OI 161 pt2
description
Transcript of OI 161 pt2
# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012
ESPORTESA força transformadora
de uma paixão universal
II informa
1º lugar – celularAnderson Munhoz
2º lugar – máquinaLauren Pereira
3º lugar – celularFrancisco da Cunha Melo
1informa
Ao lado, fotos que receberam menções honrosas, de autoria de (a partir do alto, à esquerda, no sentido
horário) Olavo de Pinho, Lauren Pereira, Alex
Vasconcellos da Silva Guedes e Juliano de
Paula Santos
NeStAS PáGiNAS, AS iMAGeNS VeNCedOrAS dO CONCurSO eSPOrte eM FOCO, PrOMOVidO POr OdebreCht iNFOrMA
2º lugar – celularJosé Marcelo Arruda de Oliveira
3º lugar – máquinaerick Marcel Carvalho
1º lugar – máquinaCarolina Almeida de Souza
informa
Edição online Acervo online
> O Programa de Caminhada e Corrida da Braskem, em São Paulo, mostra que não é preciso ser atleta profissional para manter hábitos saudáveis.
> O Clube de Corrida e Saúde Braskem em Ca-maçari (BA) e Paulínia (SP) tem como objetivo melho-rar a qualidade de vida dos integrantes da empresa.
> Conheça as histórias por trás das fotos vencedoras do concurso Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa.
> Casamento coletivo na Arena Corinthians: trabalhadores que ajudam a construir o estádio da abertura da Copa de 2014 e seus cônjuges formalizam a união
> Acesse as edições anteriores de Odebrecht Informa, desde a número 1, e faça o download do PDF completo da revista.
> Relatórios Anuais da Odebrecht desde 2002.
> Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev).
www.odebrechtonline.com.br
> Você pode acessar o conteúdo completo desta edição em htML ou em PdF
# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012
ESPORTESA força transformadora
de uma paixão universal
informa 3
Videorreportagem Blog
> Siga Odebrecht Informa pelo twitter @odbinforma e saiba das novidades imediatamente.
> Comente os textos do blog e participe enviando suges-tões para a redação.
> Conheça três dicas de leitura sobre desenvolvimento sustentável.
> A Organização Odebrecht é eleita uma das “50 empresas do bem” pela revista Isto é Dinheiro.
> Rio+20: plástico verde fabricado pela Braskem contribui para a discussão sobre sustentabilidade.
www.odebrechtonline.com.br > Leia Odebrecht informa no seu tablet e no seu smartphone.> reportagens, artigos, vídeos, fotos, animações e infográficos.
> Conheça os detalhes da construção da Arena Corinthians e da reforma do Maracanã, palcos, respectivamente, do jogo de abertura e da final da Copa do Mundo de 2014.
> Arena Fonte Nova e Arena Pernambu-co: inovação tecnológica e reaprovei-tamento de recursos fazem dos dois empreendimentos bons exemplos de engenharia sustentável.
> No interior de Pernambuco, a reforma do Salgueirão, estádio do Salgueiro Esporte Clube, promete esquentar os clássicos da Série B do Brasileirão.
> No Rio de Janeiro, o projeto Porto Ma-ravilha, que deverá se tornar um dos principais legados das Olimpíadas de 2016, possibilita descobertas arqueo-lógicas da época do Brasil Colônia.
> A PRESERvAçãO DO CONhECIMENtO
Núcleo da Cultura Odebrecht (NCO): uma visão histórica dos resultados alcançados pela Organização Odebrecht
4 informa
#161
Conheça a história de integrantes da Organização que têm o esporte na cabeça e no coração – o tempo todo
Carlos José Cunha e o desafio de liderar a SuperVia em uma obra “permanente”, que atenderá 1 milhão de pessoas em 2016
Obras no Rio de Janeiro preparam a cidade para receber as Olimpíadas de 2016. E para muito mais
Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht ajuda a realizar o sonho de jovens atletas – e de um país inteiro
Vila dos Atletas, no bairro Ilha Pura, em execução na Barra da Tijuca, abrigará os heróis olímpicos no Rio em 2016
Projeto apoiado pela ETH ajuda a formar atletas que também são craques na sala de aula
Benedicto Junior fala da Copa de 2014, das Olimpíadas de 2016 e do legado do aumento da autoestima do povo brasileiro
Concurso fotográfico: integrantes da Odebrecht saem às ruas em busca de belas imagens do esporte
Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco veem nascer (ou renascer) quatro arenas que serão motivo de orgulho para o país
American Airlines Arena, em Miami, contruída pela Odebrecht e inaugurada em 1999, é a casa da equipe campeã da NBA em 2012
8
14
16
26
28
31
34
39
42
54
Capa: Praticante de vôlei na Ilha do Cabo, em Luanda. Foto de Guilerme Afonso
5informa 5
ESPORTES58
62
66
72
78
82
86
88
Memória: as inestimáveis lições proporcionadas pelos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro
Veja de que forma as matérias-primas petroquímicas estão presentes no futebol e em muitas outras modalidades esportivas
Iniciativas com a participação da Braskem fazem do esporte uma ponte para a cidadania
Nas praias e nas ruas de Angola, uma nação dá provas cotidianas de seu amor pelo esporte
Abrindo Espaços: jovens de Macaé, no litoral fluminense, têm apoio para superar situações de risco social
Foz Águas 5: uma concessionária com uma missão fundamental no contexto das Olimpíadas
Corrida e Caminhada Odebrecht: um estímulo (cada vez mais bem recebido) para a prática de hábitos saudáveis
Marco Aurélio Fonseca escreve sobre o esporte como ferramenta de desevolvimento e inclusão social
No mapa, estão indicados em branco os países e os estados brasileiros onde são realizados os projetos e programas retratados nesta edição de Odebrecht Informa e onde vivem e trabalham as pessoas que protagonizam as reportagens
6 informa
EDITORIAL
Cada vez melhor
itius, altius, fortius. Mais rápido, mais alto (ou mais longe), mais forte. O lema olímpico ensina, inspira e incentiva: é preciso ir sempre além e superar os limites. É uma verdade que se aplica não apenas aos atletas, os heróis olímpicos, mitos de carne e osso que emocionam o mundo a
cada quatro anos. Ela vale também, ou principalmente, para as cidades que re-cebem os jogos e, mais ainda, para as pessoas que tornam essas cidades aptas a sediar aquele que é o evento esportivo mais importante do planeta, como será o caso do Rio de Janeiro em 2016. Sim, o Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa – recém eleita pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade na categoria Paisagem Cultural Urbana –, está seguindo o lema olímpico ao pé da letra. A capital do estado fluminense passa por obras de infraestrutura – sobretudo no Centro e na Zona Oeste – que a colocarão em plenas condições de se tornar o centro mundial do esporte em 2016. Mas, na verdade, é muito mais que isso. Citius, altius, fortius. Os projetos em andamento no Rio de Ja-neiro tornarão a cidade apta a alcançar algo ainda mais importante que sediar os Jogos Olímpicos: com os empreendimentos ora em execução, a cidade proporcio-nará à sua população um extraordinário ganho de qualidade de vida, resultado do surgimento de avançadas soluções nas áreas de mobilidade urbana e habitação, por exemplo. É o que se define como legado.Antes, porém, o Rio e outras 11 capitais brasileiras serão palco de um aconteci-mento que está no mesmo patamar de importância e visibilidade das Olimpíadas: a Copa do Mundo. Em 2014, 32 países representados por suas seleções de futebol estarão em território brasileiro para disputar a supremacia do esporte mais popu-lar do mundo. A reforma do legendário Estádio do Maracanã e a construção das arenas Corinthians, Fonte Nova e Pernambuco são destaques entre as obras que prepararão o país para receber o maravilhoso torneio do beautiful game organi-zado pela Fifa. E muito mais: essas novas arenas proporcionarão novos espaços multiuso, que servirão ao esporte e também à arte, à cultura e ao entretenimento. E ainda: poderão contribuir para o nascimento de uma nova mentalidade na ges-tão do futebol brasileiro. Legado.Nesta edição de Odebrecht Informa, você lerá sobre tudo isso e também sobre os projetos que têm o esporte como instrumento de fortalecimento da cidadania. Sa-berá de que forma uma quantidade cada vez maior de pessoas está conseguindo tornar o esporte parte de sua vida cotidiana – não como uma obrigação, mas como uma grande paixão. Nas páginas a seguir, enfim, você conhecerá histórias de pes-soas, empresas, cidades e países que acreditam no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, atius, fortius. Sempre.
Boa leitura.
“Nas páginas a seguir, você
conhecerá histórias de pessoas,
empresas, cidades e países que acreditam
no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, altius, fortius.
Sempre”
C
8 informa
APAIxONADOS PElO
esportetexto João Marcondes
8sporte é saúde. E obsessão, amor, arte,
ciência, raciocínio, terapia, meditação,
trabalho. É um jogo. É paixão também.
Nesta reportagem, Odebrecht Informa
conta a história de integrantes de duas
empresas da Organização (Braskem e Odebrecht In-
fraestrutura) que fazem do esporte, acima de tudo,
um estilo de vida. São enredos de tombos e medalhas.
E exemplos de quem quer tornar o mundo um lugar
mais aprazível para viver.
De Itapuã ao HavaíA relação de Kleber Batinga com o surfe nasceu por
uma feliz casualidade. Quando garoto, no início dos
anos 70, ele costumava concorrer, em companhia de
uma amiga, na Gincana da Primavera, em Salvador. A
menina tinha três irmãos surfistas ciumentos que até
hoje são seus amigos. Um dia, na praia do havaizinho,
na Pituba, eles o convidaram a subir em uma prancha,
mas “esqueceram” de passar a parafina (que dá a
aderência). Resultado: tombo atrás de tombo. A brin-
cadeira apenas estimulou Kleber a continuar. “Quando
consegui me firmar, nunca mais parei.” Quarenta anos
depois e com muitos títulos brasileiros e baianos na
bagagem, ele é hoje um dos mais antigos e queridos
surfistas e remadores de Salvador.
Carioca de nascimento, baiano por adoção, enge-
nheiro de profissão, suas paixões são a família, o tra-
balho e o mar. Costuma olhar serenamente para as
cores verde e azul do mar de Itapuã e se inspirar para
E
9informa
esporte Surfe, xadrez, vôlei, remo, corrida, natação, maratona, tênis de mesa, motociclismo. Integrantes de vários pontos do país falam de seu fascínio pela prática esportiva
mais um passeio de SUP (Stand-Up Paddle) – uma de
suas modalidades favoritas, além do surfe e das cano-
as havaianas –, esporte em que o atleta rema em pé
sobre uma prancha para travessias marítimas. Kleber
já foi várias vezes assim de Salvador à Ilha de Itaparica.
Aos 59 anos, ele é Coordenador de Empreendimen-
tos da Braskem no Polo de Camaçari (BA). Considera
Itapuã seu “pequeno havaí”, mas também já dominou
o arquipélago do Pacífico (fez mais de 10 viagens para
lá) e é amigo de grandes big riders: havaianos como
Mark Foo e dos brasileiros Carlos Burle e Danilo Cou-
to. Fã do famoso salva-vidas de Waimea Bay, o havaia-
no Eddie Aikau, tanto no surfe quanto em seu traba-
lho na Braskem, seu lema é “segurança e prevenção
– pessoal e do meio ambiente”. Ele é autor de traba-
lhos premiados na área e costuma escrever decálogos
preventivos que são seguidos passo a passo em suas
atividades profissionais e esportivas, além de partici-
par da limpeza de praias onde rema e surfa, “tanto na
areia quanto dentro d’água”.
Balé no tabuleiroPalavras que se transformam em ações também
fazem parte da vida de Neemias do Nascimento Paris,
42 anos. Ele costuma citar a frase do enxadrista russo
Anatoly Karpov para melhor definir a batalha de tabu-
leiro: “É o único jogo que é arte, esporte e ciência”.
Soteropolitano de infância pobre e pais rígidos, Ne-
emias encontrou no estudo guarida ideal para a per-
sonalidade concentrada e sedenta por conhecimento.
foto
: ric
ar
do c
hav
es
André Mombach na piscina: o amor pela natação começou com um susto
10 informa
A história com o xadrez nasceu quase por acaso. Aos 21
anos, afastou-se do trabalho por problema de saúde. Co-
meçou a jogar Atari em casa e descobriu um cartucho
de xadrez. O resto é história de títulos baianos, regionais
e de jogos do Sesi. Seus filhos Esdras, 17 anos, e Eude,
14, seguem o mesmo caminho. Ambos já são campeões
baianos em suas categorias.
Neemias, Responsável por Operações Industriais da
Braskem no Polo de Camaçari, vê algumas similarida-
des importantes entre as exigências do xadrez e de seu
trabalho, como a necessidade de sistematização e racio-
cínio rápido, o apreço por estratégia e a tática.
Esporte e amizadeO vôlei também tem muito a inspirar as pessoas no
ambiente de trabalho. Paula Yuko Ogata, paulista de 24
anos, engenheira de Desenvolvimento de Produtos da
Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), praticou
vários esportes, como ginástica olímpica e natação, mas
foi o espírito de coletividade do voleibol que a conquistou.
“É muito bom para fazer amigos”, destaca. Tanto que,
quando chegou à Porto Alegre, há nove meses, tratou de
ajudar a reunir os fãs do esporte, novatos e veteranos,
que andavam dispersos, para “bater uma bolinha” na
Aceb (Associação Cultural e Esportiva da Braskem), uma
vez por semana após o expediente.
Natural de Araraquara (SP), Paula deu suas primeiras
manchetes e cortadas com os primos. Foi campeã dos
Jogos Regionais Paulistas Mirim por sua cidade natal.
Seu maior ídolo no esporte é o jogador Giba.
“A Braskem estimula os integrantes à prática esporti-
va e à vida saudável. Um dos instrumentos para isso são
os informativos internos”, ela comenta. Foi por aí que
Paula descobriu sua turma.
Um vida para o remoCompleição física adequada (1,98 m de altura, ótima
envergadura), disciplina para acordar antes do ama-
nhecer e espírito de equipe. Sérgio Paiva Silveira esteve
bem perto de se tornar um atleta profissional do remo.
Quando jovem, seu desempenho chamou atenção e ele
foi convidado a treinar no Flamengo, no Rio de Janeiro.
Ele foi, mas ficou apenas três meses.
“Há pouco incentivo para o atleta no país. Preferi
me concentrar na profissão”. Isso não impediu Sér-
gio de continuar treinando, competindo. E ganhando.
Sua sala tem mais de 200 troféus e medalhas, uma
delas a de bronze do Campeonato Mundial de Mas-
ters, na Espanha, em 1999. Ele vai para a água ao
menos quatro vezes por semana. “Quero competir
até os 75 anos, que é a categoria ‘I’ de competição”,
garante o gaúcho de 48 anos, Técnico de Manuten-
ção da Braskem no Polo de Triunfo.
A família sempre esteve ao lado de suas investidas
esportivas, mas hoje a estrela da companhia é sua filha,
Sofia, de 12 anos, atleta promissora no voleibol do clube
Sogipa.
foto
s: É
lcio
Car
riço
Kleber batinga: um dos mais antigos surfistas e remadores de Salvador
Neemias Paris: xadrez é arte, esporte e ciência
Upgrade na corridaA arquiteta Izabela Sander, 30 anos, nunca quis se
tornar atleta profissional. Seu objetivo era apenas ficar
em forma e, para isso, fazia corridas esporádicas. Até
que, por meio de uma iniciativa da Odebrecht Infraes-
turura, onde trabalha, entrou para um grupo de corrida,
que é acompanhado por uma assessoria esportiva pro-
fissional. O que era, de início, apenas entusiasmo trans-
formou-se em um envolvimento tal que a corrida pas-
sou a fazer parte de sua vida. “Os profissionais do grupo
me deram orientações importantes, que me levaram a
correr melhor! O tipo de pisada, o ritmo, a alimentação
e o aprendizado de como o corpo responde a tudo isso”,
relata. “Eu não sabia a diferença entre massa magra e
gordura e de sua importância para o desempenho e o
bem-estar. Eu me preocupava apenas com a balança”.
Fazer exercício tornou-se prazer, segundo Izabela,
que mora em Belo Horizonte. “Tudo melhorou na minha
vida. Hoje, me alimento melhor, tenho mais disposição,
um sono tranquilo, além, é claro, da resposta do cor-
po.” Casada, mãe de uma filha, Izabela levou seus novos
hábitos para dentro de casa. Conseguiu incentivar seu
marido, antes sedentário, a também adquiri-los. “Ele
mudou a alimentação, emagreceu 30 kg, entrou para a
academia e hoje corremos juntos!”, conta, satisfeita.
A piscina como segundo lar“Amor” também é a palavra usada pelo gaúcho André
Mombach para explicar o que sente pela natação. Quan-
do criança, ele foi a uma festinha de aniversário. Na casa,
havia uma piscina, e a garotada resolveu cair na água.
André foi atrás, mas não sabia nadar. “Quase me afoguei,
e minha mãe, de imediato, me colocou na natação”. A
história de amor nasceu assim.
A piscina virou seu segundo lar. No período mais duro
de treinamento, acordava às 4 horas da manhã, no frio
inclemente de Porto Alegre, para treinar todos os dias.
Mas ele não reclamava. “Quando estou na água, entro
em estado de meditação, penso na vida, tenho boas
ideias para o trabalho e para o estudo”, diz André, hoje
com 20 anos, Analista de Laboratório da Braskem e cur-
sando faculdade de engenharia de energia.
Em 2009, durante um carnaval no litoral gaúcho, ele e
amigos brincavam no mar quando um deles se desgar-
rou do grupo e “caiu” num buraco (desnível do mar). Se
não fosse André nadar contra a corrente para tirá-lo dali,
11informa
foto
s: r
ica
rd
o c
hav
es
Paula Ogata: “É muito bom para fazer amigos”
Sérgio Silveira: planos de remar até os 75 anos
seria a história de mais um afogamento trágico.
A natação é parte da vida de Mombach, como é conhe-
cido. De brilhante carreira no infantil e juvenil, chegou a ter
índices para competir nacionalmente na categoria adulto,
quem sabe até para tentar grandes jogos, como Paname-
ricano e Olimpíadas. “Mas faltou o patrocínio”, brinca ele.
Ao lado de VanderleiO início do relacionamento de Pedro Jesus Figueiredo
com o esporte foi de pés descalços. Nascido e criado no
interior do Maranhão, ele costumava percorrer longas
distâncias desse jeito, sem nada a lhe proteger os pés.
Como quando, por exemplo, ia da cidade de Cidelândia à
fazenda onde morava sua irmã, na roça. Começou a dar
uns trotes para apressar o caminho. A partir de 8 km,
sentia-se relaxado, e a corrida fluía. Pensou: “Acho que
sou bom nesse negócio de correr”.
Virou corredor, maratonista na melhor tradição dos
fundistas quenianos, de história parecida à desse monta-
dor de trilhos da Expansão da Estrada de Ferro Carajás,
obra executada pela Odebrecht Infraestrutura.
Logo começou a se destacar e vencer pequenas pro-
vas. Treinava nas ruas de Cidelândia. O pessoal o via
passando e gritava: “Onde está indo, rapaz? Desse jeito
vamos ter que te amarrar!” Não amarraram. E ele foi
longe. Disputou 10 São Silvestres e ganhou 211 meda-
lhas ao longo da carreira de 20 anos.
“Um dos momentos mais emocionantes foi quando
disputei uma prova com Vanderlei Cordeiro de Lima (me-
dalhista de bronze nas Olimpíadas de Atenas 2004) na
prova do Círio de Nazaré, em Belém, em 1996. Ele chegou
em primeiro e eu, em terceiro”, relembra, com orgulho.
Aos 43 anos, residente em Açailândia (MA), ele pretende
representar a Odebrecht em sua 11ª São Silvestre.
Foco orientalDanilo Oshiro também precisa ser bom das pernas.
A bolinha pesa apenas três gramas e meia, mas voa a
uma velocidade de até 160 km/h, e é preciso rebatê-la
centenas de vezes por jogo. Resistência, destreza e con-
centração são características que acompanham Danilo,
31 anos, desde que começou no tênis de mesa, aos 14
anos, em sua Santos (SP) natal.
Analista de Planejamento da Braskem no escritório de
Porto Alegre, fã do mesatenista Cláudio Kano, ele treina
todos os fins de semana, em Porto Alegre, e representa a
empresa em jogos do Sesi. Em um campeonato, chega a
jogar sete partidas (de meia hora) em um único dia.
“O biotipo e a disciplina são armas que fazem os
orientais os mais fortes desse esporte”, analisa seu téc-
nico Jorge Fanck que, normalmente, enfrenta Danilo
Arq
uivo
pes
soal
foto
: eu
gên
io s
ávio
12 informa
izabela Sander: conscientização em família
Pedro Figueiredo: longa experiência na São Silvestre
13informa
em competições oficiais. “Um dos meus objetivos atuais é
derrotá-lo”, diz Danilo, brincando (mas nem tanto).
On the roadO esporte, para Geraldo Villin Prado, 54 anos, é, acima
de tudo, uma terapia. Ele é motociclista. “É higiene mental.
Não penso em nada quando estou na estrada”, assegura
ele, aficionado pelas máquinas de duas rodas desde crian-
ça, quando observava seu avô, que nunca guiou um carro,
apenas motos.
No início de 2012, Villin partiu para a aventura mais in-
crível de sua vida. Uma viagem de 8.200 km de São Paulo
até o Deserto do Atacama, o mais árido do mundo, no Chile,
e a volta a São Paulo. Ele e mais quatro irmãos, todos em
motos. Fizeram a travessia da Argentina para o Chile pelo
Passo de San Francisco (de raro uso) e desceram quase
5 mil m em apenas um dia.
Preparo físico é essencial para um tour desses. Afinal,
fica-se até 10 horas em cima da motocicleta. Ao longo de
17 dias, Villin foi recompensado com paisagens de tirar o
fôlego: florestas de araucária, cactus, deserto, cordilheira,
montanhas de sete cores.
“A principal virtude exigida de quem pilota uma motoci-
cleta é a atenção. Afinal, ele não é enxergado pelos outros
quando está na estrada”, comenta o Responsável pelo Pro-
grama de Investimentos da Odebrecht Infraestrutura, que
também já fez ralis de regularidade sobre duas rodas. O
sonho agora é estar novamente on the road, dessa vez na
Capadócia, Turquia.
foto
: ric
ar
do c
hav
es
foto
: ho
lan
da c
ava
lca
nti
danilo Oshiro: início no tênis de mesa aos 14 anos
Geraldo Villin: preparo físico e atenção
14 informa
Condutor de uma obra permanentePresidente da SuperVia tem a missão de liderar a empresa em um processo de aprimoramento que ultrapassa o horizonte das Olimpíadas
PERFIL: Carlos José Cunha
texto ElEa almEida foto marcos michaEl
C arlos José Cunha passou
30 dos seus 60 anos de vida
na Odebrecht, onde hoje
atua como Presidente da SuperVia,
operadora do serviço de trens urba-
nos da região metropolitana do Rio
de Janeiro, que tem a Odebrecht
TransPort como acionista majoritá-
ria. Depois de tanto tempo, ele não
apenas coloca naturalmente em
prática os princípios estabelecidos
pela Tecnologia Empresarial Ode-
brecht (TEO), mas busca aprimorá-
-los na realização de suas tarefas
cotidianas.
Ao chegar ao escritório, faz ques-
tão de apertar a mão de quem en-
contra pelo caminho e dar atenção
a quem quer conversar. “Aproxima-
mos os integrantes para que todos
possam se expressar. A porta da mi-
nha sala fica aberta. Todos têm total
liberdade de entrar e sair. E, cada
vez mais, demonstram orgulho de
pertencer à nossa empresa”, conta
Carlos José.
No cargo desde janeiro de 2011,
ele sabe o tamanho do desafio que
tem pela frente: a revitalização da Su-
perVia faz parte do legado que a Ode-
brecht, no controle acionário da com-
panhia desde 2010, quer deixar dos
eventos esportivos (Copa do Mundo
de 2014 e Olimpíadas de 2016).
Formado em Engenharia Civil
pela PUC do Rio de Janeiro em 1974,
o carioca Carlos José participou de
obras marcantes para a cidade nas
quatro décadas de sua carreira. Es-
teve na equipe que construiu a Ponte
Rio-Niterói, os aeroportos Galeão e
Santos Dumont, o Autódromo de
Jacarepaguá, os emissários de Ipa-
nema e da Barra da Tijuca, o Hotel
Marriott de Copacabana, entre ou-
tras obras.
Fora de sua terra natal, assumiu
responsabilidades do Rio Grande
do Sul ao Amazonas. Sua estreia
na Odebrecht foi em 1982, em Vi-
tória, na obra do Porto de Praia
Mole. “Acompanhei o crescimento
da Organização. Quando cheguei, a
Odebrecht já era grande, mas nin-
guém esperava que crescesse tan-
to”, afirma.
Em 1989, em Minas Gerais, teve
um de seus momentos mais de-
safiadores, na obra do maior shaft
vertical do Brasil, na mina de São
Bento, a 80 km de Belo Horizonte.
Na época, conquistou um prêmio
internacional pela execução de
1.100 m de túnel sem acidentes (a
média mundial era, então, de um
acidente fatal a cada 300 m).
Propostas da Organização para
trabalhar no exterior nunca lhe fal-
taram, mas ele optou por ficar no
Brasil. “Recebi cinco convites para
atuar em outros países, mas o des-
tino sempre me manteve por perto”,
diz. “Apesar de acreditar na impor-
tância de uma experiência interna-
cional, optei por contribuir para o
avanço do Brasil e, principalmente,
do Rio de Janeiro.”
