Folha Maçônica 395

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6 de abril de 2013 Ano 8 edição 395 Revista semanal distribuída por e-mail aos cadastrados e dedicada aos assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real. Criador: Robson Granado Colaboradores permanentes: Aquilino R. Leal, Francisco Maciel, Gilberto Ferreira Pereira Monumento a Dom Pedro I, na Praça Tiradentes no Centro do Rio de Janeiro, RJ

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Revista para os inciados na Arte Real

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6 de abril de 2013

Ano 8 – edição 395

Revista semanal distribuída por e-mail aos cadastrados e dedicada aos assuntos de interesse dos iniciados na Arte Real. Criador: Robson Granado Colaboradores

permanentes: Aquilino R. Leal, Francisco Maciel, Gilberto Ferreira Pereira

Monumento a Dom Pedro I,

na Praça Tiradentes no

Centro do Rio de Janeiro, RJ

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GRANDES INICIADOS

Manuel Luís Osório, primeiro e único

barão, visconde e marquês do Herval, (Conceição do Arroio, 10 de maio de 1808 — Rio de Janeiro, 4 de outubro de 1879) foi um militar, político e monarquista brasileiro. Participou dos principais eventos militares do final do século XIX, sendo herói da Guerra da Tríplice Aliança. É o patrono da Arma de Cavalaria do Exército brasileiro (1962). [...] Osório obteve o título de barão em maio de 1866 e o de visconde com grandeza em 1868. No ano seguinte, antes de findar a guerra, recebeu o título de marquês de Erval. Em agosto de 1871, Deodoro da Fonseca entregou-lhe solenemente, em Porto Alegre, custosa espada de honra, uma obra prima de ourivesaria, cinzelada em ouro e ornada de brilhantes, custeada pelos oficiais comandados por Osório na guerra. Na lâmina, de aço, estavam gravadas as batalhas e combates em que Osório participara. Finda a Guerra, nas quatro primeiras décadas que se seguiram, a vitória na Batalha de Tuiuti, considerada a mais importante da campanha, foi a principal comemoração militar brasileira, sendo que nas comemorações, destacava-se como principal herói o general Osório. Somente na década de 1920 o movimento militar resgatou a figura do Duque de Caxias como líder da Guerra do Paraguai. Apesar de militar e político influente, atravessou a década de 1870, o último decênio de sua vida, sob a pressão de dívidas. Com a paz, em 11 de janeiro de 1877, Osório foi nomeado pela Princesa Isabel Senador do Império pela Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, sua terra natal. Em discurso no Senado, declara: "A farda não abafa o cidadão no peito do soldado". Apesar de republicano em sua juventude, acabou por converter-se ao credo monarquista, tornando-se um dos seus mais ferrenhos defensores, como assim deixou claro ao barão de Cotegipe, em 15 de abril de 1879:

[...] sou, de longa data, liberal monarquista, unionista do Império do Brasil. Não pense que vou para a República, nem para o despotismo; mas direi ao nobre senador, que em matéria de serviço público eu não indago o que são brasileiros na política, porém, sim, se cumprem o seu dever em bem da Pátria.

— Em sessão no Senado, poucos meses antes de falecer Por decreto de 2 de junho de 1877, foi-lhe outorgada a patente de Marechal-de-Exército Graduado. Com a ascensão do Partido Liberal ao poder, Osório foi nomeado Ministro da Guerra no gabinete Sinimbu em 1878. Permaneceu no cargo até a sua morte, em 4 de outubro de 1879, no Rio de Janeiro - RJ, aos 71 anos de idade, doente com pneumonia. Com o seu falecimento, seguido por de outros militares monarquistas fieis a dom Pedro II, como Luís Alves de Lima e Silva (duque de Caxias) e Polidoro da Fonseca Quintanilha Jordão (visconde de Santa Teresa), abriu espaço para uma nova geração de militares, que sofreram forte influência dos militares caudilhistas e insubordinados dos países vizinhos e que eram em sua maior parte indiferentes a Monarquia quando não opositores. Apesar de ter falecido dez anos antes do advento da República no Brasil, é possível saber sua opinião quanto aos atos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto (ambos veteranos da Guerra do Paraguai), que além de terem se insubordinado e traído o governo legal, tornaram-se também os dois primeiros presidentes e ditadores do país:

Seria um desgraçado aquele que, depois de haver combatido com as armas da guerra o inimigo externo, pusesse depois essas mesmas armas ao serviço do despotismo, de perseguições e violência contra seus compatriotas.

