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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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Letramento literário

DO MINICONTO AO CONTO:

ESTRATÉGIA DE LEITURA

RUMO AO LETRAMENTO

LITERÁRIO

Sirley de Jesus Oliveira Hey

Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional

CADERNO PEDAGÓGICO

DO MINICONTO AO CONTO:

ESTRATÉGIA DE LEITURA

RUMO AO LETRAMENTO

LITERÁRIO

Sirley de Jesus Oliveira Hey

NRE de Pitanga

Professora orientadora:

Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira

PITANGA/UNICENTRO

PDE/2009

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APRESENTAÇÃO

CARO COLEGA PROFESSOR (A)

“Aprender é uma das coisas mais bonitas, mais gostosas da vida. Acontece em qualquer tempo, em qualquer idade, em qualquer lugar. Ajudar as pessoas a descobrir esse prazer, a “degustar” o sabor dessa iguaria é ascender às mais altas esferas da atuação humana. (Antunes, 2003, p. 175)

Sou do Núcleo Regional de Educação de Pitanga, cidade situada bem no centro

do Paraná. Sou professora da Rede Estadual há 21anos, trabalhei em muitas escolas,

mas atualmente sou lotada no Colégio Estadual D. Pedro I – EFMPeP, onde vou

desenvolver o projeto. Quando eu era criança e estava brincando de ensinar, ouvia

meu pai dizer “essa menina vai ser professora”. E fui e sou, com muito orgulho. Gosto

de trabalhar com todas as séries, mas é a 5ª série que sempre me chamou mais a

atenção.

Quando tive a oportunidade de participar do PDE, imediatamente pensei num

projeto que viesse de encontro às dificuldades de leitura e escrita das 5ª séries. Então,

aproveitando-me da pergunta que mais nos angustia, abordada também por kleiman

(2002, p 15) “Por que meu aluno não lê?”, é que elaborei os questionamentos do

problema da minha proposta de pesquisa: Como captar um sentido numa rotina diária

onde permanece, muitas vezes, a imagem negativa do livro? Como vencer a

resistência do próprio aluno, despertando nele o gosto e interesse pela leitura? Como

fazer desse aluno um leitor interlocutivo que, ao ler, identifique suas experiências, seus

conhecimentos, sua cultura, isto é, vivendo em verdadeiro estado de letramento?

Sem dúvida, é e será um grande desafio para cada um de nós, professores,

buscar resultados para essas e tantas outras perguntas que temos. O projeto foi

elaborado, com a orientação da professora doutora Níncia Cecílica Ribas Borges

Teixeira, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), Guarapuava,

instituição de Ensino Superior que está nos acompanhando. Como eu tinha pensado

em trabalhar com textos literários, o projeto se encaminhou para o tema Letramento

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Literário, com o título Do miniconto ao conto: estratégia de leitura rumo ao

letramento literário.

Por que a Literatura? Martha (2008, p.107) afirma que “o reconhecimento de que

a fruição da literatura é um direito inalienável do homem decorre, sobretudo, da

concepção que temos dela como manifestação universal de todos os homens e em

todos os tempos”.

...assim como o homem sonha todas as noites, não é capaz de passar seu dia sem se entregar, ao universo fabulado, ainda que por meio de uma piada, de uma canção ou de uma novela, pois a autora, o crítico considera a literatura uma necessidade universal, o sonho acordado das civilizações que acredita que o homem necessita do sonho para seu equilíbrio.

(Cândido (1972), (Martha, 2008. p. 10)

O resultado das primeiras pesquisas do PDE, após a elaboração do Projeto de

Intervenção Pedagógica, resultou neste material didático-pedagógico, em forma de

Caderno Pedagógico, predominando o gênero textual, minicontos. Mas, Por que

minicontos? Busquei entre tantos gêneros textuais, um que fosse diferente, que não

fizesse parte do cotidiano da 5ª série. Não foi muito fácil, pois ainda não há muitos

textos teóricos sobre esse assunto. Minha fonte de pesquisa mais usada acabou sendo

a internet.

Escritores de minicontos há vários, grandes escritores. Mas percebi que não era

tão simples, pois trabalhar com minicontos com 5ª séries não seria fácil, por ser um

gênero discursivo que procura, “logo de cara”, causar grande impacto no leitor, por

isso, aborda frequentemente situações de violência, sexualidade, angústias; mas

segundo Ana Mello, escritora de minicontos, com quem me comuniquei, “encontrando o

texto apropriado para a faixa etária, eu poderia conseguir ótimos resultados”.

Desta forma, segui em frente, seguindo o Discurso como prática social como

conteúdo estruturante, será desenvolvido um paralelo entre contos e minicontos, de

acordo com a proposta do método de letramento literário organizado por Rildo Cosson

(motivação, introdução, leitura, interpretação, expansão), no livro Letramento literário

(2007), bem como a teoria ligada ao letramento de Magda Soares e de letramento

literário (1998) de Alice Áurea Penteado, com o objetivo de formar leitores, levando-os

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a construírem significados e a ampliarem seus horizontes de leitura, despertando seu

interesse, também, pela escrita e expressão oral.

Além dos vários textos e atividades de interpretação e compreensão dos textos,

este material didático propõe o lúdico por meio de algumas brincadeiras, música, das

cores, dos desenhos, das colagens e outros, coisas que a determinada faixa etária

ainda aprecia. Propõe, também, o envolvimento da comunidade escolar, durante as

atividades do Clubinho de leitura. Este deve ser um momento muito importante: formar

uma comunidade de leitores, compartilhar, socializar as leituras com os pais, equipe

pedagógica, outros professores, expandindo os horizontes de expectativas do aluno,

levando-o rumo ao letramento, por meio do letramento literário.

Como sabemos, nenhum material didático é fechado, muitas outras

possibilidades poderão ser desenvolvidas a partir deste, então, colegas professores,

um ótimo trabalho para todos nós!

