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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: A avaliação da EJA para alunos com deficiência intelectual

Autor: Patrícia Solano de Oliveira

Disciplina/Área: Educação Especial

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Escola de Educação Básica João XXIII

Município da escola: Ibiporã

Núcleo Regional de Educação: Londrina

Professor Orientador: Profa Dra Cleide Vitor Mussini Batista

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina

Relação Interdisciplinar:

Resumo: O caderno Temático faz parte das atividades previstas no Plano Integrador de Formação Continuada e nele encontramos o

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material didático, que objetiva apresentar, aos professores, equipe pedagógica, direção e demais interessados, subsídios, para o aprofundamento do tema, a avaliação da EJA para alunos com deficiência intelectual. Este caderno Temático será empregado na proposta de implementação pedagógica a ser realizada com professores, equipe pedagógica e direção da Escola de Educação Básica situada na região oeste, da cidade de Ibiporã. Os objetivos são: analisar os princípios educacionais legais referente à pessoa com deficiência intelectual, compreender o processo de avaliação utilizado na escola de educação básica na modalidade de educação especial, para os alunos com deficiência intelectual que frequentam a EJA e identificar junto aos professores as estratégias e os instrumentos da aprendizagem utilizados para os alunos com deficiência intelectual que frequentam a EJA. Para tal, entrevistaremos os professores que trabalham com os alunos da EJA, a respeito de quais estratégias e instrumentos da avaliação da aprendizagem, utilizam para avaliar os alunos com deficiência intelectual que frequentam a EJA.

Palavras-chave: Educação Especial, EJA, Avaliação

Formato do Material Didático: Caderno Temático

Público: Professores da EJA, Equipe pedagógica e Direção

APRESENTAÇÃO

O presente material refere-se à proposta de um caderno temático de

ensino, a qual se destina a professores, equipe pedagógica e direção que

trabalham na escola que ocorrerá a implementação do projeto de intervenção

pedagógica. Este Caderno Temático apresenta-se como parte integrante das

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atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – Turma

2013, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

Este material se propõem a refletir sobre a avaliação da EJA para

alunos com deficiência intelectual e múltiplas, da escola de Educação Básica

na Modalidade de Educação Especial. Este material tem como objetivo,

analisar os princípios educacionais legais referente à pessoa com deficiência

intelectual, compreender o processo de avaliação utilizado na escola de

educação básica na modalidade de educação especial, para os alunos com

deficiência intelectual que frequentam a EJA e identificar junto aos professores

as estratégias e os instrumentos da aprendizagem utilizados para os alunos

com deficiência intelectual que frequentam a EJA. Para tal, serão entrevistados

os professores que trabalham com os alunos da EJA, a respeito de quais

estratégias e instrumentos da avaliação da aprendizagem, utilizam para avaliar

os alunos com deficiência intelectual que frequentam a EJA.

JUSTIFICATIVA

As Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a construção

de Currículos Inclusivos compreende a Educação Especial como modalidade

que dialoga e compartilha os mesmos princípios e práticas da educação geral

que exige das famílias, alunos, profissionais da educação e gestores das

políticas públicas um novo olhar sobre o aluno com necessidades educacionais

especiais.

Passando a integrar os sistemas educacionais, a Educação Especial

se torna modalidade de educação que compartilha os mesmos pressupostos

teóricos e metodológicos presentes nas diferentes disciplinas dos demais

níveis e modalidades de ensino.

Os alunos com deficiência intelectual que frequentam a Escola de

educação Básica na modalidade de Educação Especial que completam 16

anos passam automaticamente a frequentar a EJA, no mesmo estabelecimento

de ensino. Cabe, portanto, buscar formas de atendimento a esse público tão

específico, particularmente no que se refere às questões de métodos e

técnicas de avaliação.

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A educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de

ensino, pensada originalmente para atender jovens e adultos trabalhadores que

não tiveram acesso à educação básica, fundamental e média, em idade

inadequada.

A junção de duas modalidades de ensino (Ed. Especial e EJA),

uma complementando a outra, se faz realmente necessária, para atendimento

apropriado ao desenvolvimento dos alunos jovens e adultos, com deficiência

intelectual.

Nesta modalidade de ensino a preocupação dos professores se

dá com o desafio de pensar e organizar a avaliação, dos alunos com

deficiência intelectual que frequentam a EJA, para que esta possa contemplar

os aprendizados destes alunos. Aprendizado este que o permita apropriar-se

das habilidades básicas e de gestão para sua melhor autonomia e

independência ou que o ajude a ter acesso ao mundo do trabalho.

