O Ensino de Português Língua Estrangeira na Andaluzia
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Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve
O Ensino de Português Língua Estrangeira na Andaluzia no âmbito do Plan de Fomento del Plurilingüismo
Disciplina: Políticas Linguísticas e Ensino de Línguas
Professor: Manuel Célio da Conceição
Ana Margarida Laranjeira Viegas
1
Índice
Introdução............................................................................................................................................3
PARTE I..............................................................................................................................................4
Antecedentes e enquadramento do Plan de Fomento del Plurilingüismo......................................5
1. Segunda Modernización de Andalucía – Estrategias y Propuestas.................................................5
2. Plan de fomento del plurilingüismo – una política lingüistica para la sociedad andaluza............6
2.1 As Medidas.........................................................................................................................7
2.1.1. Medidas de âmbito geral....................................................................................8
2.1.2 Medidas no âmbito dos centros bilingues...........................................................8
2.1.2.1 Auxiliares de Conversação...................................................................9
2.1.3. Medidas no âmbito das Escuelas Oficiales de Idiomas…................................11
2.1.4 Medidas no âmbito da formação de professores...............................................12
2.1.5 Medidas no âmbito da sociedade.......................................................................14
PARTE II...........................................................................................................................................15
QuaREPE - Quadro de Referência para o Ensino Português no Estrangeiro............................16
1. Enquadramento...............................................................................................................................16
2. O QuaREPE....................................................................................................................................16
3. O QuaREPE e o European Profile for Language Teacher Education.............................................17
PARTE III.........................................................................................................................................19
Análise de dados...............................................................................................................................20
1. Enquadramento...............................................................................................................................20
2. O programa “José Saramago”........................................................................................................21
2.1. Os alunos.........................................................................................................................21
2.2. Os auxiliares de conversação..........................................................................................22
2.3. Os professores.................................................................................................................23
3. Oferta formativa e certificação em Português Língua Estrangeira................................................23
3.1 Em Portugal (Algarve e Alentejo)....................................................................................23
3.2 Na Andaluzia....................................................................................................................24
3.2.1 Escuelas Oficiales de Idiomas...........................................................................24
3.2.2 Universidades....................................................................................................25
3.2.3 Outros cursos.....................................................................................................26
4. CAPLE – Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira.................................................27
Conclusão...........................................................................................................................................28
Bibliografia........................................................................................................................................29
2
Introdução
O mais recente estudo da BES Research sobre “Economia Portuguesa e a Lusofonia”
concluiu que o potencial económico da língua portuguesa engloba 4,6% do PIB mundial (1.979 mil
milhões de euros) e 2% do comércio internacional (441.9 mil milhões de euros), valores estes
movimentados por 3,6% da população mundial (253.7 milhões de pessoas).1 Na mesma linha, o
Instituto Camões encomendou ao ISCTE, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa,
um estudo sobre o valor económico da língua portuguesa, o qual resultou num livro – O Potencial
Económico da Língua Portuguesa (2012) – e que avança com a informação de que a língua
portuguesa ocupa 17% do PIB nacional, valor superior ao verificado em Espanha (15%).2 Com
apenas estes dados conseguimos perceber a importância que o português ocupa no panorama actual.
É vantajoso saber falar português. Gera riqueza.
E é disto que se trata: gerar riqueza. A Comunidade Autónoma da Andaluzia, pela Consejería
de Educación da Junta da Andaluzia, produziu em 2003 o documento Segunda Modernización de
Andalucía – Estrategias y Propuestas, o qual pretendia dar um novo impulso à sociedade andaluza
e promover o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras como forma de quebrar todas as
barreias a uma mobilidade plena. A este documento seguiu-se, em 2005, o Plan de fomento de
plurilingüismo – una política lingüística para la sociedad andaluza, o qual especifica as medidas a
tomar para conseguir uma sociedade plurilingue e pluricultural.
Da parte de Portugal, e em relação à promoção da língua portuguesa, salienta-se o QuaREPE
– Quadro de Referência para o Ensino Português no Estrangeiro, que, com base no Quadro
Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR) e no Portefólio Europeu de Línguas
(PEL), lança um documento de referência para o ensino do português no estrangeiro, com sugestões
de actividades e propostas de avaliação, sempre segundo os níveis do QECR.
Este trabalho está organizado da seguinte forma: uma primeira parte é dedicada aos
antecedentes (Segunda Modernización) e ao enquadramento do Plan de fomento del plurilingüismo,
com especial ênfase para 25 das 74 medidas contempladas no mesmo; a segunda parte compreende
o QuaREPE; e a terceira parte contém a análise da situação do português na Andaluzia, no que se
refere ao programa “José Saramago” e à oferta formativa e certificação em português língua
estrangeira.
1 "Língua portuguesa vale 4,6 por cento do PIB mundial” http://www.mundoportugues.org/content/1/10365/lingua-portuguesa-vale-por-cento-pib-mundial/ (última consulta: 19 Novembro 2012)
2 Costa, João. “Valor económico da língua portuguesa em livro” http://www.instituto-camoes.pt/comunicacao/encarte-jl/valor-economico-da-lingua-portuguesa-em-livro (última consulta: 19 Novembro 2012)
3
Parte I
4
Antecedentes e enquadramento do Plan de Fomento del Plurilingüismo
Num mundo cada vez mais globalizado, o geral parece estar a suplantar o particular. Há a
ideia comum de que todos estamos sob as ordens de uma cultura anglófona, que estandardiza todas
as outras. Mas a verdade é que estamos numa época em que o inglês já não é a língua, mas sim uma
língua; a cultura inglesa já não é a cultura, mas uma cultura. Hoje em dia, a educação passa pela
tolerância e valorização da diferença e do outro. E isto é possível pelo conhecimento de outras
línguas e culturas. Não só valorizamos o que é exterior, como também adquirimos uma capacidade
mais crítica para avaliar o que é nosso.
1. Segunda Modernización de Andalucía – Estrategias y Propuestas
Actualmente, vivemos na sociedade da informação e do conhecimento. E nenhum país, nem
região, quer ficar para trás. O documento Segunda Modernización de Andalucía, estrategias y
propuestas (2003) é disso prova. Este documento tem como objectivo dar um novo impulso à
sociedade andaluza, a qual não se pode ficar por uma modernização geral que caracterizou todos os
países a partir do século XVIII3. Pelo contrário, os órgãos políticos andaluzes constataram que a
sociedade da informação e do conhecimento está a evoluir a passos largos e que é urgente
mentalizar a sua sociedade de que é necessário continuar a progredir e que sem a sua participação
activa não é possível por em andamento qualquer plano de modernização. Pilar fundamental desta
modernização é a educação, pelo que para a primeira seguir em frente é necessário continuar o
investimento neste sector e particularmente no ensino de línguas estrangeiras, tendo em conta que o
mundo actual é uma autêntica aldeia global, caracterizada pelo constante fluxo de pessoas, bens e
serviços.
