INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE...

176
INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE SEÇÃO U ENRIJECIDA MICH~L~ SCHUBERT PFEIL TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M,Sc,) EM ENGENHARIA CIVIL APROVADA POR: ~4--- SYDNEY MARTINS GOMES DOS SANTOS () /' -r~~t~ RAUL ROSAS E SILVA RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL · ABRIL DE 1985

Transcript of INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE...

Page 1: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE SEÇÃO U ENRIJECIDA

MICH~L~ SCHUBERT PFEIL

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE

PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO

DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M,Sc,) EM ENGENHARIA CIVIL

APROVADA POR:

~~ ~4---SYDNEY MARTINS GOMES DOS SANTOS

() /'

-r~~t~ RAUL ROSAS E SILVA

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

· ABRIL DE 1985

Page 2: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

PFEIL, MICHtLE SCHUBERT

Interação Local,,GlobaLn.a Flambagem de Colunas de Seção U En­

rijecida- (Rio de Janeiro) 1985.

XIII, 162 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc., Engenharia Civil,

1985)

Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE.

1. Estabilidade de perfis metãlicos I. COPPE/UFRJ. II. Ti

tulo (serie)

Page 3: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Resumo da Tese Apresentada ã COPPE/UFRJ como parte dos requisi-

tos necessãrios para a obtenção do grau de Mestre em

(M.Sc.)

INTERAÇAO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE

COLUNAS DE SEÇAO U ENRIJECIDA

Michêle Schubert Pfeil

Abril de 1985

Orientador: Prof. Ronaldo Carvalho Batista

Programa: Engenharia Civil

Ciências

Apresenta-se uma anãlise teõrica do comportamento de co-

lunas de seção U enrijecida sob carga centrada e excêntrica.

Utiliza-se um mêtodo semi-energético para investigar a intera­

çao não-linear entre os modos local e global de flexão.

Os resultados desta anãlise mostram os caminhos de equi­

l1brio põs-cr1tico local, estãveis e instãveis, para vãrias co­

lunas, bem como a evolução da distribuição de tensões a que es­

tão submetidas durante o processo pÕs-cr1tico.

As cargas Ültimas teõricas sao comparadas a alguns resu!

tados experimentais. Alem disso, ê feita uma avaliação de im­

portantes normas de projeto frente aos resultados teõricos obti

dos.

Page 4: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Abstract of Thesi s presented to COPPE/UFRJ as partial

f~lfillment of the requirements for the degree of Master of

Science (M.Sc.)

INTERACTION BETWEEN LOCAL ANO GLOBAL FLEXURAL

BUCKLING MODES OF LIPPED CHANNEL COLUMNS

Michele Schubert Pfeil

April, 1985

Chairman: Prof. Ronaldo Carvalho Batista

Department: Civil Engineering

A theoretical analysis of the behaviour of thin-walled

lipped channel columns under concentric and etcentric loading

is presented. A semi-energy method is used to investigate the

non-linear interaction between the local and global flexural

buckl ing modes.

The results of this analysis show the stable and

unstable local post-critical equilibrium paths, for various

columns, plus the growth of membrane stress distribution during

the post-critical process.

The theoretical ultimate load is compareci with some

experimental results. Besides, some important design

prescriptionsare examined on the light of the obtained

theoretical results.

Page 5: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Para Walter e Mariette.

Page 6: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Ronaldo Carvalho Batista pela-valiosa orien

tação, assim como pela amizade e incentivo em alguns

difTceis.

A todos os professores do Programa de Engenharia

momentos

Civil

da COPPE pelos conhecimentos transmitidos durante os cursos.

A meus pais e irmãos pelo incentivo, apoio e dedicação.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento CientTfico e Tec

nol6gico (CNPq) que financiou meus estudos de p6s-graduação.

A Eneida, Gilmar e Pedro pela esmerada elaboração grãfi­

ca deste trabalho.

Page 7: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Vi

INDICE

I - INTRODUÇI\O

1.1. Apresentação do Problema e sua Importância

1.2. Histõrico dos Estudos

1.3. Objetivo e Escopo de Trabalho

II - TEORIA DA ESTABILIDADE ELI\STICA APLICADA A PLACAS

COMPRIMIDAS

3

5

8

II .1. Introdução 8

11.2. O Criterio de Energia para Estabilidade do Equilibrio 9

11.2.1. O equilibrio de um corpo elãstico

11.2.2. A estabilidade do equilibrio

11.2.3. Tipos bãsicos de comportamento

11.3. O Funcional de Energia Potencial Total para uma

Placa Comprimida

11.3.1.

11.3.2.

11.3.3.

Hipõteses simplificadoras

Energia potencial total

A variação da energia potencial total

9

1 O

1 2

1 6

1 6

1 9

22

11.4. As Equações Diferenciais Não-Lineares de Equilibrio 28

III - CAMPOS DE DESLOCAMENTO E TENSI\O PARA SEÇÕES COMPOSTAS

DE PLACAS ESBELTAS 32

Page 8: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

111.1.

111.2.

111.3.

111.4.

Vi i

Introdução

Condições de Contorno e Funções Deslocamento

Atendimento das Condições de Contorno

Funções de Tensão de Airy

IV - ANÃLISE LINEAR - CÃLCULO DA CARGA CR1TICA

IV.1. O Cãlculo da Carga Critica

IV.2. Apresentação e Anãlise dos Resultados

IV.3. Comparação dos Resultados

V - ANÃLISE NÃO-LINEAR DO COMPORTAMENTO PÕS-CR1TICO

V .1. Introdução

V.2. Extremização da Variação da Energia Potencial

Total: Equilibrio Local

V.3. Equilibrio Global da Coluna

V.4. Apresentação e Anãlise dos Resultados

V.4.1. Coluna sob carga centrada

V.4.2. Coluna sob carga excêntrica

V.5. Comparação dos Resultados

VI - COMPARAÇÃO COM NORMAS DE PROJETO

Vl.1. Introdução

VI .2. AISI

VI.3. Australian Code AS1538

VI.4. Canadian Code CSA-S136

VI.5. Exemplos e Comparações

VII - COMENTÃRIOS FINAIS

32

36

39

43

64

64

71

81

84

84

85

88

95

96

1 O 7

11 2

11 6

11 6

11 7

123

124

126

1 3 5

Page 9: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Vi i i

APt.NDICE A 138

APt.NDICE B 144

REFERt.NCIAS BIBLIDGR~FICAS 158

Page 10: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

ix

SIMBOLOGIA

Os principais s1mbolos utilizados neste trabalho sao:

An - coeficiente nas funções deslocamento

a 1 , a 2 , a, e a, - coeficientes cujas expressoes se encontram no

Apêndice B

ªn• bn, mn, tn - inteiros utilizados como expoentes nas funções

deslocamento

b - largura do flange

bf - semi-largura do flange

bw - largura da alma

b1 - largura do enrijecedor

Cj, Dj' Ej, K1 - coeficientes na função de tensões de Airy

E t 3

D - constante de rigidez a flexão da placa D~ l2 (1 - v

2)

d - posição do centroide a partir do enrijecedor

d* - posição efetiva do centroide, contada a partir do enri

jecedor, apõs a flambagem local

E - mõdulo de elasticidade de Young

Page 11: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

X

e - excentricidade de carga

e -e - excentricidade adimensional e=

F - função de tensão de Airy

Fa - tensão admissivel

Fy - tensão de escoamento do aço

G - constante G = 2 rr/S

H .. , I .. , J .. , N .. , P .. - constantes cujas expressoes sao 1,J 1,J 1,J 1,J 1,J

encontradas no Apêndice A

I - momento de inercia da seçao

I* - momento de inercia reduzido

K constante de rigidez de membrana K Et/2(1-v 2)

k - coeficiente de flambagem k= o 12 (1 - v2 )/rr 2 E (b/t)'

L - comprimento da coluna

M - momento em torno de um eixo passando pelo enrijecedor

M* - momento interno adicional devido a flambagem local

Mx, My, Mxy - momentos fletores e torçor - eq. (II.17)

M' m' m' - componentes lineares dos momentos X

I y ' XY

Nx, Ny, Nxy - esforços internos de membrana na eq. (II.16)

NF - esforço axial fundamental X

N* - resultante de tensão media no bordo do flange X

n' n' n' - componentes lineares dos esforços internos de mem X ' y ' xy

brana

Page 12: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Xi

n'' n'' n" - componentes quadriticas dos esforços iraternos de X' y' xy

membrana

P - carga aplicada

p b p - carga aplicada adimensional p ;

Pa - carga admiss1vel

PE - carga cr,tica de Euler

P~ - carga cr,tica de Euler reduzida

PL - carga cr,tica local

carga ultima teõrica adimensional Pult b

,/ D

Q - fator de forma que leva em conta os efeitos da flamba-

gem local

r - raio de giração da seçao

S - comprimento de meia-onda

t - espessura da placa

U - energia de deformação elistica interna

Uf - energia de flexão

Um - energia de membrana

u - componente axial de deslocamento

u* - encurtamento do flange nos nos da meia-onda central

u - campo de deslocamentos

F u - campo fundamental de deslocamento

Page 13: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Xi i

I u - campo incremental de deslocamento

V - energia potencial total

V0

, V1 , V2 , V3 , V4 - componentes fundamental (constante), li-

near, quadrãtica, cubica e quãrtica da energia poten­

cial total

!',V - variação da energia potencial total /',V = V1

+ V2

+. V3 + V4

v - componente transversal de deslocamento no plano da pl~

ca

x - coordenada axial

v. função deslocamento para a placa i 1

Y - modo critico local cr

y - coordenada transversal no plano da placa

W - magnitude das deflexões

w - componente transversal de deslocamento fora do

da placa

w. - deflexão Local da placa i 1

z - coordenada transversal fora do plano da placa

- parâmetro de excentricidade dos encurtamentos

plano

Sn' Yn• µn, ~n' Pn, çn, íln - coeficientes nas funções desloca­

mento

ó simbolo de variação

ºc - deflexão central da coluna

Page 14: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

X i i i

Ex' Ey' Yxy - componentes de deformação da superficie mêdia

I I I Ex' Ey' Yxy - componentes incrementais de deformação da superfl

cie mêdia

F Ex - componente fundamental da deformação axial da superfi-

cie mêdia

E;, E;, y;Y - componentes lineares da deformação da superficie

mêdia

E" X '

À

V

ºx'

0 c r

E" y' Y~y - componentes quadrãticas da deformação da superfi­

cie mêdia

- parãmetro de carga

- menor autovalor - parâmetro critico de carga

- coeficiente de Poisson

ºy' Txy - componentes de tensão internas

- tensão critica local

Xx• Xy• Xxy - componentes de mudança de curvatura

x;, x;, x~y - componentes lineares da mudança de curvatura

n - potencial de carga externa

( a" 2 a" - operador biarmônico V 4 = +

c)X 4 c)X2 ãy 2

a" + ãy" )

Obs.: Os subindices precedidos de virgula indicam derivadas2pa~

d w ciais com respeito a estes indices (p. ex.; w, =

XX 3X2

Page 15: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1

CAPÍTULO l

INTRODUCAO

I.l. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA E SUA IMPORTÃNCIA

O desejo, por parte dos engenheiros estruturais, de uti­

lizar os materiais disponiveis da maneira mais eficiente possi­

vel tem levado a concepções cada vez mais esbeltas. Os perfis

formados por dobramento a frio de chapas metãlicas, também cha­

mados de perfis leves, constituem um passo a mais nesta direção.

Estes perfis apresentam algumas vantagens sobre os per-

fis laminados tradicionais, tais como: a economia para cargas

leves e vãos pequenos; a versatilidade de sua utilização e a

grande variedade de formas de seções transversais que podem ser

fabricadas com equipamento simples em comparaçao com as instala

çoes necessãrias i produção de perfis laminados.

A utilização de perfis leves complementa a de perfis la­

minados e é também apropriada aos casos em que o elemento estr~

tural tem por finalidade compor superficies assim como em

estruturas industriais para armazenamento de produtos diversos.

Page 16: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

2

Fora do âmbito da engenharia civil, estes perfis têm especial

importância nas industrias de automõveis e aeronaves onde a re--

duçâo do peso estrutural e um problema critico.

A dobragem a frio das chapas afeta as propriedades meca-

nicas do aço especialmente nas "dobras", elevando a tensão de

escoamento e reduzindo a dutilidade, enquanto que os perfis

laminados e tambem os compostos por soldagem ficam submetidos a

tensões residuais decorrentes do processo de fabricação. Por

outro lado, a dobragem a frio não oferece limites práticos as

relações largura por espessura das seções como ocorre na lamina

çao a quente.

A filosofia de projeto dos perfis leves e basicamente a

mesma dos perfis tradicionais, porem existem importantes consi­

derações adicionais originadas essencialmente da variedade de

formas de seções, dos efeitos de dobragem a frio e do comporta­

mento estrutural de chapas finas.

Devido ã esbeltez da seçao transversal (elevada relação

largura por espessura), estes perfis estão sujeitos ã flambagem

local. Como se sabe, este fenõmeno não representa um colapso

estrutural da peça mas uma redução brusca de sua rigidez axial

e de flexão. Esta resistência põs-flambagem local foi detecta­

da teoricamente por Von Karman em 1932. A flambagem local de

uma placa comprimida provoca uma redistribuição de tensões cuja

não-linearidade se acentua com o acrêscimo de carga.

Uma coluna longa formada por chapas esbeltas estã sujei­

ta a flambagem no modo local e nos modos globais de flexão e tor­

çao. Quando, para determinadas geometrias, as cargas criticas

associadas a estes três modos são prõximas, hã uma interação

Page 17: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

3

não-linear.entre dois deles ou mesmo entre os três, o que con­

duz a uma redução na capacidade da coluna.

O presente trabalho trata da interação entre os modos lo

cal e global de flexão, ocorrendo em regime elãstico. Embora o

comportamento pôs-critico associado a estes dois modos tomados

isoladamente seja estãvel, a interação não-1 inear dos mesmos p~

de conduzir a um tipo de colapso súbito, indicando um comporta­

mento de equilibrio pôs-critico instãvel, assim como se observa

em cascas esbeltas. A ocorrência deste tipo de colapso depende

da relação entre as cargas criticas local e global, alêm da ma~

nitude e forma das imperfeições geométricas.

A importância deste estudo reside no fato de que o cola~

so destas colunas se dã com carga reduzida devido ã interação

não-linear entre os modos local e global. Alêm disso, nao se

alcançou, ainda hoje, um estãgio final de conhecimento sobre o

mecanismo não-linear de flambagem frente aos diversos

que o influenciam.

1,2, HISTÓRICO DOS ESTUDOS

.fatores

Atê o inicio dos anos 60, o dimensionamento de peças co~

primidas de paredes finas era baseado no critério de BLEICH

[ 1], que consistia em evitar que a flambagem local ocorresse

antes da flambagem por flexão. O limite inferior deste .crité­

rio conduz a uma geometria Ôtima para a qual

= 0gl obal cr ( I. 1 )

Page 18: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

4

sem considerar o efeito de imperfeições iniciais.

Este conceito nao estã de acordo com o comportamento real

destas estruturas, Em 1960, Koiter alertou para a possibilida­

de de ocorrência de um colapso por flambagem brusco, e portanto

perigoso, em função desta otimização estrutural. Alguns anos

mais tarde esta suspeita foi confirmada teoricamente por VAN

DER NEUT [ 2 J atravês do estudo analitico da interação entre mo

dos em seçoes idealizadas.

Entre 1967 e 1970 ocorreram alguns acidentes provocados

por flambagem em pontes metãlicas de seção caixão enrijecidas

que puseram em questão os mêtodos analiticos utilizados no cãl­

culo destas pontes. As vãrias comissões de inqueri to [ 3 J rela

cionadas a estes acidentes sugeriram a necessidade de maior pe~

quisa sobre os fenômenos de instabilidade nestas estruturas.

A partir de então, numerosos pesquisadores têm investig~

do uma variada gama de problemas de interação modal.

GRAVES-SMITH [ 4 J pesquisou o comportamento pôs-critico

local de colunas de seção fechada e examinou sua capacidade de

carga atravês de uma anãlise elasto-plãstica.

O estudo de paineis enrijecidos, componentes de seçoes

caixão, sujeitos a flambagem local e por flexão foi feito por

WALKER [ 5]. Neste estudo, levou em conta o efeito de imperfe_i_

ções geométricas na redução de carga critica, para certas geom~

trias, sensiveis a estas imperfeições.

O comportamento pôs-critico de colunas de seçao I foi in

vesti gado por DEWOLF, PEKOZ e WINTER [ 6 J atravês de anãl ise ex

perimental e por HANCOCK [ 7 J com o mêtodo das faixas finitas.

Page 19: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

5

RHODES e HARVEY [ 8 J examinaram a interação entre os mo­

dos local e global de colunas de seção U utilizando um mêtodo

semi-energêtico, assim como o fizeram LOUGHLAN E RHODES [ 9 J p~

ra o caso de seções U enrijecidas.

Atualmente, os pesquisadores belgas MAQUOI e RONDAL [11]

investigam a influência dos efeitos da dobragem a frio das cHa

pas, aliada ã de imperfeições geométricas, na capacidade de colu

nas longas formadas por seções esbeltas.

1.3. OBJETIVO E ESCOPO DESTE TRABALHO

O presente trabalho trata de colunas perfeitas de seçao

U enrijecida carregadas excentricamente e tem por objetivo in­

vestigar o comportamento pôs-critico levando em conta a intera­

çao não-linear entre os modos local e global, no regime elãsti­

co. As imperfeições no modo global sao consideradas indireta­

mente por equivalência ã excentricidade de carga.

A escolha da seçao U enrijecida se deve ao fato de ser

esta a seçao mais eficiente para uso em colunas, como mostra a

Figura (I.1) [13], obtida teoricamente a partir de determinadas

condições de contorno nos bordos das placas.

O Mêtodo dos Elementos Finitos constitui o mêtodo mais

poderoso para anãlise da interação entre os modos local e glo-

ba 1, jã que se aplica a qual quer forma de seção. Entretanto,

necessita de discretização espacial de cada estrutura a seres­

tudada e a anãlise não-linear envolve por vezes um sistema mui­

to grande de equações.

Page 20: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

k

6

5

4

3

2

6

b1 bw~

0.2 0.4 0.6 o.a 1.0 QL------'---'---.J---'----'- bt

bw

Figura I.1 - COEFICIENTE DE FLAMBAGEM k PARA AS SEÇÕES MAIS UTILIZADAS (13).

Como o objetivo deste trabalho i o estudo de uma seçao

em particular (a mais eficiente), optou-se por um mitodo semi­

energitico que, embora aplicado a uma sõ seção, i mais econômi­

co por nao requerer discretização e por serem os parâmetros de

entrada em numero bastante reduzido.

O mitodo consiste na aplicação do mitodo de energia a ni

vel local e de equilibrio a nivel global sendo mais adequado ao

presente caso. Alim disso, por ser bastante refinado dentro das

limitações de geometria de seção, propicia entendimento e acom­

panhamento claro do mecanismo não-linear de flambagem.

No Capitulo II e III encontram-se os critirios, hipÕte­

ses e funções aqui adotados. No Capitulo IV apresenta-se a ana

lise linearizada para o cãlculo da carga e modo criticas e no

Capitulo V o procedimento utilizado na anãlise não-linear segu~

do dos resultados obtidos e comparações destes com outros de

origem teõrica e experimental.

Mostra-se sob que condições o comportamento põs-critico

Page 21: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

7

destas colunas pode ser instãvel e como se desenvolvem as ten­

soes e a deformada da seção durante o processo não-linear. Apr!

senta-se tambêm a variação da carga ultima teórica com a esbel­

tez da coluna e o efeito da excentricidade de carga na resposta

não-linear da mesma.

Finalmente, no Capítulo VI estuda-se o dimensionamento de

colunas de seção U enrijecida segundo algumas normas de projeto

e avalia-se as prescrições destas normas frente aos resultados

teóricos.

Page 22: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

8

CAPITULO II

TEORIA DA ESTABILIDADE ELASTICA APLICADA A PLACAS COMPRIMIDAS

11,1. INTRODUÇÃO

O estudo dos fenômenos de instabilidade pode ser feito

por três mêtodos de anãlise: mêtodo energêtico, mêtodo de equj

librio e mêtodo dinâmico.

No mêtodo energêtico a estabilidade do equilibrio depen­

de das caracteristicas da energia potencial total do sistema e~

trutural na configuração deformada examinada. Por este mêtodo,

utilizado no presente trabalho, chega-se ãs equações de equili­

brio, as quais são resolvidas de forma aproximada. Com esta so

lução aproximada obtêm-se o caminho de equilibrio e avalia-se a

estabilidade do mesmo.

