OI Especial
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odebrecht informa [ 21 ]
I N F O R M AEDIÇÃO ESPECIAL • DEZEMBRO 2008 I N F O R M AEDIÇÃO ESPECIAL • DEZEMBRO 2008oDEBRECHT
APA DO PRATIGIIncubadora de Soluções para o Novo Milênio
FUNDAÇÃooDEBRECHT
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[ 18 ] odebrecht informa
[TEO] Tecnologia Empresarial Odebrecht
"Na Organização Odebrecht, sobreviver, crescer e perpetuar são sinônimos de responsabilidade social da empresa e, portanto, as palavras de ordem que seus integrantes devem levar à prática, para que se realizem como cidadãos exemplares das comunidades a que pertençam. E, ao sobreviver, crescer e perpetuar-se, a Organização poderá oferecer contribuições adicionais e permanentes às comunidades nas quais se insere."
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RESPONSÁVEL POR COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NA ODEBRECHT S.A.Márcio Polidoro
RESPONSÁVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA ODEBRECHT S.A.Karolina Gutiez
COORDENADORA NA FUNDAÇÃO ODEBRECHTMarta Castro
COORDENAÇÃO EDITORIALVersal Editores
EDITORJosé Enrique Barreiro
EDITOR EXECUTIVOCláudio Lovato Filho
EDITORA DE FOTOGRAFIAHolanda Cavalcanti
ARTE | PRODUÇÃO GRÁFICAMaria Celia Olivieri, Juliana Olivieri e Rogério Nunes
INFOGRAFIAAdilson Secco
PRÉ-IMPRESSÃO | IMPRESSÃOPancrom
Editada também em espanhol.Publicação para divulgação interna da Organização Odebrecht.Editada pela Odebrecht S.A.Tiragem: 1.000 exemplares
Agradecemos a todos os que colaboraram para a realização desta edição
NOSSA CAPA
Serra da Papuã, município de Ibirapitanga,
Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi
Foto de Almir Bindilatti
nesta edição
introduçãoModelo de desenvolvimento sustentável é a base da atuação da Fundação Odebrecht no Baixo Sul
entrevistaO fundador Norberto Odebrecht fala do combate à pobreza e da urgência da inclusão social produtiva
infográficoDesenvolvimento Sustentável no Baixo Sul da Bahia
capital humanoConhecimentos adquiridos nas Casas Familiares são transferidos pelo jovem para a família e a comunidade
capital ambientalConvivência sinérgica entre o ser humano e o meio ambiente é a principal meta
capital produtivoCadeias produtivas do palmito, da mandioca, da aqüicultura e da piaçava fomentam oportunidades de trabalho e renda
capital socialContribuição para que as comunidades exerçam sua cidadania
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www.od e b r e c h ton l i n e . c om . b r
ODEBRECHTI N F O R M A
FUNDAÇÃOODEBRECHT
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[ 2 ] odebrecht informa
Contínua evoluçãoCriada em 1965, a Fundação Odebrecht atua hoje no Baixo Sul da Bahia, contribuindo para a redução da carência e o aumento da inclusão social
texto Vivian Barbosa foto Eduardo Moody
[ Maria Antônia dos Santos, Cremilda dos Santos e Renilde dos Santos, integrantes da Cooperativa das Produtoras e Produtores Rurais da Área de Proteção Ambiental do Pratigi: capital produtivo ]
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odebrecht informa [ 3 ]
Quando nasceu, em 1965, a Fundação Odebrecht tinha uma missão: prover os integrantes
da Construtora Norberto Odebrecht dos benefícios que a Previdência Social não abrangia. O
desafio era oferecer às famílias dos “odebrechtianos” melhores condições de educarem seus
filhos de maneira digna, contribuindo assim para a formação das novas gerações.
Em alguns anos, a Instituição já custeava assistência médico-hospitalar, ambulatorial,
odontológica, farmacêutica, educacional e recreativa. O crescimento da Construtora exigiu
uma maior escala dos benefícios gerados. Em 1978, existiam 19 centros de apoio criados
para dar assistência aos operários em obras. Nesses centros, o integrante e seus dependen-
tes tinham acesso a cursos de alfabetização e profissionalização e podiam pleitear emprés-
timos para construção ou melhoria da casa própria.
Esta atuação continuou até o início da década de 1980, quando o Conselho de Cura-
dores direcionou as ações para questões de interesse público. Inteligências em todo o
Brasil foram mobilizadas por meio da instituição de prêmios e da promoção de debates
políticos e acadêmicos, cujas perspectivas eram ajudar o Governo a resolver problemas
sociais.
“Todo processo evolutivo vivido permitiu à Fundação Odebrecht desenvolver o espíri-
to do tempo, antevendo fatos, identificando tendências e ajustando-se a elas”, diz Norber-
to Odebrecht. Em 1988, uma importante decisão foi tomada: estimulada pelo desafio de
desenvolver metodologias e estratégias de intervenção social na comunidade, a Fundação
concentrou seu foco na juventude brasileira. Ao constatar o potencial juvenil como fonte
de liberdade, iniciativa e compromisso, coordenou diversos programas, em grandes centros
urbanos, que buscavam a melhoria da qualidade nas áreas de educação, trabalho, saúde,
cidadania e voluntariado.
No fim da década de 1990, a área de atuação passou a ser o Nordeste brasileiro, com
ênfase nas regiões de baixos índices de Desenvolvimento Humano e fora do eixo dinâmico
da economia nacional. Em 1999, a instituição desembarcou no Baixo Sul da Bahia, onde um
círculo vicioso de carência e exclusão social se perpetuava.