Professora Sirley

PALAVRAS-CHAVES: Leitura, interpretação, miniconto, contos;

[email protected]

[email protected]

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SUMÁRIO

ERA UMA VEZ.................................................................................... 06

CONVERSANDO SOBRE O PROJETO................................................ 09

MARINA COLASANTI (ENTREVISTA)................................................ 10

PARA DESCONTRAIR (CAÇA-PALAVRAS) ........................................ 12

ENFIM, UM INDIVÍDUO DE IDEIAS ABERTAS.................................... 13

INTERVALO DE LEITURA .................................................................. 16

CLUBINHO DE LEITURA ................................................................... 17

DIA DO CLUBINHO ............................................................................ 20

O QUE É MINICONTO ........................................................................ 21

MINICONTOS DE ANA MELLO ........................................................... 22

PARA DESCONTRAIR (STOP) ............................................................ 26

DIA DO CLUBINHO ............................................................................ 27

UMA IDEIA TODA AZUL .................................................................... 28

MINICONTANDO ANA MELLO ......................................................... 31

PRODUZINDO MINICONTOS ............................................................. 31

DIA DO CLUBINHO ............................................................................ 34

ENTRE A ESPADA E A ROSA ............................................................ 35

DIA DO CLUBINHO ............................................................................ 40

MINICONTOS MARIA LUCIA SIMÕES ............................................... 41

DIA DO CLUBINHO (ENCERRAMENTO) ............................................ 46

PRODUÇÃO FINAL (COLETÂNEA) .................................................... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 49

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MOTIVAÇÃO

TEXTO I

Era Uma Vez (Sandy &Junior)

Era uma vez

Um lugarzinho no meio do nada

Com sabor de chocolate

E cheiro de terra molhada

[...]

Uma historia de amor

De aventura e de magia

Só tem a ver

Quem já foi criança um dia

(http://vagalume.uol.com.br/sandy-junior/era-uma-vez.html - 11/04/1010)

TEXTO II

(http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&source=hp&q=sala+de+aula+vazia&gbv=2&aq=0&oq=sala+de+aula+va)

Era uma vez uma sala de aula vazia e triste, mas

quando acabaram as férias, ficou feliz. Ficou cheia de

cores, cheia de ideias.

Ficou assim:

(Sirley de J. O. Hey – 21/09/2009)

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(http://images.google.com.br/images?hl=pt-

BR&source=hp&q=sala+de+aula+cheia&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&oq=)

1Conversando sobre os textos:

a) Sobre o que os textos estão tratando?

b) 2Observamos no texto palavras que nos proporcionam diferentes sentidos.

Vocês podem apontar alguma que dê ideia de tristeza, alegria, tranqüilidade, etc.

c) O texto fala em cores, mas que cores são essas?

d) As fotos fazem parte do texto 2. Elas foram importantes para compreendê-lo?

Justifique sua resposta.

e) Você já leu outros textos onde apareceu a expressão “era uma vez”, quais? Que

ideia essa expressão quer manifestar?

f) Você costuma ler histórias? Conte.

Conversando sobre o projeto:

1 Sugiro complementar esta atividade com uma sequência de fotos da turma, tiradas antecipadamente, (TV/Pendrive) imagino que

começar o projeto desta maneira, despertará nos alunos muito interesse, porque é um texto que está falando sobre eles. Verão

suas fotos e ficarão curiosos.

2

Nesta questão, há a possibilidade de alguns alunos falarem que é uma história triste, porque preferiam estar em férias ainda.

Então, pode-se conversar com eles sobre pontos de vista. A alegria/ tristeza no ponto de vista da escola, como a alegria no ponto

de vista do aluno.

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QUEM VAI

PARTICIPAR?

QUANDO

COMEÇA?

O QUE É O

CLUBINHO

DE LEITURA?

ONDE E

COMO SE

REALIZARÁ?

QUE

PROJETO

É

ESTE?

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INTRODUÇÃO

Agora, nós vamos ler algumas histórias de uma escritora que falaremos

bastante durante nossas aulas: Marina Colasanti. 3

- Vocês já ouviram falar sobre ela?

Então, em dupla, vamos conhecê-la um pouquinho, num texto contado por ela

mesma, durante uma entrevista que deu a Eliana Yunes e que foi publicada no livro

Entre a espada e a rosa.

(http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=marina%20colasanti&um=1&ie=UTF-8&sa=N&tab=wi)

Marina, conta um pouco da sua vida.

“ Conto só um pouco, em parte por discrição, em parte porque a minha vida, como a de

qualquer pessoa, é tão cheia de fatos, que contada assim, meio rapidinho, parece

perder a graça. Enfim, nasci na África, em um país que desde então mudou de nome

algumas vezes e que agora se chama Eritreia. Nasci na capital, de nome bem bonito,

Asmara. Passei dois anos, fui para Trípoli, na Líbia, outro país da África. Fiquei mais

quase dois anos, fui para a Itália. Na Itália, fiquei mais, até meus onze anos. [...]. Aqui

vivo, embora bordejando sempre que posso”.

Quais são as lembranças mais felizes de sua infância?

3 Após a leitura da entrevista, ilustrar este momento com uma seleção de fotos da autora, bem como a exposição dos livros que há

na biblioteca da escola, ou fotos da capa dos outros livros. Assim como pode-se colocar um pequeno vídeo. Sugestão:

(http://www.youtube.com/watch?v=Pn52NC7n8bs )

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“Tenho tantas, tantas,. E olha que foi uma infância meio complicada, em meio à

Segunda Guerra Mundial. Mas tinha brincadeiras de índio _ o meu nome de pele-

vermelha era Sole Ridente (o sol que ri). E tinha uma casa com amendoeira em flor. [...]

Você tem muitos talentos, que a levaram a exercer várias atividades. Fale delas e

diga-nos o que há de interessante e especial em cada uma.

“ Eu não tenho exatamente muitos talentos. Eu tenho muitos desejos. E os realizo. E

gosto de ser autossuficiente. Tudo o que vejo que alguém fez, eu penso: dá pra eu

fazer também? Então vou, e faço. Assim é que cozinho, cuido de planta, faço tricô,

crochê, papel machê, costuro, bordo, [...]. Mas as fatias maiores da minha alma estão

na escrita e na pintura/desenho. Isso eu faço melhor _ embora seja uma cozinheira

poderosa _ isso eu estudei, estudo, cuido o tempo todo, mais do que cuido das plantas.

O que é que a leva a escrever livros para crianças e livros para adultos?

“O fato de querer dizer certas coisas para uns e certas para outros. E também o fato de

não me ligar muito em diferenças entre adultos e crianças. Eu apenas escrevo o que

tenho vontade de escrever.

Deixe de lado a modéstia e diga-nos quantos prêmios já ganhou até hoje.