Efectivamente, é indispensável que a “Andalucía, todas sus instituciones, las fuerzas
políticas y los propios ciudadanos contemplen a la educación y a la investigación como su principal
proyecto colectivo; no como un gasto sino como la inversión más deseable”4, de modo a
conseguirem uma sociedade mais plurilingue e pluricultural, consciente de si e do outro. É,
portanto, importante torná-la, num primeiro momento, bilingue (espanhol-inglês), de modo a que os
estudantes saiam da sua formação obrigatória a dominar duas das línguas mais importantes do
momento. Não obstante, não se valoriza apenas a aprendizagem do inglês, tendo em conta que
3 Segunda Modernización – Estrategias y Propuestas, p: 214 Ibidem, p: 31
5
“conocer otras lenguas es una indiscutible ventaja adicional, ya que permite la accesibilidad a un
mundo más real, actual y completo. La persona que conozca más lenguas estará en mejores
condiciones para conseguir sus objectivos de vida en un mundo global y multilingüe. Y,
precisamente, de eso se trata, de tener ventajas para aprender, para enseñar, para vender, comprar,
investigar, comunicarse y para ser más feliz.”5 Também está previsto o algargamento do acesso à
Internet, assim como uma maior oferta de formação nas tecnologias da informação e comunicação.
Para que todos estes objectivos se cumpram, é necessário formar os professores, suma
prioridade desta Segunda Modernización no que toca à educação: “La introducción de las nuevas
tecnologias en la educación requiere equipamientos adecuados; pero también una intensa formación
y reciclaje del profesorado, cambios en los contenidos para adecuarlos a cada etapa escolar y a cada
materia, y un intenso proceso de formación pedagógica para el desarrollo de valores y habilidades
en el alumnado.”6 O investimento na sua formação é fundamental, já que são estes a transmitir os
novos valores aos futuros cidadãos em fase de formação. Num mundo cada vez mais global, é
fundamental formar cidadãos capazes de actuar e de se adaptar a situações distintas daquelas a que
estão habituados.
Com o objectivo de preparar a sociedade andaluza para um mundo globalizado e de a tornar
mais empreendedora, de modo a que cada cidadão andaluz consiga, com a sua formação, ser capaz
de evoluir economicamente a sua sociedade, começou a cimentar-se o caminho para o Plan de
fomento del plurilingüismo – una política lingüistica para la sociedad andaluza.
2. Plan de fomento del plurilingüismo – una política lingüistica para la sociedad andaluza
O Plan de fomento del plurilingüismo (2005) visa “mejorar las competencias lingüisticas de
la población andaluza en la lengua materna y, a la vez, dotarla de competencias plurilingües y
pluriculturales.”7 O conhecimento que se possuí de diversas línguas não fica armazenado
separadamente; pelo contrário, quando se aprende uma língua nova, está-se a actualizar todo o
reportório que já se possui e a usá-lo para aprender essa nova língua. De facto, o que já se sabe de
uma língua pode ser útil na aprendizagem de outra. Usando códigos linguísticos diferentes, os
alunos estão a ver a mesma realidade de pontos de vista diferentes, o que treina não só o seu
discernimento, como também a forma como comunica com os outros. O aluno torna-se mais crítico,
autónomo e empreendedor, o que melhora a sua língua materna e facilita a aprendizagem de novas
5 Ibibem, p: 466 Ibidem, p: 477 Plan de fomento del plurilingüismo p: 27
6
línguas.
Este documento enquadra-se no programa eleitoral do Partido Socialista Obrero Español e
pretende continuar o trabalho do Conselho da Europa e da União Europeia em relação à
aprendizagem de línguas estrangeiras, desta vez a nível local. Não obstante, existe sempre
objectivos económicos que se pretende alcançar, e esses objectivos não foram esquecidos:
“Porque la mejora de la lengua materna y el conocimiento de las lenguas extranjeras es un
elemento básico en la Segunda Modernización de Andalucía y necesitamos mujeres y hombres
emprendedores que desarrollen nuestros recursos naturales, creen empresas, pero que, al mismo
tiempo, sean capaces de dirigirlas profesional y adecuadamente. El conocimiento de idiomas es
fundamental para nuestro desarrollo económico. (…) Porque Andalucía tiene un potencial
económico y humano que debe salir de nuestras fronteras y ser un referente para otros pueblos de
España y de Europa. Ello requiere que los andaluces y las andaluzas que dirijan el futuro de
nuestra Comunidad se formen, aprendan las lenguas de otros pueblos y exporten los valores que
ancestralmente están arraigados en nuestra sociedad.”8
Tem como base diversos documentos, pelo que seria demasiado exaustivo enumerá-los a
todos. Assim, destacam-se a Resolução (69) 2, a Recomendação nº R (82) 18 e a Recomendação nº
R (98) 6 do Conselho da Europa; o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas:
Aprendizagem, Ensino, Avaliação (QECR); e o Portefólio Europeu de Línguas (PEL).
2.1. As medidas
Do Plan de fomento del plurilingüismo constam 74 medidas com vista à concretização dos
objectivos acima referidos, das quais seleccionamos 25, por considerarmos as mais relevantes. Em
linhas gerais, o objectivo é agir sobre toda a sociedade e não apenas sobre alunos e professores,
tendo em conta que esta nova modernização exige a participação de todos. Assim, as escolas devem
fazer uso dos programas europeus de mobilidade, organizar actividades extra-curriculares
relacionadas com o plurilinguísmo, criar uma mediateca plurilingue e organizar o novo modelo
curricular (CLIL)9, o qual deve incorporar conteúdos relacionados com a língua, a história e a
cultura espanholas, com a língua, história e cultura de todas as línguas estrangeiras usadas e com
todas as disciplinas não linguísticas como a história, a matemática, etc (as disciplinas não
linguísticas leccionadas em língua estrangeira não devem superar 50% do total de disciplinas do 8 Ibidem, p: 89 Content and Language Integrated Learning
7
aluno). No mesmo sentido, as Escuelas Oficiales de Idiomas, nas modalidades presencial, semi-
presencial e à distância, devem ter o seu modelo curricular de acordo com as directrizes europeias e
com o Plan de fomento. Os professores serão alvo de formação linguística e didáctica, mediante
acordos com Universidades e centros de formação de professores de países estrangeiros e a
frequência de cursos nas Escuelas Oficiales de Idiomas e nos centros del profesorado. Também está
contemplado o intercâmbio de experiências e a elaboração de materiais com professores
estrangeiros, períodos no estrangeiro para imersão na língua e cultura estrangeiras e para
observação de aulas. No que toca aos alunos, os conteúdos programáticos e os critérios de avaliação
devem estar de acordo com o QECR e o PEL; está contemplada a adaptação curricular para aqueles
com necessidades especiais, como os alunos imigrantes, que têm aulas na sua língua materna e em
espanhol (Almería foi pioneira com a A.T.A.L. - Aula Temporal de Adaptación Lingüística), a
educação à distância (por exemplo, para alunos hospitalizados), ou a língua gestual para os alunos
surdos; intercâmbios de alunos e programas europeus e nacionais como o “Idiomas y Juventud” e os
“campamentos de verano de idiomas”. Finalmente, o plano alarga o seu âmbito e desenvolve as
escolas de pais e mães, os quais, ao aprender línguas, não só incentivam os seus filhos a continuar a
estudá-las, como também estimulam economicamente a Andaluzia.
2.1.1. Medidas de âmbito geral:
1 – Ampliación del número de horas dedicadas al estudio de las lenguas en el currículo escolar
(mediante la anticipación lingüística en edades tempranas, aprendizaje de áreas no lingüísticas en
lengua extranjera, ampliación de la red de EEOOII).
7 – Fomento de la participación de los centros educativos en los Programas Europeos y,
especialmente, de los Centros incorporados al Plan de Fomento de Plurilingüismo.
8 – Fomento de los intercambios del alumnado y del profesorado com carácter general y,
especialmente, de los Centros incorporados al Plan de Fomento del Plurilingüísmo.
