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Transcript of orvil_completo
s pr~tiC"ados pelos lderes da Comuna de Paris.'
-
que
.-.l.n.E
,
'
..
S E R v A O 0)_.
,
!
tabornba falhada deveria estar sendo vista como um parcial fracasso no planejamento terrorista. Para corrigi-lo, em 20 ~~~_io d~6_6, ~~~i--5 apos esse ensaio geral, foram lanados dois coquet.i~olo.toyll e um pe .. tardo de dinami.t.e. __contra os portes da Assemblia . Legislativa do Estado de Pernambuco.
--
As autoridades, desconcertadas, atos terroristas,
buscavam os autores
dos
sem sucesso. O Governo no dispunha de orgaos
estruturados para um eficiente c~~Eate .a.-.? _.~_errorisI)lo. Nao, A estarrecida, vislumbrava tempos difceis que estariam por vir. Em 25 de julho de 1966, nova srie de tr~s bombas, com as mesmas caractersticas das anteriores, sacode Recife.,II
Uma,.
na com
sede da Unio dos Estudantes de Pernambuco
(UEP), ferindo,
I:1
escoriaes e queimaduras no rosto e nas mos, o civil Jos Lei t.e.Outra, nos escritrios do Servio de Informaes dos Estados Unidos (USIS), causando, apenas, darios materiais. A terceira a ser o bomba, entretanto, acarretando vtimas fatais, passou marco balizador do incio da luta terrorista no Brasil. Na manh desse dia, o Marechal Costa e Silva, candidato Presid~ncia da Repblica, era esperado por cerca de 300 pessoas que lotavam a estao de passageiros do Aeroporto Internacional . . dos Guararapes. s 8,30 hora~, poucos minutos antes da chegada de joo
.
.
JI1
I'
i
I"
do Marechal, o servio de som anunciou que, em virtude de' pane no 'avio, ele estava se deslocando por via terrestre, dncia do Desenvolvimento do Nordeste Pessoa at Recife, indo diretamen~e para o prdio da SUperinte~ (SUDENE). Esse comunicado provocou o incio da retirada do pblico.
o
guarda-civil Sebastio Tomaz de Aquino, o "Paraba", o~ , .
trora popular jogador de futebol do Santa Cruz, percebeu que uma maleta escura estava abandonada junto livraria "SODILERIl, localizada no 'saguo do aeroporto. Julgando que algum a havia es quecido, pegou-a para entreg-la no balco Aviao Civil d~ Departamento de (DAC). Ocorreu uma forte ex~loso. O som ampliado
pelo. recinto, a 'fumaa, os estragos produzidos e os gemidos dos feridos provocaram o pnico e a correria do pblico.
..
Passados
os momentos de pavor, o ato terrorista mostrou um trgico saldo de 15 vitimas. ; Morreram o jornalista Edson Rgis de Carvalho~ casado e
I
R E S. E H V A..O. O .
InESEnVJ\D~
XXI
pai de cinco 'filhos, com u~ rombo no abdmen, e o Almirante formado Nelson Passos Fernandes, com o crnio esfacelado, xando viva e um filho menor. O guarda-civil ferimento lcero-contuso "Paraba"I
redoi-
sofreu e que
no fr~ntal e no maxilar, no membro in-
ferior esquerdo e na coxa direita, com exposio ssea, ronel do Exrcito Sylvio Ferreira da Silva sofreu de
resultou na amputao de sua perna direita. O ento'Tenente-Coamputao ombro primeiro traumtica dos ,dedos da mo esquerda, fratura exposta no do mesmo lado, leses graves na coxa e queimaduras e segundo grau,s.i
Ficaram, ainda, gravemente funcionrios
fetidos os advogados da
Haroldo Cunha, os
Collares da Cunha Barreto e Antonio Pedro Morais pblicos Fernando Ferreira'Raposo
e Ivancir de Cas Idallna
tro, os estudantes Jos Oliveira Silvestre e Amaro Duarte Dias, a professora Anita Ferreira de Carvalho, a comerciria Maia, o guarda-civil Jos Severino Pessoa Barreto, alm de Euni ce Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de ap~ nas 6 anos de idade. O' acaso, transferindo o local da chegada do futuro Presiindise" II
dente, impediu que a tragdia fosse maior. O terrorismo criminado, atingindo pessoas inocentes, inclusive
mulhers
criana~, mostrou a frieza e O.f~natismo de seus executores. Naquela epoca, em Recife, apenas uma organizao va, o'P~rtido Comunista Revolucionrio (PCR), defendia subversi a luta
i, i
armada como forma de tomada do poder. Entretanto " os inquritos abertos nunca conseguiram prov~s para apontar os autores dos atentados. Dois militantes comunistas, ento indiciados, vivem, hqje, no Brasil. Um professor do Departamento Eltrica de uma Universidade de Engenharia Federal. O outro, ex-canq'idatoa D~
putado Estadual, trabal~ava, em 1985, como engenheiro da pre!ei tura de so Paulo.
2. Segundo atoNo dia 16 de abril de 1970, foi preso, no ~io de Janeiro, Celso Lungaretti, militante do Setor de Inteligncia da VanguaE' da popular Revolucionria(VRR) , uma das organizaes
,
tas que seguiam a linha militaris~a Em seus primeiros depoimentos,-'( R E S E R
.
comunis-
cubana. Lungaretti revelou a exis-
V~-----------_--I
!----,-----------
...
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.R Vfi O~ ~ .... I
S E
tncia de uma rea de treinamento de guerrilhas,
organizada
e
dirigida pela VPR, localizada num sitio da reg~o de Jacupirnga, prxima a Registro, no Vale da Ribeira, a cerca de 250 lmetros ao sul da Grande so Paulo. Dois dias depois, foi presa, tambm no Rio de Janeiro, Ma ria do Carmo Brito, militante da VPR, que confirmou de Lungaretti. Imediatamente, tropas do Exrcito e.da Policia Militar do a denncia qui-
Estado de so Paulo foram deslocadas para a rea, a fim de apurar a veracidade das declaraes dos dois militantes. Desde janeiro de 1970, a VPR, com a colaborao organizaes comunistas, de outras sob
instalara essa area de treinamento
o comando de Carlos Lmnarca ex-Capito do Exrcito --, abrigando duas ba~es, num total de 18 terroristas vindos de. so Pau lo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. As primeiras tropas, ao chegarem regio, em' 20 de abril, encontraram apenas 9 terroristas na rea, pois 1 j havia rarron-se na manh daquele dia,.poro~em sado no inicio do ms e os outros 8, inclu~ive um boliviano, reti de Lamarca, e~ decorr~ cia da priso de 'Flozino, um dos proprietr.lo,sda rea. Permane ceram apenas os elementos necessrios para desativar as bases."
Na noite do dia 21, um tiroteio marcou o primeiro choque, e, no dia seguinte, foram descobertas uma base . . treinamento, encontrando-se camntos, rdios-transmissores, f~rdamentos, bssolas, etc.I
e
uma
rea de
armamento, munio, alimentos, medi materiaJ. de acampamento~ mapas,
Em 26 de abril, foi descoberta nova rea de Darcy Rodrigues e Jos Lavecchia haviam permanecido 'de Observao, a fim de acompanhar os movimentos gulares. Entretanto,
treinamento. em um Posto das tropas re-
a quebra de seu rdio-transmissor os isolou levando-os a tentar a fuga da rea cerforam presos, 'quando pediam caro
dos demais terroristas, na na BR-116.
~-
cada. No dia seguinte, ambos
A partir dai, alguns dias passaram sem que houvesse qualquer contato. Uma parte da ,tropa da Polcia Militar foi retirada; permanecendo, mand-lo, MendesJnior. apenas, um .peloto~ Como voluntrio para coapresentou-se um jovem de 23 anos, o Tenente Alberto
Com 5 anos de policial Militar, o Tenqnte Mendes
~--------~---JRESERVAOO
-
RESEHVADO
XXIII
era conhecido,
entre seus companheiros,
por seu esprito afvel Idealis-
c alegre e pelo altrusmo no cumprimento das'misses.
ta, acreditava que era seu dever permanecer na rea, ao lado de seus subordinados.
o
dia 8 de maio marcou a tentativa de fuga dos 7
terro-
ristas restantes. Alugaram uma "pick-up"e, no final da tarde, ao pararem num posto de gasolina, em Eldorado Paulista, foram abor dados por seis policiais militares que lhes exigiram a identifii
cao. Apesar de alegarem a'condio de caadores, no consegui ram ser convincentes. Os policiais desconfiaram e, ao tentarem sacar suas armas, foram alvejados por tiros que partira~ dos ter roristas que se encontravam na carroceria do veculo. Aps o ti roteio, sem mortes, a "pick_up" rumou para Sete Barras. Ciente do ocorrido~ o Tenente Mendes organi~ou uma patrulha, que, em duas viaturas, dirigiu-se de Sete B~rras para Eld~ rado. Cerca das 21 horas,. houve o encontro com os to, verificou que dversos de seus comandados bala, necessitando urgentes socorros mdicos. aproveitando'i
terro~istas. momen-,
Intenso tiroteio foi travadp. O Tenente Mendes, em dado
estavam feridos
Um dos terroristas, com um golpe astucioso, se daquele momento psicolgico, gassem. Julgando-se
gritou-lhes para que se
entre-
envolvido, o Oficial aceitou render-se, des da patrulha permanecido.
de que seus homens pudessem receber o socorro necessrio. Tendo os demais componentes.
corno refns, o Te.
nente levou os feridos para Set~ Barras sob a intim~q de suspender os bloqueios De madrugada, existentes na estrada. a p e sozipho, o Tenente Mendes b~scou con preocupado que estava com o resta~te
tato com os terroristas,
de seus homens. Interrogado por Lamarca, afirmou que no
havia neQhum bloqueio na direo de Sete Barras. Todos, entq, geguira~ para l.'Prximo a essa localidade, foram surpreenqidQspor .-...-' .- . . , um tiroteio. Dois terroristas, ~dmauro Gpfert e Jos ~rajo de'
Nbrega, desgarraram-se';
do grupo
(foram presos poucos dias
de-
po;is) e os 5 terroristas
restan:tes' e61,brenharam-seno m~to~. le-:~
va~do o Tenente da polcia Militar. Depois de andarem,"
um dia e
rne~o, no. incio da tqrde do dia 10.de ma~o de 1970, pararam pa, . .. ra urndescanso. O Ten~nte.Mend~s foi'acusado de t-los' t~ado, dos seus c?mp~nheiCarlos e responsabilizado pelo "d~saparecimento"
ros. Por isso, teria que ser executado. Nesse momento,I
I
. -:-...,.
..
,- -.
R E S E R V A O .0
...ram-se, ficando Ariston Oliveira Lucena e Gilberto Faria tornando conta do prisioneiro.~a"QQ. m~nutQS o~ols, QS trs terroristas
XXIV
Lamarca, Yoshitane Fugimore e Digenes Sobrosa de Souza afastaLima
retornaram, e,de s foa" hou-
I
';~:"" "'~!!f'''' ~t':f:f~!ti!di:! !?~ ;1,a;L .~~ ili" ,J:tl~ ~
181:~fi~ag' iif6I!11! ~
lili
eitM{~tt
~~~ ill'~'1l2l1!'1~QIt.
"o ~l)~ !;!'n" F~\l imore
1''''''~.... -.!: .ouo Tenuma pequena
do e com a base do crnio partida, o Tenente Mendes gemia e con torcia-se em dores. Digenes Sobrosa de Souza desferiu-lhe troS golpes na cabea~ esfacelando-a. Ali mesmo, vala e com seus coturnos ao lado da cabea ensanguentada, nente Mendes foi enterrado . Alguns meses mais tarde, em 8 de setembro de 1970, Ariston Oliveira Lucena, que havia sido preso, apontou o local onde o Tenente Mendes estava enterrado. As fotografias tiradas de seu crnio atestam o horrendo crime cometido. Ainda em setemb~-o meSITO do ano, a VPR emitiu um comunicado. Povo Brasiliro", onde tenta justificar o assassinato do Tenen-
.
