ORIGENS DA SIMBOLOGIA MAÇÔNICA DOS … do Simbolismo... · e a História documentada por James...

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A GDGADUARLSSolidariedade e Progresso Nº 3078 REAATrabalho de Pesquisa no Grau de AM"ORIGENS DA SIMBOLOGIA MAÇÔNICA DOS PETRÓGLIFOS À CABALA" MMRodolpho FreireCIM:252.818 Data: 04/12/2011 EV

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A∴ R∴ L∴ S∴ Solidariedade e Progresso Nº 3078

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Trabalho de Pesquisa no Grau de A∴∴∴∴M∴∴∴∴

"ORIGENS DA SIMBOLOGIA MAÇÔNICA DOS

PETRÓGLIFOS À CABALA"

M∴ M∴ Rodolpho Freire∴ CIM:252.818

Data: 04/12/2011 E∴V∴

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1. Introdução – As Origens da maçonaria especulativ a. A maçonaria, independente do rito, se pauta em símbolos, lendas, e arquétipos do qual busca extrair profundo sentido filosófico e

moral.

Desde sua fundação regulamentada sob os auspícios da grande loja da Inglaterra em 24 de julho de 1717, dia de são João Batista,

como narrado por Anderson, com a eleição de Antony Sayer na Ganso e Grelha mais uma Taverna que loja propriamente dita,

diversos ritos têm se desenvolvido, com sutis diferenças, porém seguindo preceitos atômicos, indivisíveis, que por mais pluralista

que se faça a diversidade de ritos e de potências, torna a maçonaria uma instituição única quando construída sobre essa base.

Alguns desses conceitos e símbolos são conhecidos de todos os ritos, independente do conceito filosófico que ele adota, como:

Ser livre e de bons costumes, tornar os obreiros homens úteis ao edifício social, o esquadro e o compasso, a letra G, os 3 pontos e

o avental.

Fato é que de certa forma, podemos afirmar que a maçonaria não criou símbolos ou novos conceitos morais, ela os adaptou de

um conjunto de crenças, filosofias, idéias em um arcabouço pautado por uma idéia muito simples, pura, que chega a ser até óbvia,

a tolerância.

Não importa a crença religiosa do Ir.’. , impressionantemente toda religião (ou pelo menos quase toda) se pauta em um conceito

primitivo simples, seja monoteísta ou politeísta, O ser Humano é imperfeito, e existem seres acima de nós em um grau de

perfeição superior, que devemos alcançar. A diferença se da pelos diferentes caminhos que cada crença, cultura e povo escolhe

para realizar essa elevação espiritual.

Parece obvio então que as mentes que passaram pela instituição “maçonaria” pudessem ter tão alto nível de esclarecimento.

Após a fundação do que seria a grande loja da Inglaterra (não necessariamente da maçonaria, pois existiam lojas independentes),

grandes mentes da Royal Society of Londom a qual Newton fez parte, foram associados à maçonaria, inclusive o lema da academia

é Nullius in verba que afirma a vontade de estabelecer a verdade no domínio dos fatos, baseando-se somente na experiência

científica, e jamais na palavra de alguma autoridade, bem ao encontro do que prega nossa ordem.

Nessa época se estabeleceu muitos dos mitos e misticismos que permeiam e mistificam a ordem até os dias de hoje a Constituição

e a História documentada por James Anderson se propôs a jogar luz no que seria a ordem maçônica após sua fundação em 1717,

fundada por pessoas simples, provavelmente comerciantes com alguma ligação a senda de operativos apesar de historiadores

refutarem essa idéia, pois nessa época, as construções já não eram realizadas mais realizadas pelos “cortadores” de pedra.

Fato é que as organizações de ajuda mútua entre os construtores da idade média sempre existiram e se reuniram nas chamadas

lojas, barracões ao lado das construções, a Divisão hierárquica entre aprendizes, companheiros e mestres, ou aprendizes e

mestres, também existiu, bem como o tempo de trabalho a ser respeitado para cada “promoção” e rituais de iniciação de

desejosos a ingressar e aprender a profissão. Existem provas irrefutáveis, documentos que comprovam a existência dessas

associações de ajuda mutua e caráter fraternal, porém não denominadas “Maçonaria”.

