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e-mail: [email protected] CORPO TÉCNICO (DIVISÃO COROMANT) Gerente do Departamento Técnico: José Roberto Gamarra Especialista em Fresamento: Marcos Antonio Oliveira Especialista em Capto & CoroCut: Francisco de Assis Cavichiolli Especialista em Torneamento: Domenico Carmino Landi Especialista em Furação: Dorival Aparecido da Silveira Especialista em Torneamento: Antonio José Giovanetti Especialista em Die & Making: Sílvio Antonio Bauco

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2 � O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001

O caminho é de paz, vamos juntos

Maria Carolina Bottura

P assada a primeira sema-na dos atentados queparalisaram o mundo no

dia 11 de setembro, a consciênciaprática e crítica começa a tomaro lugar das emoções típicas demomentos como aqueles. Ar-quitetados e executados porprofissionais da destruição, atosassim alteram os ânimos de todos,mas depois vem o refluxo de tudo

e a certeza de que ninguém está sobre a face da terrapor um acaso do destino ou de qualquer outra coisa.

O simples fato de existir dá ao ser humano o deverda responsabilidade pela sua vida e a de quantos maisexistirem. E nisso se assenta o movimento de cresci-mento e aperfeiçoamento das sociedades. Digam atéque isso é fruto da teimosia ou da ingenuidade, mas euacredito que o homem (e tudo que lhe diz respeito) podeser representado por uma espiral em ascenção: as vol-tas da espiral são curvas por onde tem-se que passarpara purgar desacertos, serpentear obstáculos, depurarideais até que se possa caminhar em linha reta para oalto e livremente. Quando? Não sei definir. E mais uma

vez digam o que quiserem, mas algo me diz que nãodemorará muito se nos voltarmos obstinadamente e comtoda a nossa força para este objetivo.

Se num mundo onde a ambição desmedida de al-guns oprime tantos outros já não há como negar queas tecnologias e as ciências em todos os setoresavançam a passos largos, imagine-se o que ocorreráse houver a adesão da maioria a metodologias e có-digos de ética em prol do desenvolvimento sem dis-tinção de raça, religião, sistema político, posiçãogeográfica... O atual estágio da tecnologia de manu-fatura metal-mecânica, por exemplo, não está sujeitoa retrocessos por pior que se comportem os merca-dos, pois o conhecimento é uma das poucas riquezasque pertencem àqueles que o desenvolveram e podeaté ser copiado, mas não destruído.

Lamentemos fatos como os de 11 de setembro eseus desdobramentos, mas não detenhamos nossopasso e sejamos firmes, solidários e produtivos emtudo o que pensarmos e fizermos. Continuemos a cons-truir nossa espiral que nos ascende a um futuro semvoltas tortuosas e não nos dispersemos: esta é umacaminhada coletiva e depende da somatória de todosos nossos ideais mais puros e positivos.

ARTIGOS TÉCNICOSTem-se que ganhar tempo, mas sem perder a qualidade --------------------------------- 8Quando as brocas de metal duro revestidas dispensam os fluidos de corte ------ 20Vale a pena trocar a retificação pelo torneamento duro --------------------------------- 26HTP, um bom atalho para uma usinagem mais flexível ----------------------------------- 29

REPORTAGEMNada pode impedir o aperfeiçoamento se todos trabalham para isso ------------- 10

26 — Feitas todas as contas, umaempresa que passou a usar oprocesso de torneamento depeças endurecidas em vez daretificação atesta: asubstituição vale muito a pena

8 — As pastilhas Wiper e osistema de fixação Captoforam decisivos para queuma empresa do Grupo Danabaixasse os tempos deusinagem de eixosfabricados em aço forjado etambém seus custos totais

SEÇÕESPágina do Diretor -------------------- 3Notas & Novas ------------------------ 4Entre em Contato ------------------ 31

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Façamos sempre o melhor

screvo este texto para esta edição da revistaO Mundo da Usinagem ainda sob o efeitogratificante de ter assumi-do a diretoria da Divisão

Coromant da Sandvik do Brasil. Eaproveito para agradecer a todosque direta ou indiretamente estiveramao meu lado quando alcancei este que é o mais impor-tante patamar na minha vida profissional, convidando-os a permanece-rem comigo — clientes, amigos, superiores, distribuidores, minhafamília, falo de todos, indistintamente — agora que assumo o grandedesafio de administrar uma empresa líder com o objetivo de aumentarainda mais a sua participação no mercado brasileiro.

A tarefa é difícil, porém perfeitamente realizável porque continuare-mos introduzindo novos produtos, tecnologias e serviços para garantir oaumento da produtividade e da lucratividade das empresas que os ado-tam. Esta é a nossa maneira de cooperar para que consigam ser maiscompetitivas nos mercados nacional e internacional e tragam cada vezmais divisas e riquezas para o nosso país.

Estamos vivendo um momento que nos exige serenidade e firmeza.No Brasil, enfrentamos uma fase de transição política-econômica ondea escalada constante do dólar americano, os problemas de suprimentode energia e os reflexos da situação econômica da Argentina exigem quea atuação de todos nós, pessoal e profissionalmente, seja pautada pelasabedoria, eficiência e eficácia. Sem que possamos fazer qualquer pre-visão quanto ao mercado internacional, que depende dos desdobramen-tos relativos aos recentes acontecimentos nos Estados Unidos, nos jun-tamos a todos que abominam e se recusam a aceitar que atentados comoestes ainda ocorram no mundo atual. Não há diferenças culturais,econômicas e políticas, por mais desumanas ou indignas, que justifiquematos assim tão covardes.

Nosso repúdio a tudo isso, no entanto, tem de ser marcado pela obsti-nação em seguirmos nosso caminho da maneira peculiar ao povobrasileiro: com trabalho, dedicação e paz. Nós, da Sandvik do Brasil,estaremos fazendo o que nos compete ao lado de todos aqueles que alme-jam um mundo ideal onde o crescimento e o desenvolvimento de nossopaís e de nossas indústrias estejam firmemente respaldados no respeito,na valorização e na estrita observância dos direitos inalienáveisdos seres humanos. Bem-sucedidos nesse propóstio, estaremosgarantindo um futuro melhor a nós mesmos e aos cidadãosque nos sucederem.

Uma excelente leitura a todos.

E

Claudio José CamachoDiretor-Geral

SANDVIK DO BRASILPresidente: José Viudes Parra

DIVISÃO COROMANTDiretor-Geral: Claudio José CamachoGerente de Marketing e Treinamento:Francisco Carlos MarcondesCoordenadora de Marketing: HeloisaHelena Pais GiraldesAssistente de Marketing: CibeleAparecida Rodrigues dos Santos

Conselho Editorial: Nivaldo LemosCoppini, Aryoldo Machado, FranciscoCarlos Marcondes e Maria Carolina BotturaCoordenadora da publicação etradutora: Vera Lúcia NataleEditora: Maria Carolina Bottura - MTb 10.873Reportagem: De Fato ComunicaçõesEditoração Eletrônica: Adilson A. BarbosaFotografias: Izilda França MoreiraFotolito: Studio Quatro Fotolito DigitalGráfica: Fotoline Gráfica e Fotolito

CORPO TÉCNICO(DIVISÃO COROMANT)

Gerente do Departamento Técnico: JoséRoberto GamarraEspecialista em Fresamento: MarcosAntonio OliveiraEspecialista em Capto & CoroCut:Francisco de Assis CavichiolliEspecialista em Torneamento: DomenicoCarmino LandiEspecialista em Furação: DorivalAparecido da SilveiraEspecialista em Torneamento: AntonioJosé GiovanettiEspecialista em Die & Making: SílvioAntonio Bauco

SAC (Departamento Comercial):(11) 5696-5604Atendimento ao Cliente:0800 55 9698

O Mundo da Usinagem

Publicação trimestral da Divisão Coromant daSandvik do Brasil S.A. - ISSN 1518-6091RG. BN 217.147

e-mail:[email protected]

Av. das Nações Unidas, 21.732 – Santo Amaro– São Paulo – SP – CEP 04795-914

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Sandvik Coromant

mostrou-se na 9ª Febramec

adastramos mais de 4.200visitantes em nosso estan-de”, comentou alegrementeWilson D’Agostini, da Arwi,

empresa de Caxias do Sul que dis-tribui os produtos da linha Coromante que coordenou a participação daSandvik Coromant juntamente comseus dois outros distribuidores da re-gião sul do país, a Consultec e a FS,na 9ª Febramec — Feira Brasileirada Mecânica, realizada no períodode 21 a 25 de agosto naquela cidade.“É um número altamente expressi-vo”, salientou, lembrando que oevento teve cerca de 20.500 visitan-tes. “Isso quer dizer que 21% destepúblico estiveram em nosso estandee puderam ver as tecnologias maisrecentes que fornecemos”.

Entre os produtos expostos, des-tacaram-se o CoroGrip, o Capto e oHSK. O CoroGrip é um sistema defixação hidromecânica para ferra-mentas de hastes redondas de 3 a42 mm de diâmetro com transmis-são de torque de até 1512 Nm e quepodem ser acoplados em cones ISO-CAT, MAS-BT, HSK e CAPTO. Jáo Capto é um sistema de fixação detroca rápida para ferramentas está-ticas e rotativas com cabeças mo-dulares que possibilita a realizaçãode pre-setting fora da máquina, per-mitindo troca de ferramentas e pre-

paração de máquinas commaior rapidez e repetibilida-de, e o HSK é especialmen-te destinado à fixação paraferramentas rotativas utili-zadas em máquinas de altasvelocidades (HSM).

Das ferramentas, as Co-roMill Plura, CoroDrill Del-ta-C, CoroCut, CoroTurn eWiper eram as mais visadaspelos visitantes. “As Coro-Mill Plura vêm ganhando osegmento de moldes e ma-trizes com suas fresas intei-riças de metal duro micro-grãos cobertas com TiAlNpor PVD, que são própriaspara usinar aços endureci-dos até 63 HRC em máqui-nas de altas velocidades”,disse, “e as brocas inteiriçasde metal duro CoroDrillDelta-C, também cobertaspor PVD, chamam muito aatenção pela alta produtivi-dade e precisão com querealizam furos com compri-mentos de até cinco vezes oseu diâmetro”.

Dentro da área de ferra-mentas para torneamento,quem foi à Febramec cons-tatou que as novas pastilhasWiper em metal duro, cer-

met, cerâmica e nitreto cú-bico de boro (CBN) me-recem o lugar de destaqueque têm na usinagem deacabamento com altosavanços, diminuindo em50% o tempo de usina-gem, e também se infor-mou sobre a extensão doprograma CoroCut de fer-

C“

ramentas para ranhuramento frontal,com diâmetros de 34 a 400 mm, esobre os dois novos conceitos Coro-Turn de ferramentas para torneamen-to interno de diâmetros pequenos ecom grandes balanços, diminuindovibrações, e pastilhas com geome-trias e classes do conceito Corokey,abrangendo a usinagem de todos oscampos de aplicação.