"Ao
te Mendes, no qual aparece o seguinte trecho:
Revoluclon~~i~ dev~ Na entanto, I'lOJ.> encoltt~~vamo6' pIL 6eJL cumplLid~ pOIL 6u~ilame.nto. xim06 ao inimigo, dint~o de um ce~co ~ue p5de. be~ executado em O Te.nente v~lLtude d~ exi~tnci~ de muita~ e~t~~daJ.> na lLegio. uzil, Mende.6 60i c.onden~do ~ ntolLlLelL c.olLonhada.6 de 6 ~ e. a.6.6im o
"A 6en~en~ de mo~~e de um T~ibunal
fio)..,'
.6ndo
depdi.6, _
entelLlLado".i
Dos 5 assassinos do Tenente Mendes, sabe-se que: _ o ex-Cap~tao Carlos: Lamarca morreu na tarde de 17 de se tembro de 1971, no interior da Bahia, durante tiroteio com a em
foras de segurana; _ Yoshitane Fugimore morreu em 5 de dezembro ~e 1970,
so Paulo, durante tiroteio com as foras ~e segurana; _ Digenes Sobrosa de Souza e Ariston Oliveira Lucena foram anistiados em 1979 e-vivem livremente no Brasil; e _ Gilberto Faria Lima fugiu para o'e~terior e desconhecese
o ,seu paradeiro/
atual.
3 .Terceiro atoA manh de 23 de maro de 1971
encontrou o jovem advogado em seUc
de 26 anos, srgio Moura Barbosa, escrevendo uma .carta;RESERVADO
------'-
RESERVADO,
xxvcapital de so
quarto de pensa0 no bairro de Indianpolis,na
Paulo. Os bigodes bem aparqdos e as longas suas
contrastavam
com o aspecto conturbado de seu rosto, que nao conseguia esconder a cris~ pela qual estava passando. I Trs frases foram colocadas 'em destaque na primeira folha da carta: liA Revoluo nao tem prazo e nem pressa"; I
.
"No pedi
mos licena a ningum para prati:ar atos revolucionrios'; e "No devemos ter medo de errar. ~ prercrvel jovem tecia ilaes prpriasp errar'fazendo do que na da fazer". Em torno de cada frase,. todas de Carlos Marighela, o tiradas de sua experincia rcvolu cionria corno ativo militante da Ao Libertadora Nacional (AIN). Ao mesmo tempo, lembrava-se das que ocorreram profundas transformaes (PCB) e estu-
em sua vida e em seu pensamento, desde 1967,quan-
do era militante do Partido Comunista Brasileiro
dante de Sociologia Poltica da Universidade Mackenzie, em so Paulo.Pensava casar-se com Maria Ins e j estava iniciando a montagem de um apartamento na Rua da Consolao. Naquela epoca, as concepoes militaristas exportadas por Fidel Castro e Che Guevara empolg~vam os jovens, e Marighela surgia como o lder comunista que os levaria tomada do atravs da luta armada. Impetuoso, desprendido e idealista, poder
largou o PCB e interepo$it-
grou-se ao agrup~mento rio de suas dvidas:
de Marighela, que, no incio ,de 1968, da-
ria origem ALN. ,Naquela manh, a carta servia como
"Fao e~~e~ comen~~~o~ a p~op~~to da ~~_ ~uaio em que no~ encon~~amo~: cornple~a de6en~~va e ab~olu~a 6al~a de ~mag~naio pa~a ~a~~mo~ dela. O d~~a6~o, que ~e no~ ap~e~en~a no a~ual mornen~o ~. do~ rna~~ ~~~~o~, na med~da em que e.6~: em jogo a plr..plr..~a con6~ana no m~~odo de luta. que ~dotamo~. . O~mpa~~ e em que no~ encon~~amo~ ameaa COmpJLOme~e~ o mov~men~o i e.6tagnao ~evoluc~on~~o - ..b~a.6~le~~o, levando-o, no mZn~mo, .... --".. .. .... e, no m:x~mo, i extino".:;
Esse ~om pessimista est~va muito longe das esperanas que depositara nos mtodos revolucion~os cubanos. Lembrava-se de sua priso, em fins de julho de 1968, quando f.ora denunciado por estar pretendendo realizar um curso de guerrilha em Cuba.~'
Conseguindo
esconder suas lig~9cs com a ALN,
em
pouco~ em
dias ,6 de,
foi liberado. Lembrava-s'e, taIT\bm, da sua primeira tentativa p~ ra ir a Havana, atravs de ROIt)a, quando foi detido,..I .._ ,
,a..
t
'
R E S E li V A D. O I
:
"
RESERVADO
XXVI
agosto de 1968, no aeroporto do Galeo, no Rio de Janeiro. Conduzido Policia do Exrcito, foi liberado trs dias depois. ,em Cuba, usando o codinome assaltos e familiarizou-se (2) de "Carlos". Aprendeu a
F.!,
nalmcnte, conseguindo o seu intento, permaneceu quase dois anos lidar realizar com armamentos e explosivos, a executar sabotagens, a
com as tcnicas de guerrilhas urbana
e rural .Em junho, de 1970, voltou ao Brasil, retornando suas ligaes com a ALN. Em face de'suainteli~ncia:.a~uda-e dos conhecimentos que
trazia de Cuba, rapidamente ascendeu na hierarquia da ALN, passando a trabalhar a nvel de sua Coordenao Nacional. Foi qua!! do, em 23 de outubro de 1970, um segundo golpe atingiu duramente a ALN, com a morte de seu lder Joaquim Cmara Ferreira, o "Velho" ou "Toledo", quase um ano aps a morte de Marighel.a (em novembro de 1969). 'Lembrava-:-seue, durante 4 meses,. ficou q Premido pela insegurana, sem ligaes com a organizao. no compa Nacio-
receu a vrios pontos, sendo destitudo da Coordenao nal. No ~stava c6ncordando com a direo empreendida
ALN e escreveu, na carta, que havia entrado "em e~~endimento com ou~~o~ companhei~06 igualmente em de6aco~do com a conduc~o . dada ao nOd~o movimenton.No incio de fevereiro de 1971, foi chamado para urna dis-' cussao com a Coordenao Nacional e, na carta, assim . . descreveu
a reunio: nAo toma~em conhecimento de m~u contato pa~alel9, o~ comp~nhei~o~ do Comando chama~am-me pa~a uma didriu6d~o, a q~al tkan~cok~eu num.clima pouco amidt~~o, includive Com o .emp~ego, pela~ dua~ pa~te~, de palavka~ inconveniente~ paka.uma di6CU~4~O polZtica. Con6e~~o que 6iquei ~Ukp~~~o c~m a keacio d06 co~ panhei~o~ po~ n~o denota~em quklque~ ~en~o de autoc~Ztica e ~oi men~e en~ende~em a minha condu~a cpmo um ~imple6 a~o de indi6ci n p.t..ina No sabia, o jovem,' que a ALN suspeitava de que houvesse trado o "Velho":--' _.'---- .... ... . -Com o crescimento de suas indecises, no aceitou, depro~ to, a funo que lhe foi oferecida de ser o cObrdenador a um posta j fora canc~lada. FOi,. ento, int,..eg:r::ado Fogo" da ALN em so Paulo, no .qual participara( 2)
da ALN de as-
na Guanabara. Ao aceit-la, aps um perodo de reflexo, a pro"Grupo de diversos
saltos~ ati aquela manh. Seu descoritentamento, entretanto, era Codinome: nome falso usado pelos comunistas em suas. atividades rev~lucionrins.SERVADO
XXVIIvisi~l:
J.
'pudeaae
"FuL Ln~egaado nea.e gaupo, eapeaando que, 6 Lmente Lna taabaLhaa dentao de Uma eEll,~a 6aLxa de autonomLa e apLL
.
1
e tecn~ca~ em p40l do mov~mento. AZ pe~. ~ manec~ po~ qua~e doi4 me~e~, e q~al nio 60i a minha decepao aoca4 meu~ conhec~mento~ ve4i6ica~ que.tambem a1 e~tava ~nulado ... Tive a ~en~ao deca4i _
t~aio polZt~ca". No ~abia, o jovem, que a ~LN estava considerando o seu trabalho, nO"Grupo de Fo~o~ como desgastante e "ain da somado vacilao diante do inimigo". No final da carta, Srgio, mantendo a iluso revolucio_ nria, teceu comentrios acerca de sua sada da ALN: UA~~im, ji nio hi nenhuma p044ibil~dade de cont~nua~ tole 4ando o~ e4~04 e om~4~5e4 polZt~ca~ de uma di~ecio que ji teve a opo~tun~dade de ~e cO~~~9i~ e nao o 6ez.
.
Em ~i con4c~~ncia, jamai4 pode4ei ta, opo~tun~4~a ou de~40ti4ta.
4e~
acu4ado de a~~iV~4_
coe.~.
No vacilo e nao tenho dida4 quanto
a4
-
m~nha~ conv.lc_
Cont~nua4ei t4abalhando nico omp40m~~40.
pela Revoluo, PO~4 ela e o
meu
P~Ocu4a~e~ onde p044a 4e~ e6et~vamente e ~ob4e ~4to con0e~4a~emo4 pe440almente".
t~l ao moviment
Ao final, assinava "Vicente", o codinome que haVia passado a usar depois de. seu regresso de Cuba. Terminada a redao, pegou o seu revlver saiu para "cobrir um ponto" (3) com wn militante calibre 38 e
uma lata 'cheia de balas com um pavio guisa de bomba caseira'e da A~N. No s~ deSCOntenta_i
bia que seria traido. No sabia, inClusive, que o
mento da ALN era tanto que ele j havia sido SUbmetido, e conde nado, a um "Tribunal ReVOlucionrio". No final da tar~e, circulava, procedendo s costumeiras evasivas, pelas ruas do JardimEu~opa, tradicional bairro paulistano. Na altura do nmero 405 da Rua Capava, aprpximou-se um VOlkswagen gren, com dois ocupantes, que dispararam mais de 10 tiros de revlver 38 e pistola 9rnrn. Um Glaxie,com 3 elemen~ tos, dava cobertura ao. Apesar da reao do jovem, que che\
,tI
I
I I I
i
gou a descarregar(3)r
sua arma, foi'atingido
por 8 disparos.(entre
Morto
~ICobrir um ponto": comparecer a um ponto de encontro de uma organizao comunista).RESEnVAOQ
mil itantes
1-'
hESE'R~AD
0_1de
na ~alada" seus olhos abertos pareciam traduzir a surpresa ter reconhecido panheiros da direo nacional da organizao (4) nos quais
seus assassinos. Da ao faziam parte seus comsubversiva Yuri X~
vier Pereira e Carlos Eugnio Sarmento Coelho da Paz (ltClnentelt), este ltimo o autor dos disparos fatais. Ao lado do corpo, ;foram jogados
panfletos, (5).
a.
ALN assumia a autoria do "justamento"seguintes trechos desse "Comunicado": nA. Aco
so sugestivos os
co de 7977, E~~a.
.4............................................................
Li.bell..ta.doll.a.Na.c.i.ona..t (ALNl exec.u.tou, d1.a. 23 de ma.,'t Mll.c.i.o Lei..te Toledo. exec.uo .te~e o ni.m de ll.e~gua.ll.da.1l. oll.ga.ni.za.c.o. a.
Oll.ga.ni.za.c;.o ll.etlo.tuc.i.on.Il.i.a., gt'VVta. dec.la.ll.a.da., n.o PEem de pell.mi.;ti.1l.. quem .tenha. uma. .6.Il.i.ede i.noll.ma.ce.6 c.omo a a.~ que po~~uZa., va.c.i.la.ce.6de~ta. e~p.c.i.e, mui..to meno.6 uma. deec.co de.6 . ,~e gll.a.u em ~ua~ i.lei.ll.a~ To!ell.nc.i.a. ,'
.um
,e
.............- .... ~ . ...... ..... .... . . . ... ... .. .. .. .... . .. ..... . .
e c.onc.i.li.a.c;o ,.ti.vell.a.m une~.ta..6 c.on.6eqUnc.i.a..6 na Il.evo!uco bll.a~i.lei.Il.a.. 1empell.a.- nOJ ~ ~a.bell. c.ompll.eendell. o momen.to que pa..6.6a. a. guell.ll.a Il.evoluc.i.onll.i.a e no~~a. ll.e.6pon.6a.bi.li.da.de di.a.n.te dela. enoJ ~a palavll.a de oll.dem ll.evoluc.i.on.ll.i.a~A.o M~wn.t ll.e".6pon.6abi.li.dad,!- na." oll.ga.ni.zaco
c.ada. quadlto
'de
...
ve anal~all. ~ua. c.a.pac.i.dade e ~eu pltepalto. ~epoi..6 di.~.to no ~e peltmi..tem ltec.ao.6
.
. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
..
~
.
o
jovem no era "advogado" e nem se chamava "Srgio Moura era Mrcio
. .Barbosa", "Carlos" ou "Vicente".' Seu nome' verdadeiro Leite Toledo. Enterrado
dias depois em ~auru, seu irmo mais velho, enI
,to Deputado Federal por so Pablo, declarou sabe~' que ele havia sido morto pelos prprios companheiros ~. 'Violncia, nunca mais! so marcos como os descri tos (4) fruto de mentes deturpa:comunistas.
das pela ideologia -- ~ue balizam o aminho sangrento e estril Justiamento: homicdio qualificado, prat"icado pelos subversivos e ter YQristas contra companheiros que tentam evitar uma ao ou que abando':"
nam a organizao, ou, ainda~ contra os que, direta ou(5)..Matos, Pnulo de Tal"so C(>1.L1C't-';:::c..,.1 . (:;,..
indiretamente,Bnrbos.,.~-,,--_ _ , _
comhatcma subverso, ' . Participaram, ainda, da ao, dando-lhe cobertura: Antonio Srgio deJos Hilton'>..
/R E S E fi V.~
XXIX
do terrorismo, nacional,
que por
quase
urna dcada
enxovalhou
a
cultura brasilei
intranquilizando
e enchendo, de dor a famlia
ra.Essas tidas sidera soas, aes degradantes, pelos quei
acabam
de ser narradas, da ideologia Para
sao
como atos
herico~ como
seguidores
que conpespo seus Ja-
~a viol~ncia todos que hoje, os meios almejam designam
o motor
da histria". e justificveis por
essas fins
so vlidos alcanar. ruas,
pelos
lticos nomes, neiro
Acolitados praas
seus
iguais, no Rio de
e at escolas
e em outros Os inquritos
locais para
qo Pas. apurao desses na atos Justia e?sas criminosos l1ilitar mortas contra entre e fe
a pessoa abril ridas de
humana
tambm
transitaram de,
1964 e maroonde alheias
1979. Porm,mulheres
pessoas
se incluem
e at crianas ideolgico incluldas'
e, na maioria, --, por serem na categoria sinecuigrejas. e
completamente inocentes daquelas ras
ao enfrentamento no esto
e' no
terroristas, pelos
protegidas
"direitos
humands" comum"
de'certas de certas
e nem partilham
de urna "humanidade
Nem parece que sempre nica. A razo, mente minado, tado
a imagem
de Deus, estampada
na pessoa
huwana,
porem,
e m~i~o como
simples. o Movimento
Essa
Igr~jaest
sabidado
infiltrada, ao longo
assim
de Direitos como
'Humanos
P?r agentes deste
dessa livro.
mesma
ideologia,
ficar
documen-
Corno gostaramos assassinatos seqestros soa humana
de poder
crer
que
esses
atos
cruis
de e
/:
I!
premeditados, com
assaI tos a mo e qualquer
armada', ate~tados tipo
fins pOlticos
de v'iol~ncia pe~ mais!
I
nao viessem
~ ocorrer
no Brasil,
nunca
, I; ,
I
i,I
!
--_.-- .. ~.-
--.-
-.---~.~.
RESERVADO"
..
~
S E fi V A O O)
AEROPORTO DE GUARARAPES
NOSAGUf\O
o JORNALISTA Rf:Grs DE CARVALHO NfD RESISTIRIA AOS FERIMENTOS
ISOLIDAREDADE CCM os FERIOOS O TENENTE-CORONEL SYLVIO FERREIRA. DA SILVA AGUARDANIX> SOCORRO
!
1
t
1
I
1
CORPO 00 J\I1.lIRANTE WILSCN J.m5 FERNANDES SENOO ru::rrRAOO
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O GUl\r.J)~ CIVIL SEI3l\STrJi.O TCW\Z DE 1\OUTNn E"1 ESTAOO DE CIlOQUE E l-lUrrI.J\OO
IRESEnVA~
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O CRIME DE SETE B~RRAS
111, 1 ,. "
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SErE
BARRAS,
REGISTRO/SP:
CENRIO
DO ASSASSINATO
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TE!'! PMSP ALBERI'O
HENDES
JNIOR.
TEN MENDES JNIOR,M)RI'Q
A CORO
NHADAS, AOS 23 AIDS DE IDADE.
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glr.eJ.>J.>oa. lntelr.na.c.i.ona..e. n Executiva., clr.iou um Comi:t~ de SOCOIr.Ir.Oa.O.6 F.e.a.ge.e.a.do.6. Ru.6.6o.6, .t1La..tou de que.6.t~~.6 plr..tica..6 e encelr.lr.OU .6euJ.> tlr.a.ba..e.hoJ.> entoa.ndo o h.i.no in.telr.na.ciona..e. do.6 .t1r.a.ba..e.ha.dolr.eJ.>,a. lntelr.na.c.i.ona..e.",(2).
e a.plr.Ovou dJ.> 21 condicei-'de i!!:. Comuni.6ta., 'e.e.ege. uma. ' Com.i.J.>J.>.o Centlr.a..e..
Desde o nome e a s~gla (PC-SBIC), obedecendo i 17~ condi~ ao, at renncia ao pacifismo social, o novo Partido aceitava a ag~tao permanente e a tese da .,
derrubada
revolucionria, convivncia da Soviticas.
das estruturas vigentes, renegava as regras de sociedade brasileira, e ilegais propunha-se e subordinava-se s Repblicas
a realizar atividades legais li Socia~istas
I;
3. As atividades do P-SBIC
. I'registrado como entidade civil. I'I
o
PC-SBIC surgiu legal,
Trs meses depois, o estado e sitio, decorrente da revQlta tenentista,colocava-o . na ilegalidade e inibia o desenvolvimento .- .. .. '. . .....,
de suas atividades de agita~o. Em 1924, um fato viria repercutir no'PC-SBIC: ao do V Congresso da IC, em ju~ho/~ulho, morte de Lenin. Nesse Congresso, sou a adotar a da "Frente ~nica'" vista, a realiza-o
I
j sob o impacto por Zinoviev,
da
:i
rc, mudando de tti~a,
pas- .::
como "um
'I';/,1
-----. (2) Lima. H.: "Itinerrio das Lutas do PC do Brasil". 1981. pagina 4.
.
WI
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RE S E
n v t. o"'0
I~. ..---------
,t H,!
rI'
li
mtodo
para
agitao
e mobilizao'
das massasll o quadro Lus
(3). poltico-instituventos libera
No final cional, lizantes,
de 1926, modificou-se de Washington
com o governo tendo
trazendo
o PC 'inclusive,
um curto perodo de legalidade, de Obedecendo lanou pela aos ditames a palavra 'do V
19
de julho
a 11" de agosto
de 1927.
Congresso "Ampla
da IC, a direo das massas",
do Partido
de ordem de "f~
agitao
justificada
necessidade
zer surgir intensa
o Partido
da obscuridade
ilegal
luz do sol da mais
agitao
poltica".
Partindo pons50,
da teoria uma
prtica,nica
criou
o Bloco
Operrio
e Ca!,!!
(BOC) como
"frente
operria",
que,
no por ac~ e j extinta
tinha,
na sigla,
as mesmas
letras
da conhecida
COB. Ainda balho seguindo a ttica de frente, o PC-SBIC que se encontrava iniciou na um tra Bol-
de aproximao
com Prestes,
via (4).Mas; dial. o ano de 1928 ~m foi marcado pela crise econmica para a munos ope-
Pensando
aproveitar
a mis~ria
..
que adv~ria de julho a de
rrios, mudando classe".
a IC realizou a ttica
o seu VI Congresso, para
s~tembro, contra poderia os comu
de IIfrente nica" mundial,\
"classe crise, para
O proletariado para
premido
pela
ser arrastado nistas cas,
a revoluo. e lutar
Era a oportunidade todas as posies
isolarem-se
contra
antagnio fim
desde
as burguesas
at as operrias. iniciava-se
A IC determinara de ferro". Para atravs as do
da IIfrente". Na URSS, Tal oes que, resoluo
a "cortina
pegou
o PC-SBrc j lanara
de su~presa. candidatos
eleiBOC,
de outubro
de 1928,
gradativamente, Imediatamente,
se vinha o PC-SBIC
tornando convocou de
o
substituto
legal do PC.
o seu 111 Congresso,rea 1929, em Niteri. Alm o Congre~ clandesti tal, medino BOC, a
lizado
em dezembro
de 1928 e janeiro como
de reeleger
A;t~~jiid;'per~ira determinou
secretrio-geral, do trabalho pelo ~OC.Com
so do PC-SBlC no do PC,a da, continuao
a-intensificao
fim de no ser ultrapassado acalmar da antiga os chefes ttica
pensava
moscovitas, que viam,
de IIfrenj:enica".
(3) Zinoviev foi o primeiro chefe do.Comintern e o.encarregado de expor, no .seu V Congresso, a estratgia que seria aplicada tanto "Frente nica" quanto s atividades das orGanizaes de frente. (4) Prestes a essa poca ainda no se tornara comunista.
,R f. S E R V A O O"
~'E S E R V A O ~..',
-
11ainda, os comunistas apenas, brasi
Ledo leiros, boca
engano.
No compreendiam, dos dorsos
que a curvatura
no era, que
temporria, com a
guisa de um ~umprimento.sujando-se Vivia~se, so Stalin, dirigentes servia de terra.
Ela teria
ser permanente,,
em Moscou,
a plena
poca
dos
expurgos. os do
O poder~ princip~is tr9tskismo tanto
com mao de ferro, do Comit para Central
mandava
assassinar
(CC) e o fantasma das
de motivo
o prosseguimento
eliminaes,
na "p,tria-mo"
como 'nos partidos satli tos. dos Partidos de Comunistas da Amrica condenou Lati"a po
A I Conferncia na, realizado em junho
1929, em Buenos
Aires,
litica
do PC-SBlC
frente
questo
do Bloco (5)
Operrio
e Campons
e o seu atrelamento O ano de 1930 na Conferncia tica sendo de frente
a este
.
rgo"
foi decisivo sobre Aires.
para
o PC-SBlC.
Em fevereiro, com base a poli
a IC baixou, a "Resoluo de Buenos ainda
a questo Nesse
brasileira",
documento,
critica
adotada
pelo
PC-SBIC
e ironiza tempo,
o BOCcomo induz o paE
wn "segundo
partido' operrio". para a luta,
Ao mesmo
tido a "preparar-se ao revolucionria". Os dias bro de ralo rada 1930.,
a fim de 'encabear a insurrci-
de Astrojild~ uma Conferncia Pedrosa. para
Pereira
estavam
contad~s.
Em
novem-
do PC-SBlC
expulsa
o sec.r~trio-ge trtskista lide
Em so Paulo, por Mrio Numa
foi afastada
uma dissidncia
guinada
a esque~da,
o Partido
encerra
sua polie ini~
tica
de alianas, fase
expurga'os
intelectuais
de sua direo
eia uma
de proletariza~o.
4. A fase do obscurantismo O periodo de
e da indefinio entre o final de 1930 e os do medos PC-SBIC, em
comprerindido
1934 caracterizou~se empreg~ndo uma crises. politica
por um quase dbia
obscurantismo se
que,
linha
e equivocada,
emaranhava
sucessivas
,no Brasil,entretanto, dos ideais foi i~tensa. Em do tenentism~, formou-se c no
A agitao 1930, ainda
s~b influ~ncia
a Aliana (5' Carone,
Liberal, E.:
um agrupa~~nto
de oposies~Em DifelI
qutubro
"O PCB - 1922 a 1943"t'. I R E S E
S.A.,RJ,
1982,' p~gina 9.
