

especializados no assunto descrevem sobre o tema.

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

1.1 ADOLESCÊNCIA

A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a vida adulta.

Etimologicamente tal termo deriva do latim adolecer, cujo significado é “crescer,

engrossar, tornar-se maior, atingir a maioridade” (TIBA, 1985).

De acordo com Outeiral (1994, p. 6), a adolescência é definida como:

Uma palavra com dupla origem etimológica e caracteriza muito bem as peculiaridades desta etapa da vida. Ela vem do latim ad (a, para) e olecer (crescer), significando a condição de processo de crescimento. Em resumo o indivíduo apto para crescer. A adolescência também deriva do adolescer, origem da palavra adoecer, temos assim, nesta dupla origem etimológica, um elemento para pensar esta etapa da vida: aptidão para crescer (não apenas no sentido físico, mais também psíquico) e para adoecer (em termos de sofrimento emocional, com as transformações biológicas e mentais que operam nesta faixa da vida).

Para Nery Filho e Torres (2002) a adolescência constitui um período de grandes

transformações, as quais acabam por exigir uma série de adaptações dos jovens,

além de ser uma fase com várias crises existenciais, em que o adolescente acaba

de passar por uma etapa de insegurança, a qual surge devido ao fato de ele sentir-

se impelido de abandonar o ponto de partida em que referenciais históricos são

rompidos e um novo caminho traçado.

O adolescente é um viajante que deixou um lugar e ainda não chegou no seguinte. Vive um intervalo entre liberdades anteriores e responsabilidades/compromissos subsequentes; vive uma última hesitação antes dos sérios compromissos da fase adulta. (LOSACCO, 2005, p.69)

Scivoletto (1997, p. 34) afirma que a adolescência é uma fase na qual todos

procuram sua própria identidade. Trata-se de um momento onde os indivíduos

querem ser reconhecidos por si e não por sua hereditariedade. Segundo o autor,

nessa procura por uma identidade própria, o jovem tenta pertencer a um grupo

diferente se sua família, ou seja, ele busca “a turma” que, muitas vezes, se confunde

com sua identidade.

Conforme Schenker; Minayo (2006, p.302), os amigos preenchem o vácuo do

progressivo desprendimento da tutela dos pais e são tratados, pelos jovens, como

se fossem os primeiros em importância na sua vida. Compreender esses aspectos

é fundamental para a transição saudável do adolescente, podendo ser negociados,

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

com sucesso, numa relação estruturada no afeto e apoio mútuo entre pais e filhos.

Liddle et. al. apud Schenker e Minayo (2006, p.302) afirma que é na ausência de

cordialidade, encorajamento, monitoramento e colocação suficiente de limites que

os adolescentes têm dificuldade em fazer a transição entre a confiança primeira

colocada nos pais para uma maior independência e foco cada vez maior nos amigos.

É neste momento que se dá início aos questionamentos sobre regras e

normas e tentam buscar seus caminhos próprios. Conforme Caldeira (1999, p.16),

as primeiras contestações, geralmente, ocorrem no ambiente familiar, onde o

adolescente começa a questionar comportamentos que lhes são impostos como se

fossem leis e passa a exigir da família e do ambiente que o cerca respostas

coerentes aos seus questionamentos. Isso significa a entrada do indivíduo numa

nova realidade, com a qual ele vai se relacionar de forma particular e que lhe

permitirá reconhecer-se enquanto sujeito. Na busca de sua identidade passam a ter

ideias e ideais próprios, deixando de se espelhar apenas nos pais para se deixar

influenciar também pelo grupo de amigos.

Por isso, a criança que há pouco tempo recebia sem questionar as

repreensões de seus pais, obedecia a seus preceitos e desfrutava sua companhia,

transforma-se de repente em um jovem insubordinado e respondão, que rechaça

suas orientações, infringe suas normas disciplinares e prefere andar só ou com os

amigos, a compartilhar com seus pais as atividades familiares.

Aberastury apud Freitas (2002, p.36) define a adolescência como:

Um momento crucial da vida do homem e constitui a etapa decisiva de um processo de desprendimento que começou com o nascimento. As modificações psicológicas que produzem neste período, e que são o correlato de modificações corporais, levam a uma nova relação com os pais e o mundo. Isso só é possível se elabora, lenta e dolorosamente, o luto pelo corpo infantil, pela identidade infantil e pela relação com os pais na infância.

