OPINIÃO DO PASSAGEIRO - Revista Flap · limão e coco ou frutas. Chá, café, pães quen-tes e...

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AC091 GRU-YYZ AC700 YYZ-LGA AC771 EWR-YYZ AC090 YYZ-GRU Neste Flight Check você vai voar com a Air Canada. Do maior jato em sua frota – o flagship Boeing 777-333ER – ao menor, o confortável e brasileiríssimo Embraer 175, você vai conhecer uma empresa aérea exemplar sob todos os ângulos. Texto e fotos: Gianfranco Beting OPINIÃO DO PASSAGEIRO Flight Check Air Canada.indd 2-3 06.02.09 10:27:16

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AC091 GRU-YYZAC700 YYZ-LGAAC771 EWR-YYZAC090 YYZ-GRUNeste Flight Check você vai voar

com a Air Canada. Do maior jato em sua frota – o flagship Boeing 777-333ER – ao menor, o confortável e brasileiríssimo

Embraer 175, você vai conhecer uma empresa aérea exemplar sob

todos os ângulos.Texto e fotos: Gianfranco Beting

O P I N I Ã O D O PA S S A G E I R O

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A neve havia caído na madrugada anterior no Aeroporto Lester B. Pearson International, servindo a cidade de Toronto, onde a Air Cana-da (AC) tem seu principal hub. Igualmente, na véspera, havia me apresentado em Guarulhos, para embarcar no voo AC091, operado diaria-mente entre os dois aeroportos. Estava ansioso para conhecer o novo Triplo Sete da maior empresa aérea canadense, bem como sua nova classe executiva.

O check-in tinha sido rápido e extrema-mente cortês, atendido pela bem treinada e motivada equipe da empresa em Guarulhos. Diferente de muitas companhias estrangeiras que operam no Brasil, a AC tem sua própria equipe de profissionais, sem terceirizar o pes-soal, o que ajuda a garantir um tratamento de ótimo padrão. Foi justamente o que aconteceu. O jovem Thiago Gallo no check-in, Leonardo, supervisor, e Josana, concierge, não mediram esforços para tornar a experiência dos passa-geiros a mais agradável possível. Realmente, muito acima da média.

Rumei para a sala VIP Smiles, da VariGol, que é utilizada pela Air Canada. Confortável, aguardei a chamada, que se deu às 21h45. Embarquei e a primeira impressão foi ótima. Aeronave novinha, matrícula C-FIUL (designação na frota da companhia ou tail number 734), foi entregue pelo fabricante em 29 de junho de 2007 e estava imaculada.

Fui recebido na porta por Ray Adams, service director (comissário-chefe) do voo, que nos minutos seguintes acompanhou-me em um rápido passeio pela aeronave, mostrando, inclusive, as áreas de descanso da tripulação, os crew rests, cujo acesso normalmente é vetado à imprensa e ao público. Muito simpático.

O embarque foi concluído de forma rápida e organizada. E olhe que são 349 assentos no gigante, sendo 42 na Executive First, ou classe Super Affaires em francês, que juntamente com o inglês é língua oficial do país mais setentrional das Américas. O voo tinha praticamente 100% de ocupação, com somente dois lugares vagos na executiva. Dez comissários cuidariam dos passageiros, sendo que quatro ficariam encar-regados da executiva. Adams prontificou-se a

pendurar meu paletó, bebidas de boas-vindas foram oferecidas, juntamente com um cardápio. Uma garrafa de água e o kit de amenidades já estavam elegantemente colocados em cada poltrona, esta valendo um capítulo à parte.

A executiva é dividida em duas cabines, sendo que meu assento, 9D, fica na posterior. Tirando a primeira fila, que somente possui assentos nas janelas, são 11 fileiras de quatro assentos, dispostos em configuração Herringbo-ne ou espinha de peixe, em um ângulo diagonal em relação ao eixo longitudinal da aeronave. Esta configuração permite máximo aproveita-mento do espaço, bem como adicionalmente propicia muita privacidade, algo raro de se encontrar em aviões de carreira. Além disso, o acesso é sempre direto, sem a necessidade de malabarismos para entrar ou sair das poltronas distantes dos corredores.

Seja como for, aprovei. Uma das melhores poltronas de executiva que experimentei nos últimos anos.