“Não sou muito boa nessa coisa de citação de prêmios. Ganhei alguns. Ganhei os

importantes. Mais de uma vez. Gosto, mas com cuidado, porque, se a gente gosta

demais, acaba ficando triste quando não ganha. [...]. Prêmios não são só aqueles que a

gente ganha no fim do ano ou num concurso uma vez ou outra, mas sobretudo aqueles

que a gente ganha todo o dia, quando um leitor se debruça sobre um livro da gente e

viaja, viaja feliz.

Escritora e ilustradora: como é que você vive cada uma dessas atividades?

Juntas. Uma coisa não funciona sem a outra. Eu só ilustro meus próprios livros. E o

texto vem sempre antes da ilustração. Eu escrevo vendo a história na minha cabeça

não como um desenho, mas como a realidade. Só depois é que transformo a realidade

da minha cabeça em ilustração.

Quais são as coisas que lhe dão mais alegria?

Estar bem, bem com a natureza, com as filhas e o marido, bem comigo. Estar em

harmonia. E isso inclui criar, fazer.

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Para descontrair:

1. Na entrevista que você acabou de ler, aparecem algumas palavras sublinhadas,

identifique-as, abaixo:

Ç L S M O E S C R I T O R A V E U T P C

D E S E N H O W E R T Y U I O P A S I O

O M P R P O E T A A F K A F R I C A N L

R Q A I M N B V C X Z Ç L K J N L J T A

N B T N R O T E I R E A L I D A D E U S

A B A A B C D C A Ç L K J P U O A C R A

L I V R O S T U R A Z X C T P R O U A N

E F B C D E A G O A S D F G G A Q W D T

I E P U B I L O I N F A N C I A S D E I

T A L E N T O S I L U S T R A D O R A I

O I D F G H N M C O N T O D E A M O R M

R Z B N M T G A R T E S O L A S A L M A

P Z Z X C B N O S P R E M I S S A B U T

R U M A I D S I A T O D A A Z U L D F S

E N T R E A E S P A D A E A R O S A B V

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LEITURA

O primeiro texto que leremos pertence à obra Contos de Amor Rasgados. É um texto

curto, chamado miniconto, então leremos agora; o segundo, Uma ideia toda azul, é

um texto mais longo, chamado conto, então vocês levarão para casa para ler e

conversaremos sobre ele, no decorrer das aulas.

Lendo em casa:

Vocês levarão para ler em casa, o texto “Uma ideia toda azul”, em forma de um

pequeno livrinho. À medida que forem lendo, assim como Marina Colasanti, ilustrem as

páginas com desenhos, colagens, pinturas, etc, de maneira que sua ilustração

complemente a leitura do texto.

Lembrem-se o que ela disse: “Eu escrevo vendo a história na minha cabeça, não como

um desenho, mas como a realidade”

Agora vamos ler um miniconto de Marina Colassanti.

TEXTO III

ENFIM, UM INDIVÍDUO DE IDÉIAS ABERTAS

A coceira no ouvido atormentava. Pegou o molho de chaves,

enfiou a mais fininha na cavidade. [...]. E rodou, virou a pontinha da

chave em bela atitude, à procura daquele ponto exato em que cessaria

a coceira.

Até que, traque, ouviu o leve estalo e, a chave enfim no seu

encaixe, percebeu que a cabeça lentamente se abria.

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INTERPRETAÇÃO

1. 4Nós vimos no texto anterior, como a ilustração foi importante para entendermos

o texto. Agora você vai fazer a mesma coisa: complementar o texto de Marina

Colasanti com desenhos.

Conversando sobre o texto:

Vamos brincar com as palavras? Então, procure no texto palavras que lembrem:

PERSONAGENS ESPAÇO TEMPO SENTIMENTOS MOVIMENTO OBJETOS

positivos negativos

OS CINCO SENTIDOS

VISÃO AUDIÇÃO TATO OLFATO PALADAR

4

Imagina-se que os alunos realmente desenharão algo que expresse o sentido literal do texto: alguém colocando a chave na orelha.

Após a discussão do texto espera-se que essa ilustração mude para outro foco.

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1. De todas as palavras que foram copiadas, quais você considera mais

importantes para a compreensão do texto? Por quê?

2. Alguma vez você já se sentiu como a personagem e enfiou alguma coisa na

orelha para coçar? O que foi?

3. Você acredita que essa atitude em enfiar uma chave na orelha e abrir a mente é

possível de acontecer?

4. Se não é, então dizemos que muitas palavras do texto são metáforas, porque,

na verdade, estão querendo dizer outra coisa, o que seria então?

5. Mas, o que são metáforas?

Segundo o Minidicionário da Língua portuguesa de Silveira Bueno, metáfora é uma

figura que consiste na substituição de uma palavra por outra em virtude de certa

relação de semelhança.

e

Segundo o Minidicionário Aurélio, metáfora é tropo em que a significação natural de

uma palavra é substituída por outra com que tem relação de semelhança.

Nos dois sentidos, percebemos que as palavras devem ter uma relação de semelhança

uma com a outra. Sendo assim, no texto, as palavras a seguir tem relação de

semelhança com o quê?

- Coceira: _____________________________________________________________

- Molho de chaves:______________________________________________________

- Orifício encerado:______________________________________________________

- Chave: ______________________________________________________________

- Cabeça se abria: ______________________________________________________

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PRODUÇÃO:

Agora que nós já conversamos bastante sobre o texto, analise o desenho que você

fez, pense se o texto adquiriu um novo sentido e depois ilustre-o novamente. O que

você mudaria?

ORALIDADE:

Comparando os desenhos que você produziu: o que mudou, por quê?

INTERVALO DE LEITURA

Vocês levaram para casa o conto “Uma idéia toda azul”, de Marina Colasanti. Como

está a leitura? Quem já leu, pode contar um pouquinho?

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VAMOS

http://thumbs.dreamstime.com/thumb_192/1191534805015dp.jpg

(08/06/2010)

E ABRIR

NOSSAS IDEIAS?

MAS...

??? http://1.bp.blogspot.com/_YdEmewFsaSc/SrSqxD7WcxI/AAAAAAAABBA/gWlj56Co8us/s400/pessoa-3d-e-ponto-de-

interroga%C3%A7%C3%A3o-thumb7519009.jpg (08/06/2010)

UMA SUGESTÃO

MUITO LEGAL É

...

http://linkmonografia.com.br/wp-content/uploads/2009/08

/leitura1-265x300.jpg

ENTÃO....