-----------.
n
V AO/O
DllStRVAGO~o ladl~~a
),2
ac~t~~o o resultado das eleieso p~ulista Jlio Pre~tes, a
presi,
Aliana,
a ao
do'am DOY!~~nto revolucionrio, alou Getlio VargasI
Nesse incio da dcada de 30, o prestgio de Luiz percusses
Carlos
Prestes, ento exilado no Prata, ainda era muito grande. As renacionais da sua Coluna faziam-no um dos mais respe! em busca de uma ideologia. tados lderes entre os tenentes. No entanto, era, ainda, um revolucionrio
Em maio de 1930, Prestes criou a Liga de Ao Revolucion ria (LAR), defininqo-se contra a Aliana Liberal. 1931, aderiu, publicamente, ao comunismo. OPC-SBIC Em maro de logo tentou
incorporar a LAR; Prestes, no entanto, com a fora de sua liderana, tentava engolfar o PC-SBIC. O maior lder comunista do Brasil no pertencia aos quadros' do PC! Essa inslita situao foi, aparentemente,.
.
resolvida
com
uma inslita soluo: Prestes deixou a Argentina e foi na URSS, para ser o representante brasileiro na Conhi"n j.s ta.
residir
Internacional
Na rea internacional, a poltica de "classe contra classeu revelara-se desastrosa para o PCUS. No houve a to deseja- . da recesso mundial, e a fora de Hitler, aproximando-se, gra. . dualmente, do Japo e da Itlia, aterrorizava os soviticos. E;? ses fatos marcaram uma nova linha poltica: ~oi aliviado o'isolamento e retomado o dilogo com as naes ocidentais, do com o ingresso da URSS na Liga .das Naes em 1934. A tudo isso assistia o PC-SBIC, atarantado. Debatendo-se da culminan
entre as ordens de Moscou, padecia de uma correta definio
linha poli tica e era envolvido por sucessivas crises de direo. Apesar do sectarismo obreirista, caracterstico d~sse pe-
rodo, a intensificao da atividade clandestina do PC-SBIC trou xe-lhe um dividendo: o relativo sucesso no trapalho militar, de infiltrao e recrutamento nas Foras Armadas. o idealismo revolucionrio, .. e at certo pon-
Aproveitando
to ingnuo, do movimento tenentista, cc;mseguiu a simpatia de mu! tos militares. A atuao de mili~ares no Partido, cQmo Mauricio Grabois, Jefferson Cardin, Giocondo Dias, Gregrio Bezerr~ ~gl!fRESEI1VADO
berto Vieira, Dinarco Reis, Agildo Darata e o
.
prprio Prestes,
sao exemplos desse trabalho de infiltrao e recrutamento. Esse trabalho militar foi decisivo para o advento da primeira tentativa de tomada do poder pelos comunistas, da luta armada por meio
.--- -
--".- -
,
.
"
...-.-~------- -.ERA INTENTONA 1. A mudana da linha da IC Induzido pela Internacional
V A O O
14
CAPITULO 111 COMUNISTA
Comunista, o PC-SBIC esforabrasileiro, que
ra-se por se inserir no processo revolucionrio desaguar
teve incio no ano de sua fun~ao e que pass.a por 1924/26 e vai em 1930. Esse perodo de revoltas e revolues interna, voltada e sociais, mas essencialmente Suas anlises tinha, para jamais porm, como motivao, uma problemtica os problemas estruturais
brasilei
ros~ Talvez por isso mesmo que as direes do PC-SEIC foram capazes de entend-los. norte-americano.
estereotipadas viam, explicam tambm suas anlises sintoni
em cada ocasio, apenas urna luta entre os "jmperialisrros" ingls e Com esse dualismo mecanicista a revoluo de 1932. Deste modo, por construrem
sobre abstraes de carter ideo~gi~o, no conseguiram por perder o "bonde da histria". desembocar na Intentona de 1935.
zar o Partido com o processo revolu'cionrio em curso e acabaram Essa frustrao iria'faz-los
Vimos, no capItulo anterior, que a URSS, em 1934, mudara Sua poltica externa, do isolamento . para . o dilogo com o ocidente. As ameaas nazistas e fascistas contriburam para alterar a linha poltica da IC. A poltica de "classe contra classe" nao dera resultados Quase que retomada,' __
e levara ao ostracismo diversos partidos comunistas. num "retorno s origens", a poltic~ d~ "frente" foi modificando-se o termo "Gnica" pelo "popular".
De um modo geral, a frente popular pretendia englobar todos os.individuos dentemente e'grupos numa luta contra o fascismo, indepe~ essa fren de "suas ideologias. E, ~ claro, aproveitar
te para ~omar o poder.I'
2. A vinda dos estrangeiros Concluindo que no Brasil j amadurecia uma situao revo-
.
,..
lucionria legados",
e que a nova poli t~ca de "fren.te popular" desencadea todos especialistas,' a fim de acelerar o processo. Com
ria a revoluo, a curto prazo, a IC decidiu enviar diversos "de
"-------...;...-----L~._E S E n v_~--.:---------- ...
isso
pretendia
suprira levar
falta de quadros a bom termo.
dirigentes
do
PC-SDlC a lC en-
que ,pudessem viou
a tarefa grupo 1934, mais
Na realidade,
um
selecionado de
de espies chegou
e agitadores
profissionais. alemo Tendo veio acomque: I
No inicio Arthur atuado panhado entrou ditava uma Ernsf
ao Brasil com
o ex-deputado Berger". Berger
Ewert,
conhecido a soldo
"Harry
nos Estados
Unidos,
de Moscou, alem Elise
de sua mulher, no Pais
a comunista falso
Saborowski,
com o nome
de Machla teriao'
Lenczycki.
Berger acre de
que a revoluo frente
comunista
inicio
com a criao composta
"vasta
popular
antiimperialista", da burguesia efetuada pelas
I?or oper A ao
rios,
camponeses
e uma parcela seria
nacionalista. "partes
de derrubada nrias
do governo
revolucio-
infiltradas
no Exrcito"
e pelos' "operrios embrio
e camponeses "Exrci seria a um
articulados
em formae~
armadas",
de um futuro
to Revolucionrio "Governo popular
do Povo". Nacional
O governo
a ser institudo com Prestes
Revolucionrio",
fren-
teO mirabolante trinrios pequenino mais pIario de Berger, no tirado levava dos comp6nd~os em conta, es~ava dou-
do marxismo-leninismo, detalhe: a poltica de fundo de crise liberal
apenas, um com uma no cansada dos
brasileira,
aquinhoada
va Constituio de 10 anos
e populista,
e ansiava
por um pouco
de paz e estabi .
lid,ade. Outros ma~do me~, agitado~es durante profissionais vieram para o Brqsil, e
aCar-
!
I
de Moscou, um casal
o ano de 1934. vieram como
Rodolfo
Ghioldi
de argentin~s, pertencia
jornalistas.
Ghioldi,'
na realidade,
ao Comit
Executivo sob o nome
da .lC, era dirigenfalso de "LqcianoI,i
te do PC argentino Busteros". para cuidar O casal
e escpndia-se Len-Jules
Vale
e Alphonsine de Augusto
veio da B~lgica.
das finanas. Sul-Americano
A esposa
Guralsk,' seretem Montev~du! veio Para com~niar-se omunista e~ sabota-
rio do Bureau pa~a dar
qu~ a ~C mantinha do PC-SBle. foi enviado Qarron.I'
instruo
aos quadros com o grupo, Victor Allen
clandestinamente nQrte-americano, g~ns v~io e explosivos com\
um
jovem
O especialista Franz
no foi esqulfcido: Paul Erika, qu~ poderia ,-
Gruber;, alemo, como motorista e
sua mulher,\
servir
d~tilgrafa.(J)
Para maiores detalhes do plano revolucionrio de Bcrgcr, ver Arago, J. C.: "A Intentona Comunista", Biblicx, R.J., pg.inns 36 c 37. . ~-'
i
I.I
{HESEH'lf.O
0\
1(,
O grupo de espies instalou-se no Rio de Janeiro. De acor \
.i.den.t.i.da.de..c.Ontum o~ u.n.alho "a revoluo agr~ia anti sO'bre a necessidade de "ga scces para transformaes
desse dirigente comunista consiqer~va no Brasil". Aps tecer consideraes
,feudal como a pedra de toque da Revoluo Democrtica e'po~ular ~har" os camponeses para a Revoluo, .dizia que, para isso .(18) (19) (20) Vinhas, M.: ""O Partido", Idem, pg. 139. Idem, pg. 137. Ed. Bucitcc, S.P., 1982, pg.134.
tRESERVADO {-'
/
I
.I~.ria
E S Ei'n v.~~r
"necessfirio acionar a luta de classes
no
campo,
a~rup~r
grandes
massas camponesas pobres
e sem terra
,em torno
do l')arti-
do, educando-as no processo da pr6pria luta revolucionria" (21). Sua pregao iria dar frutos num futuro prximo.
o
Congresso, como um todo, foi a expressoviva internas, latentes, entre o caminho
do secta-
rismo que nort~ava as concepes comunistas, ideolgicas
sufocando as lutas da luta armada
e o da via pacfica.
Viogeneb de A~~uda Cama~a, bintetizando uma pe~cep~o coletiva, i~ia a ebba mi.6tuJt.a o~gnica de daJL "expJt.e.6b~O teoJt.ica" inigualvel le"[tu~a "catab,t~o6,i.bta", apocal1.ptica, da Jt.ealidade,e.6que~di.6mo, declinante, ebt~e"[teza e megalomania p~~tidJt.ia'l (22).O PCB, por seus dirigentes, armada. continuava no caminho da luta
No dizer insuspeito de Moiss Vinhas:" ...o p~op~io
"
.---- -- ...-.--..- . -
"
(21) Arruda, D.C., membro de cc/pcn - "O ~rogro.mo. do pcn - llv.ndeira c Vitria", llpresentado no IV Congresso do pcn. (22)Vinhas, M.: 110 1>artido", Ed. lIucitcc, S.P., 1982, pago 134.
de Luta
"
.. ..
'.
r~E
S E
n
V A ~~
_
33'
II
CAPITULO V OS CRIMES DO PCB 1. A violncia comunista'1
Contam-se s centenas os casos conhecidos da violncia co munista contra a pessoa humana, escudados num estranho valor mo ral que privilegia a revoluo proletria em relao ao indivduo -- os fins justificapdo os meios.
a..tc..i.a.,a. men.t.i.lc.a.,o I.la.ngue dei lLa.ma.do, a. di..ta.dulc.ct,~.o ju,~.ti.6i.c.a.do.~ .6 e. .tOlc.nctm P0I.l.6Zve.,f. o podeJt do plLote.talc..i.a.do e.den.tlc.o de..6.ta medida. I.lpme.n.te" (1). A violnciaAfirm~ Merleau-Ponty:
liA
,I
tt
seria vlida se cometida em nome da classe operria e de seu re presentante, o Partido Comunista.
.
Lenin; em seu "testamento", havia indicado seis homens que poderiam substitui-lo na conduo do Estado Sovitico: Stalin, Zinoviev, Kamenev, Rykov, Bukharin e Trotsky. Stalin, elegendose secretrio-geral do PCUS, nunca conseguiu eliminar a pelos oposi~ outros ao q~e lhe faziam os grupos internos dirigidos cinco.
Na dcada de 30, a URSS vivia sob clima de ameaa de guerra mundial e da questo'sobre PCUS. Os denominados navieve
uma
se seria possvel enfrent-la respostas
com a existncia de uma oposio i~terna a Stalin, na cpu~a do "processo:;; de t-toscou" for.:lm as dessa questo, e os opositores, sucessivamente, eliminado~. Zi-
Kamenev foram fuzilado,s em 1936, Rykov em 1937, ?ukhaapenas,I
rin em 1938, e Trotsky, que j estava banido da URSS desde 1929, foi assassinado em 1940, no M~ico. E isto para citar, ) alguns dirigentes. Torna-se difcil,. entretqntQ, imputar a StalinII I
a nica d poderia
culpa pelos crimes, ~omo desejqva Trotsky. Em um regime que a uma classe um poder total e qitatorial, qualquer h~l utiliz-lo sobre as demais parela da sociedade.,.