Comodamente instalado, aguardei nossa partida, de olho no cumprimento do horário: minha conexão no dia seguinte, para Nova York, seria apertada. Finalmente, às 22h37, sete minutinhos depois do horário previsto, o enorme 777 foi tratorado para o pátio, sob uma forte tempestade, que parece ser a norma deste verão extremamente úmido no sudeste brasilei-ro. Taxiamos às 22h45 e, com algum tráfego à frente, esperamos até decolarmos às 23h57. Os dois motores GE produziam seu característico rugido cavo, grave, enchiam a cabine com seu som poderoso. O gigante levou 47 segundos para tirar a bequilha do chão (V-R de 168 nós) e acelerou ainda mais cinco segundos para tirar as 12 rodas principais do solo. Nossa V-1 foi de 154 nós e a V-2 foi de 173 nós. Suave curva à direita, em cumprimento à saída por instrumen-tos SURF na pista 09L. As luzes dos arrabaldes de Guarulhos foram rapidamente tragadas pelas nuvens baixas e pela chuva forte que fez nossa partida ainda mais memorável.

Este 777-333ER da companhia pode decolar com até 330 mil quilos. Neste voo, partiu com 309 mil quilos, sendo 90 toneladas de combustí-vel. O simpático comandante do voo, Al Mos-tovich, explicou-me que o 300ER consome em média 8 toneladas de combustível por hora de voo de cruzeiro. Nesta etapa, voaríamos a Mach 0,84, mantendo uma TAS – True Air Speed (ou velocidade da aeronave em relação à massa de ar, não necessariamente ao solo) de 507 nós.

Logo estabilizamos na proa oeste, descre-vendo um lento arco para tomar o rumo norte,

necessário para vencer os 8.167 quilômetros de distância até Toronto. Imediatamente coloquei-me a analisar o sistema de entretenimento da companhia. Um tela de LCD de 14 polegadas exibia uma vasta variedade de conteúdo, de rádio digital a várias categorias de filmes. Uma discoteca com dezenas de CDs gravados tam-bém mostrou-se uma boa pedida. Enfim, um sistema AVOD, que nada deve aos melhores do mundo, foi outra excelente descoberta neste novo padrão de serviços da empresa.

As comissárias, todas muito simpáticas, vieram trazer um drinque de boas-vindas e anotar as escolhas de entradas e pratos princi-pais. Havia duas opções de entradas: carpaccio de cogumelos ou atum defumado; perna de cordeiro ao forno com molho de vinho; sal-mão com pimenta-do-reino e batatas ou um mil-folhas de vegetais. De sobremesa, torta de

No check-in ou no portão, o atendimento da companhia foi perfeito.

A tela do excelente sistema de entretenimento agradou.

As poltronas-leito da Executive First são um show à parte.

Catering a la canadense: sabor e boa apresentação na sobremesa e no prato principal.

Tudo a bordo estava delicioso.

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limão e coco ou frutas. Chá, café, pães quen-tes e licores acompanhavam, bem como um pratinho de queijos camembert e roquefort. A carta de vinhos apresentou champagne Drappier Carte d’Or Brut; os brancos, um Vinus Viognier francês e um produto local, o canadense Colio Estate Silhouette, um assemblage de Chardon-nay, Riesling e Pinot Grigio. Entre os tintos, o francês Syrah Haut de Valmoure (interessante) e um MontGras Reserva, este um competente Carmenère chileno; fechando a lista, o Porto era um Dow’s. Note-se também a impecável apre-sentação dos talheres, louças e copos, todos de bonito desenho, exclusivo para a Air Canada.

Além do cardápio de bordo, nas poltronas havia ainda duas publicações: a revista de bordo EnRoute e o catálogo de duty free. Gostei da qualidade editorial e da apresentação em geral de todos os materiais da companhia.

Mas o destaque mesmo foi o padrão de atendimento prestado pelos comissários, tendo entre eles uma simpática profissional brasileira. Sorridentes, acolhedores, elegantes na medida certa. Enfim, em uma única palavra: educados. Fato que parece demonstrar que, ao menos em matéria de boas maneiras, o Canadá parece mais próximo de um padrão de atendimento europeu do que as companhias aéreas do país fronteiriço. Os speeches dos pilotos foram muito bons. Inicialmente em inglês, depois francês e, finalmente, em português, exatamente como nos cardápios impressos. Foram concisos, infor-mativos e interessantes. Um ponto que talvez merecesse mais atenção por parte da compa-nhia foram os uniformes, que poderiam ser trocados por desenhos mais contemporâneos.

O 777 cruzou serenamente toda a noi-te, mostrando um nível de ruído baixíssimo a

bordo, o que ajudou a melhorar ainda mais a experiência, facilitando o descanso. Estiquei-me na poltrona, agora transformada em cama – mesmo – e dormi profundamente por seis horas, mais do que costumo fazer quando estou em terra firme.