Mas nessa “nova” maçonaria, a idéia de igualdade atraia um novo publico, os “especulativos”, e em meados de 1719 a grande loja

de Londres teria como grão mestre Jean Théophile Desaguliers, grande seguidor de Newton e ganhador da medalha Copley

(honraria de maior prestigio e mais antiga honra da Royal Society) por 3 vezes. Maçom Eminente que teria guinado o destino da

ordem especulativa, atraindo um público diferente, aristrocatas, duques e realeza em convívio com pessoas de origem mais

simples, porém dentro da loja os fazendo como iguais.

Entretanto, para essa guinada era necessário um pano de fundo que ligasse os pontos então desconectados. Anderson por

intermédio de Desaguliers o fez, pesquisou os antigos rituais dos maçons operativos, e uma genealogia que incluía desde Adão,

Noé, Salomão e até Jesus.

Essa história fantasiosa para embasar a ordem em um simbolismo milenar fez com que muitas mentes igualmente fantasiosas

criassem interpretações diversas para os símbolos presentes na loja bem como para sua própria origem, esquecendo que o lema

primordial da maçonaria é o mesmo que o da pura ciência gravado : “a busca da verdade”, e isso não significam negar um

principio criador, ou negar suas convicções religiosas, mas sim renegar aos dogmas. Voltamos ao "Nullius in verba" mas agora em

uma interpretação livre “não acredite na palavra de ninguém”

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2. A sociedade Indo-Européia

Trabalhando por asserções:

1) A maçonaria não possui símbolos próprios, ou interpretações estritas, ela gera uma correlação entre a guilda dos

construtures e correntes filosóficas, geralmente ocidentais (nem sempre), buscando criar um arcabouço moral, ético,

exotérico e esotérico e normativo aos seus membros.

2) A Maçonaria não é uma religião, pois não forma, normatiza nem restringe a crença do individuo, por isso indivíduos de

diferentes crenças são aceitos na maçonaria e diferentes livros da lei podem ser abertos sobre o altar desde que faça

referência ao G.’.A.’.D.’.U.’.

Emprestar símbolos e filosofias provendo uma interpretação de significado comum a todos, independente da crença e cultura sob

um “guarda chuva” comum.

Quando pensamos no desafio imposto pode parecer fácil, mas o principio primordial de todas as religiões e filosofias é a busca

pelo aperfeiçoamento moral e/ou espiritual, por diferentes caminhos, povos e regiões, essas diferenças foram inclusive motivo de

guerra entre povos durante a história.

Basicamente todas as crenças usam de elementos simbólicos para a representação de conceitos chave do bem comum, seja aos

fenômenos naturais atribuídos a obra do G.’.A.’.D.’.U.’. um panteão ou um único deus, a estrada é a mesma, buscar um sentido

para os acontecimentos que o homem não consegue entender em sua micro existência.

Assim, se remetermos aos primórdios da humanidade, na idade do bronze, quando o homem iniciava formas de comunicação e

dava origem à civilização indo-européia. Esse grupo pode ter se espalhado de acordo com a figura abaixo, levando um panteão

religioso que daria origem as principais mitologias e posteriormente religiões de toda Europa.

Importante fato para elucidar e direcionar esse trabalho é que estudiosos levantam a possibilidade que as mitologias e religiões da

região índia-europeia tenham origem em uma crença ou mitologia inicial. Essa proto-mitologia indo-européia seria a origem da

maioria dos panteões conhecidos pré cristãos dessa região, como o nórdico, Greco-romano, Zoroastrismo, e Hinduísmo.