Alguns anos mais tarde, Tito~'chefe do governo iugo~lavo, ~ . afirmaria quc\os crr6s e os crime bometidos resultaram mais do\
sistema sovi~tico do que das,~~lh~s morais do ditador, c~no tal sistema proporcionou.(1) Merleau-Ponty, M.: "Hunklnismo e Terror" 1968, pe. 13. I , E:d. Tempo nrlsilciro.
cpja as
~.J.,
.n
f. S E fi V
t,
0.... 0I
-
34.No Brasil,. fanatizados ~ela mesma ideologia e animados p~ los mesmos propsitos indecifrveis que os conduziram Intento na de 1935, os comunistas deram seguidas demonstraes dita violncia, ao perpetrarem de inaupolicrimes, com requintes de perv~rO "Tribunal. Vermelho",
sidade, para eliminar, no s seus "inimigos", as foras ciais, mas seus prprios compan~eiros. criado para julgar, sumariamente, ravam suspeitas e receios,arvora~a-se
todos aqueles que lhes inspiem juiz e executor, forne
cendo, ao PCB, um espectro pattico e trgico. Pelo que se conhece, pode-se inferir, tambm, que dezenas de outros crimes foram cometidos pelos comunistas, sem que houvessem vindo a pblico, escondidos pela "eficincia do trabalho executado". Os casos a seguir relatados mostram, de um modo palido, mas irretorquvel, absurdo. Aos assassinados, cabe a afirmao de Merleau-Ponty: m.i..t.i./t-.6 talvez que' e.le.6 ~lLal .i.,Jtd.i.vZduo.6 e .6ab.i.am o qu.e essa violncia levada aos limites do
tt
e-
"Ad an;.6
L~be~dade.tentamos
Nio e4pan.ta/ti .6e, .tendo ~ue,
6ala/t do comunl.6mo, .t~te.6
v.i.~lumb/ta/t,(2)
at/tav.6
nuve.m e no.i.te,
/tO.6tO.6 que'.6e.
apa.gaJLa./11da :telL/ta."
2. Bernardino Pinto de,Almeida e Afonso Jos dos Santos Em 1935, ainda antes da Intentona, Honrio de Frei ta.s Gui mares, membro do CC/PCB, denunciou Bernardino so de suas atribuies,.
Pinto de'Almei-
da, vulgo "Dino Padeiro", de traio. O "Tribunal Vermelho", cio julgou-b culpado e perigoso para a ao do Parti"
armada que se avizinhava. O prprio secretrio-geral o auxlio de seu cunhado, Luiz CupeloColnio. ~Dino Padeiro", deslumbrado 60m a possibilidade
4t
do, Antonio Maciel Bonfim, o "Miranda", decidiu execut-lo, com
de enconatrado
trar-se com o prprio ,secretrio-geral do Partido, foi Brasil, no Rio de Janeiro
para um local ermo, prximo Estao de Triagem, da Central do (hoje Estao Carlos Chagas). Fora das ". vistas, Miranda desfechou-lhe urna coronhada e, em seguida, dois tiros de revlver. Tendo a arma enguiado, t0mou a de Cupelo desfechou-lhe no, apesar de tUdo,. no morreue,(2)
e
mais dois tiros" para ter... certeza da mort~. Dia socorrido por funcionrios daEd. Tempo Brasileiro, R.J".,
}lcrlclu-Ponty, M.: "llumanismo e Tcrror", 1968, pg. 32.
r R E S ~..,"r_{ _V_A_D_o_II--~-----------'
.'
[n
'E.$
E H V 1\ O O
35
ferrovia,
sobreviveu
e pde
contar
sobre
o crime. Mais tarde, Cupelo (3) . do PCB entran o "Tribunal Ver A vti E~SCll
Ironicamente, tirla, em sua prpria
o destino famlia,
deu voltas. o peso
da violncia
Em 2 de. dezembro do na clandestinidade melho" ma julgou
de 1935, com os militantes pela derrota da Intentona, Jos
e condenou por Jos
morte AfonsoEmdio
dos Santos. membro
foi delatada
dos Santos, que recebeu
do Comit
tadual ao.
do PCB no Rio de Janeiro,
o encargo
da execu
Trs sassinato, por falta
dias
depois
do "julgamento", da Prefeitura
Jos
Emidio
cometia
o as
na garagem de provas,
de Niteri.
Impronunciado o crime.
s em 1941
foi esclarecido
3. "Elza Fernandes"Desde em sua casa, nio. com que, menina, Elvira Cupelo amigos Col9nio ~costumara-se Luiz a ver, Col e do o
os numerosos
de seu irmo,
Cupelo
Nas reunies de comunistas, . . a linguagem complexa daqueles Em especial, admirava de vez em. quando, lanava-lhe
fascinava-se com os discursos que diziam ~er a salvaio devorando que parecia
Brasil.
aquele
ser o chefe e
olhar,es gulosos,
seu corpo Antonio
de adolescente. Bonfim, ento
Era o prprio
secret~rio-geraldoPCB,
Maciel Em 1934,
o "Miranda'~ 16 anos, E~vira Cupelo tomou-se como a amm "Elza ter Quanque a
com
te de Miranda Fernandes" sup. irm do ela chance ou, como
e passou
a ser conhecida, a "garota".
no Partido, Para Luiz
simplesmente, amante
.Cupplo~viu
do secret~rio-geral e foi mora~ havia
era uma
"honra".
sau de casa de subir Entretanto,
com o amante, aumentado.
Cupelo
no Partido
o fracasso
da Intentona,
com as prispes
e os
d6cumentos acuados dias
apreendidos,
fizera~
com que os comunistas "aparelhos". foram Apt.,I
fiassem
e isolados
e~ seus prprios:
NoS primeiros em sua reJa-
de janeiro
de 1936, Miranda
e Elza
presos
sidncia, neiro. cluiu
na Av. Paulo
de Front.in,! 606,
11, no Rio de a polcia
Mantidos
separados pouco
e incomunyveis, ou oada poderia
logo conaos de-
que a "garota"
acrescentar apreendido
pqirnentqs de "Miranda" e ao voly.~noso arquivo m~nto (3) do casal. Acrescendo
no aparta e nao
os fatos' de ser menort
de idade
Ver o. caso de "Etza
Fernandes"J
a seguir.
------E
E
n
V 1\ D))
36
poder ser processada, Elza foi liberada. sada, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Mcireles, em Pydra de Guaratiba,I
subrbio do
Rio
de Janeiro. Recebeu, tambm, ida polcia, autorizao t-lo, o que fez por duas vezes.
para visi-
Em 15 de janeiro, Hon6rio de Freitas Guimares, .um dos di rigentes do PCB, ao telefonar para"Mirand~'surpreendeu-se vir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Nesse to, o Partido soub~ra que'~iranda"havia pois, a priso de outros dirigentes aumentou o pnico. suspeito comearam. na casa do era cado. Alguns dias ao ou momende-
Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior "Miranda".As investigaes do "Tribunal Vermelho" Honrio descobriu que Elza estava hospedada
Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, tambm, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por "Miranda'~ no qual ele pedia aos ami,gos que auxiliassem a "garota". Na viso estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polcia, com qu~m Elza estaria colab6rando. As suspeitas transferiram-se ta". Reuniu-se o "Tribunal Vermelho", composto por Santos e Jos Lage Morales. Prestes, escondido em sua Hon5rio de casa da de"Mirandd' para a "garo-
Freitas Guimares, L~uro Reginaldo da ~ocha, Adelino Deycola dos ~ua Honrio, no Mier, j h~via decidido pela eliminao rotall foi condenada morte. No houve, porm, a desejada unanimidade: vidas, ops-se condenao, tes vacilassem Morales, com d . sum-
ria da acusada. O ."Tribunal" seguiu o parecer do chefe e a "g~-
-
fazendo com que os demais dirigen
em cumprir a sentena. Honrio, em 18 de fevereill
ro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o "Miranda A reao do "Cavaleiro da Esperana" foi imediata. No diseguinte,escreveu uma cart.a aos membros do "Tribunalll, sentena. tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da
,transeritos,
Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir
constituem-se num exemplo can~ente da frie~a c da cnica detcrminno com que os comunistas jogam com a vida humana.: "fu.(.od
tOllo.amen.te .6ullplleelld.tdo peta 6a.e..ta de lle.601.uc(to e, vacLtaco voc.6. A.6.6i..1l1 .6e pode di..ll.(.gt o PaJtti..do do PJtotc..talt1..cido; niocta.6.6 e Itevo.tuci..onlti..a".
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IIl'Iil" l.iI'"I ._. I
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~ 'U.p '~ .
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,"POIL que mod.i.6.i.c.alLdec..i..&o lLe.&pei..to a.'ga.lLo.ta.'? .tem a. a. d QLU? a. velL ,uma c.o.i..&~ c.~m a. ou.t~a? Hi ou no h~ t~ai.co po~ palLte dela? E ou no ~ ela pe~i9o~Z~~ima ao Pa~tido ... ?"
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...................................
~
.
"Com ptena c.on~c.inc.ia de minha ~e~pol1~abi.e,idade, dc.-!> o/) de plLimei~o~ in~.tante~ .tenho dado a voc.~ minha opini.o quanto ao que 6azeIL c.om ela. Em minha c.alLta de 16, ~ou c.ate9;~ic.o e nada. mai.& tenho a. ac.lLe~c.entalL " ..
...... ...... . ... .... . . . . . .... ..... . ..... . .. . . .. ... . . . .. . ......~
e
. "Uma. tal linguag em no ,e dig na do~ c.he e~ do no~~ o PalL.timedlLo~o~, inc.apaze~ de uma dec.ido, pOIL que ~ a lin9uagemdo~ /).o,temelLo~o~ ante a. lLe~pon~abLe.idade. Ou bem Que voc.~ c.onc.o/t dam c.om a.~ medida~ extlL~ma~, e ne~te c.a~o j~ a~ deviam te~ ~e/)olutamente po~to em lM~tic.a, ou ento di~c.olLdam mal.l n.o de6e!.::. dem c.omo devem .tal opini.o" .. Ant tal intimao e reprimenda, acabaram-se as dvidas. . Lauro Reginaldo da Rocha, um dos "tribunos vermelhos",. respon\
c.uidado QUe. a c.oi~a ~elt~ dilLeitinho, poi~ a Que~t.o do .&entimentalil.lmo n.o ~ii6te .aQui. Ac.ima de. tudo c.oloc.amo~ o~ .inte.~el.l~ do P.". e.'~Decidida do Camboat,
deu'a Prestes:' "AgolLa, n.o tenha
6ei.tapOIL
a execuo, Elza foi levada, por Eduardo Ribeiro Freita$ Guimacasei"senta~
Xavier, para uma casa da Rua Mau Bastos, n9 48-~~. na 'Estrada onde j se encontravam Honrio de .res, Adelino Deycola dos Santos, Francisco Na~ividade Lira e Ma noel Severino Cavalcanti. Ela, que gostava dos servios rop, foi fazer caf. Ao r~tornar, Honrio pediu-lpe que se a seu lado. Era o sinal con~cncionado. nistas adentraram lo pescoo,II,
Os ou~ros quatro com~ seguravam a fo~ etlfiado o }1edion
sala e Lira passou-lhe uma corda de SOcm p~
iniciando o 'estrangulamento. Os demais de Elza
garota" que, mesmo jovem, tentava. salvar-se. Poucos minutos de ~. -
pois, com os ps junto" cabea, oicorpo do crime, em nome do Partido Comunista.
num saco e enterrado nos fundos da casa. Perpetrara-se
Logo aps este fato, em 5 de"maro, Prestes foi preso
em mes-
seu esconderijo no Hier. Ironicarnnte, iria passar pelasmq.s angGstias~
para a Alemanha nazista. Alguns anos depoi~, em que auxiliara
. quando
sua mulher,.Olga
Benrio,
foi
eeportada
"~4
O, Luiz CU'pelo Colnio, o mesmo na tcn~ativa de assassinato do"
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o secrctrio-gcr~l
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irm. comunista:
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"Dino Padeiro", participou d~ exumao do cadver de sua guem que, na pr6pria dor, percebeu a viru16ncia
O bilhete qttee~creveu a "Miranda~' o 1I11an de Elza, retrata alte
"R.i.o 17 - 4 - 4 O I Meu c.alto Bon-i.m Ac.abo de add.i.4t.i.1t exumdc~o i do c.ad~velt de minha -i.ltmiEl I vilta. Rec.onhec.-i.ainda a 4ua dentadulta e ~eUd c.abelod. Soube tam b~m da c.on6-i.4d~0 que elementod de Itedpondabil.i.dade do PCB6-i.zeItam na polZC..i.d de que hav.i.am a4da~dinado minha iltma Elvilta. O-i.ante d-i.6do, Itenego meu pad6ado Itevoluc.-i.on~ltio e enc.eltIto ad minhad at-i.vidaded c.omuni6ta6. 00 teu demplte amigo Luiz Cupelo Col5nio".4. Maria Silveira e Domingos Antunes Azevedo Elisirio Alves Barbosa, militante do PCB, quando estava na clandestinidade em so Carlos, cidade do interior paulista, apaixonou-se pela tambm militante Maria Silveira, conh~cida co m6 "Neli". Indo para o Rio de Janeiro, o pr8prio Elisirio,ap6s alsum tempo de militncia, acusou Neli de no mai~ merecer.a con fiana do Partido. O "Tribunal Vermelho" condenou-a morte. Planejado o crime, os militantes.