Acordei relaxado, com o aroma do café da manhã invadindo a cabine, ainda silenciosa. Dei um pulinho em um dos espaçosos banheiros da aeronave e voltei a tempo de ser servido com um desjejum completo, com duas opções de pratos quentes: ovos mexidos com bacon ou uma fritada de legumes. Chamou atenção a excelente qualidade dos pães, bem como o fato de que todas as geléias, chás, enfim, todos os complementos servidos eram canadenses.

Após a decolagem de Guarulhos, manti-vemos 36 mil pés de altitude. Já a parte final da viagem foi feita no nível de voo 390 (39 mil pés), antes de iniciarmos a descida para Toronto. No sistema AirShow, verifiquei a rota voada. Sobrevoamos pontos como as Ilhas Virgens Bri-tânicas no Caribe, depois em proa quase direta ao Aeroporto de JFK em Nova York e Buffalo, antes de entrar em espaço aéreo canadense. Em cumprimento à STAR LINNG, pousamos pela pista 24L às 5h32, exatos três minutos antes do horário previsto. Tempo total de voo, 9 horas e 35 minutos. E, nesta viagem em particular, uma operação cumprida com pontualidade teria importância fundamental, pois minha conexão partiria às 6h20. Levamos mais de 13 minutos taxiando até nosso portão no terminal T1. Des-pedi-me da simpática tripulação e parti na minha missão (quase) impossível: pegar minha conexão que partiria menos de 30 minutos depois.

AC700: Toronto-Nova York (La Guardia)

Fui um dos primeiros a sair do 777. Era uma

corrida contra o relógio: teria que caminhar as enormes distâncias do gigantesco terminal, passar pela imigração, achar o portão e tor-cer para o meu próximo voo não partir antes do previsto. Mas país de primeiro mundo, em uma hora destas, mostra a que veio. A fila na imigração norte-americana era pequena. Sim, a imigração para voar para os Estados Unidos a partir do Canadá é feita em solo canadense. Você já entra nos States com se chegasse de um voo local. Pois bem, passei pela máquina de raio X às 6h10. Tinha menos de dez minutos para chegar ao gate 157.

Deu certinho. Fui o último a embarcar, às 6h13, porta da aeronave fechando-se atrás de mim, o último dos 44 passageiros a bordo do Embraer 175 matrícula C-FEJC. Foi o tempo de acomodar-me na poltrona 18F e sentir o push-back empurrando o jato para o escuro e gelado

A sensacional cabine de comando do 777-333ER: tecnologia e conforto para os pilotos.

Ray Adams e o comandante Mostovitch: simpatia e profissionalismo totais.

O Embraer 175 da Air Canada agrada muito aos passageiros.

Bom espaço para as pernas no Embraer 175.

Chegando a Nova York ao nascer do dia.

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pátio, às 6h27. O termômetro marcava incle-mentes 15 graus celsius negativos, sem contar o vento. Não que Nova York estivesse muito mais quente: apenas 7 graus mais cálida, ainda man-tendo 8 abaixo de zero. Pelo menos haveria sol em abundância. Às 6h32 iniciamos o táxi rumo à pista 24R. Ainda escuro, iniciamos a corrida de decolagem às 6h47. Levamos 32 segundos para rodar. O E-Jet apontou para o céu escuro e gela-do com ímpeto, subindo rapidamente para sua altitude de cruzeiro, 29 mil pés. O comandante Jason Brown havia estimado o tempo total de viagem, ou block time, em 1 hora e 29 minutos, sendo 1 hora e 1 minuto de voo.

Tão logo estabilizamos, notei a barra do dia a leste, quase na proa do E-Jet, anunciando a chegada do sol. As duas comissárias passaram distribuindo bebidas não alcoólicas, somente acompanhadas de dois biscoitinhos de gengibre. Para quem quisesse cerveja, vinho ou outras libações, a companhia cobraria 6 dólares. Os fones de ouvido estavam à venda por 3 dólares. E quem assim desejasse poderia conectar-se a uma entrada USB que fica ao lado do monitor individual, presente em cada assento. Perfeito para carregar seu Ipod ou celular.

O dia logo nasceu e fiquei contemplando a paisagem, coberta pela neve de um dos mais inclementes invernos dos últimos anos. Eram exatamente 7h27 quando, a 100 milhas de dis-tância de La Guardia, o comandante anunciou o início de nossa descida. Abaixo das asas do E-Jet, desfilavam lentamente as mansões, campos e florestas de uma das regiões mais ricas do planeta. O sol ganhava altura sobre o horizon-te, deixando longas sombras sobre a paisagem. A manhã de sábado estava clara, radiosa, com baixa umidade do ar, permitindo excelente visibilidade. Às 7h48, quatro minutos antes do previsto, o C-FEJC tocou com suavidade o solo dos Estados Unidos da América. Foi mesmo 1 hora e 1 minuto de voo, como os computa-dores haviam previsto.