O anúncio de que a capital flu-
minense seria palco da Copa e das
Olimpíadas fez com que Carlos José
procurasse Benedicto Junior, Líder
Empresarial da Odebrecht Infraes-
“Meu cliente é a população do
Rio de Janeiro”
14 informa
15informa 15informa
trutura, e pedisse para atuar nos
preparativos para os dois maiores
eventos esportivos do mundo. “Eu
queria concluir minha missão no Rio
assim. Quando me convidaram para
a SuperVia, pensei que não havia
sido compreendido, mas em menos
de 10 minutos me convenci de que
tal desafio tinha tudo a ver com os
jogos.”
Carlos José afirma que foi pre-
senteado com uma tarefa cuja rea-
lização possibilitará o atendimento
não apenas das demandas da Copa
e das Olimpíadas, mas, sobretudo,
de milhares de pessoas em várias
comunidades da região metropolita-
na. Os 160 trens da SuperVia circu-
lam em uma malha de cinco ramais
e 270 km de extensão, interligada
por 100 estações, e atravessam a
cidade do Rio de Janeiro e mais 11
municípios da região metropolitana,
totalizando 10 milhões de habitan-
tes. “Toda obra tem início, meio e
fim, mas essa aqui é permanente.
Não estarei aqui na SuperVia quan-
do a concessão acabar, em 2048,
mas temos que deixar esta semen-
te plantada: o sistema revitalizado,
com padrão de atendimento de ex-
celência”, reforça Carlos José.
Como parte da revitalização da
SuperVia, estão sendo feitos inves-
timentos de R$ 2,4 bilhões. Serão
comprados 120 trens novos, dos
quais 30 estarão em circu-
lação até o fim
deste ano. Desde janeiro, a SuperVia
tem um dos mais modernos centros
de controle operacional do mundo.
Um novo sistema de sinalização
reduzirá de 6 para 3 minutos o in-
tervalo entre os trens. Todas as es-
tações serão reformadas, inclusive
a histórica Central do Brasil. Com a
renovação total da SuperVia e a me-
lhoria da qualidade do atendimento,
a meta é atender 1 milhão de pas-
sageiros a partir de 2016. Hoje, são
570 mil. “Meu cliente é a população
do Rio de Janeiro, e minha prio-
ridade é satisfazer esse público”,
diz Carlos José.
Carlos José: “toda obra tem começo, meio e fim, mas esta aqui é permanente”
16 informa
NOvA ONDA DE
transformaçãotexto José enrique Barreiro fotos geraldo Pestalozzi
16
Centro do Rio de Janeiro recebe obras para sua revitalização e que também ajudarão a cidade a sediar as Olimpíadas de 2016 e jogos da Copa do Mundo de 2014
17informa
transformação
em primeiro plano, o Viaduto da Perimetral, que dará lugar
a um sistema de túneis e avenidas, e, mais ao fundo, o
canteiro de obras do Museu do Amanhã, no Píer Mauá:
recuperação e revitalização da zona portuária do rio
ntre 1903 e 1906, o Rio de Janeiro viveu
uma transformação sem precedentes.
Com cerca de 1 milhão de habitantes, a
cidade, naquele tempo concentrada na
região hoje conhecida como Centro, expe-
rimentou uma reforma urbana que mudou completa-
mente sua feição. Foram abertas as avenidas Central
(atual Rio Branco), Mem de Sá, dos Passos, Beira-Mar
e Atlântica, ruas passaram por alargamentos, reforma-
ram-se praças e largos, ergueu-se o Teatro Municipal
e muitas outras obras foram construídas. Realizada du-
rante a gestão do prefeito Pereira Passos, e conhecida
popularmente como Bota Abaixo, a reforma demoliu
cerca de 1.600 prédios e o morro do Senado. Mas con-
feriu ao Rio a face pela qual a cidade ansiava.
As mudanças políticas (transição do Império para
a República, em 1889) e sociais (imigração europeia,
abolição da escravatura e expansão do trabalho livre,
na mesma época), haviam impactado o ambiente urba-
no, que conheceu um grande crescimento populacio-
nal e a disseminação de cortiços e outras habitações
precárias. As condições sanitárias eram péssimas. Não
havia redes de abas-
tecimento de
água nem de esgotos, o que propiciava a ocorrência de
sucessivos surtos de doenças e epidemias. Em parale-
lo, especialmente entre as elites, pairava a aspiração
de tornar a capital da República uma cidade moderna
e cosmopolita, no melhor estilo das principais cidades
europeias – e de Paris em particular, dada a forte influ-
ência francesa sobre o Rio naquela época.
Hoje, pouco mais de 100 anos depois da reforma de
Pereira Passos, o Centro do Rio de Janeiro vive uma
nova onda transformadora, que deverá produzir im-
pacto semelhante. Conhecido como Porto Maravilha, o
projeto em andamento congrega um amplo conjunto de
obras e serviços que estão recuperando e revitalizando
a região. O Prefeito Eduardo Paes comenta: “Uma cida-
de que não cuida da sua área de origem, que não cuida
de seu Centro, é uma cidade sem identidade. Um dos
primeiros desafios que estabelecemos ao assumirmos
a Prefeitura foi viabilizar esse sonho que parecia impos-
sível para o Rio de Janeiro, que era a recuperação da
sua zona portuária”.
Leandro Azevedo, Diretor-Superintendente da Ode-
brecht Infraestrutura no Rio de Janeiro, explica que a
cidade finalmente reuniu condições políticas e econô-
micas para que todos os investimentos em mobilidade
E
A Avenida Central (atual rio branco) recém-inau-gurada, em 1910: um dos ícones da reforma urbana que conferiu nova face ao rio de Janeiro
urbana e infraestrutura, planejados há mais de uma
década, fossem realizados. “O nosso maior desafio”, diz
ele, “é que todos esses investimentos estão sendo feitos
simultaneamente. Temos 10 mil pessoas trabalhando
na área central da cidade, construindo novas vias, redi-
recionando e reformando outras, mexendo no subsolo,
abrindo túneis e remodelando todo o sistema de esgo-
to, água, drenagem e telecomunicações da região, num
movimento que o Rio não via há muito tempo”.
Com o Centro de sua cidade transformado em um
grande canteiro de obras, o carioca vive os transtornos
provocados por esse mutirão, mas não se queixa. Ao
contrário, sabe bem o que isso significa. “Há 70 anos,
recuperação da zona portuária
inte-gra-ção do
Cen-
implantação de Veículo Leve sobre trilho
Av. VenezuelaAv. Rodrigues Alves
Av. Presidente VargasLinha do VLT
Av. Francisco Bicalho
Av. Rio BrancoSantoCristo
GamboaSaúde
AeroportoSantos
Dumont
Área abrangida:
490 hectares
Reforma e ampliaçãodo sistema viário
Implantação de VLT(Veículo Leve sobre Trilhos)
Novas redes de esgoto, água, energia e gás
Iluminação pública e galerias de águas pluviais
Novo sistema de telecomunicações
Centro
Baía da Guanabara
SP
MG ES
Rio de Janeiro
RJ
R i o d e J a n e i r o
recuperação da zona portuária
integração do Centro
com a zona portuária
implantação de Veículo Leve sobre trilho
a região portuária estava abandonada. O projeto Porto
Maravilha vem fazer esse salvamento, de forma séria
e profissional”, aprova Gabriel Catarino, Fundador da
Associação de Moradores e Amigos do Bairro da Saúde.
Obras por todo ladoToda a movimentação que ocorre no Centro do Rio
– e que também ajuda a preparar a cidade para rece-
ber as Olimpíadas de 2016 e o jogo de encerramento
da Copa do Mundo de Futebol de
2014 – só foi possível por conta
20 informa
de uma Parceria Público-Privada (PPP) voltada à rea-
lização de obras e à prestação de serviços na região.
O valor total dessa PPP é de R$ 7,6 bilhões (a maior
já realizada no Brasil), dos quais R$ 4,2 bilhões serão
destinados às obras e R$ 3,4 bilhões a serviços de lim-
peza, operação de tráfego, drenagem, manutenção de
praças e jardins, entre outros, dentro do prazo de 15
anos. A Odebrecht participa da PPP por meio do Con-
sórcio Construtor Porto Rio (responsável pelas obras)
e da Concessionária Porto Novo (operadora de serviços
públicos concessionados).
Ricardo Bueno, da Odebrecht, Diretor de Contrato da
Porto Rio, explica o conceito do conjunto de obras em
andamento: “Estamos fazendo tudo do zero, de forma
bem-feita e estruturada para atrair os investidores e
futuros usuários”. Bueno cita, entre outras interven-
ções infraestruturais, a construção e instalação de 84
mil m de redes e galerias (entre elas, uma galeria de
3,80 m por 2,20 m, espaço suficiente para passagem de
um automóvel) que deverão evitar enchentes na área,
26 mil m de rede de gás, 75 mil m de uma nova rede de
telecomunicações para fibra ótica e 500 mil m de redes
de energia elétrica (cerca de 3.700 postes hoje na su-
perfície serão desativados para que toda a rede aérea
passe a ser subterrânea).
O sistema viário da região portuária será profunda-
mente modificado. A demolição do Viaduto da Perime-
tral, prevista para ter início no primeiro semestre de
2013, é uma das intervenções decisivas, que possibili-
tará a integração da cidade com a Baía de Guanabara.
Em seu lugar, cerca de 3,5 km de túneis e um siste-
ma binário de avenidas passarão a atender os veículos
que se dirigem a Niterói, Baixada Fluminense e outras
regiões, e, no sentido inverso, os que seguem para o
Centro da cidade. “Com esse sistema, a capacidade de
tráfego passará dos atuais 7.600 para 10.500 veículos/h.
Não vamos apenas retirar a Perimetral, vamos subs-
tituir e ampliar o sistema”, reitera Bueno. Serão ainda
recuperadas vias secundárias e calçadas e implantadas
ciclovias.
Está prevista também a construção de um sistema
de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) integrado a outros
meios, o que deverá melhorar a articulação viária na
região, priorizando os pedestres e reduzindo a poluição.
A região ganhará ainda dois novos museus: o Museu
de Arte do Rio e o Museu do Amanhã, resultado de uma
parceria entre a Prefeitura do Rio e a Fundação Roberto
Marinho. O Museu do Amanhã, de autoria do arquite-
to espanhol Santiago Calatrava, é a “cereja do bolo” do
conjunto de obras no Centro do Rio. Sua construção, no
antigo píer da Praça Mauá, está a cargo do consórcio
Porto Rio. O museu terá um saguão de entrada com
Prédio tombado perto de obras em andamento na região da Avenida Primeiro de Março: cuidados com a preservação do patrimônio histórico
Obras na região do Morro da Providência: novas vias, melhorias sanitárias e teleférico
21informa
15 m de altura, ambientes largos e claros e cobertura
com aletas impregnadas com fotocélulas, que irão abrir
e fechar de acordo com as condições de melhor apro-
veitamento da luz solar.
Com vistas a expandir o parque hoteleiro do Rio
para as Olimpíadas, serão construídos dois hotéis,
num total de oito prédios, que irão abrigar a mídia
não credenciada do evento e, depois, serão transfor-
mados em prédios residenciais. Além da Odebrecht
Infraestrutura, a Odebrecht Realizações Imobiliárias
(OR) também participa desse projeto, denominado
Porto Olímpico.
Achados arqueológicosAs obras no Centro do Rio começaram com o pro-
jeto Saúde-Gamboa, que requalificou a infraestrutura
da área (água, esgoto, drenagem, telecomunicações e
conversão para rede elétrica subterrânea) e remodelou
praças e jardins nos dois bairros. As obras incluíram
várias avenidas, ruas e todo o Morro da Conceição. Em
seguida, foi a vez do Morro da Providência, onde tam-
bém foram feitas melhorias sanitárias e está sendo
construído o teleférico que ligará a Central do Brasil à
Cidade do Samba, na zona portuária, e que passará pela
Praça Américo Brum, no alto do morro.
Durante as escavações na área do projeto
Saúde-Gamboa foram encontrados vestígios dos an-
tigos Cais do Valongo e Cais da Imperatriz. O Cais
do Valongo recebia navios negreiros, que ali desem-
barcavam parte dos escravos trazidos da África.
Embora desativado em 1831, continuou a funcionar
clandestinamente durante vários anos. Em 1843, D.
Pedro II mandou construir sobre o Valongo, o Cais da
Imperatriz, para receber a Princesa Teresa Cristina
e também, segundo historiadores, para sepultar a
memória do tráfico negreiro.
As equipes do projeto encontraram parte das su-
perfícies dos dois cais bem preservadas, o que faci-
litou o trabalho de técnicos do Museu Histórico Na-
cional, liderados pela doutora Tania Andrade Lima,
que coordenou a pesquisa arqueológica na região.
Foram encontrados, segundo o último levantamen-
to, cerca de 80 mil peças, entre as quais âncoras,
balas de canhão, caixas de joias, colares, cachimbos,
moedas, pulseiras, pedaços de cerâmica e muitos
outros objetos que revelam um pouco do modo de
vida de uma época e da história da cidade.
“Todo o material está sendo cuidadosamente triado,
identificado e guardado pelo Museu Histórico Nacional,
para depois ser transferido para a guarda da Secreta-
ria de Cultura do Rio”, revela Eduardo Fontenelle, da
Odebrecht, Diretor de Contrato dos projetos Saú-
de-Gamboa e Morro da Providência. Fontenelle informa
ainda que foram recuperados os antigos Jardins Sus-
pensos do Valongo, com a Casa da Guarda e os mictó-
rios públicos que existiam na primeira década do século
19. “Trouxemos um restaurador da França, que se jun-
tou à equipe de historiadores e restauradores brasilei-
ros para deixar os Jardins Suspensos do Valongo o mais
próximo possível de seu formato original.”
Da construção de túneis à preservação de obje-
tos históricos, são muitas as vertentes de atuação da
Odebrecht no projeto Porto Maravilha. A dimensão e a
complexidade do conjunto de intervenções no Centro
do Rio, o modelo de financiamento não convencional
e o formato do projeto, em que se juntam a realização
de obras e a operação de serviços públicos concessio-
nados, oferecem um novo conhecimento às equipes
da empresa. “Toda essa experiência”, estima Ricardo
Bueno, “servirá para projetos similares em outras cida-
des do Brasil e será mais uma alternativa para atender
aos clientes nos países onde a Odebrecht atua”.
trabalhos de escavação na Praça Mauá: o Centro do rio de Janeiro se prepara para viver uma nova fase em sua existência
22 informa
DAS QUAtRO lINhASmuito além
texto edilson silva fotos carlos Júnior
22
Projetos da TransOeste, TransOlímpica e Linha 4 do Metrô, além dos investimentos na SuperVia, capacitam o Rio a ambientar os grandes eventos esportivos que estão por vir e preparam a cidade para o futuro
23informa
muito alémporteiro Edimilson Lima, 36 anos, tem bons
motivos para comemorar a inauguração da Via
Expressa TransOeste, no Rio de Janeiro. Mora-
dor do bairro de Pedra de Guaratiba, seu trajeto
diário até o trabalho, na Barra da Tijuca, passou
de duas horas para 40 minutos. “Enfrentávamos longos en-
garrafamentos bem cedo. Agora está muito melhor”, ele diz.
Inaugurada em 6 de junho, a TransOeste é o primeiro de qua-
tro projetos de mobilidade urbana que estão sendo realizados
na cidade por empresas da Odebrecht, como parte da prepa-
ração do Rio de Janeiro para sediar a Copa do Mundo de 2014
e as Olimpíadas de 2016.
Iniciada em 2010, a obra possibilita a ligação da Barra
da Tijuca aos bairros de Santa Cruz e Campo Grande, todos
na Zona Oeste da cidade. O projeto foi dividido em quatro
lotes, e a Odebrecht Infraestrutura construiu dois deles (lo-
tes I e II), totalizando um trecho de 24 km. Entre os desta-
ques estão a implantação do primeiro corredor da cidade
do tipo BRT (Bus Rapid Transit, popularmente chamado de
“ligeirão”) e a construção do Túnel da Grota Funda, com
extensão de 1,1 km, cujo funcionamento será gerenciado
por um moderno Centro de Controle Operacional (CCO). “O
túnel é a nossa menina dos olhos”, ressalta Tomnila Motta,
Gerente de Engenharia. Além do BRT e do túnel, foram exe-
cutadas a duplicação de vias, reforma das vias existentes e
a construção de viadutos e pontes.
25 estações para o BRTA Odebrecht construiu 25 estações para o BRT, cujos ôni-
bus que por ele irão trafegar terão (todos) ar condicionado e
capacidade para 140 pessoas. “Essa via é uma necessidade
antiga da população. A Prefeitura tinha um sonho, e nós o
realizamos”, comenta Pedro Moreira, Diretor de Contrato.
À inauguração estiveram presentes o Prefeito Eduardo
Paes, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, Marcelo Odebrecht, Diretor-Presi-
dente da Odebrecht S.A., e Benedicto Junior e Leandro
Azevedo, respectivamente Líder Empresarial e Diretor-
-Superintendente da Odebrecht Infraestrutura. “Hoje, es-
tamos rompendo com uma histórica divisão social”, disse
Eduardo Paes, referindo-se ao Túnel da Grota Funda, o
primeiro feito no Maciço da Pedra Branca, uma serra que
divide os bairros mais desenvolvidos dos bairros mais ca-
rentes da Zona Oeste. Antes, na hora do rush, levava-se
cerca de 40 minutos apenas para atravessar a serra. Com
o túnel, menos de um minuto. Por dia, 220 mil pessoas
serão beneficiadas.
O
estação Novo Leblon da transOeste: ônibus com ar condicionado e capacidade para 140 pessoas
24 informa
TransOlímpica Com a TransOeste inaugurada, o Diretor de Con-
trato Pedro Moreira já se mobiliza para outro desafio:
construir a Via Expressa TransOlímpica, que interli-
gará o complexo olímpico da Barra da Tijuca ao de
Deodoro, também na Zona Oeste. Grande parte das
disputas das Olimpíadas será realizada nesses dois
complexos. “Quem faz esse trajeto hoje leva mais de
duas horas. Com a TransOlímpica, levará 15 minutos.
O deslocamento dos atletas será muito mais rápido,
assim como o dos cariocas que moram nessas áreas.
A previsão é que 50 mil carros passarão diariamen-
te pela nova via”, diz Fernando Góes, da Odebrecht
TransPort, Diretor Administrativo Financeiro da Con-
cessionária TransOlímpica S.A.
Formada por Odebrecht TransPort, Invepar e CCR,
a concessionária será responsável pela implantação
e operação da via, por meio de uma concessão de
35 anos. A Odebrecht Infraestrutura, a OAS e a Andrade
Gutierrez foram contratadas pela TransOlímpica S.A.
para realizar as obras.
A nova via terá 13,1 km com duas faixas para car-
ros em cada sentido e corredor segregado para o BRT.
Além de pontes e viadutos, serão construídos dois túneis
por sentido, com extensão total de 3,1 km. Orçadas em
R$ 1,7 bilhão, as obras serão iniciadas ainda em 2012.
Carlos Prado, Diretor Regional da Odebrecht Trans-
Port nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Es-
pírito Santo, salienta: “Os moradores da região terão
uma via totalmente nova para usarem com segurança,
conforto e rapidez”.
Pelos trilhosSe, de um lado, a Prefeitura investe, de outro o Go-
verno do Estado também faz seu papel. Até dezembro
de 2015, serão investidos R$ 7,4 bilhões na Linha 4 do
Metrô Rio, que ligará a Estação General Osório, em Ipa-
nema, à última estação da Linha 1, na Zona Sul (a ser
construída no bairro da Gávea), e, então, à Barra da Ti-
juca. A nova linha oferecerá mais 16 km de metrô aos
cariocas, com seis estações. Cerca de 250 mil pessoas
circularão por ela diariamente.
A primeira parte da obra está sob responsabilidade
do Consórcio Construtor Rio Barra (CCRB), formado
por Queiroz Galvão (líder), Odebrecht Infraestrutura,
Carioca Engenharia, Cowan e Servix. Corresponde ao
trecho entre Barra da Tijuca e a Gávea, numa extensão
de aproximadamente 12 km. As obras foram iniciadas
em setembro de 2010. O túnel, principal obra do projeto,
já está com 3,3 km de perfuração (1,6 km do trajeto do
metrô, mais o estacionamento dos trens e o vão da Es-
tação São Conrado). “Estamos bem embaixo do Parque
da Floresta da Tijuca. Nosso trabalho tem sido monito-
rado para evitar qualquer tipo de risco à flora e à fauna”,
diz Juliano Penteado, Gerente de Produção do CCRB.
A segunda parte da obra está com o Consórcio Li-
nha 4 Sul, formado por Odebrecht Infraestrutura (líder),
Carioca Engenharia e Queiroz Galvão, responsável pelo
trecho entre a Gávea e a conexão com a Estação Ge-
neral Osório. Nesse trecho, será utilizado o TBM EPB
A partir da esquerda, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz inácio Lula da Silva e o Prefeito eduardo Paes na inauguração da transOeste
túnel da Grota Funda: 220 mil pessoas beneficiadas por dia
trem da SuperVia: novas composições estão entrando em operação gradativamente
25informa
Convertible (Tunneling Boring Machine Earth
Pressure Balanced Convertible), o famoso
“tatuzão”. A perfuração do túnel começará
em 2013.
O TBM, que será utilizado pela primeira vez
no Rio de Janeiro, perfura o túnel e, ao mesmo tem-
po, instala os anéis de concreto que dão sustentação ao
vão e o revestem. “Com ele, atuaremos em solos areno-
sos e rochosos, como é o caso dos encontrados em Ipa-
nema e no Leblon. Sem o TBM, teríamos que abrir valas
a céu aberto nos trechos arenosos, o que provocaria um
grande impacto na vida dos moradores”, explica Marcos
Vidigal, Diretor de Contrato. “Vamos evitar ao máximo
os transtornos”, assegura Aluísio Coutinho Júnior, Ge-
rente de Produção.
SuperViaNo contexto dos projetos para melhoria do sistema
de transporte da cidade, a SuperVia, responsável pela
malha ferroviária da região me-
tropolitana do Rio de Janeiro e
que tem a Odebrecht TransPort
como acionista majoritária, está
implementando um programa de
investimentos de R$ 2,4 bilhões em
parceria com o Governo do Estado. Está pre-
vista a compra de 120 novos trens, sendo que 30 já estão
entrando em operação gradativamente, somando-se à
atual frota de 160 composições. Mais 60 serão licitados
até o fim do ano. Até 2015, os outros 30 serão compra-
dos.
No início de 2012, a SuperVia inaugurou um novo
CCO, dotado de moderno sistema de comunicação inte-
grado com os trens, do qual faz parte um painel digital
que concentra informações de toda a malha. Está em
curso a instalação de um novo sistema de sinalização
que reduzirá pela metade o intervalo entre os trens,
passando para três minutos. Além da construção de
três novas estações, uma das quais já foi inaugurada no
primeiro semestre, as 99 estações antigas e a infraes-
trutura (trilhos, rede aérea de cabos, estações e subes-
tações de energia) passarão por melhorias. “O legado
dos eventos esportivos será um transporte ferroviário
de qualidade para a população”, afirma Carlos José
Cunha, Presidente da SuperVia. A empresa pretende
passar dos atuais 540 mil passageiros por dia para 1
milhão em 2016.
Segundo Leandro Azevedo, a cidade está escreven-
do uma nova história no que diz respeito à mobilidade
urbana: “Por onde quer que andemos, há um grande
projeto em execução, todos eles pensados para trans-
formar de vez a cidade”.
1
2
TransOeste56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande.A Odebrecht Infraestruturaconstruiu 24 km entre Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.
TransOlímpica13,1 km ligando Barra da Tijuca a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, numa extensão total de 3,1km.
Linha 4 do metrô16 km entre a Barra da Tijuca e Ipanema, passando pela Gávea.
SuperViaNovos trens, centro de controle operacional de última geração, reforma de estações e novo sistema de sinalização. Deve atingir 1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.
3
TransOeste Metrô Linha 4
Avenida Brasil
Linha AmarelaTransCarioca
TransOlímpica
Santa Cruz
Sepetiba
Pedra deGuaratiba
Guaratiba
Recreio dosBandeirantes
Barra daTijuca
SãoConrado
Jardim Oceânico
N. Sra.da Paz
Antero de Quental
Jd. deAlah Copacabana
Aeroportodo Galeão
Aeroporto Santos DumontCentroCampo Grande
3
1
2
4
4
Gávea
GeneralOsório
1
2
TransOeste56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande.A Odebrecht Infraestruturaconstruiu 24 km entre Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.
TransOlímpica13,1 km ligando Barra da Tijuca a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, numa extensão total de 3,1km.
Linha 4 do metrô16 km entre a Barra da Tijuca e Ipanema, passando pela Gávea.
SuperViaNovos trens, centro de controle operacional de última geração, reforma de estações e novo sistema de sinalização. Deve atingir 1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.