PRINCÍPIOS LEGAIS REFERENTES À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Os anos 80 foram marcados pelas intensas discussões sobre

cidadania que os longos anos da ditadura militar haviam usurpado. Tivemos

promulgada a nova Constituição, chamada de “Constituição Cidadã”, que

avançou na área social, trazendo em seus artigos a igualdade e os direitos

sociais e individuais garantidos.

Na década de 90 ocorreu o grande avanço para as pessoas

portadoras de necessidades especiais. As mudanças foram muito significativas

em todas as áreas, em especial no setor educacional.

A educação de crianças, jovens e adultos com deficiência dentro do

sistema regular de ensino teve início com a Declaração de Salamanca e Linha

de Ação Brasília: CORDE, 1994, onde ocorreu a Conferencia Mundial de

Educação Especial representada por 88 governos e 25 organizações

internacionais em assembleia, reconhecendo a necessidade e a urgência de

providenciarem educação. Essa conferência aconteceu em Salamanca, na

Espanha.

Em 1988, a Constituição Brasileira já havia estabelecido que o

atendimento educacional especializado, para as pessoas com deficiência,

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deveria ficar a cargo do ensino regular, mas só com a promulgação da lei nº

9394/96, em 2001, é que houve a preocupação da adequação à nova

legislação, começando a ser posta em prática (BRASIL, 1996).

Podemos verificar que após a Declaração de Salamanca, a inclusão

foi motivo de discussões no âmbito educacional tanto na forma de legislação

quanto na teoria e prática.

O número de alunos com deficiência, matriculados na rede regular

de ensino, veio aumentando a cada ano. A mídia, falada, escrita e televisiva,

favoreceu a ampliação, do número de matrículas de alunos deficientes na rede

regular de ensino, pois além de divulgar essa tendência, serve de incentivo a

quem ainda não despertou para o fato.

A Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, em seu

artigo 2º, estabelece que: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os

alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos

com necessidades especiais, assegurando as condições necessárias para uma

educação de qualidade para todos” (BRASIL, 2005). Essa maneira com que a

legislação contempla a inclusão escolar, principalmente, em se tratando da

deficiência intelectual e física, tem suscitado as preocupações e indagações da

sociedade e de grupos específicos, como os professores e os pais.

Os princípios de atendimento das pessoas que apresentam

necessidades educacionais especiais de acordo com a LDBN são; a

preservação da dignidade humana, onde se busca a identidade, a igualdade de

cada cidadão, não permitindo qualquer tipo de discriminação e de desrespeito;

a busca da identidade, que juntamente com a dignidade se impõe, tornando

cada cidadão uma pessoas única dentro da sociedade, familiarizada consigo

mesma e representando uma parte da realidade.

As políticas públicas tratam da Educação, Cultura e do Desporto, e

deixam claro no cap. III, art. 205 da Constituição que:

A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família. Será promovida e incentivada como colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, qualificação para o trabalho (BRASIL, 1991).

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Essa lei estabelece o direito, e ao mesmo tempo a igual

responsabilidade e dever da família em relação ao Estado. Está previsto na

Constituição de 1988 o atendimento educacional especializado aos portadores

de deficiência, para o que antes era definido como Educação Especial e todas

as suas formas de intervenção. Em seu Artigo 208, a Constituição determina

que esse atendimento ocorra, preferencialmente, na rede regular de ensino. É

importante esclarecer que:

a) esse atendimento refere-se ao que é necessariamente diferente da educação em escolas comuns e que é necessário para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência, complementando a educação escolar e devendo estar disponível em todos os níveis de ensino;b) é um direito de todos os alunos com deficiência que necessitarem dessa complementação e precisa ser aceito por seus pais ou responsáveis e/ou pelo próprio aluno;c) o “preferencialmente” na rede regular de ensino significa que esse atendimento deve acontecer prioritariamente nas unidades escolares, sejam elas comuns ou especiais, devidamente autorizadas e regidas pela nossa lei educacional. A Constituição admite ainda que o atendimento educacional especializado pode ser oferecido fora da rede regular de ensino, já que é um complemento e não um substitutivo do ensino ministrado na escola comum para todos os alunos;d) o atendimento educacional especializado deve ser oferecido em horários distintos das aulas das escolas comuns, com outros objetivos, metas e procedimentos educacionais.e) as ações do atendimento educacional são definidas conforme o tipo de deficiência que se propõe a atender. Como exemplo, para os alunos com deficiência auditiva o ensino da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, de Português, como segunda língua, ou para os alunos cegos, o ensino do código “Braille”, de mobilidade e locomoção, ou o uso de recursos de informática, e outros;f) os professores que atuam no atendimento educacional especializado, além da formação básica em Pedagogia, devem ter uma formação específica para atuar com a deficiência a que se propõe a atender. Assim como o atendimento educacional especializado, os professores não substituem as funções do professor responsável pela sala de aula das escolas comuns que têm alunos com deficiência incluídos.