O esquife com seus restos mortais, embalsamado, foi colocado na capela do Arsenal de Guerra, hoje destruído. Em 16 de novembro de 1879, seus restos mortais foram levados para o Asilo dos Inválidos da Pátria, na Ilha do Bom Jesus da Coluna, onde permaneceram até o translado para a Igreja de Santa Cruz dos Militares, em 3 de dezembro de 1887. Em 21 de julho de 1892, seu corpo foi transferido para a cripta construída sob sua estátua equestre, fundida com o bronze de canhões tomados na Campanha da Tríplice aliança, na Praça XV de Novembro, no Rio de Janeiro. Finalmente, em 1º de dezembro de 1993, deu-se início ao solene translado dos restos mortais do Marechal Osório, passando pelos

Estátua equestre do General Osório, na Praça XV de Novembro (Rio de Janeiro – RJ).

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Municípios de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre. Em 11 de dezembro, seu corpo foi depositado no jazigo nas proximidades da casa onde nasceu, já no interior do parque histórico. Ao longo de sua vida foi agraciado com os títulos de barão do Herval (1 de maio de 1866), visconde do Herval (11 de abril de 1868) e de marquês do Erval (29 de dezembro de 1869). Foi casado com Francisca Fagundes, de quem teve quatro filhos: Fernando Luís Osório (1848-1896), Adolfo Luís Osório (1847-?), Manuela Luísa Osório (1851-1930) e Francisco Luís Osório (1854-1910). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Lu%C3%ADs_Os%C3%B3rio

SÍMBOLOS

O exército na época da campanha republicana Dos fatores desencadeadores da queda do Império, os mais importantes foram, sem dúvida, as questões com os militares, às quais se convencionou rotular, simplesmente, como questão militar, sem embargo da pluralidade dos atritos entre o Exército e o governo, desde o início do último quartel do século XIX. A questão militar, na realidade, não se limitou aos quartéis, mas teve, também, escora política no Parlamento. Os partidos políticos, diante de sua rivalidade, procuravam apoio e proteção no Exército, entregando-se ao amparo dos grandes chefes militares. Isso já havia ocorrido com os liberais, fazendo do general Manoel Luís Osório (marquês de Herval), maçom da Loja "Honra e Humanidade", de Pelotas (RS), o seu conselheiro militar, enquanto Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, também maçom (que fora Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho), tornara-se, por força das circunstâncias, o líder militar dos conservadores. Com a morte dos dois grandes militares, em 1877 (Osório) e 1880 (Caxias), os partidos saíram atrás de substitutos, encontrados, pelos liberais, na pessoa do general Correia da Câmara, visconde de Pelotas e senador pela Província do Rio Grande do Sul, enquanto os conservadores procuravam fazer o mesmo com o general Deodoro da Fonseca, maçom iniciado em 1873, na Loja "Rocha Negra", de São Gabriel (RS), e que ocuparia, posteriormente, o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil. Sendo, Pelotas e Deodoro, totalmente dedicados ao Exército, acima de qualquer rivalidade partidária, toda a participação do segundo, nas questões militares com o governo imperial, seria apoiada, decididamente, pelo primeiro, no Senado, pois, mais do que as questiúnculas partidárias, interessava manter a coesão do Exército, que havia sustentado a independência e combatido para assegurar a unidade nacional. E o Exército, na realidade brasileira da época, cristalizava, principalmente, os anseios da classe média, que, a partir de 1870, já tinha condições de se candidatar ao poder, que já estava muito instável e oscilante, nas mãos da aristocracia açucareira, que se estribava na agricultura do norte do país. Essa classe média da época, que englobava funcionários e empregados, não seria capaz, todavia, de empreender alterações marcantes na sociedade, agregando-se, então, a uma nova força, que era o Exército brasileiro. No dizer de San Tiago Dantas, em "Dois Momentos de Rui", "não se tem dado o relevo devido a esse fato capital de nossa História: a identificação do Exército com a classe média. Se é verdade que, entre nós, a classe média não surge com a estrutura econômica robusta que lhe daria tanta influência no destino de outras sociedades, é certo também que essa deficiência surge compensada pela concentração de força política, que lhe seria proporcionada pelo surgimento de um verdadeiro poder novo: o poder militar. Foi a partir da Guerra do Paraguai que o Exército ganhou, entre nós, estabilidade e coesão internas que dele fariam, daí por diante, o ponto de maior resistência de nosso organismo político.A monarquia agrária, impregnada de civilismo, não quis ou não soube captar a nova força, para a qual também não contribuíram os filhos da aristocracia produtora de algodão, açúcar e café. Na classe média é que o Exército vai colher os seus oficiais, alguns vindos de soldados, outros preparados nesse centro de estudos da classe média, que seria, por oposição às faculdades jurídicas da aristocracia, desde 1874, a Escola Militar". Interessante é notar que, coincidentemente, a Maçonaria brasileira, já a partir do último quartel do século XIX, era formada, em sua maioria, por homens oriundos da classe média, tornando-se cada vez mais raros, nela, os membros da aristocracia e das oligarquias agrícolas. Não era de estranhar, portanto, o grande contingente de militares, que, na época, a ela pertenceram, destacando-se, inclusive, como líderes militares --- e alguns até maçônicos --- podendo-se citar, entre eles, Caxias, Deodoro, Osório, Benjamin Constant, Floriano, Lauro Sodré, Hermes da Fonseca, Gomes Carneiro e Sena Madureira. Do livro "A Maçonaria e o Movimento Republicano Brasileiro", Traço Editora - 1989. Disponível em: http://www.lojasmaconicas.com.br/jc_sinopses/sinopse/sip44.htm