11 – Fomento de los hermanamientos entre centros educativos de diversos países.
13 – Apertura de una línea de investigación para la experimentación e implantación del Portfólio
Europeo de las Lenguas en todo el ámbito educativo.
2.1.2 Medidas no âmbito dos centros bilingues
14 – Reconocimiento de horas de actividad docente no lectivas para el profesorado que imparta el
currículo de áreas no lingüísticas en lenguas extranjeras.
8
15 – Elaboración de un plan de formación específico para el profesorado de los Centros Bilingües
que incluya estancias de inmersión lingüística.
17 – Incorporación de auxiliares de conversación a los Centros Bilingües.
21 – Ayudas para la elaboración de materiales didácticos y curriculares específicos, mediante
convocatorias de premios para trabajos ya elaborados y subvenciones para proyectos nuevos.
23 – Elaboración de un currículo integrado de lenguas y de las áreas no lingüísticas que se
establezcan.
25 – Elaboración de un plan de formación para padres y madres.
26 – Firma de convenios com instituciones extranjeras dedicadas a la difusión lingüística y
cultural.
30 – Reconocimiento de la escolarización bilingüe a través de una certificación en los documentos
de evaluación.
Actualmente, as línguas que se oferecem na modalidade bilingue são três: o inglês, com 733
centros escolares, o francês, com 59, e o alemão, com 12.10 Além destas línguas, os alunos têm
acesso a uma segunda língua estrangeira, que pode ser italiano, árabe ou português. Para ajudar o
professor, está o auxiliar de conversación.
2.1.2.1 Auxiliares de Conversação
Com efeito, a medida 17 refere-se à “incorporación de auxiliares de conversación a los
Centros Bilingües”. Apesar de alguns centros já contarem com estes ajudantes antes do plan de
fomento, a verdade é que este veio dar um novo impulso ao projecto.11
Estes auxiliares devem ser licenciados ou frequentar o último ano da licenciatura e pertencer
a determinados países, como é o caso de Portugal. Trabalham 12 horas por semana num ou mais
centros escolares ou Escuela Oficial de Idiomas que leccionem a sua língua de trabalho e recebem
uma bolsa de 700€ mensais em regime de alojamento e manutenção. Normalmente, encontram-se
na faixa etária dos 18 aos 30 anos (CAPARRÓS, 2010: 40).
A sua actividade está regulada pela Orden de 20 de junio de 2006, alterada pela Orden de 14
de septiembre de 2007, específicamente no art.º 3. Assim:
1. Desarrollarán su actividad durante doce horas semanales, que podrá realizarse a tiempo total en un único centro o ser compartida en otro centro adscrito. En cualquier caso, los auxiliares de conversación no serán responsables de la supervisión del alumnado y estarán acompañados siempre en el aula por el profesor o profesora del departamento al que estén apoyando.
10 La Educación en Andalucía 2011/2012, p: 6111 Guía Informativa para Centros com Modalidad de Enseñanza Bilingüe, p: 56
9
2. Posibilitarán la práctica de la conversación oral en la lengua extranjera objeto de estudio del alumnado.
3. Proporcionarán un modelo de corrección fonética y gramatical en la lengua extranjera correspondiente.
4. Colaborarán con el profesorado en la elaboración de materiales didácticos en la lengua extranjera correspondiente.
5. Acercarán al alumnado y al profesorado a la cultura del país donde se habla la lengua extranjera mediante la presentación de temas de actualidad y actividades lúdicas.
6. Llevarán a cabo cualquier otra actividad que le sea encomendada por la Consejería de Educación de la Junta de Andalucía.
O auxiliar não é, então, um professor, razão pela qual deve estar sempre acompanhado pelo
professor da língua estrangeira ou da disciplina leccionada em língua estrangeira. A sua função é,
sim, apoiar o professor na sua actividade docente. E este apoio dá-se, principalmente, ao nível da
comunicação oral e correcção fonética e gramatical de professores e alunos, o que levanta algumas
questões que, para já, não abordaremos. Além disso, também deve preparar materiais didácticos na
sua língua materna e dar a conhecer a sua cultura e a dos países que falam a mesma língua a toda a
comunidade escolar.
No site do Ministério da Educação, Cultura y Deporte estão uma série de documentos que
não só apresentam o sistema educativo espanhol como também fornecem informação aos auxiliares
sobre a sua actividade. No documento “Las funciones del auxiliar de conversación” e no “Guía para
auxiliares extranjeros en España” está discriminado aquilo que o auxiliar deve e não deve fazer.
Assim, não deve dar aulas sozinho, não deve planear as aulas sozinho, não deve disciplinar sozinho
e não deve elaborar, corrigir ou avaliar testes ou trabalhos sozinho. Pode ser pedida a sua
colaboração, mas nunca lhe deverão ser exigidos estes trabalhos, que são da exclusiva
responsabilidade do professor.
O auxiliar deve transmitir o interesse pela sua língua e cultura, de modo a formar alunos
plurilingues e pluriculturais, conscientes do outro e capazes de actuar numa sociedade pautada pela
diversidade. “Estudiar una lengua extranjera significa adquirir ciertas competencias de
comunicación básicas, estas son, leer, escribir, hablar, comprender... Pero también es mucho más
que eso, se trata de acercarse a la cultura del outro, adquirir outra forma de ver el mundo, entrar en
contacto con textos, autores, otras maneras de pensar... Y por esto, el hecho de tener a una persona
nativa en las clases de idiomas, aporta una serie de benefícios, que con la figura sola del profesor en
el aula, serían más difíciles de conseguir (CAPARRÓS, 2010: 42).
Este é chamado de auxiliar de conversação porque a sua principal função é a de melhorar as
10
competências de comunicação oral (compreensão e expressão oral) de alunos e professores. Deve
conseguir que os alunos falem e entendam o que diz, deve incutir estratégias de compreensão e,
quando não for entendido, deve moderar a velocidade e usar vocabulário básico, reformular o que
disse, recorrer à paráfrase, à repetição, a gestos, mímica, desenhos, etc. e, em último recurso, à
tradução, de modo a que o aluno consiga “aprender a compartir conocimientos, sentimientos y
opiniones en situaciones en las que rigen pautas de comportamiento lingüístico y social diferentes
de las propias (ORTEGA, 2003).
O ponto 3 do art.º 3 da Orden de 20 de junio é, na minha opinião, o mais controverso. A
maioria destes auxiliares não tem qualquer experiência de trabalho e muito menos experiência
docente. Como Ortega salienta, são uma “figura docente híbrida”, porque já não são estudantes, mas
também (ainda) não são professores. Sendo nativos de uma língua, têm muito menos conhecimento
sobre a gramática dessa língua do que um estrangeiro que a tenha estudado a fundo. Posto isto,
como pode ser exigido aos auxiliares que dêem formação linguística a professores e alunos? Como
lhes pode ser exigido ser “un modelo de correción fonética y gramatical en la lengua extranjera
correspondiente”? Não obstante, a verdade é que, “Gracias a ellos, en la mayoría de las ocasiones,
los alumnos y alumnas encuentran el grado de motivación que les falta a la hora de aprender un
segundo idioma ya que tienen la posibilidad de tener contacto y una exposición directa con la
lengua extranjera a través de ellos y transmiten al resto de la comunidad, la necesidad de aprender
lenguas, ofreciendo contextos reales en los que la situación comunicativa no es una mera
simulación, obligando al otro interlocutor, ya sean los propios alumnos o alumnas o incluso el
profesor o profesora, a realizar un esfuerzo por expresarse y comprender (CAPARRÓS, 2010: 40).
