O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

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O Momento Econômico do Estado de Pernambuco Alexandre Rands Barros, Professor Departamento de Economia - UFPE Agosto, 2011

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Page 1: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

O Momento Econômico do

Estado de Pernambuco

Alexandre Rands Barros, Professor – Departamento de

Economia - UFPE

Agosto, 2011

Page 2: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

O bom momento que vive a economia de

Pernambuco é inconteste.Taxa de crescimento média do PIB

entre 2005 e 2010

PENE BR

5,1% 5,5%4,7%

Taxa de crescimento média do PIBentre 2010 e 2012

PENE BR

5,0%6,2%

4,1%

5.8%6.0%6.2%6.4%6.6%6.8%7.0%

2008.01

2008.04

2008.07

2008.10

2009.01

2009.04

2009.07

2009.10

2010.01

2010.04

2010.07

2010.10

2011.01

2011.04

Proporção da mão de obra ocupada na RMR sobre o total das RM’s

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Vários investimentos importantes estão

se direcionando para o Estado.

3

Investimentos R$ Investimentos R$

Destilaria Abreu e Lima 21.760.000.000,00 Expansão do sistema de saneamento da RMR 3.500.000.000,00

Polo petroquímico 4.942.000.000,00 Arco Metropolitano 1.800.000.000,00

Planta de PTA 2.400.000.000,00 Capibaribe Melhor 74.880.000,00

Planta de Poliéster 1.660.000.000,00

Planta de resina PET 882.000.000,00 Complexo Fiat 7.100.000.000,00

Complexo logístico (Porto+Aeroporto) 3.000.000.000,00

Pólo Naval 2.482.000.000,00 Pólo Farmacoquímico 2.000.000.000,00

Estaleiro Atlântico Sul 1.600.000.000,00

Centro Integrado de Ressocialização de

Itaquetinga 287.400.000,00

Estaleiro da PROMAR 630.000.000,00

Companhia Brasileira de Vidros Planos e

Automotivos 500.000.000,00

Estaleiro MPG 252.000.000,00 Fábrica da AMBEV 260.000.000,00

Fábrica de cimentos da Votorantim 370.000.000,00

Cidade da Copa 500.000.000,00 Outros industriais 6.000.000.000,00

Investimento sucroalcooleiro no

canal do sertão 4.800.000.000,00Total (R$) 59.376.280.000,00

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Pernambuco deverá continuar crescendo

bem acima do Brasil.

• Os investimentos deverão gerar nos próximos 10 anos

crescimento médio de 2,14% acima do brasileiro.

– R$ 30,0 bilhões a mais em PIB (preços de 2010).

– Representa um incremento de cerca de 33% no PIB do Estado atual.

• PE deve crescer em média 2,14% ao ano acima do Brasil nos

próximos dez anos.

– Abalará pouco nossa participação no PIB nacional.

• Elevar-se-á de 2,44% para 2,99%.

• A Bahia já tem um PIB que representa cerca de 3,6% o brasileiro.

4

Pernambuco

Page 5: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Numa visão Estruturalista, isso traria grande

impacto na renda per capita da população

• Demanda por mão de obra eleva:– Emprego.

– Qualificação da mão de obra.

– Sua remuneração média.

5Rendimento

individualW0 W1

Deslocamento da distribuição de remunerações dos

pernambucanos por causa dos investimentos

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Nem tudo, contudo, são flores

6

40%45%50%55%60%65%70%75%80%

2008

.01

2008

.04

2008

.07

2008

.10

2009

.01

2009

.04

2009

.07

2009

.10

2010

.01

2010

.04

2010

.07

2010

.10

2011

.01

2011

.04

Proporção do rendimento médio do trabalho na RMR e conjunto das RM's

0

0.5

1

1.5

2

2008

.01

2008

.04

2008

.07

2008

.10

2009

.01

2009

.04

2009

.07

2009

.10

2010

.01

2010

.04

2010

.07

2010

.10

2011

.01

2011

.04

Proporção da taxa de desemprego na RMR e conjunto delas

• A indústria adicional (grandes projetos) deverá empregar menos de 7% da

população em atividade.

• Haverá importação de parte da mão de obra qualificada.

• Mais empregos serão gerados em comércio, serviços e agricultura.

• Esses, contudo, reproduzirão o padrão tecnológico possível, dada a

qualificação da mão de obra local.

Page 7: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

A visão estruturalista expirou.