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http://leiturinhas.zip.net/images/Mazali.jpg)

VAMOS ORGANIZAR O CLUBINHO DE LEITURA!

De que cor são nossas leituras? E a leitura de nossos amigos, familiares,

professores?

Queremos que nossas leituras sejam sempre azuis, porque só assim elas

chegariam a nossa alma, às nossas emoções, aos nossos sentimentos.

Vocês sabiam que a leitura pode nos proporcionar os mais diversos

sentimentos? De amor, de alegria, de tristeza, de nojo, de piedade, de riso, de

curiosidade e tantos outros.

Quais foram os sentimentos despertados pelo texto Uma ideia toda azul?

Quais foram os sentimentos despertados por tantos outros textos que já lemos e

ouvimos?

Então vamos compartilhar esses sentimentos com a comunidade da escola:

professores, diretores, colegas, funcionários, pais. Para isso vamos organizar um

Clubinho de leitura, onde teremos vários textos e livros para trocarmos ideias.

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O que precisamos fazer?

Primeiramente, saber o que é um clube de leitura.

Um Clube de leitura é o momento em que um grupo de pessoas - comunidade de

leitores - combinam em ler um mesmo livro em um determinado período, depois se

encontram para falar sobre ele, trocar opiniões, fazer um lanche e se divertir. Para

pertencer ao Clube de Leitura é necessário gostar de ler ou estar predisposto a

aprender a gostar de ler, descobrir aventuras, emoções, sensações e mistérios que

existem por detrás da capa de um livro...

(http://cultura.maiadigital.pt/biblioteca/actividades/clube-de-leitura)

5ORALMENTE OU EM GRUPO:

1 - Quem participará do clube? Pais? Professores? Equipe pedagógica? Diretoras?

2 – Onde se realizarão os encontros? Quando começar?

3- Que tipo de leituras e como serão coletadas?

4- Como será feita a seleção da leitura para cada encontro?

5- 6Onde registraremos as impressões sobre a leitura? Numa agenda? Num caderno?

6- Que tipo de leitura os pais gostam? Que tal organizar uma entrevista?

7- Se outras pessoas vão participar do clube, como vamos convidá-los? Fazer um

convite?

8- Todo clube tem suas regras. Quais serão as regras deste clube?

5 Escolher um aluno para registrar, no quadro, as ideias que vão sendo dadas pela classe; ou, se for em grupo, eleger

um coordenador para registrá-las . Depois socializar. 6 Propor que cada aluno leia com os pais e depois registrar suas impressões sobre a leitura no caderno de registro.

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http://discursoacido.files.wordpress.com/2010

/02/leitura-criancas-lendo-ilustracao.jpg -

(08/06/2010)

7 DIA DO

CLUBINHO

Neste primeiro dia do clubinho, nós teremos

um tempo livre para manusear e conhecer

os textos e livros que fazem parte do acervo;

vamos escolher, também, o texto que todos

nós leremos, para conversarmos sobre ele

no próximo dia do clubinho.

7 Professor (a), neste Momento de leitura, disponibilizar também textos e livros de minicontos. Observar o interesse

dos alunos por esse gênero textual.

Além disso, organizar um espaço adequado ou criar um cenário na própria sala de aula, levar um lanche, almofadas,

etc. (ver com os alunos como deixar a sala de aula mais bonita.)

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EXPANSÃO:

CLUBINHO DE LEITURA

MOTIVAÇÃO

Apresentação na TV/pendrive de alguns minicontos e/ou leitura de minicontos que

compõem a coletânea.

LEITURA

Agora, leremos, de Ana Mello, alguns textos bem curtos chamados minicontos.

Mas o que é um miniconto?

Miniconto é uma espécie de conto muito pequeno que deixa para

o leitor a tarefa de entender a história por trás da história. Assim, alguns escritores se

dedicam à economia das palavras, vindo de encontro com a correria da nossa vida

cotidiana, com acontecimentos tristes, engraçados, trágicos, felizes, etc. Pois, como

qualquer história curta, o miniconto tem de interessar o leitor imediatamente, com

recursos expressivos capazes de despertá-lo a seguir o desenvolvimento da história,

até chegar a uma reviravolta que provocará o impacto, que geralmente é o objetivo do

autor.

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TEXTO 1 - FANTASIANDO

A primeira vez que se fingiu de morto foi para assustar a irmã,

depois para livrar-se de um assalto. Na última vez não foi possível

reverter.

TEXTO 2 - MAGIA

Menino nunca entende adulto. Às vezes nem quer entender mesmo. Gabriel sempre

acreditou ser assim e pronto.

Mas certamente tinha alguma magia, alguma coisa estranha que acontecia com os

pais nas férias. [...]. Nada de brigas ou exigências. Brincavam, corriam. A mãe dava

gargalhada. Beijava a toda hora.

Quando a professora perguntou o que ele queria ser depois de grande, não teve

dúvida:

- Pai em férias.

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TEXTO 3 – NO INFERNO VIII

Quando vi meu chefe queimando,

foi inevitável pensar nos

deliciosos churrascos de domingo.

TEXTO 4 – UM AMIGO

Costumávamos caminhar nos trilhos do trem,

lado a lado.

De longe, o barulho, e o tremor sob nossos

pés, até chegar bem perto. O apito.[...]

Um dia ele caminhou sozinho e não quis ouvir.

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TEXTO 5 - DESEJOS

Ele tinha trabalhado o dia inteiro no emprego número um e até as 23 horas no emprego número dois.[...]. Abriu os olhos com dificuldade e viu o Gênio da Lâmpada:

- Deseje o que você quiser.

- Dormir.

Virou para o lado e aproveitou até as seis da manhã.

TEXTO 6 - QUIMERA

Na briga em frente da escola, perdeu um celular, um

chumaço de cabelo loiro, e a lembrança de bons contos de

fadas.

TEXTO 7 - AMOR ADOLESCENTE

Delicioso aquele beijo.

Primeiro amor tem gosto de chocolate novo, de água depois do

futebol. Tem cor de primavera e cheiro de alfazema. [...]. Mas o que

dói mesmo é namorar menina com aparelho nos dentes.