Ricarte Sarrun,
Antonio, no.
Vitor da Cruz e Antonio Azevedo Costa, levaram-na, em 6 de Flor~sta da Tijuca. No transporte, usaram o txi dirigido
vembro de 1940, at a Ponte do Diabo, na Estrada do Redentor, na por Domingos Antunes. Azevedo, conhecido por "Paulista". Logo ao ch~ gar, Neli foi atirada da Ponte do .Diabo por Diocesano que esperava no local. Mas, havia a poss.ibilidade de no morresse com a queda. Para certificar-se da morte, da Silva Valena aguardava no fundo do abismo. Martins, que ela Daniel
.
Neli, entretan-
to, j chegou .~ofta..~~i e~quartejada por Valena, que procurou torn-la irreconhecvel a fim de dificultar a identif~cao e apagar possiveis pistas. Dois meses depois, os assassinos de Nel~. estavam preocupa dos com a possivel descoberta do crime. Em 20 de janeiro de 1941 , reunidos, verificaram que o ponto fraco ~ era o motorista . xi, Domingos Antunes Azevedo. Decidiram elimin-lo. do t-
Antonio Vitor da Cruz e Antonio Azevedo Costa, "amigos" do motorista, atraram-no para um passeio na Estrada da Tijuca. Fo
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39
ram, tambm, Diocesano Martins e Daniel da Silva Valena, este sentado ao lado do motorista. Num local em que o txi andava bem devagar, Diocesano desfechou trs tiros na vtima, que tanboude bruos sobre o volante. Valena freiou o carro e o cadver foi atirado margem da estrada. Segundo eles,os assassinatos de "Neli" e do "Paulista", em nome do Partido Comunista, jamais seriam descobertos.
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~EOS REFLEXOS
S E 'R V A ~~,___________DA DERROTA COMUNISTA
lLlDEM:\'J\(x):01U'NISrJ\.11
t1O
mIONIO
MACIEL OONFIH, O "MIRANDA" _ O SECRE[X) PC NO DEN.')NS'ffi:)UI
T1\Iuo.:cEIfU...
DURAl\"'TEA TEN'rA'l'IVA DE H).RR.EU DESAMI?ARAIX), NIIEIRJS"
Q)LPE
ABANOONACO PEIDS
(x):'1PA-
ELVIRA COrDNIO,
A "ELZA FERNANDESlI - A (X)HFOI ASSASSlliADA, SUSPEITA DE POR
PANHElRA DE lIt-lIRANDAlI ORDENS DE PRESTES, (IABJR1\NIX)
SOB
ESTAR
(X)H A POLICIA.
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RE S E R V A-..':.~
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P A RT E
A SEGUNDA TENTATIVA DE TOMADA DO PODER .
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42 .
CAP1TULO I AS DIVERG~NCIAS NO MOVI~mNTO COMUNISTA
1.
A IV Internacional Os dois ltimos anos de Lenin, acometido por grave doena,
form marcados por divergncias no PCUS, em torno da luta poder e contra a sua concentrao sas divergncias, de "Oposio de Esquerda". A morte de Lenin, em ~aneiro de 1924, e uma grave ! de Trotsky facilitaram a tarefa de Stalin, que, aps o XIV gresso do PCUS, em 1925, conseguiu assumir, com todos os res,.0i
pelo
nas mos de Stalin.
Uma des-
encabeada por Trotsky, recebeu a denominao
doena ConpodeTrotsk"
dominio do Partido e do Estado russo, demitindo
do cargo de Comissrio de Guerra
(dirigente do "Exrcito Verme-
lho").Durante alguns anos, escudado em seu grande prestigio,Tr~ tsky conseguiu liderar a oposio a Stalin. Entretanto, pelaram-se. Trotsky foi expulso do partido, preso c a partir do XV Congresso do PCUS, em novembro de 1927, os fatos atro dpportado para a Sibria. Em 1929, foi banido da Rssia, seguindo para a ilha de Prinkipo, pxxima a Constantinopla. Depois seguiu para a Frana, Noruega, Espanha e, finalmente, para o Mxico, onde, em 25 de agosto de 1940, foi assassinado, a golpes de picareta na cabea, por Ramon Mercader Del Rio, considerado como.um age~ te de Stalin. Alm da luta bsica pelo poder, as concepes de Stalin e de Trotsky eram divergentes, embora ambos se tenham declaradtt "marxistas-Ieninistas". Em sua viso original, podem-se alinhar considerando guer a as seguintes premissas bsicas do trotskismo: pela defesa da t~ mada violenta do poder, tipo golpe de Estado, rilha urbana como elemento essencial para lucionria; contra o burocratismo defendendo o "fracionismo",
a transformao revo.-
rgido na direo partidria, pela "nada
isto , o direi to de formar grupos, ao conceito st~
tendncias e fraes dentro da estrutura da organizao; defesa da "revoluo mundial"" em contraposio cional" pelos principios intern~cionalistas; linista do "socialismo num s,pas" ,..ubst'i s tuindo o fator e pela defesa
."revoluo permanente", contnua, no admitindo, uma etapa inter---.[:~ E
s
~~~_~~J
"
.
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!
43"
,I
mediria
para atingir o socialismo
(ditadura do proletariado). na 1~ Para linha tro,.' rI
te,
.Desse Capo I,
modo, modifica~se o quadro apresentado item 1., deste livro, acrescentando-se
tskista:
li
TROTSKISMO,I
'I
I
Em 3 de setembro de 1938, em Prigny, aldeia prxima a Pa ris, foi fundada a IV Internacional, ternacional Trotskista, "Programa de Transio". , .,
tambm conhecida como
In-
que aprovou o seu documento bsico, ._, o . As resolues desse Congresso d~ Funda)
o foram consideradas como "secretas" e, por ~rdem de Trotsky, guardadas na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para somente serem reveladas40' anos aps sua morte
(1). em linhas pre-
De 1938 para c, dificil esfabelecer, cisas, o histrico
do trotskismo. O principio do ~fracionismo"e inGmeras cises e dissidn id~pl~icas,~
o "direito de tend6ncia" provocaram cias, formand um verdadeirp
la~irinto de linhasI
que se dizem, cada 'uma, representar o real pensamento. de Tf'otsky.I ,
No entanto, apesar da fr~quezaacarretada tantes divises e por no ter Gonseguido, po~er e~ nenhum paIs, inques~ionvel do~ movimentos
por espas consafsumir o ipfl~6ncia seu ap4rente vem que no 9s es~
at hoje,
a cresce~te
trotskist~s no mundo ,inteiro. Por
"l~.beralismo", s vezes, at confundido com o anarquis~no, copseguindo empolgar setores d~s massas, particularmen~e tupantes e os intelectuais. conseguiu estabelecer exterior.I
E, mais uma vez,
copiand?
aconteceu com a 111 Internacional,,
no Brasil, o trotskismo
uma linha prpria, limitando-se a seguir, . o que os grandes ide6logosdecidir~mno
quase que mecanicamente,
,
\
2. O PORT quebra o exclusivism~do
PCB
Ao Congresso de Fundao' da'IV Inter~acional, em 1938, com-
..(1) Em 1980 houve onCC5SO
no documento,
que continhaI
textos em russo e ale
mo, mas no h noticia
i
de scu contedo.
n
f. S E
n
V' 1\
0,.0'1,
!
~SE:nVhOO
44
pareceram 11 paises.
21 delegados, Entre eles,
representantes o brasileiro
de grupos pedrosa
trotskistas
de
Mrio
reprcselltava
o con~inente
sui-amcricano. pedrosa para e, por ingressara fazer no PC-SBIC. em Moscou, No ano seadoeceu ao das trotsdo Co ao
Em 1926, Mrio guinte, passar teses ao dirigir-se pela Alemanha da "oposio passou
um curso
l ficando,
tomou
conhecimento s idias
de esquerda" ~ documentos
Convertido para No
kistas, mit~
a enviar
seus companheiros
Estadual
do PC de so Paulo. formou o Grupo
foi a Moscou, Lenin
retornou
Brasil dentro
e, em 1929, da estrutura Em 1931,
Bolchcvique
(GBL), ainda
do PC-SEIC. Pedrosa,
Hrio
j afastado
do
PC, transformou reunia' Muniz
o alde
GBL na Liga guns
Comunista
Internac~onalista
(LCI) , que e Edmundo
intelectuais
como Ffilvio Abramo diversas
Ferro
Arago.
Em 1935/36/37, fugiu
prises
desarticularam,
a LCI. M remaem
4t
rio pedrosa nescentes
para o exterior criou o Partido a ter real
e Muniz Operrio
de A~ago,. com Leninista
da LCI,
(POL) ,
1937,. que nuncaNessa surgiu
chegou
i~portncia. de S~ Paulo do ,PC-SBIC, Sacheta,
poca,
no Comit~
Estadual
um novo
grupo
trotskista,
liderado
po~ Herminio
que recebeu nalmente, Niguel.
a denominao grupo
de Tendncia pelo
de Esquerda. idelogo Moreno"
InternacioHugo
este
Bressano,
conhecido
.
orientava-se por
trotskista ou,
"Nahuel
simplesmente, de Es
"Moreno". querda que,
Nos primeiros
anos .. dcada da no Partido
de 40, a Tendncia
transformou-se depois,
Socialista
Revolucionrio(PSR), Internacional~ cons
logo
se filiou
oficialmente ou linha
IV
tituindo-sc
na linha Moreno
morenista. remanescentes (LSI). Em criaram,
Em 1952, em so Paulo,
o PSR dissolveu-se a Liga outro Socialista idelogo
e seus
Independente
1954/55,Cris
"J. posadas",veio talli ao Brasil
trotskista
de nivel
internacional, Romulo
e provocou conhecido
a extino por
da LSI.
Homero
Frasnelli,
"J. Posadas"
ou, simplesmente, fora jogador de
"posadas", fut~bol
era um argentino
que cu sua juventude
profissional
em Buenos
Aires. Considerado COlro um dos gran....; mnximo
des idclogos trotskistas, era dirigente Americano", com sede em Montevidu Em 1955, criou (PORT),
80 "Burcauao
Latino-
e vinculado
Secretariado Operrio apoiado Revo no jOE
Internacional. lucionrio nal
no Brastl que
o Partido
Trotskista
se desenvolveuf
~-----------r.~F. S E
"A Frente
Operria".
n
V A () O
45
Quebrando o exclusivismo do PCD, de suas atividades, anos da dcada de 60,
o PORT,
desde o' inicio Nos primeiros no Movimento
optou pelo caminho violento. atuou nas Ligas Camponesas,
dos Sargentos e nos Grupos dos Onze, de Brizola.
3. O XX Congresso do PCUS Em fevereiro de 1956,~ealizou-se no qual o seu'secretrio-geral, culto personalidade nal(MCI) o XX Congresso d6 PCUS, um
Nikita Kruschev, apresentou pacifica, que
"relat5rio secreto" abordando duas idias bsicas, o combate ao e a coexistncia traaram novos rt~os para a conduo do Movimento Comunista e acentuaram as divergncias Internacio-
sino-soviticas. centrou-se na denncia "dogmatismo
O combate ao culto personalidade dos'c~imes toritrios"
cometidos por Stalin e na critica a seus "mtodos au e "concepes sectrias". O combate ao
stalinista" foi acentuado e a sua poltica execrada. Na prtica, che'gou-se ao requinte de derrubar as esttuas do ex-lider e de modificar o nome da cidade de Stalingrado desmitificao mou-se e~ filho bastardo. par~ Lenipgrado. A de Stalin foi completa. O "grande pai" ~ra~sfor-
.
