O Processo de Substituicao de Importacoes - 14

7/21/2019 O Processo de Substituicao de Importacoes - 14

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Economia BrasileiraContemporâneaProfessor Daysan Medeiros

Amaury Patrick Gremaud

Marco Antonio Sandoval de VasconcellosRudinei Toneto Jr

Editora Atlas



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr.

Parte !!!"A#orda$em %ist&rica da Economia

Brasileira Cap'tulo ()"Processo de Su#stitui*+o de

!mporta*,es



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. !

Introdu"#o$ % crise dos anos !& foi um momento de ruptura

transforma"#o estrutural na 'conomia (rasileira. Desde esta data o modelo a)roe*portador +

paulatinamente afastado e ocorre a industriali a"#o$ % forma assumida pela industriali a"#o -rasileir pelo menos entre 1 !& e 1 /&, foi a c0amaindustriali-a*+o su#stituidora de importa*,es



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 4

deslocamento do centrodin2mico

$ . deslocamento do centro dinâmico no Brasil /" . per'odo em 0ue a determina*+o do n'vel derenda dei1a de estar li$ada a elementos como ademanda e1terna 2#ase de uma economiaa$roe1portadora3e passam a depender deelementos li$ados ao mercado interno4 como o

consumo e o investimento dom/stico !sto ocorre #asicamente na d/cada de 56




% crise de !&$ % crise de 1 !&, iniciada nos 'stados nidos e5ue se repercutiu rapidamente na 'uropa,

c0e)ou ao (rasil com umaCrise no Balançode Pagamentos 6 r7pida 5ueda na demanda por caf+.– reversão dos fuxos de capital

•Dada a política do governo no Brasil acrise oi menor e mais rápida do quenos !"



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. /

Evolução do Produto real na década de 30:Brasil e Estados Unidos

40

60

80

100

120

140

160

1929 1930 1931 1932 1933 1934 1935 1936 193 1938 1939

P r o

d u

t o ! n d i c e

1 9 2 9 "

1 0 0

Brasil Estados UnidosFonte: dados básicos: Brasil: IBGE- Estatísticas Históricas EUA: Dornbusch 1 !"




%s políticas do )o9erno :1;

A pol'tica de 7manuten*+o da renda8 6 política de defesa do caf+<

$estoca)em e 5ueima de caf+ 6 'sta política, financiada em parte com cr+dito

e emiss#o de moeda, sustenta a demandaa)re)ada mantendo o empre)o e a renda

6 considerada uma típica política =eynesiana



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. >

Ano(A#

$oneladas de%a&' Destruídas

(B#uantidade

)rodu*ida de %a&'

+ de A sobreB

1 ,1 1- ./0 1.,21.- 2 1,32,1 ," // . ! 1./,/. 0/ ,-30/1 ,, !"1.""1 1. -.-22 0-3""1 ,0 0 /. 0 1.-/"./,! ,23211 ,/ 121./! 1.1,/.! " !3 01 ,- "",.!- 1./ .20- 103"21 , 1.2,1. !- 1.0-2. / 23-"1 ,! 0!2."02 1.020.10, ,03"21 , "11.1 " 1.1/ .2,1 1!3"/1 02 1-!. -0 1.22".2-" 1-3!-1 01 "2/., 2 -1.//" "13,-1 0" 1,!. -! !" .! 1-3 "1 0, -.0/ "1. ,0 !3"1 00 !.1" -!-.-!- 131!$otal:

1 ,1 a 1 00 0.- ".!// 1 .02,. 1 "-3 -

Fonte: dados brutos )elae* (1 ,# e IBGE (1 2#

#a$é %estru&do 'elo (overno )ederal e Produção *acional+1931 , 1945- , toneladas




%s políticas do )o9erno : ; # Deslocamento da demanda$

pro#lema de BP en9rentado com controles edesvalori-a*+o cam#ial

produtos importados se tornam mais caros e di9'ceis deserem ad0uiridos

as di9iculdades de importa*+o deslocam a demanda 0ue 9mantida dos produtos antes importados para a produ*+onacionalA 0ueda de renta#ilidade do setor ca9eeiro 9a- com 0ue ocapital 9lua para outros setores

Setores dom/sticos 2industria3 aumentam sua importância9rente aos e1portadores 2a$ricultura3