Apenas para ilustrar, esse fato joga luz sobre as origens e coincidências apontadas nesse trabalho e de fato não pode ser

descartada, e pode explica como sociedades diametralmente opostas e distantes sem a mesma origem dividem panteões com

características semelhantes. Para os Africanos Xango empunha o machado, e é associado à justiça. Para o nórdico o Mjolnir (hora

martelo, porrete ou machado, mas geralmente um Grande Martelo), era usado para delimitar e encerrar conflitos relacionados a

terra por exemplo, ou seja um símbolo da justiça e interessantemente podemos remeter essa “coincidência” ao grau 22 do REAA ¹

Devido a complexidade e ao presente Grau do Ir.’. que vos apresenta essa Peça de Arq.’. fico restrito neste trabalho a escrevê-lo e

gerar ou pesquisar todas os paralelos possíveis que poderiam ser discutidos e apresentados. Então de forma a ainda assim cumprir

com um trabalho que possa satisfazer o tema, será condensada a abordagem do trabalho devido.

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3. Escrevendo na Pedra os futuros símbolos Maçônicos Petroglifos são imagens esculpidas em pedra, associadas aos períodos da idade da Pedra Polida a cobre e bronze (onde em

algumas regiões essa transição possa ter ocorrido mais rapidamente ou lentamente), na verdade poderíamos situar os petroglifos

na proto-história, período de transição do uso da pedra pelo metal.

Os Petróglifos e pictogramas (desenhos em pedras), foram definidos como um sistema de escrita primordial para sociedade

menos avançadas, mas também definidos como uma forma de definir culturalmente um povo, sendo que alguns especialistas

acreditam que esses símbolos possam ser definições culturais e religiosas e rituais profundas de um povo / tribo.

Alguns exemplos de Petroglifos espalhados pelo mundo apresentam uma semelhança notável e durante a pesquisa foi percebido

que, obviamente a área acadêmica já havia percebido essa semelhança, e concebido teorias para explicar essa semelhança,

nenhuma aceita ou conclusiva como por exemplo a já citada imigração dos povos proto europeus, mas isso não explica algumas

semelhanças entre civilizações extremamente distantes do mesmo período, por ex. Abaixo apresentamos 2 tabuas de petroglifos,

a de Hallristinger (que pode ser a precursora da escrita rúnica) e alguns encontrados no Brasil, a semelhança é impressionante, e

alguns estudos dão significados bastante interessante, por exemplo, para o triangulo e para os 4 pontos e para a Cruz.²

Outras teorias que explicação a coincidência de ocorrência de petroglifos dizem respeito a Jung e a consciência coletiva, e ao uso

de alucinógenos utilizados pelos xamãs de tribos, entre outros.

Interessantemente em um momento do aprendizado maçônico o aprendiz é questionado que além do órgão vegetativos o

homem foi dotado de uma inteligência, cuja função é distinguir o bem do mal e fundamentada no amor ao próximo deveria ser a

base do principio de qualquer ensinamento moral, a qual o Maçom chama de MORAL

Na verdade, e longe de divergir do conceito do telhamento proposto a moral diz respeito aos costumes, o telhamento induz

propositalmente a resposta ao conceito fraternal, propício ao momento de formação do aprendiz incluindo os conceitos de “bem

e mal”, mas se generalizarmos a questão, o que temos aqui não é justamente a consciência coletiva que o homem foi “munido”

além dos órgãos vegetativos ?, a constante repetição de símbolos culturais em diferentes sociedades com caráter ritual / religioso

não indica a existência dessa inteligência, inclusive superior a moral, que poderíamos chamar aqui de inteligência coletiva,

universal, fagulha divina, ou os raios vivificantes do G.’.A.’.D.’.U.’. ?.

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4. Mitologias e a derivação das Religiões – The winner takes all. O povo antigo e de seu inconsciente coletivo, seja explicado pela teoria de Jung, seja pela migração ou pelos alucinógenos

xamanicos ou pela semente interior contida em cada um de nós, disseminou uma cultura mitológica riquíssima na Europa, onde

passaremos a concentrar nosso foco nesse capítulo.