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A POLÊMICA NA FOLHA

Tiradentes, o bode espiatório

Fato: Novos estudos históricos apresentam uma inconfidência mineira diferente daquela que nos narram os livros didáticos. Embora a historiografia oficial considere a inconfidência mineira (1789) como uma grande luta para a libertação do Brasil, o historiador inglês Kenneth Maxwell, autor de "A devassa da devassa" (Rio de Janeiro, Terra e Paz, 2ª ed. 1978.) que esteve recentemente no Brasil, diz que "a conspiração dos mineiros era, basicamente, um movimento de oligarquias, no interesse da oligarquia, sendo o nome do povo invocado apenas como justificativa", e que objetivava, não a independência do Brasil, mas a de Minas Gerais. Esses novos estudos apresentam um Tiradentes bem mudado: sem barba, sem liderança e sem glória. Segundo Maxwell, Joaquim José da Silva Xavier não foi senão o "bode expiatório" da conspiração. (op. cit., p. 222). "Na verdade, o alferes provavelmente nunca esteve plenamente a par dos planos e objetivos mais amplos do movimento." (p.216) O que é natural acreditar. Como um simples alferes (o equivalente a tenente, hoje) lideraria coronéis, brigadeiros, padres e desembargadores? A Folha de S. Paulo publicou um artigo (21-04-98) no qual se comentam os estudos do historiador carioca Marcos Antônio Correa. Correa defende que Tiradentes não morreu enforcado em 21 de abril de 1792. Ele começou a suspeitar disso quando viu uma lista de presença da Assembleia Nacional francesa de 1793, onde constava a assinatura de um tal Joaquim José da Silva Xavier, cujo estudo grafotécnico permitiu concluir que se tratava da assinatura de Tiradentes. Segundo Correa, um ladrão condenado morreu no lugar de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida pela maçonaria. Testemunhas da morte de Tiradentes se diziam surpresas, porque o executado aparentava ter menos de 45 anos. Sustenta Correa que Tiradentes teria sido salvo pelo poeta Cruz e Silva (maçom, amigo dos inconfidentes e um dos juízes da Devassa) e embarcado incógnito para Lisboa em agosto de 1792. Isso confirma o que havia dito Martim Francisco (irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva): que não fora Tiradentes quem morrera enforcado, mas outra pessoa, e que, após o esquartejamento do cadáver, desapareceram com a cabeça, para que não se pudesse identificar o corpo. "Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria pelo Brasil". Como só tinha uma, talvez Tiradentes tenha preferido ficar com ela. Conclusão: Nossa pergunta e dúvida: Tiradentes, de fato, foi maçom? Se sim quando e onde foi iniciado (Loja)? Existe algum registro sobre tal? Nós mesmos fomos iniciados, 1976, no Templo Tiradentes (Loja União e Progresso 41 - S. Cristóvão - Rio de Janeiro)... Merece ele, realmente, tal homenagem? Não vale argumentar que a origem da bandeira de Minas Gerais é mais uma prova do envolvimento da Maçonaria na Inconfidência, nem tampouco apelar para o que afirma Tenório D‘Albuquerque, em A bandeira maçônica dos inconfidentes: ―Se ainda ao mais incrédulo dos incrédulos restasse um resquício de dúvida quanto à origem maçônica da Inconfidência Mineira, bastaria contemplar-lhe a bandeira‖. Utilizando como disfarce a ideia da Santíssima Trindade, o triângulo representaria, na verdade, a sagrada trindade da maçonaria: liberdade, igualdade e fraternidade. No interrogatório relatado nos autos da devassa, ao ser perguntado sobre o significado da bandeira, Tiradentes teria respondido ―sagrada trindade‖ e não ―santíssima‖. Tal detalhe supostamente passou despercebido ao escrivão. De qualquer forma tudo isso não é prova da sua presença nos fileiras da Ordem. Vamos mais longe! A historiografia acadêmica encontra-se longe de um consenso acerca da participação ou não da maçonaria na Inconfidência. As hipóteses vão desde o papel central dos maçons na elaboração dos planos do levante até a negação total de sua influência na Conjuração! Augusto de Lima Júnior ressalta o papel da maçonaria ao percebê-la como um importante elemento de ligação e comunicação dos inconfidentes com os grupos de apoio no Rio de Janeiro e na Europa. Em posição oposta está Lúcio José dos Santos, alegando que o fato de não haver nenhum vestígio da ação propriamente maçônica nos autos da