Cabe ressaltar que não é apenas o adolescente que passa por

transformações, a família também passa por uma série de estranhamentos diante

de tal fase.

Para Outeiral (1994, p.16) a ruptura tem como tarefa central a independização, fase onde deve ocorrer uma quebra dos vínculos de relacionamento infantis por outro mais maduro, mais adulto e independente.

Segundo Grynberg; Kalina (2002, p.17) é na adolescência que o mundo se descortina, é um salto com vistas para um renascimento, onde este passa a questionar a conhecida vida familiar, os conceitos tradicionais, regras e padrões pré- estabelecidos, em busca de algo que seja realmente seu.

Desta maneira o adolescente começa a descobrir o que lhe foi

indevidamente imposto, a série de pressões vindas não sabe bem de onde, e que

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

muito do que acreditava em lhe pertencer – sentimentos, expectativas, opiniões,

objetivos – realmente não lhe diz respeito algum.

Minelli (2005) afirma que existem três aspectos desta transição que podem

ser apontados: a mudança da relação com os pais, o estabelecimento de novas

relações e a integração ao grupo de amigos. A emancipação aos pais é uma tensão

entre duas forças opostas, o controle dos pais e o desejo do filho de libertar-se dele

e alcançar sua independência. Esta é a etapa da vida durante a qual se experimenta

uma necessidade irresistível de rebelar-se contra a autoridade e procurar a

independência.

Scivoletto e Morihisa (2001, p.30) são categóricas quando afirmam que:

Uma questão fundamental na adolescência é a separação e a

individualização do adolescente em relação à família. O estresse e a

ansiedade advindos dessa Zfase aumentam a vulnerabilidade dos

adolescentes à pressão dos amigos. Se por um lado ganham autonomia em

relação a seus pais, por outro lado adquirem uma forte aliança com seus

colegas. Nesse movimento, a influência do grupo e a "modelagem", isto é, a

imitação de determinados comportamentos a partir de um ídolo, que em geral

é o líder do grupo, tornam-se especialmente importantes.

De acordo com Minelli (2005) a imagem dos pais e sua influência no

comportamento dos filhos também se modificam, uma vez que as relações verticais,

baseadas na autoridade, acabam por se transformar de forma gradativa,

convertendo-se em uma interação horizontal, alimentada pelo afeto, admiração e

respeito. Trata-se de uma mudança provida pelo desejo de liberdade e originada de

uma nova imagem mais humana dos pais e também mais acessível aos filhos.

1.2 CONSUMO DE DROGAS

O consumo de drogas tem acompanhado a história da humanidade, esta

acontece há milhares de anos e, provavelmente, a acompanhará para sempre

(SIMÕES, 2008).

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

Bucher (2002, p. 8) afirma que:

Ao percorrermos a história da civilização, encontramos a presença de drogas,

desde os primórdios da humanidade, inseridas nos mais diversos contextos:

social, econômico, medicinal, religioso, ritual, cultural, psicológico, estético,

climatológico e mesmo militar. O consumo de drogas deve, portanto, ser

considerado como um fenômeno, especificamente humano, isto é, um

fenômeno cultural: não há sociedade que não tenha as suas drogas,

recorrendo a seu uso para finalidades diferentes, em conformidade com o

campo de atividade no qual se insere. Alguns autores opinam mesmo que a

história do homem é aquela das drogas que consome.

De acordo com Muza et. al. (1997) já nos séculos anteriores tomou-se

conhecimento acerca do consumo de drogas durante as sociedades primitivas,

estas faziam uso de substâncias psicoativas de maneira ritualística. Os mesmos

autores afirmam que foi durante as décadas de 60 e 70 que as drogas começaram

a ser consumidas em grande quantidade pelos jovens. No Brasil, o consumo de

drogas pelos adolescentes passou a ser intenso nas últimas décadas do século XX

(SANTOS; PRATTA, 2007).