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 1&

Partici'ação dos .etores no /alor adicionado +1928 , 1945-

52 54 43 2

3 1

2223 9 29 9

36 1

14 818 8 1 3 16 6

10 10 3 9 6 10 2

0

20

40

60

80

100

1928 29 1930 34 1935 39 1940 45

ricultura

!nd stria

(overno

utros

Fonte: Haddad (1 !#




A Revolu*+o de (:56$ s anos !& tam-+m foram marcados por

importantes mudan"as de ordem política. % ?e9olu"#o de !&<

6 Mo9imento político@militar 5ue derru-ou o presidenteAas0in)ton Buis e impediu a posse do no9o presidente eleito J lio Prestes.

6 principal efeito da re9olu"#o foi a derru-ada do)rupo at+ ent#o 0e)em nico no país, a oli)ar5uiacafeeira paulista.




Populismo$ % d+cada de !& foi marcada pela condu"#o do )o9erno, por

parte de Get lio Var)as, so-re ume5uilí-rio inst79el entre os)rupos 5ue o apoia9am

$ s compromissos -7sicos so-re os 5uais se assenta9a os

)o9ernos da fase populista eram< a; E#o alterar a situa"#o política e fundi7ria do campo.%& 'ra(er para a %ase de sustentação do governo as

massas ur%anas sem radicali(ação

;r#ani-a*+o da <e$emonia



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 1!

As Caracter'sticas do PS!

$ F umaindustriali-a*+o 9ec<ada pois" 6 F 9oltada para dentro, 9isa o atendimento

do mercado interno.

– depende de medidas queprotegem a industria nacional)• Desvalori(ação cam%ial

• controles cam%iais• taxas m*ltiplas de cam%io• tari as aduaneiras




P I< a se5H ncia l )ica

1 Inicio com um estran)ulamento e*terno )erandoescasse de di9isasKo )o9erno tenta controlar a crise por meio demedidas 5ue dificultam as importa"Les e aca-am por prote)er a ind stria nacional.

! )era@se uma onda de in9estimentos nos setorsu-stituidores de importa"#o, aumentando a

renda nacional e a demanda a)re)adaK4 no9o estran)ulamento e*terno em fun"#o do pr prio crescimento da demanda :9olta a 1;




.utras Caracter'sticas do PS!

$ . motor do PS! / o estran$ulamento e1terno$ = uma industriali-a*+o por etapas" 6 apesar de ao final se -uscar uma industria completa,

industriali a"#o se fa por partes :rodadas; 6 a pauta de importa"Les dita9a a se5H ncia dos setor

o- eto dos in9estimentos industriais#ens de consumo n+o dur>veis ? t@1teis4 cal*ados4 alimentos

#ens de consumo dur>veis ? eletrodom/sticos4 autom&veis#ens intermedi>rios ? 9erro4 a*o4 cimento4 petr&leo4 0u'mico

bens de capital – máquinas, equipamentos



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 1/

Consumon+o

dur>vel

Consumodur>vel

!ntermedi>rios

Capital

)A rodada

5A rodada

BA rodada

(A rodada

!ndustriali-a*+o por su#stitui*+o deimporta*,es ? a industriali-a*+o por

etapas




não dur7veis dur7veis !nter8edi7rios #a'ital

1 0 /30 !3 1!3" 1/3! 0!3,1 // 03/ "31 ""3 1,3 0"31 / "3! "3 "13" " 3" / 311 0 ,3 13/ 1!3 !3 ,"3

1 0 10232 03 /"31 32 "2 321 // "223 1 32 12032 1!32 ,0131 / "/!32 0,31 1/ 3 / 3/ /"23"1 0 ,1 3/ ,3! " 131 3 /03"

1 0 ,3 03/ "/3 ,3 1 321 // "3" 1232 1 3 0,3" 11311 / 131 3, 113 ,"3 31 0 13" 13 3 3! 03"

Fonte: Ber4s5an e 6alan (1 1#

3- !8'ortaç9es

B- Produção %o8éstica

!8'ortaç9es so:re 6$erta ;otal <32+3=B->

Estrutura de Produção %o8éstica e !8'ortação de Produtos ?anu$aturados(1 0 - 1 0# e5 bilh7es de cru*eiros a 8re9os de 1 //

Bens de #onsu8o Bens de 'rodução ;otal de 'rodutos8anu$aturados

3no



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. 1>

As di9iculdades do PS! 2(3

A Tend@ncia ao dese0uil'#rio e1terno por 97rias ra Les<i. a política cam-ial transferia renda da a)ricultura para a

ind stria :Ncon9isco cam#ialO; e desestimula9a ase*porta"Les a)rícolasK

ii. ind stria sem competitividade de9ido ao protecionismoK

iii.elevada demanda por importa*,es de9ido aoin9estimento industrial e ao aumento da renda.