As conquistas na área educacional podem ser evidenciadas com a

homologação da Lei nº 9394, em 15 de agosto de 2001 (fundamentada no

Parecer CNE/CEB nº 17/2001), na qual a Educação Especial, em todos os

níveis, é tratada como modalidade regular pública, com garantia de: vagas em

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estabelecimentos públicos; acesso, provendo transporte e adequações de

prédios; atendimento em sala regular, com acompanhamento de equipe

especializada, e em salas de educação especial, na rede regular, quando a

condição de aprendizado se tornar adequada em salas regulares; atendimento

em escolas especiais, com equipe de apoio e professores especializados para

os alunos que não se beneficiem das modalidades em escolas regulares.

Sendo assim, os fundamentos legais que regem a educação

especial como modalidades de educação escolar tentam aproximar-se ao

máximo possível da prática pedagógica social da educação inclusiva.

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

O Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação

Especial apresenta o documento Educação Inclusiva - Atendimento

Educacional Especializado para a Deficiência Mental, com o objetivo de

oportunizar aos sistemas de ensino orientações e informações para a

organização do atendimento às necessidades educacionais especiais dos

alunos com deficiência mental.

Esse documento mais conhecido como AEE tem como objetivo

oportunizar aos sistemas de ensino orientações e informações para a

organização do atendimento às necessidades educacionais especiais dos

alunos com deficiência intelectual.

O Capítulo 1 diz que a escola é a instituição responsável pela

passagem da vida particular e familiar para o domínio público, tendo assim uma

função social reguladora e formativa para os alunos.

Em se tratando de alunos com deficiência intelectual, a escola

comum poderá encontrar limitações, então deverá existir um espaço que

atenda esses educandos, espaço este que não seja clínico.

O Estado do Paraná desde 2010 vem orientando, capacitando e

dando respaldo as instituições e entidades a se transformarem em Escolas de

Educação Básica, através do PARECER CEE/CEB Nº 108/10 e da

RESOLUÇÃO Nº 3600/2011 que trata da mudança de nomenclatura das

instituições e a RESOLUÇÃO Nº 7863/2012 – Convênio de Cooperação

Técnica e Financeira entre SEED e Entidades Mantenedoras das escolas que

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ofertam Educação Básica Modalidade de Educação Especial, que mantém as

escolas com recursos e profissionais.

As escolas comum possuem seu papel definido, a construção do

conhecimento pré-definida intencionalmente, as escolas especiais vem

complementar a escola comum atuando sobre o saber particular que

invariavelmente vai determinar e possibilitar a construção do saber universal.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA

A avaliação da aprendizagem de cada escola deve estar descrita em

seu Projeto Político Pedagógico.

A avaliação é um processo que faz parte da nossa proposta

pedagógica, e é complexa por não se resumir em fazer provas, tirar notas,

fazer exames, repetir ou passar de ano. Verificamos que estas práticas

pedagógicas de avaliações são arcaicas, mas ainda predomina em nossas

escolas.

A avaliação da aprendizagem deve ter a cara da escola e de seu

alunado. Carvalho (2004, p. 161), em suas colocações, afirma que:

Proceder uma avaliação que respeite a individualidade do educando, partindo do ponto de que ele não mais é um sujeito solitário da avaliação, como se, isoladamente, ele pudesse ser o responsável pelo seu sucesso ou fracasso, demonstra que os educadores estão na busca de caminhos que levem a uma proposta de avaliação diferenciada.

Sobre as diferenças de cada aluno podemos acrescentar que se

fazem presentes e necessárias, e temos que considerar em que extensão cada

indivíduo atingiu o objetivo estabelecido no início do planejamento.

Sant'ana (1995, p. 14) diz devemos ter "[...] por parâmetro o próprio

indivíduo, e não suas dimensões em relação ao grupo". Podemos perceber

nitidamente que para o aluno é primordial levarmos em consideração o que nos

coloca a autora. Devemos sempre partir do ponto que ele está, e

acompanharmos seu avanço, e não compara-lo com o grupo.