Bucher (1992) afirma que na década de 60 surgiram os hippies e estes

entendiam as drogas como uma forma de experimentar novas sensações da vida e

da interioridade humana. Com a chegada do militarismo e com a evolução da

conjuntura econômica, o modelo de sociedade dita “liberal” acabou por ceder

espaço ao modelo consumista, deixando o movimento hippie para trás e dando um

novo sentido ao uso de drogas, as quais passam a ser um meio para esquecer as

coisas. Já na década de 90 os meios de comunicação acabaram por reforçar o uso

destas substâncias, mostrando-as como promessa para esquecer os problemas,

inseguranças, além de permitir encontros grupais.

Para Cavalcante, Alves e Barroso (2008) pode-se considerar a atual geração

como a mais urbana de toda a história da humanidade. Devido a esta urbanização,

os adolescentes acabam por ficar mais expostos aos riscos de fazer uso de drogas.

As autoras ainda afirmam que os fatores associados ao consumo de álcool na

adolescência estão intimamente relacionados aos aspectos sócio históricos, tais

como a urbanização, a industrialização, além da crise econômica da década de 80

que acabou por dificultar a inserção dos jovens no mercado de trabalho e torná-los

insatisfeitos.

O primeiro contato com as drogas, geralmente, acontece durante a fase da

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

adolescência (MUZA et. al., 1997). “Os levantamentos epidemiológicos sobre o

consumo de álcool e outras drogas entre os jovens no mundo e no Brasil mostram

que é na passagem da infância para a adolescência que se inicia esse uso” (CRUZ;

MARQUES, 2000, p. 32). Já Rezende (1999) acredita que este uso pode ter início

na infância e na pré-adolescência.

São inúmeros os motivos que levam o adolescente a consumir drogas.

Pessini (1999) acredita que os principais motivos sejam a curiosidade; a ausência

de valores; a busca por uma felicidade artificial; a necessidade de enfrentar tensões

e problemas de maneira mais tranquila; a vida estressante; a ditadura da moda; as

incompreensões; os desequilíbrios afetivos; a pressão dos grupos sociais, além das

rejeições. Acerca dos fatores que levam ao uso, a literatura demonstra que estes

são variados, podendo ser genéticos, psicológicos, socioeconômicos e culturais

(SANTOS; PRATTA, 2007).

2. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Durante a aplicação do projeto buscou-se:

Desenvolver um-material explicativo que trouxesse informações

relevantes para os alunos acerca do uso de drogas e os males que estas podem

causar ao seu desenvolvimento físico, psíquico, intelectual e social;

Desenvolver material audiovisual que trouxessem informações

relevantes sobre o uso de drogas, assim como depoimentos reais de dependentes;

Ministrar palestras aos alunos, pais, responsáveis, professores,

gestores, pedagogos e funcionários da escola acerca do assunto;

Elaborar questionários para verificar junto aos internos da comunidade

terapêutica os motivos pelos quais eles entraram no universo das drogas e quais

suas perspectivas para o futuro;

Elaborar questionário para verificar junto aos profissionais da área da

saúde como as drogas influenciam na vida dos adolescentes.

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

3. ENCAMINHAMENTO DAS ATIVIDADES

A proposta é orientar o adolescente em relação a conceitos, tipos de drogas,

efeitos, consequências do vício e recuperação, com base na cartilha e atividades que

foram pensadas para contribuir com o processo de desenvolvimento do referido

projeto, tendo como objetivo fazer com que os alunos expressem suas opiniões,

debatendo sobre o assunto e desenvolvendo argumentos para as possíveis

soluções. Foram utilizados textos, vídeos, depoimentos de dependentes químicos da

Comunidade Terapêutica Nova Jornada e dramatização para discutir as possíveis

causas que levam os adolescentes ao universo das drogas. Esperou-se, também,

levar informações sobre os tipos de drogas, danos físicos, psíquicos, sociais e morais

e como fazer para interromper vício.

Para finalizar as atividades desenvolvidas durante o período de aplicação, os

alunos fizeram uma visita à Comunidade Terapêutica Nova Jornada, fazendo a

doação de alimentos e roupas que foram direcionados a dependentes químicos da

instituição, conhecendo assim, o processo de reabilitação dos dependentes químicos

e o retorno à sociedade.

3.1 ATIVIDADE 1 – APRESENTAÇÃO DO TEMA E DEBATE

Para realização desta atividade, deve-se aproveitar as oportunidades que os

alunos ofereceram em sala de aula para criar um espaço aberto de reflexão sobre o

tema drogas, ouvindo e aproveitando os seus argumentos, enfatizando os riscos da

"dependência" e "tolerância”.