As CoroTurn e asWiper fizeramsucesso naFebramec

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Núcleo de Manufatura eGestão da Qualidade da Fa-culdade de Engenharia Me-cânica da Unicamp promo-

veu em julho o CIMGEP 2001 —II Colóquio Internacional de Manu-fatura e Gestão da Produção, quedesta vez se pautou pela apresenta-ção dos resultados de trabalhos rea-lizados pelos pesquisadores na áreade usinagem. “Esta é uma maneirade mostrarmos o que estamos de-senvolvendo, ou seja, é quase umaprestação de contas da universida-de à sociedade empresarial”, disseOlívio Novaski, coordenador geraldo NMQ. Segundo ele, os resulta-dos das pesquisas tendem a ficar res-tritos ao meio acadêmico, ainda quepublicados em revistas científicas ouapresentados em congressos, já que

o público nos dois casos é, em suamaioria, ligado às universidades ecentros de pesquisa. O evento teveo patrocínio exclusivo da divisão

No CIMGEP 2001, prioridade para os

resultados de pesquisas sobre

usinagem

O Coromant da Sandvik do Brasil.Na platéia estavam cerca de 100

profissionais ligados à área de usi-nagem de indústrias dos setores au-tomobilístico, de autopeças, aeronáu-tico e de máquinas. Foram apresen-tadas palestras sobre os temas: O Fre-sotorneamento Ortogonal em HSCAplicado em Aços Endurecidos; AsVantagens da Aplicação de FluidosSintéticos na Usinagem de Aços Li-gas; A Técnica de MQR na Furação;e O Torneamento Duro em Engrena-gens. O evento contoutambém com dois pales-trantes convidados:Francisco Carlos Mar-condes, gerente de mar-keting e treinamento daSandvik Coromant, quefalou sobre “A interação

empresa-universidade na pesquisade usinagem”, e Joachim Dörr, doPTW da Universidade de Darms-tadt (Alemanha), que apresentou as

palestras “Novas coberturas parausinagem sem refrigeração” e “Oaumento da produtividade com fu-ração em alta velocidade”.

NMQ — Criado em 1995 naFaculdade de Engenharia Mecânicada Unicamp, o NMQ busca o estrei-tamento das relações entre universi-dade e empresa, atuando em pesqui-sas e desenvolvimentos voltados aomeio industrial. Atualmente, a equi-pe do NMQ é formada por doze pes-

quisadores “e tentamossempre combinar o cunhocientífico com as necessi-dades das empresas comas quais trabalhamos emparceria”, explicou No-vaski. “Assim não apenasrespondemos às solicita-ções das indústrias, mastambém beneficiamos odesenvolvimento de tesesde mestrado ou doutora-

do que, desenvolvidas a partir de ca-sos reais, práticos, tendem a não fi-car na prateleira”.

Muitos dos trabalhos apresenta-dos no evento deste ano (o anteriorfoi realizado em 1999 e enfatizoupesquisas nos segmentos de quali-dade e gestão) são resultado de par-cerias, como, por exemplo, é o casoda palestra de torneamento de mate-rial endurecido. A pesquisa visava asubstituição do processo de retifica-ção interna por torneamento internoe foi realizada dentro da Eaton porum pesquisador do NMQ.

No momento o NMQ mantémoito pesquisas, quatro delas na áreade usinagem. Todas com participa-ção de empresas.

Os palestrantes e Olívio Novaski (no detalhe): a universidade tem que prestarcontas de suas atividades às indústrias

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artista plástico Alfredo Aquinoestá organizando o evento “De-senho Anônimo”, onde serãoapresentadas imagens de uma

grande fototeca sobre a imigração ita-liana e alemã coletadas da documen-tação fotográfica remanescente da co-lonização e de seu desenvolvimentonos estados do sul do Brasil e tam-bém uma seleção de cerca de 2.000objetos de época. Uma pré-mostra doDesenho Anônimo já foi realizada nofinal do ano passado em um espaçoinstitucional dentro da edição CasaCor RGS, em Porto Alegre (RS),mostrando cerca de 200 peças, emgeral ferramentas, utensílios, porce-lanas, brinquedos e adornos.

“Desenho Anônimo é uma mos-tra virtual e real que estará em cons-

tante atualização e que mostra a gran-de saga dos imigrantes alemães e ita-lianos”, explicou Aquino, que contacom a colaboração do departamentode marketing da Sandvik Coromantna divulgação do evento. Um exem-plo de peça da coleção que pode re-presentar simbolicamente o que efe-tivamente é Desenho Anônimo, se-gundo Aquino, é um espremedor defrutas. “Objeto singelo e curioso, foiconfeccionado de maneira rústica ecom a simplificação da engenharia”,

História, arte e técnica de

imigrantes do Sul do país

Odisse. “Ele tem uma manivela, umeixo, uma ponta esculpida para a ex-tração do suco, uma canaleta, umabase com reforço de travessas e sur-preende por mostrar a criatividade dequem o fez”. Qualquer pessoa quetenha objetos e documentação foto-gráfica deste gênero pode colaborartanto com o site (www2.uol.com.br/animae/desenhoanonimo) quantocom a exposição Desenho Anônimo,bastando que envie um e-mail [email protected]

Artefato em madeira entalhada,cavilhada e fixada por pregos, oespremedor de frutas tem desenhosimples, mas criativo e pertinente àsua função

Brinquedo artesanal

o assumir, em 1º de julho, adiretoria geral da DivisãoCoromant da Sandvik do Bra-sil, Cláudio José Camacho as-

sumiu também a tarefa de aumentarem 1% por ano a participação daempresa no mercado brasileiro. “Odesafio é grande porque a empresajá é lider absoluta do mercado e tam-bém porque a atual conjuntura bra-sileira alia a alta do dólar, o raciona-mento de energia e a conseqüenteredução na estimativa de crescimen-to do PIB”, disse o novo diretor. “Istofaz com que se apresentem váriosobstáculos para que atinjamos nos-sos objetivos, mas a introdução cons-tante de novos produtos e tecnolo-

gias, novas parcerias com clientes ea continuidade de nosso bom traba-lho em equipe nos faz acreditar queas metas traçadas serão alcançadas”,afirmou, ressaltando que seu otimis-mo se apóia em dados de realidade.“Afinal, somos líderes inclusive nocomércio eletrônico e já estamos tra-balhando com vários clientes inter-ligados com este nosso sistema, queevita gastos desnecessários com otrâmite de documentos”, justificou.

A promoção de Camacho ocor-reu depois que o então diretor daCoromant, José Viudes Parra, pas-sou a responsabilizar-se por todos osnegócios da Divisão Coromant naAmérica do Sul. Parra mantém o

Camacho é o novo diretor da Sandvik

Coromant

A cargo de presidente da Sandvik doBrasil e assumiu também a presidên-cia da Sandvik Hurth Infer, empresarecém-adquirida pelo Grupo.

Aos 43 anos de idade, Camachocompletou em fevereiro passado 20anos de Sandvik. Engenheiro mecâ-nico com pós-graduação em marke-ting, trabalhou anteriormente emempresas como a Villares e a Cofap,sempre atuando na área de proces-sos de usinagem. Foi contratado pelaSandvik em 1981, como assistentetécnico, e passou pelas áreas de lo-gística, atendimento ao cliente e ven-das. Em 94, assumiu a gerência na-cional de vendas e desde 2000 ocu-pava o cargo de gerente de negócios.

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portunidades de negócios,catálogos de produtos e in-formações para profissio-nais, estudantes e empresas

da área metal-mecânica. Isto é o queo site do Centro de Informação Me-tal Mecânica (CIMM) vem há maisde dois anos disponibilizando parao público em geral, sem restrição deacesso, na internet. O site está emconstante desenvolvimento e atuali-zação por um grupo de profissionaisespecializados e conta com o apoiodo Ministério de Ciências e Tecno-logia (MCT), empresas, entidades declasse e outras instituições. Commais de 15 seções que abrangem osassuntos do setor, o principal objeti-vo do CIMM é fornecer informaçõesúteis para as empresas, o ensino e otreinamento de pessoal técnico, mastambém abre possibilidades co-

merciais a um custo muito baixo paraas empresas.

Três dos serviços mais procura-dos do site são o “Catálogo OnLine”, com mais de 32 mil itens paraconsulta, o “Guia Geral de Empre-sas e Produtos”, com mais de milempresas, e o “Consultor On Line”,que conta com mais de 90 profissio-nais, entre engenheiros, professores,técnicos e outros profissionais de di-versas partes do país, que prestamassessoria gratuita e respondem àsdúvidas dos usuários. Todas as per-guntas e respostas ficam armazena-das em uma base de dados acessívela qualquer internauta. De fácil aces-so e navegação, o CIMM tem tam-bém seções de classificados, meioambiente, notícias, publicações e di-cas de leitura, entre outras, e, atra-vés do envio do um Boletim Infor-

Omativo, se comunica via e-mail commais de 30 mil pessoas semanalmen-te, informando-as sobre as novida-des, atualidades e principais aconte-cimentos do setor metal-mecânicoem níveis nacional e internacional.

O CIMM vem se aperfeiçoandocada vez mais em função de parce-rias com órgãos como o CREA-SCe outros, além de empresas. A Divi-são Coromant da Sandvik do Brasilpossibilita que seu catálogo de pro-dutos e todas as edições da revista OMundo da Usinagem sejam consul-tados no site, cujo endereço é: http://www.cimm.com.br

CIMM, o site mais completo

sobre usinagem e manufatura

A energia promove a vidapor Bento José Pereira Neto

Tudo começou com um �Buuummm!�.Após a primeira faísca, o circo começou a pe-gar fogo, dando início ao espetáculo da vida.Hoje, o que sobrou somos nós, os homens ea natureza, cada um contando a sua história.A partir do Big-Bang, início do Universo, osátomos de hélio (He) e hidrogênio (H) boian-do no espaço foram atraídos pela gravidadedando origem às estrelas e depois se fundi-ram, formando novas substâncias; mais tar-de houve a explosão das estrelas lançandono espaço outros elementos químicos � oxi-gênio (O), nitrogênio (N) e carbono (C) � que,atraídos novamente pela gravidade, se uni-ram e deram origem ao sistema solar, à Ter-ra e a tudo que está sobre ela. Inclusive você.

A energia responsável por toda esta evo-lução representa vigor, atividade, ação, con-sequentemente �vida�, presente em todas astransformações da natureza e que justifica aexistência de um �poder maior�, administra-dor desta complexidade fabulosa. É esta for-

ça que define o padrão de tudo o que existe:onde tem força tem movimento, onde tem mo-vimento está presente a polaridade e ondeexiste polaridade existe a vida. Na interde-pendência da dualidade é que tudo se justifi-ca (dia - noite; macho - fêmea; direito - es-querdo; saúde - doença...). Na medicina chi-nesa, toda análise e referência se define noselementos Yin e Yang (negativo e positivo),cujo equilíbrio demanda um gasto menor deenergia. O equilíbrio promove o equilíbrio e odesequilíbrio provoca o desequilíbrio.

A união do homem (Yang) com a mu-lher (Yin) preferencialmente sob o estigmado amor, e o encontro do espermatozóide(Yang) com o óvulo (Yin), pode frutificar umnovo ser que, ao se desenvolver e se juntarcom outro ser do sexo oposto, pode dar con-tinuidade à descendência da própria vida. Asaúde deste novo ser provém da energiaancestral � cósmica (divina + hereditária)�, da energia adquirida (alimentação, res-

piração, eliminação etc.) e da função dos ór-gãos envolvidos nesta máquina maravilho-sa que é o corpo humano. A natureza sem-pre orientou e orientará o equilíbrio (saúde)e o desequilíbrio (doença) através dos sin-tomas das doenças: simples (agudas ou ini-ciais) e complexas (crônicas ou evoluídas).Toda e qualquer alteração na rotina naturaldo homem provavelmente irá representar umaviso a ser questionado e corrigido.

Dormir bem, comer bem, eliminar bem,exercitar-se bem e até esquecer bem comcerteza devem nortear a nossa referência so-bre a saúde. O menor desequilíbrio da polari-dade promove o desenvolvimento psicoracio-nal, orgânico, físico e espiritual do homem. Avida é um �dom� e temos a obrigação de pre-servá-la para a todo momento justificar a pre-sença de Deus conosco.

O autor é fisioterapeuta (Crefito 1039) e de-senvolve atividades voltadas para a área de re-cursos humanos.

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Tem-se que ganhar

tempo, mas sem

perder a qualidade

om uma produção anual de235 mil eixos usinados emaço forjado a cada ano, aSpicer Axle Pty, do Grupo

Dana, tem uma linha de produçãodedicada que consiste de onze má-quinas, oito das quais realizando

Coperações de usinagem, que rece-be constantes desenvolvimentos eaperfeiçoamentos com vistas a re-sultados sempre melhores tanto emqualidade quanto em custos. Umadas introduções mais recentes en-volve as pastilhas Wiper para ope-rações de torneamento médio e deacabamento.