Tiradentes supliciado, quadro de Pedro

Américo, Museu Mariano Procópio, Juiz

de Fora, MG

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devassa seria a maior prova da ausência dessa sociedade na Inconfidência. Também argumenta que, se a maçonaria possuísse prestígio suficiente a ponto de ser a idealizadora do movimento, ela teria tido forças para impedir a condenação de seus membros. Finalmente, a meio-termo entre as duas opiniões encontra-se Márcio Jardim, para quem a atuação maçônica teria sido importante, mas secundária: seu papel seria apenas o de aglutinar pessoas e ideias. O autor observa, ainda, como a maçonaria dos dias atuais se apropria da figura de Tiradentes, o que revelaria um desejo de mostrar poder acima do comum, causando lhe surpresa o fato de ―boatos sobreviverem ao tempo e à evidência das provas contrárias‖. Será mais uma história tipo os ‗três jotas‘? ―A história é a verdade que se deforma, a lenda é a falsidade que se encarna.‖ (Jean Cocteau)

Coluna assinada pelo M.·. I.·. Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165

MEDITE

Meus verbos ―No princípio era o Verbo. E o Verbo estava com Deus. E o Verbo era Deus‖. (João 1:1) Por meio da palavra Deus criou o Universo. E por meio do Verbo deu ao ser humano o instrumento necessário para realizar a sua vontade. AMAR – é o meu primeiro verbo. Foi-me ensinado de forma magistral por Jesus, o Mestre dos Mestres, o Ser mais evoluído já encarnado em nosso planeta. ORAR e VIGIAR – Foi Paulo, que disseminou de forma corajosa e ousada o Cristianismo por todo o mundo conhecido da época, que me ensinou estes verbos. TRABALHAR e AGRADECER – Aprendi com as minhas atividades e com a aplicação dos verbos anteriores. SABER – QUERER – OUSAR – CALAR – A ciência esotérica me ensinou estes quatro verbos que sintetizam a prática necessária para a evolução espiritual. Heitor Freire – M.·. M.·.