Dentro da visão, em que educar é formar e aprender é construir o

próprio saber, a avaliação contempla dimensões, e não se reduz apenas em

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atribuir notas. Nessa visão, Luckesi (2002, p. 25) "A função verdadeira da

avaliação da aprendizagem seria auxiliar a construção da aprendizagem

satisfatória".

A avaliação educacional que se preocupa com a transformação deve

se ater ao resgate da essência construtivista, segundo Luckesi (2002, p. 43)

"torna-se necessário que a avaliação educacional, no contexto de uma

pedagogia preocupada com a transformação, seja efetivamente um julgamento

de valor sobre manifestações relevantes da realidade para uma tomada de

decisão".

Os dados relevantes obtidos pelo professor deverão servir para

aquilo que se propõe, a transformação social do aluno. De acordo com

Hoffman (2005, p. 19), a avaliação deixa de ser um momento terminal do

processo educativo para se transformar na busca incessante de compreensão

das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de

conhecimento.

Para o professor a avaliação é um momento de grande relevância,

pois é o momento de averiguar suas ações futuras.

Isso exige de mim uma reflexão crítica permanente sobre minha prática através da qual vou fazendo a avaliação do meu próprio fazer com o educando. O ideal é que, cedo ou tarde, se invente uma forma pela qual os educandos possam participar da avaliação. É que o trabalho do professor é o trabalho do professor com o aluno e não do professor consigo mesmo. (FREIRE, 2004, p. 64).

Como percebemos as escolas precisam repensar o seu papel nessa

fase de afirmação. As escolas na modalidade de educação especial, devem ter

como referência a homogeneidade, considerando que devam ter o mesmo tipo

de resposta educativa para todos os alunos. (RODRIGUES, 2008).

A escola deve colocar em prática os princípios inclusivos, pois todos

os alunos sem exceção deverão estar em clima de igualdade de oportunidades,

bem como as suas necessidades educacionais especiais atendidas.

OBJETIVOS

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OBJETIVO GERAL

• Analisar as estratégias e os instrumentos da avaliação da

aprendizagem, que os professores utilizam para os alunos com

deficiência intelectual que frequentam a EJA.

OBJETIVO ESPECÍFICO

• Analisar os princípios educacionais legais referente à pessoa com

deficiência intelectual.

• Compreender o processo de avaliação utilizado na escola de

educação básica na modalidade de educação especial, para os

alunos com deficiência intelectual que frequentam a EJA.

• Identificar junto aos professores as estratégias e os instrumentos

da aprendizagem utilizados para os alunos com deficiência

intelectual que frequentam a EJA.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Local

O estudo será desenvolvido em uma escola estadual situada na

região oeste, do município de Ibiporã. Esta escola atende 233 alunos, sendo

que 140 são frequentadores da EJA.

Participantes

Participarão do estudo 13 professores das classes da EJA, dois

professores da equipe pedagógica e o gestor da escola. Destes professores 15

são do sexo feminino e um do sexo masculino com idade entre 21 a 66 anos.

Instrumentos

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Para execução dessa proposta de pesquisa, um dos instrumentos

utilizados foi o estudo bibliográfico para subsidiar os conhecimentos a respeito

da deficiência intelectual, avaliação e EJA.

Entende-se por levantamento bibliográfico, todas as obras escritas, bem como a matéria constituída por dados primários ou secundários que possam ser utilizado pelo pesquisador ou leitor (FACHININ, 2006, p. 122).

O instrumento a ser utilizado para levantar dados sobre como são

pensadas e organizadas as avaliações para os alunos com deficiência

intelectual que frequentam a EJA do referido estabelecimento de ensino, foi a

entrevista semi-estruturada (anexo A), com perguntas fechadas com o intuito

de responder aos objetivos do estudo. Uma das características da pesquisa

semi-estruturada, é, ter um roteiro previamente elaborado. O roteiro é usado

pelo entrevistador na mesma sequência em que foi elaborado.

Para Queiroz (1988 apud DUARTE, 2002, p. 147),

a entrevista semi-estruturada é uma técnica de coleta de dados que supõe uma conversação continuada entre informante e pesquisador e que deve ser dirigida por este de acordo com seus objetivos. Desse modo, da vida do informante só interessa aquilo que vem se inserir diretamente no domínio da pesquisa. A autora considera que, por essa razão, existe uma distinção nítida entre narrador e pesquisador, pois ambos se envolvem na situação de entrevista movidos por interesses diferentes.