Seria interessante estudar esta política de língua relativa ao uso dos auxiliares de
conversação e tentar perceber que estratégias usam para formar a comunidade escolar e a sociedade
a nível linguístico e cultural, de modo a transmitir valores como a tolerância, o respeito pelo outro e
a motivação para continuar a formação ao longo da vida, quando nenhum deles tem formação nestas
áreas.
2.1.3. Medidas no âmbito das Escuelas Oficiales de Idiomas
33 – Desarrollo del nuevo currículo de estas enseñanzas (EOI).
36 – Desarrollo de cursos para la actualización de conocimimentos de idiomas para la formación
del profesorado, especialmente del profesorado de los Centros Bilingües.
37 – Programa de formación para el profesorado de las Escuelas Oficiales de Idiomas sobre el
Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas.
11
As Escuelas Oficiales de Idiomas (EOI) têm o currículo de acordo com o QECR e o PEL e
os seus certificados “son los únicos com validez oficial de carácter no universitario en lo que
respecta a idiomas modernos en todo el estado español.12 Existem, neste momento, 50 EOI na
Andaluzia.
2.1.4 Medidas no âmbito da formação de professores
44 – Desarrollo de cursos de formación del profesorado para la mejora pedagógica en relación com
las teorías comunicativas, en los Centros de Profesorado.
45 – Programas de formación para el profesorado de lenguas y de áreas no lingüísticas sobre
metodología, tomando como referencia el Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas:
aprendizaje, enseñanza, evaluación y el Portfolio Europeo de las Lenguas, en los Centros de
Profesorado.
47 – Desarrollo de cursos intensivos de formación de lenguas extranjeras para el conjunto del
profesorado, especialmente el de los Centros Bilingües, en las Escuelas Oficiales de Idiomas.
48 – Gratuidad de los cursos para el profesorado involucrado en el Plan de Fomento del
Plurilingüísmo en Escuelas Oficiales de Idiomas y otras Instituciones colaboradoras.
50 – Concesión de licencias de estudio específicas (cursos de idiomas en el extranjero,
intercambios puesto a puesto, estancias en centros educativos extranjeros, etc.) para la formación
en lenguas en el extranjero.
Em suma, serão reconhecidas horas de actividade docente não lectivas aos professores que
leccionam disciplinas não linguísticas para preparar os materiais e as aulas, serão concedidas
licenças para estudar no estrangeiro (períodos de imersão linguística e cultural, etc.), serão
promovidos intercâmbios de professores, serão promovidos cursos de línguas e didáctica nas
Escuelas Oficiales de Idiomas e nos Centros del Profesorado e serão feitas diversas acções de
formação, como por exemplo sobre o uso do Quadro Europeu Comum de Referência ou o
Portefólio Europeu de Línguas.
Estas medidas vão ao encontro das medidas do European Profile for Language Teacher
Education – A Frame of Reference, documento que visa ser uma referência para a elaboração de
cursos de professores em toda a Europa:
12 http://www.juntadeandalucia.es/temas/estudiar/otras/idiomas.html (última consulta 8 de Novembro de 2012)
12
Assim:
5 - Experience of an intercultural and multicultural environment. 35 - Training in social
and cultural values. 36 - Training in the diversity of languages and cultures. 37 - Training
in the importance of teaching and learning about foreign languages and cultures. O
professor deve estar consciente da diferença e saber lidar com ela, ao mesmo tempo que
deve dominar os conceitos de “multicultural” e “intercultural”, tendo em conta que estes
interferem no processo de ensino e aprendizagem de línguas.
6 - Participation in links with partners abroad, including visits, exchanges or ICT links. 30
- Training in developing relationships with educational institutions in appropriate
countries. Um dos grandes objectivos do plano tem a ver com os irmamentos de centros e
com os intercâmbios, daí que seja fundamental que o professor estabeleça contactos no
estrangeiro.
7 - A period of work or study in a country or countries where the trainee’s foreign
language is spoken as native. 8 - The opportunity to observe or participate in teaching in
more than one country. O principal objectivo é que o professor seja um profundo
conhecedor do quotidiano e da cultura do país ou países cuja língua ensina. Deste modo,
alia à componente cultural as relações interpessoais com nativos da língua, acabando,
também, por melhorar as suas capacidades linguística. Além do mais, tem a possibilidade
de ver como funciona(m) a(s) sala(s) de aula de determinado(s) paí(ses), assim como de
participar nela(s). Não sendo possível dar aulas individualmente, é sempre interessante ter
a possibilidade de trabalhar em conjunto com outro professor, o que desenvolve as suas
estratégias de trabalho em equipa.
10 - Continuous improvement of teaching skills as part of in-service education. 14 -
Training in language teaching methodologies, and in state-of-the-art classroom techniques
and activities. 23 - Training in the critical evaluation, development and practical
application of teaching materials and resources. 33 - Training in Content and Language
Integrated Learning (CLIL). 17 - Training in information and communication technology
for pedagogical use in the classroom. 18 - Training in information and communication
technology for personal planning, organisation and resource discovery. Os professores
devem actualizar constantemente o seu conhecimento linguístico, didáctico e informático
13
e, se algum quiser, pode organizar workshops ou seminários de modo a formar os seus
colegas. Isto é importante no que toca à adaptação de materiais e conteúdos ao contexto
dos alunos.
20 - Training in the critical evaluation of nationally or regionally adopted curricula in
terms of aims, objectives and outcomes. 28 - Training in the practical application of
curricula and syllabuses. 34 - Training in the use of the European Language Portfolio for
self-evaluation. A questão da avaliação foi largamente tratada pelo QECR e o plano teve
isso em conta ao contemplar formação para os professores sobre o mesmo e ao querer
introduzir o PEL nas escolas andaluzas.
24 - Training in methods of learning to learn. 26 - Training in the development of
independent language learning strategies. 27 - Training in ways of maintaining and
enhancing ongoing personal language competence. 40 - Training in the importance of life-
long learning. Um dos grandes objectivos do QECR, do PEL e do Plan é que professores e
alunos sejam capazes de adquirir hábitos de estudo sozinhos e que se mentalizem da
importância de continuar a formação ao longo da vida.
2.1.5 Medidas no âmbito da sociedade
55 – Desarrollo de cursos específicos de lenguas para las famílias del alumnado de Centros
Bilingües a través de la puesta en marcha de escuelas de padres y madres.
56 – Desarrollo de convenios com la Radio y Televisión Andaluza, así como com otros medios de
comunicación de titularidad pública y privada.
61 – Puesta en marcha de un Programa de Adaptación Lingüística en los Centros que lo necesiten.
62 – Puesta en marcha de Programas educativos Conjuntos entre Andalucía y países de origen de
los imigrantes.
Como foi referido antes, para que esta Segunda Modernización surta os efeitos desejados é
necessário que toda a sociedade esteja envolvida, e a participação das famílias, dos meios de
comunicação e de outras entidades é fundamental, porque acabam por ser um ciclo de motivação e
de incentivo ao ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras.