AC771: Newark-Toronto No dia seguinte à minha chegada, era hora

de partir de volta para o Brasil. Desta vez, volta-ria pelo Aeroporto de Newark Liberty, em New Jersey. O país todo encontrava-se hipnotizado, olhos voltados para a TV durante a realização do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, que ocorria justamente naquela noite de domingo.

A temperatura estava perfeita, 8 graus celsius, e um céu anil, sem nuvens. Um lindo dia para voar. Fiz o check-in até o Brasil em um quiosque de autoatendimento, até porque não tinha bagagens para despachar. Fomos cha-mados no portão A12 para o voo AC771, sem escalas até Toronto. Com seus assentos todos

tomados, o Embraer escalado para este trecho, matrícula C-FEJB, saiu do portão com apenas cinco minutinhos de atraso, às 19h34. Mais três minutos e o táxi era iniciado. Decolamos na noite cristalina às 19h54. Voo sereno, curtindo o monitor individual que passa vários programas gravados, além de seleção variada de músicas, filmes, curtas metragens. Muito bom.

Como muito bom é o padrão de conforto dos E-Jets. Sem a poltrona do meio, toda via-gem fica muito melhor. O espaço entre fileiras na Air Canada também é generoso no E175, como a companhia chama oficialmente o mode-lo. O serviço foi atencioso na medida e a viagem passou rápido: às 20h03, tocávamos no solo na pista 24L, com muita suavidade. Mais dez minu-tos de táxi e chegamos ao nosso portão, nº 159. Passar pela alfândega foi uma brisa. Em menos de dez minutos desde minha saída da aeronave, adentrava o belíssimo, espaçoso e muito bem aparelhado Maple Leaf Lounge, a sala VIP que a Air Canada dedica aos seus passageiros frequen-tes ou viajando em classe executiva.

AC091: Toronto-GuarulhosMuito bem impressionado com a sala VIP,

estava bem disposto na hora do embarque, que ocorreu por volta de 22h20, no portão 175. Prioridade para embarque da classe executiva claramente identificado. Ao entrar a bordo, o mesmo padrão atencioso de tratamento, logo ofereceram-se para pendurar meu paletó. Drinque de boas-vindas, cardápio distribuído, pedidos anotados ainda em solo.

Os 316 passageiros finalmente foram acomodados no confortabilíssimo 777-333ER, matrícula C-FIUW (tail number 737, entregue em 22/4/2008). O horário previsto de partida, 23h00, chegou e nada de sairmos do portão.

A enorme e confortável sala Maple Leaf em Toronto.

O cardápio é correto, sem exageros.

O kit de amenidades é prático, compacto e completo.

O catering no voo de retorno foi bastante superior.

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Uma pane técnica no sistema de entretenimen-to, tão comum em aeronaves novas como esta, atrasou o voo 91. Mas não muito: às 23h16, o trator empurrou o maior birreator do mundo para o pátio. Motores GE 90-115B girando, iniciamos o táxi às 23h22 para a pista 23, para cumprir a SID Lester 7. Uma noite linda em To-ronto: a lua brilhava, temperatura de zero grau, amena para a estação. Alinhamos e partimos às 23h40. Nossa V-1 foi de 163, V-R de 166 e V-2 de 171 nós. Repare que, com a pista seca, a V-1

Avaliação: as notas vão de 0 a 101- Reserva: nota 7. Eficiente, mas fui atendido com pouca corte-sia pelo pessoal de reserva. Fazendo perguntas sobre a configura-ção interna, a atendente, visivelmente ansiosa em me despachar, sugeriu de forma impaciente: “Vá no nosso site para ver como é o interior da aeronave, ok?”.

2- Check-in: nota 10. Ágil, muito simpático, perfeito. Em Newark, feito em um terminal, em segundos.

3- Embarque: nota 10. Ordenados, perfeitos, com prioridade para a classe executiva.

4- Assento: nota 10. Um dos melhores que já provei. Padrão de primeira classe, cama 100% horizontal.

5- Entretenimento: nota 9. Excelente. Rádio a bordo, monito-res LCD grandes, AVOD, revista correta.

6- Serviço dos comissários: nota 10. Além de muito eficien-tes, sobrou simpatia, como há muito não via.

7- Refeições: nota 8. Gostei. Voo na volta sensivelmente melhor.