3
TransOeste Metrô Linha 4
Avenida Brasil
Linha AmarelaTransCarioca
TransOlímpica
Santa Cruz
Sepetiba
Pedra deGuaratiba
Guaratiba
Recreio dosBandeirantes
Barra daTijuca
SãoConrado
Jardim Oceânico
N. Sra.da Paz
Antero de Quental
Jd. deAlah Copacabana
Aeroportodo Galeão
Aeroporto Santos DumontCentroCampo Grande
3
1
2
4
4
Gávea
GeneralOsório
26 informa
26
DE tODOS OS DIASvencedoresParceria entre a Marinha e a Odebrecht forma atletas e cidadãos
araense da Ilha de Caratateua, o médio-ligeiro Wesley
Paiva, 18 anos, perdeu o pai quando tinha 9 meses. Foi
uma criança rebelde. “Eu brigava na rua, dava muita dor
de cabeça”, conta. O tio Francisco, ex-pugilista, viu no
boxe uma alternativa para domar essa agressividade. A
partir disso, sua vida mudou: “O esporte me disciplinou até para os es-
tudos”, diz. Wesley é um dos 18 atletas adotados pelo Projeto Olímpico
Marinha do Brasil-Odebrecht, realizado no Centro de Educação Física
Almirante Adalberto Nunes (Cefan), no Rio de Janeiro. “Nossa meta é
preparar jovens atletas de alto desempenho para representar o país
nas Olimpíadas. Mas, fora os resultados, que são excelentes, estamos
formando futuros adultos responsáveis, que servem de exemplo para
Ptexto Eduardo souza lima fotos rogério rEis
27informa
vencedores
outros jovens”, explica Marie Bendelac, coordenadora do proje-
to. Wesley não se tornou apenas um exemplo: com a bolsa que
recebe da Odebrecht, ajudou o tio a abrir uma academia, para
recuperar “meninos errados”, como diz que foi.
Além do boxe, o projeto apoia o levantamento de peso e o atle-
tismo. O pai de Rogério Nascimento da Silva, 16 anos, abandonou
a família quando ele tinha 8 anos. Carioca de Laranjeiras, ele le-
vanta peso desde 2010. “Hoje, é um esporte que mora no meu
coração”, enfatiza. Até completarem a maioridade, os atletas re-
cebem a assistência necessária para desenvolver suas aptidões.
Depois, dão lugar a outros jovens, com a possibilidade de ingres-
sar na Marinha. Rogério já se decidiu: “Quero ser fuzileiro naval”.
Dos atletas, são exigidos disciplina, respeito, bom desempe-
nho escolar e alto rendimento atlético. Rogério detém o recor-
de brasileiro em sua categoria. Também recordista precoce do
levantamento de peso, Emily Rosa Figueiredo, 14 anos, sonha,
desde os 6, ser campeã olímpica. “Sempre gostei de desafios”,
afirma. Ela vem conseguindo bons resultados desde que come-
çou a treinar: “Em menos de um mês, bati três recordes”. Já a
velocista Vitória Cristina Silva Rosa, 16 anos, carioca do bairro
de Santa Cruz, cada vez mais faz jus ao nome: é campeã esta-
dual e segunda colocada no ranking brasileiro juvenil nos 100 m
rasos, com o tempo de 12.7 segundos. Também é ótima aluna.
“Paixão por lutas”“Entrei para o boxe porque meu pai sempre teve paixão por
lutas”, conta Julio Cezar Sales Cardoso, 17 anos, de Vila Velha,
no Espírito Santo. Em 2010, ele participou da seletiva capixa-
ba para o campeonato brasileiro. “Venci a seletiva e ganhei a
medalha de prata no brasileiro”, relata. Depois que começou a
treinar no Cefan, o médio-ligeiro foi campeão brasileiro cadete e
medalha de prata no Pan-Americano do Equador. Os atletas re-
cebem bolsas que variam de um a três salários mínimos. “Meu
pai foi embora quando eu era recém-nascido, meus dois irmãos
começaram a trabalhar cedo. Eu agora posso ajudá-los”, conta
Renan Macedo da Costa, 18 anos, de Barcarena, no Pará. Mas
não foi fácil convencer a mãe de que havia futuro no boxe: “Mi-
nha primeira luta foi fugido”, diz. Hoje, o mosca-ligeiro é cam-
peão nacional cadete.
O velocista Luiz Gustavo dos Santos Ribeiro, de Macaé (RJ),
tem 18 anos e foi pai muito cedo. A bolsa o ajuda a criar o filho.
Começou a correr na escola, e o seu talento é nato: “Apresentei
bons resultados antes de começar a treinar. Fui campeão esta-
dual nas Olimpíadas Escolares nos 100 m rasos e vice brasileiro
no revezamento”. Luiz vem de uma família numerosa: tem seis
irmãos. De vez em quando, a saudade de casa aperta, mas ele
sabe que a chance de ter um futuro melhor está ao alcance de
seus pés: “O atletismo me abriu as portas”, diz. Que venham
agora as medalhas olímpicas.
O velocista Luiz Gustavo ribeiro (à direita nesta foto) e o médio-ligeiro Wesley Paiva (na foto menor): aproveitando a oportunidade de realizar um sonho
28 informa
CASA CARIOCA DOS hERóIS
olímpicos
28
texto Perla liMa fotos andré valentiM
A partir da esquerda, Antonio Pessoa, Carlos Carvalho e Carlos Armando Paschoal, no local onde será construída a ilha Pura: desenvolvimento urbanístico
29informa
Vila que abrigará os atletas que estarão no Rio em 2016 será resultado de um projeto inovador
Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos a se-
rem realizados no Rio de Janeiro em 2016 é um projeto
inovador no Brasil e no mundo. Ao contrário do que histo-
ricamente ocorre com a maioria das “cidades olímpicas”,
construídas em áreas degradadas que precisavam de re-
vitalização, no Rio de Janeiro será erguida a Vila dos Atletas na Ilha Pura,
bairro que será desenvolvido ao longo de 15 anos pela empresa homônima.
A Ilha Pura é uma nova região da Barra da Tijuca, que se consolida como o
maior vetor de crescimento da área metropolitana da capital fluminense e
A
30 informa
que mais recebe investimentos em mobilidade urbana.
“A formação da empresa Ilha Pura, que transforma-
rá esse sonho em fato tangível, é resultado da união da
filosofia de atuação e da expertise da Odebrecht Reali-
zações Imobiliárias (OR) e da visão desenvolvimentista
e de perpetuidade da Carvalho Hosken”, afirma Carlos
Armando Paschoal, Presidente da empresa.
Mário Cilenti, Diretor de Relações com o Comitê
Olímpico e Paralímpico e Vila Olímpica, destaca que a
vila ficará a cinco minutos de carro do Parque Olímpi-
co, onde acontecerá a maioria das competições, e seu
padrão estará de acordo com o mercado imobiliário da
Barra da Tijuca. “Casamos as necessidades do Comi-
tê Olímpico Internacional (COI) com o compromisso de
venda das unidades”, salienta Mário. Todos os 3.604
apartamentos a serem utilizados pelos 18 mil atletas
estarão vendidos antes dos jogos e entregues aos clien-
tes finais em até um ano depois das competições. “O
interessante é que utilizaremos esse empreendimento
como um resort para os atletas, devido ao seu padrão.”
Antônio Pessoa, Diretor Regional da OR para o Rio
de Janeiro, afirma: “O desafio é desenvolver, vender e
entregar no prazo um projeto de alta qualidade, que su-
pere as expectativas do Comitê Organizador dos Jogos
Olímpicos e dos atletas”. Ele acrescenta: “Nossos clien-
tes adquirentes, o bairro Ilha Pura e o Rio de Janeiro
terão como legado um empreendimento que conciliará
sustentabilidade, luxo e qualidade de vida”.
Carlos Carvalho, Diretor-Presidente da Carvalho
Hosken, destaca que a Vila dos Atletas está inserida no
futuro centro da nova cidade que surge na Zona Oeste.
“A Ilha Pura marcará o desenvolvimento urbanístico do
Rio de Janeiro, pois já nasce como bairro planejado e
beneficiado por grandes obras de infraestrutura em seu
entorno.”
31 torres com 17 andaresA Ilha Pura tem 870 mil m2, dos quais 247 mil m2
estão reservados para a construção da Vila dos Atle-
tas. Carlos Armando Paschoal, Presidente da Ilha
Pura, ressalta que o projeto é um investimento pri-
vado e um desafio único no país. “Nunca se ergueu
31 torres com 17 andares cada, distribuídas em sete
condomínios, com total infraestrutura privativa, em
apenas três anos e meio. Isso implica lidar com quan-
tidades próximas às das grandes obras do setor de in-
fraestrutura.” Carlos Armando exemplifica: o volume
de concreto equivale à mesma quantidade utilizada
em uma barragem, e o número de trabalhadores no
canteiro poderá chegar a 5.500. “Temos a responsabi-
lidade e a singular oportunidade de formar pessoas e
criar sistemas de gestão inovadores de logística e de
sustentabilidade”, ele observa.
Em termos de legado, Carlos Armando destaca a
contribuição para o desenvolvimento sustentável do
Rio de Janeiro. “O projeto contempla um parque pú-
blico de 65 mil m2 e um viveiro de 20 mil m2, cons-
truídos especialmente para atender o paisagismo da
Vila dos Atletas, assinado pelo escritório do arquiteto
e paisagista Burle Marx.”
Trabalhadores das comunidades do entorno da
obra serão capacitados por meio do Programa de
Qualificação Profissional Continuada Acreditar, e o
aprendizado da informática será feito por meio do
Programa Caia na Rede. Carlos Armando enfatiza:
“Essa obra será exemplo de qualidade e sustenta-
bilidade. Será a melhor Vila dos Atletas de todos os
tempos!” Antônio Pessoa não tem dúvida em afirmar
que o bairro Ilha Pura, iniciado com a Vila dos Atletas,
“será um dos melhores lugares para se viver no Rio
de Janeiro”.
Mário Cilenti: empreendimento de alto padrão
31informa
31
Em Deodápolis (MS), o projeto Broto de Gente oferece reforço escolar combinado com cursos de artes e informática e treinamento esportivo
texto guilherMe oliveira
fotos Bruna roMaro
altoBOlAS (E NOtAS) PARA O
Participantes do projeto jogam vôlei em deodápolis: ocupação e estímulo para os jovens do município sul-matogrossense
eodápolis é um pequeno município
no interior do Mato Grosso do Sul. O
Censo de 2011 contabiliza que é o 46º
maior em população no estado, com
pouco mais de 12 mil habitantes. Boa
parte vive, direta ou indiretamente, das operações
de produção de etanol, energia elétrica e açúcar da
Unidade Eldorado da ETH Bioenergia.
A geração de oportunidades de trabalho e
renda é a grande contribuição da empresa para
o desenvolvimento da região, mas uma iniciativa
adicional tem chamado especialmente a atenção:
o projeto Broto de Gente, que oferece a 260 jovens
de 4 a 15 anos reforço escolar gratuito de por-
tuguês, matemática e língua estrangeira. Criado
em 2002 para cuidar dos filhos de integrantes du-
rante seus turnos de trabalho, o Broto de Gente
cresceu e se transformou em uma das principais
opções de cultura e lazer para os jovens do mu-
nicípio.
D
32 informa
A grande procura dos pais para colocar seus fi-
lhos em uma disputada vaga no projeto é facilmente
justificada: além das aulas, são oferecidos cursos e
treinamentos de informática, artes, teatro, dança,
capoeira, futebol e vôlei. Os esportes são os mais
procurados. “A regra é simples: quem vai bem na
escola, pode jogar”, explica Riverton Souza, Coor-
denador Pedagógico do projeto. O acordo é levado a
sério. “Realizamos um acompanhamento trimestral
de cada um nas sete escolas da cidade e ajudamos
na orientação dos pais, quando necessário”. Sem
pretensão de substituir a escola ou assumir o papel
indispensável dos pais, o Broto de Gente encontrou
no esporte uma ferramenta para educar, formando
jovens que valorizam o respeito, a disciplina e o tra-
balho em equipe.
“Com o tempo, percebemos melhoria nas no-
tas, mas o que impressionou foi a mudança de
postura dos alunos do Broto de Gente. Eles sa-
bem que quem desrespeita colegas ou profes-
sores fica de fora dos times”, diz Célia Moraes,
Diretora da Escola Estadual Scila Médici.
Realizando o sonho de ser jogadorRodrigo Felix é prata da casa e inspira os mais
novos. Filho de integrantes da ETH e aluno do
Broto de Gente desde os 7 anos, ele afirma que
rendia tanto no projeto que convenceu os pais a
mudarem-se de Nova Alvorada do Sul para Deo-
dápolis. Ele contou parte de sua história na edi-
ção 155 de Odebrecht Informa, quando tinha
13 anos: destacou o quanto gostava das aulas
de futebol e informática. “Eu queria ser jogador
de futebol, e o Broto de Gente era a minha maior
chance. Riverton confiou em mim”. O treina-
dor-professor passou a levar o jovem para peneiras
em clubes de São Paulo. Hoje, aos 17 anos, veste a
camisa do Osasco Futebol Clube, time formado para
revelar jovens de todo o país. A regra do Broto se
mantém: se não estudar, não joga.
Assim como Rodrigo, muitas crianças e jovens
do Broto de Gente sonham viver do esporte. Um
deles é Rafael Fernandes, 11 anos, o Rafinha.
Apoiado por Riverton e pelo irmão Dernivaldo
Manoel, integrante da Unidade Eldorado da ETH,
33informa
o garoto já participou de testes nos times de base
do São Paulo Futebol Clube, um dos mais impor-
tantes do país. Em setembro, Rafinha passará
mais uma semana no Centro de Treinamento do
clube, em Cotia (SP). A viagem de ônibus levará
mais de 12 horas. Mesmo com a pouca idade, o
atacante sabe que nem todos conseguem se tor-
nar profissionais, mas isso não o preocupa. “Vou
lá fazer amigos e me divertir”. Com uma rotina
diária de treinos no campo e na areia, além de
exercícios de arremate e habilidade, Rafinha não
hesita quando perguntado sobre o que mais lhe
ensinam no Broto de Gente: “Aprendo a educar as
pessoas para o bem. Assim como minha família
aprendeu na ETH, aqui aprendo a servir ao próxi-
mo e não desistir nunca”.
rodrigo Félix (ao centro): persistência e apoio para buscar seu objetivo. Na outra página, jovens dançarinas em ação: diversidade de modalidades é uma das características do projeto
34 informa
ENTREvISTA
34
texto cláudio lovato Filho foto holanda cavalcanti E mário grisolli
O MAIOR DE tODOS OS
legadosenedicto barbosa da Silva Junior é
empresário, é aficionado por futebol
(corintiano, “mais um do bando de
loucos”), mas, acima de tudo, é um
brasileiro que conhece seu país.
Aos 51 anos, Líder empresarial
da Odebrecht infraestrutura, ele é o condutor da
participação da empresa em um conjunto de projetos
que fazem parte da preparação do brasil para sediar
os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa
do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). Como
empresário, sente-se motivado por participar de
empreendimentos complexos, com enorme conteúdo
de legado, inovadores, longamente esperados e, por
tudo isso, desafiadores. Como esportista, está feliz
por vivenciar de dentro o processo de surgimento
de grandes arenas (entre elas a do seu clube do
coração), as quais poderão vir a ter, segundo ele,
papel determinante na modernização da gestão do
futebol nacional. Como cidadão, benedicto Junior
está confiante – mais que isso, está convicto – de
que o país, “do seu jeito”, sediará a Copa do Mundo
e as Olimpíadas mais alegres e emocionantes dos
últimos tempos. O maior legado? “O de provarmos
para nós mesmos a nossa capacidade de realização
como povo.” O legado do aumento da autoestima do
brasileiro.
Odebrecht Informa – Como foi o processo de
capacitação da Odebrecht para participar de
projetos de grandes arenas esportivas? Quais são
os principais marcos dessa trajetória?
Benedicto Junior – No fim dos anos 1990 e no
começo dos anos 2000, os dirigentes do vasco
da Gama e, um pouco depois, do Botafogo e do
Fluminense, manifestaram o desejo de construir
novas arenas. Esses projetos acabaram não seguindo
em frente. houve outras iniciativas, também no Rio,
que terminaram por não evoluir para a Odebrecht,
até que a cidade foi escolhida para sediar os
Jogos Pan-Americanos de 2007. Assumimos a
reforma do conjunto formado pelo Maracanã e pelo
Maracanãzinho. E, mais adiante, ainda no contexto das
obras para o Pan, fomos contratados para as obras de
inteligência e acabamento do Estádio Olímpico João
havelange, o Engenhão, como carinhosamente os
cariocas o apelidaram. No decorrer desse contrato,
fomos desafiados a concluir o estádio no tempo
recorde de sete meses, substituindo o consórcio
que estava fazendo as obras de infraestrutura.
Nesse período, o grande desafio era a montagem
dos arcos da cobertura. O consórcio que estava
deixando a obra havia gastado 15 meses para realizar
25% dessa etapa, e nós teríamos que concluir os
restantes 75% em sete meses. O Engenhão, com a
nossa contribuição, foi eleito [pela revista britânica
SportBusiness] uma das 10 melhores instalações
esportivas construídas no mundo em 2007. Essa
atuação nas obras do Pan gerou um grande ativo
de engenharia para a Odebrecht. Nossa experiência
no Engenhão foi um marco na nossa trajetória de
construção de grandes arenas.
B
35informa
benedicto Junior: comprovação da capacidade do povo brasileiro de realizar grandes eventos
legados
OI – Faça um resumo da situação atual dos quatro
estádios que a Odebrecht está construindo ou
reformando para a Copa de 2014: Maracanã, Arena
Corinthians, Arena Pernambuco e Arena Fonte
Nova. Quais são, hoje, os percentuais de avanço em
cada obra?
Benedicto Junior – temos hoje, em São Paulo e
Pernambuco, um avanço de mais de 40% das obras.
No Rio e na Bahia, mais de 50%. Após o início das
obras, fomos apresentados a um desafio adicional no
Rio de Janeiro, em Pernambuco e na Bahia: os três
estádios passaram, em 2011, a fazer parte da lista de
sedes da Copa das Confederações, que será realizada
em 2013. Com isso, o prazo de execução foi reduzido
sensivelmente, em média 12 meses a menos, mas
tudo está correndo dentro do cronograma. O projeto
da Arena Corinthians está em ritmo acelerado.
Estamos concluindo, com o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco
do Brasil, a estruturação financeira do projeto, sendo
o único ainda com financiamento pendente.
OI – Os projetos de construção de arenas não podem
levar em conta apenas o estádio. É preciso pensar
no entorno. Rio, São Paulo, Recife e Salvador são
quatro metrópoles com seu cotidiano repleto de
desafios. Quais benefícios a construção das arenas
trará para as comunidades?
Benedicto Junior – As arenas, por si só, são ativos
importantes para a comunidade, mas o legado de
inserção social que elas proporcionam é o grande
destaque. veja o exemplo da Arena Corinthians. O
bairro de Itaquera, onde ela está sendo construída, é
muito carente. Não tenho dúvida de que poderemos
dividir a história do bairro e da região em “antes”
e “depois” da arena. Não havia investimentos em
Itaquera. Com a arena, haverá mudanças profundas
em razão da melhoria na infraestrutura de transportes,
da valorização dos imóveis e da chegada de empresas,
estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviço. hoje, existe uma valorização territorial
na região de algo como 50%. Em Pernambuco, o
cenário é outro, mas as expectativas são igualmente
animadoras. lá, graças à visão arrojada e moderna
do poder público, será criado, com a Cidade da Copa,
um novo vetor de desenvolvimento do Grande Recife
em direção ao interior do estado, que vai se somar
aos atuais, no sul e norte, nas regiões costeiras. Na
Bahia, com o renascimento da Fonte Nova, teremos
a requalificação de um ativo social histórico e com
vocação para valorizar ainda mais aquilo que o baiano
mais exporta para o Brasil, além do futebol: cultura e
shows de música popular. A Arena Fonte Nova será um
novo polo de diversão para os soteropolitanos. No Rio,
talvez tenhamos a mais emblemática das iniciativas
em curso: a reforma do Maracanã, inaugurado na
Copa do Mundo de 1950, que à época significou
uma demonstração da capacidade brasileira de
empreender obras complexas. Com a revitalização, o
Maracanã certamente se tornará uma referência de
conforto, segurança e avanço tecnológico, em sintonia
com as mais rigorosas exigências do século 21. Além
disso, o estádio, que sediará também disputas das
Olimpíadas, receberá em seu entorno um conjunto
de investimentos que transformará a realidade local
no que se refere à mobilidade urbana e habitacional,
entre outros aspectos, integrando esse gigante
histórico ao seu entorno.
OI – No Brasil, o futebol, como se sabe, é mais que
um esporte: é paixão nacional e elemento que ajuda
a definir uma identidade. Você, além de empresário
que lidera obras de arenas, é aficionado por futebol.
Na sua opinião, que tipo de impacto pode ter o
momento vivido hoje pelo país, com a construção de
grandes arenas esportivas em várias cidades? Quais
transformações isso pode ocasionar?
Benedicto Junior – O momento do futebol brasileiro
leva a importantes reflexões. Inicialmente, sobre as
novas formas de se construir arenas, mas, muito
mais do que isso, sobre a participação da iniciativa
privada na concepção e gestão dessas arenas. Os
dirigentes e torcedores dos clubes que não tiverem o
privilégio de modernizar sua “casa” se perguntarão:
por que o meu clube não tem uma arena moderna? O
que estamos perdendo? Mas isso é apenas a reflexão
inicial, porque há questões mais profundas que estão
vindo à luz. A execução de novas arenas tem levado
à descoberta de novas formas de gestão não apenas
das instalações físicas, mas dos próprios clubes. tem
levado a uma maior profissionalização. Aos poucos,
vamos nos aproximando da realidade dos clubes
da Europa, que vendem ingressos para os seus
jogos do ano corrente e do ano seguinte também. A
36 informa
37informa
presença da iniciativa privada está contribuindo para
a modernização da administração dos clubes. São
novas cabeças, com novas ideias e uma nova forma
de olhar velhos problemas. O futebol brasileiro não
pode perder essa oportunidade. É uma relação de
ganha-ganha.
OI – O Rio de Janeiro, além de receber jogos da
Copa do Mundo (entre eles, a partida final), será
sede das Olimpíadas. A cidade já está passando por
profundas transformações em sua infraestrutura.
A Odebrecht tem uma participação destacada na
preparação da cidade para esses que são os dois
maiores eventos esportivos do planeta. Como a
Odebrecht se preparou para dar essa contribuição?
De que forma a relação histórica da Organização
com o Rio de Janeiro ajudou nisso?
Benedicto Junior – Para começar, a Odebrecht se
“nacionalizou” no Rio de Janeiro. Nasceu no Recife,
cresceu em Salvador, tornou-se uma empresa
estadual na Bahia, regionalizou-se no Nordeste e
então passou a ter atuação nacional a partir do Rio.
Executou aqui obras de grande importância, como
o Aeroporto do Galeão, a Usina Nuclear Angra 1,
os edifícios-sede da Petrobras e do BNDES e o
Complexo do Rio Sul, entre várias outras. Em 1993,
quando muitas empresas estavam indo embora,
a Construtora Norberto Odebrecht transferiu sua
sede para o Rio. viemos para ficar mais perto de
alguns de nossos grandes clientes, como Petrobras,
Furnas e Eletrobrás, cujas sedes eram aqui. Sempre
acreditamos na cidade, em seu poder de superar
desafios, em sua capacidade de se recuperar.
Nós ficamos aqui, permanecemos e, por isso,
desenvolvemos uma relação que é longa, produtiva
e – por que não dizer? – emocional com o Rio de
Janeiro.
OI – Quais são hoje os destaques dessa relação?
Benedicto Junior – As Olimpíadas de 2016 definem o
horizonte de transformações pelas quais o Rio está
passando. A cidade terá um sistema de transporte
urbano muito mais abrangente e adequado. Um dos
primeiros melhoramentos nesse setor é o corredor
expresso de ônibus transOeste, que liga a Barra
da tijuca à Santa Cruz, com 56 km de extensão, na
Zona Oeste da cidade. Em breve, começarão as
obras da transOlímpica, nova via de ligação entre
o Recreio dos Bandeirantes e Deodoro, com pistas
exclusivas para o sistema BRt (Bus Rapid transit).
temos a expansão do Metrô, que segue avançada
em quatro direções – da Barra para São Conrado,
de São Conrado para a Barra e Gávea e de Ipanema
para a Gávea –, que já conta com mais de 2.200 m de
túneis e se completará com a abertura de mais obras
em Ipanema e no leblon. Outro grande desafio em
curso é a modernização do sistema de trens urbanos,
projeto realizado conjuntamente entre o Governo do
Estado e a Supervia, empresa da qual a Odebrecht
transPort é acionista majoritária. Este, com certeza,
é o maior desafio da Odebrecht no país. Mas não
há como deixar de reconhecer que as Olimpíadas
de 2016 serão lembradas, acima de tudo, no que se
refere às obras, pela revitalização e reurbanização
da Região Portuária por meio do projeto Porto
Maravilha, liderado pela Prefeitura e fruto da maior
operação de PPP (Parceria Público-Privada) urbana
em andamento no país.
“As Olimpíadas de 2016 definem o horizonte de transformações pelas quais o Rio está passando. A cidade terá um sistema de transporte urbano muito mais abrangente e adequado”
“Não adianta termos
uma Copa perfeita
no aspecto de
organização se ela não
for capaz de transmitir
a emoção que as
pessoas querem,
merecem e precisam
ter ao conhecer
nosso país”
OI – Você costuma dizer que a Odebrecht “acreditou
no sonho olímpico” do Rio de Janeiro.
Benedicto Junior – Sim, sempre acreditamos no
sucesso desse projeto, na realização desse sonho.
E mais: sempre acreditei que a escolha do Rio como
sede das Olimpíadas é, de certa forma, no plano
nacional, uma reparação para com a cidade, e um
reconhecimento mundial a ela, que é o cartão de
visita do Brasil.