14
PARTE II
15
QuaREPE – Quadro de Referência para o Ensino Português no Estrangeiro
1. Enquadramento
O art.º 16 da Lei n.º 46/ 86, de 14 de Outubro, Lei de Bases do Sistema Educativo,
contempla o ensino do português no estrangeiro como uma das modalidades especiais de educação
escolar. Este ensino pode ser feito de duas formas: ensino de português e ensino em português. O
primeiro é o ensino exclusivo da língua e cultura portuguesas; o segundo é o ensino em língua
portuguesa (disciplinas leccionadas em língua portuguesa) e engloba escolas portuguesas no
estrangeiro e secções bilingues e internacionais de escolas estrangeiras.
Com o objectivo da “valorização, dignificação e qualificação do ensino da língua e da
cultura portuguesa no estrangeiro, designadamente através da consolidação e certificação das
aprendizagens”13, foi criado o Quadro de Referência para o Ensino Português no Estrangeiro, o qual
permite “a elaboração e avaliação de programas, linhas de orientação curricular e escolha de
materiais pedagógicos e didácticos”14, assim como “a cooperação entre sistemas educativos e
intervenientes no processo educativo, visando o pleno reconhecimento, acreditação e certificação
dos cursos do EPE.”15 Foi, primeiro, aprovado a título experimental pelo Despacho n.º 21 787/2005
e, depois, pela Portaria n.º 914/2009, de 17 de Agosto de 2009, para vigorar a partir do ano lectivo
2009/2010.
2. O QuaREPE
Este documento é constituído por duas partes: a primeira, o documento orientador; a
segunda, tarefas, actividades, exercícios e recursos para a avaliação.
Tendo como base documentos como o Quadro Europeu Comum de Referência para as
Línguas: Aprendizagem, Ensino e Avaliação, o Portefólio Europeu dos Línguas e as orientações
curriculares para a Língua Portuguesa no sistema educativo português, o QuarREPE assume-se
como um recurso aberto, flexível e abrangente. Isto permite que seja adaptado a cada contexto, dada
a grande heterogeneidade do público-alvo, e que o professor adopte uma atitude reflexiva perante a
sua prática pedagógica e educativa, ao mesmo tempo que os destinatários desenvolvem a sua
13 Despacho n.º 21 787/2005 (2ª série), de 28 de Setembro de 2005, do Secretário de Estado Adjunto e da Educação, publicado no Diário da República , 2ª série, n.º 200, de 18 de Outubro de 2005 14 Ibidem;15 Ibidem;
16
identidade plurilingue e pluricultural.
Apresenta, ainda, as competências gerais a desenvolver e aquelas relacionadas com outras
áreas curriculares, como a História e a Geografia, “através das quais o aprendente acede a
referências fundamentais da vida, história e cultura portuguesas”16, e reforça a importância da
consciência intercultural. Também, e em linha com o QECR, aborda as competências comunicativas
em língua (dando alguns exemplos adequados ao contexto português). Finalmente, trata da
avaliação da proficiência em língua portuguesa do público-alvo mediante o recurso aos descritores
dos níveis de proficiência.
O segundo documento tem como objectivo a operacionalização das competências
enunciadas no documento orientador. Partindo das fichas modulares, que englobam as as
competências a desenvolver, os conteúdos gramaticais, o campo lexical, os exemplos de realizações
linguísticas e os textos, o professor deve adaptar os materiais aos alunos. Também são dadas
sugestões de trabalho consoante o nível de proficiência e recursos para a avaliação e testes de
diagnóstico.
A título de exemplo, na página 16 do documento orientador são sugeridos 14 temas:
identificação e caracterização pessoais; vida privada; casa; ambiente; escola; alimentação; compras
e serviços; tempos livres; viagens e transportes; higiene e saúde; trabalho e profissões; percepções;
relações sociais; actualidades. No documento tarefas, actividades, exercícios e recursos para a
avaliação são apresentadas fichas modulares por nível de proficiência dirigidas a três temas e
respectivos sub-temas: eu e a escola (sub-tema “vida escolar” para o B2 e “clubes escolares” para o
C1); tempos livres (sub-tema “férias e turismo” para o B2 e “culturas e viagens” para o C1); e
higiene e saúde (sub-tema “vida saudável” para o B2 e “saúde pública” para o C1). São, depois,
apresentadas sugestões de trabalho relacionadas com os temas anteriormente referidos e propostas
de avaliação que abrangem as competências em língua.
3. O QuaREPE e o European Profile for Language Teacher Education
Além do Plan de fomento, também o QuaREPE vai ao encontro do European Profile for
Language Teacher Education – A Frame of Reference porque tem como objectivos para o professor
um ensino mais autónomo, uma atitude mais reflexiva perante a sua prática pedagógica e a
capacidade de “apresentar opções e tomar decisões conscientes, coerentes e consequentes.”17 O
16 QuaREPE – Documento Orientador. p: 12.17 Ibidem, p: 9
17
professor é chamado a participar, no sentido em que não lhe é pedido que se ponha em frente a uma
turma e debite materia, mas sim que tenha consciência do público e que saiba adaptar materiais e
métodos de ensino, ao mesmo tempo que reflecte sobre o seu papel, sobre o que pode fazer para
continuar a melhorar o seu desempenho e/ ou soluções para determinados problemas com que se
depara no seu dia-a-dia enquanto professor.
Exemplos de medidas que estão de acordo com os princípios do QuaREPE: 10 “continuous
improvement of teaching skills as part of in-service education”, 15 “training in the development of a
critical and enquiring approach to teaching and learning”, 22 “training in ways of adapting teaching
approaches to the educational context and individual needs of learners”, 23 “training in the critical
evaluation, development and practical application of teaching materials and resources”, 24 “training
in methods of learning to learn”, 25 “training in the development of reflective practice and self-
evaluation”, 31 “training in action research”, 32 “training in incorporating research into teaching”,
34 “training in the use of the European Language Portfolio for self-evaluation”, 35 “training in
social and cultural values”, 40 “training in the importance of life-long learning”.
18
PARTE III
19
Análise de Dados
Depois de analisados os documentos mais relevantes para o trabalho, como o Quadro
Europeu Comum de Referência para as Línguas, o Portefólio Europeu de Línguas, o European
Profile for Language Teacher Education, o Plan de Fomento para el Plurilingüismo e o Quadro de
Referência para o Ensino Português no Estrangeiro, é hora de analisar os dados relativos à situação
do ensino e aprendizagem do português na Andaluzia.
1. Enquadramento
O actual presidente da Junta da Andaluzia, aquando da sua visita a Portugal, em Maio de
2010, fez saber que o português iria ser oferecido como segunda língua estrangeira no ensino
secundário (que começa aos 12 anos) na Andaluzia.