O povo proto indo-europeu idealizou um panteão que, pode ter sido a base para todos os panteões mitológicos e derivado as

principais religiões, essa proto religião consistia em arquétipos que podiam ser divididos em:

1. Um deus do céu

2. Um deus do trovão

3. Um Deus da Terra e/ou Submundo

4. Um ou Vários Heróis culturais

5. Uma Deusa mãe

Na mitologia proto indo-européia algumas figuras podem ter derivado arquétipos em todos os panteões com pequenas diferenças

regionais, nessa mitologia um deus do Céu chamado de Dyēus Ph²ter de onde pode ter se derivado o nome “Zeus” e para o

Germanico “Tiwaz”, um deus do Trovão Perkwunos, que pode ter derivado o védico “Parjanya” e “punraz”, versão antiga para

“Thor” entre outros, como Poseidon / Netuno e O Sol e Lua montando carruagens (na grega Hélios e na nórdica Sunna).

Existem mais semelhanças, a crença em uma árvore do mundo, onde cada mitologia continha uma arvore considerada sagrada no

processo de criação, como a Yggdrasil para o Nórdico, o Baniano para o Hindu, a Jievaras para o Lituano, o Carvalho para o

Eslavo,a Aveleira para o Celta.

Em termos de estrutura a yggdrasil é a árvore da vida em que se baseiam os mundos da mitologia nórdica, em cada nó esta um

mundo com características habitantes, no mundo mais alto, Asgard, habitam os Deuses ou seja, o estado mais alto de nossa

consciência. O paralelo das 10 Sephirots o Kether é a manifestação arquetípica da origem da divindade.

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Essa riqueza de panteões e mitologias ocorreu também na região da Cananéia, lá o Panteão era formado El, Baal, Aserá, Hadad,

Yam, a evolução desse panteão e as mudanças políticas na região resultou na incorporação de um Deus novo YWHW, que foi

incorporando algumas características Físicas e funcionais desses Deuses.

Aqui não é consensual nas pesquisas que a ascensão do povo que tinha “Jeová” o Deus do deserto acabou impondo seu Deus

sobre os demais lentamente, sendo assim El virou sinônimo de Jeová, Baal, o Deus guerreiro acabou tendo sua algumas

características passadas a Jeová, que guerreou ao lado de seu povo.

A história se repete mesmo quando crucificado, a palavra de Jesus é espalhada pelos apóstolos e ganha força sendo assimilada

pelo imperador como a religião oficial do império. Mais que o cristianismo ganhando, quem havia sobressaído sobre tudo isso era

o nome Inefável, o Deus único, que havia absorvido um panteão e lutado ao lado do seu povo nas adversidades, Renovado

alianças, e se tornado menos humano e mais divino ao longo dos tempos.

As conseqüências para a história tanto quanto para a maçonaria foram evidentes, os livros antigos: Tora, Alcorão e Antigo

Testamento, os mais abertos nas lojas maçônicas de todo o mundo se baseiam na mesma história, e no mesmo principio criador.

5. Os instrumentos, as virtudes e outros simbolos Como dissemos as corporações de construtores são antiguíssimas, e apesar da similaridade, não podemos tomá-las como

“maçonaria”, mas sim, como corporações que inspiraram a atual maçonaria a adotar os símbolos da construção como parte dos

rituais, porém, seus significados não são exclusividade atribuídas pelos maçons.

O Esquadro e o Compasso o Nível e a Régua (370 a.C. - 289 a.C) foram citados por Mencio, filosofo chinês em diversas citações

como “traçar círculos e quadrados perfeitos” seguidos de exemplos ao estado benévolo, ou alteração do “eu interior” literalmente

citado como esquadrinhar seu intimo por Mencio.