OI – Reparação? Como assim?
Benedicto Junior – Quando, depois de dois séculos,
o Rio deixou de ser a capital do país, no início de
década de 1960, nada foi feito para compensar as
perdas que a cidade teria com a mudança. Não
houve um plano. O Rio passou então a sofrer um
processo de esvaziamento econômico e declínio de
sua importância política. Felizmente, esse processo
começou a ser sanado nos últimos anos. Mas ainda
faltava um plano para ressarcir a cidade pela perda
de sua condição de capital federal. Essa oportunidade
chegou com os extraordinários eventos que a cidade
irá sediar e as grandes exigências geradas por eles.
Isso irá resultar numa melhoria sensível na qualidade
de vida dos moradores e em um novo impulso para a
continuidade de uma trajetória de desenvolvimento
sustentável.
OI – Em resumo, por que é um bom negócio para um
país sediar uma Copa do Mundo? E por que vale a
pena para um município receber as Olimpíadas?
Benedicto Junior – vale a pena, sobretudo, porque
o país tem a oportunidade de mostrar a si mesmo
e ao mundo que é capaz de realizar projetos
extraordinários. No caso do Brasil, estou convicto
de que o maior legado da Copa do Mundo e das
Olimpíadas será este: o de provarmos para nós
mesmos a nossa capacidade de realização como
povo. O maior legado será o aumento da autoestima
do brasileiro.
OI – O Brasil estará preparado para sediar a Copa do
Mundo e as Olimpíadas de maneira impecável?
Benedicto Junior – A Copa do Mundo e as Olimpíadas
serão impecáveis, sim, mas do nosso jeito. Acho que
tudo pode ser expressado por uma frase que ouvi de
alguns técnicos especialistas em grandes eventos
pelo mundo afora: “A Alemanha fez o evento mais
organizado do planeta [a Copa do Mundo de 2006] e
o Brasil vai fazer o evento mais alegre do planeta”.
vamos ter a Copa mais alegre de todos os tempos,
a mais feliz. Não adianta termos uma Copa perfeita
no aspecto de organização se ela não for capaz
de transmitir a emoção que as pessoas querem,
merecem e precisam ter ao conhecer nosso país.
vamos fazer uma Copa do Mundo para os brasileiros
e os turistas sentirem-se felizes ao viverem uma
experiência que transcenderá à participação em um
evento de grande porte. Queremos proporcionar às
pessoas muito mais que isso e vamos conseguir.
OI – Uma pergunta ao Benedicto Junior torcedor: o
Brasil será hexa na Copa de 2014?
Benedicto Junior – Sim! É impossível trabalhar
no Maracanã, ver tudo o que está sendo feito e
não imaginar o Brasil jogando ali a final da Copa e
vencendo. temos que apagar 1950!
38 informa
IMAGENS DE CElEBRAçãO DA vIDAConheça os vencedores do concurso fotográfico Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa
COnCuRSO
O assunto? Esporte. Ferramentas? Uma máquina
fotográfica ou um celular. Mais de 60 fotógrafos
amadores participaram do concurso Esporte em
Foco, promovido por Odebrecht Informa , que propôs o
seguinte desafio: por meio de um clique, os integrantes
da Organização deveriam mostrar como diferentes práti-
cas esportivas movimentam as comunidades onde vivem
e trabalham.
Carolina Almeida de Souza, da Odebrecht Energia, ven-
ceu na categoria Máquina Fotográfica, com um registro de
praticantes de stand up-paddle (esporte em que se usa
prancha e remo) em Copacabana, no Rio de Janeiro: “O
esporte está se difundindo na cidade e é bem comum ver
os praticantes nos fins de semana”, diz Carolina, que tra-
balha na capital fluminense. Lauren Pereira, da Odebrecht
International na Guiné-Conacri, e Erick Marcel Carvalho, da
Odebrecht Infraestrutura em Marabá (PA), ficaram com o
segundo e o terceiro lugares, respectivamente.
Outra foto resumiu como força e união caminham
juntas quando se trabalha em equipe. “Vi um grupo de
esportistas se exercitando na praia, no Rio de Janeiro.
Um dependia do outro para manter o equilíbrio”, explica
Anderson Munhoz, da Odebrecht Infraestrutura, que tam-
bém trabalha no Rio e foi o vencedor na categoria Celular.
Nessa mesma categoria, José Marcelo de Oliveira, da Foz
do Brasil em Limeira (SP), e Francisco da Cunha Melo, da
Odebrecht Infraestrutura no Rio, tiveram a segunda e a
terceira colocações.
Quatro integrantes receberam menção honrosa:
Alex da Silva Guedes e Juliano de Paula Santos, da
Odebrecht Infraestrutura no Rio, Olavo de Pinho,
da Foz do Brasil, em Cachoeiro do Itapemirim (ES)
e Lauren Pereira, única entre os participantes a ter
duas fotos escolhidas pela Comissão Julgadora.
A comissão do concurso foi formada por Mar-
co Antônio Antunes, Responsável por Comunica-
ção na Arena Corinthians, Sérgio Bourroul, Res-
ponsável por Relacionamento com a Imprensa na
Odebrecht S.A., Holanda Cavalcanti, Editora de
Fotografia de Odebrecht Informa, e pelo fotógrafo
Rubens Fernandes Junior, Diretor da Faculdade de
Comunicação e Marketing da Fundação Armando
Álvares Penteado (Faap).
Conheça a história por trás das fotos vence-
doras em reportagem que será publicada na edi-
ção online de Odebrecht Informa. Você poderá
acessar as imagens escolhidas nas duas catego-
rias e para as quatro menções honrosas – além
de uma seleção de imagens inscritas. Acesse
www.odebrechtonline.com.br
As fotos de Carolina Almeida de Souza e (abaixo) de Anderson Munhoz: primeiros colocados nas categorias Máquina Fotográfica e Celular
texto eManuella soMBra
39informa
40 informa 40
DE OlhO NA COPAFichas técnicas, notícias, fotos, câmeras online e vídeos fazem parte do site sobre obras em quatro arenas que
receberão jogos da Copa do Mundo de 2014
texto Júlio césar soares
A construção dos estádios
para a abertura e para
a final da Copa do Mun-
do de 2014 (Arena Corinthians e
Maracanã, repectivamente) e das
Arenas Fonte Nova e Pernambu-
co fizeram com que a Odebrecht
virasse frequentadora assídua
dos cadernos de esportes de jor-
nais impressos e dos sites es-
pecializados. “Para termos mais
ganho de imagem a partir des-
sa grande exposição, ficou clara
para nós a necessidade de ações
de comunicação integradas, que
potencializassem ainda mais as
iniciativas já em curso em cada
uma das quatro arenas”, diz An-
tonio Carlos de Faria, Responsá-
vel por Comunicação na Odebre-
cht Infraestrutura.
Essa constatação foi o ponto
de origem do site “Odebrecht na
Copa”, que, criado no primeiro
semestre de 2011, reúne fichas
técnicas, notícias, fotos, câme-
ras online e vídeos dos quatro
estádios em um único banco de
dados. “Cada obra desenvol-
ve suas ações de comunicação.
Com o site, oferecemos informa-
ção de forma homogênea, mos-
trando em conjunto a relevância
da participação da Odebrecht
Infraestrutura e de seus parcei-
ros”, explica Antonio Carlos.
COMuNICAçãO
tela de aber-tura do site “Odebrecht na Copa”: informações são usadas como fonte pelos jornalistas
reP
ro
du
çã
o
41informa
Nesse quase um ano de vida
e com mais de 1,6 milhão de vi-
sualizações de páginas, o “Ode-
brecht na Copa” possui alguns
marcos em sua história, como
a exibição da realidade aumen-
tada do Maracanã. Com uma
webcam e um código impresso,
torcedores podem visitar virtu-
almente um dos mais famosos
estádios do mundo. As imagens
da implosão do antigo Estádio
da Fonte Nova, que emocionou,
em especial, os torcedores da
Bahia, também foram desta-
ques. A maquete da Arena Corin-
thians, que chegou a ter mais de
300 mil visualizações em uma
só semana, é até hoje um dos
grandes atrativos. “O site vem
transmitindo a mensagem de
competência técnica e cuidado
com a comunidade, o que é es-
sencial para que o grande públi-
co conheça melhor a Odebrecht”,
argumenta Antonio Carlos.
Com frequência, as informa-
ções do site são usadas como
fonte pelos jornalistas. “É o ca-
minho mais fácil e rápido para
tirar dúvidas técnicas sobre as
obras”, diz Leandro Canônico,
repórter do globoesporte.com,
segundo Carlos Hermanny, Dire-
tor-Superintendente Copa 2014
da Odebrecht Infraestrutura, a
função do site é justamente esta:
“Oferecer mais informações do
que a mídia veicula, com enfo-
que na informação visual, de ca-
ráter técnico”. Ele acrescenta:
“Isso permite que os torcedores
conheçam melhor os estádios e
percebam que eles são fruto de
muito trabalho e dedicação”.
Em junho, algumas novidades
chegaram ao site. “Temos um
novo leiaute e câmeras, atenden-
do ainda melhor os visitantes”,
destaca Ana Carolina Martins,
Responsável pelo site na equipe
de Comunicação da Odebrecht
Infraestrutura. Posicionadas em
cada obra, as câmeras geram
imagens das 7 horas da manhã
às 7 da noite. “Teremos um de-
lay de uma hora para facilitar a
navegação e, após as 8 horas da
noite, os visitantes acompanham
em loop a última hora de filma-
gem”, detalha Ana Carolina.
Além disso, outras novidades
estão chegando, como as fotos
em 360º e um quiz por meio do
qual será possível ganhar con-
vites para visitas ao canteiro de
obras. “Tudo isso traz mais inte-
ração e uma participação maior
dos usuários. A meta é ter sem-
pre conteúdo novo para os visi-
tantes”, salienta Ana Carolina.
Fluxo de informaçãoA alimentação do site requer
dos responsáveis por esse tra-
balho muita atenção e rapidez.
São quatro estádios, objetos de
imensa paixão e com diversas
histórias a serem contadas. “En-
viamos informações para o ‘Ode-
brecht na Copa’ frequentemente
e, quando temos qualquer soli-
citação da equipe, a atendemos
de imediato”, explica Ana Luiza
Dornelas, da equipe de Comu-
nicação da Arena Pernambuco.
“Além do envio imediato de ma-
terial sobre algum fato relevan-
te, também buscamos atender
todas as demandas enviadas pe-
los internautas”, completa Mar-
co Antonio Antunes, Responsável
por Comunicação nas obras da
Arena Corinthians.
“Outras ações, como visitas
de comitivas da FIFA, programas
sociais e conteúdo interativo,
também são destinados ao site”,
observa Carine Aprile, Respon-
sável por Comunicação na Arena
Fonte Nova. Igor Lamy, Respon-
sável por Comunicação no Mara-
canã, ressalta: “O ‘Odebrecht na
Copa’ é uma ferramenta impor-
tante não apenas para divulgar
informações, mas para compar-
tilhar conhecimento com as ou-
tras obras”.
“O site vem
transmitindo a
mensagem de
competência
técnica e de
cuidado com
a comunidade”
Antonio Carlos de Faria
foto
: ca
rlo
s Jú
nio
r
42 informa
COM O CORAçãO NA
arenaNa Arena Corinthians e no Maracanã, o início e o fim de um evento que vai mobilizar o mundo em 2014
42
O Maracanã em obras: nova etapa na vida do mítico estádio carioca
43informa
texto luiz carlos raMos fotos aMérico verMelho (Maracanã) e Yann vadaru (arena corinthians)
m dois dias de 2014, metade da população
mundial estará com os olhos voltados para
os estádios das duas maiores cidades do
Brasil: a futura Arena Corinthians, em São
Paulo, e o renovado Maracanã, no Rio de
Janeiro. Além do público das arquibancadas, cerca de
3,5 bilhões de pessoas de mais de 200 países acompanha-
rão pela tv a abertura da Copa do Mundo, prevista para
12 de junho, na capital paulista, e um número semelhante
de telespectadores verá a final, a ser disputada no gigante
carioca em 13 de julho. Os dois estádios de futebol, símbo-
los do talento dos craques brasileiros e da paixão pelo es-
porte mais popular do planeta, estão em obras dia e noite,
em ritmo acelerado, que reforça a previsão de sucesso do
Mundial.
Além de participarem dessas duas obras, as equipes
da Odebrecht Infraestrutura também estão presentes na
construção de outros dois estádios da Copa: a Arena Fonte
Nova, em Salvador, e a Arena Pernambuco, na região de
Recife, os quais, assim como o Maracanã, terão jogos já
na Copa das Confederações, em junho de 2013.
O Brasil está de olho. O mundo todo está. E fazem uma
pergunta: tudo ficará pronto a tempo? Odebrecht Informa
visitou os estádios do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador
e Recife, conversou com líderes e integrantes das equi-
pes, que antecipam a resposta: sim, as obras estarão
E
44 informa
concluídas dentro dos prazos. E não apenas isso, mas
também contribuirão para o surgimento de novos para-
digmas na construção de grandes arenas esportivas no
país. Nesta reportagem, você conhecerá pessoas que
estão transformando em realidade o sonho do Maracanã
rejuvenescido e da Arena Corinthians em pé, pronta para
abrigar sua apaixonada e fiel torcida.
O renovado palco da finalO Maracanã de 2014 quase nada terá a ver com o da
Copa de 1950. A gloriosa história de 60 anos, com fotos
e relíquias de grandes craques e inesquecíveis clássicos
do futebol, ficarão em um museu, ao lado do estádio que
está sendo preparado para se tornar um dos mais mo-
dernos e confortáveis do mundo. “As mudanças são ra-
dicais e necessárias”, explica o Diretor de Contrato Paulo
Falcão Correa Filho. “O resultado final será um belo es-
tádio para 79.500 pessoas, uma arena multiuso.” Mais de
5 mil pessoas trabalham nas obras, diariamente.
A responsabilidade pelos serviços é do consórcio for-
mado pela Odebrecht Infraestrutura (líder) e a Andrade
Gutierrez. O Governo estadual, proprietário do Maracanã,
é o cliente, por meio da Empresas de Obras Públicas do
Estado do Rio (Emop), cujo Presidente, Ícaro Moreno, vi-
sita as obras todos os dias. O estádio foi fechado para o
futebol há dois anos. Ícaro prevê: “Apesar do tempo já de-
dicado à busca de solução para a cobertura das arquiban-
cadas, os trabalhos terminarão no início de 2013. Foram
concluídos os 55% mais difíceis. Restam 45%.”
O Gerente de Contrato Carlos Berardo Zaeyen, que
participa da obra desde o início, atuou também na re-
forma do Maracanã para os Jogos Pan-Americanos
de 2007. Ele reforça as afirmações otimistas de Paulo
Falcão e de Ícaro Moreno, anunciando uma nova e im-
portante etapa: a instalação da cobertura das arquiban-
cadas. “Os planos eram manter toda a antiga marqui-
se e ampliá-la por meio de uma extensão de aço, mas
percebeu-se que sua estrutura, condenada pelo tempo,
teria que ser demolida”, relata Zaeyen. “A marquise foi
demolida e agora está sendo instalado o anel de concre-
to do qual surgirão as hastes de aço que suportarão a
cobertura feita com resistente lona especial.”
Personagens de uma bela históriaZaeyen e Falcão sobem em um elevador até o plano
mais alto do estádio, de onde se vê todas as obras das
arquibancadas superiores e inferiores e do entorno, tendo
ao fundo o Corcovado, um dos símbolos do Rio. O lance
inferior ficará mais perto do gramado. E logo serão insta-
ladas as cadeiras de plástico.
Paulo Falcão relata que esteve recentemente na
holanda para conhecer a moderna Amsterdam ArenA:
“Aqui, será possível fazer o mesmo que acontece lá. Mal
termina um show musical, o gramado é recolocado no
lugar do palco e recebe o futebol”. Falcão foi à arena
holandesa ao lado de Carlos Alberto torres, capitão da
A partir do alto, no sentido horário, Arnaldo Cambraia e Almir Fontenele no estúdio da rádio estádio; a tricolor carioca raquel Souza da Silva; trabalhadores assistem a uma partida disputada por companheiros no canteiro de obras de itaquera; e a flamenguista Carla de Jesus Arthur: gente que está tornando realidade o novo Maracanã e a Arena Corinthians
45informa
seleção brasileira campeã mundial de 1970, no México.
Mário Jorge Lobo Zagallo, bicampeão em campo e
técnico do time do tricampeonato mundial, emocionou-
-se ao participar recentemente do Café com o Líder, en-
contro mensal no Maracanã com um convidado famoso
do futebol, para um bate papo com 13 trabalhadores de
diferentes funções na obra, além de Paulo Falcão e Car-
los Zaeyen. “Tem sido positivo para o diálogo entre os
líderes e os demais integrantes da equipe, pela união.
Os ex-jogadores Zico e Roberto Dinamite também já vie-
ram para o Café com o Líder”, relata Falcão.
A flamenguista Carla de Jesus Arthur, carioca de 27
anos, era uma das pessoas mais entusiasmadas com a
presença dos grandes craques do passado no canteiro
de obras do Maracanã. Ela foi jogadora de futebol e, há
um ano, trabalha como soldadora. “Tenho o futebol no
sangue. Fui zagueira do Madureira, do São Cristóvão e
do Botafogo e joguei ao lado da Marta na seleção brasi-
leira em 2000.”
A ajudante de produção Elisângela Soares torce para
o arquirrival do clube de Carla, o Vasco da Gama. Ela
se emociona ao falar de seu trabalho. “Nunca pensei
que, um dia, participaria dessa bela obra. É uma coisa
de destino”. O carpinteiro Joaquim de Oliveira, torcedor
do Vasco e do Corinthians, trabalha na base da cobertu-
ra. Ele garante: “Se depender do novo Maracanã, a Copa
será um enorme sucesso.”
Raquel Souza da Silva, carioca de 19 anos, mostra
seu capacete com um distintivo do Fluminense colado.
“Adoro futebol e o tricolor. Meu pai, Francisco, está aqui
como mestre de obras. E eu participo da contagem de
horas dos trabalhadores.” E o Botafogo? Sim, o clube que
revelou Garrincha no Maracanã também é representado
na construção: entre outros apaixonados botafoguenses,
estão os líderes Paulo Falcão e Carlos Zaeyen.
Onde a bola rolará primeiroAo ser concluída, em dezembro de 2013, a Arena Co-
rinthians terá estabelecido vários recordes graças, so-
bretudo, à sintonia entre cliente, construtora e governos
federal, estadual e municipal. Sorte do Corinthians, que
agora realiza um sonho centenário. O principal recorde: o
de rapidez da obra. A inauguração do estádio para 48 mil
pessoas, que será o palco da abertura da Copa de 2014
com 68 mil lugares (com a instalação de arquibancadas
removíveis para 20 mil), ocorrerá pouco mais de dois anos
e meio depois do terreno do bairro de Itaquera ter rece-
bido os primeiros trabalhadores da Odebrecht. Sorte da
cidade de São Paulo, palco da grande festa.
Em 30 de maio passado, a equipe de trabalho parou
por alguns momentos para a festa do primeiro aniversá-
rio do início da obra, no bairro de Itaquera, na Zona leste.
logo depois, com o mesmo entusiasmo, cada integrante
reassumiu seu posto de trabalho para erguer as arqui-
bancadas, que já ganharam forma. A rapidez confirma o
cronograma da Odebrecht, única empresa nesse projeto.
Em junho, estavam concluídos 40% das obras.
A área de 198 mil m2 onde está sendo construído o
estádio fica ao lado de uma estação de metrô e outra de
trem. O projeto é de autoria dos arquitetos Aníbal Coutinho
e Antonio Paulo Cordeiro, do escritório Coutinho, Diegues,
Cordeiro/DDG. O atual Presidente corintiano, Mário Gobbi,
e o vice, luiz Paulo Rosenberg, recebem informações diá-
rias sobre o estágio das obras.
Em sua sala, no canteiro de obras, o Diretor de Con-
trato Antonio Roberto Gavioli afirma que a proximidade
entre parceiros contribui para que a construção da arena
esteja em ritmo acelerado. “Nesta sala, o ambiente ajuda,
pois trabalho ao lado do representante do Corinthians e do
representante da Fifa. Na sala vizinha fica o Gerente Ope-
racional, Frederico Barbosa. “Converso sempre com os
trabalhadores, nas frentes de serviço, em cafés da manhã
e no Diálogo Diário de Segurança, realizado no início de
cada um dos três turnos de trabalho”, diz ele, que acres-
centa: “Percebo o orgulho de todos nesta obra de grande
visibilidade. lá fora, todo mundo quer saber como está a
Arena Corinthians. A resposta é simples: vai muito bem”.
O arquiteto Jorge Borja representa o Corinthians.
“Aqui, o segredo é o envolvimento de todos, já que esta-
mos num mesmo time, em busca de soluções.” Frederico
Barbosa está na obra desde o uso da primeira pá no terre-
no de Itaquera, há pouco mais de um ano. Em sua sala, há
fotos da maquete do estádio e um cartaz: “Aqui, sentamos
à mesma mesa, comemos a mesma comida, vestimos a
mesa camisa. Odebrecht Infraestrutura”. Acostumado a
obras em túneis, ferrovias e metrôs, ele se surpreendeu
ao chegar ao local do estádio para o início dos trabalhos.
“tive que dar entrevistas para dezenas de canais de tv,
rádios, jornais, revistas.”
Barcelama, Ruimadri...Fred, como é conhecido, orgulha-se de dizer que “a
bola já começou a rolar” na Arena da Copa. Em 21 de
maio, começou o Campeonato Brasileirinho, que reúne
40 times de futebol soçaite. Cada equipe tem seis traba-
lhadores da obra e a final será em 3 de dezembro. En-
tre os times, estão Barcelama, Ruimadrid, Os Ronaldos,
Marteleiros e Os Ferraduras. A quadra sintética cinza –
evitou-se o verde do Palmeiras, arquirrival do Corinthians
definindo as feições: Arena Corinthians, palco do jogo de
abertura da Copa do Mundo de 2014, toma forma em
ritmo acelerado
46 informa
47informa
–, que fica ao lado do setor de recreação Recanto do
Guerreiro, é o local dos jogos nos fins de tarde, com nar-
ração pela rádio interna.
Existe uma rádio de verdade na obra, a Rádio Estádio,
mantida por um engenheiro, o Gerente de Sustentabili-
dade Antonio Pigat Zuchowski, e por dois locutores – o
técnico em segurança Almir Fontenele e o engenheiro
ambiental Arnaldo Cambraia. O piauiense Almir, que tra-
balhou em rádio em sua cidade natal, Piracuru, explica:
“A rádio funciona 24 horas por dia e pode ser ouvida nas
áreas de convivência da obra, como o refeitório, com mú-
sicas e informações, além da narração dos jogos do nos-
so campeonato”.
Hoje, a obra em Itaquera tem a participação de
1.820 trabalhadores de 22 estados. O Piauí, de Almir, en-
tra com 218 e aparece em segundo lugar, atrás apenas de
São Paulo, que tem 373. Dos 250 que terminaram o cur-
so do Programa de Qualificação Profissional Continuada
Acreditar, 81 foram contratados e prosseguem na obra.
Torcedores do Corinthians são maioria, mas há também
são-paulinos, palmeirenses, santistas...
O paraibano Francisco das Chagas Lopes, Mestre
Pará, 38 anos de Odebrecht, arregimentou os primeiros
trabalhadores para Itaquera e sorri ao apontar as arqui-
bancadas erguidas. “Deu trabalho, mas está sendo muito
bom participar disso tudo”, diz. A mesma opinião tem ou-
tro mestre de obras, Valentim Valeretto, paulista de Biri-
gui: “Se tinha gente que duvidava, isso tudo dá a certeza
de que o estádio ficará pronto”. Ali perto, a frase pintada
em um muro representa esse estado de espírito: “A Copa
do Mundo 2014 começa aqui”.
Carlos Hermanny Filho, Diretor-Superintendente –
Copa 2014 da Odebrecht Infraestrutura, ressalta: “A Copa
do Mundo é um evento sui generis e, nas obras realizadas
em seu contexto, é preciso harmonizar a participação de
um grande número de atores fundamentais, como gover-
no, Fifa, investidores, bancos, Comitê Organizador Local
(COL), fornecedores, ONGs, sindicatos, órgãos de contro-
le e a sociedade de uma forma geral. Isso tem demanda-
do paciência, flexibilidade e determinação das equipes da
Odebrecht envolvidas com o evento”.
Segundo Hermanny, nesse cenário, entregar o
estádio de abertura da Copa, a Arena Corinthians, e o
de encerramento, o Maracanã, e viabilizar a constru-
ção das arenas de Pernambuco e da Bahia por meio
de Parcerias Público-Privadas (PPPs) representam
grandes desafios, que alcançam maior proporção
diante da decisão (tomada em 2011) de incluir três
dessas arenas na lista de sedes da Copa das Confe-
derações da Fifa, em junho de 2013.
48 informa
dO eSPOrte. e dAS ArteS. e dA CuLturA...
casasArenas Fonte Nova e
Pernambuco receberão, além do futebol, grandes
eventos nacionais e internacionais
de entretenimento e negócios
48
texto João Paulo carvalho fotos arthur ikishiMa (Fonte nova) e lia luBaMBo (arena PernaMBuco)
espaço multiuso: Arena Fonte Nova também ambientará shows, exposições e congressos
ão é só a ponte Presidente Dutra,
entre Juazeiro e Petrolina, que
une Bahia e Pernambuco. A paixão
pelo futebol e a expectativa de se-
diar um dos mais importantes es-
petáculos esportivos do planeta são novos laços
que ligam os dois estados.