Esta decisão não tem apenas a ver com o facto de Portugal e Espanha serem países
fronteiriços; está principalmente relacionada com questões económicas. O português é, a seguir ao
inglês e ao espanhol, a terceira língua mais falada no mundo ocidental, com quase 250 milhões de
falantes; e desta língua fazem parte potências emergentes como o Brasil ou Angola. Não obstante,
Espanha é o principal destino das exportações portuguesas e a Comunidade Autónoma da Andaluzia
é a quarta que mais exporta para Portugal: “El pasado año [2009] 1.456 compañías andaluzas
vendieron a Portugal productos por valor de 1.411 millones de euros. La Comunidad vende más a
Portugal que a toda América latina.”18 No mesmo sentido, “en 2009, [Portugal] fue el cuarto
inversor en nuestra Comunidad: 18,4 millones de euros.”19 Mais, “en Andalucía hay implantadas 30
empresas portuguesas, mientras que en el país vecino hay instaladas otras 35 andaluzas.”20 Também,
“diversos sectores de la sociedad onubense habían reivindicado ya com anterioridad [ao anúncio do
Presidente], la idoneidad de que la provincia contara com una oferta de lengua portuguesa por las
posibilidades que ésta puede presentar a nivel profesional o económico dada la proximidad de aquel
país com el territorio onubense. Así, entidades como la Federación Onubense de Empresarios (FOE)
organizaron años atrás, cursos de iniciación a la lengua de Camões.”21
O ensino do português enquadra-se nos objectivos do Plan de fomento del plurilingüismo, o
18 TORTOSA, María Dolores, “Andalucía implantará el portugués como segundo idioma en secundaria”, em SUR.es, 7/05/2010, http://www.diariosur.es/v/20100507/andalucia/andalucia-implantara-portugues-como-20100507.html
19 Idibem;20 Ibidem; 21 MORÁN, Henrique, “El portugués se oferta este curso en seis institutos de la provincia”, em huelvainformacion.es,
12/09/2010, http://www.huelvainformacion.es/article/huelva/787090/portugues/se/oferta/este/curso/seis/institutos/la/provincia.html#
20
qual ambiciona uma sociedade andaluza plurilingue e pluricultural. Dominando três das línguas
mais faladas (e importantes) do mundo, os cidadãos andaluzes estarão mais do que equipados para
projectar a sua comunidade no estrangeiro e estabelecer acordos viáveis para a mesma.
2. O programa “José Saramago”
Este ensino será orientado pelo programa “José Saramago”, o qual derivou de um
memorando de entendimento entre a República portuguesa e a Junta da Andaluzia, e que prevê a
formação de professores, o intercâmbio de alunos, seminários e outros eventos de carácter
pedagógico ou científico.22 Foi introduzido, no ano lectivo 2010/2011, com carácter experimental
em 6 escolas da província de Huelva, a saber: IES Guadiana e IES González de Aguilar em
Ayamonte, IES Galeón e IES Padre J. Miravent em Isla Cristina, e IES El Sur e IES La Arboleda
em Lepe.
2.1 Os alunos
Todos os anos, matriculam-se, em português, nas 6 escolas, 50 alunos. Neste ano lectivo de
2012/2013, encontram-se matriculados 150 alunos, distribuídos da seguinte forma:
IES Guadiana: 26 IES Galeón: 15 IES El Sur: 23IES González de Aguilar: 24 IES Padre J. Miravent: 41 IES La Arboleda: 21
Com o objectivo de perceber o porquê de estes alunos terem escolhido português para sua
terceira língua, foram inquiridos 21 alunos dos IES Guadiana e González de Aguilar, 11 do sexo
feminino e 10 do masculino, com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos. Destes, 7 estudam
português há um ano, 10 há dois e 4 há três. Quando inquiridos sobre se tinham alguém na sua
família que fosse ou que falasse português, 15 responderam afirmativamente; mas quando lhes foi
perguntado se comunicavam em português, apenas 6 disseram que sim (menos de metade). 11 em
21 alunos tem, pelo menos, um amigo português e 18 tem o hábito de visitar Portugal. Quanto aos
hábitos de estudo, 11 dedicam entre zero e uma hora por semana, enquanto 10 dedicam entre duas a
22 La Educación en Andalucía 2010/2011, p: 60
21
três horas semanais. A pergunta fundamental do questionário foi “por que é que escolheste
português para língua estrangeira”, ao que os alunos responderam, por ordem crescente, “porque a
minha família pediu” (1), “porque costumo visitar Portugal” (3), “porque quero estudar e/ou
trabalhar em Portugal” (4), “porque vivo na fronteira com Portugal” (6) e “porque é mais fácil do
que o francês” (6).
Além da experiência em aula, também neste questionário se pôde confirmar que a grande
maioria dos alunos que escolhe português fá-lo por três razões principais: porque tem família (com
origem) portuguesa, porque vive na fronteira com Portugal, e porque é mais fácil do que o francês.
O interessante é que menos de metade dos alunos que tem família portuguesa fala em português
com ela, e isso tem como consequência a perda de um bilinguísmo que, à partida, seria natural.
Estes alunos têm que aprender uma língua que é sua como se fosse uma língua estrangeira, e isto
porque a família não criou hábitos de comunicação nas duas línguas (a sua, de origem, e a do país
onde vive). Não obstante, sentem que é importante que os seus filhos adquiram competências
comunicativas em português e por isso mesmo aconselham-nos a escolher esta língua em
detrimento do francês. Em Portugal, há muito que o francês vem cedendo o seu lugar; primeiro ao
inglês e depois ao espanhol, situação que também se está a verificar em Espanha, onde primeiro
perdeu importância para o inglês e agora, cada vez mais, para o português. Tendo em conta a
próximidade entre as línguas e culturas ibéricas, não há dúvidas de que se houvesse uma maior
oferta da língua lusa, muitos mais alunos a escolheriam em detrimento do francês.
2.2 Os auxiliares de conversação
Em relação aos auxiliares de conversação, no primeiro ano, dos 1220 auxiliares que
rumaram à Andaluzia, 2 eram portugueses; no segundo, dos 1311, 2 eram portugueses; e este ano,
dos 765, 3 são portugueses, cada um destinado a uma das localidades envolvidas no projecto
(Ayamonte, Isla Cristina e Lepe).23 24 25 É de salientar que este ano lectivo não houve nenhum
auxiliar destacado para as duas únicas Escuelas Oficiales de Idiomas que oferecem português na
Andaluzia.
23 La Educación en Andalucía 2010/2011, p: 5724 La Educación en Andalucía 2010/2011, p: 6225 http://www.juntadeandalucia.es/educacion/educacion/nav/contenido.jsp?
pag=/Delegaciones/Huelva/NOTICIAS/np20121003
22
2.3 Os professores
Quanto aos professores, “no existe suficiente profesorado para que se produzca una
importante implantación [do português] en los centros andaluces”, mas “se puede ir empezando en
aquellos lugares donde si se puede contar com esos profesores de portugués.”26
Para ter uma visão do perfil destes professores, falei com eles e, de certo modo, intrevistei-
os, tanto por Internet, como pessoalmente. Estes professores têm o nível B2 do Quadro Europeu
Comum de Referência para as Línguas, aprendido, pela grande maioria, na Escuela Oficial de
Idiomas de Ayamonte, e cuja motivação principal está relacionada com o gosto pela língua, história,
cultura e as gentes lusófonas. Na sua grande maioria, não são docentes de línguas, mas de História,
Filosofia, Física e Química, etc., leccionando estas áreas há mais de 10 anos. Em relação ao ensino
do português, começaram há três anos, altura em que o programa “José Saramago” começou a dar
os primeiros passos, e sentem como principal dificuldade, na sua aprendizagem, a fonética, e, no
seu ensino, a falta de recursos e de formação na área da filologia portuguesa. Uns foram recebendo,
ao longo dos anos, formação na área da comunicação intercultural, linguística, literatura e cultura
portuguesas, ensino e aprendizagem de português língua estrangeira e avaliação das competências e
aprendizagens dos alunos, mas outros não, e gostariam de receber formação nessas áreas. Também
não estão informados quanto aos normativos portugueses sobre o ensino do português no
estrangeiro, nem conhecem o QuaREPE. Não obstante, mantêm hábitos de estudo frequentes e
dedicam uma média de 5 horas semanais à actualização do português, seja a ler revistas, jornais e
livros, a ver televisão ou ouvir rádio; muitos têm amigos lusófonos e procuram exprimir-se em
português com eles. Em relação a sugestões para o futuro deste projecto, salientam a necessidade de
haver especialistas (filólogos) a leccionar português e de haver intercâmbio de alunos, para que
estes percebam a importância de aprender esta língua.