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INTERPRETAÇÃO

1. Produza um desenho, inspirado em um dos minicontos.

2) Como já falamos anteriormente, uma leitura pode nos proporcionar os mais diversos

sentimentos: de amor, de alegria, de tristeza, de nojo, de piedade, de riso, de

curiosidade e tantos outros. De maneira muito particular, que sentimentos esses textos

despertaram em você?

a) Fantasiando: _________________________________________________________

b) Magia: ______________________________________________________________

c) No inferno VIII________________________________________________________

d) Um amigo___________________________________________________________

e) Desejos_____________________________________________________________

f) Quimera_____________________________________________________________

g) Amor adolescente_____________________________________________________

CONVERSANDO SOBRE OS TEXTOS:

TEXTO 1 – A fantasia faz parte de nossa vida e estimula nossa imaginação. Como foi a

fantasia para o personagem?

TEXTO 2 – Por que o menino quis ser o pai em férias? Que vantagem ele viu nisso?

Você já viveu alguma situação semelhante?

TEXTO 3 – Como será que era o chefe? E o funcionário? Onde eles estão?

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TEXTO 4 – O que aconteceu com um dos amigos?

TEXTO 5- O que você achou do pedido do personagem? Se fosse você, tomaria a

mesma atitude?

TEXTO 6 – Por que esse miniconto tem esse título?

- Na sua opinião, o que ele perdeu de mais importante?

TEXTO 7- Fale desse tipo de amor. Você viveu ou vive algum parecido? Ou conhece

alguém que tenha te contado sobre um amor assim?

Para descontrair:

Vamos brincar de STOP, você já conhece essa brincadeira?

Então, vamos organizar a classe em grupos com 4 alunos. À medida que formos

selecionando as letras, devemos procurá-las nos sete textos (Podem ser palavras dos

textos, como podem ser palavras que tenha relação com os textos).

PERSONAGENS ESPAÇO TEMPO SENTIMENTOS PROBLEMA

OS CINCO SENTIDOS

VISÃO AUDIÇÃO TATO OLFATO PALADAR

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DIA

DO

CLUBINHO

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LEITURA:

ALÉM DOS MINICONTOS

UMA IDEIA

TODA AZUL

(MARINA COLASANTI)

Um dia o rei teve uma idéia. Era a primeira da vida toda e, tão maravilhado ficou

com aquela idéia azul, que não quis saber de contar aos ministros. Desceu com ela

para o jardim, correu com ela nos gramados, brincou com ela de esconder entre outros

pensamentos, encontrando-a sempre com alegria, linda idéia dele toda azul. Brincaram

até o rei adormecer encostado numa árvore.

Foi acordar tateando a coroa e procurando a idéia, para perceber o perigo.

Sozinha no seu sono, solta e tão bonita, a idéia poderia ter chamado a atenção de

alguém. Bastaria esse alguém pegá-la e levá-la. É tão fácil roubar uma idéia! Quem

jamais saberia que já tinha dono?

[...]

Diante de cada porta o rei parava, pensava e seguia adiante. Até chegar à sala

do sono. Abriu. Na sala acolchoada, os pés do rei afundavam até o tornozelo, o olhar

se embaraçava em gases, cortinas e véus pendurados como teias. Sala de quase

escuro, sempre igual. O rei deitou a idéia adormecida na cama de marfim, baixou o

cortinado, saiu e trancou a porta.

[...]

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O tempo correu seus anos. Idéias o rei não teve mais, nem sentiu falta, tão

ocupado estava em governar. Envelhecia sem perceber, diante dos educados espelhos

reais que mentiam a verdade. Apenas sentia-se mais triste e mais só, sem que nunca

mais tivesse tido vontade de brincar nos jardins.

Só os ministros viam a velhice do rei. Quando a cabeça ficou toda branca,

disseram-lhe que já podia descansar, e o libertaram do manto. Posta a coroa sobre a

almofada, o rei logo levou a mão à corrente.

[...]

Como naquele dia, jovem, tão jovem, uma idéia menina. E linda. Mas o rei não

era mais o rei daquele dia. Entre ele e a idéia estava todo o tempo passado lá fora, o

tempo todo parado na sala do sono. Seus olhos não viam na idéia a mesma graça.

Brincar não queria, nem rir. Que fazer com ela? Nunca mais saberiam estar juntos

como naquele dia. Sentado na beira da cama o rei chorou suas duas últimas lágrimas,

as que tinha guardado para a maior tristeza. Depois, baixou o cortinado e, deixando a

idéia adormecida, fechou para sempre a porta.

INTERPRETAÇÃO I

Conversando sobre o texto:

Identificar no texto, no mínimo três, palavras que representem: (escrevendo essas

palavras no quadro)

a) Espaço:__________________________________________________________

b) Tempo: __________________________________________________________

c) Personagens: _____________________________________________________

d) Qualidades: ______________________________________________________

e) Defeitos: _________________________________________________________

f) Sentimentos:_____________________________________________________

g) Valores: _________________________________________________________

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h) Conflito: _________________________________________________________

1. O que há em comum entre os textos Uma ideia toda azul, com o texto Enfim, um

indivíduo com ideias abertas?

2. Falem suas impressões a partir das seguintes frases do texto:

a) “ Era a primeira ideia da vida toda”.

b) “ Ideias o Rei não teve mais.”

c) Mas o Rei não era mais o Rei daquele dia.”

3. “Uma ideia toda azul”: qual é o sentido da palavra azul?

4. Normalmente, de que cor é o nosso dia? De que cor são nossos amigos?

5. As histórias, embora passadas em lugares imaginários - castelos, bosques,

reinos distantes, revelam sonhos, fantasias, medos, desejos e outros sentimentos

sempre presentes na alma humana. No caso do Rei, que sentimentos são esses,

que são também tão comuns na alma de todo ser humano?

INTERPRETAÇÃO II

ESCREVENDO SOBRE O TEXTO:

1. Pudemos perceber que, junto com o Rei, a ideia morreu.

a) O que você pensa sobre essa morte?

b) Quando o rei ficou triste e chorou, você sentiu tristeza junto com o Rei?

c) Você buscaria soluções para esse problema ou aceitaria?

d) O que você faria para restabelecer essa situação?

A partir de suas respostas, organize um pequeno texto.

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______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Vamos reler os minicontos de Ana Mello e falar um pouco mais sobre eles?