Page 23: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

9

II.2, 0 CRITÉRIO DE ENERGIA PARA ESTABILIDADE DO EQUILÍBRIO

11.2.1, O ESTADO DE EQUILÍBRIO

Seja uma estrutura submetida a um carregamento quase-es­

tãtico conservativo associado a um unico parâmetro de carga, À,

numa configuração deformada caracterizada pelo campo de desloc~

mentos ~ cinematicamente admissivel isto ê, que satisfaz as con

dições de contorno e continuidade do sistema estrutural. Esta

configuração serã de equilibrio se e somente se a energia pote~

cial total do sistema, V (~, À), for estacionãria em relação ao

campo de. deslocamentos u. Esta condição de estacionariedade da

energia ê traduzida pela equação variacional

oV(~,À)=O (II.1)

para todas as variações admissiveis ou do campo de deslocamen­

tos u.

A equaçao variacional (II.1) ê vãlida para sistemas elã!

ticos conservativos isto ê, aqueles que possuem uma energia de

deformação interna associada a cada configuração deformada e p~

ra os quais as forças externas derivam de um potencial, de tal

maneira que a energia potencial total possa ser escrita como

V =Li+sl (II.2)

onde

U = energia de deformação elâstica

Page 24: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 O

íl = energia potencial das cargas externas

Uma estrutura numa configuração deformada sob açao de

carregamento pode estar em equilibrio estãvel ou instãvel; a

condição para a estabilidade do equilibrio e analisada a segui~

II.2.2. A ESTABILIDADE DO EQUILÍBRIO

Considera-se a condição (II.1) aplicada a um estado fun­

damental de equilibrio, F, descrito por um campo de deslocamen­

tos uF. Para que esta configuração de equilibrio seja estãvel

e necessãri.o e suficiente que a variação da energia potencial

total, 6V, correspondente a um campo de deslocamentos incremen-

tal ~1, suficientemente pequeno e cinematicamente admi ssivel,

seja positiva, isto e, que no ponto de equilibrio a energia po­

tencial seja um minimo relativo e completo. Esta condição pode

ser traduzida pela inequação

(II.3a)

ou ainda por

F · I F 6V = V ( u + u ) - V ( u ) > O ( I I. 3 b)

Pode-se expandir o membro esquerdo da inequação (II.3a)

desde que V seja uma função analitica na vizinhança de uF e que

este campo de deslocamentos fundamental varie suavemente com o

aumento de carga À a partir de zero. Assim obtem-se:

Page 25: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 1

) ( F ) ( I uF ) À = V ~ , À + c5 V ~ , ,\ + - c5 2

2

I F V(~,u À)+ ••• =

(Il.4)

onde V0 , V1 , V2 etc comportam termos constantes, lineares, qua­

dráticos etc, em uI e suas derivadas.

Como a configuração fundamental e de equilibrio

V1 =0V (t{,uI À)=O (Il.5)

A condição de estabilidade requer que

V 2

(II.6)

uma vez que, sendo ~I p·equeno jv2

j > jV3

j > jV4

j •••

Hã ocorrência de instabilidade quando V2 e negativo. O

caso critico ocorre para

F I c5 2 V (~ , u À) - O (II.7)

para algum campo de deslocamentos incremental uI. Quando a car

ga aumenta a partir de zero, alcança-se um valor de À, chamado

Àcrit' para o qual a forma quadrática-}- 02 V deixa de ser po­

sitiva para algum campo de deslocamentos uI. Portanto para

À= Àcrit' V2 e estacionário em relação a este uI em

lar. Então a equaçao

c5 (V 2 ) = c5 (+ c5 2 v) = O

parti cu-

(II.8)

Page 26: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 2

traduz a condição de estacionariedade do ponto critico, e cons-

titui o criterio atribuido a Trefftz para o cálculo de

criticas.

cargas

A condição (ll.8), por envolver a primeira variação com

respeito a ~! da forma quadrática, V2 , do incremento total da

energia potencial, fornece um probl?ema linearizado de autova-

lor. A carga critica A ·t será o menor dos autov~lores poden-cri .

do estar associada a um ou mais modos criticos ~~rit" Entretan

to o problema linearizado não fornece informação acerca da esta

bilidade do estado critico de equilibrio. Para este estudo e

necessário averiguar-se o sinal das variações de mais alta or­

dem V 3 e V 4 •

O estudo do comportamento estrutural e da estabilidade

das configurações pôs-criticas será feito mediante resolução da

equaçao não-linear de equilibrio:

1 o [~V]= o [-- 62 V

2!

F I (u,u,À) 1

+ -- 03 3!

+ -1- 64 V ({, u1 À)] = O

4!

F I V (~ , u , À) +

11.2.3. TIPOS BÁSICOS DE COMPORTAMENTO

(Il.9)

Apresenta-se na Figura (II.1) os tres tipos básicos de

comportamento que se encontram no estudo da estabilidade estru­

tural de sistemas geometricamente perfeitos. Os caminhos pos­

criticos obtidos da equação não-linear (II.9) interceptam oca­

minho fundamental de equilibrio no ponto critico ou ponto de bi

Page 27: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 3

perfeito /._~=---,, ,,

\ ' \ \

\ \

im erfeito i----lmperfeito. __ --1

JÍ + JJ..I - -(a) ( b) ( c)

, Figuro .It. 1- TRES TIPOS BASICOS DE COMPORTAMENTO:

{o) BIFURCAÇÃO ASSIMÉTRICA; { b) BIFURCAÇÃO SIMÉTRICA , "' , ,

ESTAVEL; { c) BIFURCAÇAO SIMETRICA INSTAVEL.

ll ,.11 !!UOse-sub1to

~o

~ placa imperfeito

coluna imperfeito

' Figuro lt.2 - TIPOS DE FLAMBAGEM ESTAVEL.

Page 28: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 4

furcação. Os três tipos sao designados por:

- bifurcação assimétrica

- bifurcação simétrica estãvel

- bifurcação simétrica instãvel

Colunas esbeltas ou placas finas, geometricamente per-

feitas, sob compressão axial, têm comportamento pôs-critico ca­

racterizado por bifurcações simétricas estãveis. Quando imper­

feitos, estes sistemas estruturais isolados apresentam um tipo

de ''flambagem estãvel" que pode ocorrer de forma "suave'' ou

''quase-sübita'', respectivamente para maiores ou menores imper­

feições, dependendo alem disso da rigidez põs-cr,tica inicial,

a qual e função da geometria, condições de contorno e modo cr1-

tico. Estes comportamentos imperfeitos são ilustrados na Figu­

ra (II.2).

A utilização conjunta destes dois elementos estruturais

(colunas e placas) exemplificada por colunas formadas por asso­

ciação de placas finas - curtas ou longas e de seção transver­

sal aberta ou fechada - podem apresentar flambagem local (de

placa) ou global (de coluna) de Euler, dependendo da esbeltez de

um destes elementos estruturais vistos de forma isolada.

Para o caso de colunas longas (isto ê, esbeltas no senti­

do de Euler) de seçao transversal também esbelta (no que se re­

fere a esbeltez de placas associadas) pode ocorrer uma intera­

ção entre os dois modos, local e global, levando por vezes a es

trutura como um todo a um comportamento pÕs-cr,tico instãvel.

Quando sujeitas a imperfeições geométricas, estas colunas tam­

bém apresentam ''flambagem instãvel'' como mostra a Figura (Ir.3i

As situações mais cr,ticas de instabilidade ocorrem para asco-

Page 29: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 5

p coalesc&ncia de ponto crilico

t

~ição global

• • • Figuro l[. 3 - COMPORTAMENTO POS - CRITICO INSTAVEL

APRESENTADO POR COLUNAS FORMADAS POR PLACAS

ESBELTAS QUANDO AS CARGAS CRÍTICAS GLOBAL E

LOCAL SÃO PRÓXIMAS.

Page 30: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 6

lunas esbeltas cujas cargas cr1ticas local e global se aproxi­

mam e coalescem provocando uma interação efetiva entre os modos

de fl ambagem.

11.3, 0 FUNCIONAL DE ENERGIA POTENCIAL TOTAL PARA UMA PLACA

COMPRIMIDA

11.3.1. HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS

As hipõteses simplificadoras sao aquelas utilizadas na

Teoria Não-Linear de Placas de Von Kãrman:

a) as deformações e rotações são pequenas quando compar~

das com a unidade, de maneira que se pode desprezar os efeitos

de mudança na geometria na definição das componentes de tensão

e nos limites de integração necessãrios ao cãlculo da energia

potencial total;

b) as deformações sao, em gera 1, bem menores que as rota

çoes o que acarretarã simplificações nas expressões das compo­

nentes de deformação:

c) as linhas normais ã superf1cie media indeformada per-

manecem normais a esta superf1cie na configuração deformada e

sao inextens1veis apos a deformação (hipÕtese de Kirchhoff).

Alem disso, como a placa e fina apenas as componentes de

deformação no plano da placa serão consideradas.

De acordo com a hipÕtese b) as componentes de deformação

Page 31: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 7

no plano medio da placa podem ser escritas como:

2 EX ; U X + -- W

' 2 ,x

Yxy; U + V X+ W X W ,Y , , ,Y

(II.10)

onde (x, y, z) e o sistema de coordenadas locais eu, v e w sao

as componentes de deslocamento. A Figura (II.4) mostra a nota­

ção e as convenções para direções positivas das componentes de

deslocamento e dos eixos coordenados.

A hipõtese c) permite escrever

onde

espessura

e:Y e Yxy

da placa

definidas como

(II.11)

sao as componentes de deformação ao longo da

e Xx• Xy e Xxy são as mudanças de curvatura

Page 32: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 8

b

1 1

Px~i

b LJtlD ~· {J-0(,)

, '

l/ Y,

lz.w V

'

,r--71 / s / 1 / t

t:f/ i

1

1

1 1

~-------------e· ZLt

Px LJ ~ (1-()(.)

b L--L--L--L--

x,u

Figura II.4 - PLACA COMPRIMIDA DE COMPRIMENTO S. NOTAÇÃO E SENTIDO POSITIVO DAS COMPONENTES DE DESLO­CAMENTO E TENSÃO.

Page 33: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 9

Xx = - w ,xx

Xxy = - w ,xy

(II.12)

11.3.2. ENERGIA POTENCIAL TOTAL

Considerando uma placa retangular, como a da Figura

(11.4), submetida ã compressão excêntrica e levando em conside­

ração as hipõteses formuladas no item anterior pode-se escrever

a energia de deformação elãstica como:

u = _1 Is fb 2 o o f

t/2

-t/2

onde as componentes ªx• ªy e Txy do estado plano de

em meio isotrõpico têm a forma:

ªx = ---- (Ê;x + v Ey) - \)2

ªy = ---- (Ey + v -;:-) 1 - \)2

E

2(1+v)

(II.13)

tensões

(II.14)

Substituindo as equaçoes (11.14) na expressao da energia

de deformação elãstica e integrando segundo z obtêm-se:

Page 34: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

20

(II.15a)

onde a energia de membrana tem a forma

- \)

2 (1I.15b)

e a energia de flexão

u = _o fs fb f 2 o o

(I1.15c)

sendo

Et K = · , o coeficiente de rigidez de membrana

(1 - v 2 )

e

Et 3

D = ~~~~~~-, o coeficiente de rigidez de flexão 12 (1 - v 2 )

As contribuições de energia de deformação elãstica de

membrana e flexão podem ainda ser escritas em termos de resul­

tantes de esforços internos definidos como se segue.

Resultante de esforços internos de membrana:

f t/2

N = ª dz X -t/2 X

-- j t/2 'xy dz

-t/2 (II.16)

Page 35: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

21

Resultante de momentos internos:

-- f t/2 Mx ºx z dz -t/2

-- rt/2 º My z dz J -t/2 y

rt/2

Mxy = l-t/2 T Z dz xy

(11.17)

Então as contribuições da energia de deformação elãstica

tornam-se:

(11.18a)

, s rb Uf = - f ( M X + M X + 2 M X ) dx dy

2 0 J

O x x y y xy xy (11.18b)

O potencial de carga externa da placa com

axial excêntrico e dado por

carregamento

u dy dx ,x

onde a e o parâmetro de excentricidade da carga (ver a

(11.4).

(11.19)

Figura

A energia potencial total do sistema estrutural e a soma

da energia de deformação elãstica e da energia potencial das

cargas externas. Então,

V=U+S:J (11.2)'

Page 36: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

22

onde

V; energia potencial total

U; Uf + Um, e a energia de deformação elãstica

íl; potencial de cargas externas

11.3.3, A VARIAÇÃO DA ENERGIA POTENCIAL TOTAL

A condição de estacionariedade dada pela equaçao (11.9)

conduz ao caminho de equilibrio pos-critico da estrutura e en­

volve a variação da energia potencial total escrita como a soma

de parcelas que contêm termos quadrãticos, cubicos e quãrticos,

V2 , V3 e V4 respectivamente. A seguir estas parcelas serao de­

vidamente identificadas atravês da consideração de um campo de

deslocamentos da estrutura deformada numa configuração vizinha

ã fundamental definido como

(II.20)

Desta forma as componentes de deformação especifica e as

mudanças de curvatura referidas ã superficie media da placa fi­

cam:

T F 1 T F 1 EX ; EX + EX Xx

; Xx + Xx

T F I T F 1 f.y ; Ey + Ey Xy

; Xy + Yy

T ; F 1 T F 1 Yxy Yxy + Yxy Xxy

; Xxy + Xxy

(II.21)

Page 37: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

23

Considerando-se que o estado fundamental ê assumido como

um estado puro de membrana, o caminho fundamental de equilíbrio

ê descrito por uma relação linear entre carga e

observando-se conseqüentemente que

F Yxy = 0

p X

E bt

F Xxy = O

deslocamento,

(II.22)

Para os estados de equilíbrio vizinhos ao fundamental as

componentes de deformação específica são escritas segundo a hi­

põtese(b) da seção II.3.1 como a soma das parcelas linear e

quadrãtica tornando-se

I y y• + yu xy = xy xy

U X+ - w2 ' 2 ,x

2 V +-W

,Y z ,Y

(11.23)

e as mudanças de curvatura sao aproximadas linearmente por

Page 38: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

24

I x' Xx = = - W XX X

'

I x' Xy = = - W,yy y

I ' Xxy = Xxy = - w ,xy

(II.24)

Substituindo-se estas expressoes nas equaçoes (II.15) e

(II.19) pode-se identificar os termos V0 , V1 , V2 , V3 e V,

K rS t F2 F2 + 2 V F F dx + v, = -2- lo O (EX + Ey EX Ey) dy

p s t ( a~/ +-XI 1- dy dx b o o b X

K r t F 2 i/ E1 F F v, = - (2 EX E' + + 2 V EX E' + 2 V E E') dy dx + 2 o o

X y y y y X

+~r t (1 -a+) E' dy dx b o o X

=-K r t ( '2 + 2 F " 2 + 2 F E; + 2 V (E; E' F E" V, EX EX EX + E' Ey + EX + 2 o o

y y y

F - V D t I: E")+ y;;) dy dx +- ( 1 2

2 + 2 V x; x' + + E Xx + x' y X 2 2 o y y

+ 2 (1 - v) x;;) dy dx

+ 2 E I

E:11

y y

(II.25)

Page 39: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

25

Estas contribuições de energia podem ainda ser escritas

como:

s Ib ( NF F p ( V o = I o o -f- Ex + --:-- 1

dy dx

v2 = _1 Is Ib 2 o o

(n' s' + n 1 s 1 + n 1 1

X X y y xy Yxy

, Is Ib V = - (n' 3 2 X

o o

, Is Ib V = - (nx" 4 2 o o

s 11 + n11 s'' + n'' y 11 ) dy dx x y y xy xy

(II.26)

onde

n' = K ( E~ + V E;) n" = K(t:"+vt:") X X X y

n' = K (E' + V E~) n" = K (E; + V E~) y y y

( 1 - v) ( 1 - v) n' K ' n" = K . yll = Yxy xy

2 xy 2 xy

(II.27)

Page 40: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

26

e

m' = D (x' + v x') X X y

m' = D (x' + v x') y y X

(II.28)

Como a configuração fundamental e de equilibrio, V1 e nu

lo. De fato

b (1 - a -f-) (II.29)

O uso das funções de tensão deAiry definidas como

F ,YY = '\ F ,xx = 0y e F ,xy = 'xy (II.30)

onde F = F (x, y), simplifica o problema não-linear uma vez que

permite se obter o caminho de equilibrio em função somente de w

e F. Os deslocamentos u e v e suas derivadas foram definidos em

termos de w como

(F1

- v F1

) - - w2

E ,YY ,XX z ,X

1 - V - -w2

2 ,Y E

I U + V = y' = Yxy - W W -,Y ,x xy ,x ,Y

2 (1 + v)

E FI

,xy - w ,x w ,Y

(II.31)

Page 41: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

27

Analogamente ao campo de deslocamentos, as funções de

tensão podem ser escritas como a soma das parcelas fundamental

e incremental

F = FF + F I ( I I . 3 2 )

Substituindo as expressoes (Il.31) nas equaçoes (11.26)

obtém-se

v2 =_,_Is Ib l?NF 2 o o X

K dx + ~- (1 - v2 ) (F1 + FI )2 +

E2 ,xx ,YY

2

+ 2 ( 1 + V) ( F I - F I F I ) ] dy dx + uf - V 3 - V 4 ,xy ,xx ,YY

K Is Ib 2 r r V=- -(1-v2 )[s"F +s"F -3 2 o o E x ,yy y ,xx

y" F1 J dy dx - 2 V 4 xy ,xy

- K rs Ibo V, --2-Jo

- V

2 (Il.33)

onde

Então a variação total de energia fica:

Page 42: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

28

nV = V2 +V,+ V"=

= rl E" X X

t js jb I I 2 dy dx + -- [ ( F + F ) + 2E o o ,YY ,xx

2

+ 2 (1 + v) (F1

- F1

F1xx)] dy dx + Uf ,xy ,YY ,

(ll.34)

11.4. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS NÃO-LINEARES DE EQUILÍBRIO

Neste trabalho, a aplicação do critêrio de energia para

estabilidade serã feita com a variação da energia potencial to­

tal das placas expressa na forma da equação (II.34). As fun­

ções de tensão ali envolvidas devem satisfazer a equação de com

patibilidade de deformações a qual serã desenvolvida a seguir

passando-se inicialmente pelas equações não-lineares de equili­

brio em termos de deslocamentos.

As equações diferenciais não-lineares sao obtidas da ex­

tremização do funcional de incremento da energia potencial to­

tal, 6.V = V2 + V3 + V4 , em uma das formas apresentadas anterio_i:

mente, isto ê, nas formas das equações (II.25), (ll.26) ou

(11.34). Tomando as expressões (Il.25) para V2

, V3 e V4 e re­

cordando as equaçoes (II.23) e (II.24) a extremização e aplica­

çao do Teorema de Green fornece, alêm das condições de contor­

no:

Page 43: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

29

+ ~ (1 - v) [u y + v xy + w xy w + w x w,YYJ = O 2 ,Y , , ,Y ,

(II.35a)

[ V ,YY + V U + W W + V W W X] + ,xy ,YY ,Y ,xy ,

+ ~2- (1 - v) [u,xy + v,xx + w,xx w,Y + w,x w,xy] = O

(II.35b)

- N~ w,xx - K {[(u ,x + V V ,YJ + ~2~ (w2 + V w2 )] w XX+ ,x ,Y '

+ [(u XX+ V V xy) + (w X w XX+ V w y w xy)] w X} -' ' ,, '''

K

2 (1 - v) {[v + u + w w YJ w xy + [V XX+ u + ,x ,Y ,x , , , ,xy

+ w w,xy + w XX w J w } - K {[v y + V u X)+ ,x , ,Y ,Y , ,

K

2 (1 - v) {[v,x + u ,Y + w,x w,YJ w,xy +

(Il.35c)

Com auxílio das equaçoes (II.27) e (II.28) identificam­

se as resultantes de tensão e as equações não-lineares tornam­

se

NXI X + NI = 0 ' xy,y (II.36a)

Page 44: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

30

NI + N1 = O xy ,Y Y ,Y (II.36b)

(II.36c)

onde

NI = n' + n11 X X X

NI = n' + n" y y y

NI xy = n' xy + nª' Jly

Introduzindo as funções de tensão definidas como nas

equações (II.30), as equações (II.36a e b) ficam automaticamen­

te satisfeitas e a equação (II.36c) torna-se

D 'i/ 4 w F t w - F t w + 2 F t w = O - ,YY ,xx ,xx ,YY ,xy ,xy (II.37)

Para dar prosseguimento ã anãlise em termos de tensões e

preciso assegurar a compatibilidade entre deformações no plano

da placa. Diferencia-se, então, convenientemente as

(11.10) ,e somando-as obtim-se:

2

Ex,yy + Ey,xx + 1xy,xy = w,xy - w,xx w,YY

equaçoes

(II.38)

Escrevendo-se a equaçao (II.38) em termos de tensões che

ga-se ã equação de compatibilidade

'i/ 4 F 2

= E (w,xy - w,xx w,YY) (II.39)

Page 45: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

31

As equaçoes (Il.37) e (II.39) sao conhecidas como as

equações da teoria não-linear de placas de Von Kãrman.