Maurício Medeiros, Presidente Executivo da Fundação Odebrecht, afirma que, na
busca de reversão desse quadro, não adiantava levar apenas educação rural de qualida-
de para os jovens. “Era preciso cuidar das nascentes dos rios, proteger a Mata Atlântica
e garantir um meio ambiente saudável”, explica. Segundo ele, também era necessário
oferecer oportunidades de trabalho digno e distribuição de renda justa, mostrando que
conservar é muito mais conveniente e rentável do que destruir. “E possibilitar que os
jovens e suas famílias tivessem acesso à justiça e pudessem exercer plenamente a sua
cidadania”, acrescenta.
O conjunto de iniciativas que compõem o Programa de Desenvolvimento Integrado
e Sustentável do Baixo Sul da Bahia, com foco na Área de Proteção Ambiental (APA) do
Pratigi, visa transformar a realidade socioeconômica dos que vivem nessa região. Ao todo,
13 projetos estão em andamento, contribuindo para a realização pessoal e profissional
de cerca de 900 jovens e suas famílias, nos lugares onde nasceram e querem viver. “O
resultado levará, certamente, à construção de um modelo de desenvolvimento sustentá-
vel passível de reaplicação em outras regiões da Bahia, do Brasil e do mundo”, conclui
Medeiros. o
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[ 4 ] odebrecht informa
"Todos os nossos assuntos são emergenciais"O combate à pobreza está no centro das atenções de Norberto Odebrecht, Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht. Particularmente, a pobreza do Baixo Sul da Bahia, onde a Fundação Odebrecht participa do Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável dessa região, formada por um mosaico de Áreas de Proteção Ambiental, mais conhecidas pela sigla APA. A APA do Pratigi, com 161 mil hectares (dos quais 63 mil são remanescentes da Mata Atlântica), é a maior delas, e a que tem recebido dedicação especial de Norberto Odebrecht, em esforço voltado para construir uma vida humana mais digna para as 83 mil pessoas que ali vivem.
Nessa luta, sua visão vai além do trabalho da Fundação e alcança toda a Organização Odebrecht: “Nossos empresários-parceiros realizam obras e viabilizam condições financeiras para que nossos clientes possam executar essas obras; precisamos incorporar a isso o desafio de contribuir para a organização social de regiões pobres em que atuamos, principalmente na América Latina e na África”.
Solicitado a desenhar seu futuro pessoal, Norberto Odebrecht revela que fez seu último Plano de Vida e Carreira em 1987 e que, agora, está às voltas com um novo plano, cujo marco é o ano de 2011. A partir daí, quer iniciar uma nova etapa de vida e trabalho, cujo roteiro prefere não antecipar. Não se furta, porém, a revelar o que planeja para a Fundação Odebrecht: “Estamos concluindo um modelo que nos capacitará a exportar tecnologia social para onde os líderes da Organização Odebrecht desejarem”. Faz questão de observar apenas um detalhe: “Mas sem abandonarmos o Nordeste”.
Nesta entrevista, ele fala sobre as bases que norteiam a atuação da Fundação Odebrecht no Baixo Sul da Bahia e revela a dramaticidade da exclusão que ali ocorre. Para enfrentar esse quadro, reivindica tratamento especial e urgente aos programas de inclusão social produtiva no Brasil: “Trabalhamos com a pobreza e suas perversas conseqüências, por isso todos os nossos assuntos são emergenciais”.
texto José Enrique Barreiro
foto Eduardo Moody
[ entrevista: norberto odebrecht ]
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odebrecht informa [ 5 ]
Odebrecht Informa – O documento “Rumo ao Futuro da APA do Pratigi”, do qual o sr. é um dos signatários, fala da necessidade de uma “vanguarda includente” no Brasil. Do que se trata?Norberto Odebrecht – Vanguarda Includente é uma expressão
que tomei de empréstimo ao professor Mangabeira Unger,
que hoje é Ministro de Estado. Refere-se a um grupo pioneiro,
precursor da inclusão social que o Brasil e todos os países
afetados pela pobreza estão a exigir.
OI – Já se pode perceber o trabalho desse grupo no Brasil?Norberto Odebrecht – Sim. O que estamos fazendo no Baixo
Sul da Bahia, por exemplo, é parte desse esforço. Há diversas
iniciativas acontecendo em outras regiões do país, protago-
nizadas por outras pessoas e entidades não-governamentais,
em associação com empresas privadas e o poder público,
cada uma com seu modelo, mas todas com o mesmo pro-
pósito.
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[ 6 ] odebrecht informa
OI – Qual propósito?Norberto Odebrecht – Fazer com que a vida humana futura
se torne mais digna. E para isso é preciso encontrar e cons-
truir um modelo de vida solidário, produtivo, no qual todos
estejam incluídos e justamente beneficiados; um modelo que
equilibre os recursos da natureza (água, solo, flora e fauna)
com as necessidades humanas e seus negócios.
OI – Qual a urgência disso?Norberto Odebrecht – Total e absoluta. Estamos falando de
combater a pobreza e os males dela decorrentes. E quando se
trata de pobreza, tudo é emergencial. Por isso, a vida humana
digna que almejamos depende de ações imediatas, iniciadas
hoje, agora. A pobreza, a ignorância, a fome e a exclusão tor-
nam a vida humana insustentável; transformam o homem,
por falta de alternativa, em um feroz predador ambiental.