Mais avanço emenos tempo deprodução por peça

“Inicialmente, a pastilha Wiperfoi testada na primeira máquina paratorneamento da linha de produção.A operação de torneamento em des-baste era realizada com a WNMG

A unidade Spicer Axle Australia Pty Ltdda fabricante de eixos Dana sabe muitobem qual é a importância da otimização

na produção em massa e estáconstantemente atualizando o seu

processo de manufatura para torná-lomais eficaz. Em linhas de produção

como as dela, cada segundo de reduçãodo tempo de usinagem tem um impacto

significativo nos custos totais, demaneira que tem-se que otimizarcontinuamente cada aspecto da

usinagem. E é isso que ela faz, sem tiraros olhos da qualidade do que é

produzido, claro.

O engenheiro de manufatura Stephen Emmas

Este artigo foi produzido pela equipe técnica da ABSandvik (Suécia), Divisão Coromant.

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080412 – PM 4025, que foi substi-tuída pela Wiper WNMG 080412 –WM 4025. Essa mudança permitiuque aumentássemos a faixa de avan-

ço e os resultados foram uma redu-ção de 8 segundos do tempo de ciclototal por peça e um melhor acaba-mento superficial”, explica o enge-nheiro de manufatura da empresa,Stephen Emmas.

“As pastilhas Wiper são usadasem conjunto com o sistema de ferra-mentas modulares de troca rápidaCoromant Capto, proporcionando,de fato, uma troca rápida da ferra-menta e da pastilha. A excelente ri-gidez da ferramenta garantiu aindaum nível de precisão dimensional dapeça que é essencial para operaçõesposteriores dentro da linha de pro-dução”, diz Stephen.

Solução tambémpara acabamento ecortesinterrompidos

Operações de torneamento deacabamento de uma lateral do eixocom cortes interrompidos são umoutro exemplo dentro da linha deprodução de eixos da Spice Axle deque as pastilhas Wiper são uma so-lução para aplicações quase sempreconsideradas críticas. E também aíelas cumpriram integralmente o seupapel de ferramentas efetivas, deacordo com Stephen.

“Primeiro a face da peça é fura-da e alguns cavacos acabam ficandonos furos. A etapa posterior é o aca-bamento da peça, e aí é necessáriauma geometria de pastilha adequa-da e já testada para esta operação.Tentamos utilizar a -PF, indicadapara o acabamento de peças em aços,mas os cortes interrompidos causa-ram quebras da aresta de corte daspastilhas e, então, passamos a usaruma geometria mais robusta, a -PM,para usinagem média em aços. Asolução definitiva veio quando mu-damos para as pastilhas Wiper, quese adequaram muito bem aos cortesinterrompidos e proporcionaramuma vida útil muito boa e confiávelda ferramenta”.

A Spicer Axle...

...iniciou suas atividades em1928, quando era chamada deCoote e Jorgensen. Desde entãopassou por várias mudanças e de-senvolvimentos, tornando-se umasubsidiária da BTR Nylex em 1987e mais tarde integrando o GrupoDana. A empresa fornece umagama completa de montagens deeixos traseiros para carros e paracaminhões leves no mercado aus-traliano e de outros países.

Por que usar as Wiper?

As pastilhas Wiper têm um raio de canto modificado e são usadas por duasrazões principais:

� para manter a mesma faixa de avanço e gerar um melhor acabamentosuperficial, freqüente-mente com um valor Rareduzido pela metadecomo resultado, ou

� para dobrar a faixade avanço e ao mesmotempo manter a mesmaqualidade de acaba-mento superficial e, ain-da, aumentar a produti-vidade.

Usinagem de um eixo com fixação Coromant Capto e pastilhas Wiper

Peça com furos usinada com aspastilhas Wiper

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Nada pode impedir oaperfeiçoamento se todostrabalham para isso

As alianças tecnológicas estão ultrapassando o que até agora era a tônicano mercado: em vez das uniões entre empresas que atendem ao mesmosegmento industrial com produtos similares ou que se completam, agoratambém estão se juntando as empresas que são consumidoras de seusprodutos e soluções. A Scania, a FAG e as divisões Coromant e Titex Plusda Sandvik do Brasil já têm histórias muito interessantes sobre isso.

a indústria de rolamentos, pe-didos de amostras e protóti-pos são uma constante e aRolamentos FAG sabe muito

bem disso: ela recebe em média de35 a 40 pedidos de protótipos aoano. Até o início de 2001, a produ-ção de cada um destes protótiposexigia uma complexa operação emsua planta de São Paulo (SP), in-cluindo, entre outras coisas, a con-fecção de muitas ferramentas e dis-positivos e a parada da produçãonormal para preparar todas as má-quinas para a fabricação de lotes deapenas 50 a 100 peças. Segundo da-

N

Torneamento duro: ganhos na

produção de protótipos e na

gestão ambiental

O pessoal do departamento da FAG que desenvolveu o processo: Lúcia dosSantos Lima, Renato Krappmann, Edmundo Gonçalves da Silva, RenatoNunes da Costa, Fábio Marinho Lopes, Luiz Fernando dos Santos, DenilsonDozzi, RodrigoVenancio Gonçalves

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dos da empresa, os custos da ope-ração superavam R$ 1 milhão aoano, considerados excessivos.

Era cada vez mais necessário re-solver isso, e então a empresa lan-çou-se ao desenvolvimento de umprocesso de torneamento duro paraa produção dos protótipos de rola-mentos que está servindo de referên-cia para todas as filiais do grupo FAGno mundo, devendo ser adotado naÁustria. O projeto foi tão bem-suce-dido que já se pensa até em integrá-lo à produção normal de rolamen-tos. A Sandvik Coromant do Brasile a Okuma Latino Americana tive-ram importante participação no de-senvolvimento.

Um dos primeiros passos para sechegar a isso foi dado em 1999, quan-do a FAG do Brasil criou o departa-mento de desenvolvimento da manu-fatura de novos produtos. Coordena-do por Edmundo Gonçalves da Sil-va, o novo departamento é integradopor Denilson Dozzi, Lúcia dos San-tos Lima, Renato Nunes da Costa,

Edmundo Gonçalves da Silva, daFAG: “Com o torneamento duro, osprotótipos que demoravam de 90 a120 dias para serem produzidosagora ficam prontos em cerca de20 dias”

Os integrantes da “aliança tecnológica”: Edmundo Gonçalves da Silva, daFAG, Glauco Bremberger (Okuma), Denilson Dozzi (FAG) e Mário Nogherotto(Sandvik Coromant)

Topo de linha da Okuma, o tornoLB 300 é rápido, potente e preciso,tem alta velocidade de posicionamen-to (25 m/min) e executa a troca de fer-ramenta em 0,1 s, apresentando re-dução de até 20% nos tempos não-produtivos. Com 15kW de potência nomotor principal, ele fazoperações de desbas-te e de acabamento,sendo, de acordo coma Okuma, uma dasmáquinas mais preci-sas do mercado mun-dial e 30% mais com-pacta que as máqui-nas convencionais. Glau-co Bremberger, geren-te técnico da Okuma,afirma que o projetotérmico do LB 300 ga-rante alta estabilidadedimensional, pois aolongo de um dia, mes-mo com mudanças de temperatura, avariação é inferior a 5 mícrons. �Todaa eletrônica da máquina, ou seja, mo-tor, acionamentos, encoder absoluto,CNC e software, é de produção daOkuma�, diz, acrescentando que o LB300 proporciona economia no uso deóleo lubrificante porque dispõe de umsoftware que reconhece a intensida-

de do ciclo que está sendo realizadoe bombeia apenas o fluido necessá-rio para aquela operação.

A máquina instalada na FAG, se-gundo Bremberger, é standard, comalguns opcionais de linha para aumen-

tar a precisão e executar os perfis den-tro das tolerâncias exigidas . �O set upé fácil e rápido e a máquina está utili-zando apenas ferramentas de prate-leira�, informa, ressaltando que elaestá equipada com opcionais paraobter um posicionamento de 0,1 em0,1 mícron, contra 1 em 1 mícron dosmodelos standard.

O torneiro CNC Fábio Marinho Lopes, da FAG, e oLB 300, fabricado pela Okuma

A máquina adotada pela FAG faz...

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Luiz Fernando dos Santos Mei e Ro-drigo Venâncio Gonçalves, todos téc-nicos em mecânica e estudantes de

engenharia, e o torneiroCNC Fábio Marinho Lo-pes. Até o final daqueleano, todo o esforço do novodepartamento foi dedicadoa discussões técnicas, con-tatos com fornecedores demáquinas e de ferramentase estudos de viabilidadetécnica-financeira. Além dereduzir os custos da opera-ção, outro objetivo era bai-xar o lead time da produ-ção de protótipos para 15dias. Até então, da entradado pedido à expedição le-

vava-se de três a quatro meses.Várias alternativas foram avalia-

das, entre elas a criação de uma cé-

lula específica para a produção deprotótipos. Mas o investimento to-tal seria alto e o tempo de set upinviabilizaria a meta de redução doprazo de entrega. “Nossa opção aca-bou recaindo sobre o processo detorneamento duro para substituir afase de retificação”, conta Edmun-do, “e a novidade está em se fabri-car, com esse processo, um produtocomo o rolamento, no qual as tole-râncias são muito apertadas”.

Como já conhecia as ferramen-tas para o processo e havia tido al-gumas experiências com pastilhas deCBN na ferramentaria e na produ-ção, Edmundo sabia que elas supor-tariam as exigências da operação. Fal-tava, então, encontrar a máquina queviabilizasse o processo. “Precisáva-mos tornear perfis complexos, inclu-

sive logarítmicos”,diz. “Nós formamosuma aliança tecnoló-gica”, acrescentaMário Nogherotto,vendedor-técnico daSandvik Coromant.“A Sandvik forneceua tecnologia em fer-ramentas, a Okumaem máquinas e aFAG entrou com atecnologia de fabri-cação de rolamen-tos”. A ferramentaindicada em destaquefoi a pastilha de CBN(nitreto cúbico de

boro) na classe CB 7020, na geome-tria CNGA, com quatro arestas decorte, que permite usinar peças comaté 62 HRC. Além desta, outras duasgeometrias foram utilizadas para usi-nagem de perfís: a VBMW e aDCMW na classe CB20.

“O que existe de ímpar nesse pro-

Glauco Bremberger, da Okuma: “O projetorealmente colocou a FAG, a Okuma e a SandvikCoromant em uma união perfeita”

Para o processo de tor-neamento duro da FAG, aSandvik Coromant sugeriu oemprego de pasti lha deCBN que, na classe CB7020, geometria CNGA ecom quatro arestas de cor-te, traz placas de CBN sin-terizadas no metal duro, emvez de convencionalmentesoldadas, e pode usinar ma-teriais com dureza acima de52 HRC � no caso da FAG,os rolamentos têm 62 HRC� com velocidades de cor-te entre 250 e 300 m/min. ASandvik recomenda o em-prego destas pastilhas emconjunto com o suporte defixação rígida (RC), parauma melhor estabilidade.

�Em breve serão iniciadostestes na FAG com as pastilhas deCBN com fase alisadora, as Wiper, vi-sando à obtenção de melhorias emtermos de rugosidade no acabamen-to superficial�, informa Mário Noghe-rotto, vendedor-técnico da SandvikCoromant.

A combinação da tecnologia do ni-treto cúbico de boro (CBN) com oconceito Wiper permite que ou a fai-

xa de avanço seja dobrada, ou, man-tendo-se a faixa normal de avanços,o acabamento superficial seja melho-rado na razão de duas vezes. Isto sig-nifica um aumento considerável deprodutividade e (ou) de qualidadenas aplicações de torneamento depeças duras, reduzindo o custo e tor-nando mais eficaz a substituição deoperações de retificação.