Era 30 de outubro de 2007, quando o Presi-
dente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou o Brasil
como sede da Copa do Mundo de 2014. O país já
sabia que seria escolhido, pois os demais con-
correntes haviam retirado suas candidaturas,
mas, após o anúncio oficial, a explosão de ale-
gria nas ruas foi a mesma de um gol em final de
campeonato.
Aliás, final de campeonato é uma situação à
qual as torcidas dos grandes times de Salvador
e Recife estão acostumadas. Os números estão
aí para provar. Enquanto o Esporte Clube Bahia
possui a maior torcida do Nordeste, de acordo
com pesquisa do Ibope encomendada em janei-
ro pela revista Lance!, o Santa Cruz, de Recife,
registra as maiores médias de público do Brasil,
mesmo com o time disputando apenas a Tercei-
ra Divisão do futebol nacional. Em fevereiro des-
te ano, em um jogo contra o Sport Club do Re-
cife – que tem a maior torcida do estado – pelo
campeonato pernambucano, nada menos que
45.109 torcedores compareceram para apoiar o
time coral, que terminou sagrando-se campeão
estadual este ano.
A Copa do Mundo de 2014 vem para coroar a
paixão dos brasileiros pelo futebol. As arenas
esportivas em construção são a materialização
de um sonho de milhões de aficionados baianos
e pernambucanos. Representam, além do orgu-
lho de receber um evento de tamanha magnitu-
de, a chance de promover o desenvolvimento de
suas capitais por meio de melhorias urbanas e
novas oportunidades de negócios que surgirão
com os equipamentos multiuso que estão por se
concretizar. O legado.
Alisson Jones, torcedor do Bahia, afirma: “O
sentimento é de profunda alegria por estarmos
voltando ao nosso caldeirão: o Estádio Fonte
Nova. Agora sim o Bahia vai voltar a jogar em
casa, com toda a história já vivida pelo clube
neste lugar. Sem desmerecer o Estádio de Pi-
tuaçu, não há nada melhor que assistir ao Bahia
na ‘Fonte’”.
O clube já assinou um Memorando de Enten-
dimentos com a Fonte Nova Negócios e Partici-
pações (FNP) – Sociedade de Propósito Especí-
fico (SPE) formada por Odebrecht Participações
e Investimentos e OAS e contratada pelo Gover-
no baiano para construir e operar a Arena Fon-
te Nova por 35 anos – atestando a intenção de
mandar seus jogos no novo estádio. O Esporte
Clube Vitória já foi contatado pela FNP, mas ain-
da não definiu se utilizará o espaço.
Operação inédita na cidadeSalvador começou a respirar o evento quando
viu o antigo Fonte Nova ser demolido para dar
lugar à nova arena. Para o trabalho de implo-
são, ocorrido no dia 29 de agosto de 2010 e que
consumiu 700 kg de explosivos, cerca de 1.300
profissionais estiveram encarregados dos deta-
lhes de uma operação até então inédita na cida-
de. Ao todo, 2.467 pessoas, entre moradores e
comerciantes, deixaram 962 imóveis das 7h às
12h daquele dia para que o trabalho obtivesse
êxito. E o sucesso foi tanto que rendeu à equi-
pe de comunicação e marketing da Arena Fonte
Nova o Prêmio Aberje 2011 Norte e Nordeste, na
categoria Relacionamento com a Imprensa.
Parte das 77 mil t de concreto do antigo Fonte
Nova virou escultura nas mãos do artista plás-
tico baiano Bel Borba. Com criatividade, ferros
retorcidos misturados ao cimento ganharam
forma e se transformaram em objetos de arte
que ficaram expostos de janeiro a março des-
te ano no Palacete das Artes Rodin Bahia, em
Salvador. Outra parte do concreto virou suvenir,
comercializado no Centro de Visitação da Arena
Fonte Nova, com a renda revertida em benefí-
cio das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A maior
parte dos escombros, porém, foi reciclada e
reutilizada na própria construção da nova arena,
além de outras obras de infraestrutura realiza-
das na capital baiana.
Em Pernambuco, a nova arena será fruto de
uma obra que começou do zero. O terreno já era
de propriedade do Governo do Estado, que licitou
dO eSPOrte. e dAS ArteS. e dA CuLturA...
N
49informa
o projeto nos moldes propostos pelo caderno
de encargos da Fifa. Uma grande notícia para
a região metropolitana do Recife foi dada no
fim de maio pela Fifa, confirmando-a como
palco da Copa das Confederações, a ser rea-
lizada em junho de 2013, em seis das 12 sub-
-sedes da Copa do Mundo.
O trabalho nas obras das arenas segue em
ritmo frenético. Salvador já ultrapassou 62%
do total, enquanto Recife passou dos 43% e
acelera as contratações. Ambas encontram-
-se, neste momento, no pico dos serviços.
A Arena Fonte Nova conta com 3.300 traba-
lhadores, enquanto a Arena Pernambuco fi-
nalizou junho com 4 mil. A jornada começa
pontualmente às 7h da manhã e acaba depois
das 4h da madrugada.
Alexandre Chiavegatto, Diretor de Contra-
to do consórcio construtor da Arena Fonte
Nova, afirma: “Nossa meta é concluir a obra
até dezembro deste ano, seis meses antes da
Copa das Confederações, tempo suficiente
para que todos os testes necessários ao bom
A partir do alto, no sentido horário, a Arena Pernambuco em obras; o tricolor baiano Alisson Jones, na Arena Fonte Nova;
José rosano, encarregado de turno, e thiago da Cunha José, ajudante de elétrica, na Arena Pernambuco: futuros
endereços de grandes eventos esportivos e artísticos
50 informa
51informa
andamento do espetáculo sejam realizados”. No
dia 30 de maio, a Fifa divulgou a tabela dos jogos
e confirmou pelo menos uma partida do Brasil
em Salvador. Já Recife poderá receber a seleção
espanhola, atual campeã mundial.
Futebol e showsNa Bahia, o novo empreendimento também
funcionará como local para realização de gran-
des shows, uma carência de Salvador. Muitos es-
petáculos já deixaram de passar pela cidade por
falta de ambiente com infraestrutura adequa-
da. Para isso, a Arena Fonte Nova contará com
50 mil assentos cobertos, 70 camarotes para
1.250 pessoas, 2.100 assentos VIPs e 94 banhei-
ros, dos quais 23 serão destinados a portadores
de necessidades especiais. Terá ainda espaço
para convenções, restaurantes com vista pano-
râmica para o campo e para o Dique do Tororó
– um dos cartões postais de Salvador –, espaço
cultural, 39 quiosques de alimentação, área de
imprensa, 2 mil vagas de estacionamento, bici-
cletário e ampla área de circulação.
De acordo com Dênio Sidreira, Presidente da
Arena Fonte Nova, Salvador está prestes a rece-
ber um equipamento multiuso que a recolocará
em posição de destaque no cenário nacional. “A
partir de 2013, a cidade poderá receber gran-
des projetos culturais, como shows, exposições,
conferências e congressos, além de ter uma
nova opção para realização de eventos como
festas de formatura e casamentos, e abrigar um
museu do esporte e da cultura. É uma mudan-
ça de paradigma na forma de organizar e sediar
eventos em uma cidade tão vibrante como Sal-
vador”, destaca.
Para garantir o sucesso das operações do em-
preendimento, foi contratada a consultoria da
Amsterdam ArenA, empresa responsável pela
operação de espaço homônimo na capital holan-
desa, onde o time do Ajax manda seus jogos. A
Amsterdam ArenA recebe em média três eventos
por semana, mudando de cenários constante-
mente. Em menos de 24 horas, um jogo de fute-
bol dá espaço a um grande show musical, teatro,
dança ou eventos corporativos. O estádio é palco
do espetáculo The Sensation, um dos maiores
52 informa
eventos de música eletrônica da Europa e, en-
tre outros artistas, já recebeu Madonna, Micha-
el Jackson, U2 e Lenny Kravitz. De acordo com
Henk Markerink, Presidente da Amsterdam Are-
nA, a Arena Fonte Nova será um novo marco para
Salvador, assim como ocorreu em Amsterdam,
criando um novo destino para negócios, lazer e
entretenimento. “Essa parceria permitirá trazer
para a Arena Fonte Nova um padrão internacional
de operação, enriquecida com o ‘tempero’ local”,
afirma.
A Arena Fonte Nova ocupa uma área total de
116 mil m², dos quais 90 mil m² são dedicados à
arena multiuso. De arquibancadas são 36 mil m²,
totalmente cobertas, com previsão de conclusão
para o início de julho, assim como a estrutura
metálica do anel de compressão da cobertura.
A partir disso, serão colocados os cabos de aço
que farão a tensão da estrutura que cobrirá o
estádio. Também para julho está previsto o iní-
cio da fase de acabamento e, em outubro, come-
çarão a ser colocados os assentos e o gramado,
que terá dimensões de 108 m por 65 m. Ao todo,
serão utilizados 45 mil m³ de concreto, sendo
14 mil m³ em peças pré-moldadas e 31 mil m³
em peças moldadas no próprio canteiro.
Para auferir a qualidade da construção, a Are-
na Fonte Nova passou recentemente por duas
auditorias que lhes garantiram certificado inter-
nacional de qualidade e o título de Construção
de Arena Multiuso Padrão Fifa, chancelado pelo
Inmetro por meio da norma ISO 9001. A primeira
medição, que ocorreu entre os dias 23 e 27 de
abril, foi realizada pelo Bureau Veritas Certifica-
tion (BVC) para avaliar quesitos como ambiente
de trabalho, projetos de engenharia, controle
tecnológico dos materiais e produtos recebidos,
capacitação e qualificação do efetivo e controle
de documentos, entre outros itens. A segunda
avaliação ocorreu entre 21 e 25 de maio, efe-
ilustração mostra como será a Arena Pernambuco, que estará inserida na primeira Smart City da América Latina: novo vetor de desenvolvimento para o estado
tuada pela Fundação Vanzolini, para averiguar
a implantação de procedimentos e rotinas que
permitam realizar com o máximo de correção
todas as funções com o mais alto grau de acerto.
Legado pernambucanoPernambuco está aproveitando ao máximo a re-
alização da Copa do Mundo. Uma área a 19 km do
marco zero do Recife foi o local escolhido para abri-
gar a Arena do estado. A capital cresce em ritmo
acelerado e o adensamento de pessoas e veículos
vem gerando desafios que poderão ser superados
com a contribuição de um novo vetor de desenvolvi-
mento: a Cidade da Copa. Este é o nome da primei-
ra Smart City (Cidade Inteligente) da América Lati-
na, na qual a arena está inserida. De acordo com
Bruno Dourado, Diretor de Contrato da Odebrecht
Infraestrutura responsável pela obra, o estado sou-
be aproveitar a oportunidade para fortalecer ainda
mais o desenvolvimento da região metropolitana
do Recife por meio de ações em vários segmentos.
“Com a oportunidade da Copa do Mundo, Pernam-
buco está trabalhando para deixar um legado para
as futuras gerações. A população vai desfrutar de
melhorias na mobilidade urbana, investimentos
em hotelaria, entretenimento e segurança pública,
além de passar a ter uma das melhores e mais mo-
dernas praças esportivas do país, que será o cora-
ção da Cidade da Copa. Isso representa uma evo-
lução na qualidade de vida da população, e nós nos
sentimos orgulhosos com a participação da nossa
empresa nesse processo”, afirma.
A Arena Pernambuco, assim como a de Salva-
dor, abrigará muito mais que partidas de futebol. A
estrutura terá 46 mil lugares, 4.700 vagas de esta-
cionamento, 13 escadas rolantes, oito elevadores,
102 camarotes, em um total de 156 mil m² de área,
dos quais 24 mil m² são arquibancada. Para operar
o empreendimento, o Consórcio Arena Pernambu-
co, SPE formada pela Odebrecht Participações e
Investimentos e pela Odebrecht Infraestrutura,
contratou a americana AEG Facilities. A empresa,
líder mundial no setor de entretenimento, é res-
ponsável pela concepção e pelo gerenciamento
do LA Live, no centro de Los Angeles (EUA), e é
dona do Los Angeles Lakers (clube de basquete)
e do Los Angeles Galaxy (futebol). Opera mais de
100 arenas em 14 países, inclusive a O2 Arena, em
Londres, premiado como o melhor equipamento
indoor do mundo.
Segundo Marcos Lessa, Presidente do Consórcio
Arena Pernambuco, a associação com a AEG garan-
tirá a atração de nomes de peso do show business
mundial, fazendo de Pernambuco uma referência
nacional. “Se hoje, mesmo sem a estrutura que te-
remos em breve, já recebemos artistas do porte de
Paul McCartney, com a inauguração da Arena Per-
nambuco esses momentos de celebração deverão
se tornar cada dia mais frequentes.”
Além de toda a estrutura, a arena contará com
uma usina solar, implantada por meio de uma par-
ceria entre a Odebrecht Energia e o Grupo Neoe-
nergia. A usina terá capacidade de 1 MW, energia
suficiente para abastecer uma cidade de 6 mil ha-
bitantes, que alimentará, prioritariamente, a nova
arena e gerará crédito de carbono para o empreen-
dimento.
53informa
54 informa
DA CIDADEo caldeirão
54
Lance da partida final da temporada 2012 da NbA, na qual o heat sagrou-se campeão: festa em Miami
texto thais reiss
Casa do Miami Heat, atual campeão da NBA, o complexo American Airlines Arena pode ser configurado para receber diversos tipos de evento
foto
: an
dr
ew d
. Ber
nst
ein
/nB
ae/
get
tY iM
eges
56 informa
et’s go Heat, let’s go Heat, let’s go Heat! En-
toado por mais de 20 mil torcedores na Ame-
rican Airlines Arena (AAA), o canto crescia a
cada passe, a cada arremesso, a cada ponto
do Miami Heat contra o Oklahoma City Thun-
der na partida final da temporada de 2012 da NBA, a pri-
cipal liga de basquate do mundo, na noite de 21 de junho.
Os fãs deliravam com os lances e os movimentos precisos
dos jogadores, em especial dos conhecidos como “Big 3”:
Dwayne Wade, LeBron James e Chris Bosh, que, ao lado
de seus companheiros, ergueram a taça de bicampeões.
Inaugurada em 31 de dezembro de 1999, com o Show
do Milênio da cantora Gloria Estefan, a AAA, casa do Mia-
mi Heat, campeão da NBA pela primeira vez em 2006, já
ambientou campeonatos de boxe, luta livre, artes mar-
ciais, tênis e ginástica olímpica, consolidando-se como
um dos principais complexos esportivos no sul da Flórida.
A arena, com 640 mil m2 de área construída e 112 m de
altura, tem capacidade para 23 mil torcedores e pode ser
configurada para acomodar diversos eventos. O complexo
já recebeu artistas mundialmente famosos como U2, Ma-
donna, The Rolling Stones, Lady Gaga e Paul McCartney,
e ícones brasileiros como Roberto Carlos e Ivete Sangalo.
Também já passaram por seus palcos espetáculos como
Disney on Ice, Blue Man Group, Latin Grammy Awards e
MTV Video Music Awards.
“Lembro-me até hoje da instalação do último viga-
mento. Foi incrível ver a magnitude daquela estrutura
de aço mantendo a cobertura do prédio, e os aparatos
suspensos utilizados na manutenção da iluminação, do
ar condicionado, das caixas de som...”, diz emocionado
Pablo Rodriguez, Responsável por Acabamentos na obra.
A construção da AAA foi marcada por diversos desa-
fios, como os impactos gerados por furacões e tempesta-
des tropicais, além dos cuidados em dobro relacionados
à preservação ambiental durante a obra de drenagem do
terreno, muito próximo à Baía de Biscayne.
As maiores exigências, entretanto, foram consequên-
cia de um cronograma extremamente ambicioso. A obra,
do tipo fast-track (sistema pelo qual o projeto é desenvol-
vido concomitantemente à sua construção), foi concluída
em 22 meses, apesar da necessidade de mudanças no
projeto ao longo da construção e do fato da equipe ter
apenas 30% dos desenhos no início da obra, situações
que fizeram parte de um contexto de realização do em-
preendimento em ritmo muito acelerado. “A superação
dos desafios só foi possível em razão do nosso excelente
relacionamento com cliente, projetistas e subempreitei-
ros. Lembro-me do clima de cooperação, da constante
troca de ideias e da postura proativa às necessidades da
obra, a fim de alcançarmos todas as metas, bem como
abordarmos e incorporarmos todas as mudanças requi-
sitadas”, diz Gustavo Lazaro, Responsável pelo Sistema
de Ar Condicionamento.
Pablo Rodriguez ressalta que o complexo foi entregue
dentro do cronograma proposto e que o alvará de ocupa-
ção foi emitido em tempo recorde. “Era algo que as auto-
ridades municipais não esperavam, por causa do porte do
projeto”, ele relembra.
Vivian Rojas-Keller, Responsável por Administração,
afirma que a recompensa pessoal e as amizades con-
quistadas são duradouras. “Éramos uma equipe muito
unida, e acredito que o espírito de servir foi o que nos fez
ser bem-sucedidos no programa como um todo. A satis-
fação de completar um projeto como esse e entregá-lo à
comunidade é ímpar.”
Steve Binford, Responsável pela Estrutura e que hoje
integra a equipe da Odebrecht em Nova Orleans, concor-
L
foto
: hen
riq
ue
vall
e
A American Airlines Arena e, na outra página, o estádio da Florida international university: conquistas da comunidade
57informa 57
da: “Foi um momento marcante na minha carreira e o
projeto mais gratificante do qual já participei. Sou louco
por esportes e sempre sonhei em construir um complexo
de ponta. Refiro-me com muito orgulho a essa obra há
mais de 12 anos”.
A AAA fica estrategicamente localizada no coração de
Miami, e contribuiu para a revitalização da área, dando
vida às propriedades adjacentes. A poucas quadras da
arena, encontram-se a famosa área turística de Bayside
e o teatro Adrienne Arsht Center for the Performing Arts
Center, também construído pela Odebrecht Estados Uni-
dos e inaugurado em 2006. Gustavo Lazaro observa que
a arena foi o início de uma nova fase da região, gerando
empregos não apenas na indústria da construção, mas
também no setor de serviços, devido ao surgimento de
novos edifícios residenciais, imóveis comerciais e espa-
ços gastronômicos.
Sempre buscando maneiras de ser mais eficiente em
termos energéticos e ambientalmente amigável, a AAA
foi certificada como edifício Leed pelo U.S. Green Building
Council. A certificação foi concedida com base no desem-
penho (e na melhoria) de sua operação. No caso da AAA,
isso significa eficiência no uso de água no paisagismo,
consumo de energia eficaz e estacionamento subterrâ-
neo (com redução da emissão de gases que retêm calor
na atmosfera), entre outros fatores.
Vivian Rojas-Keller ressalta: “Acredito que vivencia-
mos até hoje os efeitos perenes da construção da AAA.
Quem já visitou a arena e desfrutou do que ela tem a ofe-
recer, sabe o quanto a AAA proporciona uma experiência
intensa e com que força ela contribui para a polarização
da nossa comunidade”.
Estádio no campusA American Airlines Arena não foi a única instalação
esportiva construída pelas equipes da Odebrecht em
Miami. Houve outra que também teve (e continua tendo)
forte impacto na comunidade. Isso ficou claro, mais uma
vez, em 1º de outubro de 2011, quando 22.682 torcedo-
res apoiaram fervorosamente seus times no campus da
Florida International University (FIU). O Golden Panthers,
time de futebol americano da universidade, jogava contra
o Blue Devils, da Duke University, com recorde de públi-
co no estádio. Popularmente conhecido como “a jaula”,
por causa do nome do time (as “panteras douradas”), o
estádio foi construído entre 2007 e 2008 pela Odebrecht
Estado Unidos, no mesmo local onde ficava o antigo, de-
molido pela empresa.
“A abertura do estádio teve um grande impacto na co-
munidade. Além de ser uma das poucas universidades da
Flórida a ter seu próprio estádio, a FIU, com a inaugura-
ção da arena, proporcionou um novo motivo de orgulho a
dirigentes, corpo docente, alunos e atletas da instituição.
O esporte é capaz de unir as pessoas de uma forma muito
especial”, diz Carlos Nuñez, da Odebrecht. Ele passou de
Engenheiro de Projetos a Superintendente Geral durante
a obra.
Pete Garcia, Diretor Atlético da FIU, enfatiza: “A
Odebrecht construiu um estádio capaz de unir a comu-
nidade em vários tipos de eventos”. Ele diz que ter a
empresa como parceira foi a melhor decisão que to-
maram. “A obra foi finalizada dentro do cronograma
e do orçamento propostos. Foi uma experiência exce-
lente trabalhar com Gilberto Neves [Diretor-Superin-
tendente da Odebrecht Estados Unidos] e sua equipe.
Além da expertise que ofereceram, todos trataram o
estádio como se fosse seu!”.
Rudy Armenta, Diretor de Contrato da construção do
estádio, afirma com o mesmo entusiasmo dos tempos
de execução do projeto em Miami: “Foi uma experiência
inesquecível ajudar a construir um ícone como esse na
universidade na qual me formei!”.
Ace
rvo
Ode
brec
ht
58 informa
texto zaccaria Junior
Há cinco anos, de 13 a 29 de julho
de 2007, o Rio de Janeiro despontava
como palco de um dos eventos es-
portivos mais importantes do con-
tinente, os jogos Pan-Americanos,
em sua 15ª edição. O orçamen-
to da candidatura, o montante de
R$ 1,48 bilhão que englobava inves-
timentos e custos da organização,
trazia premissas orçamentárias que
estimavam a participação de cerca
de 25 mil pessoas, entre atletas, ár-
bitros e delegados, voluntários e jor-
nalistas credenciados, entre outros.
Colaborar com a realização dos jo-
gos Pan-Americanos era um desafio
para a Odebrecht e seus integrantes.
O envolvimento da empresa com
o megaevento começou em 2003,
quando o Comitê Organizador dos
jogos solicitou o apoio da empresa e
deu a largada para os preparativos
que tornariam a capital fluminense
apta a receber um evento de tama-
nha magnitude.
João Borba, Responsável por
Novos Negócios na Odebrecht In-
fraestrutura, relembra os fatos
com entusiasmo, como se tivessem
acontecido ontem. “O Pan foi muito
importante para a Odebrecht. Além
de termos enxergado a oportunida-
de de contribuir nas obras de infra-
estrutura e estádios, nos possibilitou
olhar para um novo tipo de negócio,
de encarar o esporte e o entreteni-
mento como um novo business”,
comenta.
O desafio da Odebrecht em parti-
cipar dos jogos Pan-Americanos foi
concretizado com a entrega à popu-
lação do Rio de Janeiro do Estádio
do Maracanã modernizado, um novo
Maracanãzinho (ginásio de espor-
tes), com ar-condicionado e quadra
de 800 m², e o Estádio Olímpico João
Havelange, o Engenhão, um dos mais
modernos do mundo, adequado a
competições do mais alto nível – é
um capítulo à parte na participação
da Odebrecht no Pan de 2007. O Está-
dio Olímpico é considerado um marco
da engenharia, especialmente pela
desafiadora construção de sua co-
bertura metálica, que, com mais de 4
mil t, passa a sensação de flutuar so-
bre o público, ao mesmo tempo que
protege da chuva e dissipa ruído e ca-
PROvA DE FOGOPreparativos para os jogos Pan-Americanos de 2007 mostraram a capacidade do Rio para sediar grandes eventos 58
MEMóRIA
Ace
rvo
Ode
brec
ht
O estádio Olímpico João havelange em obras para o Pan 2007: projeto desafiador para o rio de Janeiro e para a Odebrecht
59informa
lor. Na parte superior, é sustentada
por quatro grandes arcos, a mais de
70 m de altura. A execução da co-
bertura não era, originalmente, tra-
balho da Odebrecht, mas a empresa
acabou assumindo uma parte dele e
entrou em campo para realizar aca-
bamento, instalações, automação
predial, bilhetagem, iluminação, ar-
-condicionado e telhas da cobertura,
entre outros itens constantes do edi-
tal da licitação.
Outra obra da Odebrecht no Rio
de Janeiro, também realizada para
servir ao Pan, foi o novo terminal de
embarque e desembarque do Aero-
porto Santos Dumont, no centro da
cidade, capaz de atender oito mi-
lhões de passageiros/ano.
O surgimento de um novo negócioQuando João Borba destaca a
ideia de um “novo business”, além
das obras de infraestrutura e os es-
tádios, ele se refere, em especial, à
liderança da Odebrecht na estrutu-
ração do processo de concessão do
Complexo do Autódromo de Jacare-
paguá, um projeto totalmente inova-
dor, desenvolvido para tornar o local
um dos mais modernos complexos
poliesportivos do mundo, e que sur-
giu a partir de um pedido de apoio do
Comitê Organizador para que se pen-
sasse em projetos que pudessem vir
a ser desenvolvidos na cidade.
“A partir de 2003, com nosso en-
volvimento nos preparativos do Pan,
comecei a ir para fora, conhecer o
que se fazia no mundo, com a visão
do esporte como um negócio, com
um olhar além da construção, o que
não era feito antes”, relata Borba.
“Comecei a pesquisar como funcio-
navam as arenas multiuso, o que se
fazia, como era possível ter um jogo
de hóquei no gelo pela manhã, por
exemplo, e à noite ter um show de
uma banda de rock. Foi aí que nas-
ceu o Rio Sport Plaza”, acrescenta.