A politica de coexistncia.
pacifica,
lanada no
Cong~espases p~la
so, previa a convivncia com sistemas polticos,
simultnea e lado a lado ent~~
econmicos e sociais diferentes. Abdican do Gho~ue armado entre o mupdo demo~ em busca da hegemonia nnmd~aL da
do, peio menos em tese, da linha de expanso do comunismo fora e da inevitabilidade
cr~tico e o mundo comunista, procurava estabelecer uma "c9mpeti >econmica com o capitalismo", propaganda e-da infiltrao, A luta armada era substituda pela luta ideol5gica, atrav~s a fim de ganhar as massas. os posscomunis-
Talvez Kruschev no tenha estimado corretamente veis efeitos exteJ;nos de sua deciso. Havia dirigentes tas que concordavam com os mtodos stalinistas
c ,havia dirigennum
tes que julgavam que.o erro nao estava em Stalin c sim no niste ma sovitico, que permitira s~a ascensao ferrenho ditador. e transformao
.
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As con-seql1ncias do XX Congresso vcrg5ncins 5ino-sovi~ticas, questcs geopolticas, acentuar~-se
foram imcdiatils. As dipor ideolgicas. oamrrds~,
que j~ existiam h a~gum tempo nas questes
Reaes e dissidncias surgiram em todos'os partidos
pois muitos dirigentes no aceitaram a descstaliniza5o Os defensores da poltica do XX Congresso -- a coexistncia pacifica -- receberam os eptetos de "revisionistas" "reformistas". e de
o policentrismo ganhou vulto. lniciva-se o fim do blocomonoltico do MCl e da hegemonia do PCUS. 4. O V Congresso do PCB As denncias do sistema do culto personalidade e dos cri mes do "camarada" Stalin, fqitas noI
xx
Congresso
do PCUS,
aca~ o
retaram a para.lisao doPCB.
A sua direonacionalbuscou adiar
quanto ,pde a 'discusso em torno desses fatos. Em julho dc"956, houve. uma. Conferncia Nacional do Par-
tido, a V, mas o assunto simplesmente no foi abordado. Segundo Peralva; o PCB "estava atordoado e no sabia ou no podia' discu tir um tema, para o qual no existiam ainda as muletas ~o proj~ to de frase feita e das f6rmulas c~nsagradas. tigo Cavaleiro da Esperana" (2). Porquc era ~ is-' so, a um repetidor rle frases feitas, que se havia reduzido o an
Em agosto, realizada uma reunio do CC,. na gua'la direo do Partido duramente criticada, ~as a discusso envolvendoPCB como um todo ou o fulcro do problema continuou,
o
na prti-
ca, proibida. O crtico mais contundente fora Agildo Baratatt Desde o inicio dessa reunio, constatou-se' que as divergncias com o trabalho de direo do Partido eram irreconciliveis. Em fins de setembro, convocada uma nova reunio do CC,o~ de,muito mais ntidas do que o rumo que o PCR tomaria, a delinear-se correntes, que iriam, dali para frente, dia~-se pelo poder. comeam digla-
,
Em novembro, a Comisso Executiva, atravs da "Carta Abe.!:. ta de Luiz Carlos Prestes aos Comunistas"~ que se tornou conhecida como "carta-rolha", estabeleceJo fim da discusso. Esta-
(2) Pcrnlva,
O.: "O Retrato"/:
Ed. ltatiaio
Ltda,
nn.,
19~O. p~.
255.
~~lE S E 11 v~-,--".---
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ataqucs varo proibidos, cntre outras coisas, "quaisqucr Sovitica e ao Partido Comunista da Unio Sovitica".
a Unio
partiEram cada vez mais ntidas as tendncias dentro do ~ do: de um lado, Agildo Barata e boa parte dos intelec~uais, desejando que~fosse o afastamento feita uma autocritica radical, exigindo mesmo com dos membros da direo partidria; de outro lado,
a maioria da Comisso Executiva, extremamente comprometida
o "status quo", resistindo is mudanas a qualquer preo. Havia, ainda, os conciliadores, que, num primeiro momento, reforam a "esquerda" para derrotar a'"direita" e, uma vez liquidada esta, do o golpe de misericrdia naquela.
Vinhas assim retrata essa situao e a posio do secret
e
rio-geral do Partido: liAcrise poltica'aparece,
assim,
como
crise de direo. A posio de Prestes no foi univoca nem reti linea. Inicialmente perplexo e sem saber o que fazer, foi sendo aos poucos ganho para a autocrtica"; A seguir, Agildo Barata afastado do PCB e com ele in6mer6s militantes, putado federal. Prestes, . saindo da clandes~inidade I'I
saem
{ncltisive Bruzzi Mendona, o seu Qnico de~
a que se impusera
.com
o auxlio do n6cleo dirigente, d~pois de 10 anos, 'e~ agosto de 1957, comparece reunio do CC. Nessa reunio, s~ qestituidos
qa
Executiva:
Arruda Cmara, JO~O Amazo~as, Srgio Hoimos e Mau' de.Agildo Barata" e seu grupo e nom-eada um~ comis':" ser di~cutido na
ricio Grabois. ap'rovada uma resoiuo contra a "atividade antipartidria ~o que deveria preparar um documento analisando o~ +ef+exos do'
'e
~X Congresso do PCUS no PCB, o qual deveria plenria marcada para maro qe 1958.
Esse documento, entretanto, nasceu morto.
Na
re~nio de c aprova de Mar do
~aro de 1958, o CC no o ColOC nem na ordem do dia~O".
outro documento, que ficou conhecido como a "Declarao flexo na linha poltica do ~CBf modificando
Essa declara6 representou, na realidade, um ppnt~ de inas resolu~es pacfica. o
IV Congresso e aprovando a t~se da poexistncia Delinearam-seI
os grupos. De um lado, Prestes qomandava
CC, de ,acordo com a nova linpa de Kruschev. Do outrq, Arruda, Joo Amazonas, Maurcio Grabois, ~edro Pomar e ainda stalinistas, deferidia~ as resolues dot
pigenes outros, c,
IV Congresso
R E S E n V A 0,...,0
_-....,---.---------1nas divergncias Em setembro usufruindo de uma
HE S E ~
fi O O
sino-sovitica5,
posicionavam-Gc centro do Rio
pr-China. de Janeiro,
de 1960, em pleno situao
de 1I1egalidade
zou o seu V Congresso nes~c Congresso
Nacional.
o PCB realill A lIResoluo Poltica aprovada tendo por base a concepao do
de fato""
foi estabelecida
XX Congresso Para
do PCUS. o lInovo" PCB, socialistas solues no Pas nao havia mais "condies para ll imediatas e a "atual etapa histriEra vivel a obteno de con-
transformaes ca" no tinuas exigia reformas
radicais.
econmicas
e polticas,
que poderiam de frente
ser alcan~ nica. O
das atravs carter veria
da luta de massas brasileira
e da poltica era
da revoluo ser buscada
llnacional-democrtico" entre o proletariado teriam O caminho fosse e
e de e o que da
uma slida
aliana
campesinato. ser combatidas revoluoI
As tendncias e a luta
dogmticas
e sectrias
ideolgica que,I
intensificada. entretanto,
seria
"pacfico",s~m
absolutinao mais
zado.
A luta armada como
foi colocada
em segundo
plano
considerada
um "princpio". aprovou jurdicas um novo Estatuto e deveriam ser tomaFoi AE
O Congresso das providncias eleito ruda, tados. um novo Joo Esta
a fim de legalizar stalinistas,
o Partido: como Digenes
CC e ,os principais Maurcioo
Amazonas, corrente,
Grabois
e Orlando
Pioto,
foram afa~
entretanto, Pomar,
ainda
continuava Carlos
representada Danielli. e da Marighela,
no CC atravs Henrique comisso trariam,
de Pedro
ngelo Mrio
Arroio, Alves
Cordeiro Executiva,
Oes~, eleitos dois novas deles,
suplentes.
Dos sete membros e Carlos
no futuro,
divergncias
ideolgicas.'
5. PC do D: a primeira Vencidas nistas, que no
grande
ciso
no PCB individuais} do. XX Congresso a partir os stalido PCUS,
as incertezas aceitavam
id~olgicas
as resolues organizado
constituram-se so do PCD,
como um grupo de- 1960.
do V Congres-
de setembro
,uma reunio da cpula do partido, daqueem prtica ~CC ,as resolues
Em maro/abril realizada
de 1961,
em so Paulo, as quais
colocpu
le CongressO, es, nal
autori~avam
a proc~der junto
modificaao Tribuo nome pa-
a fim degueo
o PCB pudesseo
ser legalizado modo,
superior
Eleitoral
(TSE). Desse
alterou-se
ra I>artido Comunista
.
Brll~~""'"""'''''~''lndo-sc,
1~_~~!~iJo
todavi\, a si
/RI:SERVADDgla. Retirou-se, do Estatuto, proletrio" os termos "marxismo-leninismo" novo Programa,
49-
e onde
"internacionalismo de no uma consta "sociedade
e aprovou-se final seria
que o objetivo comunista". de
o estabelecimento
Em 11 de agosto oes mento no suplemento
1961,
a publicao Rumos" cerca
dessas provocou de100
modificao acirra-
do jornal
"Novos
das diverg6ncias.No stalinistas documento, o CC por elas
mesmo
mas,
dirigentes. protesto ao pro-
e militantes
encaminharam conhecido'como ter violado
um vigoroso a "Carta do
cc/pcn.testam afirmando gresso.
Nesse contra que Chamam
dos Cem", V
as decises
Congresso, Cone
s poderiam
ser modificadas
por outro
a alter~o com a retirada
de "ridcula", das expresSes
criticam
o Programa
e
nao concordam mo"
"marxismo-leninis(3). Finalmenno eI
e "internacionalism que o novo
proletrio" Partido
do Estatuto
te, consideram verdadeiro convoque
Comunista
Brasileiro
o
Partido
Comunista
do Brasil. ,
e apelam
ao CC para
que
Extraordinrio. . . Em outubro, os stalinistas so expulsos do PCB. No ano se guinte, de 11 a 18 de fevereiro, em so Paulo, realiza~ u~a Con ferincia Nacional Extraordinria e fundam o Partido Comunista do Brasil, dores me de com a sigla PC do B. Consideram-se os r~ais continua V ~ o no' o do antigo Confer6ncia PC e, a essa'Confer6ncia, de Reorganiz~Q do Partido" do o n6mero
um Congresso
do Partido. e' aprov~m
Fazem'p~bl~car
documento
"Em Defesa
o ES,tatuto ~ um l-lani e~trq ou-
festo-Programa. tros, por Joo Calil Elza
Finalmente, Amazonas, Chade, Monerat
elegem
um CC, composto, Grabois, Pedro
Maurcio Llncoln
Pomar,'
Carlos Jo
Da~ielli, s Duarte, ma~a
Cordeiro Ma~tins.
Oest,
ngelo
AFro~o,
e Walter
Digenes
de ~rryda de
c"'"
so ingressou
no PC do B aps "Em Defesa emitidos
a Revoluo
de maro
1964.