• As diferenças espaciais de renda per

capita são dadas principalmente por

qualificação da mão de obra.

– Principalmente educação.

• Os mercados de fatores de produção no

Brasil são bem arbitrados.

• Industrialização não necessariamente

gera crescimento do bem estar da

população.

7

Page 8: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Correção de diferenças em educação são suficientes para

eliminar as desigualdades espaciais de renda

8

Correções realizadas

Categoria Original

Apenas educação individual

Educação total

Educação total e população

Pardos não metropolitanos com carteira 0,85 0,99 1,15 1,15 Brancos não metropolitanos com carteira 0,76 0,96 1,03 1,03 Pardos não metropolitanos sem carteira 0,78 0,85 0,92 0,90 Brancos não metropolitanos sem carteira 0,71 0,81 0,81 0,80

Proporção das rendas médias individuais no Nordeste e no Sul/Sudeste após correções dos atributos individuais e alguns

municipais para residentes na primeira região

Fonte: Barros, Alexandre Rands, “As desigualdades regionais de renda entre

indivíduos no Brasil,” Manus., Depto. De Economia, UFPE.

Nota: Estimações a partir dos dados do Censo 2000 e método descrito no trabalho.

Média = 2,9% acima no Nordeste

Page 9: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Algumas visões antigas são anacrônicas.

• Níveis de educação e qualificação da mão de obra não são

determinados pela demanda gerada no mercado de

trabalho.

– São determinados a partir de preferências das famílias e custos

relativos.

• Estado pode diminuir esses custos.

• A formação dos indivíduos não se ajusta à demanda

tecnológica.

– A tecnologia é que se ajusta à disponibilidade de mão de obra,

suas qualificações e remunerações relativas. 9

Page 10: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

O que deve acontecer.

10

Rendimento

individual

W0 W1

Espectros de rendas possíveis de um

indivíduo com uma determinada qualificação

Curto prazo W0 W1

Longo prazo W1 W0

• Migração de mão de obra

ajustará proporções entre

qualificações.

• Pouca mudança.

• Pobres continuarão

pobres.

Page 11: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Esperanças.

• Arrecadações extras sirvam para melhorar educação pública.– Requer governos que deem prioridade ao bem estar da maioria pobre.

• Governos tenham visão para garantir estrutura institucional que possibilitem o fomento de empresas locais.

11Rendimento

individual

W0 W1

Mudança de renda dos indivíduos quando se

tornam empresários, dada sua qualificação

Curto prazo W0 W1

Longo prazo W1 permanece

Page 12: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Rua do Bom Jesus, 220

Bairro do Recife - Recife - PE

Cep: 50.030-170

Fone: (81) 3316.2600

Fax: (81) 3316.2632

[email protected]

www.datametrica.com.br FIM

Page 13: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

A Economia Pernambucana depende

muito da Brasileira.

• As taxas de crescimento movem-se juntas.

13

Brasil

-2.0%

0.0%

2.0%

4.0%

6.0%

8.0%

10.0%

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Taxas anuais de crescimento dos PIBs (%)

PIB - NE PIB - PE PIB - BR

Page 14: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

A economia brasileira continua embalada.

• Crédito cresce a taxas elevadas.

– 20% em 12 meses.

• A população está com renda por causa de crescimento recente.

• Níveis de confiança ainda estão elevados.

• Investimentos estão crescendo muito.

– Redução de percepção de risco na economia deverá até acelerá-lo.

• Política fiscal continua expansionista.

– Aumento de bolsa família deve manter crescimento de renda entre

pobres.

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Brasil

Page 15: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Há sinais de desaquecimento.

• Governo reduziu perspectivas de crescimento dos gastos públicos.

– Gastos devem crescer menos que PIB em 2011.

• Níveis de confiança do consumidor já começam a cair.

– Mas não a dos investidores.

– Inflação gera incertezas.

• Política monetária já está encurtando e encarecendo crédito.

• Valorização cambial reduz demanda interna.

– Exportações deverão crescer pouco.

– Importações já estão crescendo de forma acelerada.

15

Brasil

Page 16: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Essas tendências mudam as perspectivas de crescimento

relativo dos agregados macroeconômicos.

• Investimento deve expandir mais.

– Indústria de bens de capital deverá se expandir acima da média.

• Exportações deverão ter desempenho pífio.

– Principalmente industrial.

• Consumo deverá crescer, mas em ritmo menor do que no ano

passado.