O Rio Sport Plaza foi idealizado
para integrar, em um único local,
um complexo poliesportivo e outras
O Maracanã e o Maracanãzinho durante a reforma para o Pan-Americano e o Aeroporto Santos dumont então recém-ampliado: legado para a cidade
61informa
instalações no entorno, incluindo
empreendimentos na área de lazer e
entretenimento, hotéis e centros co-
merciais e de negócios. A área pre-
vista para a construção situa-se às
margens da Lagoa de Jacarepaguá,
na Barra da Tijuca, onde está atu-
almente o Autódromo Internacional
do Rio de Janeiro. “O conceito era
construir para os jogos, com nos-
sos recursos, uma arena multiuso,
um velódromo multifuncional e um
parque aquático e modernizar o au-
tódromo, que seria homologado pela
Federação Internacional de Automo-
bilismo para corridas da Fórmula 1.
Em contrapartida, a SPE (Sociedade
de Propósito Específico) do Rio Sport
Plaza teria o direito de explorar um
parque imobiliário que contaria com
hotel, shopping center, centro de
convenções, espaços destinados ao
lazer e entretenimento, além de edi-
fícios comerciais, em uma área total
de 900 mil m²”, ressalta Borba. Tudo
isso, ele salienta, seria desenvolvido
e construído com recursos próprios
da Odebrecht que, em contrapartida,
teria o direito de explorar comer-
cialmente a área pelo período de 50
anos. Para viabilizar os investimen-
tos, um project finance foi desenvol-
vido, tendo como carro-chefe a ven-
da de naming rights para o complexo
– uma equação que seria a grande
novidade para a época.
Parque OlímpicoA relação entre a novidade do
project finance, a falta de apoio po-
lítico, o prazo apertado para a reali-
zação do projeto e a complexidade
da estruturação acabaram não pos-
sibilitando sua concretização, mas a
semente já havia sido plantada. “O
tempo colaborou com a maturação
da ideia do projeto Rio Sport Plaza,
o que nos levou a investir hoje em
PPPs em um modelo muito pró-
ximo ao que foi pensado na época.
Pode-se dizer que a recente parti-
cipação na construção e operação
do Parque Olímpico é a evolução
daquela ideia”, afirma João Borba.
O Consórcio Parque Olímpico
Rio 2016, composto pela Odebre-
cht Infraestrutura, Andrade Gu-
tierrez e Carvalho Hosken, foi for-
mado para a participação em uma
licitação de projeto de PPP promo-
vida pela Prefeitura do Rio de Ja-
neiro para implantação, operação
e manutenção do Parque Olímpico
dos Jogos de 2016.
O empreendimento, com investi-
mento de R$ 1,5 bilhão, será cons-
truído no mesmo local onde, há oito
anos, havia sido idealizado o Rio
Sport Plaza. O complexo ocupará
uma área superior a 1 milhão de m²
e será composto de quatro ginásios
esportivos, dois estádios, 16 qua-
dras de tênis e uma arena olímpica
que incluirá o centro aquático e o
velódromo.
O projeto contempla ainda a
construção de equipamentos olím-
picos que formarão o legado dos
Jogos, incluindo três halls que abri-
garão competições de diversas mo-
dalidades e uma pista de atletismo.
Além disso, será construída toda a
infraestrutura do Parque Olímpi-
co, um centro de convivência, um
edifício comercial, que servirá de
Centro de Mídia para a maioria dos
20 mil jornalistas, e um hotel com
400 quartos. Principal complexo
esportivo das Olimpíadas de 2016,
o parque abrigará 15 modalida-
des esportivas e 11 paralímpicas.
“Certamente, outros investimentos
nesse tipo de parceria virão com o
tempo, consolidando a participação
da Odebrecht nesse business”, diz
João Borba.
foto
s A
cerv
o O
debr
echt
62 informa
texto eManuella soMBra fotos Fred chaluB
ENtRA EM CAMPOa matéria-primaDos antigos materiais, feitos de couro natural, até os equipamentos de hoje, produzidos com resinas termoplásticas, uma história de evolução tecnológica no esporte
62rolos de couro sintético produzidos pela Sintex: empresa fornece material para a fabricação de artigos esportivos de algumas das mais famosas marcas mundiais
63INFORMA 63INFORMA
a matéria-prima o início do século 20, elas eram feitas
de couro espesso, não possuíam tra-
vas e mais pareciam botas. A partir da
década de 1950, seus fabricantes des-
cobriram o couro de gado, que, mais
leve e maleável, permitia aos atletas mais agilidade
e maior controle da bola.
Conforme o futebol amadurecia, as chuteiras se mo-
dernizavam: no fi m dos anos 1950, Pelé usou modelos
de couro de canguru com travas que podiam ser troca-
das, que se adequavam aos diferentes tipos de grama-
do. Diego Armando Maradona experimentou as de sola
e trava de poliuretano, que pesavam 270 g, e Ronaldo
Fenômeno lançou moda com suas travas longitudinais
e cores chamativas. Hoje o supercraque Lionel Messi dá
nó em seus marcadores calçando modelos levíssimos,
de 150 g, feitos de couro e fi bra sintéticos.
“A evolução dos calçados esportivos foi gigantesca. A
produção setorizada de hoje permite aos fabricantes um
maior controle de qualidade”, explica Reginaldo Milbra-
dt, Presidente do Grupo Sintex, um dos cinco maiores
produtores de couro sintético do Brasil. Diariamente,
ele acompanha as diferentes fases de produção dos
materiais na fábrica localizada em Boraceia, município
pertencente a um estratégico polo calçadista no interior
de São Paulo.
Reginaldo detalha como funciona a linha de produ-
ção, sem tirar os olhos de uma imensa esteira de papel
moldável, onde um viscoso líquido negro é despejado.
Ali, esse líquido é espalhado, aquecido e depois resfria-
do, até se transformar em enormes rolos de couro sin-
tético preto, que logo são embalados e etiquetados. Em
meia hora, o líquido é substituído por outro, verde-cana,
e depois outro, prata, em um ritmo que precisa atender
à constante demanda dos clientes – algumas das princi-
pais marcas do mercado de artigos esportivos.
A Sintex fornece matéria-prima para fabricantes de
chuteiras, tênis, bolas e luvas de goleiro – o que corres-
ponde a 50% da produção total da fábrica, que também
atende o mercado calçadista. Tudo começa na mistu-
ra dos ingredientes. “É como executar uma enorme
receita de bolo: o leite é o plastifi cante, os ovos são os
pigmentos e a farinha é a resina de PVC”, compara Re-
ginaldo, com humor.
Mensalmente, de 75 a 120 t dessa “farinha” chega
à Sintex em caminhões da Braskem, responsável por
70% da resina de PVC fornecida à fábrica. Números que
N
64 INFORMA64 INFORMA
devem aumentar em razão da Copa das Confederações (2013) e da Copa do
Mundo (2014) que, segundo estimativa da Sintex, devem aquecer a produção
da fábrica em pelo menos 20%. A alta do dólar, por sua vez, deve contribuir
ainda mais para tornar o produto de fabricação nacional mais competitivo.
“Nossa produção está diretamente ligada ao consumidor fi nal. Se as
pessoas compram mais bola, teremos de produzir mais a resina de PVC”,
exemplifi ca Alex Ricardo Duarte, Gerente de Contas PVC da Braskem. Ele
explica que propriedades mecânicas do couro sintético – mais leve e re-
sistente que couro animal –, aliadas ao baixo custo em relação a outros
materiais, tornam o PVC um dos produtos mais requisitados pela indústria
esportiva.
Atenta às novas tendências e antecipando-se às demandas dos fabri-
cantes de artigos como tênis, chuteiras e bolas – cada vez mais preocu-
pados com o desempenho, o design e a durabilidade de seus produtos –, a
Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, busca
soluções por meio de pesquisas, desenvolvimento de tecnologia e fi na sin-
tonia com seus clientes.
Resinas como o polietileno, produzidas pela empresa, tornam-se ma-
téria-prima para a fabricação de grama sintética – uma opção de gramado
de fácil manutenção e menos suscetível às condições climáticas. Insumos
como o butadieno se transformam em esteiras de academia, e solventes
como o tolueno viram adesivos para tênis de alta performance. E, contras-
tando com uma época em que os atletas vestiam camisas pesadas e shorts
de algodão, o cumeno é ingrediente para a produção do nylon utilizado na
confecção de uniformes.
Amsterdam ArenAEm outras frentes, a inovação exigida pela indústria esportiva é atendi-
da com soluções já conhecidas e testadas: tecnologia desenvolvida há seis
anos pela Braskem, a fabricação de plástico “verde” a partir do etanol da ca-
na-de-açúcar tornou-se protagonista do contrato fi rmado entre a empresa
e a Amsterdam ArenA, na Holanda. A partir dele, serão fornecidos em uma
primeira etapa 2 mil assentos feitos de polietileno de cana para a casa do
Ajax Football Club, clube de futebol que apresentou
ao mundo o genial Johan Cruyff.
“Trata-se de uma opção
Dari
o de
Fre
itas
65INFORMA 65INFORMA
sustentável, que é produzir etileno a partir do etanol da cana”, afi rma Fabio
Carneiro, Diretor Comercial da Braskem para Negócios Renováveis. Além de
vir de fonte renovável – do etanol derivado do plantio da cana-de-açúcar –,
o etileno pode ser processado nos mesmos equipamentos que fabricam o
plástico convencional.
Na carona da preocupação global com a preservação dos recursos na-
turais, a iniciativa da Braskem foi tema de reportagem de destaque publi-
cada no site da CNN em fevereiro. De acordo com Carneiro, a perspectiva é
substituir todos os 54 mil assentos antigos do estádio holandês e viabilizar
esse tipo de alternativa em outros equipamentos esportivos do Brasil, a
exemplo dos estádios que sediarão a próxima Copa do Mundo.
É com os olhos voltados para a Copa que a indústria aposta suas prin-
cipais fi chas. E a Braskem já vem marcando presença nos preparativos
para o evento esportivo mais aguardado do planeta. Quem assistir à fi nal
da Copa do Mundo no Maracanã, em 13 de julho de 2014, desfrutará de uma
proteção metálica composta de resina hidrocarbônica licenciada e produzi-
da pela empresa no Polo Petroquímico de Santo André (SP).
A resina Unilene, que é exportada para países da Europa e para os Es-
tados Unidos, é um dos componentes de duas tintas fabricadas pela holan-
desa Akzo Nobel. Os Intergard 475HS e Interseal 670HS revestirão a cober-
tura e as estruturas metálicas do lendário estádio carioca, que vem sendo
reformado pelo Consórcio Maracanã Rio 2014, formado pela Odebrecht
Infraestrutura e pela Andrade Gutierrez.
“A Unilene tem como um de seus principais atributos a impermeabilida-
de à água, o que contribui para a maior proteção anticorrosi-
va das estruturas metálicas nas quais o revestimento
é aplicado. Para o fabricante, essa qualidade é
essencial na hora de tornar seu produto mais
competitivo”, avalia Arariboia Martins, Geren-
te Técnico da Akzo Nobel (Unidade M&PC
– Revestimentos Marítimos e de Proteção).
De acordo com ele, a multinacional negocia
a aplicação das mesmas tintas em outras
arenas que estão sendo construídas ou re-
formadas no país.
“É um tipo de resina
de grande aplicabilidade.
Está presente não só em tin-
tas, mas também em pneus de corrida, ade-
sivos para calçados esportivos, bolas de fu-
tebol...”, enumera Leonardo Fernandes,
Gerente de Contas Mercado Interno (MI)
Unilene na Braskem, deixando claro
que esses são apenas alguns entre
muitos exemplos.
Produção de couro sintético: matéria-prima utilizada pela Sintex é fornecida pela Braskem
66 informa
eu quero66elber Mateus: um dos jovens talentos da escolinha de beach Soccer do Pontal, em Maceió
67informa
eu queroE EU POSSO
riança, para sonhar, não precisa de mui-
to. Prova disso são dois projetos sociais
apadrinhados pela Braskem, que têm
proporcionado a cerca de 400 crianças
das periferias de Salvador e de Maceió
o sonho de chegar, um dia, a se tornar
atletas profissionais.
Em Salvador, a Braskem é parceira do Sesi (Serviço
Social da Indústria) no programa Atleta do Futuro, que
oferece 400 vagas em três modalidades – balé, futebol
e caratê – a jovens com idade entre 6 e 17 anos. Em
Maceió, a empresa apoia a Escolinha de Beach Soccer
do Pontal, que tem 43 alunos de 5 a 14 anos.
O Atleta do Futuro é abrigado pela Ação Social
do Mosteiro do Salvador, ONG que atende crianças
carentes dos subúrbios da capital baiana. A coor-
denação pedagógica é feita pela equipe do Sesi, e
a Braskem entra como empresa parceira – que, por
sua vez, possibilita a atuação conjunta entre Sesi e
Mosteiro - e supervisiona o projeto.
No balé clássico (primeira modalidade abraçada
pelo projeto, em 2010) 223 crianças estão matricula-
das. O apoio do Sesi ajudou a garantir a sobrevivên-
cia do curso, que já existia desde 2001, e a melhorar
a infraestrutura da sala de aula, que hoje tem cer-
ca de 50 m2 e é equipada com espelhos, barras de
apoio, aparelhagem de som e de iluminação e asso-
alho de madeira adequado.
“É um trabalho muito gratificante”, diz a professora
Ana Cristina Ferraz, formada em dança e credenciada
pela Royal Academy of Dance, de londres – cujo méto-
Cna Bahia, em Alagoas e em São Paulo, crianças ficam mais perto de realizarem o sonho de, um dia, se tornarem atletas profissionais
texto ricardo sangiovanni (Bahia E alagoas) E thErEza martins (são Paulo)
foto
: Má
rc
io l
iMa
68 informa
do, referência internacional em formação de bailarinos,
é seguido no Mosteiro. “Essas meninas chegam aqui
uns ‘patinhos feios’ e saem verdadeiros ‘cisnes’. A dan-
ça disciplina e educa”, afirma orgulhosa Ana Cristina.
Se os parâmetros forem a desenvoltura e a ele-
gância demonstradas por alunas como Deijane Gon-
çalves, 17 anos, a professora não exagera. Ao fim de
uma aula pública aplaudida por familiares das alu-
nas, a garota contou que a identificação com o balé
surgiu “logo de cara”, quando fez a primeira aula no
Mosteiro, há oito anos.
Deijane logo passou a cultivar o sonho de toda bai-
larina iniciante: ser aprovada nos testes do balé Bol-
shoi e se mudar para Joinville (SC), onde fica a sede
brasileira da companhia russa. Nas duas primeiras se-
leções, apesar da árdua preparação, não foi aprovada
– e chorou muito. Mas o desejo se realizaria em 2008,
quando, após uma audição do Bolshoi em Salvador, ela
finalmente foi indicada.
A temporada em Santa Catarina, porém, duraria
poucos meses, pois a estadia tinha que ser custeada
pelos pais da menina, que não tiveram condições de
bancá-la. Madura, ela soube compreender as dificul-
dades e voltou a Salvador, mas não parou de treinar no
Mosteiro nem desistiu da carreira de bailarina.
Moradora de Escada, subúrbio de Salvador, Deijane
acredita que o curso de balé “já salvou muitas pessoas”
da prostituição e do tráfico de drogas, comuns na re-
gião. Colega de Deijane até o final do ano passado, Gri-
maldo Oliveira Silva Filho, 17 anos, concorda. “É uma
atividade que nos mantém longe dessas coisas. Tenho
alguns amigos que foram para essa vida [do tráfico]”,
lamenta o jovem bailarino, morador do Alto de Coutos,
bairro vizinho.
Grimaldo começou a treinar aos 12 anos no Mosteiro.
Aprimorou-se tanto que, no início deste ano, foi aceito
numa companhia de dança da cidade, o Balé Jovem Sal-
vador. “Com o balé, passei a entender o que é cultura”,
diz ele, que não escapa do preconceito por ser homem e
dançar. “Eu não ligo: quando piso aqui no tablado, o res-
to fica lá fora, minha imaginação flui. É quando tenho a
certeza de que meus sonhos vão se realizar.” Ele sonha
alto: quer dançar na companhia russa Kirov.
Balé da bolaO sucesso da experiência com o balé clássico levou
o Sesi e a Braskem a estenderem o programa em 2012
deijane Gonçalves: perseverança para seguir a carreira de bailarina
foto
: Má
rc
io l
iMa
69informa 69informa
a outros dois tipos de “balé” - o da bola, com o futsal, e
o das artes marciais, com o caratê. O futsal tem cerca
de 40 matriculados, e o caratê, aproximadamente 50,
mas a meta é chegar a 120 em cada modalidade até o
próximo ano. As aulas começaram em março.
Alguns meninos, como o pequeno Salomão Brejeiro,
8 anos, gostaram tanto que praticam não apenas um,
mas os dois esportes. A mãe dele, a dona de casa Isa-
bel Brejeiro, 43 anos, diz que, em apenas três meses
de treinos, o garoto “já se desenvolveu muito”. E não
só como esportista: Salomão está mais engajado nos
estudos; afinal, só treina quem vai bem na escola, se-
gundo as regras do projeto.
“Gosto de caratê, mas quero ser jogador de futebol”,
diz Salomão, que, apesar de torcer pelo Bahia, sonha
mesmo em jogar “no time de Messi” - o Barcelona.
Desejo, aliás, compartilhado pelos colegas Carlos
Alberto Junior, 9 anos, Douglas Silva, 10, e Gessivaldo
Lima, 14. Habilidosos, eles têm se destacado nos trei-
nos e poderão ser indicados para as divisões de base de
clubes baianos, segundo o treinador Augusto Andrade.
“Mas o fundamental é o estudo”, salienta.
Escolinha de vidaA garotada da Escolinha de Beach Soccer do Pon-
tal, em Maceió, também tem os nomes dos craques do
Barça na ponta da língua. E, assim como os colegas
baianos, não podem descuidar dos estudos se quise-
rem seguir treinando.
A escolinha é capitaneada pelo ex-jogador de Beach
Soccer Rodrigo Willer, 30 anos. Morador do bairro do
Pontal, na periferia de Maceió, Willer montou a esco-
linha há dois anos, “para dar às crianças o que eu não
tive na infância”. Ele é integrante do Lagoa Viva, institu-
to criado pela Braskem e hoje parceiro da empresa em
projetos socioambientais.
Atualmente, ao todo, 43 meninos do bairro trei-
nam aos sábados os fundamentos do futebol de
areia, na quadra construída pela Associação de Mo-
radores com apoio da Braskem. Os pequenos atletas
se inspiram no vizinho de bairro e vice-artilheiro do
último Campeonato Brasileiro de Beach Soccer, Ta-
les Marcel, 25 anos. “Eu não tive essa oportunidade,
de treinar desde pequeno. Se vocês se dedicarem,
com certeza vão se tornar grandes jogadores, bem
melhores do que eu”, disse Tales, convidado espe-
cial da preleção à turminha.
Salomão e a mãe, isabel: desenvolvimento a olhos vistos
foto
: Má
rc
io l
iMa
70 informa
Antes de a bola rolar, tem aula: uma mistura de
recreação com lições de respeito aos professores e
aos colegas, dicas de reciclagem e de uso racional da
água. Para envolver a garotada, Willer costuma apos-
tar refrigerantes com os alunos em divertidas dispu-
tas de pênaltis.
E, divertindo-se, as crianças assimilam melhor os
fundamentos do esporte. No jogo-treino contra a mole-
cada do bairro do Trapiche (outro bairro da periferia de
Maceió, que, porém, não tem a sorte de ter uma esco-
linha), os craques do Pontal – Everton Souza, 12 anos,
Elber Mateus, 12, e João Vitor Caetano, 13 – deram um
show não só de técnica individual, mas de consciência
tática coletiva. Placar final: 10 x 3. Goleada da cidadania.
Na piscina, com garoa e frioDe Maceió para São Paulo o clima muda, mas o de-
sejo de realizar sonhos é o mesmo. Nem mesmo a ga-
roa e o frio intenso do fim de uma tarde de outono desa-
nimaram as jovens participantes do grupo de natação
do Projeto Social Aceb-SP. Às 4h da tarde em ponto,
lá estavam elas, prontas para o primeiro mergulho e
o início do treino. Treino de atletas que deu a algumas
delas medalhas de campeãs.
É o caso de Nathália de Souza Giolo, 16 anos. Ela
participa da equipe de natação da Associação Cultural e
Esportiva Braskem (Aceb), em Santo André (SP), desde
os 11 anos. Já conquistou títulos nadando em piscinas e
em mar aberto. No ano passado, integrou a equipe que
levou o nome da Aceb-SP a Algarrobo, no Chile, para o
torneio anual realizado naquela que é considerada pelo
Guinness Book a maior piscina do mundo, com mais
de 1 km de comprimento, o equivalente a 20 piscinas
olímpicas oficiais. Nesse torneio, Nathália sagrou-se
campeã na categoria feminina juvenil.
“Foi uma experiência única. Conheci atletas reco-
nhecidos no Brasil e em outros países, pude ver como
treinam e ter um exemplo neles”, afirma. A Aceb-SP
esteve representada no torneio por 16 nadadores e pa-
trocinou a participação de cinco.
No mesmo grupo de Nathália, treinam as irmãs
Ana Carolina e Mariana da Costa Pires, de 9 e 11 anos,
respectivamente. No caso delas, a natação abriu as
portas para bolsas de estudos em uma escola parti-
cular da região. Quem conta a história é Marco Anto-
nio Pires, pai das meninas. “Elas estudavam em um
colégio municipal, mas minha esposa e eu queríamos
transferi-las para o ensino privado. A escola que nos
interessava oferece bolsa atleta para quem está apto a
disputar jogos esportivos pelo time interno. Elas quase
não sabiam nadar, mas se desenvolveram rapidamente
e, treinando na Aceb, conseguiram a matrícula, a bolsa
atleta e a participação no time da escola.”
Elo entre empresa e comunidadeO Projeto Social Aceb-SP foi criado em 2006, com
o objetivo de incentivar a inclusão social por meio do
esporte e de atividades educacionais. Além da natação,
Participantes do grupo de natação da Aceb-SP: acesso a bolsas de estudos
foto
: Pa
ulo
Fr
idM
an
71informa
o projeto oferece outras práticas, como futebol, bas-
quete, handebol e vôlei, aulas de música e recreação.
“A Aceb era subutilizada no período diurno, quan-
do a maior parte dos associados, integrantes da
Braskem, trabalha. Dessa forma, temos espaço e
tempo livres para atender às comunidades do entor-
no do Polo Petroquímico do Grande ABC, oferecendo,
por meio do projeto social, opções de lazer às pessoas
inscritas”, afirma Debora Hernandes Machado, ana-
lista de Relações Institucionais da Braskem, para as
regiões do ABC e de Cubatão.
A Associação está localizada praticamente em fren-
te às unidades produtivas PE 7 (polietileno) e Unib 3
(petroquímicos básicos) da Braskem em Santo André,
quase divisa com Mauá. Bairros populares cresceram
em áreas vizinhas e, assim, o projeto social foi criado
para atender essa população. “A Aceb é também um
elo entre os bairros da região e a empresa, um ponto
de encontro e de comunicação”, destaca Debora.
Mais de 500 pessoas dessa população vizinha, entre
crianças, jovens e público acima dos 60 anos, frequen-
tam a Aceb e usufruem de uma estrutura composta de
salas, áreas de recreação, piscinas e quadras. O ponto
alto das atividades é o esporte, por conta dos benefí-
cios que oferece e do interesse que desperta.
“A atividade esportiva ajuda o desenvolvimento da
criança e do adolescente, aprimora sua coordenação
motora, estimula a disciplina, a atenção, a responsa-
bilidade e a socialização, além, é claro, de fazer bem
à saúde em qualquer idade”, afirma Flávia Molla, pro-
fessora de educação física e coordenadora da equipe de
natação da Aceb.
Um dos requisitos para a inscrição no projeto social
é estar matriculado em escola de 1º ou 2º grau. O ou-
tro é manter vínculo com associações de bairro, pois as
inscrições no projeto da Aceb são feitas por meio delas,
cujas sedes também funcionam como ponto de encon-
tro das crianças e dos jovens, que são transportadas,
na ida e na volta, em ônibus fretados pela Braskem.
“Um monitor da associação comunitária sempre
acompanha os grupos”, informa Flávia.
Além do ônibus, a empresa também oferece uni-
forme e lanche aos participantes. O que Vinícius Nasci-
mento de Souza, 11 anos, torcedor do Santos, mais gos-
ta de fazer na Aceb é jogar futebol. “Em casa, não tenho
com quem brincar, fico jogando videogame”, afirma.
Vinícius de Souza: fascínio pelo futebol
Nathália Giolo: “Foi uma experiência única”
71informa
foto
s: P
au
lo F
rid
Ma
nfo
tos:
Pa
ulo
Fr
idM
an
72 informa
movimento
72 Partida de vôlei na ilha do Cabo, em Luanda: lazer e confraternização ao ar livre
73informa
UM PAíS EM
movimento
Paixão pelos esportes, uma característica marcante do povo angolano, se manifesta nas praias, nas ruas e nas praças texto Eliana simonEtti fotos guilhErmE afonso
74 informa
a África, Angola é uma potência do
basquete: venceu 10 dos últimos 11
torneios de Afrobasket, o campeona-
to masculino continental que ocorre a
cada dois anos e é classificatório para
os Jogos Olímpicos e para o Mundial da modalidade.
O futebol mobiliza outra multidão no país. Grande
parte dos angolanos, de todas as faixas etárias, prati-
ca algum esporte.