As di9iculdades do PS! 2 3B Aumento da participa*+o do Estado$ %o 'stado ca-eriam 5uatro fun"Les principais<

i. %de5ua"#o do arca-ou"o institucional ind stria.

ii.Gera"#o de infra@estrutura -7sicaiii. Qornecimento dos insumos -7sicosi9. Capta"#o e distri-ui"#o de poupan"a.

$ Pro-lemas< necessidade de capacidade de plane amento e financiamento crescentes



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. &

Como o Estado se 9inanciava

%l+m dos recursos tri-ut7rios, tam-+m com< poupanças compuls+rias, comorecursos da rec-m criada Previd.ncia

/ocial dos gan0os no mercado de c1m%io2c1m%io m*ltiplo &,

mas tam%-m com3nanciamento infacionário 2emissão& endividamento externo




As di9iculdades do PS! 253C. Aumento do $rau de concentra*+o de renda

P I era concentrador de renda em fun"#o do<i. *odo ruralKii. in9estimento industrial capital intensi9oK

dese5uilí-rio no mercado de tra-al0o< e*cesso de oferta para m#o de o-ra pouco 5ualificada e -ai*os sal7rios, oin9erso ocorre no mercado de m#o de o-ra 5ualificadao protecionismo e a concentra"#o industrial permitiam pre"os ele9ados e altas mar)ens de lucro para asind strias.




As di9iculdades do PS! 2)3

D. Escasse- de 9ontes de 9inanciamento"i. 5uase ine*ist ncia do sistema financeiro, em

decorr ncia principalmente da7Dei da;sura8ii. aus ncia de umare9orma tri#ut>ria ampla

apesar das mudan"as ocorridas na economia -rasileira.



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. !

. papel da a$ricultura naindustriali-a*+o

$ Apontam se F 9un*,es da a$ricultura em umprocesso de industriali-a*+o"i. li-era"#o de m#o@de@o-raKii. fornecimento de alimentos e [email protected] ncia de capitalKi9.)era"#o de di9isasK9.mercado consumidorK




%)ricultura e P I no (rasil$ %l)uns autores aponta9am para o relati9o atraso do

setor a)rícola durante o P I o 5ue representa9a umentra9e ao processo de crescimento econ mico do pa

• Para outros autores a agricultura nãorepresentava um entrave aodesenvolvimento, dado que o setorprimário cumprira, na medida do possível e

sem apoio governamental, suas unç4es)

Estrutura de Produção %o éstica E@'ortação e ! 'ortação de Produtos Pri 7rios




Produtos 1931 1936 1941 1946 1951 1956 1961

Al4od o , / 1.1 1 1. 1.1"" 1.1 1 1.!"! Arro* 1.2 ! 1."10 1. !! ". / ,.1!" ,.0! /., "

%acau 1" 1," 1"" 1"1 1 1 1/%a&' 1.,2" 1./ " 1 1.2!2 0.0/

%ana de a9;car 1 ."/2 1!.0 "1.0 , "!.2 ! ,,. /, 0,. ! / .,

%arne !/0 !" , 1.22, 1.2 1.1 ,

Fei< o ! !" ! 0 1.2 1.",! 1., 1. 0/6andioca /."2 0. 0 . , 1".""/ 11. 1! 1/.,1 1!.2/!

6ilho 0. /2 /. "1 /.0,! /. "1 ."1! . .2,$ri4o 101 100 ",1 "1, 0"0 !/0 /00

A9;car 11 2 "/ "" 1 1 !, Al4od o "1 "22 "!! ,/, 10, 10, "2Borracha 1, 1, 11 1! / , !