O encaminhamento foi iniciado com uma tempestade de ideias, com

questionamentos realizados no início de cada tema, considerando todas as ideias

numa aula expositiva oral e dialogada, registrando na lousa todos os conhecimentos

prévios citados pelos alunos.

A seguir foi promovido um debate com os alunos, confrontando ideias sobre o

vídeo, textos propostos, utilizando os conhecimentos adquiridos por eles ao longo de

suas vidas, abordando, com mais profundidade, algumas das drogas lícitas de uso

cada vez mais frequente entre os jovens, como o cigarro e o álcool, buscando

explicitar os prejuízos provocados pela dependência.

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

3.2 ATIVIDADE 2 – VÍDEOS DE DEPOIMENTOS

Houve uma discussão sobre os mitos e verdades que são difundidos a respeito

das drogas e sobre como os adolescentes passam a usar drogas. Para promoção da

discussão, foram apresentados vídeos de depoimentos de dependentes químicos da

Comunidade Terapêutica Nova Jornada, mostrando a verdadeira realidade vivida por

eles depois de iniciaram no mundo das drogas.

Também foram abordados durante a discussão os diferentes tipos de drogas e

seus efeitos colaterais e motivos que levam adolescentes a usar drogas e,

principalmente, como fazer para interromper o vício.

3.3 ATIVIDADE 3 – VÍDEO “ESCOLHA VIVER SEM DROGAS”

Para realização desta atividade os alunos formaram grupos e analisaram o

vídeo “Escolha Viver Sem Drogas”. Foi realizada a leitura dos textos que informam a

estatística do problema, já que o impacto das drogas na sociedade brasileira sofreu

um grande aumento nos últimos anos. Infelizmente esta situação ocorre em todos os

níveis sociais, causando danos sociais, psíquicos e morais para a sociedade, não

havendo uma mudança correspondente no vigor das políticas públicas para atenuar

o seu impacto. Os alunos deverão elaboraram uma ação fictícia de combate às

drogas, com base no conhecimento adquirido.

3.4 ATIVIDADE 4 - TRABALHO COM TEXTO E MÚSICA

Leitura e interpretação do texto “A Dura Tarefa de Ser Humano” de Laura

Monte Serrat. Através dessa atividade o aluno pôde refletir sobre a sociedade,

adolescência e seus conflitos, respeito e a falta de limites. Em seguida os alunos

ouviram a música “A Lista” de Oswaldo Montenegro, que fala das mudanças da vida,

valores, e que a vida muda rapidamente, a qual, colocando no contexto das drogas,

mostra que a vida nem sempre mantem as mesmas amizades, os conflitos, e

sobretudo as mesmas situações ruins que o adolescente vive e, consequentemente,

as drogas não são a solução do problema.

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

3.5 ATIVIDADE 5 – DRAMATIZAÇÃO

A droga é um problema mundial atingindo pessoas de todas as idades e

classes sociais, dividindo-se em dois grupos: lícitas e ilícitas. As lícitas são aquelas

que não são proibidas por Lei, tais como: o cigarro, o álcool e tranquilizantes. Já as

ilícitas são as proibidas por Lei, tais como: a maconha, a cocaína, o crack, entre

outras. Sendo todas prejudiciais à saúde.

No combate ao uso de drogas, o tema “Uso de Drogas na Adolescência” foi

abordado em uma dramatização de 40 minutos. A apresentação foi feita pelos alunos

do 8º Ano para pais, alunos e professores da escola.

3.6 ATIVIDADE 6 – PALESTRAS

As drogas atingem a sociedade trazendo consequências econômicas,

culturais, sociais e políticas, destruindo a vida social e familiar do dependente

químico. Pensando nisso, com propósito de orientar pais de adolescentes e

profissionais da educação para os males causados pelo consumo de drogas, foi

ministrada palestra com profissionais da área, para esclarecimento de dúvidas.

3.7 ATIIVIDADE 7 - UMA TARDE NA COMUNIDADE TERAPÊUTICA NOVA

JORNADA

Esta atividade foi realizada com dependentes químicos em tratamento na

Comunidade Terapêutica Nova Jornada, dando aos alunos uma oportunidade de

assumir responsabilidade social e contribuir na construção de um mundo melhor. Os

alunos fizeram a arrecadação de alimentos e roupas para doação na comunidade

terapêutica, doações estas que foram entregues pelos p r ó p r i o s a l u n o s no dia

da visita, tornando-os atuantes no processo de transformação da sociedade.