A pastilha de CBN CB7020 com geometria

CNGA e quatro arestasde corte, da SandvikCoromant, é a única

cujas placas de CBN sãosinterizadas no metalduro, e não soldadas

... par ideal com a ferramenta especificada

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jeto é o envolvimento das três partes.O fabricante da máquina, o da ferra-menta e o usuário final”, emendaGlauco Bremberger, gerente técnicoda Okuma Latino Americana. “Astrês empresas uniram-se quando oprojeto ainda era apenas uma idéia,inclusive assumindo riscos financei-ros. Além disso, a FAG não era ummero espectador, não fez uma sim-ples encomenda, pois colocou umgrupo de técnicos para participar dodesenvolvimento do processo”. A má-quina escolhida foi o torno de ultra-precisão LB 300, de dois eixos, topode linha da Okuma.

Em 2000 tive-ram início os tes-tes. Em julho domesmo ano foirealizado o try-outna Okuma, no Ja-pão, e em setem-bro a máquina jáestava no Brasil. Aoperação, porém,só teve início em2001, após o tér-mino da constru-ção de uma salaespecífica, comtemperatura con-trolada, para ga-rantir as tolerân-cias. Quando dostart up da máqui-na, os resultadoscomeçaram a apa-recer rapidamenteporque todos ostestes já haviamsido realizados: o

lead time dos protótipos caiu verti-ginosamente, de 90 a 120 dias paracerca de 20 dias. “Continuamos tra-balhando na melhoria do processo,

diminuindo tempos, aprimorando afixação e agora estamos perto de nos-sa meta inicial de 15 dias”, come-mora Edmundo.

“No primeiro semestre já produ-zimos cerca de 35 protótipos, prati-camente o mesmo volume que noano passado inteiro”, acrescenta otécnico mecânico Denilson Dozzi,um dos integrantes do departamen-to. A FAG produz o rolamento com-pleto com torneamento duro, comexceção da lapidação. Edmundoacredita que o investimento no pro-cesso já foi recuperado, pois a velo-cidade de entrega tem permitido àempresa vencer concorrências.

O sucesso alcançado pela FAGbrasileira não demorou a chamar aatenção das demais filiais do grupo.Reunidos numa apostila, o processoe os resultados foram apresentados emreuniões de diretoria. “Depois que di-vulgamos nossos resultados, váriasfiliais se interessaram pelo processo”,conta Edmundo. Em parte ele já estásendo aplicado na Áustria e em brevepassará a ser empregado na matrizalemã. “Em conjunto com a matriz ,estamos trabalhando para levar o tor-

Renato Krappmann, da FAG, dizque o novo processo contribuiu

muito para que a empresaimplementasse com sucesso o

seu sistema de gestão ambiental

Denilson Dozzi, da FAG: “Com o torneamento duro, noprimeiro semestre deste ano produzimos praticamenteo mesmo número de protótipos que nos 12 meses doano passado”

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neamento duro para a produção dealguns itens, porque ele é viável e ren-tável, e possivelmente a partir de 2002teremos algumas máquinas na produ-ção para produzir pequenos lotes derolamentos”, informa.

O processo chamou a atenção damatriz e de várias filiais da FAG de-vido ao lead time de fabricação, naopinião de Edmundo. “Ele permitea instalação de fábricas enxutas, cominvestimento bastante inferior ao quese refere a outras máquinas”. Nemtodas as dificuldades, porém, foramsuperadas no que diz respeito à pro-dução normal. “Nossas retificadorastêm um tempo de produção super-rápido”, lembra Edmundo, “e o de-partamento vem trabalhando no sen-tido de ‘derrubar’ o tempo de produ-ção de cada peça através do tornea-mento duro”. “Aliás, é bom lembrardo detalhe relevante de que o tornea-mento duro é um processo mais lim-po que o de retificação”, acrescentaDenilson Dozzi, se referindo à “bor-ra de retificação”, resíduo geradopelos rebolos durante a retificaçãocujo descarte é caro e complexo.

Questões ambientais —Primeira indústria de rolamentos noBrasil a obter a QS 9000, em 1997,e uma das primeiras a ser certifica-

da pela ISO 9001, em 1994, a FAGtrabalha desde meados de 2000 naimplantação de um sistema de ges-tão ambiental conforme a ISO14001. O gerente da qualidade, Re-nato Krappmann, ressalta que o pro-cesso de torneamento duro veio aoencontro dos esforços neste senti-do. “É o uso da tecnologia em fa-vor do meio ambiente”, salienta, ex-plicando que além da “borra de re-tificação” ser substituída por cava-cos de aço, que são menos nocivose de reciclagem mais fácil, o tor-

neamento não consometanta energia elétrica.

“A ISO 14001 seráum fator restritivo aosnegócios no futuro. Éuma tendência”, dizKrappmann. “Com opassar do tempo, perce-

Mais antiga fabricante de rola-mentos de esferas do mundo, a cen-tenária FAG iniciou as atividades desua fábrica brasileira em 1960 e dasseis divisões FAG em operação nomundo, hoje, três estão presentes noBrasil e atendem ao setor automoti-vo e ao mercado de reposição, de-tendo 34% do mercado brasileiro eapresentando �picos� de liderançaem determinados tipos de rolamen-to, como os rolamentos cônicos, cujafatia de mercado é de 60%. �Somoslíderes no segmento de primeira li-nha�, afirma Robert Kozmann, dire-tor industrial da empresa, referindo-se aos fornecimentos diretos à in-dústria automotiva e de autopeças.Outra linha em que se destaca é a

de rolamentos de roda. �Estamos ex-portando bastante para a Alemanha,Canadá, Espanha e México�, diz.

A planta de São Paulo, situadano bairro de Santo Amaro, com 30mil metros quadrados de área cons-truída e empregando 850 pessoaspara a produção diária de 40 mil ro-lamentos, opera em três turnos comcerca de 80% da capacidade produ-tiva e recentemente passou por umareorganização, quando decidiu-sepela adoção do sistema de célulasde produção. �Com linhas de mon-tagem dentro de cada célula, o pro-cesso foi facilitado e houve umamelhora geral da qualidade, pois to-dos os funcionários sabem o queestão montando�, conta Kozmann.

Com 41 anos no Brasil, a FAG mostra aque veio

be-se que o valor de se implantarum sistema de gestão ambiental ul-trapassa os limites do que é mera-mente comercial e os benefícios re-sultantes dele são muito mais visí-veis que os dos obtidos com a im-plantação de um sistema da quali-dade”. Para exemplificar, ele con-ta que a FAG investiu na instalaçãode um novo sistema de tratamentode efluentes domésticos que permi-tirá a reutilização da água direta-mente da caixa d’água. O custo demanutenção equivale à metade dovalor cobrado pela Sabesp por me-tro cúbico de água.

Hoje, 80% dos resíduos geradospela FAG são reciclados e aí incluem-se as ferramentas de metal duro usa-das, já que a empresa participa do Pro-grama Reciclar, da Sandvik Coro-mant. “A parceria com fornecedoresnesta área é tão importante que esta-mos trabalhando para envolver outrosfornecedores, como os de alimenta-ção, óleos lubrificantes e refrigeran-tes e matéria-prima”, conclui.

Bremberger, da Okuma,Nogherotto, daCoromant, e Fábio,torneiro CNC da FAG,trabalharam juntos

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meta era chegar a 5% de re-dução dos custos da usina-gem, em 1999, e a missão foicumprida com louvor pela

unidade brasileira da Scania LatinAmerica, que naquele ano apresen-

tou um índice de economia para nin-guém botar defeito. Cravou 15% so-lidamente assentados sobre um pla-no muito bem orquestrado de parce-

ria, termo que, no caso, cabe comouma luva se for levada em conside-ração a definição dada no “dicioná-rio Aurélio”: a reunião de pessoasem busca de um objetivo comum.As “pessoas”, aqui, são a própria

Scania e as divisõesCoromant e Titex daSandvik do Brasil ,que têm um acordode fornecimentoglobal iniciado hátrês anos que contémum desafio: as solu-ções das divisõesCoromant e TitexPlus da Sandvik de-vem garantir a redu-ção de custos de pro-dução relativos à usi-nagem. “Em 1998, ocompromisso assu-mido pela Sandvikprevia a redução de5% nos custos. Parao ano de 2000 e ossubseqüentes o com-promisso é de umaredução de 3%”, in-forma FranciscoMassao Jo, chefe daengenharia de fer-ramentas da fábricade motores e eixosda Scania Latin

America Ltda., instalada em SãoBernardo do Campo (SP).

O sistema desenvolvido pelaSandvik garante a segurança de en-

trega de ferramentas dentro do leadtime dos produtos dos clientes e emníveis ideais de estoque, o que possi-bilita a redução do custo de inventá-rio das empresas e, ao mesmo tem-po, lhes garante que não hajam para-das de suas máquinas por falta de fer-ramentas. Partindo da estimativa deconsumo mensal e gerenciando omovimento desses itens dentro de umprocesso de reposição, a Sandvik co-labora para que as metas de giro dosestoques sejam alcançadas dentro dacadeia de fornecimento. “A SandvikCoromant foi uma das primeiras aimplantar este sistema”, conta Fran-cisco, salientando que a grande van-tagem do Estoque Virtual é a reduçãode itens no almoxarifado, já que asferramentas ficam estocadas nas ins-talações do fornecedor e são retira-das de acordo com as necessidadesda Scania. “Todas as terças-feiras in-formamos a Sandvik sobre as nossasnecessidades e na quarta as ferramen-tas estão aqui”. No Estoque Virtualda Coromant são 150 itens e no daTitex Plus são 32.

“Mantemos 5.500 peças no Es-toque Virtual, o suficiente para 30dias de produção”, diz José Luiz Au-ricchio, vendedor técnico da divisãoCoromant, destacando que as peçassão faturadas somente depois quesaem do Estoque Virtual, de tal for-ma que a Scania tem a garantia deter as ferramentas sem que seu capi-tal fique parado em seu almoxarifa-do. E o que acontece caso a Scania

Sem tanto estoque e com alta

tecnologia, mais veículos e

motores entram em ação

A

Francisco Massao Jo, chefe da engenharia deferramentas da fábrica de motores da Scania LatinAmerica: “Repassamos para a matriz as informaçõessobre nossa boa parceria com fornecedores”

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decida descontinuar o uso de deter-minado item? “Se a ferramenta forde nosso uso exclusivo, temos ocompromisso de remunerar o forne-

cedor. Se ela for utilizada tambémpor outras empresas, o fornecedor aretira do nosso estoque e a realoca”,explica Francisco, destacando que

este é um verdadeiro “pro-jeto ganha-ganha”. Com oEstoque Virtual, a Scaniaconseguiu reduzir o volumede peças em seu almoxari-fado em cerca de 70% e, nocaso específico dos produ-tos da Sandvik, o estoquecaiu aproximadamente 80%.“Em 2001, fizemos algunsajustes e a eficiência de en-trega agora é de 100%”, afir-ma Francisco. E frisa: “A ex-periência está sendo tão boaque repassamos o projetopara a nossa matriz”.

O mérito da façanha de

reduzir os custos da usinagem em umpercentual três vezes maior que o fi-xado, porém, não pode ser credita-do apenas à Sandvik Coromant e àTitex Plus, pois para atingí-lo a Sca-nia introduziu modificações no pro-cesso de produção. “Com as altera-ções e o uso de ferramentas das li-nhas Coromant e Titex é que chega-mos aos 15%”, destaca Claudio Car-nevalli Jr., do departamento de en-genharia de ferramentas da fábricade motores e eixos da Scania LatinAmerica. Para 1999 e os anos seguin-tes o compromisso era a redução decustos em 3%. O índice atingido em1999 foi menor, em torno de 10%inferior ao de 1998, o que é natural,

pois quanto melhor é o processo,menor é a margem para ajustes. Em2000 foram obtidos 12%.