Page 46: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

32

CAPITULO III

CAMPOS DE DESLOCAMENTOS E TENSÃO PARA SEÇÕES COMPOSTAS POR PLACAS ESBELTAS

111.1. INTRODUÇÃO

Para o estudo do comportamento põs-crTtico local de colu

nas de seção U enrijecidas examina-se inicialmente uma coluna

curta sujeita a carga excêntrica. A Figura (III.1) mostra as~

çao transversal da coluna de comprimento S carregada axialmente

com excentricidade e.

A Figura (III.2) indica a largura do enrijecedor, ~l'

a largura da alma, ~w' e a semi-largura do flange, ~f; onde dê

a posição do centroide a partir do enrijecedor e ta espessura

comum as três placas.

O encurtamento das placas para um carregamento excêntri­

co e mostrado na Figura (III.3). No flange este encurtamento e

constante e igual a u*, na alma varia linearmente deu* a

u* (1 - a) - sendo a o parâmetro de excentricidade

jecedor ê constante e igual a u* (1 - a).

e no enri-

Page 47: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

33

centroide =---~

modo de 7-flambagem/

/

nós da meia onda

p

1

p (carga aplicada)

~ha de açllo da carga

Figura llI. i - COLUNA DE SEÇÃO U ENRIJECIDA

CARREGADA EXCENTRICAMENTE.

alma - placa 2

b = 2bf

1-----enrijecedor placa 3

'1 flange - placa i

Figura llI. 2 - NOTAÇÃO E NOMENCLATURA DA SEÇÃO

TRANSVERSAL.

Page 48: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

34

A coluna curta assim definida constitui um trecho isola­

do de uma coluna longa deformada localmente por ondas senoidais

de comprimento 2S. Na anãlise desta parte da coluna esbelta

utiliza-se o metodo de Rayleigh-Ritz aproximando-se o campo de

deslocamentos de cada placa por uma função cinematicamente ad­

miss1vel. Para a seção transversal apresentada submetida a en­

curtam~ntoslongitudinais descritos por u* e a, assume-se que as

deflexões transversais criticas de cada placa tem a forma

onde

1f X

wi ; Vi (yi) cos ~~ s

(111.1)

(111.2)

sendo No numero de termos usados na solução, lo numero asso­

ciado a cada placa e as funções Yin polinômios algebricos que

satisfazem as condições de contorno nas junções das placas. Es

tas condições de contorno serão apresentadas na seção (111.2) e

as funções deslocamento na seção (111.3).

Na anãlise do comportamento pôs-critico as tensões na su

perficie media das placas devem satisfazer a equação de compatj_

bilidade de Von Kãrman, equação (11.39). Na seção (111.4) as

funções de tensão de Airy serão determinadas de maneira a aten­

der a esta condição.

Page 49: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

u•t1-0<l l s

u• (1-0<l

~

35

'' ~u' ',,, ~u'

Figura m. 3- ENCURTAMENTO DAS PLACAS PARA

UM CARREGAMENTO EXCÊNTRICO.

ll(l

Figura .m.4 - CONFIGURAÇÃO DEFORMADA DA SEÇÃO

E SISTEMA DE COORDENADAS PARA DEFLEXÕES

LOCAIS.

Page 50: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

36

111.2. CONDIÇÕES DE CONTORNO E FUNÇÕES DESLOCAMENTO

A configuração deformada da seçao transversal da coluna

tem a forma mostrada na Figura (III.4), sendo as direções posi­

tivas do sistema de eixos local as indicadas.

As deflexões transversais de cada uma das placas descri­

tas pelas equações (lll.1) e (III.2) têm funções Yin dadas por

[ 14 J :

Y,n

Y2 = D --+

n b w

Y, = Q --+

n b l

(III.3a)

(III.3b)

+ 1n (III.3c)

Os coeficientes Bn, Dn, Gn, Mn, Qn, Rn e Tn serao escri­

tos em função dos coeficientes An como aparece na equaçao (III.2)

atravês do atendimento das condições de contorno nos bordos das

placas. Os expoentes ªn' bn, tn e mn são inteiros sujeitos a

certas restrições apresentadas mais adiante na seção (lll.3).

As condições de contorno a serem satisfeitas no

flange-alma sao:

bordo

a) A linha de bordo permanece reta e portanto as defle­

xoes laterais do flange e da alma são nulas neste ponto.

b) O ângulo entre as placas (90º) permanece inalterado

Page 51: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

37

apos a deformação da seçao transversal.

c) Existe equilibrio de momentos.

Estas condições de contorno podem ser traduzidas

seguintes equações, vilidas no ponto (y 1 = bf, Y2 = bw)

b) w = w i ,Y i • ,y •

c) [Wl y y + V wl XX]= - [w, y y + V w, XX] '11 ' '22 '

pelas

(IIl.4)

Utilizando-se as equaçoes (IIl.1) e (IIl.2) as condições

(III.4) tornam-se:

Yin=Y,n=O (II1.5a,b)

y' = y' 1n •n (II1.5c)

y11 ;; _ yn in •n (II1.5d)

As condições de contorno na ·junção alma-enrijecedor sao

anilogas. A condição (a) ê vilida para enrijecedores com larg~

ra suficiente para impedir os deslocamentos da alma na ares ta

de junção ou seja impor ali uma condição similar ã de apoio si~

ples. De acordo com WALKER [13] observa-se na pritica que para

relações b1/bw maiores que 0,2 a areta permanece reta. Este

assunto seri discutido mais adiante quando da anilise de resul-

Page 52: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

38

tados do cãlculo de cargas criticas.

As condições de contorno no ponto (y 2 = O, y 3 = O) sao:

(1II.6a,b)

y' = y' 2n 3n (III.5c)

y11 = _ yu 2n Jn (III.5d)

No bordo livre do enrijecedor isto e, em y 3 = b1 , tem-se

como condições de contorno:

a) momento nulo

b) tensão cisalhante nula

Na verdade a condição (b) impõe um equilibrio entre a

força cisalhante e aquela resultante da distribuição de momen­

tos torsores Mxy ao longo do bordo livre da placa.

Então estas condições podem ser traduzidas como

= o (III.la)

W3 +(2-v)w =0 •Y3Y3Y3 · 3 ,y,xx (III.?b)

Utilizando-se novamente as equaçoes (III.1) e (III.2)

tem-se

2 'TI

Y" ,n - V -- y 52 , n = o (lll.?c)

2 'TI

ym - (2 - v) --Y' = o (Ill.7d) an 52 an

Page 53: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

39

vãl idas em y 3 = b1•

As funções de deslocamentos transversais wi serao obti­

das satisfazendo-se as equações (III.5), (III.6) e (lll.8) que

refletem as condições de contorno nos bordos das placas.

t necessário considerar-se ainda os encurtamentos de ex­

tremidade:

- compressao no flange

- compressao na alma

- compressao no enrijecedor

u*

a u* ( 1 - a + -- Y, )

bw

u* ( 1 - a)

111.3, ATENDIMENTO DAS CONDIÇÕES DE CONTORNO

As funções Yin e suas derivadas serao utilizadas para

satisfazer as condições (III.5), (III.6) e (III.8) de forma a

se escrever os coeficientes Bn, Dn, Gn, Mn, Qn, Rn e T n das equ~

çoes (III.3) em função apenas de An.

A equação (III.5~ em y 1 = bf estã automaticamente satis-

feita uma vez que a função escolhida Y1

n ê nula neste ponto.

Substituindo-se Y1 n' Y,n e suas derivadas nas outras três equa­

ções (III.5) obtêm-se:

o (III.8a)

b _w_ [A B b ] b n ªn + n n =

f

(III.8b)

Page 54: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

40

b2 ----;:'- [An ªn (an - 1) + Bn bn (bn - 1)) = [2 Gn + Mn mn (mn - 1))

f

(III.Bc)

As equaçoes (Ill.6a e b) ficam automaticamente satisfei-

tas se tn e mn sao nao nulos. Substituindo-se Yin e Yin em

(111.6c e d) obtem-se

(!!1.9)

vãlidas para mn e tn diferentes de 1 e 2.

A substituição de Y3

n e suas derivadas nas equaçoes

(III.7) conduzem as seguintes expressões que traduzem as condi­

ções de contorno no bordo livre do enrijecedor

1 -;;,-- [2 Rn + Tn tn (tn -

l

712

1)) - v -- [Q + Rn + Tn] 5

2 n

(t - 1) (t - 2)) - (2 - v) ~~ n n b 52

l

= o

(III.10)

Da manipulação algebrica das equaçoes (III.B), (III.9) e

(III.10) resultam as expressões para os coeficientes Bn, Dn, G~

Mn, Qn, Rn e Tn escritos em função de An.

(III.11)

Page 55: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

41

onde

e

(III.12)

onde

b b (~)2 [an (an - 1) - ~n bn (bn - 1)] + 2 ~ [an - ;n bn]

sn ; ------------------------(mn - 1) (mn - 2)

(III.13)

onde

b Yn ; _w_ [a - ~ b ] + 13 (m - 1 ) b n n n n n

f

onde

Page 56: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

42

(III.15)

onde

(III.16)

onde

(III.17)

onde bl

v (rr ~~) 2 [pn + íln] - 2 íln

Tn = [~~~-S~~~~~-IT~l~)-2 J tn ( tn - 1 ) - v (

s

.A seguir as funções deslocamento sao escritas em função

de An satisfazendo as condições de equilibrio e compatibilidade

nos bordos das placas.

Page 57: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

43

(IIl.18)

onde os expoentes ªn e bn sao inteiros pares de maneira a gara~

tira simetria e os expoentes mn e tn são diferentes de

um e dois.

zero,

No presente trabalho faz-se a anãlise do comportamento

pôs-critico da coluna apresentada com o uso de dois termos nas

funções Yin" Os valores dos expoentes escolhidos são indicados

a seguir:

flange ª1 = 2 b1 = 4 ª2 = 4 b, = 6

alma l)l l = 3 m2 = 4

enrijecedor tl = 3 t2 = 4

111.4, FUNÇÕES DE TENSÃO DE AIRY

Na anãlise do comportamento pôs-critico as tensões no

plano medio das placas devem satisfazer a equaçao (Il.39), co­

nhecida como equação de compatibilidade de Von Kãrman:

'1/ 4 F. = 1

(Il.39)'

Tomando-se a forma gera 1 das funções wi da equaçao (Ill.1)

e substituindo-se na equaçao (11.39) obtem-se:

'1/ 4 F. 1

= E TT2 J[Yl. 2 S2 L V~+ Y! 2

] + [Y. Y~ - Y! 2] cos

1 1 1 1 1

2 TT X j S (111.19)

Page 58: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

44

A solução da equaçao (III.19) pode ser escrita na segui~

te forma

2 1T X

Fi = Fi 1 + Fi 2 cos --~ s

onde Fi1

e Fi 2 sao funções apenas de yi.

(III.20)

A substituição desta forma de solução na equaçao (III.19)

fornece

F'!" = --- [Y. Y'! + Y! 2]

11 2 52 1 1 1

F•.•11 l 2

F'! 12

F. l 2

(III.21)

E n2 = ---· [Y. Y'! - Y! 2

]

2 52 1 1 1

(III.22)

A resolução das equaçoes (III.21) e (III.22) conduzi so

lução final da equação de compatibilidade.

Obtenção de F11

A parcela Fi1

produz uma tensão apenas na direção x e

portanto a função de interessei F~ . Integrando a l l

(III.21) duas vezes obtim-se:

F'.1 11

E n2 Y

2• e e --- 1 + 1 Y1· + 2

4 S2

equaçao

(III.23)

onde os termos envolvendo as constantes C1 e C2 representam as

tensões antes da flambagem local. Para se obter as tensões

pri-criticas correspondentes aos encurtamentos mostrados na Fi­

gura (III.3) os coeficientes C1 e C2 devem ter os seguintes va-

Page 59: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

45

lares.

u* flange c1 D , c2 = - 2 E--

s

a u* u* alma c1 = - 2 E---- , c2 = - 2 E ( 1 - a) --

bw s s u*

enrijecedor c1 = D , c2 = 2 E ( 1 - a) --s

(III.24)

A função F11 contêm a parcela linear de F1 associada ao

estado fundamental de equilibrio. Pode-se então escrever:

u* l =-2Et--=d*t

Xl S

u* F N =-2Et--x2 S L ~ Y 2 + ( 1 -ex J = o* t y 2 + ( 1 - a]

w

u* NF = - 2 E t -- ( 1 - a) = o* t ( 1 - a)

X3 S

(III.25)

onde o* e a tensão axial correspondente ao encurtamento u*.

Obtenção de Fi 2

A solução geral da equaçao (Ill.22) em Fi2

e composta da

solução Fi2h da equação homogênea associada

F•.111 _ 2 12 ( 2

5

TI )2 F ·2 l

somada a uma solução particular Fi2

p.

= D ( I I I .2 6 )

Page 60: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

46

A função F. h tem a seguinte forma 1 2

F. h = K · eGYi + K . y. eGYi + K . e-Gyi + K . y. e-Gyi 12 11 21 1 31 41 l

(III.27)

onde G = 2 1T

s Os coeficientes Kji serão obtidos mediante aten

dimento das condições de contorno em termos de tensões nos bor­

dos das placas.

A função F. e obtida pelo metodo dos coeficientes a de 12 p

terminar.

A solução particular F; 2 p

A equaçao (III.22) pode ser reescrita como

( 02 - G2) 2 F. = h (Y1·) 12 ( I I I. 2 2 )'

A solução particular F. desta equaçao estã contida na l 2 p

solução geral da equaçao

H (02 - G2)2 F. = O 12

onde H e um operador que anula h (yi).

(III.29)

A função h (yi) e um polinômio algebrico cujo grau varia

conforme a placa e depende dos expoentes ªn• bn, mn e tn esco­

lhidos. Assim, (III.29) torna-se

i = fl ange 011 ( 02 G2 )2 F o 12

i = 2 alma 01 ( 02 G2 )2 F 22 = o

i = 3 enrijecedor 01 (02 G2 )2 F 32 = o

(III.30)

Page 61: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

47

e portanto, a solução particular F. tem, para cada placa, a l 2 p

seguinte forma:

F c1 + c2 e, 2 c11 Yi 0 = Y1 + Y1 + ... + 12p

F 01 + 02 o, 2 07 y~ = Y2 + Y2 + ... + 22p

F,2p E1 + E2 Y, + E, 2

+ E1 y~ = Y, + ... (III.31)

Substituindo-se a forma de F. na equação (111.22) e 12 p

igualando os termos de mesmo grau em Y; obtem-se os coeficien-

tes C;, Oi e Ei.

onde

onde

Para a placa 1 tem-se:

E S2

C11 = ------ A~ [- _23 ç~J = 8TT

2b

2 b1 º f f

E 52

e,=----a TT

2 b}

e 3

= - ç + 2 2

180

4

[A~ C7 1 + A1 A2 C7 2 + A~ C7 3] ' . .

A2 e 2 11 3 (III.32)

'

(III.33)

s 2

( TT bf )

(III.34)

Page 62: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

onde

onde

e 7 , 2 = - i;l ,-

c7 z = 2 (i;l - i;zl + '

c7 3 '

= - 1 +

48

112 s 2

( TI bf ) 4

e, 3 -

'

c9 z '

5040

16

(A~ C5 1 + A1 A2 C5 2 + A! C5 3 ]

' ' '

i; l cs , = -- +

' 2 e 7 1

'

15 - - + -- Í;2

2 2

15 ( - -2- Í;1 Í;2 + 15

e, z •

e 5 , 3

15 =-i;

2 2 (1 - i;,) + 15

Co C3 = -- [A1

b2 f

e 3 , l

c11 3 '

(111.35)

C7 2 -

e 9 , 3

(111.36)

Page 63: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

e 3 , 1

e 3 , 2

e 3 , 3

e 1 , 1

49

s 2

2 ( ) = - - + 3 ~l - 3 ~l + 6 2 TI bf

= - 3 + 3 ~2 + 6 ( s ) 2

TI bf

~l ( 5 )2 = -- - - + --- e, i

2 2 TI bf '

~2

3

2

c1 2 = -- - - + • 2 2

c,,2 3

2

• 5 )2 = (--- e,,'

TI bf

3

2

360

16 e 1 1 •

31660 (-s-f e 7 • 2

TI bf

(III.37)

s 4

(~ f

s 4

(~

Os coeficientes C2 , e,, C6 , C8 e C10 sao nulos uma vez

que h (y1) e uma função par.

Para a placa 2 obtem-se:

ºº D7

= -- [A 2 D J 2 7 3 b6 '

w

(III.38)

onde

Page 64: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

onde

onde

E S2

o,=----8 TT

2 b 2

07 3

' = - B2

2

w

[A 1 A2 06 2 ]

O

3

2

'

B1 B2

50

Os = -º- [A2 b' l

2 D5 1 + A1 A2 D5 2 + A2 D5 3 ]

w

3 2

= - - s 4 l

D 2=---s' 2

' ' '

D 5 , 3

= - y 2 2

82 + 15 (·-5-)2 º7,3

TT bW

o, 04 = -­

b' w

[A~ D4 1 + A1 A2 D4 2 + A~ D4 3 ]

04 1 Y1 81

'

(III.39)

(III.40)

(III.41)

Page 65: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

onde

S1 Y2 + µ 1 S2 + 10 ( o, 2 = •

o, 3 .. = µ2 S2

o, 2 + A1 A2 o, = -- [A1 o, 1 b2

w

2 = - -- Y1

2

51

s )' º· 2 1T bw

2 ,] O, 2 + A2 O, • •

O 3 , 3

2 Yz

= - -- + 2

s 2 360 6 (-JT-b-w-) os,, - _1_6_

µ1 Y1 ( S _\ 2

02 ,1 = --2-- + 3 \ 1T b ) w

µ1 Y2 µ2 Y1 ( 02 ,2 = --2-- + --2-- + 3 1T

02 •' = _µ2_2_Y_2_ + 3 (--S-r O,•' 1T bw

o, 2 •

(III.42)

07 3 •

(III.43)

120 s 4

-( ) º· 2 16 1T bw

Page 66: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

52

2 2 01 = Oo [ A1 01 i + A1 A2 01 2 + A2 01 3]

01 l '

O l , 3

' ' '

2 s 2

= - µ41 + (---) o, ,1 TT bW

_µ_1_2_µ_2_ + (--5--) 2 O 3 ,2

TT bW

2

3

2

s f 3 µ2 ( - -2 ( = ---+ O

4 TT bW 3 , 3

s TT b

)" Os 2

r O 5, 3

w

Os coeficientes E. l

da placa 3 sao calculados

mas expressões usadas no cãlculo dos Oi, isto e, (111.38) a (111.44), com as seguintes substituições:

µi por P;

Y· l - $]. l

B· l T· l

bw bl

A solução homogênea F. h l 2

(111.44)

com as mes-

equaçoes

Reescreve-se a seguir a forma de F;2h para cada uma das

placas

Page 67: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

53

F K Gy 3 K Gy 3 K -Gy 3 K -Gy 3 , 2 h = 9 e + 10 Y, e + 11 e + 12 Y, e

(III.45)

Conforme jã mencionado os coeficientes K1

a K1 , sera o

determinados mediante atendimento das condições de contorno em

termos de tensões nos bordos das placas e no eixo de simetria

do conjunto. As condições de contorno a serem atendidas são:

a) Assume-se que nao hã tensões normais (oy) nas junções

das placas.

b) O fluxo cisalhante e a tensão longitudinal (ox) nas

junções devem ser os mesmos para placas adjacentes.

c) Não hã tensão cisalhante no bordo livre do enrijece-

dor.

d) Não hã tensão cisalhante e a variação da tensão longj

tudinal ºx com respeito a y 1 ê nula no ponto de simetria do con

junto.