4. QUESTIONÁRIO

Foi realizado um questionário para um dos participantes do projeto, um dos

usuários em tratamento da Comunidade Terapêutica Nova Jornada, que serviram de

apoio para o estudo desse projeto.

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

Até que ponto você pensa que as amizades influenciaram o seu uso de

álcool/drogas?

Influenciou bastante, pois no início era por curiosidade, recreação, o uso nocivo

fechando com o uso nocivo.

O que levou você a experimentar álcool/drogas pela primeira vez, e qual era

a sua idade?

Curiosidade aos 16 anos.

Qual a relação que existe entre os seus amigos do ambiente da drogadição

com o seu histórico de uso? Que tipo de droga você usava preferencialmente?

Já usou outras?

No início o ambiente de uso eram bares e ruas, com os amigos e a preferência era

pelo álcool e maconha. Com o agravamento da dependência a preferência foi o

crack.

Qual era a fonte para manter o uso de sua droga de preferência?

A fonte para manter o uso eram pequenos trabalhos temporários, herança

deixada pelo pai, roubos e furtos.

O que te dava prazer sem o uso da droga?

Ouvir música e sexo.

Você acha que o relacionamento familiar teve influência direta

ou indiretamente no seu uso de álcool/drogas? Justifique.

Sim, direto e indireto. Direto por que a base da formação da minha personalidade foi

com a família com ambiente disfuncional e indireto pelo fato de não terem

informações mais precisas sobre a dependência química.

Qual foi a reação da sua família quando souberam do seu envolvimento com

álcool/drogas? Teve apoio?

A reação da família foi de decepção e tristeza. No início não, ficaram sem saber o

que fazer.

O que você acha que contribuiu para continuar usando drogas após

experimentar?

O prazer que provocava e falsos benefícios.

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

O que você acha que contribuiu para continuar usando após começar a ter

prejuízos claros por causa do uso de álcool/drogas?

Fuga da realidade, compulsão gerada pela fissura.

Na sua percepção, como você perdeu o controle sobre o álcool/drogas?

Já era uma necessidade do organismo.

Qual foi o ponto decisivo para buscar ajuda?

Não aguentava mais a vida que tinha, 24h de busca pela droga ou usando.

Qual a sua expectativa em relação ao futuro?

Manter se limpo e retomar a vida nos estudos, trabalho e família.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da elaboração do projeto, foi possível despertar nos adolescentes o

conhecimento profundo do mundo das drogas, a análise das causas e motivos que

levam ao uso precoce lhes ofereceram a oportunidade de fazer uma investigação do

modo de vida de cada participante, levando-os a comparar com a realidade de seus

habitats.

A influência familiar é um importante fator, quando se fala em drogas, portanto,

dessa premissa partiu a ideia de trazer a família à escola, visto que isso já é uma

prática no tratamento de dependentes químicos. Os representantes ou terapeutas da

instituição observada, Comunidade Terapêutica Nova Jornada, relataram a

necessidade da presença da família no tratamento, o programa tem atividades e

orientações especificas para a família do usuário.

Quanto ao levar os adolescentes para conhecer a realidade dos dependentes

químicos, foi de extrema valia. Além de desenvolver neles, o senso humanitário,

despertou, de forma gritante, porém necessário, um choque de realidade. Os

adolescentes tiveram uma oportunidade única e singular, uma aproximação de

pessoas com diversos problemas e necessidades, isso contribuiu para que os

adolescentes começassem a entender as drogas como uma doença, uma fragilidade

do organismo.

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

A escola tem um espaço privilegiado do conhecimento e informação, ainda

carece no desenvolvimento de metodologias de intervenção, principalmente no que

tange ao uso de drogas, porém é possível identificar um grande potencial nesse

espaço para a prevenção da problemática.

Para que a escola possa contribuir para solucionar ou, ao menos, prevenir o

uso de drogas, precocemente, pelos adolescentes, é necessário um trabalho conjunto

de toda a equipe, estudos sugerem que haja uma formação continuada para os

profissionais engajados nessa causa. O desenvolvimento de projetos dentro do

espaço escolar também é de extrema importância, com dados relevantes de sucesso.