8- Bebidas: nota 8. Vários rótulos diferentes, boas descobertas do Novo Mundo.

9- Necessaire: nota 9. Completo, moderninho, prático.

10- Desembarque: nota 10. Todos bons, bem organizados.

11- Pontualidade: nota 10. Apesar de alguns atrasinhos na saída, três dos quatro voos chegaram antes do previsto e o últi-mo, com um atraso desprezível.

Nota final: 9,18 Comentário final: Já havia voado algumas vezes antes pela Air Canada e as impressões haviam sido as melhores possíveis. Portanto, a expectativa para este Flight Check era alta. Não posso deixar de afirmar que ainda assim os voos analisados superaram todas as mais otimistas expecta-tivas. O 777-333ER, moderníssimo, conta com uma classe executiva que merece seu nome: Executive First. Na prática, para ser mesmo uma primeira classe, só poderia dizer que faltaria o caviar e uma seleção mais abrangente de vinhos. Mas, pelo preço pago, trata-se de uma excelente relação de custo-benefício.Destaco como pontos extremamente positivos: o atendimento exemplar (em solo e a bordo) e, muitíssimo importante em voos longos, o conforto e a privacidade que essas novas poltronas permitem. Desta maneira, não hesito em recomendar a Air Canada como uma excelente opção para sua próxima viagem ao Canadá, América do Norte ou Extremo Oriente, merca-dos nos quais a companhia dispõe de ótimas conexões.

tem pouca diferença da V-R. Isso se deve ao fato de que a velocidade de decisão (V-1) pode ser maior, pois, em caso de decolagem abortada, o asfalto seco colabora no desempenho de uma eventual frenagem de emergência. Com pista molhada, como ocorreu na partida de Guaru-lhos, a V-1 (decision speed) é sempre significati-vamente menor que a V-R ou rotation speed.

Subimos sem restrição ao nível 340, o Boeing pesando 303 toneladas, com 216.900 de ZFW – Zero Fuel Weight, ou peso total sem

considerar o combustível. O Triplo Sete levou 86,1 toneladas de Jet A-1, 4 toneladas a menos que no voo de ida. Tempo estimado de voo de 9 horas e 15 minutos até GRU.

Enquanto subíamos em rota, examinei o cardápio: vieiras e musse de trutas defumadas ou queijo de cabra com chutney de figo como entradas. Pratos principais: uma combinação de carne de veado, lombo de porco e linguiça de faisão com maçã ao molho de mostarda em grãos, risoto de cogumelos e legumes mistos; filé de frango na manteiga com maple syrup e ratatouille de batata; ravióli de queijo e legu-mes. Sobremesa: uma dacquoise de caramelo ou frutas frescas. A carta de vinhos foi a mesma do voo de ida. Completando as libações, Vodka Smirnoff, Gin Bombay Sapphire, Johnnie Walker Black Label, Crown Royal Canadian Whisky, Jack Daniels (Bourbon) e Bacardi White. Licores: Bailey’s Grand Marnier, Cognac Courvoisier VSOP. Muito bom.

Como era de se esperar, a qualidade das refeições no voo de volta foi flagrantemente superior à do voo rumo norte, de ida. O padrão de catering da empresa em sua sede no Cana-dá não poderia mesmo ser comparado ao seu similar no Brasil. Portanto, se já havia jantado relativamente bem na ida, desta vez a experiên-cia foi ainda melhor. O jantar foi servido depois da meia-noite, à 0h30. Agradou muitíssimo e foi completado por um chá e um Bailey’s antes de pregar as pestanas.

Não me fiz de rogado. Como na ida, findo o jantar, ao toque de um botão, a poltrona transformou-se num confortável e amplo leito, onde me estiquei e dormi profundamente por, acredite, quase sete horas. Faz diferença o leito 100% horizontal: o relaxamento é sensi-velmente melhor. Tanto é assim que dormi até

iniciarmos a descida para Guarulhos. A noite fechada na primeira etapa não permitiu consta-tar os pontos mais interessantes sobrevoados: o Aeroporto de Kennedy, em Nova York; Bermuda e Antígua, no Caribe; de lá, voamos direto para Boa Vista, Brasília e Pirassununga, antes de en-trar na aproximação STAR Tuca para a pista 09R. Tocamos suavemente em solo às 11h52, perfa-zendo o trajeto em 9 horas e 12 minutos, e no final das contas chegamos apenas 12 minutos depois do horário previsto.

A disposição interna da galley central cria uma área de convivência.

Jantar no trecho Toronto- São Paulo.

O gigante decolou de Toronto com 316 passageiros.

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