Mencio não era maçom, com certeza, isso prova que, a muito os instrumentos de construção são associados a moral e ao

comportamento humano e na definição não só de conceitos matemáticos e geométricos, como o dialogo abaixo mostra, cheio de

um significado muito maior para o maçom

Aristóteles – O que não tem nem começo nem fim é portanto ilimitado Parmênides- Ele é ilimitado. Aristóteles – Portanto ele não tem forma, pois não participa nem do redondo nem do reto

Um outro ponto interessante, é que os gregos sempre que podiam procuravam resolver seus problemas de construção apenas

com a régua ou esquadro no caso e o compasso, evitando o uso de outros instrumentos, o que significa que esses 2 instrumentos

em particular encerravam uma capacidade de resolução de problemas muito grande do ponto de vista geométrico (sugiro a leitura

de OS TRÊS PROBLEMAS CLÁSSICOS DA MATEMÁTICA GREGA)

Entre o esquadro e o compasso lê-se “G”, com muitos significados atribuídos, vamos aqui deixar o de Geometria, pois, a carga

filosófica implícita nessas discussões trouxe afirmações como a de Platão, de que “sem a geometria jamais se entenderia a

filosofia”, além da escola pitagórica, cuja arché era o número e o emblema o pentagrama forma da qual era possível derivar a

medida áurea com facilidade, razão áurea pode ser encontrada nas medidas do corpo humano e da natureza, em musicas,

poemas apesar das diferentes fontes de “côvados” esse número também pode ser encontrado de forma aproximada em símbolos

como as medidas da arca da aliança, da arca de Noé (as alianças de Deus com seu povo), enfim, confina toda expressão divina e

bela em um número

Não é possível afirmar com convicção neste trabalho que o pentagrama foi usado para construções, mas o oriental já conhecia e

praticava esse conceito, as barreiras espirituais chamadas de kekkai, seja por mantras ou formas, geralmente pentagonais,

encerram internamente um pentagrama.

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Apesar do saudoso Varoli Filho tentar racionalizar de forma extrema certos símbolos maçônicos outros, como o pentagrama /

estrela, outros autores tentarem imputar uma carga mais mágica do que realmente possuem certos símbolos e no passado a

igreja demonizar o pentagrama com histórias da carochinha não se pode simplesmente negar sua antiguidade, carregada de

simbolismo em diversas partes do mundo.

Poderiamos nos estender, mas na introdução falamos do martelo / machado símbolo da autoridade, empunhado pelos

magistrados em um formato mais delicado de malhete como também pelos oficiais da loja, é o simbolo da justiça e da força e da

autoridade, também era empunhado por Thor, e usado para resolver conflitos, significado que perdura até hoje.

Fecharemos com 2 símbolos da loja de particular importância o Delta luminoso e o piso mosaico da loja, o olho que tudo vê pode

derivar do olho de Horus , deus egípcio e foi na idade média o símbolo de Deus, onipresente, na maçonaria está inserido em um

triangulo, símbolo da trindade, forma geométrica da expressão divina.

Interessantemente, em “ A tumba da família de Jesus”, um livro arqueológico, com um paper publicado onde é comprovado com

um grau relevante de probabilidade que a tumba achada poderia ser de Jesus, o símbolo que adorna era um triangulo não

fechado com um circulo interno, que foi determinado como não acabado pelos escavadores.

Esse símbolo retornaria nas representações de Jerusalém celestial e nos quadros, com o olho no centro, símbolo de Deus,

interessantemente, os primeiros cristãos não adotavam o peixe como símbolo, sendo assim, o primeiro símbolo cristão pode ter

sido o triângulo com o circulo no centro, que posteriormente pode ter sido adotado pelos templários, o que explicaria seu

reaparecimento na Europa, sua presença em algumas igrejas e sua não adoção explicita pela instituição católica.

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Para finalizar abordamos o piso mosaico, o significado do piso mosaico é descrito como a união entre todos os maçons do mundo.

Segundo a literatura suas origens remontam da mesopotâmia, especificamente do povo de sumer os quais entre seus símbolos

religiosos constavam o pavimento branco e preto que simbolizava o dia e a noite dado que esse povo tinha um culto voltado a

adoração do sol.

Porém Outras culturas como povos do pacifico encontrados em ilhas como Samoa, Nova Zelândia, etc, que possuem certas

familiaridades culturais entre si, contém adornos em preto e branco quadriculado em suas culturas, mais que dia e a noite o piso

simboliza a dualidade que encontramos no universo e pode ser entendido como o bem e o mal, matéria e espírito.