3. Oferta formativa e certificação em Português Língua Estrangeira
3.1 Em Portugal (Algarve e Alentejo)
Actualmente, a oferta formativa no Algarve e no Alentejo (as regiões portuguesas mais
próximas) resume-se a Faro (Universidade do Algarve) e a Évora (Universidade de Évora). A
26 “Griñan quiere que los andaluces aprendan portugués”, em La Gaceta. http://www.intereconomia.com/noticias-gaceta/politica/grinan-quiere-que-los-ninos-andaluces-aprendan-portugues-como-segunda-lengu
23
Universidade do Algarve oferece um curso intensivo27, um curso anual de actualização e
aperfeiçoamento de português língua estrangeira28, e um curso de Verão29. No entanto, os níveis
mais altos (C1 e C2) não abrem por falta de alunos. A particularidade desta universidade é que tem
um programa – “extensão universitária – formação para as escolas”30 – que vai ao encontro dos
objectivos do Plan de fomento del plurilingüismo no que toca à formação da comunidade escolar.
Seria interessante que a Junta da Andaluzia se associasse a esta universidade e proporcionasse
cursos especializados de português aos docentes que o leccionam. É, também, um centro de exames
CAPLE (Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira). A Universidade de Évora oferece,
também, um curso de português língua estrangeira31 e é, também, um centro de exames CAPLE.32
O Instituto Politécnico de Beja e o Instituto Politécnico de Portalegre informam, nos
respectivos sites, que oferecem cursos de português língua estrangeira e cursos “à medida” nos seus
Centro de Línguas e Centro de Línguas e Culturas, respectivamente. No entanto, como não houve
confirmação destes dados por parte de nenhuma das instituições, não podemos considerar estes
cursos.
3.2 Na Andaluzia
3.2.1 Escuelas Oficiales de Idiomas
Na Andaluzia, das 50 Escuelas Oficiales de Idiomas, apenas duas oferecem português: a
Escuela Oficial de Idiomas de Málaga33 e a Escuela Oficial de Idiomas de Ayamonte34. A EOI de
Málaga é a mais antiga e importante da Andaluzia (e a 3ª em antiguidade em toda a Espanha) e foi a
primeira, fora do âmbito universitário, a oferecer português, no ano lectivo 1998/1999. A Professora
Luísa Povedano Gámiz é quem está, desde o princípio, a cargo do Departamento de Português da
EOI de Málaga, e teve a delicadeza de nos esclarecer alguns dados: os cinco níveis que constam no
currículo, A1, A2, B1, B2.1, B2.2, foram introduzidos ao longo de cinco anos e até hoje houve
27 http://www.fchs.ualg.pt/detalhe-curso.asp?codCurso=268&fb (última consulta: 16 Novembro 2012)28 http://www.fchs.ualg.pt/detalhe-curso.asp?codCurso=133&fb (última consulta: 16 Novembro 2012)29 http://www.fchs.ualg.pt/detalhe-curso.asp?codCurso=267&fb (última consulta: 16 Novembro 2012)30 http://intranet.ualg.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=33908&Itemid=2797&lang=pt (última
consulta: 16 Novembro 2012)31 http://www.dll.uevora.pt/ensino/curso_aberto_de_linguas_e_cultura_portuguesas_para_estrangeiros (última
consulta: 16 de Novembro 2012)32 http://www.dll.uevora.pt/ensino/centro_de_exames_de_portugues_lingua_estrangeira (última consulta: 16 de
Novembro de 2012)33 http://www.eoimalaga.com/ (última consulta: 16 Novembro 2012)34 http://www.juntadeandalucia.es/averroes/~eoi_ayamonte/ (última consulta: 16 Novembro 2012)
24
sempre uma turma por nível (A1, entre 30 e 40 alunos; A2 entre 20 e 25 alunos; B1, entre 10 e 15
alunos; B2.1, entre 5 e 10 alunos, B2.2, entre 5 e 10 alunos); além destas turmas, também há que ter
em conta os exames daqueles alunos que não frequentam as aulas, mas que querem ver o seu nível
de língua certificado pelos exames de Nível Básico, Nível Intermédio e Nível Avançado, cuja média
de alunos é, respectivamente, entre 5 e 10, entre 25 e 35, e entre 15 e 25. Finalmente, é de salientar
o Projecto Grundtving “Find a Delightful Opportunity to learn Portuguese through Internet and
songs (FADO)”35, em que a Professora participa em conjunto com a Faculdade de Letras de
Bucareste e do Porto, e que tem como objectivo ensinar e aprender português através de unidades
didácticas baseadas em músicas em língua portuguesa. Quanto à EOI de Ayamonte, oferece
português língua estrangeira desde o ano lectivo 2000/2001 e, desde então, 618 alunos já
frequentaram estas aulas presenciais; o Professor encarregado do Departamento de Português é Juan
Antonio Horrillo, que dedica um blog ao ensino de português em Ayamonte.36
3.2.2 Universidades
Quanto às universidades, a Universidade de Huelva apenas lecciona os níveis A2 e B1. A
Universidade Internacional de Sevilha não lecciona português, nem a Universidade Pablo de
Olavide. A Universidade Internacional Menéndez Pelayo tem tentado incluir o português nos seus
cursos de Verão, contudo a procura não é suficiente e estes cursos nunca chegam a abrir. Em Cádiz,
o Centro Superior de Línguas Modernas da Universidade oferece os níveis A1 e A2. A Universidade
de Málaga não oferece português, nem a de Córdoba. A Universidade de Granada lecciona o nível C
nos estudos de tradução e interpretação, dedica uma página à importância de estudar português37 e
também possui um centro de exames CAPLE. O Centro de Línguas da Universidade de Almería
oferece os níveis A1, A2, B1, B2. Em relação à Universidade de Jaén, não temos quaisquer dados.
Caso especial é o do Instituto de Idiomas da Universidade de Sevilha. A Professora
Conceição Lucas da Silva teve a amabilidade de nos enviar um relatório muito completo sobre o
ensino do português nesta universidade. Assim, os cursos de português estão divididos em 4 níveis
(I – A2; II – B1; III – B2; IV – C1), os quais correspondem a um ano lectivo, com duas horas
semanais de 90 minutos. Os alunos dividem-se entre aqueles que não frequentam a universidade
(desde que tenham mais de 16 anos e, no fim dos quatro anos, recebem um certificado) e aqueles
que frequentam a universidade. Com o processo de Bolonha, os alunos de Licenciatura e Mestrado
35 http://www.languagesbysongs.eu/ (última consulta: 16 Novembro 2012)36 http://portugues-ayamonte.blogspot.pt/ (última consulta: 16 Novembro 2012)37 http://grados.ugr.es/traduccion/pages/titulacion/lengua-portuguesa (última consulta: 16 Novembro 2012)
25
passaram a ter que certificar o conhecimento de uma língua estrangeira, normalmente o nível B.