Utilizando-se a relação entre as tensões e as funções de

tensão Fi dada na equação (II.30), onde Fi tem a forma da equa­

çao (III.20), as condições de contorno ficam traduzidas por:

Expressões decorrentes da condição (a)

F12 = O em (III.46a)

Page 68: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

54

F = O 22

em Y = o 2

F = O 22 em

em Y3 = O

Expressões decorrentes da condição (b)

em

em (y 2 = o ' y 3 = o)

F11 = F11

12 2 2 em

FII = FII 2 2 3 2

em

Expressão decorrente da condição (c)

F' = O 32

em

Expressões decorrentes da condição (d)

F' = O 12

F111 = O 12

em Y = o l

em

(III. 46b)

(III.46c)

(III.46d)

(III.47a)

(III.47b)

(III.47c)

( I I I . 4 7 d )

(III.48)

(III.49a)

(III.49b)

Substituindo-se a for~a da solução Fi,h dada nas

çoes (III.45) e suas derivadas nas expressões (III.46)

(III.49) obtim-se:

equa­

a

Page 69: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

55

eGbf (K1

+ K2 bf) + e-Gbf (K 3 + K4 bf) + F12

p (y1

= bf) = O

(III.50a)

K5 + K7 + F22 p (y 2 =O)= O (III.50b)

(y = b ) = o 2 w

(III.50c)

K9 + K11 + F32 p (y 3 =O)= O (III. 50 d)

(III.51a)

K5 G + K6 - K7 G + K8 + F~2p (y 2 =O)= - [K 9 G + K10 - K11 G + K12 +

+ F' (y3

= O)] ,2p

(III.51b)

+ F'' (y 1 = bf) K5 G2 eGbw + K6 G eGbw (2 + G bw) + K7

G2 e-Gbw -12p

(III.51c)

Page 70: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

56

G (K 5 G + 2 KG+ K7 G - 2 K8 ) + F~2p (y 2 =O)= G (K 9 G + 2 K10 + K

11 G -

- 2 K12 ) + F'' (y = O) 32p 3

+F' (y3

=b,)=0 32p

onde

2 G ( K1 G + 3 K2 - K3 G + 3 K4 ) + F"' (y = O) = O

l 2p 1

Pode-se agora escrever

K1 , K2 e K3 em função de K,

K5 e K7 em função de KG e K8

e-Gbf f 1 = - F (y 1 = bf) 2 Gb 12P 1 + e - f

91 = bf ----~­( 1 + e-2Gbf)

(III.51d)

(IIl.52)

(II!.53a)

(IIl.53b)

(lll.54)

Page 71: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

f2; Ü

92; - 1

onde

onde

b w

( -Gbw Gbw) e - e

57

e 9s ; - 97

e

(III.55)

(III.56)

(III.57)

(III.58)

; - f 7 - F (y2; O) 22p

Page 72: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

onde

58

(III.59)

F32

p (y3

; O) f 11 ; ---"----

R +

2 G b~ e-2Gb1

911 ;

R

R ; - 1 + e -2Gb1

+ 2 G b1 e -2Gb1

KlO ; f10 + 910 K12 (III.60)

(- 1 + G bl

G + F,2p (y, ; O) -----(e-2Gb1 +

( 1 + G bl )

G - F,2p (y,; bl) éb

( 1 + G b1

)

Page 73: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

59

onde

f9

= - F (y = O) - f ,2p 3 11

Resulta um sistema 4x4:

de (1II.51c)

onde

= - F'' (y1

= bf) + F'' (y = b ) - f G2 eGbf _ 12P 22P 2 w 1

- f2

G eGbf (2 + G bf) - f3

G2 e-Gbf + f5

G2 eGbw +

• -Gbw + f 7 G e

(III.61)

(III.62)

Page 74: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

60

de (II1.51a)

(III.63)

onde

L21 = 91 G eGbf + 92 eGbf (1 + G bf) - 93 G e-Gbf + e-Gbf (1 - G bf)

Gb Gb G e-Gbw L22 = 95 G e w + e w (1 + G b ) - 9 w 7

L23 = hs G eGbw - h7 G e-Gbw + e-Gbw (1 - G b ) w

L2, = O

L 2 0

= - F' (y b ) F' ( = b ) - f G e Gbf -12P 1 = f - 22p Y2 w 1

de (II1.51d)

(III.64)

onde

L = o 31

L = 2 G 32

L33 = - 2 G

L3, - 2 G 910 + 2 G

Page 75: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

61

L F" (y2 O) F" ( O) f G2 f G2 f G2 3 O = 22p = + 32p y 3 = - 5 - 7 + 9 +

+ f 11 G2 + 2 G f 10

de (III.51b)

(III.65)

onde

L,1 = o

L,, = G 9s - G 91 +

L,3 = G h5 - G h7 + 1

L"' = G 99 + 910 - G 9u + 1

L,o = F' (y 2 = O) - F' (y 3 = O)+ G (- f5

+ f7

- f 9 + f 11 ) -22p 32p

Os coeficientes L10 , L20 , L30 e L40 podem ser

na forma

escritos

L- = A2 L. + A1 A L. + A2 L. 10 1 10,1 2 10,2 2 10,3

onde L .. sio funções dos coeficientes Ck ., Dk . e Ek . da-10,J ,J ,J ,J

dos pelas equações (Ill.32) a (Ill.44).

Resolvendo o sistema de equações (111.62 a 111.65) encon

tra-se:

Page 76: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

e

onde

onde

62

= A2 K + A A 1 12 ,1 1 2

K + A2

K 12,2 2 12,3

1 K . = - [(L 12,J S 32

S2 + L 3 3 ) ( L J. - L S . ) -40, 42 3,J

1

- (L43 + S2 L42 ) (L30

• - L32 S3

.)] ,J ,J

s1 = L,, (L,2 S2 + L,,) - L,. (L., + S2 L42 )

L L,1 - L,, L 11 52

l 3 =

L22 L11 - L12 L,1

5a ,j =

L,, ,j. L11 - Lia ,j L21

L,2 L11 - L12 L21 para

K8

= A2 K + A A K + A2 K 1 a,1 1 2 s,2 2 a,3

K • 8 ,J

=-- [L . - L K . - L 40,J 44 12,J 42

s .] 3 ,J

j = 1 , 3

(III.66)

(IIl.67)

(III.68)

Page 77: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

63

K . = S . + S K . 6 ,J 3 ,J 2 8 ,J

K4 = A21 K 4 , 1

+ A A 1 2

K 4 , 2

+ A2 K 2 4 , 3

(III.69)

onde

Pode-se finalmente escrever

= A2 F1.

2 1 + A

1 A

2 F. + A2 F.

1 , 12,2 2 12,3 (III.70)

onde i estã associado a cada placa e

11 ,2 F . = I

12 ,J k=1 k-1 . Gy Gy K . e-Gy 1 + Ck . y + K . e 1 + K . y

1 e 1 +

,J 1 1,J 2,J 3,J

(III.71)

F . = 2 2 ,J

7 /,

k=1 Dk . Y~-i + K . eGYz + K . Y2 eGy, + K

7 • e-Gy, +

,J 5 ,J 6 ,J ,J

(III.72)

F . = 3 2 ,J

7 I

k=1 k-1 eGy 3 + Y eGy 3 +

Ek . y' + K . K1 o ,J· ,J 9 ,J 3

+ K · e-Gy, + K . y3

e-Gy, 11,J 12,J

(III.73)

para j = 1, 3

Page 78: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

64

CAPÍTULO IV

ANÁLISE LINEAR - CÁLCULO DA CARGA CRÍTICA

IV,l. 0 CÁLCULO DA CARGA CRfTICA

A condição (II.8) constitui o critêrio para o cãlculo da

carga critica e corresponde ã linearização do problema de esta­

bilidade uma vez que envolve a primeira variação da forma qua­

drãtica, V2 , do incremento de energia potencial total. Para o

cãlculo da carga critica local de uma coluna curta com seçao U

enrijecida avalia-se, inicialmente, a parcela quadrãtica da va­

riação de energia potencial expressa pela equação (II.34) para

o conjunto das três placas associadas. Em seguida aplica-se o

critêrio de Trefftz, dado pela equaçao (II.8), o que fornece um

problema de auto-valor do qual se obtêm a carga critica e o mo­

do critico local.

A parcela quadrãtica da variação de energia potencial e~

pressa pela equação (II.34) correspondente ã metade da seçao

transversal simêtrica mostrada na Figura (III.2) de uma coluna

de comprimento S tem a forma:

Page 79: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

3

V 2 = l i =1

[ rs rb i

J o J. 1 F

-N 2 Xi

i = para o flange

i = 2 para a alma

65

i = 3 para o enrijecedor

(JV.1)

Ufi representa a energia de flexão de cada placa

Na equaçao (11.34) os termos envolvendo derivadas das

funções de tensão são quãrticos com A1 e A2 pois sabe-se do Ca

pitulo III que F. e suas derivadas são funções quadrãticas des l

tes coeficientes.

F Substituindo-se os valores de NXi dados pelas equaçoes

(111.25) e a expressão de Ufi, equação (111.15c), obtem-se

V 2

= 3 { 0 rs Ib j iL -2-J, º - 2 ( 1 - v) [w. w.

l ,XX l ,YY

dxl -_º_*_t_ rs rbf w2 J 2 J o J o 1 ,X dyl dx + rs rbw ((1 - a) +

) o J o

+-ª y) b 2

w

2 w, ,x

2 ( 1 - a ) w 3 x dy

3 dx ,

(IV.2)

A expressao do parâmetro a para um certo valor de excen­

tricidade de carga, e, antes da flambagem local, ê determinado

Page 80: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

66

pela Teoria Elãstica Linear como se segue (ver Figura III.1 ):

Tensão no enrijecedor

o* ( 1 - a) P P e

=----d A I

Tensão no flange

P P e o* = - + -- ( bw - d)

A I

onde

A= area da seçao

I = momento de inercia de seçao

Então

e bw A a = -----"----- (IV.3)

!+e A (bw - d)

Substituindo-se agora a expressao de wi dada em (III.1)

e suas derivadas na equação (IV.2) e integrando-se ao longo de

x chega-se ã seguinte expressão

Page 81: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

67

~ _s rb; [ (_:r_)" 2 2 J o S

y~ - 2 ( : )'

(

1T 2

+ 2 (1 - v) ~) (Yi

o* t Y2 d

2 y 2 + 4

As integrais em Yi e suas derivadas têm a forma:

Y'! 2 dy. l l

= A2 P. + 2 A1

A2

P. + A2

2 P.

1 1,1 1,2 1,3

Yl 2 dy. = A2 H. + 2 A A H. + A2 H. 1 l 1 1,1 1 2 1,2 2 1,3

y2 d = A2 N + 2 A A N + A N fbow 2 2 Yz Y2 1 2,1 1 2 2,2 2 2,3

(IV.4)

(IV.5)

(IV.6)

(IV.7)

(IV.8)

(IV.9)

onde os coeficientes J .. , P .. , I .. , H .. e N . sao apresen-1,J l,J l,J l,J 2,J

tados no Apêndice A.

Page 82: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

68

A expressao de V2 pode ser escrita separando-se os coefi

2 A2 cientes de A1 , 2 e A1 A2 como se segue:

onde

V . 2 ,J

V2 = A~ V2 1 + 2 A1 A2 V2 2 + A~ V2 3

' ' ' (IV.10)

3

= í i =1

D S

2 2 J ..

l ,J - 2 (~Y I .. + p .. + l ,J l ,J

+ 2 ( 1 - V) (-:_) 2

(I . . + H. . )] -s l,J l,J

t Cl

- a*-4

[J . + ( 1 - a) J . + -- N • + ( 1 - a) J .] l ,J 2 ,J b 2 ,J 3 ,J

w

(IV.11)

A aplicação do critêrio de Trefftz fornece as duas equa­

çoes linearizadas de equilibrio critico:

A1 V2 1 + A2 V2 2 ' '

= o

= o

(IV.12)

As equaçoes (IV.12) constituem um problema de autovalor

do tipo:

(IV.13)

onde

Page 83: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

69

,, ] u =

A2

3 s l(~f - 2 (~f KE (k, l) = l D- J .. I. . + P .. +

i =1 4 l ,J l ,J l ,J

1T 2 J +2(1-v)(-) (I .. +H .. ) s l ,J l ,J

t ( 1T )2 l) = - - [J . 4 s 1 ,J

+ (1 - a) J . 2 ,J

a +--N .

b 2 ,J +(1-a)J .]

3 ,J w

e À e a tensão critica.

Na avaliação de ~E e ~G

j = para k = l = 1

j = 2 para k ,, l

j = 3 para k = l = 2

A resolução do problema para solução nao trivial requer

que

1 ~E - À ~G 1 = O (IV.14)

Assim obtem-se uma equaçao quadrática em À com a qual se

calcula a tensão crítica. Alem disso obtem-se

[1 A0

] onde

o autovetor

Page 84: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

70

A = o

[KE (1,1) - À KG (1,1)]

[ KE ( 1 , 2) - À KG ( 1 ,2) J

Então o modo critico tem a forma

1T X w. = v. cos ~~ 1cr 1c;r S

Y. = Y. + A0

Y. 1cr 11 12

(IV.15)

(IV.16)

O comprimento de meia onda Sê uma incõgnita do problema

jã que a tensão critica ªcr estã associada a ele. A determina­

ção de S associado ao menor autovalor ê feita iterativamente.

Para isto calculam-se os autovalores associados a três comprime~

tos d e me i a o n d a , por ex em p l o , S = 2 b f , S = 1 , 8 b f e S = 1 , 6 b f'

e por estes três pares de valores interpola-se uma parãbola co­

mo a da Figura (IV.1), obtendo-se assim o valor minimo

Para este Smin resolve-se novamente o problema de autovalor de­

terminando-se a tensão critica local, ªcr· Este processo pode

ser repetido, utilizando-se sempre o ultimo par critico calcula

do, atê que seja satisfeita a precisão desejada.

Page 85: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

71

Smin s

Figura Til. 1 - INTERPOLAÇÃO PARABÓLICA UTILIZADA NA DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO OE MEIA ONDA S ASSOCIADO AO MENOR AUTOVALOR.

IV.2. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos no cãlculo da tensão critica pelo

método do item anterior sao apresentados a seguir sob a forma

de gráficos e tabelas. Foi feito um estudo paramétrico envol­

vendo a relação entre larguras das placas, a tensão critica ºcr

e o parâmetro de excentricidade a.

Variação dos parâmetros geométricos

A Figura (IV.2) mostra, em linha cheia, a variação da

tensão critica para diversas configurações geométricas da seçao

enrijecida, obtida com as equações (IV.12). A curva tracejada

Page 86: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

72

2 2 '\= úcr ~ ~ - y) t{-l

7

6

5

4

3

2

l

o 0.2 0.4 0.6

b

b

08

lbw

aresta indeformável

JL: 50 t e= O

\ bordo livre

1.0

Figura JY.. 2- TENSÃO CRÍTICA PARA DIVERSAS ,. .

CONFIGURAÇOES GEOMETRICAS DE COLUNAS

COM CARREGAMENTO CENTRADO.

Page 87: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

73

tambêm apresentada nesta figura [15] se refere ã seçao U nao en

rijecida. Pode-se observar, comparando-se os resultados, o ga­

nho de eficiência da seção enrijecida em relação ã não enrijeci

da. Quanto ã seção enrijecida, vê-se que hã um continuo decrês

cimo da tensão critica com o aumento da largura da alma, sendo

mais acentuado no caso de bw/b > 0,6. Devido a isto utilizam­

se na prãtica seções com pequenas e medias larguras de alma em

relação ao flange.

A variação da largura do enrijecedor, b1 , praticamente

nao altera o valor da tensão critica. Este resultado decorre

da hipõtese feita para o modo de flambagem no qual a aresta de

junção alma-enrijecedor permanece reta apos a flambagem l oca 1

(ver a seçao III.2). Na verdade, isto ocorre sempre que a rigi

dez a flexão do enrijecedor ê suficiente para conter os desloca

mentos laterais da alma nesta aresta, como ilustrado na Figura

(IV.3a). Estes sao os casos prãticos correntes.

No caso de o enrijecedor nao ser eficiente neste sentido

a seção flamba no modo da Figura (IV.3b).

( a l

1 1 1 1 1 L __ _

(b)

1 1 1 1 1 _ __ _J

Fioura nz:.3 - MODOS DE FLAMBAGEM LOCAL: (a) ENRIJECEOOR EFICIENTE FLAMBANDO COMO PLACA - ARESTA DE JUNÇÃO PERMANECE RETA ; ( b) ENRIJECE DOR INEFICIENTE FLAMBANDO COMO COLUNA - ARESTA OE JUNÇÃO NÃO PERMANECE RETA .

Page 88: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

74

A consideração do modo de flambagem ilustrado na Figura

(IV.3b) conduziria a valores de tensão critica menores para re-

1 ações b1 /b pequenas, fornecendo de acordo com BULSON e ALLEN

[15] um grãfico do tipo mostrado na Figura (IV.4). Observando­

se este grãfico pode-se obter, para uma seçao com determinada

relação bw/b, a largura minima do enrijecedor, b1 , para que a

aresta permaneça retilinea. Por exemplo, uma seção com bw/b

igual a X2 precisa de um enrijecedor com largura maior que X1 b.

Ver modo da Figura ( nz:. 3o )

X1

bl crescente b

~ b

modo da Figura ( nz:. 3b)

Figura :ril.4 TENSÃO CRITICA PARA DIVERSAS CONFIGURAÇÕES GEOMÉTRICAS

CONSIDERANDO-SE O MODO DA FIGURA (N.3b) [15).

TIMOSHENKO e GERE [16] apresentaram o cãlculo da tensão

critica de uma placa isolada sob compressão uniaxial em seu pr~

prio plano com bordos apoiados sobre vigas elãsticas.

Page 89: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

75

Com esta anãlise simplificada pode-se obter as dimensões

necessãrias ãs vigas de bordo e conseqüentemente dOS enrijeced~

res para que os bordos permaneçam retilTneos assim como na hip~

tese feita nesta anãlise.

Baseada numa anãl ise similar ã descrita anteriormente, a

norma AIS! [24] fornece prescrições acerca da mTnima rigidez n~

cessãria a um enrijecedor para que ele confira apoio a uma pla­

ca adjacente. Segundo a AISI, seção 2.3.2.1, uma placa comprimi­

da pode ser considerada um elemento enrijecido se possui ao lo~

go de cada bordo paralelo ã direção de aplicação da carga um en

rijecedor com inêrcia mTnima em torno do eixo paralelo ã placa

passando pelo seu centroid~ igual a

I . = 1 ,83 t 4 /(bw/t)2 - 27560/Fy > 9 ,2 t 4 mm (IV.17)

onde FY e a tensão de escoamento do aço em MPa.

A Tabela (IV.1) mostra os valores mTnimos para larguras

de enrijecedor de uma seção U enrijecida de acordo com as pres­

crições da norma AIS!.

Tabela IV • 1 Valores ~ de b 1 de acordo com as pre2 - m1nimos crit;:ões da norma AISI para uma seçao u en-rijecida com b/t = 125 e feita de aço com

Fy = 227 MPa ( 2 3 , 2 kgf/cm 2 )

bw(mm) bw/t blmin(mm) blmin/b

20 25 6 , 3 O , O 6

40 50 8,2 0,08

60 75 9,4 O, 09

80 1 O O 1 O , 4 O , 1 O

Page 90: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

76

Na anãlise não-linear apresentada mais adiante neste tra

balho todas as seções estudadas estarão dentro do campo de vali

dade da hipõtese sobre o modo de flambagem da Figura (IV.3.a). Mui

tos dos resultados apresentados têm como exemplos seções com ra

zao b/t = 125,respeitando os limites dados na Tabela (IV.1).

Variação do parâmetro de excentricidade a

A Figura (IV.5) ilustra a variação da tensão critica,

o tomada como a tensão na junção flange-alma, para difere~ cri t' tes parâmetros de excentricidade e diversas configurações geom~

tricas. Observa-se que o valor desta tensão crítica sõ ê afeta

do pela excentricidade nas seções cuja razão bw/b ê maior que

0,4. A tensão critica de seções com pequenas larguras de alma

(bw/b < 0,4) ê determinada pelo flange por ser este a placa mais

esbelta. Sendo o flange carregado uniformemente este resultado

não ê surpreendente, jã que a excentricidade não altera o valor

da tensão critica do mesmo tomado isoladamente. Nas seções com

b /b > 0,4 uma excentricidade positiva provoca um aumento desta w

tensão critica em relação ao caso de a= O. Por outro lado,

uma excentricidade negativa provoca um decrêscimo desta tensão

crítica.

Como se pode observar no diagrama de tensões da Figura

(IV.5), a tensão crítica ºcr atuante na junção flange-alma nao

e, no caso de a negativo, a maior tensão atuante na seçao. Vê­

se, assim, que esta definição de tensão crítica não e adequada.

Entretanto torna-se difícil definir tensão crítica de maneira

satisfatõria jã que a tensão mãxima ocorre em pontos diferentes

da seção dependendo do sinal de a. Para contornar esta dificul

dade estuda-se a influência da variação do parâmetro a na carga

Page 91: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

77

2 K= crcrl2(1-\?) (Tbf

1 1l'2 E

7 E 6

5

y 4 1

()(( o ()( ) o

1 crer 111 1 1 crer 3 1

b

2 crcr(l-0() 1111 crcr(l-0<)

1

O(= l

O<=O

O<= -1

b ---125 t

~=02 b .

oL----+----+---,-----1-----+----0.2 0.4 0.6 0.8 w bw/b

... , Figura Il[. 5 - TENSAO CRITICA PARA DIFERENTES

PARÂMETROS DE EXCENTRICIDADE.

Page 92: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

78

critica local Per' como sera apresentado mais adiante.

A Figura (IV.6) apresenta a variação bw/b da tensão mâxi

ma, ºmax' atuante na seção para três valores de a. Para a= O

e a= 1 tem-se ºmax igual a ºcr ~ para a

de ºcr conforme o diagrama de tensões da

=-1,o eo max Figura (IV.5}.

dobro

A seguir examina-se a variação da carga critica com o p~

râmetro de excentricidade a.