Francisco Massao Jo (esquerda), da Scania, com Valdinei E. P. Garcia (TitexPlus), Dorival A. da Silveira (Sandvik Coromant), José Luiz Auricchio(Sandvik Coromant) e Claudio Carnevalli Jr., do departamento de engenhariade ferramentas da fábrica de motores e eixos da Scania Latin America

Claudio Carnevalli Jr., daScania: “Passamos de 80para 250 peças fabricadaspor mês com o macholaminador da Titex Plus,que, além disso, produzcom mais qualidade”

Na usinagem de virabrequins, aadoção da pastilha Wiper e alteraçõesno processo reduziram o tempo demáquina de 12 para 9 minutos

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Casos de sucesso — A par-ceria envolvendo Scania, SandvikCoromant e Sandvik Titex Plus ofe-rece muitos exemplos de resultadospositivos, como os dos processos deprodução de pontas de eixo e supor-tes de freio, onde as pastilhas Wiperproporcionaram ganhos de produti-vidade aliados à redução no númerode ferramentas. Segundo Francisco,a expectativa é de que com ela se pos-sa atingir um índice superior a 10%de redução de custos em 2001. “Pu-demos duplicar as faixas de avanço,mas mantendo a qualidade do aca-bamento superficial, e a pastilha temum design diferenciado”, afirma Do-rival A. da Silveira, técnico de pro-duto da área de ferramentas rotati-vas da Sandvik Coromant. “Na ver-dade, ela tem um raio alisador pos-terior ao primeiro raio. É como sehouvesse uma segunda pastilha des-locada da primeira”, explica.

As primeiras experiências da Sca-

nia com a Wiper foram realizadas em1999, na usinagem de virabrequins.“Conseguimos reduzir o tempo demáquina de 12 para 9 minutos”, re-corda Claudio, destacando que para

se chegar a este resultado oprocesso de usinagem pas-sou por alterações e outrasferramentas foram envolvi-das. E ela está se saindomuito bem no torneamentoda carcaça do eixo traseiro.“O torno em questão erauma restrição da fábrica, li-mitava a nossa produção”,conta Francisco, “e com aintrodução desta pastilhaconseguimos baixar o tem-po de produção de 10 mi-nutos e 30 segundos para 8minutos por peça”, come-mora. “Além disso, forameliminadas algumas ferra-mentas do processo”.

O processo de fabricaçãodo eixo-comando de válvu-las também teve reflexos be-

néficos da parceria da Scania com aSandvik Titex. “Usávamos em média43 machos/mês porque havia muitaquebra da ferramenta”, conta Francis-co. “Agora que introduzimos um novo

A Wiper também permitiu que o torneamento da carcaça do eixo traseiro, que aquiaparece sendo “manuseada” pelo operador Gilberto Aparecido Baratela, passasse aser realizado em 8 minutos por peça, contra os 10 minutos e 30 segundos de antes

As roscas dos eixos-comandos de válvulas são laminadas a frio com osmachos laminadores HSS-E, da Titex Plus. O operador Carlos E. Albertimostra um destes eixos-comandos, os quais integram os motores D12fabricados pela Scania Latin America

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processo idealizado por umaequipe que envolveu profissio-nais da Scania e da SandvikTitex Plus, o consumo de ma-chos caiu para nove unidadesmensais”.

No novo processo, houvea substituição do macho tra-dicional por um macho lami-nador da Titex, o HSS-E comcobertura TiN, e também foiintroduzida a broca CoroDrillDelta C, de 9,3 mm de diâ-metro, que substituiu umabroca de 8,5 mm. “A rosca élaminada a frio, isto é, o pon-to mais alto do filete do ma-cho é pressionado para den-tro do material a ser usinado,entrando no pré-furo em mo-vimento espiral da mesmamaneira que o macho de cor-te, e o material cede e flui porentre os filetes formando, as-sim, o perfil da rosca sem quehaja remoção de cavacos.Esse tipo de macho é indica-do para ligas de alumínio com

A unidade brasileira da Scania foi aprimeira montadora na América Latinaa receber as certificações ISO 9001, ver-são 2000 (qualidade), e ISO 14001(meio ambiente). Neste ano conquistoutambém a OHSAS 18001, que dispõesobre segurança e saúde ambiental. Al-

gumas das medidas que adotou quantoà usinagem a colocam em uma posiçãode empresa voltada, realmente, para osaspectos ambientais. Um deles é queela procura utilizar somente óleos decorte ecologicamente corretos, de base

vegetal ou sintética.�Os fluidos de refrigeração de base mi-

neral foram substituídos nas operações tec-nicamente viáveis�, afirma Francisco Mas-sao Jo, enquanto que as ferramentas demetal duro, depois de usadas, são envia-das para a Sandvik Coromant, que as com-

pra para fazer a reciclagem.�Ferramentas de qualquermarca�, enfatiza Francisco, re-ferindo-se ao programa lança-do em 1996 pela matriz daSandvik envolvendo suas sub-sidiárias (leia mais sobre issona página 20 da edição 3. 2000de O Mundo da UsinagemO Mundo da UsinagemO Mundo da UsinagemO Mundo da UsinagemO Mundo da Usinagem).

A segurança de seus cola-boradores é o primeiro item dafilosofia P-2000, da Scania, eO Mundo da UsinagemO Mundo da UsinagemO Mundo da UsinagemO Mundo da UsinagemO Mundo da Usinagem cons-tatou que a unidade brasileirao cumpre à risca: todo o chão-de-fábrica é absolutamentelimpo, iluminado, com tempe-ratura agradável (o teto é iso-

lado termicamente) e silencioso � apesarda obrigatoriedade do uso de equipamen-tos de proteção auricular, o nível de ruídona maioria das linhas de produção é infe-rior ao que é estabelecido pela norma desegurança.

Scania Brasil, um gigante até em segurança

Uma visão panorâmica da área de produção:iluminada, sem sujeira nem barulho

Estabelecida em 1994 para bus-car melhor posicionamento no mer-cado cada vez mais competitivo emelhor aproveitamento das oportuni-dades oferecidas na América Latinae no mundo, a Scania Latin Americatem capacidade para produzir 20 milveículos (ônibus e caminhões) e 5 milmotores industriais e marítimos aoano e é formada pelas unidades in-dustriais e comerciais do Brasil, Ar-gentina e México mais as unidadescomerciais do Chile, Peru e Venezue-la, que juntas têm um contingente demais de 3.600 funcionários e regis-traram faturamento de US$ 666 mi-lhões no ano passado.

Unidade mais antiga do Grupo naAmérica Latina, a fábrica brasileira,fundada em 1957 em São Bernardo

do Campo-SP, com ca-pacidade para produzir17 mil veículos (cami-nhões e ônibus) e 5 milmotores industriais emarítimos ao ano, estáinstalada em uma áreade 350 mil metros qua-drados onde seus 2.350funcionários trabalhamem uma área construídade 130 mil metros qua-drados. No ano passa-do, os caminhões Sca-nia foram os mais ven-didos no Brasil, ficandocom uma fatia de 29,7%do mercado total de 17.341 unida-des vendidas. A boa performance serepetiu no segmento de ônibus ro-

O motor D 12 equipa caminhões e ônibus

Os números que dão a dimensão da Scania

doviários: a empresa foi a respon-sável por 29,9% de um total de 2.580unidades vendidas em 2000.

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até 12% de silício, cobre e ligas decobre macio, aços com até 1000 N/mm2 e a maioria dos aços inoxidá-veis”, explica Valdinei Garcia, do de-partamento de vendas e assistênciatécnica da Sandvik do Brasil, divi-são Titex Plus.

“Com o macho convencional pro-duzíamos 80 peças por afiação. Ago-ra, com o macho laminador da TitexPlus, produzimos 250”, informaClaudio. “Além do ganho de maisde três vezes em produtividade, hou-ve também o ganho em qualidade”,ressalta. “A explicação para o aumen-to da qualidade é que como a rosca éfeita por deformação de material, seufilete fica mais estável e resistente agrandes torques”, diz Valdinei, lem-brando que a aplicação destes ma-chos só é indicada para materiais quetenham coeficiente de escoamento deno mínimo 10%, “como é o caso doaço SAE 1016, utilizado na Scania”.

União ideal — O segredo parao sucesso está no relacionamento daScania com a Sandvik. De um lado,a Scania apresenta as necessidades eseus profissionais, junto com os da

A Sandvik Coromant costumaconcentrar o lançamento de suas no-vidades nas duas edições anuais doCoropak, um evento em que há sem-pre espaço para palestras técnicas eapresentação de alguns resultadospráticos obtidos com a aplicação deseus novos produtos. �Nós participa-mos destas palestras e tentamostransferir as informações que recebe-mos para as nossas aplicações�, di-zem Francisco Massao Jo e ClaudioCarnevalli Jr., da Scania. Além dis-so, a Sandvik oferece material infor-mativo e cursos para o pessoal dochão-de-fábrica das empresas, que équem realmente utiliza as ferramen-

tas e descobre suas qualidades eeventuais falhas. �Na Scania, o opera-dor diz se é melhor ou não substituiruma ferramenta�, comenta Claudio.

A julgar pela opinião dos profis-sionais da montadora, no item mate-rial de apoio e cursos a Sandvik efe-tivamente pratica o jargão �forneci-mento global com atendimento local�.�O material deles funciona e é ade-quado�, elogia Francisco. Há inclusi-ve um manual com dicas de uso, bas-tante prático, que pode ser carrega-do no bolso da camisa. Quanto aoscursos, suas opiniões estão funda-mentadas na medição dos resultadosrealizada pela Scania. Em junho, por

Se o fornecedor apóia o usuário, ambos ganham

divisões Coromant e Titex Plux daSandvik, buscam as soluções. “Nósfazemos o levantamento das máqui-nas críticas, que precisam de otimi-zação para aumentar a produtivida-de, e informamos os técnicos daSandvik. Eles, por sua vez, sempreque têm uma novidade, uma atuali-zação tecnológica, nos informam”,explica Francisco.

“A Scania sempre tem ondeaplicar uma nova pastilha e seu pes-soal é muito aberto às inovações tec-nológicas”, diz Dorival, acrescen-tando que esta postura fez dela a pri-meira empresa no Brasil a usar aWiper para furação. “A pastilha nemtinha sido lançada no mercado quan-do consultamos a Scania, que se in-teressou pela realização de testes nocubo da roda dianteiro, e então pu-demos constatar que ela era capazde proporcionar um aumento de64% na produtividade e de 53% norendimento, em comparação com asnossas pastilhas atuais”, afirma Do-rival. “Testamos as Wiper contra aspróprias pastilhas da Sandvik por-que, para nós, o cliente sempre deveter o que há de mais novo em tec-

nologia da Sandvik para atingir seusobjetivos de maior produtividade eredução dos custos de produção”,frisa, lembrando que os resultadosobtidos na Scania foram repassadospara a matriz da Sandvik Coromante também utilizados no Coropak01.1, evento em que foi apresentadoum pacote de lançamentos da em-presa no primeiro semestre deste ano.

A abertura para experimentar asinovações tecnológicas parece refle-tir a consciência dos profissionaisda Scania no sentido de buscar a efi-ciência. “No mundo globalizado dehoje, temos de ser produtivos parater a fábrica no Brasil, e, portanto,temos de fazer testes com ferramen-tas para diminuir os custos e aumen-tar a produtividade”, afirma Clau-dio. Segundo ele, porém, a busca daprodutividade precisa estar em con-formidade com a filosofia P-2000,da Scania, cujo primeiro preceitoé a segurança dos colaboradores.“Garantido isso, asseguramos aqualidade e o cumprimento dosprazos, o que, por consequência,leva a uma maior produtividade eum menor custo de produção”.

exemplo, cerca de 250 profissionaisda montadora participaram de umcurso da Sandvik Coromant paraoperadores especialmente focadoem utilização, manutenção, conser-vação e manuseio de ferramentas.Ao todo foram seis seções de pa-lestras de três horas cada. �Fizemosuma avaliação e a nota dada pornossos colaboradores variou de 9a 10, numa escala que vai de zeroa 10. Não vi ninguém sair insatis-feito�, diz Francisco. E Claudio en-cerra: �Devido ao bom trabalho deparceria, a Sandvik Coromant lideracom folga o ranking de fornecedo-res de metal duro da Scania�.