Este ano, o número de alunos matriculados é de: I – 115, II – 64, III – 28, IV – 14. Muitos destes
alunos, principalmente os dos primeiros níveis, só frequentam estas aulas por precisarem de
determinados créditos para concluir os estudos. Deste modo, o número real de alunos que assiste às
aulas é de: I – 40/60, II – 30/35, III – 20, IV – 10. Quanto às motivações para o estudo do
português, variam desde a necessidade de ter mais créditos para concluir os estudos, à possibilidade
de vir a ser útil num trabalho futuro (alunos de Medicina, de Arquitectura [por causa de Siza Vieira,
Souto de Moura, etc.] e de Engenharia, estes “com um olho” no Brasil), passando por aqueles que
querem ler e perceber os autores e cantores lusófonos e, finalmente, aos que possuem uma relação
afectiva com Portugal e o Brasil (têm amigos ou familiares lusófonos, têm casa de férias no
Algarve, etc.). Da mesma forma, os alunos Erasmus também podem frequentar estas aulas, são
promovidos intercâmbios e actividades culturais (como, por exemplo, um seminário sobre cinema
português38) e este Instituto é também um centro de exames CAPLE, cuja número de alunos anda à
volta dos 8.
3.2.3 Outros cursos
Além destes cursos reconhecidos pelo governo espanhol, também há uma série de cursos de
português língua estrangeira: uns são gerais39, outros são especializados, como por exemplo:
atenção ao público40; comerciantes41 42; hotelaria43; segurança social44, e outros são elaborados pelos
dois países com vista a uma maior cooperação entre ambos45. Isto revela, por um lado, a
importância que o português assume na Andaluzia e, por outro, que há a noção de que os
portugueses vão a esta comunidade autónoma fazer negócio, seja para comprar numa loja ou
supermercado, seja para passar férias, e que é importante recebê-los bem e demonstrar, ao saber
falar a sua língua, que têm noção da sua presença e que os querem recompensar pelo investimento
na sua região.
38 http://www.us.es/acerca/comunicacion/agenda/Primer-Seminario-de-Cine-Portugues-Contemporaneo-gestos- artisticos-radicales (última consulta: 16 Novembro 2012)
39 http://www.iberestudios.es/portugues-basico-nivel-i-cursos-1/ (última consulta: 16 Novembro 2012)40 http://www.iberestudios.es/portugues-atencion-publico-cursos/ (última consulta: 16 Novembro 2012)41 http://www.iberestudios.es/portugues-dependientes-comercio-nivel-oficial-consejo-europeo-a1-cursos/ (última
consulta: 16 Novembro 2012)42 http://www.iberestudios.com/portugues-dependientes-comercio-nivel-oficial-consejo-europeo-a2-cursos/ (última
consulta: 16 Novembro 2012)43 http://www.iberestudios.com/portugues-restauracion-servicio-bar-nivel-oficial-consejo-europeo-a2-cursos/ (última
consulta: 16 Novembro 2012)44 http://www.iberestudios.es/nominas-seguridad-social-portugal-cursos/ (última consulta: 16 Novembro 2012)45 http://www.iberestudios.es/nominas-seguridad-social-portugal-cursos/ (última consulta: 16 Novembro 2012)
26
4. CAPLE – Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira
O Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira (CAPLE)46 dedica-se à produção,
aplicação e avaliação dos exames de português língua estrangeira, ao apoio a candidatos e a
examinadores envolvidos na produção de exames, à investigação em avaliação, à formação de
meios humanos em avaliação e a publicações. Estes exames “constituem o Sistema de Avaliação e
Certificação de Português Língua Estrangeira reconhecido pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros, através do Instituto Camões, e pelo Ministério da Educação” e estão divididos em:
• CIPLE - Certificado Inicial de Português Língua Estrangeira (A2)
• DEPLE – Diploma Elementar de Português Língua Estrangeira (B1)
• DIPLE – Diploma Intermédio de Português Língua Estrangeira (B2)
• DAPLE – Diploma Avançado de Português Língua Estrangeira (C1)
• DUPLE – Diploma Universitário de Português Língua Estrangeira (C2)
46 http://ww3.fl.ul.pt/caple/quemsomos.aspx (última consulta: 18 Novembro 2012)
27
Conclusão
Da Segunda Modernización, que pretendia dar um novo impulso à sociedade andaluza, ao
Plan de fomento del plurilingüismo, que particularizava a importância de estudar línguas
estrangeiras para, ao mesmo tempo, melhorar a materna, chegou-se ao programa “José Saramago”,
que contempla o ensino do português como língua estrangeira de opção no ensino secundário
andaluz, que corresponde ao 6º ano do Ensino Básico português.
Analisada a situação deste ensino na Andaluzia, compreendemos que a sociedade desta
comunidade autónoma há muito que pedia cursos de português, devido à proximidade fronteiriça
com Portugal e ao facto de haver muitos negócios entre algarvios e andaluzes. Também percebemos
que os alunos estão a escolher português, não só por visitarem Portugal e terem família portuguesa,
mas principalmente por considerarem mais fácil do que o francês, o que revela que o idioma de
Camões está a tirar terreno à língua de Napoleão. Da mesma forma, os professores que ensinam
português fazem-no por gosto próprio, já que nenhum deles é formado em linguística portuguesa, e
sentem que deveriam ter à sua disposição mais recursos e programas de formação e intercâmbio,
como já existe para as línguas inglesa, francesa e alemã. Finalmente, a oferta formativa e de
certificação em português língua estrangeira no Algarve e Alentejo, por serem as regiões mais
próximas, pertence à Universidade do Algarve e à Universidade de Évora. Na Andaluzia, fica-se
pelas duas Escuelas Oficiales de Idiomas, a de Málaga (que chega a recusar 7000 alunos de todas as
línguas por não ter mais vagas) e a de Ayamonte, e pelas universidades de Sevilha e Granada (as
únicas que oferecem o nível C) e pela Universidade de Almería.
Tendo em conta os resultados obtidos, é evidente, por um lado, a falta de procura a que as
universidades assistem perante a sua oferta de cursos de português e, por outro, a falta de oferta de
cursos de português e de formação em linguística e didáctica de português língua estrangeira que
existe para os professores que começaram a leccionar esta língua há três anos. É necessário um
esforço maior da parte da Junta da Andaluzia, de modo a proporcionar melhores condições de
aprendizagem aos seus professores, assim como diversos programas de intercâmbio, e também da
parte do governo de Portugal, que deveria ter todo o interesse em exportar a sua língua,
principalmente para o país vizinho. Neste sentido, as universidades portuguesas poderiam organizar
programas conjuntos de ensino da língua, literatura e cultura portuguesas em paralelo com “visitas
de estudo” pela região em que se inserem (programas entre universidades portuguesas e/ ou entre
universidades portuguesas e andaluzas); e também os organismos competentes poderiam enviar
especialistas a esta comunidade autónoma para elaborar algum programa de formação específica
para estes professores (por exemplo, ensino de português língua estrangeira de acordo com o
Quadro de Referência para o Ensino Português no Estrangeiro); entre outros projectos.
28
Bibliografia
CAPARRÓS CABEZAS, Cristina. El Auxiliar de Conversación: Una Figura Necesaria. Espiral. Cuadernos del profesorado. Vol. 3. Nº5. Janeiro de 2010 (1º semestre). Ver on-line em: http://www.cepcuevasolula.es/espiral/articulos/ESPIRAL_VOL_3_N_5_ART_4.pdf
Costa, João. “Valor económico da língua portuguesa em livro”. 17/10/2012. Ver on-line em: http://www.instituto-camoes.pt/comunicacao/encarte-jl/valor-economico-da-lingua-portuguesa-em-livro
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Universidad Internacional de Andalucía (UNIA): http://www.unia.es/index.php
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