Este projeto, ainda, teve como objetivo e estruturar um material que sirva como

orientador, de forma que, venha a prevenir o uso de drogas, sejam lícitas ou ilícitas

no ambiente escolar.

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

6. REFERÊNCIAS

BUCHER, R. Visão histórica e antropológica das drogas. In: FIGUEREDO, R. (Org.).

Prevenção ao abuso de drogas em ações de saúde e educação: Uma

abordagem sociohistórica e de redução de danos. NEPAIDS, 2002.

CALDEIRA, Zélia Freire. Drogas, indivíduo e família: um estudo de relações

singulares. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde

Pública; 1999. Disponível em http://portalteses.cict.fiocruz.br. Acesso em

01/08/2014.

CAVALCANTE, M. B.P.T.; ALVES, M. D.S.; BARROSO, M. G. T. Adolescência,

álcool e drogas: uma revisão na perspectiva da promoção da saúde. Escola

Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 12,n3, 2008. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141481452008000300024 & lng=pt>. Acesso em 02/07/2014.

CRUZ, M.S. ;MARQUES, A.C. P. R. O adolescente e o uso de drogas. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo,v.22, s.2, 2000 Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462000000600009 & lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10/07/2014.

GRYNBERG, Halina; KALINA, Eduardo. Aos Pais de Adolescentes: Viver sem

Drogas. 2. ed. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 2002.

LOSACCO, Sílvia. O jovem e o contexto familiar. In: ACOSTA, Ana Rojas & VITALE, Maria Amália Faller (Orgs.).Família: redes, laços e políticas públicas. São Paulo: Cortez - Instituto de Estudos Especiais - PUC/SP, 2005.

MINELLI, Luciana. Aparecida. O adolescente. Disponível em: www.drogas.org.br. Acesso em 08/08/2014.

MUZA, G.M.; Bettiol,H.;MUCCILLO, G.;BARBIERI, M.A. Consumo de substâncias

psicoativas por adolescentes escolares de Ribeirão Preto, SP (Brasil). I -

Prevalência do consumo por sexo, idade e tipo de substância. Revista de Saúde

Pública, São Paulo, v. 31, n. 1. 1997. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489101997000100005 & lng=en&nrm=iso>. Acesso em 20/07/2014.

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · e, principalmente, a psíquica, porque só é possível tratar um problema se for identificado tal fato como real e possibilitar

NERY FILHO, A.; TORRES, I. M. A. P. (Org.) A família, os adolescentes, os

meninos de rua e as drogas. In: NERY FILHO, A.; TORRES, I. M. A. P.. Drogas:

isso lhe interessa? Salvador: CETED, 2002.

OUTEIRAL, J. O. Adolescer: Estudos sobre adolescência. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1994.

SANTOS, M. A.; PRATTA, E. M. M. Lazer e uso de substâncias psicoativas na adolescência: possíveis relações. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 23, n. 1, 2007 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010237722007000100006 & lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10/07/2014.

PESSINI, L. Drogas: o holocausto silencioso. O Mundo da Saúde, São Paulo, v.

23, n. 1, 1999

REZENDE, M.M. Tratamento de dependentes de drogas: diálogos com

profissionais da área da saúde mental. 1999. 320 p. Tese (Doutorado em Saúde

Mental)- Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas,

1999.

SIMÕES, J. A. Prefácio. In: LABATE, B. C. (Org.). Drogas e cultura : novas

perspectivas. Salvador : EDUFBA, 2008.

TIBA, I. Puberdade e Adolescência: desenvolvimento biopsicossocial. São

Paulo: Ágora, 1985.

SCHENKER, M.; MINAYO, M. C. S.. Fatores de risco e de proteção para o uso

de drogas na adolescência. Ciência e Saúde Coletiva, 2005.

SCIVOLETTO, S. Tratamento Psiquiátrico Ambulatorial de Adolescentes

Usuários de Drogas. Tese (Doutorado). Faculdade de Medicina, Universidade de

São Paulo, 127p., 1997.

SCIVOLETTO, S.; MORIHISA, R.. Conceitos básicos em dependência de álcool

e outras drogas na adolescência. Jornal Brasileiro de Dependência Química, 2,

30-33, 2001.