%acau 1", 1,0 1,1 12" 1,/ 11!%a&' 1.2 ! !/" 2 ,2 !0 1.22! 1.2"2

Er=a 6ate /2 0 /2 /! 1Fu5o ,! ,1 1! /0 ,2 ,1 0%arne /, / / 10

$ri4o ! "2 ! / "1" 1.,2 1.0"" 1.!!1Fonte: IBGE (1 2#

! 'ortaç es

Estrutura de Produção %o éstica E@ ortação e ! ortação de Produtos Pri 7rios

Produção do éstica

(1 ,1 - 1 1# - e5 5il toneladas

E@'ortaç es



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. /

. Plano de Metas 2(:F (: 63

$ Plano de Metas + uma fase importante do P I$ % l )ica do Plano de Metas 9ai al+m do P I, 7 5ue

industriali a"#o por ele promo9ida n#o + apenas umrea"#o ao estran)ulamento e*terno.

$ %l)uns in9estimentos setoriais ser9iam para atacaral)uns pontos de estran$ulamento, outros setoreseram tomados comopontos de $ermina*+o

Pontos de estran$ulamento < 7reas de demanda insatisfeitaem fun"#o das características dese5uili-radas dodesen9ol9imento econDmico.

Pontos de $ermina*+o < 7reas 5ue )eram demanda deri9ada.




%l)uns aspectos relati9os aoPlano de Metas

$ plano pode ser di9idido em tr s pontos c0a9es

i. in9estimentos estatais em infra@estrutura :transportener)ia el+trica;.

ii. estímulo ao aumento da produ"#o de -enintermedi7rios :a"o, car9#o, cimento, inco etc;.

iii. incenti9os introdu"#o dos setores de consum

dur79eis e de capital.$ cumprimento das metas esta-elecidas fo -astante satisfat rio

;a@as de cresci8ento do Produto e setores 1955 1961



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. >

Ano )IB Ind;stria A4ricultura >er=i9os1 // !3! 1131 3 3"1 / "3 /3/ -"30 2

1 / 3 /30 3, 123/1 /! 123! 1 3! " 1231 / 3! 1"3 /3, 1231 2 30 123 03 311 1 !3 1131 3 !31

)onte: IBGE

;a@as de cresci8ento do Produto e setores 1955,1961

ta*as de crescimento da produ"#o industrial no Plano de Metas 1 33R/ <

materiais de transporte< S 811TK materiais el+tricos e de comunica"Les< S 418TK tI*til< S !4TK alimentos< S 34TK -e-idas< S 13T.




Plano de Metas< instrumentos$ s principais instrumentos de a"#o do )o9erno

para alcan"ar as metas foram< 6 in9estimentos das empresas estatais, 6 cr+dito com uros -ai*os e car ncia lon)a por meio

do (anco do (rasil e do (ED' 6 uma política de reser9a de mercado

6 a9ais para a o-ten"#o de empr+stimos e*ternos. 6 incenti9os ao capital estran)eiro



Parte III Capítulo 14 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. !&

Plano de Metas< Pro-lemas

$ s principais pro-lemas do plano esta9am na 5uest#odo 9inanciamento 6 s in9estimentos p -licos, na aus ncia de uma reforma

fiscal condi ente com as metas e os )astos, ti9eram 5ue ser

financiados pelo menos em parte pelaemiss+o monet>ria. 6 '*iste al)uma acelera*+o in9lacion>ria no período– Do ponto de vista externo 0á uma

deterioração do saldo em transaçõescorrentes e o crescimento da dívidaexterna )



Parte III Capítulo 14 Gremaud Vasconcllos e Toneto Jr !1

3nos !n$laçãoA +1-/ariação da

Base ?onet7ria+1-

/ariação do.al7rio ?&ni8o

eal +1-

.aldo e8 ;ransaç9es#orrentes U.C

8ilD9es

%&vida E@tern;otal

U.C 8ilD9es1 // ", 1/3! - 3/ " 1.00/1 / "1 1 3, -13, / 1./!21 / 1 31 ,/31 - 3 -" 0 1./11 /! 103! 1! 103/ -"0! ".2001 / , 3" ,!3 -1"3 -,11 ".",01 2 " 3/ 023" 1 30 -0 ! ".,1 1 ,,3" 230 -103 -""" ".!,/

)onte: AB?EU (1 2#.

@ In&la9:o corres8onde ao ndice de )re9os ao %onsu5idor- ?

Al4uns Indicadores EconC5icos - )lano de 6etas 1 // - 1

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