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Quando as brocas de met

dispensam os fluidos de c

s fluidos refrigerantes e lu-brificantes aplicados no pro-cesso de usinagem têm comoprincipais funções reduzir a

geração de calor pela redução do atri-to, eliminar a influência do aumentoda temperatura na estrutura do ma-terial e transportar ou remover daregião de corte os cavacos geradosna operação. Na usinagem sem flui-do de corte o atrito e adesão entreferramenta e peça aumenta, de ma-neira que a grande carga térmica quese cria acarreta o desgaste da ferra-menta, a formação de crateras e ageração de cavacos alongados que

O

Os autores deste artigo são, respectivamente: GilbertoW. A. Miranda, professor no Depto. de EngenhariaMecânica da Universidade de Taubaté (UNITAU-Taubaté, SP, Brasil); Nivaldo L. Coppini e Anselmo E.Diniz, professores-doutores no Depto. de Engenharia deFabricação (UNICAMP – Campinas, SP, Brasil); e DurvalU. Braga, professor-doutor no Depto. de Mecânica daFundação de Ensino Superior de São João del Rei (IFE /FUNREI - São João del Rei, MG, Brasil) e contaram coma colaboração do gerente regional da divisão Titex Plusda Sandvik do Brasil S.A., Marcos Soto Ice.

trazem problemas especialmente emprocessos de furação, dificuldadesestas, no entanto, que atualmente sãominimizadas quando se utilizam fer-ramentas revestidas e com geome-tria modificada(1). Os autores desteartigo realizaram um trabalho de in-vestigação dos limites de utilizaçãode brocas inteiriças de metal duro eanalisaram as condições econômicase de produtividade de tais condiçõeslimites, como se vê a seguir (con-sulte o box da página 24 para se in-formar sobre a metodologia de oti-mização das condições de usinagemusadas no trabalho).

Procedimentoexperimental

• Os materiais envolvidos

A peça — O material utilizadonos corpos de prova de furação foi o

aço-liga ABNT 4340. Os furos foramfeitos em dois tipos de corpos de pro-va, sendo o primeiro uma placa comdimensões de 310 x 430 x 32 mm,que recebeu a maioria dos furos. De-pois de se realizar vários furos nestaplaca (em média 16 furos), era feitoum furo no segundo tipo de corpo deprova, de dimensões menores (41 x41 x 32 mm), preso a um dinamôme-tro que media indiretamente a potên-cia de corte e diretamente o momen-to torçor, a força de avanço, o diâme-tro e a rugosidade do furo.

A ferramenta — Foi utiliza-da a broca inteiriça de metal duro P40da Titex Plus, modelo A3265 TFL,tipo ALPHA 2 versão direita, de 10mm de diâmetro, com revestimentoTINAL, conforme as normas DIN6537K (broca) e DIN 6535HA (has-te). A profundidade dos furos reali-zados foi de 32 mm.

O custo da refrigeração e da lubrificação em geral corresponde a algo dentro da faixa de 7% a17% dos custos totais de fabricação de peças nas indústrias metal-mecânicas. Consideradoelevado, ele já seria motivo mais que suficiente para que se pesquisem formas de eliminar oupelo menos restringir o uso de refrigerantes e lubrificantes, mas há também os problemas ligadosao ambiente de trabalho e à eliminação de resíduos, e, ainda, à saúde do ser humano, queimpõem mais rigor na busca de soluções para isso. Os autores deste artigo realizaramexperiências de furação sem fluido de corte em aço ligado ABNT 4340 com brocas inteiriças demetal duro de 10 mm de diâmetro, revestidas com TiNAl, com geometria especial, e atestaramque elas podem ser boas aliadas das indústrias.

G. W. A. Miranda, N. L. Coppini, A. E. Diniz e D. U. Braga

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O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001 � 21

de metal duro revestidas

os de corte

• Equipamentos e instrumentos

Os ensaios de furação foram rea-lizados em um centro de usinagemvertical CNC Mori Seiki, modeloSV-40, comando Fanuc, que temvariação contínua na rotação da ár-vore podendo atingir um máximo de12.000 rpm. De extrema rigidez, ocentro de usinagem tem motor prin-cipal com potência de 22 kW (30 cv)e três eixos acionados por servomo-tores independentes.

As medições dos desgastes nasuperfície de folga da broca, e tam-bém as fotos, foram obtidas em umanalisador de imagem Global Ima-ge Analyser com software GlobalLab. Trata-se de um microscópioóptico com capacidade de amplia-ção de 25 e 50 vezes acoplado a umacâmera de vídeo e a um computa-dor compatível.

As medidas de rugosidade dassuperfícies usinadas foram realizadascom rugosímetro portátil MitutoyoSurftest-211. O momento torçor (M

t)

e a força de avanço (Ff) da broca fo-

ram obtidos durante a usinagem dosfuros no corpo de prova fixado a umdinamômetro Kistler, tipo 9272, ro-dando um software específico paraeste tipo de utilização. Com isso foipossível monitorar tais esforços emtempo real a uma taxa de amostra-gem de 2,56 KHz durante 0,6 segun-do em cada amostragem.

A potência de corte foi obtidaindiretamente pelo monitoramen-to da corrente e da tensão elétricapor meio de um equipamento ele-trônico projetado e construídopelo Departamento de Engenhariade Fabricação da Universidade Es-tadual de Campinas (Unicamp,Campinas, SP). Com uma placade conversão A/D, modelo Lab-PC+ e os softwares NI-DAQ (ver-são 4.8) e Labview (versão 3.11),da National Instrument, o sinal re-sultante da tensão deste equipa-mento foi adquirido a uma taxa deamostragem de 50 Hz durante trêssegundos.

Um equipamento eletrônico eprogramável de medição tipo colu-na para inspeção manual, de uso emambientes industriais, foi utilizadopara a medição dos diâmetros dosfuros. Suas características são: colu-na tipo E4N programável Marposs,resolução de 0,1 mm e ogiva proje-tada para medir diâmetros de furosde 10 mm. Para a confiabilidade damedição dos diâmetros, sua calibra-ção foi realizada com um anel pa-drão Tesa f 10,000 mm.

• Tempo de troca da ferramenta

O tempo de troca da ferramenta(tft), de 1,5 minuto, foi obtido pelamédia aritmética de três operaçõescronometradas realizadas por opera-

dores diferentes no laboratório deusinagem da Unicamp e inclui a re-tirada do porta-ferramenta e da fer-ramenta usada, a colocação da novaferramenta com a regulagem do com-primento necessário da broca e, fi-nalmente, a colocação do porta-fer-ramenta na máquina.

Resultados ediscussões

Ensaios preliminares —Os autores deste trabalho de inves-tigação partiram do catálogo do fa-bricante da ferramenta, a TitexPlus, que recomenda como parâ-metros de usinagem para o mate-rial escolhido vc = 70 m/min e f =0,18 mm/volta ( 2.230 rpm, v

f =

401 mm/min) para usinagem comlubrificação normal. No ensaio rea-lizado sem fluido de corte, após153 furos de 32 mm de profundi-dade (4.896 mm), verificou-se anão existência de qualquer desgas-te nas arestas de corte da broca.

Aumentou-se, então, a velocida-de de corte para 140 m/min, mas oavanço foi mantido em f = 0,18 mm/volta (4.456 rpm, vf = 802 mm/min).Utilizando-se a mesma broca, foramrealizados mais 612 furos de 32 mmde profundidade (19.584 mm) comos mesmos parâmetros. No fim doensaio notou-se um ligeiro desgastee arredondamento nas pontas das

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22 � O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001

arestas de corte, masnenhum lascamento.

Usando-se brocasnovas foram realiza-dos ensaios sem flui-do de corte com as ve-locidades de 280 m/min e 210 m/minmantendo-se o avan-ço de 0,18 mm/volta.Em ambos os ensaiosa ferramenta quebrouapós alguns furos.

Com a velocidadede 175 m/min e man-tendo-se o avanço f = 0,18 mm/volta(5.570 rpm, vf = 1003 mm/min), rea-lizou-se o ensaio sem fluido de corteusinando-se 211 furos de 32 mm deprofundidade (6.752 mm) até a que-bra da ferramenta. Depois, com velo-cidade de 155 m/min, f = 0,18 mm/volta (4.934 rpm, vf = 888 mm/min),foram usinados 679 furos de 32 mmde profundidade (21.638 mm).

Velocidades de referência— Com os dados obtidos nos en-saios sem fluido de corte efetuadoscom as velocidades de 175 m/min(211 furos) e 155 m/min (678 furos),calculou-se a v

mxp = 163 m/min (418

furos) por meiodas equações 1,2 e 3 (veja asequações nobox da página24, sobre a me-todologia deotimização dascondições deu s i n a g e m )usando-se umtft de 1,5 minu-

tos. A vmxp

fi-cou dentro do

intervalo dasvelocidadesconsideradas,não sendo ne-cessária a rea-lização de en-saios comple-mentares, deacordo com ametodologiade otimiza-ção utilizada.

A veloci-dade de míni-mo custo vofoi calculadacom as equa-

ções 1, 2 e 4, do box da página 24,e considerando-se os valores de R$57 para Sh + Sm e R$ 146 para Kft,obtendo-se o resultado de vo = 105m/min.

Como o objetivo do trabalho eraexplorar as condições econômicas ede produtividade limites da furaçãoem análise, foi adotada a vmxp = 163m/min, pois esta, além de ser a refe-rência de maior produtividade, estácontida no intervalo de validade dex e K determinados na prática.

Durante a usinagem com veloci-dades iguais ou maiores que155 m/min houve um aque-cimento exagerado tanto dabroca, que aqueceu-se ao ru-bro, quanto do furo, com“queima” do material. Mes-mo que estas condições nãosejam desejáveis, as brocasmostraram excelente desem-penho e vida relativamenteadequadas na prática, consi-derando-se que tais condi-ções foram extremamenteforçadas na busca dos limi-tes das ferramentas.

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O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001 � 23

Por exigirem um gran-de volume de material, en-saios com velocidades me-nores que 155 m/min sãoinviáveis para a pesquisaem laboratório. O ambien-te fabril, com a determina-ção de x e K de Taylor di-retamente na produção defuros, oferece melhorescondições para emprego dametodologia.

Ensaios em vmxp

— Na velocidade de má-xima produção foram rea-lizados 13 ensaios (vejaos resultados na figura 1)em que foram monitorados os se-guintes parâmetros: • Força de avanço — Com os

ensaios, observou-se aexistência de dois gru-pos de brocas (figura2): o primeiro é for-mado por ferramentascom uma força deavanço inicial médiada ordem de 2,70 kNe ~222 furos (ensaios3, 5, 6 e 7); no segun-do a força inicial mé-

dia é de 2,24 kN e~550 furos (ensaios 1,2, 8, 9, 11, 12 e 13).Dois ensaios foramdescartados da análi-se: o ensaio 4 foi pre-judicado por um errohumano que levou àquebra da broca; o en-saio 10 por um com-portamento completa-mente anormal e ines-perado da broca, quequebrou praticamentesem desgaste.