Integrando as funções de tensões ao longo da seçao ob-

têm-se

a P = o 2 t [bf + b (1 - a)+ b ~ + b1 (1 - a}] cr cr w w 2

(IV.18)

Tomando-se por exemplo bf = 50 mm, b1 = 20 mm e t = 0,8 mm

constroi-se o grâfico da Figura (IV.7). Observando-se este gr~

fico conclui-se que um carregamento excêntrico na direção do

flange (a positivo) induz uma carga critica menor do que um car

regamento centrado. Por outro lado uma coluna solicitada excen

tricamente na direção do enrijecedor (a negativo) tem sua carga

critica local maior do que quando solicitada uniformemente. O

que esta figura mostra de forma mais clara ê a queda na eficiê~

eia da seção para relações bw/b maiores que 0,6, ilustrada pelo

patamar de carga que se vê nesta faixa.

Page 93: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

K' i

li

10

9

8

7

6

4

79

' 2 k' = <imax 12(1-v) tif

t 1l'2E t

O<=-t~ O<=t

1

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 J J 1 1 1 1 G máx. O<= -t

<imáx.1111

0.2 0.4 0.6 0.8

- .

bL = 0.2 b

.!...: 125 t

O(= t

O(= o

1.0 bw/b

Figura :az:. 6- TENSAO MAXIMA PARA DIFERENTES .. PARAMETROS DE EXCENTRICIDADE.

Page 94: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Per IKN)

20

15

10

5

o

80

+ b t

oc P{O<=O) bw

bl

Q2 0.4 0.6 Cl8 10

Figura llt. 7- CARGA CRÍTICA PARA DIFERENTES

PARÂMETROS DE EXCENTRICIDADE.

b=lOOmm b1=20mm t=08mm

Page 95: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

81

IV.3. COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados no item (IV.2) sao a

comparados com os obtidos pelo método das faixas

seguir

finitas

descrito por PRZEMIENIECKI [17] para câlculo de cargas cri-

ticas locais, sendo para isto utilizado um programa anteriormen

te implementado [18].

No método dos elementos de faixas a coluna e subdividida

em elementos de comprimento S como ilustra a Figura (IV.8). Ado

ta-se a hipõtese de que a aresta de ligação entre elementos pe~

manece reta analogamente ã hipÕtese feita neste trabalho. Isto

possibilita a consideração de apenas dois graus de liberdade: de

flexões e rotações da aresta. As funções deslocamento

elementos são descritas por uma variação senoidal na

nestes

direção

longitudinal associada a uma variação cubica transversal.

'r''t-1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

"--.i_

. Figura N.8 - DISCRETIZAÇÃO DA SEÇÃO NO METO DO

DAS FAIXAS FINITAS.

Page 96: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

82

O cilculo da tensão critica e feito atraves da solução

do problema de autovalor decorrente da equação de equilibrio

critico

onde ~E e ~G sao as matrizes de rigidez elistica e geometrica

da estrutura e U o ~etor de deslocamentos nodais. Como as ma­

trizes ~E e ~G dependem do comprimento da faixa S, adota-se o

mesmo procedimento descrito no final da seção (IV.1) para o cil

culo do valor de S associado ao menor autovalor À.

A hipõtese bisica sobre o modo de flambagem (arestas re­

tilineas) adotada no metodo das faixas finitas e a mesma do me

todo semi-analitico usado neste trabalho. Por outro lado as

funções deslocamento diferem em aproximações polinomiais no sen

tido transversal das placas.

No metodo semi-analitico a discretização consta de um

elemento para cada placa enquanto que no metodo ctas faixas fi­

nitas embora não restrito a uma sõ forma de seção, são necessa

rios mais elementos. Isto se deve ao fato de que as funções

deslocamento utilizadas no metodo semi-analitico sao mais refi­

nadas (polinõmios de mais alto grau), alem do uso do campo de

tensões. t importante ressaltar ainda que o metodo das faixas

finitas apresenta problemas numericos, o que não ocorre com o

metodo semi-analitico.

A Tabela (IV.2) apresenta os valores da tensão critica

associadas ao mesmo comprimento de meia onda S obtidos com os

dois metodos.

Page 97: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

83

Tabela IV.2 - Comparação de resultados. Valor da tensão critica para seções com b1/b; 0,2 e b/t; 125

bw/b Tensão critica (MPa) Tensão critica (MPa) Metodo Semi-Analitico Metodo das faixas finitas

1 elemento mais de um elemento por placa por placa (total de

elementos)

O , 2 72, 4 73,6 72, 3 ( 7)

O ,4 67,8 68,7 67,7 ( 7)

O , 6 64,8 65,3 64,6 ( 8)

finitas

Os resultados da anãlise numerica via metodo das faixas

com um elemento por placa são superiores aos do meto-

do semi-analitico e se aproximam destes com o acrescimo do nume

rode elementos. Para se obter valores coincidentes nos dois

metodos e necessãrio utilizar no metodo das faixas finitas mais

do dobro de elementos por placa em media.

Page 98: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

84

CAPITULO V

ANÁLISE NÃO-LINEAR DO COMPORTAMENTO PÓS-CRITICO

V.l. INTRODUÇÃO

No presente capitulo faz-se o estudo do comportamento

pÕs-critico de uma coluna sujeita a compressao excêntrica. Ini­

cialmente determina-se o equilibrio local, isto ê da seção tran~

versal, atravês da extremização da variação da energia poten­

cial total utilizando-se o modo critico. Este procedimento for

nece o diagrama de tensões e a deformada da seção. Uma vez co­

nhecida a distribuição de tensões pode-se determinar as resul­

tantes de carga axial e momento interno. O equilibrio global ê

posteriormente atendido igualando-se a carga e o momento exter­

no ãs resultantes internas. Os resultados obtidos atravês des­

ta anãlise são apresentados em forma de grãficos e comparados a

outros resultados teõricos e experimentais.

Page 99: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

85

V.2. ExTREMIZACÃO DA VARIAÇÃO DA ENERGIA POTENCIAL TOTAL:

EQUILÍBRIO LOCAL

Seja a coluna da Figura (III.1) submetida a um encurta­

mento nao uniforme caracterizado pelos parâmetros u* e a. Ava

riação da energia potencial total e dada pela equação (II.34).

A substituição, nesta expressão, da forma geral dos deslocamen­

tos transversais

n 11 X

w. = I w. Y .. cos --1 j=1 J lJ s

das derivadas das funções de tensão de Airy

F'. 1,xx

F~ 1,yy

4 112

= ---F. 52 l 2

E 112

2 11 X

cos ---5

2 11 X

= --- Y: + F'~ cos ---1 12 4 52 5

F'. = - F '. 1 ,xy 12

2 11

-- sen --­2 11 X

S s

( V • 1 )

(V. 2)

e de N~i dados da equaçao (lll.25), fornece, depois da integra­

ção segundo x,

Page 100: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

86

4

16 (-;) F21· 2 - S ( 1TS )2 F F" i, i 2 +

+ F'!2) + ( E 1T2 12 4 52

(F1. 2 F'! + F'. 2 )l dy. +

12 12 ~ l

y2 d 1 Y1 + v: (1 - a) dy 2 +

rbw a 2

+ J -Y 0 b

2

w (V. 3)

3

O termo I i = 1

1 " Ib·

0 (F 2 i F2 i + F '

2·) d l 21 yi se anua em virtude

a das 3

I i = 1

condições de contorno, uma vez que ê idêntico

F 2 i F~i 1

b' i •

Para o estudo do comportamento pôs-crítico inicial toma­

se o modo crítico (vide seção IV.1)

1T X Wi = W1 Ycr,i COS

s

onde

e W1 ê a magnitude do modo crítico; e as funções de

(vide seção 111.4)

F. = W21 [ F. 1 + A0 F. + A~ F. ]

12 12, 12,2 12,3

(V. 4)

tensão F. l 2

(V. 5)

Page 101: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

87

A variação da energia potencial total torna-se então

E t n4

} -a, 8 S

3

(V. 6)

onde os coeficientes a 1 - a 4 sao dados por:

(V. 7)

3 I:i Y2 ª2 = I y

cr, i --dy. com Y2 = o para i = 3 . 1 i = 1 bw

e Y2 = b w para i =

(V.8)

s• t2 rb· { [ (~f

2

ª3 = ' Y" \r] + 3 ( 1 - v2) n" J, cr,i

2 2

]} 1[

+ (1-v}[Y. V" . + y 12 • dyi 52 cr, 1 cr, 1 cr, 1

(V. 9)

3 t· [ 8 s' _ (=2Sn )2 Fi,)2] I

1 4 (F'! ª• = y . + dy.

i=1 0 cr, 1 E2 n" 12 1

(V.10)

cujas expressoes resultantes das integrações podem ser encontra

das no Apêndice B.

Page 102: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

88

A extremização do funciona1 ~V da equaçao (V.6)

---= o

conduz a

8 S u* W~ = --

2--- [a 1 + a (a 2 - a 1 )J

1T a,

para u* > u* cr

ª,

(V.11)

(V.12)

A distribuição de tensões atuantes numa seçao transver­

sal da co1una, para um certo encurtamento u* e um valor de a e

dada por

a2 F. l Fª~ FI! o = = + cos

Xi 2 11 l 2 ay. l

2 1T X

(V.13) s

e a deformada de cada p1aca pode ser obtida com a equaçao (V.4).

V,3, EQUILÍBRIO GLOBAL DA COLUNA

Na anã1ise apresentada aqui especifica-se o encurtamento

a que estã submetido o conjunto de p1acas, isto ê admite-se va

1ores para u* e a, e ca1cu1a-se a correspondente carga ap1icada

bem como os momentos atuantes na seçao.

A carga P resu1tante das tensões externas, e dada pe1a

integração da expressão da tensão axia1 ao 1ongo da seçao. Por

tanto,

Page 103: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

89

P = { 2 t Iboj (F11 + F12 cos i =1

dy. ;;;; l

3

= I i = 1 J

b· 2 t

1

o

2 1T X

(V.14)

Utilizando as condições de contorno dadas na seção (IIl.2)

obtem-se

3

p = í i=1 J

b· 2 t

1

o (V.15)

A redistribuição de tensões axiais devida ã flambagem l~

cal provoca um momento interno adicional que avaliado em torno

de um eixo passando pelo enrijecedor, e dado por

Ib

w "

0 F 21 Y 2 dy 2 J (V.16)

A substituição de F11 , da equaçao (III.23), fornece para

P e Mas seguintes expressoes:

u* onde N; = 2 E t

5

a (1 - -) + 2 bl (1 - a)] - --- w~ ª1

2 2 52

a 2

1T

(1 - -·-)J - --- bw w~ a 2 3 2 52

(V.17)

(V.18)

e a 1 e a 2 foram definidos na seçao (v.2i

Page 104: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

O termo

2 1T

2 s 2

90

2 W1

a1

na expressao de P representa uma r~

dução de carga em relação ãquela de uma solução linear, provoc~

da pela flambagem local e ilustrada na Figura (V.1) pela soma

das·ireas B1 , B• e B3 •

.. j__ N,(1-ot)

r

.. N,

s

* N,

Figura Y.1 - DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES APÓS A FLAMBAGEM LOCAL.

Para se obter a expressao do momento externo basta obser

vara Figura (III.1) para se concluir que

Mext = P (oc +d+ e) (V.19)

A expressao para a deflexão central ºe provem da manipu­

lação algebrica das equações (V.12), (V.17) e (V.18) e da rela­

ção geomêtrica

Page 105: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

91

d2 O 2 u* o. = = (V.20)

R dx 2 S bw

deduzida a partir da Figura (V.2), e onde 1 -R- e a curvatura de

um elemento na direção longitudinal.

S/2

>---.u•oc "\

,& = S/2 = - .u•cx R bw

• _I_ = -2.UOC R bwS

• • • Figura Y. 2 - DEDUÇAO DA EXPRESSAO DA CURVATURA

-DE UM ELEMENTO NA DIREÇAO LONGITUDINAL.

A equaçao (V.20), vãlida para uma coluna de comprimento

S, e aplicada a um elemento infinitesimal de coluna com

quer comprimento.

qual-

Para se chegar a equaçao diferencial da qual serã calcu­

lada a deflexão central ºc substitui-se inicialmente a equaçao

(V.12) nas equações (V.17) e (V.18) eliminando-se assim o coefi

ciente W1 • Obtem-se então:

Page 106: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

92

2

p = E t [-2-

5u_*_ (2 bf + 2 bw + 2 b1 - -

2-ª-1-) -

a,

M =

2 u* a

s

E t t 2 su*

ª2 + 2 b -­w a,

ª, ( bw + 2 bl - a--

a,

(bw (2 bf + bw -

2

(a2 - a, l) + TI bw 2 S

2

2

(a2 - a,)) +

ª, ª2 ) -a,

ª2 ª, J a,

2

2 TI

2 S2

u* a

s

A seguir escreve-se uma expressa o para u* a

a1 a 3 J a,

(V.21)

b2

(-:- +

(V.22)

partir da

equaçao (V.21), como abaixo:

[ p 2 u* a

(bw + 2 b1 -2 a1

(a 2 - a1 )) -u* = + t t s a,

2

TI a1 a, J _2 _5_2_ --a-,-- X

s

(V.23)

Substituindo-se a expressao (V.23) na equaçao (V.22) ob-

têm-se:

2 u* a M = P d* + ---- E !* - M* (V.24)

onde

Page 107: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

93

d*= bw (2 bf + bw) - 2 bw a1 a2/a 4

2 2 bf + 2 bw + 2 b1 - 2 a1/a 4

(V.25)

2 2 ª1 ª1 ª2 t [bw + 2 bl - ª4 (a1 - a2)J [2 bf + bw -

ª4 ]

t b2 I* = w 2 bf + 2 bw +

2 2 b1 - 2 a1/a 4

- [ b3w -2 ª2

(a1 - ª2~} ª4

(V.26)

ª1 ª, 2 ª1 ª2 E t 1T

2 (2 bf + bw -

l ª4 ª4 ª2 a, J M* = b a~ 2 S2 w 2 bf + 2 bw + 2 bl -

1 ª4

ª4 (V.27)

Finalmente substitui-se em (V.24) as expressões para M, d

26 equaçao (V.18),e para dx', equação (V.20), o que conduz a

equaçao diferencial

d2 6 M* E I* -dx-

2- + P 6 = - P ( e + (d - d*) + P)

cuja solução e

6 = [e + ( d - d*) + MP* J 'l'T-

rsec / P L' cos L ~

(V.28)

;--r- X - 1] /~

(V.29)

A deflexão central e obtida fazendo-se x = O na expres­

sao de 6:

6c =[e+ (d - d*)+ :* j (V.30)

Page 108: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

94

o-nde

p* = E

2 11 E I*

L2 ( V • 3 1 )

O significado fisico dos parâmetros envolvidos nas equa­

çoes apresentadas anteriormente e dado a seguir:

a) d* e a posição efetiva do centroide, contada a partir

do enrijecedor, apos a flambagem local;

b) I* e o momento de inercia reduzido da seçao apos a

fl ambagem loca 1 ;

c) P~ e a carga critica de Euler reduzida, para a qual

tende o caminho pôs-critico.

Quanto ao parâmetro M*, conclui-se, apos manipulação al­

gebrica da equação (V.27), que ele pode ser escrito como

M* = Per (d* - d) (V.32)

onde

E 2

1T ª3 per = --A = 0cr A

4 52 ª1

ou seja p . t e r 1 e a carga critica 1 oca 1 de uma coluna curta su-

jeita a compressao axial (a = o ) •

Uma vez conhecida a expressao para a deflexão ºe pode-se

igualar o momento interno, equaçao (V.18), ao momento externo,

equaçao (V .19), o que conduz a uma expressão da forma

Page 109: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

95

f (a); O (V.33)

para um dado valor deu*.

Conforme já mencionado, os maiores efeitos da flambagem

local sao:

- a redução da rigidez axial e rigidez de flexão;

a alteração da geometria efetiva da seçao, o que causa

variação na posição efetiva do centroide.

Devido a estes efeitos uma carga inicialmente concêntri­

ca se tornará efetivamente excêntrica, e uma inicialmente excê~

trica terá sua excentricidade efetivamente alterada. Se a li­

nha de ação da carga é fixa então o parámetro de excentricidade

dos encurtamentos axiais, a, tem de mudar para cada posição de

equilTbrio. O valor de a que fornece equilTbrio para um deter­

minado estágio de compressão u* é dado pela resolução numérica

da equação (V.33), via método de Newton-Raphson. Para o conhe­

cimento completo do comportamento põs-crTtico da coluna repete­

se este procedimento para diferentes valores de encurtamento do

flange u*.

V.4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O comportamento pÕs-crTtico local de colunas longas de

seçao transversal U enrijecida é mostrado a seguir através das

respostas carga x deslocamento bem como de diagramas de tensão

axial e deslocamentos transversais para diferentes nTveis de

Page 110: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

96

carga.

V.4.1. COLUNA SOB CARGA CENTRADA

Variação das propriedades geométricas da seçao

A posição efetiva do centroide d* e o momento de inercia

da seçao !* sofrem uma queda brusca no ponto crTtico

ilustra a Figura (V.3).

d* 1·

d i I d

0.78 -- 0.72 ----- --

.

1 P / Per l P/Pcr

conforme

--------1 1

- ·--== :;:::,, '

l b ....!'..:Q4 b .

b t=o.2

+=125

e = O

N

Figuro Y. 3- VARIAÇAO DAS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS ,,

APÓS A FLAMBAGEM LOCAL. DA SEÇAO

A linha cheia nesta figura indica o resultado obtido com

a anãlise apresentada aqui, isto e, utilizando-se o modo crTti­

co local. Na verdade as propriedades geometricas da seção con­

tinuam variando apõs a flambagem local conforme ilustrado pela

Page 111: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

97

linha tracejada; isto seria obtido combinando-se outros modos

com o modo crTtico. Entretanto, esta variação e bastante suave

[ 9] e para uma carga igual ao dobro da carga crTtica o erro que

se comete ao considerar-se !* e d* constantes apos a flambagem

local e geralmente desprezTvel.

Tipos de comportamento põs-critico

Baseados num modelo de Shanley bastante simples para co­

lunas sujeitas a flambagem local, THOMPSON e colaboradores [19]

inferiram o comportamento pÕs-crTtico de paineis esbeltos enri­

jecidos sob compressão axial. Os distintos comportamentos nao-

lineares, em função das cargas crTticas global PE e local PL'

quando comparadas ã carga critica de Euler reduzida P~, sao

ilustradas nas Figuras (V.4).

Observa-se nestas figuras que respostas pÕs-criticas es­

tãveis com acoplamento dos modos global e local existem somente

nos casos em que PL < P~, sendo instãveis nos outros casos. Ob

serva-se ainda que o equil1brio neutro associado ã carga crTti­

ca de Euler, PE, e usado apenas de forma ilustrativa jã que de­

corre da linearização da equação de equilibrio (uma anãlise nao­

linear indicaria uma resposta pÕs-crTtica estãvel associada ao

modo global).

No caso de PL > PE, Figura (V.4.a), a resposta não-li-

near acoplada ocorre para um ponto de bifurcação secundãria, S.

A partir deste ponto o equil1brio torna-se instãvel de forma ana

* loga ao caso em que PE < PL < PE da Figura (V.4.c).

A Figura (V.4.b) mostra o comportamento não-linear instã

Page 112: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

w

p aminho

w--P-L----::complementar

98

resposta nõo- linear racoplada

w

(e)

p

( b)

!perfeito

1 imperfeito

(d)

Figura JZ:. 4 TIPOS DE COMPORTAMENTO NÃO- LINEAR Ct9J

Page 113: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

99

vel da coluna quando hã coalescência das cargas criticas (PE = PL)'

conforme jã discutido na seção (II.2.3).

t interessante notar que os caminhos de equilibrio sao

simêtricos em relação ao eixo de deslocamentos globais ºc' isto

e, independem do sinal dos deslocamentos do modo local w (vide

a equação (V.12) que fornece os valores de W1 de equilibrio).

Os resultados numêricos obtidos com a anãlise apresenta-

da neste trabalho são mostrados na Figura (V.5) e constituem

projeções dos caminhos de equilibrio das Figuras (V.4) para es­

truturas perfeitas sobre o plano P x ºc· As colunas sob carga

centrada e de seção transversal como mostrado nesta figura têm

comportamento pôs-critico estãvel para indices de esbeltez meno

* res que 150 (para o qual PL = PE). Observa-se que a rigidez

das colunas diminui com o aumento das deflexões tendendo, em

função das aproximações adotadas, a um patamar relacionado a

* PE. Uma anãlise mais refinada indicaria uma mudança de compor-

tamento estãvel para instãvel nessas situações. Em particular,

para colunas com indices de esbeltez prõximos de 150 esta mudan

ça ocorreria para pequenas deflexões.

Para obtenção das curvas de comportamento instãvel o que

se faz normalmente e mudar o parãmetro de controle. No caso, o

ideal seria dar incrementos na deflexão lateral ºc e calcular a

carga P e o encurtamento axial u* correspondentes. Porem a ex­

pressao

(V.30)'

nao permite escrever P em função de ºe e conseqüentemente impe-

Page 114: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Q3

02

Oi

o

b ....!!.:0.4

b

b -1..:0.2

b

.....!!..:125 t e=O

1 O O

-------

-- --

r = raio de Qiração números acima das curvas são (ndlcH de Hbeltez L /r

w. 0.2 Q3 OA 0.5 0.6

/ I I Se

1 L \ \ \

Figuro :SZ::..5 - CURVAS CARGA x DESLOCAMENTO DE COLUNAS

SOB CARGA CENTRADA PAR A DIVERSOS

ÍNDICES DE ESBELTEZ.