Esta situação não pode persistir, precisa ser reconhecida
como emergencial, porque atinge a toda a humanidade e
toda vida no globo terrestre.
OI – E qual o caminho para transformar essa situação?Norberto Odebrecht – Nós, na Fundação Odebrecht, entende-
mos que o caminho é o do desenvolvimento harmônico dos
quatro capitais: o humano, o social, o produtivo e o ambien-
tal. Eles estão necessariamente articulados e não podem ser
pensados nem trabalhados de forma isolada. Para desenvol-
ver o capital humano, é preciso construir oportunidades
educativas, de modo que as pessoas possam se preparar para
a vida e para o trabalho e se tornar agentes de seu próprio
destino; o capital social se desenvolve por meio de organi-
zações solidárias e produtivas, que resultem em benefícios
justos e sem exclusão; já o capital produtivo, se bem estru-
turado, é capaz de gerar trabalho digno e renda justa de
forma contínua; e o domínio do capital ambiental permite a
compreensão e o respeito ao semelhante e ao meio ambiente,
que é o nosso maior patrimônio coletivo. A isso chamamos
Desenvolvimento Integrado e Sustentável.
OI – São quatro vertentes e todas elas bastante abrangentes. Onde está o foco do trabalho?Norberto Odebrecht – O foco está na unidade-família e sua
organização em cooperativas, permitindo à população eco-
nomicamente ativa, carente de trabalho produtivo, encon-
trar oportunidades de trabalho e renda.
OI – Por que exatamente esse foco?Norberto Odebrecht – No caso da família, porque é a célula
básica da convivência, da organização e da perpetuação
humanas. Nossa missão, desde que a Fundação Odebrecht
foi criada, em 1965, tem sido a de oferecer apoio às famílias
para que possam formar novas gerações estruturadas e pre-
paradas para crescer. No que diz respeito às cooperativas,
elas são a base do modelo de desenvolvimento sustentável
que promovemos.
OI – De que forma as cooperativas são a base desse modelo?Norberto Odebrecht – As cooperativas têm as melhores con-
dições de absorver os excluídos. São elas que “comandam o
espetáculo”, pois toda riqueza vem da produção. Se não há
capital produtivo gerando riqueza, todo o esforço seguinte
não se realiza, já que é preciso financiar as escolas e criar
as condições para evitar agressões à natureza. A chave de
tudo está nas cooperativas.
OI – De que forma as cooperativas podem evitar agressões à natureza?Norberto Odebrecht – No Brasil, as matas são derrubadas
diariamente. Sabe por quê? Porque o agricultor é pobre,
não tem condições de ganhar a vida de forma sustentável,
então sai destruindo matas nativas para plantar banana
e outras coisas. Mas isso, além de errado, é desnecessário,
pois temos plenas condições de construir oportunidades de
trabalho e de geração de renda que não agridam a natureza
e que se reproduzam em escala social.
"A vida digna que desejamos depende de ações imediatas, iniciadas hoje, agora"[ ]
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odebrecht informa [ 7 ]
OI – E a educação, de que modo está apoiando o desenvolvi-mento do capital produtivo no Baixo Sul?Norberto Odebrecht – A educação que promovemos está
voltada para a produção. Como disse antes, nosso foco está
nas cooperativas agrícolas e também nas aqüícolas (aliás,
uma das grandes chances do Brasil está na vastidão de suas
águas continentais). Por isso, a educação oferecida em nos-
sas Casas Familiares é mais prática que teórica; é associati-
vista e cooperativista, coerente com a vocação do Estado da
Bahia; é voltada para especializações técnicas; é valoriza-
dora do jogo ganha-ganha; e é voltada para valores éticos,
limites, deveres e direitos, ou seja, para a cidadania.
OI – E como essas cooperativas se inserem na economia?Norberto Odebrecht – Por meio de cadeias produtivas que
as integram com os setores secundário e terciário da econo-
mia. Ao incluírem famílias que antes não produziam – que
estavam excluídas, portanto, desse processo essencial da
vida humana digna –, as cooperativas trouxeram aquelas
famílias para a formalidade, o que permitiu sua inserção
articulada na economia. Nas cooperativas, os produtores
têm amparo técnico, jurídico e administrativo para produ-
zir as matérias-primas que levam ao consumidor final.
OI – E vendem para quem? Norberto Odebrecht – Esse era outro problema de exclusão
que eles enfrentavam: impedidos pelos atravessadores,
não conseguiam levar seus produtos ao consumidor final.
Tivemos que trabalhar em cima disso, para permitir que o
ciclo se completasse com a venda das matérias-primas ao
setor terciário sem a participação de intermediários – em
melhores condições, portanto, para os produtores. Hoje,
nossas cooperativas já vendem seus produtos diretamente
a lojas e redes varejistas de alimentos, como a Wal-Mart,
em âmbito nacional e mundial, e a Perini e a Ebal, no
mercado baiano.
OI – Vendem a matéria-prima em estado bruto?Norberto Odebrecht – Não, aí é que está. As cooperativas
estabeleceram parcerias com agroindústrias, e antes de
levar os produtos ao mercado, agregam valor a eles, quali-
ficando-os por meio de tecnologia de ponta e certificação.
O que fizemos foi promover uma aliança estratégica do
setor primário com o setor secundário, em um primei-
ro momento, e com o terciário no momento seguinte.
Assim, sem atravessadores, as cooperativas conseguem
colocar diretamente na mão do consumidor final produ-
tos certificados e corretos, seja do ponto de vista social
ou ambiental.