(http://www.google.com.br/images?q=Ana+Mello&hl=pt-BR&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-

BR:official&gbv=2&tbs=isch:1&sa=N&start=40&ndsp=20)

Ana Mello nos diz que “Escrever pode trazer muita cor a nossas vidas. Em tudo existe

poesia ou algo importante para contar. E contar é uma arte natural que pode ser

desenvolvida por todas as pessoas. Ler e contar torna a vida mais alegre e acrescenta

uma nova energia, transforma a história do autor e do leitor. Escrevo porque tenho

mais para dizer do que consigo falar e olha que falo muito. Pelos cotovelos, como diz

minha mãe. [...]

No mais, busco a felicidade simples, de viver apenas, fazer amigos e aprender tudo o

que puder. Pois tenho certeza, nós não viemos a este mundo a passeio.”

Vamos conhecer um pouco mais de Ana Mello e de seus minicontos? Então, vamos

entrevistá-la. (Organizar as perguntas com a classe e encaminhar via e-mail).

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

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Agora chegou a nossa vez de fazer como Marina Colasanti , Ana Mello e tantos outros

escritores. Vamos contar escrevendo minicontos. Será que é difícil?

PRODUZINDO MINICONTOS

Leiamos o miniconto de Augusto Monterroso, do livro Os cem menores contos

brasileiros do século, organizado por Marcelino Freire:

“Quando acordou, o dinossauro

ainda estava lá”.

O miniconto começa por uma pequena ideia. Se temos um texto longo, devemos

procurar as menores partes. Lembram o conto do rei? Por quantos momentos ele

passou? Quantos sentimentos ele viveu? Cada um deles pode ser uma ideia. É como

se fosse, também, uma fotografia e nela eu vou observar apenas um detalhe, uma

situação, algo que me chamou mais a atenção.

Vamos imaginar rapidamente a história que há por trás do miniconto acima:

1. Quem é o personagem? Um homem ou uma mulher?

2. O que será que aconteceu com ele?

3. Onde ele ou ela está?

4. O que um dinossauro está fazendo ali?

5. Diante de todos os acontecimentos que está ocorrendo com o personagem, qual

é o sentimento mais marcante?

Veja as fotos a seguir:

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(fotos da autora)

De cada foto, o que mais chamou sua atenção?

Escolha uma delas, se concentre naquilo que observou e, com poucas palavras, conte

uma história sobre esse momento. O resto fica por conta da imaginação do leitor

(máximo 10 linhas).

______________________________________________________________________

Vamos escrever mais um? Agora fazendo o contrário. Com a economia das palavras, o

autor consegue narrar uma história que desafia o leitor a completar o que não está

escrito. Escolha um dos minicontos de Ana Mello e amplie-o, isto é, aumente-o, com as

informações que não aparecem no miniconto, (Onde acontece a história,? Quem são

os personagens?). Use sua imaginação.

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http://discursoacido.files.wordpress.com/2010/02/leitura-

criancas-lendo-ilustracao.jpg -(08/06/2010)

DIA

DO

CLUBINHO

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MOTIVAÇÃO

Cena do filme “Uma historia sem fim”, abordando a importância da imaginação,

da fantasia.

LEITURA

http://www.skoob.com.br/img/livros_new/1/6964/

ENTRE_A_ESPADA_E_A_ROSA_1232033718P.jpg

ENTRE A

ESPADA E A

ROSA

(Marina Colasanti)

Qual e a melhor hora de casar, senão aquela em que o coração diz “quero”? A

hora que o pai escolhe. Isso descobriu a Princesa na tarde em que o Rei mandou

chamá-la e, sem rodeios, lhe disse que, tendo decidido fazer aliança com o povo das

fronteiras do norte, prometera dá-la em casamento ao seu chefe. [...]

De volta ao quarto, a Princesa chorou mais lágrimas do que acreditava ter para

chorar. Embolada na cama, aos soluços, implorou ao corpo, à sua mente , que lhe

fizessem achar uma solução para escapar da decisão do pai. Afinal, esgotada,

adormeceu.

[...]

Passou os dedos lentamente entre os fios sedosos. E já estendia a mão

procurando a tesoura, quando afinal compreendeu. Aquela era a sua resposta. Podia

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vir o noivo buscá-la. Podia vir com seus soldados, suas ovelhas e suas moedas. Mas

quando a visse, não a quereria. Nem ele nem qualquer outro escolhido pelo Rei.

[...].

A Princesa fez uma trouxa pequena com suas joias, escondeu um vestido de

veludo cor de sangue. E, sem despedidas, atravessou a ponte levadiça, passando para

o outro lado do fosso. Atrás ficava tudo o que havia sido seu, adiante estava aquilo que

não conhecia.

Na primeira aldeia aonde chegou, depois de muito caminhar, ofereceu-se de

casa em casa para fazer serviços de mulher. Porém ninguém quis aceitá-la porque,

com aquela barba, parecia-lhes evidente que era homem.

Na segunda aldeia, esperando ter mais sorte, ofereceu-se para fazer serviços de

homem. E novamente ninguém quis aceita-la porque, com aquele corpo, tinham

certeza de que era mulher.

[...] Então, sem mais nada pedir, a Princesa vendeu sua joias a um armeiro,

em troca de uma couraça, uma espada e um elmo. E tirando do dedo o anel que havia

sido de sua mãe, vendou- a um mercador, em troca de um cavalo.

Agora, debaixo da couraça, ninguém veria seu corpo, debaixo do elmo, ninguém

veria sua barba. Montada a cavalo, espada em punho, não mais seria homem nem

mulher. Seria guerreiro.

[...]

Pouco se demorava em cada lugar. Lutava cumprindo seu trato e dever, batia-se

com lealdade pelo Senhor. Porem suas vitorias atraiam os olhares da corte, e cedo os

murmúrios começaram a percorrer os corredores. Quem era aquele cavaleiro, ousado

e gentil, que nunca tirava os trajes de batalha? Por que não participava das festas, nem

cantava para as damas? Quando as perguntas se faziam em voz alta, ela sabia que

era chegada a hora de partir. E, ao amanhecer, montava seu cavalo, deixava o castelo,

sem romper o mistério com que havia chegado.

Somente sozinha, cavalgando no campo, ousava levantar a viseira para que o

vento lhe refrescasse o rosto, acariciando os cachos rubros. Mas tornava a baixá-la tão

logo via tremular na distancia as bandeiras de algum torreão.

[...]