Page 115: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 O 1

de a referida mudança no parâmetro de controle. A curva apre­

sentada na Figura (V.5) para índice de esbeltez igual a 170 foi

obtida com incrementos em u* a partir de ucr exatamente como nas

curvas de comportamento estâvel, mas com muito maior dificulda­

de devido ã grande sensibilidade numerica do processo neste ca­

so.

Este problema de instabilidade numerica pode ser contor-

nado simplesmente com a utilização direta da equaçao (V.30),

* atribuindo valores a P entre os limites PE e PL. Resultados nu

mericos assim obtidos para respostas instâveis são mostrados na

mesma Figura (V.5) pelas curvas tracejadas. Deve-se ressaltar

entretanto, que este procedimento não permite a determinação

das distribuições de tensão e deformada das seçoes transver-

sais, jâ que estes cãlculos dependem deu*.

A Figura (V. 6) mostra a variação das cargas críticas lo-

cal ( P L) e global ( P E) com a esbeltez do fl ange b/t. Para se-

çoes com b/t < 125 a coluna apresenta fl ambagem local antes da

global, o inverso ocorrendo no caso b/t > 125. Esta figura con

duziria a conclusão de que a esbeltez Õtima da placa e b/t = 125.

No entanto, conforme jã mencionado, a coalescência das cargas

críticas provoca um comportamento pôs-crítico instãvel, sensí­

vel a imperfeições iniciais. A presença de imperfeições locais

induziriam cargas de flambagem reduzidas em relação ã carga cri­

tica teõrica, como ilustrado naqueàa figura pela linha traceja­

da.

Carga iiltima te~rica

A variação da carga ultima teõrica com o indice de esbel

Page 116: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 O 2

t b

p ( kN)

15

i

bw

---

.J!!.. = 50 t

_!L = 25 t

..!:.... = 72.7 bw

__ coluna perfeita

___ coluna imperfeita

5"---------+--+-------+------tl~ 100 125 200 b /t

N •

Figura :st. 6 -VARIAÇAO DAS CARGAS CRITICAS LOCAL

E GLOBAL COM A ESBELTEZ DO FLANGE b / t .

Page 117: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

-p . Pult.b ult: ,r2 D

20

10

junçao flange-alma atinge escoamento

F s217MPa

\

\ \ \

\ \

\ \

'\ '\

'\..

-----T --------u;arga crítica local PL

t

'-'--- carga crítica de Euler PE

" "

comportame to instdvel

bw -.;-=0.4

bl -•02 b .

__!!_=125 t •=O

comportamento estável

--..1---------l--comportamento estáve I até a flambagem

L/r varia com L local

~ 100 150 176 200 L/r

Figura :sr. 7- CARGA ÚLTIMA TEÓRICA x ÍNDICE DE ESBELTEZ, PARA

COLUNAS SOB CARGA CENTRADA.

o w

Page 118: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

104

tez da coluna L/r para carregamento centrado ê apresentada na

Figura (V. 7), considerando-se a mesma seção transversal da Fig.':!_

ra (V.5). A carga ultima teõrica pode ser definida de três ma­

neiras. Para colunas com Tndice de esbeltez L/r < 150 a carga

ultima ê aquela para a qual a tensão na junção flange-alma ati~

ge o escoamento; este critério, obtido da anâlise elâstica, e

uma boa estimativa da carga de colapso [ 1 O J • Para

colunas com esbeltez entre 150 e 176 a carga ultima teõrica e a

carga crTtica local e para aquelas com esbeltez maior que 176

a carga ultima ê a de Euler PE. Estas três definições distin­

tas para a .carga ultima teõrica em função do Tndice de esbeltez

da coluna decorrem dos tipos de comportamento pÕs-crTtico anali

sados anteriormente nas Figuras (V.4).

Diagramas de tensão e deslocamento

A Figura (V.8.a) mostra os deslocamentos transversais das

placas na seçao mêdia da coluna (x = O} para diferentes nTveis

de carga centrada. Observa-se que as deflexões do flange sao

muito maiores que as da alma e do enrijecedor. Por serem pequ~

nas as deflexões destes dois elementos, elas são mostradas so~

mente para o maior nTvel de carga.

As tensões axiais ºx distribuídas ao longo desta seçao

sao mostradas na Figura (V.8.b) para os mesmos nTveis de carga

da Figura anterior. A carga indicada por '1' ê bem prÕxima da

carga crTtica local como se pode concluir da distribuição quase

uniforme das tensões neste nTvel. Para cargas maiores, as ten­

sões no enrijecedor continuam praticamente uniformes e na alma

uma variação acentuada com pequena não-lineari~ade pode ser ob-

Page 119: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

5 ( a )

=;:=-t---, o 5 05

1.0 w3 (mm)

250

200

150

100

( b)

b = 125mm

bw= 50mm

bl = 25mm

t = 1mm

...b....: 72.6 r

O" (MPa)-compress8o

i P= 19.83 kN

2 P= 25.43

3 P= 30.56

4 P= 35.21

5 P= 39.39

i

50

50

50 100

50 Q" (MPa) 2.5::tE=~=~ 3.4 100

Figura :SZ:. 8 -DIAGRAMAS DE DESLOCAMENTO ( a) E

TENSÃO ( b) PARA COLUNA SOB CARGA CENTRADA.

Page 120: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 O 5

servada. No flange ocorrem grandes variações não-lineares de

tensão axial, sendo portanto este elemento o mais afetado pelo

processo não-linear põs-critico local. Esta distribuição de

tensões ê tipica de seções transversais como aquela indicada na

Figura (V.8.b), na qual o flange ê muito mais largo que as al­

mas.

As Figuras (V.9.a) e (V.9.b) apresentam os diagramas de

tensões em seções prõximas ã seção mêdia da coluna: no no da

meia onda central (x = S/2) e a meio caminho entre o no e a se­

ção mêdia (x = S/4) respectivamente (vide Figura (111.1)). Ob­

serva-se, comparando-se com a Figura (V.8.b), que as tensões,

para um mesmo nivel de carga, sao maiores na seção mêdia (x = O)

e decrescem na direção do nõ (x = S/2). Pode-se notar

que a maior tensão axial na seção do nõ nao ocorre na

flange-alma mas num ponto prõximo ã ela no flange.

ainda,

junção

A evolução das distribuições de tensão o, com decrêsci-x

mo de carga, numa coluna de comportamento põs-critico instivel

ê apresentada na Figura (V.10). Estes resultados são referen­

tes ã resposta não-1 inear para L/r = 170 da Figura (V.5), na

qual se vê que para pequenos decrêscimos de carga desenvolvem-

se grandes deflexões laterais. O diagrama de tensões reflete

este comportamento atravês da variação de tensões que ocorre na

alma e no enrijecedor, estando este ultimo tracionado para o ni

vel de carga '4'. Pode-se notar que aspecto da distribuição de

tensões ê o mesmo de cal una de comportamento estivel, com varia

ção não-linear no flange e de pequena não-linearidade no enrij~

cedor e na alma.

Page 121: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

200 100

100

50

2 3,4

5

2

1

i

X= S/2

b = 125mm

bw= 50mm

bl= 25mm

t = 1mm

....b...: 72.6 r

X= 5/4

2

i

1 P = 19.83 kN 2 P =25.43

3 P =30.56

4 P =35.21

5 P =39.39

200

100

50

G ( MP o)- compressõo

200

G ( M Po)

Figura :st. 9 - DIAGRAMAS DE TENSÕES EM SEÇÕES PRÓXIMAS A SEÇÃO MÉDIA:

X•S/2 e X•S/4 (VIDE FIGURAm.1)

Page 122: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 P= 11.20 kN

2 P= 10.64

3 P= 10.36

4 P= 10.19

b = 100mm

bw= 40mm

bl= 20mm

t = 0.8mm

...b.: 170 r

107

Ci ( MPa)-compressao

50 100

i Ci ( MPa)- compress15o

Figura :lr. 10 DIAGRAMA DE TENSÕES PARA COLUNA • DE COMPORTAMENTO INSTAVEL

V.4.2, COLUNA SOB CARGA EXCÊNTRICA

As Figuras (V.11) mostram grãficos P/PE x ºc/bw de colu-

nas carregadas com diferentes excentricidades ,rel,a tivas,

e= e/(bw - d). Observa-se que as curvas para e> O constituem

projeções do caminho de equilibrio para estrutura imperfeita da

Figura (V.4.d) sobre o plano P x ºc· Isto significa que a ex-

Page 123: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

P/PE

0.4

02

i =·0.1

o Q1

100

81

8>0

d

-~

P/PE

Q8

06

0.4

Q2

b

bl

i= o.

b __!,. =0.4

b bw

.!!:._ =0.2 b

_!!_:125 t

P/PE

Q8

Q6

0.4

0.2

0.2 bclbw Q1 02 Q3 clbw Oi

nõmeros abaixo das curvas indicam índice de esbeltez L/r

Figura :lr.11- COMPORTAMENTO PÓS-CRÍTICO DE COLUNAS SOB CARGA EXCt.NTRICA

•=

i=0.1

0.2

• (b.-d)

0.3

o 00

Page 124: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

109

centricidade de carga tem efeito equivalente ao de imperfeições

no modo global.

A coluna sob carregamento centrado começa a desenvolver

deflexões laterais ó a partir da carga crTtica, pois neste pon c -

to hã uma mudança na posição efetiva do centroide. Então, se

a linha de ação da carga permanece fixa e a posição efetiva do

centroide se move em direção ao enrijecedor, o carregamento ini

cialmente centrado passa a ser efetivamente excêntrico na dire­

ção do flange.

As colunas sujeitas a carga excêntrica apresentam defle­

xoes laterais desde o inicio do carregamento sendo que a partir

da carga crTtica a excentricidade efetiva ê alterada devido aos

efeitos da flambagem local.

Observa-se ainda que a carga crTtica da coluna sob carga

excêntrica na direção do flange (e> O) ê menor do que para co­

luna carregada uniformemente. Jã a coluna sob carga excêntrica

na direção do enrijecedor (e< O) tem carga crTtica maior que

aquela sob carga centrada. Este resultado jã havia sido obtido

na anãlise linearizada e estã apresentado na seção (IV.2). En­

tretanto os valores de carga critica de colunas carregadas ex­

centricamente resultantes da anãlise não-linear diferem dos ob­

tidos pela anãlise linearizada, assunto este que serã discutido

a seguir.

As curvas apresentadas na Figura (V.11) para os casos de

carregamento excêntrico foram obtidas "percorrendo-se" o cami-

nho pôs-critico de equilibrio no sentido oposto, isto ê, com

decrêscimos de encurtamento axial u* a partir de um ponto de

equilTbrio em estãgio avançado de deflexão. O processo termina

Page 125: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 1 O

quando o caminho fundamental ê interceptado, o que ocorre no

ponto crTtico. A carga crTtica assim obtida para a coluna da

Figura (V.11) com e= 0,74 ê 10% menor que a obtida na anãlise

linearizada. Este resultado e conseqüência da hipõtese feita

de que o estado fundamental de equilTbrio ê um estado puro de

membrana, traduzido pela relação linear entre a carga e desloca

mento axial (vide equações (IJ.22)), como se ve na Figura (V.12).

Na realidade uma coluna sob carga excêntrica começa a desenvol­

ver deflexões laterais desde o inTcio do carregamento nao sen-

do, portanto, o estado fundamental um estado puro de

neste caso.

membrana

A Figura (V.13) mostra a comparaçao entre os comportame~

tos não-lineares de uma coluna longa sob carga excêntrica obti­

dos considerando-se ou não a deformabilidade da seção transver­

sal. Quando não se leva em conta os efeitos da flambagem local

a equação (V.30) se reduz a

7T

ºc = e [sec -2- /P - 1] /~

(V.34)

que descreve a resposta prê-crTtica local de uma coluna carreg!

da excentricamente. O que esta figura mostra claramente ê a

grande redução de carga mãxima devida ã interação entre os mo­

dos local e global. Observa-se, neste caso em que PL < PE, que

o inTcio desta interação não-linear se dã de forma

reduzindo largamente a capacidade da coluna.

prematura,

Page 126: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

P/

03

Q2

Ql

1 1 1

caminho fundamental L linear 1 Per (AL)

,/

L__ecr (ANL)

b L/r:100

!!..:04 b .

b +=0.2

T =0.74

AL - análise linearizada

ANL-anâlise não-linear

'---------º-ºminho fundamental nélo-linear

o L--:t-'.~::t=-----:t::----::t-:-:t-::------4!~ O.t 0.2 03 OA Q5 JJ."/ S "/..

Figura Jr. i2 - DIFERENÇA NOS VALORES DE CARGA

CRÍTICA OBTIDOS COM A ANÁLISE LINEARIZADA E

COM A ANÁLISE NÃO-LINEAR.

0,331t------------- PL / PE

'::" = 0.4 ...!:....100 r

"i'-= o.2 • = o,74 i e/ bw

Figura Jr'.13- IMPORTÃNCIA DA CONSIDERAÇÃO DA

DEFORMABILIDADE DA SEÇÃO NA RESPOSTA

NÃO-LINEAR DE UMA COLUNA LONGA.

Page 127: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

11 2

V.5. COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados na seçao anterior sao aqui

comparados com outros resultados teõricos e experimentais.

Os resultados obtidos por LOUGHLAN e RHODES [9,10] com o

mesmo mêtodo de análise deste trabalho, levaram em conta o aco­

plamento de dois modos pÕs-crTticos na serie da função desloca­

mento

TI X

cos -­s (V.35)

permitindo, desta maneira, uma variação continua das proprieda­

des geomêtricas da seção, como indica a linha tracejada da Fig~

ra (V. 3) .

A Figura (V.14) mostra uma comparaçao entre resultados

desta análise não-linear e aqueles obtidos no presente traba-

lho. Nota-se, como esperado, que o comportamento da coluna con

siderando-se o acoplamento entre dois modos (equação (V.35)) e

mais flexTvel - pelo menos para estágios avançados de deflexão -

que aquele indicado pela presente análise, a qual considera ap~

nas um modo põs-crTtico na forma do modo crTtico. Observa-se,

para L/r = 100, que para cargas atê 50% maiores que a carga cri

tica os resultados são coincidentes e as tensões atuantes na se

cão para este nTvel de carga são aproximadamente iguais ãs mos­

tradas pela curva 4 da Figura (V.8.b). Assim, como a presente

análise conduz a resultados idênticos a esta outra mais refina-

da para nTveis de carga e tensões bastante elevados, ê vãl ida

sua utilização para estimativas de carga ultima, pelo menos

Page 128: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

11 3

para colunas constituídas de aço comum. Para uma coluna como a

da Figura (V.14), feita de aço com tensão de escoamento igual a

232 MPa (33 ksi), a tensão na junção flange-alma atinge o escoa

menta para uma carga igual a 1,7 Per· Neste ponto, para a cal~

na com L/r = 100, os resultados das duas anãlises são pratica­

mente iguais.

01'

0.6

0.5

0,4

0.3

Q2

Oi

o

(um modo pós-crítico na forma \ do modo crítico

LOUGHLAN e RHODES­acoplamento de dois modos pós-crítico

+=125

b ....!!... =0.4

b

~=0.2 b

b e:o tt Jbw

bl

curvas para L / r = 100

Oi 0.2 03 04 ~clbw

Figura Y.14- COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS

OE LOUGHLAN E RHODES C9J E

OS OBTIDOS NO PRESENTE TRABALHO.

Page 129: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

114

Os resultados experimentais de HARVEY [21] sao utiliza­

dos para comparação com a carga ultima teõrica obtida com o pr~

sente mêtodo semi-analitico e de acordo com os criterios jã ex­

plicitados na seção anterior. Observa-se na Figura (V.15) que

os resultados experimentais, embora distribuidos prõximos aos

teõricos, situam-se abaixo da curva de carga ultima. Isto jã

era esperado, uma vez que os resultados teõricos não prevem as

imperfeições tais como efeitos de tensões residuais, de .dobra­

mento a frio das chapas metãlicas e imperfeições geomêtricas no

modo local. Observa-se ainda, embora não se possa tirar nenhu­

ma conclusão a respeito, que a curva para carga critica local

constitui um limite inferior para estes resultados

tais.

ei,perimen-

Page 130: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Pult

25

20

15

10

5

o

1 1 5

76.2 mm

0.914m{ Jbw

®

® ........

9.525mm

junçao flange - alma atinge escoamento

e::->

i = o. L = 914.4mm

E = 170500 MPo

fy= 217 MPo

v = 0.25

'®...._ \ hie_érbole de Euler ,.,., ® \ / ~ ® < ----:;,- -- ' 7 --~---'...::...

{arga crítica local

~ Resultados experimentais de Harvey

_ Carga última teórica pelo método semi - analítico

L / r varia com bw

20 40 60 80 100 120 L/r

.. Figura 'JZ:. 15 - COMPARAÇAO ENTRE AS CARGAS

ÚLTIMAS TEÓRICAS E OS RESULTADOS EXPERIMENTAIS

DE HARVEY C2iJ

Page 131: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 1 6

CAPÍTULO VI

COMPARACÃO COM NORMAS DE PROJETO

Vl.l. INTRODUÇÃO

Com a finalidade de comparar os resultados de carga ult~

ma teõrica obtidos neste trabalho com as cargas admissiveis pre~

critas por normas de projeto, apresentam-se os criterios de di­

mensionamento dados pelas normas da

- AIS! - Amenican Inan and Steel In-0titute [24]

- SAA - Standand-0 A-0-0aciatian 06 Au-0tnalia - AS1538 [23]

- CSA - Canadian Standand-0 A-0-0aciatian - S136 [25]

para o cãlculo de estruturas de chapas conformadas a frio.

Page 132: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

11 7

VI.2. AISI - 1980

A filosofia de projeto de colunas formadas por chapas d~

bradas a frio, sujeitas apenas a flambagem por flexo-compressão,

ê essencialmente a mesma daquelas de colunas formadas por per­

fis laminados. A importância da resistência põs-flambagem dos

el-ementos de placa e o problema da interação entre a flambagem

local e global são levados em conta atravês de um fator de for­

ma Q, introduzido nas equações gerais para colunas.

Para determinar o fator Q, assume-se que os elementos de

placa sao independentes entre si e têm sua capacidade de carga

calculada individualmente, conforme sejam elementos enrijecidos

ou não enrijecidos.

Largura efetiva de elementos enrijecidos

Para levar em conta a nao uniformidade do diagrama de

-tensões de uma placa apos a flambagem local, utiliza-se o conceito de

largura efetiva. O diagrama de tensões distribuídas não uniforme-

mente em toda a largura ê substituído por outro onde as tensões

sao uniformes numa largura be de tal maneira que a resultante

nao se altere. A expressão da largura efetiva be, originalmen­

te proposta por Von Kãrman foi modificada em função de dados ex

perimentais resultando em

t 1,9 ;;= (1 -

max

0,415

w/t F-) max

(VLl)

Page 133: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

11 8

onde

w = largura total da placa

fmax = tensão mãxima; ocorre no bordo da placa

Substituindo-se o valor do mõdulo de elasticidade e in­

troduzindo o coeficiente de segurança igual a 1 ,67 obtém-se

b e

664 --=--

t /f

com f em MPa.

145 l

w/t /f J (Vl.2)

A equaçao (Vl.2) e a fÕrmula (2.3.1-1) da norma AIS! a

ser utilizada no cãlculo de largura efetiva de elementos enrij~

cidos, sem enrijecedores intermediãrios, quando a razão w/t ul­

trapassa 449/~ com Fy em MPa.

Tensão admissTvel em elementos nao enrijecidos

Elementos de placa nao enrijecidos sao aqueles que pos­

suem um bordo livre paralelo ã direção de aplicação da carga e

outro apoiado. As tensões admissiveis para elementos de placa

não enrijecidos segundo AIS! estão ilustradas na Figura (Vl.1),

onde se podem distinguir três trechos:

a) Escoamento , w/t < 166;t~ , F y em MPa

b) Flambagem inelãstica., 166/~ < w/t < 378/~

Fc = Fy [0,767 - --1 o'

(w/t) /ÇJ ,

(VI.3)

(Vl.4)

Page 134: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

11 9

c) Flambagem elãstica , 378//Fy < w/t < 25

55120

(w/t)2

com Fc em MPa

Tensão F.yl-----,

escoamento 1

A

1 1 1 1 1

a 1

F. ------1,.. e 1 ',

1 ........ 6 l~o. 1 Qq~,-. ......... 1 9/:ÓOQ 1

1 ª'"e1', 1 "'/, .,,,. 1 ........ C'Q''' 1

1 1 '~ I 1 1 ... 1 1 1 ~ 1 1 1 1 1 1 1 1 1

ºo'-----'--------l--...L.---1-1ss 378 25 W/t ff., VFy

(VI.5)

Figura 1ZL l - TENSÃO ADMISSÍVEL EM ELEMENTOS NÃO ENRIJECIDOS.