CONVERSA AO PÉ DO OLVIDO

Se o revólver foi inventado por um covarde (este é o ponto de vista de todos os desarmados num beco escuro), o teletransporte foi inventado por um preguiçoso. Em vez de mandar alguém ver se ele está na esquina, o preguiçoso se teletransporta, aproveita para comprar dez latinhas de cerveja e volta para a poltrona para ficar vendo, deitadão, todos os episódios de ―Jornada nas Estrelas‖. Ou, no original, ―Star Trek‖. O capitão Kirk e o Dr. Dr. McCoy ficam debaixo de um feixe de luz, somem da nave Enterprise e se materializam no planeta logo abaixo, bem atrás do alienígena que ameaça o Sr. Spock com uma pistola de raio laser. (Santa preguiça! O Capitão Kirk faz isso com uma facilidade incrível e, principalmente, com baixo custo de filmagem porque é um truque cinematográfico fácil de fazer e mais barato que qualquer outro lance.)

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Tudo ficção. Científica. No mundo real, o físico americano Charles Bennett demonstrou que o teletransporte é possível, mas com uma condição: o que chega ao destino não é o passageiro, mas um xerox do sujeito. Seu corpo, suas memórias, emoções e tudo o mais estariam na cópia, só que materializados em átomos diferentes. O que viaja pelo espaço são as informações sobre o comportamento das partículas que formam cada átomo do corpo humano, números que seriam ―impressos‖ em outros átomos na hora de construir a cópia idêntica.

Prosseguindo: como essas partículas que formam os átomos são complexas e delicadas, o único jeito de transportar corretamente todos os seus dados sem sofrer interferência dos equipamentos é fazer com que as partículas possam se comunicar de forma instantânea, mesmo sem ter nenhuma ligação física. O entrelaçamento, nome dessa condição surreal, é a chave para o teletransporte. "Ele permite montar partículas com propriedades idênticas mesmo que uma esteja longe da outra", diz o próprio Charles Bennett, criador dessa teoria de teletransporte. Um exemplo: em um teletransporte entre São Paulo e Plutão, se uma partícula fosse alterada por aqui, a outra se modificaria instantaneamente no distante planeta.

O mais incrível é que essa idéia maluca já funcionou na prática. No final da década de1990, o físico inglês Samuel Braunstein, da Universidade de York, na Inglaterra, usou o entrelaçamento para teletransportar um feixe de raio laser em um laboratório. "Mas os elementos luminosos são muito mais simples que um átomo. Para teletransportar uma pessoa, a quantidade de informações seria trilhões de vezes maior. Resta saber quando lidaremos com isso de forma precisa", disse Braunstein. O pessoal preguiçoso continua tentando criar uma rede espacial quântica de comunicações que poderia permitir transmissões impossíveis de monitorar. Ao fazer isso, eles podem tornar possível que alguém chamado Scotty (Scotty é o engenheiro da série ―Jornada nas Estrelas‖, que cuida do teletransportador da Enterprise) realmente teletransporte informações no espaço. Seria ‗fantasmagórico o suficiente‘ para assustar Albert Einstein, brinca Thomas Jennewein, da University of Waterloo, em Ontário, um dos principais pesquisadores do campo. (No original ‗it would be enough ―to spook‖ Albert Einstein‘ é uma referência ao que Einstein chamou de ‗spooky action at a distance‘, uma das propriedades da mecânica quântica - o emaranhamento. Em português, a expressão é classicamente traduzida como ‗ação fantasmagórica à distância‘.) A pesquisa de encriptação poderia ter implicações práticas imediatas. O processo faria uso de fótons emaranhados, que Einstein – que resistiu às consequências da teoria quântica até morrer – chamou de ―ação fantasmagórica à distância‖. ―Se conseguirmos usar correlações entre fótons emaranhados para estabelecer uma chave [de encriptação] quântica, ela poderia ser usada para comunicações seguras‖, observa Jennewein. Esclarecendo: Einstein e dois colegas teorizaram, em 1935, que se você tiver dois sistemas quânticos interagentes, como dois átomos em uma molécula, e depois separá-los, eles permaneceriam emaranhados, o que significa que suas propriedades estariam inextricavelmente ligadas. Medir um átomo instantaneamente produziria uma modificação no outro, não importando o quanto estivessem distantes entre si. Einstein acreditava que havia um limite de velocidade universal: como nada poderia viajar mais rápido que a luz, ele achava que essa comunicação – ―ação fantasmagórica‖ – seria impossível. Um minuto: teletransporte seria o processo de mover objetos de um lugar para outro com a transformação da matéria em alguma forma de energia e sua posterior reconstituição em outro local, baseado na famosa lei E=MC². Voltando à poltrona e abrindo uma latinha. O termo robô tem origem na palavra checa robota, que significa ―trabalho forçado‖. O robô presente no imaginário mundial teve origem numa peça do dramaturgo Karel Čapek (1890-1938), na qual existia um autômato com forma humana, capaz de fazer tudo em lugar do homem. Mas quem desenvolveu melhor o tema foi o escritor Isaac Asimov (1920- 1992). São dele As Três Leis da Robótica (seu livro de ficção ―I, Robot‖ – ―Eu, Robô‖): 1ª lei: um robô não pode fazer mal a um ser humano e nem, por inação, permitir que algum mal lhe aconteça. 2ª lei: um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, exceto quando estas contrariarem a primeira lei. 3ª lei: um robô deve proteger a sua integridade física, desde que com isto não contrarie as duas primeiras leis. Mais tarde foi introduzida uma "lei zero": um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por inação, permitir que ela sofra algum mal. Essa lei pressupõe um superpoder do robô – e já vimos esse filme: ―O Exterminador do Futuro 1, 2, 3, 4, 5‖.