O roteiro precisa ser muito bem trabalhado e o pesquisador deve

conhecer a fundo o tema da pesquisa, para inclusive elaborar as alternativas

de resposta. Após análise das entrevistas e a tabulação dos dados, será

apresentado o estudo, a todos os professores da escola que permitirá

evidenciar o olhar e a perspectiva dos docentes perante novas possibilidades

de como avaliar os alunos da EJA.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 1991.

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BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, v. 134, n. 248, p. 27834-27841, 23 dez. 1996. Seção 1.

BRASIL. Parecer CNE/CEB nº 17/2011, de 07 de julho de 2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB017_2001.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2013.

BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/cne/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2005.

CARVALHO, Rosita Elder. Os pingos no is. Porto Alegre: Brasil Mediação 2004.

DUARTE, Rosália. Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 115, p. 139-154, mar. 2002. Disponível em: < www.scielo.br/pdf/cp/n115/a05n115.pdf>. Acesso em: 29 out. 2013.

FACHININ, Odília. Fundamentos da metodologia. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 29. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

HOFFMAN, Jussara. Pontos & contrapontos. 9. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Parecer CEE/CEB nº 108/2010, de 11 de fevereiro de 2010. Disponível em: <http://www.cee.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/Pareceres2010/CEB/pa_ceb_108_10.pdf>. Acesso em: 04 jun. 2013.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação especial para a construção de currículos inclusivos. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/dce_edespecial.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Resolução nº 3600/2011-GS/SEED. Disponível em: <http://www.nre.seed.pr.gov.br/campomourao/arquivos/File/Resolucao_3600_2011.pdf>. Acesso em: 29 out. 2013.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Resolução nº 7863/2012, 28 de dezembro de 2012. Disponível em: < http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/listarAtosAno.do?action=exibir&codAto=84869&indice=1&totalRegistros=5241&anoSpan=2013&anoSelecionado=2012&mesSelecionado=0&isPaginado=true>. Acesso em: 29 out. 2013.

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RODRIGUES, Lea Carvalho. Propostas para uma avaliação em profundidade de políticas públicas sociais. Revista Aval, Fortaleza, v.1, n.1, p. 7-16, jan./jun. 2008. Disponível em: < http://wpmapp.oktiva.com.br/wp-aval/files/2009/09/artigo-lea_1.pdf>. Acesso em: 05 junho de 2013.

SANT'ANA, Martins Ilza. Porque avaliar? como avaliar? critérios e instrumentos. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1995.

ANEXO A

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

ENTREVISTA PARA PROFESSORES DA EJA

Este roteiro de entrevista tem o objetivo coletar dados para subsidiar a implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica, a ser realizada com professores, equipe pedagógica e direção da Escola de Educação Básica João XXIII, da cidade de Ibiporã. A proposta tem como base entrevistar os professores que trabalham com os alunos da EJA, sobre quais estratégias e

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instrumentos da avaliação da aprendizagem, utilizam para avaliar os alunos com deficiência intelectual que frequentam a EJA. Após análise e tabulação de dados, será apresentado a todos os participantes, as informações obtidas, para conhecimento e análise, das possibilidades de diferentes estratégias e instrumentos da aprendizagem utilizados para os alunos com deficiência intelectual que frequentam a EJA.

1 - Função ( ) professor de sala EJA ( ) professor de arte ( ) professor de ed. Física ( ) professor de música ( ) equipe pedagógica ( ) direção

2 - Sexo ( ) masculino ( ) feminino

3 - Formação ( ) graduação ______________________________________________ ( ) pós graduação___________________________________________ ( ) mestrado _______________________________________________ ( )doutorado ______________________________________________

4 - Quanto tempo de atuação ( ) 0 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 a 20 anos ( ) mais de 21 anos

5 – Qual o conceito utilizado para avaliar o aluno da EJA. ( ) nota ( ) menção ( ) relatório ( ) Outros. Quais_____________________________________________

6 – Quais os instrumentos de avaliação são utilizados para avaliar. ( ) prova individual ( ) prova em grupo ( ) trabalhos

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( ) relatórios ( ) seminários ( ) Outros. Quais______________________________________________

7 - Quais as disciplinas são avaliadas em seu aluno da EJA. ( ) português ( ) geografia ( ) matemática ( ) ed. física ( ) história ( ) artes ( ) ciências ( ) outra ___________________

8 – Cite dificuldades que encontra nas avaliações que utiliza. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9 – Como poderia ser pensado as avaliações. Sugira.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10 – O instrumento de avaliação consegue de fato mostrar o que o aluno apropriou.( ) sim( ) não

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Nome do Entrevistado____________________________________________

Data _________________________________________________