Na maçonaria o quadriculado dos pisos indica também um caminho a ser percorrido, o profano enxerga esse caminho de forma

simplória vendo apenas passos na escuridão e na luz se intercalando o maçom consegue seguir um caminho estreito e quase

invisível entre os ladrilhos do piso, que apesar de ser estreito e difícil de ser encontrado é constante.

Esse ensinamento lembra muito os ensinamentos budistas sobre as existências do ser. Em uma das existências, está um paraíso,

onde somente as pessoas que alcançaram a iluminação espiritual podem habitar, entretanto uma vez habitando essa existência,

qualquer pensamento fora da sintonia com esse plano o faz “cair” para um plano mais baixo, andar na fenda do piso, é se

preservar no caminho do meio.

6. A Cabala e a Rosacruz – A Fonte do Homem livre e de bons Costumes.

A Influência da Cabala é incontestável na maçonaria, o estudo dos números não advêm de simples numerologia e diversos

símbolos, métodos, rituais e estudos são derivados de 2 principais livros, o Sepher Yetzirah, que explica basicamente o ato da

criação e o Zohar, o livro base da Cabala.

Entretanto a Cabala da maçonaria não é a Judaica, foi influenciada pelos conceitos Rosacrucianos, A cabala dita como Cristã

(apesar de soar contraditório) foi um advento iniciado com a conversão de Judeus ao cristianismo, esses estudiosos mantinham o

fundamento judaico da Cabala, acrescentando os conceitos cristãos.

Esse arcabouço vira futuramente a ser enriquecido, complementado ou simplesmente percebido seus paralelos com o

Pitagorismo e o Hermetismo criando uma forma totalmente nova e clara, perigosa e não aceita pela igreja da época. Afinal,

Hermes trimegistro, já havia trazido ao homem a ciência, a magia e um sistema ritualístico e sistematizado de leis de causa e

efeito antes mesmo do cristianismo e do hoje conhecido espiritismo, mostrando que leis como a da vibração são tão atuais hoje

como foram quando concebidas no conhecimento antigo.

Os conceitos eram simples, o homem acendia pelos atos e pelo auto conhecimento, para isso o resumo das chamadas em meados

de 1625 eram simples, e talvez sejam familiares: “mas se a vontade os leva apenas por curiosidade, eles nunca se comunicarão conosco [...] mas se a vontade vos leva a realmente vos inscrever nos registros da nossa ordem [...] serão capazes de vos fazer reconhecer e eles a nós”.

Muitos membros e estudiosos da Cabala e da Rosacruz inclusive de grau S.’.I.’. alto grau R+C eram maçons de várias lojas e ritos

e/ou graus e, se os homens podia acender pelo templo interior, pelo estudo, pelos atos, a maçonaria, instituição livre que tinha

por principio aceitar qualquer homem desde que dentro de alguns preceitos morais estabelecidos, proveria um ambiente

independente de conceitos religiosos que ainda permeavam a Rosacruz – Nascia o fundo perfeito para disseminar a máxima “livre

e de bons costumes” e o pano de fundo para os graus Capitulares, muito bem amarrados com o contexto histórico dos demais

graus

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7. Conclusão.

Uma imagem vale mais que mil palavras e um símbolo valem por mil imagens, o símbolo maçônico deve seguir algumas regras

segundo Varolli o símbolo maçônico:

a) Uma origem histórica efetivamente relevada

b) Uma interpretação ou conjunto de significados universais

c) Uma ou varias interpretações de significado moral.

d) Um sentido lógico e inteligível

e) Ser um símbolo inspirador e afirmar uma ou varias lições morais

Não existe símbolo exclusivamente maçônico, nem moral puramente maçônica, nem interpretação unicamente maçônica. A

verdadeira maçonaria se colocou acima disso, talvez não tenha sido inteligível para a maioria das mentes que passaram por ela

verdadeiramente, pois foi concebida por pessoas geniais. Ou talvez, este que vos fala esteja simplesmente enganado.