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O robô é descendente do Golem, um ser artificial associado à tradição mística do judaísmo, particularmente à Cabala, que pode ser trazido à vida através de um processo mágico. O Frankenstein (obra de Mary Shelley em que o nome do criador acaba se transformando no nome da criatura) era um golem. No hebraico moderno a palavra ―golem‖ significa ―tolo‖, ―imbecil‖, ou "estúpido". Isso complica, explica ou muda alguma coisa? Meu livro favorito sobre teletransporte é ―Tiger! Tiger!‖ (Tigre! Tigre!), de Alfred Bester (1913-1987), também conhecido como ―The stars my destination‖ (Estrelas O Meu Destino). Conta a história de Gulliver, Gully Foyle que é o melhor jauntador de todos os tempos. ―Jauntar‖ porque a primeira pessoa que fez isso e documentou chamava-se Jaunte (nós ainda não o conhecemos, ele está no futuro). Gully consegue teletransportar-se (jauntar-se) a distâncias inimagináveis tanto no tempo como no espaço. O Gulliver de Jonathan Swift (1667-1745) viaja no espaço. O Gully de Bester viaja no espaço, no tempo e tem a mesma sede de vingança do Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas Pai (1802-1870).

Nada se cria, tudo se recria. ―Jumper‖ é um filme norte-americano de 2008, adaptado de um livro escrito por Steven Gould em 1992. Teve um orçamento de US$ 85 milhões, arrecadou 222.231.186 dólares. Conta a história de um estudante de 15 anos que descobre que tem a capacidade de se teletransportar para qualquer lugar. Li várias críticas que detonam o filme, mas nenhuma delas fala de Alfred Bester. Aliás, ninguém fala de Alfred Bester em ―Jornada nas Estrelas‖. Mas Alfred Bester é um personagem da série de televisão de ficção científica ―Babylon 5‖: ele é um Psi Cop sênior e um dos vilões recorrentes da série. O autor de ―Tigre! Tigre!‖ também criou fantásticos telepatas em seu livro ―The Demolished Man‖ (O homem demolido). Outro aliás: ―Tigre! Tigre!‖ é uma referência ao poema ―Tyger! Tyger!‖ de William Blake (1757-1827): ―Tyger! Tyger! burning bright / In the forests of the night, / What immortal hand or eye / Dare frame thy fearful symmetry? - Tygre! Tygre! Brilho, brasa /que a furna noturna abrasa, / que olho ou mão armaria / tua feroz symmetrya? – a tradução/recriação é de Augusto de Campos. De novo: nada se cria, tudo se recria. A ficção, científica ou não, se alimenta da ficção. Assim como a realidade também se alimenta da ficção. Em ―Vinte mil léguas submarinas‖, de 1870, Jules Verne (1828-1905) descreve a viagem de um submarino ao redor do mundo. Somente em 1960 um submarino nuclear americano

conseguiu fazer a viagem, mas era um navio de guerra e não servia para pesquisa. Imaginamos antes de agir. Sonhamos antes de realizar. Mas nem tudo sai perfeito. Luciano de Samósata (125-181 de nossa era), em ―Uma história verdadeira‖, relata uma fantástica viagem à Lua, menciona a existência de vida extraterrestre e antecipa diversos outros temas popularizados durante o século XX pela ficção científica. Em ―Viagem à Lua‖, Cyrano de Bergerac (1619-1655) retoma Luciano e dialoga com Johann Kepler, que escreveu ―Sonho ou astronomia da Lua‖, publicado em 1634. A vida imita a arte. Pisamos na Lua, mas ainda existe gente que não acredita que fomos lá. A materialização do teletransporte é uma questão de tempo. Mas antes é necessária uma missão inadiável: nos teletransportar até nós mesmos - e sobreviver a isso.