A amostragem deresultados (figura 3)evidencia que a força

de avanço é um bom parâmetro paraa determinação do fim da vida daferramenta, pois acompanha bem oaumento dos desgastes e tem umcrescimento estável comparado coma potência de corte e o momento tor-çor. Além disso, o método de oti-mização empregado pelos pesquisa-dores exige um mínimo de repeti-bilidade em termos de vida da fer-ramenta, e, como os dois grupos deresultados encontrados apresentamvidas das brocas bem diferencia-

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24 � O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001

das, tornou-se necessário investigaros motivos desta ocorrência. Esta é,aliás, uma vantagem adicional do

método: ele evidencia a necessida-de de otimização do processo paraque se possa verificar a fonte da não-estabilidade da vida da ferramenta,que pode estar associada a diferen-tes fatores: material da peça, ferra-menta, parâmetros relativos ao pro-cesso e outros.

• Momento torçor — A po-sição dos furos no corpo de pro-va utilizado para o monitoramen-to do momento torçor introduziuum erro sistemático na medição,trazendo como conseqüência umamaior dispersão das medidas. Nãoforam verificadas grandes dife-renças nos valores encontrados.Notou-se uma tendência de cres-cimento similar à potência de cor-te (figura 4).

• Potência de corte — As di-versas fotos realizadas durante e emtodos os ensaios evidenciaram queo aumento da potência está direta-mente ligado ao desgaste de flancodas arestas de corte da ferramenta(VB) — figuras 5 e 6.

• Rugosidade média — A ru-gosidade (Ra) foi verificada atravésda média de três valores defasados em

90º. Para cada furo no corpo de pro-va, as medidas foram realizadas pró-ximo do comprimento médio do furo.

Os valores médios da rugosidade ob-tida se encontram na média de 1,45mm, com uma faixa de variação de0,50 mm até 3.0 mm. Esta qualidadede furo é típica de desbaste. Observa-se, entretanto, que mesmo nas condi-ções de aquecimento ao rubro da bro-ca, com “queima” do material dapeça, elas não são descartáveis e po-dem, eventualmente, atender a certasexigências de produção.

• Diâmetros dos furos — Ve-rificados na parte inicial e final dosfuros, os diâmetros tiveram variaçõesdentro das tolerâncias IT-10 e IT-11da norma ISO, o que se encontradentro das expectativas para este tipode usinagem. O resultado das verifi-cações realizadas mostra que o ma-terial teve uma contração após o pro-

Diversos trabalhos publicadosnos últimos anos têm chamado aatenção para a necessidade de serestringir, na medida do possível, ouso dos fluidos refrigerantes e lubri-ficantes devido ao seu alto custooperacional, problemas ambientais,danos à saúde humana e exigênciaslegais a este respeito(1, 4 e 7). Não épor acaso, portanto, que os centrosde pesquisa têm se dedicado a pro-curar meios de diminuir o uso des-tes fluidos, muitas vezes concluindoque para casos específicos como,por exemplo, o processo de furação

das ligas de alumínio-silício(6), a apli-cação de uma mínima quantidadede lubrificação por névoa é uma so-lução que pode ser implementadaindustrialmente.

A usinagem sem fluido de cor-te vem sendo cada vez mais pos-sível em função do surgimento demáquinas-ferramentas com maiorpotência e rigidez, rotações maiselevadas e, principalmente, pelogrande desenvolvimento dos ma-teriais, revestimentos e geometriasdas ferramentas de corte, entreelas as brocas.

Fluidos de corte: uma importância abrangente

Na otimização das condições deusinagem, a utilização da metodolo-gia para determinação dos valores (x)e (K) da equação de Taylor (3 e 5) játeve comprovação de sua eficácia ex-perimentalmente em laboratório e emambiente fabril. Ela envolve cálculos,a partir de dados colhidos durante aevolução do processo, dos valores de:

Onde:(x) e (K) são os coeficientes da

equação de Taylor;(Z

t) é o número de furos usinados

por vida da ferramenta (no caso des-te artigo, da broca);

(vc) é a velocidade de corte manti-

da constante (m/min);(t

c) é o tempo de corte (min);

(i) é a condição inicial de corte ado-tada no início da aplicação do método.

Com os valores de (x) e (K) é pos-sível calcular as velocidades de refe-rência para as condições econômicasde corte:

Onde:(x) e (K) são os coeficientes da

equação de Taylor;(S

h) é o custo horário da mão-de-

obra (R$)(S

m) é o custo horário da máquina (R$)

(Kft) é o custo da ferramenta (R$)

(tft) é o tempo de troca da ferra-

menta (min)

A metodologia de otimização das condiçõesde usinagem

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O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001 � 25

cesso de furação devido à sua dilata-ção em função do aumento da tem-peratura provocado pela operaçãosem fluido de corte.

Análise de produtividade— Supondo x e K válidos para asvelocidades de 70 m/min e vida (T)de 40.000 mm correspondentes a~1.250 furos de 32 mm de compri-mento (de acordo com o fabricanteda ferramenta) e 163 m/min (v

mxp)

com vida média de 17.609 mm cor-respondentes a ~550 furos (de acor-do com os ensaios realizados), a se-guir é apresentada uma análise detempos de usinagem para a qual osautores utilizaram o modelo de tem-pos exclusivos de usinagem daequação(2):

A tabela 1 mostra a simulação detempos considerando-se a execuçãode furos similares aos realizados emlaboratório. O lote de 20.000 furosfoi estimado. Como se trata de umaoperação simples e com tempo decorte pequeno, há uma grande in-fluência dos tempos improdutivos notempo de fabricação do furo (t

t).

Constatou-se que com a imple-mentação da metodologia aqui des-crita há um significativo aumentoda produção horária, da ordem de

77%, que na atividade industrialpode resolver problemas de osci-lações de carga e gargalos de pro-dução. Ou seja, com esta metodo-logia, é possível o aumento de pro-dutividade com reflexos econômi-cos evidentes.

Conclusões

Resumidamente, as conclusões aque chegaram os pesquisadores en-volvidos na investigação são:

• A metodologia proposta para aobtenção de vmxp e vo foi adequada.

• A ferramenta apresentou vidareduzida quando submetida às con-dições limites, embora esta não sejauma condição adequada para a prá-tica do processo.

• A força de avanço foi o melhorparâmetro para a definição do fim davida da ferramenta.

• Comprovou-se que as recomen-dações constantes do catálogo dofabricante das ferramentas são bas-tante conservadoras, até modestas, eque, por meio de ensaios prévios nochão-de-fábrica usando-se a v

mxp,

pode-se otimizar e controlar os gar-galos de produção.

Agradecimentos — Os autoresdo trabalho que deu origem a esteartigo agradecem à FINEP (Finan-ciadora de Estudos e Pesquisas) e à

ItemItemItemItemItem

Tempo de corte tc (min)

Tempos improdutivos ti (min)

Tempo de troca de ferramenta tft (min)

Vida da ferramenta T (min)

Número de furos envolvidos Z

Tempo de fabricação/peça tt (min)

Produção horária PProdução horária PProdução horária PProdução horária PProdução horária Phhhhh (furos/h) (furos/h) (furos/h) (furos/h) (furos/h)

ConvencionalConvencionalConvencionalConvencionalConvencional

0,0798

0,0200

1,5

99,75

20.000

0,1010

594594594594594

Metodologia propostaMetodologia propostaMetodologia propostaMetodologia propostaMetodologia proposta

0,0343

0,0200

1,5

18,84

20.000

0,0569

10541054105410541054

Tabela 1 � Tempos e produção horária para os dois enfoques Sandvik do Brasil S.A. – Divisão Ti-tex Plus, de São Paulo, SP.

BIBLIOGRAFIA

1) Klocke, F. & Eisenblätter, G.— Presented at the Opening Sessi-on Dry Cutting, Annals of the CIRP,v. 46 (2), pp. 519-526, 1997.

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3) Coppini, N.L. & Vilella, R.C.— Cutting Conditions Optimizati-on in Manufacturing Cells, Proce-edings of the First Brazilian Sym-posium in Machining Technology,pp. 17/01 - 17/20, São Paulo, Bra-zil, March 1989.

4) Kalhöfer, E., Dry Machining— Principles and Applications. 2°Seminário International de Alta Tec-nologia; UNIMEP, Santa BarbaraD’Oeste – SP, julho, 1997.

5) Pallerosi, C. A et al.— Dura-bility of Cutting Tools Under TrueConditions, Proceedings of CAN-CAM 91 - Canadian Congress inApplied Mechanics, pp. 173-175,Canada, 1991.

6) Braga, D. U., Diniz A. E., Cop-pini, N. L.,Miranda, G. W. A. — Fu-ração de Liga de Alumínio Silícioutilizando Lubrificação por Névoa,Máquinas e Metais, v. 413, pp.104-115, junho, 2000.

7) Heisel, U. & Lutz, M. — Pes-quisa de fluido de refrigeração e delubrificação, Máquinas e Metais, pp.40-49, maio, 1998.

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26 � O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001

Vale a pena trocar

a retificação pelo

torneamento duro

ohn Parry, engenheiro demanufatura da Case CarrHill Plant, de Doncaster, noReino Unido, admite ter

dado uma primeira olhada no as-sunto torneamento de peças du-ras (HPT, de hard part turning) há

J aproximadamente seis anos. Aspeças de transmissão de tratoresusinadas na fábrica pareciam seadequar bem ao método de endu-recimento e posterior usinagem,com a substituição da operação deretificação, mas como as faixas deusinagem disponíveis naquele mo-mento incluíam velocidade de cor-

te de 76 m/min, ele ainda não eracompetitivo o suficiente para to-mar o lugar da retificação.

“No momento em que analisamoseste método de uma forma mais pro-funda e metódica”, conta, “consta-tamos que haviam surgido novas fer-ramentas de corte e equipamentosque nos eram muito favoráveis”.

Uma indústria do Reino Unido tem naponta do lápis os números queprovam que a usinagem deacabamento de peças endurecidaspode proporcionar inúmerosbenefícios na produção. As aplicaçõesdeste método são numerosas dentrode diferentes indústrias, mas comomanda a boa cautela, a decisão porseu uso deve ser tomada depois deuma análise qualificada de todo oprocesso, da mesma maneira, aliás,que em qualquer outro caso.

John Parry, engenheiro de manufatura daCase Carr Hill Plant , de Doncaster(esquerda), com Dave Newcombe,engenheiro de vendas da SandvikCoromant, junto ao torno CNC usado paraa otimização do torneamento de peças detransmissão endurecidas

Este artigo foi produzido pela equipe técnica da ABSandvik (Suécia), Divisão Coromant.

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O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001 � 27

Segundo ele, é sempre necessário teruma visão bastante ampla do HPTantes de implementá-lo na produção.“Com quinze células operadas por200 pessoas, nossa planta hoje fazpeças de transmissão para diferenteslinhas de produto em diferentes uni-dades da Case. Por algum tempo,usamos uma área para testes de usi-nagem fora da área de produção parausinar as peças e tirar daí elementosque nos permitissem estabelecer osmelhores meios e métodos, além deavaliar o impacto desta tecnologia naprodução. Quando ficamos satisfei-tos com os resultados dos testes,transferimos as operações para a áreade produção”.

Tirando o que o HPTtem de melhor paraotimizar a produção

O HPT agora está sendo imple-mentado na usinagem de produçãoda Case para substituir a retifi-cação de peças de transmissão

endurecidas por indução ou cemen-tação na faixa de 58 a 62 HRC. “Nóstrabalhamos nisso por algum tem-po com a Sandvik Coromant e osresultados obtidos foram bastanteanimadores”, diz John, acrescentan-do que, para começar, a empresa in-vestiu em um novo torno CNC dequatro eixos Mori Seiki ZL-25 e deutoda atenção ao modo correto deusar as mais recentes classes deCBN da linha Coromant. “Segui-mos rigorosamente as especifica-

ções indicadas para o sistema de fi-xação e os dados de corte recomen-dados para a aplicação para que otorno operasse dentro de sua melhorperformance e, durante a fase de try-out, otimizamos a operação, as pe-ças usinadas foram cuidadosamen-te inspecionadas e monitoramos osresultados”.