Para valores de w/t maiores que 25 a norma permite o

aproveitamento de resistência põs-flambagem exceto em cantonei-

ras pois estas praticamente não apresentam esta resistência.

Para outras seções a carga crTtica nesta faixa (w/t > 25) si­

tua-se bem abaixo da tensão de escoamento, sendo as deformações

elãsticas. Para valores de w/t maiBres que 60 a seçao

deformação excessiva o que a torna indesejãvel.

exibe

Page 135: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

1 2 O

Então, para 25 < w/t < 60:

para cantoneiras

para outras seçoes

FC= 55120/(w/t)2

FC= 136 - 1 ,93 (w/t)

(VI.6.a)

(VI.6.b)

Tensões admissiveis em colunas sujeitas a compressao axial

A tensão critica de flambagem por flexão de colunas e:

0 cr ;;;; (K L/r)

2 (VI.7)

Et = mÕdulo tangente

K L/r = comprimento efetivo

A maioria dos aços utilizados na fabricação de perfis de

chapas finas como na de perfis laminados não possui limite de

escoamento definido e as caracteristicas do diagrama tensão-de­

formação dependem dos processos de dobragem ou laminação. Por

não ser possivel levar em conta estes fatores a equação (VI.7)

e aproximada conservativamente por

F2 } E ) ( K L/r)

2 (VI.8)

As colunas muito curtas têm como tensão ultima a prÕpria

tensão de escoamento; as colunas longas apresentam fl ambagem

por flexão ainda no regime elãstico e a eq. (VI.8) torna-se a

equação de Euler

Page 136: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 2 1

2 2 ºE ; 11 E/(K L/r) (Vl.9)

Dividindo-se as equaçoes (VI.8) e (VI.9) pelo coeficien­

te de segurança obtem-se as tensões admissiveis de colunas su­

jeitas a flambagem por flexão.

O efeito da flambagem local e levado em conta atraves

da introdução de um fator Q nas equações de tensões admissiveis

para colunas. O fator Q e um numero menor que 1 que representa

o enfraquecimento da seção (redução de rigidez) devido a flamba

gem local. Este fator depende da geometria da seção e e deter­

minado de maneira distinta conforme a seção seja composta de

elementos enrijecidos ou não enrijecidos.

onde

Para uma seçao composta de elementos enrijecidos

Q ; Q ; a (VI.10)

Aeff ; soma das areas efetivas dos elementos calculados

com a eq. (VI.2).

Para seçoes compostas de elementos nao enrijecidos

Q ; Q ; s

F c

F (VI.11)

onde Fc e tensão admissivel calculada com as equaçoes (VI.3) a

(VI.6) e F; 0,6 FY, tensão bãsica de projeto.

Finalmente, se a seçao tiver elementos enrijecidos e

nao enrijecidos

Page 137: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 2 2

Q (VI.12)

onde Aeff =somadas areas efetivas dos elementos enrijecidos e

das ãreas totais dos elementos não enrijecidos. O cãlculo de

Aeff ê feito neste caso tomando-se f igual a Fc, tensão referen

te ao elemento não enrijecido mais fraco.

O coeficiente de segurança para colunas sob compressao

axial ê 1 ,92, cerca de 15% maior que os coeficientes utilizados

para outras solicitações. Este aumento no coeficiente de segu­

rança serve para compensar a grande sensibilidade que apresen­

tam estas colunas face a imperfeições geomêtricas e excentrici­

dades acidentais de carga.

Introduzindo o coeficiente de segurança e o fator Q nas

equações (VI.8) e (VI.9) chega-se as equações (3.6.1-1) e

(3.6.1-3) da norma AIS!:

onde

e para K L/r ~_c_

,lQ"

[ Q Fy -Fa = 1 ,92

e para K L/r > _c_

IQ 2

rr E Fa =------~

1,92 (K l/r)2

(Q Fy)2 ( K L ) 2 J (VI.13)

4 rr2 E r

(Vl.14)

Cc = /2 1r2 E/Fy, ê o ln dice de esbeltez correspondente ao

limite superior de colapso por flambagem elãstica,defini­

do por urna tensão mêdia igual ã metade da tensão de escoamento

Page 138: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

123

r = raio de giração calculado sem redução da seçao

F = tensão admissivel de compressão axial a

Vl.3. AUSTRALIAN CODE AS1538

A norma australiana para cãlculo de estruturas formadas

por chapas dobradas a frio, AS1538, foi publicada pela primeira

vez em 1974 e revisada em 1976, sendo essencialmente baseada na

norma americana AIS! de 1968.

No que se refere ao cãlculo de colunas de paredes finas

carregadas axialmente a filosofia de projeto ê igual a da AIS!,

exposta anteriormente. As prescrições referentes a tensões ad­

missiveis de elementos nao enrijecidos e cãlculo de largura efe

tiva de elementos enrijecidos são idênticas as da norma AIS!.

O cãlculo da tensão admissivel da coluna comprimida de

carga centrada ê baseado na curva de Perry, que fornece o valor

da tensão media no instante em que a tensão mãxima atinge o es­

coamento. A consideração do efeito de flambagem local ê feita

também com o uso do coeficiente Q.

onde

O cãlculo da tensão admissivel Fada coluna ê dado por

n = parâmetro de imperfeição

F0

c = tensão critica de Euler

(1 + n) F0/Q FY) J 2

Fac J Q F y

(VI.15)

Page 139: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

124

= coeficiente de segurança = 1,67

Q = fator de forma que leva em conta os efeitos daflam

bagem local .

Observa-se que as imperfeições sao consideradas de manei

ra explicita enquanto que na AIS! são levadas em conta generic~

mente atravês de um coeficiente de segurança maior.

O fator de forma Q para seções U enrijecidas ê determina

do da mesma forma que na norma AIS!, isto ê com a equação (VI.12~

Baseado na referência [22], HANCOCK [23] sugere que o cãlculo

de Q seja feito sem redução de tensão admissivel no enrijecedor

ou seja

Q = (VI.10)'

Este procedimento poderia ser justificado pelo fato de

que, para seçoes com flange muito mais largo que o enrijecedor,

este ultimo elemento permanece praticamente indeformado confor­

me se observou no diagrama de deslocamento apresentado na seção

V.4.1 (veja tambêm [22]).

Vl.4. CANADIAN CODE Sl36

A norma canadense para projeto de estruturas formadas por

chapas dobradas a frio teve sua primeira edição em 1963. A ver

são atual ê de 1974 e estã acrescida de modificações feitas Pº!

teriormente.

Page 140: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

125

Para o cilculo de colunas sob carregamento axial ê intro

duzido o coeficiente Q dado pela equação (VI.12), como nas ou­

tras duas normas. A tensão axial media da coluna, calculada sem

redução na seção, nao deve ultrapassar a tensão Q Fa, com Fade

finida como segue:

(a) quando Fp > F/2

(VI.16)

(b) quando FP ~ F/2

(VI.17)

,,2 E

F p = -, -, 9-2-( K-L-/ r_)_2_

Na determinação de Q, o coeficiente Qs, relativo aos ele

mentas nao enrijecidos, ê dado por:

(a) quando w/t ~ 0,37 /f/11,6 Fa

Q5

= 1,0 (VI.18)

(b) quando 0,37 /f/11,6 Fa < w/t :a 0,84 /r/11,6 Fa

( w ~) Q5 = 1,37 1 - 0,724 -t- / ~ (VI.19)

Page 141: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

126

( c ) quando 0,84 /T/11 ,6 Fa < w/t < 25

0,378 E Qs = (VI.20)

(w/t) 2 1 ,6 F a

(d) quando 25 < w/t :a 60

0,378 E Qs = para cantoneiras

(w/t) 2 1 ,6 F a

E w =------ ( 1 - O ,015 -)

t para as outras seçoes

1,6 x 103 Fa

(VI.21)

O cãlculo da largura efetiva de um elemento enrijecido e

feito atravês da seguinte equação, que independe da tensão atuante

1 ,64 /E - = -;::::;;::=::;:::;:::;:=­

t i Qs x 1 ,6 F a

VI ,5, ExEMPLOS E COMPARAÇÕES

(VI.22)

São apresentados a seguir exemplos de dimensionamento p~

las normas AISI, AS1538 e CS136, e comparações entre estes di­

mensionamentos, os resultados obtidos na presente anãlise e re­

sultados experimentais.

Seja uma coluna feita de aço com tensão de escoamento

igual a 232 MPa carregada uniformemente,com as seguintes dimen­

soes: b = 100 m, bw = 40 mm, b1 = 20 mm, t = 0,8 mm e L = 2000 mm.

Page 142: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

127

Dimensionamento pela norma AISI

- Cãlculo de Q

enrijecedor

w 20 378 - =-- = 25 <--

t 0,8

Fc = 136 - 1,93 (w/t) = (Vl.6.6)'

= 136 .w 1 ,93 x 25 = H7,8 MPa

F 87,8 Qs

e = O ,63 = = 0,6 Fy 0,6 X 232

alma

w 40 449 = 50 > = 29,5

t 0,8 ~

[ 145 1

1 - J = 48 ,6 50~ t ~

(Vl.2)'

be = 38,9 mm

flange

w 100 = = 125

t O ,8

Page 143: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

128

t 189,o [

145 1 - __ l; 61,5

125 189,o j

be; 49,2 mm

176 - 0 ,8 ( 50, 7 + 2 X 1 , 1 )

176

Q; Q5

Qa; Ü,63 X 0,76; 0,48

- Câlculo da tensão admissivel Fa

K L e 2 n2 E/F /2

121 e y ; < -- ; ;

r /Q /Q

~ - (Q~Fy~)2

( Krl )2

] ; Fa;--- QFY-1 92 4 7[ 2 E '

; 0,76

2 210000/232 7T

./ 0,48

[ (111,4)

2 J ; --- 111,4 - ----- 121 2

; 46,6 MPa 1 ,92 4 n

2 210000

Carga admissível Pa ; 8,2 kN

Dimensionamento pela norma AS1538

; 193

(Vl.13)'

Câlculo de Q (sem redução de tensão no enrijecedor) [23]

--;-----b 664

e

t IU,6 X 232 [ 145

1 - ; 42 ,4 50 IÔ,6 X 232 J

be; 33,9 mm

Page 144: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

129

flange

b ; 40 ,6 mm e

176 - 0,8 (59,4 + 2 X 6 , 1 ) Q ; ; 0,67

176

Câlculo da tensão admissivel

,r' E I 2 210000 X 48103 Tf

Foc ; ; ; 141,6MPa L2 A 2000 2

176

Q Fy ; 0,67 X 232 ; 156 ,5 .. MPa

Q Fy 156,5 ; 0,25 ; 0,25 X ; 0,27

Foc 141 ,6

Substituindo-se estes valores na equaçao (VI.15) obtêm-se

F a ; 53 ,4 MP a P a ; 9 ,4 kN

Dimensionamento pela CS136

- Câlculo de Fa

n2 E

F p ; -1 -, 9-2-( K_l_/_r )-2- ;

F 232

/ 210000

1 , 92 X 121 2 ; 73,7 MPa

; ; 72 ,5 Fp > F/2 2 1 ,6 X 2

F2 1452

Fa ; F - ; 145 - ; 73 ,7 MPa 4 F 4 X 73,7 p

(VI.17)'

Page 145: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 3 O

- Cãlculo de Q

enrijecedor

w 0,37 /E/11,6 Fa <-= 25 < o ,84 /E/11,6 Fa

t

Utilizando a equaçao (Vl.19) obtem-se

Qs = 1 ,37 [ /

1 ,6 X 73, 7 J 1 - 0,725 X 25 ~~~~~ = 0,78

210000

alma e flange

b e 1 ,64 /E =

t

;

be = 62,6 mm

1,64 /21 ºººº = -----;~==;:::::;=::::;:;;::::::;-;- = 7 8 , 3

/D,78 x 1,6 x 73,7

176 - 0,8 (37,4)

176 = 0,83

Q = QS Qa = 0,78 X 0,83 = 0,65

- Carga admissivel

pa = Q Fa A= 0,65 x 73,7 x 176 = 8400 N = 8,4 kN

A Figura (VI.2) mostra a variação da carga admissivel Pa

com o indice de esbeltez L/r, para uma coluna de seção transver

sal, com geometria dada na mesma figura, de acordo com as dife­

rentes normas estudadas. Esta figura mostra tambem a carga ul­tima teõrica obtida neste trabalho, reduzida pelo coeficiente àe

segurança adotado na norma AIS! (y = 1 ,9t).

Page 146: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

- -Pu11 , Pa

20

10

AS2 ( sem redução de tensão ----L.__ no enrijecedor)

..L.':~~ 1.92 -------

Fy = 232 MPa

• = o

+= 125

carga Última teórica Pu1t

100 mm

---·-----·. -- __ ,,._"'= ____ ____:,,."s;::-________ ~-----

~-- - -- ---AS1 r·-·-. ---- ----·---·---~ ------=-~--.:; -:::,...-:-~

CSA AiSi ..._ ~

20 40 50 60 80 100 120 140 150 176

·1

JI40mm ~ 20mm

---

200 L/r

Figura Yr.2 - COMPARAÇÃO ENTRE A CARGA ULTIMA TEÓRICA E A CARGA ADMISSIVEL PRESCRITA POR NORMAS DE PROJETO.

w

Page 147: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

132

Para a Norma Australiana AS1538 sao mostradas duas cur­

vas: 'AS 1 ' para o coeficiente Q calculado com a equação (VI.12)

e 'AS 2 ' para Q = Qa' isto e, sem redução de tensão no enrijece­

dor, conforme comentado anteriormente na seção (VI.3).

Para índices de esbeltez L/r > 120 (colunas longas) os va

lores da carga admissível fornecidos pelas normas sao bastante

prõximos, inclusive no trecho de comportamento instãvel

(150 < L/r < 176). Para colunas muito longas utilizam-se, na

verdade as equaçoes gerais de coluna sem redução devida ã flam­

bagem local (Q = 1).

No trecho relativo a colunas curtas e medias (L/r < 120)

os valores de carga admissível dados pelas normas se afastam.

Em particular, a curva da Norma Australiana AS 2 (sem redução de

tensão no enrijecedor) dã valores bastante superiores aos das

outras curvas. Comparando-se estas ultimas curvas (AS 1 , AIS!,

CSA) com aquela de carga ultima teõrica, dividida pelo coefi-

ciente de segurança 1 ,92, conclui-se que, para este trecho, as

normas correspondentes fornecem valores bastante conservadores

no que diz respeito a segurança contra o colapso. Entretanto,

considerando-se que e indesejãvel a ocorrência de flambagem lo­

cal pode-se dizer (as curvas situam-se abaixo deste limite) que

as normas fornecem valores de tensão admissível satisfatõrios p~

ra a seção-tipo adotada.

A curva AS 2 , correspondente a utilização da Norma Austr~

lana, de acordo com a sugestão de Hancock (sem redução no enri­

jecedor), baseada na referência [22], indica um dimensionamento

nao seguro. Nesta referência, Rhodes e Loughlan desprezaram a

redução de ãrea do enrijecedor e da alma da seção U enrijecida,

apoiados no fato de que estes dois elementos, se comparados ao

Page 148: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

133

flange, ficam praticamente indeformados. Mas, contrariamente

a Norma Australiana, Rhodes e Loughlan propoem um mêtodo de di-

mensionamento filosoficamente c-0rreto, baseados na equaçao

(V.28), reduzindo somente a ãrea do flange. Os resultados as­

sim obtidos se revelaram precisos quando comparados a resulta­

dos experimentais. O que se conclui aqui, ê que a sugestão de

Hancock, embora justificada teoricamente, nao se aplica a Norma

Australiana que, como as outras duas, nao leva em conta adequa­

damente a interação local-global.

A Figura (VI.3) apresenta uma comparaçao entre a curva

de carga ultima teõrica, resultados experimentais e curvas de

carga admissivel de projeto em função de L/r, sendo ruma fun­

ção de bw. O enrijecedor não teve sua tensão reduzida (b 1/t =

= 10,4 - 0,37 ~) e por isso as curvas de AS1538 correspon­

dentes a AS 1 e AS 2 da Figura (VI.2) são coincidentes. Observa­

se que para estas seções, cuja esbeltez ê bem menor do que a da

seção da figura anterior, as normas conduzem a dimensionamentos

conservadores tanto no que se refere ao colapso quanto a ocor­

rência de flambagem local.

Pode-se dizer então, que para seçoes muito esbeltas, as

normas dão resultados apenas moderadamente conservadores, en­

quanto que para seções de esbeltez mêdia os resultados podem ser

extremamente conservadores.

Page 149: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

20

15

10

5

1 34

\ \

0

\ 0 0

)" carga cr1ti ca '-laca l '- 0 "e.,_

CSA

Ai SI

' ',

E = 170500 MPa 76.2mm I

<iy = 217 MPa

L = 914.4mm

~ = 83.4

1· • t t = 0.914m~ bw

-! f.--9.525mm

carga Última teórica

0

.............. .............

'0-._ -

0 Resultadas experimental, de Harvey [21]

L/r varia com bw

20 40 60 80 100 120 L/r

Figura 1ZI.3 - COMPARAÇÃO ENTRE A CARGA ADMISSÍVEL PRESCRITA POR NORMAS DE PROJETO E

• RESULTADOS TEORICOS E EXPERIMENTAIS.

Page 150: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 3 5

CAPITULO VII

COMENTARIOS FINAIS

Apresentou-se neste trabalho uma anãlise do comportamen­

to pôs-critico de colunas esbeltas através da aplicação do mét~

do de energia a nivel local, considerando a deformabil idade da

seçao transversal, e do método de equilibrio a nivel global pa-

ra a coluna como um todo. Mostrou-se que a interação

near entre os modos local e global de flexão nessas

não-li­

colunas,

formadas por associação de placas esbeltas, conduz a uma redu­

çao na carga de colapso.

A anãlise dos resultados aqui obtidos evidenciou algumas

caracteristicas importantes do comportamento estrutural das co­

lunas em questão:

a) a flambagem local provoca uma redistribuição das ten­

soes internas que, aliada ao acoplamento deste modo local com o

global, acarreta uma perda de rigidez axial e de flexão da colu

na ;

b) as respostas pôs-criticas sao estãveis apenas nos ca­

sos em que a carga critica local é inferior ã carga critica de

Page 151: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

136

Euler reduzida (PL < P~) e instãveis nos outros casos;

c) o comportamento pôs-critico nao e afetado pelo sinal

das deflexões no modo local;

d) nas seçoes U enrijecidas correntes, o flange e o ele­

mento mais afetado pelo processo não-linear pôs-critico local;

e) a excentricidade de carga tem efeito equivalente ao

de imperfeições no modo global e conduz a cargas criticas que

são menores do que aquela para coluna sob carga centrada quando

a excentricidade e na direção do flange e maiores quando a ex­

centridade e na direção do enrijecedor.

As aproximações adotadas para a presente anãlise revela­

ram, atraves de comparação com outra mais refinada, serem sufi­

cientes para demonstrar o mecanismo não-linear de flambagem,

alem de serem vãlidas para o cãlculo de cargas criticas e de co

lapso de colunas constituidas de aço comum.

As prescrições das normas americana AIS!, ,, ,australiana

AS1538 e canadense S136 conduzem a um dimensionamento seguro.

Para colunas curtas e medianamente longas, os resultados são sa

tisfatõrios quando a esbeltez da seção e elevada, entretanto sao

conservadores, quando comparados aos resultados teõricos e al­

guns experimentais, para seções com esbeltez media.

Alguns tõpicos podem ser citados como de interesse na

continuação desta linha de pesquisa:

a) a combinação de dois modos põs-criticos para

de colunas constituidas de aço de alta resistência;

b) a consideração dos efeitos de dobragem a frio.

estudo

Page 152: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

137

A -variaçio da tensio de escoamento ao longo da seçao po­

de invalidar o critêrio de estimativa de colapso funçio da ten­

sio de escoamento na junçio flange-alma;

c) o estudo da influência das imperfeições no modo lo-

cal ;

d) a interaçio nio-linear entre os modos local e global

de flexo-torçio.