Coluna assinada pelo Ir.·. Francisco Maciel, membro da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. D’Artagnan Dias Filho 148 – GLMERJ

COLUNA DO DIREITO

Qual o prazo de arrependimento para compras ou contratações realizadas pela internet ou telefone? De acordo com o artigo 49 do CDC, quando a aquisição de produto ocorrer fora do estabelecimento comercial (por telefone, em domicílio, através da internet ou por outro meio similar) o consumidor tem o prazo máximo de 07 (sete) dias corridos, a contar da data de recebimento do produto ou assinatura do contrato para desistência. O mencionado artigo dispõe que: ―O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou em domicílio.

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Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados”. Ao exercer o direito de arrependimento é importante que formalize a decisão. Se entregar carta, protocole uma via. Se optar pelos correios, envie com aviso de recebimento. Se o contato for por telefone, anote o número do protocolo e o nome do funcionário que fizer o atendimento. Se enviar e-mail imprima a mensagem. Por fax, guarde o pedido com o comprovante da remessa. Uma boa dica para o consumidor evitar dores de cabeça é antes da compra de produtos, no caso de compras fora do estabelecimento, conhecer a ―Política de Cancelamento‖, principalmente nos sites. Quanto mais acessível e clara estiver a informação, menores serão as chances de problemas no caso do consumidor resolver utilizar o seu direito ao arrependimento. Coluna assinada pelo Ir.·. Gilberto F. Pereira, Fundador da Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Maç.·. Stanislas de Guaita 165

DICA

Irmão Antônio Fadista se recupera de AVC Mensagerm do querido Irmão Ivan Tabuada sobre o Irmão Fadista, maçom de destaque na Maçonaria fluminense:

Agora à noite, falei com o nosso Ir:. Nélson, filho do Ir:. Fadista, que informou que transcorreu com muito êxito a sua cirurgia, ele está reagindo bem e que acredita que em meados da próxima semana ele já estará em casa. O Nélson aproveitou para agradecer as orações de todos os OObr:. e o interesse e as intervenções dos diveros IIr:. médicos, pois, inequivocamente, de certo ponto em diante de seu atendimento, os cuidados com ele se multiplicaram e o hospital dirigiu suas principais atenções para a sua pessoa. Sinceramente, esta é a Maçonaria que eu gostaria de ver sempre presente! Ivan Tabuada L:. Stanislas de Guaita 165 G:.L:.M:.E:.R:.J:.

Museu Maçônico Paranaense

MUSEU MAÇÔNICO PARANAENSE http://www.museumaconicoparanaense.com Curitiba - Paraná - Brasil As BIBLIOTECAS no MUSEU MAÇÔNICO ( Pública e a Restrita ) somam mais de 2.000 arquivos para baixar, inteiramente gratis. CONFIRA: http://www.museumaconicoparanaense.com/index_biblio_incial.php

Eleições no Grande Oriente do Brasil Hoje, sexta-feira, dia 05-03-2013, a partir das 18:30 horas será iniciada a apuração dos votos da eleição para Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil diretamente de Brasília. Esta apuração será transmitida pelo GOB TV http://www.gob.org.br/tv/ em tempo real. Abaixo as informações transcritas do Site oficial do GOB.http://www.gob.org.br/ TFA Paulo Marinho

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DOCUMENTOS E FOTOS ANTIGAS

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EUREKA (TUREKA E NÓSREKA) Contestações, lances, bobagens, respostas, estudos, crendices, variados, ‘nóstícias’ fatos, curiosidades, sofismas, perguntas, humor, nostalgia, outros e... nós!

Ser madre

“Por culpa del azar o de un desliz, cualquier mujer puede convertirse en madre. Dios la ha dotado a man salva del

“instinto maternal” con la finalidad de preservar la especie.