OI – Qual o seu sonho em tudo isso?Norberto Odebrecht – Meu sonho é a inclusão total, para
que se chegue à sustentabilidade desejada, integral, vital,
como a que vem sendo feita com os nossos assentamentos
agrários. Não sei se você sabe, mas há pouco tempo o
Ministro Luiz Marinho (ex-Ministro da Previdência Social)
visitou a APA do Pratigi, onde verificou as condições em
que se encontram as 262 famílias que ali assentamos. Ele
disse que quer levar lá o Presidente Lula, pois – palavras
dele – “nunca havia visto até então nenhum projeto de
assentamento com o apoio da iniciativa privada”. Ele
disse que faz questão de declarar isso.
OI – O sr. se sente de alguma forma gratificado pelo trabalho social que desenvolve?Norberto Odebrecht – Quem tem o espírito do tempo
não olha para si nem para trás: olha para a frente, aju-
da a preparar as gerações futuras, trabalha em equipe
para o bem da comunidade, não se sente melhor do
que ninguém. Entre nós, não existem heróis, apenas
gente que faz o que tem que ser feito hoje; gente que
sabe que o futuro não aceita e não perdoa protelações
nem omissões. o
"A educação que promovemos está voltada para a produção. Nosso foco está nas cooperativas"[ ]
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[ 8 ] odebrecht informa
Valença
TancredoNeves
Taperoá
Cairu
NiloPeçanha Nilo
PeçanhaItuberá
Ituberá
Igrapiúna Igrapiúna
DESENVOLVIMENTOINTEGRADO ESUSTENTÁVEL
CAPITALHUMANO
CAPITALSOCIAL
CAPITALAMBIENTAL
Consciênciaecológica
Confiança
Habilidades,competência econhecimentos
CAPITALPRODUTIVO
Oportunidadesde trabalho
e renda
Tecnologia
Recursosambientais
Cidadania
Piraí doNorte
Piraí doNorte
Ibirapitanga Ibirapitanga
11municípios
270 milhabitantes
APA do GuaibimAPA Caminhos Ecológicosde Boa EsperançaAPA do Tinharé–BoipebaAPA do PratigiAPA da Baía de CamamuCorredor Central daMata Atlântica
Maraú
Valença
TancredoNeves
Taperoá
Cairu
NiloPeçanha
Ituberá
Igrapiúna
Camamu
Ibirapitanga
Maraú
ValençaTancredo
Neves
Taperoá
Cairu
NiloPeçanha
Ituberá
Igrapiúna
CamamuIbirapitanga
CAPITAL PRODUTIVO791 beneficiários diretos3.146 beneficiários indiretosCoopatanCooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo NevesCoopemarCooperativa Mista de Marisqueiros, Pescadores e Aquicultores do Baixo Sul da BahiaCooprapCooperativa das Produtoras e Produtores Ruraisda Área de Proteção Ambiental do PratigiCoopalmCooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul
CAPITAL HUMANO1.198 beneficiários diretos
4.673 beneficiários indiretosCFR
Casa Familiar Rural dePresidente Tancredo Neves
CFMCasa Familiar do Mar
Casa Jovem
CFRCasa Familiar Rural
de IgrapiúnaCFAF
Casa Familiar Agroflorestal
CAPITAL SOCIALmais de 245 mil atendimentos
IDCInstituto Direito e Cidadania
CAPITAL AMBIENTALOCT
Organização de Conservação de TerrasMaraú
Itacaré
BarraGrande
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOATLÂNTICO
Baía deTodosos Santos
BR 10
1
BA 250
BA 0
01
BA 0
01BA
001
BA 650
Itaparica
Salvador
Ilhéus
Rio de Contas
Rio Jequiriçá
Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi
SINERGIA ENTRE OS CAPITAIS
Remanescentes de mata atlântica (em hectares)
Educação de qualidade, adaptada à realidade do campo, nas quatro Casas Familiares e na
Casa Jovem
Consolidação de corredores ecológicos e recuperação de matas ciliares e nascentes, liderados pela Organização de Conservação de Terras (OCT)
Disponibilização de conhecimento e tecnologia à comunidade.
Promoção do desenvolvimento sustentável por meio
do cooperativismo.
Democratização do acessoà justiça e educação para a cidadania. Estruturação e fortalecimento das organizações sociais.