Page 153: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

138

APENDICE A

RESULTADOS DAS INTEGRAIS APRESENTADAS NAS EQUACOES (IV.5) A (IV.9)

Placa 1

rbf

v: dy1

; A2

J + 2 A A J + A2 J

Jo 1 1,1 1 2 1,2 2 1,3

J l, 2

64

105

40 --!;

63 2

288

385

32 J + /;2 -- bf 1

45

32 288 J - -- /; + i;l /;2 bf

45 1 385

72 + -- /;~] bf

91

( A • 1 )

(A. 2)

Page 154: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

139

onde

pl 1

' [

144 = 4 - 16 l;l + -5- 1;~]/b~

= ~ 144 pl 3 -- - 2 E.:2

' 5

(A. 3)

onde

4 16 16 J I1 1 = [- - + -- E.:1 - -- /;

2 /b

' 3 5 7 1

f

11 2 '

=[--~+2 15

16 24 I; --+--/;

1 7 7 2

[ 16 48 36 I = - - + - I; - - /;

2j/b 1,3 7 9 2 11 2 f

(A. 4)

onde

Page 155: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

140

[

4 16 16 H1 1 = - + -- i;~ - -- 1; 1]/bf

• 3 7 5

H1 2 '

16 --1;

7 1

[ 16 48 36 J

H1 ' = -- - -- i; + -- 1;2 /b • 7 9

2 11 2 f

Placa 2

A~ J2 1 + 2 A1 A2 J2 2 + A~ J2 , '

(A. 5)

S, Y1 S2

[

"2

"1 Y1 Y21 " ª

J2 ,' = ~ - -~-2-- + -5- + 2 -~-\-~-'- ---+-'Jb 3 7 w

---+--- ---+---4 6 4 5

Y 1 B2 112 s, Y2 S1

7 5

S1 B2 J --- + --- bw

6 8 ---+---

J2 •' = ~ 11} __ 11_\_Y_2_ + _Y_

5;_ + 11 2

/2

- 2 s2 Y 2 s; J ·--- +-- bw

7 9

Jbw y,2 d

2 Y2 = o

2 Ai P2 1 + 2 A1 A2 P2 2 + A2 P2 3 . ' (A.6)

Page 156: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

onde

onde

12 1 '

I = 2 , 2

I 2 , 3 =

141

144

5

2 +-yi

3

4

- 2 B1 y i

14

6 + - sf]/bw

5

[- Y2 µ1 + 3 µ1 S2 + --y 3 1 Y2 ---y

5 1 S2 - 2 y 2 S1 +

+ 3 B1 S2 - Y1 µ2 + 2 µ2 S1J/(2 bw)

2 14 12 - µ2 Y2 + 3 µ2 B2 + -- y2

3 2 ---y

5 2 S2 +-- B2 7 2

(A. 7)

Jbw y '2 d

2 Y2 = o

A~ H2 1 + 2 A1 A2 H2 2 + A~ H2 3 ' ' '

(A.8)

H2 1

' = [µ2

1 - 2 µ y

l l

4 + -- y~ + 2 µ1 S1 - 3 Y1 B1

3

9 + - BfJ/bw

5

Page 157: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

142

4 8

3 - -- V

2 '2

4 16 Hz 3 = [µ~ - 2 ll2 Y2 + -- y~ + 2 ll2 B2 - --y2 132 +

' 3 5

16 +-- sn/bw

7

tw 2 o v: Y2 dy2 =

A2 N2 1 + 2 A1 A2 N2 2 + A2 N2 3 1 ' ' '

2 y2 µ1 B1 2 1 =l)l} - B~ J N s1 Y 1 - )l yl +--+ +--2 , 1 5 1

= [ ll14ll2 N2 2

'

6

+---5 7

3 7

+---5 6

+---+---Y 2 B1 B1 132 J --- + --- b2

8 6 7 9 w

y~ 2

8

(A. 9)

b2 w

N 2 , 3 132 + -- + -- B2

B2 Y 2 B~ J )l - --- + -- b2 2 4 1 o w 6 7

Placa 3

Os coeficientes J3

., P3 ,J., 13 • e H3 • sao ,J ,J ,J

calculados

com as expressões (A.5) a (A.8) substituindo-se

Page 158: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

143

µ. 1

por pi

Y· por - 1\ 1

B. 1

por 'i

bw por bl

Page 159: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

144

APÊNDICE B

EXPRESSOES DOS COEFICIENTES ª1, ªz, a3 E a4 DO CAPÍTULO V

Coeficiente a 1

Y2 • d y. cr, 1 1

3

= I i =1

2 [J. i + 2 Ao J. 2 + Ao J. , ] ,, ,, ,,

onde J .. estio definidos no Apãndice A. 1 • J

Coeficiente a 2

2 y 2 y -- dy cr,2 b 2

w

N2 1 =J +-~·-+

1 , 1

onde J . e N . estio definidos no Apãndice A. l ,J 2 ,J

i = 1 ,3

( B • 1 )

( B. 2)

Page 160: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

onde

145

Coeficiente a 3

54 t2 3 '1T

ª, = ------- }: [ (V" . -3 ( 1 - v2

) TI4 i =1 cr, 1

(-l' 5

+2 5'

( 1 - v) ( V . V" . + V' 2 • ) ] dy. = cr,1 cr,1 cr,1 1

54 t2 =------- [a + 2 A a + A' ]

O ª3 3 3 ( 1 - v2 ) TI

4

a . = 3 ,J

3

/. i = 1

'1T 4 [(-) J ..

5 1 ,J

(1 .. + H .. )] 1 ,J 1 ,J

3 , 1

- 2

o

'1T

(-)' 5

3 , 2 '

I .. + P .. + 2 (1 - v) 1 ,J 1 ,J

e J . . , ! .. , P .. e H .. estio definidos no Ap~ndice A l,J l,J l,J l,J

Coeficiente a 4

3 rbi

8 5' 2 '1T

}: 4 [F'! - ( )' F. ] 2} dy. ª4 = {\r, i +

i =1 ) o E' '114 12 5 1 2 1

r b. V 4 • - expressao de J o 1

dy. cr,1 1

Placa 1

4 V dy

1 cr,1 [Y4

l ,1 + 4 Ao y3

l 'l V 1,2 + 6 A2 y2

O 1 , 1 v'

l , 2

A a a A 4 y4 ] + 4 o yl l yl 2 + o l 2 dyl

' ' '

( B. 3)

'1T

(-)' 5

( B • 4 )

+

( B. 5)

Page 161: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

rbf y~ 1 yl 2

J o ' '

146

384 1 - 4 s l 945 1

40960

512

1155 + 6 s2

1

22016

45045

- 4 s' 1 + s' 1

2168 J

dyl

75075 3315

[ 512 6784 - b - s - f 1155 2

15015

18432 + 3 e e --- + 3 c21 '->1 '->2 '->

36855

- 3 s2

40960

75075

1441857 2168 - 3 s~ s2 ---- - si --- +

+ s' s 1 2

22 97295 3315

182272 J 285285

18432

( B. 6)

22016 +

45045

( B. 7)

40960

L 22016

= b - 2 i; --- - 2 s1 --- + f 45045

2 36855 75075

1441857 1177728 + 4 e e ----+ c22 ----<o1 '->2 '->

2297295 2297295

25231872 2168 - 2 s; s1 ----+ s~ ---

43648605 3315

182272 2 c2 e + c2 c2

- "1 '->2 --- "1 "2 285285

4566528 J 6891885

( B. 8)

Page 162: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

147

Ibf Y y 3 dyi i i 2 i o • •

40960

= bf [ 75075 - s i

2168

3315 - 3 s

2

1441857

2297295

Placa 2

182272

285285 + 3 s2

2

25231872

43648605

4566528 15488 - 3 si s~ ----

6891885 - si --- +

25935

25629696 J + si s1 ----

37182145

[ 2168

= b - 4 s f 3315 2

25629696

37182145

182272

285285 + 6 s2

2

31104 J + s' ---

2 43225

4566528

6891885

+

( B. 9)

(8.10)

+ 4 Ao y 3 2 , i

y + 6 A2 y2 y2 + 2,2 O 2,1 2 , 2

(8.11)

Page 163: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

fbw

y ~ 1 dy, ) o •

148

+ - (6 µf Yi + 4 µf S1) -7

(µ1 Yi + 3 Y1 µi S1) + - (6 µi Si+ Yi + 2 9

+ 12 Yi µ1 S1) + -- ( - 12 µ1 Y1 Si - 4 Yi S1) + 10

+ -- ( 4 µ1 Si + 6 Yi Si) - - Y 1 Si 11 3

1 + - s']

13 1

(B.12)

Page 164: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Y' 2 , 1

y 2 , 2

dy 2

= b r_1_ µ, µ2 w L 5 1

149

6

1 µ ) +-- (3 µ 1

2 S1 S2 + 3 µ 1 y~ S2 -2

1 o

+ -- (- 3 Y1 S~ S2 )

13

1 + -- s'

14 1

(8.13)

Page 165: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 5 O

= b [-1- µ2 µ2 w 5 1 2

1

3

1 µ2)+-

2 7 (µ2 y2 +

1 2

+ ~- (- 2 µ~ Y2 82 - 4 µ1 Y1 µ2 82 + z µ1 81 Y~ + 9

7

(8.14)

Page 166: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 51

Y2 i Y; 2 dy2 • •

rbw

Y' J O 2 , 2

6

+ -- (6 µ2 Y1 Y2 S2 + 3 S1 µ~ S2) + -- (3 µ1 µ2 S~ -1 O 11

3 - 6 µ2 Y2 B1 S2) Y1 S~ µ2 +-- S1 B~ µ2 +

4 13

+ -- µ S3 - -- y S3 + -- S S23] 14 l

2 15 l 2 16 l

(B.15)

6 Y2 + ~ µ2 y2 + ~ (- y3 µ2 + µ3 S2) +

7 2 2 2 2 2

12 + ~ (- 12 µ~ Y2 S2 + Yi) + -- µ2 Yi S2) + -- (6 siµ~ -

9 1 O 11

1 +-s'] 16

2

6 + y2 -- 2

13

4 4 s~ + -- µ2 s; - -- Y2 sl +

14 15

(B.16)

Page 167: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

As

I:f F" 2 d 12 Y1

153

expressoes para e. J

e K1 encontram-se no capitulo

=

11,2 11,2 i+j-s

I I ( i - 2) ( i - 1) (j - 2) {j-1)C. e. Y1

i=3 j=3 l J (i+j-5)

11,2 Gb + 2 l (i - 2) (i - 1) C; {K

1 G [e f X (i-3, bf, G) -

i=3

- X (i-3, O, G)J + K2

[eGbf 2 X (i-3, bf, G) +

II!.

·+

+ G eGbf X (i-2, bf, G) - 2 X (i-3, O, G) - G X (i-2, O, G)] -

- K3

G [e-Gbf X (i-3, bf, -G) - X (i-3, O, -G)J +

+ K4

[e-Gbf 2 X (i-3, bf, -G) - G e-Gbf X(i-2, bf, -G) -

- 2 X (i-3, O, -G) + G X (i-2, O, K2

l 3 -G)J} + -- G

2

- G X ( 1 , O, 2 G) J + 2 K1

K3

G4 bf - 2 K1

K4

G3 b2 f

(2 bf - G ~) + 2

2

+ ~ G [e 2 Gbf (4 + 4 G X (1, bf, 2 G) + G2 X (2, bf, 2 G)) -2

- 4 - 4 G X (1, O, 2 G) - G2

X (2, O, 2 G)J + 2 K2 K3 G3

(2 bf +

b3 (4 b - G2 _f_)

f 3

2

K3 ' - --G

2

+ K3

K4

G2

[2 e-zGbf - G e- 2 Gbf X (1, bf, - 2 G) - 2 +

K2 + G X (1, O, - 2 G)] - -

4- G [e-zGbf (4 - 4 G X (1, bf' - 1 G) +

2

+ G2

X(2, bf'-2 G))- 4+4 G X (1, 0,-2 G)-G 2 X (2, 0,-2 G)J

(8.18)

Page 168: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

Placa 3

= J bo l Y~r 3 dy3 '

152

[Y; 1 + 4 A, Y; 1 y3 2 + 6 Aii v; 1 v; 2 + ' ' ' ' '

+ 4 A~ Y3 , 1 v:, 2 + A~ Y~, 2 ] dy 3

(8.17)

Estas integrais sao calculadas com as mesmas expressoes

da placa 2 com as seguintes substituições:

onde

µ. 1

por P· 1

y. por -1

s. 1

por Ti

bw por bl

- expressao

Placa 1

F" 12

e. J

Kl

=

=

11,2

= I j=3

e. J ,1

K 1 '1

+ A o

+ A,

íl i

de I:i F'! 2 1 2 dyi

e. + A2 e. j = 1 ' 11 , 2 J ,2 o J '3

Kl,2 + A2 Kl , 3 1 = 1 ' 4

Page 169: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 5 4

onde

X(m,B,a) m- i m 2 m ( m - 1 )

B - + Bm- ----- + •.• + (-2 a a

m m! 1) -

am

(8.19)

Placas 2 e 3

J F,,2 d 22 Y2

J F" 2 dy 3 2 2

Utilizar a mesma expressao da placa 1 com as seguintes

substituições:

placa placa 2 placa 3

e. por Di e E. 1 1

K1 Ks K,

K2 KG KlO

K3 K1 K11

K, Ks K12

bf b bl w

(8.20)

Jb.

- expressao de 01

Fi 2 Fi 2 dy 2

Placa 1

Page 170: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

11,2 11,2

= I I i =1 j =3

155

i+j- 3 Y1

u-2) (j-1 l ci cj --- + i+j-3

11,2 Gb + l: e. {K

1 G [e f x (i-1, bf, G) - x (i-1, o, G)J +

. 1 l l=

+ K. [2 e Gbf X(" 1 b G) Gbf G X (. b G) 1- , f' + e 1, f' -

- 2 X (i-1, O, G) - G X (i, O, G)J -

- K3 G [e-Gbf X (i-1, bf, -G) - X (i-1, O, -G)J +

-Gbf ( . ) -Gbf ( . ) + K4 [2 e X 1-1 , bf, -G - e G X 1 , bf, -G -

- 2 X ( i -1 , O, -G) + G X ( i , O, -G) J} +

11 , 2

+ L (i-1) (i-2) C; i =3

(i-3, bf, G) -

- X ( i -3, O, G)J + ~ [eGbf X G

(i-2, bf, G) - X (i-2, O, G)J

K, -Gbf - - [e X (i-3, bf, -G) - X (i-3, O, -G)J -

G

K4 -gbf - -- [e X (i-2, bf' -G) - X (i-2, O, -G)]} +

G

G + K2

-· [e•Gbf - 1] + K1

K2 [e•Gbf + G e•Gbf X (1, bf,2 G) -l 2

- 2 X ( 1 , O, 2 G) - G X ( 2, O , 2 G) J + 2 K2 K3

b3 K2

2 f 3 + 2 K2 K4 G -- - -- G [e-•Gbf - 1] -

3 2

b" 2 f

[G bf + G --] + 2

Page 171: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

(8.20)

1 56

- G X (1, O, - 2 G) + 1] - < [- e-2

Gbf X (1, bf, - 1 G) +

G -2Gbf X + - e ( 2, bf, - 2 G) + X ( 1 , O, - 2 G) -

2

G --X (:l, O, - 2 G)J

2

Placas 2 e 3

Utilizar a expressao da placa 1 com as

- expressao

(8.21)

substituições

Page 172: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 5 7

Placa 1

11 , 2 i+j-1

11 2 K rbf 11 , 2 y , { 1 Gbf ( , ) J o F~ i dy i = I I e. e. + 2 I e. -- [e X 1-1, bf,G -

.; =1 j:1 1 J (i+j-1) ; =1 l G

(B.20).

- X (i-1, o, G)J + ~ [eGbf X ( ; , bf, G) - X (i, O, G)J -G

K3 Gb - - [ e - f X ( i-1 , bf' - G) - X ( i-1 , O , -G) J -

G

K __ •_ [e-Gbf X (i, bf, -G) - X (i, O, -G)J} +

G

K~ Gb K1 K2 Gb ___ [e 2 f _ 1] + [e2 f X (1, bf, 2 G) -

2 G G

- X ( 1 , O, 2 G)] + 2 K1

K3

bf + 2 K1

b2 f

K --+ • 2

( 2 , bf, 2 G) - X ( 2, O, 2 G) J + 2 K2

b3 K2 K _f_ - _3_ [e-2Gbf - 1] -

4 3 2 G

K3 K• Gb --~ [e-

2 f X (1, bf, - 2 G) - X (1, O - 2 G)]

G

K2

__ •_ [e-2Gbf X (2, bf' - 2 G) - X (2, O, - 2 G)J 2G

Placas 2 e 3

b2 f

K --+ 3 2

(8.2c)

Utilizar a expressao da placa 1 com as substituições

Page 173: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

158

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[ 1 ] BLEICH, F ., "Buckl ing Strength of Metal Structures",

McGraw~Hill, 1952.

[ 2 J NEUT, A. van der, "The Interaction of Local Buckl ing and

Column Failure of Thin-Walled Compression Members",

Proceedings of the Twelfth International Congress of

Applied Mechanics, Stanford University, 26-31 August

1968.

[ 3] MERRISON INTERIM DESIGN RULES, Appendix I to the Report

of the Committee of Inquiry into the Basis of Design

and Method of Erection of Steel Box Girder Bridges.

[ 4] GRAVES-SMITH, T.R., "The Ultimate Strength of Local ly

Buckled Columns of Arbitrary Length", Thin Walled

Steel Structures: Their Design and Use in Building,

Simpõsio no University College of Swansea, 11-14

September 196 7.

[ 5] WALKER, A.C., "Interactive Buckl ing of Structural

Components", Science Progress, Vol. 62, pp. 579-597,

1975.

[6] DEWOLF, J.T.; PEKOZ, T.; WINTER, G., "Local and Overall

Page 174: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

159

Buckling of Cold-Formed Members", Journal of the

Structural Division ASCE, Vol. 100, pp. 2017-2036,

October 1974.

[ 7 J HANCOCK, G., "Interaction Buckling in I-Section Columns",

Journal of the Structural Division, ASCE, Vol. 107,

pp. 165-179, January 1981.

[ 8 J RHODES, J.; HARVEY, J.M., "Interaction Behaviour of Plain

Channel Columns Under Concentric and Eccentric Loading",

Second International Colloquium on the Stability of

Steel Structures, Liege, pp. 439-444, 13-15 April 1977.

[ 9 J LO U G H LA N, J • ; R H O D E S , J • , " I n ter a e t i o n B u e k 1 i n g o f L i p p e d

[ 1 O J

Channel Columns'', Conference on Stability Problems in

Engineering Structures and Components, University

College, Cardiff, 12 - 14 September 1978.

-----, "The Interactive Buckling of Lipped Channel

Columns Under Concentric and Eccentric Loading'',

International Conference on Thin-Walled Structures'',

University of Strathdlyde, 3-6 April 1979.

[11] MAQUOI, R.; RONDAL, J., "Etude d'une gamme optimale de

profils creux carres et rectangulaires", Annales de

l 'Institut Technique du Bãtiment et des Travaux

Publ ics, serie Construction Metal l ique 91, nQ 409,

novembre 1982.

[12] DYM, C.; SHAMES, !., "Solid Mechanics. A Variational

Approach", McGraw-Hil l Kogakusha, 1973.

[13] WALKER, A.C., "Design and Analysis of Cold-Formed Sections'',

Page 175: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 6 O

International Text book Company Limited, London, 1975.

[14] LOUGHLAN, J., "Mode Interaction in Lipped Channel Columns

Under Concentric or Eccentric Loading'', Ph.D. Thesis,

University of Strathclyde, Glasgow, December 1979.

[15] BULSON, P.S.; ALLEN, H.G., "Background to Buckling",

McGraw-Hill Book Company, Great Britain, 1980.

[16] TIMOSHENKO, S.P.; GERE, J., "Theory of Elastic Stability",

McGraw-Hill Book Company, 1961.

[17] PRZEMIENIECKI, J.S., "Finite Element Structural Analysis

of Local Instabil ity", AIAA Journal, Vol. 1 I, n9 1,

January 1973.

[18] BATISTA, E.M., ''Interaçio entre flambagem local e global

em colunas de seçio U", Relat6rio Interno, Laborat6rio

de Estruturas do PEC/COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 1984.

[19] THOMPSON, J.M.T.; TULK, J.D.; WALKER, A.C., "An

Experimental Study of Imperfection - Sensitivity in

the Interactive Buckling of Stiffened Plates'', Internal

Report, Department of Civil Engineering, University

College London.

[20] THOMPSON, J.M.T.; HUNT, G.W., "A General Theory on

Elastic Stability'', Wiley, London, 1973.

[21] HARVEY, J.M., "Studies on the Interaction of Plate

Components of Structural Sections Under Selected Load

Conditions", Ph.D. Thesis, University of Glasgow,

August 1952.

Page 176: INTERACÃO LOCAL-GLOBAL NA FLAMBAGEM DE COLUNAS DE …pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/3635/1/161917.pdf · 2018. 2. 23. · interacÃo local-global na flambagem de colunas de seÇÃo

1 61

[22] RHODES, J.; LOUGHLAN, J., "Simple Design Analysis of

Lipped Channel Columns", 5th International Specialty

Conference on Cold-Formed Structures, St. Louis, 1980.

[23] HANCOCK, G., ''The Behaviour and Design of Cold-Formed

Channel s in Compression", Journal of the Austral ian

Institute of Steel Construction, Vol. 17, nQ 3, 1983.

[24] AMERICAN !RON ANO STEEL INSTITUTE, ''Specification for the

Design of Cold-Formed Steel Structural Members", AIS!,

New York, 1968 and 1980.

[25] CANADIAN STANDARDS ASSOCIATION, "Cold-Formed Steel

Structural Members", Standard S136, Ontãrio, 1974.