Si no fuera por eso, lo que ella haría al ver a esa criatura minúscula, arrugada y chillona, sería arrojarla a la basura. Pero

gracias al “instinto maternal” la mira embobada, la encuentra preciosa y se dispone a cuidarla gratis hasta que cumpla

por lo menos 21 años. Ser madre es considerar que es mucho más noble sonar narices y lavar pañales, que terminar los

estudios, triunfar en una carrera o mantenerse delgada. Es ejercer la vocación sin descanso, siempre con la cantaleta de

que se laven los dientes, se acuesten temprano, saquen buenas notas, no fumen, tomen leche…

Es preocuparse de las vacunas, la limpieza de las orejas, los estudios, las palabrotas, los novios y las novias; sino

fenderse cuando la mandan a callar o le tiran la puerta en las narices, porque no están en nada.. Es quedarse desvelada

esperando que vuelva la hija de la fiesta y, cuando llega hacerse la dormida para no fastidiar. Es temblar cuando el hijo

aprende a manejar, anda en moto, se afeita, se enamora, presenta exámenes o le sacan las amígdalas. Es llorar cuando

ve a los niños contentos y apretar los dientes y sonreír cuando los ve sufriendo. Es servir de niñera, maestra, chofer,

cocinera, lavandera, médico, policía, confesor y mecánico, sin cobrar sueldo alguno.

Es entregar su amor y su tiempo sin esperar que se lo agradezcan. Esdecir que “son cosas de la edad” cuando la

mandan al carrizo.

Madre es alguien que nos quiere y nos cuida todos los días de su vida y que llora de emoción porque uno se acuerda de

ella una vez al año : el Día de la Madre.

El peor defecto que tienen las madres es que se mueren antes de que uno alcance a retribuirles parte

de lo que han hecho.

Lo dejan a uno desvalido, culpable e irremisiblemente huérfano.

Por suerte hay una sola. Porque nadie aguantaría el dolor de perderla dos veces.”

Isabel Allende1

Colaboração do MI Aquilino R. Leal, Fundador Honorário da Aug e Resp Loj Maç Stanislas de Guaita 165

Enquete inútil:

Pergunta: Qual a diferença entre o formato de um TV convencional, TVs mais

antigos, com um TV widescreen, TV mais moderno?

(Envie-nos sua resposta e a publicaremos semana que vem.)

Pergunta de edição anterior: O que a cachorra disse (latiu?!) para seu namorado

cachorro?

Merthiolate

Pergunta: Qual a diferença entre o formato de um TV convencional, TVs mais antigos,

com um TV widescreen, TV mais moderno?

1Isabel Allende Llona (Lima, 2 de Agosto de 1942) é uma jornalista e escritorachilena. Apesar de ter nascido em Lima, sua família logo

voltou para o Chile, sua terra natal. Atualmente está radicada nos Estados Unidos da América. É filha de Tomás Allende, funcionário diplomático e primo irmão de Salvador Allende, e de Francisca Llona. Isabel é considerada uma das principais revelações da literatura latino-americana da década de 1980. Sua obra é marcada pela ditadura no Chile, implantada com o golpe militar que em 1973 derrubou o governo do primo de seu pai, o presidente Salvador Allende (1908-1973).(fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki – 03/2011) [Nota: Aquilino R. Leal]

Page 11: Folha Maçônica 395

Folha Maçônica Nº 395, 6 de abril de 2013 Página 11

Estão postados no ponto cultural da Folha Maçônica mais de 13.700 títulos! tem

até fotos antigas do Rio de Janeiro e São Paulo... confira! isso sem contar com

as fotos antigas da Ordem.

Visite nossas páginas online: Blog da Folha Maçônica: http://folhamaconika.blogspot.com/ Este blog será extinto brevemente.

Novo Site para download das edições da Folha Maçônica: http://sdrv.ms/QobWqH Novo link do ponto cultural da FM onde estão disponibilizados mais de 13 mil títulos sobre a Ordem e afins; como está em fase de conclusão existirão falhas que pedimos serem apontadas para o seu melhoramento, assim como aguardamos comentários no sentido da apresentação e conteúdo.

Blog com desenhos e pinturas do Irmão Robson Granado: http://robsongranado.blogspot.com/