93.000
63.000
População residente: 83.500
1970 2008BA
GO
DF
TO
MG
ES
PEAL
PI
SE
Piraí doNorte
INSTITUIÇÕES INTEGRADORASIdesInstituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da BahiaAgirAssociação Guardiã da APA do Pratigi
Núcleo de Estudos e Práticas em Governança Participativa e Desenvolvimento ComunitárioParceria com a ONU
Desenvolvimento Sustentável no Baixo Sul da Bahia
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odebrecht informa [ 9 ]
Valença
TancredoNeves
Taperoá
Cairu
NiloPeçanha Nilo
PeçanhaItuberá
Ituberá
Igrapiúna Igrapiúna
DESENVOLVIMENTOINTEGRADO ESUSTENTÁVEL
CAPITALHUMANO
CAPITALSOCIAL
CAPITALAMBIENTAL
Consciênciaecológica
Confiança
Habilidades,competência econhecimentos
CAPITALPRODUTIVO
Oportunidadesde trabalho
e renda
Tecnologia
Recursosambientais
Cidadania
Piraí doNorte
Piraí doNorte
Ibirapitanga Ibirapitanga
11municípios
270 milhabitantes
APA do GuaibimAPA Caminhos Ecológicosde Boa EsperançaAPA do Tinharé–BoipebaAPA do PratigiAPA da Baía de CamamuCorredor Central daMata Atlântica
Maraú
Valença
TancredoNeves
Taperoá
Cairu
NiloPeçanha
Ituberá
Igrapiúna
Camamu
Ibirapitanga
Maraú
ValençaTancredo
Neves
Taperoá
Cairu
NiloPeçanha
Ituberá
Igrapiúna
CamamuIbirapitanga
CAPITAL PRODUTIVO791 beneficiários diretos3.146 beneficiários indiretosCoopatanCooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo NevesCoopemarCooperativa Mista de Marisqueiros, Pescadores e Aquicultores do Baixo Sul da BahiaCooprapCooperativa das Produtoras e Produtores Ruraisda Área de Proteção Ambiental do PratigiCoopalmCooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul
CAPITAL HUMANO1.198 beneficiários diretos
4.673 beneficiários indiretosCFR
Casa Familiar Rural dePresidente Tancredo Neves
CFMCasa Familiar do Mar
Casa Jovem
CFRCasa Familiar Rural
de IgrapiúnaCFAF
Casa Familiar Agroflorestal
CAPITAL SOCIALmais de 245 mil atendimentos
IDCInstituto Direito e Cidadania
CAPITAL AMBIENTALOCT
Organização de Conservação de TerrasMaraú
Itacaré
BarraGrande
OCEANOATLÂNTICO
OCEANOATLÂNTICO
Baía deTodosos Santos
BR 10
1
BA 250
BA 0
01
BA 0
01BA
001
BA 650
Itaparica
Salvador
Ilhéus
Rio de Contas
Rio Jequiriçá
Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi
SINERGIA ENTRE OS CAPITAIS
Remanescentes de mata atlântica (em hectares)
Educação de qualidade, adaptada à realidade do campo, nas quatro Casas Familiares e na
Casa Jovem
Consolidação de corredores ecológicos e recuperação de matas ciliares e nascentes, liderados pela Organização de Conservação de Terras (OCT)
Disponibilização de conhecimento e tecnologia à comunidade.
Promoção do desenvolvimento sustentável por meio
do cooperativismo.
Democratização do acessoà justiça e educação para a cidadania. Estruturação e fortalecimento das organizações sociais.
93.000
63.000
População residente: 83.500
1970 2008BA
GO
DF
TO
MG
ES
PEAL
PI
SE
Piraí doNorte
INSTITUIÇÕES INTEGRADORASIdesInstituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da BahiaAgirAssociação Guardiã da APA do Pratigi
Núcleo de Estudos e Práticas em Governança Participativa e Desenvolvimento ComunitárioParceria com a ONU
Desenvolvimento Sustentável no Baixo Sul da Bahia
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[ 10 ] odebrecht informa
Teoria e prática emequilíbrio Casas Familiares, alicerçadas no modelo educacional da Pedagogia da Alternância, fortalecem o capital humano do DIS Baixo Sul
texto Vivian Barbosa foto Eduardo Moody
[ Camila Ventura e João David Madureira: multiplicadores de conhecimento ]
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odebrecht informa [ 11 ]
Há pouco mais de um ano, Camila Ventura, de 20 anos,
fez parte do grupo de 35 jovens que seriam selecionados
para ingressar na Casa Familiar do Mar (CFM) de Cairu,
município do Baixo Sul da Bahia. A expectativa era gran-
de: “Acreditava que esta oportunidade me traria desen-
volvimento profissional e pessoal”, ela relembra.
O sonho de Camila era melhorar a vida da mãe e
da avó, com quem mora, e contribuir de alguma manei-
ra para o crescimento de sua comunidade. Atualmente,
Camila divide o tempo entre os projetos sociais que re-
aliza em Barra dos Carvalhos, no município baiano de
Nilo Peçanha, onde nasceu e cresceu, e as aulas teóri-
cas e práticas oferecidas pela CFM. “Passo uma semana
em regime de internato e duas na minha propriedade,
aplicando o que aprendi com o acompanhamento de
monitores”, orgulha-se.
O modelo educacional de origem francesa, cha-
mado Pedagogia da Alternância, permite que os conhe-
cimentos adquiridos na Casa Familiar sejam transferi-
dos para a família e a comunidade, introduzindo novos
padrões de qualidade e produtividade nos cultivos. “Já
estudamos sobre ecossistemas costeiros, cooperativis-
mo, horticultura, criação de moluscos e elaboração de
projetos sociais. Estamos ansiosos para iniciar as aulas
de artesanato nos próximos meses”, revela Camila.
Além da CFM, outros três projetos com a mesma
metodologia de ensino – as Casas Familiares Rural de
Presidente Tancredo Neves, Agroflorestal de Nilo Peça-
nha e Rural de Igrapiúna – fortalecem o capital huma-
no dentro do Programa DIS Baixo Sul.
Cerca de 270 jovens estão sendo formados como
agentes do desenvolvimento local, aprendendo a ter vi-
são empresarial e sendo estimulados a atuar como pro-
tagonistas de seu destino.
Colega de Camila, João David Madureira, 20 anos,
afirma que sempre realizou ações sociais no Galeão,
distrito de Cairu, onde mora com seus pais. “Mas as
iniciativas eram isoladas e eu não tinha real noção do
benefício que estava proporcionando. Com o aprendiza-
do obtido, minha visão hoje é mais aguçada e consigo
fazer planejamentos com mais eficiência”, diz João. Ele
fundou e apóia o grupo de teatro Essenciart, além de
coordenar um projeto de reflorestamento que já atrai
estrangeiros interessados na prática do turismo ecológi-
co. “Estou na CFM para adquirir conhecimentos e levá-
los para minha comunidade. Diariamente, sou cons-
cientizado desse importante papel”, destaca.