A verdadeira maçonaria busca a verdade individual e transforma ela em um bem coletivo, e como no lema Nullius in verba, a

verdade não pode ser afirmada por ninguém, afirmar é corromper qualquer conceito, todo conceito é verdadeiro enquanto dele

existir provas, e se tornará base para um novo conceito quando novas evidencias surgirem.

Como aos retóricos, tudo deve ser questionado, e como para os que procuram a verdade pela lógica, deve-se fugir dos sofismas.

Tudo que esbocei aqui, foi adquirido em livros, e o conhecimento em loja também o foi. A Maçonaria não é como uma faculdade

ou um curso acredito que seus idealizadores tenham a visto como um grande circulo de leitura, entre, escolha, leia, aproveite,

releia depois, e depois, a cada leitura sua visão vai mudar, conviva com pessoas que já leram mais que você e conseqüentemente

aprenderá mais sobre o assunto que você esta digerindo naquele momento.

Só pode realmente aprender e ver a verdade quem é humilde de admitir que não sabe, quem se vê despido de vaidades, de

orgulho e de preconceitos, enfim quem entende a verdadeira quintessência do ser. Pois para o oriente eterno não nos resta nada,

a não ser o que aprendemos.

Talvez aqui meus IIr.’. a grande mágica e segredo da maçonaria, seja, ensinar o que cada um precisa aprender e não um currículo

de formação pré definido, afinal, você é seu próprio construtor, você sabe mesmo que inconsciente, onde seu templo precisa de

adornos.

8. Ascensão pelo auto conhecimento e os mitos de Ressurreição.

De forma complementar e curta, poderíamos abordar algumas culturas que falaram sobre o autoconhecimento.

Buda dedicou um bom tempo para descobrir como o autoconhecimento o levaria ao estado de espírito mais elevado, Cristo, foi

crucificado para ser elevado ao estado mais alto, segundo o evangelho de Judas, com uma visão bem particular do gnosticismo,

para a casa do verdadeiro Senhor, onde somente quem “sabia” podia habitar.

Odin, na mitologia nórdica, bebeu da fonte de Mimir (que simbolizava o conhecimento que somente os iniciados poderiam obter),

e para conseguir tal feito foi imolado 9 dias alem de ter que ingerir diariamente um elixir mágico.

A ascensão de Odin ao estado divino foi pelo autoconhecimento de toda sua memória ancestral, ou seja, de todas suas vidas, seus

erros e acertos, do bem do mal, nesse momento, Odin se colocou acima dos demais por estar preparado para receber tal carga de

conhecimento.

O Desbaste da pedra bruta é continuo como todos e os diversos mitos de morte e ressurreição como o de Osiris, Cristo, E Hiram,

mostram isso.

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9. Bibliografia

[1] Mistérios Nórdicos – Mirela Faur

[2] Sefer Yetsira – A natureza da linguagem na criação do mundo e sua manutenção através do alfabeto Hebraico

[3] Moral and Dogma – Albert Pike

[4] The Power of Freemasonry – Documentário – Discovery Channel

[5] Cabala Teurgica – Jean Louis de Biasi

[6] A simbólica Maçônica – Jules Boucher

[7] Corpus Hermeticum – Autores Desconhecidos – Trecho Traduzido

[8] A tumba da Familia de Jesus – Simcha Jacobovichi e Charles Pelegrino.

[9] Os 3 problemas clássicos da Matemática Grega - http://www.bienasbm.ufba.br/M20.pdf

[10] Citações - http://chines-classico.blogspot.com/2007/07/mncio-por-alfredo-doeblin.html

[11] BRITO, Vanderley de. Arqueologia na Borborema. João Pessoa: JRC Editora, 2008.

[12] MARTIN, Gabriela. Pré- História do Nordeste do Brasil, 4 ª Edição, Ed. Universitária UFPE – Recife – 2005.

[13] Curso de maçonaria Simbólica, Aprendiz - Theobaldo Varolli

[14] Curso de maçonaria Simbólica – Mestre – Theobaldo Varolli

[15] Deus, uma Biografia – Jack Miles

[16] REAA – Grau 1 ao 33 – Rizzardo da Camino

[17] O Evangelho de Judas.