• Gastos do governo expandirão, mas menos do que em 2010.

16

Brasil

Page 17: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

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Componente Sub-item Desempenho % Nordeste Resto do Brasil

ConsumoDuráveis Menor Menos Mais

Não duráveis Menor Mais Menos

Investimentos

Construção Maior Mais Menos

Máquinas e equipamentos Maior Menos Mais

Estoques Menor Igual Igual

Gastos do Governo

Consumo Menor Mais Menos

Investimentos Pouco maior Mais Menos

Transferências Maior Mais Menos

Exportações

Commodities

(básicos+semimanufaturados) Maior Mais Menos

Industriais de baixa tecnologia Pouco menor Menos Mais

Industriais de maior tecnologia Menor Menos Mais

Importações

Consumo popular Maior Mais Menos

Consumo de luxo Igual Menos Mais

Bens de capital Maior Menos Mais

Os componentes da demanda têm

desempenho diferenciado nas regiões.Nordeste

Page 18: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

18

PIB: Desempenho 2011 (estimativas)

Brasil, Nordeste e Estados do Nordeste

4.00%

5.06%

6.14%

5.22% 5.26%

3.76% 3.71%

5.07%

3.86%4.28%

4.72%

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

BR NE PE BA CE AL PB MA RN SE PI

Fonte: Datamétrica Consultoria

Nordeste

Page 19: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

19

PIB: Desempenho 2012 (estimativas)

Fonte: Datamétrica Consultoria

Brasil, Nordeste e Estados do Nordeste

4.30%

5.03%

6.29%

4.72%5.03%

4.27% 4.24%

5.19%

4.17%

5.00%4.72%

0.00%

1.00%

2.00%

3.00%

4.00%

5.00%

6.00%

7.00%

BR NE PE BA CE AL PB MA RN SE PI

Nordeste

Page 20: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Brasil: Perspectivas para os anos

subsequentes.• A economia brasileira deverá continuar crescendo.

– A inflação está baixa.

– O governo está tentando manter a disciplina fiscal.

– A política monetária está bem administrada.

– O nível de instrução da população continua a crescer.

– Não há perspectivas de grandes turbulências internacionais.

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Brasil

Page 21: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Há algumas ameaças à estabilidade de

nosso desempenho.• O câmbio valorizado empurrou-nos para déficits em conta

corrente.

• Os juros estão sendo mantidos em níveis altos para segurar a demanda.

– Taxa de poupança baixa.

• Estrutura institucional está muito obsoleta.– Custos de transação elevados.

– Impõe lentidão para fazer algo acontecer.

– Balanço inadequado entre poderes do setor público e privado.

• Há riscos de crise política.– Estado como fábrica de marginais.

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Brasil

Page 22: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Consequências espaciais.

• Maior concentração industrial em torno de SUAPE.

– Empresas de maior porte.

– Emprego de mão de obra de maior remuneração e mais formalizada.

• Recife e Jaboatão deverão atrair a maior parte dos investimentos em prestação de serviços de maior sofisticação.

• Investimentos em infraestrutura podem atrair mais serviços e comércio para o Agreste e Sertão.

– Transposição e Canal do Sertão.

– Transnordestina.

• Maior concentração na RMR é inevitável.

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Pernambuco

Page 23: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Mudanças estruturais importantes.

• Deterioração da pequena produção de subsistência.

– Agricultura, serviços e comércio mais formal, com mais tecnologia e

maior dinamismo deverão aumentar importância.

• Setores foram inicialmente fomentados pelo Bolsa Família, mas

seus auges já foram atingidos.

• Maior relevância de competitividade das empresas.

– Também no interior do Estado.

• Qualificação de mão de obra será um dos pilares da

competitividade e sobrevivência empresarial.

• Especialização deverá se tornar cada vez mais a fonte de

competitividade das empresas e regiões. 23

Pernambuco

Page 24: O momento de pernambuco - Alexandre Rands Barros

Ameaças ao desempenho de Pernambuco.

• Escassez de mão de obra.

– Formação baixa.

– Qualificação profissional insuficiente.

– Cultura inadequada para necessidades de um mundo moderno.

• Pouco profissionalismo.

• Pouco dinamismo e iniciativa.

• Pouco foco e determinação.

• Colapso de infraestrutura.

– Estradas, portos e aeroportos.

• Setor público muito ante empresa. 24

Cultura de setor público

Pernambuco