Nas Casas Familiares, a educação se realiza pelo
trabalho e é adaptada à realidade do campo. Aprende-
se geometria a partir do cálculo da área de plantações,
ou geografia por meio da análise dos diferentes tipos
de solo. “Ao ingressar na Casa, não compreendia por
que a Fundação Odebrecht investia em iniciativas de
apoio à juventude. Hoje, percebo que a instituição acre-
dita em nosso potencial e que não nos falta talento.
Apenas, oportunidades”, defende João.
Escola-modeloO complexo educacional Casa Jovem, no municí-
pio de Igrapiúna, completa o núcleo de ações que le-
vam educação de qualidade para o campo. É formado
pela Escola Municipal Casa Jovem, em parceria com a
prefeitura local, e o Colégio Estadual Casa Jovem, admi-
nistrado em conjunto pela Organização da Sociedade
Civil (Oscip) Casa Jovem e a Secretaria da Educação do
Estado da Bahia. Atende cerca de mil crianças, jovens e
adultos, oferecendo aulas do Ensino Fundamental ao
Ensino Médio.
A Casa Jovem utiliza o método tradicional de en-
sino e estrutura-se para ser um modelo de educação pú-
blica na região do Baixo Sul, com enfoque na formação
profissionalizante.
Por meio da Oscip, e com o apoio da Fundação
Odebrecht, os professores estão tendo acesso a cursos
que promovem o desenvolvimento de uma tecnologia
educacional orientada para as necessidades da popu-
lação rural.
“Estamos contribuindo para que os jovens possam se
fixar nos lugares onde nasceram e querem viver”, salien-
ta Liliana Leite, Diretora do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável do Baixo Sul da Bahia (Ides), responsável por
coordenar e integrar projetos ligados aos capitais humano
e social do DIS Baixo Sul. “No futuro, eles constituirão fa-
mílias estruturadas e sólidas, que poderão promover ver-
dadeiras mudanças sociais, políticas e econômicas onde
quer que estejam”, acredita a diretora. o
1059_ENCARTE_PORT.indd 11 12/9/08 8:32:54 PM
[ 12 ] odebrecht informa
Um esforço pelas próximas geraçõesAPA do Pratigi é o foco da ação do Programa DIS Baixo Sul
texto Vivian Barbosa foto Almir Bindilatti
[ Fernanda da Silva: missão de
conscientizar ]
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odebrecht informa [ 13 ]
O Baixo Sul da Bahia é uma das áreas de maior
biodiversidade do Brasil. Sua riqueza natural tem atraído
olhares de especialistas e instituições de todo o mundo.
É nessa região que foi implantado o primeiro centro de
pesquisas localizado em zona rural apoiado pela Organi-
zação das Nações Unidas (ONU) em parceria com a Funda-
ção Odebrecht: o Núcleo de Estudos e Práticas em Gover-
nança Participativa e Desenvolvimento Comunitário.
O território do Baixo Sul chegou a estar entre os
mais importantes do país, abrigando, há cerca de 100
anos, o maior pólo da indústria têxtil nacional. Apesar de
esquecido pelos livros de história, sempre foi lembrado
pelas suas magníficas paisagens e pelo valor de seus re-
cursos hídricos, flora e fauna.
Ao todo, 615.600 hectares, divididos em 11 municí-
pios, compõem o Baixo Sul da Bahia, que integra ainda
cinco áreas de proteção ambiental (APA), algumas delas
associadas ao Corredor Central da Mata Atlântica. So-
mente a APA do Pratigi reúne 63 mil hectares de rema-
nescentes.
“Esse número, porém, já foi muito maior. O tra-
balhador do campo, sem condições de se sustentar com
dignidade, destrói a mata para desenvolver agricultura e
pecuária”, observa Fernanda da Silva, egressa do projeto
Casa Familiar Rural (CFR) sediado em Presidente Tancre-
do Neves. Estima-se que, em 1970, a área de Mata Atlânti-
ca preservada fosse 48% maior.
Aos 19 anos, Fernanda acredita que, se todos fizerem
sua parte, essa realidade pode mudar. Depois de passar
três anos em formação na CFR, Fernanda transformou-se
não apenas em uma agente do desenvolvimento de sua
comunidade. “Hoje, sou uma defensora da natureza. Mi-
nha missão é levar essa consciência para aqueles que es-
tão sendo beneficiados pela Casa”, diz. Ela desenvolve um
projeto de educação ambiental com cerca de 30 jovens.
Em conjunto, eles analisam, diagnosticam e propõem so-
luções ecologicamente corretas para os cultivos realiza-
dos nas pequenas propriedades de suas famílias.
Todo esforço é válido quando o assunto é garantir
às próximas gerações o direito a um meio ambiente sau-
dável. Segundo o ambientalista Rui Rocha, professor da
Universidade Estadual de Santa Cruz (BA) e Diretor do
Instituto Floresta Viva, centenas de clareiras na mata são
visíveis em um rápido sobrevôo pela APA do Pratigi. “O
desmatamento está associado a uma agricultura itine-
rante. Os roçados são pequenos, mas se espalham pelas
serras, afetando as nascentes dos rios.”