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Desde o dia em que a vira, parada diante do grande portão, cabeça erguida,

oferecendo sua espada, ele havia demonstrado preferi-la aos outros guerreiros. Era a

seu lado que queria nas batalhas, era a ela que chamava para os exercícios na sala de

armas, era ela sua companhia preferida, seu melhor conselheiro. Com o tempo, mais

de uma vez, um havia salvado a vida do outro. E parecia natural, como o fluir dos dias,

que suas vidas transcorressem juntas.

Companheiro nas lutas e nas caçadas, inquietava-se, porem, o Rei vendo que

seu amigo mais fiel jamais tirava o elmo. E mais ainda inquietava-se ao sentir crescer

dentro de si um sentimento novo, diferente de todos, devoção mais funda por aquele

amigo do que homem sente por um homem.

[...]

Muitos dias se passaram em que, tentando fugir do que sentia, o Rei evitava vê-

la. E outros tantos em que, percebendo que isso não a afastava de sua lembrança,

mandava chamá-la, para arrepender-se em seguida e perdir-lhe que se fosse.

Por fim, como nada disso acalmasse seu tormento, ordenou que viesse ter com

ele. E com voz áspera lhe disse que há muito tempo tolerava ter a seu lado um

cavaleiro de rosto sempre encoberto. Mas que não podia mais confiar em alguém que

se escondia atrás do ferro. Tirasse o elmo, mostrasse o rosto. Ou teria cinco dias para

deixar o castelo.

[...].

E na noite sua mente ordenou, e no escuro seu corpo brotou. E ao acordar de

manha, com os olhos inchados de tanto chorar, a Princesa percebeu que Algo estranho

se passava. Não ousou levar aos mãos ao rosto. Com medo, quanto medo! Aproximou-

se do escudo polido, procurou seu reflexo. E com espanto, quanto espanto! Viu que,

sim, a barba havia desaparecido. Mas em seu lugar, rubras como os cachos, rosas lhe

rodeavam o queixo.

[...]

Uma após a outra, as rosa murcharam, despetalando-se lentamente, sem

que nenhum botão viesse substituir as flores que se iam. Aos poucos, a rósea pele

aparecia. Ate que não houvesse mais flor alguma. So um delicado rosto de mulher.

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Era chegado o quinto dia. A Princesa soltou os cabelos, trajou seu vestido cor de

sangue. E arrastando a cauda de veludo, desceu as escadarias que a levariam ate o

Rei, enquanto um perfume de rosas se espalhava no castelo.

INTERPRETAÇÃO I

Individual ou em dupla, usando tinta guache, façam uma 8pintura abstrata

representando com as cores todos os sentimentos vividos pela princesa no decorrer

da história. Depois faremos uma moldura para exposição.

INTERPRETAÇÃO II

Conversando sobre o texto:

1. Lembram o que já falamos sobre minicontos? Então, copie do texto a cena que

você mais gostou, depois escreva um miniconto envolvendo esse momento. Não

se esqueça de pôr um título bem legal, pois ele sugere o sentido, desperta o

interesse do leitor para o tema.

______________________________________________________________

2. Assim que todas as pinturas estiverem expostas, escolha uma delas e depois

produza um miniconto.

______________________________________________________________

______________________________________________________________

O conto é um texto longo e o miniconto é um texto curtinho, apesar dessa diferença

eles têm muita coisa em comum. O que seria?

8 Verificar com a professora de Artes se os alunos já tiveram conhecimento da pintura abstrata, caso contrário, pode-

se trabalhar esse assunto de maneira interdisciplinar.

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Tradicionais ou modernas, as narrativas podem ser definidas por fases:

a) Situação inicial: apresenta um estado de equilíbrio ou já um problema (conflito).

b) Desenvolvimento: o equilíbrio passa a desequilíbrio com o surgimento do

problema. A história gira em torno de tentativas de solução.

c) Clímax: momento da solução do problema;

d) Desenlace: pode ser feliz ou triste. No final feliz há a recuperação do equilíbrio,

tudo volta ao normal; no triste, o problema não e resolvido.

1. Vamos identificar as fases no conto “Entre a espada e a rosa”?

- Como começa a história, isto é, a apresentação da história? ____________________

- Que momento o conto começa a se complicar, isto é, a complicação?_____________

- Que momento foi o clímax, isto é, o momento máximo de emoção? _______________

- Como é que termina (desfecho)? __________________________________________

Agora, vamos identificar os mesmos elementos nos minicontos que lemos.

a) Magia: __________________________________________________________

b) No inferno VIII_____________________________________________________

c) Desejos__________________________________________________________

d) Quimera_________________________________________________________

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http://discursoacido.files.wordpress.com/2010/02/leitura-

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DIA

DO

CLUBINHO

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MOTIVAÇÃO

Mais uma cena do filme “Uma história sem fim”, abordando a importância da

imaginação, da fantasia.

INTRODUÇÃO

Leremos, agora, mais alguns minicontos do livro Contos Contidos, da autora Maria

Lúcia Simões. (mostrar o livro, a capa, comentar sobre a autora)

LEITURA

Miniconto 1

O SAXOFONE

Marcos tinha dezessete anos e tocava saxofone.

Enquanto tocava brotou do instrumento uma

enorme flor amarela que [...] atingiu em cheio os

quinze anos e as finas paredes do peito de Luiza

criando em seu coração uma raiz, que, embora não

tendo sido cuidada, ficou ali plantada durante

muitos anos e só morreu quando morreu Luiza.

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Miniconto 2 –

NARCISO

Era tão vaidoso e tanto se admirava que não contente em se

chamar Eugenio forrou as paredes de sua casa com espelhos que virados

uns para os outros se refletiam indefinidamente ate que a imagem

desgastada sozinha se estilhaçou e, sem poder perceber, esqueceu o

próprio rosto, perdidos o nome e a identidade.

Miniconto 3

SURPRESA

Amava a menina profundamente. Fazia-lhe todas as vontades até

deixar-se colocar embaixo de enorme cesto esperando que ela se fartasse

de seus brinquedos e lhe desse atenção.

Estando preso achou a espera muito longa, e, de repente, sem que

ninguém percebesse, saiu silenciosamente, deixando a menina muito

surpresa quando, ao final do dia, foi procurá-lo e encontrou embaixo do

cesto o espaço vazio.

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Miniconto 4

O FRASCO

Quando se despediram guardou suas

lembranças uma por uma em frasco de cristal.