Na Ilha do Cabo, em Luanda, onde equipes da Ode-
brecht Angola reformaram, ampliaram e moderniza-
ram a avenida, as calçadas e a sinalização, e também
instalaram equipamentos para a prática de esportes,
a frequência de pessoas é impressionante. “Os an-
golanos têm enorme prazer de desfrutar de locais
bem-cuidados, de promover seu bem-estar e dessa
forma, rapidamente se apropriam das áreas revita-
lizadas pelo projeto, ajudando inclusive na sua con-
servação”, diz Eduardo Badin, Diretor de Contrato do
Projeto Vias de Luanda, líder das obras realizadas na
Ilha do Cabo.
“Já vínhamos aqui jogar vôlei na praia antes que a
Odebrecht trouxesse redes. Agora nossa frequência é
maior”, diz Peterson Patrício, arquiteto de 33 anos que
encontra os amigos para praticar o esporte às terças e
quintas-feiras, após o trabalho, e aos sábados de ma-
nhã. Peterson, que participou dos confrontos armados
no interior do país e estudou na África do Sul depois de
completar o ensino médio em Benguela, nota com sa-
tisfação o aumento no número de pessoas que se exer-
citam nas praias e praças de Luanda. “Nosso povo está
a buscar resultados crescentemente positivos”, afirma.
Como leva o esporte a sério, Peterson deixa para ir
com as filhas à praia aos domingos, quando não joga com
os companheiros. Aos fins de semana, muitas famílias
aproveitam o espaço melhorado. Em meados de maio,
Wilson e Lara Cunha, empresários do setor de informá-
tica, caminhavam ali com o filho Ricardo, de um ano e
meio. Eles não moram perto da ilha, mas todos os dias,
às 5h da manhã, Wilson pode ser encontrado fazendo
seus primeiros aquecimentos antes da corrida e da mus-
culação que o deixam pronto e bem disposto para o dia a
N
Participantes do programa Vida Ativa e, na foto ao lado, Wilson e Lara Cunha com o filho ricardo: investimento na saúde e no bem-estar
75informa
dia. “A paisagem, os equipamentos instalados na beira da
praia, tudo nos convida a procurar uma saúde melhor, a
encarar a vida da melhor maneira”, diz ele.
Vida ativaA receptividade dos angolanos levou a Odebre-
cht, em parceria com o Governo Provincial de Lu-
anda, a dar um passo além. Aos finais de semana,
logo no começo da ilha, junto aos equipamentos de
ginástica, ficam um disc-jockey e um professor de
ginástica aeróbica disponíveis para os que queiram
fazer exercícios com orientação profissional. Os
candidatos passam primeiramente por uma tria-
gem: um técnico em enfermagem anota os dados
gerais de cada um: pressão arterial, batimentos
cardíacos e temperatura. Depois, podem juntar-se
àqueles que mexem braços e pernas, pulam e se
divertem no calçadão. “Chegamos a ter mais de 200
pessoas em aulas oferecidas às 7h da manhã do
domingo”, revela Virgínia Machado da Silva, Res-
ponsável por Programas Sociais e Relações com a
Comunidade do Projeto Vias de Luanda.
Esse programa de atividades físicas orientadas por
profissionais chama-se Vida Ativa. Foi lançado em
29 de janeiro e, em maio, contava com 1.800 inscri-
tos, a maior parte deles frequentadores das aulas de
aeróbica ou de uma das quadras de vôlei, basquete
e futebol disponibilizadas na área. “Sempre malhei
para ter o corpo em ordem, mas fazer ginástica com
orientação organiza as coisas, é mais eficiente”, reco-
nhece Manuel Fernandes, relações públicas em uma
empresa de consultoria, que caminha uma hora de
casa à ilha para participar das aulas nas manhãs dos
fins de semana.
Flávio José Mateus, aficionado por basquete: Angola é potência continental nesse esporte
A equipe do Vias de Luanda tomou outra iniciativa
bem aceita pelas comunidades da capital angolana.
Ao revitalizar vias, largos e calçadões de avenidas,
instalou quadras ou equipamentos de ginástica – o
que fosse mais adequado para o espaço e a região.
O resultado é notável. Em todos os fins de tarde, por
onde quer que se ande nessas áreas revitalizadas da
capital, há muita gente reunida. Não há equipamento
desocupado. Arborizados, calçados e cercados com
alambrados, os largos têm brinquedos para a crian-
çada e, sempre, ao menos meia quadra de basquete.
É assim com o Largo Cambambe, no bairro Cru-
zeiro, vizinho ao Bairro Operário. Flávio José Mateus,
19 anos, e Candido Antonio Gaspar Madureira, 17,
treinam basquete ali, haja ou não mais companheiros.
“Após as aulas, sempre nos encontramos na quadra
para treinar”, conta Flávio, cujo sonho é ingressar na
Força Aérea de Angola. Candido, que começou a jogar
basquete há quatro anos, já foi chamado para compor
a seleção sub-17 de Angola. “Desejo representar bem
meu país, ser reconhecido no exterior e poder jogar
entre os melhores, na liga de basquete dos Estados
Unidos”, diz ele, confiante. “Meu técnico diz que tudo
é possível, portanto, trabalho duro para realizar meus
sonhos”, completa.
Jovens em situação de riscoFlávio e Candido são primos. Eles e mais cinco jo-
vens vivem com dona Emília, mãe de Cândido, no Bair-
ro Operário. As condições de vida são difíceis, mas já
foram piores. Atualmente, todos frequentam a escola e
têm, pelo menos, uma atividade extracurricular. O mais
novo dos garotos, Ivanilson, 7 anos, também filho de
dona Emília, pratica capoeira em outra instalação, cujo
surgimento tornou-se possível com a contribuição do
Projeto Vias Estruturantes, executado pela Odebrecht
Angola: quadras esportivas construídas e repassadas à
irmandade Dom Bosco, que se dedica a promover pro-
jetos educativos em Angola.
A parceria entre a Odebrecht e a Congregação Sale-
diretores de contrato e outros integrantes da Odebrecht Angola no estádio Nacional de Ombaka, em benguela: uma experiência para se eternizar na memória e no coração
76 informa
77informa
siana de Dom Bosco em Angola completou 10 anos em
2011. A equipe do Projeto Vias Estruturantes construiu,
em 2011, oito quadras poliesportivas onde ocorrem, dia
e noite, atividades como futebol, basquete, vôlei, capo-
eira e ginástica olímpica, dirigidos a crianças e jovens
que vivem em situação de risco. “Apoiamos a iniciativa
porque acreditamos que o esporte é um meio para a
inserção dos jovens na sociedade, pois proporciona a
eles uma oportunidade, um caminho a seguir”, afirma
o Diretor de Contrato Tiago Britto.
A brasileira Larissa Cristina Ribeiro, professora de
ginástica voluntária em missões salesianas, está em
Angola há dois anos. Ela dá aulas de ginástica olím-
pica para crianças e adolescentes. É muito benquista
pelos alunos. “Todos gostam de aprender, de se sen-
tir queridos, de progredir. Nas atividades em que os
movimentos devem ser muito precisos é necessário
desenvolver atenção e disciplina. As mudanças que as
atividades físicas promovem nas crianças e nos jovens
fazem bem a eles e a todos nós”, ressalta Larissa.
Exercício dentro da empresaPara os integrantes da Odebrecht, fatos como
esses são conhecidos, compensadores e, também,
estimulantes. O cuidado com o corpo é uma das
obrigações dos trabalhadores que desejam estar
bem, a cada dia, para produzir o seu melhor. Em
todas as instalações da Odebrecht há uma quadra
de esportes ou uma sala de musculação que fun-
cione como fator de incentivo para as pessoas se
exercitarem.
Inédita foi a experiência que ocorreu em Bengue-
la, no litoral sul de Angola, no início de maio. Estava
agendada para ocorrer na cidade a reunião de coor-
denação mensal, com a participação de todos os di-
retores de contrato e todos os integrantes da OD (Or-
ganização Dinâmica) do DS (Diretor-Superintendente)
da Odebrecht Angola, Ernesto Baiardi, que também
esteve presente no encontro. Para encerrar o even-
to, a equipe da empresa em Benguela organizou uma
surpresa: uma partida de futebol no Estádio Nacio-
nal de Ombaka – palco de algumas partidas da Copa
Africana das Nações (CAN), realizada em 2010 –, com
direito a uniformes padronizados pendurados nos ar-
mários do vestiário, ingresso dos times no campo ao
som de Waka Waka (canção oficial da Copa do Mun-
do de 2010, na África do Sul), jogo mediado por uma
equipe de árbitros da Liga de Futebol de Benguela, e
entrevista no fim da partida.
O autor do primeiro gol do certame, Felix Augusto
Martins, Diretor de Infraestrutura no Sul de Angola,
que cuida de um novo projeto de mineração de ferro, é
fanático por futebol. Segundo ele, jogar em um estádio
profissional foi a realização de um sonho. “Foi muito
prazeroso perceber que não estamos unidos ao povo
angolano somente pelos aspectos culturais e pelo
idioma, mas também pelo amor e respeito ao espor-
te”, diz. Segundo Marcus Felipe de Aragão Fernandes,
Diretor dos Contratos de Benguela e Kwanza Sul, “o
melhor desse evento foi a convivência e a integração
das pessoas numa situação descontraída, de prática
esportiva”. José Carlos Pinheiro, o Zeca, Responsável
Administrativo e Financeiro, preparara, com apoio de
todos os integrantes da equipe da Odebrecht em Ben-
guela, a infraestrutura completa para a realização da
partida. Ele chegou a Angola em janeiro de 2011 e sen-
te-se em casa. “Fui diretor da liga de futebol da cidade
de Mundo Novo, na Bahia”, explica.
Ace
rvo
Ode
brec
ht
78 informa
78
A BOA
luta
79informa
Em Macaé (RJ), adolescentes têm apoio para superar situações de risco socialtexto Júlio césar soarEs fotos marcElo Pizzato
Kemille de Jesus (à esquerda) e Agata de Oliveira: mais calma e equilíbrio
80 informa
aicon da Silva Fernandes, 17 anos, é
aluno do Colégio Municipal Botafogo,
em Macaé (RJ). Ele estuda pela ma-
nhã e pratica judô e caratê à tarde, na
escola. Morador do bairro Malvinas,
um dos mais carentes da cidade, Maicon viu no esporte
a possibilidade de escapar de um cotidiano de violência
e buscar um futuro de paz e crescimento. “Eu era um
cara brigão, que não levava desaforo para casa”, conta.
“Com as artes marciais, aprendi a me controlar, a ser
mais paciente e a ter a disciplina que tenho nas lutas”.
Agata Almeida de Oliveira e Kemille Peçanha de Je-
sus, também da mesma escola, têm histórias seme-
lhantes à de Maicon. Falam do dia a dia difícil da favela e
de como suas vidas passam por uma transformação há
pouco considerada improvável por muitos. “Deixamos a
rua e agora estamos seguros na escola”, explica Agata.
“Praticar artes marciais trouxe calma e equilíbrio”. Ke-
mille reforça: “Sou uma pessoa melhor hoje, mais aten-
ta às aulas e respeitosa com os funcionários da escola”.
Maicon, Agata e Kemille participam do Programa
Abrindo Espaços, iniciativa da Odebrecht Óleo e Gás
(OOG) com apoio da Unesco (o órgão da Organização
das Nações Unidas que atua com a educação) e da Se-
cretaria de Educação de Macaé. Localizada no norte do
estado do Rio de Janeiro, Macaé é conhecida por sua
pulsante indústria petrolífera. Empresas nacionais e
internacionais se estabeleceram na cidade e ajudaram
a transformá-la na oitava mais rica do país em 2006.
Contudo, mesmo mantendo bons números econômi-
cos desde então, o município ainda enfrenta grandes
desafios sociais.
Criado em 2007, dentro da estratégia de apoio à
superação de obstáculos e promoção da melhoria das
condições de vida de crianças e adolescentes, o Abrin-
do Espaços faz parte do Programa Escola em Ação, que
desenvolve ações com foco em educação, esportes,
lazer, qualificação profissional de jovens, geração de
renda, inclusão digital e educação ambiental, com es-
tímulo ao envolvimento comunitário e ao voluntariado.
A mudança de comportamento dos alunos que par-
ticipam do Programa Abrindo Espaços é enfatizada e
elogiada pela Diretora do Colégio Botafogo, Luiziana
Simões de Almeida. Há 15 anos no cargo, ela recor-
da de tempos difíceis: “Nossa escola mudou muito.
Não temos mais portas quebradas e desrespeito com
os funcionários. Os alunos sentem que esse espaço é
MMaicon Fernandes: em busca de um futuro de paz e crescimento
foto
: aM
éric
o v
erM
elh
o
81informa
patrimônio deles”. E acrescenta: “A parceria entre os
setores público e privado é essencial para que possa-
mos transformar a vida dessas crianças”.
Formação de cidadãos conscientesO Abrindo Espaços busca incluir a prática esporti-
va nos colégios como alternativa às comunidades com
pouco ou nenhum espaço de lazer disponível e como
contribuição para a superação de um cotidiano marca-
do pela violência. Já beneficiou mais de 19 mil alunos
de sete instituições de ensino e uma associação cultu-
ral ao longo dos seus cinco anos de existência. Baseado
nos quatro pilares da Educação elaborados pela Unesco
– “aprender a conhecer, a fazer, a conviver, a ser e a
transformar (a si mesmo e a sociedade)” –, o programa
busca formar não apenas atletas, mas, sobretudo, cida-
dãos conscientes do seu papel na sociedade.
“Quando não formo grandes atletas, formo grandes
professores, pessoas que vão passar o ensinamento
adiante e ajudar suas comunidades”, argumenta Paulo
Cesar Maillet, mestre de jiu-jitsu no Espaço Art e luz.
lutador há 17 anos e treinado pela tradicional Família
Gracie, Paulo é voluntário no programa.
“Não se trata do esporte pelo esporte”, diz Domi-
ciano de Souza, integrante do Programa de Sustenta-
bilidade da OOG. Principal canal entre a empresa e as
escolas, Domiciano, ou Domi, como é conhecido nas
comunidades de Macaé, acredita no potencial forma-
dor do projeto. “trabalhamos para formar cidadãos
conscientes, que entendam as necessidades das suas
comunidades e lutem para mudar o quadro atual”.
O apoio da OOG inclui o fornecimento de materiais
para a prática esportiva, o apoio às viagens que os
alunos fazem para disputar campeonatos e o envol-
vimento direto no planejamento, no monitoramento
e na avaliação das atividades e na articulação com a
comunidade e as famílias. A ideia principal pode ser
formar cidadãos, mas sem dúvida alguns alunos re-
velam ter “DNA” de futuros grandes atletas. É o caso
de Renan Souza Pereira, 16 anos, estudante da Escola
Engenho da Praia. Esguio e com quase 1,80 m de altu-
ra, demonstra técnica nos treinos de atletismo e pensa
em transmitir seus conhecimentos. “Quero ensinar
crianças que, assim como eu, não têm oportunidade
de praticar esportes”, diz. Ele também se imagina de-
fendendo o país no futuro. “Meu esporte predileto é o
futebol de salão e luto para um dia representar a sele-
ção brasileira”, revela.
Leonardo Campos (à esquerda) e ezequias rocha: cotidiano seguro e produtivo
82 informa
82 Inauguração da ETE em região do Rio de Janeiro quesediará diversas disputas das Olimpíadas de 2016 marca início de atuação daconcessionária Foz Águas 5
A TODA PROVAágua
texto alinE Brandão fotos mario grisolli
83informa
O líder comunitário Carlos renato Sampaio: um projeto para elevar a
autoestima da comunidade
84 informa
magine um filme em que histórias de vida
distintas se encontram em um determinado
momento. O cenário, o Rio de Janeiro, mais
precisamente a Zona Oeste, distante dos fa-
mosos cartões-postais de uma das mais be-
las cidades do mundo e com uma série de desafios
sociais e ambientais a serem superados. O enredo
tem como personagens os quase 2 milhões de ha-
bitantes da região e os atletas dos Jogos Olímpicos
de 2016. Celebridades da elite do esporte mundial
e pessoas comuns, heróis do cotidiano que suam a
camisa todos os dias, vão se cruzar em uma pelícu-
la feita para ter um final feliz.
No âmbito do Programa de Infraestrutura para
as Olimpíadas de 2016, a Prefeitura inaugurou em 5
de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Estação
de Tratamento de Esgoto (ETE) Constantino Arruda
Pessôa, em Deodoro. O evento marcou o início da
atuação da Foz Águas 5 – concessionária consti-
tuída pelas empresas Foz do Brasil e Saneamento
Ambiental Águas do Brasil (Saab) –, que será res-
ponsável pelos investimentos em infraestrutura e
operação do sistema de esgotamento sanitário por
30 anos da chamada AP-5 (Área de Planejamento
5) da capital fluminense (dividida em cinco grandes
áreas de planejamento urbano). A região, que com-
preende 48% do território do município, é composta
de 21 bairros e receberá, nas Olimpíadas, as provas
de hipismo, pentatlo e tiro, entre outras.
Mudança de vidaSe para os atletas é a oportunidade de mostrar
ao mundo o seu talento, para a população da re-
gião é a vez de ter acesso aos serviços de coleta e
tratamento de esgotos. O saneamento básico pode
mudar, e muito, a vida das pessoas. É o caso do
líder comunitário Carlos Renato Sampaio, o Cacá,
morador do bairro de Deodoro desde que nasceu,
há 39 anos. Formado em Educação Física e Serviço
Social, casado e pai de quatro filhos, ele passou
a maior parte da infância e da adolescência ten-
tando ganhar a vida como jogador de futebol. Aos
23 anos, pendurou prematuramente as chuteiras
e abriu uma escolinha para crianças e jovens da
região. Percebeu que o esporte é um importante
veículo de promoção social e, hoje, se dedica a for-
mar jovens atletas no Piscinão de Deodoro.
“Um bom atleta precisa ter saúde física e emo-
cional para conseguir superar seus próprios li-
mites. Para atingir alto rendimento, ele deve ter
um corpo forte e sadio e, sobretudo, autoestima”,
ressalta Cacá, que tem boas expectativas em re-
lação às melhorias que serão feitas na região em
virtude das Olimpíadas. “A ausência de saneamen-
to básico causa problemas de saúde, e as pessoas
têm dificuldade para formar uma boa imagem de
si mesmas, na medida em que ainda é frequente
a existência de esgoto a céu aberto”, argumenta.
“Teremos inúmeras facilidades perto da nossa
comunidade, novos acessos com rodovias, cons-
truções modernas, mas ainda nos falta o básico:
precisamos de serviços essenciais, como a coleta
e o tratamento dos esgotos. Muitos moradores ain-
da convivem com valas negras, e isso traz grandes
impactos à saúde da população”, ele acrescenta.
Em mais um projeto que confirma que o cami-
nho para a universalização dos serviços de água e
esgoto passa pela união de forças dos setores pú-
blicos e privados, a Foz Águas 5 investirá, ao longo
do período da concessão, mais de R$ 2,6 bilhões
I
85informa
para nos próximos 10 anos tratar 100% do esgoto
coletado das casas de 1,5 milhão de pessoas. Até
o início das Olimpíadas, deverão ser tratados 95%
dos esgotos coletados de 40% da população da re-
gião, com investimentos iniciais de R$ 600 milhões.
“É uma vitória fantástica para a Zona Oeste. São
essas intervenções que, de fato, qualificam o meio
ambiente e mudam a vida da gente”, disse o Pre-
feito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no evento de
inauguração da ETE.
Pesquisas mostram que as melhorias no sane-
amento básico proporcionam uma cadeia de bene-
fícios socioeconômicos que vão da valorização dos
imóveis à economia de recursos para o sistema
público de saúde. Um estudo feito pela Fundação
Getulio Vargas (FGV) para o Instituto Trata Brasil
apontou que, em 2009, quase 70 mil crianças entre
0 e 5 anos foram internadas por diarreia no país e
quase 220 mil trabalhadores tiveram que se afas-
tar do trabalho por conta desse problema.
“Temos um grande desafio pela frente, mas com
os investimentos previstos e a expertise da Foz do
Brasil e da Saab estamos certos de que em bre-
ve os moradores da região já poderão perceber
os resultados positivos de nosso trabalho”, afir-
ma Fernando Bessa, Presidente da Foz Águas 5.
“A iniciativa da Prefeitura de priorizar a Zona Oes-
te na ampliação do acesso ao saneamento básico
por meio de um modelo de concessão e a parceria
com a Nova Cedae [companhia estadual responsá-
vel pelos serviços de água e esgoto do Rio] para a
gestão comercial do fornecimento de água poten-
cializarão os ganhos econômicos e sociais que esta
região obterá com as Olimpíadas de 2016.”
Além dos benefícios em termos de qualidade
de vida e preservação ambiental, o serviço pro-
porcionará a curto prazo mais eficiência e rapidez
no atendimento e na prestação do serviço de es-
gotamento sanitário. A expectativa é que, com a
estruturação e o desenvolvimento do sistema, os
jovens da região possam, além de assistir aos Jo-
gos Olímpicos em uma comunidade com infraes-
trutura, ter melhores condições de se tornar os re-
presentantes do Brasil em futuras olimpíadas.
Fernando bessa e a ete: potencialização dos
ganhos econômicos e sociais para a região
86 informa
niciativa concebida para estimular a prática esporti-
va, a Corrida e Caminhada Odebrecht, realizada pela
primeira vez em 2007, já faz parte do calendário da
Organização. O evento, sob a responsabilidade da
Área de Apoio à Saúde do Escritório de São Paulo,
surgiu como parte da programação comemorativa ao Dia
Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril.
Realizada duas vezes por ano, sempre aos sábados, no
Parque Villa Lobos, em São Paulo, a Corrida e Caminhada
Odebrecht – que reúne integrantes dos vários negócios da
Organização e seus familiares – procura demonstrar como
determinadas ações podem levar ao aprimoramento do
bem-estar: atividade física, alimentação saudável, recre-
ação infantil, lazer, descontração, música, convívio entre
amigos e familiares e contato com a natureza.
O desafio de vencer o sedentarismoA programação tem início com as orientações de
educadores físicos da Assessoria Esportiva MPR, par-
ceira do evento, que abordam a importância da prática
de esportes para a saúde. Em seguida, uma sessão de
alongamento garante a preparação de todos os partici-
pantes para os exercícios físicos. De acordo com a prefe-
rência e o preparo de cada pessoa, são formados grupos
para caminhada leve, caminhada rápida, trote e corrida.
O final das atividades é marcado pela apresentação do
Coral formado por integrantes da Organização e por um
café da manhã composto de alimentos saudáveis.
Estatísticas levantadas pela Área de Apoio à Saúde
mostram que o sedentarismo atinge cerca de 55% dos
integrantes. “Precisamos conscientizar as pessoas de que
a melhoria do estilo de vida é fundamental para a manu-
tenção da saúde e para a prevenção das doenças”, afirma
Alice Sawamura, Enfermeira do Trabalho na Organização.
Desde a estreia, a Corrida e Caminhada tem registra-
do aumento contínuo do número de participantes. Eram
ICorrida e Caminhada Odebrecht reúne integrantes e familiares para celebrar
o esporte e cultivar o bem-viver
ISSO AQUI É BOM
demais
86
texto rEnata mEyEr
87informa
200 pessoas em 2007, e a última edição, ocorrida em 14
de abril de 2012, teve cerca de 1.900. Neste ano, o even-
to ocorreu também em Brasília, iniciativa da Odebrecht
Realizações Imobiliárias (OR), e em Salvador, sob res-
ponsabilidade da Braskem.
Frequentadora assídua da Corrida e Caminhada
Odebrecht, Galbênia Costa, que integra a equipe de
Pessoas e Organização da Odebrecht S.A., participou
de quase todas as edições do evento. Adepta da prática
de esportes, ela faz questão de levar o marido, Jomar,
que também é integrante da Organização. “Essa é uma
oportunidade especial para confraternizar com os cole-
gas e conhecer seus familiares. O evento proporciona
um momento ímpar de descontração e integração, im-
possível na correria do dia a dia”, afirma.
Uma equipe de treinadores e recreacionistas presta
atendimento aos participantes, com supervisão da equi-
pe da Área de Apoio à Saúde. Nos últimos dois eventos,
um líder da Organização foi convidado a transmitir uma
mensagem de sustentabilidade. “Temos muita sorte de
trabalhar em uma Organização que pensa seriamente em
sustentabilidade”, disse Marcelo Arantes, Responsável por
Apoio ao Empresariamento (RAE) Pessoas e Organização,
Tecnologia da Informação e Suprimentos da Braskem,
na última edição da Corrida e Caminhada Odebrecht. Na
ocasião, todos os participantes receberam sacolas da ETH
Bioenergia produzidas com o plástico “verde” da Braskem.
Segundo Galbênia Costa, o grande desafio das empre-
sas é conectar o tema Saúde à estratégia de cada negócio
como fator de geração de valor. “Programas como esses
devem ser incentivados e vistos como investimento, pois
contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos in-
tegrantes e para o consequente aumento da produtividade.
Além disso, estimulam a prática de hábitos saudáveis, pro-
porcionam a criação de uma cultura de saúde e colaboram
para um mundo mais sustentável”, argumenta.