Detalhes importantes —Os profissionais da Case tiveram queenfrentar e solucionar alguns proble-mas de vibração do eixo no iníciodos testes, o que acarretava uma vidaútil insatisfatória das ferramentas. Aboa estabilidade da peça foi obtidacom o uso de uma fixação por arras-tador Neidlein com centro fixo, for-necido pela John Walton Ltd., e paraalguns eixos foi necessário usar umaluneta para garantir um processo con-sistente e livre de vibrações.

O estabelecimento de uma faixaestreita de dados de corte para

HPT usando as novas clas-ses de CBN da Sandvik

Coromant, segundo John, foi umdetalhe que trouxe luz à implemen-tação do processo na produção daCase. Foram usadas a 7020 paracortes em acabamento, gerando de0,4 a 0,8 Ra, e a 7050 para opera-ções envolvendo cortes interrom-pidos, além de pastilhas de cerâ-mica para alguns cortes envolven-do Ra de 1,6 ou mais.

A velocidade de corte típica foide 200 m/min., com avanço de até0,20 mm/rot e profundidade de cor-

te de 0,12 mm/rot, que é a mesmadeixada para retificação na usinagemcom a “peça verde”. John enfatizaque “os parâmetros corretos de usi-nagem são fundamentais para a oti-mização da performance relativa àscondições da usinagem e para se che-gar a uma vida útil previsível das fer-ramentas e um nível constante deacabamento superficial”. E ressaltaque na Case a usinagem é realizadasem qualquer refrigerante, “de modoque as vantagens em termos de meioambiente e também de redução decustos relativos à refrigeração forambastante significativas”.

Para a maioria das peças que aCase produz, os resultados da mu-dança de retificação para HPT real-mente surpreenderam: em geral otempo de ciclo por peça foi reduzi-do pelo menos pela metade e, emalguns casos, em até 20%. “Um tor-no CNC faz o trabalho de mais deduas retificadoras, o que significamenos capital investido”, salientaJohn, “e a flexibilidade operacionalé maior tanto para a troca da peçaquanto para a sua configuração”. Edá um bom exemplo disso: “A usi-nagem de um eixo com dois man-cais envolve dois set-ups em umaretificadora e apenas um em um tor-no CNC, e, além disso, três opera-ções de retificação são necessáriaspara dar acabamento a uma peça quefoi usinada pelo método convencio-nal, ou seja, torneamento verde, en-quanto o torno CNC precisa de rea-lizar só uma operação HPT para pro-duzir a mesma peça”.

Agora a Case já está numa faseadiantada de implementação do HTPe passou a usá-lo na usinagem decerca de 50 peças diferentes, amaioria das quais eixos que traba-lham entre centros. Os lotes variam

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28 � O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 3. 2001

entre 50 e 200 peças e passam portorneamento e ranhuramento com-pletos. O torno Mori Seiki tem duastorres, permitindo a usinagem simul-tânea de duas partes da peça, e é aúnica máquina de usinagem que ficana área de acabamento e tratamentotérmico posterior.

O ranhuramentofrontal também foiotimizado

A área de testes e de pré-pro-dução trouxe benefícios tambémpara a usinagem de engrenagens.Aqui, porém, já não se trata deHPT e sim da usinagem de blanks

forjados em 8620, com 171 HB,sendo um excelente exemplo doque pode ser obtido com a corretaaplicação da ferramenta adequadaao ranhuramento frontal, uma ope-ração geralmente considerada bas-tante exigente.

“Tínhamos que reduzir o tem-po de ciclo da usinagem dos for-jados de engrenagens e melhoraro controle de cavacos para aumen-tar a produção em nossos tornosCNC verticais EMAG VSC400,que eram máquinas-gargalo emnossa célula engrenagens”, contaJohn. Segundo ele, foram realiza-dos testes em um torno CNCNakamura Tome fora da área de

O torneamento de peças duras leva a vantagens como:O torneamento de peças duras leva a vantagens como:O torneamento de peças duras leva a vantagens como:O torneamento de peças duras leva a vantagens como:O torneamento de peças duras leva a vantagens como:

� maior produtividade em função de tempos reduzidos de ciclo� maior flexibilidade de produção com o uso de tornos CNC� maior capacidade operacional do torneamento, proporcionando superfí-

cies de boa qualidade� menores custos de usinagem com poucas máquinas, que também são

menos caras� menor prejuízo ambiental graças à possibilidade de usinagem sem re-

frigeração

Para se chegar a uma melhor performance de produção com o uso doPara se chegar a uma melhor performance de produção com o uso doPara se chegar a uma melhor performance de produção com o uso doPara se chegar a uma melhor performance de produção com o uso doPara se chegar a uma melhor performance de produção com o uso doHPT, John Parry, da Case, recomenda que:HPT, John Parry, da Case, recomenda que:HPT, John Parry, da Case, recomenda que:HPT, John Parry, da Case, recomenda que:HPT, John Parry, da Case, recomenda que:

� se use um bom torno CNC com alta capabilidade, como, por exemplo,que tenha contrapontas de alta pressão

� o sistema de fixação seja bom o suficiente para promover a estabilidadee que tenha, por exemplo centro rígido e não móvel

� haja a garantia de que o nível de qualidade das peças endurecidas sejaconsistente em tamanho, formato, dureza, batimento radial, etc.

� se usem as mais recentes ferramentas disponíveis para a aplicação emquestão, para as quais se tenha assistência qualificada, e métodos corretosde usinagem

� se estabeleça uma faixa otimizada de dados de corte para proporcionara melhor combinação de produtividade e segurança

Estes eixos foramproduzidos por

torneamento duro compastilhas de múltiplas

arestas em vez de seremretificados

A rota para um HPT bem-sucedido

produção, mas a ferramenta e ométodo de produção utilizadosnão se saíram suficientementebem, deixando a equipe da Caseapreensiva quanto ao que podiaser alcançado nas operações deranhuramento frontal.

“A engrenagem forjada emquestão tem alívios faciais profun-dos usinados em uma das lateraise, com a Sandvik Coromant, estu-damos os melhores percursos daferramenta e a formação de cava-cos que nos permitissem chegar àotimização dos dados de corte e aomelhor percurso para a operação.Nós estávamos em busca não só detempos de ciclo mais curtos, mastambém de uma maior confiabili-dade e de um melhor controle decavacos”.

Com a aplicação da nova ferra-menta para ranhuramento frontalCoroCut e a pastilha na geometria-RM, classe GC2135, além de im-plementar novos dados de corte eum programa de percurso de fer-ramenta cuidadosamente planeja-do para garantir o controle de ca-vacos, a Case chegou onde queria.“A velocidade de corte foi aumen-tada de 80 para 350 m/min e a fai-xa de avanço passou de 0,20 para0,50 mm/rot, a vida útil subiu paraaté 80 peças e o tempo de ciclo foireduzido de 4,5 para 2,3 minutospara uma peça completa”, come-mora John, ressaltando que exem-plos como este aumentaram muitoa confiança do pessoal da Case nodesenvolvimento de operações deusinagem para a obtenção de umamelhor performance de produção.“Isto é resultado de uma ótimaequipe de trabalho que envolve téc-nicos tanto da Case como tambémda Sandvik Coromant”.

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HPT, um bom atalho

para uma usinagem

mais flexível

torneamento de peças duras(HPT) abre um novo caminhopara as indústrias que produ-zem peças de alta dureza, a

partir de 55 HRC, pelos métodos tra-dicionais, que incluem laminação aquente, têmpera, endurecimento, re-cozimento e, finalmente, retificaçãopara o acabamento. Com ele, o pro-cesso de produção pode ser radical-mente encurtado e facilitado, pois osblanks laminados a quente vão dire-tamente para o endurecimento e, dali,para o HPT. Ou seja: menos etapasde processo, menos tempo de pro-dução e peças acabadas com a mes-ma qualidade, ou até maior, que aobtida pelo método convencional.

ONa comparaçãocom a retificação, oHPT tem váriospontos positivos

A simplificação do processo ob-viamente aumenta a produtividade ea flexibilidade. E ainda há menornecessidade de mão-de-obra. Tam-bém é possível produzir formatosmais complexos de peças e lotesmenores, pois os tempos gastos emtroca de tarefas são menores e a au-tomatização é mais fácil. Além dis-so, há menor necessidade de opera-dores e pessoas especificamente trei-nados para o processo de retificação,que é uma operação complicada.

O HPT é particularmente apro-priado para peças como caixas de

câmbio, eixos, engrenagens, man-cais de rolamento e cilindros de la-minação. O endurecimento dessestipos de peças pode causar distor-ção e algumas vezes acarreta imper-feições superficiais.

Como se não bastasse, com oHPT muitos problemas típicos dasoperações de retificação são eli-minados:

• As superfícies que passam porretificação freqüentemente apre-sentam microssaliências difíceisde polir.

• O HPT proporciona uma me-lhor superfície.

• Na retificação, tanto o reboloquanto a peça estão em rotação e issoafeta a circularidade da peça. Paraobter a correta precisão durante a

As indústrias de produção em massa estão fazendovaler a alegação de que o torneamento de peças duras,

ou HPT, de hard part turning, é uma tendênciada qual será difícil fugir num futuro bem

próximo. Que o digam as indústriasautomotivas e suas subcontratadas, os

fabricantes de rolamentos e as indústrias deusinagem em geral, que vêm dando seguidos

exemplos de como usá-lo em sua produçãopara facilitar processos e melhorar produtos.

Este artigo foi produzido pela equipe técnica da ABSandvik (Suécia), Divisão Coromant.

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retificação, são necessárias váriasmáquinas e set-ups.

• O HPT envolve apenas umamáquina.

Saiba quais são osrequisitos para aadoção do HTP

Quando se fala das vantagens doHTP, a pergunta mais comum é so-bre o que é necessário para se adap-tar a ele. Por se tratar de uma tec-nologia não propriamente nova, masainda pouco comum em relação aoutras mais usuais, há uma tendên-cia a considerá-lo complexo e caro,o que em hipótese alguma corres-ponde à realidade. Para começar, énecessário investir em um tornoapropriado para HPT e ele certa-mente custa menos que uma máqui-na retificadora equivalente. Além

disso, os materiais das ferramentasdevem ser mais duros que as peças,o que não quer dizer que os metaisduros são completamente apropria-

dos, pois podem não suportar astemperaturas mais altas comuns noprocesso. As duas alternativas parao material da pastilha recaem natu-

ralmente, então, sobre a cerâmica eo CBN (nitreto cúbico de boro).

Por possuir uma gama de pasti-lhas de cerâmica e CBN já testadas

e aprovadas em operações críticasde usinagem de peças complexas, aSandvik Coromant tem sido consi-derada pelo mercado, com justiça,a fornecedora de soluções “feitassob medida” para o HPT. Segundoseus especialistas, as cerâmicas pos-suem uma boa resistência ao des-gaste, excelente dureza a quente eboa estabilidade química a altastemperaturas, mas ao mesmo tem-po são quebradiças, com baixa re-sistência a choques térmicos e bai-xa condutividade térmica, o que, po-rém, é melhorado substancialmen-te se elas forem reforçadas com car-boneto de titânio ou carboneto desilício, tornando-se aptas a trabalharno torneamento de peças duras. Jáo CBN apresenta melhor dureza eresistência às fraturas que a cerâmi-ca, mas em termos de resistênciaquímica e térmica é pior que elas.Este problema passa a não existir sese adicionar cerâmica ao CBN, ob-tendo-se, assim, uma melhor estabi-lidade química que o faz adequado àusinagem de peças duras.

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RIO GRANDE DO SUL (RS)ArwiCaxias do Sul

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ConsultecPorto Alegre

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F.S.Porto Alegre

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SANTA CATARINA (SC)GCJoaçaba

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ThijanJoinville

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SÃO PAULO (SP)AtalantaSão Paulo

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CofastSanto André

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CofecortAraraquara

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DirethaSão Paulo

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MaxvaleSão José dos Campos

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