!.
o documentomesmos conceitos no sentido
do Partido"
limita-se
a diyul';1ar o.s "Hani.,i
na "Carta
dos Cem", formada
de agosto de 1961 , no PCD. No
de justificar
a dissid6ncia
.fe?to-Programa", ca, num retorno
o PC do B traa ao preconizado
as bases
de sua linha do PCD,
poltide 1954.
no IV ~ongresso
Or:+entando-se cialismo
pelo.
marxismo-leI)inismo
c objetivando.
atingir o s2
iI
e o cqrnunis!1"O, afirma que qS cla~ses daninantes "voIUJ~tilr~an-ente
,
nao cedero
suas POSi2S" e "~D;lam jnviiivel o caminho
pacfico
da
(l) Em 1985,
O PC do B, parndoxnlmcn~c, sas cxprcssoes de seu Estatuto. R f. S (
a fim de se lcr,alizr.rctir~ ~s-
n
V :. O O./
I
'.cionrias de envergadura", desencadeadas camponeses, tas, os soldados e marinheiros,
()
revolu50". Defende "a luta decidida e en6rgica e a6es revolupelos operrios e pelos junto com os estudantes, os intelectuais progrcssis os sargentos e oficiais democra
tas, os artesos, os pequenos e mdios industriais e comerciantes e os sacerdotes ligados s massas. Tais segmentos da sociedade, ainda segundo o Programa", deveriam "instalar um governo popular rio" que instaurasse "um novo regime .antilatifundirio1
"Manifestorevolucion-
um regime antiimperialista, Nesse documento, o PC do B
e antimonopolista".
elogia a China popular e no ataca a Unio Sovitica. Somente no ano seguinte, em julho de 1963, no documento intitulado "Pro posta a Kruschev", o Partido definir sua posio internacional, apoiando o PC da China (PCCh) e o Partido do Trabalho da Alb-
nia (PTA), e atacando o PCUS. Na realidade, o PC do B constituiu-se na primeira ciso
. do
grande
PCB, c~ntriria i via pacifica e favorvel ~ luta armalimitou-se a or. Tentou, com a
da. Em seus primeiros dois anos de existncia, I .
ganizar-se e a atacara poltical "revisionista" do PCD. tambm, influir no mov~mento de mas~a, particul~rme~te,
incorporao, no final de 1962, de cerca de meia centena de militantes das Ligas. Camponesas de Gois e Pernambuco. Elegeu Sta lin como o 49 grande pensador comunista, depois de Marx, Engels e Lenin. s6 alguns anos mai~ tarde, o PC do D assumiu o pensamento de Mao Tsetung, q~e o levaria a aventura do Araguaia.
6. POLOP: uma criao da esquer~a independente No Brasil, na segunda metade da dcada de 50, vivia-se periodo do governo Juscelino Kubitschek, cercado do nacionalismo, da pelo desenvolvimento pela o
euforia
no qual a emancipao econmica seria consegui industrial. A maioria dos partidos poli
ticos, inclusive o PCD, partilhava dessa posio, cujo p6lo de difuso era o Instituto Superior de E~tudos Brasileiros (ISEB). Na evoluo do processo, comearam a $urgir crticas a
ideologia nacionalista, partidas de uma nova corrente querda marxista. independent~. Segundg ela, 'a crise do lismo viria embutida no pr6prio desenvolvimento trabalho. A emancipao econ6micalI!
a esnaciona-
industrial, que
n50 iria conseguir resolver o .co~flito da explora~o da fora de tamb6m ficaria anulada pela
r:
S E I!~ A
;;;1------.-.------ ....
51
presena
do capital estrangeiro, que, fomentando o dcscnvolvimc~i inviabilizaria qualquer modificao na estrutura,:"
to industrial, fundiria.
Infenso as criticas, o PCB continuava apoiando a politica nacionalista, com a ressalva de que~estn so se complementaria com a quando as reformas de base acabassem com o latifndio e "explorao imper ialis ta" representada A esquerda marxista independente
pelo capital estrangeiro. resolveu organizar-se, entre a socialis A n1-
buscando, ideologicamente, uma posio intermediria lI revoluo nacional-democrtica 11 do PCB e a IIrevoluo ta" dos trotskistas, vel internacional,.j nada deII
representada,
no Brasil, pelo PORTo
havia essa posio intermediria, denomi-
centrista".
Na dcadn de 20, Thaelheimer,
.
dirigente do PC a~emo, coao dilema paE. bolchevista Bukharin
meou a difundir suas idias, que Iprocuravam fugir Stalin X Trotsky. Na dcada de 30,i o sou a defender as idias de Thaelheimer.
Caindo em desgraa, foi 1\ndrs Nin, (POUM), Marxista
fuzilado, em 1938, por ordem de Stalin.Na Espanha, dirigepte do Partido Operrio de Unificao ao Espanhola, foi assassinado passou a implantar as concepocs de Thaelheimer. a mando de Stalin.
Aps a Fevolu-
Em 1960, baseado nessa' posio centrista de sentava a corrente da esquerda marxista
Thael~eimer,
Bukharin e Nin, o ncleo leninista do Rio de Janeiro, que repr~ independente e publicad'issidentes va a revista "Movimento Socialista", juntando-se a
do Partido Socialista Brasileiro (PSB), elaborou um docum~nto propondo a criao de um partido revolucionrio da cla~se opeII
rria" e apresentou um projeto de estatuto. proposta do grupo do Rio de Janei.ro, juntaram-se a "Li_ ga Socialista" de so Paulo (4), membros da IIMocidadq Trabalhis ta de Minas Gerais, e elementos da Bahia, de'Gois, de Bra~ilia, de Pernambuco e do Paran. Num verdadeiro cadinho ideolgi co, independentes e dissidentes trotskistas do PCB reuniram-se o"!I,I
"I
no interior de s Paulo, em fevereiro de 1961, e realizaram , Congresso de Fundao da Organizao litica Operria mente, PO. Seus principais
Revolucionria Hnrxista-po
(ORI1-PO),mais conhecida como POLOP ou, simple,! idclogos cr~ Erico C:ac.~zes $I~~i",' ' ..
.~' (4) o r,l."UpO dc S;10 P:lUlo, qu'c seGuia ~ oricM.;\t~~ '~al\~oUt,.,jjct.ll411.-1I~'~~8' t3rde, ,,(3star-se-la "a orr,.J1tlllll:'':::(JIItl> ~,.r 1 ,.,' xemburgo, m3is I
(pOLOr). IRf.SEnVf.lJ.J)
57..l~ESE.H'IAG~!.";,;!(.~:. $.irn:io S.:u:1cr,.. '
Rui Hauro. de Arajo mais conhecidos
Harini
tos,
os dois primeiros Hartins"
e Teotnio dos 5 p~.!ll.>pect.t A 6~en.te ..tllled.tapa1ta l{lte. I.> un.a e
do o governo nacionalista
,linha, atra-
de Kruschei, deu prioridade
via pacifica da revolu~o,
v~s de moa intensa mobilizao Em outubro de 1961,
seu Comit~ Central
spluio, publicada na rev~sta "Novos Rumos"
e
mos o seguinte trecho: "Apltel>en.ta-l>e del>taval> l>aO de novaI.> lutal>
mane.t/latamb~I,
um qlladlw
e,
de novaI.> v.t.t61t.tal.>.
d,e. mal>l>al>, cabe
aOl> comult.tl.>.ta,~ I.>abelt oJl.ten.t.-la
e
lute
oltgal1.tzadamen.te.,'
e.m de.6e.l>a. de. .6ua.l> Iteiv.tlldic.a.el>
+ ' ""al> "
Ao mesmo tempo, o PCB nao descartou~
a
possibilidade (3): ea
dedal>
utilizar outras formas de luta, alm da politica"COIIIO enl>.tlta
o 9!lande 193,5,
Lll.t11,
' a
h.tl>'t6!l..ta e. eltltol>
em 9 eltal
Ite.volu.el>,
eln, paltt..tc.ulalt,
deb..t.e..tdadel>
c.omet..tdol>
pelol>
,!-evo.e.uc...tonlt..to'l> deNovo!> Rumos n9 143,
l>.o .... l>.emplte. muLtode
maL6 It..tc.a.l> do que. .tllla19?1, p:1G. 8.
ele 3 'a 9 d~ nov(;mhro
Doutrinariamente, os marxistns~lcninistris ndotam 4 formas da lutas: as polticns, as idcolr.ip~' :1,."n~"';"'''''o c' a luta mom:nln.
i
H I: S E ~ V A U..
9 t.
58
9lna~ o~ illelho~e pa~tido ~ao dequ~ op~olet~~i~do,
de van9u~~d~, e p~~tlcu!a~mente
d~ndo
a d~pla conclu~eu P~~tido, p~ecl
~am ~abe~ utili~~~ toda ~ 6o~maJ de luta e acha~-Je em condi~e de ubtitui~, de uma m~nei~a ~~pida e inepe~ada, 'uma 6o~ nla po~ out~a. Vevemo eta~ emp~e p~epa~a.do pa~a ~H6~eHtalt to da. e.u.tade. cla. e,~ e da Cll.i.. da~ a. c.on e.qUnc.ia do agua.l1l(?nto ~e. polZ.tic.a, e, pOIL.tan.to, pa~a ~.pida lllu.dal1a. Ha 6o~Illa.~ de luta".Nas, alm do caminho pacifico ser um processo e conflitos de choques que
sociais, errados estavam aqueles que pensavam
essa estratgia do PCB, do trabalho constante de mobilizao das massas, era a nica possvel. Se nao, vejamos o que ~ meSloa "Novos Rumos" afirma a r.espeito:
"t ne.c.e..ILio c.ha.ma~ a. a..te.no pa.~a du.a. il1c.olllp~ee.lte.,~quanto '~noa linha polZ.tic.a., a. quai tm a.ca.~~etado e~~o na atuao de. algul1 c.a.ma.~ada. A phimeiha c.ol1i.te. na. abolu.tizaco da poibi~ida.de. da. aZda pac.Z6ic.a.da. noa ~e.voluo, i.to na. eic.luo ela.poibilida.de..de. u.ma a.Zda no pac.Zic.a. da. ~!!:. voluc~o b~a.ilei~a. A out~a inc.olllpheeno o en.tendime.nto de. (lu.e o a.mi'l1fto pac.Zic.o igni6ic.a um p~oce.6b id'Zlic.o, ,~em choque.J e. c.on6li.to oc.iai, e que., p04 tal motivo, no d~velllo agu~/L ~ c.ont~~dice de c..e.~e e Cl;p~o'6(U1da~ .e.(L;(:a a cOl1t~a oI
e,
e
inimigo".Estabelecidos os objetivos e a estrat~gia priorit~~ia,~i~ sobre as modifiNacional,
da nesse documento, o PCB traa a sua t~tica: - defender a realizao de u~ plebiscito. i
ca?es introduzidas na Const~tuio; - apoiar o lanamento da Frente nica das esquerdas; - apoiar os movimentos mobilizar grevistas; - buscai 6domiriio sindic~l; e
de Lib~rtao
primeira tentativa de vul.to para o est.abclecilnento uma frentede
as massas em torno de diversos eixos tticos, de relaes diplomticas uma com a ao povo cubano, a susp~nso da remessa de politica
tais como: o restabelecimento URSS, a solidariedade
lucros para o exterior, o combate carestia com
financeira li~re das imp?sic~s do FM~ o ~ongclamento d~ preos dos produtos de consumo po'pular, a d,cfesa das estutais, a liberdade e a o registro autonomia sindicai~, a reforma agr5~ia radical, legal do Partido e o direito de voto' aos analfabetos
-----fH
f: SE
n
V l\ ~~
r-------------fRe aos soldados. No desenvolvimento
E fl V~ S'E
o
59
dessa linha poltica, o PCD colocar-s~ contra os gabinetes do go-
ia, sistemtica e fundamentalmente,
verno parlamentarista e contra o Congresso, sempre exigindo novas e crescentes reivindicaes. 3. Reforma ou Revo~uo? Desde que assumiu o poder, em 7 de setembro sob um sistema parlamenta~ista, os poderes constitucionais, poltica, J;ango manobrou de1961,
j os
para
recuperar entre A essa
procurando equilibrar-se
choques de foras opostas, ora apoiando uma, ora outra. vieram juntar~se as vacilaes de sua
pers6nalidade,
conduzindo a vida politica brasileira afrav~s de um caminho incerto e sinuoso. Em novembro de 1961, a lei de remessa de lucros para o ex . terior dividiu o Congresso Nacional, com a cmara dos Deputados
.
tomando uma posio mais radical e "nacionalista" e o Senadd Fe deral, 'outra, mais, "conservadora','.Aps a rejeio do Senado, a lei foi aprovada pela Cmara e enviada para a sano pr~sidea eial. Pressionado pelo Ministro da Fazenda, Jango aceitou que o Senado apresentasse outro projeto, emendando essa ~esma lei,pr~ metendo para, ri ocasio seu apoio emenda.' No momento oportuno, ' entretanto, Jango, sem coragem de enfrentar a Cma.ra,ho apoi~u' a emenda enviada pelo Senado. Em 24 de novembro de 1961, diplomticas cio de 1962 o restabelecimento das relaes No in dos com o
com a URSS aproximou Jango dos comunistas. da poderosa Confederao (CNTI), com a eleio
(j estando infiltrado na UNE e na PE'fRODHS),o PCD Nacional de na Ind6stria Clodsmitll era
tt
alcanou a presi