86
Galbênia Costa e o marido Jomar: cultura de saúde. Ao lado integrantes da braskem fazem aquecimento e, abaixo corrida no Parque Villa Lobos: combate ao sedentarismo
foto
: ho
lan
da c
ava
lca
nti
foto
: ed
u s
iMõ
es
foto
: Fer
na
nd
o v
iva
s
88 informa
ARGuMENTO
88
89informa
ESPORtE E INClUSãO SOCIAlEm Macaé (RJ), um exemplo de como a prática esportiva pode contribuir para a construção de vidas cidadãs
Marco Aurélio Fonseca é Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht Óleo e Gás (OOG)
prática de esportes, além dos benefícios
para corpo e mente, é uma importante fer-
ramenta de socialização, e os motivos que
levam crianças e adolescentes a praticarem uma
determinada atividade desportiva são muitos. Seja
a oportunidade de fazer novos amigos ou a vontade
de superar suas próprias limitações, quem prati-
ca uma atividade física reconhece sua importância
para a melhoria da capacidade motora e cognitiva
e, por vezes, serve de incentivo para aqueles que
estão em volta.
O Programa Abrindo Espaços, parte do Progra-
ma Escola em Ação, uma iniciativa da Odebrecht
Óleo e Gás (OOG) em parceria com a Unesco e a
Prefeitura de Macaé (RJ), oferece, desde 2007, ati-
vidades esportivas como atletismo, judô, capoeira e
hóquei a crianças e adolescentes de escolas muni-
cipais de comunidades carentes da região. Nos fins
de semana, essas escolas são abertas, e voluntá-
rios das próprias comunidades participam das au-
las, que têm atraído cada vez mais alunos.
Os benefícios são reconhecidos por familiares,
professores, diretores das escolas e, principal-
mente, pelos jovens participantes do projeto, que
veem seu rendimento escolar, sua concentração e
sua sociabilidade melhorarem significativamente.
Por meio das aulas, os alunos têm a oportunida-
de de se reunir, trocar experiências e melhorar a
capacidade física e mental. Em comunidades onde
não há espaços de lazer disponíveis, a abertura das
escolas nos fins de semana representa, muitas ve-
zes, a única oportunidade para crianças e adoles-
centes desses locais conviverem.
À diminuição da evasão escolar soma-se o re-
conhecimento e a valorização do espaço escolar.
Isso pode ser medido com a diminuição e a me-
lhoria da conservação das escolas participantes do
Abrindo Espaços. Além disso, os jovens que fazem
parte das atividades esportivas servem de espelho
para os demais, que passam a ver as conquistas al-
cançadas e desejam participar delas também. São
medalhas e campeonatos conquistados por crian-
ças e adolescentes que, em sua maioria, nunca ha-
viam saído de Macaé ou mesmo realizado alguma
atividade esportiva anteriormente. Assim, ao ve-
rem esses resultados e a maior sociabilidade entre
quem participa das atividades, os de fora passam a
querer entrar nos grupos também.
Contudo, não são apenas os jovens e seus fa-
miliares os únicos que se beneficiam da prática
de esportes. A sociedade também sai ganhando.
Com a promoção de atividades esportivas, todos
ganham. Além da redução do vandalismo nas
escolas, há também a diminuição do número de
jovens envolvidos em ambientes e grupos pauta-
dos pela violência e pelo tráfico e uso de drogas.
A OOG entende que, ao contribuir para a melho-
ria da qualidade de vida nas comunidades em que
está inserida, está investindo na inclusão social
dos jovens (especialmente) e apoiando seu cresci-
mento e sua adaptação à vida adulta.
A
90 informa
91informa
92
veja a seguir reportagens sobre realizações recentes das equipes da Organização Odebrecht no Brasil e no mundo
No Baixo Sul da Bahia está em andamento a implantação de
um modelo de turismo agrícola, ecológico e sustentável
luiz de Mendonça, líder Empresarial da Eth, fala do ritmo
acelerado de crescimento da empresa
Defesa e tecnologia: a contribuição da Odebrecht para a
proteção dos ativos do país
Gente: Rafela Araújo, Sílvio Freitas e Bruno Gonçalves falam
de seu dia a dia e de suas paixões
&PESSOASNOTíCIAS
foto
: Alm
ir B
ind
ilAt
ti
95
98
100
92 informa
Trilhas para novos mundos
Desenvolvimento sustentável
texto gaBriEla vasconcEllos fotos almir Bindilatti
Em meio às belezas da
Mata Atlântica, os chei-
ros se confundem: pés de
tangerina e canela preenchem o
ar e tornam a trilha ainda mais
exuberante. Árvores seculares
rodeiam cada passo, acompa-
nhadas pelos cultivos de dendê
e piaçava, característicos do Bai-
xo Sul da Bahia. Nesse cenário,
tem início o Roteiro Turístico
Ecoétnico, que está sendo estru-
turado na região pelo Instituto de
Desenvolvimento Sustentável do
Baixo Sul da Bahia (Ides).
A proposta é que os visitantes
sejam recebidos por agriculto-
res como Juvenal Divino, mora-
dor da comunidade Rio das Ma-
tas, localizada em Taperoá (BA).
Pequeno produtor, ele guia, há
quatro anos, grupos interessa-
dos em conhecer modos de vida
de populações rurais. “Enquan-
to caminho pela roça vou falan-
do sobre as diferentes culturas,
mostro na prática o conhecimen-
to que tenho”, conta. Para Divino,
o turismo é uma oportunidade
de incrementar a renda da famí-
lia. “Recebo uma diária e muitas
gorjetas”, brinca.
O fim da trilha com o agricul-
tor revela um presente: o Rio das
Almas, que corre sem pressa
pelos municípios baianos de Ta-
peroá e Nilo Peçanha. Em suas
águas, os turistas têm a possi-
bilidade de praticar tirolesa e
rafting (descida em corredeiras
utilizando botes infláveis). O pri-
meiro dos três dias de viagem
que contemplam o roteiro, reali-
zado em parceria com a agência
Ativa Rafting e Aventuras, chega
ao fim na pousada Rio das Matas,
onde é possível dormir ao som
dos pássaros.
Logo após o amanhecer do
segundo dia, é o momento de co-
meçar a vivenciar a cultura local
de Nilo Peçanha (localizada a 284
km de Salvador). A primeira para-
da é na sede da Cooperativa das
Produtoras e Produtores Rurais
da Área de Proteção Ambiental do
Pratigi (Cooprap), que comerciali-
za peças de artesanato, vassouras
e biojoias produzidos com fibra de
piaçava pelos moradores da re-
Roteiro Turístico Ecoétnico: um novo vetor de desenvolvimento para o Baixo Sul
93informa
gião. Assim como o Ides, a Coo-
prap é uma instituição ligada ao
Programa de Desenvolvimento e
Crescimento Integrado com Sus-
tentabilidade do Mosaico de Áreas
de Proteção Ambiental do Baixo
Sul da Bahia (PDCIS), apoiado
pela Fundação Odebrecht.
A viagem segue. Na comuni-
dade quilombola de Jatimane,
os turistas têm a oportunidade
de conhecer mais um pouco da
rotina de trabalhadores da zona
rural, como Miltaides do Rosário,
nascido e criado ali. Dono de um
restaurante às margens do Rio
Jatimane, Miltaides oferece pas-
seios de canoa e visitas a cacho-
eiras. “Organizando o turismo,
sei que vamos crescer. Já recebi
consultores do Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas) para fazer
o diagnóstico e levantar as nos-
sas necessidades”, relata.
De acordo com Márcia Mattos,
Líder da Aliança Cooperativa do
Turismo do Ides, esse tem sido
o papel da instituição. “Estamos
apoiando as comunidades a ar-
ticularem parcerias que con-
tribuam para o aprimoramento
do roteiro Ecoétnico. Buscamos
cursos de qualificação profissio-
nal e apoio à comercialização.
A ideia é podermos realizar as
adaptações para atrair mais pes-
soas”, salienta.
A parceria com o Sebrae foi
iniciada em 2011, quando o rotei-
ro Ecoétnico foi selecionado pelo
Projeto Talentos do Brasil Rural.
A iniciativa é fruto da integração
entre os Ministérios do Desenvol-
vimento Agrário, do Turismo e do
Meio Ambiente, do Sebrae e da
Agência de Cooperação Alemã,
Juvenal divino: “enquanto caminho pela
roça vou falando sobre as diferentes culturas”
Miltaides do rosário:
“Sei que vamos crescer”
94 informa
que está incentivando a inserção
de produtos e serviços da agri-
cultura familiar no turismo.
Zenilda do Rosário, também
moradora de Jatimane, já conta
com o apoio do Sebrae. A maris-
queira, além de participar de ca-
pacitações, recebe consultoria
para o seu Restaurante Quilom-
bola Pedro Sorriso, nome dado em
homenagem ao marido. Com isso,
realizou mudanças na estrutura e
na organização do estabelecimen-
to. “Aprendi um pouco em cada
reunião. Assim estamos virando
referência na região. Muitos vêm
de outros lugares para almoçar”,
diz ela, que foi convidada pelo Se-
brae para compartilhar sua expe-
riência em um evento no Rio Gran-
de do Sul. “Lá vou contar sobre o
meu pirão, meu peixe defumado e
minha moqueca, minhas especia-
lidades.”
Após saborear os pratos pro-
duzidos por dona Nida, como é
conhecida, o segundo dia do ro-
teiro tem fim na Praia do Pratigi,
localizada no município de Itu-
berá (BA). Com aproximadamen-
te 15 km de extensão, a praia é
quase deserta, ocupada apenas
por algumas barracas.
Um novo olharPara dar continuidade à des-
coberta da cultura local, no ter-
ceiro e último dia o turista tem
a oportunidade de visitar a sede
do grupo folclórico Zambiapun-
ga, ter aulas de percussão com
o grupo Olopunga e de capoeira
com o grupo Capoarte. “Nos uni-
mos pelo Baixo Sul, aqui mos-
tramos nossas tradições. So-
nhávamos com isso e agora está
se tornando realidade”, destaca
Walmorio do Rosário, Presiden-
te do Zambiapunga de Nilo Pe-
çanha.
Segundo Liliana Leite, Di-
retora Executiva do Ides, o Ro-
teiro de Turismo Ecoétnico é o
primeiro passo para consolidar
uma prática diferenciada. “O
turismo de sol e praia já está
materializado na região. Preci-
samos aproximar os visitantes
da cultura local e fortalecer
o protagonismo comunitário,
com o desenvolvimento de uma
consciência que traz como base
estruturante a sociobiodiversi-
dade”, argumenta. “Buscamos o
convívio harmônico com a natu-
reza, com preservação da identi-
dade cultural dentro de um pro-
cesso produtível e sustentável
para, dessa forma, consolidar
o agroecoturismo e proporcio-
nar renda complementar para a
unidade-família”, acrescenta.
Zenilda do rosário: “estamos virando referência”
95informa
Organização
O chamado das novas fronteiras
texto luciana lana foto dario dE frEitas
Com quase 6 mil m de alti-
tude, o Monte Kilimanja-
ro, no norte da Tanzânia,
perto da fronteira com o Quênia,
é o ponto mais alto do continen-
te africano. Antigo vulcão, tem o
topo coberto de neve e é rodea-
do por savana. Foi nesse lugar
fascinante e desafiador que veio
à mente do engenheiro Luiz de
Mendonça, pela primeira vez, a
ideia de ser o Líder Empresarial
da ETH Bionergia.
“Eu estava de férias, subindo o
monte com meus filhos, quando
fiquei sabendo da oportunidade
que se abria na ETH”, conta Luiz.
Ele refletiu sobre sua trajetória
profissional dentro da Organiza-
ção e achou que era hora de en-
carar um novo desafio. Na época,
ele ocupava o cargo de Vice-Pre-
sidente da Unidade de Negócios
Internacionais e Negócios Verdes
da Braskem.
Com 10 anos de trabalho na
Organização Odebrecht, Luiz vol-
tou do Kilimanjaro para encarar
um desafio de proporções se-
melhantes à subida do monte: a
ETH é uma empresa nova, com
crescimento significativo nos últi-
mos anos e enorme potencial de
expansão. Atuando na produção e
Luiz de Mendonça tem a missão de liderar a ETH em sua trajetória de crescimento
Luiz de Mendonça: “Nossa intenção é dobrar a capacidade instalada da empresa até 2020”
96 informa
comercialização de etanol, energia
elétrica e açúcar para os mercados
nacional e internacional, a empre-
sa tem como meta se tornar a líder
brasileira na geração de energia
limpa e renovável. Atualmente,
conta com nove unidades indus-
triais – duas adquiridas e sete pro-
jetos greenfield (iniciados do zero),
nos estados de Goiás, Mato Gros-
so, Mato Grosso do Sul e São Pau-
lo, e tem 15 mil integrantes.
“As unidades agroindustriais
da ETH são referência no setor.
Descarregamos um treminhão
(espécie de trem rodoviário) por
minuto. Mas não é isso o que
impressiona alguém que vem da
petroquímica. Quando visitei pela
primeira vez uma frente agrícola
da ETH, entendi a complexida-
de da operação: para descarre-
gar um treminhão por minuto
é preciso um esforço enorme e
sinergia impecável, envolvendo
plantio, colheita, programação
de tratores, caminhões, pesso-
as, troca de turnos, alteração
de clima e uma série de aspec-
tos logísticos”, enfatiza Luiz, que
acrescenta: “Este é o momento
em que a ETH começa a atingir
uma estabilidade. Até aqui, a em-
presa integrou, em média, cerca
de 3 mil pessoas a cada ano, e
encerrou 2011 com a conquista
de 100 mil novos hectares plan-
tados. Agora é hora de aprimorar
todos os nossos processos”.
“Plantar melhor” é o primeiro
passo, segundo Luiz de Mendon-
ça – e isso significa planejar, tra-
tar o solo, replantar o que for ne-
cessário, arrendar novas terras,
entre outras iniciativas. Uma das
metas é reduzir o custo do plantio
dos atuais R$ 5.600/hectare para
R$ 4.300/hectare.
Capacidade de moagemCem por cento mecanizadas, as
nove unidades que compõem os
cinco polos produtivos da empre-
sa têm capacidade de moagem de
40 milhões de toneladas de cana,
para gerar 3 bilhões de litros de eta-
nol e 2.700 Gwh de energia elétrica.
Entretanto, para atingir essa produ-
ção, é preciso investir nos canaviais
e acrescentar a cada ano, até 2014,
100 mil novos hectares plantados.
Em 2011, foram moídos 13 milhões
de toneladas de cana. Para este
ano, a previsão de moagem é de
20 milhões e, para 2013, de 29 mi-
lhões de toneladas de cana.
“Nossa intenção é dobrar a
capacidade instalada da ETH até
97informa
2020, ano ao qual pretendemos
chegar sendo capazes de realizar
a moagem de mais de 80 milhões
de toneladas de cana”, adianta
Luiz. Para chegar a esse patamar,
serão necessários novos projetos
greenfield, aquisições e associa-
ções, e Luiz tem por base a avalia-
ção positiva do mercado: só para
atender a demanda nacional de
etanol será preciso duplicar a pro-
dução. Há também uma série de
projetos em estudo com empre-
sas parceiras. Com a Braskem,
por exemplo, está sendo discu-
tida a implantação de uma nova
unidade de polímeros “verdes”
acoplada a uma unidade da ETH.
Com empresas de biotecnologia,
está sendo avaliada a produção do
chamado etanol de segunda ge-
ração (feito a partir do bagaço da
cana) e também o desenvolvimen-
to de produtos químicos diversos
a partir do caldo da moenda (óleos
graxos para as indústrias cosmé-
tica e de lubrificantes).
Não fosse bastante, existem
ainda projetos no exterior. Em
Angola, a ETH apoia a construção
de uma usina de açúcar, com 32
mil hectares e capacidade para
produzir 2 milhões de toneladas
do produto. Na América do Sul,
a equipe de Desenvolvimento
de Negócios da empresa estuda
oportunidades na Colômbia, no
Peru e no México.
Do desenho de um canavial
à luminosidade necessária para
o crescimento da cana, Luiz de
Mendonça diz que tem muito a
aprender sobre seu novo mercado
de atuação. “Até que as explosões
solares descalibravam o GPS das
colhedeiras eu fiquei sabendo”,
brinca. Mas o que mais o atrai, diz,
é o desafio de recrutar pessoas,
capacitá-las e engajá-las, além de
contribuir para o desenvolvimen-
to das comunidades. “A ETH está
explorando novas fronteiras agrí-
colas. Quando chegamos a uma
cidade, além de gerar cerca de
3 mil oportunidades diretas de tra-
balho, transformamos a vida das
pessoas, investindo em educação,
saúde, infraestrutura e inclusão”,
afirma Luiz. Ele acrescenta: “O
que mais impressiona é que tam-
bém levamos às comunidades
uma nova forma de pensar. Hoje,
nossos integrantes são empre-
sários, todos já conhecem a TEO
(Tecnologia Empresarial Odebre-
cht). Em tão pouco tempo, fizemos
um excelente trabalho de acultu-
ramento, e isso é um grande moti-
vo de orgulho para nós”.
unidade da eth em eldorado (MS): oportunidades diretas de trabalho e investimentos em educação, saúde, infraestrutura e inclusão social
Ace
rvo
Ode
brec
ht
98 informa
um tema soberanoCriada em 2011, a ODT concentra todas as iniciativas da Organização em um setor fundamental para o crescimento do país
Defesa e Tecnologia
texto Fabiana Cabral
O Brasil é o quinto maior
país do mundo, ocupa 47%
da América do Sul e tem
uma geografia privilegiada. Possui
23 mil km de fronteiras, sendo mais
de 15.700 km terrestes – com 10
países vizinhos – e 7.300 km maríti-
mas. Com geologia, relevo, clima e
vegetação variados, o território bra-
sileiro é conhecido por sua ampla
biodiversidade, grandes reservas
hídricas e potencial energético. O
país agora se prepara para explorar
a “Amazônia Azul”, área de cerca
de 4.500 km2 onde se encontram,
entre outras riquezas, as reservas
do pré-sal.
Recentemente, o Brasil deu
mais um importante passo para
consolidar seu papel no cenário
geopolítico internacional, partici-
pando, como líder, de intervenções
militares no Haiti e do Comando da
Frota das Nações Unidas, na costa
do Líbano.
Nos últimos 30 anos, porém,
poucos investimentos foram reali-
zados para a proteção do território
nacional. Tornou-se necessário,
então, atualizar os sistemas de
defesa e segurança, assegurar a
soberania da nação e resguardar
fronteiras, riquezas, população e
democracia. Iniciou-se a criação
de uma indústria de defesa nacio-
nal autônoma e tecnologicamente
independente. “Uma indústria de
defesa sólida gera desenvolvimen-
to de novas tecnologias e oportu-
nidades de trabalho qualificadas”,
afirma Roberto Simões, Diretor
Executivo da Odebrecht Defesa e
Tecnologia (ODT).
Defesa nacionalPara garantir o monitoramento
das fronteiras e proteger os re-
cursos naturais do país, o Governo
brasileiro lançou, em dezembro
de 2008, a Estratégia Nacional de
Defesa (END), visando a moder-
nização das Forças Armadas e o
fortalecimento dos setores espa-
cial, cibernético e nuclear. Uma das
primeiras iniciativas foi a instituição
do Programa Nacional de Desen-
volvimento de Submarinos (Pro-
sub), da Marinha do Brasil.
Escolhida pela francesa DCNS -
uma das líderes mundiais em defe-
sa naval –, a Odebrecht passou a in-
tegrar o Consórcio Baía de Sepetiba
(CBS), que gerencia o programa, e
a Itaguaí Construções Navais (ICN),
empresa responsável pela constru-
ção de quatro submarinos conven-
cionais e de um submarino nuclear,
com transferência de tecnologia. A
Odebrecht Infraestrutura foi desta-
roberto Simões: desenvolvimento de tecnologias
O Prosub iniciou a fabricação de quatro submarinos convencionais, como o desta foto, e de um submarino movido à energia nuclear, previstos para estarem prontos em 2017
Foto
: ho
lan
da c
ava
lca
nti
99informa
cada para a construção do estaleiro
e da base naval, em Itaguaí, no Rio
de Janeiro, onde serão fabricados
e operados os submarinos. No ano
passado, cortaram-se as primeiras
chapas das seções dos primeiros
submarinos.
A participação da Odebrecht no
setor não parou por aí. Em 2010, a
empresa formou uma joint venture
com a Cassidian, do grupo europeu
EADS, para atuar na integração de
sistemas críticos na área de defe-
sa e segurança. No ano passado,
adquiriu o controle da Mectron,
empresa com 20 anos de serviços
prestados às Forças Armadas, in-
tegradora de sistemas complexos
para os setores de defesa, espaço
e segurança pública.
A Mectron fabrica sistemas de
mísseis e produtos de alta tecno-
logia para o mercado aeronáu-
tico, como radares, sistemas de
comunicação, comando e contro-
le para aviões. Para o setor es-
pacial, fabrica a parte eletrônica
embarcada nos veículos lança-
dores e subsistemas de satélites,
como sistemas de energia, ar-
mazenamento de dados, teleme-
tria e telecomando.
Proteção dos ativos do paísA atuação nesses projetos fez
com que a Organização, em 2011,
concebesse a Odebrecht Defesa e
Tecnologia (ODT), que concentra to-
das as iniciativas na área de defesa
e segurança. “A Organização sentiu
que o setor é fundamental para o
crescimento e desenvolvimento do
país, com proteção dos seus ativos,
como água, energia e biodiversida-
de”, salienta Roberto.
Desde então, a ODT passou a
operar na concepção de grandes
projetos em ambientes de alta com-
plexidade, na estruturação da arqui-
tetura financeira dos investimentos e
em absorção, elaboração e emprego
de tecnologias avançadas. Segundo
Roberto Simões, a empresa contri-
bui, ainda, para a modernização do
Sistema Nacional de Defesa, como
vetor de desenvolvimento e estímulo
à produção industrial brasileira. “Te-
mos capacidade de relacionamento
político e estratégico e de absorção
de tecnologia, e competência indus-
trial para colaborar com a END e
com os programas do Ministério da
Defesa, como o SISFRON, na fron-
teira ‘seca’, e o SisGAAz, na fron-
teira ‘molhada’”, ressalta Roberto
Simões.
Mectron: desenvolvimento e fabricação de equipamentos aeronáuticos embarcados em aeronaves civis e militares
Foto
: gu
ilh
erM
e a
Fon
so
Foto
: ho
lan
da c
ava
lca
nti
Vida de mestre
Seu Sílvio ingressou na tenenge em 13 de no-
vembro de 1958, como soldador. em 1967,
observando os engenheiros com capacetes bran-
cos, resolveu usar um modelo personalizado, pre-
to – sua marca até os dias atuais. integrante da
Odebrecht engenharia industrial na obra PtA POY
Pet, em Pernambuco, Sílvio Freitas completará 80
anos em outubro. Chega ao canteiro às 6h da manhã
e não para até o sol se por. Cursou apenas quatro
séries do ensino fundamental, mas é um mestre.
“Aprendi tudo o que sei no trabalho e com o traba-
lho”, ensina.
Sílvio: há 52 anos na Organização, sempre com seu capacete preto
Tempo de realizações
Sempre tive vontade de aprender, e a Odebrecht me possibilitou,
mais que aprender, transmitir o que sei aos meus companhei-
ros e à minha família”, diz bruno Miguel Gonçalves, encarregado de
Mecânica nos projetos da Odebrecht na Província de benguela, em
Angola. integrante há 12 anos, ele diz que a empresa tem sido sua
mais importante escola. “Meus líderes me ensinaram até a cuidar
da economia doméstica”. bruno aproveita seus momentos de folga
para curtir os filhos. Frequentemente vai à praia com os mais ve-
lhos: ronaldo, que quer trabalhar na área de eletrônica, e rivaldo,
cujo sonho é ser um astro do futebol angolano.
Trabalho e família
Rafaela vive um momento muito especial – no trabalho e na vida
GENTE
Bruno transmite seus aprendizados aos companheiros e aos filhos
Foto
: lia
lu
Ba
MB
o
Foto
: elv
io l
uiz
A engenheira Rafaela Elaine Araújo é Gerente de Ope-
rações da concessionária Rota dos Coqueiros, em Per-
nambuco. Trata-se de uma concessão de 33 anos para
implantação, operação e manutenção do trecho rodoviá-
rio de 6,5 km que liga Recife aos municípios de Cabo de
Santo Agostinho e Ipojuca, no sul do estado. A Rota dos
Coqueiros, da qual faz parte a Ponte do Paiva, sobre o Rio
Jaboatão, tornou-se, segundo Rafaela, “um cartão-postal
de Pernambuco”. Nascida em Campina Grande (PB), ela
está grávida do primeiro filho, esperado para setembro,
e aproveita ao máximo o lugar onde trabalha. Em seus
horários de lazer, de manhã ou ao cair da tarde, sempre
pode ser encontrada caminhando na praia e apreciando a
paisagem. “Estamos em um local de natureza privilegia-
da”, afirma Rafaela.
100 informa
Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 160 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.
reSPONSáVeL POr cOMuNIcAçãO eMPreSArIAL NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Márcio Polidoro
reSPONSáVeL POr PrOGrAMAS edItOrIAIS NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Karolina Gutiez
cOOrdeNAdOreS NAS áreAS de NeGócIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto Óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa
cOOrdeNAçãO edItOrIAL Versal Editores editor José Enrique Barreiroeditor executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério NunesIlustrações Karmo e Adilson Seccoeditora de Fotografia Holanda Cavalcanti
tiragem 5.650 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom
redAçãO: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 / São Paulo (55) 11 3641-4743email: [email protected]
Próxima edição:Meio Ambiente
102 informa
“Os melhores executores, em qualquer profissão,
veem sempre nas pessoas que treinam e desenvolvem
o mais esplêndido monumento que podem
deixar atrás de si”
TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]
foto
: Fer
na
nd
o v
iva
s