Foco da ação do Programa DIS Baixo Sul, a APA do
Pratigi foi constituída em abril de 1998, na época cobrin-
do apenas a faixa litorânea. Em novembro de 2001, sua
poligonal foi alterada passando a incluir os vales e cor-
dilheiras, transformando-a na única APA no Brasil a en-
volver um ecossistema das nascentes ao estuário. A Asso-
ciação Guardiã da APA do Pratigi (Agir), Organização da
Sociedade Civil (Oscip) apoiada pela Fundação Odebrecht,
é o instrumento de integração social entre as comunida-
des deste território e de coordenação de atividades com
foco na promoção do desenvolvimento sustentável.
Nessa APA convivem, em harmonia, cerca de 450
diferentes espécies florestais. “A proposta do uso ade-
quado desses recursos naturais evidencia necessidades
relativas à geração de trabalho e renda justa para sua po-
pulação”, afirma Joaquim Cardoso, Presidente do Con-
selho da Organização de Conservação de Terras (OCT),
Oscip também parceira da Fundação Odebrecht. “Algu-
mas estratégias já estão em execução, como a criação de
lagos para produção de peixes, o que pode aumentar a
renda de cada agricultor. Também estamos implantando
corredores ecológicos e recuperando as matas ciliares e
nascentes”, reforça Cardoso. Para geração de receita, es-
tão sendo realizados estudos para o aproveitamento do
potencial hidrelétrico da região por meio da produção
de energia limpa e renovável.
Interligando essas ações, a Estrada-Parque é o elo
dos três ecopolos que compõem a APA do Pratigi. Resul-
tante de caminhos históricos usados desde os jesuítas,
na segunda metade do século XVI, a Estrada-Parque
tem sua conservação e ampliação sendo realizada em
parceria com o Governo da Bahia. “Representa a infra-
estrutura básica de comunicação e geração de riquezas,
permitindo a integração do homem e seus negócios”, ga-
rante Cardoso.
O que move todas essas iniciativas pode ser resumi-
do em uma palavra: equilíbrio. Estabelecer a convivência
sinérgica entre o ser humano e o meio ambiente é a prin-
cipal meta que se sonha alcançar. o
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Ações de fortalecimento das famílias de agricultores são o caminho para assegurar a sustentabilidadetexto Vivian Barbosa foto Eduardo Moody
Apoio essencial a quem produz
[ Tatiane Moreno (à direita) com agricultores: "Somos a conexão entre o produtor, no campo, e a Coopalm" ]
“Ah! Ela é como se fosse da família”. A frase é dita de
maneira bem-humorada pelo agricultor Artur de Souza. A
cada dois meses, ele abre as portas de sua casa, na comuni-
dade de Paratapas, no município baiano de Camamu, para
receber a jovem Tatiane Moreno, da Cooperativa de Produ-
tores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm). Artur
responde às perguntas feitas por Tatiane que acompanha
e avalia seu trabalho junto à cooperativa e recolhe suges-
tões. “Ela também descobre quais as necessidades da minha
família e nos orienta até sobre como e onde conseguir um
CPF”, diz o agricultor.
Nascida em Camamu, Tatiane, 26 anos, é graduada
em Administração de Empresas e ajudou a implantar, em
2005, o Serviço de Atendimento ao Cooperado (SAC) da Coo-
palm. A cooperativa, integrada ao Programa DIS Baixo Sul,
lidera a Cadeia Produtiva do Palmito na região. “Somos a co-
nexão entre o produtor, no campo, e os diversos setores da
Coopalm”, explica Tatiane. Antes desse desafio, a jovem, aos
19 anos, já participava de projetos apoiados pela Fundação
Odebrecht, que, na época, coordenava o Programa Aliança
com o Adolescente.
Pelo segundo ano consecutivo, o SAC realiza ações vol-
tadas às famílias dos cooperados. Paulo, Rafaela, Manoela e
Samuel Souza, quatro dos sete filhos de Artur, participam
do Meta Jovem e estão recebendo aulas de informática. “Fo-
camos nosso trabalho nos jovens porque acreditamos que
eles serão os motores da sustentabilidade de seus pais. O ob-
jetivo maior é fortalecer a unidade-família”, afirma Tatiane.
“Ao fim da formação, esses jovens terão a responsabilidade
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odebrecht informa [ 15 ]
de passar seus conhecimentos para a comunidade, atuan-
do como multiplicadores”, conclui.
Aos 17 anos, Manoela se sente orgulhosa em partici-
par de uma iniciativa que defende a valorização da famí-
lia, crença de que ela mesma compartilha: “Lutamos mui-
to para que nossa vida melhore. Tatiane sempre despertou
em nós o desejo de trabalharmos unidos, pois assim pode-
remos crescer a cada dia”, declara.
Um novo cicloOutras três cadeias produtivas fomentam oportunida-
des para geração de trabalho e renda no DIS Baixo Sul: aqüi-
cultura, mandioca e piaçava. Ao todo, reúnem 791 coopera-
dos, beneficiando, indiretamente, mais de 3.100 pessoas.
A estratégia adotada visa impulsionar as três etapas
da cadeia produtiva. No setor primário, o agricultor fami-
liar, organizado em cooperativa, tem acesso às novas tec-
nologias, que lhe garantem sucesso na quantidade e na
qualidade de seu cultivo. No secundário, uma indústria
de beneficiamento agrega valor ao produto que segue
para as prateleiras do supermercado. Ocorre a articula-
ção com um parceiro varejista (setor terciário), respon-
sável por aproximar o pequeno produtor do consumidor
final. Este último contribui, com seu poder de compra,
para a geração de renda justa e direta ao cooperado.
