O global e o local

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O Global e o Local O global e o local podem ser compreendidos como esferas que possuem autonomia e ao mesmo tempo uma relação de interdependência entre si, variando estes graus de autonomia e interdependência conforme o caráter e a demanda social que estará sendo analisada. Nesta perspectiva podemos traçar um paralelo entre as políticas setoriais da Saúde e do Esporte. Em relação à Saúde pública brasileira percebemos pela sua construção histórica a mesma já demanda um debate com maior participação da sociedade, tendo em vista que o SUS (Sistema Único de Saùde) tem pelo menos duas décadas de discussões e reflexão, o que contribui para uma maior aproximação e legitimidade da área por parte da população, envolvendo as três esferas governamentais para a decisão e implementação das políticas públicas, principalmente em relação ao financiamento público de programas que perpassam pela União, Estados e municípios. Em relação ao Esporte, a sua trajetória quanto política pública, os debates e a participação da sociedade tiveram seu início mais tardio, o que de certa forma justifica ainda que o diálogo entre as três esferas governamentais não ocorra como no exemplo anterior, demonstrando neste caso maior autonomia aos municípios em relação ao desenvolvimento das ações locais, porém esta referida autonomia muitas vezes no caso do esporte não possibilita discussões como por exemplo, o nível de financiamento para o esporte nos Estados e Municípios, o cumprimento do artigo

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Dissertação Ricardo Rosa O Global e o Local

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O Global e o Local

O global e o local podem ser compreendidos como esferas que possuem

autonomia e ao mesmo tempo uma relação de interdependência entre si,

variando estes graus de autonomia e interdependência conforme o caráter e a

demanda social que estará sendo analisada. Nesta perspectiva podemos traçar

um paralelo entre as políticas setoriais da Saúde e do Esporte. Em relação à

Saúde pública brasileira percebemos pela sua construção histórica a mesma já

demanda um debate com maior participação da sociedade, tendo em vista que

o SUS (Sistema Único de Saùde) tem pelo menos duas décadas de discussões

e reflexão, o que contribui para uma maior aproximação e legitimidade da área

por parte da população, envolvendo as três esferas governamentais para a

decisão e implementação das políticas públicas, principalmente em relação ao

financiamento público de programas que perpassam pela União, Estados e

municípios. Em relação ao Esporte, a sua trajetória quanto política pública, os

debates e a participação da sociedade tiveram seu início mais tardio, o que de

certa forma justifica ainda que o diálogo entre as três esferas governamentais

não ocorra como no exemplo anterior, demonstrando neste caso maior

autonomia aos municípios em relação ao desenvolvimento das ações locais,

porém esta referida autonomia muitas vezes no caso do esporte não possibilita

discussões como por exemplo, o nível de financiamento para o esporte nos

Estados e Municípios, o cumprimento do artigo 217 da constituição Federal que

prevê um maior investimento do desporto educacional, além de promover uma

reprodução social do esporte de Alto-rendimento políticas públicas municipais.

Portanto esta relação entre o global e o local nas políticas setoriais do

esporte perpassam pela necessidade de pertencimento e reconhecimento da

sociedade, da ampliação dos espaços acadêmicos e sociais de debates, de um

olhar profissional da gestão pública do esporte. Estas ações poderão ser

ampliadas à medida que integramos o esporte como fator que contribua na

formação de um “habitus esportivo”, ou seja, em que os indivíduos se

reconheçam nas diferentes possibilidades e práticas corporais esportivas, o

que favorecerá um aumento da demanda por esta política setorial.

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