Lacrou cuidadosamente e trancou em

velho cofre fechado a sete chaves. Sete anos

depois o encontrou numa festa. Quis lembrar o

som de seu riso e o modo como disse a palavra

adeus, mas chegando sôfrega em casa, ao tirar

o lacre da tampa para buscá-las entre tantas

lembranças, todas as outras se evaporaram. [...]

Miniconto 5

ESCRITA A LÁPIS

Era tão apagada que, certa vez,

inadvertidamente, a vida escreveu sobre seu rosto

uma nova história pensando tratar-se de uma página

em branco.

Firmemente ela passou a ter novos pensamentos.

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Miniconto 6

DISFARCES

Gostava de máscaras. Tinha-as todas, dos mais

variados tipos e expressões. Chegava a usar várias em um

só dia, trocando-as de acordo com o ambiente e a

necessidade da hora.

Uma vez, olhando-se com seu próprio rosto não se

reconheceu, pois o espelho não refletia imagem alguma.

As máscaras substituídas frequentemente deixaram

tantas marcas diferentes que terminaram por apagar-

lhe os traços.

INTERPRETAÇÃO I

1. Escreva quais foram suas impressões sobre os minicontos:

O SAXOFONE: ___________________________________________________

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NARCISO: _______________________________________________________

SURPRESA: _____________________________________________________

O FRASCO: ______________________________________________________

ESCRITA A LÁPIS: ________________________________________________

DISFARCES: _____________________________________________________

2. Que sentimentos predominam em cada um deles?

a) O SAXOFONE: ______________________________________________

b) NARCISO: __________________________________________________

c) SURPRESA: ________________________________________________

d) O FRASCO: _________________________________________________

e) ESCRITA A LÁPIS: ___________________________________________

f) DISFARCES: ________________________________________________

1. Um dos contos acima tem lembra o conto “Uma idéia toda azul”, qual deles?

Justifique sua resposta.

________________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Escolha o miniconto que mais chamou sua atenção. Observe um detalhe, algo

que você achou muito interessante, depois produza outro miniconto a partir

desse detalhe.

________________________________________________________________

________________________________________________________________

INTERPRETAÇÃO II

Assistir todo o filme “Uma história sem fim”, valorizando a fantasia, a leitura. (antes da

organização final).

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http://discursoacido.files.wordpress.com/2010/02/leitura-

criancas-lendo-ilustracao.jpg -(08/06/2010)

DIA

DO

CLUBINHO

ENCERRAMENTO

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PRODUÇÃO FINAL:

ORGANIZANDO A COLETÂNEA

Agora, nós vamos organizar o nosso livro de minicontos. O que precisamos fazer?

(Eleger dois redatores: uma para registrar as idéias no quadro e o outro para registrá-

las no caderno)

1. Verificar se todos os textos estão bem escritos, legíveis;

2. Os textos serão digitados, quem fará esse trabalho?

3. Serão ilustrados?

4. Que título daremos ao livro?

5. Como será a capa?

6. A quem será a dedicatória?

7. Organizar o índice;

ORGANIZANDO A EXPOSIÇÃO

1. Como será feita a exposição?

2. Quem serão os convidados? Pais, professores, equipe pedagógica

escola/NRE, etc.

3. Apresentar alguns minicontos para os convidados? Como faremos isso?

Com máscaras? Fantasia? Leitura?

4. Como será o convite?

5. Em que espaço? Haverá lanche? Quem vai organizar?

6. Como será a decoração da sala? (fantasia, cores, leitura)

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MOMENTO DA

EXPOSIÇÃO.

http://fmodia.terra.com.br/portal/blog/alexandrewoolley/images/godofredo.jpg

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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2007;

- PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica

Língua Portuguesa, 2008;

- KLEIMAN, Ângela B. Leitura e interdisciplinariedade: tecendo redes nos projetos da escola.

– Campinas, SP: Mercado de Letras, 1999. – (Coleção Idéias sobre linguagem);

- KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: Teoria e Prática. 9ª Ed., Campinas, SP: Pontes, 2002;

- KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura. - 7ª edição – Campinas,

SP: Pontes, 2000;

- KLEIMAN, Ângela B. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola/

Ângela B Kleiman, Silvia E. Moraes. _ Campinas SP. : Mercado de Letras, 1999. – (Coleção

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- SIMÕES, Maria Lúcia. Contos Contidos/ Maria Lúcia Simões; introdução Valmiki Vilela

Guimarães – Belo Horizonte – MG. RHJ – Belo Horizonte – 1996. 72 p.;

- GAGLIARDI, Eliana. Trabalhando com gêneros do discurso: narrar: conto de fadas/ Eliana

Gagliardi, Heloisa Amaral. _ São Paulo: FTD, 2001. – (Coleção Trabalhando com os gêneros do

discurso);

- COLASANTI, Marina. Entre a espada e a rosa/ Marina Colasanti (Ilustrações da autora) – São

Paulo: Editora Melhoramentos, 2009. (Biblioteca juvenil);

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- COLASANTI, Marina, 1937. Uma idéia toda azul/ Marina Colasanti. – Rio de Janeiro:

Nórdica, 1979. (Coleção Para Ler com prazer)

- MELLO, Ana/ Minicontando. Porto Alegre. Casa Verde, 200g. 120 p. (série Liliput. V.6)

- BORGATTO, Ana Maria Trinconi. Tudo é linguagem/ Ana Maria Trinconi Borgatto,

Terezinha Costa Hashimoto Bertin, Vera Lúcia de Carvalho Marchezi, ilustrações Faifi e Glair

Alonso. – São Paulo, Ática, 2006.

LIMOLI, Loredana. Leitura semiolingüística do conto ‘O Búfalo’ de Clarice Lispector.

UNESP/ASSIS: Tese de doutorado, 1997.

______; GIACHINI NETO, Emílio. Semiolingüística e leitura do texto literário. Boletim do

Centro de Letras e Ciências Humanas. UEL, p. 151-166, jul-dez 2001.

______ et. al. Leitura do texto poético: uma abordagem semiótica. Mosaicos. UEMS, ano 1, n.1,

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MERITH-CLARAS, Sônia. Sala de aula e semiótica: uma experiência de leitura com crianças.

Estudos Semióticos. [on-line] Disponível em:

hhttp://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es. Editores Responsáveis: Francisco E. S. Merçon e

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“dia/mês/ano”.

http:// pt. Wikipedia.org/wiki/Miniconto

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isar+imagens (15/06/2010)