“Produzimos e sabemos quanto vamos ganhar no
fim do mês”, afirma Cremilda dos Santos, 39 anos, mo-
radora da comunidade de Lagoa Santa, em Ituberá. Há
dois anos, ela faz parte da Cooperativa das Produtoras
e Produtores da Área de Proteção Ambiental do Pratigi
(Cooprap) e garante uma renda extra de R$ 300,00 com
a produção de peças à base de fibra da piaçava. “Criamos
bolsas, bandejas e porta-pão. Durante o dia, trabalho na
roça. À noite, com a luz do candeeiro, faço artesanato”,
diz ela.
A motivação de Cremilda com suas novas conquis-
tas é tamanha, que ela voltou a estudar. Hoje, cursa a
quarta série do Ensino Fundamental. Ela também con-
vidou a prima, Maria dos Santos, para ser sua pupila na
campanha “Adote um Cooperado”. Como a demanda por
peças tem sido crescente, os associados são incentivados
a divulgar o trabalho da Cooprap e atrair mais pessoas
interessadas em aprender a técnica.
Questionada sobre sua idade, dona Maria, como é
chamada pelas vizinhas, responde que passou dos 60: “A
cabeça já não dá conta”, brinca. Ela ainda utiliza a enxa-
da como principal instrumento de trabalho, plantando
hortaliças no quintal de casa. Está nas primeiras agulha-
das de sua atividade como artesã. “Espero aprender mui-
to bem esse ofício. Quero abandonar o dia-a-dia pesado e
viver apenas do artesanato. Meu corpo está pedindo esse
descanso. E meu coração também”, desabafa. o
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O perfil questionador de Décio Carvalho, 25 anos, intri-
ga quem não o conhece bem. “Já ouvi dizer que sou do con-
tra, mas acredito que há vantagens em buscar vários pontos
de vista quando temos que avaliar algo.” O jovem afirma
não se contentar em apenas vivenciar fatos: ele deseja enten-
der profundamente o mundo à sua volta, movido por uma
sede de conhecimento inesgotável.
Nascido no município de Ituberá, região do Baixo Sul
da Bahia, Décio, aos 18 anos, já ajudava no sustento da famí-
lia. Achava sua rotina difícil, mas sabia que pessoas próximas
sofriam carências mais complexas. Quando, em 2000, parti-
cipou do Projeto Conhecendo o Baixo Sul, passou a conviver
com essa outra realidade. De comunidade em comunidade,
ele e outros 200 jovens voluntários aplicavam questionários
para estabelecer um diagnóstico das condições socioeconô-
micas da região. A iniciativa, coordenada pela Fundação Ode-
brecht, também proporcionava aos participantes noções de
cidadania.
Na época, foi detectado um grave quadro de falta de
saneamento e educação de qualidade. Cerca de 30% da popu-
lação não tinham sequer registro civil. Faziam parte de um
Brasil sem nome. “Os jovens que participaram desta ação
saíram motivados e conscientes dos desafios que o territó-
rio enfrentava. Passamos a perceber o papel que deveríamos
desempenhar para mudar esse contexto”, relata Décio, que
adotou como objetivo de vida lutar por políticas públicas
para a juventude do Baixo Sul.
“Toda essa experiência contribuiu para me trans-
formar no cidadão que sou. Aprendi a me conectar com os
diferentes meios e fontes de informação. Quando faço algo,
estou verdadeiramente comprometido com a causa”, revela.
Atualmente, a maturidade e profissionalismo de Décio estão
a serviço do Instituto Direito e Cidadania (IDC), Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público, responsável pelo fo-
mento ao capital social dentro do Programa DIS Baixo Sul. O
trabalho de Décio está associado à área de Educação para Ci-
dadania, cujo foco é a capacitação de Conselhos Municipais
e Tutelares.
Criado em 2002, o IDC já alcançou a marca de 245 mil
atendimentos, entre emissão de documentação civil, regula-
rização fundiária, mediação de conflitos e orientações jurí-
dicas. “Nossa missão é contribuir para que a população exer-
ça plenamente sua cidadania e assim possamos construir
uma sociedade mais justa e solidária”, explica Décio. Em
2008, a instituição alcançou duas importantes conquistas.
A primeira foi a implantação do Portal da Cidadania, com
o apoio da Controladoria-Geral da União/Bahia, um centro
de referência que orienta a população para o exercício da
cidadania. A segunda, marcada pela inauguração do Pon-
to Cidadão, no dia 26 de julho, no município de Presidente
Tancredo Neves. Resultado da parceria entre o Governo da
Bahia e a Prefeitura Municipal, o Ponto Cidadão é um posto
avançado para requisição e entrega de documentação civil,
até então facilitada pelo IDC. Documentos que levavam en-
tre 60 e 90 dias para ficarem prontos serão entregues em até
duas semanas.
“Estou feliz por estar participando desse momento da
história do IDC”, afirma Décio. “Estamos trabalhando para
a disseminação da democracia participativa e os jovens têm
um papel fundamental nesse processo. Precisamos deixar
de vê-los como meio, como aqueles que serão o futuro. So-
mos o presente e podemos fazer a diferença hoje.” o
[ Décio Carvalho, do IDC, e
Conselheiros Tutelares: consciência
de seu papel social ]
Jovem com uma causaEducação para a cidadania fomenta capital social no Baixo Sul
texto Vivian Barbosa foto Almir Bindilatti
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